Jussara_Hoffmann

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Avaliar para promover As setas do caminho Jussara Hoffmann Organização: Vânia P. Oliveira

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Avaliar para promoverAs setas do caminho

Jussara Hoffmann

Organização: Vânia P. Oliveira

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1) Como “promoção”: atrelado a decisões burocráticas da avaliação tradicional.

2) Objetivo da obra: promoção como acesso a um patamar superior de aprendizagem, de acesso a um nível qualitativamente superior de conhecimento e de vida.

Avaliar para promover (diferentes “leituras”, significados):

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Polêmicas em torno da avaliação:

LDB encaminha novas regulamentações sobre a promoção dos estudantes.

Pareceres, resoluções, normas somam-se a LDB e criam múltiplas interpretações.

Sociedade e professores inquietos frente as reformas educacionais (risco a tradicional escola brasileira).

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Práticas CLASSIFICATÓRIAS em avaliação:

competição

individualismo

poder

arbitrariedade nas relações

julgamento de resultados

Práticas MEDIADORAS em avaliação:

interativa intersubjetiva

diálogo entre todos os envolvidos no processo

ação pedagógica reflexiva

relações interpessoais

projetos coletivos

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AVALIAR PARA PROMOVER

finalidade

a serviço da aprendizagem

Melhoria da ação pedagógica visando à promoção moral e intelectual dos alunos.

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PROFESSOR

Investigador

Esclarecedor

Organizador de experiências significativas de aprendizagem.

compromisso de agir refletidamente, criando e recriando alternativas pedagógicas a partir da melhor observação e conhecimento de cada um dos alunos, sem perder a observação do conjunto e promovendo sempre ações interativas.

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Com as exigências da LDB, a maioria dos regimentos escolares são introduzidos por textos que enunciam objetivos ou propósitos de uma avaliação contínua, mas estabelecem normas classificatórias e somativas, revelando a manutenção das práticas tradicionais.

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Para onde vamos?De uma avaliação a serviço da classificação, seleção, seriação...

a uma avaliação a serviço da aprendizagem do aluno, da formação, da promoção da cidadania.

De uma atitude de reprodução, de alienação, de cumprimento de normas...

à mobilização, à inquietude, na busca de sentido e significado para essa ação.

De intenção prognóstica, somativa, de explicação e apresentação de resultados finais...

à intenção de acompanhamento permanente, de mediação, de intervenção pedagógica para a melhoria da aprendizagem.

Da visão unilateral ( centrada no professor) e unidimensional (centrada nas medidas padronizadas e na fragmentação disciplinar)...

à visão dialógica, de negociação entre os envolvidos e multirreferencial ( objetivos, valores, discussão interdisciplinar).

Do privilégio à homogeneidade, à classificação, à competição...

ao respeito à individualidade, à confiança na capacidade de todos, à interação e à socialização...

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A avaliação direciona-se para frente , não para julgar e classificar o caminho percorrido, mas

para favorecer a evolução da trajetória do educando.

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Jussara Hoffmann cita Charlot ( 2000): avaliar é fazer uma leitura positiva da realidade. Uma leitura negativa explica o fracasso escolar pelo que o aluno não é, não fez, pelas suas carências. Uma leitura positiva é prestar atenção ao que fazem, conseguem, sabem da vida, são, e não somente às suas falhas.

“As crianças e jovens estão sempre em processo de aprendizagem. Entretanto, as oportunidades que a escola lhes oferece podem significar barreiras ou melhores caminhos para tal processo. As ações avaliativas podem ser exercidas como pontes em seu trajeto ou como pontos fixos de chegada,favorecendo ou interrompendo um processo natural de vida.” ( Hoffmann, 2002)

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UMA ATIVIDADE ÉTICA

AVALIAÇÃO:

O que é? → O que deve ser?

Responder à questão ética: O que deveríamos fazer?

E à questão empírica: O que podemos fazer?

NÃO BASTA DESENVOLVÊ-LA A SERVIÇO DA AÇÃO E COMO UM PROJETO DE FUTURO, MAS TOMAR DECISÕES EDUCATIVAS EMBASADAS EM CONSIDERAÇÕES DE VALOR, DE POLÍTICA E FILOSOFIA SOCIAL.

