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Linguagens, códigos e suas tecnologias 1 LITERATURA SOLUÇÃO 1ª QUESTÃO [E] A questão exige conhecimento sobre a função poética ou estética, bem o aluno deveria reconhecer que tal função se processa com a articulação da mensagem, feita com o intuito de gerar mais expressividade, ou seja, sempre que a mensagem for alterada para ir além da informação temos função poética. SOLUÇÃO 2ª QUESTÃO [B] O poema faz uma reflexão crítica sobre a condição do negro oprimido no mundo, em perspectiva histórica mostra como o racismo obriga o negro a esconder sua condição, mas paradoxalmente a negritude resiste e a justificativa é a incipiência da raça opressora, que mesmo marginalizando acaba curiosamente se rendendo aos valores culturais dos oprimidos. SOLUÇÃO 3ª QUESTÃO [D] Considerando-se o soneto de Camões, nota-se que o eu lírico apresenta uma postura pessimista em relação às transformações que ocorrem no mundo, as quais são diferentes em tudo da esperança. Nesse sentido, elas provocam efeitos nocivos, os quais permanecem na memória: do mal ficam as mágoas na lembrança. SOLUÇÃO 4ª QUESTÃO [E] A questão exige que o aluno interprete perfeitamente o enunciado, ou seja, entenda o que foi proposto , uma vez que o texto é um meio e não um fim. O que levou o narrador a criar o título Um Dever Amaríssimo? Naturalmente evidenciar a personalidade megalomaníaca e dissimulada do agregado, que querendo sempre bajular os mantenedores da casa, calculava o que dizia o que fazia e isso naturalmente para justificar sua permanência por ali. SOLUÇÃO 5ª QUESTÃO [E] O texto faz uma crítica sutil aos internautas que fazem um personagem fraco , ou seja, criam uma falsa atitude crítica , quando de forma alienada acabam reproduzindo clichês, sempre que se afirma algo com o propósito de negar temos ironia e o referido recurso é muito presente na produção machadiana. SOLUÇÃO 6ª QUESTÃO [C] Um dos temas mais recorrentes em todos os autores da atualidade é a reflexão sobre o fazer literário, o texto reflete sobre o processo de criação, que é na verdade uma transformação do concreto, como disse Aristóteles: Recriação verbal da realidade. SOLUÇÃO 7ª QUESTÃO [D] O texto base evidencia que as produções trovadorescas vão além da realidade concreta, uma vez que recriam as relações feudais de suserania e de vassalagem, nas cantigas de amor a mulher vira “Senhor”, aspecto ideal e muito distante de uma sociedade patriarcal, tal construção demonstra um desejo que na sociedade atual, se mostra muito adequado e civilizado.

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LITERATURA

SOLUÇÃO 1ª QUESTÃO

[E] A questão exige conhecimento sobre a função poética ou estética, bem o aluno deveria reconhecer que tal função se processa com a articulação da mensagem, feita com o intuito de gerar mais expressividade, ou seja, sempre que a mensagem for alterada para ir além da informação temos função poética. SOLUÇÃO 2ª QUESTÃO

[B] O poema faz uma reflexão crítica sobre a condição do negro oprimido no mundo, em perspectiva histórica mostra como o racismo obriga o negro a esconder sua condição, mas paradoxalmente a negritude resiste e a justificativa é a incipiência da raça opressora, que mesmo marginalizando acaba curiosamente se rendendo aos valores culturais dos oprimidos. SOLUÇÃO 3ª QUESTÃO

[D] Considerando-se o soneto de Camões, nota-se que o eu lírico apresenta uma postura pessimista em relação às transformações que ocorrem no mundo, as quais são diferentes em tudo da esperança. Nesse sentido, elas provocam efeitos nocivos, os quais permanecem na memória: do mal ficam as mágoas na lembrança. SOLUÇÃO 4ª QUESTÃO

[E] A questão exige que o aluno interprete perfeitamente o enunciado, ou seja, entenda o que foi proposto , uma vez que o texto é um meio e não um fim. O que levou o narrador a criar o título Um Dever Amaríssimo? Naturalmente evidenciar a personalidade megalomaníaca e dissimulada do agregado, que querendo sempre bajular os mantenedores da casa, calculava o que dizia o que fazia e isso naturalmente para justificar sua permanência por ali. SOLUÇÃO 5ª QUESTÃO

[E]

O texto faz uma crítica sutil aos internautas que fazem um personagem fraco , ou seja, criam uma falsa atitude crítica , quando de forma alienada acabam reproduzindo clichês, sempre que se afirma algo com o propósito de negar temos ironia e o referido recurso é muito presente na produção machadiana.

SOLUÇÃO 6ª QUESTÃO

[C] Um dos temas mais recorrentes em todos os autores da atualidade é a reflexão sobre o fazer literário, o texto reflete sobre o processo de criação, que é na verdade uma transformação do concreto, como disse Aristóteles: Recriação verbal da realidade. SOLUÇÃO 7ª QUESTÃO

[D] O texto base evidencia que as produções trovadorescas vão além da realidade concreta, uma vez que recriam as relações feudais de suserania e de vassalagem, nas cantigas de amor a mulher vira “Senhor”, aspecto ideal e muito distante de uma sociedade patriarcal, tal construção demonstra um desejo que na sociedade atual, se mostra muito adequado e civilizado.

