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Lista de Exercícios 3 - Política: Aristóteles, Maquiavel, Hobbes, Locke, Rousseau e Montesquieu 01. (UNESP/inverno-2013) Texto 1 O ser humano é a flor do céu que desabrochou na Terra. Sua semente foi plantada por Deus, sua bela imagem foi projetada por Deus e seu perfume agradável foi também presenteado por Deus. Não devemos perder essa bela imagem nem o agradável perfume. Nosso belo desabrochar é a manifestação da glória de Deus. (Seicho-no-ie do Brasil. Palavras de luz, 2013.) Texto 2 Em algum remoto rincão do universo cintilante que se derrama em um sem-número de sistemas solares, havia uma vez um astro em que animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o minuto mais soberbo e mais mentiroso da “história universal”: mas também foi somente um minuto. Passados poucos fôlegos da natureza, congelou-se o astro e os animais inteligentes tiveram de morrer. Assim poderia alguém inventar uma fábula e nem por isso teria ilustrado suficientemente quão lamentável, quão fantasmagórico e fugaz, quão sem finalidade e gratuito fica o intelecto humano dentro da natureza. Houve eternidades em que ele não estava; quando de novo ele tiver passado, nada terá acontecido. (Friedrich Nietzsche. Sobre verdade e mentira no sentido extramoral. Adaptado.) Os textos citados apresentam concepções filosóficas distintas sobre o lugar do ser humano no universo. Discorra brevemente sobre essas diferenças, considerando o teor antropocêntrico dos textos. 02. (UNESP-2014) Governos que se metem na vida dos outros são governos autoritários. Na história temos dois grandes exemplos: o fascismo e o comunismo. Em nossa época existe uma outra tentação totalitária, aparentemente mais invisível e, por isso mesmo, talvez, mais perigosa: o "totalitarismo do bem". A saúde sempre foi um dos substantivos preferidos das almas e dos governos autoritários. Quem estudar os governos autoritários verá que a "vida cientificamente saudável" sempre foi uma das suas maiores paixões. E, aqui, o advérbio "cientificamente" é quase vago porque o que vem primeiro é mesmo o desejo de higienização de toda forma de vício, sujeira, enfim, de humanidade não correta. Nosso maior pecado contempo râneo é não reconhecer que a humanidade do humano está além do modo "correto" de viver. E vamos pagar caro por isso porque um mundo só de gente "saudável" é um mundo sem Eros. (Luiz Felipe Pondé. Gosto que cada um sente na boca não é da conta do governo. Folha de S.Paulo, 14.03.2012. Adaptado.) Na concepção do autor, o totalitarismo a) é um sistema político exclusivamente relacionado com o fascismo e o comunismo. b) inexiste sob a égide de regimes políticos institucional mente democráticos e liberais. c) depende necessariamente de controles de natureza policial e repressiva dos comportamentos. d) mobiliza a ciência para estabelecer critérios de natureza biopolítica sobre a vida. e) estabelece regras de comportamento subordinadas à autonomia dos indivíduos. 03. (UFF-2009) Nos séculos XVI e XVII os conflitos religiosos se disseminaram por toda a Europa provocando guerras e impondo um ambiente de perseguição e fanatismo. Diante desse contexto, o aparecimento de alternativas de paz envolveu o “princípio de tolerância” que pode ser associado à seguinte opção:

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Lista de Exercícios 3 - Política: Aristóteles, Maquiavel, Hobbes, Locke, Rousseau e

Montesquieu

01. (UNESP/inverno-2013)

Texto 1

O ser humano é a flor do céu que desabrochou na Terra. Sua semente foi plantada por Deus, sua

bela imagem foi projetada por Deus e seu perfume agradável foi também presenteado por Deus.

Não devemos perder essa bela imagem nem o agradável perfume. Nosso belo desabrochar é a

manifestação da glória de Deus. (Seicho-no-ie do Brasil. Palavras de luz, 2013.)

Texto 2

Em algum remoto rincão do universo cintilante que se derrama em um sem-número de sistemas

solares, havia uma vez um astro em que animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o

minuto mais soberbo e mais mentiroso da “história universal”: mas também foi somente um

minuto. Passados poucos fôlegos da natureza, congelou-se o astro e os animais inteligentes

tiveram de morrer. – Assim poderia alguém inventar uma fábula e nem por isso teria ilustrado

suficientemente quão lamentável, quão fantasmagórico e fugaz, quão sem finalidade e gratuito

fica o intelecto humano dentro da natureza. Houve eternidades em que ele não estava; quando

de novo ele tiver passado, nada terá acontecido. (Friedrich Nietzsche. Sobre verdade e mentira

no sentido extramoral. Adaptado.)

Os textos citados apresentam concepções filosóficas distintas sobre o lugar do ser humano

no universo. Discorra brevemente sobre essas diferenças, considerando o teor

antropocêntrico dos textos.

02. (UNESP-2014)

Governos que se metem na vida dos outros são governos autoritários. Na história temos dois

grandes exemplos: o fascismo e o comunismo. Em nossa época existe uma outra tentação

totalitária, aparentemente mais invisível e, por isso mesmo, talvez, mais perigosa: o

"totalitarismo do bem". A saúde sempre foi um dos substantivos preferidos das almas e dos

governos autoritários. Quem estudar os governos autoritários verá que a "vida cientificamente

saudável" sempre foi uma das suas maiores paixões. E, aqui, o advérbio "cientificamente" é

quase vago porque o que vem primeiro é mesmo o desejo de higienização de toda forma de

vício, sujeira, enfim, de humanidade não correta. Nosso maior pecado contempo râneo é não

reconhecer que a humanidade do humano está além do modo "correto" de viver. E vamos pagar

caro por isso porque um mundo só de gente "saudável" é um mundo sem Eros. (Luiz Felipe

Pondé. Gosto que cada um sente na boca não é da conta do governo. Folha de S.Paulo,

14.03.2012. Adaptado.)

Na concepção do autor, o totalitarismo

a) é um sistema político exclusivamente relacionado com o fascismo e o comunismo.

b) inexiste sob a égide de regimes políticos institucional mente democráticos e liberais.

c) depende necessariamente de controles de natureza policial e repressiva dos comportamentos.

d) mobiliza a ciência para estabelecer critérios de natureza biopolítica sobre a vida.

e) estabelece regras de comportamento subordinadas à autonomia dos indivíduos.

03. (UFF-2009)

Nos séculos XVI e XVII os conflitos religiosos se disseminaram por toda a Europa provocando

guerras e impondo um ambiente de perseguição e fanatismo. Diante desse contexto, o

aparecimento de alternativas de paz envolveu o “princípio de tolerância” que pode ser associado

à seguinte opção:

a) as crenças e opiniões devem ser expressas somente na intimidade;

b) os seres humanos devem respeitar as crenças e opiniões uns dos outros;

c) o Estado tem o dever de impedir que os seres humanos adotem crenças e opiniões falsas;

d) a opinião verdadeira tem o direito de se impor a todos os seres humanos;

e) a minoria deve adotar as opiniões e crenças da maioria.

04. (UNESP-2014)

Entre a população brasileira, 39% acham que a desigualdade social alimenta a criminalidade,

mas 58% acreditam que a maldade das pessoas é a sua principal causa. Esse contraste entre

posições liberais e conservadoras é uma marca da sociedade brasileira, de acordo com pesquisa

nacional feita pelo Datafolha. Foram realizadas 2 588 entrevistas em 160 municípios. Inspirado

por uma metodologia adotada por institutos de pesquisa estrangeiros, o Datafolha submeteu os

entrevistados a uma bateria de perguntas sobre assuntos polêmicos para verificar a inclinação

das pessoas por valores liberais e conservadores. (Tendência conservadora é forte no país. Folha

de S.Paulo, 25.12.2012. Adaptado.)

Relacione a diferença entre as opiniões de liberais e conservadores sobre as causas da

violência às concepções de natureza humana no pensamento de Jean-Jacques Rousseau

[1712-1778] e Thomas Hobbes [1588-1679].

05. (UNESP-2014)

Texto 1

O problema do pensamento politicamente correto é que ele nada tem de correto. Pior: na ânsia

de impedir qualquer ofensa a grupos ou minorias, ele converte-se na mais grotesca ofensa que

existe para esses grupos ou minorias. A revista alemã “Der Spiegel” relata um caso que merece

partilha: a Universidade Livre de Berlim decidiu publicar um guia interno para que os alunos de

famílias proletárias possam ser mais facilmente integrados na vida acadêmica. Para os autores

do guia, os alunos proletários são como certas espécies zoológicas que é necessário proteger em

“hábitat” adequado. E isso implica não os assustar e, logicamente, não os alimentar com doses

arcaicas de conhecimento “burguês” e “reacionário”. A universidade não é uma universidade,

com a missão de corrigir erros e procurar algum conhecimento válido para todos. A

universidade é uma grande encenação – ou, melhor ainda, uma sessão coletiva de terapia onde

ninguém está certo (ou errado) porque todos estão certos (ou errados). O que o pensamento

politicamente correto produz não é difícil de imaginar: a perpetuação do estigma de alunos

proletários e a impossibilidade de eles aprenderem alguma coisa (na universidade) para

ascenderem social e economicamente (na vida profissional). (João Pereira Coutinho.

