Lesões Fonotraumáticas 2018
Transcript of Lesões Fonotraumáticas 2018
Profa. Dra. Fabiana C P ValeraDepto. OFT – ORL - CCP
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Universidade de São Paulo
Lesões Fonotraumáticas ou Organofuncionais
Introdução
• Maioria das lesões entre crianças e adultos jovens• Tipos principais:• Nódulos de PPVV• Pólipos de PPVV• Edema de Reinke
Introdução
Introdução
• Lesões adquiridas• Dependem de:• Fatores desencadeantes (tabagismo, RGE,
comportamento vocal)• Trauma vocal• Fatores predisponentes individuais
Introdução
Fator irritativo (abuso vocal, irritantes industriais, tabagismo, RGE)
Permeabilidade vascularEdema em espaço de Reinke
Drenagem linfática comprometida
Acúmulo de mucopolissacárides
Trauma vocal
Introdução
• Trauma agudo e intenso Þ pólipo
• Trauma crônico e de menor intensidade Þ nódulos/ Edema de Reinke
Introdução
• Lesão laríngea mais comum (± 20% das lesões diagnosticadas em fibroscopia)
• Mais comum em:• mulheres jovens (± 30 anos)• meninos, idade escolar
• Grande variabilidade clínica
Nódulos Vocais
Nódulos Vocais
§Protuberâncias no ponto médio da porção membranosa das PPVV
• Localizado na camada superficial da lâmina própria
• Caracteristicamente bilaterais• Simétricos ou não
• Fenda triangular médio-posterior
Nódulos Vocais
Nódulos Vocais
• Voz rouco-soprosa Þ relacionada com tamanho e com rigidez dos nódulos• Freqüência fundamental reduzida• Tempo máximo de fonação diminuído• Ataques vocais bruscos• Estroboscopia: onda mucosa pouco comprometida
Nódulos Vocais
Nódulos Vocais
• Longa data• Associado a abuso vocal/ uso incorreto da voz• Tensão muscular aumentada• Cantores: voz mais “pesada”, menos flexível;
comprometimento nas frequências agudas
Nódulos Vocais
Nódulos Vocais
• Agudos• Edematosos • Volumosos • Epitélio normal• Tecido fibroso
frouxo• Capilares finos• Pouca repercussão
na voz
• Crônicos• Fibrose/ hialinização• Esbranquiçados • Pontiagudos • Epitélio hipertrofiado• Edema submucoso
mínimo• Maior
comprometimento vocal
Nódulos Vocais
• Devido maior tensão no centro da porção membranosa de PPVV na ausência do fechamento glótico completo
Nódulos Vocais - Fisiopatologia
• Proporção glótica Þ fenda triangular médio-posterior•Microdiafragma laríngeo• IVAS, RGE, alergia, fumo, álcool• Distúrbios hormonais (TSH, GH)
Fatores Predisponentes
Congestão vascular/ vasodilatação
Exsudato no espaço de Reinke
Hialinização/ Fibrose
Membrana basal espessada
Epitélio hiperplasiado/ queratinizado
Nódulos Vocais - Fisiopatologia
Tratamento
• Tratar fatores predisponentes• Alterações comportamentais
• Hidratação
• Retirada do abuso/ uso incorreto da voz
• Fonoterapia: ótimos resultados para nódulos agudos e com fenda triangular médio-posterior associada• Cirurgia: casos resistentes / evolução rápida
Nódulos Vocais - Tratamento
Tratamento
• Cirurgia: • casos com má evolução fonoterápica (nódulos
fibrosos)• Paciente necessita mudança vocal rápida
• Fonoterapia pós-operatória para diminuir recorrência
• Prognóstico muito bom
Nódulos Vocais - Tratamento
Pólipos em PPVV
• Geralmente unilaterais• 10% bilaterais: assimétricos
• Pedunculado, ocasionalmente séssil
• Predominantes em homens, 3a a 4a década de vida
• Em mulheres: AEM geralmente associada
Pólipos de PPVV
Pólipos em PPVV
• Disfonia em graus variáveis
• Voz rouco-soprosa
• Pitch instável
• Dupla frequência
• Variação de intensidade
• Sensação de corpo estranho e desconforto na garganta
Pólipos de PPVV
Pólipos em PPVV
• Devido trauma mais intenso, com dano no endotélio da lâmina própria • Extravazamento de sangue recente• Exsudato fibrinoso• Deslocamento exofítico e medial da camada epitelial• Proliferação de capilares na fase de reparo tecidual
Pólipos de PPVV
Pólipos em PPVV
• ½ anterior da porção membranosa: área de maior probabilidade de trauma
• Ausência de fendas glóticas associadas
• Pressão subglótica, s/ alterações em fonação, também pode causar pólipo
Pólipos de PPVV
Características
• Epitélio exofítico
• Estroma vascularizado
• Depósito abundante de secreção com fibrina
• Lâmina basal sem alterações
Pólipos de PPVV
Tratamento
• Tratamentos conservadores: pouca reabsorção do pólipo
• Essencialmente cirúrgico• Retirada de sua implantação na lâmina própria Þ
evitar recidiva• Palpação de PV contralateral
• Fonoterapia pós cirúrgica: evitar recidiva
Pólipos de PPVV - Tratamento
Edema de Reinke
• Grande variabilidade clínica• Disfonia de longa data, com evolução lenta
• Voz grave/ soprosa
• Tosse crônica
• Quase sempre bilateral
• Geralmente indivíduos com mais de 40 anos, ambos os sexos
Edema de Reinke
Edema de Reinke
• Predomínio por sexo feminino?• Procura maior por mulheres devido alteração importante
de pitch
• Devido trauma crônico
• Uso intensivo da voz
• Pacientes tabagistas e com sintomas de RGE, hipotireoidismo
Edema de Reinke
Edema de Reinke
• Inicialmente: edema difuso em espaço de Reinke, com aumento da amplitude vibratória• Voz fluida e mais grave
• Posteriormente: volume irregular, aspecto gelatinoso e flácido• Voz progressivamente mais grave e rouca
• Casos extremos: obstrução VA
Edema de Reinke
Edema de Reinke
• Depósito de material gelatinoso no espaço de Reinke
• Espessamento de membrana basal e do endotélio
• Lagos edematosos
• Vasos dilatados e congestos
• Espessamento irregular do epitélio
Edema de Reinke
Tratamento
• Interrupção do tabagismo
• Controle do RGE
• Reeducação vocal
• Hidratação
• Fonoterapia
• Suficientes para casos leves
Edema de Reinke - Tratamento
Tratamento
• Tratamento cirúrgico• Antigamente: decorticação: bom aspecto cirúrgico,
mas péssima qualidade vocal• Retalho face vestibular PPVV com retirada de
edema e excesso de epitélio: recuperação mais rápida, qualidade vocal melhor
Edema de Reinke - Tratamento
Conclusões – LESÕES FONOTRAUMÁTICAS
• Lesões induzidas por trauma sonoro, associado ou não a trauma físico (RGE, tabagismo)• Crianças: nódulos: boa evolução • Adultos: • Trauma agudo: pólipos • Trauma crônico, tabagismo associado: edema de ReinkeNecessidade de cirurgia mais comum
Correção do hábito é essencial para prevenir recidiva
Conclusões