JÚLIO CÉZAR ARAÚJO DO ESPÍRITO SANTO … · do trabalho e dedicação de vocês como pais. Isso...

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JÚLIO CÉZAR ARAÚJO DO ESPÍRITO SANTO APERFEIÇOAMENTO DA FERMENTAÇÃO DE SACAROSE ATRAVÉS DA MODIFICAÇÃO DA EXPRESSÃO DOS GENES SUC2 E AGT1 EM LINHAGENS DIPLOIDES DE Saccharomyces cerevisiae Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação Interunidades em Biotecnologia USP/Instituto Butantan/IPT, para obtenção do Título de Doutor em Biotecnologia. São Paulo 2012

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J ÚL IO C É ZAR AR A Ú JO DO ES PÍ RI TO SA NTO

A PE R FEI ÇO A MEN TO D A FE R ME NT A ÇÃ O DE SA C AR OSE

A T RA VÉS DA MOD I FI C AÇ ÃO DA EX PR ESS ÃO DOS

GE NE S S UC 2 E AG T 1 EM L IN HA GE NS D I PL OI DES D E

S a cchar om yces cerev i s ia e

T e s e ap r e s en t ad a ao P ro gr am a d e

P ós - Gr adu ação In t e ru n i d ad es em

Bi o t ecno l o g i a U SP/ In s t i t u to

Bu t an t an / IP T , p a ra o b t en ção d o

T í t u lo d e Do u to r em Bi o t ecn o l o gi a .

S ão P au lo

2 0 12

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J ÚL IO C É ZAR AR A Ú JO DO ES PÍ RI TO SA NTO

A PE R FEI ÇO A MEN TO D A FE R ME NT A ÇÃ O DE SA C AR OSE

A T RA VÉS DA MOD I FI C AÇ ÃO DA EX PR ESS ÃO DOS

GE NE S S UC 2 E AG T 1 EM L IN HA GE NS D I PL OI DES D E

S a cchar om yces cerev i s ia e

T e s e ap r e s en t ad a ao P ro gr am a d e

P ós - Gr adu ação In t e ru n i d ad es em

Bi o t ecno l o g i a U SP/ In s t i t u to

Bu t an t an / IP T , p a ra o b t en ção d o

T í t u lo d e Do u to r em Bi o t ecn o l o gi a .

Á r ea d e co ncen t r ação :

B i o t ecno l o g i a

O r i en t ado r :

P ro f . D r . Bo r i s U . S t amb uk

V e r s ão o r i g i n a l

S ão P au lo

2 0 12

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DADOS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

Serviço de Biblioteca e Informação Biomédica do

Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo

© reprodução total

Espirito Santo, Julio Cezar Araujo do. Aperfeiçoamento da fermentação de sacarose através da

modificação da expressão dos genes SUC2 e AGT1 em linhagens diploides de Saccharomyces cerevisiae / Julio Cezar Araujo do Espirito Santo. -- São Paulo, 2012.

Orientador: Boris Juan Carlos Ugarte Stambuk. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo. Instituto de Ciências Biomédicas. Programa de Pós-Graduação Interunidades em Biotecnologia USP/IPT/Instituto Butantan. Área de concentração: Biotecnologia. Linha de pesquisa: Melhoramento genético de microrganismos de interesse industrial Versão do título para o inglês: Improvement of sucrose fermentation by modifying the expression of SUC2 and AGT1 genes in diploid Saccharomyces cerevisiae strains. Descritores: 1. Melhoramento genético 2. Saccharomyces 3. Sacarose 4. Fermentação alcoólica 5. Regulação gênica I. Stambuk, Boris Juan Carlos Ugarte II. Universidade de São Paulo. Instituto de Ciências Biomédicas. Programa de Pós-Graduação Interunidades em Biotecnologia USP/IPT/Instituto Butantan III. Título.

ICB/SBIB016/2012

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Programa de Pós-Graduação Interunidades em Biotecnologia Universidade de São Paulo, Instituto Butantan, Instituto de Pesquisas Tecnológicas ______________________________________________________________________________________________________________

Candidato(a): Julio Cezar Araujo do Espirito Santo.

Título da Tese: Aperfeiçoamento da fermentação de sacarose através da modificação da expressão dos genes SUC2 e AGT1 em linhagens diploides de Saccharomyces cerevisiae.

Orientador(a): Boris Juan Carlos Ugarte Stambuk.

A Comissão Julgadora dos trabalhos de Defesa da Tese de Doutorado, em sessão

pública realizada a ................./................./................., considerou

( ) Aprovado(a) ( ) Reprovado(a)

Examinador(a): Assinatura: ................................................................................................ Nome: ....................................................................................................... Instituição: ................................................................................................

Examinador(a): Assinatura: ................................................................................................ Nome: ....................................................................................................... Instituição: ................................................................................................

Examinador(a): Assinatura: ................................................................................................ Nome: ....................................................................................................... Instituição: ................................................................................................

Examinador(a): Assinatura: ................................................................................................ Nome: ....................................................................................................... Instituição: ................................................................................................

Presidente: Assinatura: ................................................................................................ Nome: ....................................................................................................... Instituição: ................................................................................................

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A o s m eu s pa i s e m eu s i r mã os p e l os

va lo re s , a mi za d e , ca r i nh o e a po i o

d ur an t e t od a a v ida !

A o s m eu s f i l h os p or m e d ar em

m o t i va ção s ó por ex i s t i r em !

Á mi nh a es po sa C ar o l i n a , m eu am or

e t er no ! E s t a m er ece to do o m eu

e s fo rço!

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A GR A DE C IMEN TOS

S ou mu i to g r a t o ao P ro f . Dr . Bo r i s U . S t am bu k n ão som en t e p e l a

o r i en t ação , m as t am b ém po r t ud o o q u e m e en s i no u du r an t e e s t es 5

a n os . Es p e ro p od e r t r ans mi t i r t od os o s s eu s ens i n am en to s em b r ev e .

À P r o f a . D r a . Ana C l a r a Gu e r r i n i S che nb e r g e à P ro f a . D r a .

E l i s ab e t e J os é Vicen te , p o r t e r em s id o in c r i v e lm en t e gen t i s e s e

d i s po n i b i l i z ado a e s t a r em p re s en te s em t od as a s b an cas ex ami nado r a s

d a s qu a i s eu j á pa s s e i na USP .

A o s d em ai s m em b ro s d a b an ca ex ami nad o r a .

A o P r o f . D r . J ohan M . T h ev e le in , p o r m e p r op or c io n a r a r i c a

ex p e r i ên c i a d e t r aba l h ar p o r um ano em s eu l abo r a t ó r io na Bé l g i ca .

A o P ro f . D r . He r n án F . T e r enz i , po r con t r ib u i r com s eus

eq u i p am en tos p a r a o de s en vo lv i men t o d e s t e t r ab a l ho .

A o s co l egas d o l abo r a t ó r i o n a U FSC, p e l a amiz ad e e co n t r i bu i çõ es

ao l on go d e s t e p e r í od o j un to s . E m e s p ec i a l aos co l egas M ar ce l o G.

D a r io , p o r t e r m e r eceb i do e p a s s ado t od o o s eu con h ec i men t o d ur an t e

m eus p r im ei r os m ese s no l abo r a tó r io ; Sé r g i o L. A l ves J r , p e l a s

ex ce l en t es d i scus sõ es e an á l i s es que m e d e r am b as e c r i t e r i os a p a r a

i n t e rp r e t a r o s d ad os ; e Au gu s t o Bü cker , p e l a p a r ce r i a e gr an d e amiz ad e

d u r an t e o s ú l t imo s an os .

A o s co l egas do l abo r a t ó r i o MC B, d a K . U . Leu v en , n a Bé l g i ca , po r

t e r em m e r eceb id o t ão b em e m e t r a t ad o com o um v e rd ade i ro i n t eg r an t e

d o g r up o du r an t e o s 1 2 m es es qu e p a ss am os j un to s . E m esp ec i a l aos

co l egas Th i ago M. P a i s , Tom Ad r i an y, Bea t r i z M . Bo n in i , p e l a amiz ad e ,

e aos co l egas Ne l s o n Av on ce , Bea t r i z E s co r c i a e Ev y V and e rh e yd en ,

p o r t u do o qu e m e a j u da r am d u r an t e m eu p er ío do l á , e p o r f i m à G r i e t

V an Zeeb ro eck , p e l o ex ce l en t e t r ab a lh o q u e f i z emo s jun to s d u r an t e o s

1 2 m es es .

A o Dr . G u i l h e rm e L. A s mu s e à D ra . R os a M . F . A sm us , p e l os

c o ns e l h os , a ju d a , " i n v es t im en tos " e , p r i nc ip a l m en te , c a r i nh o q u e

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t i v e r am du r an te t od os e s s e s an os . Ah , e c l a r o , ob r i gado p or d e ix a rem

s u a f i l h a ca s a r - s e co mi go ! ! !

A o s m eus av ós , t i o s , p r imo s , . . . , q ue r e s t e j am n o R io G r and e d o

S u l , qu e r e s t e j am n o E sp í r i t o S an to , q u er es t e j am n o M a to Gr os so d o

S u l . M ui t o ob r i gado po r t u do .

A o s m eus i r mãos , p o r t o d as as co i s as q u e nó s v i v emo s ju n t os . Am o

m ui t o vo cês !

A o s m eu s p a i s , s im pl es m en t e po r TU D O o q u e m e en s i n ar am e m e

p r op o r c io n a ram d ur an t e t o d a a min h a v id a . O qu e e u sou ho j e é r e f l ex o

d o t r ab a l ho e d ed icação d e vo cês com o p a i s . I s s o aqu i s ó f o i p oss ív e l

g r aça s a vo cês !

A o meu p equ eno g r an d e ami go Hu go H en r i qu e ( e f i l ho t am b ém ) ,

p e l as m a i s es p e t acu l a r e s p a r t i d as de F IFA n o v id eogam e ap ós um

can s a t i vo d i a de t r aba lh o , a l ém d os d i v e r t i do s r ev ez am en t os em

U N CH AR TE D 2 em mo do o n - l i n e ;

À min h a p eq u en a f i l h a d en go s a Lí v i a C ar o l in a , qu e ap es a r d e n ão

f a l a r n ada a in d a , de ix a mu i to c l a r o o q u an to eu s ou es pec i a l p a r a e l a .

S ou ho nr ado po r s e r o ú n i co a t e a ca lm ar e f a ze r so r r i r

i n s t an t aneam en t e qu and o t e po nh o em m eu co lo ;

À min h a e sp os a C ar o l in a . O t eu v a lo r p a r a m im é i m ensu r áv e l e a

t u a a j ud a e p ac i ên c i a f o r am f un d am en ta i s pa r a o s u ce ss o d e s t a t e s e .

A o C NP q, CAP ES , FA PESP e G ru p o C er r ad in ho , p e lo apo i o

f i nan ce i ro .

A o G r up o C e r r ad i nh o e à C AP ES p e l as b o l sa s du r an t e es t e s an os e

ao C NPq p e l a bo l s a d e e s t ág io - s and u í ch e n o ex t e r i o r .

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"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com

frequência , poderíamos ganhar, por s imples medo de arriscar. "

Wi l l ia m S ha kes p ear e

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R E S UM O

ESPIRITO SANTO, J. C. A. Aperfeiçoamento da fermentação de sacarose

através da modificação da expressão dos genes SUC2 e AGT1 em linhagens

diploides de Saccharomyces cerevisiae . 2012. 136 f. Tese (Doutorado em

Biotecnologia) - Inst ituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo,

São Paulo, 2012.

Na produção de álcool combustível pela levedura S. cerevisiae a sacarose

presente no caldo de cana é primeiramente hidrolisada pela enzima invertase

extracelular em glicose e frutose, que serão captados e fermentados pelas

células. Como a fermentação industrial é um processo sem assepsia, este perfil

de metabolização da sacarose é visto como um fator negativo, pois a hidrólise

extracelular disponibi liza glicose e frutose para organ ismos contaminantes, além

de causar estresse osmótico na levedura. Contudo, já foi demonstrado que o gene

SUC2 presente em leveduras é responsável por expressar duas formas da

invertase: a enzima glicosilada extracelular, e outra forma intracelular não -

glicosilada. Esta levedura apresenta também em seu genoma o gene AGT1 , que

codifica uma proteína capaz de transportar a sacarose com alta afinidade para o

interior da célula. Considerando que as linhagens utilizadas na produção de

álcool combustível no Brasil são leveduras diplóides, o objetivo deste trabalho

foi criar l inhagens diplóides de S. cerevisiae que consomem a sacarose apenas

por intermédio da sua captação pela permease AGT1 e sua posterior hidrólise no

interior da célula pela invertase intracelular. Foram inicialmente desenvolvidas

linhagens haplóides, usando técnicas de engenharia genômica baseadas em PCR,

para a inserção de promotores fortes constitutivos de forma a modificar a

estrutura e expressão do gene SUC2 , resultando em linhagens que não

apresentam atividade invertase extracelular, mas que sobre -expressam a forma

intracelular da enzima (alelo pADH1 : : iSUC2). Além disso, a expressão do gene

AGT1 também foi modificada visando incrementar a atividade da permease nas

células, seja pela inserção de um promotor forte constitutivo no local genômico

do gene (alelo pADH1 : :AGT1), seja pela inserção do gene pGPD : :AGT1 : : tPGK

nos elementos Ty1 do genoma da levedura. A seguir, através de cruzamentos das

linhagens haplóides, foram obtidas linhagens diplóides com o perfil desejado de

captação direta e hidrólise intracelular da sacarose. Além da confirmação por

PCR das modificações realizadas no genoma, as regiões cromossômicas foram

também sequenciadas para identificar as alterações introduzidas na sua estrutur a.

Os fenótipos das l inhagens modificadas foram confirmados através das

atividades enzimáticas e de transporte presentes nas células, bem como através

da quantificação da expressão dos genes por qRT -PCR. A capacidade

fermentativa das novas linhagens foi avaliada através de fermentações em

batelada com altas densidades celulares em meios contendo diferentes

concentrações de sacarose. Nossos resultados mostram que a captação direta da

sacarose, com alta velocidade de transporte e sua posterior hidrólise intra celular,

permitiu às células de levedura não só consumir a sacarose eficientemente, mas

também aumentar a produção de etanol, quando comparadas às suas linhagens

parentais não modificadas ou linhagens utilizadas na indústria , abrindo novos

horizontes para tornar a produção de etanol no Brasil ainda mais eficiente.

Palavras-chave: Engenharia genômica. Saccharomyces . AGT1 . SUC2 . Etanol.

Sacarose.

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A B ST R A CT

ESPIRITO SANTO, J. C. A. Improvement of sucrose fermentation by

modifying the expression of SUC2 and AGT1 genes in diploid Saccharomyces

cerevisiae strains. 2012. 136 p. PhD thesis (Biotechnology) - Instituto de

Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.

In the production of fuel ethanol by S. cerevisiae yeasts the sucrose present in

cane juice is first hydrolyzed by the extracellular enzyme invertase into glucose

and fructose, which will be captured and fermented by the cells. As the

industrial fermentation process is not sterile, this sucrose metabolizing profile is

viewed as a negative factor, because the extracellular hydrolysis provides

glucose and fructose for contaminating organisms, and can cause osmotic stress

in yeasts. However, i t has been demonstrated that the SUC2 gene present in

yeasts is responsible for the expression of two forms of invertase: a glycosilated

extracellular enzyme, and another non -glycosilated intracellular form. This yeast

also presents in its genome the AGT1 gene, which encodes for a protein capable

to transport sucrose with high affinity into the cell . Considering that the strains

used for fuel ethanol production in Brazil are diploid yeasts, the objective of

this work was to create diploid S. cerevisiae strains that will consume sucrose

only through its capture by the AGT1 permease and its further hydro lysis within

the cell by the intracellular invertase. Initially haploid strains were developed,

using PCR-based genomic engineering techniques, to insert strong constitutive

promoters in order to modify the structure and expression of the SUC2 gene,

result ing in strains that do not have extracellular invertase activity, but that

overexpress the intracellular form of the enzyme (p ADH1 : : iSUC2 allele). In

addition, the expression of the AGT1 gene was also modified to increase the

permease activity in the cells , either through insertion of a strong constitutive

promoter in the gene’s chromosomal place (p ADH1 : :AGT1 allele), or through

insertion of the pGPD : :AGT1 : : tPGK gene into the Ty1 elements present in the

yeast genome. After crossing the haploid strains, dipl oid strains were obtained

showing the desired profile of direct uptake and intracellular hydrolysis of

sucrose. In addition of confirming by PCR the changes made in the genome, the

chromosomal regions were also sequenced to identify the modifications

introduced in their structure. The phenotypes of the modified strains were

confirmed through the enzymatic and transport activities present in the cells, as

well as through quantifying the expression of the genes by qRT -PCR. The

fermentation capacity of the new strains was evaluated in batch fermentations

with high cell densities in media containing different concentrat ions of sucrose.

Our results clearly show that the direct uptake of sucrose, with high transport

velocity and its further intracellular hydrolysi s, allowed the yeast cells not only

to consume sucrose efficiently, but also increased the production of ethanol,

when compared with their parental non-modified strains or industrial strains,

opening new horizons to turn ethanol production in Brazil even m ore efficient.

Key-words: Genome engineering. Saccharomyces . AGT1 . SUC2 . Ethanol.

Sucrose.

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L IST A DE A BR E VI AT U R AS E SI GLA S

cDNA - do inglês "Complementary DNA" (DNA complementar)

DNA - do inglês "deoxyribonucleic acid" (ácido desoxirribonucleico)

DNAse - enzima que cataliza a degradação de moléculas de DNA

DO570 - densidade ótica mensurada pela absorbância da luz em comprimento de onda de 570

nanômetros.

DO600 - densidade ótica mensurada pela absorbância da luz em comprimento de onda de 600

nanômetros.

EDTA - do inglês "Ethylenediamine tetraacetic acid" (ácido etilenodiamino tetra-acético)

Km - do inglês "Michaelis-Menten kinetics" (constante de Michaelis-Menten)

oe - do inglês "over expressed" (sobre-expressada)

ORF - do inglês "Open reading frame" (quadro de leitura aberta)

P.A. - Padrão Analítico - indica alto grau de pureza

pADH1 - promotor forte constitutivo obtido no lócus do gene ADH1

PCR - do inglês "Polymerase chain reaction" (reação em cadeia da polimerase)

pGPD - promotor forte constitutivo obtido no lócus do gene GPD

pH - potencial de hidrogênio

pNPαG - p-nitrofenil-α-D-glicosídeo

qRT-PCR - do inglês "Polymerase chain reaction in real time quantitative" (reação em cadeia

da polimerase em tempo real quantitativo)

RNAm - do inglês "ribonucleic acid" (ácido ribonucleico) mensageiro

RNAse - Ribonuclease - enzima que cataliza a degradação de moléculas de RNA

rpm - rotação(ões) por minuto

SDS - do inglês "Sodium dodecyl sulfate" (Dodecil sulfato de sódio)

tPGK - terminador obtido no lócus do gene PGK

UASmal - do inglês "Upstream Activating Sequence" (sequência de ativação a montante do

gene MAL)

YNB - do inglês "Yeast Nitrogen Base" (Nitrogenio Levedura Base)

YP - do inglês "Yeast extract and Peptone" (Extrato de Levedura e Peptona)

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L IST A DE S Í MB OLO S

[14

C] - carbono-14 ou radiocarbono - isótopo radioativo natural do elemento carbono

~ - aproximadamente

± - variação de mais ou menos o valor que se segue.

°C - grau(s) Celsius

µg - micrograma(s)

µL - microlitro(s)

µm - micrometro(s)

dL - decilitro(s)

G - giro(s)

g - grama(s)

g/L - grama(s) por Litro

h - hora(s)

H+ - íon de hidrogênio (próton)

M - molar

L - litro(s)

mg - miligrama(s)

mg/mL - miligrama(s) por mililitro

min - minuto(s)

mL - mililitro(s)

mM - milimolar

mU - mili unidade(s) (proteínas)

nm - nanômetro(s)

s - segundo(s)

U/mL - unidade(s) por mililitro (proteínas)

Δ - indica deleção (gene)

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L IST A DE FI GURA S

Figura 1 - Representação do perfil de consumo de sacarose via hidrólise extracelular em S.

cerevisiae .................................................................................................................................. 29

Figura 2 - Estrutura dos genes MAL ........................................................................................ 32

Figura 3 – Estrutura dos genes MAL e AGT1 .......................................................................... 33

Figura 4 – Estrutura dos genes SUC e tradução das formas intra e extracelular da invertase de

S. cerevisiae .............................................................................................................................. 36

Figura 5 - Representação do perfil de consumo da sacarose apresentado pela linhagem Wild

Type .......................................................................................................................................... 39

Figura 6 - Representação do novo perfil de consumo da sacarose proposto neste trabalho

. ................................................................................................................................................. 40

Figura 7 - Estratégia de modificação dos genes SUC2 e AGT1 nas linhagens de S. cerevisiae..

.................................................................................................................................................. 59

Figura 8 - Estratégia de sobre-expressão da forma intracelular da enzima invertase em S.

cerevisiae (vide Figura 7) ......................................................................................................... 60

Figura 9 - Estratégia de sobre-expressão da permease Agt1p em S. cerevisiae (vide Figura 7)

.................................................................................................................................................. 60

Figura 10 - Estratégia de inserção nos elementos TY e sobre-expressão da permease Agt1p

nas linhagens de S. cerevisiae................................................................................................... 61

Figura 11 - Obtenção da linhagem BSY021-34B ................................................................... 62

Figura 12 - Obtenção da linhagem HCJ003 ............................................................................ 62

Figura 13 - Obtenção das linhagens diplóides geneticamente modificadas ............................ 63

Figura 14 - Confirmação por PCR da inserção do módulo de sobre-expressão na região do

gene SUC2 no genoma de linhagens de S. cerevisiae, utilizando um único par de

primers............... ....................................................................................................................... 64

Figura 15 - Confirmação por PCR da inserção do módulo de sobre-expressão na região do

gene SUC2 no genoma de linhagens de S. cerevisiae, utilizando dois pares de

primers....................... ............................................................................................................... 65

Figura 16 - Confirmação por PCR da inserção do módulo de sobre-expressão na região do

gene AGT1 no genoma de linhagens de S. cerevisiae .............................................................. 66

Figura 17 - Confirmação por PCR da inserção do módulo de sobre-expressão do gene AGT1

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nos elementos Ty1 genoma de linhagens de S. cerevisiae ........................................................ 67

Figura 18 - Atividade invertase nas linhagens de S. cerevisiae .............................................. 69

Figura 19 - Eletroforese em gel de poliacrilamida da invertase presente nas células ............. 70

Figura 20 - Atividade invertase nas linhagens de S. cerevisiae .............................................. 72

Figura 21 - Atividade de transporte pela permease Agt1p ...................................................... 73

Figura 22 - Atividade de hidrólise pela maltase ...................................................................... 74

Figura 23 - Crescimento das linhagens em diferentes fontes de carbono ............................... 76

Figura 24 - Crescimento das linhagens diplóides em meio YP com sacarose 2% .................. 78

Figura 25 - Fermentação em batelada com 20 g/L de sacarose pela linhagem CAT-1 ........... 79

Figura 26 - Fermentação em batelada com 20 g/L de sacarose pelas linhagens

haplóides.............................. ..................................................................................................... 80

Figura 27 - Fermentação em batelada com 20 g/L de sacarose pelas linhagens

diplóides................................... ................................................................................................ 81

Figura 28 - Fermentação em batelada com >200 g/L de sacarose pela linhagem industrial

CAT-1 ....................................................................................................................................... 83

Figura 29 - Fermentação em batelada com >200 g/L de sacarose pelas linhagens

haplóides................................ ................................................................................................... 84

Figura 30 - Fermentação em batelada com >200 g/L de sacarose pelas linhagens

diplóides................................ ................................................................................................... 86

Figura 31 - Produção de etanol em função do glicerol produzido pelas linhagens indicadas

durante as fermentações em batelada de >200 g/L de sacarose ............................................... 87

Figura 32 - Produção de açúcares redutores (glicose e frutose) no meio em função do glicerol

produzido pelas linhagens indicadas durante as fermentações em batelada de >200 g/L de

sacarose ..................................................................................................................................... 87

Figura 33 – Análise da expressão do gene SUC2 .................................................................... 88

Figura 34 - Análise da expressão do gene AGT1 .................................................................... 90

Figura 35 - Atividade de transporte de [14

C]-sacarose pela permease AGT1 .......................... 91

Figura 36 - Representação da sequência de DNA nos alelos SUC2, presente na linhagem

CEN.PK2-1C, e iSUC2, presente na linhagem HCJ005-2 ....................................................... 93

Figura 37 - Representação dos alelos AGT1, presente na linhagem CEN.PK2-1C, e

pADH1::AGT1, presente na linhagem PSY003 ........................................................................ 95

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L IST A DE T ABELA S

Tabela 1 - Linhagens de levedura Saccharomyces cerevisiae utilizadas ................................ 44

Tabela 2 - Oligonucleotídeos (Primers) utilizados .................................................................. 46

Tabela 3 - Plasmídeos utilizados ............................................................................................. 48

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S U MÁ R IO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 17

1.1 Produção de Etanol ................................................................................................. 18

1.2 Desaf ios do Processo de Produção Industrial de Etanol ........................ 20

1.3 A Levedura Saccharomyces cerevis iae ............................................................ 23

1.4 Uti l ização dos Açucares pela S. cerevis iae .................................................... 29

2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 41

2.1 Objetivo Principal .................................................................................................... 41

2.2 Objetivos Específ icos .............................................................................................. 41

3 MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................................... 42

3.1 Linhagens Uti l izadas ............................................................................................... 42

3.2 Meios de Cultura e Condições de Crescimento ........................................... 42

3.3 Construção das Linhagens Diplóides ............................................................... 43

3.4 Ensaios de Fermentação em Batelada ............................................................. 49

3.5 Determinação da Concentração Celular ........................................................ 49

3.6 Determinações de Glicose, Glicerol , Frutose, Sacarose e Etanol ....... 49

3.7 Determinação da Atividade Invertase (Extra e Intracelular) .............. 50

3.8 Determinação da Atividade α -Glicosidase .................................................... 52

3.9 Determinação da Atividade de Transporte com pNPαG. ........................ 53

3.10 Determinação da Atividade de Transporte Uti l izando [1 4

C]-

Sacarose ................................................................................................................................ 53

3.11 Eletroforese de Invertase em Gel Não Denaturante ............................... 54

3.12 PCR ............................................................................................................................... 55

3.13 Análise de Expressão Gênica Através de RT-PCR em Tempo Real

Quantitativo (qRT-PCR) ............................................................................................... 56

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3.14 Sequenciamento dos Alelos ................................................................................ 57

4 RESULTADOS ............................................................................................................... 58

4.1 Obtenção das Linhagens Geneticamente Modif icadas ............................. 58

4.2 Caracterização das Linhagens Geneticamente Modif icadas ................. 68

4.3 Metabol ização de Açúcares pelas Linhagens ............................................... 74

4.4 Análise do Perf i l Fermentativo em Baixas Concentrações de

Sacarose ................................................................................................................................ 78

4.5 Análise do Perf i l Fermentativo em Altas Concentrações de Sacarose

. ................................................................................................................................................. 82

4.6 Análise da Expressão dos Genes SUC2 e AGT1 nas Linhagens ........... 85

4.7 Sequenciamentos dos Genes SUC2 e AGT1 nas Linhagens .................... 92

5 DISCUSSÃO .................................................................................................................... 96

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS FUTURAS ................... 107

REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 109

APENDICES ..................................................................................................................... 128

A - Sequenciamento do Gene SUC2 nas Linhagens Abaixo ........................ 129

B - Sequenciamento do Gene AGT1 nas Linhagens Abaixo ........................ 133

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1 7

1 INTRODUÇÃO

Em termos globais , a economia mundia l es tá ex tremamente

dependente da d isponib i l idade do fornecimento de energia , em grande

par te proveniente de combust íveis fósse i s . Este cenár io energét ico t raz

mui tas opor tunidades para a agr icu l tura e b io tecnologia . Além disso, há

uma crescente pressão de órgãos ambienta i s e da opin ião públ ica , para que

se jam reduz idas as emissões de gases poluentes . Assim, uma grande par te

dos países es tá focada na necess idade de aumentar a segurança energét ica ,

ampl iar e d ivers i f icar o f ornecimento de energia , assegurar a qual idade do

meio ambiente e modernizar a sua inf ra -es t ru tura energét ica (FARRELL et

a l . , 2006; HAHN-HÄGERDAL et a l . , 2006; HILL et a l . , 2006) .

Par t indo-se do pr incíp io es tabelecido de proporcionar o progresso

d iminuindo a agressão ao ambiente , a a l ternat iva do combust ível à base de

á lcool como subs t i tu to à gasol ina , es ta or iginár ia de fonte não renovável ,

é uma v i tór ia ambienta l . O principal á lcool u t i l i zado é o e tanol , que na

sua queima produz emissões de CO 2 em menor quant idade que out ros

combust íveis obt idos a par t i r do pet ró leo . É menos inf lamável e tóx ico

que a gasol ina e no caso de derramamentos ou vazamentos , o e tanol

causará menos impacto ambienta l que qualquer out ro combust ível fóss i l

(POOLE, 1979 ; BIONDI, MONTEIRO, GLASS, 2008; FRANÇA, 2008 ;

MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, 2011a ) .

Apesar de o e tanol possui r uma queima menos poluente que a da

gasol ina , sua rea l vantagem se dá durante a obtenção de sua matér ia -

pr ima: a cana -de-açúcar . A combustão do e tanol re t i ra da a tmosfera 1 .660

g de O 2 por l i t ro de e tanol e l ibera 1 .530 g/L de CO 2 . J á a combustão da

gasol ina re t i ra 2 .590 gramas de O 2 por l i t ro de gasol ina e l ibera 2 .280 g/ L

de CO 2 . O cul t ivo da cana -de-açúcar consome 2 .350 g de CO 2 por l i t ro de

e tanol produzido e l ibera 1 .700 g/L de O 2 na a tmosfera . Na soma gera l , do

p lant io da cana -de-açúcar a té a combustão do e tanol , re t i ram -se 820 g de

CO 2 por l i t ro de e tanol da a tmosfera e l iberam -se 40 g/L de O 2 . Apesar de

não d ispor de dados matemáticos sobre o processo de o btenção da

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gasol ina , sabe -se que da ex t ração do pet ró leo ao benef ic iamento da

gasol ina todas as e tapas consomem O 2 e l iberam CO 2 (POOLE, 1979 ;

BNDES, 2008) .

O Bras i l é o único país do mundo onde uma grande par te do

combust ível consumido pelos au tomóveis é renovável , e a maior ia dos

novos au tomóveis produzidos pode usar esse combust ível . Por tan to , t em

larga exper iência na produção de á lcool combust ível e domina,

mundia lmente , a t ecnologia e inf ra -es t ru tura de produção, t ranspor te e

d i s t r ibuição do e tanol . As indús t r ias de açúcar e de á lcool sempre

es t iveram corre lac ionadas desempenhando um papel importan te na

economia bras i le i ra (BNDES, 2008 ; MME, 2011a,b ) .

No Bras i l , a a tual i nf ra -es t ru tura energét ica cent ra l izada bas icamente

em duas fontes de energia (h idro elé t r icas e pet ró leo ) , tem se most rado

causadora de d iver sos problemas socia i s e ambienta i s . Des ta forma, o

e tanol pode ser uma das so luções para minimizar impactos ambienta i s e

problemas energét icos , a lém de cr iar novos empregos , en t re out ras

vantagens (BENTLEY, DERBY, 2002; VERTÈS, INUI, YUKAWA, 2006) .

Ent re tan to , a própria produção de e tanol t em sido a lvo de duras cr í t i cas

quanto ao aumento da área de p lant io da cana -de-açúcar no Bras i l . As

cr í t i cas ques t ionam uma aparente invasão de áreas de pro teção am bienta l

pe las lavouras de cana -de-açúcar , a lém de uma poss ível subs t i tu ição de

lavouras des t inadas ao cu l t ivo de produtos a l iment íc ios pelas de cana

(VIAN, MORAES, GONÇALVES, 2006) .

Em vis ta dos argumentos apresentados ac ima, é fundamenta l dar

cont inuidade ao es tudo da produção do e tanol , para usufrui r des te recurso

abundante no Bras i l associando al ta produt ividade com sus ten tabi l idade.

Sendo assim, es te t rabalho desenvolveu um novo perf i l metaból ico em

l inhagens de levedura Saccharomyces cerevis iae , v i sando aumentar o

rendimento da produção de e tanol a part i r de sacarose da cana -de-açúcar .

1.1 Produção de etanol

Na produção do e tanol , a escolha da matér ia -pr ima é rea l izada a

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par t i r de a lguns aspectos , t a i s como o volume de produção, o rendimento

indus t r ia l e o cus to de fabr icação . No Bras i l , o á lcool combust ível é

obt ido a par t i r da cana -de-açúcar , que oferece grande quant idade de

sacarose , um dissacar ídeo formado por uma molécula de α -D-gl icose e

out ra de β -D-fru tose (CAMPBELL, 2001 ; LIMA, BASSO, AMORIM ,

2001; MME, 2011a,b ) . Ent re tan to , o á lcool pode ser produz ido também a

par t i r de inúmeras fontes de carboidra tos presentes em matér ias -pr imas

vegeta i s , como milho , beter raba , ba ta ta e sorgo doce , en t re out ras ( BERG,

2004) . Todas es tas fontes contêm, em di ferentes quant idades e

proporções , d i ferentes t ipos de c arboidra tos , usualmente uma mis tura de

açucares mono e d i ssacar ídeos (OLSSON, NIELSEN, 2000) .