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SOLUÇÃO 8ª QUESTÃO

[D] Estamos diante de composição lírica e dessa maneira identificamos naturalmente as funções emotiva e poética, mas a intenção principal do eu lírico não foi a confissão de seus sentimentos, ou a articulação polissêmica do signo, a proposta principal foi dirigir-se ao interlocutor, ou seja, ao receptor e orientar sua conduta, os verbos no modo imperativo explicitam o propósito de persuasão , aspecto típico da função apelativa ou conativa. SOLUÇÃO 9ª QUESTÃO

[B] A leitura do texto provoca um estranhamento no leitor, justamente por ser uma forma peculiar de expressão poética. Tal peculiaridade está no uso do tom explicativo e contido (o que se insere no gênero didático, listado pela autora no primeiro verso). SOLUÇÃO 10ª QUESTÃO

[C] Os primeiros versos do poema “Escrever só para me livrar / de escrever. / Escrever sem ver, com riscos / sentindo falta dos acompanhamentos...” deixam clara a angústia produzida pela obrigação de escrever (alternativa A). No entanto, observa-se no poema que cortar, reconstruir, refazer, repensar a poesia exigem do poeta a suprema necessidade de exercer sobre a poesia um ato de reflexão crítica, o que leva à alternativa C. SOLUÇÃO 11ª QUESTÃO

[C] A questão exige os conceitos de lírico ( sentimental e subjetivo ) e épico ( histórico e heroico )e a percepção de que a alternativa que responde ao enunciado é a que apresenta a mescla do lírico e do épico, quando observamos a descrição física do protagonista entendemos dimensão épica e a revelação do estado anímico é natural que identifiquemos lirismo. SOLUÇÃO 12ª QUESTÃO

[B] O texto em análise é lírico e apresenta um tom exortativo com o intuito de condenar a ação nefasta da explosão da bomba atômica, o componente que auxilia na conscientização do interlocutor é recurso linguístico conhecido como paradoxo. SOLUÇÃO 13ª QUESTÃO

[B] Poema lírico – filosófico centrado em cena do cotidiano, a protagonista é anunciada como diva, mas sua postura e fala surpreendem o leitor , que no final tem suas expectativas mais uma vez frustradas, o recurso literário usado na construção de sentido do texto foi anti – clímax. SOLUÇÃO 14ª QUESTÃO

[C] Neste poema lírico filosófico de Gregório de Matos, que versa sobre a transitoriedade das coisas do mundo, o paradoxo contido na “chave de ouro” (fechamento do poema) revela que a única coisa constante é a inconstância das coisas do mundo. SOLUÇÃO 15ª QUESTÃO

[E] O texto em análise é uma cantiga de amigo, composição que surgiu no folclore ibérico durante o medievo, tais composições apresentam vos poética feminina e evidenciam o amor carnal ou real e nesse ponto diverge das cantigas de amor , mais comuns , de origem Provençal.

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SOLUÇÃO 16ª QUESTÃO

[E] “Rindendo castigat mores”, significa sorrindo corrigem – se os costumes, com tal lema Gil Vicente divertia e moralizava, suas composições são críticas e cômicas, mas o traço determinante em sua produção é a capacidade de representar artisticamente os vícios do home da época, interessado pelas conquistas matérias e evidenciando o casamento como forma de ascensão social. SOLUÇÃO 17ª QUESTÃO

[C] A peculiaridade da voz narrativa de Clarice Lispector aparece neste fragmento de “A hora da estrela” em um sujeito que, com a visão crítica da linguagem, ao invés de narrar, tece reflexões sobre questões existenciais (como se estivesse em crise), quando diz “Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas, continuarei a escrever.” e sobre a própria construção do discurso, como texto, quando diz “como eu irei dizer agora, esta história...”. SOLUÇÃO 18ª QUESTÃO

[A] O poema é confessional e a voz poética revela seu conflito provocado pelo fim da relação e evidenciado nos paradoxos presentes no texto. O esquecimento não é convencional é paradoxalmente lembrança e saudade. SOLUÇÃO 19ª QUESTÃO

[D] O fragmento do romance detalha o ambiente, as pessoas e as realizações típicas de uma festa burguesa. O texto não é opinativo, não é exortativo, não sobressai a dimensão narrativa a prioridade foi criar uma cena ou imagem na cabeça do leitor. SOLUÇÃO 20ª QUESTÃO

[E] O aspecto contraditório do Amor fica expresso nos versos: “que, de conformes vontades,/ faz desconformes efeitos”, ou seja, de vontades iguais o amor produz efeitos diferentes, tal contradição é reiterada nos dois últimos versos do poema.

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SOLUÇÃO 1ª QUESTÃO

[A] Padre Antônio Vieira escreveu diversas obras e sermões, entre eles o mais famoso é o da Sexagésima, que foi proferido na Capela real de Lisboa em 1655. Grande orador, esse é considerado o seu sermão mais importante, no qual faz uma crítica ao estilo de outros religiosos que, segundo ele, não sabiam pregar: falavam de vários assuntos, sendo alguns ineficazes em suas palavras ou tentanto agradar as vontades dos homens, e não a de Deus. Ele coloca a culpa nos pregadores e analisa a sua própria pregação. SOLUÇÃO 2ª QUESTÃO

[D] No trecho, Vieira critica o cultismo ou gongorismo, conceito bastante popular entre os escritores barrocos, cuja produção literária era marcada pelo excessivo rebuscamento, pelo hermetismo e pelo uso de figuras de linguagem. A crítica a esse estilo de composição se dá pela dificuldade de compreensão, pois Vieira valorizava a clareza textual. SOLUÇÃO 3ª QUESTÃO

[B] Ao longo do poema, o eu lírico descreve a paisagem bucólica que rodeia a sua amada, Sílvia. Expressões como “À margem de uma fonte”, “pássaros cantores”, “Flores canoras”, “pássaros fragrantes”, entre outras, remetem ao topo locus amoenus, expressão latina que designa “paisagem ideal”, valorizando a vida aprazível no campo em detrimento da vida conturbada na cidade. SOLUÇÃO 4ª QUESTÃO

[C] De acordo com o texto, Camões estaria à frente de seu tempo e apresentaria em sua obra o dualismo entre corpo e alma; o que anteciparia uma tendência do movimento literário posterior ao Classicismo: o Barroco, fortemente marcado por dualismos. SOLUÇÃO 5ª QUESTÃO

[B] A transitoriedade das coisas terrenas (“Muda-se o tempo, e suas temperanças. / Até o céu se muda, a terra, os mares, / E tudo está sujeito a mil mudanças.) está em oposição ao caráter imutável do sujeito, submetido a uma concepção fatalista do destino humano (“Só eu, que todo o fim de meus pesares / Eram de algum minguante as esperanças, / Nunca o minguante vi de meus azares.”). Tudo no mundo muda, menos os “azares” do eu lírico. SOLUÇÃO 6ª QUESTÃO

[E] O Barroco foi caracterizado, sobretudo, pelo conflito. Assim, era comum observar nos poemas várias antíteses, que demarcam justamente uma oposição. Nesse soneto de Gregório de Matos podemos observar uma oposição entre as ideias de fazer apenas o possível e de fazer o impossível. Assim, o poeta constrói essa oposição a partir das estruturas “quem faz só o que pode” e “quem contra os impossíveis se fatiga” e cria variações destas ao longo do poema. Esse conflito confere justamente uma feição barroca ao poema. SOLUÇÃO 1ª QUESTÃO

[B] Vários segmentos do excerto do “Sermão de Santo Antônio aos peixes” mostram que Vieira critica fortemente a cobiça e a perversidade dos homens, que se matam uns aos outros: “e eu, que prego aos peixes, para que vejais quão feio e abominável é, quero que o vejais nos homens”, “os grandes que têm o mando das cidades e das províncias, não se contenta a sua fome de comer os pequenos um por um, poucos a poucos, senão que devoram e engolem os povos inteiros”, entre outros.