Amestrando proletários. Folha de S.Paulo, 02.07.2013. Adaptado.)

Texto 2

Não existe razão para que tenhamos preconceito com relação a qualquer variedade linguística

diferente da nossa. Preconceito linguístico é o julgamento depreciativo, desrespeitoso, jocoso e,

consequentemente, humilhante da fala do outro ou da própria fala. O problema maior é que as

variedades mais sujeitas a esse tipo de preconceito são, normalmente, as com características

associadas a grupos de menos prestígio na escala social ou a comunidades da área rural ou do

interior. Historicamente, isso ocorre pelo sentimento e pelo comportamento de superioridade

dos grupos vistos como mais privilegiados, econômica e socialmente. (Marta Scherre. O

preconceito linguístico deveria ser crime. http://revistagalileu.globo.com)

Comente as diferenças entre os dois textos no que se refere ao pensamento politicamente

correto.

06. (UNESP-2012) O clima do “politicamente correto” em que nos mergulharam impede o

raciocínio. Este novo senso comum diz que todos os preconceitos são errados. Ao que um

amigo observou: “Então vocês têm preconceito contra os preconceitos”. Ele demonstrava que é

impossível não ter preconceitos, que vivemos com eles, e que grande quantidade deles nos é

útil. Mas, afinal, quais preconceitos são pré-julgamentos danosos? São aqueles que carregam

um juízo de valor depreciativo e hostil. Lembre-se do seu tempo de colégio. Quem era alvo dos

bullies? Os diferentes. As crianças parecem repetir a história da humanidade: nascem

trogloditas, violentas, cruéis com quem não é da tribo, e vão se civilizando aos poucos. Alguns,

nem tanto. Serão os que vão conservar esses rótulos pétreos, imutáveis, muitas vezes

carregados de ódio contra os “diferentes”, e difíceis (se não impossíveis) de mudar.

(Francisco Daudt. Folha de S.Paulo, 07.02.2012. Adaptado.)

O artigo citado aborda a relação entre as tendências culturais politicamente corretas e os

preconceitos. Com base no texto, pode-se afirmar que a superação dos preconceitos que

induzem comportamentos agressivos depende

a) da capacidade racional de discriminar entre pré-julgamentos socialmente úteis e preconceitos

disseminadores de hostilidade.

b) de uma assimilação integral dos critérios “politicamente corretos” para representar e julgar

objetivamente a realidade.

c) da construção de valores coletivos que permitam que cada pessoa diferencie os amigos e os

inimigos de sua comunidade.

d) de medidas de natureza jurídica que criminalizem a expressão oral de juízos preconceituosos

contra integrantes de minorias.

e) do fortalecimento de valores de natureza religiosa e espiritual, garantidores do amor ao

próximo e da convivência pacífica.

07. (UNESP-2012) Cada cultura tem suas virtudes, seus vícios, seus conhecimentos, seus

modos de vida, seus erros, suas ilusões. Na nossa atual era planetária, o mais importante é

cada nação aspirar a integrar aquilo que as outras têm de melhor, e a buscar a simbiose do

melhor de todas as culturas. A França deve ser considerada em sua história não somente

segundo os ideais de Liberdade-Igualdade-Fraternidade promulgados por sua Revolução, mas

também segundo o comportamento de uma potência que, como seus vizinhos europeus, praticou

durante séculos a escravidão em massa, e em sua colonização oprimiu povos e negou suas

aspirações à emancipação. Há uma barbárie europeia cuja cultura produziu o colonialismo e

os totalitarismos fascistas, nazistas, comunistas. Devemos considerar uma cultura não somente

segundo seus nobres ideais, mas também segundo sua maneira de camuflar sua barbárie sob

esses ideais.

(Edgard Morin. Le Monde, 08.02.2012. Adaptado.)

No texto citado, o pensador contemporâneo Edgard Morin desenvolve

a) reflexões elogiosas acerca das consequências do etnocentrismo ocidental sobre outras

culturas.

b) um ponto de vista idealista sobre a expansão dos ideais da Revolução Francesa na história.

c) argumentos que defendem o isolamento como forma de proteção dos valores culturais.

d) uma reflexão crítica acerca do contato entre a cultura ocidental e outras culturas na história.

e) uma defesa do caráter absoluto dos valores culturais da Revolução Francesa.

08. (UFF-2009)

“Todos os homens foram criados iguais e são dotados de certos direitos inalienáveis, dentre os

quais estão a Vida, a Liberdade e a Busca da Felicidade”.

A Declaração de Independência dos Estados Unidos foi marco de um processo que apontou

para grandes transformações; com ela rompia-se o domínio colonial europeu sobre o continente

americano. Entretanto, não assistimos só a rupturas, mas também a continuidades na separação

das colônias inglesas e na formação estadunidense. Sobre tal processo, pode-se afirmar que:

I embora baseada nos ideais liberais de igualdade e liberdade, a legislação americana, à época

da independência, por mais que garantisse a liberdade de religião, de expressão e de reunião,

construiu uma soberania popular restrita, a partir de um sistema eleitoral censitário, que

beneficiava os proprietários;

II a Constituição de 1787 reforçava o poder central e equilibrava as disparidades entre os

estados, através do Congresso bicameral – o Senado e a Câmara de Representantes – e do papel

atribuído à Suprema Corte, construindo um sistema inteiramente novo;

III os ideais liberais da Revolução Americana definem-se pela defesa intransigente da liberdade

econômica e pela renúncia a qualquer tipo de protecionismo, resultando na dominação dos

setores do Norte, de forte tradição comercial e pela necessidade de importação dos bens

produzidos pela indústria inglesa, contrariando os interesses dos proprietários sulistas, que

buscavam fortalecer a sua economia, para abastecer o mercado interno;

IV a manutenção da escravidão, uma das grandes heranças do período colonial, visava a atender

os interesses dos proprietários rurais da região sul, bem como dos comerciantes de almas,

inclusive retirando-se da redação final da Declaração de Independência o trecho que criticava a

propriedade escrava.

Assinale a opção correta.

a) A afirmativa I está correta.

b) As afirmativas I, II e III estão corretas.

c) As afirmativas I , II e IV estão corretas.

d) As afirmativas I, III e IV estão corretas.

e) As afirmativas II, III e IV estão corretas.

09. (UEL-2008) Para Kant, a moral não é a doutrina que nos ensina como nos tornamos felizes,

mas sim a doutrina que

ensina como devemos agir para nos tornarmos dignos da felicidade. (KANT, I. Crítica da razão

prática. Tradução de Artur Morão. Lisboa: Ed. 70, 1986. p. 149.)

Com base nos conhecimentos sobre a moral em Kant, é correto afirmar:

a) O indivíduo que segue os mandamentos divinos por sincero amor a Deus é digno da

felicidade.

b) É digno da felicidade aquele que luta pela justiça social.

c) Kant considera ser papel da sociedade decidir quem é digno da felicidade.

d) É digno da felicidade o indivíduo que age segundo a autonomia da vontade.

e) São dignos da felicidade os indivíduos que agem por compaixão.

10. (UEL-2012) Elaborada nos anos de 1980, em um contexto de preocupações com o meio

ambiente e o risco nuclear, a Ética do Discurso buscou reorientar as teorias deontológicas que a

antecederam. Um exemplo está contido no texto a seguir.

De maior gravidade são as consequências que um conceito restrito de moral comporta para as

questões da ética do meio ambiente. O modelo antropocêntrico parece trazer uma espécie de

cegueira às teorias do tipo kantiano, no que diz respeito às questões da responsabilidade moral

do homem pelo seu meio ambiente.

(HABERMAS, Jürgen. Comentários à Ética do Discurso. Trad. de Gilda Lopes Encarnação.

Lisboa: Instituto Piaget, 1999, p.212.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a Ética do Discurso, é correto afirmar que a ética

a) abrange as ações isoladas das pessoas visando adequar-se às mudanças climáticas e às

catástrofes naturais.

b) corresponde à maneira como o homem deseja construir e realizar plenamente a sua existência

no planeta.

c) compreende a atitude conservacionista que o sistema econômico adota em relação ao

ambiente.

d) implica a instrumentalização dos recursos tecnológicos em benefício da redução da poluição.

e) refere-se à atitude de retorno do homem à vida natural, observando as leis da natureza e sua

regularidade.

