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C2LAB Laboratório de Construção da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto Prof. Nuno Lacerda Lopes [email protected] ZINCO l MATERIAL DE CONSTRUÇÃO Grupo047 Jorge Miguel Trigo Christiaan Flotman

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Laboratório de Construção da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto Prof. Nuno Lacerda Lopes [email protected]

ZINCO

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MATERIAL DE CONSTRUÇÃO Grupo047 Jorge Miguel Trigo Christiaan Flotman

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ABSTRACT

O zinco é um material que tem tido aplicações muito recentes dentro da arquitectura contemporânea. Podemos considerar que até é na Europa que ele tem verificado um maior crescimento exponencial através de uma utilização plástica e decorativa de fachada, principalmente em países como a Holanda, Alemanha e França.

O zinco já é há muito tempo reconhecido pelas suas vantagens na utilização de coberturas. Pesquisas recentes indicam que a duração de uma cobertura ou fachada de zinco tem um prazo previsível de durabilidade até 100 anos, o que torna este material numa escolha bastante relevante.

E é neste sentido que este trabalho visa compreender as suas aplicações possíveis dentro do mundo da arquitectura, explorando novas ideias e hipóteses, novos conceitos e usos, novas formalizações e concretizações.

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01 Enquadramento Histórico, Origem e Cronologia

Séculos antes de descobrir o zinco na sua forma metálica, os seus minérios eram usados para fazer latão, compostos de zinco e ainda era utilizado na cicatrização de feridas e cura dos olhos. Acredita-se que os romanos criaram o latão no tempo de Augustus(20B.C- 14 A.D). No século 13, Marco Polo descreveu a fabricação de óxido de zinco na Pérsia.

Em 1374, o zinco foi reconhecido na India como um novo metal (8º metal conhecido pelo homem na época). Em Zawar, India, tanto o zinco metálico como óxido de zinco foram produzidos a partir do séc. 12 ao séc.16. O metal de zinco foi usado para fazer latão e o óxido de zinco servia fins médicos. A fabricação do zinco na Índia mudou-se para a China no século 17, onde se desenvolveu como uma indústria para suprir as necessidades da indústria de latão O Zinco foi reconhecido como um metal separado no séc. 16 quando Agrícola observou em 1546 que se formava um metal branco prateado condensado nas paredes dos fornos nos quais se fundiam minerais de zinco, adicionando em sua notas que um metal similar denominado zincum era produzido na Silésia. Paracelso (1493 – 1541) foi o primeiro a sugerir que o zincum era um novo metal e que suas propriedades diferiam dos metais conhecidos, sem dar nenhuma indicação sobre a sua origem. Nos escritos de Basílio Valentino também podemos encontrar menções sobre o zincum. Em tratados posteriores são frequentes as referências ao zinco, com diferentes nomes, referindo-se geralmente ao mineral e não ao metal livre, e muitas vezes confundido com o bismuto. Johann Kunkel em 1677 e pouco mais tarde Stahl em 1702 indicam que ao preparar o latão com o cobre e a calamina, esta última se reduz previamente em zinco livre, que foi isolado posteriormente pelo químico Anton von Swab em 1742 e por Andreas Marggraf em 1746, cujo exaustivo e metódico trabalho Sobre o método de extração do zinco de um mineral verdadeiro, a calamina sedimentou a metalurgia do zinco e sua reputação como descobridor do metal.. Em 1743, a primeira fundição de zinco Europeu foi criado em Bristol, no Reino Unido através de um processo autoclave vertical. Um grande avanço tecnológico foi alcançado com o desenvolvimento do processo de autoclave horizontal na Alemanha, que levou à construção de obras de fundição em Slesia, Liege, Bélgica e Aachen, na Renânia e as áreas do Ruhr, na Alemanha. Em 1836, a galvanização a quente, o mais antigo processo de anti-corrosão, foi introduzida em França, este processo so chegou aos Estados Unidos em 1850. O produto, folha de zinco, no séc.XIX era enrolado em

