LÍNGUA PORTUGUESA COLETÂNEA DE TEXTOS PAIC+ 5º ANO

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COLETÂNEA DE TEXTOS LÍNGUA PORTUGUESA 5 o ANO

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LÍNGUA PORTUGUESA COLETÂNEA DE TEXTOS PAIC+ 5º ANO

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COLETÂNEA DE TEXTOS LÍNGUA PORTUGUESA

5o ANO

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5o ANOCOLETÂNEA DE TEXTOS LÍNGUA PORTUGUESA

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GovernadorCid Ferreira Gomes

Vice-GovernadorDomingos Gomes de Aguiar Filho

Secretária da EducaçãoMaria Izolda Cela de Arruda Coelho

Secretário AdjuntoMaurício Holanda Maia

Coordenadora de Cooperação com os MunicípiosLucidalva Pereira Bacelar

Orientadora da Célula de Programas e Projetos EstaduaisMaria Socorro Bezerra Leal

Coordenação Editorial SEDUCMárcia Oliveira Cavalcante Campos

Coordenadora do Eixo AlfabetizaçãoAparecida Tavares de Figueirêdo

Equipe Eixo AlfabetizaçãoJuliana Mendes CruzKemilly Mendonça MacielMaria Esmelinda Capistrano de SousaMaria Valdenice de SousaRosalynny da Cruz Mesquita

.......................................................................................................................................

Intituição Parceira:Escola de Formação Permanente do Magistério- ESFAPEMAna Rosa de Andrade Parente - DireçãoCristiane Coelho Ferreira Gomes - Coordenação dos Programas de FormaçãoArtais Pinheiro de Andrade Cunha - Acompanhamento dos Programas de FormaçãoSamara Mesquita Lucas - Acompanhamento dos Programas de FormaçãoMaria Wanderliza Dias Angelim - Assistente TécnicaWilson Linhares - Assistente técnico

Colaboradores:Professores formadores de Língua Portuguesa:- Ana Fábia Cruz Barbosa- Francisca Elizabeth de Andrade Lima- Francisco Jackson Moreira de Sampaio- Francisca Lucélia Pereira Saldanha- Iana Mamede Accioly- Kátia Cristina Gomes Lino- Luidmila Tomaz Sá- Marieta Parente Sobreira

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Projeto e Cooordenação GráficaDaniel Diaz

DesignJozias Rodrigues

IlustraçãoAlexandre de Souza, Cris Soares, LEOBDSS

RevisãoEscola de Formação Permanente do Magistério- ESFAPEM

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Apresentação

Cara professora,Caro professor,

Com dedicação, elaboramos este caderno de atividades para que você professor(a) possa utilizá-lo com seus alunos. Priorizamos enriquecer o seu trabalho e qualificar as atividades desenvolvidas dentro da rotina de sala de aula, tornando-as mais dinâmicas, lúdicas e significativas.

Estas são as razões da existência deste material do PAIC+5: fornecer a vocês, professores, sugestões de práticas para aperfeiçoar o trabalho docente e proporcionar trocas de experiências para a caminhada com êxito dentro do magistério. Toda essa gama de sugestões pretende valorizar as iniciativas de estímulo e de formação de leitores.

O uso do caderno é efetivado pelas orientações didáticas refe-rentes à cada atividade. E estas, quando bem apreendidas, é que fa-vorecerão a realização das atividades pelos alunos com mais autono-mia. E a você, dará a segurança em atingir os objetivos específicos de cada atividade.

Cabe a você abraçar este material e realizar os objetivos a que ele se propõe, para então deixá-lo em outras mãos, como agora fazemos com você, na certeza de que serão sempre mãos generosas e competentes.

Cordialmente,

SEDUC/COPEM – Coordenação de Cooperação com os MunicípiosEscola de Formação Permanente do Magistério - ESFAPEM

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SUMÁRIO

Texto 01 - Fábula .............................................................................................................................. 9

Texto 02 - Na minha escola todo mundo é igual ..................................................................10

Texto 03 - Trava-língua .................................................................................................................12

Texto 04 - História em quadrinhos ............................................................................................13

Texto 05 - Chapeuzinho vermelho .............................................................................................14

Texto 06 - Parlenda ........................................................................................................................15

Texto 07 - Ora bolas .......................................................................................................................16

Texto 08 - A onça e o saci ............................................................................................................17

Texto 09 - Chuva pega-bobo .......................................................................................................19

Texto 10 - O louco e o cachorro do louco ...............................................................................20

Texto 11 - Leonardo da Vinci .......................................................................................................21

Texto 12 - Porque as zebras são listradas ................................................................................24

Texto 13 - Diárionda-feira ...........................................................................................................25

Texto 14 - O casalzinho ...............................................................................................................26

Texto 15 - Bolo formigueiro ........................................................................................................27

Texto 16 - Reportagem .................................................................................................................28

Texto 17 - Pet: pra quê te quero ................................................................................................29

Texto 18 - Como se fosse dinheiro ............................................................................................31

Texto 19 - Diário .............................................................................................................................33

Texto 20 - A bela e a fera .............................................................................................................34

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Texto 21 - A assembleia dos ratos .............................................................................................35

Texto 22 - Pão de minuto .............................................................................................................36

Texto 23 - Barangandão arco-íris ..............................................................................................37

Texto 24 - Biografia .......................................................................................................................38

Texto 25 - Aladim e a lâmpada maravilhosa ..........................................................................40

Texto 26 - A lua que eu te dei ....................................................................................................42

Texto 27 - Cuidado com o menino ............................................................................................43

Texto 28 - Pagaio congelado .......................................................................................................48

Texto 29 - Um curumin, um pajé e a lenda do Ceará...........................................................49

Texto 30 - Poema do tamanho ....................................................................................................52

Texto 31 - Parlenda ........................................................................................................................53

Texto 32 - Cecília Meireles ..........................................................................................................54

Texto 33 - Quem é vivo sempre aparece ..................................................................................56

Texto 34 - Meu diário, ...................................................................................................................57

Texto 35 - A nova imortal ............................................................................................................58

Texto 36 - A turma .........................................................................................................................60

Texto 37 - Adivinha ........................................................................................................................62

Texto 38 - Reportagem ...............................................................................................................63

Texto 39 - Voz na linha .................................................................................................................64

Texto 40 - Resolução .....................................................................................................................65

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TEXTO 01

Fábula1

O GALO E A RAPOSAJean de La Fontaine

Um galo velho e sábio estava empoleirado nos ramos de uma árvore. Nisto, aproximou-se uma raposa que lhe disse em tom meloso:

- Irmão, agora há paz no reino dos animais e, por isso, já não sou tua inimiga. Desce do ramo para que possamos celebrar a nossa amizade com um beijo. Depressa, porque hoje tenho muito que fazer.

- Irmã raposa - replicou o galo - esperemos pelos dois galos que se aproximam. De certo que também eles ficarão contentes com essa notícia e, assim, poderemos beijar-nos uns aos outros.

- Adeus! - respondeu a raposa. - Estou cheia de pressa. Celebraremos a nossa amizade noutro dia.Dito isto, desatou a correr o mais depressa que pode, furiosa com o galo e cheia de medo dos cães.

Moral da história:

É mais fácil combater os malvados com as suas próprias artimanhas.

1 TEXTO 1 - Gênero: Fábula. Total de palavras para prática de fluência leitora: 151. Retirado de: http://nonio.eses.pt/fabulas/

Texto 21 - A assembleia dos ratos .............................................................................................35

Texto 22 - Pão de minuto .............................................................................................................36

Texto 23 - Barangandão arco-íris ..............................................................................................37

Texto 24 - Biografia .......................................................................................................................38

Texto 25 - Aladim e a lâmpada maravilhosa ..........................................................................40

Texto 26 - A lua que eu te dei ....................................................................................................42

Texto 27 - Cuidado com o menino ............................................................................................43

Texto 28 - Pagaio congelado .......................................................................................................48

Texto 29 - Um curumin, um pajé e a lenda do Ceará...........................................................49

Texto 30 - Poema do tamanho ....................................................................................................52

Texto 31 - Parlenda ........................................................................................................................53

Texto 32 - Cecília Meireles ..........................................................................................................54

Texto 33 - Quem é vivo sempre aparece ..................................................................................56

Texto 34 - Meu diário, ...................................................................................................................57

Texto 35 - A nova imortal ............................................................................................................58

Texto 36 - A turma .........................................................................................................................60

Texto 37 - Adivinha ........................................................................................................................62

Texto 38 - Reportagem ...............................................................................................................63

Texto 39 - Voz na linha .................................................................................................................64

Texto 40 - Resolução .....................................................................................................................65

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TEXTO 02

Na minha escola todo mundo é igual2

Lá na minha escola Ninguém é diferente Cada um tem o seu jeitoO que importa é ir para frente

Tem gente que não tem braçoE que só joga no golTem outro que não escutaMas que dança rock-and-roll

Tem uns que não podem falarMas com gestos, caras e bocasE com ajudinha da genteAté xavecam as garotas

Tem uns que não podem andar E usam cadeira de rodasJogam vôlei, fazem baléE só querem andar na moda

Tem um com síndrome de downQue é o mais prestativo da escolaQuando alguém tem um problemaÉ o que mais colabora

Tem também um autistaQue gosta de ficar sozinhoMas sempre na hora do lanche Divide com o amiguinho

2 TEXTO 2 - Gênero: Poesia. Total de palavras para prática de fluência leitora: 353. Ramos, Rossana. Todo mundo é igual. São Paulo: Editora Cortez, 2008.

Tem uma que não enxerga Mas que é um vaga-lumeCanta como ninguémE nos conhece pelo perfume

Tem criança gorda, magra,Alta, baixa, rica e pobreMas todos são importantesComo prata, ouro e cobre

Tem gente que aprende depressaTem gente que demora um poucoMas isso não faz diferençaPorque um ensina para o outro

Tem professor que é velhinhoMas que brinca e não se aborrecePois o tempo lhe ensinouQue o que é bom não se esquece

Tem branco, negro e japonêsIsso não faz diferença O importante pra gente Não é o que vem de nascença

Tem nordestino, sulista,Carioca e mineiroAmazonense, goianoTem paulista e estrangeiro.

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Tem um que a ente sabe Que gosta do outro igualE daí, qual é o problema?O que importa é ser legal

Na minha escola se aprendeQue não existe perfeiçãoE que todos nós precisamosÉ de carinho e atenção

Que bom se todo mundo Pudesse entender direitoQue tudo fica mais fácilSem o tal do preconceito

Aqui vai um belo conselhoQue só leva um segundoQuem não respeita o outroNão tem lugar neste mundo.

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TEXTO 03

Trava-língua3

MOLENGA

Maria-mole é molenga.Se não é molengaNão é maria-mole.É coisa malemolente,Nem mala, nem mola,Nem maria, nem mole.

