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Lista dissertativa Página 1 de 13 1. (Fuvest 2014) O problema agrário era portanto o fundamental no ano de 1789, e é fácil compreender por que a primeira escola sistematizada de economia do continente, os fisiocratas franceses, tomara como verdade o fato de que a terra, e o aluguel da terra, era a única fonte de renda líquida. E o ponto crucial do problema agrário era a relação entre os que cultivavam a terra e os que a possuíam, os que produziam sua riqueza e os que a acumulavam. Eric Hobsbawm. A era das revoluções. 17891848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982, p. 29. a) Caracterize o momento social e econômico por que a França passava no período a que se refere o texto. b) Quais são as principais diferenças entre as propostas fisiocratas e as práticas mercantilistas anteriores a elas? 2. (Uel 2014) Observe a imagem a seguir. Explique o contexto histórico da Revolução Francesa destacando o posicionamento do autor da imagem quanto à Igreja Católica. 3. (Unesp 2014)

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1. (Fuvest 2014) O problema agrário era portanto o fundamental no ano de 1789, e é fácil compreender por que a primeira escola sistematizada de economia do continente, os fisiocratas franceses, tomara como verdade o fato de que a terra, e o aluguel da terra, era a única fonte de renda líquida. E o ponto crucial do problema agrário era a relação entre os que cultivavam a terra e os que a possuíam, os que produziam sua riqueza e os que a acumulavam.

Eric Hobsbawm. A era das revoluções. 1789‐1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982, p. 29. a) Caracterize o momento social e econômico por que a França passava no período a que se

refere o texto. b) Quais são as principais diferenças entre as propostas fisiocratas e as práticas mercantilistas

anteriores a elas? 2. (Uel 2014) Observe a imagem a seguir.

Explique o contexto histórico da Revolução Francesa destacando o posicionamento do autor da imagem quanto à Igreja Católica. 3. (Unesp 2014)

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A charge ilustra as três ordens sociais existentes na França antes da Revolução de 1789. Identifique essas três ordens e justifique o posicionamento dos personagens na charge. 4. (Pucrj 2013) As transformações ocorridas nas Américas durante a Era das Revoluções Atlânticas estiveram marcadas por dois grandes eventos, ambos igualmente radicais: (a) a Revolução Americana, que, com a independência das 13 colônias em 1776, causou uma primeira séria fratura na ordem do Antigo Regime e cujo pioneirismo na criação da primeira república moderna não seria esquecido e (b) a Revolução de Santo Domingo, no Haiti, nos anos de 1790, a qual veio associada a uma gigantesca, única e bem sucedida rebelião de escravos nos tempos modernos. Esta libertou os escravos e criou a segunda república independente do novo mundo. a) Explique a contribuição da Revolução Americana para a ideia de República no mundo

moderno. b) Caracterize como os cidadãos franceses, em meio às próprias experiências revolucionárias

iniciadas em 1789 na metrópole, reagiram à rebelião dos escravos em sua colônia e à subsequente abolição da escravidão.

5. (Unesp 2013)

Esta representação da Bastilha, prisão política do absolutismo monárquico, foi pintada em 1789. Indique dois elementos da tela que demonstrem a solidez e a força da construção e o significado político e social da jornada popular de 14 de julho de 1789.

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6. (Ufg 2013) Leia o hino a seguir. Avante, filhos da Pátria, O dia de glória chegou! Contra nós da tirania, O estandarte ensanguentado se ergueu Ouvis nos campos Rugir esses ferozes soldados? Vêm eles até os vossos braços Degolar vossos filhos, vossas mulheres! Às armas, cidadãos, Formai vossos batalhões, Marchemos, marchemos! Que um sangue impuro Banhe o nosso solo!

LISLE, Joseph Rouget de. A Marselhesa. Disponível em: <www.ambafrance-br.org/A-Marselhesa>. Acesso em: 14 nov. 2012. (Adaptado).