Da cana-de-açúcar é poss ível obter dois produtos r icos em sacarose:

o melaço e o ca ldo de cana -de-açúcar (WHEALS et a l . , 1999 ; LIMA,

BASSO, AMORIM , 2001) . Es te úl t imo gera lmente é cons t i tu ído de 74% de

água, 12 ,5% de sacarose , 0 ,9% de D -gl icose , 0 ,6% de D-fru tose , 10% de

f ibras e o res tan te div id ido ent re matér ias minera i s e out ros compostos . J á

a composição química do melaço , res íduo da fabr icação do açúcar , contém

em torno de 62% de açúcares (predominantemente sacarose) , 20% de água,

e 18% de out ros compostos ( LIMA, BASSO, AMORIM , 2001) . Ent re tan to,

a composição do melaço pode var iar de acordo com o t ipo , a qual idade e o

tempo de es tocagem da cana bru ta u t i l izada , os métodos de manufatura do

açúcar e a r egião de p lan t io ( LIMA, BASSO, AMORIM , 2001;

ANDRIETTA et a l . , 2007) .

As leveduras presentes nas dornas de fermentação ( rea tores

indus t r ia i s onde acontecem os processos fermenta t ivos da produção de

á lcool combust ível ) são responsáveis pela t ransformação dos açúcares em

etanol (BARNETT, 1981 ; AMORIM, BASSO, ALVES, 1996 ) . Segundo

S i lva Fi lho e co laboradores (2005) , do is dos pr incipais fa tores que

inf luenciam no processo de fermentação a lcoól ica para a produção de

combust íveis são a capacidade fermenta t iva das leveduras u t i l izadas no

processo e a res i s t ência des tas às condições de es t resses submet idas .

Como os subst ra tos ad ic ionados às dornas de fermentação (melaço

e /ou ca ldo de cana -de-açúcar) não recebem um t ra tamento de asseps ia , a

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fermentação a lcoól ica para a produção de combust íveis é cons iderada u m

processo complexo, com presença de vár ias l inhagens de leveduras e a t é

mesmo de bactér ias (AMORIM, BASSO, LOPES, 2004) . Isso favorece ao

cresc imento de l inhagens de leveduras se lvagens de Saccharomyces

cerevis iae e não-Saccharomyces cerevis iae , que podem causar a

d iminuição da produt ividade e out ros problemas operacionais . A

es tab i l idade das populações (e consequentemente da ef ic iência de

produção) depende da u t i l ização de l inhagens res i s ten tes e bem adaptadas

ao processo indust r ia l . Es ta es tabi l idade a ju da a manter a taxa de

produção de e tanol a l ta e es tável (AMORIM, BASSO, LOPES, 2004;

S ILVA FILHO et a l . , 2005; ANDRIETTA et a l . , 2007) .

Ul t imamente , d i ferentes l inhagens de Saccharomyces t êm s ido

i so ladas durante os processos fermenta t ivos em des t i l ar ias bras i le i ras e

vêm sendo ut i l izadas como pré - inóculo em diversas unidades indust r ia i s

(AMORIM, 2005 ; BASSO et a l . , 2008 ) . Após a caracter ização como boas

fermentadoras e capazes de dominar o processo fermenta t ivo durante toda

a saf ra , e las são u t i l izadas co mo biomassa tan to na unidade em que foram

i so ladas , ass im como, em out ras unidades (BASSO et a l . , 2008) . Essas

l inhagens receberam nomes referentes às in ic iai s das unidades onde foram

i so ladas , como: BG -1 (Usina Barra Grande) , CR -1 (Usina Cresciumal ) ,

SA-1 (Usina Santa Adél ia) , CAT -1 (Usina VO de Catanduva) , PE-2 (Usina

da Pedra) , en t re out ras . Com isso, a u t i l i zação de leveduras i so ladas no

processo e pos ter iormente se lec ionadas , cons t i tu i uma a l ternat iva

in teressante para o bom cont ro le e condução do proc esso fermenta t ivo

(AMORIM, 2005; ANDRIETTA et a l . , 2007 ; BASSO et a l . , 2008 ) .

Geralmente , es ta s leveduras indust r ia i s são d ip ló ides , caracter í s t ica que é

apontada como responsável por tornar es tes microorganismos mais

res i s ten tes às condições de es t resse e mutação (AA et al . , 2006; LANDRY

et a l . , 2006 ; QUEROL, BOND, 2009) .

1.2 Desaf ios do processo de produção industr ial de etanol

Os processos fermenta t ivos podem ser c lass i f icados em três grandes

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grupos , segundo a manei ra a t ravés do qual o subs t ra to é ad i c ionado e o

produto re t i rado: cont ínuo, descont ínuo (bate lada) ou semicont ínuo. No

processo cont ínuo, mos to novo é ad ic ionado à dorna de fermentação com a

mesma vazão em que o mosto fermentado é removido . (BORZANI e t a l . ,

2001) . Nos processos descont ínuos (bate lada) , o mosto é in icia lmente

carregado na dorna de fermentação , seguido pela ad ição do microrganismo

e , ao término do processo fermenta t ivo , o mosto fermentado é removido

to ta lmente , e , após l impeza e es ter i l ização da dorna , é in ic iado novamente

o processo (BORZANI e t a l . , 2001) . J á nos processos semicont ínuos , a

fermentação se in ic ia da mesma forma que no processo descont ínuo ,

porém ao f im do processo de fermentação , re t i ra -se da dorna a té 80% do

volume de mosto fermentado e ad ic iona -se igual volume de mosto novo,

recomeçando o procedimento , rea l izado às vezes por vár ios meses

consecut ivos (BORZANI e t a l . , 2001) . No caso dos processos

descont ínuos e semicont ínuos, a inda ex is te uma var iação denominada

"a l imentada", onde o meio não é in ic ialmente ad ic io nado a té completar o

volume út i l da dorna , e s im adic ionado len tamente na medida em que o

processo fermenta t ivo vai se desenvolvendo. Es ta é uma forma de

d iminui r a repressão/ in ib ição ca taból ica causada pelo produto ou

subs t ra to ás cé lu las , uma vez que e le s vão sofrendo o efe i to da d i luição na

medida em vão sendo adic ionados ao volume crescente do mosto

fermentado na dorna , podendo, dependendo da vazão de en t rada , ser

mant idos cons tantes a té o to ta l preenchimento do volume ú t i l da dorna

(BORZANI e t a l . , 200 1) .

Na produção de á lcool combust ível duas pecul iar idades podem afe tar

o rendimento f inal do e tanol : a pr imeira é que o mosto a ser fermentado

não é submetido a um t ra tamento prévio para a remoção to ta l da

microbiota nat iva da cana -de-açúcar . A segunda depende do método

escolh ido para conduzi r o processo fermenta t ivo (descont ínuo ou

semicont ínuo) , onde grandes volumes de cé lu las de levedura podem ser

reu t i l izados inúmeras vezes durante toda a saf ra ( AMORIM, BASSO,

ALVES, 1996 ; AMORIM, 2005 ) .

No processo bra s i le i ro , são u t i l izados mostos contendo

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aproximadamente 180 g/L de açúcares to ta i s , em s i s temas de fermentação

cont ínua ou descont ínua (bate lada) (AMORIM, 2005; ANDRIETTA et a l . ,

2007; BASILIO et a l . , 2008) . Os processos de fermentação em bate lada

represen tam cerca de 75% das des t i l ar ias do país , p roduzindo a té 87 g/L

de e tanol , represen tando uma ef ic iência de 92%. Ambos os processos

apresentam vantagens e desvantagens en t re s i , como: tempo de

fermentação , insta lações e equipamentos necessár ios , au tomat izaç ão ,

manutenção das condições de asseps ia por longos per íodos de tempo, etc .

(WHEALS et a l . , 1999; BORZANI e t a l . , 2001; AMORIM, 2005) . Com

is to , dependendo do processo adotado pela us ina , a forma e velocidade de

a l imentação das dornas de fermentação com o caldo de cana , pode ocorrer

uma grande concent ração de sacarose no meio e que , devido à a l ta

a t iv idade de h idról ise pelas cé lu las de levedura , pode resu l tar na ráp ida

quebra des ta sacarose e formação de monossacar ídeos . Este fa to ge ra um

s igni f ica t ivo est r esse osmótico na levedura , devido às al tas concent rações

de gl icose e f ru tose produz idas (ocorr ido pr incipalmente nos processos em

bate lada e reduz ido no cont ínuo) . Is to causa a l terações s igni f ica t ivas na

expressão de genes e revela d iversas adaptações met aból icas , inc luindo a

produção de compostos com função pro te tora e reserva energét ica ce lu lar

( t rea lose , gl icero l e gl icogênio) , a lém da produção de ácidos (acét ico e

succín ico) , causando gas to energét ico e d iminuição no rendimento da

fermentação (ALCARDE , BASSO, 1997; MYERS, LAWLOR, ATTFIELD,

1997; ERASMUS, VAN DER MERWE, VAN VUUREN, 2003 ) . Out ra

forma de perda no rendimento da produção de e tanol é a fermentação

incompleta da f ru tose ex is ten te no meio , uma vez que a lgumas l inhagens

de S. cerevis iae não cap tam ef ic ien temente es te açúcar (BERTHELS et a l . ,

2004) . Todos es tes fa tores podem cont r ibui r para a pro l i feração de

bactér ias e leveduras contaminantes , resu l tando em baixa produt ividade.

Apesar de a se leção ter favorecido l inhagens com genót ipos e

caracte r í s t icas desejadas , melhor ias a inda são necessár ias para aumentar a

produt ividade e d iminui r custos nas ap l icações indust r ia i s dessa levedura .

Por exemplo , no processo rea l izado em cervejar ias , a l tas concent rações de

açúcares (predominantemente mal tose e m al to t r iose) são fermentadas

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ef ic ien temente devido à captação d i re ta des tes açúcares pel as cé lu las (sem

ocorrer h idró l i se ex t racelu lar ) , gerando um rápido equi l íbrio en t re a

concent ração dos açúcares no in ter ior e ex ter ior da cé lu la , impedindo o

es t resse osmótico (THOMAS, HYNES, INGLEDEW, 1996; ZASTROW et

a l . , 2001) . Cons iderando que a sacarose pode ser ef ic ien temente

fermentada a t ravés do t ranspor te a t ivo do açúcar ( BATISTA, MILETTI,

STAMBUK, 2004; BADOTTI, BATISTA, STAMBUK, 2006; DÁRIO,

2007) , ser ia intere ssante desenvolver , por exemplo , l eveduras incapazes

de h idro l i sar a sacarose ex t racelu larmente , mas que cont inuem

fermentando es te açúcar ef ic ien temente .

1.3 A levedura Saccharomyces cerevis iae

A levedura Saccharomyces cerevis iae é a tualmente o pr incipa l

microrganismo u t i l izado na produção de á lcool combust ível a par t i r da

cana de açúcar no Bras i l ( BARNETT, 1981; AMORIM, BASSO, ALVES,

1996; BASILIO et a l . , 2008) . O uso des ta levedura na produção de

cerveja , v inho, saquê e indús t r ia pani f icadora tem s ido uma prá t ica mui to

comum por vár ios séculos . Na verdade, a produção de bebidas a lcoól icas

por S. cerevis iae usando ex t ra tos de mal te fo i o pr imei ro processo

indus t r ia l a ser desenvolv ido para a produção de um metaból i to

microbiano (VITTI , 2001) . Os conhecim entos do perf i l f i s io lógico e

genét ico da S. cerevis iae são ex t remamente avançados fazendo sua

manipulação genét ica s imples e ráp ida (CLARE, 1995) . As leveduras se

reproduzem quase tão ráp ido quanto bactér ias , com uma maquinar ia de

t radução t íp ica de eucar io tos e com um genoma que é apenas 1 /100 do de

mamíferos (GOFFEAU et a l . , 1996) .

Com tantas vantagens , foram desenvolvidos mui tos processos v i sando

à produção de l inhagens melhoradas da levedura Saccharomyces

cerevis iae , responsável pela produção de e tanol . Linhagens mais

produt ivas , com caracter í s t icas desejáveis para produção de e tanol e com

moni toramento na indús t r ia por técnicas de marcação molecular , foram

desenvolv idas em vár ios laboratór ios ( SCHMIDELL et a l . , 2001 ) . Pela

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t ecnologia do DNA recombinant e , a lguns laboratór ios de pesquisa

bras i le i ros , como os da Univers idade de Bras í l i a e da Univers idade de São

Paulo , desenvolveram em conjunto l inhagens de leveduras contendo genes

de ami lases , capazes de u t i l izar o amido de mandioca ou bata ta -doce na

produção de e tanol (TAVARES, 2004) .

Linhagens de S. cerevis iae são os microrganismos mais tolerantes ao

e tanol dent re os conhecidos na natureza , podendo pro l i ferar -se em meios

contendo 14-16% v/v de e tanol . Tendo em vis ta a habi l idade desta

levedura de produzir e tanol e sua a l ta to lerância a es te , fo i proposto que

es ta caracter í s t ica de S. cerevis iae permi t i r ia in ibi r o cresc imento de

organismos compet i t ivos nos ambientes r icos em açúcar onde

normalmente são encont rados ( VERSTREPEN, DERDELINCKX,

VERACHTERT, 2003 ; PIŠKUR et a l . , 2006) . Além disso , cé lu las de

Saccharomyces apresentam crescimento ráp ido , ef ic ien te metabol ização de

açúcares , habi l idade na produção e consumo de e tanol , tolerância a a l tas

concent rações de e tanol e baixos n íveis de ox igênio , osmotolerân cia ,

to lerância a grandes var iações de temperatura , a lém de ser capaz de

manter sua a t ividade ce lu lar em ambientes ác idos , o que é fundamenta l na

sua u t i l ização indust r ia l ( VERSTREPEN, DERDELINCKX,

VERACHTERT, 2003 ; PIŠKUR et a l . , 2006 ; ANDRIETTA et a l . , 2007) .

A fac i l idade na produção de e tanol pela S. cerevis iae é t ão ev idente

que e la executa fermentação a lcoól ica a té mesmo sob condições a l tamente

aeróbias (REED, PEPPLER, 1973) . Na fermentação e la pode u t i l izar

d i ferentes fontes de carbono, como açúcares redutores monossacar ídeos

(gl icose , f ru tose e galac tose) e açúcares redutores (mal tose) e não-

redutores (sacarose) d i ssacar ídeos , a lém de out ros pol i ssacar ídeos

(FLORES et a l . , 2000) . Um açúcar redutor é um hidra to de carbono, que

possui um ou mais grupos ce tona ou a ldeído l ivres ou potencionalmente

l ivres , e que em meio a lca l ino têm a capacidade de reduz i r agentes

oxidantes . Açúcares não redutores (como a sacarose) possuem esses

grupamentos inter l igados e tornam -se redutores a par t i r do momento em

que sofrem hidró l ise e l iberam monossacar ídeos com es tes grupamentos

l ivres (DEMIATE et a l . , 2002) .

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O obje t ivo pr imordia l da levedura ao metabol izar carboidra tos é

gera r uma forma de energia química (ATP - Tr i fosfa to de adenos ina) que

será empregada na rea l ização dos d iversos t rabalhos f i s iológicos e

b iossín teses , necessár ios à manutenção da v ida , cresc imento e

mul t ip l icação . O e tanol e CO 2 resul tan tes se cons t i tuem em produtos de

excreção , sem ut i l idade metaból ica para a cé lu la durante o processo

fermenta t ivo . Ent retan to , o e tanol e out ros produtos de excreção podem

ser ox idados metabol icamente gerando mais ATP e b iomassa , porém

apenas em condições de aerobiose (BARNETT, 1981; GANCEDO ,

SERRANO, 1989; AMORIM, BASSO, ALVES, 1996 ) .

Durante a fermentação , na sequência de reações de produção de ATP,

ro tas metaból icas a l ternat ivas aparecem para propiciar a formação de

mater ia i s necessár ios à produção de b iomassa (pol i ssacar ídeo s , pro teínas ,

ác idos nuclé icos) . Além des tas , surgem também ro tas para a formação de

out ros produtos de in teresse metaból ico , re lac ionados d i re ta ou

indi re tamente com a adaptação e sobrevivência , o que pode v i r a reduz i r a

produção de e tanol . O gl icero l , os ácidos orgânicos (pr incipalmente o

succín ico e o acét ico) , que conjuntamente com a b iomassa s ão ,

quant i tat ivamente , os pr incipais subprodutos metabol icamente

re lac ionados ao equi l íbrio redox celu lar em processos fermenta t ivos em

anaerobiose (AMORIM, BASSO, ALVES, 1996) . A fermentação a lcoól ica

é um processo não oxidat ivo , sem a par t ic ipação do oxi gênio molecular , e ,

por tan to , para se manter o equi l íbr io redox celular , todo o NADH formado

(em reações de ox idação) deve ser consumido (em reações de redução) ,

es tas normalmente acopladas à produção de e tanol e gl icero l (AMORIM,

BASSO, ALVES, 1996) .

O ca tabol i smo da gl icose pela Saccharomyces cerevis iae pode se dar

pela v ia aeróbia ou anaeróbia . A via gl ico l í t i ca é comum às duas e

ev identemente que na ausência de O 2 a única poss ibi l idade é a v ia

anaeróbia . Porém, em S. cerevis iae , mesmo na presença de ox i gênio a via

anaeróbia também é escolh ida se a concent ração de gl icose es t iver ac ima

de um valor chamado concent ração cr í t i ca (C c r i t ) (BARNETT, 1981 ;

ENTIAN, BARNETT, 1992 ) . O que determina a v ia a ser seguida es tá no s

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fenômenos chamados de repressão e /ou indução por gl icose . Na presença

de concent rações ac ima da C c r i t , a gl icose repr ime a expressão dos genes

que codi f icam enz imas do c ic lo de Krebs , enzimas da cadeia resp i ra tór ia e

es t ru turas mi tocondr ia i s , e induzem a expressão de genes envolv idos no

metabo l ismo fermenta t ivo (BARNETT, 1981) . Des ta forma, encont rando -

se d iminuída a a t iv idade mi tocondria l na cé lu la , a v ia a s er seguida pelo

p i ruvato é a via anaeróbia com formação de e tanol . Por out ro lado , em

concent rações de gl icose abaixo da C c r i t e na presença de O 2 , o p i ruvato

segui rá a v ia aerób ia porque, ao não se encont rarem repr imidos os genes

em ques tão , a cé lu la apresentará a l ta a t iv idade mi tocondr ia l ( BARNETT,

1981; ENTIAN, BARNETT, 1992; PORRO et a l . , 1994; RETTORI, VOLPE,

2000) .

O mecanismo de repr essão baseia -se na interação ent re um sinal

decorrente da gl icose e a(s ) pro te ína(s ) regula tór ia(s ) da expressão

gênica , a t ivando pro te ínas repressoras ou in ib indo pro teínas a t ivadoras

(GANCEDO, 1992) .

Ao esgotar -se a gl icose , es tes genes são

desrepr imidos e cr iam-se as condições para que agora a fonte de carbono

presente (o e tanol - p roduz ido pela própr ia S. cerevis iae ) se ja

metabol izada pela recém recons t i tu ída v ia aeróbia ( ENTIAN, BARNETT,

1992; PORRO et a l . , 1994; RETTORI, VOLPE, 2000) .

Pelo fa to dos va lores de concent ração cr í t i ca serem em gera l ba ixos

(en t re 0 ,09 e 0 ,9% em massa de gl icose) (BARNET, 1981) , num

exper imento em bate lada , após a quant idade de gl icose f icar abaixo da

concent ração cr í t ica , as cé lu las acabam degradando a gl icose

remanescente pela v ia anaeróbia an tes que e las possam recuperar a

a t iv idade mi tocondria l , o que favorece o esgotamento to ta l do açúcar com

rendimento máx imo de e tanol (RETTORI, VOLPE, 2000) .

Durante a fermentação a lcoól ica as cé lu las de leveduras são

submet idas a d iver sas condições de es t resse e , en tão , t êm que desenvolver

mecanismos moleculares para que res i s tam a es tas s i tuações adversas

( IVORRA, PÉREZ-ORTIN, OLMO, 1999 ; FIDALGO et a l . , 2006) . Em

gera l , as condições adversas que as leveduras enfrentam afe tam

pr incipalmente as es t ru turas ce lu lares , como as membranas , e as

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di ferentes macromoléculas , especia lmente os l ipíd ios , prote ínas e ác idos

nuclé icos , os quais sofrem modi f icações es t ru tura i s que afe tam seu

funcionamento (FOLCH -MALLOL, GARAY-ARROYO, LLEDIAS, 2004) .

Os s i s temas de respos ta envolvem a ráp ida s ín tese de moléculas de

pro teção e a a t ivação de s inais que induzem eventos secundár ios como o

engat i lhamento de a t iv idades enz imát icas pré -ex is tentes e a t ranscr ição de

genes que codi f icam fa tores de pro teção . As d i ferentes habi l idades que as

leveduras apresentam de res i s t i r às condições de es t resse durante a

produção de e tanol , podem determinar suas propr iedades fermenta t ivas e

es tabelecer cr i tér ios para a se leção de fu turas l eveduras indus t r ia i s

( IVORRA, PÉREZ-ORTIN, OLMO, 1999 ; CARRASCO, QUEROL, 2001;

FIDALGO et a l . , 2006) .

O es t resse h iperosmót ico é uma condição de es t resse impor tan te para

as leveduras , po is a a l ta concent ração de açúcares no mosto de

fermentação produz um est resse osmót ico nas cé lulas da levedu ra ao qual

e las devem res i s t i r para conduz i rem ef ic ien temente a fermentação . Uma

condição de es t resse h iperosmótico se def ine como uma d iminuição no

potencia l h ídrico do ambiente no qual se es tá desenvolvendo o

microrganismo. A respos ta imedia ta é uma sa íd a de água in t racelu lar ,

seguida de um processo adapta t ivo amplo a f im de levar a um ajus te

osmótico . Devido ao movimento de água, as concent rações in t racelu lares

de íons e b iomoléculas aumentam resul tando em diminuição da a t iv idade

ce lu lar . Uma vez que o m icrorganismo se adaptou , re toma o cresc imento

(FOLCH-MALLOL, GARAY-ARROYO, LLEDIAS, 2004) .

Um dos aspectos da respos ta ao es t resse osmótico inclu i o aumento

da produção e re tenção in t racelu lar do gl icero l , que parc ialmente envolve

o aumento da expressão d o gene que codi f ica a enzima gl icero l -3- fosfa to

des idrogenase (HERSEN et a l . , 2008) . Leveduras osmotolerantes são ap tas

a re ter o gl icero l s in te t izado para a tuar como um soluto compat ível ou

osmorregulador . Qualquer que se ja o mecanismo, a habi l idade da le vedura

Saccharomyces cerevis iae em res i s t i r a condições h iperosmóticas de

es t resse i rá depender tan to da produção quanto da re tenção in t racelu lar de

gl icero l (MYERS, LAWLOR, ATTFIELD, 1997) .

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A produção de g l icero l é um fa tor que afe ta o desempenho

fermenta t ivo , uma vez que par te do gl icero l formado es tá acoplada à

manutenção do equi l íbrio redox int racelu lar . Como a b ioss ín tese de

gl icero l u t i l iza o poder redutor (NADH), a produção do mesmo é

aumentada quando há excesso de NADH na célu la . Is to ocorre quando

processos oxidat ivos se desenvolvem, se jam decorrentes da produção de

b iomassa ou formação de ác idos orgânicos . Em consequência d i s to , a

produção de e tanol é desviada para a produção de gl icero l . Out ros fa tores ,

como o ác ido succín ico , ác ido acét ico , produ ção de b iomassa e

carboidra tos de reserva também podem vi r a a fe tar o desempenho da

fermentação , uma vez que, ao serem produzidos ou consumidos , i rão

a l terar o equi l íbr io metaból ico da cé lu la ( VAN DIJKEN, SCHEFFERS,

1986; BLOMBERG , ADLER, 1989; AMORIM, BAS SO, ALVES, 1996;

MYERS, LAWLOR, ATTFIELD, 1997; NISSEN et a l . , 2000b; HERSEN et

a l . , 2008) .

A respos ta da levedura ao es t resse osmót ico é desencadeada pela v ia

HOG (h igh osmolar i t y glycero l ) . A v ia HOG cons is te em dois receptores

de membrana, S ln1p e Sho1p ( ta lvez até um tercei ro chamado Msb2p, mas

que a inda não tem função c laramente def in ida ( HERSEN et a l . , 2008)) que

são es t imulados pelas a l terações osmót icas do meio . Es te fenômeno

desencadeia uma cascata de s inal ização que envolve a a t ivação de

pro te ínas que migram para o núcleo e se l igam a vár ios promotores ,

induz indo ou repr imindo a expressão de determinados genes , como os

genes envolv idos na produção do gl icero l . A v ia HOG é responsável pela

adaptação á a l ta osmolar idade, e uma de suas respos tas é a i ndução do

metabol ismo de solu tos que cont rabalanceiam a perda da água ( VAN

DIJKEN, SCHEFFERS, 1986; BLOMBERG, ADLER, 1989; BREWSTER et

a l . , 1993; MAEDA, WURGLER -MURPHY, SAITO, 1994; MAEDA,

TAKEKAWA, SAITO, 1995; MYERS, LAWLOR, ATTFIELD, 1997;

HOHMANN, 2002 ; TATEBAYASHI e t a l . , 2006; HERSEN et a l . , 2008 ) .

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1.4 Uti l ização dos açucares pela S. cerevis iae

Conforme descr i to por Lagunas (1993) , o passo in icia l para o

processo de fermentação é a captação dos açúcares para o in ter ior da

cé lu la . Na fermentação do c aldo-de-cana pela S. cerevis iae a sacarose

cont ida no meio é pr imei ramente h idro l i sada pela enzima inver tase (β -d-

f ru tos idase) , p resente no per ip lasma des ta levedura . Des ta forma, obtêm -

se gl icose e f ru tose , do is monossacar ídeos que são t ranspor tadas do me io

para o in ter ior da cé lu la , v ia d i fusão fac i l i t ada a t ravés de t ranspor tadores

de hexoses (codi f icada pelos genes HXT ) , e metabol izados a té e tanol ,

CO 2 , a lém de gerar gl icero l (Figura 1) e vár ios out ros produtos

(BARNETT, 1981; LAGUNAS, 1993) . Ent re tan to , em gera l a f ru tose é

captada mais len tamente que a gl icose , o que f requentemente ocas iona

fermentações len tas e /ou incompletas , com consequentes perdas de

produt ividade (BERTHELS et a l . , 2004).

F i g u r a 1 - R e p r e s e n t a ç ã o d o p e r f i l d e c o n s u mo d e s a c a r o s e v i a h i d r ó l i s e e x t r a c e l u l a r

e m S . c e r e v i s i a e .

F O N T E : ( E S P Í R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

Es te s is tema de t ranspor te de monossacar ídeos é composto por uma

famí l ia de aproximadamente 20 genes ( HXT1 – 17, GAL2, SNF3 e RGT2 ) ,

d i fer indo uns dos out ros tan to pela f unção e regulação , quanto pela

af in idade aos açúcares presentes no meio (BOLES, HOLLEMBERG,

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1997) . Sabe-se que os genes HXT1–7 codi f icam as pr incipais permeases

responsáveis pelo t ranspor te de hexoses (gl icose , f ru tose e manose) , e

gera lmente possuem af in i dades menores pela f ru tose e manose do que pela

gl icose , mot ivo pelo qual es te ú l t imo carboidra to é captado mais

rap idamente . J á o gene GAL2 codi f ica um t ranspor tador de galac tose e

gl icose , porém induz i do apenas pela galac tose (OZCAN, JONHSTON,

1999) . Acredi ta -se que os demais genes des ta famíl ia são responsáveis por

codi f icar pro te ínas t ranspor tadoras envolv idas na captação de açúcares em

condições especí f icas , ou a inda codi f icam pro te ínas sensoria i s dos níveis

de carboidra tos presentes no meio ex t racelu l ar , como os sensores de

membrana SNF3 e RGT2 , que mediam a regulação da expressão dos genes

HXT (BOLES, HOLLEMBERG, 1997; DIDERICH et a l . , 1999;

KRUCKEBERG et al . , 1999; OZCAN, JONHSTON, 1999) .

Como o processo indus t r ia l de fermentação é um processo conduz ido

sem asseps ia , o perf i l de consumo demonst rado na Figura 1 tem s ido

apontado como um fa tor negat ivo , pois a d isponib i l ização da gl icose e

f ru tose no meio permi te o consumo de grande par te des tes

monossacar ídeos por microrganismos contaminantes indesejáv eis , que

normalmente ser iam incapazes de ut i l izar sacarose como fonte de carbono

para o cresc imento (AMORIM et a l . , 2004; SILVA FILHO et a l . , 2005;

ANDRIETTA et a l . , 2007; MACLEAN et a l . , 2010; KOSCHWANEZ,

FOSTER, MURRAY, 2011) . Is to d iminui a d i sponibi l id ade de açúcares

que de fa to serão consumidos pelas cé lulas que produzem etanol .

A h idró l i se de a l tas concent rações de sacarose , produzindo

consequentemente a l tas concent rações de gl icose e f ru tose no meio

ex t racelu lar , causa também um es t resse osmót ico mui to grande na cé lu la

(TAKESHIGE, OUCHI, 1995 ; MYERS, LAWLOR, ATTFIELD, 1997;

IVORRA, PÉREZ-ORTIN, OLMO, 1999; FIDALGO et a l . , 2006; HERSEN

et a l . , 2008) . Com o obje t ivo de cont rabalancear a perda da água, a cé lu la

passa a s in te t izar e re ter gl icero l , o que ex ige o desvio de carbono da

produção de e tanol para a produção des te gl icero l , d iminuindo o

rendimento a lcoól ico (AMORIM, BASSO, ALVES, 1996; MYERS,

LAWLOR, ATTFIELD, 1997) .

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Estes fa tores têm afe tado negat ivamente o rendimento f inal da

produção de e tanol a par t i r de sacarose pela levedura S. cerevis iae .

Porém, a lguns t rabalhos têm descr i to uma out ra v ia metaból ica para a

sacarose , onde es te açúcar não é h idro l i sado no ex ter ior da cé lu la , mas

t ranspor tado at ivamente para o in ter ior da cé lu la e h idr o l i sado no

c i toplasma (MWESIGYE, BARFORD, 1994, 1996) .

Além do t ranspor te de monossacar ídeos v ia um si s tema de d i fusão

fac i l i t ada , ex is te um s i s tema de t ranspor te a t ivo de d i ssacar ídeos , e a té

mesmo t r i ssacar ídeos , envolvendo o co - t ranspor te com H+. A mal tose e a

mal to t r iose são um dissacar ídeo e t r i s sacar ídeo de gl icose ,

respect ivamente , unidas por uma l igação os íd ica α1 -4 , sendo levados para

o in ter ior da cé lu la a t ravés de um co - t ranspor te com prótons H+, onde são

h idro l isados pela mal tase , l iberando moléculas de gl icose que serão

metabol izadas (ZASTROW et a l . , 2000, 2001) .

Para que S. cerevis iae se ja capaz de fermentar es tes açúcares é

necessár ia a presença no genoma das leveduras dos genes MAL . Esses

genes podem ser encont rados em cinco d i ferentes loci , local izad os nas

regiões te lomér icas de cromossomos dis t in tos: MAL1 (cromossomo VII) ,

MAL2 ( II I) , MAL3 ( I I) , MAL4 (XI) e MAL6 (VIII) . Conforme demonst ra a

Figura 2 , em cada um desses loci podem ser encont rados t rês d i ferentes

genes que codi f icam pro te ínas com difere ntes funções : o gene MALT ou

MALx1 (x representa o lócus ) codi f ica o t ranspor tador de mal tose , o gene

MALS ou MALx2 codi f ica a mal tase , e o gene MALR ou MALx3 que

codi f ica uma pro teína reguladora responsável pela indução da expressão

dos demais genes na pr esença de mal tose ou out ros α -gl icos ídeos ,

l igando-se à região UAS M A L , p resente en t re os genes MALT e MALR . Por

out ro lado , a a t iv idade de fosfor i lação da gl icose pela enz ima hexoquinase

HXK2 , induz a a t iv idade repressora da pro te ína regula tór ia Mig1p, que se

l iga ao redor das regiões promotoras UAS M A L , repr imindo a expressão

gênica (NEEDLEMAN, 1991; HORÁK, 1997; NOVAK, ZECHNER -

KRPAN, MARIÉ, 2004; JOHNSTON, KIM, 2005 ; VERMA, BHAT,

VENKATESH, 2005) .