O TECELÃO

Tecelão tece o tecidoEm sete sedas de SiãoTem sido a seda tecidaNa sorte do tecelão

3 TEXTO 3 – Gênero: Trava-línguas. Total de palavras para prática de fluência leitora: 42.

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TEXTO 04

História em quadrinhos4

4 TEXTO 4 – Gênero: História em quadrinhos. Total de palavras para prática de fluência leitora: 85.

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TEXTO 05

Chapeuzinho vermelho5

Era uma vez uma linda menina que morava com sua mãe, perto da floresta. Ganhou da avó um ca-puz vermelho que passou a usar sempre. Por isso, todos passaram a chamá-la de Chapeuzinho Vermelho.

Numa manhã, sua mãe mandou-a à casa da avó, que estava doente, levar bolo e manteiga.Antes de sair, a mãe recomendou à filha que, durante a viagem, não parasse para conversar com

estranhos. No caminho, a menina encontrou um enorme lobo. Como não conhecia as artimanhas do animal,

começou a conversar com ele. Muito esperto, o lobo convenceu a menina a ir por um caminho que era o mais longo.

Com isso, o bicho chegou primeiro à casa da avó. Bateu na porta, imitando a voz de Chapeuzinho. A avó disse:

- Entre, minha netinha.Então, o lobo entrou, devorou a pobre vovó, vestiu a roupa dela e deitou-se na cama.Finalmente, Chapeuzinho Vermelho chegou à casa da avó. Bateu na porta e o lobo, imitando a

voz da avó, respondeu:- Entre, Chapeuzinho.Sem se dar conta do perigo, a menina aproximou-se da cama e, estranhando a aparência da avó, exclamou:- Nossa vovó, que olhos grandes a senhora tem!- São para vê-la melhor, minha netinha – disse o lobo, afinando a voz.- E que orelhas enormes!- São para ouví-la melhor.- E este nariz tão grande, vovó!- É para cheirá-la melhor.E esta boca gigante? Para que serve, vovó?- Para devorá-la.Dito isto, o lobo pulou da cama e engoliu a menina. Como estava com a barriga muito cheia,

acabou dormindo por ali mesmo.Um caçador que passava pelo local ouviu um ronco muito alto e resolveu ver o que estava

acontecendo. Ao entrar, viu o lobo mau. Intrigado, o homem procurou pela dona da casa, mas não a encontrou.

Percebendo que a barriga do lobo se mexia demais, o caçador desconfiou. Pegou uma faca que carregava na cintura e começou abrir a barriga do malvado.

Para sua surpresa, saiu de dentro do lobo não só a vovó, mas também Chapeuzinho Vermelho.Apesar do susto, a avó e a netinha estavam bem e Chapeuzinho pode voltar para casa.

5 TEXTO 5: Contos de fadas. Total de palavras para prática de fluência leitora: 397. Cavéquia, Márcia Paganini.Alfabetização: a escola é nossa. São Paulo. Scipione, 2004, p.178, 179 e 180. (Obra dos Irmãos Grimm adaptado pela autora)

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TEXTO 06

Parlenda6

Da tradição popular

UM, DOIS, FEIJÃO COM ARROZ

Um, dois, feijão com arroz Três, quatro, feijão no pratoCinco, seis, bolo inglêsSete, oito, comer biscoitoNove, dez, comer pastéis

UM ELEFANTE

Um elefante amola muita gente... Dois elefantes... amolam, amolam muita gente... Três elefantes... amolam, amolam, amolam muita gente... Quatro elefantes amolam, amolam, amolam, amolam muito mais... (continua...)

6 TEXTO 6 – Gênero: Parlenda. Total de palavras para prática de fluência leitora: 60.

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TEXTO 07

Ora bolas7

Paulo Tatit e Edith Derdyk

Oi, oi, oi! Olha aquela bolaA bola pula bem no pé, no pé do meninoQuem é esse menino?Esse menino é meu vizinho.Onde ele mora?Mora lá naquela casa.Onde está a casa?A casa está na rua.Onde está a rua?Está dentro da cidade.Onde está a cidade?Está do lado da floresta.Onde está a floresta?A floresta é no Brasil.Onde está o Brasil?Tá na América do Sul, continente americano, cercado de oceanos nas terras mais distantes de todo o planeta.E onde é o planeta?O planeta é uma bola que rebola lá no céu.

7 TEXTO 7: Letra de canção. Total de palavras para prática de fluência leitora: 156. Albuquerque, Amélia Maria Brito de, Carvalho, Célia Maria Bernardo e Accioly, Iana Mamede.Aprender Construindo: Letra-mento e alfabetização linguística. Fortaleza: IMEPH, 2009, p.227.

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TEXTO 08

A onça e o saci8

Pedro Bandeira

Para gostar de ouvir histórias, ouça bem o meu conselho, não precisa orelha grande, nem precisa de coelho.

Pois agora eu vou contar,preste muita atenção, a história da onçaenganada pelo saci sabidão.

Dona onça decidiuisso eu conto porque vi,que era hora de caçaro danado do saci.

Acordou logo cedinho e, coçando seu pescoço, pôs açúcar bem no fundo de um escuro e velho poço.

8 TEXTO 8 - Gênero: Conto moderno. Total de palavras para prática de fluência leitora: 328. Bandeira, Pedro. A onça e o saci. São Paulo: Editora Moderna, 2003.

“O saci gosta de doce...”, pensou ela a sorrir. “Vai pular aqui para dentro e não vai pode sair!”

O saci ouviu tudinho e, como era bem sabido, foi falar para abelhas do açúcar escondido.

- Vejam só, minhas amigas,tem açúcar pra sobrarno fundo do velho poço, e é só ir lá pegar!

Foram pro poço as abelhas e o saci ficou do lado, agachado, a berrar e a gritar, esgoelado!

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- Ai, socorro, quem me acode? Daqui eu não posso sair! Esse poço é muito fundo e eu não consigo subir!

Era o que a onça esperava! Deu um salto pra pegar o danado do saci, que não podia escapar!

Só que, no fundo do poço, ao verem aquela invasão, as abelhas não gostaram e pregaram-lhe o ferrão!

- Ai, ai, ai! – berrava a onça. - O saci virou abelha!E o dando está picando meu nariz e minha orelha!

- Sacizinho, tenha pena!Eu daqui quero fugir!Pare de me maltratar e vire de novo um saci!

- É bem feito! – respondeu o saci, aliviado.- Quem queria me caçar todo mundo acabou por ser caçado!

A onça aprendeu a lição e fugiu logo dali. Nunca mais quis perseguir o sabido do saci.

E você? Se divertiu?Se gostou, muito que bem.Pois o certo é ser amigo.e não fazer mal a ninguém!

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TEXTO 09

Chuva pega-bobo9

Às vezes cai chuva forte,Chove muito, depois passa.Passa? Passa nada,Ela fica de tocaia,Até que um bobo saia.E o bobo é vocêQue olha, olha, olha,Em dúvida se corre agora;E de repente você corre, Você corre sobre as poças,E bem na hora o céu desaba,A chuva cai, não vai embora,Nunca mais, pois sempre cai em dobroEssa chuva pega-bobo!

9 TEXTO 9 - Gênero: Poema. Total de palavras para prática de fluência leitora: 93. Capparelli, Sérgio.111 poemas para crianças. Porto Alegre: L&PM, 2006, p.61.

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TEXTO 10

O louco e o cachorro do louco10

O louco vinha de pijama, andando pelo corredor do hospício, puxando um tubo de pasta de dente amarrado num barbante.

As pessoas passavam e riam, sentido pena do sujeito.Uma enfermeira chegou perto e perguntou:- Qual é o nome do bichinho?O louco parou com cara de quem não tinha entendido:- Que bichinho?A moça:- Esse cachorrinho aí que você está levando para passear.O louco sorriu.- Que é isso moça? Isso não é cachorro. É uma pasta de dente. Não tá vendo não?A moça ficou achando que o louco estava melhorando. O louco despediu-se, sapateou, pererecou,

deu uma cambalhota e foi embora.Dobrando a curva do corredor, virou-se para a pasta de dente e disse baixinho:- Viu, Totó? Enganamos mais um!

10 TEXTO 10 - Gênero: Piada. Total de palavras para prática de fluência leitora: 164. Azevedo, Ricardo. Se eu fosse aquilo. São Paulo: Editora Ática, 2002, p. 41 e 42.

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TEXTO 11

Leonardo da Vinci11

O senhor Antônio, avô de Leonardo, ficou tão orgulhoso no dia em que ele nasceu que escreveu em seu diário: “Sábado, 15 de abril de 1452, às 10:30h da noite, nasceu meu neto Leonardo, filho de Ser Piero, meu filho.”

Leonardo nasceu na Itália, em casa nos arredores de Vinci.Sua família passou a usar o nome da cidade como seu próprio nome de família. Os pais de Leonardo não se casaram e, mesmo tendo sido cuidado e amamentado por sua mãe nos

seus primeiros meses de vida, Leonardo foi morar com seus avós paternos, Antônio e Monna Lucia da Vinci.- Como é bom ter um bebê em casa novamente! – suspirou MonnaLucia.O pai de Leonardo, Ser Piero, era um advogado muito ocupado. Logo ele se casou, e sempre estava

fora de Vinci, pois tinha muitos trabalhos em Florença. Sua mãe morava perto e, mesmo depois que ela se casou e teve outros filhos, Leonardo podia visitá-la quando quisesse.

Francesco, o tio de Leonardo, cuidava dos negócios da família. Sempre que podia, levava Leonar-do com ele para ver as oliveiras e as vinhas e aprender a amar a natureza.

Quando Leonardo tinha apenas quatro anos, ele e seu tio viram uma forte ventania, que ia des-truindo tudo por onde passava. Leonardo nunca se esqueceu daquela experiência e por toda sua vida foi fascinado pela meteorologia e pelo poder da natureza.

Leonardo nasceu com dons maravilhosos. Sua mente estava sempre ocupada e ele se dispunha a aprender muitas coisas, nunca parando entre um assunto e outro.

Leonardo levava cadernos com ele para todo lugar que ia e sempre fazia anotações. Tinha um jeito curioso de escrever com a mão esquerda: ia da direita para esquerda e desenhava as letras de trás para frente.

11 TEXTO 11 - Gênero: Biografia narrada. Total de palavras para prática de fluência leitora: 1176. Hart, Tony e Hellard, Susan. Leonardo Da Vince – Coleção crianças famosas.São Paulo: Editora Callis, 1994.

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O único modo de ler facilmente suas anotações era com a ajuda de um espelho!Leonardo tinha uma educação muito fraca em Vinci, mas seus talentos eram óbvios para seus

professores.- Não posso te ensinar mais matemática, Leonardo – disse desconcertado o seu professor -, já te

ensinei tudo o que eu sei! Ele teve aulas de música e aprendeu a tocar lira. Logo ele estava compondo suas próprias músicas.- Nunca ouvi versos tão bonitos e um canto tão adorável! – disse seu professor de música.Leonardo, além de escrever em seus cadernos, fazia desenhos maravilhosos para registrar seus

pensamentos e observações enquanto perambulava pelos lindos campos italianos.Um dia, o pai de Leonardo, Ser Piero, percebeu que seus desenhos eram especiais, e levou alguns

deles para mostrar a um amigo, Andrea del Verrocchio, que dirigia um famoso ateliê em Florença.- Você não acha que seria bom que Leonardo estudasse desenho? – perguntou Ser Piero.Verrocchio ficou muito impressionado com os desenhos de Leonardo e insistiu para Ser Piero

trazer seu filho ao ateliê.- Florença parecerá muito grande e estranha para mim, que nunca saí do vilarejo – disse Leonar-

do -, mas mal posso esperar para conhecê-la!Então, aos doze anos de idade, Leonardo foi morar com seu pai em Florença, em uma casa de

onde se via os escritórios do governo em que Ser Piero trabalhava.No ateliê de Verrocchio, Leonardo começou varrendo o chão e fazendo arrumações, mas logo

passou a esticar telas, a fazer pincéis e a pintar.Todos no ateliê aprendiam a desenhar com modelos vivos. Leonardo logo chamou a atenção de

seu mestre: fez modelos em argila e cobriu as figuras com tecidos que tinham sido mergulhados em gesso, que depois endureciam.