peças ou em atados. Claro está que o zinco comercial ainda não tinha a pureza do de hoje e era processado sem ser em liga. Apesar de tudo, este material tornou-se cada vez mais popular, particularmente em França e nos países do Benelux. Os telhados de Paris, por exemplo, estão revestidos com mais de 20.000 toneladas de zinco. Após o desenvolvimento da técnica de flotação do sulfeto de zinco se desprezou a calamina como fonte principal de obtenção do zinco. O método de flotação, atualmente, é empregado para a obtenção de vários metais. Actualmente as razões para a popularidade do zinco são diversas: é durável, isento de manutenção e permite formas complicadas. Esteticamente é um material neutro que se harmoniza bem com outros materiais usados na construção e satisfaz todas as exigências ecológicas dos tempos actuais. O zinco é um componente natural da crosta terrestre e uma parte inerente do nosso ambiente. O zinco está presente não só na rocha e no solo, mas também no ar, na água e na biosfera. Plantas, animais e seres humanos também contêm zinco. Os minérios de zinco são extraídos em mais de 50 países onde as jazidas mais ricas contém cerca de 10% de ferro e entre 40% e 50% de zinco. As reservas mundiais cuja exploração é economicamente viável ultrapassa a casa dos 220 milhões de toneladas, a maior parte nos Estados Unidos , Austrália, China, Peru, Canadá e Cazaquistão. A produção mundial em 2003, segundo dados da Agência de Prospecção Geológica dos Estados Unidos (US Geological Survey) de 8,5 milhões de toneladas, liderada pela China com 20% e Austrália com 19%. Estima-se que um terço do zinco consumido é reciclado.

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02 Cultura e Contexto

O zinco tem uma longa tradição enquanto material de construção. Vem sendo produzido desde o inicio do séc. XIX: 1812 na Bélgica, 1821 na Alta Silésia e desde 1850 na área da Westfalia na Alemanha. Pelos parâmetros actuais, as quantidades então produzidas eram bastante pequenas, nada que surpreenda se pensarmos que se vivia o inicio da era da industrialização.

O produto – folha de zinco – era enrolado em peças ou em atados. Claro está que o zinco comercial ainda não tinha a pureza do de hoje e era processado sem ser em liga mas apesar de tudo este material tornou-se cada vez mais popular, particularmente em França e nos países do Benelux. Os telhados de Paris, por exemplo, estão revestidos com mais de 20.000 toneladas de zinco. Em Berlim foi o famoso arquitecto Karl-Friedrich Schinkel (1781-1841) quem com mais habilidade utilizou o zinco nos edifícios que projectou.

As razões para esta popularidade são diversas: é durável, isento de manutenção e permite formas complicadas. Esteticamente é um material neutro que se harmoniza bem com outros materiais usados na construção e satisfaz todas as exigências ecológicas dos tempos actuais.

O zinco pode ser utilizado em coberturas, fachadas ou acabamentos de coberturas de outros materiais para captação de águas pluviais. Possui características físicas que o auto protegem contra a corrosão e quase não exige manutenção. No entanto é um material facilmente atacado por vários ácidos sendo portanto mais rara a sua utilização em edifícios industriais, para além do facto de se tornar quebradiço em baixas temperaturas (ciclos de gelo/degelo).

Hoje em dia é bastante utilizado como material plástico de revestimento exterior da arquitectura contemporânea como demonstram as duas imagens em baixo. No entanto, em países em vias de desenvolvimento também é possível evidenciar a sua utilização como protecção das intempéries de uma forma carenciada e muito rudimentar.