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F i g u r a 2 - E s t r u t u r a d o s g e n e s M A L . As s e t a s ma i o r e s i n d i c a m a o r g a n i z a ç ã o

c r o mo s s ô mi c a d e c ad a g e n e M A L ( t e l ô me r o à d i r e i t a , c e n t rô me r o à

e s q u e r d a ) , a s l i n h a s p o n t i l h a d a s i n d i c a m o s p r o d u t o s d a t r a n s c r i çã o e

t r a d u ç ã o d e c ad a g e n e , a l i n h a c o n t í n u a c o m s e t a i n d i c a i n d u ç ã o e a s

l i n h a s c o n t í n u a s c o m p o n t a s r o mb a s i n d i c a m r e p r e s s ã o .

F O N T E : ( N E E D L E M A N , 1 9 9 1 ; H O R Á K , 1 9 9 7 )

Ent re tan to , um t rabalho publ icado recentemente demonst rou que

apenas a presença dos genes MALx1 (MAL11, MAL21, MAL31, MAL41 e

MAL61 ) no genoma da l inhagem de levedura , não são suf ic ien tes p ara

permi t i r o ef ic iente consumo e fermentação da mal to t r iose em S.

cerevis iae , sendo necessár ia a presença do gene AGT1 (DUVAL et a l . ,

2010) . Isso cont rar ia o que fo i di to por Day e t a l . (2002a,b) , que

af i rmaram que a fermentação da mal tot r iose também poder ia ser

ef ic ien temente conduz ida por l inhagens que possuíam apenas as permeases

Mal31p e /ou Mal61p.

Quando a lgum dos loci MAL não possui o gene regulador MALR

(MALx3 ) , e le recebe a denominação malg para indicar que é parc ia lmente

funcional (NAUMOV et a l . , 1994) . Ao anal i sarem ale los natura is do

t ranspor tador de mal tose presentes em locus mal1g , Han e t a l . (1995)

caracter izaram um gene que passou a ser chamado AGT1 (α -g lucos ide

t ranspor ter ) , que codi f ica uma permease responsável pelo t ranspor te a t ivo

de uma sér ie de α -gl icos ídeos , a t ravés de um s impor te com H+, sendo

aparentemente regulado pelos mesmos mecanismos de regulação gênica

dos demais genes MAL , uma vez que possui uma sequencia UAS m a l na sua

região promotora (Figura 3) (HAN et a l . , 1995; STAMBUK et a l . , 1998,

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1999, 2000) . Conforme descr i to por S tambuk e t a l . (2000) e S tambuk, de

Araujo (2001) , a permease AGT1 é um t ranspor tador de al ta af in idade (K m

~7 mM) para sacarose e t rea lose e menor af in idade (K m ~20 mM) para

mal tose , mal tot r iose , i somal tose , pa la t inose , melezi tose e α–met i l -

gl icos ídeo , enquanto os t ranspor tadores MALx1 possuem al ta af in idade

(K m 2 -5 mM) pela mal tose ( BUSTURIA, LAGUNAS, 1985; CHENG ,

MICHELS, 1991; VAN LEEWEN et a l . , 1992; WEUSTHUIS e t a l . , 1993 ;

HAN et a l . , 1995 ; VAN DER REST et a l . , 1995; STAMBUK, BATISTA,

DE ARAÚJO, 2000; STAMBUK , DE ARAÚJO, 2001; TESTE, FRANÇOIS,

PARROU, 2010) .

F i g u r a 3 – E s t r u t u r a d o s g e n e s M A L e A G T 1 .

F O N T E : ( N E E D L E M A N , 1 9 9 1 ; H A N e t a l . , 1 9 9 5 ; H O R Á K , 1 9 9 7 )

A sacarose é um di ssacar ídeo formado por uma molécula de g l icose

l igada a uma de f ru tose , a t ravés de uma l igação os íd ica de conformação

Gli α1 - 2 Fru (CAMPBELL, 2001) . Es te t ipo de l igação confere à es te

carboidra to a poss ib i l idade de sofrer a ação de h idro lases capazes de

cl ivarem tan to a l igação os íd ica “α” , pela mal tase (α -D-gl icos idase) ,

quanto a l igação “β” , nes te caso ca t al isada pela enz ima inver tase ou -D-

fru tos idase (GROSSMANN, ZIMMERMANN, 1979 ) .

A inver tase tem s ido extens ivamente caracter izada b ioquimicamente ,

e na levedura S. cerevis iae vár ios genes responsáveis pela sua s ín tese tem

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s ido caracter izados. Os genes da f amí l ia SUC codi f icam es ta enz ima,

sendo que o lócus ances t ra l (aquele encont rado em todas as leveduras

Saccharomyces ) é o denominado SUC2 , normalmente local izado na região

sub- te lomér ica do cromossomo IX. At ravés de processos de recombinação

e ampl i f icação gênica , es te gene pode também ser encont rado nos

te lômeros de d i ferentes cromossomos , dando lugar aos genes SUC1 (VII) ,

SUC3 ( II) , SUC4 (XIII) , SUC5 ( IV) , SUC7 (VIII) , SUC8 (X) , SUC9 (XIV)

e SUC10 (XVI e XIII) (CARLSON , BOTSTEIN, 1982; NAUMOV et a l . ,

1996; KORSHUNOVA, NAUMOVA, NAUMOV, 2005; NAUMOV,

NAUMOVA, 2010). Apesar de haver um consenso a respei to da

local ização dos genes da famí l ia SUC nos respect ivos cromossomos

c i tados ac ima, Naumov, Naumova (2011) demonst raram que a local ização

do gene SUC2 pode var iar dras t icamente en t re l inhagens de S. cerevis iae ,

t an to dent ro do cromossomo quanto ent re cromossomos. A anál i se des te

processo de ampli f icação gênica em leveduras i soladas em di ferentes

ambientes indust r iai s revelou que leveduras gera lmente expos tas a meios

contendo sacarose (como o ca ldo -de-cana) ou onde a sacarose é o

pr incipal açúcar a ser fermentado, apresentam al ta a t iv idade inver tase e

vár ios loci SUC em seu genoma. Is to inclu i l eveduras de pani f icação ,

cerveje i ras e u t i l izadas na produção de des t i l ados , enquanto que leveduras

u t i l i zadas na produção de v inho gera lmente não apresentam es ta

ampl i f icação gênica , uma vez que na produção des ta bebida a lcoól ica a

gl icose é o pr incipal açúcar a ser metabol izado ( BIDENNE et a l . , 1992;

BENITEZ, CODON, 1995 ; BENITEZ, MARTINEZ, CODON, 1996;

CODON, BENITEZ, KORHOLA, 1997, 1998; NADAL et a l . , 1999) .

De fa to , as cé lu las de S. cerevis iae possuem dois t ipos de inver tase :

uma forma ex t racelu lar (ou per ip lasmát ica) a l tamente gl icos i lada , e out ra

in t racelu lar não -gl i cos i lada (GROSSMANN, ZIMMERMANN, 1979;

WILLIAMS et a l . , 1985 ; REDDY et a l . , 1988) . Como descr i to por

Car l son , Bots te in (1982) , do is t ipos de RNAs mensagei ros são t ranscr i tos

a par t i r dos genes SUC , sendo um t ranscr i to maior (1,9 kb) que contém

uma sequencia responsável por codi f icar um pept ídeo s inal (20

aminoácidos) responsável por d i rec ionar a pro te ína para fora da cé lu la

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(espaço per ip lasmático) , e um out ro t ranscr i to menor (1 ,8 kb) sem essa

sequência s inal izadora , que permi te a s ín tese da enz ima in t racel u lar

(Figura 4) . Ambas as enz imas possuem o mesmo pH ót imo acíd ico (pH

4 ,6-5 ,0) e mesma temperatura ó t ima (35 -50 °C) e embora a sequencia

pro té ica se ja idênt ica , o peso molecular da forma int racelu lar é de 135

kDa e da inver tase ex t racelu lar é super ior a 2 70 kDa (podendo chegar a

complexos com mais de 800 kDa) . Esta d i ferença na massa se deve as

gl icos i lações ad icionadas à forma ext racelu lar durante sua s ín tese e

t ráfego pela v ia secre tór ia das cé lu las , modi ficações que conferem

pro teção cont ra a ação de pr o teases (não in ter fer indo na ação inver tás ica) ,

cont r ibuindo para a formação de complexos pro téicos na forma de

te t râmeros , hexâmeros e a té mesmo octâmeros da enz ima, garant indo sua

re tenção no espaço per ip lasmát ico da cé lu la ( REDDY et a l . , 1988 ;

ALVARADO et a l . , 1990; ARRUDA, VITOLO, 1999) .

A regulação da expressão gênica do gene SUC2 é muito complexa, e

depende da a t ivação de vár ias cascatas de regulação . Enquanto a inver tase

in t racelu lar é expressa cons t i tut ivamente , a expressão da forma

ex t racelu lar é r epr imida por a l tas concent rações de sacarose e seus

produtos de h idról ise (gl icose e f ru tose) , ou inclus ive out ros açúcares

como manose ou a té x i lose . Foi t ambém es tabelecido que a ef ic ien te

expressão de inver tase requer baixos níveis de gl icose e f ru tose no meio

(REDDY et a l . , 1988 ; BU, OZCAN et a l . , 1997; SCHMIDT, 1998;

DYNESEN et a l . , 1998; ECHEGARAY et a l . , 2000; HERWING et a l . ,

2001; HAQ, SHAFIQ, ALI, 2003 ; BELINCHÓN, GANCEDO, 2006 ) .

A complex idade do cont ro le da expressão gênica do SUC2 ocorre

devido a um grande número de p ro te ínas que a tua repr imindo sua

t ranscr ição . Essas pro te ínas dependem do funcionamento das v ias de

s inal ização pelo AMP cíc l ico (AMPc) , que é a t ivada pela presença da

sacarose e /ou gl icose no meio ; pela v ia HOG, que é a t ivada pela p ressão

h iperosmót ica no meio ; pela v ia repressora MIG1 , a t ivada pela a t iv idade

de fosfor i lação da gl icose e /ou f ru tose pela Hxk2p no inter ior da cé lu la ;

e , ind i re tamente , pe la v ia de s inal ização que a t iva a expressão das

permeases HXT , que é a t ivada pela p resença de gl icose no meio

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ex t racelu lar permi t indo a ef ic ien te captação da gl icose e /ou f ru tose para o

in ter ior da cé lu la ( LOBO, MAITRA, 1977 ; NEIGEBORN et a l . , 1986;

TODA, UNO, ISHIKAWA, 1985; ÖZCAN et a l . , 1996; BOLES,

HOLLENBERG, 1997; YUN et a l . , 1997; MORIYA, JOHNSTON, 2004;

KRESNOWATI, VAN WINDEN, ALMERING , 2006; PEETERS et a l . ,

2006; AHUATZI e t a l . , 2007 ; GANCEDO, 2008) .

F i g u r a 4 – E s t r u t u r a d o s g e n e s S U C e t r a d u ç ã o d a s fo r ma s i n t r a e e x t r a c e l u l a r d a

i n v e r t a s e d e S . c e r ev i s i a e . Lo c a l i z a çã o d a r e g i ã o d e a t i v a ç ão d a

t r a n s c r i ç ã o d o s g e n e s S U C ( U AS – U p s t r e a m A c t i v a t i n g S eq u e n c e ) e o s

s í t i o s d e l i g a ç ão d e p ro t e í n a s r e g u l a d o r as ( C R E , S U C A e S U C B ) ,

i n c l u i n d o o T AT A -b o x . O s c ó d o n s q u e p e r mi t e m o i n í c i o d a t r a n s c r i ç ã o

e m c a d a R N A m e s t ã o r e p r e s e n t a d o s e m v e r d e , e a s e q u ê n c i a d o p e p t íd e o

s i n a l s u b l i n h a d a .

F O N T E : ( D Á R I O , 2 0 0 7 )

Como descr i to ac ima (Figura 4) , o gene do SUC é precedido por 4

regiões de l igação de fa tores de t ranscr ição: os s í t ios CRE, A e B, e a

região TATA. A v ia HOG (cascata de pro te ínas a t ivadas por osmosensores

de membrana) reduz a expressão do gene SUC por meio da fosfor i lação e

des l igamento da pro te ína a t ivadora Sko1p no s í t io CRE, s í t io usualmente

re lac ionado à respos ta pelo est resse . A v ia s inal izadora do AMPc ,cascata

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de pro te ínas a t ivadas pela Gpr1p, um sensor de a l ta af in idade para a

sacarose e baixa af in idade par a gl icose (LEMAIRE et a l . , 2004 ) , cont ro la

a expressão do SUC pe la l igação da pro te ína repressora Sf l1p na região

TATA e pela supos ta l igação de pro t e ínas a t ivadoras nos s í t ios A e B.

(MATSUMOTO et al . , 1982; VAN DE VELDE , THEVELEIN, 2008) .

J á na v ia repressora MIG1 (cascata de pro te ínas a t ivadas pela

a t iv idade de fosfor i lação da gl icose , exerc ida pela Hxk2p) sua regulação

se dá pela l igação do complex o de pro te ínas repressoras formado pela

Mig1p e Hxk2p nos s í t ios A e B da reg ião promotora do SUC , compet indo

com as supos tas pro te ínas a t ivadoras , supos tamente reguladas pela v ia de

s inal ização pelo AMP cíc l ico . Alguns t rabalhos c i tam tam bém a

par t ic ipação da pro te ína Rgt1p associada à Mig1p no processo de

repressão pela gl icose , pe la l igação des te complexo apenas no s í t io B.

Para que es tas pro te ínas possam atuar como repressoras e las precisam

es tar associadas às pro te ínas Med8p, Cyc8p e Tup1p, que a tuam n o

complexo como fa tores de l igação na f i ta de DNA e mantém a es tab i l idade

do complexo durante a s inal ização celu lar ( KIM, JOHNSTON, 2006 ;

GANCEDO, 2008) .

Por out ro lado , a anál i se da captação d i re ta de sacarose por S.

cerevis iae revelou a presença de um t r anspor te a t ivo de sacarose acoplado

a um s impor te de H+ (BARFORD, PHILLIPS, ORLOWSKI , 1992;

MWESIGYE, BARFORD, 1994; STAMBUK et a l . , 1999) , que most rou -se

ser mediado por dois s i s temas d i ferentes : um s i s tema de captação de a l ta

af in idade (Km ~7 mM) mediado pela permease Agt1p , e um s i s tema de

baixa af in idade (Km > 100 mM) mediado pelo t ranspor tador de mal tose

expresso pelo gene MALx1 (STAMBUK, BATISTA, DE ARAÚJO, 2000;

STAMBUK, DE ARAÚJO, 2001) . Des ta forma, o t ranspor te a t ivo de

sacarose , mediado pela Agt1 p , just i f ica a ex is tência da inver tase

in t racelu lar const i tu t iva , embora a sacarose possa também ser h idro l isada

por out ras gl icos idases in t racelu lares , como a α -gl icos idase (mal tase) , que

tem a mesma af inidade e a t iv idade com sacarose e mal tose (KAHN,

ZIMMERMANN, EATON, 1973) . De fa to , recentemente fo i demonst rado

que leveduras sem t ranspor tadores de hexoses (por tan to incapazes de

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fermentar gl icose ou f ru tose) , ou mesmo leveduras sem at iv idade

inver tase , fermentam a sacarose a t ravés da captação d i re ta dess e

carboidra to a par t i r do meio pelo t ranspor te a t ivo mediado pela permease

Agt1p e pos ter ior h idró l i se in t racelu lar pela mal tase e /ou inver tase

in t racelu lar (STAMBUK, BATISTA, DE ARAÚJO, 2000; STAMBUK, DE

ARAUJO, 2001 ; BATISTA, MILETTI, STAMBUK, 2004; BADO TTI,

BATISTA, STAMBUK, 2006; DÁRIO, 2007 ; BADOTTI e t a l . , 2008) .

Ent re tan to , para o s i s tema de t ransporte de sacarose pela Agt1p funcionar

ef ic ien temente , é necessár io que as l inhagens u t i l izadas possuam os genes

da famí l ia MAL sendo expressos const i tut iva mente em seu genoma, uma

vez que em l inhagens onde es te s i s tema é induzível , é necessár ia a

presença de mal tose e /ou mal tot r iose para ocorrer a expressão dos genes

da famí l ia . A sacarose não é capaz de regular ( induz i r ) a expressão dos

genes MAL (BATISTA, MILETTI, STAMBUK, 2004 ; BADOTTI,

BATISTA, STAMBUK, 2006; BADOTTI e t a l . , 2008) .

Exis tem alguns a lelos para a lguns dos genes da famí l ia MAL que

apresentam expressão gênica independente da indução pela mal tose . À

es te fenót ipo é dado o nome de MAL cons t i tu t i vo (MALC

) . Es tes a le los são

mutações dos loci MAL (WANG, NEEDLEMAN, 1995 ; GIBSON et a l . ,

1997) . Normalmente , a indução da expressão dos genes MAL ocorre a

par t i r da l igação da mal tose à pro te ína reguladora Malx3p, causando uma

mudança conformacional desta , resu l tando na sua a t ivação . Ass im, a

pro te ína reguladora se torna capaz de se l igar a região UAS M A L ,

resu l tando na t ranscr ição dos genes que codi f icam o t ranspor tador e a

α -gl icos idase . Porém, no caso dos a le los cons t i tut ivos dos genes MALx3 ,

as mutações neles ex is ten tes resu l tam em uma conformação d is t inta capaz

de induzi r a expressão dos genes MAL independentemente da presença da

mal tose (WANG, NEEDLEMAN, 1995 ; GIBSON et a l . , 1997) . Linhagens

MAL cons t i tu t ivas podem apresentar t an to a sens ib i l idade como a

insens ib i l idade à repressão pela gl icose (GIBSON et a l . , 1997; HIGGINS

et a l . , 1999) .

Por tan to, duas v ias de ut i l ização de sacarose são conhecidas na

levedura S. cerevis iae (Figura 5) : pe la ação da inver tase ex t racelu lar a

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sacarose é h idro l i sada em gl ic ose e f ru tose , sendo seus produtos de

h idró l ise captados pelos t ranspor tadores HXT e fermentados , ou

a l ternat ivamente a sacarose pode ser captada d i re tamente a t ravés do co -

t ranspor te com H+ e h idro l i sada in ternamente pela inver tase in t racelu lar

ou mal tase (BARFORD, PHILLIPS, ORLOWSKI, 1992; ORLOWSKI,

BARFORD, 1991; MWESIGYE, BARFORD, 1996; STAMBUK, BATISTA,

DE ARAÚJO, 2000; STAMBUK, DE ARAUJO, 2001 ; BATISTA,

MILETTI, STAMBUK, 2004; BADOTTI, BATISTA, STAMBUK, 2006;

DÁRIO, 2007; BADOTTI e t a l . , 2008) .

F i g u r a 5 - R e p r e s e n t a ç ã o d o p e r f i l d e co n s u mo d a s a c a r o s e a p r e s e n t a d o p e la

l i n h a g e m W i l d T y p e .

F O N T E : ( E S P Í R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

No presente t rabalho foram desenvolv idas vár ias l inhagens hapló ides

de S. cerevis iae , pe la modi f icação na es t ru tura e expres são do gene SUC2 ,

resu l tando em l inhagens que não apresentam at ividade inver tase

ex t racelu lar , mas que sobre -expressam a forma in t racelu lar da enz ima.

Além disso, a expressão do gene AGT1 t ambém fo i modi f icada de forma a

incrementar (ou não) a a t iv idade da permease Agt1p . A par t i r des tas

l inhagens hapló ides e após c ruzamentos en t re as mesmas , foram obt idas

l inhagens d ip ló ides com o perf i l de captação d i re t a e h idró l i se

in t racelu lar da sacarose (Figura 6) , e s eu perf i l de fermentação do açúcar

aval iado em condições que s imulam as fermentações industr ia i s .

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F i g u r a 6 - R e p re s e n t a ç ã o d o n o v o p e r f i l d e co n s u mo d a s a c a r o s e p ro p o s to n e s t e

t r a b a l h o .

F O N T E : ( E S P Í R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

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2 OBJETIVOS

2 .1 Objet ivo Principal

Visando aumentar o rendimento da pr odução de e tanol no Bras i l , o

presente t rabalho t inha como obje t ivo obter l inhagens d ip lóides da

levedura Saccharomyces cerevis iae que consomem a sacarose apenas pela

captação d i re ta e h idró l ise in t racelu lar do açúcar , sendo es tas l inhagens

modi f icadas a t r avés de técnicas de engenhar ia genômica .

2.2 Objet ivos Especí f icos

1. Modif icar a expressão dos genes SUC2 e AGT1 em l inhagens

hapló ides , com a f inal idade de obter cé lu las capazes de metabol izar a

sacarose apenas por in termédio da captação d i re ta e h idró l i s e

in t racelu lar do dissacar ídeo;

2 . Real izar vár ios cruzamentos en t re es tas l inhagens , no in tui to de obter

cé lu las d ip lóides com vár ias combinações dos genes SUC2 e AGT1 ,

modi f icados ou não;

3 . Aval iar a a t iv idade inver tase e de t ranspor te a t ivo de açúcares pelas

l inhagens , bem como a expressão dos genes correspondentes ;

4 . Aval iar o desempenho fermenta t ivo e rendimento a lcoól ico destas

cé lu las em meios contendo baixas e a l tas concent rações de sacarose;

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3 .1 Linhagens ut i l izadas

As l inhagens de S. cerevis iae , os pr imers e p lasmídeos u t i l izadas

nes te t rabalho se encont ram nas Tabelas 1 , 2 e 3 , respect ivamente . A

l inhagem hapló ide de laboratór io CEN.PK2 -1C fo i ut i l izada para a

obtenção das d i ferentes l inhagens modi f icadas a t ravés de t ransforma ções

e cruzamentos, conforme será descr i to em deta lhes .

3.2 Meios de cul tura e condições de crescimento

As célu las foram pré - inoculadas em tubos de ensaio , contendo 3 mL

de meio l íquido YP (2 % Peptona e 1 % ex t ra to de levedura – ambos da

S IGMA) contendo 2 % de gl icose , e incubadas por 48 h em temperatura

ambiente sob agi tação de 40 rpm em uma incubadora gi ra tór ia para tubos

de ensaio (DIST – 431) . Todos os meios t iveram seu pH ajus tado para 5 ,0

com ácido c lor ídr ico e foram es ter i l i zados por au toclave , a 120 °C por 20

min .

Para os ensaios de fermentação e determinação das a t iv idades

enz imát icas e de t ranspor te , u ma a l íquota do pré - inóculo (0 ,05 mL) fo i

t ransfer ida para f rascos er lenmeyers contendo 1 /5 do seu volume de meio

l íquido YP contendo 2 % sacarose , gl icose ou mal tose , para pré -

cresc imento das cé lu las . Os meios t iveram seu pH ajus tado para 5 ,0 com

ácido c lor ídrico e foram es ter i l izados por au toclave , a 120 °C por 20 min .

As cu l turas foram colocadas em uma incubadora orb i ta l de f rascos (Nova

Ét ica 430) a 28 °C e 160 rpm por 16 -20 h a té as cé lulas a t ingi rem o in íc io

da fase exponencia l de cresc imento (OD 5 7 0 ±3 ,7) . As cé lulas de levedura

foram removidas do meio de cu l t ivo por cent r i fugação a 3 .000 g por 5

min , l avadas t rês vezes com água des t i lada a 4 ° C e ressuspensas em água

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des t i lada a 4 °C, de forma a a t ingi r uma concent ração celu lar de 20 g/L (±

1) .

Os meios só l idos foram cons t i tuídos de meio l íquido r ico YP

contendo 2 % de bacto -ágar e de gl icose , mal to t r iose ou sacarose ,

dependendo do foco do exp er imento . Quando necessár io , foram

adic ionados aos meios 0 ,0003 % de Ant imicina A (um inib idor da cadeia

resp i ra tór ia , usado para induz i r o cresc imento ce lular apenas por

fermentação) .

Para os ensaios de cresc imento ce lular , após pré -cul t ivo por 48 h as

cé lu las foram inoculadas em placas de El i sa de 96 poços contendo 100 µL

de meio to ta l por poço e incubadas à temperatura de 28 °C sob agi tação de

100 rpm em uma le i tora de placas (TECAN – Inf in i te 200) . Os meios eram

cons t i tu ídos por YP contendo 2 % de gl icose , mal tose , mal to t r iose ,

sacarose ou raf inose , dependendo do foco do exper imento As p lacas foram

seladas com f i lme se lador de p lacas (E & K Scient i f ic) , e a dens idade

ó t ica a 600 nm fo i regis t rada a cada 15 min .

3 .3 Construção das l inhagens d ip ló ides

As condições para a cons t rução e seleção das l inhagens d ipló ides

foram já descr i tas na l i t e ra tura (AUSUBEL et a l . , 1992) , onde as

l inhagens hapló ides , com as caracter í s t icas de in teresse e de sexos

d i ferentes (MATa e MATα) , foram mis turadas em um tubo de en sa io

contendo aproximadamente 0 ,5 mL de água des t i l ada es tér i l . Após agi tar o

tubo suf ic ientemente para promover a mis tura e o conta to en t re as cé lu las

de sexos di ferentes , toda a mis tura fo i t ransfer ida para uma p laca

contendo meio mínimo só l ido para cres c imento sele t ivo , contendo 2 %

ágar , 2 % gl icose , e 0 ,7 % “Yeas t Ni t rogen Base” (S IGMA). Após o

cruzamento , necessidades auxot róf icas dos hapló ides são compensadas

pela d ip lo idia , permi t indo o cresc imento das cé lu las dip ló ides neste meio

sem adição de qualquer out ro nut r ien te .

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Tabela 1 - Linhagens de levedura Saccharomyces cerevis iae ut i l izadas .

Linhagem Genót ipo ou informação Fonte

CEN.PK2-1C MATa MAL2-8C

AGT1 MAL12 mal13 SUC2 ura3 -52 h is3∆1 leu2 -3_112 t rp1-289 Euroscarf

CEN.PK122 MATa /MATα MAL2 -8C

AGT1 MAL12 mal13 SUC2 (Dipló ide Protot róf ica) Euroscarf

PSY003 CEN.PK2-1C TRP1-pADH1 : :AGT1 suc2∆::URA3 LBMBL1

PSY004 CEN.PK2-1C agt1∆::kanr TRP1-pADH1 : : iSUC2 LBMBL

1

BSY021-34B MATa MAL2-8C

AGT1 MAL12 mal13 TRP1 -pADH1 : : iSUC2 t rp1 -289 ura3-52 LBMBL1

BSY021-17C MATα MAL2-8C

AGT1 MAL12 mal13 TRP1 -pADH1 : : iSUC2 t rp1 -289 ura3-52 LBMBL1

BSY022-26C MATα MAL2-8C

agt1∆::kanr MAL12 mal13 TRP1-pADH1 : : iSUC2 trp1 -289 ura3-52 LBMBL

1

BSY021-16D MATa MAL2-8C

agt1∆::kanr MAL12 mal13 TRP1-pADH1 : : iSUC2 trp1 -289 (Proto t róf ica) LBMBL

1

BSY021-15B MATa MAL2-8C

AGT1 MAL12 mal13 TRP1 -pADH1 : : iSUC2 t rp1 -289 h is3∆1 LBMBL1

BSY021-2B MATα MAL2-8C

AGT1 MAL12 mal13 TRP1 -pADH1 : : iSUC2 t rp1 -289 ura3-52 LBMBL1

BSY022-6B MATα MAL2-8C

AGT1 MAL12 mal13 TRP1 -pADH1 : : iSUC2 t rp1 -289 leu2-3_112 LBMBL1

HCJ001 Dipló ide PSY003 + BSY021 -17C

MATa /MATα MAL2 -8C

AGT1 MAL12 mal13 suc2∆::URA3 TRP1 -pADH1:: iSUC2

TRP1-pADH1::AGT1 t rp1 -289 ura3-52

LBMBL1

HCJ002 Dipló ide PSY003 + BSY022 -26C

MATa /MATα MAL2 -8C

agt1∆::kanr MAL12 mal13 suc2∆::URA3 TRP1 -pADH1:: iSUC2

TRP1-pADH1::AGT1 t rp1 -289 ura3-52

LBMBL1

HCJ003 Dipló ide BSY021-15B + BSY021-2B

MATa /MATα MAL2 -8C

AGT1 MAL12 mal13 TRP1 -pADH1:: iSUC2 trp1 -289

LBMBL1

HCJ004 Dipló ide BSY021-15B + BSY022-6B

MATa /MATα MAL2 -8C

AGT1 MAL12 mal13 TRP1 -pADH1:: iSUC2 trp1 -289

LBMBL1

co

nti

nu

a

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Tabela 1 - Linhagens de levedura Saccharomyces cerevis iae ut i l izadas .

HCJ005-2 BSY22-26C TY -pGPD::AGT1:: tPGK -TY LBMBL1

HCJ006 Dipló ide HCJ005-2 + BSY021-15B

MATa /MATα MAL2 -8C

agt1∆::kanr AGT1 MAL12 mal13 TRP1 -pADH1:: iSUC2

pGPD::AGT1:: tPGK trp1 -289

LBMBL1

HCJ007 Dipló ide HCJ005-2 + BSY021-16D

MATa /MATα MAL2 -8C

agt1∆::kanr MAL12 mal13 TRP1 -pADH1:: iSUC2

pGPD::AGT1:: tPGK

LBMBL1

HCJ008 Dipló ide BSY022-26C + BSY021-15B

MATa /MATα MAL2 -8C

agt1∆::kanr AGT1 MAL12 mal13 TRP1 -pADH1:: iSUC2 trp1 -289

LBMBL1

CAT-1 Uti l izada na produção de á lcool combust ível – Iso lada na Usina VO de Catanduva, São

Paulo /SP

Fermentec

Ltda

PE-1 Uti l izada na produção de á lcool combust ível – Iso lada na Usina da Pedra , São

Paulo /SP

Fermentec

Ltda 1LBMBL: Laboratór io de Bio logia M olecular e Bio tecnologia de Leveduras – Univers idade Federa l de Santa

Catar ina (UFSC) – F lor ianópol i s /SC

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

co

nc

lus

ão

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Tabela 2 - Oligonucleot ídeos (Pr imers) u t i l izados .

Primer Sequência (Sent ido 5’ 3’) Proposta

Ty-pGRSd-F CAAATGATGAGAAATAGTCATCTAAATTAGTGGA

AGCTGAAACTC GAGTTTATCATTATCAATAC2

Inserção do AGT1 regulado pelo pGPD

nos e lementos t ransponíveis do DNA

Ty-pGRSd-R TTATCATCATTTTATATGTTTATATTCATTGATCCT

ATTACACGCAGAATTTTCGAGTTATT2

Inserção do AGT1 regulado pelo pGPD

nos e lementos t ransponíveis do DNA

SUC2-F5 TTTCCTTTTGGCTGGTTTTGCAGCCAAAATATCTG

CATCAGAATTCGAGCTCGTTTAAAC2 (18 a 57)

1

Troca do Promotor do gene SUC2 pe lo

do ADH1

SUC2-R4 GTGTGAAGTGGACCAAAGGTCTATCGCTAGTTTCG

TTTGTCATTGTATATGAGATAGTTG2

(100 a 61)1

Troca do Promotor do gene SUC2 pe lo

do ADH1

AGT1 – F5 TACATAGAAGAACATCAAACAACTAAAAAAATAG

TATAATGAATTCGAGCTCGTTTAAA 2 ( -40 a -1)

1

Troca do Promotor do gene AGT1 pe lo

do ADH1

AGT1 – R4 CAGCCTTCTTCTTGCTTACCAATGAAATGATATTT

TTCATTGTATATGAGATAGTTG2

(40 a 3)1

Troca do Promotor do ge ne AGT1 pe lo

do ADH1

Ty-LTR-F TGGAATAGAAATCAACTATC Ver i f icação

Ty-LTR-R ATGGGTGAATGTTGAGATAA Ver i f icação

V-SUC2, F GAAATTATCCGGGGGCGAAG ( -447 a -428)1 Ver i f icação

V-SUC, 100-R GTGGACCAAAGGTCTATCGC (96 a 76)1 Ver i f icação

V-ADH1, F CTCCCCCGTTGTTGTCTC AC ( -382 a -362)1 Ver i f icação

V-TRP1, 40-F GTCCATTGGTGAAAGTTTGCG (31 a 51)1 Ver i f icação

V-TRP1, 530-R CGTCAGTCCACCAGCTAACA (546 a 526)1 Ver i f icação

V-AGT1, P -F GCGAGAGTTTAAGCGAGTTGC ( -389 a -368)1 Ver i f icação

V-AGT1, 145-R GTGGTCTAGCTCAAAGGCAC (162 a 142)1 Ver i f icação

co

nti

nu

a

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Tabela 2 - Oligonucleot ídeos (Pr imers) u t i l i zados .