- Agora posso ter dobras que irão durar. Poderei desenhá-las como elas realmente são – explicou. - Mas que boa idéia – disse Verrocchio.- Precisamos aprender a desenhar o que vemos!Se Leonardo visse o rosto de uma pessoa que quisesse desenhar, seguia aquela pessoa por todo o

dia, até que memorizasse completamente seu rosto, e então corria para casa desenhá-lo.- Um artista deve ser como um espelho refletindo o que é colocado à sua frente – dizia Leonardo.Leonardo adorava trabalhar no ateliê e achava Florença uma cidade maravilhosa para se viver.No inverno de 1466 uma enchente inundou a cidade de Florença no meio da noite. Casas e igrejas

eram invadidas pela água. Cavalos morriam afogados nos estábulos.Logo a água parou, mas o estrago que fez era horrível de se ver. Mais uma vez Leonardo se lem-

brava do poder das forças da natureza.Naquela época uma epidemia de peste atingiu Florença. Lorenzo de Medici, o governador da

cidade, achou que seria bom alegrar o povo, e organizou festas e brincadeiras. O ateliê de Verrocchio colaborou com muitas bandeiras e fantasias.

-Você pode desenhar um capacete para o duque de Milão, Leonardo? – Perguntou Vorrocchio.Leonardo fez um lindo desenho para esse capacete.Um dia o pai de Leonardo estava em Vinci e um camponês pediu-lhe um favor:

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- Fiz um escudo com o tronco de uma figueira. Quando o senhor retornar a Florença poderia pedir a alguém que pintasse para mim?

O camponês prometeu pagar em espécie, isto é, com peixe e caça, e Ser Piero concordou.Quando viu o escudo, Leonardo disse:- Não posso pintá-lo assim como está, tenho de melhorar sua forma e lustrá-lo primeiro.Leonardo transformou o escudo em um lindo objeto.E então pensou cuidadosamente no desenho que iria pintar sobre ele“Inventarei minha própria

criatura”, pensou. “Devo fazer estudos sobre lagartos, cobras e morcegos e colocá-los juntos para de-senhar um monstro aterrorizante”.

Quando Ser Piero viu o escudo levou um belo susto, pois pensou que fosse um monstro de verdade.- Bom! Consegui o que queria! – exclamou Leonardo. – O escudo assustou você. Agora pode levá-lo.Verrocchio convidou Leonardo para ajuda-lo em uma grande pintura para o mosteiro de San

Salvi. Ele pediu a Leonardo que pintasse o anjinho carregando o manto de Cristo.Para alguém tão jovem, a pintura de Leonardo era excelente.- Sua pintura é linda, Leonardo. Está melhor do que a minha. Nunca mais usarei as tintas – pro-

meteu Verrocchio.Para a alegria de Leonardo e de Ser Piero, Verrocchio fez de Leonardo seu sócio.Leonardo adorava animais e, aos vinte anos de idade, tornou-se vegetariano. Ele comprava pas-

sarinhos só para poder soltá-los. Leonardo adorava estudar e desenhar pássaros em pleno voo.“Ah! Como gostaria de poder voar”, pensava, e assim desenhou máquinas voadoras, umas com

asas que batiam como as de um pássaro, e outras que pareciam helicópteros.Leonardo era um grande inventor. Desenhou uma bicicleta trezentos anos antes que a primeira

bicicleta fosse construída.Um dia ele escreveu ao Duque de Milão:“Ilustríssimo Lorde, inventei trinta e seis maneiras de melhorar sua estrutura militar...”Uma dessas maneiras era um tanque de guerra.O talento de Leonardo e suas façanhas eram tão impressionantes que algumas pessoas acredita-

vam que ele fosse um deus.Leonardo morreu quando tinha 67 anos, nos braços do Rei da França. Hoje, sua famosa Monalisa

é a pintura mais preciosa do mundo.

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TEXTO 12

Porque as zebras são listradas12

Após muito estudo, cientistas deduzem que as listras protegem as zebras do ataque de insetos

As listras são a marca registrada das zebras, disso todo mun-do sabe. Mas como será que elas ganharam essa estampa bacana? Há mais de 100 anos, cientistas tentam desvendar esse mistério e descobrir qual seria a sua importância para esses animais. Recen-temente, um grupo de pesquisadores descolou mais uma pista para responder à pergunta: as listras podem afastar os insetos.

Por que as zebras são listradas? A resposta é um mistério, mas pesqui-sadores estão atrás de pistas!

As zebras são encontradas nas savanas africanas e estão expostas a picadas de mosquitos e outros bichinhos desagradáveis. Um deles é a mutuca, uma mosca que se alimenta de sangue e que costuma picar cavalos e zebras. “Além de transmitir doenças, a mutuca tem uma picada muito dolo-rosa e incômoda, prejudicando a pastagem dos animais”, conta Susanne Åkesson, bióloga da Univer-sidade de Lund, na Suécia, que liderou o estudo.

A picada da mutuca é dolorosa e incômoda. Cientistas observaram que cavalos de cores escuras eram muito mais atacados por mutucas do que os cavalos de cores mais claras. Eles se perguntaram, então, o que aconteceria nas zebras, e foram investigar.

Para isso, foram montados vários cavalos de plástico, cada um de uma cor, e um cavalo com listras em preto e branco. Eles foram lambuzados com uma cola que prendia os insetos. Ao final de alguns dias, os pesquisadores foram conferir qual dos animais havia sido menos atacado pelas moscas e… surpresa! Tinha sido a zebra. Cavalos de plástico de diferentes cores foram usados no experimento.

Isso acontece porque a mutuca tem mais facilidade para enxergar os cavalos de cores escuras, sendo mais atraída por eles. Já as listras em preto e branco confundiriam a mosca, fazendo com que ela enxergasse muito mal as zebras. A teoria valeria também para outros insetos.

Ainda é preciso repetir o experimento em zebras de verdade e testar a influência de outras ca-racterísticas, como o cheiro desses animais. “No entanto, afastar as moscas não parece ser o único papel das listras”, explica Susanne. “Acreditamos que elas tenham várias outras vantagens que ainda não foram comprovadas”.

12 TEXTO 12 – Gênero: Notícia. Total de palavras para prática de fluência leitora: 391. Revista Ciência Hoje das crianças - http://chc.cienciahoje.uol.com.br/por-que-as-zebras-sao-listradas/

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TEXTO 13

Diário13nda-feira

13 TEXTO 13 - Gênero: Diário. Total de palavras para prática de fluência leitora: 281. Kinney, Jeff. Diário de um banana: Rodrick é o cara.São Paulo: Veragara & Riba Editoras, 2009, p. 1, 2 e 3.

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TEXTO 14

O casalzinho14

Na pré-escola o menininho e a menininha brincavam lá num canto, no recreio, debaixo da goia-beira no parquinho, quando a professora ouviu seus gritinhos abafados (em pré-escola tudo é assim pequenininho, menininho, gritinho e, geralmente a escola também é apertadinha numa casa onde os quartos viraram salinhas de aula, a garagem virou bibliotequinha e o quintal, parquinho onde a crian-çada brinca apertadinha).

Então a professora foi lá ver e eles estavam enganchados pela boca, pelos aparelhos ortodônticos, os “ferrinhos”, como diz a criançada.

É sério: o menininho e menininha, os mais quietinhos da turma, os mais inocentes e fofinhos, educados e meigos, estavam ali de gatinhas na areia, enganchados pela boa e olhando para a professora como a suplicar ajuda, tia ajuda!

Aí alguém da turma viu e gritou:- O Du e Dé tão se beijando!Alvoroço é pouco, rebuliço também. Mas essas coisas são as tempestades, vem e vão, vão e vem,

não sem antes quebrar um monte coisas. Brinquedos, cadeiras, vasos, cabide, tudo foi de roldão atrás duma professora levando a menininha, ainda enganchados – até que, na sala da diretora, esta senhora arregalou os olhos e sentou estupefata enquanto as professoras deixavam o casalzinho, na falta de lugar melhor, sobre a sua própria mesa!

Fecharam a porta deixando o tumulto lá fora. A menina chorava, o menininho gemia, de olhos arregalados como a perguntar: vão me tirar disto ou vou ter de engolir as lágrimas dela?

Engancharam os ferrinhos, disse uma professora. Vamos chamar o dentista, disse outra. Aí a dire-tora mostrou porque é diretora: abriu a gaveta, pegou uma bolsinha de couro, tirou um alicatinho de manicure e se debruçou sobre o problema.

Quando conseguiu desenganchar os ferrinhos, esperou o casal de refazer, com água açucarada e palavras doces, até que também docemente perguntou:

- Mas por que vocês se engancharam? Estavam se beijando?O menininho fechou a cara, a menininha protestou, não estava beijando não. Aconteceu foi que

estavam brincando e...- ... ele pediu metade do meu chiclete, e eu falei que ele podia pegar da minha boca, que eu tava

com a mão cheia de areia!- E eu também – o menino confirmou – Então fui pegar coma boca, ué!E abriu o sorriso de metal.

14 TEXTO 14 - Gênero: Crônica. Total de palavras para prática de fluência leitora: 402. Pellegrini, Domingos. Ladrão que rouba ladrão. São Paulo. Ática, 2002, p. 63 e 64.

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TEXTO 15

Bolo formigueiro15

Massa: • 3 xícaras de farinha de trigo• 3 xícaras de açúcar• 3 ovos• 2 colheres de margarina• 1 colher de sopa de fermento em pó• 1 vidro de leite de coco• 1 pacote de chocolate granulado

Cobertura:• 4 colheres de sopa de chocolate em pó• 4 colheres de sopa de açúcar• 1 copo de leite• Numa panela em fogo baixo, mexer tudo até ferver.

Junte os ingredientes da massa numa tigela menos o granulado, batendo bem. Por último, mis-ture levemente o granulado com uma colher. Ligue o forno. Unte uma fôrma de furo com margarina, enfarinhe, despeje a massa e leve ao forno médio, já aquecido. Deixe assar durante 45/50 minutos. Espete com um palito; se sair seco, já está assado. Tire do forno com um pano, espere esfriar um pouco, desenforme em cima de um prato grande e cubra com a calda de chocolate.