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03 Modos de Aplicação O zinco é empregado na fabricação de ligas metálicas como o latão e o bronze, além de ser utilizado na área das coberturas, revestimentos de fachadas, etc.. O zinco é, ainda, utilizado como metal de sacrifício para preservar o ferro da corrosão em algumas estruturas, na produção de pilhas secas e como pigmento em tinta de coloração branca. Desde o inicio da sua utilização o material que se utiliza na área dos ornamentos, sistemas de águas pluviais e principalmente nas coberturas e revestimentos de fachadas tem vindo a ser melhorado, quer quanto ás suas propriedades mecânicas, quer mesmo quanto á resistência aos meios atmosféricos. Assim deixou de ser utilizado o zinco, puro sem aditivos, para se passar a utilizar zinco aditivado com titânio e cobre, nomeadamente. É pois uma liga de zinco, de composição rigorosamente controlada por normas internacionais, o material que hoje utilizamos na nossa actividade. Ornamentos Existe uma extensa gama de ornamentos criados apartir do zinco onde podemos encontrar peças pré- fabricadas ou existe a possibilidade de criar efeitos feitos sob encomenda de acordo com os planos, esboços ou modelos antigos tais como galerias, painéis escala toldos, vieiras ardósias tubos de queda de águas pluviais, caixa de sarjeta da guarnição, as tiras, goteiras, calhas caixa, hopperheads ornamentais etc. Estas peças geralmente vêm complementar pedidos mais específicos da aplicação de zinco nas fachadas ou coberturas. Sistemas de águas pluviais Além de atender a padrões nacionais de instalação ou DTU, os sistemas de águas pluviais devem satisfazer as necessidades regionais, independentemente da pluviometria. Assim, para atender às demandas de todos os seus mercados internacionais, várias empresas fabricam e oferecem séries completas de calhas, tubos de queda, saídas de águas pluviais, pare termina ou curvas, etc, em diferentes formas, dimensões e acabamentos. Revestimento de coberturas Qualidades como o isento de manutenção e a capacidadede resolver formas complicadas fazem com que o zinco seja muito popular no revestimento das coberturas. Esteticamente também trás vantagem, pois é um material neutro que se harmoniza bem com outros materiais usados na construção e satisfaz todas as exigências ecológicas dos tempos actuais. Na necessidade de atender os vários problemas que são criados pelas coberturas como as condições climatéricas, a

forma e o uso que lhe é atribuído e a vontade de garantir diversas leituras quanto a sua linguagem, foram criados diversos meios de revestir coberturas com superfícies de zinco. Meios de aplicação do zinco nas coberturas que oferecem vantagem em diferentes pontos de diferentes modos como : Na adaptação a formas complexas e penetrações do telhado; Na capacidade de se adaptar em quase todo o projecto arquitectónico. A expressão de fortes contornos visíveis. Efeitos de sombra e de carácter urbano. Articulações discreta. A instalação fácil,pois requer apenas uma ferramenta de dobragem simples de mão. A fácil desmontagem em caso de reparação ou manutenção. Desempenho e impermeabilização máxima contra a água e o vento. Fácil e de baixo custo de instalação. O uso de perfis e máquinas de costura, a optimização do consumo de metal. Completamente à prova de vapor( o sistema ideal para edifícios com higrometria muito altas). Fixação mecanica, eliminando qualquer risco de pontes térmicas. O sistema modular telhado quente para qualquer tipo de deck (lâminas de aço, madeira, betão). Exclusivo sistema de montagem sem necessidade de ferramentas de poder Estas são algumas das vantagens escolhidas aleatoriamente mas que representam bem o benefício da aplicação do zinco em diferentes áreas de cobertura com diferentes declives e diferentes higrometrias . Áreas como telhados novos ou renovados, incluindo os mais complexos( curvo, côncavo e convexo, cônico, cúpulas, etc), piscinas, telhados tradicionais, prédios urbanos. Áreas Revestimento de fachadas e interiores Na incapacidade do material ter um papel estrutural a aplicação do zinco nas fachadas acaba geralmente por ser temas de composição. Mas por outro lado beneficia das mesmas vantagens que foram anuncidas na sua aplicação na cobertura. Na possibilidade do zinco não ter de isolar, impermeabilizar, etc, as possibilidades de moldar e oferecer várias caracteristicas a nivel de linguagem como a textura a forma e algumas mais. Quando aplicado no interior o material geralmente é utilizado apenas por motivos estéticos e pontualmente modificado por motivos acústicos.