“A Marselhesa” foi apropriada como canção revolucionária em 1793, no ano III. Passando por modificações em sua letra, no final do século XIX, em meio à corrida imperialista europeia, a composição tornou-se hino nacional francês. Diante do exposto, a) relacione um trecho da composição “A Marselhesa” ao contexto revolucionário francês; b) explique a mudança ocorrida na ideia de nacionalismo no final do século XIX, relacionando-a

à apropriação de “A Marselhesa” como hino nacional francês. 7. (Unicamp 2013) Observe a distribuição de custos dos camponeses franceses, em percentual da colheita, às vésperas da Revolução de 1789. Esses custos referem-se ao arrendamento da terra, ao custo das sementes e aos impostos pagos ao rei, ao senhor da terra e ao clero.

a) Relacione os dados apresentados com as condições vividas pelos camponeses na França

do final do Século XVIII. b) Por quais motivos a questão econômica foi um elemento importante para o Terceiro Estado

durante a Revolução Francesa? 8. (Fuvest 2013) As guerras napoleônicas, entre o final do século XVIII e as primeiras décadas do século XIX, tiveram consequências diretas muito importantes para diversas regiões do mundo. Mencione e explique uma delas, relativa a) ao leste da Europa; b) ao continente americano.

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9. (Unicamp 2013) No fim do século XIX, Frederick Jackson Turner elaborou uma tese sobre a “fronteira” como definidora do caráter dos Estados Unidos até então. A força do indivíduo, a democracia, a informalidade e até o caráter rude estariam presentes no diálogo entre a civilização e a barbárie que a fronteira propiciava. As tradições europeias foram sendo abandonadas à medida que o desbravador se aprofundava no território em expansão dos Estados Unidos. Em relação à questão da fronteira nos Estados Unidos, responda: a) De quais grupos ou países essas terras foram sendo retiradas no século XIX? b) O que foi o “Destino Manifesto” e qual seu papel nessa expansão? 10. (Ufg 2013) Leia a letra da canção e o documento que seguem. Fruta estranha Árvores do sul produzem uma fruta estranha, sangue nas folhas e nas raízes, corpos negros balançando na brisa do sul, frutas estranhas penduradas nos álamos. Cena pastoril do valente sul, os olhos inchados e a boca torcida, perfume de magnólias, doce e fresco, então, o repentino cheiro de carne queimando. Aqui está a fruta para os corvos arrancarem, para a chuva recolher, para o vento sugar, para o sol apodrecer, para as árvores derrubarem, aqui está a estranha e amarga colheita.

MEEROPOL , Abel. Strange Fruit. In: MARGOLICK, David. Strange Fruit: Billie Holiday e a biografia de uma canção. São Paulo: Cosac Naify, 2012. (Adaptado).

Todas as pessoas nascidas e naturalizadas nos Estados Unidos, e sujeitas à sua jurisdição, são cidadãos dos Estados Unidos e dos estados em que residem. Nenhum Estado poderá fazer ou criar qualquer lei que crie privilégios e imunidades para cidadãos dos Estados Unidos; nenhum Estado poderá privar qualquer pessoa da vida, liberdade e propriedade, nem negar para qualquer pessoa a igual proteção das leis.

XIV EMENDA À CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, 1868. Disponível em: <direitosfundamentais.net/2008/10/23>. Acesso em: 15 abr. 2013. (Adaptado).

A composição “Fruta estranha” ficou conhecida, nos Estados Unidos, pela interpretação de Billie Holiday, que a cantou, pela primeira vez, em 1939. Desde então, essa composição tornou-se símbolo de protesto, aludindo a uma prática cotidiana contrária à emenda constitucional, datada de 1868. Considerando-se o exposto, explique a) a relação entre a composição e a questão racial, com base no contexto da Guerra Civil

norte-americana (1860-1865); b) como a metáfora “fruta estranha” refere-se à contradição entre as leis e as práticas político-

sociais do sul dos Estados Unidos. 11. (Pucrj 2012) Surpreendidas pela invasão napoleônica em 1807, as duas Coroas ibéricas tiveram desdobramentos políticos diferenciados. No caso espanhol, a captura do Rei Fernando VII por Napoleão acelerou a luta pela autonomia nas cidades e províncias de todo o Império. No caso português, a transmigração da família real para a colônia permitiu desdobramentos mais lentos ao Império luso.