15 TEXTO 15 - Gênero: Receita culinária. Total de palavras para prática de fluência leitora: 178. Azevedo, Ricardo. Você diz que sabe muito, borboleta sabe mais! São Paulo: Moderna, 2007, p.58 e 59.

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TEXTO 16

Reportagem16

16 TEXTO 16 - Gênero: Reportagem.Revista Veja – 08/06/2011

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TEXTO 17

Pet: pra quê te quero17

Conheça as vantagens e desvantagens desse material co-mum em garrafas de bebidas

Não precisa procurar muito, pois é bem fácil encontrá--lo: o PET – sigla para polietileno tereftalato – é usado na fabricação de uma porção de coisas, como garrafas de re-frigerantes, águas, sucos, óleos comestíveis, medicamentos, produtos de higiene e limpeza, cosméticos e fibras têxteis. Mas você tem ideia do que é esse composto presente em produtos tão diferentes?

Resposta: um polímero termoplástico. Diz-se “políme-ro” porque o PET é formado por moléculas muito grandes produzidas pela união de muitas moléculas de um composto menor, o etileno tereftalato. Já o “termoplástico” quer dizer que pode ser derretido e solidificado diversas vezes – assim como vidro, ferro e alumínio –, o que torna possível sua reciclagem.

A quantidade de PET consumida pelo Brasil (521 mil toneladas) seria suficiente para fabricar 11 bilhões de garrafas de 2 litros.

O PET foi descoberto pelos químicos ingleses John Rex Whinfield e James Tennant Dickson em 1941. Após a descoberta, eles conseguiram produzir fibras de PET para substituir o algodão, o linho e a lã, que estavam em falta devido ao desabastecimento provocado pela Segunda Guerra Mundial.

A fibra de PET foi lançada no mercado pela indústria ICI com o nome de Terylene. Depois, outras indústrias começaram a produzir a fibra com os nomes diferentes. Mas, apesar de ter alcançado gran-de popularidade entre os anos 1950 e 1970, o uso atual de fibras têxteis 100% PET é restrito a deter-minadas aplicações, como a confecção de uniformes esportivos, por exemplo. É muito mais comum o uso de fibras mistas de algodão e PET – o tecido identificado nas etiquetas como contendo poliéster.

Na fabricação de embalagens, o PET revolucionou o mercado da produção de garrafas a partir dos anos de 1970, com a invenção do processo de injeção e sopro , no qual o PET derretido é soprado para dentro de um molde, adquirindo a forma desejada quando resfria. No Brasil, as embalagens feitas de PET começaram a ser usadas em 1988. O sucesso em todo o mundo foi grande, pois esse tipo de embalagem apresenta várias vantagens: são transparentes, inquebráveis, impermeáveis e leves, o que diminui o custo de transporte do produto.

As embalagens PET descartadas geram um grande problema ambiental, uma vez que demoram mais de 100 anos para decompor .

17 TEXTO 17 - Gênero: Informativo. Total de palavras para prática de fluência leitora: 569.Revista Ciência Hoje para Crianças -http://chc.cienciahoje.uol.com.br/pet-para-que-te-quero/

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Por outro lado, há desvantagens. As matérias primas usadas na produção do PET são derivadas do petróleo, sendo, por isso, consideradas matérias primas não renováveis. Além disso, as embalagens descartadas no lixo geram um grande problema ambiental, uma vez que demoram mais de 100 anos para decompor. Por isso, há um grande estímulo para a reciclagem deste material.

No Brasil, reciclamos 51% das garrafas utilizadas, o que nos coloca em segundo lugar entre os países que mais reciclam este tipo de material, atrás apenas do Japão. O PET reciclado é usado princi-palmente para a fabricação de cordas, fios de costura e cerdas de vassouras e escovas.

Sempre que você for descartar uma garrafa PET, lembre-se de jogá-la numa lixeira que faça co-leta seletiva de lixo e encaminhe o material para reciclagem.

Se você quiser ajudar a aumentar ainda mais a reciclagem do PET, é fácil: procure cestos de coleta seletiva de plásticos, geralmente na cor vermelha, e coloque suas garrafas vazias lá! O meio ambiente agradece…

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TEXTO 18

Como se fosse dinheiro18

Todos os dias, Catapimba levava dinheiro para a escola para comprar o lanche. Chegava no bar, comprava um sanduíche e pagava seu Lucas. Mas seu Lucas nunca tinha troco:

- Ô, menino, leva uma bala que eu não tenho troco.Um dia, Catapimba reclamou de seu Lucas:- Seu Lucas, eu não quero bala, quero meu troco em dinheiro,- Ora, menino, eu não tenho troco. Que é que eu posso fazer?- Ah, eu não sei! Só sei que quero meu troco em dinheiro!- Ora, bala é como se fosse dinheiro, menino! Ora essa...Catapimba ainda insistiu umas duas ou três vezes. A resposta era sempre a mesma:- Ora, menino, bala é como se fosse dinheiro... Então, leve um chiclete, se não gosta de bala.Aí, o Catapimba resolveu dar um jeito. No dia seguinte, apareceu com um embrulhão debaixo do

braço. Os colegas queriam saber o que era. Catapimba ria e respondia:- Na hora do recreio, vocês vão ver...E, na hora do recreio, todo mundo viu. Catapimba comprou o seu lanche. Na hora de pagar, abriu

o embrulho. E tirou de dentro... uma galinha. Botou a galinha em cima do balcão.- Que é isso, menino? – perguntou seu Lucas.- É pra pagar o sanduíche, seu Lucas. Galinha é como se fosse dinheiro... O senhor pode me dar

o troco, por favor?Os meninos estavam esperando para ver o que seu Lucas ia fazer. Seu Lucas ficou um tempão

parado, pensando... Aí colocou umas moedas no balcão:- Está aí seu troco, menino!E pegou a galinha, para acabar com a confusão.No dia seguinte, todas as crianças apareceram com embrulhos debaixo do braço. No recreio, todo

mundo foi comprar lanche. Na hora de pagar...Teve gente que queria pagar com raquete de pingue-pongue, com papagaio de papel, com vidro

de cola, com geléia de jabuticaba...O Armandinho quis pagar um sanduíche de mortadela com o sanduíche de goiabada que ele tinha

levado... Teve gente que também levou galinha, pato, peru... E, quando seu Lucas reclamava, a resposta era sempre a mesma:

- Ué, seu Lucas, é como se fosse dinheiro...Mas seu Lucas ficou chateado mesmo quando apareceu o Caloca puxando um bode. Aí, seu Lucas

correu e chamou a diretora. Dona Júlia veio e contaram pra ela o que estava acontecendo. E sabe o que ela achou? Pois achou que as crianças tinham toda razão.

18 TEXTO 18 - Gênero: Conto moderno. Total de palavras para prática de fluência leitora: 574. Rocha, Ruth. Como se fosse dinheiro. São Paulo: FTD, 2004.

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- Sabe, seu Lucas – ela falou -, bode não é como se fosse dinheiro. Galinha também não é. Até aí o senhor tem razão. Mas bala também não é como se fosse dinheiro e muito menos chiclete.

Seu Lucas se desculpava:- É, mas quando eu não tiver troco?- Aí, o senhor anota, e no outro dia paga.Os meninos fizeram uma festa, deram pique-pique pra dona Júlia e tudo. Naquele dia, nem houve mais aula. Mas o melhor de tudo é que todos do bairro ficaram sabendo

do caso.E, agora, seu Pedro da farmácia não dá mais comprimidos de troco, seu Ângelo do mercado não

dá mais caixas de fósforo de troco... Nenhum comerciante dá mais mercadoria como se fosse dinheiro.Afinal, ninguém quer receber um bode em pagamento, como se fosse dinheiro. É, ou não é?

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TEXTO 19

Diário19

19 TEXTO 19 - Gênero: Diário. Total de palavras para prática de fluência leitora: 305. Kinney, Jeff. Diário de um banana: Rodrick é o cara.São Paulo: Veragara & Riba Editoras, 2009, p. 160,161, 162 e 163.

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TEXTO 20

A bela e a fera20

Era uma vez um comerciante que tinha filha muito linda; era tão linda que seu pai passou a chamá-la de Bela.

Certa ocasião, quando o pai estava vol-tando de viagem, ele acabou de perdendo. Foi parar em frente a um castelo que parecia estar abandonado. Como era tarde, acabou pernoi-tando no castelo.

Na manhã seguinte, foi até o jardim do castelo e cortou uma rosa para dar à filha bela. Apareceu então uma fera furiosa, que foi logo dizendo:

- Como ousas roubar as rosas do meu jardim? Morrerás por causa disto!- Desculpe! Estava apenas colhendo uma rosa para minha filha – disse o comercian-

te.A fera não quis nem saber, estava muito furiosa e decidiu prendê-lo.O comerciante muito triste rogou à fera:- Eu lhe imploro, deixe-me ver minha filha querida mais uma vez; depois voltarei ao

castelo!A fera concedeu-lhe o pedido. Voltou chorando à casa para contar à filha o acontecido.Bela decidiu voltar com o seu pai para o castelo. Chegando ao castelo, ela pediu à

fera para ficar no lugar do pai. A fera concordou e o pai foi embora triste com medo de que a filha pudesse morrer no lugar dele.

Apesar do medo de morrer, a Bela foi percebendo que a fera a tratava bem. Com o passar dos dias, o monstro apaixonou-se pela bela, pedindo-a até em casamento. Bela não aceitou, mas ofereceu sua amizade.

Alguns dias mais tarde Bela pediu permissão à Fera para que pudesse visitar o pai dela. A Fera concordou. O seu pai estava muito triste pensando até que Bela tivesse morrido. Ela já estava bastante idoso quando Bela o visitou. Ficou muito alegre.

Quando Bela retornou ao castelo, encontrou a Fera muito triste e doente. Estava assim porque sentia muita falta de Bela. Neste momento a Bela beijou a Fera e houve uma grande transformação. A Fera transformou-se num lindo príncipe. A Bela apaixo-nou-se por ele.

O príncipe, então, contou sua história para Bela. Ambos se casaram e viveram fe-lizes para sempre.

20 TEXTO 20 - Gênero: Conto de fadas. Total de palavras para prática de fluência leitora: 377. Buck, W. A bela e a fera. Clássicos eternos. Editora M&W.

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TEXTO 21

A assembleia dos ratos21

Era uma vez uma colônia de ratos, que viviam com medo de um gato. Resolve-ram fazer uma assembleia para encontrar um jeito de acabar com aquele transtor-no. Muitos planos foram discutidos e abandonados. No fim, um jovem e esperto rato levantou-se e deu uma excelente ideia:

— Vamos pendurar uma sineta no pescoço do gato e assim, sempre que ele es-tiver por perto ouviremos a sineta tocar e poderemos fugir correndo. Todos os ratos bateram palmas; o problema estava resolvido. Vendo aquilo, um velho rato que ti-nha permanecido calado, levantou-se de seu canto e disse:

— O plano é inteligente e muito bom. Isto com certeza porá fim às nossas preo-cupações. Só falta uma coisa: quem vai pendurar a sineta no pescoço do gato?

Moral da história:

Falar é fácil, fazer é que é difícil.