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SOLUÇÃO 7ª QUESTÃO

[A] As referências a “inconfidentes mineiros” e “trabalho escravo” lembram duas vertentes históricas da poesia brasileira que se fizeram representar, respectivamente, por Cláudio Manuel da Costa e Castro Alves. O primeiro foi um dos fundadores da Arcádia Ultramarina, cujos integrantes, inspirados pelo pensamento iluminista, desenvolveram uma conspiração política contra o governador da capitania, culminando na Conjuração Mineira. Nesse contexto, a sua poesia adquire um tom político revelador das suas preocupações sociais. O segundo, Castro Alves, importante poeta do condoreirismo, revela na sua poesia fortes ideais políticos em favor da abolição da escravatura. SOLUÇÃO 8ª QUESTÃO

[B] No soneto, Lise age em relação ao eu lírico da mesma forma que o menino age com a avezinha, isto é, como dona da liberdade daquele que a ama. Se a avezinha está presa fisicamente aos caprichos do menino, o eu lírico está preso sentimentalmente a Lise. SOLUÇÃO 9ª QUESTÃO

[E] Ao longo do soneto, o eu lírico manifesta estranheza pelas mudanças que observa na natureza: “Quem fez tão diferente aquele prado?”, “ Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço”, “Ali em vale um monte está mudado”, “Nem troncos vejo agora decadentes”. No último terceto, reconhece que também nele aconteceu a mesma deterioração que encontra na natureza: “Mas que venho a estranhar, se estão presentes/Meus males, com que tudo degenera!”. Nesse sentido, deduz-se que existe empatia entre os sofrimentos do eu lírico e a deterioração da terra, como se afirma em [E]. SOLUÇÃO 10ª QUESTÃO

[C] O amor passível da racionalidade, buscando o carpe diem de modo equilibrado, contrasta com o amor típico do Romantismo, egocêntrico e subjetivo. No poema, não há referência ao indianismo, ao fisiologismo, à banalização ou ao desencanto mencionado nas demais alternativas. SOLUÇÃO 11ª QUESTÃO

[D] Após a verificação de que a mudança se dá em todos os âmbitos, o eu lírico conclui que inclusive a mudança “não se muda já como soía”: a mudança também se transforma. SOLUÇÃO 12ª QUESTÃO

[B] “Cotejar” é sinônimo de “comparar”; o eu lírico compara o próprio destino com o de Camões, julgando-os semelhantes quanto à desgraça: “perderam o Tejo (foram exilados), a paz não é encontrada quando vivos”. SOLUÇÃO 13ª QUESTÃO

[A] É correta a alternativa [A], pois, no soneto “Liberdade, onde estás? Quem te demora?”, o emissor é o eu lírico, o receptor, a liberdade, e o objetivo da mensagem é criticar o sistema político opressor do país, o despotismo. SOLUÇÃO 14ª QUESTÃO

[E] Entre as principais características Românticas da Segunda Geração, encontram-se destacados o culto à noite e a valorização da morte no poema de Álvares de Azevedo. Na última estrofe, percebemos que o eu lírico se despede da mãe, como se a morte o fosse certeira e próxima.

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SOLUÇÃO 15ª QUESTÃO

[D] O que confirma a tese de que o amor encaminha ao casamento, ou seja , ato divino e indissolúvel é verificarmos que ao longo do enredo tomamos contato com as dificuldades para efetiva união do par central , que até mesmo após o casamento continua intimamente separado, tal situação só se resolve no final apoteótico, quando Fernando devolve o dote e recupera sua integridade e por consequência Aurélia revela seu grande amor, na parte final o casamento é consumado e a narrativa retoma sua dimensão romântica. SOLUÇÃO 16ª QUESTÃO

[D] Firmina Mascarenhas dava um ar de respeitabilidade e honra ao fato de Aurélia Camargo ser solteira e financeiramente independente, o que era incomum na sociedade brasileira da época: “Mas essa parenta não passava de mãe de encomenda, para condescender com os escrúpulos da sociedade brasileira, que naquele tempo não tinha admitido ainda certa emancipação feminina”. SOLUÇÃO 17ª QUESTÃO

[B] O indianismo e o nacionalismo presentes na poesia de Gonçalves Dias, o chamado mal do século ou byronismo na de Álvares de Azevedo e o abolicionismo e as lutas humanitárias na de Castro Alves revelam que a poesia do Romantismo brasileiro manifestou-se qual um painel de temas, estilos e ideias capazes de representar variadas vertentes. SOLUÇÃO 18ª QUESTÃO

[A] Álvares de Azevedo, como representante da 2ª geração do Romantismo brasileiro, preza pela temática da morte – daí sua obsessão pela caracterização pálida tanto do eu lírico (no poema presente) como da mulher amada (em outros poemas).