11. (UEL-2003)

“A virtude é pois uma disposição de caráter relacionada com a escolha e consiste numa

mediania...” (ARISTÓTELES. Ética à Nicômaco. Trad. de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim.

4 ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991. p. 33.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a virtude em Aristóteles, assinale a alternativa

correta.

a) A virtude é o governo das paixões para cumprir uma tarefa ou uma função.

b) A virtude realiza-se no mundo das ideias.

c) A virtude é a obediência aos preceitos divinos.

d) A virtude é a justa medida de equilíbrio entre o excesso e a falta.

e) A virtude tem como fundamento a utilidade da ação.

12. (UEL-2004)

“Uma vez que constituição significa o mesmo que governo, e o governo é o poder supremo em

uma cidade, e o mando pode estar nas mãos de uma única pessoa, ou de poucas pessoas, ou da

maioria, nos casos em que esta única pessoa, ou as poucas pessoas, ou a maioria, governam

tendo em vista o bem comum, estas constituições devem ser forçosamente as corretas; ao

contrário, constituem desvios os casos em que o governo é exercido com vistas ao próprio

interesse da única pessoa, ou das poucas pessoas, ou da maioria, pois ou se deve dizer que os

cidadãos não participam do governo da cidade, ou é necessário que eles realmente participem.”

(ARISTÓTELES. Política. Trad. de Mário da Gama Kury. 3.ed. Brasília: Editora UNB, 1997.

p. 91.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre as formas de governo em Aristóteles, analise as

afirmativas a seguir.

I. A democracia é uma forma de governo reta, ou seja, um governo que prioriza o exercício do

poder em benefício do interesse comum.

II. A democracia faz parte das formas degeneradas de governo, entre as quais destacam-se a

tirania e a oligarquia.

III. A democracia é uma forma de governo que desconsidera o bem de todos; antes, porém, visa

a

favorecer indevidamente os interesses dos mais pobres, reduzindo-se, desse modo, a uma

acepção demagógica.

IV. A democracia é a forma de governo mais conveniente para as cidades gregas, justamente

porque realiza o bem do Estado, que é o bem comum.

Estão corretas apenas as afirmativas:

a) I e III.

b) I e IV.

c) II e III.

d) I, II e III.

e) II, III e IV.

13. (UEL 2007) “Deveis saber, portanto, que existem duas formas de se combater: uma, pelas

leis, outra, pela força. A primeira é própria do homem; a segunda, dos animais. [...] Ao príncipe

torna-se necessário, porém, saber empregar convenientemente o animal e o homem. [...] Sendo,

portanto, um príncipe obrigado a bem servir-se da natureza da besta, deve dela tirar as

qualidades da raposa e do leão, pois este não tem defesa alguma contra os laços, e a raposa,

contra os lobos. Precisa, pois, ser raposa para conhecer os laços e leão para aterrorizar os lobos.

Os que se fizerem unicamente de leões não serão bem-sucedidos. Por isso, um príncipe prudente

não pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as

causas que o determinaram cessem de existir”. Fonte: MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Tradução

de Lívio Xavier. São Paulo: Nova Cultural, 1993, cap, XVIII, p.101-102.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre O Príncipe de Maquiavel, assinale a alternativa

correta:

a) Os homens não devem recorrer ao combate pela força porque é suficiente combater

recorrendo-se à lei.

b) Um príncipe que interage com os homens, servindo-se exclusivamente de qualidades morais,

certamente terá êxito em manter-se no poder.

c) O príncipe prudente deve procurar vencer e conservar o Estado, o que implica o desprezo aos

valores morais.

d) Para conservar o Estado, o príncipe deve sempre partir e se servir do bem.

e) Para a conservação do poder, é necessário admitir a insuficiência da força representada pelo

leão e a importância da habilidade da raposa

14. (UEL 2009) Leia o seguinte texto de Maquiavel e responda à questão.

“[...] como é meu intento escrever coisa útil para os que se interessarem, pareceu-me mais

conveniente procurar a verdade pelo efeito das coisas, do que pelo que delas se possa imaginar.

E muita gente maginou repúblicas e principados que nunca se viram nem jamais foram

reconhecidos como verdadeiros. Vai tanta diferença entre o como se vive e o modo por que se

deveria viver, que quem se preocupar com o que se deveria fazer em vez do que se faz aprende

antes a ruína própria, do que o modo de se preservar; e um homem que quiser fazer profissão de

bondade é natural que se arruíne entre tantos que são maus. Assim, é necessário a um príncipe,

para se manter, que aprenda a poder ser mau e que se valha ou deixe de valer-se disso segundo a

necessidade.” (MAQUIAVEL, N. O Príncipe. cap. XV. Coleção “Os pensadores”. São Paulo:

Abril Cultural, 1973. p. 69.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Maquiavel acerca da relação

entre poder e moral, é correto afirmar:

a) Maquiavel se preocupa em analisar a ação política considerando tão-somente as qualidades

morais do Príncipe que determinam a ordem objetiva do Estado.

b) O sentido da ação política, segundo Maquiavel, tem por fundamento originário e, portanto,

anterior, a ordem divina, refletida na harmonia da Cidade.

c) Para Maquiavel, a busca da ordem e da harmonia, em face do desequilíbrio e do caos, só se

realiza com a conquista da justiça e do bem comum.

d) Na reflexão política de Maquiavel, o fim que deve orientar as ações de um Príncipe é a ordem

e a manutenção do poder.

e) A análise de Maquiavel, com base nos valores espirituais superiores aos políticos, repudia

como ilegítimo o emprego da força coercitiva do Estado.

15. (UEL 2010) Leia o texto de Maquiavel a seguir:

“[Todo príncipe prudente deve] não só remediar o presente, mas prever os casos futuros e

preveni-los com toda a perícia, de forma que se lhes possa facilmente levar corretivo, e não

deixar que se aproximem os acontecimentos, pois deste modo o remédio não chega a tempo,

tendo-se tornado incurável a moléstia. [...] Assim se dá com o Estado: conhecendo-se os males

com antecedência o que não é dado senão aos homens prudentes, rapidamente são curados [...]”

(MAQUIAVEL, N. O Príncipe: Escritos políticos. São Paulo: Nova cultural, 1991, p.12.)

“Nas ações de todos os homens, máxime dos príncipes, onde não há tribunal para recorrer, o que

importa é o êxito bom ou mau. Procure, pois, um príncipe, vencer e conservar o Estado. Os

meios que empregar serão sempre julgados honrosos e louvados por todos, porque o vulgo é

levado pelas aparências e pelos resultados dos fatos consumados.” (MAQUIAVEL, N. O

Príncipe: Escritos políticos. São Paulo: Nova cultural, 1991, p.75.)

Com base nos textos e nos conhecimentos sobre o pensamento de Maquiavel acerca da

polaridade entre virtú e fortuna na ação política e suas implicações na moralidade pública,

considere as afirmativas a seguir:

I. A virtú refere-se à capacidade do príncipe de agir com astúcia e força em meio à fortuna, isto

é, à contingência e ao acaso nas quais a política está imersa, com a finalidade de alcançar êxito

em seus objetivos.

II. A fortuna manifesta o destino inexorável dos homens e o caráter imutável de todas as coisas,

de modo que a virtú do príncipe consiste em agir consoante a finalidade do Estado ideal: a

felicidade dos súditos.

III. A virtú implica a adesão sincera do governante a um conjunto de valores morais elevados,

como a piedade cristã e a humildade, para que tenha êxito na sua ação política diante da fortuna.

IV. O exercício da virtú diante da fortuna constitui a lógica da ação política orientada para a

conquista e a manutenção do poder e manifesta a autonomia dos fins políticos em relação à

moral preestabelecida.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e IV são corretas.

b) Somente as afirmativas II e III são corretas.

c) Somente as afirmativas II e IV são corretas.

d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.

e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.

16. (UEL-2011) Leia o texto a seguir.

"Certamente, a brusca mudança de direção que encontramos nas reflexões de Maquiavel, em

comparação com os humanistas anteriores, explica-se em larga medida pela nova realidade

política que se criara em Florença e na Itália, mas também pressupõe uma grande crise de

valores morais que começava a grassar. Ela não apenas constatava a divisão entre “ser” e “dever

ser”, mas também elevava essa divisão a princípio e a colocava como base da nova visão dos

fatos políticos."

(REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia. São Paulo: Paulinas, 1990. V. II, p. 127.)

Dentre as contribuições de Maquiavel à Filosofia Política, é correto afirmar:

a) Inaugurou a reflexão sobre a constituição do Estado ideal.

b) Estabeleceu critérios para a consolidação de um governo tirânico e despótico.

c) Consolidou a tábua de virtudes necessárias a um bom homem.

d) Fundou os procedimentos de verificação da correção das normas.

e) Rompeu o vínculo de dependência entre o poder civil e a autoridade religiosa.