V-GPD-F CAACCATCAGTTCATAGGTC (promotor GPD) Ver i f icação

AGT1-389-R GAAAAACTGGCAGGGCATAC (409 a 389)1 Ver i f icação

iSUC2-FW01 TTCCCTACAGAAGTAGCTGTAAA Sequenciamento do gene iSUC2

iSUC2-FW02 TGACGAGGAATGTGATTATAAATCC Sequenciamento do gene iSUC2

iSUC2-FW03 CGGAATCTAGAGCACATTCTGC Sequenciamento do gene iSUC2

iSUC2-FW04 CCAGTCAGAAATCGAGTTCCAA Sequenciamento do gene iSUC2

iSUC2-FW05 AGATGTCGTTGTTCCAGAGCTG Sequenciamento do gene iSUC2

iSUC2-FW06 TCCGATGATTTGACTAATTGGG Sequenciamento do gene iSUC2

iSUC2-FW07 TTGATTGAAGTCCCAACTGAGC Sequenciamento do gene iSUC2

iSUC2-FW08 CCTAGAGTTTGAGTTGGTTTACGC Sequenciamento do gene iSUC2

iSUC2-RV CCATCCTAGTAGTGTAAGGCAAC Sequenciamento do gene iSUC2

AGT1-oe-FW01 CAAACCCAAATAGCATCAACGC Sequenciamento do gene AGT1-oe

AGT1-oe-FW02 CCACGATCCAAATCATGTTACC Sequenciamento do gene AGT1-oe

AGT1-oe-FW03 CGCAAACTTTCACCAATGGA Sequenciamento do gene AGT1-oe

AGT1-oe-FW04 CCAGTCAGAAATCGAGTTCCAA Sequenciamento d o gene AGT1-oe

AGT1-oe-FW05 TGTCTCACCATATCCGCAATG Sequenciamento do gene AGT1-oe

AGT1-oe-FW06 TTGGTAAGCAAGAAGAAGGCTG Sequenciamento do gene AGT1-oe

AGT1-oe-FW07 TGCAAATCACGACTTATATGGTTG Sequenciamento do gene AGT1-oe

AGT1-oe-FW08 GAAGAACGAGACTTGCATGTT TAAC Sequenciamento do gene AGT1-oe

AGT1-oe-FW09 CGCCCTATATGCTAAACGTGAG Sequenciamento do gene AGT1-oe

AGT1-oe-RV GAGAATACGGTTGACCTGGCAT Sequenciamento do gene AGT1-oe

co

nti

nu

ão

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Tabela 2 - Oligonucleot ídeos (Pr imers) u t i l i zados .

SUC2-F2 GGTAAGGACTACTATGCCTTGCAAA (847 a 871)1 Anál i se da expressão gênica por qRT -PCR

SUC2-R2 GCCCAGGCAATACCTAATGCT (923 a 903)1 Anál i se da expressão gênica por qRT -PCR

AGT1-F1 CGCACTACTGAGCGCACTGT (372 a 392)1 Anál i se da expressão gênica por qRT -PCR

AGT1-R1 CCCGTTCAAAGTACCGAATTT (435 a 414)1 Anál i se da expressão gênica por qRT -PCR

1 Correspondente a pos ição dos nucleot ídeos homólogos ao genoma da l inhagem a par t i r do in ício do gene.

2 As sequências em negr i to são homólogas aos p lasmídeos u t i l i zados no estudo.

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

Tabela 3 - P lasmídeos u t i l izados .

Plasmídeo Descrição Fonte

pFA6a-TRP1-pADH1 Ampr

ori TRP1-pADH1 M. S . Longt ine

pGRSd Ampr

ori CEN6 URA3 pGPD:: - : : tPGK M. Ju les

pGRSd-AGT1 Ampr

ori CEN6 URA3 pGPD::AGT1:: tPGK M. Ju les

YCplac33 Ampr

ori CEN4 URA3 lacZ J . M. Thevelein

pSA3.14 Ampr

ori CEN4 URA3 lacZ : :AGT1 S . L. Alves J r

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

co

nc

lus

ão

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3.4 Ensaios de fermentação em batelada

As célu las de levedura foram misturadas com meio YP de forma a

a t ingi r uma concent ração f inal de 10 g/ L de cé lu las , 10 g/L de ex t ra to de

levedura , 20 g/L de Peptona e 20 ou 200 g/L de sacarose . Os f rascos

foram incubados a 28 °C e 160 rpm, e a l íquotas de 0 ,5 mL foram

removidas em tempos pré -es tabelecidos e processadas como descr i to a

segui r . Para quant i f ic ação dos açúcares e produtos da fermentação , os

meios foram cent r i fugados (5 .000 g, 1 min) e os sobrenadantes congelados

a -20 °C a té sua anál i se .

3.5 Determinação da Concentração Celu lar

A concent ração celu lar fo i de terminada pela le i tura da Dens idade

Ópt ica (DO) em espect rofo tômet ro a 570 nm (Beckman DU -7) , e

corre lac ionada com o peso de cé lu las secas .

3.6 Determinações de g l icose , g l icerol , f rutose , sacarose e etanol .

A gl icose e gl icero l foram quant i f icados u t i l izando -se k i t s

enz imát icos comercia i s (BioTécnica e /ou Anal i sa) seguindo as ins t ruções

dos fabr icantes : 10 μL de amost ra incubado com 1 mL de Reagente de Cor

em es tufa a 37 °C, por 20 minutos . Em seguida fo i fe i to a le i tura da

absorbância da amost ra a 505 nm para as reações com gl icose e 500 n m

para as com gl ice ro l . As concent rações de gl icose e gl icero l foram

determinadas , corre lac ionando a absorbância apresentada pela amost ra ,

com a absorbância apresentada por uma so lução padrão contendo uma

concent ração conhecida do componente em anál i se .

A sacarose fo i quant i f icada u t i l izando o protocolo adaptado de

Holmes (1996) . Um volume de 20 μL das amost ras foram incubados com

80 μL de uma so lução de inver tase (1 mg/mL de enz ima inver tase em

t ampão CPB (0 ,05 M Ácido Cít r ico ; 0 ,09 M Fosfa to Dibásico de S ódio pH

4 ,5)) a 37 °C, por 30 min e em seguida a 100 °C, por 5 min . Ass im, a

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50

sacarose nas amost ras , h idrol i sada pela inver tase , fo i de terminada

quant i f icando-se a gl icose an tes e depois da ad ição da inver tase .

A f ru tose foi ca lculada pela di ferença da conc ent ração de gl icose e

dos açúcares redutores to ta i s . Os açúcares redutores foram determinados

por método químico adaptado de Mi l ler (1959) , ut i l izando 50 μL de

amost ra e incubada com 150 μL de Reagente DNS (1 % de Ácido

Dini t rosal ic í l i co , 2 % de NaOH; 20 % de Tar tara to de Sódio e Potáss io e

0 ,2 % de Fenol ) a 100 °C, por 10 min , sendo em seguida ad ic ionados 800

μL de água des t i l ada . At ravés de espect rofo tomet r ia a 540 nm, foram

fe i tas as determinações de absorbância , corre lac ionando as absorbâncias

apresentadas pelas amost ras , com a equação de re ta ex t ra ída de uma Curva

Padrão , cons t ruída a par t i r de uma so lução de gl icose 0 ,2 % (2 g/L) .

O e tanol fo i quant i f icado enz imat icamente a t ravés da reação com a

á lcool ox idase (AOD) e perox idase (POD), como descr i to po r Herber t s

(2006) e adaptado dos pro tocolos descr i tos por Rodionov, Keppen,

Sukhacheva (2002) e Salgado e t a l . (2000) . Uma a l íquota das amos t ras (10

μL) fo i incubada em placas de ELISA (96 poços de fundo p lano) mant idas

sobre o gelo , com 200 μL de Reagente Enz imát ico (0,5 U/mL de Álcool

Oxidase (AOD, de P. pastor is , S IGMA), 4 ,0 U/mL de Perox idase (POD,

de ra iz - for te , Toyobo, Bras i l ) , 14 mM de 4-Aminoant ip i r ina e 60 mM de

Fenol em Tampão Fosfa to de Sódio 0 ,1 M pH 7 ,5) . Após incubação de 1 h

a 37 °C fo i determinada a absorbância em 415 nm ut i l izando um le i tor

para p lacas de ELISA (TECAN – Inf in i te 200) . A concent ração de e tanol

fo i de terminada pe la corre lação de absorbância apresentada pelas

amost ras , com a equação de re ta ex t ra ída de uma Curva Padrão , cons t ru ída

com soluções padrão de e tanol 1 -10 g/L.

3.7 Determinação da Atividade Invertase (Extra e intracelu lar)

A at iv idade da inver tase ex t rac elu lar fo i de terminada como descr i to

por S i lvei ra , Carvaja l , Bon (1996) , ut i l i zando-se cé lu las ín tegras (não

permeabi l izadas) , pré -cresc idas em meio YP com 2 % de sacarose ou 2 %

de gl icose , a té o iníc io da fase exponencia l de cresc imento (OD 5 7 0 ~3,7) .

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Um volume de 100 μL da suspensão celu lar fo i misturado a 100 μL de

Tampão NaF (150 mM de Succinato - Tr i s pH 5 ,0 ; 150 mM de NaF) e

incubado em banho mar ia por 30 min , a 30 °C. Após o término do tempo,

fo i ad ic ionado 100 μL de sacarose 300 mM e novamente incub ados em

banho mar ia por 5 min , a 30 °C. Em seguida , as amost ras foram colocadas

a 100 °C, por 5 min , seguida por centr i fugação a 5 .000 g por 3 minutos .

Ass im, a gl icose formada, presente no sobrenadante , fo i de terminada

u t i l i zando k i t comercia l como descr i to ac ima. Todas as determinações

foram real izadas em t r ip l ica ta e u t i l izando cont ro les negat ivos com

célu las ferv idas em dupl ica ta . A a t iv idade especí f ica da inver tase fo i

expressa em nmoles de gl icose l iberada por min- 1

(correspondente a uma

mU), por mg- 1

de cé lu las (peso seco) .

A a t iv idade invertase to ta l fo i de terminada como descr i to por

S tambuk (1999) , u t i l izando-se cé lu las permeabi l izadas , pré -cresc idas em

meio YP com 2 % de sacarose ou 2 % de gl icose , a té o in ício da fase

exponencia l de cresc imento (O D 5 7 0 ~3 ,7) . Um volume de 100 μL de

cé lu las fo i cent r i fugado por 3 min a 5 .000 g, l avadas com 500 μL de

Tampão A (Mops -NaOH 50 mM pH 6 ,8 ) e ressuspensas em 200 μL de

Tampão B (Gl icero l 20 %, EDTA 1 mM, DTT 1 mM em Tampão Mops-

NaOH 50 mM pH 6,8 ) . Para permeabi l izar as cé lulas foram adic ionados 12

μl do Tampão C (Tolueno P .A. , Etanol P .A. e Tri ton X -100 10 %, (1:4 :1 ,

v :v :v)) e homogeneizou -se os tubos v igorosamente por 1 min . As cé lulas

foram cent r i fugadas por 3 min , a 5 .000 g e lavadas com 1 mL do Tampão

B e em seguida ressuspensas em 1 mL do Tampão A. Um volume de 50 μL

dessa suspensão de cé lu las permeabi l izadas fo i ad ic ionado a 50 μL de uma

so lução de sacarose ( Sacarose 200 mM em Tampão Succinato -Tr i s 300

mM pH 5 ,0 ) . As amost ras foram incubadas a 30 °C, por 5 min , e e m

seguida a 100 °C, por 5 min . Ut i l izou -se o sobrenadante para determinar a

a t iv idade enzimát ica a t ravés da determinação da gl icose formada. As

amost ras foram fe i tas em t r ip l ica ta e os cont ro les em dupl ica ta com

célu las previamente incubadas a 100 °C por 5 min . A a t iv idade da

inver tase fo i expressa em nmoles de gl icose l iberada por min- 1

(correspondente a uma mU), por mg- 1

de cé lu las (peso seco) .

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A at iv idade inver tase In t racelu lar fo i de terminada subt ra indo -se o

valor da a t iv idade inver tase ex t racelu lar do valor da a t ividade inver tase

to ta l , uma vez que es ta ú l t ima compreende a soma das a t ividades inver tase

in t ra e ex t racelular . A a t iv idade especí f ica da inver tase fo i expressa em

nmoles de gl icose l iberada por min- 1

(correspondente a uma mU), por mg- 1

de cé lu las (peso seco) .

3.8 Determinação da Atividade α -gl icos idase

A at iv idade da α -gl icos idase (enz ima mal tase) fo i de terminada como

descr i to por S tambuk (1999) , ut i l izando-se cé lu las permeabi l izadas , pré -

cresc idas em meio YP com 2 % de sacarose ou 2 % de gl icose , a té o in íc io

da fase exponencia l de cresc imento (OD 5 7 0 ~3 ,7) . Um volume de 100 μL

de cé lu las fo i cent r i fugado por 3 min a 5 .000 g, l avadas com 500 μL de

Tampão A (Mops -NaOH 100 mM pH 6 ,8 ) e pos ter iormente ressuspensas

em 200 μL de Tampão B ( Glicero l 20 %, EDTA 1 mM, DTT 1 mM em

Tampão Mops-NaOH 100 mM pH 6 ,8 ) . Para permeabi l izar as cé lu las

foram adic ionados 12 μ L do Tampão C (Tolueno P.A. , Etanol P .A. e

Tr i ton X-100 10 %, (1 :4 :1 , v :v:v)) e homogeneizou -se os tubos

v igorosamente por 1 min. As cé lulas foram cent r i fugadas por 3 min , a

5 .000 g e lavadas com 1 mL do Tampão B e em seguida ressuspensas em 1

mL do Tampão A. Um volume de 50 μL dessa suspensão de cé lu las

permeabi l izadas foi ad ic ionado a 950 μL de uma so lução de pNPαG (p -

n i t rofeni l -α -D-gl icos ídeo) (pNPαG 2 mM em Tampão A) ou

al ternat ivamente , 40 μL de cé lu las foram adic ion ados à 60 μL de so lução

de mal tose (mal tose 200 mM em Tampão A ) . As amost ras foram incubadas

a 30 °C, por 1 min (para as amost ras com pNPαG) ou 5 min (para as

amost ras com mal tose) , e em seguida a 100 °C, por 5 min. Ut i l izou -se o

sobrenadante para determinar a at iv idade enzimát ica a t ravés da

determinação do p -n i t rofenol l iberado pela h idró l ise do pNPαG e a gl icose

l iberada na hidró l ise da mal tose . O p -ni t rofenol fo i es t imado a 400 nm e a

gl icose fo i de terminada u t i l izando um ki t comercia l , como descr i to ac ima.

As amost ras foram fe i tas em t r ip l ica ta e os cont roles em dupl ica ta com

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célu las previamente incubadas a 100 °C por 5 min .

3.9 Determinação da Atividade d e Transporte com pNPαG

A at iv idade de t ran spor te de α -gl icos ídeos pela permease Agt1p fo i

determinada como descr i to por Hol la tz , Stambuk (2001) , u t i l izando-se

cé lu las pré -cresc idas em meio YP com 2 % de sacarose ou 2 % de gl icose ,

a té o iníc io da fase exponencia l de cresc imento (OD 5 7 0 ±3,7) e o subs t ra to

p -n i t rofeni l -α -D-gl icos ídeo (pNPαG). Brevemente , um volume de 100 μL

de cé lu las (20 g/L) fo i mis turado a 100 μL de Subs t ra to de Transpor te

(100 mM de succinato - t r i s pH 5 ,0 ; 10 mM de pNP G) e incubados à

temperatura ambiente por 5 -10 min . As reações foram in ter rompidas pela

ad ição de 1 mL de b icarbonato de sódio 2 M e as amost ras foram

cent r i fugadas a 5 .000 g por 3 min . Em seguida foram re t i rados 800 μL do

sobrenadante e fez -se a es t imat iva da absorbância do p -ni t rofenol l iberado

a 400 nm (Δε = 14 ,8 mM- 1

. cm- 1

, em pH > 9 ,0) . Todas as determinações

foram real izadas em t r ip l ica ta e u t i l izando cont ro les negat ivos com

célu las ferv idas em dupl ica ta . As a t iv idades de t ransporte foram expressas

em nmoles de p -n i t rofenol l iberado por mg- 1

de cé lu las por min- 1

.

3.10 Determinação da at iv idade d e transporte uti l i zando [1 4

C]-

sacarose

O ensaio de t ranspor te pela permease A gt1p , u t i l izando subst ra to

marcado rad ioat ivamente ( [1 4

C]-sacarose (Amerscham Biosciences)) , fo i

de terminado como descr i to an ter iormente ( SANTOS et a l . , 1982;

MWESIGYE, BARFORD, 1994; STAMBUK et a l . , 1998 ; BATISTA,

MILETTI, STAMBUK, 2004) . Ut i l izando -se cé lu las pré -cresc idas em meio

YP com 2 % de sacarose , a té o in íc io da fase exponencia l de cresc imento

(OD 5 7 0 ~3 ,7) , foi fe i ta uma suspensão celu l ar de 90 g/L em 50 mM de

succinato - t r is pH 5,0 . Após 10 minutos a 30 °C em banho Maria , fo i

ad ic ionada uma so lução de [1 4

C]-sacarose para obter uma concent ração

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f inal de 60 g/L de cé lu las , 5 mM de [1 4

C]-sacarose , além de gl icose e

f ru tose não marcadas rad i oat ivamente a 2 mM cada. Após 30 segundos , as

cé lu las foram rapidamente f i l t radas em membranas com poros de 0 ,22 µ m

de d iâmet ro e lavadas 3 vezes com uma so lução de 0 ,5 M de sacarose em

0 ,1 M de succinato - t r i s pH 5 ,0 . Os f i l t ros foram colocados em tubos de

boros i l i ca to , própr ios para c in t i l ação , contendo 10 mL do l íquido de

c in t i l ação . A radioat iv idade fo i medida em equipamento medidor de

c in t i l ação Beckman Counter LS6500 (USA). As amost ras foram subt ra ídas

dos cont roles , que foram ferv idos por 5 minutos an tes de in ic iar o

exper imento . A a t iv idade de t ransporte fo i corre lac ionada com o peso

seco das cé lu las , onde 1 mL da suspensão celu lar a 90 g/L fo i f i l t rada em

membranas pré pesadas . Em seguida foram submet idas à secagem em

es tufa a 65 °C por 60 minutos , e pesados novamente . A d iferença en t re os

pesos das membranas sem as cé lu las e após a ad ição das cé lu las é

referente ao peso seco celu lar , e fo i ut i l i zado nos cá lcu los .

3.11 Eletroforese de invertase em gel não denaturante

A corr ida e le t roforé t ica em gel não denaturante (gel nat ivo) foi

rea l izada de acordo com Grossmann , Zimmermann (1979) . As amost ras

foram obt idas de acordo com o protocolo de Determinação da At ividade

da Inver tase Tota l usando ext ra to ce lu lar , descr i to por S tambuk (1999) ,

onde fo i fe i ta uma suspensão celu lar em Mops -NaOH 50 mM pH 6 ,8 a 20

g/L (±1) . Um volume de 500 μL da suspensão fo i t ransfer ido para um tubo

eppendorf juntamente com aprox imadamente 200 μL de bol inhas de v idro

pré- t ra tadas com ácido . O tubo foi l evado ao vor tex por 1 minut o , seguido

de repouso no gelo por mais 1 minuto . Es te procedimento fo i repet ido por

5 vezes . Pos ter iormente , foi co le tada a par te l íqu ida , t ransfer ida para

out ro tubo e cent r i fugada por 3 minutos a 10 .000 rpm. Foram cole tados 10

μL do sobrenadante do tubo e t ransfer ido para out ro tubo contendo 40 μL

de água e 50 μL de Solução de Carboidra to ( 200 mM de sacarose em

Tampão Succinato -Tr i s 300 mM pH 5 ,0) . As amost ras foram incubadas a

30 °C, por 5 min, e em seguida a 100 °C, por 5 min . Ut i l izou -se o

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55

sobrenadante para determinar a at iv idade enzimát ica a t ravés da

determinação da gl icose formada. As amost ras foram fe i tas em t r ipl ica ta e

os cont ro les em dupl ica ta com célu las previamente incubadas a 100 °C por

5 min . A a t iv idade da inver tase é expressa em nmoles de gl icose

produzida por mg- 1

de cé lu las por min- 1

.

Uma a l íquota d os ex t ra tos ce lu lares com at iv idade inver tase

correspondente a 80 mU foram apl icadas em géis de pol iacr i lamida 7,5 %

(acr i lamida:b isacr i lamida, 37 ,5:1) , e a corr ida fo i rea l izada a 150 vol t s

(~60 mil i Amperes) a 4 °C por 90 minutos . Após a corr ida , o gel foi

imerso em uma solução de 200 mM de sacarose em 150 mM Succinato -

Tr i s (pH 5 ,0) por 45 minutos a 30 °C. O gel fo i en tão lavado em água

des t i l ada e imerso em uma so lução 0 ,05% de 2 ,3 ,5 - t r i fen i l t e t razol ium

clor id io em 0 ,5 M NaOH, em banho Maria a 100 °C a té a formação da cor

vermelha nas regiões contendo açúcares redutores (~2 min) .

3.12 PCR

A ext ração de DNA foi rea l izada de acordo com a metodologia

descr i ta por Ausubel e t a l . (1992) , onde fo i co le tada uma a lçada de cé lu las

no meio sól ido e co locad as em um eppendorf contendo 200 µL de DEB

(“DNA Ext ract ion Buffer” – 1 % SDS, 100 mM NaCl , 10 mM Tris pH 8 ,0 ,

1 mM EDTA pH 8 ,0 , 0 ,2 % Tr i ton X -100, H 2 O Mil l iQ Autoclavada) , e

ressuspensa em vortex . Em seguida , adic ionou-se bol inhas de v idro a té a

marca de 700 µL no tubo e 200 µL de Fenol - Clorofórmio (25:24:1 Fenol -

c lorofórmio-Álcool Isoamí l ico , em 10 mM Tris pH 8 ,0 e 1 mM EDTA pH

8 ,0) seguido por for te agi tação dos tubos em vor tex por 4 minutos . Em

seguida , foram adic ionados 200 µL de T 1 0 E1 (10 mM Tris pH 7 ,5 , 1 mM

EDTA pH 8 ,0 , H 2 O Mil l iQ Autoclavada) e vor texado for temente por 30

segundos , seguido por cent r i fugação a 12 .000 rpm por 10 minutos . A

segui r foram t ransfer idos 300 µL do sobrenadante para out ro tubo

contendo 750 µL de e tanol absoluto gelado (Álcool Et í l i co Absolu to (99 ,5

%) P . A. ) e vor tex ado novamente por 1 minuto , seguido por cent r i fugação

a 12 .000 rpm por 10 minutos e descar te de todo o sobrenadante . Es te

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passo fo i repet ido novamente para r e t i rar qualquer resquíc io de e tanol que

tenha f icado nas paredes do tubo. Pos ter iormente , o tubo fo i deixado

aber to por 10 minutos para secar o DNA, seguido pela r essuspensão do

DNA com 50 µL de H 2 O mi l l iQ autoclavada . Em seguida fo i fe i ta uma

reação para e l iminar todo o RNA presente , ad ic ionando RNAse e

incubando a 37 °C em es tufa por 1 hora . Enf im, a amost ra fo i guardada

em freezer a -20 °C para ser u t i l i zada pos ter iormente em reações de PCR.

As reações de PCR foram real izadas por meio do k i t de PCR

STRATAGEN® ut i l i zando 20 pmol de cada pr imer ver i f icador (pr imer F e

pr imer R, vide Tabela 2) . Foi u t i l izado um termocic lador Mastercycle r

Gradient® (Eppendorf) , com um passo in ic ia l de 2 min a 95 °C, seguido

por 30 c ic los de 20 s a 95 °C; 40 s a 54 °C e 3 min a 72 °C. Ao f inal dos

c ic los fo i rea l izada uma ex tensão de 10 min , a 72 °C. Em seguida , a

reação de PCR fo i anal i sada a t ravés de e le t roforese em gel de agarose 0 ,7

% em Tampão TBE (45 mM Tris -bora to , 1 mM EDTA pH 8 ,0) contendo

2 ,5 µg/mL de brometo de e t íd i o para observação das bandas em luz U.V. .

3.13 Análi se de expressão gênica através de RT -PCR em tempo real

quanti tat ivo (qRT -PCR)

Para efe tuar as anál i ses da expressão dos genes AGT1 e SUC2 ,

modi f icados ou não , nas l inhagens es tudadas , as cé lulas foram p ré-

cresc idas em meio YP contendo 2 % de sacarose ou 2 % de gl icose , a té o

in íc io da fase exponencia l de cresc imento (OD 5 7 0 ~3 ,7) , quando então

foram rapidamente co le tadas , l avadas com água des t i l ada gelada (4 °C) e

congeladas em ni t rogênio l íqu ido . A segui r as cé lu las foram armazenadas

a -80 °C para pos ter ior anál i se . O RNA to ta l das cé lu las fo i ex t ra ído pelo

método de TRIzol (Invi t rogen) de acordo com as ins t ruções do fabr icante .

Pos ter iormente , o RNA ext ra ído fo i t ra tado com a enzima DNAse (Roche)

para e l iminar os f ragmentos de DNA potencia lmente restan tes . Em seguida

fo i rea l izado a s ín tese de cDNA ut i l izando o k i t Reverse Transcr ip t ion

Sys tem (Promega) de acordo com as ins t ruções dos fabricantes . Para a

execução do processo de PCR em tempo real , foi ut i l i zado o k i t KAPA

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SYBR FAST qPCR (KAPABiosys tems) também de acordo com as

especi f icações do fabr icante . Na reação foram empregados os respect ivos

o l igonucleot ídeos (Tabela 2) com homologia especí f ica aos genes em

ques tão . Uma curva padrão com cinco pontos f oi rea l izada para cada gene

a ser anal i sado . Todo o processo de reação e anál i se dos dados fo i fe i to

no equipamento S tepOnePlus Real -Time PCR Sys tem (Appl ied

Biosys tems) com sof tware própr io . Em cada ensaio fo i ge rada uma curva

de d i ssociação para conf i rma r a ampl i f icação de apenas um produto .

Todas as amost ras foram aval iadas em tr ip l ica ta .

3.14 Sequenciamento dos ale los

As anál i ses de sequenciamento foram fe i tas com os genes AGT1 da

l inhagem CEN.PK2-1C, com a sua forma modi f icada com a inserção do

gene TRP1 e do promotor da ADH1 en t re o promotor natura l e a ORF,

AGT1 -oe , da l inhagem PSY003; do gene SUC2 , t ambém da l inhagem

CEN.PK2-1C e da sua forma modi f icada com a inserção do gene TRP1 e

do promotor ADH1 en t re o pept ídeo s inal e a ORF, iSUC2 , da l inhagem

HCJ005-2 . Todas as 4 l inhagens são hapló ides e apresentam apenas um

ale lo de cada gene (v ide Tabela 1) .

Para o sequenciamento fo i ex t ra ído o DNA genômico de cada

l inhagem segundo o pro tocolo descr i to por Ausubel e t a l . (1992) . Em

seguida , os genes foram ampl i f icados por PCR ut i l izando os pr imers

AGT1-oe-FW01 e AGT1-oe-RV, no caso do AGT1 e da sua var ian te

modi f icada AGT1 -oe , e os pr imers iSUC2 -FW01 e iSUC2-RV, no caso do

SUC2 e da sua var ian te modi f icada iSUC2 . Após a ampl i f icação , as

amost ras foram pur i f icadas u t i l izando o k i t Wizard (Promega) e

encaminhadas juntamente com os respect ivos pr imers (Tabela 2) ao VIB

Genet ic Serv ice Faci l i t y (Bélgica ) para serem sequenciados. Os resu l tados

foram anal i sados e a l inhados u t i l izando o sof tware Vector NTI Advance

11 .0 ( Invi t rogen) .

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4 RESULTADOS

4 .1 Obtenção das l inhagens genet icamente modif icadas

Todas a l inhagens desenvolv idas neste es tudo são or iund as da famí l ia

de l inhagens CEN.PK, l inhagens de laboratór io indicadas para es tudos

f i s io lógicos por ser em mais próx imas das leveduras indust r ia i s , a lém de

possui r a capacidade de fermentar mal tose e expressar os genes MAL

cons t i tu t ivamente (VAN DIJCKEN et al . , 2000) .

Os genes AGT1 e SUC2 foram sobre -expressados e /ou inser idos no

genoma das l inhagens de levedura pel o processo de recombinação

homóloga, a t ravés de metodologias baseadas em PCR, como descr i to por

Puig e t a l . (1998) , Pet racek , Longt ine (2002) e Bat i s ta , Mi le t t i , S tambuk

(2004) . In ic ia lmente fo i produz ido um fragmento l inea r de DNA que

apresenta ex t remidad es (30 – 60 pares de bases) com homologia ao a lvo

de in teresse no genoma da levedura , f ragmento es te chamado “módulo de

modi f icação”. Para i s to , plasmídeos contendo as sequências de in teresse

foram ut i l i zados em uma reação de PCR, juntamente com

ol igonucleot ídeos in ic iadores ( pr imers) cons t ru ídos de forma a conter

regiões de homologia às regiões de in teresse no p lasmídeo e às regiões

a lvo no DNA da levedura (ver Tabela 2) . Quando as cé lu las foram

t ransformadas com es te módulo , e le se in tegrou por recombinaç ão

homóloga ao DNA da levedura , resu l tando em uma l inhagem com a nova

sequência de DNA inser ida na região de in teresse . Após a t ransformação,

os mutantes foram então se lec ionados em placas de Pet r i , contendo meio

de cu l t ivo confeccionado com a suplementaçã o requer ida pelos

marcadores inser idos juntamente com a sequência de in teresse , sendo

pos ter iormente rea l izada a conf i rmação por PCR ut i l izando pr imers que

permi tem ver i f icar se houve ou não a inserção corre ta do módulo no

genoma da levedura .

A Figura 7 demonstra como fo i rea l izada a sobre -expressão dos genes

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AGT1 (AGT1-oe ) e a forma in t racelu lar do SUC2 ( iSUC2 ) .

F i g u r a 7 - E s t r a t é g i a d e mo d i f i c a ç ã o d o s g en e s S U C 2 e A G T 1 n a s l i n h a g e n s d e S .

c e r e v i s i a e . A me s ma e s t r a t é g i a a p re s e n t a d a ac i ma p a r a o g e n e S U C 2 f o i

u t i l i z a d a n a s o b r e - e x p r e s s ã o d o g e n e A G T 1 , p o ré m s u b s t i t u i n d o - s e o s

p r i me r s S U C 2 -F 5 e S U C 2 -R 4 p e l o s p r i me r s AG T 1 -F 5 e AG T 1 -R 4 ,

r e s p e c t i v a me n t e ( T ab e la 2 ) .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

Como descr i to na in t rodução , o gene SUC2 expressa duas formas da

enz ima inver tase . O propós i to da in tervenção na expressão des te gene se

baseia no in teresse de que a forma ex t racelu lar da inver tase não se ja mais

expressa nas l inhagens . Ainda mais , é de a l to in teresse nes te t rabalho que

as l inhagens apres entem al ta expressão da forma in t racelu lar da enz ima.

No caso do gene SUC2 , a inserção do marcador auxot rófico de se leção

TRP1 e o promotor for te cons t i tut ivo do gene homólogo ADH1 no seu

in ter ior , exatamente após a sequência de s inal ização da forma ex t rac elu lar

da enz ima, permit iu a t ranscr ição de um mRNA sem es ta sequência

s inal izadora , expressando de forma cons t i tut iva apenas a forma

in t racelu lar iSUC2 (Figura 8) . Es t ra tégia semelhante fo i u t i l izada para

sobre-expressar o gene AGT1 em algumas l inhagens , porém, nes te caso , o

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local de inserção separa apenas o promotor natura l do gene e preserva

toda a ORF ( ing - open reading f rame ) (Figura 9) .

F i g u r a 8 - E s t r a t é g i a d e s o b r e - e x p r e s s ã o d a fo r ma i n t r a c e l u l a r d a e n z i ma i n v e r t a s e

e m S . c e r e v i s i a e ( v i d e F i g u r a 7 ) .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

F i g u r a 9 - E s t r a t é g i a d e s o b r e - e x p re s s ã o d a p e r me a s e A g t 1 p e m S . c e r e v i s i a e ( v i d e

F i g u r a 7 ) .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

Em out ras l inhagens , a es t ra tégia escolh ida para sobre -expressar o

gene AGT1 fo i d i ferente . O promotor for te cons t i tu t ivo empregado fo i o

do gene da gl icera ldeído -3P-desidrogenase (pGPD ) (Figura 10) . Além

disso , todo o gene AGT1 fo i ampl i f icado dent ro do módulo de

modi f icação . Isso nos permit iu lançar mão de uma est ra tégia de inserç ão

des te módulo nas regiões dos e lementos de t ranspos ições do genoma de S.

cerevis iae , es t ra tég ia descr i ta por Guerra e t a l . (2006) . Es ta es t ra tégia

não u t i l izou a inserção de nenhum marcador auxot rófico de se leção ,

obr igando a rea l ização do procedimento d e t ransformação em uma

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l inhagem de S. cerevis iae que não apresentava o gene AGT1 em seu

genoma. A se leção des ta l inhagem fo i rea l izada em meios contendo

mal to t r iose como fonte de carbono e ant imicina A ( ALVES JUNIOR et a l . ,

2008) .

F i g u r a 1 0 - E s t r a t é g i a d e i n s e r ç ã o n o s e l e me n t o s T Y e s o b r e - e x p r es s ã o d a p e r me a s e

A g t 1 p n a s l i n h a g e n s d e S . c e r e v i s i a e .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

Após uma sér ie de t ransformações e cruzamentos , a l inhagem

CEN.PK2-1C deu or igem a uma grande var iedade de novas l inhagens com

caracter í s t icas def in idas . A Figura 11 apresenta , por exemplo , como a

l inhagem BSY021-34B fo i obt ida . Es ta l inhagem fo i u t i l izada nes te es tudo

como representante do grupo de vár ias l inhagens hapló ides que

apresentam a sobre -expressão do iSUC2 em seu genoma (STAMBUK et

a l . , 2009a) .