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SOLUÇÃO 1ª QUESTÃO

[E] Em Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis constrói um narrador que, a todo tempo, faz uma autorreflexão de sua narrativa, explicando o percurso que seguirá e o que irá narrar. Isso faz com que a ideia de que o romance é escrito a partir de um ponto de vista específico seja reforçada e que o leitor coloque em xeque muito daquilo que o narrador expõe. SOLUÇÃO 2ª QUESTÃO

[C] Apenas na opção [C], as frases conferem efeito de ênfase às afirmações dos personagens narradores. No entanto, a primeira é iniciada com a oração principal “verdade é” que precede uma oração subordinada substantiva iniciada, portanto, por uma conjunção integrante, enquanto que, na segunda frase, a locução “é que” constitui expressão de realce, passível de ser retirada sem prejuízo de nexo sintático. Ou seja, apesar de ambas expressarem ênfase, não apresentam o mesmo recurso expressivo como se solicita no enunciado. SOLUÇÃO 3ª QUESTÃO

[C] Enquanto Brás Cubas aponta como fator positivo o fato de nunca ter trabalhado (“coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto”), Helena manifesta o seu desagrado quando não está ocupada a fazer algo (“Ser obrigada a ficar à toa é que seria castigo para mim”). Assim, é correta a opção [C], pois Brás Cubas e Helena apresentam como características, respectivamente, apatia e determinação. SOLUÇÃO 4ª QUESTÃO

[E] A opção [E] apresenta frase que denota registro informal da língua, pois o verbo “bater” deve ser acompanhado da preposição “a” para expressar ação de golpear a porta. Assim, a frase deveria ser substituída por bata à porta para atender às exigências da gramática normativa. SOLUÇÃO 5ª QUESTÃO

[E] No conto “Pai contra mãe”, o narrador relata práticas que remontam ao período da escravidão aplicando muitas vezes o recurso da ironia, figura caracterizada pelo emprego inteligente de contrastes, usado literariamente para criar ou ressaltar certos efeitos humorísticos. Nos excertos “Eram muitos [escravos], e nem todos gostavam da escravidão”, “Sucedia ocasionalmente apanharem pancada, e nem todos gostavam de apanhar pancada” ou no que justifica o uso da máscara de ferro apresentando-o como método correcional aplicado para garantir a sobriedade e a honestidade, revelam a ironia sutil da prosa machadiana. SOLUÇÃO 6ª QUESTÃO

[D] Todas as opções apresentam considerações inadequadas à interpretação da frase do autor sobre Machado de Assis, exceto a [D]. Ao afirmar que o criador de Brás Cubas avalizou a teoria darwinista de que o homem era resultado da evolução das espécies, sujeitas à seleção natural, contrariou o conceito antropocêntrico da humanidade, doutrina segundo a qual o ser humano é o centro ou a razão da existência do universo. SOLUÇÃO 7ª QUESTÃO

[D] No último parágrafo do excerto de “A causa secreta”, de Machado de Assis, o narrador penetra no mundo interior de Fortunato para descrever a sensação sádica que a explosão de dor de Garcia, que presumia ter tido relação adúltera com a sua mulher, lhe provocava. Ou seja, o narrador transmite ao leitor o prazer da personagem em relação ao sofrimento alheio.

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SOLUÇÃO 8ª QUESTÃO

[A] Segundo a escola naturalista, o indivíduo é mero produto da hereditariedade e seu comportamento é fruto do meio em que vive e sobre o qual age. A fala de Manuel Pescada, tio e tutor de Raimundo, justifica a recusa em dar-lhe a mão de Ana Rosa pelo fato de a família e a sociedade recriminarem a união da filha com um descendente de raça negra: “O senhor, porém, não imagina o que é por cá a prevenção contra os mulatos!... Nunca me perdoariam um tal casamento..” SOLUÇÃO 9ª QUESTÃO

[B] A “atenuação da subjetividade e do sentimentalismo” está presente na alternativa [B], pois a estrofe assume um tom extremamente descritivo na forma como caracteriza o palácio. Enfatiza-se, assim, o caráter plástico e preciosista da poesia em detrimento da expressão de sentimentos e da pessoalidade. SOLUÇÃO 10ª QUESTÃO

[B] A frase transcrita na opção [B], “Entrou aqui por uma portaria, só sairá por outra portaria”, constitui crítica sutil e irônica a respeito da superficialidade das transformações realizadas pelas leis da Abolição da Escravatura e a instauração da República na sociedade brasileira. Ou seja, segundo Machado de Assis, a vida nacional não seria afetada pelas modificações que eram resultantes de uma mera decisão administrativa. SOLUÇÃO 11ª QUESTÃO

[D] O último período do texto reproduz a sucessão de emoções contraditórias experimentadas por Brás Cubas no seu romance com Virgília, ou seja, uma “paixão sem freio” SOLUÇÃO 12ª QUESTÃO

[B] O “livro” dos amores de Brás Cubas e Virgília alterna a “paixão sem freio” e “uma hipocrisia paciente e sistemática” no relacionamento do casal. Da mesma forma, a vida de Brás Cubas é uma sucessão de momentos de grande euforia com outros de grande tédio. SOLUÇÃO 13ª QUESTÃO

[C] A sucessão de metáforas ("plantas que nascem e crescem depressa", ”abotoou-se a flor, ou o beijo, se assim lhe quiserem”), assim como as comparações implícitas do primeiro beijo como "prólogo de uma vida de delícias" e o desenlace do romance como o final do “livro” dos amores configuram uma alegoria. SOLUÇÃO 14ª QUESTÃO

[D] Enquanto que o Diabo prometia aos fiéis tudo o que é normalmente desejado por aqueles que se apegam a valores materiais (“delícias da terra, todas as glórias, os deleites mais íntimos”), a moral cristã apregoa a busca de significado para a vida por meio de conceitos que transcendem o tangível e conferem sentido mais amplo à existência humana. SOLUÇÃO 15ª QUESTÃO

[E] O narrador naturalista assume postura científica a fim de redigir seus romances de tese, empregando, inclusive, teorias de cunho cientificista, como o Positivismo, o Determinismo e o Darwinismo Social. Desse modo, as obras aproximam-se de um retrato sociológico do país.

