Licença Ambiental

LICENÇA AMBIENTAL

ADENDA A RESUMO NÃO

TÉCNICO

SETEMBRO 2016

Mundotêxtil – Indústrias Têxteis, SA

Adenda - Resumo Não Técnico

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ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1

2 LOCALIZAÇÃO E DESCRIÇÃO DA EMPRESA ........................................................................ 2

2.1 LOCALIZAÇÃO DA EMPRESA ........................................................................................ 2

2.2 DESCRIÇÃO SUMÁRIA DA EMPRESA............................................................................ 3

2.2.1 Abastecimento de Água .......................................................................................... 5

2.2.2 Efluentes Líquidos ................................................................................................... 6

2.2.3 Emissões Gasosas .................................................................................................... 6

2.2.4 Resíduos .................................................................................................................. 7

2.2.5 Ruído ....................................................................................................................... 7

2.2.6 Energia e Combustíveis ........................................................................................... 7

3 EFEITOS DAS EMISSÕES NO AMBIENTE ............................................................................. 9

3.1 DESCARGAS / EMISSÕES DE ÁGUAS RESIDUAIS .......................................................... 9

3.2 EMISSÕES PARA A ATMOSFERA ................................................................................ 10

3.3 RESÍDUOS GERADOS NA INSTALAÇÃO ...................................................................... 13

3.4 EMISSÕES DE RUÍDO ................................................................................................. 18

4 DESATIVAÇÃO DA INSTALAÇÃO ...................................................................................... 18

5 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 20



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1 INTRODUÇÃO

No âmbito do pedido de Licença Ambiental estabelecido à data pelo Decreto-Lei n.º 194/2000, de 21

de agosto, foi apresentado, em outubro de 2007, o correspondente Resumo Não Técnico (RNT) da

Mundotêxtil – Indústrias Têxteis, S.A., então parte integrante do procedimento administrativo, com o

intuito de ser disponibilizado a consulta pública.

Não obstante o devido seguimento do processo, as entidades entenderam, em 2012, que as

alterações entretanto produzidas na instalação deveriam ser sujeitas a Avaliação de Impacte

Ambiental, o que foi efetuado, dando origem ao respetivo procedimento com a correspondente

emissão de Declaração de Impacte Ambiental favorável condicionada em 26 de outubro de 2013.

No seguimento das ações acima descritas, e não tendo havido até à data prossecução do processo

via Entidade Coordenadora do Licenciamento, atualmente o IAPMEI, I.P. - Agência para a

Competitividade e Inovação, foi agora solicitada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), uma

Adenda ao Processo de Licenciamento Ambiental, que é cabalmente respondida e no âmbito da qual

é efetuada uma Adenda ao Resumo Não Técnico, a que corresponde o presente documento, o qual

reflete a realidade atual da empresa.

A Mundotêxtil – Indústrias Têxteis, S.A., tem sede em:

Rua da Saudade 280-400

S. João de Vizela

4815-413 Caldas de Vizela

A empresa dedica-se essencialmente ao fabrico de atoalhados de felpo.



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2 LOCALIZAÇÃO E DESCRIÇÃO DA EMPRESA

2.1 LOCALIZAÇÃO DA EMPRESA

A Mundotêxtil – Indústrias Têxteis, S.A. localiza-se na região do Minho, Distrito de Braga, concelho de

Guimarães e freguesia de Caldas de Vizela.

O local de instalação da empresa é uma Zona Industrial situada na margem esquerda do rio Vizela, a

aproximadamente 50 Km do Porto. A escassos km do local, existe a Via Intermunicipal que liga às

auto-estradas A7, A3 e A11. Os Concelhos mais próximos do local da unidade, são os Concelhos de

Guimarães, Santo Tirso e Felgueiras



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2.2 DESCRIÇÃO SUMÁRIA DA EMPRESA

A Mundotêxtil – Indústrias Têxteis, S.A. fábrica atoalhados de felpo.

A produção anual de 2015 foi de 5139 toneladas de atoalhados. A Mundotêxtil adquire o fio de que

necessita no mercado nacional e recorre também à importação. Há fios que são previamente

tingidos na tinturaria da Mundotêxtil. A matéria-prima principal são os fios 100% de algodão. Na

preparação de tecelagem são produzidas as teias e este processo divide-se nas seguintes fases:

URDISSAGEM: esta operação destina-se à execução das teias e consiste na transferência dos fios das

bobines (colocadas na esquinadeira) para um órgão onde estes se dispõem paralelamente uns em

relação aos outros em quantidades e cores (se for o caso) que permitem obter o felpo com as

características desejadas.