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Tendo em vista a conjuntura descrita acima, a) cite duas medidas tomadas pelo Príncipe Regente D. João, a partir de 1808, que tenham

favorecido a manutenção do controle português sobre as províncias brasílicas e seus territórios;

b) identifique uma característica das independências na América hispânica também encontrada nos movimentos pela independência ocorridos na América portuguesa.

12. (Ufu 2012) Texto 1 Depois que o Estado ficou em estado de orfandade política devido à ausência e prisão de Fernando VII, os povos reassumiram o poder soberano. Ainda que seja verdade que a nação havia transmitido esse poder aos reis, sempre foi com um caráter reversível, não somente no caso de uma deficiência total, mas também no de uma deficiência momentânea e parcial.

Fragmento do Regulamento da Divisão de Poderes, Buenos Aires, 1811. Apud PAMPLONA, Marco A. e MÄDER, Maria Elisa (orgs.). Revoluções de independências e nacionalismos nas

Américas. Região do Prata e do Chile. São Paulo: Paz e Terra, 2007, p. 251. Texto 2 Para sustentar a escravidão dos povos, não têm outro recurso que transformar em mérito o orgulho de seus sequazes e cobri-los de distinções que criam uma distância imensa entre o infeliz escravo e seu pretendido senhor. Essa é a origem dos títulos de condes, marqueses, barões, etc., que a corte da Espanha prodigalizava para duplicar o peso de seu cetro de ferro que gravitava sobre a inocente América. Longe de nós tão execráveis e odiosas preeminências; um povo livre não pode ver brilhar o vício diante da virtude. Estas considerações estimularam a Assembleia a expedir a seguinte LEI: A Assembleia Geral ordena a extinção de todos os títulos de condes, marqueses e barões no território das Províncias Unidas do Rio da Prata. O redator da Assembleia, n. 9. 29 de maio de 1813. In. PAMPLONA, Marco Antônio e MÄDER,

Maria Elisa (orgs.). Revoluções de independências e nacionalismos nas Américas; regiões do Rio da Prata e Chile. São Paulo: Paz e Terra, 2007, p.110. (Adaptado)

Os textos apontam para ânimos distintos relativos ao processo de independência na América espanhola. a) Explique o contexto histórico europeu relacionado ao início do processo revolucionário na

América espanhola. b) Identifique as mudanças no processo de independência do Rio da Prata a partir dos

documentos acima apresentados. 13. (Ufmg 2012) Observe este cartaz comemorativo da Comuna de Paris:

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A partir da análise desse cartaz e considerando outros conhecimentos sobre o assunto, a) Descreva o contexto histórico que motivou a revolta que deu origem à Comuna de Paris, em

1871. b) Cite duas medidas adotadas pelo governo constituído pela Comuna de Paris. c) Explique como cada um dos dois elementos representados no cartaz – a mulher e os dois

homens – se relaciona com o contexto da Comuna de Paris. 14. (Uff 2012) A formação das nações americanas do Hemisfério Norte e do Hemisfério Sul se processou a partir de relações históricas distintas e, desse modo, desenhou sociedades cujos valores culturais e sociais assumiram perspectivas políticas variadas e diversas. Entretanto, é possível estabelecer entre elas alguns pontos comuns com relação ao seu processo histórico e às ideias matrizes vindas da Europa. Levando em conta, a afirmação acima, a) indique o movimento de ideias que foi comum às duas regiões, tanto ao Norte quanto ao Sul,

no que diz respeito aos processos de independência, e explique uma diferença nos seus processos de formação de estados nacionais, tomando como referência a expansão europeia dos séculos XVI e XVII;

b) explique o significado de “destino manifesto”, presente na formação dos Estados Unidos da América a partir de 1776.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: No processo da Revolução Francesa, quando destruíram os últimos resquícios do feudalismo na eufórica noite de 4 de agosto de 1789, os deputados concordaram em manter o dízimo da Igreja,

2em vez de simplesmente aboli-lo sem qualquer compensação. Mas, desde então,

1houve sinais de que a promessa seria abandonada. “Eles desejam ser livres, mas não sabem

ser justos”, reclamou o abade de Seyès, referindo-se a alguns colegas da Assembleia. Robespierre não era nem antipadres nem anticlerical;

3é difícil determinar sua posição quanto

ao futuro da Igreja na Revolução. Às vezes, era veemente crítico e, em outras vezes, retornava à interpretação da doutrina cristã, pois, a seu ver, o cristianismo era a religião dos pobres e daqueles de coração puro — riqueza chamativa e luxo não deveriam fazer parte dele. Os pobres, segundo ele, eram oprimidos não apenas pela fome, mas também pelo espetáculo escandaloso de clérigos autoindulgentes,

4que esbanjavam insensivelmente o que

5pertencia

aos pobres por direito.

