Literatura Portuguesa Aula 1

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Literatura Portuguesa Professora: Mariana Marcelino Silva Segundo Van Loon, a Literatura “é universal, mas não está ligada em parti- cular a este ou àquele país ou período histórico. É de fato tão antiga quanto a raça humana e é inerente ao homem, como são parte dele os olhos ou os ouvidos, a fome e a sede”. Como marco inicial à Literatura Portuguesa, tomei como ponto de partida as obras épicas de Homero – a Ilíada e a Odisséia, de origem grega, que serviram de incentivo a autores portugueses importantíssimos como é o caso de Camões, com sua obra Os Lusíadas, e Fernando Pessoa, com Mensagem. Ambas as obras possuem traços idênticos às duas obras citadas de Homero. Em recentes pesquisas de estudiosos e historiadores, descobriu-se que a Literatura é anterior à escrita. Certas lendas e canções eram feitas oralmente e, neste caso, não existia um autor específico – a literatura era oral, anônima e coletiva. Somente com o surgimento da escrita é que a Literatura tomou forma e ganhou a figura do autor. Literatura nada mais é do que uma combinação de palavras com uma intenção estética, cujos gêneros podem ser classificados em epopéia, poema e teatro. Ao combinarem-se as palavras, alcança-se novos significados (metáforas), sobre os quais o escritor acaba criando sua própria realidade através da imaginação. Portanto, dizemos que a Literatura é invenção, e o autor cultiva essa realidade imaginária através de situações básicas da vida, sua visão do mundo, seu talento e sua sensibilidade. LITERATURA PORTUGUESA CRONOLOGIA I – Período Medieval (1189-1527) Trovadorismo (1189 – 1434) - 1189 – Cantiga da Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós. - Poesias primitivas feitas para cantar: cantigas lírico- amorosas e satíricas. - Paralelismos e coita de amor. Literatura Palaciana (1434 – 1527) - 1434 – nomeação do historiador Fernão Lopes como cronista-mor do reino, por D. Duarte. - Textos Vários: história, romance de cavalaria, poesia, teatro; feitos nos palácios – não uma literatura itinerante, como a trovadoresca. - Painéis da vida social portuguesa. - Humanismo. II – Período Clássico (1527 – 1825) Renascimento (1527 – 1580) Sexto rei de Portugal (1279- 1325), nascido em Lisboa, conhecido como o Rei Trovador ou o Rei Lavrador. Filho de Afonso III e de sua segunda mulher, Beatriz, e neto de Afonso X de Castela, casou-se com Isabel de Aragão, chamada a Rainha Santa. Desde cedo foi preparado para ser rei pelo seu pai e quando subiu ao trono português, aclamado em Lisboa (1279), impôs sua autoridade e consolidou a unificação administrativa e cultural da nação. Quando subiu ao trono português o país encontrava-se em conflito com a Igreja Católica e imediatamente procurou normalizar a situação jurando ao Papa Nicolau III proteger os interesses de Roma em Portugal e criando a Ordem de Cristo ligada à Ordem dos Templários. Uma leitura do texto mais conhecido do trovador que reinou entre 1279 e 1325. -Ai flores, ai flores do verde pino, se sabedes novas do meu amigo! Ai Deus, e u é? Ai, flores, ai flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado! Ai Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amigo, aquel que mentiu do que pos comigo! Ai Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amado aquel que mentiu do que mi ha

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Literatura PortuguesaProfessora: Mariana Marcelino Silva

