José vaz (1)

2
O que eu quero é que eles gostem de ler e escrever” José Vaz Biblioteca do Agrupamento de Escolas de São Lourenço ESCRITOR DO MÊS ABRIL AUTOBIOGRAFIA Eu sou o José Vaz e nasci no dia 11 de Janeiro de 1940, em Avintes, terra da margem esquerda do Rio Douro, a 5 Km da cidade do Porto. No tempo em que nasci, ocorreu a 2ª Grande Guerra Mundial e eu e os meus pais vivemos com muitas dificuldades. Por essa razão, quando era menino, não tive brinquedos mas, à falta deles, comecei a fazê-los por mim próprio. Aprendi a ser marinheiro de barquinho de papel e aviador de papagaio. Antes de ir para a Escola Primária, contactei com o meu primeiro livro. Não era um livro de histórias de encantar mas um livro que relatava um acontecimento importante para a história dos seres humanos no decorrer dos tempos. Chamava-se a "Tomada da Bastilha". Não o li porque ainda era analfabeto de idade . Como não havia escolas secundárias próximas, nem dinhei- ro para livros, roupas, transporte e alimentação, aos 11 anos tive de ir trabalhar. E assim me tornei pintor de medalhas, torneiro de madeira e cravador de jóias. Em 1983, tinha eu já 43 anos de idade, quando foi publica- do o meu primeiro livro com duas peças de teatro: O Rei Lambão e as Pulgas e a Preguiça. Depois, escrevi muitas outras histórias que tiveram a honra de chegar a livro. Gosto de todos os livros que escrevi mas, de todos, nomeio alguns para me acompanharem nesta informação que vos dou: Para Sonhar com Borboletas Azuis, O Nó da Corda Amarela, Quando os Olhos da Noite Mudaram de Sítio, Alzira, a santa suplente, A Fábula dos Feijões Cinzentos, O Rei Lambão e O Roubo da Roda Quadrada. Prémios: “Para sonhar com borboletas azuis” - obra distinguida pela “The White Ravens , 87—A Selection of Internatio- nal Children’s and Youth Literature “O Nó da Corda Amarela” ,1989 -1º prémio da literatu- ra infantil da cidade do Montijo "Alzira, a santa suplente", "A Máquina de Fazer Pala- vras" e "Hoje é Natal!", 0foram selecionadas em 2000, 2001 e 2002, respetivamente, para as Olimpíadas da Lei- tura. “Saibam que o escritor é uma pessoa que transforma a vida que o rodeia em palavras e em histórias que mais não são do que as jane- las do seu pensamento e o resultado das suas viagens de ida e volta ao Reino da Imaginação. Tudo isto para que possas crescer por dentro, para que participes na beleza do mundo e para que sejas feliz, o mais possível.” Obras: Para Sonhar com Borboletas Azuis, 1986 O Manuscrito da Grade d'Ouro,1990 A Máquina de Fazer Palavras, 1991 O Jacklavais Ataca à Sexta-feira, 1992 Quando os olhos da noite mudaram de sítio, 1992 A Viagem à Terra dos Oxalás, 1993 O Mistério das Sereias de Pedra ,1993 O Nó da Corda Amarela, 1993 No dia em que as flores mudaram de sítio : sobre o 25 de Abril de 1974 ,1994 Alzira, a santa suplente, 1999 A fábula dos feijões cinzentos : 25 de Abril, como quem conta um conto -, 2000 A Menina que tinha cem pés, 2001 As lágrimas do Malmequer, 2001 O Sonho do Gafanhoto, 2001 A Árvore de Papel, 2002 As lágrimas são netas do mar, 2002 O chapéu do D. Cogumelo, 2002 Uma flor com asas, 2002 Mala diabo, 2003 O Roubo da Roda Quadrada, 2003 Trabalha Crispim, trabalha!, 2004 Hoje é Natal! : Conto de Natal, 2006 A Aldeia Encantada : Conto de Natal, 2008 O Livro das Contas e dos Contos, 2012 Celestino, o rato da biblioteca

Transcript of José vaz (1)

Page 1: José vaz (1)

“O que eu quero é que eles gostem de ler e escrever”

José Vaz

Biblioteca do Agrupamento de Escolas de São Lourenço

ESCRITOR DO MÊS

ABRIL

AUTOBIOGRAFIA

Eu sou o José Vaz e nasci no dia 11 de

Janeiro de 1940, em Avintes, terra da

margem esquerda do Rio Douro, a 5

Km da cidade do Porto.