ENGOMAGEM (ENCOLAGEM) aplicação de uma goma ou lubrificante à teia de modo a torná-la

suficientemente resistente para suportar as tensões e fricções a que vai ser sujeita no tear.

REMETAGEM: passagem dos fios da teia nas malhas dos liços segundo uma ordem preestabelecida e

subsequentemente nas puas do pente.

ATAR: Ligação dos fios de uma teia acabada aos fios de uma nova teia a produzir.

TECELAGEM: Na tecelagem obtém-se o felpo com as principais características: dimensão, peso

específico, desenho e unidades necessárias a satisfazer a encomenda. Para a execução de atoalhados

utilizam-se duas teias, teia de base que permite executar a tela suporte e a teia de felpo para

execução das argolas. O processo consiste no cruzamento ortogonal dos fios de trama com os fios

das teias. Os fios das teias são posicionados na direcção do comprimento do tecido e os da trama na

direcção da largura do tecido.



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Na máquina de desenrolar para além da revista do felpo efectua-se a passagem do felpo do rolo da

obra do tear para tubos de cartão ou plástico. O destino seguinte é o armazém de felpo. Os felpos

tingidos ainda em fio podem ser lavados e acabados na tinturaria e acabamentos de felpo.

PROCESSO PRODUTIVO DA TINTURARIA DE FELPO:

Os felpos em cru e o felpo com fios previamente tingidos (jacquard) têm as seguintes fases:

Na preparação de partidas são separadas quantidades com peso adequado a cada jet. O peso a tingir

em cada jet é dividido em cordas correspondentes ao n.º de tubeiras do jet. No jet decorrem as

seguintes operações:

1) Desencolagem - Caso o felpo a tingir tenha sido engomado (encolado) na preparação de

tecelagem, a 1ª operação no jet é a desencolagem. Nesta operação o felpo é sujeito a

uma lavagem que retira a goma bem como outras impurezas que poderão prejudicar o

tingimento.

2) Lavagem (preparação de tingimento) – caso de felpo que não tenha sido engomado

3) Lavagem – caso do felpo jacquard, que é composto por fios previamente tingidos.

4) Branqueamento – é processo que retira a cor natural do algodão (cru). Utiliza – se quando

se pretende um felpo branco ou pode ser efectuado para que no tingimento de uma

determinada cor seja mais bem reproduzida (determinados casos).

5) Lavagem após tingimento – após tingimento o felpo tem de ser bem lavado.

No hidro o felpo é sujeito a uma centrifugação libertando-se uma quantidade substancial de água. O

felpo é sujeito a uma pré-secagem no tumbler. Além disso é melhorado o aspecto do felpo onde

ocorre um endireitamento das argolas. Nesta máquina o felpo é libertado de poeiras das tensões que

foi acumulando ao longo do processo produtivo.

Na râmula o felpo é seco e termofixado tanto a nível dimensional como de cor.

O aquecimento de banhos é efectuado através de permutadores de calor utilizando vapor saturado.

As caldeiras para a produção de vapor utilizam o gás natural como combustível. Existe uma

instalação de recuperação de energia de água quente.



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O processo de acabamentos consiste somente em tratamentos físicos, não existem tratamentos

químicos. A secagem efetuada nos tumblers e râmulas é efetuada por uma instalação de

termofluido, em que as caldeiras utilizam o gás natural como combustível.

CONFECÇÃO: Na confecção o felpo tingido e acabado na tinturaria de felpo é sujeito a uma operação

de corte longitudinal e seguido de costura longitudinal.

Nesta fase o felpo pode ter duas sequências. Se vai ser sujeito a costura manual é cortado

previamente nas máquinas de corte transversal.

A outra sequência é corte e costura transversal nas máquinas automáticas.

Parte dos atoalhados podem ser bordados e/ou sujeitos a determinadas aplicações. Todo artigo é

revistado antes de ser embalado.

O artigo segue para os clientes em caixas de cartão, acondicionados em embalagens plástica com

várias unidades de atoalhados.