Segundo Van Loon, a Literatura “é universal, mas não está ligada em parti- cular a este ou àquele país ou período histórico. É de fato tão antiga quanto a raça humana e é inerente ao homem, como são parte dele os olhos ou os ouvidos, a fome e a sede”.Como marco inicial à Literatura Portuguesa, tomei como ponto de partida as obras épicas de Homero – a Ilíada e a Odisséia, de origem grega, que serviram de incentivo a autores portugueses importantíssimos como é o caso de Camões, com sua obra Os Lusíadas, e Fernando Pessoa, com Mensagem. Ambas as obras possuem traços idênticos às duas obras citadas de Homero. Em recentes pesquisas de estudiosos e historiadores, descobriu-se que a Literatura é anterior à escrita. Certas lendas e canções eram feitas oralmente e, neste caso, não existia um autor específico – a literatura era oral, anônima e coletiva. Somente com o surgimento da escrita é que a Literatura tomou forma e ganhou a figura do autor.Literatura nada mais é do que uma combinação de palavras com uma intenção estética, cujos gêneros podem ser classificados em epopéia, poema e teatro.Ao combinarem-se as palavras, alcança-se novos significados (metáforas), sobre os quais o escritor acaba criando sua própria realidade através da imaginação. Portanto, dizemos que a Literatura é invenção, e o autor cultiva essa realidade imaginária através de situações básicas da vida, sua visão do mundo, seu talento e sua sensibilidade.

LITERATURA PORTUGUESA CRONOLOGIAI – Período Medieval (1189-1527)Trovadorismo (1189 – 1434)- 1189 – Cantiga da Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós.- Poesias primitivas feitas para cantar: cantigas lírico-amorosas e satíricas.- Paralelismos e coita de amor.Literatura Palaciana (1434 – 1527)- 1434 – nomeação do historiador Fernão Lopes como cronista-mor do reino, por D. Duarte.- Textos Vários: história, romance de cavalaria, poesia, teatro; feitos nos palácios – não uma literatura itinerante, como a trovadoresca.- Painéis da vida social portuguesa.- Humanismo.II – Período Clássico (1527 – 1825)Renascimento (1527 – 1580)- 1527 – retorno a Portugal de Sá de Miranda, vindo da Itália, com os princípios do Classicismo.- Tentativa de voltar ao mundo clássico greco-latino.- Racionalismo, Universalismo; exaltação do homem e do humano.Barroco (1580 – 1756)- 1580 – morte de Camões e domínio espanhol.- Dualidade entre o equilíbrio perfeito dos clássicos e as limitadas possibilidades humanas.- Rebuscamento de linguagem: Cultismo ou Gongorismo; rebuscamento de conceitos: Conceptismo ou Quevedismo.Arcadismo (1757 – 1825)- 1756 – Criação da Arcádia Lusitana.- Iluminismo: culto das ciências, da razão e do progresso.- Fingir a calma e o platonismo do campo nas letras, enquanto a sociedade efervescia nas cidades.III – Romantismo (1825 – 1865)VI – Modernismo (1910 – até hoje)

Sexto rei de Portugal (1279-1325), nascido em Lisboa, conhecido como o Rei Trovador ou o Rei Lavrador.

Filho de Afonso III e de sua segunda mulher, Beatriz, e neto de Afonso X de Castela, casou-se com Isabel de Aragão, chamada a Rainha Santa. Desde cedo foi preparado para ser rei pelo seu pai e quando subiu ao trono português, aclamado em Lisboa (1279), impôs sua autoridade e consolidou a unificação administrativa e cultural da nação. Quando subiu ao trono português o país encontrava-se em conflito com a Igreja Católica e imediatamente procurou normalizar a situação jurando ao Papa Nicolau III proteger os interesses de Roma em Portugal e criando a Ordem de Cristo ligada à Ordem dos Templários. Uma leitura do texto mais conhecido do trovador que reinou entre 1279 e 1325.

-Ai flores, ai flores do verde pino,

se sabedes novas do meu amigo!     Ai Deus, e u é?

Ai, flores, ai flores do verde ramo,se sabedes novas do meu amado!

     Ai Deus, e u é?Se sabedes novas do meu amigo,

aquel que mentiu do que pos comigo!     Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amadoaquel que mentiu do que mi ha jurado!

     Ai Deus, e u é?-Vós me preguntades polo voss’amigo,

e eu ben vos digo que é san’e vivo.     Ai Deus, e u é?

Vós me preguntades polo voss’amado,e eu ben vos digo que é viv’e sano.

     Ai Deus, e u é?E eu ben vos digo que é san’e vivo

e seerá vosc’ant’o prazo saído.     Ai Deus, e u é?

E eu ben vos digo que é viv’e sanoe seerá vosc’ant’o prazo passado.

     Ai Deus, e u é?

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