21 TEXTO 21 — Gênero: Fábula. Total de palavras para prática de fluência leitora: 159. ESOPO — Fabulista grego do século VI a.C.

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TEXTO 22

Pão de minuto22

INGREDIENTES

• 2 xícaras de chá de farinha de trigo peneirada• 2 ovos • 2 colheres de sopa de açúcar• 1 colher de sopa de manteiga ou margarina• 1 colher de sopa de fermento em pó• 1 colher de chá de sal

MODO DE FAZER

Peneire a farinha de trigo numa tigela. Forme um buraco no centro da farinha e coloque os ovos, o açúcar, a margarina, o fermento em pó e o sal. Misture os ingredientes e amasse-os suavemente até a massa soltar das mãos. Faça bolinhas com a massa e coloque-as em assadeira untada com manteiga ou margarina. Pincele gema de ovo nos pãezinhos, se quiser. Asse-os em temperatura média por mais ou menos 15 minutos. Dica: Se quiser, antes de assar os pãezinhos, recheie cada um deles com um pedacinho de queijo.

22 TEXTO 22: Gênero: Receita culinária. Total de palavras para prática de fluência leitora: 171. Cereja, William Roberto e Magalhães, Thereza Cochar. Portugês Linguagens 3º ano. São Paulo. Atual, 2006, p.124 e 125.

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TEXTO 23

Barangandão arco-íris23

Material

• 1 folha de jornal• Folhas de papel de cores diversas• 1 pedaço de barbante de 60 centímetros• Cola

Modo de fazer

• Dobre a folha de jornal várias vezes.• Recorte tiras de papel colorido.• Faça um tipo de sanduíche com o jornal.• Cole as tiras dentro do jornal dobrado.• Amarre bem forte o jornal com o barbante.

Como brincar

• Segure a ponta solta do barbante.• Gire, jogue para cima, faça muitos movimentos.

23 TEXTO 23: Instruções. Total de palavras para prática de fluência leitora: 108. Leite, Márcia, Morelli, Bia e Guimarães, Luciana.Promeiros Textos: alfabetização. São Paulo. FTD, 2001, p.112 e 113.

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TEXTO 24

Biografia24

CÂNDIDO PORTINARI Cândido Portinari nasceu em 30 de dezembro de 1903,

numa fazenda de café, em Brodósqui, interior do Estado de São Paulo. Filho de imigrantes italianos e de origem humil-de, desde pequeno já manifesta sua vocação artística.

Em 1919, decidido a tornar-se pintor vai para o Rio de Janeiro onde se matricula como aluno livre na Escola Nacional de Belas Artes.

Em 1928 recebe o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro, da exposição Geral de Belas Artes, com o “Retrato do Poeta Olegário Mariano”.

Em maio de 1929 faz sua primeira exposição individual, com 25 retratos, no Palace Hotel do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano vai para Paris, onde permanece até 1930. Lá conhece Maria Victoria Martinelli, sua companheira de toda a vida. Retorna ao Brasil em 1931.

Em 1935 obtém seu primeiro reconhecimento no exterior, a segunda Menção Honrosa no Carne-gie de Pittsburgh, Estados Unidos, com a tela “Café”, que retrata uma cena de colheita típica de sua região de origem.

Aos poucos, sua inclinação muralista revela-se nos painéis executados para o Monumento Ro-doviário, na Via Presidente Dutra, em 1936 e nos afrescos do recém construído edifício do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro, realizados entre 1936 e 1944. Em 1939 executa três grandes painéis para o Pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova York e o Museu de Arte Moderna de Nova York adquire sua tela “Morro do Rio”. Neste mesmo ano nasce João Cândido, único filho de Portinari e Maria.

Em 1940, participa de uma mostra de arte latino-americana no Riverside Museum de Nova York e expõe individualmente no Instituto de Artes de Detroit e no Museu de Arte Moderna de Nova York, com grande sucesso de crítica, venda e público.

Em 1946, Portinari volta a Paris para realizar, na Galeria Charpentier, a primeira exposição em solo europeu. Foi grande a repercussão, tendo sido agraciado, pelo governo francês, com a Legião de Honra.

Em 1952, atendendo à encomenda do Banco da Bahia, realiza outro painel com temática histó-rica: A Chegada da Família Real Portuguesa à Bahia, e inicia os estudos para os painéis Guerra e Paz, oferecidos pelo governo brasileiro à nova sede da Organização das Nações Unidas. Concluídos em 1956, os painéis, medindo cerca de 14 x 10m cada, os maiores pintados por Portinari, encontram-se no hall de entrada dos delegados do edifício-sede da ONU, em Nova York.

24 TEXTO 24 — Gênero: Biografia. Total de palavras para prática de fluência leitora: 566.Retirado de: http://www.pinturabrasileira.com/artistas_bio.asp?cod=93&in=1

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Em 1954, Portinari realiza, para o Banco Português do Brasil, o painel Descobrimento do Brasil. Neste mesmo ano, tem os primeiros sintomas de intoxicação das tintas, que lhe será fatal. Em 1955 recebe a Medalha de Ouro, concedida pelo International Fine Arts Council de Nova York, como o me-lhor pintor do ano.

No final da década de 50 Portinari realiza diversas exposições internacionais, expondo em Paris e Munique em 1957. É o único artista brasileiro a participar da exposição “50 Anos de Arte Moderna”, no Palais des Beaux Arts, em Bruxelas, em 1958, e expõe como convidado de honra, em sala especial, na I Bienal de Artes Plásticas da Cidade do México.

Em 1961 o pintor têm diversas recaídas da doença que o atacara em 1954 — a intoxicação pelas tintas —, entretanto, lança-se ao trabalho para preparar uma grande exposição, com cerca de 200 obras, a convite da Prefeitura de Milão.

Cândido Portinari falece no dia 6 de fevereiro de 1962, vítima de intoxicação pelas tintas que utilizava.

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TEXTO 25

Aladim e a lâmpada maravilhosa25

Aladim caminhava por uma viela estreita e escura quando um cálido brilho no chão chamou sua atenção.

Aproximando-se, viu que era uma lâmpada.Estava a olhá-la por vários ângulos quando viu sob a poeira algo que parecia ser algum escrito.Passou a mão no local e subitamente uma grande luz branca começou a surgir do bico da

lâmpada.Aladim assustou-se e deixou cair a lâmpada, enquanto uma grande forma humana masculina ia

se formando no espaço antes vazio.Ao invés de terminar em pés, suas pernas se afunilavam na direção do bico da lâmpada.A forma algo fantasmagórica flutuava envolta por uma aura oscilante.Antes que Aladim pudesse sequer avaliar a situação, a forma disse com voz grave e firme:— Sou o Gênio da Lâmpada, e você tem direito a um desejo.Recobrando-se, Aladim compreendeu logo a situação e, sem questionar porque era um só desejo,

já ia dizendo algo quando o Gênio continuou:— Mas há três condições.Três condições? Onde já se viu gênio ter condições para atender desejos?Aladim continuou ouvindo.— Primeira condição: o que quer que você deseje, deve se realizar antes em sua mente.Aladim já ia perguntar o que isto queria dizer, mas o Gênio não deixou:— Segunda condição: o que quer que você deseje, deve desejar integralmente, sem conflitos.Desta vez Aladim esperou.— Terceira condição: o que quer que você deseje, deve ser capaz de continuar desejando para

continuar a ter.Aladim, ansioso por dizer logo o que queria, fez o primeiro desejo assim que pôde falar:— Eu quero um milhão de dólares!— Já se imaginou tendo um milhão de dólares?Aladim agora entendera o que queria dizer a primeira condição.Na mesma hora vieram à sua mente imagens de si mesmo nadando em dinheiro, comprando

muitas coisas, mas ao se imaginar, questionou-se se teria que compartilhar parte do dinheiro com pobres ou outras pessoas.

Aí entendeu a segunda condição, e percebeu que seu desejo não poderia ser atendido.Aladim então buscou então algum desejo que poderia ter sem conflitos.

25 TEXTO 25 — Gênero: Conto maravilhoso. Total de palavras para prática de fluência leitora: 619.Retirado de: http://www.contandohistorias.com.br/historias/2006100.php

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Pensou, pensou, buscou e por fim disse ao Gênio:— Senhor Gênio, eu quero uma companheira bela, sábia e carinhosa.Aladim tinha se imaginado com uma mulher assim e sentiu que aquilo ele queria de verdade, sem

qualquer conflito.O Gênio fez um gesto e de sua mão saiu um feixe de luz esverdeada na direção do coração de

Aladim.Este teve uma alucinação, como um sonho, de estar vivendo com uma mulher bela, sábia e cari-

nhosa por vários anos.E viu-se então enjoado, não a queria mais depois de tanto tempo.Voltando à realidade, Aladim lembrou-se das cenas e viu que aquele desejo também não poderia

ser atendido.Entristeceu-se, pensando que jamais poderia querer e continuar querendo algo sem conflitos.Algo aparentemente aconteceu.O rosto de Aladim iluminou-se, e ele se empertigou todo para dizer ao Gênio que já sabia o

que queria.— Sim? O Gênio foi lacônico. Aladim completou, em um só fôlego:— Eu desejo que você me dê a capacidade de realizar os desejos que eu imaginar em minha

mente sem conflitos!

Final 1

O Gênio estendeu uma das mãos e, projetando um jato de luz multicolorida em Aladim, transfor-mou-o em um Gênio da Lâmpada.

Final 2

Algo inesperado aconteceu: o Gênio foi se soltando da lâmpada, formaram-se duas pernas com-pletas no seu corpo e ele desceu devagar até finalmente apoiar-se no chão, em frente a Aladim, que o olhava com um ar interrogador.

— Obrigado, disse o Gênio, sorridente.Estava escrito que eu seria libertado quando alguém pedisse algo que já tivesse!

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TEXTO 26

A lua que eu te dei26

Ivete Sangalo

Posso te falar dos sonhosDas floresDe como a cidade mudouPosso te falar do medoDo meu desejo, do meu amor...Posso falar da tarde que caiE aos poucos deixa verNo céu a LuaQue um dia eu te dei...Gosto de fechar os olhos Fugir no tempo De me perder Posso até perder a hora Mas sei Que já passou das seis...Sei que não há no mundo Quem possa te dizer Que não é tua

26 TEXTO 26 — Gênero: Letra de canção. Total de palavras para prática de fluência leitora: 166

A Lua que eu te dei...Pra brilharPor onde você for Me queira bem Durma bem Meu Amor...Eu posso falar Da tarde que cai E aos poucos deixa ver No céu a Lua Que um dia eu te dei...Pra brilhar Por onde você for Me queira bem Durma bem Meu amor...Durma bem Me queira bem Meu Amor...

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TEXTO 27

Cuidado com o menino27

Era uma vez — não faz muito tempo assim e num lugar não muito longe — um menino que entrou por um atalho que atravessava uma floresta...