Em anexo é apresentada uma listagem das MTD´s da Indústria Têxtil e respetivo grau de

implementação na Mundotêxtil

2.2.1 Abastecimento de Água

A empresa é abastecida por captações de água para o processo industrial: 1 captação no rio Vizela e

1 captação no ribeiro de Sá, que correspondem ao Títulos de Captação de Águas Residuais obtidos

junto da Agência Portuguesa do Ambiente 203/DSRB/2007 e L003373.2013.RH2 respetivamente.

Para consumo humano (sanitários, refeitórios, balneários), a empresa é abastecida por água da rede

pública.



6

Sempre que possível, e de modo a diminuir o consumo de água, está prevista a sua reutilização.

Existe aproveitamento das águas pluviais.

A empresa procede à verificação in loco da possível existência de perdas de água nas tubagens,

depósitos, torneiras e outros equipamentos e tem implementadas algumas medidas de otimização

dos consumos de água, as quais estão sintetizadas na listagem das Melhores Técnicas Disponíveis

para o sector, definidas no Documento de Referência das Melhores Técnicas Disponíveis (MTD’s)

para a Indústria Têxtil, definidas pela Comissão Europeia (Anexo XII - MTD's_Mundotêxtil)

2.2.2 Efluentes Líquidos

Os efluentes líquidos produzidos na unidade são de origem doméstica e industrial.

Os efluentes do tipo doméstico, com origem em sanitários, balneários e refeitórios são

encaminhados juntamente com os efluentes industriais para uma Estação de Pré-Tratamento de

Águas Residuais (EPTAR). Uma parte deles, seguem para uma Estação de Tratamento de Águas

Residuais (ETAR) e restante são encaminhados para a rede de saneamento do Sistema Integrado de

Despoluição do Vale do Ave (SIDVA). Os efluentes sujeitos a tratamento completo (biológico) na

empresa, são descarregados no rio Vizela, existindo para tal um Título de Rejeição de Águas

Residuais emitido pela Agência Portuguesa do Ambiente (L011031.2015.RH2).

2.2.3 Emissões Gasosas

A empresa dispõe atualmente de 18 chaminés, sendo grande parte delas apenas para exaustão de

vapor de água. Uma das chaminés refere-se à união das emissões de 4 caldeiras, estando 3 em

funcionamento simultâneo e constante. Esta medida permite cumprir com os valores limites

estabelecidos na legislação em vigor, estando a empresa muito abaixo dos valores limite, tendo

inclusive conseguido uma autorização para monitorizar as emissões, apenas de 3 em 3 anos.



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2.2.4 Resíduos

Na Mundotêxtil – Indústrias Têxteis, S.A., os principais resíduos gerados serão constituídos por

resíduos têxteis e de embalagens. Existem também gradados dos sistemas de tratamento de água e

águas residuais e outros resíduos associados à atividade industrial.

Todos os resíduos produzidos pela empresa são entregues a operadores de gestão de resíduos

devidamente autorizados.

2.2.5 Ruído

A actividade da empresa é caracteristicamente pouco ruidosa.

A empresa encontra-se razoavelmente isolada dos receptores sensíveis, na medida em que, embora

existam habitações próximas, estas situam-se junto a locais não produtivos, basicamente junto de

áreas de armazém da empresa.

Não existe qualquer histórico de queixas.

A última avaliação de Ruído Ambiental, realizada por laboratório acreditado em 2012, no âmbito do

Estudo de Impacte Ambiental, evidencia a conformidade com os requisitos legais e, como tal a

inexistência de incomodidade.

2.2.6 Energia e Combustíveis

As formas de energia e combustíveis consumidos pela empresa são os que se apresentam na tabela

seguinte:



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Tipo de Energia

Consumo anual 2015

Eléctrica 10.168.649KWh

Gás Natural 2.209.714 m3

Energia água quente 2.174.662 KWh

Vapor adquirido na empresa de cogeração 13.003 t

Gasóleo 36.150 L

Gasolina 335 L

A Mundotêxtil – Indústrias Têxteis, S.A. tem plena consciência que a gestão do consumo de energia

traz benefícios de variadas ordens:

- Aumento da eficácia do sistema energético;

- Redução da factura energética;

- Acréscimo de produtividade da empresa;

- Aumento da competitividade no mercado interno e externo e/ou aumento de

disponibilidade para outros fins;

- Melhor conhecimento das instalações e do custo energético de cada fase, processo ou

sistema;

- Acesso a comparticipações financeiras directas ao investimento – a fundo perdido - quando

da implementação de acções de utilização racional de energia.