No tempo em que nasci, ocorreu a 2ª

Grande Guerra Mundial e eu e os meus

pais vivemos com muitas dificuldades.

Por essa razão, quando era menino, não

tive brinquedos mas, à falta deles, comecei a fazê-los por

mim próprio. Aprendi a ser marinheiro de barquinho de

papel e aviador de papagaio.

Antes de ir para a Escola Primária, contactei com o meu

primeiro livro. Não era um livro de histórias de encantar

mas um livro que relatava um acontecimento importante

para a história dos seres humanos no decorrer dos tempos.

Chamava-se a "Tomada da Bastilha". Não o li porque ainda

era analfabeto de idade .

Como não havia escolas secundárias próximas, nem dinhei-

ro para livros, roupas, transporte e alimentação, aos 11 anos

tive de ir trabalhar. E assim me tornei pintor de medalhas,

torneiro de madeira e cravador de jóias.

Em 1983, tinha eu já 43 anos de idade, quando foi publica-

do o meu primeiro livro com duas peças de teatro: O Rei

Lambão e as Pulgas e a Preguiça. Depois, escrevi muitas

outras histórias que tiveram a honra de chegar a livro.

Gosto de todos os livros que escrevi mas, de todos, nomeio

alguns para me acompanharem nesta informação que vos

dou: Para Sonhar com Borboletas Azuis, O Nó da Corda

Amarela, Quando os Olhos da Noite Mudaram de Sítio,

Alzira, a santa suplente, A Fábula dos Feijões Cinzentos, O

Rei Lambão e O Roubo da Roda Quadrada.

Prémios:

“Para sonhar com borboletas azuis” - obra distinguida

pela “The White Ravens , 87—A Selection of Internatio-

nal Children’s and Youth Literature

“O Nó da Corda Amarela” ,1989 -1º prémio da literatu-

ra infantil da cidade do Montijo

"Alzira, a santa suplente", "A Máquina de Fazer Pala-vras" e "Hoje é Natal!", 0foram selecionadas em 2000, 2001 e 2002, respetivamente, para as Olimpíadas da Lei-

tura.

“Saibam que o escritor é uma pessoa que

transforma a vida que o rodeia em palavras e

em histórias que mais não são do que as jane-

las do seu pensamento e o resultado das suas

viagens de ida e volta ao Reino da Imaginação.

Tudo isto para que possas crescer por dentro,

para que participes na beleza do mundo e para

que sejas feliz, o mais possível.”

Obras:

Para Sonhar com Borboletas Azuis, 1986

O Manuscrito da Grade d'Ouro,1990

A Máquina de Fazer Palavras, 1991

O Jacklavais Ataca à Sexta-feira, 1992

Quando os olhos da noite mudaram de sítio, 1992

A Viagem à Terra dos Oxalás, 1993

O Mistério das Sereias de Pedra ,1993

O Nó da Corda Amarela, 1993

No dia em que as flores mudaram de sítio : sobre o

25 de Abril de 1974 ,1994

Alzira, a santa suplente, 1999

A fábula dos feijões cinzentos : 25 de Abril, como

quem conta um conto -, 2000

A Menina que tinha cem pés, 2001

As lágrimas do Malmequer, 2001

O Sonho do Gafanhoto, 2001

A Árvore de Papel, 2002

As lágrimas são netas do mar, 2002

O chapéu do D. Cogumelo, 2002

Uma flor com asas, 2002

Mala diabo, 2003

O Roubo da Roda Quadrada, 2003

Trabalha Crispim, trabalha!, 2004

Hoje é Natal! : Conto de Natal, 2006

A Aldeia Encantada : Conto de Natal, 2008

O Livro das Contas e dos Contos, 2012

Celestino, o rato da biblioteca

Page 2: José vaz (1)

Há muito tempo havia um reino chamado Jar-

dim-à-Beira-Mar-Plantado.

Esse reino era habitado por feijões.