...e foi capturado por um lobo faminto.— Que bobinho... — disse o lobo, sorrindo.E levou o menino para sua caverna.— O que é que você vai fazer comigo? — perguntou o menino.O lobo lambeu os beiços e respondeu:— Eu vou te comer, é claro.— Assim? Cru? — perguntou o menino.O lobo urgiu.— Quer dizer...— suspirou o garoto — ...você não vai nem me cozinhar antes?O lobo pensou um pouco.— ...e então... — disse em seguida — ... o que é que você sugere?— Bom, acontece que eu sei uma receita ótima, de Sopa de Menino.O lobo, que estava com fome e também era guloso, mal conseguia se conter.— Hummmmm!!! — estava babando. — Do que é que eu preciso?E o menino disse.

SOPA DE MENINO

Ingredientes:(para servir um lobo faminto)

• Um menino (de tamanho médio)• Um caldeirão de ferro bem grande• Uma tonelada de batatas• Um montão de cebolas• Uma tina de rabanetes • Uma carroça cheia de cenouras• Balas de frutas• Um poço cheio de água• Um barril cheio de tijolos• Uma colher de pedreiro

27 TEXTO 27 — Gênero: Conto moderno. Total de palavras para prática de fluência leitora: 1161. Blundell, Tony. Cuidado com o menino. São Paulo: Editora Moderna, 1999.

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Modo de fazer:

1. Primeiro, pegue o menino.2. Lave-o bem, principalmente atrás das orelhas.3. Coloque-o firmemente dentro do caldeirão de ferro.4. Acrescente água, batatas, cebolas, rabanetes, cenouras e mais as balas de fruta para

temperar.5. Sente-se no barril de tijolos e mexa bem, até quinta-feira, usando a colher de pedreiro.

E lá se foi o lobo atrás de todos esses ingredientes.Correu de um lado para o outro, para lá e para cá, para cima e para baixo,daqui para ali,por todo o lado,por todo o canto.Quando o lobo voltou, o menino conferiu tudo.— Mas que lobo bobo! Você esqueceu o sal! — disse ele.O lobo ficou sem graça.— Você não falou que precisava de sal — resmungou.— Bem, mas não fez mal — disse o menino. — Acabei de me lembrar de um prato ainda mais

gostoso, que por caso, não precisa de sal.A barriga do lobo começou a roncar muito alto.— Ótimo! — exclamou. — Então me diga, me diga!— Chama-se Pastelão de menino — disse o menino, jogando uma bala na boca — e é três vezes

mais gostoso do que Sopa de menino.— Hummmm! — fez o lobo.— Mas você vai precisar de umas coisinhas....

PASTELÃO DE MENINO

Ingredientes:(para servir um lobo faminto e mal humorado)

• Um menino (que não seja magro demais)• Uma fôrma de pastelão, bem grande• Três morrinhos de farinha de trigo• Uma vaca cheia de leite• Uma pedação de banha

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• Seis sacos de cimento• Um carregamento de alho-poró• Uma tanque de feijão• Um caixote de cenoura• Uma pá • Um chapéu de vaqueiro• Um ioiô amarelo.

Modo de fazer:

1. Com a pá, misture bem a farinha, o leite e a banha para fazer a massa.2. Deixe o menino, com todo o conforto, na fôrma de pastelão.3. Recheie os bolsos dele com alho-poró, feijão e cubra com a massa.4. Coloque o ioiô no chapéu e sente-se em cima.5. Observe o pastelão de hora em hora, e depois todos os dias, até dourar.

E lá se foi o lobo atrás de todos esses ingredientes.Correu de uma lado para o outro, para lá e para cá, para cima e para baixo,daqui para ali,por todo o lado,por todo o canto.Quando o lobo voltou esbaforido, soprando e bufando, o menino examinou as mercadorias.— Mas que lobo bobo! Você esqueceu o sal! — disse ele. O lobo ficou de pernas bambas.— Mas você disse que esta receita não precisava! — resmungou.— É, só que precisa — disse o menino. — Mas não faz mal. Acabei e me lembrar do prato mais

incrivelmente gostoso que já existiu. E este não precisa mesmo de sal...O lobo já estava quase resolvendo ficar mesmo com menino cru.Levantou as orelhas...— Pois então, vamos — rosnou. — Fale de uma vez! — Chama-se Bolo de Menino — disse o menino. — E é dez vezes mais gostoso do que Pastelão de

Menino!— E imagino... — suspirou o lobo, desanimado — ...que só vou precisar de umas coisinhas?

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BOLO DE MENINO

Ingredientes:(para ser um lobo esfomeado e exausto)

• Um menino (do tamanho que você quiser)• Uma bandeira • Um tablete grande de manteiga• Um latão de lixo cheio de • açúcar mascavo• Cinco baldes de bombeiro• cheios de farinha com fermento• Uma bolsa de ovos • Uma casinha de tijolos• Um carrinho de mão • cheio de nozes• Uma sacola de uvas • passas • Uma penca de bananas• Uma bicicleta vermelha• Duas portas de celeiro• Uma praia cheinha• de areia• Um ramo de flores

Modo de fazer:

1. Deixe o menino vendo televisão num quarto quentinho.2. Bata a manteiga, a farinha, o açúcar mascavo e os ovos dentro da banheira.3. Misture nas portas de celeiro bananas, uvas passas e nozes.4. Acrescente com cuidado a bicicleta, a areia e as flores.5. Se chover, fique na casinha.

Mais uma vez, o lobo saiu pela floresta. Aos trambolhões.Tropeçou de um lado para o outro, para lá e para cá, para cima e para baixo,daqui para ali,por todo lado, por todo canto.Passou um bom tempo até o lobo voltar, sem fôlego, debaixo de uma montanha de ingredientes. O menino olhou, olhou...

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— Mas que lobo mais bobo! — disse ele, abanando a cabeça. — Você esqueceu o sal.Ouviu-se um barulhão quando o lobo desmaiou.

Caiu o lobo.

Caíram as portas de celeiro.

Caiu a bicicleta.

Caiu a casinha.

Caíram o carrinho de mão, as nozes e as passas.

Caíram os baldes de bombeiro, a manteiga e o latão de lixo.

Caíram as bananas, os ovos e a areia.

Ainda bem que o menino conseguiu agarrar as flores.O lobo ficou estatelado.— Tirando uma soneca no meio da tarde, seu lobo, que feio... — disse o menino enquanto mistu-

rava o cimento, a água e a areia.— Você devia era fazer mais exercício — continuou ele enquanto colocava os tijolos um em cima

do outro e construía uma parede bem na entrada da caverna do lobo.— Mas que lobo mais bobo... — pensou ele, voltando de bicicleta pela floresta.Quando ele chegou em casa, sua mãe já estava esperando.— Mãe, mãe! — chamou ele. — Peguei um atalho pela floresta e fui apanhado por um lobo famin-

to, que me deu estas balas, este chapéu e uma bicicleta nova. E ainda mandou estas flores para você.— Pelo jeito, era um sujeito simpático — disse a mãe. — Agora venha jantar enquanto a comida

está quente.Coisa que o lobo não fez naquela noite.

MORAL DA HISTÓRIA: Nunca se esqueça do sal!

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TEXTO 28

Papagaio congelado28

Um dia, um sujeito ganhou de presente um papagaio.O bicho era uma praga. Não demorou muito, logo se espalhou pela casa.Atendia telefone.Gritava e falava sozinho nas horas mais inesperadas.Dava palpite nas conversas dos outros.Discutia futebol.Fumava charuto.Pedia café, tomava, cuspia, arregalava os olhos esparramava semente de girassol e coco por todo

lado, gargalhava e ainda gritava para o dono de casa: “ô seu doutor, vê se não torra faz favor!”.Uma noite, a família recebeu uma visita para jantar. O papagaio não gostou da cara do visitante

e berrou: “vai embora, ratazana!” e começou a falar cada palavrão cabeludo que dava medo.Depois que a visita foi embora, o dono da casa foi até o poleiro. Estava furioso:— Seu mal educado, sem vergonha de uma figa! Estou cheio! Agora você vai ver o que é bom

pra tosse.Agarrou o papagaio pelo cangote e atirou dentro da geladeira:— Vai passar a noite aí de castigo!Depois, fechou a porta e foi dormir..No dia seguinte, saiu atrasado para o trabalho e esqueceu o coitado preso na geladeira.Só foi lembrar do bicho à noite, quando voltou para casa.Foi correndo abrir a geladeira.O papagaio saiu trêmulo e cabisbaixo, com cara arrependida, cheio de pó gelado na cabeça.Ficou de joelhos.Botou as duas asas na cabeça.Rezou.Disse pelo amor de Deus.Reconheceu que estava errado.Pediu perdão.Disse que nunca mais ia fazer aquilo.Jurou que nunca mais ia fazer coisa errada, que nunca mais ia atender telefone e interromper

conversa, nem xingar nenhuma visita.Jurou que nunca mais ia dizer palavrão e nem “vai embora ratazana”.Depois, examinando o homem com olhos arregalados, espiou dentro da geladeira e perguntou:— Queria saber só uma coisa: o que é que aquele franguinho pelado, deitado ali no prato, fez?

28 TEXTO 28 — Gênero: Piada. Total de palavras para prática de fluência leitora: 337. Azevedo, Ricardo. Se eu fosse aquilo. São Paulo: Editora Ática, 2002, p 18, 19 e 20.

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TEXTO 29

Um curumin, um pajé e a lenda do Ceará29

Vento que sopra do mar Enquanto a tarde desmaiaVem contar-me a antiga lenda Que corre da serra à praia:A lenda do Ceará,“Terra onde canta a Jandaia”.

Dizem que há muito tempoNo mais distante passadoOnde hoje é o CearáO nosso querido EstadoEra um chão virgem, somentePor nativos habitado.

Nossos índios eram livres,Dos litorais às ribeiras,Nos sertões e altas serrasViviam tribos guerreirasE as Jandaias cantavamPelas copas das palmeiras.

Até que um dia homens mausChegaram aqui pelo mar,Vindos de outras naçõesPara esta terra explorarE pela força e astúcia Puderam, enfim, dominar.

Nossos índios reagiram Aos tais colonizadores,Uns morreram, outros fizeramAcordo com os invasores...Pois os vencidos se tornamEscravos dos vencedores!

29 TEXTO 29 — Gênero: Lenda. Total de palavras para prática de fluência leitora: 660. Rinaré, Rouxinol do. Um curumim, um pajé e a lenda do Ceará.Fortaleza: IMEPH, 2007.

Num tempo ainda distante,Mas já próximo do presente,Quando com a posse das terrasFicou o branco somente,No litoral tinha ainda Uma tribo remanescente.

E nessa tribo um costume Ainda era preservado:Sentava-se um Pajé velhoPor curumins rodeado Junto à fogueira e contava As histórias do passado

Foi assim que certa noite,Sentado junto à fogueira,Um curumim curiosoPedia por brincadeira:— Vovô, nos conte a história Da nossa gente guerreira!

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O velho Pajé calou-se Como quem sofre um dilemaDepois disse: — Por Tupã,Nosso Deus, Força Suprema,Vou falar de nossos paisCoatiabo e Iracema.

Nós renascemos de dois povosDe fibra e coragem rarasDos que vivam nas serras,Os valentes Tabajaras E dos povos do litoral,Valorosos Pitiguaras.