J á a Figura 12 apresenta como a l inhagem dip ló ide HCJ003 foi

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cr iada . Na Figura 13 pode ser compreendido como todas as l inhagens

d ip lóides ut i l i zadas nes te es tudo foram obt idas .

F i g u r a 1 1 - Ob t e n ç ã o d a l i n h a g e m B S Y 0 2 1 -3 4 B . As l i n h a g e n s s o f r e r a m

t r a n s fo r ma ç õ e s ( s e t a s p r e t a s ) e c r u z a me n t o s ( s e t a s v e r me l h a s ) a t é

a l c a n ç a r e m o s p e r f i s d e i n t e r e s s e p a r a o e s t u d o , c o n fo r me d e s c r i to

e m M a t e r i a i s e M é t o d o s .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

F i g u r a 1 2 - O b t e n ç ão d a l i n h a g e m H C J 0 0 3 . As l i n h a g e n s s o f r e r a m c r u z a me n t o s ( s e t a s

v e r me l h a s ) a t é a l c a n ç a r e m o s p e r f i s d e i n t e r e s s e p a r a o e s t u d o ,

c o n fo r me d e s c r i t o e m M a t e r i a i s e M é t o d o s .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

A l inhagem dip ló ide CEN.PK122 é uma l inhagem da famí l ia da

CEN.PK2-1C, e possui o mesmo background genét ico des ta (Tabela 1) . A

CEN.PK122 fo i ut i l izada nes te t rabalho como parâmet ro de comparação

para as novas l inhagens de laboratór io d ipló ides modi f icadas . As

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l inhagens d ipló ides indus t r ia is CA T-1 e PE-2 são l inhagens i soladas de

dornas de fermentação em processos indus t r ia i s de produção de e tanol

(BASSO et a l . , 2008; STAMBUK et a l . , 2009b) , e foram ut i l i zadas neste

t rabalho como parâmet ro de comparação .

F i g u r a 1 3 - O b t e n ç ão d a s l i n h a g e n s d i p l ó i d es g e n e t i c a me n t e mo d i f i c a d a s . E s t a f i g u r a

a p r e s e n t a d e mo d o b ás i c o a o r i g e m d e c a d a l i n h a g e m u t i l i z a d a n e s t e

e s t u d o . As c a r ac t e r í s t i c a s d e i n t e r e s s e n e s t e t r ab a l h o e s t ão c i t a d as d e

fo r ma r e s u mi d a a b a i x o d o n o me d e c a d a l i n h a g e m. Le g e n d a s : a = M A T a ,

α = M A T α , o e = “o v e r e x p r e s s e d ” ( so b r e - e x p re s s a d a ) , T Y 1 = co n s t r u ç ã o

g ê n i c a i n s e r i d a n a s r eg i õ e s d o s e l e me n t o s t r a n s p o n í v e i s . As s e t a s d e

d i f e r e n t e s c o r e s fo r am u s a d a s a p e n a s p a r a d i s t i n g u i r a s s e t a s q u e s e

s o b r ep õ e m. O s c r u z a me n t o s o c o r r e m a p e n a s n o s c í r c u l o s f e c h a d o s .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

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Como o obje t ivo des te t rabalho fo i o de obter l inhagens com a

capacidade de consumir a sacarose apenas por meio da sua captação d i re ta

pela permease Agt1p e sua pos ter ior h idró l i se a penas pela forma

in t racelu lar da enz ima inver tase , fo i necessár ia a in tervenção nas formas

de expressão dos seus respect ivos genes , AGT1 e SUC2 , conforme descr i to

ac ima. As Figuras 14 e 15 apresentam os resu l tados da anál i se por PCR

visando a conf i rmação d a inserção de um fragmento de DNA contendo o

gene marcador auxot róf ico TRP1 e o promotor forte cons t i tu t ivo p ADH1 à

f ren te do gene SUC2 , p roduz indo o a le lo iSUC2 nas l inhagens de

in teresse .

F i g u r a 1 4 - C o n f i r ma ç ã o p o r P C R d a i n s e r ç ã o d o mó d u l o d e s o b r e - e x p r e s s ã o n a

r e g i ã o d o g e n e S U C 2 n o g e n o ma d e l i n h a g e n s d e S . c e r e v i s i a e ,

u t i l i z a n d o u m ú n i c o p a r d e p r i me r s . O s t a ma n h o s d o s f r a g me n t o s

o b t id o s i n d i c a m a p r e s e n ç a d a c o n s t r u ç ã o d e se j ad a .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

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F i g u r a 1 5 - C o n f i r ma ç ã o p o r P C R d a i n s e r ç ã o d o mó d u l o d e s o b r e - e x p r e s s ã o n a

r e g i ã o d o g e n e S U C 2 n o g e n o ma d e l i n h a g e n s d e S . c e r e v i s i a e ,

u t i l i z a n d o d o i s p a r e s d e p r i me r s . O s t a ma n h o s d o s f r a g me n t o s o b t i d o s

i n d i c a m a p r e s e n ç a d a c o n s t r u ç ã o d e s e j a d a .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

Para as l inhagens wt (wild-type ) , que não sofreram qualquer

in tervenção genét ica em laboratór io no gene SUC2 , com o par de pr imers

u t i l i zado (Tabela 2) esperava -se a formação de um fragmento de 543 pb ,

enquanto que nas l inhagens iSUC2 , esperava-se um fragmento bem maior ,

de 1934 pb . O tamanho dos f ragmentos apresentados nas Figuras 14 e 15 é

condizente com a modi f icação genet ica in t roduz ida na l inhagem es tudada,

exceto pela l inhagem BSY021 -34B, na qual por motivos a inda não

esc larecidos não apresentou ampl i f icação de nenhum fragmento por PCR

especí f ico para a cons t rução do a le lo iSUC2 , embora os exper imentos que

serão apresentados ad iante conf i rmam a sobre -expressão do iSUC2 nes ta

l inhagem.

Uma anál i se semelhante v i sando confi rmar a modi f icação da região

promotora e sobre -expressão do gene AGT1 es ta most rada na Figura 16 .

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Os resul tados de PCR, u t i l izando os respect ivos pr imers (Tabela 2) ,

mos t ram que as l inhagens sem al teração no gene AGT1 apresentam um

fragmento de 551 pb , enquanto que aquelas l inhagens nas quais fo i

inser ido o módulo TRP1+pADH1 à f ren te do AGT1 apresentam um

fragmento de 1942 pb . Inclus ive , pode ser ver i f icada a ex is tência dos dois

a le los na l inhagem HCJ001 (vide Figura 16 e Figura 13 ac ima) .

F i g u r a 1 6 - C o n f i r ma ç ã o p o r P C R d a i n s e r ç ã o d o mó d u l o d e s o b r e - e x p r e s s ã o n a

r e g i ã o d o g e n e A G T 1 n o g e n o ma d e l i n h a g e n s d e S . c e r e v i s i a e . O s

t a ma n h o s d o s f r a g me n t o s o b t i d o s i n d i c a m a p r e s e n ç a d a c o n s t r u ç ã o

d e s e j a d a .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

A Figura 17 apresenta a conf i rmação por PCR da sobre -expressão do

gene AGT1 , u t i l izando a es t ra tégia de inserção do módulo contendo o

promotor for te cons t i tu t ivo p GPD seguido pelo gene AGT1 com seu

terminador t rocado pelo t PGK , nas regiões dos e lementos Ty1 . Pela região

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de l igação dos o l igonucleot ídeos , esperava -se a obtenção de um fragmento

de 551 pb para as l inhagens que possuíssem o gene AGT1 na sua forma

normal (se lvagem), enquanto que as l inhagens que apresentassem o gene

AGT1 regulado pelo promotor p GPD , dever iam apresentar um fragmento

de 840 pb . Linhagens que não possuíam no seu genoma qualquer forma do

gene AGT1 não dever iam apresentar ampl i f icação , como ocorr ido na

l inhagem BSY022-26C.

F i g u r a 1 7 - C o n f i r ma ç ã o p o r P C R d a i n s e r ç ã o d o mó d u l o d e s o b r e - e x p r e s s ã o d o g e n e

A G T 1 n o s e l e me n t o s T y 1 g e n o ma d e l i n h a g e n s d e S . c e r e v i s i a e . O s

t a ma n h o s d o s f r a g me n t o s o b t id o s i n d i c a m a p r e s e n ç a d a co n s t r u ç ã o

d e s e j a d a . F o r a m u t i l i z a d o s 2 p a r e s d e p r i me r s e m d i f e r e n t e s r e a ç õ e s d e

P C R p a r a c a d a l i n h a g e m. Ap ó s a r e a ç ã o , a s a mo s t r a s fo r a m mi s t u r a d a s e

p i p e t ad a s n o p o ç o r e f e r e n t e a c a d a l i nh a g e m n o g e l d e c o r r id a

e l e t r o fo r é t i c a .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

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É importante ressal tar que nes te caso a técnica de PCR permite

apenas a conf i rmação de que houve a recombinação homóloga e que as

sequências agora se encont ram presentes nas regiões esperadas . Porém, é

necessár io ver i f icar a corre ta funcional idade das modi f icações

in t roduz idas no genoma de cada l inhagem, ou se ja , se ocorre a expressão

da pro te ína confor me o esperado. No in tu i to de conf i rmar as modi f icações

genét icas , foram real izados exper imentos b ioquímicos capazes de

ident i f icar fenot ip icamente a funcional idade do s genes em es tudo .

4 .2 Caracterização das l inhagens genet icamente modif icadas

Em S. cerevis iae o gene SUC2 permi te a s ín tese das formas in t ra e

ex t racelu lar da enzima inver tase (GROSSMANN, ZIMMERMANN, 1979 ;

CARLSON, BOTSTEIN, 1982 ) . A a t iv idade da enz ima inver tase nas

d i ferentes l inhagens , após cresc imento em sacarose , es tá most rada na

Figura 18 . As l inhagens wt CEN.PK2-1C e CEN.PK122 apresentam, como

esperado, a l ta a t ividade da inver tase ex t racelu lar e baixa a t iv idade da

forma in t racelu lar da enz ima , e resu l tado semelhante fo i obt ido com as

l inhagens indust r iai s CAT -1 e PE-2 . Por out ro lado, as l inhagens das

sér ies BSY e HCJ apresentaram al tos n íveis de a t iv idade inver tase

in t racelu lar . Inclus ive , as l inhagens d ip ló ides HCJ003, 006 , 007 e 008,

que possuem duas cópias do a le lo modif icado iSUC2 , apresentaram níveis

de inver tase in t racelu lar maio res do que as l inhagens d ip ló ides HCJ001 e

002, ambas com apenas uma cópia do gene iSUC2 (vide Figura 13) .

Um deta lhe que deve ser ressa l tado é o fa to de que é poss ível notar

na Figura 18 que as l inhagens com o gene iSUC2 apresentam uma supos ta

a t iv idade inver tase ex t racelu lar . Como qualquer out ra técnica , a t écnica

u t i l i zada para es t imar a a t iv idade inver tase ex t racelular possui l imitações .

Uma das e tapas no ensaio enzimát ico é a u t i l i zação do f luore to de sódio

(NaF) para ev i tar que a gl icose formada a par t i r da sacarose se ja

metabol izada pela via gl ico l í t i ca . O f luore to se l iga ao magnés io (Mg2 +

) e

in ib i a ação da enz ima enolase , que tem o papel de des idra tar o 2 -

fosfogl icera to , formando uma molécula de água e fosfoenolp i ruvato. Com

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a v ia gl ico l í t i ca parad a, a gl icose que é formada a par t i r da sacarose pela

ação da forma ext racelu lar da enzima inver tase não pode ser metabol izada

pelas cé lu las de levedura , que é en tão quant i f icada para ca lcu lar a

a t iv idade especí f ica da enz ima (SILVEIRA, CARVAJAL, BON, 1996) .

Porém, como as condições u t i l izadas para determinar a h idró l i se e o

t ranspor te u t i l izam o mesmo pH para incubar as cé lu las , nas l inhagens que

não possuem a t ividade inver tase ex t racelu lar a sacarose pode ser captada

rap idamente para o in ter ior da cé lu la . A segui r , a grande quant idade de

gl icose l iberada pela h idró l i se in t racelu lar da sacarose pode sofrer escape

para o ex ter ior da cé lu la por meio dos t ranspor tadores de hexoses HXTs ,

capazes de t ranspor tar açúcares nos dois sent idos (BOLES ,

HOLLEMBERG, 1997) . Isso pode levar a detecção de gl icose no meio ,

resu l tando na fa lsa impressão de uma at iv idade inver tase ex t racelu lar .

F i g u r a 1 8 - At i v i d a d e i n v e r t a s e n a s l i n h a g e n s d e S . c e r e v i s i a e . Ap ó s c r e s c i me n t o e m

me i o Y P - 2 % s a c a r o s e , a s a t i v i d a d e s i n v e r t a s e i n t r a e e x t r a c e l u l a r f o r a m

d e t e r mi n a d a s n a s c é l u l a s d a s l i n h a g e n s i n d i c a d a s c o mo d e s c r i t o e m

M a t e r i a i s e M é t o d o s .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

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Contudo, o resul tado do exper imento de determinação da a t iv idade da

inver tase em gel de pol iacr i lam ida após corr ida e le t roforé t ica , mos t rada

na Figura 19 , mos t ra c laramente que as l inhagens contendo o gene iSUC2

expressam apenas a forma in t racelu lar (~135 kDa) não -gl icos i lada e não -

ol igomérica da enz ima, enquanto que nas l inhagens SUC2 wt a forma

ex t racelu lar (>>270 kDa) é também vis ível no topo do gel ( GROSSMANN,

ZIMMERMANN, 1979; WILLIAMS et a l . , 1985; REDDY et a l . , 1988) .

Note que a l inhagem BSY021 -34B, que não teve sua modi f icação do

iSUC2 conf i rmada por PCR, apresentou apenas a forma in t racelu lar da

inver tase .

F i g u r a 1 9 - E l e t ro fo r e s e e m g e l d e p o l i a c r i l a mi d a d a i n v e r t a s e p r e s e n t e n a s c é l u l a s .

E x t r a t o s c e l u l a r e s d a s l i n h a g e n s i n d i c a d a s fo r a m s u b me t i d o s à

e l e t r o fo r e s e , e a a t i v i d a d e i n v e r t a s e d e t e r mi n a d a c o l o r i me t r i c a me n t e n o

g e l c o mo d e s c r i t o em M a t e r i a i s e M é t o d o s . As p o s i ç õ e s d a s d u a s

i s o fo r ma s d a i n v e r t a s e e s t ã o i n d i c ad a s à e s q u e r d a d a f i g u r a .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

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Por out ro lado, como a express ão da inver tase ex tracelu lar é

sabidamente repr imida pela gl icose (REDDY et a l . , 1988; OZCAN et a l . ,

1997; DYNESEN et a l . , 1998; SCHMIDT, 1998; BU , ECHEGARAY et a l . ,

2000; HERWING et a l . , 2001; HAQ, SHAFIQ, ALI, 2003 ; BELINCHÓN,

GANCEDO, 2006) , as modi ficações in t roduz idas no gene SUC2 , que

pos ic ionaram um promotor for te e cons t i tu t ivo regulando a expressão da

forma in t racelu lar da inver tase (a le lo iSUC2 ) , podem ser melhor

v i sual izadas após cresc imento das l inhagens em gl icose (Figura 20) .

Enquanto que as l inhagens indus t r iai s e a l inhagem wt CEN.PK122

apresentaram baix íss imos n íveis de a t iv idade inver tase , t an to da forma

in t racelu lar mas principalmente da forma ex t racelular , as l inhagens que

sofreram modi ficação no gene SUC2 cont inuaram apresentando e levados

n íveis de a t ividade da inver tase in t racelu lar , mesmo após cresc imento em

gl icose . Es tes resul tados indicam que a es t ra tégia u t i l i zada para a sobre -

expressão do a le lo iSUC2 es tá , de fa to , con duz indo a expressão

cons t i tu t iva des te gene com um aumento s igni f ica t ivo na produção da

inver tase int racelu lar , independentemente da presen ça de repressores e /ou

a t ivadores c lass icamente envolv idos na regulação da expressão dos genes

SUC , a lém de es tar impedindo a produção da forma ex t racelu lar da

enz ima.

A a t iv idade do t ranspor tador Agt1p fo i aval iada a t ravés do t ranspor te

de p -n i t rofeni l -α -D-gl icos ídeo (pNPαG ) pe las cé lu las , um subs t ra to

análogo à mal tose e especí f ico para a permease codi f icada pelo gene

AGT1 (HOLLATZ, STAMBUK, 2001) . A Figura 21 most ra que as

l inhagens PSY003, HCJ001 e 002 , que possuem o gene AGT1 regulado

pelo promotor const i tut ivo p ADH1 , e as l inhagens HCJ005 -2 , 006 e 007,

que possuem es te gene regulado pelo promotor const i tut ivo p GPD ,

apresentaram uma a t iv idade de t ransporte maior que as out ras l inhagens .

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F i g u r a 2 0 - At i v i d a d e i n v e r t a s e n a s l i n h a g e n s d e S . c e r e v i s i a e . Ap ó s c r e s c i me n t o e m

me i o Y P - 2 % g l i c o s e , a s a t i v i d a d e s i n v e r t a s e i n t r a e e x t r a c e l u l a r f o r a m

d e t e r mi n a d a s n a s c é l u l a s d a s l i n h a g e n s i n d i c a d a s c o mo d e s c r i t o e m

M a t e r i a i s e M é t o d o s .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

A l inhagem HCJ003 , que possui duas cópias normais do gene,

apresentou uma a t iv idade de t ransporte semelhante à da l inhagem wt

CEN.PK122, o mesmo se apl icando às l inhagens haplóides BSY021 -34B e

CEN.PK2-1C. A l inhagem dip ló ide HCJ008, que possui apenas uma cópia

do gene AGT1 , apresentou a metade da a t iv idade de t ranspor te encont rada

na l inhagem CEN.PK122. Como esperado, a l inhagem BSY022 -26C

(agt1∆ ) não apresentou t ransporte do subs t ra to. Sabe-se que as l inhagens

indus t r ia i s CAT-1 e PE-2 possuem o gene AGT1 , mas es te gene é

aparentemente não -funcional nes tas l inhagens já que es tas cé lu las são

incapazes de fermentar ef ic ien temente a mal to t r iose , uma caracter í s t ica já

descr i ta para out ras l inhagens indus t r iai s ( ZASTROW et a l . , 2000, 2001;

VIDGREN, RUOHONEN, LONDESBOROUGH, 2005; STAMBUK et a l . ,

2006; ALVES JUNIOR , 2010; DUVAL et a l . 2010) . Recentemente Alves

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Junior (2010) rea l izou uma anál i se por sequ enciamento do gene AGT1

nes tas l inhagens , e f icou c laro que embora o gene apresente

pol imorf i smos na sequência , e le codi f ica uma pro te ína in te i ra , mas com

uma região promotora mui to d i ferente do s genes MAL conhecidos

(V ID G R E N e t a l . , 2 0 11 ) .

F i g u r a 2 1 - A t i v i d a d e d e t r a n s p o r t e p e la p e rme a s e Ag t 1 p . Ap ó s c r e s c i me n t o e m me i o

Y P -2 % s a c a ro s e , f o i d e t e r mi n a d a a a t i v i d a d e d e t r a n s p o r t e d o s u b s t r a t o

p N P α G p e l a s c é l u l a s d a s l i n h a g e n s i n d i c a d a s , co n fo r me d e s c r i t o e m

M a t e r i a i s e M é t o d o s .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

No exper imento apresentado na Figura 21 os dados de t ranspor te são

def in idos a par t i r do produto (p -n i t rofenol ) l iberado durante a h idró l i se

do pNPαG pela enzima mal tase (α -gl icos idase) após o t ranspor te . Sendo

ass im, es te exper imento dep ende d i re tamente da a t iv idade enz imát ica da

mal tase nas cé lu las de levedura , uma vez que a ausência des ta enzima ou

sua baixa a t iv idade de h idról i se pode subes t imar ou até mesmo impedi r a

determinação da a t iv idade de t ranspor te do pNPαG pela permease Agt1p .

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A Figura 22 most ra os resu l tados da a t iv idade enzimát ica da mal tase com

os subs t ra tos mal tose e pNPαG em algumas das l inhagens anal i sadas .

Apesar da var iação ex is ten te en t re as l inhagens , todas apresentam

cons iderável a t iv idade mal tase , e por tan to a meno r a t iv idade de t ranspor te

apresentada pelas l inhagens HCJ003 e 008 não são consequência de uma

menor a t ividade de h idró l ise do pNPαG (comparar as Figuras 21 e 22) .

F i g u r a 2 2 - A t i v i d a d e d e h i d r ó l i s e p e l a ma l t a s e . Ap ó s c r e s c i me n t o e m me i o Y P -2 %

s a c a r o s e , a s a t i v i d ad es d e h i d r ó l i s e d o s s u b s t r a t o s p NP α G e ma l t o s e

p e l a s c é l u l a s d a s l i n h a g e n s i n d i c a d a s fo r a m d e t e r mi n a d a s c o n fo r me

d e s c r i to e m M a t e r i a i s e M é t o d o s .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

4.3 Metabol ização de açúcares pelas l inhagens

A Figura 23 apresenta o perf i l de cresc imento em vár ias fontes de

carbono para cada combinação poss ível dos genes SUC2 e AGT1

anal i sados nes te t rabalho . Nes ta f igura é poss ível notar que a l inhagem wt

apresentou bom crescimento em gl icose , mal tose , mal to t r iose , sacarose e

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raf inose . O cresc imento em raf inose fo i menor do que nas out ras fontes de

carbono, o que pode ser expl icado pelo fa to da raf inose ser um

t r i ssacar ídeo formado por uma molécula de α -D-galactose l igada a uma

molécula de α -D-gl icose l igada a uma molécula de β -D-fru tose . Para

consumir todo es te açúcar , a cé lu la precisa expressar duas enz imas

d i ferentes : a inver tase ex t racelu lar , para h idro l i sar a l igação ent re a

f ru tose e a gl icose , e a mel ib iase (α -D-galactos ídase) , para h idro l i sar a

l igação ent re a gal ac tose e gl icose (ALBON, GROSS, 1950; WILLIAMS,

BEVENUE, 1951 ; FLETCHER, DIEHL, 1952 ) . Como l inhagens de S.

cerevis iae não possuem mel ibiase , as cé lu las consomem apenas a f ru tose

l iberada no meio graças à a t iv idade da inver tase ex t racelu lar .

Por out ro lado , a deleção do gene SUC2 cont inua permi t indo o

cresc imento em sacarose (Figura 23) , porém torna a cé lu la incapaz de

u t i l i zar a raf inose. Isso ocorre devido ao t ranspor te do açúcar e à

presença da mal tase (α -gl icos idase) , uma enz ima expressa pelo gene

MAL22 e que é capaz de h idro l i sar tan to a mal tose quanto a sacarose

(KAHN, ZIMMERMANN, EATON, 1973; NEEDLEMAN, 1991 ; BADOTTI,

BATISTA, STAMBUK, 2006; DARIO, 2007 ; BADOTTI e t a l . , 2008) .

J á a deleção do gene AGT1 ( t ranspor tador de a l ta af inidade para

sacarose , e baixa para mal tose e mal to t r iose) afe ta apenas a metabol ização

da mal to t r iose , como já descr i to an ter iormente ( ALVES JUNIOR et a l . ,

2008) . Finalmente , a s l inhagens que apresentam a dele ção de ambos os

genes AGT1 e SUC2 , passaram a não metabol izar não só a mal to t r iose e

raf inose , mas também a sacarose (Figura 23) . Es ta caracter í s t ica fo i

u t i l i zada na es t ra tégia de obtenção da l inhagem com o gene SUC2

modi f icado para sobre-expressar a form a in t racelu lar da inver tase

( l inhagem iSUC2 PSY004) , como most rado na Figura 11 ac ima. F oi

pos tu lado que uma l inhagem que não apresenta o gene AGT1 , porém

expressa o gene iSUC2 , t ambém não crescer ia em meios contendo raf inose

e mal tot r iose , embora seu comp ortamento na presença de sacarose era uma

incógni ta . De fa to , es ta l inhagem ainda consegue apresentar cresc imento

em sacarose , apesar de ser c laramente mais len to (Figura 23) . Como

most rado por Badot t i e t a l . (2008) , cé lu las de S. cerevis iae com deleção

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do AGT1 cont inuaram t ranspor tando e u t i l izando o d i ssacar ídeo ,

t ranspor te provavelmente mediado pelos t ransportadores de mal tose

codi f icado pelo(s ) gene(s ) MALx1 , que possuem baixa af in idade pela

sacarose (STAMBUK, BATISTA, DE ARAÚJO, 2000; STAMBUK , DE

ARAÚJO, 2001) .

F i g u r a 2 3 - C r e s c i me n t o d a s l i n h a g e n s e m d i f e r e n t e s fo n t e s d e c a r b o n o . A d e n s i d a d e

ó t i c a d a s c u l t u r a s i n o cu l a d a s c o m a s l i n h a g e n s i n d i c a d a s n o me i o Y P co m

a s d i v e r s a s fo n t e s d e c a r b o n o fo i d e t e r mi n a d a a o l o n g o d o t e mp o n u ma

p l a c a d e 9 6 p o ç o s c o m o d e s c r i t o e m M a t e r i a i s e M é t o d o s .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

Após a obtenção da l inhagem agt1Δ + iSUC2 , e cruzamento com

l inhagens AGT1 + suc2Δ (v ide Figura 11 ac ima) , fo i poss ível obter as

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l inhagens contendo apenas a forma in t racelu lar da inver tase sobre -

expressa ( iSUC2 ) e nenhum problema no t ransporte de sacarose ( AGT1 ) ,

permi t indo a ut i l ização ef ic ien te da sacarose presente no meio pela sua

captação d i re ta e hidró l ise int racelu lar (Figura 23) . As vár ias l inhagens

hapló ides ob t idas nos cruzamentos descr i tos nes ta f igura foram

pos ter iormente cruzadas com out ras l inhagens hapló ides que sobre -

expressam (ou não) o gene AGT1 , permi t indo a obtenção de out ros

conjuntos de l inhagens d ip ló ides com caracter í s t icas desejadas (v ide

Figura 13 ac ima) .

Finalmente , cabe sa l ien tar que a té o momento não há es tudos

indicando a lguma forma de t ranspor te da raf inose para o meio in t racelular

em S. cerevis iae , caracter í s t ica que fo i inc lusive ut i l i zada para a

expressão de um t ranspor tador codi f icado po r um gene het eró logo (MBT1 )

ob t ido de um fungo f i topatogeno , e que t ranspor ta com sucesso a raf i nose

e mel ib iose nas cé lu las de levedura (LINGNER et a l . , 2011) . Ent re tan to,

nossos resu l tados indicam que a permease AGT1 p rovavelmente t ranspor ta

raf inose , provavelmente com baixa at iv idade, uma vez que a l inhagem

iSUC2 + AGT1 apresenta um crescimento marginal em raf inose , enquanto

que a l inhagem iSUC2 + agt1Δ é to ta lmente incapaz de usar es te

t r i saccar ídeo (Figura 23) .

A Figura 24 apresenta o perf i l de cresc imento das l inhagens d ipló ides

em meio r ico YP contendo 2% sacarose , onde as l inhagens wt CEN.PK122,

e a l inhagem indus t r ia l CAT -1, foram ut i l i zadas como cont ro le . Enquanto

es tas duas l inhagens in iciam a fase exponencia l de cresc imento por vol ta

de 10 horas de incubação , a s l inhagens d ipló ides modi ficadas do grupo

HCJ a lcançam es ta fase mais cedo, por vol ta de 5 horas , demonst rando

maior habi l idade em meios contendo sacarose . Contudo, as l inhagens

HCJ002, HCJ003 e HCJ008 apresentaram uma velocidade de cresc im ento

menor que as l inhagens wt CEN.PK122 e CAT-1. Mesmo possuindo um

ale lo pADH1 : :AGT1 , a l inhagem HCJ002 não demonst rou di ferenças

notáveis no seu perf i l de cresc imento em comparação com as l inhagens

HCJ003 e 008, que possuem apenas ale los normais do gene AGT1 (Figura

13) . Em cont rapar t ida , as l inhagens d ipló ides HCJ006 e HCJ007

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apresentaram notável habi l idade de cresc imento em meio contendo

sacarose , in ic iando e encerrando sua fase exponencia l de cresc imento

mais rap idamente que as out ras l inhagens . A presença do a le lo

pGPD : :AGT1 : : tPGK nas l inhagens HCJ006 e 007 induz iu um aumento na

velocidade de cresc imento em sacarose f ren te as out ras l inhagens ,

pr incipalmente se comparadas à l inhagem HCJ008, que é i sogênica à

l inhagem HCJ006, porém sem o a lelo p GPD : :AGT1 : : tPGK (v ide Figura

13) .

F i g u r a 2 4 - C r e s c i me n t o d a s l i n h a g e n s d i p l ó i d e s e m me i o Y P c o m s a c a r o s e 2 % . A

d e n s i d a d e ó t i c a d a s c u l t u r a s i n o c u l a d a s c o m a s l i n h a g e n s i n d i c a d a s fo i

d e t e r mi n a d a a o l o n g o d o t e mp o n u ma p l a c a d e 9 6 p o ço s c o mo d e s c r i t o

e m M a t e r i a i s e M é t o d o s .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

4.4 Anál i se do perf i l f ermentat ivo em baixas concentrações de sacarose

Para aval iar os efe i tos da sobre -expressão dos genes iSUC2 e AGT1

no perf i l fermenta t ivo das novas l inhagens em meios com sacaro se e

s imulando as condições ex is tentes nos processos indus t r ia i s , foram

real izadas fermentações em bate lada com al tas concent rações de cé lu las

(aprox imadamente 10 g/L de peso seco , 30 g/L de peso úmido) , como

descr i to em Mater ia i s e Métodos. In ic ia lmente f oram real izados

exper imentos de fermentação em bate lada contendo 20 g/L de sacarose ,

que é cons iderada uma concent ração baixa para a indúst r ia (WHEALS et

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al . , 1999; BORZANI e t a l . , 2001) . A Figura 25 demonst ra o perf i l

fermenta t ivo da l inhagem indus t r ia l C AT-1. Esta l inhagem esgotou os

açúcares em pouco mais de uma hora , com produção de ~5 g/L de gl icose

e f ru tose , e a lcançando um pico de 8 g/L de e tanol em 1 hora .

F i g u r a 2 5 - F e r me n t a ç ã o e m b a t e l a d a co m 2 0 g / L d e s a c a r o s e p e l a l i n h a g e m C AT -1 .

O c o n s u mo d e s a c a r o s e , p ro d u ç ã o d e g l i c o s e , f r u t o s e e e t a n o l , b e m c o mo

a c o n c e n t r a çã o c e l u l a r , f o r a m d e t e r mi n a d o s a o lo n g o d o t e mp o co n fo r me

d e s c r i to e m M a t e r i a i s e M é t o d o s .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

Na Figura 26 , a l inhagem CEN.PK2 -1C consome rapidam ente a

sacarose nas pr imeiras 2 hs , produz indo 3-4 g/L de gl icose e f ru tose no

meio , devido á h idró l i se causada pela a t iv idade inver tase ex t racelu lar que

es ta l inhagem possui . A segui r todos os açúcares foram fermentados a té

e tanol , enquanto que a b iomassa pra t icamente dobrou durante o processo

de fermentação .

Um perf i l de fermentação d is t in to fo i observado quando a l inhagem

hapló ide BSY021-34B fo i u t i l izada . Es ta l inhagem apresenta em seu

genoma um ale lo do gene iSUC2 , e nes te caso a saca rose cont ida no me io

também fo i consumida e f ermentada em ~2 hs , porém pra t icamente não fo i

detec tado gl icose ou f ru tose ex t racelularmente (Figura 26) , ref le t indo a

ausência da inver tase ex t racelu lar nes ta l inhagem. Apesar do novo

comportamento demonst rado por es ta l inhagem , a produção de e tanol e o

tempo de consumo da sacarose não foram afe tados , o que já caracter iza

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uma vantagem para es ta l inhagem, uma vez que fo i d iminuída a

d i sponib i l idade de gl icose e f ru tose no meio para eventuais

microrganismos indesejáveis .

F i g u r a 2 6 - F e r me n t a ç ã o e m b a t e l ad a co m 2 0 g / L d e s a c a r o se p e l a s l i n h a g e n s

h a p l ó i d e s . O co n s u mo d e s a ca ro s e , p ro d u çã o d e g l i c o s e , f r u t o s e e

e t a n o l , b e m c o mo a c o n c e n t r a ç ã o c e l u l a r , f o r a m d e t e r mi n a d o s a o l o n g o

d o t e mp o c o n fo r me d e s c r i t o e m M a t e r i a i s e Mé t o d o s .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

Os resu l tados obt idos com a s l inhagens d ipló ides es tão apresentados

na Figura 27 . Enquanto que a l inhagem wt CEN.PK122 consumiu toda a

sacarose em 2 hs , produzindo 3-4 g/L de gl icose e f ru tose no meio , de

forma semelhante à l inhagem haplóide CEN.PK2 -1C (Figura 26) , as

l inhagens d ip ló ides genet icamente modi f icadas apresentaram perf i s de

consumo e fermentação de sacarose d i s t intos (v ide Figura 27) , embora o

perf i l de captação d i re ta e h idró l i se in t racelu lar da sacarose es te ja

c laramente presente .