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Ruth Scurr. Pureza fatal: Robespierre e a Revolução Francesa. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2009, p. 140-1 (com adaptações).

15. (Unb 2012) Com base no texto acima, julgue os itens a seguir. a) A invasão da Península Ibérica, etapa do expansionismo francês conduzido por Bonaparte,

gerou cenário estimulador do processo de independência das colônias espanholas e portuguesa na América.

b) As características aristocráticas, conservadoras e eclesiásticas do sistema feudal, que impediam práticas comerciais e financeiras, explicam a sobrevivência desse sistema até 1789.

c) O dízimo, imposto que abrangia o universo dos cristãos, possibilitou que os papas, desde a Idade Média até o final do Antigo Regime, destinassem a Roma 10% da riqueza produzida na Europa, o que transformou a Igreja na principal instituição a ser combatida pelos iluministas e revolucionários do século XVIII.

d) A Reforma, ocorrida quase três séculos antes da Revolução Francesa, constituiu evento de ruptura no interior do cristianismo. Entre outros aspectos, ela condenava o espetáculo pouco cristão dos eclesiásticos católicos, quer no plano econômico, quer no plano dos costumes.

e) A forma como a autora do texto refere-se ao abade de Seyès e a Robespierre permite compreender a convivência, no auge dos acontecimentos da Revolução Francesa, de duas perspectivas, a tradicional e a moderna, assumidas, inclusive, por um mesmo indivíduo.

f) Os miseráveis da época mencionada no texto não eram representantes da totalidade do povo, o qual, como categoria social, compreendia também indivíduos e grupos que estavam além da linha de miséria. Essa categoria teria, em seguida, seu significado ampliado ao nível político da nação.

16. (Uerj 2011)

O Jornal do Brasil aproveitou a corrida eleitoral pela presidência do Brasil em 1989 e consultou a opinião dos candidatos para a seguinte questão: “Se o senhor tivesse vivido a Revolução Francesa, que personagem da época gostaria de ter encarnado?” A maioria preferiria ter sido povo. Dois gostariam de ter sido filósofos. Ninguém quis ser político. Mas, curiosamente, aqueles que queriam ser povo ou filósofo em 1789, duzentos anos depois, almejavam a presidência.

Adaptado de www.jblog.com.br O dia 14 de julho de 1789, data da queda da Bastilha, é considerado pelos historiadores um marco da Revolução Francesa.

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Considerando o contexto político da França em 1789, explique a importância simbólica da queda da Bastilha para o movimento revolucionário francês. Apresente, também, duas propostas da Revolução Francesa que ainda façam parte da ordem política contemporânea.

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Gabarito: Resposta da questão 1:

a) A França na segunda metade do século XVIII estava em profunda crise social e econômica. O país vivia o Antigo Regime, Absolutismo e Mercantilismo. Havia o Primeiro Estado, o Clero, o Segundo Estado, Nobreza e o Terceiro Estado constituído pela burguesia, camponeses, homens pobres da cidade, que, juntos, representavam 95% da população francesa. Os dois primeiros Estados não pagavam impostos e a nobreza ainda recebia pensões do Estado. Assim, somente o Terceiro estado pagava impostos mantendo o Estado. O voto era por estamento e cada Estado tinha direito a um voto. A burguesia apoiada em ideias Iluministas defendia o voto por cabeça e, não por estamento, considerando que o Terceiro Estado possuía maioria. Na economia, a França estava mergulhada em uma grave crise econômica e financeira devido aos gastos excessivos da corte, o apoio no processo de independência dos EUA e o tratado comercial entre Inglaterra e França que tanto prejudicou a burguesia francesa.