Sendo nações inimigas,Entre si faziam guerras.

E quando os guerreiros brancosApontaram em nossas terrasUns se uniram aos Pitiguaras,Outros aos povos das serras.

Martim, um guerreiro branco,Um dia chegou aqui.Tinha a pela cor de areiaE dos raios da mãe Jaci.Viveu entre os PitiguarasComo um irmão de Poty.

Coatiabo é nome índioQue um dia lhe foi dadoE em tupi-guaraniQuer dizer “Homem Pintado”.Por se pintar como nósMartim assim foi chamado.

Havia entre o TabajarasUma virgem bela e puraQue tinha os lábios de mel,Uma deusa em formosura,

De longos cabelos negrosComo a noite mais escura.

Era filha de um PajéE se chamava Iracema.Foi consagrada a TupãDesposá-la era um problemaPor ser ela a guardiãDo segredo da Jurema.

Com Poty, o grande chefe,Martim foi para uma caçada,Mas perdeu-se do amigoDentro da mata fechadaE numa lagoa encontrouA linda virgem sagrada.

Assustada, num impulso,Com a flecha, ela o feriu.Martim sangrava, porémCom ternura lhe sorriuQuebrou Iracema a flecha,Porque remorso sentiu.

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Desse casual encontroNasceu um amor fielEntre Martim e a índiaQue tinha os lábios de mel,Muito embora ela, mais tarde,Provasse um amargo fel...

Pois, pra viver esse amor,Enfrentou duro castigoDeixou o pai que amava,Pôs sua vida em perigoE viu seus irmãos caíremMortos pelo inimigo.

Entre os rivais do seu povoFora viver com Martim,Uniu-se a ele por laçosQue só a morte põe fim,Porque, do guerreiro branco,Esperava um curumim.

Martim partiu, foi pra guerra,Devido à necessidade.

Deixou Iracema grávida,Sentindo infelicidade.Sozinha em sua cabanaDefinhava de saudade

Enquanto o guerreiro longe Lutava com destemor,Iracema dava à luzO fruto do seu amor,E o chamava de MoacirEm tupi, “Filho da Dor”!

Ela amamentava o filho Como manda a natureza,Mas os seus seios secaramDevido à grande fraqueza,Por não mais se alimentar,Vencida pela tristeza.

Martim, ao voltar da guerra, De remorso estremeceu,Ao ver Iracema frágil,Que erguendo o filho seuAo entregar-lhe o meninoSem forças desfaleceu.

Cantava triste a Jandaia,O mar na praia gemia,O sol pálido no horizonte Tímido seu rosto escondia,Quando Iracema nos braços Do seu esposo morria.

Rosto molhado de pranto,Incapaz de prosseguir,Nosso mestiço PajéApós muito refletirRevelou, enfim, que eleEra o próprio Moacir!

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TEXTO 30

Poema do tamanho30

Será que o tamanho é bom?Será que o tamanho deu?Pra mim, o melhor tamanhoVai ser o tamanho meu

Mais alto que um giganteMais baixo que um pigmeuPra mim, o melhor tamanhoVai ser o tamanho meu

Tanto faz medir com réguaTem gente maior que euPra mim, o melhor tamanhoVai ser o tamanho meu

Tanto faz medir com fita Tem gente menor que euPra mim, o tamanho certo

Pra mim o tamanho exatoPra mim o melhor tamanhoVai ser o meu!

30 TEXTO 30 — Gênero: Poema. Total de palavras para prática de fluência leitora: 122. Azevedo, Ricardo. Se eu fosse aquilo. São Paulo: Editora Ática, 2002, p. 66 e 67.

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TEXTO 31

Parlenda31

Da tradição popular

FUI À FEIRA

Fui à feira comprar uva Encontrei uma coruja Eu pisei na cauda delaMe chamou de cara sujaQue danada essa coruja!

MEIO DIA

Meio dia,Macaco assobia.Panela no fogo,Barriga vazia.

31 TEXTO 31 — Gênero: Parlenda. Total de palavras para prática de fluência leitora: 34.

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TEXTO 32

Cecília Meireles32

“...Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda...” (Romanceiro da Inconfidência)

Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil S.A., e de D. Matilde Benevides Meireles, professora municipal, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a única sobrevivente dos quatros filhos do casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não ti- n h a três anos. Criou-a, a partir de então, sua avó D. Jacinta Garcia Benevides.

Conclui seus primeiros estudos — curso primário — em 1910, na Escola Estácio de Sá, diplo-mando-se no Curso Normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, em 1917, passa a exercer o magistério primário em escolas oficiais do antigo Distrito Federal.

Dois anos depois, em 1919, publica seu primeiro livro de poesias, “Espectro”. Seguiram-se “Nunca mais... e Poema dos Poemas”, em 1923, e “Baladas para El-Rei”, em 1925.

Casa-se, em 1922, com o pintor português Fernando Correia Dias, com quem tem três filhas: Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda.

Publica, em Lisboa — Portugal, o ensaio “O Espírito Vitorioso”, uma apologia do Simbolismo.Correia Dias suicida-se em 1935. Cecília casa-se, em 1940, com o professor e engenheiro

agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo.De 1930 a 1931, mantém no Diário de Notícias uma página diária sobre problemas de

educação.Em 1934, organiza a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, ao dirigir o Centro Infantil,

que funcionou durante quatro anos no antigo Pavilhão Mourisco, no bairro de Botafogo.Profere, em Lisboa e Coimbra — Portugal, conferências sobre Literatura Brasileira.De 1935 a 1938, leciona Literatura Luso-Brasileira e de Técnica e Crítica Literária, na Universida-

de do Distrito Federal (hoje UFRJ).

32 TEXTO 32 — Gênero: Biografia. Total de palavras para prática de fluência leitora: 456. Retirado de: http://www.releituras.com/cmeireles_bio.asp

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Colabora ainda ativamente, de 1936 a 1938, no jornal A Manhã e na revista Observador Econômico.Publica, em 1939/1940, em Lisboa — Portugal, em capítulos, “Olhinhos de Gato” na revista

“Ocidente”.Em 1940, leciona Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas (USA). Em 1942, torna-

se sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro (RJ).Aposenta-se em 1951 como diretora de escola, porém continua a trabalhar, como produtora e

redatora de programas culturais, na Rádio Ministério da Educação, no Rio de Janeiro (RJ).Realiza numerosas viagens aos Estados Unidos, à Europa, à Ásia e à África, fazendo conferências,

em diferentes países, sobre Literatura, Educação e Folclore, em cujos estudos se especializou.Recebe o Prêmio de Tradução/Teatro, concedido pela Associação Paulista de Críticos de

Arte, em 1962.No ano seguinte, ganha o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária, pelo livro “Poemas de

Israel”, concedido pela Câmara Brasileira do Livro.Falece no Rio de Janeiro a 9 de novembro de 1964, sendo-lhe prestadas grandes homenagens

públicas. Seu corpo é velado no Ministério da Educação e Cultura.

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TEXTO 33

Quem é vivo sempre aparece33

Após sumiço de 70 anos, espécie de sagui é redescoberta na Amazônia.O sagui ‘Saguinus fuscicollis cruzlimai’ é um dos menores macaquinhos da Amazônia e se destaca

pela coloração avermelhada de seu dorso (Foto: Ricardo Sampaio).O carinha da foto é um mestre do esconde-esconde! Ele ficou desaparecido por quase 70 anos

e muita gente até duvidava que ele existia. Agora, foi redescoberto por biólogos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Museu Paraense Emílio Goeldi na unidade de conservação Floresta do Purus, na Amazônia.

A única pista que os cientistas tinham do bichinhoera uma pintura feita pelo ilustrador científico Eládio Cruz Lima no livro Primatas da Amazônia, publicado em 1945 pelo Museu Goeldi. Com base no desenho, o biólogo americano Philip Hershkovitz descreveu o macaquinho como sendo de uma nova espécie, batizada de Saguinus fuscicollis cruzlimai.

Apesar disso, muitos cientistas duvidavam. “Ninguém acreditava que era uma nova espécie”, conta o biólogo José de Sousa, do Museu Goeldi. “Pensavam que a cor avermelhada das costas do macaquinho da pintura era devido a alguma doença ou apenas uma característica individual.”

Antes de ser redescoberta, o único registro conservado da espécie era essa ilustração de Eládio Cruz Lima.

Com esse mistério na cabeça, o biólogo Ricardo Sampaio, do ICMBio, iniciou a busca pelo sagui desaparecido. Durante um grande levantamento de espécies de primatas na região amazônica, o bió-logo se deparou com o macaquinhomuito vivo, pulando de árvore em árvore.

“De certo modo foi uma surpresa, pois muita gente duvidava que a espécie era real e não havia pesquisas para confirmar a sua existência”, diz Ricardo. “Mas, por outro lado, já esperávamos, pois os escritos deixados por Hershkovitz indicavam que o sagui devia viver nessa região.”

Agora, Ricardo e outros pesquisadores trabalham para conseguir mais informações sobre a espé-cie, como seus hábitos e o local preciso onde vive.

Esconde-esconde, apesar de ter ficado desaparecido por tanto tempo, o biólogo acredita que o macaquinho não seja raro, mas bem comum na região. O sagui teria ficado longe dos olhos da ciência por tanto tempo devido aos obstáculos oferecidos pela região onde ele mora, que, além de ser de difícil acesso, foi durante muito tempo foco de doenças como a malária.

A descoberta é mais um exemplo da riqueza natural da Amazônia. “A floresta amazônica é um grande vazio de conhecimento e ainda há muitas espécies para serem encontradas lá”, aposta Ricardo.

33 TEXTO 33: Gênero: Notícia. Total de palavras para prática de fluência leitora: 429. Revista Ciência Hoje das crianças — http://chc.cienciahoje.uol.com.br/quem-e-vivo-sempre-aparece-2/

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TEXTO 34

Meu diário34,

Amanhã entro de férias e vou conhecer o mar. Como é o mar? Papai me disse que parece uma montanha enorme. É uma paisagem que a gente não cansa de admirar. Fico imaginando uma monta-nha mexendo, andando, indo e vindo. Mamãe falou para a gente levar só o essencial. Nada de muita roupa. Na praia, só se usa short. Mas vou levar o vestido que a tia Lili me deu de aniversário. E, por falar em aniversário, não posso deixar de contar como foi a minha última festa. De manhã não notei nada, nem parabéns ganhei. Fui para a escola e quando voltei, nada. À noitinha mamãe me pediu para ir ao supermercado com a Lia, minha irmã. Fui. Já tinha até esquecido o meu aniversário, mas, quando cheguei em casa, levei um susto. A casa estava toda apagada e, quando acendi a luz da sala, todos estavam lá. E foi tanto abraço, tanto presente que quase morri de alegria. E entre os mil abraços e presentes lá estava o Branco de Neve, que, apesar do nome, era quase todo preto, apenas a cara era branca. Branco de Neve é meu urso de pelúcia. Durmo com ele. Brinco o tempo todo com o meu Branco. Faz parte da paisagem do meu quarto.