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04 Um Autor O gabinete PEZO VON ELLRICHSHAUSEN ARQUITECTOS foi fundando em Buenos Aires em 2001 pelos arquitectos Mauricio Pezo e Sofia Von Ellrichshausen, cuja obra é marcante pelo uso de materiais de revestimento resultantes de profundas investigações e experimentações num sentido de alcançar uma força que ultrapasse a componente construtiva e se aproxime de uma conceptualização entre a arquitectura e o verdadeiro sentido de Arte.

O trabalho deste grupo de jovens arquitectos tem sido mostrado em diversas exposições pelo mundo fora e angariado imensos prémios, entre os quais se encontra a melhor exposição na Bienal de Veneza em 2004, o prémio ―BEST YOUNG CHILEAN ARCHITECT‖ em 2006, o prémio ―BEST WORK OF YOUNG ARCHITECTS‖ na Bienal Ibero-Americana também em 2006 entre muitos outros. Em 2010 participaram ainda na ―ARCHITECTURE INTERNATIONAL CONGRESS AT OPORTO‖ (AICO). Tanto a arquitecta Sofia Ellrichshausen como o arquitecto Mauricio Pezo dão aulas na Universidade de Talca, no Chile. Actualmente têm 2 projectos habitacionais em desenvolvimento para serem construídos em Portugal, nomeadamente em Silves. Desde 2001 que este grupo se têm dedicado maioritariamente a projectos de habitação localizados nas paisagens chilenas longe da civilização, numa relação singular com a natureza.

As suas obras são consideradas instalações artísticas implantadas numa fusão entre o conceito e sensibilidade envolvente. A uma primeira análise podemos constatar que as obras têm em comum uma linguagem muito idêntica que se baseia numa peça (instalação como o próprio gabinete define) vertical com alçados quadrados, trabalhando relações interiores com uma liberdade rara, criando espaços e momentos únicos dentro de cada um dos edifícios. Cada um deles mostra um novo desenvolvimento, novas descobertas, mesmo apesar das suas semelhanças formais. Poderíamos também criticar essa similitude entre todas as suas obras, mas é realmente aí que se abrem os conceitos que são necessários para perceber sobre estes jovens arquitectos e as suas formas de abordar a arte e a arquitectura que vão muito mais além dos quadrados em módulos explorados na vertical. É sobretudo um gabinete focado na investigação e no acto da criação de elementos artísticos, em interacções entre materialidade, paisagem, harmonia, utilizador e abstracção. Neste contexto fazem parte do seu currículo dois bons exemplos do uso do zinco no revestimento exterior do edificado (casa Wolf e casa Parr), em que a sensibilidade plástica na sua aplicação fazem deste gabinete um exemplo a estudar no que toca à questão deste material.

Na página seguinte encontram-se diversas imagens das suas obras:

Figura 1 - pormenor da casa Fosc em S.Pedro, no Chile, construída em 2009, com betão à vista pintado de verde.

Figura 2 – vista geral da casa Poli, Coliumo, Chile, construída em 2005, é das obras mais famosas do gabinete e é propriedade do casal de arquitectos. A cofragem do betão que envolve toda a casa foi feita através do uso de placas de madeira sem tratamento para a obtenção das texturas que se dissolvem naquela paisagem rochosa.

Figura 3 – Casa Wolf, que será analisada mais à frente, e é toda ela revestida em zinco.

Figura 4 – Vista interior da casa Poli, onde é possível observar toda a qualidade espacial conferida pela verticalidade da mesma.