b) A política mercantilista caracterizava-se, entre outros, pelo intervencionismo estatal na economia através do protecionismo e pelo metalismo enquanto os fisiocratas defendiam a liberdade econômica através do laissez faire laissez passer e que a riqueza vem da terra, da agricultura. Resposta da questão 2: A Revolução Francesa, 1789-1799, foi uma Revolução realizada pelo Terceiro Estado (burguesia, pobres urbanos, camponeses) sob a liderança da burguesia inspirada no ideário Iluminista que se pautava principalmente nas ideias de liberdade e igualdade. Os pensadores do Iluminismo criticavam o Antigo Regime que consistia no Absolutismo e Mercantilismo. A França estava em grave crise econômica e financeira devido ao luxo da corte dos Bourbons instalada no Palácio de Versalhes, a ajuda aos EUA na guerra de independência, ao tratado feito com a Inglaterra que tanto prejudicou a indústria francesa, a crise na agricultura que impossibilitava o povo de obter o alimento básico. Enquanto isso, o Primeiro Estado composto pelo Clero e o Segundo Estado constituído pela nobreza possuíam privilégios como isenção tributária, pensões, entre outros. Somente o Terceiro Estado pagava impostos e mantinha o Estado. O voto era por estamento o que favorecia a manutenção dos privilégios. Neste cenário em que as estruturas política e econômica estavam saturadas é que propiciou a tão relevante Revolução Francesa. Resposta da questão 3: A sociedade francesa do Antigo Regime era hierarquizada e estratificada, dividida em três estados: Primeiro Estado: Clero; Segundo Estado: Nobreza; Terceiro Estado: Trabalhadores e Burguesia. Na dinâmica social francesa, apenas o Terceiro Estado pagava impostos, sustentando, assim, toda a sociedade. Por isso, na charge, o nobre e o clérigo estão “nas costas” do trabalhador. Resposta da questão 4:

a) O estudante poderá ressaltar, no caso da República americana, a adoção da igualdade de condição entre todos os homens livres e pactuantes do novo contrato. Poderá também sublinhar o direito à liberdade, que a partir de então foi apresentada como universal, não mais restrita aos ingleses (a chamada liberdade dos ingleses), podendo por conseguinte ser reivindicada para todos os homens. Porém, a contribuição mais importante que o candidato poderá ressaltar diz respeito às primeiras experiências com o governo representativo, ensaiadas na jovem república. A ideia de que o povo deve governar por meio de representantes e de que esse corpo eleitoral deve ser o responsável pela seleção dos governantes viria complementar a união em curso entre os princípios republicanos e o liberalismo que marcaram o final do século XVIII.

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O estudante ainda poderá falar das diferenças entre as formas de governos, associando a experiência americana à adoção do presidencialismo, contrastando-o com o parlamentarismo ou mesmo com o regime de colegiado. E, por último, poderá explicar a particularidade da República americana diferenciando-a das repúblicas da antiguidade (associadas ou à democracia direta ateniense ou à república romana aristocrática, dirigida pelo Senado) e das repúblicas aristocráticas de Veneza, da Holanda e mesmo da Polônia até o final do século XVIII.

b) O estudante deverá recordar como, em meio aos intensos debates e ações radicais que marcaram a escalada revolucionária de 1789 aos anos do Terror, os franceses da metrópole guardaram as bandeiras da “liberdade, igualdade e fraternidade” para si apenas. Opuseram-se ferozmente não apenas à rebelião de escravos em Santo Domingo como à libertação de sua colônia (apelidada à época de a “joia francesa do Caribe”). Ironicamente, coube aos revolucionários haitianos, inspirados nessas mesmas ideias metropolitanas, combaterem os canhões e da marinha da França revolucionária que foram submetê-los e tentar mantê-los sob o jugo colonial. Resposta da questão 5: A solidez e a força da construção podem ser observadas em vários elementos da pintura, como as elevadas muralhas, a falta de entradas e saídas, o fosso que cerca, o destaque dado com a centralização da Bastilha, retratando-a com imponência. A “jornada de 14 de julho”, ou a queda da Bastilha, é considerada como marco inicial da Revolução Francesa, que significou a luta contra o absolutismo. Resposta da questão 6:

a) “A Marselhesa” foi composta no período de guerra entre a França e as outras monarquias europeias. Considerando-se suas distintas apropriações, muitas passagens da composição relacionam-se ao contexto revolucionário francês, por exemplo (o candidato deve relacionar apenas um trecho da composição ao contexto): - “Avante filhos da Pátria” ou ainda “Às armas, cidadãos”: nestas passagens, a conclamação

à guerra se sustenta no sentimento nacional (daí a referência a filhos da pátria e cidadãos), emergente durante a era revolucionária.