17. (UEL-2011) Leia o texto a seguir:

"Justiça e Estado apresentam-se como elementos indissociáveis na filosofia política hobbesiana.

Ao romper com a concepção de justiça defendida pela tradição aristotélico-escolástica. Hobbes

propõe uma nova moralidade relacionada ao poder político e sua constituição jurídica. O Estado

surge pelo pacto para possibilitar a justiça e, na conformidade com a lei, se sustenta por meio

dela. No Leviatã (caps. XIV-XV), a justiça hobbesiana fundamenta-se, em última instância, na

lei natural concernente à autoconservação, da qual deriva a segunda lei que impõe a cada um a

renúncia de seu direito a todas as coisas, para garantir a paz e a defesa de si mesmo. Desta, por

sua vez, implica a terceira lei natural: que os homens cumpram os pactos que celebrarem.

Segundo Hobbes, “onde não há poder comum não há lei, e onde não há lei não há injustiça. Na

guerra, a força e a fraude são as duas virtudes cardeais”.

(HOBBES, T. Leviatã. Trad. J. Monteiro e M. B. N. da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1997.

Coleção Os Pensadores, cap. XIII.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Hobbes, é correto afirmar:

a) A humanidade é capaz, sem que haja um poder coercitivo que a mantenha submissa, de

consentir na observância da justiça e das outras leis de natureza a partir do pacto constitutivo do

Estado.

b) A justiça tem sua origem na celebração de pactos de confiança mútua, pelos quais os

cidadãos, ao renunciarem sua liberdade em prol de todos, removem o medo de quando se

encontravam na condição natural de guerra.

c) A justiça é definida como observância das leis naturais e, portanto, a injustiça consiste na

submissão ao poder coercitivo que obriga igualmente os homens ao cumprimento dos seus

pactos.

d) As noções de justiça e de injustiça, como as de bem e de mal, têm lugar a partir do momento

em que os homens vivem sob um poder soberano capaz de evitar uma condição de guerra

generalizada de todos.

e) A justiça torna-se vital para a manutenção do Estado na medida em que as leis que a efetivam

sejam criadas, por direito natural, pelos súditos com o objetivo de assegurar solidariamente a

paz e a segurança de todos.

18. (UEL-2003)

“Sabemos que Hobbes é um contratualista, quer dizer, um daqueles filósofos que, entre o século

XVI e o XVIII (basicamente), afirmaram que a origem do Estado e/ou da sociedade está num

contrato: os homens viveriam, naturalmente, sem poder e sem organização – que somente

surgiriam depois de um pacto firmado por eles, estabelecendo as regras de comércio social e de

subordinação política.” (RIBEIRO, Renato Janine. Hobbes: o medo e a esperança. In:

WEFFORT, Francisco. Os clássicos da política. São Paulo: Ática, 2000. p. 53.)

Com base no texto, que se refere ao contratualismo de Hobbes, considere as seguintes

afirmativas:

I. A soberania decorrente do contrato é absoluta.

II. A noção de estado de natureza é imprescindível para essa teoria.

III. O contrato ocorre por meio da passagem do estado social para o estado político.

IV. O cumprimento do contrato independe da subordinação política dos indivíduos.

Quais das afirmativas representam o pensamento de Hobbes?

a) Apenas as afirmativas I e II.

b) Apenas as afirmativas I e III.

c) Apenas as afirmativas II e III.

d) Apenas as afirmativas II e IV.

e) Apenas as afirmativas III e IV

19. (UEL-2005)

“Hobbes realiza o esforço supremo de atribuir ao contrato uma soberania absoluta e indivisível

[...]. Ensina que, por um único e mesmo ato, os homens naturais constituem-se em sociedade

política e submetem-se a um senhor, a um soberano. Não firmam contrato com esse senhor, mas

entre si. É entre si que renunciam, em proveito desse senhor, a todo o direito e toda liberdade

nocivos à paz”. (CHEVALLIER, Jean-Jacques. As grandes obras políticas de Maquiavel a

nossos dias. Trad. de Lydia Cristina. 7. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1995. p. 73.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o contrato político em Hobbes, considere as

afirmativas a seguir.

I. A renúncia ao direito sobre todas as coisas deve ser recíproca entre os indivíduos.

II. A renúncia aos direitos, que caracteriza o contrato político, significa a renúncia de todos os

direitos em favor do soberano.

III. Os procedimentos necessários à preservação da paz e da segurança competem aos súditos

cidadãos.

IV. O contrato que funda o poder político visa pôr fim ao estado de guerra que caracteriza o

estado de natureza.

Estão corretas apenas as afirmativas:

a) I e II.

b) I e IV.

c) II e III.

d) I, III e IV.

e) II, III e IV.

20. (UEL-2006)

“O direito de natureza, a que os autores geralmente chamam de jus naturale, é a liberdade que

cada homem possui de usar seu próprio poder, da maneira que quiser, para a preservação de sua

própria natureza, ou seja, de sua vida; e conseqüentemente de fazer tudo aquilo que seu próprio

julgamento e razão lhe indiquem como meios adequados a esse fim.” (HOBBES, Thomas.

Leviatã. Trad. João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Abril Cultural,

1974. p. 82.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o Estado de natureza em Hobbes, considere as

afirmativas a seguir.

I. Todos os homens são igualmente vulneráveis à violência diante da ausência de uma

autoridade soberana que detenha o uso da força.

II. Em cada ser humano há um egoísmo na busca de seus interesses pessoais a fim de manter a

própria sobrevivência.

III. A competição e o desejo de fama passam a existir nos homens quando abandonam o Estado

de natureza e ingressam no Estado social.

IV. O homem é naturalmente um ser social, o que lhe garante uma vida harmônica entre seus

pares.

Estão corretas apenas as afirmativas:

a) I e II.

b) I e IV.

c) III e IV.

d) I, II e III.

e) II, III e IV.

21. (UEL-2007)

Leia o texto a seguir.

“Dado que todo súdito é por instituição autor de todos os atos e decisões do soberano instituído,

segue-se que nada do que este faça pode ser considerado injúria para com qualquer de seus

súditos, e que nenhum deles pode acusá-lo de injustiça”. Fonte: HOBBES, T. Leviatã, ou,

Matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. Tradução de João Paulo Monteiro e

Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 109.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o contratualismo de Hobbes, é correto afirmar:

a) O soberano tem deveres contratuais com os seus súditos.

b) O poder político tem como objetivo principal garantir a liberdade dos indivíduos.

c) Antes da instituição do poder soberano, os homens viviam em paz.

d) O poder soberano não deve obediência às leis da natureza.

e) Acusar o soberano de injustiça seria como acusar a si mesmo de injustiça.

22. (UNESP-2014) A China é a segunda maior economia do mundo. Quer garantir a hegemonia

no seu quintal, como fizeram os Esta dos Unidos no Caribe depois da guerra civil. As Filipinas

temem por um atol de rochas desabitado que disputam com a China. O Japão está de plantão por

umas ilhotas de pedra e vento, que a China diz que lhe pertencem. Mesmo o Vietnã desconfia

mais da China do que dos Estados Unidos. As autoridades de Hanói gostam de lembrar que o

gigante ameri cano invadiu o México uma vez. O gigante chinês invadiu o Vietnã dezessete.

(André Petry. O Século do Pacífico. Veja, 24.04.2013. Adaptado.)

A persistência histórica dos conflitos geopolíticos descritos na reportagem pode ser

filosoficamente compreendida pela teoria

a) iluminista, que preconiza a possibilidade de um estado de emancipação racional da

humanidade.

b) maquiavélica, que postula o encontro da virtude com a fortuna como princípios básicos da

geopolítica.

c) política de Rousseau, para quem a submissão à vontade geral é condição para experiências de

liberdade.

d) teológica de Santo Agostinho, que considera que o pro cesso de iluminação divina afasta os

homens do pecado.

e) política de Hobbes, que conceitua a competição e a desconfiança como condições básicas da

natureza humana.

23. (UEL-2011) Leia o texto a seguir.

Que seja, portanto, ele a considerar-se a si mesmo, que quando empreende uma viagem

se arma e procura ir bem acompanhado; que quando vai dormir fecha suas portas; que mesmo

quando está em casa tranca seus cofres; e isso mesmo sabendo que existem leis e funcionários

públicos armados, prontos a vingar qualquer injúria que lhe possa ser feita.

(HOBBES. Leviatã. Trad. J. P. Monteiro e M. B. N. da Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1974.

p. 80.)

O texto de Hobbes diverge de uma ideia central da filosofia política de Aristóteles.