A instalação é considerada consumidora intensiva de energia, no âmbito do Regime de Sistema de

Gestão de Consumidores Intensivos de Energia, ao abrigo do qual elabora periodicamente Auditorias

Energéticas, na sequência tem estabelecido atualmente um Acordo de Racionalização de Consumos

de Energia, cuja implementação está em curso.



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3 EFEITOS DAS EMISSÕES NO AMBIENTE

3.1 DESCARGAS / EMISSÕES DE ÁGUAS RESIDUAIS

Como referido no ponto 2.2.2 acima, os efluentes líquidos produzidos na unidade são de origem

doméstica e industrial.

Os efluentes do tipo doméstico, com origem em sanitários, balneários e refeitórios são

encaminhados juntamente com os efluentes industriais para uma Estação de Pré-Tratamento de

Águas Residuais (EPTAR) e, parte deles, ainda para uma Estação de Tratamento de Águas Residuais

(ETAR). Os efluentes que apenas sofrem pré-tratamento, são encaminhados para a rede de

saneamento do Sistema Integrado de Despoluição do Vale do Ave (SIDVA), com a qual a Mundotêxtil

estabeleceu um contrato de ligação. Os efluentes sujeitos a tratamento completo (biológico), são

descarregados no rio Vizela

Deste modo, é possível sistematizar na tabela seguinte (Tabela 3.1), quais os efeitos possíveis de

alguns dos parâmetros físico-químicos indicados.

Tabela 3.1 – Principais efeitos de alguns parâmetros físico-químicos presentes nas águas residuais domésticas e industriais

PARÂMETROS PRINCIPAIS EFEITOS

Acidez Favorece os fenómenos de corrosão; influencia a velocidade das reacções

químicas e dos processos biológicos.

Alcalinidade Condiciona o tratamento de águas e efluentes.

Azoto amoniacal Consome o oxigénio do meio hídrico; aumenta o consumo de cloro

necessário à desinfecção da água; quando presente na forma de NH3 é

extremamente tóxico para os peixes.

Azoto orgânico Consome o oxigénio do meio hídrico.

Carência Bioquímica de

Oxigénio (CBO5)

Esgotamento do oxigénio dissolvido nos cursos de água.

Carência Química de Oxigénio

(CBO5)

Esgotamento do oxigénio dissolvido nos cursos de água.

Cloretos Contribuem para a corrosão nas canalizações e nos reservatórios;



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aumenta a salinidade nos meios hídricos.

Fósforo Eutrofização dos meios hídricos naturais.

Nitratos Eutrofização dos meios hídricos naturais.

Óleos e gorduras Dificultam o sistema de arejamento das massas de água; acumulam-se

nos sistemas de saneamento.

Sólidos Dissolvidos Totais Afectam a pressão osmótica e consequentemente a actividade biológica

dos organismos aquáticos; causam incrustações nas canalizações e

caldeiras.

Sólidos Suspensos Totais Dificultam a utilização da água para a maioria dos usos; interferem

negativamente com a alimentação e reprodução dos peixes; colmatam o

fundo dos rios e dos lagos.

Em vista de tudo isto, e assegurando que o tratamento das águas residuais domésticas e industriais

geradas, efectuado pela ETAR da empresa e pelo SIDVA, não são de esperar efeitos negativos desta

descarga para o ambiente, uma vez que é garantido o cumprimento de valores limite de emissão

estabelecidos para o Vale do Ave, mais exigentes que a legislação geral de descarga de águas

residuais no meio, o que confere garantias quanto à descarga efetuada, no sentido de esta não

provocar efeitos negativos significativos no ambiente.

3.2 EMISSÕES PARA A ATMOSFERA

Os principais poluentes atmosféricos emitidos pela empresa são: compostos orgânicos voláteis

(COVs), NOx, SOx. A emissão destes poluentes é bastante inferior aos limites de emissão.

Diz-se que o ar está poluído, ou que existe Poluição Atmosférica, sempre que a composição do ar se

altera quer por modificação das suas quantidades quer por introdução de novas substâncias

(poluentes).

Existem formas de poluição do ar que são relativamente recentes, como o smog fotoquímico.