- “Que um sangue impuro/banhe o nosso solo”: nesta passagem, a alusão à sangue impuro (do invasor) é uma metáfora da ambiência da guerra. A composição explicita a presença dos inimigos (da revolução e/ou da mudança) e a ameaça à pátria.

- “Contra nós da tirania”: nesta passagem, encontra-se a exposição do princípio da Revolução: a luta contra a tirania, identificada no privilégio aristocrático e representada, sobretudo, pela figura do Rei.

b) No final do século XIX, há uma mudança importante em relação à ideia de nacionalismo, definida pelo contexto de competição entre os estados nacionais europeus. Para explicar a mudança, é importante salientar que, no período jacobino, o nacionalismo francês era uma expressão revolucionária e inclusiva, ou seja, ser cidadão francês significava, mais do que simplesmente nascer em território francês, defender os princípios da Revolução, alicerçados na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Entretanto, a partir da corrida imperialista, o sentimento nacional passou a estar associado a viver em um território definido (ter uma nação), a ter uma língua e uma cultura (francesa, alemã, italiana, assim por diante), a possuir colônias e a se sentir parte integrante do projeto civilizacional europeu. Em virtude disso, cada vez mais, o nacionalismo conclamaria à defesa da nação, à posse de territórios coloniais e à guerra. Assim, a apropriação de “A Marselhesa” é bem-vinda, na medida em que o hino, elaborado em um contexto de invasão (a França lutava contra os regimes monárquicos da Europa, em 1792), exortava o sentimento nacional e qualificava a guerra como heroica e gloriosa. Resposta da questão 7:

a) Cerca de 65% dos resultados da produção não eram apropriados pelo camponeses, gerando dificuldades e o risco da fome e miséria para os camponeses, gerando um alto grau de insatisfação por parte deles.

b) As dificuldades econômicas para as camadas populares, tanto para os camponeses como para os trabalhadores urbanos, foram utilizadas pela burguesia para destruir o Antigo Regime e efetivar uma nova ordem, baseada no liberalismo econômico, igualdade jurídica e liberalismo político.

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Resposta da questão 8:

a) No leste da Europa, as guerras napoleônicas levaram os ideais de liberalismo e nacionalismo que auxiliaram na transformação dos regimes monárquicos existentes nesta região.

b) No continente americano, as guerras napoleônicas influenciaram em especial a história do Brasil, que ao receber a corte portuguesa, fugindo das tropas napoleônicas, vai precipitar a transformação da vida na colônia, agora elevada à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves, o que lhe trouxe inúmeros privilégios que como colônia não conheceria. Resposta da questão 9:

a) Grupos indígenas, França, Espanha, México (destaque para a Guerra dos EUA contra o México), Rússia.

b) Os EUA ligavam a sua expansão territorial a uma missão divina de levar o progresso e a liberdade aos povos e territórios conquistados. Resposta da questão 10:

a) O sul dos EUA, na época colonial, era agrário e escravocrata. Depois da independência, a escravidão foi mantida nos estados do sul e, apesar de a constituição prever que “nenhum estado poderá privar qualquer pessoa da vida, liberdade e propriedade”, os negros eram excluídos e explorados pelos sulistas. É sobre isso que versa a canção. E uma das razões para a guerra civil norte-americana foi a insistência do norte em abolir a escravidão.