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F i g u r a 2 7 - F e r me n t a ç ã o e m b a t e l ad a co m 2 0 g / L d e s a c a r o se p e l a s l i n h a g e n s

d i p ló i d e s . O co n s u mo d e s a c a r o s e , p ro d u çã o d e g l i c o s e , f r u t o se e

e t a n o l , b e m c o mo a c o n c e n t r a ç ã o c e l u l a r , f o r a m d e t e r mi n a d o s a o l o n g o

d o t e mp o c o n fo r me d e s c r i t o e m M a t e r i a i s e Mé t o d o s .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

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Em termos gera i s , é possível ver i f icar que as l inhagens que

apresentam o gene AGT1 normal (a HCJ003 com duas cópias , e a HCJ008

com apenas uma cópia) fermentaram a sacarose mais len tamente , l evando

~3 hs para o consumo to ta l do açúcar (Figura 27) . Um consumo mais

ráp ido da sacarose fo i observado com a l inhagem HCJ002, que possui uma

cópia do iSUC2 e do pADH1 : :AGT1 no seu genoma, e pr incipalmente com

a l inhagem HCJ007 que possui duas cópias do gene iSUC2 e

poss ivelmente vár ias cópia(s ) do gene p GPD : :AGT1 : : tPGK inser idas nos

e lementos Ty1 do seu genoma (Figura 27) . Ass im, os resul tados sugerem

que a sobre -expressão do AGT1 cont r ibui para o aumento da velo cidade da

captação da sacarose , apesar de que as baixas concent rações de sacarose

u t i l i zadas podem não ser suf icien tes para ref le t i r um incremento na sua

captação pela permease Agt1p . É impor tan te sa l ientar que a l inhagem

HCJ007 possui duas cópias do gene iSUC2 , enquanto que a l inhagem

HCJ002 possui apenas uma cópia deste a le lo .

4.5 Anál i se do perf i l f ermentat ivo em al tas concentrações de sacarose

A segui r anal i samos o desempenho destas l inhagens em fermentações

em bate lada contendo 200 g/L de sacarose , e nsaio experimenta l que se

assemelha mais às condições indus t r ia i s de produção de á lcool

combust ível no Bras i l (WHEALS et a l . , 1999; BORZANI e t a l . , 2001) . Na

Figura 28 encont ra - se o perf i l fermenta t iv o da l inhagem indus t r ia l CAT -1

(dados semelhantes foram obt idos com a l inhagem indus t r ia l PE -2) .

Nes tas l inhagens indus t r ia is a formação de gl icose mais fru tose no meio

a lcançou p icos de a té ~190 g/L, conf i rmando a h idró l ise ex t racelu lar da

sacarose presente no meio , e o esgotamento destes açúcares se deu em ~9

horas , produz indo ~100 g/L de e tanol . Como pode ser observado na Figura

29 , a l inhagem hapló ide CEN.PK2 -1C consome rapidamente a sacarose nas

pr imei ras 9 hs de fermentação . Porém, a h idró l i se ex t racelu lar da sacarose

produziu a té 100 g/L de gl icose e f ru t ose no meio , que só foram

completamente consumidas e fermentadas em ~21 hs .

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F i g u r a 2 8 - F e r me n t a ç ã o e m b a t e l ad a co m > 2 0 0 g / L d e s a c a ro s e p e l a l i n h a g e m

i n d u s t r i a l C AT -1 . O co n s u mo d e s a c a ro s e , p r o d u ç ão d e g l i c o s e , f r u t o s e

e e t a n o l , b e m c o mo a c o n c e n t r a çã o ce l u l a r d a c u l t u r a , fo r a m

d e t e r mi n a d o s a o l o n g o d o t e mp o c o n fo r me d e s c r i t o e m M a t e r i a i s e

M é t o d o s .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

A l inhagem haplóide BSY021 -34B (Figura 29) , que possui o gene

iSUC2 no seu genoma, apresentou um perf i l ferment a t ivo d i ferente , e

apesar do esgotamento da sacarose ter ocorr ido em ~12 hs , é poss ível

notar que a par t i r de ~9 hs de fermentação ocorre produção de gl icose e

f ru tose no meio (~40 g/L) , exatamente no per íodo em que ocorre uma

rápida captação de sacarose p elas cé lulas . Apesar de o esgotamento tota l

dos açúcares ter ocorr ido em ~18 hs , menor tempo do que sua parenta l , a

produção de e tanol pela l inhagem BSY021 -34B não fo i ef ic ien te .

No caso das l inhagens d ip ló ides (Figura 30 ) , a l inhagem wt

CEN.PK122 apresent ou perf i l fermenta t ivo semelhante ao da l inhagem

CEN.PK2-1C (Figura 29) , p orem é poss ível perceber que tan to a

velocidade de h idról i se da sacarose quanto à velocidade de consumo dos

açúcares to ta i s foram muito maio res do que na l inhagem hapló ide , e ass im

a l inhagem dipló ide consegue fermen tar todos os açúcares em ~12 hs .

Ent re tan to , os picos de produção de gl icose e f ru tose no meio e a

produção de e tanol se most raram muito semelhantes nas duas l inhagens . A

l inhagem dip ló ide CEN.PK122 apresenta , por tan to, um a velocidade e

capacidade fermenta t iva parecida à das l inhagens indus t r ia i s CAT -1

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(Figura 28) e PE-2 (dados não most rados) .

F i g u r a 2 9 - F e r me n t a ç ã o e m b a t e l a d a c o m > 2 0 0 g / L d e s a c a r o se p e la s l i n h a g e n s

h a p l ó i d e s . O co n s u mo d e s a c a ro s e , p r o d u ç ã o d e g l i c o s e , f r u t o s e e

e t a n o l , b e m c o mo a c o n c e n t r a ç ã o ce l u l a r d a cu l t u r a , f o r a m d e t e r mi n a d o s

a o lo n g o d o t e mp o c o nfo r me d e s c r i t o e m M a t e r i a i s e Mé t o d o s .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

No caso das l inhagens d ip lóides genet icamente modi ficadas , ap esar

de todas produzi rem pouca gl icose e f ru tose no meio , como ser ia esperado

por possuí rem o gene iSUC2 , o consumo da sacarose fo i d i ferente para

cada l inhagem (Figura 30 ) . As l inhagens HCJ003 e 008 novamente foram

as que consumiram e fermentaram a sacaro se mais len tamente , resu l tado

semelhante ao já observado com 20 g/L do açúcar (Figura 27) . No caso da

l inhagem HCJ002, que fermentou bem baixas concent rações de sacarose

(Figura 27) , a fermentação de >200 g/L des te açúcar fo i t ão len ta como as

observadas para as l inhagens HCJ003 e HCJ008 (Figura 30) . Por out ro

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l ado , as l inhagens que apresentaram o melhor perf i l fermenta t ivo foram a

HCJ006 e 007, novamente ressa l tando a impor tância da expressão

cons t i tu t iva do gene AGT1 para a ef ic ien te fermentação da sacaro se .

Tanto a l inhagem HCJ006 (duas cópias do iSUC2 , uma cópia do AGT1

normal e cópias do pGPD : :AGT1 : : tPGK inser ido nos e lementos Ty1 do seu

genoma) , quanto a l inhagem HCJ007 ( duas cópias do iSUC2 , e cópias do

pGPD : :AGT1 : : tPGK inser ido nos e lementos Ty1 do seu genoma) ,

consumiram e fermentaram toda a sacarose em ~9 horas . É impor tante

sa l ien tar que es tas duas l inhagens foram cons t ruídas a par t i r de uma

mesma l inhagem hapló ide (HCJ005-2), que teve inser ido nos elementos

Ty1 do seu genoma o módulo p GPD : :AGT1 : : tPGK (Figura 13) .

Quando a sacarose é h idro l i sada no meio ex t racelu lar ocorre uma

a l teração osmót ica mui to brusca devido às a l tas concent rações de gl icose

e f ru tose l iberadas no meio . Para ev i tar a sa ída da água, a cé lu la s inal iza

para o aumento da produção e re tenção do gl icero l , que , nes te caso ,

mantém o equi l íbrio osmótico dent ro da cé lu la (HERSEN et a l . , 2008) .

Porém, a produção de gl icero l compete d i re tamente pelos carbonos do

açúcar com a produção de e tanol (MYERS, LAWLOR, ATTFIELD, 1997) .

Nossos resu l tados indicam de fa to uma poss ível corre lação inversa en t re a

produção de e tanol e de gl icero l pelas l inhagens (Figura 31) , e uma

corre lação d i re ta en t re a produção de gl icose e f ru tose no meio com a

produção de gl icero l pelas l inhagens (Figura 32) , corroborando a teor ia do

es t resse osmótico provocado pela ráp ida h idró l i se ex t racelu lar de a l tas

concent rações de sacarose (MYERS, LAWLOR, ATTFIELD, 1997 ;

HERSEN et a l . , 2008) .

4.6 Anál i se da expressão dos genes SUC2 e AGT1 nas l inhagens

No in tui to de en tender as d i ferenças observadas na capacidade

fermenta t iva das d iferentes l inhagens genet icamente modif icadas (Figuras

27 e 30) , anal i samos a expressão dos genes SUC2 e AGT1 em l inhagens

representa t ivas de cada modi f icação introduzida no genoma das leveduras .

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F i g u r a 3 0 - F e r me n t a ç ã o e m b a t e l a d a c o m > 2 0 0 g / L d e s a c a r o se p e la s l i n h a g e n s

d i p ló i d e s . O c o n s u mo d e s a c a r o s e , p r o d u ç ã o d e g l i c o s e , f r u t o s e e

e t a n o l , b e m c o mo a c o n c e n t r a ç ã o ce l u l a r d a cu l t u r a , f o r a m d e t e r mi n a d o s

a o lo n g o d o t e mp o c o nfo r me d e s c r i t o e m M a t e r i a i s e Mé t o d o s .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

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F i g u r a 3 1 - P r o d u ç ã o d e e t a n o l e m f u n ç ã o d o g l i c e r o l p ro d u z id o p e la s l i n h a g e n s

i n d i c a d a s d u r a n t e a s f e r me n t a ç õ e s e m b a t e l a d a d e > 2 0 0 g / L d e s a c a ro s e .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

F i g u r a 3 2 - P r o d u ç ã o d e a ç ú c a r e s r e d u t o r e s (g l i c o s e e f r u t o s e ) n o m e i o e m f u n ç ã o d o

g l i c e r o l p r o d u z i d o p e la s l i n h a g e n s i n d i c a d a s d u r a n t e a s f e r me n t a ç õ e s e m

b a t e l ad a d e >2 0 0 g / L d e s a c a ro s e .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

Como pode ser observado na Figura 33 , nas l inhagens que apresentam

o gene SUC2 normal (CEN.PK2 -1C e CEN.PK122) a expressão des te gene

é baixa quando as cé lu las es tão consumindo gl icose como fonte de

carbono, sendo que e a expressão des te gene aumenta ~2 vezes quando as

cé lu las foram cul t ivadas na presença de sacarose (Figura 33) . Nas

leveduras que possuem o a le lo pADH1 : : iSUC2 ( l inhagens HCJ005 -2 , 003 e

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007) a expressão des te gene é c laramente a l ta , e gera lmente maior quando

a gl icose fo i a fonte de carbono, em comparação às cé lu las metabol izando

a sacarose (Figura 33) . Is to pode ser expl icado pelo fa to do promotor do

gene ADH1 ser for temente induz ido pela pre sença de gl icose no meio

(BEIER, YOUNG, 1982; RUOHONEN, AALTO, KERÄNEN, 1995 ,

ELBING et a l . , 2004) . Por out ro lado , é poss ível perceber que a presença

de dois a le los modif icados aumenta mais a expressão do gene SUC2 (p .ex .

l inhagens HCJ003 e 007, Figura 33) , em comparação com l inhagens que

apresentam apenas um ale lo (p . ex . l inhagem HCJ005-2 , Figura 33) . A

l inhagem PSY003 fo i inclu ída como cont ro le negat ivo , j á que esta

l inhagem é dele tada no gene da inver tase ( suc2∆), e de fa to não

apresentou expressão do gene SUC2 (Figura 33) .

F i g u r a 3 3 – An á l i s e d a e x p re s s ã o d o g e n e S U C 2 . C é l u l a s d a s l i nh a g e n s i n d i c a d a s ,

c r e s c i d a s e m me i o s Y P c o n t e n d o 2 % s a c a r o s e o u g l i c o s e , f o r a m

c o l e t ad a s p a r a e x t r a ç ão d e R N A e a n á l i s e d a e x p r e s s ã o p o r RT -q P C R ,

c o mo d e s c r i t o e m M a t e r i a i s e M é t o d o s . O s v a l o r e s r e p re s e n t a m a

e x p r e s s ã o r e l a t i v a d o ge n e S U C 2 e m r e l a ç ão ao g e n e A C T 1 .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

É impor tan te sa l ientar que os resu l tados da anál i se da expressão do

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gene SUC2 (Figura 33) es tão de acordo com os n íveis de a t iv idade

inver tase int ra - e ex t racelu lar no caso das l inhagens wt , e da inver tase

in t racelu lar nos caso das l inhagens iSUC2 (Figuras 18 e 20) , embora

d i ferenças na a t iv idade inver tase provocadas pelo número de cópias do

gene não se jam tão aparentes .

No caso do gene AGT1 a s i tuação é um pouco mais complexa, uma

vez que foram ut i l izadas duas est r a tégias para sobre -expressar es te gene:

t roca do promotor no lócus do gene no caso das l inhagens pADH1 : :AGT1 ,

ou inserção do módulo pGPD : :AGT1 : : tPGK nos e lementos Ty1 p resentes

no genoma das leveduras . É impor tan te ressa l tar que as l inhagens

contendo es ta ú l t ima modi f icação fermentaram a sacarose melhor do que

aquelas que possuíam o a le lo pADH1 : :AGT1 (Figuras 27 e 30) . Nas

l inhagens wt CEN.PK2-1C e CEN.PK122 a expressão do gene AGT1 fo i

ba ixa quando as cé lu las u t i l i zavam gl icose como fonte de carbono, e a

expressão deste gene aumenta 2 -3 vezes quando as cé lu las foram

cul t ivadas na presença de sacarose (Figura 34) , p rovavelmente ref le t indo

uma menor repressão pela sacarose nes tas l inhagens MAL cons t i tu t ivas . A

l inhagem dip ló ide HCJ003 apresenta duas cópias do gene AGT1 normais ,

mas a presença do gene iSUC2 no seu genoma faz com que a expressão do

gene AGT1 aumente de forma s igni f ica t iva quando es tas cé lu las es tão

metabol izando a sacarose a t ravés da hidró l ise int racelu lar , indicando que

a repressão da expressão do gene AGT1 p rovavelmente ocorre pela

presença de gl icose (e f ru tose) no meio ex t racelu lar , e não no in ter ior da

cé lu la (Figura 34) .

Ainda na Figura 34 é poss ível observar que o a le lo pADH1 : :AGT1

(presente na l inhagem PSY003) de fa to induz uma maior exp ressão do

gene, com um padrão de expressão semelhante ao do gene SUC2 nas

l inhagens contendo o a le lo pADH1 : : iSUC2 , i s to é , a expressão do gene

AGT1 fo i maior quando a gl icose fo i a fonte de carbono, em comparação

às cé lu las metabol izando a sacarose . No cas o das l inhagens que possuem o

módulo pGPD : :AGT1 : : tPGK nos e lementos Ty1 p resentes no genoma das

cé lu las (p .ex . nas l inhagens HCJ005 -2 e 007) a expressão do gene fo i a l ta

quando as cé lu las foram crescidas em ambas as fontes de carbono (Figura

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34) . Inclus ive , é impor tan te sa l ien tar que os n íveis de expressão do gene

AGT1 foram semelhantes no caso das l inhagens hapló ides PSY003

(pADH1 : : iSUC2 ) e HCJ005-2 (pGPD : :AGT1 : : tPGK nos e lementos Ty1 ) ,

ind icando que ambas as es t ra tégias de subs t i tuição do promotor do gene

AGT1 funcionaram.

F i g u r a 3 4 - An á l i s e d a e x p r e s s ã o d o g e n e A G T 1 . C é l u l a s d a s l i n h a g e n s i n d i c a d a s ,

c r e s c i d a s e m me i o s Y P c o n t e n d o 2 % s a c a r o s e o u g l i c o s e , f o r a m

c o l e t ad a s p a r a e x t r a ç ão d e R N A e a n á l i s e d a e x p r e s s ã o p o r RT -q P C R ,

c o mo d e s c r i t o e m M a t e r i a i s e M é t o d o s . O s v a l o r e s r e p re s e n t a m a

e x p r e s s ã o r e l a t i v a d o ge n e A G T 1 e m r e l a ç ão ao g e n e A C T 1 .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

É importan te sa l ientar que os resu l tados de expressão do gene AGT1

repor tados na Figura 34 es tão de acordo com a a t iv idade de t ranspor te de

pNPαG pelas mesmas cé lu las (Figura 21) . No in tu i to de encont rar

poss íveis expl icações para o aparente insucesso da modi f icação do AGT1

com o promotor pADH1 nos exper imentos de fermentação de sacarose

(Figuras 27 e 30) , fo i rea l izado uma anál i se do t ranspor t e de [1 4

C]-

sacarose pelas d i fe rentes l inhagens (F igura 35) . É poss ível perceber que

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mesmo possuindo o a le lo p ADH1 : :AGT1 , a l inhagem PSY003 apresentou

uma capacidade de t ranspor te de sacarose apenas um pouco maior que as

l inhagens CEN.PK2 -1C, CEN.PK122 e HC J003, que não possuem

modi f icações no gene AGT1 , em cont ras te com as a l tas a t ividades de

t ranspor te de [1 4

C]-sacarose ver i f icadas nas l inhagens HCJ005 -2 e

HCJ007, que possuem o a le lo p GPD : :AGT1 : : tPGK nos seus genomas .

Por tan to, apesar das l inhagens que pos suem o a le lo pADH1 : :AGT1 no seu

genoma apresentarem al ta a t iv idade de t ranspor te de pNPαG (Figura 21) , e

al ta expressão do gene AGT1 (Figura 34) , o t ransporte de sacarose não

es tá sendo rea l izado de forma ef ic ien te pela pro te ína Agt1p , s in tet izada à

par t i r des te a le lo .

F i g u r a 3 5 - A t i v i d a d e d e t r a n s p o r t e d e [1 4

C ] - s a c a r o s e p e la p e r me a s e A G T 1 . Ap ó s

c r e s c i me n t o e m me i o Y P -2 % s a c a ro s e , f o i d e t e r mi n a d a a a t i v i d a d e d e

t r a n s p o r t e d o s u b s t r a t o [1 4

C ] - s a c a r o s e p e l a s cé l u l a s c o n fo r me d e s c r i t o

e m M a t e r i a i s e M é t o d o s .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

Corroborando os dados já obt idos pelo nosso grupo de pesquisa

(ALVES JUNIOR, 2010) , as l inhagens CAT -1 e PE-2 não apresentaram

t ranspor te de [1 4

C]-sacarose quando c resc idas em sacarose (Figura 35) .

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92

Como o t ranspor te de sacarose pela l inhagem PSY003 d i fere daquele

apresentado na Figura 21 com subs t rato o pNPαG, um análogo à mal tose

especí f ico para a permease Agt1 p (HOLLATZ, STAMBUK, 2001) , es te

subs t ra to d i fere es t ru tura lmente da sacarose . Por tanto , uma poss ibi l idade

ser ia que o ale lo pADH1 : :AGT1 possa ter sofr ido a lguma mutação na sua

sequencia , a l teração que poder ia es tar reduz indo a a t iv idade de t ranspor te

de sacarose por es t a permease . Ass im, fo i rea l izado o sequenciamento dos

genes SUC2 e AGT1 , e suas versões genet icamente modi f icadas , presentes

no genoma das l inhagens em es tudo.

4.7 Sequenciamentos dos genes SUC2 e AGT1 nas l inhagens

No in tu i to de en tender as d i ferenças fenot íp icas observadas na

capacidade das d iferentes leveduras fermentarem e t ranspor ta rem a

sacarose , os a le los normais (SUC2 e AGT1 ) e os a le los modi f icados com o

promotor pADH1 (TRP1 -pADH1 : : iSUC2 e TRP1 -pADH1::AGT1 ) presentes

nas l inhagens wt CEN.PK2-1C, e nas genet icamente modif icadas HCJ005 -

2 e PSY003, t iveram sua sequ ência determinada (v ide Anexo 1) .

A Figura 36 most ra os resu l tados obt idos para o sequenciamento do

lócus SUC2 p resente na l inhagem CEN.PK2 -1C, e do a le lo

TRP1 -pADH1 : : iSUC2 p resente na l inhagem HCJ005 -2 . É impor tan te

sa l ien tar que a região que compreende o gene SUC2 (e 1000 nucleot ídeos

da região promotora) na l inhagem wt CEN.PK2-1C é 100% idênt ica a es te

lócus presente no genoma da l inhagem já sequenciada S288C (GOFFEAU

et a l . , 1996) , e 100% idênt ica a es te lócus na recentemente sequenciada

l inhagem CEN.PK113 -7D (OTERO et a l . , 2010) , um out ro membro das

l inhagens da famí l ia CEN.PK. Como já descr i to em deta lhes no in íc io

des te t rabalho , a região promotora do gene SUC2 inc lu i 4 regiões de

l igação de pro te ínas : os s í t ios CRE, região regulada pela l igação da

pro te ína Sko1p cont ro lada pela via HOG; os s í t ios A e B, cont ro lados pela

l igação de um complexo de pro teínas envolvendo principalmente a Mig1p

e eventualmente a Rgt1p e /ou a Hxk2p; e a região "TATA", s í t io de

reconhecimento e in íc io da t ranscr ição pela enz ima pol imerase , a l ém de

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s í t io de l igação da pro te ína repressora Sf l1p , cont ro lada pela v ia cAMP.

Em seguida encont ra -se o pr imei ro ATG, que dará or igem ao pept ídeo

s inal . Após 60 pares de base do pr imei ro ATG, encontra -se o segundo

ATG, que dá or igem á enz ima inver tase . Mai s deta lhes podem ser

encont rados na int rodução des te t rabalho .

F i g u r a 3 6 - R ep r e s en t a ç ã o d a s e q u ê n c i a d e D N A n o s a l e l o s S U C 2 , p r e s e n t e n a

l i n h a g e m C E N . P K 2 -1 C , e i S U C 2 , p r e s e n t e n a l i n h a g e m H C J 0 0 5 -2 . O s

d a d o s fo r a m o b t i d o s a p ó s o s eq u e n c i a me n t o d o s p r o d u t o s d e P C R

o b t id o s c o m o s p r i me r s i S U C 2 -F W 0 1 e i S U C 2 -R V ( T a b e l a 2 ) , a p a r t i r

d o D N A g e n ô mi c o d a s r e s p ec t i v a s l i n h a g e n s , c o mo d e s c r i t o e m

M a t e r i a i s e M é t o d o s .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

Por out ro lado , a sequencia de DNA do a le lo TRP1 -pADH1 : : iSUC2

p resente na l inhagem HCJ005 -2 não só conf i rmou a inserção do módulo de

modi f icação ent re o pept ídeo s inal e o segundo ATG do gene da inver tase ,

permi t indo a sobre -expressão da forma in t racelu lar da enz ima (a le lo

iSUC2 ) , como também revelou a ex is tência de quat ro mutações na

sequencia obt ida (Figura 36) . Es te resu l tado indica que a modi f icação

genét ica das leveduras pode levar ao aparecimento de out ras mutações

inespecí f icas no genoma das cé lulas , e ressa l ta a impor tância de rea l izar

es tudos e cont roles a propr iados para ver i f icar a funcional idade do(s )

gene(s ) envolv ido(s) .

Três des tas mutações es tão presentes na região promotora natura l e

na sequencia do pept ídeo s inal , e por tan to não devem causar nenhuma

inf luencia na expressão gênica e s ín tese da inver t ase in t racelu lar regulada

pelo promotor pADH1 do a le lo pADH1 : : iSUC2 . Ent retan to , uma das

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mutações s i tua -se na nona base da ORF iSUC2 , a l t erando o terce i ro

aminoácido da prote ína , com a t roca de um aminoácido polar neut ro ,

asparagina , por um aminoácido bási co , a l i s ina (Figura 36) . Es ta a l teração

de aminoácidos poder ia expl icar a pequena d i ferença nas pos ições das

formas int racelu lares da inver tase no gel de corr ida e le t roforé t ica (Figura

19) . A t roca de um aminoácido polar neut ro por um aminoácido bás ico

pode ter resu l tado numa a l teração da carga e lé t r ica da pro te ína nas

l inhagens iSUC2 , a l t erando a força da corrente e lé t r ica sobre a mesma,

resu l tando numa velocidade de migração no gel d i ferente da enz ima

ex t ra ída da l inhagem wt . Contudo, aparentemente essa t roca de

aminoácido não provocou mudanças s igni f ica t ivas na a t iv idade e /ou

af in idade da enz ima inver tase pelo subst ra to , como pode ser observado em

todos os resu l tados de determinação da a t iv idade inver tase apresentados

nes te t rabalho . Recentemente Oda e co laboradores (2010) most raram que o

gene SUC2 é a l tamente pol imórfico en t re l inhagens de S. cerevis iae ,

podendo inclus ive ser u t i l izado para ident i f icar e /ou d iscr iminar l inhagens

de S. cerevis iae e S. paradoxus . Apesar do número e levado de

pol imorf i smos nas sequencias do gene SUC2 , es tes au tores most raram que

todas as enz imas codi f icadas por es tes d i ferentes a le los são funcionais

(ODA et a l . , 2010) .

Cons iderando que foram ident i f icadas mutações inespecí f icas no

a le lo pADH1 : : iSUC2 , a segui r sequenciamos o locus AGT1 p resente na

l inhagem CEN.PK2 -1C, e o a le lo TRP1 -pADH1 : :AGT1 p resente na

l inhagem PSY003 (Figura 37) . É impor tan te sa l ientar que a região que

compreende o gene AGT1 (e 1000 nucleot ídeos da região promotora) na

l inhagem wt CEN.PK2 -1C é 100 % idênt ica a es te lócus presente no

genoma da l inhagem já sequenciada S288C (GOFFEAU et a l . , 1996) , e

100 % de ident idade com e s te lócus presente na l inhagem CEN.PK113 -7D

(OTERO et a l . , 2010) .

O lócus do gene AGT1 não modi f icado cons is te em um promotor , com

regiões de l igação da pro te ína de a t ivação , regiões es tas chamadas de

UAS m a l , e uma região “TATA” , região de in íc io da t ranscr ição do gene

(NEEDLEMAN, 1991; HORÁK, 1997; NOVAK, ZECHNER -KRPAN,

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MARIÉ, 2004; JOHNSTON, KIM, 2005; VERMA, BHAT, VENKATESH,

2005) . Em seguida , s i tua -se a ORF, que dará or igem ao mRNA necessár io

para a s ín tese da pro te ína Agt1p .

F i g u r a 3 7 - R e p r e s e n t a ç ã o d o s a l e lo s A G T 1 , p r e s e n t e n a l i n h a g e m C E N . P K2 -1 C , e

p A D H 1 : : A G T1 , p r e s e n t e n a l i n h a g e m P S Y 0 0 3 . O s d ad o s fo r a m o b t i d o s

a p ó s o s eq u e n c i a me n t o d o s p r o d u t o s d e P C R o b t i d o s co m o s p r i me r s

AG T 1 -o e -F W 0 1 e AG T 1 -o e -R V (T a b e la 2 ) , a p a r t i r d o D N A g e n ô mi c o

d a s r e sp e c t i v a s l i n h a g e n s , c o mo d e s c r i t o e m M a t e r i a i s e M é t o d o s .

F O N T E : ( E S P I R I T O S A N T O , 2 0 1 2 )

Em comparação ao gene não modi f icado, o a l e lo apresenta ,

exatamente en t re o promotor e a ORF, a sequência do gene TRP1 ,

u t i l i zado como marcador auxot róf ico para se leção dos t ransformantes , e a

sequência do promotor do gene ADH1 , tudo conforme esperado.

Apesar do gene AGT1 e o novo promotor p ADH1 apresentarem suas

sequências molde na f i t a l íder ( ing – leading ) , o gene TRP1 apresenta sua

sequência molde na f i t a t ard ia ( ing – lagging ) . Ent retan to , i s to não

in ter fere na expressão do gene, uma vez que a sequência do gene TRP1

não par t ic ipa da regulação do gene AGT1 .

De qualquer forma, os resul tados do sequenciamento demonst raram

que o a le lo pADH1 : :AGT1 não apresenta nenhuma d i ferença na es t ru tura

da ORF em comparação com o a le lo não modi f icado. Is to anula a h ipótese

de uma mutação genét ica e , consequente mente , não esc larece o mot ivo da

baixa at iv idade de t ranspor te apenas da sacarose nas l inhagens que

possuem es te a le lo. A sequência completa e o a l inhamento des tes genes

podem ser obt idos nas páginas em anexo a es te documento .

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5 DISCUSSÃO

Vários es tudos já se propuseram a aumentar o rendimento da

conversão açúcar -e tanol . Um dos principais desaf ios re lac ionados à

es tequiomet r ia da conversão dos açúcares em etanol pela levedura S.

cerevis iae se deve às consideráveis quant idades de gl icero l ,

invar iavelmente formado como um produto secundár io da fermentação

(NISSEN et a l . , 2000b) . Foi es t imado que, em um t íp ico processo

indus t r ia l de produção de e tanol , por vol ta de 4% dos açúcares são

conver t idos em gl icero l (NISSEN et a l . , 2000b) . Apesar do gl icero l

t ambém serv i r como um solu to compat ível para manter o equi l íbr io

osmótico ce lu lar em condições de a l ta osmolar idade ex t racelu lar

(BLOMBERG, ADLER, 1989) , o gl icero l es tá pr imordialmente

re lac ionado ao equi l íbr io redox ent re as reações b ioquímicas de

b iossín tese ce lular (VAN DIJKEN, SCHEFFERS, 1986) .

Durante o cresc imento anaeróbio por cé lu las de S. cerevis iae , a

oxidação dos açúcares se dá pela fermentação a lcoól ica . Nes te processo , o

NADH formado durante a ox idação da molécula de gl icose pela v ia

gl ico l í t i ca , é reoxidado pela conversão do aceta ldeído a e tanol ,

dependente de NADH. Es te padrão f ixo de rec ic lagem do cofa tor NADH

nas v ias gl ico l í t i ca e fermenta t iva tem como consequência a formação de

produtos como o gl icero l , j á que na cé lu la ex is te uma produção l íqu ida de

NADH, resu l tan te das vár ias reações de b iossín tese (ou anaból icas)

envolv idas no cresc imento ce lular , como o c iclo do ác ido c í t r ico , a β -

oxidação , as reações de s ín tese de aminoácidos , e out r as , que resu l tam na

redução do NAD+ em NADH. Em condições anaeróbicas , a reox idação do

excesso de NADH em S. cerevis iae é es t r i t amente dependente da

conversão do açúcar presente no meio em gl icero l (V AN DIJKEN,

SCHEFFERS, 1986).

Em vis ta de suas desvantagens energét icas e econômicas , vár ias

es t ra tégias de engenhar ia metaból ica têm s ido exploradas para reduz i r ou

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el iminar a produção de gl icero l em cul turas anaeróbias de S. cerevis iae .

Nissen e t a l . (2000b) desenvolveram uma l inhagem de levedura que sobre -

expressava as enz imas glu tamato s in tase e glu tamina s in te tase , a lém de

ter sofr ido deleção do gene que codi f ica a enz ima glu tamato

des idrogenase NADPH-dependente , a enz ima de maior envolv imento na

ass imi lação de amônia em S. cerevis iae , e que u t i l iza o NADPH como co -

fa tor . Es tas modi f icações induz i ram á subs t i tu ição do consumo do NADPH

na b ioss íntese do glu tamato pelo consumo do NADH e ATP nes ta

b iossín tese . Es ta es t ra tégia reduz iu notavelmente a produção de gl icero l

em cul t ivos anaeróbios usando amônia como fonte de n i t rogênio e

aumentou o rendimento do e tanol . Ent re tan to , não obteve o sucesso

esperado, j á que as novas l inhagens passaram a apresentar um crescimento

mui to len to quando cresc idas em amônia . Tenta t ivas de reduz i r a inda mais

a produção de gl icero l por meio da expressão de uma t ranshidrogenase

heteró loga, v i sando conver ter NADH e NADP+ em NAD

+ e NADPH,

também não t iveram sucesso (NISSEN et a l . , 2000a) , po is as

concent rações in t racelu lares dos co fa tores NADP e NADPH acabavam por

induz i r a reação reversa (NISSEN et a l . , 2001) .