Figura 5 – Casa Rivo, Valdivia, Chile, construída em 2003 é toda ela revestida a madeira, tanto no interior como no exterior.

Figura 6 – Integração na paisagem da Casa Poli.

Figura 7 - Casa Parr, Chiguayante, Chile, construída em 2008, a casa tem 9 pátios interiores um revestimento exterior em zinco

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05 Uma Obra – Casa Wolf

Arquitectos: Mauricio Pezo e Sofia von Ellrichshausen

Localização: San Pedro, Chile

Data do projecto - 2005/ 2006

Construção – 2006/ 2007

Área do terreno – 362 m2

Área construída – 136 m2

Orçamento – 380€ m2

Sistema Construtivo: pilares e vigas de aço IPE240 e decks

de laje

Revestimento: esquadrias de alumínio micro-ondulado HD,

forro de Aluzinc, e vidro termopanel.

Cobertura: Aluzinc liso

Acabamentos painéis de madeira pintada, pintura auto-

nivelante.

A volumetria desta casa é composta por um corpo vertical prismático facetado por ligeiras diagonais que distanciam as relações visuais com os lotes vizinhos mais directos.

A verticalidade desta casa está directamente relacionada com uma lei chilena que está a influenciar a arquitectura no país, que contempla benefícios de impostos para construções que ocupem pouca área de implantação, chamada de DFL2. E é neste sentido que ela constitui um bom exemplo de exploração da qualidade dos espaços distribuídos em 3 pisos habitáveis, regulamentados conforme a lei chilena.

Construtivamente, a casa tem uma estrutura metálica pré-fabricada e o seu revestimento exterior é uma textura vertical contínua em aluzinc que acompanha a queda da chuva, com um tom de bronze que é instável com as variações de luz natural, adquirindo diversas tonalidades, interrompidas somente pelos ocasionais rasgos quadrangulares em vidro que transparecem luz para o interior.

O que torna esta obra mais marcante em relação a outras aplicações comuns de zinco é realmente este efeito plástico inconstante que consegue obter diversas colorações ao longo do dia, como é possível constatar pelas imagens da página seguinte.

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06 Um Corte Construtivo

Placa Osb e=11mm

Estrutura metálica Metalcon

Forro Aluzinc Miniwave HD e=0.5mm

Isolamentos

Forro Aluzinc Galvanizado

vigas de aço IPE240

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Secção do corte

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Pormenor de Fixação dos painéis de Zinco

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07 Aspectos Técnicos do Material

O zinco é um metal, às vezes classificado como metal de transição ainda que estritamente não seja, apresenta semelhanças com o magnésio e o berílio além dos metais do seu grupo. É um metal de coloração branca azulada que arde no ar com chama verde azulada. O ar seco não o ataca, porém, na presença de umidade, forma uma capa superficial de óxido ou carbonato básico que isola o metal e o protege da corrosão. O metal apresenta uma grande resistência à deformação plástica a frio que diminui com o aquecimento, obrigando a laminá-lo acima dos 100 °C. Aprodução do zinco começa com a extração do mineral que pode ser realizada tanto a céu aberto como em jazidas subterrâneas. Os minerais extraídos são triturados e, posteriormente, submetidos a um processo denominado flotação para a obtenção do mineral concentrado. Os minerais com altos teores de ferro são tratados por via seca. O concentrado é queimado (calcinação) para transformar o sulfeto em óxido, que recebe a denominação de calcina. O óxido obtido é reduzido com carbono produzindo o metal (o agente redutor na prática é o monóxido de carbono formado). As reações por etapas são: Por via úmida o minério é calcinado (queimado) para a obtenção do óxido, posteriormente lixiviado com ácido sulfúrico diluído. A lixívia obtida é purificada para a separação dos diferentes componentes, principalmente o sulfato de zinco. O sulfato é submetido a um processo de eletrólise com ânodo de chumbo e cátodo de alumínio, sobre o qual se deposita o zinco, formando placas de alguns milímetros. O zinco obtido é fundido e lingotado para sua comercialização. Como subprodutos, diferentes metais são obtidos, como mercúrio, cádmio, ouro, prata, cobre e chumbo, em função da composição dos minerais. O dióxido de enxofre obtido na calcinação é usado para produzir o ácido sulfúrico utilizado na lixiviação. O excedente é comercializado. Os tipos de zinco obtidos se classificam segundo a norma ASTM em função da sua pureza: SHG, Special High Grade (99,99%), HG, High Grade (99,90%) e PWG Prime Western

