Jos Joaquim da Silva Figueira Breves

Filho do Major Manoel Vitorino da Silva Figueira e de Brites Clara de Souza Breves, Jos Joaquim da Silva Figueira Breves nasceu em 1820, na Fazenda Provncia Fluminense no Arrozal do Pira, hoje Pira- RJ.Casou-se com Maria do Carmo Figueira, filha de Antnio Jos de Viveiros Figueira e de Brbara Maria de Viveiros, com quem teve , pelo menos, quatro filhos: Jlia Figueira Breves, Maria Figueira Breves (casada com Dr. Ferreira da Luz, Isabel Figueira Breves e Joo Francisco Figueira Breves.Rico fazendeiro e em busca de novas terras, resolveu mudar com toda famlia para a ento Freguesia de Santo Antnio de Pdua, em 1863, onde adquiriu a Fazenda Santa Maria do Bonito do Comendador Francisco Thomaz Leite Ribeiro, no 1 Distrito, conservando esta propriedade at sua morte.Foi tambm proprietrio da Fazenda So Jos.Catlico Apostlico Romano, religio em que nasceu, o Visconde Figueira, conservava sua f, criando sua famlia nos rgidos princpios em que se criara, tendo pertencido a Ordem de So Francisco de Assis.Apesar da Fortuna que possua e fazendo parte da aristocracia rural da poca, ele atendia a todos com cortesia, possuindo dignidade, boas maneiras e aquele modo fidalgo, que nele fluam com espontaneidade.Ele tinha sempre suas finanas disposio de tudo que se relacionasse com o melhoramento da terra que adotou e tambm em ajuda aos menos favorecidos, tendo doado uma grande rea de terras para a construo de casas.Em 08 de Maio de 1879, por decreto do Rei D. Lus I de Portugal, recebeu o ttulo de Visconde de Silva Figueira, decreto este que pode ser encontrado nos Arquivos da Torre de Tombos, Portugal.Homem liberal, honesto e de grande viso, foi o principal articulador da comisso para a criao da Vila de Santo Antnio de Pdua, aspirao que, de longa data, vinha empolgando seus habitantes.A sede da freguesia era um modesto arraial, formado por um conjunto de cerca de 70 casas de habitaes, em grande parte modestas, dispostas numa extenso de 800 metros s margens do Rio Pomba e com uma populao inferior a 500 habitantes.Finalmente em 02 de janeiro de 1882 com o Decreto n 2.597 iniciara esta criao.Para cumprir as exigncias da legislao estadual vigente na poca, o Visconde Figueira contribuiu e conseguiu junto aos outros fazendeiros a quantia de 20 contos de ris, depositando esta quantia na Tesouraria Provincial no dia 06 de setembro 1882.No entanto, para que esta criao fosse efetivada seria necessria a construo de alguns prdios pblicos, como o Pao Municipal e a Cadeia pblica.Assim, com seus prprios recursos mandou seu escravo Lcio construir o prdio do Pao Municipal, hoje sede da Cmara Municipal, doando todo seu mobilirio e o 1 Livro de Ata da Cmara. Construiu tambm a Cadeia Pblica da cidade, onde hoje o Clube Social.Terminada a construo do Pao Municipal e em vias de concluso da Cadeia e tendo sido eleitos os primeiros vereadores em 21 de novembro de 1882, foi marcada a instalao do novo municpio e a posse dos eleitos para o dia 26 de Fevereiro de 1883, ato presidido pelo presidente da Cmara Municipal de So Fidlis, Dr. Jos Joaquim de Almeida Alves Cunha, com a presena do Sr. Baro de So Domingos, Juiz de Direito daquela comarca.O Visconde Figueira foi o primeiro presidente da Cmara Municipal no perodo de 1883/1884, tendo sido eleito por unanimidade. Foi tambm o 1 Delegado de Polcia, designado para este posto no dia da instalao do municpio.No dia 07 de abril de 1883, o Capito Manoel de Melo props que fosse dado Praa Municipal, ao lado da Cmara, o nome de Praa Visconde Figueira, tendo sido aprovado por unanimidade.Neste mesmo ano, em 23 de junho de 1883, em uma das viagens feitas por D. Pedro II ao interior do Estado do Rio de Janeiro, passando por este municpio a caminho de Campos, o Imperador foi recebido por uma comitiva formada pelo Visconde Figueira, o Baro de So Domingos e por vrios fazendeiros de Pdua e So Fidlis.Grande produtor de caf e cereais, o Visconde enviava sua produo, como os demais fazendeiros para a Capital Federal, o Rio de Janeiro, via So Fidlis. Para facilitar o escoamento da produo agrcola, ele uniu-se a outros fazendeiros que fundaram a Companhia da Estrada de Ferro de Santo Antnio de Pdua , tendo sido usado o capital de 300 contos de ris. A concesso da ferrovia foi dada em 1876 e sua inaugurao em 1883.Ao comemorar o primeiro aniversrio da instalao do municpio em 26 de fevereiro de 1884, o Visconde Figueira, como Presidente da Cmara Municipal, realizou uma sesso solene extraordinria e disse que aproveitara daquele momento para informar e pedir que constasse em Ata, ter um homem no dia daquele feliz evento concedido liberdade ao seu escravo Lcio, que havia sido construtor do prdio da Cmara Municipal. A carta de alforria foi entregue pelo Sr; Baro de So Domingos, Juiz de Direito da Comarca de So Fidlis, tendo desistido, tambm, dos servios de Henrique, filho daquele escravo.Abolicionista, no foi necessrio a aplicao da Lei de Abolio da Escravatura, a Lei urea, pois, quando esta foi sancionada pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888, ele j havia alforriado todos os seus escravos. O Visconde foi autor, junto com sua esposa, de um projeto para a libertao condicional de escravos. Naquela ocasio, o municpio de Pdua possua 8.000 escravos.Em sua fazenda havia uma banda de msica, coisa rara na poca.Em 1887, o Visconde Figueira fundou na Cmara a Primeira Biblioteca Municipal de Santo Antnio de Pdua contando com um acervo de 1.156 volumes, demonstrando ser uma pessoa preocupada com a cultura e a evoluo do municpio.No mesmo ano, em 07 de abril, teve aprovado seu pedido de renncia do cargo de vereador, por causa de atritos com seus colegas.O Visconde Figueira faleceu de morte natural em sua fazenda Santa Maria do Bonito, no dia 30 de dezembro de 1889, s oito horas, aos 69 anos de idade.Deixou viva e uma numerosa famlia, tendo seu atestado de bito assinado por seu genro, Dr. Francisco Antnio Ferreira da Luz.Recebeu, alm do nome da Praa, vrias homenagens com o retrato na Cmara Municipal de Pdua; patrono da maior condecorao do Municpio, a Medalha Visconde Figueira, instituda em 1982 e Patrono da Cadeira n 7 dos Membros Efetivos da Academia Paduana de Letras, Artes e Cincias.Foi sepultado no cemitrio local e sua sepultura existe at hoje, sendo conservada pela sua descendente a Prof Maria de Nazareth Figueira Rodrigues.

Bibliografia:

VELLASCO, Maria Thereza Caldas e DAHER, Marinice, A Casa do Visconde Figueira, Ed. Damad, 2002Arquivos da Torre do Tombo Portugal (http://antt.dglab.gov.pt/) acessado em 2007GOTHA, Almanach de - Ttulos Nobilirquicos Portugueses - http://www.almanachdegotha.org/ acessado em 2007