Assinale a alternativa que identifica essa ideia aristotélica.

a) É inerente à condição humana viver segundo as condições adversas do estado de natureza.

b) A sociabilidade se configura como natural aos seres humanos.

c) Os homens, no estado civil, perdem a bondade originária do homem natural.

d) A insociável sociabilidade é característica imanente às ações humanas.

e) O Estado é incapaz de prover a segurança dos súditos.

24. (UFF-2011) Desde a Idade Moderna, quase todas as sociedades enfrentaram o dilema de

optar entre duas concepções distintas e opostas sobre o poder. Dois filósofos ingleses Thomas

Hobbes e John Locke foram responsáveis por sintetizarem essas concepções. Segundo Thomas

Hobbes, o ser humano em seu estado natural é selvagem e cada um é inimigo do outro; mas,

quando o ser humano abre mão de sua própria liberdade e a autoridade plena do Estado é

estabelecida, passam a predominar a ordem, a paz e a prosperidade. Para John Locke, o ser

humano já é dotado em seu estado natural dos direitos de vida, liberdade e felicidade e, assim, a

autoridade do Estado só é legítima quando reconhece e respeita esses direitos e, para que isso se

concretize, é necessário limitar os poderes do Estado.

Assinale a alternativa que apresenta as duas concepções políticas associadas, respectivamente, a

esses filósofos.

a) Mercantilismo e Fisiocracia.

b) Classicismo e Barroco.

c) Absolutismo e Liberalismo.

d) Subjetivismo e Objetivismo.

e) Nacionalismo e Internacionalismo.

25. (UEL-2011) Leia o texto a seguir.

Locke divide o poder do governo em três poderes, cada um dos quais origina um ramo

de governo: o poder legislativo (que é o fundamental), o executivo (no qual é incluído o

judiciário) e o federativo (que é o poder de declarar a guerra, concertar a paz e estabelecer

alianças com outras comunidades). Enquanto o governo continuar sendo expressão da vontade

livre dos membros da sociedade, a rebelião não é permitida: é injusta a rebelião contra um

governo legal. Mas a rebelião é aceita por Locke em caso de dissolução da sociedade e quando o

governo deixa de cumprir sua função e se transforma em uma tirania.

(LOCKE, John. In: MORA, J. F. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Loyola, 2001. V. III. p.

1770.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre John Locke, é correto afirmar:

I. O direito de rebelião é um direito natural e legítimo de todo cidadão sob a vigência da

legalidade.

II. O Estado deve cuidar do bem-estar material dos cidadãos sem tomar partido em questões de

matéria religiosa.

III. O poder legislativo ocupa papel preponderante.

IV. Na estrutura de poder, dentro de certos limites, o Estado tem o poder de fazer as leis e

obrigar que sejam cumpridas.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.

b) Somente as afirmativas I e III são corretas.

c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.

d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.

e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

26. (UNESP-2013) Leia o trecho abaixo:

"Ninguém pode deixar de reconhecer a influência da teoria do bom selvagem na consciência

contemporânea. Ela é vista no presente respeito por tudo o que é natural (alimentos naturais,

remédios naturais, parto natural) e na desconfiança diante do que é feito pelo homem, no desuso

dos estilos autoritários de criação de filhos e na concepção dos problemas sociais como defeitos

reparáveis em nossas instituições, e não como tragédias inerentes à condição humana." (Steven

Pinker. Tábula rasa – a negação contemporânea da natureza humana, 2004. Adaptado.)

Explique a origem e o conteúdo da “teoria do bom selvagem” na história da Filosofia e

comente sua implicação na análise dos problemas sociais.

27. (UNICAMP-2012) “O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que se

crê senhor dos demais não deixa de ser mais escravo do que eles. (...) A ordem social, porém, é

um direito sagrado que serve de base a todos os outros. (...) Haverá sempre uma grande

diferença entre subjugar uma multidão e reger uma sociedade. Sejam homens isolados, quantos

possam ser submetidos sucessivamente a um só, e não verei nisso senão um senhor e escravos,

de modo algum considerando-os um povo e seu chefe. Trata-se, caso se queira, de uma

agregação, mas não de uma associação; nela não existe bem público, nem corpo político.”

(Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social. [1762]. São Paulo: Ed. Abril, 1973, p. 28,36.)

No trecho apresentado, o autor

a) argumenta que um corpo político existe quando os homens encontram-se associados em

estado de igualdade política.

b) reconhece os direitos sagrados como base para os direitos políticos e sociais.

c) defende a necessidade de os homens se unirem em agregações, em busca de seus direitos

políticos.

d) denuncia a prática da escravidão nas Américas, que obrigava multidões de homens a se

submeterem a um único senhor.

e) afirma que apesar de o escravo estar sob dominação, o senhor proprietário de escravos estava

emancipado

28. (UNICAMP-2012) Leia o trecho a seguir:

“O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos demais

não deixa de ser mais escravo do que eles. (...) A ordem social, porém, é um direito sagrado que

serve de base a todos os outros. (...) Haverá sempre uma grande diferença entre subjugar uma

multidão e reger uma sociedade. Sejam homens isolados, quantos possam ser submetidos

sucessivamente a um só, e não verei nisso senão um senhor e escravos, de modo algum

considerando-os um povo e seu chefe. Trata-se, caso se queira, de uma agregação, mas não de

uma associação; nela não existe bem público, nem corpo político.”

(Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social. [1762]. São Paulo: Ed. Abril, 1973, p. 28,36.)

Sobre Do Contrato Social, publicado em 1762, e seu autor, é correto afirmar que:

a) Rousseau, um dos grandes autores do Iluminismo, defende a necessidade de o Estado francês

substituir os impostos por contratos comerciais com os cidadãos.

b) A obra inspirou os ideais da Revolução Francesa, ao explicar o nascimento da sociedade pelo

contrato social e pregar a soberania do povo.

c) Rousseau defendia a necessidade de o homem voltar a seu estado natural, para assim garantir

a sobrevivência da sociedade.

d) O livro, inspirado pelos acontecimentos da Independência Americana, chegou a ser proibido

e queimado em solo francês.

29. (UNESP/inverno-2013)

Texto 1

Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua

própria pessoa e posses, […] por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que […] sujeitar-se-á

ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora no

estado de natureza tenha tal direito, a fruição […] da propriedade que possui nesse estado é

muito in segura, muito arriscada. […] não é sem razão que procura de boa vontade juntar-se em

sociedade com outros […], para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que

chamo de “propriedade”. (John Locke. O segundo tratado sobre o governo.)

Texto 2

Horrorizai-vos porque queremos abolir a propriedade privada. Mas, em nossa sociedade, a

propriedade privada já foi abolida para nove décimos da população; se ela existe para alguns

poucos é precisamente porque não existe para esses nove décimos. Acusai-nos, portanto, de

querer abolir uma forma de propriedade cuja condição de existência é a abolição de qualquer

propriedade para a imensa maioria da sociedade. Em suma, acusai-nos de abolir a vossa

propriedade. Pois bem, é exatamente isso o que temos em mente. (Karl Marx e Friedrich

Engels. O manifesto comunista.)

Os textos citados indicam visões opostas e conflitantes sobre a organização da vida política

e social. Responda quais foram os sistemas políticos originados pelos dois textos e discorra

brevemente sobre suas divergências.

30. (UFF 2012) De acordo com o filósofo iluminista Montesquieu, no livro clássico O Espírito

das Leis, quando as mesmas pessoas concentram o poder de legislar, de executar e de julgar,

instaura-se o despotismo, pois, para que os cidadãos estejam livres do abuso de poder, é

preciso que “o poder freie o poder”.

Identifique a sentença que melhor resume esse pensamento de Montesquieu.

a) Para que a sociedade seja bem governada é necessário que uma só pessoa disponha do poder

de legislar, agir e julgar.

b) A separação dos poderes enfraquece o Estado e toma a sociedade vulnerável aos ataques de

seus inimigos.

c) A separação e independência entre os poderes é uma das condições fundamentais para que os

cidadãos possam exercer sua liberdade.

d) A sociedade melhor organizada é aquela em que o executivo goza de poder absoluto.

e) As mesmas pessoas podem concentrar o poder, desde que sejam bem intencionadas.

31. Argumente se, na sua origem, a Democracia foi realmente se mostrou genuinamente

democrática.

32. Estabeleça a relação existente entre a participação política e cidadania.

33. Explique a frase a seguir: “A ação democrática consiste em todos tomarem parte do

processo decisório sobre aquilo que terá consequência na vida de toda coletividade”.

34. Acerca da democracia ateniense, assinale V para as assertivas verdadeiras e F para as

assertivas falsas:

( ) Considerada a matriz da democracia moderna, a democracia ateniense vigorou por muitos

anos após a instauração de sua forma primitiva com as reformas de Sólon por volta dos anos

590 a.C.