b) Apesar das leis preverem o respeito a qualquer cidadão norte-americano, afirmando que “nenhum estado poderá privar qualquer pessoa da vida, liberdade e propriedade”, os negros, no sul dos EUA, eram tratados como uma “fruta estranha”, alguém a quem a lei não se aplica e, por isso, existia uma grande contradição entre a lei e a ação dos brancos sobre os negros no sul norte-americano. Resposta da questão 11:

a) Qualquer ideia de unidade territorial e política-administrativa prévia entre as distintas províncias brasílicas, sem vínculos entre si, dependia necessariamente da submissão e obediência direta a Lisboa. Tal situação viu-se transformada quando, com a vinda da Corte para o Brasil, a unidade do ponto de vista político-administrativo foi transferida de Lisboa para a nova sede da colônia, no Rio de Janeiro. Assim, o estudante poderá citar quaisquer medidas que tenham contribuído, direta ou indiretamente, para fortalecer essa tentativa de manter as províncias e seus territórios unidos sob o domínio português no Brasil. Por exemplo: - a transferência para a nova capital das Secretarias de Estado (Conselho do Estado, Mesas do Desembargo do paço e da Consciência e Ordens, Conselho Supremo Militar e Conselho da Fazenda); - a abertura dos portos às nações amigas; - a revogação do Alvará de 1785 que proibia a instalação de manufaturas no Brasil; - a criação do banco do Brasil e a instalação da Junta de Comércio; - a elevação do Brasil em 1815 à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves; - a criação da imprensa régia; - a transformação da cidade do Rio de Janeiro em sede da Corte; e, - as práticas de concessão de terras e títulos de nobreza. Mais diretamente ligados à ideia da expansão territorial, o candidato poderá citar: - a invasão de Caiena (Guiana Francesa), em 1809, mantendo-a sob domínio português até 1815; - a invasão da região do Rio da Prata, em 1811 pela primeira vez e depois em 1816, quando foi anexada a Banda Oriental (atual Uruguai), com o nome de Província Cisplatina.

b) Quanto às características comuns entre as independências da América ibérica, pode-se mencionar: - o fato de tanto a América espanhola como a portuguesa partilharem da mesma conjuntura política europeia como ponto de partida – isto é, o Bloqueio napoleônico e a guerra e invasão das respectivas metrópoles;

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- a intensa luta pela autonomia das províncias, observadas nos dois casos: com esfacelamento dos vice-reinos hispânicos (iniciado grosso modo em 1810 e estendendo-se até 1825) e com o a independência proclamada por D. Pedro no Rio de Janeiro, em 1822; e,

- o importante papel exercido pelos britânicos no auxílio às guerras para a criação dos novos estados-nação independentes e, logo, na manutenção e expansão do comércio com as demais nações europeias. Resposta da questão 12:

a) O estudante deverá relacionar os processos revolucionários na América espanhola ao bloqueio continental determinado pela França sobre a Inglaterra e às invasões napoleônicas de 1808, que, na Espanha, levaram à renúncia forçada de Fernando VII, e a um vazio de poder posteriormente preenchido pelas juntas de Governo.

b) O estudante deverá avaliar a independência como um processo construído ao longo dos anos de 1810 a 1816, quando a independência política das Províncias Unidas do Rio da Prata foi formalmente declarada em 9 de julho de 1816. Assim, o estudante deverá identificar as diferenças entre dois textos citados: o primeiro, moderado, e, o segundo, radical. O primeiro aponta para a possibilidade da Província do Rio Prata permanecer como parte integrante do Império Espanhol. No segundo texto, o estudante deverá identificar um ataque ao absolutismo com a dissolução dos títulos de nobreza e o fato da Espanha ser considerada como inimiga. Resposta da questão 13:

a) A Comuna de Paris foi uma insurreição operária de março a maio de 1871, quando o novo governo francês, liderado por Adolphe Thiers, subordinou-se às exigências de Bismark, após a vitória prussiana sobre a França. Se, para os alemães o momento representa a conclusão da unificação, para os franceses representou o fim da ditadura de Napoleão III e a perda de territórios.

b) Influenciado por ideias socialistas, o governo da Comuna, instituído em março de 1871, adotou um conjunto de medidas que buscaram favorecer as massas trabalhadoras, destacando-se a abolição do trabalho noturno, a redução da jornada de trabalho, a concessão de pensão a viúvas e órfãos, a substituição dos antigos ministérios por comissões eletivas e a separação entre Igreja e Estado.