Grade (98%) A norma EN 1179 considera cinco níveis (Z1 a Z5) com teores de zinco entre 99,995% e 98,5%, existindo normas equivalentes no Japão e Austrália. Para harmonizar todas as normas a ISO publicou em 2004 a norma ISO 752 regulando a classificação e requisitos necessários em relação ao zinco. QAs ligas metálicas mais empregadas são as de alumínio (3,5-4,5%, Zamak; 11-13%, Zn-Al-Cu-Mg; 22%, Prestal , liga que apresenta superplasticidade) e cobre (aproximadamente 1%) que melhora as características mecânicas do zinco e sua aptidão ao molde. É componente minoritário em diversas ligas, principalmente de cobre como latões (3 a 45% de zinco) , alpacas (Cu-Ni-Zn) e bronzes ( u-Sn ) de molde. O zinco metálico não é considerado tóxico, porém alguns de seus compostos, como o óxido e o sulfeto, são nocivos. Compostos

O óxido de zinco é o mais conhecido e utilizado industrialmente, especialmente como base de pigmentos brancos para pintura, também na indústria de borracha e em protetores solares. Outros compostos importantes são o cloreto de zinco (desodorantes) e sulfeto de zinco (pinturas luminescentes). A quarta parte, aproximadamente, do zinco consumido é na forma de compostos.

No final deste processo, a tira de material é enrolada á volta de um cilindro de aço formando uma bobina. Esta pesa cerca de 20 toneladas e o seu comprimento médio, dependendo da espessura, é de cerca de 4.000 metros.

Quando a bobina atinge o peso de 20 toneladas a tira é cortada. A bobina deixa a linha de enrolamento enquanto que a tira contínua de metal está já a ser enrolada á volta de um novo cilindro metálico. Esta operação é totalmente controlada por sofisticados sistemas electrónicos e é realizada sem que haja qualquer interrupção ou abrandamento na velocidade de progressão da tira original de metal fundido.

O processo Para se chegar ao material que nos serve de matéria prima, o zinco passa por um longo e moroso processo de transformação que tem lugar nas fábricas dos fornecedores e que pode ser descrito como sendo, sobretudo, um processo de laminagem.

Este processo inicia-se com a fusão do metal, sua purificação e aditivação com pequenas quantidades de cobre e de titânio. Esta mistura, que se encontra a cerca de 400 ºC, é vazada para uma máquina especial onde é moldada e onde arrefece e solidifica.Esta máquina forma uma tira de cerca de 1,100 mm de largura e 14 mm de espessura que pode então ser laminada. A operação inicia-se com a passagem em sequência por cinco estações de laminagem, até ser atingida a espessura requerida para o produto. As espessuras mais utilizadas situam-se entre os 1,20 mm e os 0,65 mm.

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08 Alguns pormenores de construção 3D

Cortes com vista da cobertura em zinco e do revestimento exterior.

A vermelho está representada a estrutura metálica do edifício.