Contudo, desde há muito tempo que a poluição do ar acompanha as actividades humanas,

possivelmente desde a idade do fogo, e que são conhecidas as suas causas e efeitos no planeta.

Acontece que, durante muito tempo este teve capacidade de regenerar a atmosfera e de repor os



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níveis de qualidade do ar essencial a todos os seres vivos, embora esta capacidade começa a

diminuir. Com o aumento das emissões provenientes da indústria, dos meios de transporte (em

particular os veículos automóveis cujo número continua a aumentar) e de outras actividades

humanas, que ultrapassam a capacidade de regeneração da atmosfera, esta vai, por acumulação dos

poluentes, ficando cada vez mais poluída.

A crescente complexidade dos poluentes e dos processos que os originam conduzem a graves

problemas como sejam por exemplo, a diminuição da camada de ozono, o efeito de estufa e as

alterações climáticas.

- Compostos Orgânicos Voláteis (COV)

A nível de saúde pública, estes compostos introduzem-se no corpo via inalação, penetrando

principalmente no fígado, na placenta e na medula óssea, onde causam efeitos nocivos.

Nas camadas inferiores da atmosfera, a luz solar combina os hidrocarbonetos com outros gases, tais

como o dióxido de enxofre, oxigénio e monóxido de carbono, formando ozono, peroxiacetonitrilos

(PAN) e outros tipos de oxidantes fotoquímicos. Tais produtos químicos reactivos reagem com outras

substâncias e podem danificar a saúde humana e a vegetação.

Sabe-se também que elevadas concentrações de COV contribuem para a formação de smog. O termo

smog deriva do inglês das palavras smoke (fumo) e fog (nevoeiro). Por causa da acumulação de

diferentes tipos de substâncias do smog e pela influência de factores ambientais diversos, observam-

se muitas combinações de efeitos, que geralmente não podem ser previstas.

- Óxidos de Enxofre (SOx)

Quanto à saúde pública, a exposição crónica ao SO2 e a partículas de sulfatos tem sido correlacionada

com um maior número de mortes prematuras associadas a doenças pulmonares e cardiovasculares

crónicas nas regiões mais contaminadas. Uma irritação continuada pode causar uma diminuição das

funções respiratórias e o desenvolvimento de doenças crónicas, como a bronquite.

A nível ambiental, o SO2 contribui para a formação das chuvas ácidas, uma vez que pode ser

transformado em trióxido de enxofre (SO3), que na presença de vapor de água dá origem a

compostos como o ácido sulfúrico (H2SO4).



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A exposição a concentrações elevadas faz com que as plantas reduzam a sua taxa de crescimento e a

atividade fotossintética.

Além dos sérios danos ao meio ambiente natural (acidificação dos corpos de água e destruição das

florestas), as chuvas ácidas também constituem uma séria ameaça ao património cultural da

humanidade, corroendo as obras talhadas em mármore, que por ser uma rocha calcária, dissolve-se

sob a acção de substâncias ácidas.

- Dióxido de Azoto (NO2)

Na combustão a elevada temperatura o azoto molecular (N2) e o oxigénio molecular (O2) do ar

formam os óxidos de azoto (NOx), sobretudo monóxido de azoto (NO), que se oxida em grande parte

a dióxido de azoto (NO2).

Os NOx são muito reativos e, ao serem inalados, em pouco tempo começam a afectar os tecidos do

tracto respiratório e os pulmões. Está demonstrado que o NO2 provoca danos pulmonares. O NO2, ao

ter pouca afinidade pela água das mucosas, alcança as regiões profundas do trato respiratório e inibe

algumas funções dos pulmões, tais como a resposta imunológica, diminuindo a resistência às

infeções.

As crianças e os asmáticos são os mais afectados pela exposição a concentrações agudas de NO2, não

se observando efeitos tão evidentes em adultos sãos. A exposição crónica a baixas concentrações de

NO2 tem sido correlacionada com um aumento na frequência de doenças respiratórias infecciosas

em crianças, com o desenvolvimento de doenças respiratórias crónicas, com o envelhecimento

acelerado dos pulmões e com a diminuição da capacidade pulmonar.

Algumas experiências indicam que o NO2 pode ter efeitos genotóxicos, ou seja, pode afectar o

material genético, podendo originar cancro. Existem ainda mais evidências acerca da genotoxicidade

causada por substâncias que se formam a partir do dióxido de azoto, como por exemplo o ácido

nítrico.