( ) Embora a democracia possa ser definida como "o governo do povo, pelo povo e para o

povo", é importante lembrar que o significado de "governo" e "povo" na Atenas Antiga difere

daquele das democracias contemporâneas.

( ) Eram considerados cidadãos apenas os indivíduos do sexo masculino, maior de 21 anos,

nascidos na cidade-estado de Atenas.

( ) Mulheres, estrangeiros e escravos não eram considerados cidadãos e, portanto, não

participavam da vida política diretamente.

( ) A vida política era muito importante na Grécia Antiga, a ponto de um cidadão ser

considerado inútil, caso não participasse das decisões da cidade.

( ) Os cidadãos tinham o direito de eleger um integrante da sociedade que pudesse representá-

lo politicamente.

35. É o ato de um grupo ou pessoa ser eleito, normalmente por votação, para representar um

povo ou uma população, isto é, para agir, falar e decidir em nome do povo. Os eleitos se

agrupam em instituições chamadas Parlamento, Congresso ou Assembleia da República. A esta

forma de governo chamamos democracia:

a) ateniense.

b) representativa.

c) parlamentar.

d) republicana.

36. É o tipo de democracia, na qual todos os cidadãos podem participar diretamente no processo

de tomada de decisões:

a) representativa.

b) direta.

c) moderna.

d) antiga.

37. É o ato de um grupo ou pessoa ser eleito, normalmente por votação, para representar um

povo ou uma população, isto é, para agir, falar e decidir em "nome do povo". Os representantes

do povo se agrupam em instituições chamadas Parlamento, Congresso ou Assembleia da

República:

a) representativa

b) direta.

c) moderna.

d) antiga.

38. Observe as afirmativas e assinale V para as assertivas verdadeiras e F para as assertivas

falsas:

( ) O sufrágio universal conseguiu quantitativamente garantir a participação da grande

maioria de cidadãos.

( ) Torna estrutural e permanente uma separação entre dirigentes e dirigidos.

( ) A opinião povo, geralmente, só é consultada uma vez a cada quatro anos.

( ) Representa a participação direta do cidadão nas decisões políticas da sua cidade, estado

ou país.

( ) A diferença entre dirigentes e dirigidos, ou representantes e representados, acaba por

afastar a política das praticas quotidianas, afastando duas esferas muito intimas na democracia: a

política e a vida social.

( ) A população tende a pensar que, elas próprias não poderiam gerir os problemas da

sociedade e que existe uma categoria especial de homens dotados da capacidade especifica de

governar.

39. Os partidos políticos são os meios utilizados para a prática dessa democracia. Um Partido

Político é um grupo organizado formal e legalmente, com base em formas voluntárias de

participação, em uma associação orientada para influenciar ou ocupar o poder político. Esse tipo

de organização pertence à democracia:

a) direta.

b) ateniense.

c) representativa.

d) antiga.

40. Existem algumas condições para que uma sociedade seja democrática. A seguir, são

relacionadas algumas dessas características. Aponte a opção falsa.

a) Liberdade de criar e associar-se a organizações.

b) Direito de voto.

c) Impedimento de manifestações ou preferências políticas.

d) Elegibilidade para cargos públicos.

41. A Filosofia afirma que a Democracia traz em sua essência o conflito. Assinale a alternativa

que melhor explica essa afirmação:

a) Traz em sua essência o conflito, pois os indivíduos que fazem parte da cidade não levam em

conta o interesse do outro, buscando sempre a valorização da opinião particular.

b) Admite o conflito por meio da força e da prática da violência de forma consensual.

c) É a única forma de política que admite o conflito, justamente porque percebe a diversidade de

opiniões, posições e argumentos como legítimas. Em um país democrático, os conflitos, isto é,

diferentes posicionamentos acerca dos assuntos sociais são resolvidos politicamente.

d) Admite o conflito em seu interior, apenas para evitar situações constrangedoras

politicamente, pois em sua essência, tenta impedir a diversidade de opiniões e posicionamentos

políticos.

42. Na democracia ateniense, como era visto e valorizado o cidadão?

a) O cidadão era valorizado pelos bens que possuía, não sendo necessário participar das

decisões políticas da cidade.

b) O cidadão valorizado era aquele que participava ativamente da vida política. Deveria

participar das assembleias, nas decisões no dos rumos da cidade e ter habilidade com a palavra,

isto é, saber discursar e defender o seu ponto de vista.

c) O bom cidadão era aquele que, em seu cargo público, soubesse representar os demais,

votando em favor da população.

d) Nenhuma das alternativas.

43. “O cidadão é um individuo que tem consciência de seus direitos e deveres e participa

ativamente de todas as questões da sociedade. Tudo que acontece no mundo acontece comigo...”

(Herbert de Souza – Betinho) segundo a definição acima, podemos afirmar que:

a) O cidadão é o individuo que se omite frente ao debate político.

b) A cidadania é apenas restrito aos estudiosos e políticos.

c) O cidadão é aquele que vive em sociedade.

d) A cidadania compreende a necessidade que as pessoas têm de participarem da vida política

sempre visando o funcionamento da sociedade.

44. A respeito do conceito de cidadania e da sua relação com a política, principalmente com a

democracia, assinale V para as assertivas verdadeiras e F para as assertivas falsas:

( ) É o conjunto de direitos e deveres ao qual um indivíduo está sujeito em relação à sociedade

em que vive.

( ) Na Grécia Antiga, a cidadania compreendia, em especial, a participação política.

( ) A cidadania ateniense era restrita a um seleto grupo de pessoas, de forma que, uma grande

parcela da sociedade era excluída da cidadania e, consequentemente da política.

( ) Em nossa sociedade, o conceito de cidadania é mais amplo do que no período antigo. Ele

abrange além de deveres, direitos e a possibilidade de participação política por meio da eleição

de um representante.

( ) Ser cidadão na atualidade corresponde ser detentor de direitos, mesmo antes do nascimento

(ex.: direito à vida), que não se relacionam com a sua participação política.

( ) Ser cidadão, hoje, vai além de direitos e deveres em uma sociedade democrática. É

necessária a consciência política, participar ativamente, escolher bem seus representantes e

vigiar a sua atuação.

45. Há uma diferença fundamental entre a concepção da democracia concebida pelos

pensadores modernos, que combateram o Antigo Regime com a Revolução Francesa, e a

democracia concebida pela Antiguidade Clássica grega em Atenas. Essa diferença caracteriza-

se, entre outras coisas, pela maneira de articular a relação entre a esfera pública e a esfera

privada da sociedade. Assinale a alternativa incorreta:

a) O homem grego realizava-se como cidadão participando da esfera pública, era nela que

adquiria notoriedade e podia afirmar sua individualidade como homem livre.

b) A democracia ateniense era limitada, pois impedia o acesso à esfera pública de um grande

contingente da população, composto pelas mulheres, pelos escravos e pelos estrangeiros, todos

relegados à vida privada.

c) Na democracia representativa, na esfera pública, a relação entre os cidadãos era regida pelo

princípio de igualdade diante da lei e do igual direito à palavra. Os cidadãos formam

assembleias em que a prática da violência estava excluída. Na esfera privada, esses princípios

eram negados.

d) A república democrática representativa - que deveria, em princípio, ampliar a liberdade

política por permitir ao cidadão escolher entre a dedicação à vida privada ou à vida pública -

apresentou inicialmente um caráter de exclusão sociopolítica semelhante à da democracia

ateniense. Em duas das maiores potências mundiais, isto é, na França e na Inglaterra, as

mulheres alcançaram plena cidadania pelo sufrágio universal só depois da Segunda Guerra

Mundial.

46. “Zeus, temendo a destruição total de nossa espécie, enviou Hermes para dar aos homens as

qualidades do respeito ao próximo e do senso de justiça, de modo a trazer a ordem a nossas

cidades e criar laços de amizade e união. Hermes perguntou a Zeus de que forma devia

distribuir estes dons entre os homens: devo distribuir estes dons de modo desigual, como nas

artes? Devo distribuir a justiça e o respeito para alguns, ou para todos? A todos, disse Zeus.

