lesões provocadas pelo frio finall

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ESCOLA DO SERVIÇO DE SAÚDE MILITAR FORMAÇÃO EM SOCORRISMO LESÕES PROVOCADAS PELO FRIO

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ESCOLA DO SERVIÇO DE SAÚDE MILITAR

FORMAÇÃO EM SOCORRISMO

LESÕES PROVOCADAS PELO FRIO

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• Porquê um problema?

– Na Guerra II, durante o Inverno de 1944-1945 no Teatro Europeu, mais de 54.000 soldados dos Estados Unidos foram admitidos em hospitais com problemas físicos provocados pelo frio.

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LESÕES PROVOCADAS PELO FRIO

•Porquê um problema?

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‘‘

‘‘ ‘

‘‘ ‘

‘‘

Troca de energia térmica com o ambiente

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VELOCIDA- TEMPERATURA AMBIENTE EM GRAUS CENTÍGRADOS VELOCIDA-

DE DO DE DO

VENTO 4,4 1,7 -1,1 -3,9 -6,7 -9,4 -12,2 -15 VENTO

Km/h Temperatura equivalente Km/h

0 4,4 1,7 -1,1 -3,9 -6,7 -9,4 -12 -15 0

8 2,8 0,6 -2,8 -6,1 -8,9 -11,1 -14,4 -17,2 8

16 -2,2 -6,1 -8,9 -12,8 -15,6 -18,9 -22,8 -26,1 16

24 -5,6 -8,9 -11,7 -17,2 -20,6 -23,9 -27,8 -31,7 24

32 -7,8 -11,1 -16,1 -20 -23,3 -27,2 -31,7 -35,6 32

40 -8,9 -13,9 -17,8 -21,7 -26,1 -30 -33,9 -38,3 40

48 -10,6 -15 -18,9 -23,9 -27,8 -32,2 -36,1 -40,6 48

56 -11,7 -16,1 -20 -25 -28,9 -32,8 -37,2 -41,7 56

64 -12,2 -17,2 -21,1 -26,1 -29,4 -33,9 -38,3 -42,8 64

Relação Frio/vento

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OBJECTIVO

B10.3. Prestar os primeiros socorros a vítimas com lesões provocadas pelo frio.

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Vasoconstrição - deficiente circulação e logo má oxigenação dos mesmos.

A extensão da lesão - relacionada com a intensidade do frio e tempo de exposição.

As extremidades, tal como os pés, mãos, orelhas, nariz, são as primeiras zonas a serem afectadas.

INTRODUÇÃO

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Resposta Aguda à Exposição do FrioMecanismos Básicos

• Temperatura da pele • Produção de calor por calafrio

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•Factores de risco ambientais

•Missão – factores de risco

•Frio seco – lesões congelantes •Frio húmido – outras lesões

•Exposição prolongada•Preparação ligeira•Reabastecimento limitado•Equipamento inadequado

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Imobilidade associada ao ambiente frio

Efeitos directos do frio

•Geladuras

•Pé de trincheira•Frieiras•Degradação neuromuscular•Alterações do comportamento

•Congelamentos

•Outras lesões provocadas pelo frio

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Congelamento da água do tecido corporal;

A medida que os cristais de gelo se formam, eles

expandem-se e provocam lesões nos tecidos locais;

Podem-se formar coágulos sanguíneos

(dificultando a circulação);

São mais vulneráveis a esta situação as pessoas

que não podem mexer-se.

GELADURA

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1º grau – Congelamento da epiderme.

Avaliação

Palidez extrema

Indolor

Rubor

Parestesias

GELADURAClassificação

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2º grau – congelamento de toda a espessura da epiderme e

derme superficial

Avaliação

Coloração cianosada da zona atingida

Flictenas – com plasma sanguíneo e eritrócitos no interior

Entorpecimento (sensação de tensão)

Edema

Dor

GELADURAClassificação

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3º grau – congelamento de toda a espessura da pele e

tecido subcutâneo

Avaliação

Zona negra azulada

Escara

GELADURAClassificação

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4º grau – Congelamento de toda a espessura da pele,

tecido subcutâneo, músculo, tendão e osso.

Avaliação

Pele com coloração vermelho intenso a cianótica

Mais tarde, fica com aspecto seco, negro e

mumificado

* O grau de ulceração muitas vezes fica evidente só dias depois da lesão.

GELADURAClassificação

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Alimentação equilibrada

Andar protegido (gorros, luvas, etc);

Trocar de meias e luvas sempre que estejam

húmidas

Não usar roupas que impeçam uma boa circulação

Não abusar das bebidas alcoólicas

GELADURAPrevenção

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Afastar o militar do ambiente frio para uma área

aquecida;

Não esfregar as áreas afectadas isso pode contribuir

para a destruição dos tecidos;

Envolver a vítima num cobertor;

GELADURAActuação de emergência

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Ingerir líquidos aquecidos (e não alcoólico) se disponíveis

(dependendo do nível de consciência );

O uso de tabaco deve ser contra-indicado, porque a nicotina provoca

vasoconstrição adicional;

Administrar oxigénio a 3 l/m;

Avaliar e registar sinais vitais

Prosseguir com o exame da vítima.