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SOLUÇÃO 16ª QUESTÃO

[E] [A] Incorreta. O eu lírico não consegue entender sua situação em relação à amada, a ponto de salientar que não presta atenção nos aspectos físicos dela: “Eu não demoro o olhar na curva do teu seio / Nem me lembrei jamais de te beijar na boca”. [B] Incorreta. Há ecos românticos no poema, uma vez que a subjetividade marca o perfil do eu lírico: “Eu não sei se é amor. Será talvez começo. / Eu não sei que mudança a minha alma pressente...” [C] Incorreta. O eu lírico aceita que há uma mudança em curso em relação à amada: “Eu não sei que mudança a minha alma pressente...” [D] Incorreta. O eu lírico procura a amada quando se sente mal: “Não sei se isto é amor. Procuro o teu olhar, / Se alguma dor me fere, em busca de um abrigo;” [E] Correta. A incompreensão relativa à amada marca o eu lírico (“Não sei se isto é amor. Procuro o teu olhar, / Se alguma dor me fere, em busca de um abrigo; / E apesar disso, crês? nunca pensei num lar / Onde fosses feliz, e eu feliz contigo.”) SOLUÇÃO 17ª QUESTÃO

[D] [A] Incorreta. O erro nesta alternativa não está na interpretação, mas nos versos em redondilha maior. O soneto foi composto em versos decassílabos. [B] Incorreta. Não se pode afirmar que os versos indicam uma superação a um sofrimento propriamente dito, bem como não se trata de versos livres, mas sim de decassílabos. [C] Incorreta. Não há indicação de forte religiosidade nos versos simbolistas. Os versos do soneto são decassílabos, não livres. [D] Correta. A condição existencial do eu lírico é de intensa subjetividade e vem marcada por um sofrimento que busca evadir-se através de um apelo transcendente. Quanto à forma, trata-se de um soneto composto por versos decassílabos. [E] Incorreta. A interpretação está correta, os versos apresentam apelo à subjetividade e à espiritualidade, porém os versos não são dodecassílabos. SOLUÇÃO 18ª QUESTÃO

[A] Trata-se de um soneto simbolista, cujas características são compatíveis com a obra de Cruz e Souza como um todo: são a da crítica dos excluídos, da dor de se viver em um mundo de indiferença, de injustiça e de miséria. No poema, o eu lírico lamenta o fim de uma existência que passou despercebida pela vida por conta de sua humilde condição social, a despeito do seu sofrimento e de suas privações. SOLUÇÃO 19ª QUESTÃO

[C] Enquanto que em “Ismália”, de Alphonsus de Guimaraens, se percebe a insanidade da figura feminina, dividida entre a realidade e o sonho, absolutamente incapaz de se harmonizar com o mundo que a rodeia, em “Mãos Dadas”, de Carlos Drummond de Andrade, o eu lírico rejeita o pessimismo decadentista e o escapismo romântico (“Não serei o poeta de um mundo caduco./ Também não cantarei o mundo futuro.”) para se preocupar com os problemas do presente e dar prioridade aos temas sociais (“Estou preso à vida e olho meus companheiros”). SOLUÇÃO 20ª QUESTÃO

[C] Vê-se um refinamento estético pela construção formal, ora caracterizada pelo soneto, uma forma fixa que remonta aos padrões clássicos. A temática reflete a ideologia simbolista, representando a crise de consciência do ser humano, levada às últimas consequências em função do contexto histórico pertencente à era em voga.

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SOLUÇÃO 1ª QUESTÃO

[E] [Resposta do ponto de vista da disciplina de História] No primeiro texto, na afirmação “Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo” podemos notar uma conotação de bravura em referência aos sertanejos. Já no segundo texto, na afirmação “que o banditismo e o fanatismo traziam acesa por longos meses” podemos notar uma conotação de loucura em referência aos sertanejos. [Resposta do ponto de vista da disciplina de Português] O texto I, excerto da terceira parte da obra “Os sertões”, de Euclides da Cunha, descreve a luta dos sertanejos que, destemidamente enfrentam a morte, não se rendem e são exterminados de forma sumária. O texto II, de Henrique Macedo Soares, militar na última expedição contra Canudos, descreve o grupo como um bando de fanáticos liderado pelo peregrino Antônio Conselheiro, acreditando que ele poderia libertá-los da situação de extrema pobreza ou garantir-lhes a salvação eterna na outra vida. Assim, cada autor caracterizou a atitude dos sertanejos, respectivamente, como fruto da bravura e loucura, como se afirma em [E]. SOLUÇÃO 2ª QUESTÃO

[C] O texto se refere ao Cubismo, vanguarda que buscava retratar os diferentes ângulos e pontos de vista de um mesmo objeto em um mesmo plano. Assim, pode-se associá-lo à pintura de Pablo Picasso: “As senhoritas de Avignon”, em que vemos diversas formas e pontos de vista expressos simultaneamente. SOLUÇÃO 3ª QUESTÃO

[E] SOLUÇÃO 4ª QUESTÃO

[D] O poema de Augusto dos Anjos estabelece oposição do conceito de amor relativamente ao de Manuel Bandeira. Enquanto o primeiro valoriza a espiritualidade (“Porque o amor, tal como eu o estou amando,/É Espírito, é éter, é substância fluida”), o segundo enfatiza a importância da carnalidade na relação amorosa (“Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo./Porque os corpos se entendem, mas as almas não”). Assim, é correta a opção [D]. SOLUÇÃO 5ª QUESTÃO

[C] Em estilo despojado, linguagem coloquial e fluente, Lima Barreto narra a história de Clara, mulata pobre que vive no subúrbio carioca com seus pais, que a educam sem ter em conta a crueldade de uma sociedade preconceituosa, o que a vai expor a todo o tipo humilhações. Os personagens de “Clara dos Anjos” são pequenos funcionários públicos, donas de casa, desempregados, biscateiros, pseudoliteratos que tentam ascender socialmente, constituindo amplo painel social do Brasil da Primeira República. Assim, a única alternativa que faz análise correta da obra é [C]. SOLUÇÃO 6ª QUESTÃO

[D] [A] Os sonetos, o vocabulário requintado, versos metrificados fazem parte do Simbolismo, porém, o modernismo rompe com tudo isso. [B] Não há eu lírico empenhado em resgatar a estética Simbolista, porque Augusto dos Anjos cria uma estática própria, mais mórbida que sensual. [C] Este vocabulário de cunho mórbido não restitui a visão naturalista, mas caracteriza o soneto como sendo do poeta paraibano. [D] Correta. O poeta se utiliza do formato simbolista para ir além, utilizando um vocabulário químico e mórbido

bastante próprio de Augusto dos Anjos. [E] Nenhum dos traços próprios da poesia de Augusto dos Anjos foi utilizado pelos poetas e artistas de 1922.