Deixe que todos tenham sua parte. Não poderá haver cidades se apenas uns poucos partilharem

estas virtudes, como nas artes.” (Platão. Protágoras, 322 c-d). Por meio da narrativa mítica, a

passagem acima afirma um dos princípios fundamentais da democracia. Mas, existem

diferenças entre a Democracia Grega, do século V a.C., e as Democracias Liberais, do século

XX, dentre as quais podemos destacar:

a) A democracia grega, especificamente em Atenas, era participativa, pois era cobrada dos

cidadãos a participação na vida pública através da presença nas assembleias. As democracias

liberais caracterizam-se como representativas, pois, para o estabelecimento dos governos, os

cidadãos, através do voto, escolhem representantes para os cargos executivos e para a formação

das assembleias.

b) Na Grécia o direito à cidadania restringia-se aos homens livres, maiores de idade, nascidos

nas áreas rurais e filhos de pais espartanos. Nas democracias liberais recentes existem restrições

ao conceito de cidadania aos estrangeiros dada à impossibilidade de naturalização.

c) Na democracia ateniense, não se exclui da vida pública ninguém, uma vez que as mulheres,

os escravos e os estrangeiros (metecos) tinham direitos iguais. Nas democracias atuais, os

parlamentos devem deliberar sobre o que seja de interesse dos cidadãos, fazendo prevalecer à

vontade da maioria e excluindo todas as formas de oposição.

d) A organização dos sindicatos na Grécia garantia a defesa dos interesses dos trabalhos e,

consequentemente, da democracia, enquanto o sentido de cidadania, nos dias de hoje, inclui,

apenas a participação eleitoral, através de reivindicações que ultrapassam os programas

partidários.

47. A preocupação com a cidadania se revela em alguns dos elementos abaixo, com exceção

do(a):

a) igualdade de todos perante a lei.

b) inclusão dos deficientes na sociedade.

c) os fichas-sujas poderem se candidatar as eleições.

d) estatuto da criança e do adolescente.

48. O princípio de condução de um grupo social, instituição ou sociedade baseado numa

determinada filosofia de governo e ou ideia pode ser definido como:

a) corrupção.

b) democracia.

c) discriminação racial.

d) política.

49. O conceito de cidadania tem origem na Grécia clássica, sendo usado então para designar os

direitos relativos ao cidadão, ou seja, o indivíduo que vivia na cidade e ali participava

ativamente dos negócios e das decisões políticas. Hoje em dia, o conceito foi ampliado,

passando a englobar um conjunto de valores sociais que determinam o conjunto de deveres e

direitos de um cidadão. Em relação à participação do cidadão na sociedade, na política e na

democracia, assinale V para as assertivas verdadeiras e F para as assertivas falsas:

( ) Ser cidadão é compreendido atualmente como ter o direito de ter direitos, mas também

compreende a consciência política e de sua participação ativa na sociedade.

( ) No Brasil, a criança antes mesmo de nascer, tem direitos garantidos, como o direito à vida.

No entanto, um cidadão pleno não é apenas aquele que tem direitos garantidos, mas que

contribui para que, por meio de reivindicações, que outros direitos possam ser criados quando

há a necessidade.

( ) Uma grande parte da população brasileira, apesar dos direitos garantidos pela Constituição,

não tem acesso à cidadania plena.

( ) Ser um cidadão pleno depende exclusivamente da vontade do indivíduo que vive em

sociedade.

( ) Para que a democracia se torne um governo “do povo e para o povo” é necessário a

participação ativa do cidadão na sua construção. E isso se dá por meio de garantias básicas,

como educação, saúde, moradia, recursos necessários para que o cidadão se desenvolva e tenha

condições de participar plenamente da sociedade em que vive.

50. Que diferenças podemos encontrar na virtú do cidadão e na virtú necessária ao príncipe,

segundo Maquiavel?

51. Qual é a finalidade da vida política para Nicolau Maquiavel?

52. Descreva como é o estado de natureza apresentado por Thomas Hobbes e explique a

importância apontada por ele em se estabelecer um contrato social.

53. “Os fins justificam os meios”. Explique a frase atribuída ao filósofo Nicolau Maquiavel

relacionando-a a conduta e postura do príncipe idealizado por ele.

54. “O homem é o lobo do homem”. Explique a frase de Thomas Hobbes relacionando-a a sua

concepção de natureza humana.

55. Platão foi um dos maiores filósofos da Antiguidade Clássica. Uma de suas mais famosas

obras, A República, reflete sobre a forma de governo considerada por ele ideal. Em relação ao

pensador e sua filosofia política, assinale a alternativa incorreta:

a) O regime político considerado ideal é a sofocracia. Uma espécie de aristocracia (governo da

elite) formada pelos mais sábios da cidade.

b) Para ele, somente os sábios eram capazes de governar uma cidade, uma vez que apenas eles

saberiam das reais necessidades da população. Por terem a alma racional, controlariam as suas

paixões e vontades particulares, buscando sempre o que é melhor para a cidade.

c) O estado ideal deveria investir na educação dos seus cidadãos. Esta deveria levar em conta

cada tipo de alma, direcionando os indivíduos para as áreas de atuação, de acordo com as suas

aptidões.

d) Platão aceitava como forma de governo ideal a democracia, por acreditar que a coletividade,

formada pelos cidadãos atenienses, era capaz de governar em favor de todos, apensar de ter sido

a própria democracia grega que condenou o seu mestre Sócrates à morte.

56. Acerca da teoria política de Maquiavel, assinale V para as assertivas verdadeiras e F para as

assertivas falsas:

( ) Para formular sua teoria política, ele partiu da experiência real de seu tempo.

( ) Ele afirmou que o príncipe ao agir deve considerar os princípios éticos e morais que

regulam a nova concepção política

( ) O verdadeiro príncipe é aquele que sabe tomar e conservar o poder.

( ) O príncipe precisa ter virtú, ou seja, as qualidades para tomar e permanecer no poder,

mesmo que use a violência, a mentira, a astúcia e a força.

57. “O maquiavelismo é uma interpretação de O Príncipe de Maquiavel, em particular a

interpretação segundo a qual a ação política, ou seja, a ação voltada para a conquista e

conservação do Estado, é uma ação que não deve ser julgada por meio de critérios diferentes

dos de conveniência e oportunidade.” Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema,

para Maquiavel o poder político é:

a) Independente da conveniência e oportunidade, pois estas dizem respeito à esfera privada da

vida em sociedade.

b) Dependente da religião, devendo ser conduzido por parâmetros ditados pela Igreja.

c) Dependente da ética, devendo ser orientado por princípios morais válidos universal e

necessariamente.

d) Independente da moral e da religião, devendo ser conduzido por critérios restritos ao âmbito

político.

58. Muito citado, Maquiavel é um dos maiores expoentes do Renascimento e sua contribuição

determinou novos horizontes para a filosofia política. A respeito do seu conceito de virtú,

assinale V para as assertivas verdadeiras e F para as assertivas falsas:

( ) O homem de virtú é antes de tudo um sábio, é aquele que conhece as circunstâncias do

momento oferecido pela fortuna e age seguro do seu êxito.

( ) Mais do que todos os homens, o príncipe tem de ser um homem de virtú, capaz de conhecer

as circunstâncias e utilizá-las a seu favor.

( ) Partidário da teoria do direito divino, Maquiavel vê o príncipe como um predestinado e a

virtú como algo que não depende dos fatores históricos.

( ) O príncipe virtuoso é aquele que sabe aproveitar as circunstâncias, não se prendendo à

valores morais ou religiosos. Ele deve agir de acordo com a oportunidade e a necessidade.

( ) A virtude do príncipe é diferente daquela que comumente é valorizada nas pessoas.

Enquanto valoriza-se a bondade, a honestidade e a retidão. Maquiavel, afirma que o príncipe, se

tiver as virtudes comuns dos cidadãos está fadado à ruína, pois não terá como manter-se no

poder em uma situação de guerra, que exigirá dele decisões e posturas diferentes.

59. A respeito da obra Leviatã, de Thomas Hobbes, assinale a alternativa incorreta:

a) O Leviatã representa o monarca soberano, que detêm poder absoluto, conquistado através da

luta de todos contra todos.

b) O Leviatã, descrito por Hobbes, é um homem artificial, de maior estatura e força do que o

homem natural, para cuja proteção e defesa foi projetado.

c) Em Leviatã Hobbes procurou analisar a essência e a natureza do Estado Civil, ao qual, em

razão de seu poderio e de sua força, comparou ao monstro bíblico descrito no capítulo 41, do

livro de Jó.

d) Hobbes produziu uma teoria segundo a qual o Estado Civil, ou simplesmente Estado,

originou-se do contrato firmado entre os indivíduos enquanto estes se encontravam no estado da

natureza.

60. “O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito é

manter o povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente

do que outros que, por muita piedade, permitem aos distúrbios que levem ao assassínio e ao

roubo”. No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, uma reflexão sobre a monarquia e a

função do governante. A manutenção da ordem social, segundo esse autor, baseava-se na:

a) Bondade em relação ao comportamento dos mercenários.

b) Conveniência entre o poder e a moral do príncipe.

c) Compaixão quanto à condenação de transgressões religiosas.

d) Neutralidade diante da condenação dos servos.

61. Maquiavel em 1513 escreveu a obra inaugural da filosofia política moderna: O Príncipe. É

considerada revolucionária, pois rompe com a tradição política existente na época. Leia as

assertivas abaixo e assinale V para as verdadeiras e F para as falsas:

( ) O filósofo não admite um fundamento anterior ou exterior à política, como Deus, natureza

ou razão.