De salientar, no entanto que a empresa utiliza, como combustível no processo produtivo, desde 2000

o gás natural, o que garante emissões muito reduzidas de poluentes, o que tem permitiu à empresa



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em 2003 e 2006, obter junto da Comissão de Desenvolvimento Regional Norte (CCDRN), permissão

para adotar um plano de monitorização trienal, ao invés de duas vezes por ano. Em conformidade

com o estabelecido na legislação, as chaminés podem ser apenas monitorizadas de 3 em 3 anos se os

caudais mássicos de emissão de poluentes forem consistentemente inferiores aos limiares mássicos

mínimos definidos para cada poluente, o que tem que ser evidenciado à entidade, pelo menos em

duas campanhas de monitorização. Deste modo é possível percepcionar os baixos impactes

provocados pelas emissões da instalação.

3.3 RESÍDUOS GERADOS NA INSTALAÇÃO

Na Mundotêxtil, a gestão ambiental está inserida na gestão global da empresa, tendo sido definidas

funções e responsabilidades a esse nível. Nesse âmbito, foi definida uma logística de resíduos,

iniciando-se o processo pela correcta identificação e quantificação de todos os resíduos.

Os resíduos são devidamente triados e acondicionados, consoante as suas características e

quantidade gerada.

Tendo em vista os objectivos da empresa em termos de protecção ambiental estão implementadas

medidas no sentido de reduzir a quantidade de resíduos gerados na origem, bem como o destino

mais adequado e correcto, tendo em consideração a política os 3R’s – Reduzir, Reutilizar e Reciclar.

- Gradados ETAR

Os gradados originados no processo de tratamento da água derivam dos tratamentos de água na

ETA, e tratamento de águas residuais na ETAR e EPTAR.

Trata-se de um resíduo classificado como perigoso, dadas as suas características, sendo devidamente

encaminhado para operador de gestão de resíduos.

- Mistura de resíduos urbanos e equiparados

Estes resíduos são provenientes do funcionamento geral da unidade, sendo acondicionados em

contentor próprio e enviados para aterro da RIMA.

- Embalagens de metal



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As embalagens de metal são enviadas para reciclagem. A empresa procura otimizar a sua separação.

São encaminhadas para operador autorizado.

- Embalagens de plástico

As embalagens de plástico são enviadas para reciclagem. A empresa procura otimizar a sua

separação. São encaminhadas para operador autorizado.

- Embalagens compósitas

As embalagens compósitas são enviadas para reciclagem. A empresa procura otimizar a sua


- Embalagens de papel e cartão

As embalagens de papel e cartão são enviadas para reciclagem. A empresa procura otimizar a sua


- Resíduos de fibras têxteis processadas

Oriundos de diversos sectores da empresa, os restos de tecidos são um resíduo facilmente triado e

com grande potencial de valorização. É encaminhado para reciclagem, para operador autorizado.

- Óleos usados

Os óleos usados são gerados em operações de manutenção, sendo correctamente separados e

armazenados em condições ambientalmente adequadas, previamente ao seu envio para operador

devidamente autorizado.

- Solventes



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Os solventes são também gerados em operações de manutenção, sendo correctamente separados e

armazenados em condições ambientalmente adequadas, previamente ao seu envio para operador

devidamente autorizado.

- Corantes

Na cozinha de cores existe por vezes a necessidade de encaminhar corantes fora de prazo ou não

conformes como resíduos. Para tal, são devidamente separados, identificados, e posteriormente

enviados para operador autorizado.

A questão fundamental na gestão de resíduos, que constitui a sua estrutura basilar é a prevenção da

sua produção, na origem. A empresa analisa os processos que lhes dão origem e procura eliminar ou,

se tal não for possível, minimizar a sua produção na origem.

É sempre estudada a possibilidade de alternativa processual, de modo a minimizar a perigosidade

dos resíduos produzidos.

A empresa desenvolve a gestão de resíduos, assim como a gestão ambiental global da empresa,

numa perspectiva de melhoria contínua, pelo que está sempre atenta ao potencial de valorização dos

resíduos, face à eliminação.

É também política da empresa a análise de optimização dos processos de triagem.

Como mencionado anteriormente, a Mundotêxtil – Indústrias Têxteis, S.A. tem implementada uma

logística de gestão de resíduos.

Todos os resíduos são devidamente acondicionados, consoante as suas características e quantidade

gerada.

