Jornal O Breves

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OBreves Diretor: Carlos Pires - Ano 2 - Nº: 10 - Março de 2013 - Semanal - € 0,80 XS www.obreves.com III Semana Aberta da EPISJ “Plano e Orçamento são fundamentais para garantir futuro melhor aos Açorianos “ Página 2 Página 3

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Jornal O Breves edição março

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O B r e v e s Diretor: Carlos Pires - Ano 2 - Nº: 10 - Março de 2013 - Semanal - € 0,80

XS

www.obreves.com III Semana Aberta da EPISJ

“Plano e Orçamento são fundamentais para garantir futuro melhor aos Açorianos “

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2 O BREVES - MARÇO DE 2013

Assembleia Legislativa aprovou Plano e Orçamento da Região

O Plano Anual Regional e o Orçamento da Região para 2013 foram aprovados, já de madrugada, por maioria, na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, na cidade da Horta. O documento regional para 2013 mereceu os votos favoráveis dos deputados do PS, os votos contra do CDS-PP, BE, PCP e PPM e a abstenção do PSD. A mesma votação recebeu o Orçamento da Região para 2013, que foi aprovado com os votos favoráveis do PS, registando-se votos contra do CDS-PP, BE, PCP e PPM e a abstenção do PSD. A Assembleia Legislativa dos Açores aprovou tam-bém as Orientações de Médio Prazo 2013-2016, com os votos a favor do PS e os votos contra de todos os res-tantes partidos com assento parlamentar.

Artur Lima afirmou que “ao fim de 16 anos de governação socia-lista, por mais difícil que possa ser de acreditar, os temas domi-nantes são a fome e a pobreza” na Região, traçando um cenário negro da atual situação sócio-económica e financeira da Autono-mia. Na intervenção final no âmbito do debate parlamentar sobre as propostas de Plano e Orçamento para 2013 e as Orientações de Médio-Prazo 2013-2016, Artur Lima anunciou um conjunto de propostas de alteração que a sua bancada apresenta aos docu-mentos que classificou como “os piores (…) do pior momento social, económico e financeiro da nossa história autonómica”. Entre as mais de uma dezena de propostas de alteração desta-cam-se a intenção de criar “um programa extraordinário de apoio ao pagamento de propinas dos alunos açorianos a fre-quentar o ensino superior público” para fazer face “às grandes carências económicas e financeiras das famílias Açorianas da classe média, flageladas pelo desemprego”, reservando para tal uma verba de cerca de meio milhão de euros. Mas os populares

açorianos propõem ainda que seja “reposto o diferencial fiscal de 30% nas taxas de IRS, em todos os escalões” e meio milhão de euros para reforçar o programa pioneiro de empréstimo de manuais escolares gratuitos aos alunos dos ensinos básico e secundá-rio da Região. Ainda no sector da educação, formação profissional e qualificação dos Açorianos, os democratas-cristãos propõem um reforço de 500 mil euros nas verbas destinadas ao apoio à Escola Profissional da Ilha de São Jorge, assim como uma majora-ção de 250 mil euros no apoio ao desenvolvimento tripolar da Universidade dos Açores. Por outro lado, acrescentou, “como forma de melhorar as condições ao dispor das empresas Açorianas para exportar os nossos produtos apresentamos uma proposta de três milhões de euros para as obras de construção do Terminal de Cargas da Aerogare Civil das Lajes – há muito prometidas, mas nunca cumpridas pelo PS! Mais uma vez, compromisso assumido foi compromisso sumido”.

“16 anos de governação socialista trouxeram-nos a fome e a pobreza”

“PS deve começar a governar depressa” Porque os açorianos não podem esperar mais

O Presidente do PSD/Açores, assegurou hoje existir da parte do Par-tido “total disponibilidade para dialogar e ajudar a encontrar soluções para os problemas da Região”. Numa declaração de voto, no final da votação do Plano e Orçamento para o corrente ano, na Assembleia Legislativa, Duarte Freitas, recor-dou que os Açores se “encontram em situação de emergência social sendo o número de desempregados quase equivalente à população conjunta das ilhas de Santa Maria, Graciosa, S. Jorge, Flores e Cor-vo” pelo que constitui “um dever de todos os partidos políticos ajudar a encontrar soluções”. “Reiteramos total disponibilidade para dialogar, propor e ajudar os açorianos a ultrapassar o mais depressa possível a situação dramáti-ca em que muitos se encontram”, disse Duarte negando no entanto que a posição do PSD/Açores represente qualquer reconhecimento da alegada boa governação do PS. De facto, Duarte Freitas lamentou a esse propósito, a postura do Partido Socialista e do governo regio-nal durante os debates do Orçamento. Duarte Freitas exemplificou com o anúncio pelo Presidente do Governo da criação de um call center para a saúde já prometido pelo presidente do governo velho

socialista, Carlos César, em 2008”. O Presidente do PSD/Açores lamentou ainda que o Presidente do Governo diga agora não ter tido nada a ver com a governação dos últimos 16 anos quando, por exemplo, “anda a pedir aos partidos da oposição ajuda para pagar a dívida do Governo velho na área da Saúde”.