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09 Referências de Catálogo e Marcas

A escolha que é oferecida ao arquitecto quanto ao revestimento de superficies a zinco é vasta nos dias de hoje. Mesmo com a variedade de marcas nacionais e internacionais a generalidade das empresas especializam na aplicação do zinco em coberturas. Em países onde existe uma maior utilização do material nota-se uma maior variedade de productos e diversos usos para a mesma tal como acontece em países norte-europeus, principalmente França, Holanda e Alemanha.Ao contrário de vários materias de construção, quando falamos de productos derivados do zinco a oferta varia consuante a sua marca. Marcas Aluzinc empresa que compra e vende todos os tipos de metais não-ferrosos, em particular( chapas de alumínio, zinco em lingotes, aço etc). Além disso, também são especializadas no comércio de plantas em segunda mão e máquinas, utilizados principalmente na área de fabricação de produtos personalizados com base em metais não ferrosos, matérias-primas. O VM ZINC representa uma gama completa de produtos de titânio-zinco na forma de chapas, bobinas e produtos fabricados e sistemas. Esta marca internacional pertence à Unidade de Produtos de construção do Grupo Umicore. Umicore Building Products produz e comercializa zinco laminados e produtos pré-formado, que pode ser dividido em quatro principais áreas de aplicação (coberturas e revestimentos remates, principalmente para a impermeabilização e ventilação do telhado, sistemas de águas pluviais, ornamentação e decoração). Esta vasta gama de produtos e sistemas reflete a nossa vasta experiência profissional e prática e à variedade de climas e normas que VM ZINC ® é projetado para atender todo o mundo. LASG — Revestimentos em Zinco e Cobre, Lda detém no mercado da Construção, mais precisamente nos acabamentos de zinco e cobre, uma imagem sólida e possui capacidade para a realização de um vasto número de sub-empreitadas.

A Zn importa, comercializa, transforma e aplica metais não ferrosos tais como Zinco, Cobre e Titânio. Utilizando as mais recentes tecnologias de transformação e aplicação, a Zn possui já um mercado significativo na área da Construção Civil nomeadamente em revestimentos de coberturas, revestimento de fachadas e funilarias. Existem ainda muito mais marcas no mercado onde a maioria procura complementar o talento e a criatividade dos clientes e arquitectos.Marcas com mais ou menos rigor, planeamento ou organização podem ser encontradas em quase todo o globo.

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10 Bibliografia e outras Referências

Charpentes métalliques : conception et dimensionnement des halles et bâtiments / Manfred A. Hirt, Michel Crisinel Metal pioneer architecture=metal pionier architektur : masterpieces of the last 100 years=meisterwerke seit 100 jahren / Werner Blaser Pierre et métal : dans le bâtiment au Moyen Âge / étud. réunies par Odette Chapelot et Paul Benoit Sistemas de construção : descrição ilustrada e detalhada de processos construtivos utilizados em Portugal / Jorge Mascarenhas Constructing architecture : materials processes structures : a handbook / ed. Andrea Deplazes Stahl im kirchenbau / Helmuth Odenhausen, Hans Gladischefski Las cubiertas de chapa / Ignacio Paricio Theoretical studies on the catalytic and inhibition mechanisms of the Farnesyltransferase enzyme [Texto policopiado] / Sérgio Filipe Maia de Sousa Perfil analítico do zinco / Regina Helena Diehl Travassos Barone Zinc Metal Properties, American Galvanizers Association, 2008, Stwertka, Albert (1998), "Zinc", Guide to the Elements (Revised ed.) Zinc in classical antiquity, in Craddock 2000 years of zinc and brass (rev. ed.) Corrosion Resistance of Zinc and Zinc Alloys, CRC Press

Tectónica edição nº01 – Envolventes (I) Tectónica edição nº12 – Dossier de Construção (II) Tectónica edição nº06 – Cubiertas (I) http://www.plataformaarquitectura.c http://www.vmzinc.com http://pt.list-of-companies.org www.aluzinc.com

http://www.ajmendes.com/ http://www.allzinc.com http://architectenweb.nl

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Edições 2010/2011 FAUP