Lesões dos tendões fibulares

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Anatomia Existem dois tendões fibulares, o fibular curto e o fibular longo. Originam na parte lateral da perna, cruzam a articulação do tornozelo atrás do maléolo lateral (osso da parte de fora do tornozelo) e se extendem até o pé.

Atrás do maléolo lateral, os tendões fibulares se encontram dentro do sulco fibular, uma espécie de acomodação para os tendões deslizarem e não sairem do lugar durante o movimento do tornozelo.

A superfície do túnel é reforçado por uma faixa de tecido chamada de retináculo.  Existe ainda um segundo retináculo abaixo do primeiro que juntamente com o superior garantem o trajeto correto dos fibulares.

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A sua localização do lado de fora da articulação do tornozelo, assim como os ligamentos laterais, proporcionam estabilidade lateral nesta junta.

Têm a função de realizar o movimento de eversão (pé para fora) e flexão plantar (pé para baixo).

Em 20 % dos indivíduos pode apresentar “os peroneum”, uma forma oval ou redonda de ossículo acessório dentro da substância do tendão fibular longo, próximo ao osso cubóide.

Uma outra estrutura “os vesalianum” é encontrado na inserção do tendão fibular curto, em 0,1% da população.

Estatística A estatística no Brasil não é realmente conhecida, mas acredita-se que o número de casos vêm crescendo a medida que o diagnóstico é feito.

Di Giovanni e colaboradores encontraram 77% dos pacientes com instabilidade lateral crônica do tornozelo, tiveram algum tipo de lesão dos fibulares. Brandes e Smith observou uma incidência de 33% de acometimento dos dois fibulares.

Fatores de risco - Atividades físicas

Um dos pricipais fatores de risco, é o esporte de alto impacto para o tornozelo, onde necessita movimentos laterais desta junta.

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Atividades físicas como futebol, basquete, tênis, volei, futebol americano e rugbi podem ser importantes fatores para ocasionar a doença, principalmente por causa dos entorses de repetição.

- Fatores anatômicos

O pé cavo varo, devido o aumento da curvatura e a sobrecarga na borda lateral externa do pé, é descrito como um importante fator para o acometimento dos tendões.

Brandes e Smith relataram que 82% dos pacientes com tendinopatia (doença) do fibular longo tinham um cavo-varo do retropé (parte de trás do pé). A presença de um “os peroneum” também tem sido postulada como predispor à ruptura do fibular longo.

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- Fatores biomecânicos

Uma análise da biomecânica global é essencial, especialmente quando não há história traumática, entorses de repetição ou pé cavo varo. As alterações de comprimento da perna, impacto femoroacetabular, dores nas costas são alguns dos fatores correlacionados.

Tipos de Lesões Existem diferentes tipos de lesões dos tendões fibulares, dependendo do grau de acometimento e estágio encontrado.

“Tendinites” Tenossinovite

Rupturas Luxação e Subluxação

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Clínica Pacientes com problemas do tendão fibular geralmente descrevem a dor na parte externa do tornozelo ou logo atrás do maléolo lateral. Esta dor geralmente piora com a atividade e melhora com o repouso. Pode apresentar inchaço atrás ou debaixo do maléolo lateral também.

Diagnóstico O diagnóstico é feito através da história e do exame físico do paciente. Deve-se palpar todo complexo lateral do tornozelo em busca da região dolorosa e sua correspondência anatômica, assim como observar alterações no pé, especialmente o tipo cavo varo.

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É importante a realização dos testes de instabilidade de tornozelo, uma vez que este acometimento esta intimamente associado as lesões dos tendões fibulares.

O exame radiográfico é extremamente útil, pois possibilita a avaliação das deformidades estruturais do retropé (varo), presença de “os peroneum” e confirma ou descarta fraturas.

Os peroneum Fratura do quinto metatarso

A ultrassonografia, por ser um exame dinâmico, tem bastante validade nas subluxações e luxações dos fibulares. Determina também a extensão e grau de comprometimento do tendão, nas rupturas.

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A ressonãncia magnética é o exame mais sensível (abrangente), dependendo do caso sua solicitação é requisitada.

Tratamento O tratamento inicial deve ser o não cirúrgico, consiste em mudanças de hábito em relação a atividade física, uso de órteses e cunhas (elevações) laterais para as deformidades e fisioterapia.

A utilização de medicamentos orais e tópicos (locais) podem ser administrados, enquanto que a infiltração não é aconselhado.

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- Repouso. Em certas ocasiões é necessário a imobilização por 2 a 4 semanas e mudança de hábito nas atividades físicas (diminuição da frequencia e intensidade)

- Órteses e cunhas (elevações) laterais nas deformidades em varo do calcanhar, posicionando dessa forma numa posição neutra

- Administração de antiinflamatórios orais e tópicos (locais), sempre prescrito pelo médico

- Infiltração não é aconselhado, pelo risco de degeneração tardia do tendão

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- Fisioterapia

Alongamento Fortalecimento

Tratamento Cirúrgico

A opção cirúrgica é requerida quando o tratamento conservador não obtem sucesso. O corte na pele depende da extensão da lesão, variando de 4 a 8 cm, na região externa do tornozelo.

Em alguns casos é indicado a investigação do tendão por método endoscópico, onde são realizados dois mínimos cortes de 1cm na pele.

Alguns procedimentos preconizados dependendo do tipo de acometimento.

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- Tenossinovite (inflamação) – Limpeza da sinovia (estrutura que cobre o tendão), com remoção do tecido inflamado

- Tendinoses (degeneração - ruptura) – Sutura (ponto) no tendão, em alguns casos é necessário a retirada da estrutura lesado e posterior união com o tendão saudável

- Luxação e Subluxação. As lesões do retináculo, devem ser reparadas, para que os fibulares mantenham em sua localização original

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Pós operatório - Retirar pontos após 7 a 10 dias

- Sem pisar com o pé operado por 2 a 4 semanas (depende do procedimento). Imobilização com tala gessada ou Robofoot.

- Fisioterapia após a 4 semana

- Atividades físicas de impacto após a 12 semana

- Pode demorar de 6 a12 meses o edema (inchaço) (em alguns casos persiste mais que 12 meses)

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Complicações - Infecção, má cicatrização, dor recorrente e complicações anestésicas

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