Ent re tan to , recentemente fo i publ icada uma nova est ra tégia que

resu l tou não só na e l iminação da produção do gl icero l , mas também no

aumento da produção de e tanol e no consumo parc ia l do tão indesejado

aceta to (MEDINA et a l . , 2010) , um for te in ibidor do metabol ismo de

leveduras obt ido durante a h idró l i se da b iomassa l ignocelu lós ica para a

produção do e tanol de segunda geração (PALMQVIST et a l . , 1999;

ALMEIDA et a l . , 2007; BELLISSIMI e t a l . , 2009) . Es te es tudo invest igou

a poss ib i l idade de se e l iminar completamente a produção de gl icero l

u t i l i zando uma es t ra tégia de reox idação do NADH por meio da redução do

aceta to em etanol , a t ravés de reações dependentes des te cofa tor . O

genoma de S. cerevis iae j á contém os genes codi f icadores das enzimas

acet i l coenz ima A sin te tase (VAN DEN BERG et al . , 1996) e de a lgumas

á lcool des id rogenases , dependentes de NADH, expressas pelos genes

ADH1-5 (CIRIACY, 1975) . Sendo ass im, para completar o perc urso l inear

para a r edução do aceta to , e les expressaram, por meio de técnicas de

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bio logia molecular , o gene heteró logo mhpF da bactér ia E. co l i

(FERRÁNDEZ, GARCÍA, DÍAZ, 1997) , e que codi f ica a enzima

aceta ldeído des idrogenase , dependente de NADH em S. cerevis iae . Es tes

pesquisadores ut i l izaram uma l inhagem de laboratór io de S. cerevis iae que

teve os genes GPD1 e GPD2 de le tados no seu genoma, e que , por tan to , é

incapaz de produz i r gl icero l , a lém de não consegui r crescer

anaerobicamente , uma vez que boa part e da produção do NADH se dá no

metabol ismo de aminoácidos e l ip ídeos durante o cresc imento anaeróbico ,

ex igindo a ex is tência de uma v ia de regeneração des te NADH . Com is to,

fo i poss ível res taurar o cresc imento anaeróbio nas l inhagens pela

suplementação do meio com 2 gramas por l i t ro de ác ido acét ico , com

aumento da produção de e tanol (~5 %) e ausência de produção do gl icero l .

De acordo com os au tores , a es tequiomet r ia do cresc imento ce lu lar e do

consumo de aceta to fo i cons is ten te com a subs t i tuição completa da

formação do gl icero l pela redução do aceta to a té e tanol como a via de

reox idação do NADH.

Es te es tudo abr iu caminho para um novo panorama no

desenvolv imento de l inhagens indust r ia i s com potencia l para melhorar o

rendimento da conversão de açúcares em e tanol em processos de segunda

geração . Ent re tan to, a es t ra tégia u t i l i zada por Medina e t a l . , (2010)

resu l ta em l inhagens que não produzem gl icero l e , por tan to , a pr incíp io

ser iam inviáveis na indus t r ia l da produção de e tanol a par t i r da sacarose ,

j á que não possuem formas de se p ro tegerem cont ra o for te es t resse

osmótico ex is ten te nas dornas de fermentação indust r ia i s devido a

h idró l ise ex t racelu lar da sacarose . Contudo, o nosso t rabalho abr iu uma

nova perspect iva na d iminuição do es t resse osmótico sofr ido pelas

cé lu las , j á que na h idró l i se in t racelu lar da sacarose não ocorre uma

mudança brusca na osmolar idade do meio , o que d iminui mui to a

necess idade da s íntese do gl icero l como osmorregulador . Ass im, um

es tudo futuro muito promissor ser ia a ap l icação da es t ra tég ia descr i ta por

Medina e t a l . (2010) nas nossas l inhagens iSUC2 . Is so permi t i r ia um

incremento a inda maior no rendimento da conversão sacarose -e tanol , uma

vez que par te da fonte de carbono que a inda é des t inada á s in te t ize do

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gl icero l pelas l inhagens iSUC2 , passar ia a ser to ta lmente d i rec ionada á

produção do e tanol nes tas novas l inhagens .

Após a aval iação das l inhagens em meios YP contendo 2% de

sacarose , é poss ível des tacar os rendimentos a lcoól icos maiores nas

l inhagens iSUC2 . Ent re tan to , um resul ta do inesperado apresentado pelas

l inhagens modi f icadas fo i a detecção de gl icose e f ru tose no meio durante

o processo fermentat ivo . Uma h ipótese é que a captação a t iva e ráp ida da

sacarose do meio , a l iada à ef ic ien te h idró l ise in t racelu lar da sacarose

pelos a l tos n íveis de inver tase s in tet izados a par t i r do gene iSUC2 , es t e ja

produzindo grandes quant idades de gl icose e f ru tose no inter ior da cé lu la ,

de ta l forma que a cé lu la não consegue metabol izar e nem re ter essas

moléculas em seu in ter ior , l embrando que os t ranspor tadores de hexoses

HXT permi tem o t ranspor te b i -d i rec ional dos açúcares a f avor do

gradiente de concent ração (OZCAN, JONHSTON, 1999) . Es ta h ipótese foi

comprovada por Jansen , De Winde, Pronk (2002) , que es tudaram es te

fenômeno comparando l inhage ns i sogênicas com e sem os t ranspor tadores

da famí l ia HXT . E les demonst raram que as l inhagens que possuíam es tes

genes apresentavam grande ef luxo de gl icose após a adminis t ração de

grandes quant idades de mal tose às cé lu las . Porém as l inhagens sem es tes

t ranspor tadores não apresentavam ef luxo de gl icose , e a inda apresentavam

no seu in ter ior as mesmas quant idades de gl icose -6-fosfa to e ATP que as

l inhagens que a inda possuíam os t ranspor tadores , ind icando que não

houve aumento da a t iv idade de fosfor i lação des t as moléculas , e s im a sua

re tenção f í s ica devido à ausência de t ranspor te t ransmembrana. Foi

inves t igada também a h ipótese de l i se ce lu lar , que fo i descar tada após

e les não detectarem qualquer al teração nas quant idades de pro te ínas e

out ras moléculas prese ntes no meio durante a exper imentação . Eles a inda

descreveram que as quant idades de gl icose excre tadas var iavam ent re

d i ferentes l inhagens . Des ta forma, o fenômeno do ef luxo de

monossacar ídeos descr i to pelo t rabalho acima pode expl icar a detecção de

gl icose e f ru tose no meio ex t racelu lar durante as fermentações com as

novas l inhagens iSUC2 .

Out ra h ipótese que poder ia ser formulada para a detecção de

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100

monossacar ídeos no meio é a da eventual ocorrência de h idró l i se

ex t racelu lar da sacarose . Contudo , usando os nossos própr ios dados , é

poss ível conclu i r que nas l inhagens com o gene iSUC2 sobre-expresso a

detecção de gl icose e f ru tose no meio não s igni f ica h idró l i se ex t racelu lar

da sacarose . Uma evidência d i s to é que nas l inhagens normais os produtos

de h idró l i se são detectados logo que o n ível de sacarose começa a

d iminui r , demonst rando que a sacarose não es ta sendo captada d i re tamente

para o in ter ior da cé lu la , e s im hidro l i sada ex t racelu larmente . J á nas

l inhagens com sobre -expressão do iSUC2 , a de tecção dos mono ssacar ídeos

no meio ocorre horas após a concent ração de sacarose d iminui r , as vezes

a té mesmo quando já es tá sendo tota lmente esgotada do meio . Ao

u t i l i zarem maltose em seus exper imentos , J ansen , De Winde, Pronk (2002)

também el iminaram a h ipótese de forma ção de monossacar ídeos no meio

pela h idró l i se ex t racelu lar da mal tose , j á que es ta molécula só pode ser

h idro l isada in t racelu larmente ( KAHN, ZIMMERMANN, EATON, 1973;

ZASTROW et a l . , 2000, 2001; ALVES JUNIOR et a l . , 2008; ALVES

JUNIOR, 2010) .

Um resul tado que deve ser ressa l tado e expl icado é que as l inhagens

que possuem os a lelos modi f icados pelo p ADH1 , t anto do SUC2 quanto do

AGT1 , apresentaram maior expressão gênica quando cresc idas em meios

contendo gl icose , enquanto que as l inhagens não modi f icadas

apresentaram maior expressão des tes dois genes na presença da sac arose .

Es te comportamento pode ser expl icado pelo fa to do promotor do gene

ADH1 ser for temente induz ido pela presença de gl icose no meio (BEIER ,

YOUNG, 1982; RUOHONEN, AALTO, KERÄNEN, 1995 ; ELBING et a l . ,

2004) , enquanto que os promotores dos genes SUC2 e AGT1 são

repr imidos na presença des ta molécula ( REDDY et a l . , 1988;

NEEDLEMAN, 1991; HORÁK, 1997; OZCAN et a l . , 1997) .

Apesar de não termos ident i f icado as causas para o comportamento

inesperado das l inhagens que apresentam o a le lo p ADH1 : :AGT1 , a inda

ex is tem algumas hipóteses que poderão ser es tudadas futuramente . Uma

delas é a poss ibi l idade do t ranspor tador Agt1p es tar sendo inat ivado . Es ta

descr i to na l i t e ra tura que t ranspor tadores Malx1p (cod i f icados pelo gene

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MALx1 , da famí l ia dos genes MAL ) sofrem inat ivação cataból ica pela

gl icose , causando sua fosfor i lação e ubiqui t inação , conduzindo -os à

endoci tose e degradação vacuolar ( MEDINTZ et a l . , 1996 ; J IANG et a l . ,

2000a, 2000b; GADURA, MICHELS, 2006; GADURA, ROBINSON,

MICHELS, 2006; HATANAKA et a l . , 2009) . No caso do t ranspor tador

Malx1p, a h idró l ise da mal tose e a fos for i lação das moléculas de gl icose

formadas no in ter ior da cé lu la , p romovem a ráp ida a t ivação de uma

cascata de regulação que induz a fosfor i lação das vár ias permeases

Malx1p espalhadas pela membrana ce lu lar , causando perda drás t ica de

suas a t iv idades (GANCEDO et a l . , 1998; J IANG et a l . , 2000a; GADURA,

ROBINSON, MICHELS, 2006; SANTANGELO et a l . , 2006) . Sendo o gene

AGT1 da mesma famí l ia dos genes MAL e regulado pelos mesmos

mecanismos gera i s de regulação , é poss ível que a h idró l i se in t racelu lar da

sacarose , e a consequente l iberação de moléculas de gl icose , es te ja

induz indo a uma inat ivação da permease Agt1p na membrana, apesar de

que a té o momento a inda não fo i comprovado que a permease Agt1p sofra

a ina t ivação da mesma forma que as outras permeases da famí l ia MAL .

In teressante observar que mesmo a l inhagem HCJ003 ( fermentação da

sacarose apenas por captação d i re ta e h idró l i se int racel u lar ) possuindo

dois a le los do gene AGT1 normal , a expressão gênica apresentada na

Figura 36 fo i mui to maior em comparação à l inhagem dip ló ide

CEN.PK122 (produção de gl icose e f ru tose no meio ex t racelu lar ) , quando

cresc idas em sacarose . Is to cont r ibui para reforçar uma h ipótese de que na

verdade a repressão ca taból ica da permease Agt1p pela gl icose poder ia

ocorrer apenas quando es te monossacar ídeo fosse formado a inda no

ex ter ior da cé lu la , e não no in ter ior da cé lu la , como no caso das l inhagens

iSUC2 . Esta é uma h ipótese que precisa de maiores inves t igações ,

especi f icamente u t i l izando a sacarose como a fonte de gl icose . Ser ia

in teressante aval iar a expressão de genes que possuem expressão

inf luenciada pela presença da gl icose , como os genes das famí l ias SUC ,

MAL e HXT , u t i l izando a s l inhagens iSUC2 em meios contendo sacarose

ou gl icose , e ver i f icar se a expressão des tes genes é mui to d i ferente

quando cresc ida em sacarose ou gl icose .

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Também é poss ível notar na Figura 3 6 que, depois de cresc ida em

sacarose , a expressão gênica da l inhagem PSY003, que apresenta o a le lo

pADH1 : :AGT1 , foi menor que a metade da expressão gênica da l inhagem

HCJ005-2 , que possui o a le lo p GPD : :AGT1 : : tPGK . Além dis to , a efe t iva

expressão de um gene não s igni f ica que as pro te ínas s inte t iza das a par t i r

daqueles mRNAs es tarão a t ivas na membrana. Como expl icado acima, a

ina t ivação cataból ica pode ocorrer i ndependentemente de uma for te

expressão gênica , já que ocorre após a s íntese da prote ína. Isso nos induz

a supor que a presença de apenas um ale lo pADH1 : :AGT1 no genoma pode

não ser sufic ien te para v i sual izar os efe i tos esperados . É possível que a

es t ra tégia u t i l izada para inser i r o a le lo pGPD : :AGT1 : : tPGK no genoma

tenha resu l tado na inser ção de inúmeras cópias do ale lo , e que o número

de cópias do a le lo associado á a l ta expressão do gene, pode es tar gerando

uma quant idade tão grande de t ranspor tadores que a inat ivação cataból ica

não chega a ser suf ic ien te para in ter fer i r no t ransporte do subs t ra to .

De qualquer forma, o aumento da velocidade d o consumo da sacarose

fo i a lcançado u t i l i zando o a le lo p GPD : :AGT1 : : tPGK, e , associado com a

sobre-expressão da forma in t racelu lar da inver tase , fo i poss ível alcançar

melhores rendimentos a lcoól icos em comparação com as l inhagens

parenta i s .

O aumento da produção de e tanol nas novas l inhagens só fo i possível

devido ao efe t ivo gas to de energia pela cé lu la para rea l izar o t ranspor te

a t ivo da sacarose . Na fermentação da gl icose e f ru tose em condições

anaeróbicas , 2 moléculas de ATP são formadas por molécula de he xose .

Por tan to, a fermentação da sacarose resu l ta em 4 moléculas de ATP,

quando a sacarose é h idro l i sada ex tracelu larmente . Porém, quando a

sacarose é metabol izada int racelu larmente , o pró ton que ent ra junto com a

molécula de sacarose durante sua captação a t iva precisa ser excre tado

pela ATPase (Pma1p) para ev i tar a ac id i f icação in t racelu lar ( VAN

DIJKEN, SCHEFFERS, 1986 ; WEUSTHUIS e t a l . ,1993 ) . Para efe tuar a

ex t rusão des te próton , a ATPase gas ta uma molécula de ATP. Assim, a

h idró l ise int racelu lar da saca rose produz apenas 3 moléculas de ATP por

molécula do d issacar ídeo . Em crescimentos fermenta t ivos a par t i r de

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açúcares , par te des ta fonte de carbono é usada para a produção de

b iomassa ce lular e gl icero l , necessár io para regenerar o NADH formado

durante as reações de b ioss ín tese (VAN DIJKEN , SCHEFFERS, 1986) .

Contudo, essa produção de b iomassa e gl icero l necess i ta de cer tas

quant idades de ATP, que é provida pela fermentação a lcoól ica dos

açúcares . Ass im, uma d iminuição na produção de ATP durante a

fermentação resu l tará no aumento da quant idade de moléculas de sacarose

sendo conver t idas em etanol , na ten ta t iva de compensar a d iminuição da

produção de b iomassa pela perda de ATP disponível . Então, a fermentação

da sacarose v ia captação d i re ta e h idról i se int rac elu lar proporciona maior

produção de e tanol em re lação à fermentação a par t i r da sua h idró l i se

ex t racelu lar (VAN DIJKEN, SCHEFFERS, 1986 ; WEUSTHUIS e t a l .

,1993) .

Weus thuis et a l . (1993) es tudaram o impacto do s importe

d i ssacar ídeo -H+ na produção de b iomas sa e out ras moléculas em S.

cerevis iae , por meio da comparação ent re cresc imentos anaeróbios em

gl icose e mal tose (que é t ranspor tada a t ivamente e h idro l i sada

in t racelu larmente pela enz ima mal tase) . Eles demonst raram que a

produção de b iomassa em crescimen tos anaeróbicos em meios com mal tose

fo i 25% menor , e a produção de e tanol 8% maior , que nos meios com

gl icose , corroborando o modelo descr i to ac ima.

Nossos resu l tados f ica m em torno des tes dados . O rendimento da

produção de e tanol pela l inhagem HCJ007 , em meios contendo 20% de

sacarose , fo i de aproximadamente 10% maior quando comparado com o

rendimento da l inhagem wt CEN.PK122 (Figura 30) . Em re lação à

produção de b iomassa , a l inhagem HCJ007 produz iu em média 30% menos

b iomassa em comparação com a l inhagem wt CEN.PK122 em meios com

20% de sacarose . Is so conf i rma que o modelo most rado por Weus thuis e t

a l . (1993) também pode ser ap l icado ao metabol i smo da sacarose em um

perf i l de captação di re ta e h idró l i se int racelu lar .

Recentemente fo i publ icado um t rabalho rea l izado em para le lo pelo

mesmo grupo de pesquisa onde es te t rabalho fo i desenvolv ido , onde foi

demonst rado cinet icamente que a captação d i re ta e h idról i se int racelu lar

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da sacarose permi t i ram um incremento de a té 11% no rendimento da

conversão sacarose -e tanol por l inhagens de S. cerevis iae (BASSO et a l . ,

2011) . Es te t rabalho es tudou a c inét ica fermenta t iva da l inhagem BSY021 -

34B (hapló ide e que apresenta uma cópia do gene iSUC2 e AGT1 normal

no seu genoma - v ide Figura 13) , em meios contendo sacarose como fonte

de carbono. In ic ia lmente , em es tudos teór icos , Basso e t a l . (2011)

es tabeleceram que a mudança tota l do metabol i smo da sacarose para o

in ter ior da cé lu la permi t i r ia um incremento de aproximadamente 9 % na

produção de e tanol . Em comparação , es te incr emento é pra t icamente o

mesmo que o observado por Weusthuis e t a l . (1993) , quando comparado o

perf i l fermenta t ivo d as cé lu las em meios contendo mal tose . Porém, nos

tes tes pre l iminares de fermentação de sacarose em regime de anaerobiose

p lena em quimiostato , es ta l inhagem apresentou um rendimento de e tanol

apenas 4% maior em comparação com a l inhagem parenta l , a lém de

grandes quant idades de sacarose res idual . Ent re tanto , ao submeterem es ta

l inhagem á um processo de engenhar i a evolu t iva em meios contendo a

sacarose como o fa tor l imi tante em condições de anaerobiose , fo i

observado que após 90 gerações es ta l inhagem passou a consumir a

sacarose em al tas velocidades . Após uma det a lhada caracter ização

genét ica , fo i cons ta tado que es ta l inhagem dupl icou espontaneam ente o

número de cópias do gene AGT1 no seu genoma, resu l tando num

t ranspor te a t ivo da sacarose 20 vezes maior que na l inhagem or iginal , e

passou a apresentar um rendimento 11% maior na produção de e tanol ,

a lém de uma drás t ica redução d a sacaro se res idual .

Ao dele tarem uma cópia do gene AGT1 da nova l inhagem iSUC2

evolu ída , Basso e t a l . (2011) demonst raram que o perf i l fermenta t ivo

des ta l inhagem vol tou a ser s imi lar ao da l inhagem iSUC2 o r iginal ,

apresentando aproximadamente a metade da velocidade de t rans por te da

sacarose que a l i nhagem evolu ída apresentava an tes da deleção . Ao

dele tarem as duas cópias do gene AGT1 da l inhagem iSUC2 evolu ída , eles

observaram uma drás t ica d iminuição na captação da sacarose pela cé lula .

O perf i l fermenta t ivo da l inhagem iSUC2 evolu ída com as duas cópias do

AGT1 de le tadas, foi igual ao perf i l apresentado pela l inhagem wt SUC2 .

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Além disso , não foi detec tada nenhuma mutação nos loci do gene AGT1

nes ta nova l inhagem. Is to s igni f ica que o aumento nas velocidades de

t ranspor te da s acarose provavelmente deveu -se ao aumento no número de

cópias des te gene no genoma e , consequentemente , ao aumento no número

de t ranspor tadores a t ivos na membrana, e não á uma mudança na af in idade

da pro te ína pelo subs t ra to . Ent re tan to , va le ressa l tar que uma eventual

mutação na pro te ína regula tór ia dos loci MAL (MALx3 ) t ambém poder ia

expl icar a expressão aumentada do gene AGT1 .

Corroborando es tes dados , as l inhagens u t i l izadas no nosso t rabalho

só a lcançaram um perf i l e f ic ien te de metabol ização da sacaros e após

apresentarem o gene AGT1 sobre-expressado no seu genoma. Es tes

resu l tados demonstram que o t ranspor tador Agt1p possui um papel

fundamenta l para a lcançar maiores conversões da sacarose em etanol .

Ass im, como observado por Basso et a l . (2011) e reforçado pelos nossos

dados , apenas a rea locação do metabol ismo da sacarose pa ra o in ter ior da

cé lu la não é suf ic ien te para a lcançar um maior rendimento na conversão

da sacarose em etanol . É necessár io o t rans por te ef ic ien te das moléculas

do açúcar , ref le t ido p elas modi f icações na região promotora do gene

AGT1 , como no nosso t rab alho; ou no número de cópias des te mesmo gene,

como demonst rado por Basso e t a l . (2011) .

Ainda de acordo com Basso e t a l . (2011) , a anál i se do t ranscr ip toma

da nova l inhagem iSUC2 evolu ída comparada com a l inhagem iSUC2

o r iginal , a inda most rou que ao f inal do exper imento de evolução des ta

l inhagem, 84 genes t iveram sua expressão s igni f ica t ivamente aumentada,

como os genes MPH2 , MPH3 e MAL31 , re lac ionados ao t ransporte de

d i ssacar ídeos (NEEDLEMAN, 1991 ; HORÁK, 1997; DAY et a l . , 2002a,b) ,

e os genes HXT8 , HXT9 e HXT12 , envolv idos no t ranspor te de hexoses

(OZCAN, JONHSTON, 1999) . Quase todos os genes presentes nos loci

MAL1 e MAL3 (AGT1 , MAL13 , MAL31 e MAL32 ) t iveram sua expressão

aumentada. Mais uma vez , uma eventual mutação na prote ína regula tór ia

dos loci MAL poder ia expl icar o aumento na expressão de quase todos os

out ros genes MAL . Além dos genes ac ima, t ambém houve aumento da

expressão de vár ios genes envolv idos com o metabol i smo e t ransp or te de

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carboidra tos e , em menor número , com as respos tas ao es t resse e

es t ímulos ex ternos . Is to most ra que novos es tudos com out ros genes a inda

podem ser conduz idos no in tu i to de melhorar a inda mais o metabol ismo da

sacarose .

Nes te nosso t rabalho , a s l inhagens da famí l ia HCJ a lcançaram o

perf i l de metabol i smo da sacarose de acordo com os objet ivos propos tos .

Ent re tan to , é necessár io enfa t izar que o rendimento da fermentação da

sacarose para a p rodução de e tanol fo i maior nas l inhagens iSUC2

d ip lóides do que nas l inhagens iSUC2 hapló ides . Em comparação , a

produção de e tanol e b iomassa foi , respect ivamente , em média 30% maior

e 8% menor na l inhagem dip ló ide HCJ003 quando comparada à l inhagem

hapló ide BSY021-34B. Na l inhagem HCJ00 7 a produção de e tanol e

b iomassa foi , respect ivamente , em média 7% maior e 13% menor quando

comparada com a l inhagem hapló ide HCJ005 -2 . Des ta forma, f ica c laro

que o uso de l inhagens d ip ló ides na fermentação da sacarose para a

produção de e tanol pode incrementar a inda mais o rendiment o da

conversão sacarose -e tanol .

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS FUTURAS

Os resul tados obt idos no presente t rabalho permi tem conclu i r que a

es t ra tégia de sobre -expressão da inver tase in t racelu lar ( iSUC2 ) , t an to em

l inhagens haplóides quanto d ipló ides , permi te a ef ic iente fermentação da

sacarose pelas leveduras , inc luindo uma menor produção de gl icero l e

açúcares (gl icose e f ru tose) no meio de cu l t ivo , a lém do aumento da

produção de e tanol quando comparadas às l inhagens sem a modi f icação .

De fa to , os resu l tados aqui apresentados fazem par te de um pedido de

depós i to de patente (Processo para modi f icar genet icamente leveduras

Saccharomyces , e seu uso em processos fermenta t ivos de produção de

metaból i tos ) , que fo i depos i tado pela Univers idade Federa l d e Santa

Catar ina ao INPI como representante legal do grupo de 13 co - inventores ,

inc lu indo es te doutorando e seu or ien tador .

Embora a es t ra tégia de sobre -expressão do AGT1 com o promotor

pADH1 apresentou resu l tados caracter í s t icos de sobre -expressão da

pro te ína pelos tes tes de t ransporte de pNPαG, não fo i possível perceber a

cont r ibuição do a lelo p ADH1 : :AGT1 durante os processos de fermentação

com 200 g/L de sacarose . Porém, as l inhagens que apresentam o gene

AGT1 regulado com o promotor for te cons t i tu t ivo p GPD (HCJ006 e 007) ,

apresentaram um s igni f ica t ivo aumento na velocidade de captação d i re ta

da sacarose durante os processos fermenta t ivos rea l izados com 200 g/L,

sem comprometer em demasia a capacidade da cé lu la em re ter os produtos

de h idró l ise in terna . E ssas l inhagens a lcançaram um perf i l de consumo

bas tan te próximo ao das l inhagens indus t r ia i s (CAT -1 e PE-2) , porém com

as vantagens da h idró l i se in t racelu lar da sacarose .

Como os resul tados indicam uma menor produção de gl icero l pelas

leveduras , o que suge re um menor es t resse osmót ico nas cé lu las iSUC2 ,

ser ia in teressante ver i f icar fermentações com maiores concent rações de

sacarose (>>250 g/L) , o que permi t i r ia a ef ic ien te produção de maiores

concent rações de e tanol , com in teressantes consequências no balan ço

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energét ico das us inas pelo menor gas to na des t i l ação e t ra tamento da

v inhaça .

Es te es tudo promoveu grande avanço nas pesquisas para aumentar o

rendimento da produção de e tanol no Bras i l . Como demonst rado , a

h idró l ise in t racelular da sacarose apresenta g rande vantagem metaból ica

na conversão sacarose -e tanol , mas não se l imi ta apenas a is to . A h idról i se

ex t racelu lar da sacarose em gl icose e f ru tose permi te o cresc imento de

vár ios organismos indesejáveis que não consumir iam a sacarose (GREIG ,

TRAVISANO, 200 4; GORE, YOUK, VAN OUDENAARDEN , 2009) . Além

disso , a formação de f ru tose no meio ex t racelu lar pode t razer grandes

perdas para a indús t r ia , devido à len ta u t i l ização des te monossacar ídeo

por l inhagens indust r ia i s de S. cerevis iae , resu l tando em açúcar res id ual e

redução da produção de e tanol (BERTHELS et a l . , 2004).

O desenvolv imento de l inhagens de leveduras capazes de fermentar

sacarose sem que ocorra a h idró l ise ex t racelu lar des te açúcar , poderá

t razer s igni f ica t ivos benef íc ios às us inas de produção de á l cool

combust ível no Bras i l . Es tas leveduras darão uma maior f lex ib i l idade à

condução do processo indus t r ia l , permi t indo a l imentar as dornas de

fermentação com grandes volumes de mosto contendo concent rações

maiores de sacarose , a uma velocidade maior , mas reduzindo o es t resse

osmótico causado pela h idró l i se ex t racelu lar do dissacar ídeo e impedindo

o consumo de gl icose e f ru tose por bactér ias e leveduras contaminantes .

Des ta forma, a produção de e tanol poderá ser subs tancia lmente ampl iada

sem a necess idade do aumento das áreas de p lan t io da cana.

Com tantas vantagens em potencia l , implementar es tas modi f icações

genét icas em l inhagens indus t r ia is se most ra ex t remamente a t raente ,

apesar de a inda ex is t i rem out ras caracter í s t icas que a inda carecem de ser

apr imoradas , como a formação de produtos secundár ios ( NISSEN et a l . ,

2000b; BRO et a l . , 2006; GUADALUPE MEDINA et a l . , 2010; GUO et a l . ,

2010) e a to lerância à grandes quant idades de e tanol (YANG et a l . , 2011) .

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APÊNDICES

APÊNDICE A - Sequenciamento do gene SUC2 nas l inhagens abaixo

APÊNDICE B - Sequenciamento do gene AGT1 nas l inhagens abaixo

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129 Sequenciamento do gene SUC2 nas linhagens abaixo:

1 50 CEN.PK2-1C (1) CTAGCGTAGTTCTCGCTCCCCCAGCAAAGCTCAAAAAAGTACGTCATTTA HCJ005-2 (1) CTAGCGTAGTTCTCGCTCCCCCAGCAAAGCTCAAAAAAGTACGTCATTTA 51 100 CEN.PK2-1C (51) GAATAGTTTGTGAGCAAATTACCAGTCGGTATGCTACGTTAGAAAGGCCC HCJ005-2 (51) GAATAGTTTGTGAGCAAATTACCAGTCGGTATGCTACGTTAGAAAGGCCC 101 150 CEN.PK2-1C (101) ACAGTATTCTTCTACCAAAGGCGTGCCTTTGTTGAACTCGATCCATTATG HCJ005-2 (101) ACAGTATTCTTCTACCAAAGGCGTGCCTTTGTTGAACTCGATCCATTATG 151 200 CEN.PK2-1C (151) AGGGCTTCCATTATTCCCCGCATTTTTATTACTCTGAACAGGAATAAAAA HCJ005-2 (151) AGGGCTTCCATTATTCCCCGCATTTTTATTACTCTGAACAGGAATAAAAA 201 250 CEN.PK2-1C (201) GAAAAAACCCAGTTTAGGAAATTATCCGGGGGCGAAGAAATACGCGTAGC HCJ005-2 (201) GAAAAAACCCAGTTTAGGAAATTATCCGGGGGCGAAGAAATACGCGTAGC 251 300 CEN.PK2-1C (251) GTTAATCGACCCCACGTCCAGGGTTTTTCCATGGAGGTTTCTGGAAAAAC HCJ005-2 (251) GTTAATCGACCCCACGTCCAGGGTTTTTCCATGGAGGTTTCTGGAAAAAC 301 350 CEN.PK2-1C (301) TGACGAGGAATGTGATTATAAATCCCTTTATGTGATGTCTAAGACTTTTA HCJ005-2 (301) TGACGAGGAATGTGATTATAAATCCCTTTATGTGATGT-TAAGACTTTTA 351 400 CEN.PK2-1C (351) AGGTACGCCCGATGTTTGCCTATTACCATCATAGAGACGTTTCTTTTCGA HCJ005-2 (350) -GGTACGCCCGATGTTTGCCTATTACCATCATAGAGACGTTTCTTTTCGA 401 450 CEN.PK2-1C (401) GGAATGCTTAAACGACTTTGTTTGACAAAAATGTTGCCTAAGGGCTCTAT HCJ005-2 (399) GGAATGCTTAAACGACTTTGTTTGACAAAAATGTTGCCTAAGGGCTCTAT 451 500 CEN.PK2-1C (451) AGTAAACCATTTGGAAGAAAGATTTGACGACTTTTTTTTTTTGGATTTCG HCJ005-2 (449) AGTAAACCATTTGGAAGAAAGATTTGACGACTTTTTTTTTTTGGATTTCG 501 550 CEN.PK2-1C (501) ATCCTATAATCCTTCCTCCTGAAAAGAAACATATAAATAGATATGTATTA HCJ005-2 (499) ATCCTATAATCCTTCCTCCTGAAAAGAAACATATAAATAGATATGTATTA 551 600 CEN.PK2-1C (551) TTCTTCAAAACATTCTCTTGTTCTTGTGCTTTTTTTTTACCATATATCTT HCJ005-2 (549) TTCTTCAAAACATTCTCTTGTTCTTGTGCTTTTTTTTTACCATATATCTT 601 650 CEN.PK2-1C (601) ACTTTTTTTTTTCTCTCAGAGAAACAAGCAAAACAAAAAGCTTTTCTTTT HCJ005-2 (599) ACTTTTTTTTTTCTCTCAGAGAAACAAGCAAAACAAAAAGCTTTTCTTTT 651 700 CEN.PK2-1C (651) CACTAACGTATATGATGCTTTTGCAAGCTTTCCTTTTCCTTTTGGCTGGT HCJ005-2 (649) CACTAACGTATATGATGCTTTTGCAAGCTTTCCTTTTCCTTTTGGCTGCT 701 750 CEN.PK2-1C (701) TTTGCAGCCAAAATATCTGCATCA-------------------------- HCJ005-2 (699) TTTGCAGCCAAAATATCTGCATCACTATTTCTTAGCATTTTTGACGAAAT 751 800 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (749) TTGCTATTTTGTTAGAGTCTTTTACACCATTTGTCTCCACACCTCCGCTT 801 850 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (799) ACATCAACACCAATAACGCCATTTAATCTAAGCGCATCACCAACATTTTC 851 900 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (849) TGGCGTCAGTCCACCAGCTAACATAAAATGTAAGCTTTCGGGGCTCTCTT 901 950 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (899) GCCTTCCAACCCAGTCAGAAACCGAGTTCCAATCCAAAAGTTCACCTGTC 951 1000 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (949) CCACCTGCTTCTGAATCAAACAAGGGAATAAACGAATGAGGTTTCTGTGA