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SOLUÇÃO 7ª QUESTÃO

[E] A predominância de verbos e pronomes em primeira pessoa (“pego”, “pressinto”, “tenho”, “eu”, “meu”, “me”, “meus”) demonstra que Augusto dos Anjos parte de uma análise introspectiva para expressar angústia pelas fatalidades de leis físicas e biológicas que regem o ser humano, segundo os conceitos advindos do cientificismo do século XIX (“E o Homem… / Desagrega-se e deixa na mortalha / O tacto, a vista, o ouvido, o olfato e o gosto!”). Assim, é correta a opção [E]. SOLUÇÃO 8ª QUESTÃO

[C] É correta a opção [C], pois o fragmento destacado é revelador de reflexões amargas e da desilusão de Policarpo sobre os três projetos (linguístico, agrícola e político) que havia idealizado para ao Brasil e não tinham dado certo. Ridicularizado por todos e acusado de traição à pátria, tem consciência de que o país que sonhara nada tinha a ver com a realidade que o cercava e todos os seus esforços haviam sido inúteis e ingênuos. SOLUÇÃO 9ª QUESTÃO

[D] A alternativa [D] reproduz a opinião de João da Mata sobre a proibição do livro de Monteiro Lobato “Caçadas de Pedrinho”: “Acho a justificativa sem propósito e um grave atentado contra a livre expressão e ao fazer literário e artístico”. SOLUÇÃO 10ª QUESTÃO

[D] Monteiro Lobato, autor inserido no período pré-modernista, apresenta a personagem “Patroa” como uma mulher “amimada” pelos padres, com “camarote de luxo reservado no céu”, referida pelos padres como uma “dama de grandes e virtudes apostólicas”. Percebe-se a ironia do narrador (não do padre, como refere a opção d)) quando a apresenta como uma mulher maldosa e racista, pois gostava de “judiar de crianças” e nunca aceitara a liberdade dos negros. SOLUÇÃO 11ª QUESTÃO

[D] O texto I explora a vivência das sensações perceptíveis na “alma encantadora das ruas” e compartilhada com a comunidade, pois o narrador coloca em evidência que esse espaço é fator de agregação (“nos une, nivela e agremia”). O texto II apresenta o personagem satisfeito com as sensações que desperta nos outros (“O olhar cobiçoso dos homens e o de inveja das mulheres”) ao exibir os seus atributos físicos. SOLUÇÃO 12ª QUESTÃO

[C] Trata-se de um símile, figura de linguagem por meio da qual um elemento é equiparado a outro, de forma explícita, através de uma partícula comparativa para interligar os elementos em confronto, em forma de analogia (“minha alma é como a pedra funerária”). SOLUÇÃO 13ª QUESTÃO

[D] No fragmento (texto 2) de teoria literária, o autor faz uma análise sobre a obra de Augusto dos Anjos, apontando um engano do leitor, ao reduzir sua poética a textos conhecidos como macabros e doentios, mostra que a frieza, a impessoalidade e o comportamento analítico, típico dos cientistas, está presente em seus poemas. O texto 1 expressa o encontro do sujeito poético com a consciência, simbolizada na forma do morcego. Embora essa figura nos remeta às estórias de terror, não está presente no poema, para conseguir a atenção do leitor. Assim, como o morcego pode entrar em nosso quarto sorrateiramente, a consciência pode adentrar nosso ser. A alternativa correta é a letra D.

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SOLUÇÃO 14ª QUESTÃO

[D] A alternativa correta é a [D]. De fato, Os sertões, de Euclides da Cunha, é uma obra híbrida, pois ao mesmo tempo em que se revela como um retrato histórico do que aconteceu em Canudos (Bahia), é pautado pelo pensamento científico da época – notadamente o determinismo racial –, mas numa linguagem literária. SOLUÇÃO 15ª QUESTÃO

[D] O poema de Augusto dos Anjos estabelece oposição do conceito de amor relativamente ao de Manuel Bandeira. Enquanto o primeiro valoriza a espiritualidade (“Porque o amor, tal como eu o estou amando,/É Espírito, é éter, é substância fluida”), o segundo enfatiza a importância da carnalidade na relação amorosa (“Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo./Porque os corpos se entendem, mas as almas não”). Assim, é correta a opção [D]. SOLUÇÃO 16ª QUESTÃO

[E] O primeiro romance de Lima Barreto, “Recordações do Escrivão Isaías Caminha”, tem como tema a denúncia do preconceito racial e a subordinação da imprensa à elite. Através do personagem Isaías Caminha, alter ego de Lima Barreto, relata também os seus dramas individuais e as dificuldades que, na condição de mulato, teve de enfrentar na cidade do Rio de Janeiro. O narrador confessa, em linguagem que mescla subjetividade a uma visão crítica e objetiva da sociedade da época, preocupação com o seu status profissional (“... De tal maneira é forte o poder de nos iludirmos, que um ano depois cheguei a ter até orgulho da minha posição). Portanto, apenas e) é correta. SOLUÇÃO 17ª QUESTÃO

[D] O narrador em 1ª pessoa, Blau Nunes, vaqueano típico dos pampas, relata um episódio marcante em sua vida. Ele perdera uma bolsa carregada de moedas de ouro que seu patrão lhe tinha confiado e, perante a hipótese de ser considerado ladrão, resolve cometer suicídio. No entanto, no último momento, as sensações provocadas pelo cenário sugestivo devolvem-lhe o apego à vida, incutem-lhe a razão, fazendo com que se arrependa do gesto tresloucado que ia fazer, enfrente o problema e busque outra solução. SOLUÇÃO 18ª QUESTÃO

[E] O texto reproduz, além da realidade da cidade, a preocupação do autor com o homem, o que pode ser observado no último parágrafo (“E muito me fez meditar… tudo isso muito me obrigou a pensar sobre o destino daquela gente”). SOLUÇÃO 19ª QUESTÃO

[C]

A leitura comparativa revela identificação formal e temática entre os textos e isso se deve ao fato de pertencerem ao mesmo movimento literário, ou seja, o Modernismo , ainda que em lugares diferentes. A grande diferença fica por conta do lirismo comedido dos versos de Pessoa , que destoam do tom autobiográfico de Bandeira, nas duas construções identificamos um recurso decisivo para representação de sentidos , trata-se de paradoxo.

SOLUÇÃO 20ª QUESTÃO

[E]

O tema central é a efemeridade da vida o que é recorrente nas produções Árcades, o que chama a atenção é que para enaltecer o amor em dimensão Neoplatônica , os autores sugerem que ele transcende.