( ) Toda cidade está originariamente dividida por dois desejos opostos: o desejo dos grandes

de oprimir e comandar, e o desejo do povo de não ser oprimido nem comandado.

( ) Não existe boa comunidade política constituída para o bem comum e a justiça. O que há é

a divisão social entre os grandes e o povo, não podendo ser a sociedade compreendida como

una, indivisa e homogênea.

( ) A finalidade da vida política é a tomada e manutenção do poder.

( ) Não pode o príncipe se aliar aos grandes, pois estes serão seus rivais e vão querer o poder

para si. Deve aliar-se ao povo, pois está a serviço dele.

62. O estado de natureza é:

a) É o estado de todos contra todos, no qual o ser humano pode fazer o que achar necessário

para proteger a sua vida, inclusive praticar a violência.

b) É o estado que o ser humano se encontra antes de participar de uma sociedade. O estado de

natureza diz respeito a natureza humana, que para Hobbes é negativa, ruim e antissocial.

c) É a transferência voluntária de liberdade particular a um soberano em troca da garantia de

vida e de segurança.

d) É o estado natural do ser humano, anterior ao estado, no qual Hobbes vê uma essência boa,

solidária e verdadeira do ser humano.

63. Leia o seguinte fragmento: “Durante o tempo em que os homens vivem sem um poder

comum capaz de mantê-los a todos em respeito, eles se encontram naquela condição em que se

chama guerra. Uma guerra que é de todos os homens contra todos os homens”. Este período

descrito por Hobbes é denominado de:

a) Direito natural.

b) Estado de natureza.

c) Contrato social.

d) Guerra civil.

64. Para Hobbes, o que é o estado de guerra?

a) É o estado de todos contra todos, é anterior a instituição do Estado. Não há leis, ordem ou

política. Os indivíduos podem fazer o que for necessário para garantir a vida.

b) É a consciência que o ser humano tem do perigo de morte ao se manter no estágio anterior ao

Estado.

c) É a concessão da liberdade particular em troca da garantia de vida.

d) É o estado natural do ser humano, no qual ele se vê convivendo com outros seres humanos,

com o sentimento mútuo de preservação de seus semelhantes.

65. Para Hobbes, qual é o principal motivo que levam as pessoas a desejar a constituição de um

Estado?

a) É o desejo de dominar seus inimigos. Os indivíduos almejam sair do estado de guerra para

institucionalizar a violência e a força, pensando na possibilidade se tornar um governante,

soberano e poderoso.

b) Segundo o filósofo, o ser humano em seu estado de natureza é egoísta e antissocial, de forma

que, em um estado de guerra, ele corre e apresenta perigo aos demais. Assim, o objetivo da

constituição de um Estado é o desejo de sobrevivência, transferindo as suas liberdades

particulares para um soberano, que vai garanti-lhes a vida e a não retomada ao estado de guerra.

c) É o desejo de paz, uma vez que o ser humano naturalmente quer viver em harmonia com o

seu semelhante, mas que no estado de guerra se torna impossível.

d) É a necessidade natural que o ser humano tem de ser dominado e guiado por um soberano

que saberá decidir o que é melhor para seus súditos.

66. Sabemos que Hobbes é um contratualista, quer dizer, um daqueles filósofos que, afirmaram

que a origem do Estado e/ou da sociedade está num contrato: os homens viveriam,

naturalmente, sem poder e sem organização – que somente surgiriam depois de um pacto

firmado por eles, estabelecendo as regras de comércio social e de subordinação política. A

respeito do contratualismo de Hobbes, analise as afirmativas:

I. A soberania decorrente do contrato é absoluta.

II. A noção de estado de natureza é imprescindível para essa teoria.

III. O contrato ocorre por meio da passagem do estado social para o estado político.

IV. O cumprimento do contrato independe da subordinação política dos indivíduos.

Estão corretas apenas as afirmativas:

a) I e II.

b) I e III.

c) II e III.

d) II e IV.

67. “O direito de natureza é a liberdade que cada homem possui de usar seu próprio poder, da

maneira que quiser, para a preservação de sua própria vida; e consequentemente de fazer tudo

aquilo que seu próprio julgamento lhe indicar como meios adequados a esse fim. Com base no

texto e sobre o Estado de natureza em Hobbes, leia as afirmativas:

I.Todos os homens são igualmente vulneráveis à violência diante da ausência de uma autoridade

soberana que detenha o uso da força.

II.Em cada ser humano há um egoísmo na busca de seus interesses pessoais a fim de manter a

própria sobrevivência.

III.A competição e o desejo de fama passam a existir nos homens quando abandonam o Estado

de natureza e ingressam no Estado social.

IV.O homem é naturalmente um ser social, o que lhe garante uma vida harmônica entre seus

pares.

Estão corretas apenas as afirmativas:

a) II, III e IV.

b) III e IV.

c) I e IV.

d) I e II.

68. A respeito do Leviatã assinale V para as assertivas verdadeiras e F para as assertivas falsas:

( ) O modelo ideal de poder é a monarquia hereditária, pois para Hobbes, a hereditariedade do

poder evita a disputa por ele e o risco de retornarem ao estado de guerra.

( ) O sucessor do soberano poderá ser um filho ou quem ele desejar, evitando disputas pelo

poder.

( ) Ele detém um grande poder, pois os súditos, por meio do contrato social abriram mão da

liberdade particular, em troca da garantia de vida e de ordem social.

( ) Ele detém em suas mãos o poder secular e o poder religioso. Cabe ao soberano escolher a

religião a ser seguida pelos súditos e a interpretação a ser dada às escrituras sagradas.

( ) O contrato que funda o poder político visa pôr fim ao estado de guerra que caracteriza o

estado de natureza.

69. Hobbes atribuía ao contrato social uma soberania absoluta e indivisível. Sobre o contrato,

assinale a incorreta:

a) A renúncia ao direito natural deve ser recíproca entre os indivíduos.

b) A renúncia aos direitos, que caracteriza o contrato político, significa a renúncia de todos os

direitos em favor do soberano.

c) Os procedimentos necessários à preservação da paz e da segurança competem aos súditos

cidadãos.

d) O contrato que funda o poder político visa dar continuidade ao estado de guerra que

caracteriza o estado de natureza

GABARITO

1-

O primeiro texto indica um posição relevante do ser humano no universo, ao passo que o

segundo texto retira qualquer importância da presença humana, revelando uma posição

irracionalista e, portanto, pessimista quanto à humanidade.

2-D; 3-B

4-Hobbes afirma que a natureza egoísta do ser humano e seu instinto de sobrevivência podem

levá-lo à violência e à criminalidade. Essa visão está de acordo com as opiniões dos

conservadores, majoritárias na sociedade brasileira.

Já no pensamento de Rousseau, o homem nasce bom, porém fatores externos presentes na

sociedade poderiam corrompê-lo. Essa visão vincula-se à opinião dos liberais descrita no texto,

que entende a desigualdade social como fator de aumento da criminalidade.

5-

Em relação às divergências entre os dois textos sobre o pensamento politicamente correto, o

texto 1 critica esse pensamento, afirmando que em vez de impedir ofensas a grupos e minorias,

acaba por perpetuar estigmas. A proteção excessiva, para o autor, retira a autonomia desses

setores na sociedade, tratando-os como animais incapazes de desenvolver seu próprio

aprimoramento intelectual e ascensão econômica e social. Contrário a essa visão, o texto 2

aponta que grupos de menos prestígio social sofrem julgamentos depreciativos e humilhantes.

Assim, a autora considera equivocada a aceitação dos preconceitos sofridos pelos grupos de

maior vulnerabilidade socioeconômica.

6-A;7-D;8-C; 9-D; 10-B; 11-D; 12-C; 13-E; 14-D; 15-A; 16-E; 17-D; 18-A; 19-B; 20-A; 21-E;

22-E; 23-B; 24-C; 25-E

26-Entre outros, a teoria do bom selvagem foi desenvolvida por Locke e Rousseau e postulava

que o ser humano é bom por natureza sendo a sociedade que o corrompe. Tal teoria tem

ressonância no mundo contemporâneo no modo como muitas vezes se lida com problemas

sociais, os quais são vistos como deformações de uma natureza humana originalmente boa e

sadia, levando, portanto, que se veja como necessário resgatar hábitos naturais em busca de uma

vida saudável e pura dos problemas sociais.

27-A; 28-B

29-O primeiro texto inspirou os defensores do capitalismo liberal que defende uma sociedade de

mercado livre sem intervenção da autoridade política na vida econômica e social. O segundo

texto inspirou os defensores do socialismo e comunismo, os quais defendem uma sociedade

planificada em que a autoridade política intervenha nos domínios econômico e social.

30-C

31-

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