[JC1] Comentário: SÍTIO CRE

[JC2] Comentário: SÍTIO “A”

[JC3] Comentário: SÍTIO “B”

[JES4] Comentário: Deleção de base

[JES5] Comentário: Deleção de base

[JC6] Comentário: TATA BOX

[JES7] Comentário: Primeiro ATG

[JES8] Comentário: Troca de Base

[JES9] Comentário: Stop códon do gene TRP1

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130 1001 1050 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (999) AGCTGCACTGAGTAGTATGTTGCAGTCTTTTGGAAATACGAGTCTTTTAA 1051 1100 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (1049) TAACTGGCAAACCGAGGAACTCTTGGTATTCTTGCCACGACTCATCTCCA 1101 1150 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (1099) TGCAGTTGGACGATATCAATGCCGTAATCATTGACCAGAGCCAAAACATC 1151 1200 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (1149) CTCCTTAGGTTGATTACGAAACACGCCAACCAAGTATTTCGGAGTGCCTG 1201 1250 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (1199) AACTATTTTTATATGCTTTTACAAGACTTGAAATTTTCCTTGCAATAACC 1251 1300 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (1249) GGGTCAATTGTTCTCTTTCTATTGGGCACACATATAATACCCAGCAAGTC 1301 1350 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (1299) AGCATCGGAATCTAGAGCACATTCTGCGGCCTCTGTGCTCTGCAAGCCGC 1351 1400 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (1349) AAACTTTCACCAATGGACCAGAACTACCTGTGAAATTAATAACAGACATT 1401 1450 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (1399) TTTGTTGTTTCCGGGTGTACAATATGGACTTCCTCTTTTCTGGCAACCAA 1451 1500 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (1449) ACCCATACATCGGGATTCCTATAATACCTTCGTTGGTCTCCCTAACATGT 1501 1550 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (1499) AGGTGGCGGAGGGGAGATATACAATAGAACAGATACCAGACAAGACATAA 1551 1600 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (1549) TGGGCTAAACAAGACTACACCAATTACACTGCCTCATTGATGGTGGTACA 1601 1650 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (1599) TAACGAACTAATACTGTAGCCCTAGACTTGATAGCCATCATCATATCGAA 1651 1700 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (1649) GTTTCACTACCCTTTTTCCATTTGCCATCTATTGAAGTAATAATAGGCGC 1701 1750 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (1699) ATGCAACTTCTTTTCTTTTTTTTTCTTTTCTCTCTCCCCCGTTGTTGTCT 1751 1800 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (1749) CACCATATCCGCAATGACAAAAAAATGATGGAAGACACTAAAGGAAAAAA 1801 1850 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (1799) TTAACGACAAAGACAGCACCAACAGATGTCGTTGTTCCAGAGCTGATGAG 1851 1900 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (1849) GGGTATCTCGAAGCACACGAAACTTTTTCCTTCCTTCATTCACGCACACT 1901 1950 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (1899) ACTCTCTAATGAGCAACGGTATACGGCCTTCCTTCCAGTTACTTGAATTT 1951 2000 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (1949) GAAATAAAAAAAAGTTTGCTGTCTTGCTATCAAGTATAAATAGACCTGCA 2001 2050 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (1999) ATTATTAATCTTTTGTTTCCTCGTCATTGTTCTCGTTCCCTTTCTTCCTT 2051 2100 CEN.PK2-1C (725) -------------------------------------------------- HCJ005-2 (2049) GTTTCTTTTTCTGCACAATATTTCAAGCTATACCAAGCATACAATCAACT

[JES10] Comentário: Start códon do gene TRP1

[JES11] Comentário: Início da sequência promotora do gene ADH1

[JES12] Comentário: Final da sequência promotora do gene ADH1

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131 2101 2150 CEN.PK2-1C (725) ------------ATGACAAACGAAACTAGCGATAGACCTTTGGTCCACTT HCJ005-2 (2099) ATCTCATATACAATGACAAAGGAAACTAGCGATAGACCTTTGGTCCACTT 2151 2200 CEN.PK2-1C (763) CACACCCAACAAGGGCTGGATGAATGACCCAAATGGGTTGTGGTACGATG HCJ005-2 (2149) CACACCCAACAAGGGCTGGATGAATGACCCAAATGGGTTGTGGTACGATG 2201 2250 CEN.PK2-1C (813) AAAAAGATGCCAAATGGCATCTGTACTTTCAATACAACCCAAATGACACC HCJ005-2 (2199) AAAAAGATGCCAAATGGCATCTGTACTTTCAATACAACCCAAATGACACC 2251 2300 CEN.PK2-1C (863) GTATGGGGTACGCCATTGTTTTGGGGCCATGCTACTTCCGATGATTTGAC HCJ005-2 (2249) GTATGGGGTACGCCATTGTTTTGGGGCCATGCTACTTCCGATGATTTGAC 2301 2350 CEN.PK2-1C (913) TAATTGGGAAGATCAACCCATTGCTATCGCTCCCAAGCGTAACGATTCAG HCJ005-2 (2299) TAATTGGGAAGATCAACCCATTGCTATCGCTCCCAAGCGTAACGATTCAG 2351 2400 CEN.PK2-1C (963) GTGCTTTCTCTGGCTCCATGGTGGTTGATTACAACAACACGAGTGGGTTT HCJ005-2 (2349) GTGCTTTCTCTGGCTCCATGGTGGTTGATTACAACAACACGAGTGGGTTT 2401 2450 CEN.PK2-1C (1013) TTCAATGATACTATTGATCCAAGACAAAGATGCGTTGCGATTTGGACTTA HCJ005-2 (2399) TTCAATGATACTATTGATCCAAGACAAAGATGCGTTGCGATTTGGACTTA 2451 2500 CEN.PK2-1C (1063) TAACACTCCTGAAAGTGAAGAGCAATACATTAGCTATTCTCTTGATGGTG HCJ005-2 (2449) TAACACTCCTGAAAGTGAAGAGCAATACATTAGCTATTCTCTTGATGGTG 2501 2550 CEN.PK2-1C (1113) GTTACACTTTTACTGAATACCAAAAGAACCCTGTTTTAGCTGCCAACTCC HCJ005-2 (2499) GTTACACTTTTACTGAATACCAAAAGAACCCTGTTTTAGCTGCCAACTCC 2551 2600 CEN.PK2-1C (1163) ACTCAATTCAGAGATCCAAAGGTGTTCTGGTATGAACCTTCTCAAAAATG HCJ005-2 (2549) ACTCAATTCAGAGATCCAAAGGTGTTCTGGTATGAACCTTCTCAAAAATG 2601 2650 CEN.PK2-1C (1213) GATTATGACGGCTGCCAAATCACAAGACTACAAAATTGAAATTTACTCCT HCJ005-2 (2599) GATTATGACGGCTGCCAAATCACAAGACTACAAAATTGAAATTTACTCCT 2651 2700 CEN.PK2-1C (1263) CTGATGACTTGAAGTCCTGGAAGCTAGAATCTGCATTTGCCAATGAAGGT HCJ005-2 (2649) CTGATGACTTGAAGTCCTGGAAGCTAGAATCTGCATTTGCCAATGAAGGT 2701 2750 CEN.PK2-1C (1313) TTCTTAGGCTACCAATACGAATGTCCAGGTTTGATTGAAGTCCCAACTGA HCJ005-2 (2699) TTCTTAGGCTACCAATACGAATGTCCAGGTTTGATTGAAGTCCCAACTGA 2751 2800 CEN.PK2-1C (1363) GCAAGATCCTTCCAAATCTTATTGGGTCATGTTTATTTCTATCAACCCAG HCJ005-2 (2749) GCAAGATCCTTCCAAATCTTATTGGGTCATGTTTATTTCTATCAACCCAG 2801 2850 CEN.PK2-1C (1413) GTGCACCTGCTGGCGGTTCCTTCAACCAATATTTTGTTGGATCCTTCAAT HCJ005-2 (2799) GTGCACCTGCTGGCGGTTCCTTCAACCAATATTTTGTTGGATCCTTCAAT 2851 2900 CEN.PK2-1C (1463) GGTACTCATTTTGAAGCGTTTGACAATCAATCTAGAGTGGTAGATTTTGG HCJ005-2 (2849) GGTACTCATTTTGAAGCGTTTGACAATCAATCTAGAGTGGTAGATTTTGG 2901 2950 CEN.PK2-1C (1513) TAAGGACTACTATGCCTTGCAAACTTTCTTCAACACTGACCCAACCTACG HCJ005-2 (2899) TAAGGACTACTATGCCTTGCAAACTTTCTTCAACACTGACCCAACCTACG 2951 3000 CEN.PK2-1C (1563) GTTCAGCATTAGGTATTGCCTGGGCTTCAAACTGGGAGTACAGTGCCTTT HCJ005-2 (2949) GTTCAGCATTAGGTATTGCCTGGGCTTCAAACTGGGAGTACAGTGCCTTT 3001 3050 CEN.PK2-1C (1613) GTCCCAACTAACCCATGGAGATCATCCATGTCTTTGGTCCGCAAGTTTTC HCJ005-2 (2999) GTCCCAACTAACCCATGGAGATCATCCATGTCTTTGGTCCGCAAGTTTTC 3051 3100 CEN.PK2-1C (1663) TTTGAACACTGAATATCAAGCTAATCCAGAGACTGAATTGATCAATTTGA HCJ005-2 (3049) TTTGAACACTGAATATCAAGCTAATCCAGAGACTGAATTGATCAATTTGA 3101 3150 CEN.PK2-1C (1713) AAGCCGAACCAATATTGAACATTAGTAATGCTGGTCCCTGGTCTCGTTTT HCJ005-2 (3099) AAGCCGAACCAATATTGAACATTAGTAATGCTGGTCCCTGGTCTCGTTTT 3151 3200 CEN.PK2-1C (1763) GCTACTAACACAACTCTAACTAAGGCCAATTCTTACAATGTCGATTTGAG HCJ005-2 (3149) GCTACTAACACAACTCTAACTAAGGCCAATTCTTACAATGTCGATTTGAG

[JES13] Comentário: Segundo ATG

[JES14] Comentário: Troca de Base com troca de aminoácido: asn > lys

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132 3201 3250 CEN.PK2-1C (1813) CAACTCGACTGGTACCCTAGAGTTTGAGTTGGTTTACGCTGTTAACACCA HCJ005-2 (3199) CAACTCGACTGGTACCCTAGAGTTTGAGTTGGTTTACGCTGTTAACACCA 3251 3300 CEN.PK2-1C (1863) CACAAACCATATCCAAATCCGTCTTTGCCGACTTATCACTTTGGTTCAAG HCJ005-2 (3249) CACAAACCATATCCAAATCCGTCTTTGCCGACTTATCACTTTGGTTCAAG 3301 3350 CEN.PK2-1C (1913) GGTTTAGAAGATCCTGAAGAATATTTGAGAATGGGTTTTGAAGTCAGTGC HCJ005-2 (3299) GGTTTAGAAGATCCTGAAGAATATTTGAGAATGGGTTTTGAAGTCAGTGC 3351 3400 CEN.PK2-1C (1963) TTCTTCCTTCTTTTTGGACCGTGGTAACTCTAAGGTCAAGTTTGTCAAGG HCJ005-2 (3349) TTCTTCCTTCTTTTTGGACCGTGGTAACTCTAAGGTCAAGTTTGTCAAGG 3401 3450 CEN.PK2-1C (2013) AGAACCCATATTTCACAAACAGAATGTCTGTCAACAACCAACCATTCAAG HCJ005-2 (3399) AGAACCCATATTTCACAAACAGAATGTCTGTCAACAACCAACCATTCAAG 3451 3500 CEN.PK2-1C (2063) TCTGAGAACGACCTAAGTTACTATAAAGTGTACGGCCTACTGGATCAAAA HCJ005-2 (3449) TCTGAGAACGACCTAAGTTACTATAAAGTGTACGGCCTACTGGATCAAAA 3501 3550 CEN.PK2-1C (2113) CATCTTGGAATTGTACTTCAACGATGGAGATGTGGTTTCTACAAATACCT HCJ005-2 (3499) CATCTTGGAATTGTACTTCAACGATGGAGATGTGGTTTCTACAAATACCT 3551 3600 CEN.PK2-1C (2163) ACTTCATGACCACCGGTAACGCTCTAGGATCTGTGAACATGACCACTGGT HCJ005-2 (3549) ACTTCATGACCACCGGTAACGCTCTAGGATCTGTGAACATGACCACTGGT 3601 3650 CEN.PK2-1C (2213) GTCGATAATTTGTTCTACATTGACAAGTTCCAAGTAAGGGAAGTAAAATA HCJ005-2 (3599) GTCGATAATTTGTTCTACATTGACAAGTTCCAAGTAAGGGAAGTAAAATA 3651 3700 CEN.PK2-1C (2263) GAGGTTATAAAACTTATTGTCTTTTTTATTTTTTTCAAAAGCCATTCTAA HCJ005-2 (3649) GAGGTTATAAAACTTATTGTCTTTTTTATTTTTTTCAAAAGCCATTCTAA 3701 3750 CEN.PK2-1C (2313) AGGGCTTTAGCTAACGAGTGACGAATGTAAAACTTTATGATTTCAAAGAA HCJ005-2 (3699) AGGGCTTTAGCTAACGAGTGACGAATGTAAAACTTTATGATTTCAAAGAA 3751 3800 CEN.PK2-1C (2363) TACCTCCAAACCATTGAAAATGTATTTTTATTTTTATTTTCTCCCGACCC HCJ005-2 (3749) TACCTCCAAACCATTGAAAATGTATTTTTATTTTTATTTTCTCCCGACCC 3801 3850 CEN.PK2-1C (2413) CAGTTACCTGGAATTTGTTCTTTATGTACTTTATATAAGTATAATTCTCT HCJ005-2 (3799) CAGTTACCTGGAATTTGTTCTTTATGTACTTTATATAAGTATAATTCTCT 3851 3900 CEN.PK2-1C (2463) TAAAAATTTTTACTACTTTGCAATAGACATCATTTTTTCACGTAATAAAC HCJ005-2 (3849) TAAAAATTTTTACTACTTTGCAATAGACATCATTTTTTCACGTAATAAAC 3901 3911 CEN.PK2-1C (2513) CCACAATCGTA HCJ005-2 (3899) CCACAATCGTA

[JES15] Comentário: Códon terminador “TAG”

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133 Sequenciamento do gene AGT1 nas linhagens abaixo:

1 50 CEN.PK2-1C (1) GTATGCGTTATCACTCTTCGAGCCAATTCTTAATTGTGTGGGGTCCGCGA PSY003 (1) GTATGCGTTATCACTCTTCGAGCCAATTCTTAATTGTGTGGGGTCCGCGA 51 100 CEN.PK2-1C (51) AAATTTCCGGATAAATCCTGTAAACTTTAACTTAAACCCCGTGTTTAGCG PSY003 (51) AAATTTCCGGATAAATCCTGTAAACTTTAACTTAAACCCCGTGTTTAGCG 101 150 CEN.PK2-1C (101) AAATTTTCAACGAAGCGCGCAATAAGGAGAAATATTATCTAAAAGCGAGA PSY003 (101) AAATTTTCAACGAAGCGCGCAATAAGGAGAAATATTATCTAAAAGCGAGA 151 200 CEN.PK2-1C (151) GTTTAAGCGAGTTGCAAGAATCTCTACGGTACAGATGCAACTTACTATAG PSY003 (151) GTTTAAGCGAGTTGCAAGAATCTCTACGGTACAGATGCAACTTACTATAG 201 250 CEN.PK2-1C (201) CCAAGGTCTATTCGTATTACTATGGCAGCGAAAGGAGCTTTAAGGTTTTA PSY003 (201) CCAAGGTCTATTCGTATTACTATGGCAGCGAAAGGAGCTTTAAGGTTTTA 251 300 CEN.PK2-1C (251) ATTACCCCATAGCCATAGATTCTACTCGGTCTATCTATCATGTAACACTC PSY003 (251) ATTACCCCATAGCCATAGATTCTACTCGGTCTATCTATCATGTAACACTC 301 350 CEN.PK2-1C (301) CGTTGATGCGTACTAGAAAATGACAACGTACCGGGCTTGAGGGACATACA PSY003 (301) CGTTGATGCGTACTAGAAAATGACAACGTACCGGGCTTGAGGGACATACA 351 400 CEN.PK2-1C (351) GAGACAATTACAGTAATCAAGAGTGTACCCAACTTTAACGAACTCAGTAA PSY003 (351) GAGACAATTACAGTAATCAAGAGTGTACCCAACTTTAACGAACTCAGTAA 401 450 CEN.PK2-1C (401) AAAATAAGGAATGTCGACATCTTAATTTTTTATATAAAGCGGTTTGGTAT PSY003 (401) AAAATAAGGAATGTCGACATCTTAATTTTTTATATAAAGCGGTTTGGTAT 451 500 CEN.PK2-1C (451) TGATTGTTTGAAGAATTTTCGGGTTGGTGTTTCTTTCTGATGCTACATAG PSY003 (451) TGATTGTTTGAAGAATTTTCGGGTTGGTGTTTCTTTCTGATGCTACATAG 501 550 CEN.PK2-1C (501) AAGAACATCAAACAACTAAAAAAATAGTATAAT----------------- PSY003 (501) AAGAACATCAAACAACTAAAAAAATAGTATAATCTATTTCTTAGCATTTT 551 600 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (551) TGACGAAATTTGCTATTTTGTTAGAGTCTTTTACACCATTTGTCTCCACA 601 650 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (601) CCTCCGCTTACATCAACACCAATAACGCCATTTAATCTAAGCGCATCACC 651 700 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (651) AACATTTTCTGGCGTCAGTCCACCAGCTAACATAAAATGTAAGCTTTCGG 701 750 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (701) GGCTCTCTTGCCTTCCAACCCAGTCAGAAATCGAGTTCCAATCCAAAAGT 751 800 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (751) TCACCTGTCCCACCTGCTTCTGAATCAAACAAGGGAATAAACGAATGAGG 801 850 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (801) TTTCTGTGAAGCTGCACTGAGTAGTATGTTGCAGTCTTTTGGAAATACGA 851 900 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (851) GTCTTTTAATAACTGGCAAACCGAGGAACTCTTGGTATTCTTGCCACGAC 901 950 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (901) TCATCTCCATGCAGTTGGACGATATCAATGCCGTAATCATTGACCAGAGC 951 1000 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (951) CAAAACATCCTCCTTAGGTTGATTACGAAACACGCCAACCAAGTATTTCG

[JES1] Comentário: Stop códon do gene TRP1

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134 1001 1050 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (1001) GAGTGCCTGAACTATTTTTATATGCTTTTACAAGACTTGAAATTTTCCTT 1051 1100 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (1051) GCAATAACCGGGTCAATTGTTCTCTTTCTATTGGGCACACATATAATACC 1101 1150 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (1101) CAGCAAGTCAGCATCGGAATCTAGAGCACATTCTGCGGCCTCTGTGCTCT 1151 1200 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (1151) GCAAGCCGCAAACTTTCACCAATGGACCAGAACTACCTGTGAAATTAATA 1201 1250 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (1201) ACAGACATTTTTGTTGTTTCCGGGTGTACAATATGGACTTCCTCTTTTCT 1251 1300 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (1251) GGCAACCAAACCCATACATCGGGATTCCTATAATACCTTCGTTGGTCTCC 1301 1350 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (1301) CTAACATGTAGGTGGCGGAGGGGAGATATACAATAGAACAGATACCAGAC 1351 1400 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (1351) AAGACATAATGGGCTAAACAAGACTACACCAATTACACTGCCTCATTGAT 1401 1450 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (1401) GGTGGTACATAACGAACTAATACTGTAGCCCTAGACTTGATAGCCATCAT 1451 1500 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (1451) CATATCGAAGTTTCACTACCCTTTTTCCATTTGCCATCTATTGAAGTAAT 1501 1550 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (1501) AATAGGCGCATGCAACTTCTTTTCTTTTTTTTTCTTTTCTCTCTCCCCCG 1551 1600 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (1551) TTGTTGTCTCACCATATCCGCAATGACAAAAAAATGATGGAAGACACTAA 1601 1650 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (1601) AGGAAAAAATTAACGACAAAGACAGCACCAACAGATGTCGTTGTTCCAGA 1651 1700 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (1651) GCTGATGAGGGGTATCTCGAAGCACACGAAACTTTTTCCTTCCTTCATTC 1701 1750 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (1701) ACGCACACTACTCTCTAATGAGCAACGGTATACGGCCTTCCTTCCAGTTA 1751 1800 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (1751) CTTGAATTTGAAATAAAAAAAAGTTTGCTGTCTTGCTATCAAGTATAAAT 1801 1850 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (1801) AGACCTGCAATTATTAATCTTTTGTTTCCTCGTCATTGTTCTCGTTCCCT 1851 1900 CEN.PK2-1C (534) -------------------------------------------------- PSY003 (1851) TTCTTCCTTGTTTCTTTTTCTGCACAATATTTCAAGCTATACCAAGCATA 1901 1950 CEN.PK2-1C (534) ---------------------ATGAAAAATATCATTTCATTGGTAAGCAA PSY003 (1901) CAATCAACTATCTCATATACAATGAAAAATATCATTTCATTGGTAAGCAA 1951 2000 CEN.PK2-1C (563) GAAGAAGGCTGCCTCAAAAAATGAGGATAAAAACATTTCTGAGTCTTCAA PSY003 (1951) GAAGAAGGCTGCCTCAAAAAATGAGGATAAAAACATTTCTGAGTCTTCAA 2001 2050 CEN.PK2-1C (613) GAGATATTGTAAACCAACAGGAGGTTTTCAATACTGAAGATTTTGAAGAA PSY003 (2001) GAGATATTGTAAACCAACAGGAGGTTTTCAATACTGAAGATTTTGAAGAA 2051 2100 CEN.PK2-1C (663) GGGAAAAAGGATAGTGCCTTTGAGCTAGACCACTTAGAGTTCACCACCAA PSY003 (2051) GGGAAAAAGGATAGTGCCTTTGAGCTAGACCACTTAGAGTTCACCACCAA

[JES2] Comentário: Start códon do gene TRP1

[JES3] Comentário: Início da sequência promotora do gene ADH1

[JES4] Comentário: Final da sequência promotora do gene ADH1

[JES5] Comentário: Início do gene AGT1

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135 2101 2150 CEN.PK2-1C (713) TTCAGCCCAGTTAGGAGATTCTGACGAAGATAACGAGAATGTGATTAATG PSY003 (2101) TTCAGCCCAGTTAGGAGATTCTGACGAAGATAACGAGAATGTGATTAATG 2151 2200 CEN.PK2-1C (763) AGATGAACGCTACTGATGATGCAAATGAAGCTAACAGCGAGGAAAAAAGC PSY003 (2151) AGATGAACGCTACTGATGATGCAAATGAAGCTAACAGCGAGGAAAAAAGC 2201 2250 CEN.PK2-1C (813) ATGACTTTGAAGCAGGCGTTGCTAAAATATCCAAAAGCAGCCCTGTGGTC PSY003 (2201) ATGACTTTGAAGCAGGCGTTGCTAAAATATCCAAAAGCAGCCCTGTGGTC 2251 2300 CEN.PK2-1C (863) CATATTAGTGTCTACTACCCTGGTTATGGAAGGTTATGATACCGCACTAC PSY003 (2251) CATATTAGTGTCTACTACCCTGGTTATGGAAGGTTATGATACCGCACTAC 2301 2350 CEN.PK2-1C (913) TGAGCGCACTGTATGCCCTGCCAGTTTTTCAGAGAAAATTCGGTACTTTG PSY003 (2301) TGAGCGCACTGTATGCCCTGCCAGTTTTTCAGAGAAAATTCGGTACTTTG 2351 2400 CEN.PK2-1C (963) AACGGGGAGGGTTCTTACGAAATTACTTCCCAATGGCAGATTGGTTTAAA PSY003 (2351) AACGGGGAGGGTTCTTACGAAATTACTTCCCAATGGCAGATTGGTTTAAA 2401 2450 CEN.PK2-1C (1013) CATGTGTGTCCTTTGTGGTGAGATGATTGGTTTGCAAATCACGACTTATA PSY003 (2401) CATGTGTGTCCTTTGTGGTGAGATGATTGGTTTGCAAATCACGACTTATA 2451 2500 CEN.PK2-1C (1063) TGGTTGAATTTATGGGGAATCGTTATACGATGATTACAGCACTTGGTTTG PSY003 (2451) TGGTTGAATTTATGGGGAATCGTTATACGATGATTACAGCACTTGGTTTG 2501 2550 CEN.PK2-1C (1113) TTAACTGCTTATATCTTTATCCTCTACTACTGTAAAAGTTTAGCTATGAT PSY003 (2501) TTAACTGCTTATATCTTTATCCTCTACTACTGTAAAAGTTTAGCTATGAT 2551 2600 CEN.PK2-1C (1163) TGCTGTGGGACAAATTCTCTCAGCTATACCATGGGGTTGTTTCCAAAGTT PSY003 (2551) TGCTGTGGGACAAATTCTCTCAGCTATACCATGGGGTTGTTTCCAAAGTT 2601 2650 CEN.PK2-1C (1213) TGGCTGTTACTTATGCTTCGGAAGTTTGCCCTTTAGCATTAAGATATTAC PSY003 (2601) TGGCTGTTACTTATGCTTCGGAAGTTTGCCCTTTAGCATTAAGATATTAC 2651 2700 CEN.PK2-1C (1263) ATGACCAGTTACTCCAACATTTGTTGGTTATTTGGTCAAATCTTCGCCTC PSY003 (2651) ATGACCAGTTACTCCAACATTTGTTGGTTATTTGGTCAAATCTTCGCCTC 2701 2750 CEN.PK2-1C (1313) TGGTATTATGAAAAACTCACAAGAGAATTTAGGGAACTCCGACTTGGGCT PSY003 (2701) TGGTATTATGAAAAACTCACAAGAGAATTTAGGGAACTCCGACTTGGGCT 2751 2800 CEN.PK2-1C (1363) ATAAATTGCCATTTGCTTTACAATGGATTTGGCCTGCTCCTTTAATGATC PSY003 (2751) ATAAATTGCCATTTGCTTTACAATGGATTTGGCCTGCTCCTTTAATGATC 2801 2850 CEN.PK2-1C (1413) GGTATCTTTTTCGCTCCTGAGTCGCCCTGGTGGTTGGTGAGAAAGGATAG PSY003 (2801) GGTATCTTTTTCGCTCCTGAGTCGCCCTGGTGGTTGGTGAGAAAGGATAG 2851 2900 CEN.PK2-1C (1463) GGTCGCTGAGGCAAGAAAATCTTTAAGCAGAATTTTGAGTGGTAAAGGCG PSY003 (2851) GGTCGCTGAGGCAAGAAAATCTTTAAGCAGAATTTTGAGTGGTAAAGGCG 2901 2950 CEN.PK2-1C (1513) CCGAGAAGGACATTCAAGTTGATCTTACTTTAAAGCAGATTGAATTGACT PSY003 (2901) CCGAGAAGGACATTCAAGTTGATCTTACTTTAAAGCAGATTGAATTGACT 2951 3000 CEN.PK2-1C (1563) ATTGAAAAAGAAAGACTTTTAGCATCTAAATCAGGATCATTCTTTAATTG PSY003 (2951) ATTGAAAAAGAAAGACTTTTAGCATCTAAATCAGGATCATTCTTTAATTG 3001 3050 CEN.PK2-1C (1613) TTTCAAGGGAGTTAATGGAAGAAGAACGAGACTTGCATGTTTAACTTGGG PSY003 (3001) TTTCAAGGGAGTTAATGGAAGAAGAACGAGACTTGCATGTTTAACTTGGG 3051 3100 CEN.PK2-1C (1663) TAGCTCAAAATAGTAGCGGTGCCGTTTTACTTGGTTACTCGACATATTTT PSY003 (3051) TAGCTCAAAATAGTAGCGGTGCCGTTTTACTTGGTTACTCGACATATTTT 3101 3150 CEN.PK2-1C (1713) TTTGAAAGAGCAGGTATGGCCACCGACAAGGCGTTTACTTTTTCTCTAAT PSY003 (3101) TTTGAAAGAGCAGGTATGGCCACCGACAAGGCGTTTACTTTTTCTCTAAT 3151 3200 CEN.PK2-1C (1763) TCAGTACTGTCTTGGGTTAGCGGGTACACTTTGCTCCTGGGTAATATCTG PSY003 (3151) TCAGTACTGTCTTGGGTTAGCGGGTACACTTTGCTCCTGGGTAATATCTG

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136 3201 3250 CEN.PK2-1C (1813) GCCGTGTTGGTAGATGGACAATACTGACCTATGGTCTTGCATTTCAAATG PSY003 (3201) GCCGTGTTGGTAGATGGACAATACTGACCTATGGTCTTGCATTTCAAATG 3251 3300 CEN.PK2-1C (1863) GTCTGCTTATTTATTATTGGTGGAATGGGTTTTGGTTCTGGAAGCAGCGC PSY003 (3251) GTCTGCTTATTTATTATTGGTGGAATGGGTTTTGGTTCTGGAAGCAGCGC 3301 3350 CEN.PK2-1C (1913) TAGTAATGGTGCCGGTGGTTTATTGCTGGCTTTATCATTCTTTTACAATG PSY003 (3301) TAGTAATGGTGCCGGTGGTTTATTGCTGGCTTTATCATTCTTTTACAATG 3351 3400 CEN.PK2-1C (1963) CTGGTATCGGTGCAGTTGTTTACTGTATCGTTGCTGAAATTCCATCAGCG PSY003 (3351) CTGGTATCGGTGCAGTTGTTTACTGTATCGTTGCTGAAATTCCATCAGCG 3401 3450 CEN.PK2-1C (2013) GAGTTGAGAACTAAGACTATAGTGCTGGCCCGTATTTGCTACAATCTCAT PSY003 (3401) GAGTTGAGAACTAAGACTATAGTGCTGGCCCGTATTTGCTACAATCTCAT 3451 3500 CEN.PK2-1C (2063) GGCCGTTATTAACGCTATATTAACGCCCTATATGCTAAACGTGAGCGATT PSY003 (3451) GGCCGTTATTAACGCTATATTAACGCCCTATATGCTAAACGTGAGCGATT 3501 3550 CEN.PK2-1C (2113) GGAACTGGGGTGCCAAAACTGGTCTATACTGGGGTGGTTTCACAGCAGTC PSY003 (3501) GGAACTGGGGTGCCAAAACTGGTCTATACTGGGGTGGTTTCACAGCAGTC 3551 3600 CEN.PK2-1C (2163) ACTTTAGCTTGGGTCATCATCGATCTGCCTGAGACAACTGGTAGAACCTT PSY003 (3551) ACTTTAGCTTGGGTCATCATCGATCTGCCTGAGACAACTGGTAGAACCTT 3601 3650 CEN.PK2-1C (2213) CAGTGAAATTAATGAACTTTTCAACCAAGGGGTTCCTGCCAGAAAATTTG PSY003 (3601) CAGTGAAATTAATGAACTTTTCAACCAAGGGGTTCCTGCCAGAAAATTTG 3651 3700 CEN.PK2-1C (2263) CATCTACTGTGGTTGATCCATTCGGAAAGGGAAAAACTCAACATGATTCG PSY003 (3651) CATCTACTGTGGTTGATCCATTCGGAAAGGGAAAAACTCAACATGATTCG 3701 3750 CEN.PK2-1C (2313) CTAGCTGATGAGAGTATCAGTCAGTCCTCAAGCATAAAACAGCGAGAATT PSY003 (3701) CTAGCTGATGAGAGTATCAGTCAGTCCTCAAGCATAAAACAGCGAGAATT 3751 3800 CEN.PK2-1C (2363) AAATGCAGCTGATAAATGTTAAGTAAAAGGGTTGTTTTTTTTTTTTTGGA PSY003 (3751) AAATGCAGCTGATAAATGTTAAGTAAAAGGGTTGTTTTTTTTTTTTTGGA 3801 3850 CEN.PK2-1C (2413) AGAAATAAGGAATCCCTTTGACTGCTCCCAAAACCCTCAGCTAGCTCGAG PSY003 (3801) AGAAATAAGGAATCCCTTTGACTGCTCCCAAAACCCTCAGCTAGCTCGAG 3851 3900 CEN.PK2-1C (2463) ATTTTATATATATACATTTTTTATTTTTCTGTAAAACATTCATATTTACC PSY003 (3851) ATTTTATATATATACATTTTTTATTTTTCTGTAAAACATTCATATTTACC 3901 3950 CEN.PK2-1C (2513) ATTTTTTAAGCAAAATATTGTTAGTAGTTAGTTAAAATAGCCCAAGCAGC PSY003 (3901) ATTTTTTAAGCAAAATATTGTTAGTAGTTAGTTAAAATAGCCCAAGCAGC 3951 3995 CEN.PK2-1C (2563) AATCAAGCAAATATGAGAGTACTTTTTCTTTAGCACCTGGTACTT PSY003 (3951) AATCAAGCAAATATGAGAGTACTTTTTCTTTAGCACCTGGTACTT

[JES6] Comentário: códon terminador “TAA”