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SOLUÇÃO 1ª QUESTÃO

[D] [Resposta do ponto de vista da disciplina de História]

A resistência durante a ditadura militar, devido ao elevado grau de censura e repressão, tinha que ser feita de maneira moderada e, muitas vezes, disfarçada. A poesia, então, representou uma das principais formas de resistência ao regime. [Resposta do ponto de vista da disciplina de Português] “Desvelar” é sinônimo de “expor”, “desvendar”; uma vez que a oposição à ditadura militar não poderia ser explícita, a poesia é um modo do eu lírico resistir, pois, assim como a química, ou como a alquimia, permite transformar elementos. SOLUÇÃO 2ª QUESTÃO

[B] O trecho extraído de Macunaíma revela já uma caracterização de um herói bastante distinto e até oposto dos heróis comuns. A sua infância é descrita como um momento em que ele “fez coisas de sarapantar”, isto é, aprontou bastante. É caracterizado, assim, como um herói que dizia palavras feias e aprontava com as pessoas, realizando, portanto, ações vis. Por outro lado, ao longo do romance vemos que Macunaíma também realiza ações valorosas. Assim, ele se difere das representações românticas de heróis com ações puramente valorosas e honráveis, e figura como um anti-herói, variando de ações vis a valorosas. SOLUÇÃO 3ª QUESTÃO

[E] Apenas a opção [E] reproduz excerto de poema de Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa com aproximações estéticas ao Futurismo. Neste excerto, estão presentes a exaltação da vida moderna (“Ó coisas todas modernas,/Ó minhas contemporâneas, forma atual e próxima/Do sistema imediato do Universo!”), o elogio à mecanização (“Nova Revelação metálica”)e as imagens extravagantes ou inverossímeis (“como uma fera./Amo-vos carnivoramente”) enunciadas também no “Manifesto do Futurismo” publicado por Filippo Tommaso Marinetti. As opções [A], e [B] apresentam excertos de poemas do heterônimo Alberto Caeiro, a [C], de Ricardo Reis e a [D] faz parte da poesia ortônima de Fernando Pessoa. SOLUÇÃO 4ª QUESTÃO

[D] A imagem de uma roda de bicicleta sobre um banco de madeira e o conceito de Marcel Duchamp sobre o processo de criação das suas obras expresso no texto II permitem concluir que, para o autor, vinculado ao movimento estético do dadaísmo, a arte baseava-se no acaso, na desordem e em objetos de pouco valor, desconstruindo, assim, conceitos da arte tradicional. Assim, é correta a opção [D]. SOLUÇÃO 5ª QUESTÃO

[A] A obra que contém todos os elementos descritos no texto é Antropofagia. Há as formas brutas, os contornos inchados das plantas, os pés agigantados das figuras e até mesmo o “sol de limão” – que também estão presentes em outras obras. Mas também está presente – e é o que singulariza essa obra em relação às demais – as cabecinhas sem face. SOLUÇÃO 6ª QUESTÃO

[E] As opções [A], [B], [C] e [D] são incorretas, pois [A] no poema de Manuel Bandeira, o emprego do pronome “te” concorda corretamente com a forma verbal “pousa”, segunda pessoa do singular do imperativo afirmativo do verbo “pousar”; [B] no verso “Isso é irônico, e é irônico”, a repetição da expressão enfatiza o sentimento negativo do emissor pelo destinatário da mensagem; [C] não é incomum expressar afeto por meio de referências a vídeo do Youtube e celebridades de TV, o que é incomum é associá-lo a produtos com qualidade duvidosa (“Eu gosto de você como quem gosta/ De um vídeo do Youtube de alguém cantando mal/ Eu gosto de você como quem gosta/ De uma celebridade “B”)

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[D] no poema de Bandeira, o eu lírico confessa a incapacidade de traduzir o sentido da palavra “amor”, apesar de a sensação ser verdadeiramente sentida e vivenciada. Já na canção de Clarice Falcão, percebe-se a intenção de o eu lírico negar esse sentimento, tanto para si mesmo como para o destinatário da mensagem. SOLUÇÃO 7ª QUESTÃO

[D] [A] Incorreta: apesar dos três autores estarem na 2

a fase do modernismo, não são escritores exclusivamente

poetas. [B] Incorreta: Clarice Lispector e Guimarães foram da 3

a fase do modernismo

[C] Incorreta: João Cabral de Melo Neto foi chamado de “poeta engenheiro” justamente por não privilegiar a inspiração na elaboração de seus poemas, mas sim a escolha das palavras e da forma. [E] Incorreta: Mário e Oswald de Andrade foram escritores da primeira geração. SOLUÇÃO 8ª QUESTÃO

[C] Uma vez que a rosa é caracterizada como “volucres”, sua simbologia está relacionada a algo de curta duração; logo, o eu lírico emprega tal imagem para instigar a temática do carpe diem: uma vez que a vida é como a rosa, efêmera, deve-se vivê-la no momento presente (“Que há noite antes e após / O pouco que duramos”). SOLUÇÃO 9ª QUESTÃO

[C] No poema “Descobrimento”, o eu lírico direciona os seus pensamentos para a realidade social do Norte do Brasil, onde o trabalhador é vítima de um trabalho duro e mal remunerado. Ao comparar essa imagem com a realidade que ele mesmo vivencia em São Paulo, percebe as disparidades sociais nas várias regiões do Brasil. Assim, a construção poética problematiza a representação nacional a fim de defender a diversidade social e cultural brasileira, como se afirma em [C]. SOLUÇÃO 10ª QUESTÃO

[A] A sucessão de orações coordenadas reproduz a sequência de cenas e sensações experimentadas pelo eu lírico ao longo da viagem. Os primeiros versos do poema focalizam a solidão [“estou só, stou sem”], sensação que é alterada nos seguintes, quando alguém se senta a seu lado e parece interagir com ele (“Companheiro vou”). Na sequência, o bonde lota, e o eu lírico volta a sentir-se solitário e anônimo no conjunto heterogêneo de pessoas que se amontoam (“O bonde está cheio,/ De novo porém/ Não sou mais ninguém”. Assim, é correta a opção [A], pois, no poema de Mário de Andrade, a vida na metrópole aparece representada pela contraposição entre a solidão e a multidão. SOLUÇÃO 11ª QUESTÃO