GELADURAActuação de emergência

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Congelamento superficial - colocar a área afectada em contacto com

a área aquecida do corpo, como proteger as orelhas congeladas com

mãos aquecidas ou colocar dedos afectados das mãos na axila

Congelamento Profundo – medidas de cuidados de suporte e

transporte rápido para um hospital adequado

GELADURAActuação de emergência

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Os congelamentos profundos devem ser aquecidos em ambiente

controlado

O Aquecimento é muito doloroso para o militar. É necessário

analgésicos intravenosos.

Se o processo de aquecimento for iniciado e por algum motivo

a extremidade volta a se congelar, pode ocorrer gangrena e uma

parte ou toda extremidade afectada pode necessitar de amputação

GELADURAActuação de emergência

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Se o aquecimento for iniciado (limitações):

O processo de aquecimento de extremidades

deve ser uma imersão rápida em água a 38,5ºC a

42ºC (PHTLS)

Elevar a região afectada suavemente para evitar o edema enquanto for mantido o aquecimento;

Os dedos devem ser separados com gazes ou algodão para diminuir a irritação da pele e evitar a aderência entre eles;

Se houver formação de bolhas, estas deverão ser deixadas intactas e não perfuradas;

Não permitir que a parte descongelada volte a congelar.

GELADURAActuação de emergência

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São produzidas por um espasmo das arteriolas e vénulas cutâneas.

Repetida exposição da pele desprotegida, por períodos prolongados entre 10ºC a 0ºC com elevado grau de humidade.

Avaliação Localização - dedos das mãos e dos pés, nos calcanhares, nos

pavilhões auriculares e, menos frequentemente, na ponta do nariz.

Edema da zona afectada, a pele apresenta-se vermelha ou escurecida

nos indivíduos de pele morena ou negra. Nas formas mais intensas chegam a formar bolhas, a ulcerar e a

originar cicatrizes.

FRIEIRAS

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Não friccionar ou aplicar massagens.

Se as frieiras ulceram, convém aplicar um creme anti-séptico.

FRIEIRASActuação de emergência

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Usar luvas para manusear todo o equipamento.

Nunca utilize as mãos desprotegidas, para manuseamento de

equipamento, especialmente se for metálico.

Usar luvas próprias para manusear todos os produtos petrolíferos.

Em ambiente extremamente frio, não dispa as roupas

imediatamente a seguir a grande exercício físico. Aguarde até estar

num local aquecido.

FRIEIRASPrevenção

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CAUSAS:

Exposição prolongada dos pés, molhados, a temperaturas <10ºC.geralmente por períodos > a 12 H.

Inactividade, meias húmidas, botas demasiado apertadas (por dificultarem a circulação) favorecem e aceleram esta lesão.

SINTOMAS: Frio Insensibilidade Vermelhidão Tumefacção Hemorragias

PÉ DE IMERSÃO

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Reaquecer os pés por exposição ao ar quente.

Não permitir que a vitima ande sobre as lesões.

Evacuar a vítima para apoio médico.

Não massaje ou humedeça, nem exponha a área

afectada a calor extremo.

PÉ DE IMERSÃOActuação de emergência

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Mantenha os pés limpos e secos.

Troque as meias molhadas ou húmidas tão cedo quanto possível.

Meias molhadas ou húmidas devem ser secas, logo que possível para que possam ser reutilizadas.

O interior das botas devem ser secas do suor uma vez ou mais por dia.

Seque as botas de cabedal com enchumaços de papel absorvente.

PÉ DE IMERSÃOPrevenção

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HIPOTERMIA

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HIPOTERMIAClassificação

1. Ligeira - 31.1º - 35ºC;

2. Moderada - 27.8º - 31.1ºC;

3. Severa - < 27.8ºC;

À produção de calor metabólica substancial.

O aquecimento é eficaz

Risco de arritmia é baixo

Apenas 50% de produção de calor metabólico

O aquecimento deve ser lento

Risco de arritmia cardíaca frequente

depressão marcada de produção de calor metabólica,

É necessário o aquecimento activo;

Elevado risco de arritmia cardíaca

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Hipotermia acidentalManifestações clínicas

Diurese fria

Persistência de calafrios

Estado mental alterado

Alterações cutâneas

Arritimias arteriais, bradicárdia

(Temperatura: 26.7 - 32º C)

Pele fria, sinais vitais e reflexos imperceptíveis

( temperatura: 21 - 27º C)

Cérebro e coração electricamente “silencioso” – morte evidente

(temperatura central: 15.5ºC – 21ºC)

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temperatura corporal central cair abaixo de 32°C - militar provavelmente não se queixa de frio.