Considera-se que os efeitos previsíveis dos resíduos no ambiente são aqueles que resultam do tipo

de destino que lhes é atribuído e consequentemente do tratamento que sofrem.

Seguidamente far-se-á uma exposição dos possíveis efeitos da deposição em aterro e reciclagem,

uma vez que são os destinos dos resíduos gerados pela empresa.

- Deposição em aterro

O Aterro Sanitário pode ser definido como sendo um processo para deposição de resíduos no solo,

que utilizando normas de engenharia específicas, permite uma confinação segura, no que diz

respeito ao controlo da poluição ambiental e da proteção do meio ambiente.



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As vantagens que se podem citar são inúmeras, pois um aterro sanitário oferecerá todas as

condições para que haja:

- uma disposição adequada dos resíduos em conformidade com as normas de engenharia e

controle ambiental;

- uma grande capacidade de absorção diária dos resíduos gerados;

- oferecer todas as condições para que haja a decomposição biológica da matéria orgânica

contida no lixo doméstico, por exemplo;

- tratamento dos lixiviados gerados pela decomposição da matéria orgânica e das

precipitações pluviométricas.

Deste modo, nos aterros sanitários é feito um isolamento total dos terrenos onde vão ser

depositados os resíduos e os lixiviados deles provenientes são tratados. O gás produzido na

decomposição dos resíduos, em vez de contribuir para o agravamento do efeito de estufa, pode

mesmo ser utilizado na produção de energia ou pelo menos é eliminado de forma ambientalmente

correcta, não havendo risco de provocar incêndios. Assim, não há risco de contaminação do solo.

Para além disso, os resíduos são corretamente depositados e cada camada é coberta com terra, o

que impede que fiquem expostos ao ar. Depois de alguns anos, quando o aterro está cheio,

procede-se ao seu encerramento e recuperação paisagística. Por tudo isto é que os aterros

representam uma enorme evolução técnica e ambiental. Mas atenção, mesmo com todas as

vantagens, só deve ir para um aterro aquilo que não pode mesmo ser reciclado, uma vez que um

aterro dura tanto mais tempo quanto mais material reciclável se conseguir desviar dele. Em modo

de sistematização das desvantagens da deposição de resíduos em aterro, pode-se afirmar que

relativamente:

Ar Emissões de CO2 (dióxido de carbono) e CH4 (metano); odores desagradáveis.

Água Infiltração de pesticidas, compostos orgânicos, cianetos, nitratos e metais pesados no lençol

freático.

Solo Uso de espaços e depósito de materiais perigosos no solo.



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Convém salientar que os aterros dispõem de planos de monitorização para os descritores

ambientais acima mencionados que permitem a fiscalização atenta e atempada destas situações,

conduzindo a uma eficiente exploração dos aterros.

- Reciclagem

A reciclagem ganhou força e passou a ser uma das formas mais importantes de contribuição para a

preservação ambiental, uma vez que permite a poupança dos recursos naturais e a redução do

volume de resíduos. Trata-se de um processo de transformação de um material que já teve uma

utilização, numa matéria-prima ou bem de consumo. O processo depende do tipo de material mas a

função última é reintroduzir aquilo que foi resíduo num novo ciclo e daí obter um novo produto.A

reciclagem constitui-se, atualmente, como um dos métodos preferenciais de valorização de

resíduos. Para além de ser adequada do ponto de vista ambiental contribui para o desenvolvimento

sustentado da sociedade: reduz a pressão sobre alguns recursos não renováveis, diminui os

consumos de água, energia e de emissões poluentes em diversas indústrias e cria emprego através

do desenvolvimento das indústrias de reciclagem. Para além dos benefícios colectivos enunciados

acima permite fazer face às crescentes dificuldades em eliminar as enormes quantidades de

resíduos produzidos pela designada sociedade de consumo.

Em forma de síntese, a reciclagem tem como vantagens:

- Economia das matérias-primas essenciais;

- Redução do montante de resíduos não biodegradáveis;

- Fornecimento de matérias-primas secundárias;

- Economia de energia;

- Remoção de materiais perigosos;

- Redução do impacte ambiental causado pela extracção de recursos;

- Criação de postos de trabalho;

- Contribuição para um desenvolvimento sustentável;

- Redução de resíduos a colocar em aterro.