[E] O poema de Raul Bopp apresenta, em imagens fragmentadas e versos livres, a técnica telegráfica de representar a experiência moderna de adentrar no país através de uma autoestrada. A alternância de versos curtos com longos reproduz o movimento do automóvel no qual se fez a viagem, demonstrando a preocupação em anotar, de forma inovadora, os fatos e acontecimentos que presenciou ou vivenciou na sua época. Assim, é correta a opção [E]. SOLUÇÃO 12ª QUESTÃO

[B] [A] Incorreta. Os autores citados fazem parte, ao menos cronologicamente, dos estilos realista e/ou naturalista. [B] Correta. O exagero com a pureza linguística é característica do movimento parnasiano, do qual Olavo Bilac e Coelho Neto são representantes; contemporâneo a eles, Rui Barbosa foi imortalizado como notável orador e estudioso da Língua Portuguesa. [C] Incorreta. Os autores citados são árcades. [D] Incorreta. Os autores citados são barrocos. [E] Incorreta. Os autores citados são românticos.

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SOLUÇÃO 13ª QUESTÃO

[D] O poema de Augusto dos Anjos estabelece oposição do conceito de amor relativamente ao de Manuel Bandeira. Enquanto o primeiro valoriza a espiritualidade (“Porque o amor, tal como eu o estou amando,/É Espírito, é éter, é substância fluida”), o segundo enfatiza a importância da carnalidade na relação amorosa (“Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo./Porque os corpos se entendem, mas as almas não”). Assim, é correta a opção [D]. SOLUÇÃO 14ª QUESTÃO

[A] O movimento surrealista apresenta como principais características a ausência da lógica, a fusão consciente da realidade com a ficção, a exploração do mundo onírico e a exaltação da liberdade de criação, entre outros. Magritte é conhecido pelas obras provocadoras que desafiam as percepções dos observadores, como a tela “A reprodução proibida”, em que a imagem do homem refletida no espelho contraria a lógica. Assim, é correta a opção [A]. SOLUÇÃO 15ª QUESTÃO

[E] [A] Incorreto. Em “Os ombros suportam o mundo”, o eu lírico está prostrado diante da situação vivida, assim como em grande parte dos poemas que compõem Sentimento do Mundo. [B] Incorreto. Em “Os ombros suportam o mundo”, o eu lírico expressa a dor de viver no momento então presente, assim como em grande parte dos poemas que compõem Sentimento do Mundo. [C] Incorreto. Em “Os ombros suportam o mundo”, o eu lírico comunica a dor de viver o então momento presente, assim como em grande parte dos poemas que compõem Sentimento do Mundo. [D] Incorreto. Em “Os ombros suportam o mundo”, o eu lírico está sem esperanças amorosas, assim como em grande parte dos poemas que compõem Sentimento do Mundo. [E] Correto. Em “Os ombros suportam o mundo”, o eu lírico está prostrado diante da situação vivida, e nada lhe resta, como se verifica em “Chegou um tempo em que não adianta morrer. / Chegou um tempo em que a vida é uma ordem. / A vida apenas, sem mistificação.”. SOLUÇÃO 16ª QUESTÃO

[A] No excerto, é visível que Paulo Honório não mediu esforços e nem meios para atingir o que queria, mesmo que à custa de diversos atos antiéticos. Astucioso e desonesto, o protagonista olha o mundo visando apenas ao lucro, comportamento revelador de um empreendedor capitalista pragmático, ou seja, do que apenas considera o valor prático e concreto das coisas, como se afirma em [A]. SOLUÇÃO 17ª QUESTÃO

[B] [A] Incorreta. O trecho em questão mostra o pensamento de Fabiano a respeito de uma possibilidade, caso ele não se considerasse um “cabra safado, mole. Se não fosse tão fraco, teria entrado no cangaço e feito misérias”. [B] Correta. Fabiano diminui-se frente aos demais homens, uma vez que “como vivia em terra alheia, cuidava de animais alheios, descobria-se, encolhia-se na presença de brancos e julgava-se cabra”. [C] Incorreta. Fabiano não furou o pescoço do soldado amarelo, apesar de, aparentemente, arrepender-se por não ter tomado tal atitude. Além disso, ele não se considera homem, mas um cabra. [D] Incorreta. A afirmação foi feita quando Fabiano estava sozinho – o que não foi o bastante para que não sentisse vergonha da própria frase. [E] Incorreta. Não há presença dos meninos nos trechos destacados; além disso, ser cabra é motivo de orgulho para Fabiano, pois se trata da única forma de sobreviver no sertão. SOLUÇÃO 18ª QUESTÃO

[A] [A] Correto. Ao fazer uma série de questionamentos a José, o sujeito-lírico levanta temas filosóficos, marcados pela falta de perspectiva (“E agora, José?”). [B] Incorreto. O sujeito-lírico apresenta uma série de impasses, sem horizonte de resolução, principalmente por encerrar o poema questionando “você marcha, José! / José, para onde?”. [C] Incorreto. As repetições enfatizam a falta de solução para o problema existencial apresentado.

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[D] Incorreto. José não responde às colocações do sujeito-lírico, portanto não há como saber se José sabe aonde vai. [E] Incorreto. O sujeito-lírico não se apresenta indignado, mas também desconhecedor da resolução dos impasses apresentados. SOLUÇÃO 19ª QUESTÃO

[D] O termo "benção" faz referência ao inseto transmissor da malária, doença vulgarmente conhecida como "malei ta". Também o diminutivo "mosquitinhos" permite deduzir que não são eles os causadores da doença, mas sim os seus transmissores. Assim, é correta a opção [D]. SOLUÇÃO 20ª QUESTÃO

[B] Ao afirmar que “Camões e outros iguais não bastaram para nos dar uma herança de língua já feita”, a autora confere à língua portuguesa um estatuto patrimonial, ou seja, considera-a parte integrante do conjunto dos bens materiais e imateriais que constituem herança coletiva e são transmitidos de geração a geração. Ao mesmo tempo, afirma que esse legado seria insuficiente não fosse a renovação constante a que está sujeito pelos usuários da língua. Assim, é correta a opção [B].