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A avaliação educacional, ao lidar com a complexidade do ser humano, deve orientar-se por valores morais e paradigmas científicos.

“A aprendizagem tem como objetivo a formação do sujeito capaz de saber o que fazer da vida, de construir sua própria história ( expressão política), mas sempre com sentido solidário, pois a ética dessa história se origina no mundo dos valores no qual a educação deve se fundar.”( Hoffmann, 2002)

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AVALIAÇÃO → sentido ético → questionamento permanente do professor sobre sua ação → sobre as observações que faz do aluno.

Não há regras gerais em avaliação. Toda a situação precisa ser analisada em seu contexto.

IMPORTANTE: precisamos aprender a lidar com as diferentes situações que surgem e não há ensinamentos ou metodologias que dêem conta de tal complexidade. Faz-se necessária a consciência ético-política sobre nossas ações:

O QUE ESTAMOS FAZENDO E DECIDINDO É EM BENEFÍCIO AO ALUNO, À SOCIEDADE?

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Não há como delimitar tempo fixo para a aprendizagem.

Aprendizagem ► processo permanente. Tem natureza individual. Experiência singular de cada um. Aprendizagem é provisória.

“O importante é apontar os rumos do caminho, ajustar os passos ao esforço necessário, torná-lo tão sedutor a ponto de aguçar a curiosidade do aprendiz para o que está por vir.”(Hoffmann, 2002: 57)

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AVALIAR É:

questionar

observar

promover experiências educativas que signifiquem provocações intelectuais

formular perguntas

processo permanente de trocas de mensagens e de significados

espaço de encontro e de confronto de idéias entre educador e educando em busca de patamares qualitativamente superiores de saber.

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Princípios importantes em avaliação mediadora na diversificação de experiências:

Diversificá-las em tempo, oportunizando experiências sucessivas, e complementares.

Diversificá-las em graus de dificuldade, permitindo-se observar graus de domínio do estudante.

Diversificá-las em termos de realização individual, em parcerias, pequenos grupos, grandes grupos, para promover o confronto de pontos de vista entre os alunos e entre alunos e professores.

Diversificá-las em termos de recursos didáticos, ampliando o conjunto de portadores de textos a serem pesquisados, para maior coerência e extensão dos conhecimentos prévios.

Diversificá-las em termos da expressão do conhecimento a partir de diferentes linguagens.

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Diferenciar atividades em avaliação significa:

planejar atividades de acordo com as necessidades e interesses década aluno de uma classe

fazer encaminhamentos pedagógicos diferentes de acordo com os percursos individuais, sem deixar de dinamizar o grupo e de desenvolver o trabalho coletivo.

“Numa visão mediadora, sempre que os estudos de um curso ou o ano letivo estiverem em desenvolvimento, os instrumentos de avaliação serão desencadeadores da pedagógicos necessários.” (Hoffmann, 2002:158)

O grande equívoco, em termos da finalidade dos instrumentos de avaliação, é concebê-los, sempre, em caráter de terminalidade, de finalização de um processo,atribuindo notas e conceitos e calculando médias para responder sobre o desempenho do estudante.

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IMPORTANTE: “Para acompanhar cada aluno, em sua expressão única e singular do conhecimento, é iniludível a necessidade de oportunização de muitas tarefas, menores, gradativas e analisadas imediatamente pelo professor. Questionários, exercícios, textos, e outras tarefas escritas são instrumentos indispensáveis em avaliação mediadora. É impossível ao educador compreender e otimizar percursos individuais de aprendizagem sem ter tempo e instrumentos adequados para uma leitura atenta e curiosa sobre os sentidos que vão sendo construídos por cada aluno.”(Hoffmann, 2002: 162)

A avaliação mediadora é mais exigente para alunos e professores, porque suscita a permanente análise do pensamento em construção.

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As tarefas avaliativas são instrumentos de dupla função para professores e alunos:

Para o professor: elemento de reflexão sobre os conhecimentos expressos pelos alunos X elemento de reflexão sobre o sentido da sua ação pedagógica;

Para o aluno: oportunidade de reorganização e expressão de conhecimentos X elemento de reflexão sobre os conhecimentos construídos e procedimentos de aprendizagem.