Nível de consciência reduzido, possivelmente a ponto de inconsciênciaou coma.

As pupilas reagem lentamente.

Ventilação reduzida a 1 ou 2 movimentos por minuto.

Hipotermia acidentalAvaliação

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Levar o militar para um lugar aquecido

Retirar roupas molhadas

Evitar movimentação desnecessária da vítima

A cabeça da vítima deve ser coberta com cobertores quentes.

A vítima deve ser protegida com uma coberta impermeável ao vento

Se a vítima estiver consciente e alerta, pode beber líquidos aquecidos e

doces.

A vítima deve evitar líquidos com álcool ou cafeína.

Fluidos intravenosos devem ser aquecidos a 40°C e administrados

Hipotermia acidentalActuação

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O reaquecimento das extremidades ou outros métodos que aumentam a

circulação periférica antes de ocorrer reaquecimento central pode

diminuir a temperatura corporal central (queda posterior).

Colocar a vítima numa banheira ou algo parecido, com água aquecida

(40°C).

As extremidades devem ficar fora da água, para que a região central se

reaqueça primeiro.

Hipotermia acidentalActuação

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Hipotermia Acidental Tratamento em campanha

•Prevenir a morte provocada por arritmia ventricular

•Atenção permanente aos sinais vitais

Procure outras lesões pelo frio ou traumáticas

• Vitima inactiva em decúbito dorsal• Mobilização lenta da vítima• Administrar fluidos aquecidos

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Recomendações -Alimentação:

Ingestão de refeições e bebidas quentes Incentivar refeições em grupo Refeições frequentes (suplemento antes de dormir) Esquema regular ingestão de água Preferir ingestão bebidas quentes (chá, café, cacau) Evitar ingestão bebidas alcoólicas Não ingerir neve ou gelo (derreter e purificar) Avaliar a cor da urina Evitar consumo excessivo de salIngerir refeições intermédias (merendas manhã, tarde e ceia)

Hipotermia acidentalPrevenção

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Sensação de areia nos olhos.

Olhos lacrimosos.

Vermelhidão (olhos).

Dor de cabeça.

Dor aumentada com a exposição para iluminar

Queimadura da córnea, por exposição intensa aos raios UV por reflexão dos raios solares no ambiente coberto por neve.

Cegueira da neve

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Ocluir os olhos com penso oculares, de forma a ser

permitida a escuridão total.

Evacuar se não se registarem melhoras nas 24h

seguintes.

PREVENÇÃO

Nos ambientes cobertos com neve, usar óculos de

sol com protecções laterais.

Cegueira da neveActuação

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Aumento da concentração de monóxido de carbono no sistema sanguíneo causado pela queima de combustíveis em locais fechados sem apropriada ventilação.

A intoxicação por CO ocorre mais durante o Inverno, geralmente por defeitos ou falhas dos sistemas de aquecimento.

INTOXICAÇÃO POR MONÓXIDO DE CARBONO (C0)Causas

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Dores de cabeça, confusão, vertigens , sonolência (com

bocejos excessivos).

Boca e lábios cor de cereja ou acinzentados em

indivíduos de raça negra.

Inconsciência.

INTOXICAÇÃO POR MONÓXIDO DE CARBONO (C0)SINTOMATOLOGIA

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Deslocar a vítima para fora da área - ar fresco

Solicitar ajuda médica

RCP se necessário

INTOXICAÇÃO POR MONÓXIDO DE CARBONO (C0)ACTUAÇÃO

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Nos dormitórios - usar caloríficos que não utilizem a combustão.

Nunca dormir em veículos, com o motor a trabalhar.

Quando existirem caloríficos de combustão, em funcionamento no dormitório, providenciar sempre um posto com alguém de guarda.

INTOXICAÇÃO POR MONÓXIDO DE CARBONO (C0)MEDIDAS PREVENTIVAS

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SUMÁRIO Porquê um problema? Factores de risco Principais lesões provocadas pelo frio Geladuras Hipotermia Cegueira da neve Envenenamento por monóxido de carbono

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Referências Bibliográficas

Coronel Abílio Gomes, MD - “Physiological responses and planningplanning in extreme environments”, 2006.

Comité do PHTLS da National Association of Emergency Medical Technicians (NAEMT) em cooperação com o comité de Trauma do Colégio Americano de Cirúrgiões; Atendimento Pré-Hospitalar ao Traumatizado: Básico e Avançado ; 5ª Edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. ISBN 85-352-1362-7.

Instituto Nacional de Emergência Médica. Manual de Tripulante de Ambulância de Socorro.

BONITO, Jorge. Práticas de Primeiros Socorros; 1ª Edição, Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2000. ISBN 972-20-1732-2.

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