c) A figura da mulher popular resgata a imagem tradicional de “Marienne”, associada à liberdade. É verdade que Marienne e a Revolução Francesa são símbolos do liberalismo burguês, enquanto que, na gravura acima, a mulher representa a liberdade, sob ponto de vista popular. Do lado esquerdo há a imagem de um trabalhador urbano e, do direito, de um trabalhador rural, reforçando o caráter popular e socialista do movimento. Resposta da questão 14:

a) Os candidatos devem responder Iluminismo ou Luzes ou Ilustração e a seguir explicar as diferenças entre os dois processos de colonização, podendo referir-se às metrópoles às quais os espaços colônias se referem, mostrando as diferenças entre elas e ou as diferenças no processo de ocupação, podendo levar em conta as relações sociais de produção, as formas de organização da propriedade, as regiões onde esses processos se verificaram, a expansão nos territórios coloniais ou, ainda, o desenvolvimento das ideias que levaram aos processos de independência. Normalmente, consideramos que, no Hemisfério Norte, se desenvolveram colônias de povoamento, com refugiados religiosos, que organizaram a pequena propriedade de produção diversificada e desenvolveram um comércio local, apoiados no trabalho livre. Ao mesmo tempo, no Hemisfério Sul, se desenvolveram colônias de exploração, baseadas no latifúndio monocultor, voltado para a exportação, com trabalho escravo.

b) Os candidatos devem explicar que o destino manifesto foi a doutrina que inspirou o processo expansionista norte-americano realizado através de guerras e de compras de território. O destino manifesto significava que o povo americano era inspirado por Deus para realizar a obra civilizatória na América, ideia esta, de base calvinista que, ao longo do tempo deixou de ser vista do ponto de vista pessoal e passou a ser encarada do ponto de vista coletivo – “o povo americano tem seu destino traçado por Deus” -. Isso justificava a expansão.

Após a independência houve um crescente desenvolvimento econômico do qual resultou um intenso crescimento populacional. A combinação desses dois elementos propiciou o alargamento do território originalmente ocupado, levando a “marcha” que ampliou as fronteiras em várias direções. Os candidatos podem mencionar o exemplo da política de compras aos

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franceses, a partir do início do século XIX, e aos espanhóis, gerando a incorporação dos territórios da Louisiana e da Flórida. Ou, após a primeira metade do século XIX, o exemplo da anexação do Alasca dominado pelos russos ou, ainda, dar o exemplo da conquista do Oregon aos ingleses, ou do Texas conquistado aos mexicanos. Resposta da questão 15:

a) Correto. A expansão francesa impôs grave crise às Monarquias Ibéricas, agravando as relações com as colônias, particularmente no caso espanhol.

b) Incorreto. Apesar de preservadas, as características feudais tinham cada vez menor expressão, e, desde o final da Idade Média, as práticas mercantis estavam em expansão.

c) Incorreto. Apesar de receberem o dízimo – 10% – dos fiéis, apenas parte desse valor destinava-se à Roma.

d) Correto. A reforma religiosa, denominada de “protestante”, teve como um de seus estopins a crítica ao comportamento mundano de parte do clero.

e) Correto. Apesar de considerado tradicionalmente como um radical, o texto deixa transparecer que Robespierre não era ferrenho anticlerical.

f) Correto. De uma forma geral, o “povo” designava todos aqueles que não possuíam direitos e privilégios, envolvendo setores com poder econômico, como a burguesia. Resposta da questão 16: A queda da Bastilha simbolizou a vitória dos ideais revolucionários sobre o regime absolutista e aristocrático. Duas das propostas: • direito ao voto. • soberania popular. • cidadania política. • liberdade de religião. • liberdade de expressão. • igualdade perante a lei. • sistema político representativo. • estabelecimento do sistema republicano. • estabelecimento de regimes parlamentares. • divisão do poder político em três instâncias: Executivo, Legislativo e Judiciário. A bastilha era uma fortaleza de origem medieval, mas utilizada pelo governo absolutista como prisão, onde eram encarcerados os inimigos políticos. Vale destacar que o direito ao voto e a ideia de “soberania popular” foram defendidos de forma diferente durante a Revolução, pois os girondinos propunham o “voto censitário”, enquanto os jacobinos defendiam o “voto universal masculino”.