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3.4 EMISSÕES DE RUÍDO

Como referido no ponto 2.2.5., a atividade da empresa é caracteristicamente pouco ruidosa.

A empresa encontra-se razoavelmente isolada dos receptores sensíveis, na medida em que, embora

existam habitações próximas, estas situam-se junto a locais não produtivos, basicamente junto de

áreas de armazém da empresa.

Não existe qualquer histórico de queixas.

A última avaliação de Ruído Ambiental, realizada por laboratório acreditado em 2012, no âmbito do

Estudo de Impacte Ambiental, evidencia a conformidade com os requisitos legais e, como tal a

inexistência de incomodidade.

4 DESATIVAÇÃO DA INSTALAÇÃO

Não existindo qualquer perspetiva atual precisa, a Mundotêxtil, prevê um tempo de vida útil de

aproximadamente 30 anos. Trata-se apenas de uma referência pois podem surgir motivos

imprevistos para que o tempo de vida útil seja inferior ao indicado, ou mesmo superior, efectuando

alterações à estrutura atual.

Outra situação é o facto de 30 anos ser um prazo bastante razoável para o desenvolvimento de

tecnologia que permita outros meios de desativação e desmantelamento, diferentes dos atualmente

existentes.

Considerando que será efectuada a desativação total da unidade industrial, incluindo o

desmantelamento do próprio edifício, as medidas que a empresa implementará serão as seguintes:

- Fiscalização do cumprimento de um plano de obra e da aplicação das medidas indicadas, com a

devida demarcação de todas as áreas afectas, directa ou indirectamente às obras;

- Redução da superfície afectada através da optimização da circulação de máquinas e veículos

afectos à obra;

- A circulação de máquinas e veículos será limitada a determinados corredores de passagem;



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- Imposição de limites de velocidade de circulação no terreno e imediações;

- Tanto os equipamentos como os materiais de construção, e os resultantes da limpeza da área,

serão classificados e enviados para destino final adequado, de acordo com as categorias de

resíduos envolvidos e seguindo a ordem de prioridades - reutilização, valorização e por

último a eliminação;

- Delimitar áreas relativas ao manuseamento de óleos, tintas, lubrificantes, etc., uma vez que

pela sua natureza, possam vir a contaminar o solo. Estas áreas devem, portanto, ser

impermeabilizadas;

- Diminuição da emissão de poeiras através de aspersão de água nas zonas de terras secas,

bem como a utilização de veículos fechados no transporte de inertes;

- Manutenção e conservação das máquinas e veículos utilizados nesta fase, por forma a

assegurar a emissão de níveis baixos de poluentes;

- Isolamento da zona onde decorrerão os trabalhos através da colocação de painéis de obra

(tapumes);

- Limitação do horário de trabalho ao período diurno e em dias úteis;

- Encapsulamento de fontes fixas ou pequenas áreas de actividades ruidosas;

Poderá também existir a possibilidade do edifício ser aproveitado para outra atividade industrial ou

até de armazenagem, pelo que apenas será necessário retirar o equipamento inerente aos processos

têxteis.

Todas estas ações serão efetuadas de acordo com os meios, métodos, normas técnicas e legislação

específica aplicável em vigor na época de desativação da instalação.



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5 CONCLUSÃO

Tendo em consideração que os efeitos das emissões dos vários descritores para o ambiente são

minimizados através da implementação de variadas medidas mencionadas ao longo deste resumo

não técnico, pode-se afirmar que a Mundotêxtil – Indústrias Têxteis, S.A. se trata efetivamente de

uma empresa sustentável a nível ambiental.

É evidenciado que a empresa tem sensibilidade para as questões ambientais, podendo-as conciliar

com o desenvolvimento económico que é o objectivo primordial da empresa, equilibrando da melhor

forma possível o binómio economia/ambiente.

Desde a submissão do processo de licenciamento ambiental em 2007 até à presente data, a

Mundotêxtil tem vindo a melhorar sucessivamente o seu desempenho ambiental, por

implementação de uma gestão ambiental cada vez mais sustentável, otimizando processos e

procedimentos, e conseguindo uma progressiva redução de consumos específicos (energia, água, …),

e de emissões (emissões gasosas, águas residuais, …), o que se reflete também numa redução de

custos financeiros, promovendo o próprio desenvolvimento do negócio.



Anexo XII - MTD's_Mundotêxtil

Licença Ambiental

Environment

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