34 TEXTO 34: Gênero: diário. Total de palavras para prática de fl uência leitora: 238. CLAVER, Ronald. Dona palavra. São Paulo: FTD, 2002, p. 42,43).

Amanhã entro de férias e vou conhecer o mar. Como é o mar? Papai me disse que parece uma Amanhã entro de férias e vou conhecer o mar. Como é o mar? Papai me disse que parece uma Amanhã entro de férias e vou conhecer o mar. Como é o mar? Papai me disse que parece uma Amanhã entro de férias e vou conhecer o mar. Como é o mar? Papai me disse que parece uma

falar em aniversário, não posso deixar de contar como foi a minha última festa. De manhã não notei falar em aniversário, não posso deixar de contar como foi a minha última festa. De manhã não notei

para ir ao supermercado com a Lia, minha irmã. Fui. Já tinha até esquecido o meu aniversário, mas, para ir ao supermercado com a Lia, minha irmã. Fui. Já tinha até esquecido o meu aniversário, mas,

todos estavam lá. E foi tanto abraço, tanto presente que quase morri de alegria. E entre os mil abraços todos estavam lá. E foi tanto abraço, tanto presente que quase morri de alegria. E entre os mil abraços todos estavam lá. E foi tanto abraço, tanto presente que quase morri de alegria. E entre os mil abraços todos estavam lá. E foi tanto abraço, tanto presente que quase morri de alegria. E entre os mil abraços

nada, nem parabéns ganhei. Fui para a escola e quando voltei, nada. À noitinha mamãe me pediu nada, nem parabéns ganhei. Fui para a escola e quando voltei, nada. À noitinha mamãe me pediu

quando cheguei em casa, levei um susto. A casa estava toda apagada e, quando acendi a luz da sala, quando cheguei em casa, levei um susto. A casa estava toda apagada e, quando acendi a luz da sala,

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TEXTO 35

A nova imortal35

Escritora revela que começa seus trabalhos sem saber o final e não vê diferença entre a literatura infantil e a de adultos.

Adriana Ferranni

A escritora Ana Maria Machado, eleita neste ano para a cadeira número 1 da Academia Brasileira de Letras, diz que não sente falta do tempo em que foi repórter, mas que adoraria fazer crônicas em jornal ou revista. Ana Maria, além de escritora e jornalista, foi pintora, professora e até chegou a estudar geografia, mas seu forte são mesmo os livros. Em 33 anos de carreira, tem mais de 100 títulos publicados no Brasil e em 17 países, somando cerca de 14 milhões de exemplares vendidos. Nesta entrevista ela fala sobre leitura e seu trabalho (saiba mais sobre a escritora em www.anamariamachado.com.br).

ÉPUC — Quando você se senta para escrever, já vai com algum esqueleto da história?

Ana Maria Machado — Não, rarissimamente sei como uma história vai terminar. Em geral, escre-vo muito espontaneamente, num impulso. Depois, num segundo momento, volto ao que escrevi com um trabalho consciente de elaboração do texto.

ÉPUC — Você procura a opinião dos outros enquanto está escrevendo?

Ana Maria — Enquanto estou escrevendo, não. Esse é um poder que não dou a ninguém. Mas depois de pronto eu entrego o texto a pessoas muito próximas e ouço o que elas dizem. Aceito que me apontem problemas, mas não soluções para o que escrevo.

ÉPUC — Dada sua grande consagração como autora infantil, você já pensou em se dedicar um pouco mais à literatura para adultos?

Ana Maria — Eu tenho vários livros para adultos, tanto ensaios quanto romances, mais do que muitos autores considerados de literatura de adultos. No entanto, a mídia não toma muito conheci-mento disso. Então, não adianta.

ÉPUC — Você concorda com a idéia de que «quem não aprendeu a gostar de ler até a adolescência não aprenderá mais»?

Ana Maria — Na grande maioria dos casos, quem não teve a oportunidade na vida de descobrir que é capaz de gostar de ler até a adolescência muito raramente vai se tornar um bom leitor depois.

35 TEXTO 35 — Gênero: Entrevista. Total de palavras para prática de fluência leitora: 472. Revista Época — http://epoca.globo.com/especiais_online/2003/08/25_epuc/19ana.htm

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Quando um estudante de jornalismo me pergunta que livros deve ler, digo que deve começar por Cem Anos de Solidão e O Velho e o Mar.

ÉPUC — Qual o significado de sua eleição para a Academia?

Ana Maria — A Academia é apenas mais uma instituição para a qual eu entro. Tem diferenças porque, primeiro, é para a vida toda e, segundo, é a maior instituição cultural brasileira.

ÉPUC — E, após a imortalidade, quais são seus planos?

Ana Maria — Não sou uma pessoa que funcione muito por projetos. Não planejo etapas na minha carreira, eu toco de ouvido, improviso (risos).

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TEXTO 36

A turma36

Eu também já tive uma turma, ou melhor, fiz parte de turma e sei como é importante em certa idade essa entidade, a turma.

A gente é um ser racional, menos quando em turma. Existe, por exemplo, alguma razão para um grupo de pessoas sentar todo dia numa escada ou meio-fio e passar horas conversando?

Você pode falar a um filho, por exemplo, que refrigerantes engordam e chocolates dão mais espinhas em quem já está na idade de espinhas. Ele nem ouvirá. Mas, se um dia a turma resolver, ele passará a tomar só água com limão e pegará nojo de chocolate.

Você pode falar que cabelo tão comprido é incômodo, calorento, atrapalha, mas que nada, ele te pedirá dinheiro para comprar mais xampu. Agora, se a turma resolver cortar careca, ele aparecerá de repente careca no café de manhã e nem quererá falar do assunto — qual o problema em cortar careca?

Você pode dizer que bossa nova é bom, e mostar jornais e revistas, provar que só “Garota de Ipanema” já recebeu centenas de gravações em todo o mundo, mas ele aumentará o volume do rock pauleira ou da tecno-bost. Até o dia em que alguém da turma aparece com um CD de bossa nova e ele troca Axel Rose por Tom Jobim de um dia para o outro.

36 TEXTO 36 — Gênero: Crônica. Total de palavras para prática de fluência leitora: 578. Pellegrini, Domingos. Ladrão que rouba ladrão. São Paulo. Ática, 2002, p. 46, 47 e 48.

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A turma tem modas, como quando resolvem todos arregaçar as barras das calças, que usavam arrastando pelo chão.

A turma tem traumas, como quando o namoradinho de uma se apaixona pela namoradinha de outro e...A turma tem linguagem própria, uma variante local de um ramal regional da vertente adolescen-

te da língua.A turma adora sentar na calçada e na praça e falar sobre o que viram em casa na televisão.A turma tem duplas de amigos e amigas mais chegados, e trios, e quartetos, que num grande

minueto anarquista se misturam as festas de aniversário. Ninguém da turma dança até que alguém da turma começa a dança, aí dançam todos trocando

de par até acabarem dançando todos juntos como turma que são.Um da turma se tatua, todos da turma querem se tatuar.Um bota uma argola no nariz, os outros, para variar, botam no lábio, na sobrancelha e na orelha e...A turma é isso aí, cara, uma reunião diária de espinhas e inquietações, habilidades e tempera-

mentos, o baralho das personalidades se misturando, o jogo das informações e dos sentimento rolando nas conversas sem fim, nas andanças sem cansaço, nas músicas compartilhadas, no refri com três canudos e uma empadinha pra quatro.

Na turma pouco dá para todos, todo mundo divide, cada um contribui, a turma se une partilhan-do e repartindo.

A turma ri como só na turma se ri.A turma julga quando erramos.A turma castiga com silêncios e ironias.A turma te chama, te reprime, te liberta, te revela, te rebela, te maltrata, te orgulha, te ama, e te

envolve, te afasta e te atrai, mas a turma é assim porque a turma é turma.Até o dia em que — disse a todos os meus filhos — cansamos de ter turma e passamos a ser gente.

E todos me disseram que sou um chato, mas o primogênito hoje já concorda: o tempo da turma passa.Mas, aqui entre nós, como dá saudade!

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TEXTO 37

Adivinha37

Qual a parte do corpo que coça mais?

O que é que todo mundo tem,Mas quando precisa, vai buscar no armazém?

O que é, o que é:Uma palavra de seis letras Que tem mais de trinta assentos?

37 TEXTO 37 — Gênero: Adivinha. Total de palavras para prática de fluência leitora: 75. Furnari, Eva. Adivinhe se puder. São Paulo: Editora Moderna, 2002, p.20, 21, 23.Respostas: 1. Unha, 2. Canela, 3. Ônibus.

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TEXTO 38

Reportagem38

38 TEXTO 38 — Gênero: Reportagem. Revista Veja — 12/12/2001

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TEXTO 39

Voz na linha39

A primeira conversa telefônica aconteceu em março de 1876 e foi realizada entre o escocês Alexandre Graham Bell e seu assistente. Ele disse: “Senhor Watson! Venha cá! Preciso do senhor!”

Dizem que Graham Bell durante o teste de sua nova invenção, teria chamado seu assistente após derramar ácido na roupa.

De lá para cá, o telefone tem facilitado a comunicação entre milhões de pessoas, diminuindo as distâncias e aproximando os povos.

Tudo começou quando Graham Bell decidiu criar um aparelho que ajudasse na comunicação de pessoas com dificuldade de falar e ouvir. Ele queria transmitir a voz humana por um fio e, depois de várias tentativas, inventou o telefone.

Um dos primeiros modelos de telefone era fixado na parede e tinha uma manivela que precisava ser girada para a pessoa poder fazer uma ligação.

As ligações eram feitas pelas telefonistas. Elas trabalhavam em centrais telefônicas fazendo conexão entre as linhas.

Até chegar ao modelo atual, o telefone já mudou muito. Houve um tempo em que os aparelhos tinham ganchos e discos giratórios. Hoje, eles têm teclas e identificadores de chamadas.

Em 1979 surgiu o celular, um dos maiores avanços na história da telefonia.Além de acabar com a necessidade do fio, os telefones celulares podem ter joguinhos, acesso à

internet e ainda tiram fotos!

39 TEXTO 39 — Gênero: Informativo. Total de palavras para prática de fluência leitora: 241. Tulchinski, Lúcia. Invenções geniais.São Paulo: Globo, 2004, p.72 e 73.

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TEXTO 40

Resolução40

Resolvi fugir de casa,nessa casa não dá mais.Vou juntar tudo o que eu tenhoe não volto aqui jamais.

Dois piões e uma fieira,meu álbum de figurinhas,o meu jogo de botão e a coleção de tampinhas.Dez bolinhas e um barbante,um balão e dois apitos, mais dois sapos ressecadose a coleção de palitos.

Nunca mais vou estudar,digo adeus para a escola.Já está tudo reunido,vou encher esta sacola.

Mas agora eu me lembrei,logo que a mamãe chegar,vai ter bala de hortelã.Vou guardar minha sacola,deixo a fuga pra amanhã!

40 TEXTO 40 — Gênero: Poesia. Total de palavras para prática de fluência leitora: 122. Bandeira, Pedro. Cavalgando o arco-íris. São Paulo. Moderna, 2002.

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