Um dia o feijão Carrapato roubou o sol, o fei-

jão Frade roubou o ar e o feijão Fidalgo rou-

bou a água aos outros feijões.

Nesse reino moravam também os feijões: Fra-

de, Vermelho, Carrapato, Rajado e outros.

As mulheres eram as Feijocas.

Quando estes feijões se lavaram com as gotas

de água que sobraram viram que estavam cin-

zentos.

Nos livros estava escrito que o Sol era a liber-

dade de criar, o Ar era o direito de pensar e a

Água era a obrigação de distribuir.

Viveram quarenta e oito anos assim.

O feijão Vermelho começou a dizer baixo aos

ouvidos dos outros:

- Camaradas, a maioria de nós andamos secos

e sem coisa nenhuma e outros têm, sol, água e

ar à fartura, não pode ser!

(…)

Já estás curioso, não estás? Então começa a

ler este livro, uma enorme lição para a tua

vida.

Sítios Web

http://www.nonio.uminho.pt/netescrita/autores/jvaz.html

https://www.google.pt/search?q=jos%C3%A9+Vaz%

2B+A+F%C3%A1bula+dos+Feij%C3%

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Vaz

http://www.biblioteca.salesianos.pt/Opac/Pages/Search/Results.aspx?Database=10688_biblio&SearchText=AUT=%

22Vaz,%20Jos%C3%A9%22

25 de abril, como quem conta um conto

Nesta história tudo começa

numa sexta-feira, à hora do

jantar, quando a família de

Zé Quinau, que era consti-

tuída pela sua mãe, o seu

pai e ainda o seu cão e fiel

amigo Jeremias, comeram

um arroz um pouco insosso

feito pela mãe de Zé. É

então que o Zé e seu pai

reclamam, a mãe pede des-

culpa e começa a chorar; o

marido tenta animá-la e saber o que se passava e

mãe Zé diz que os computadores que tinha vendido

estavam a ser devolvidos às centenas, pois quando

se ligavam as letras e os números caíam pelo visor

abaixo e ficava tudo negro, ou seja a sua empresa

estava prestes a ir à falência. Zé Quinau e Jeremias

convocam uma reunião secreta com o seu grupo, os

Indagas, ou seja, com a sua amiga Bia e o seu gato

Manivela. Eles falam sobre o assunto e logo perce-

bem que não pode ser só por acaso que seja apenas à

sexta-feira que existam problemas nos sistemas de

computadores das grandes empresas. Mas como já

se fazia tarde, combinaram reunir-se na sexta-feira

seguinte, tendo cada um deles ficado com as seguin-

tes tarefas:

o Jeremias iria ficar a observar as ruas;

o Manivela ouviria as conversas das pessoas;

a Bia estaria atenta aos jornais;

o Zé Quinau escutaria as notícias da rádio.

Então, depois despediram-se com a seguinte sauda-

ção: “- Ovedequí! Sefazfaít! Bi ou Vengouve! Stras-

rankdunk!” Até hoje ninguém sabe o que significa,

mas desconfia-se que se trata de um grito de encora-

jamento. E assim partiram, cada dois para suas ca-

sas. Na sexta-feira seguinte…

Será que haveria novidades?

Será que já descobriram de que se tratava?

Para descobrires, vais ter de ler!! Tenho a certeza

que vais gostar!

Era uma vez dois Reinos, dos

confins da Ásia: o do sol Poen-

te e o do Sol Nascente. No

Reino do Sol Poente, os so-

nhos e invenções eram proibi-

dos, enquanto no Reino do Sol

Nascente imperava a criativi-

dade e a imaginação. Um dia

este reino foi invadido pela

sombra e pela tristeza...

Esta é a história do rato Celestino que nasceu com um de-

feito de fabri- co. Dos sete ir-

mãos que te- ve, só ele nasceu

com o pelo branco. Por cau-

sa disso, foi acolhido e acari-

nhado por um homem que gos-

tava de ler livros que ensi-

navam a escre- ver cartas de

amor. Por ter ouvido ler tantas palavras de gostar, o Celes-

tino arranjou uma namorada. Chamava-se Aurora e casou

com ela na noite em que os espíritos bons andavam à solta

pelas ruas da cidade.