Por: Carlos Pires

Por: Carlos Pires

Política

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O BREVES - MARÇO DE 2013 3

Decorreu de 19 a 21 de Março a 3ª Edição da Semana Aberta, evento da responsabilidade da Escola Profissional da Ilha de São Jorge. “A realização da Semana Aberta já se tornou uma tradição na Escola Profissional da Ilha de São Jorge e tem como objetivo abrir as portas da escola a toda a comunidade jorgense, promovendo um leque de atividades destinado a diversos públicos”, referiu Fernanda Melo, Diretora Pedagógica da EPISJ, na projeção do evento. A partilha de experiências e saberes, o convívio, workshops, seminários, visitas à quinta agrícola, atividades tradicionais, demonstrações e um festival de sopas fazem parte do programa deste ano.

III Semana Aberta da EPISJ

Por: Carlos Pires

Visita do Lar de Idosos João Inácio de Sousa Palestra com os finalistas da EBI/S Velas

Festival de Cocktails Seminário sobre Teatro

Seminário Genealogia Jorgense Conversa: O estado da Agropecuária em S.Jorge

Sociedade

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O PSD/Açores denunciou "o mau funcionamento do cais comercial das Velas", manifestando claras preocupações por 2013 ser "um ano zero de investimentos estratégicos de turismo para as ilhas de São Jorge, Santa Maria, Flores e Corvo", o que significa que "também será um ano zero nas obras de ampliação do cais comercial das Velas, do núcleo de recreio Náutico da Calheta ou até no Porto do Topo", disse o deputado António Pedroso. Segundo o social-democrata, "preocupa-nos o facto de que os turistas que visitam São Jorge, depois de experimenta-rem as vivências inesquecíveis de uma viagem marítima em antiguidades gregas, num êxtase contemplativo de ver-des e azuis cristalinos, tenham de desembarcar no cais das Velas, misturados com contentores, carga diversa, e até vacas, inalando vivências aromáticas que se confundem entre maresia, silos e estrume. Vivências certamente memoráveis", ironizou. António Pedroso considerou que

"também no misterioso conclave da construção dos novos barcos de passageiros, continuamos a zero, e os açorianos con-tinuam a ver o fumo negro sair das históricas chaminés dos velhinhos cruzeiros, e questionam porque não há ainda fumo branco, sinónimo de “Habemus novum scaphas”, que significa que temos barcos novos", questionou o deputado. Para o

PSD/Açores, "o setor do turismo é determinante para que a nossa Região possa ultrapassar com sucesso a maior crise financeira, económica e social do regime autonómico", disse aquele parlamentar, salientando que já existe capacidade ins-talada, "mas importa estimular a vinda de turistas para que as empresas comecem a recuperar, para que muitos postos de trabalho possam ressurgir, para que se aumente o consumo de produtos regionais", adiantou.

São Jorge no Parlamento Atividade parlamentar dos deputados eleitos por São Jorge

"Há um constante mau funcionamento do Porto das Velas"

“Investimento na Proteção Civil é fundamental nos Açores”

O deputado socialista André Rodrigues defendeu na Assembleia Legislativa dos Açores, que nos Açores “estamos mais perto de atingir uma cultura de proteção civil, que decorre dos muitos anos de investimento na formação e informação da nossa população, com especial incidência sobre os nossos jovens que estão mais bem informados sobre a natureza e fins da proteção civil, sobre os riscos a que estão sujeitos em certas áreas do território e sobre as medidas adotadas e a adotar com vista a prevenir ou a minimizar os efeitos de acidente gra-ve ou catástrofe”. O deputado eleito pelo círculo de S. Jorge, que intervinha no debate do Plano e Orçamento, a propósito da Proteção Civil, referiu haver “margem para progressão, correção e desenvolvimento de todo o siste-ma, nomeadamente na melhoria do relacionamento e no estabelecimento de procedimentos entre as entidades

regionais e municipais, de modo a garantir uma intervenção mais articulada, coordenada e otimizada dos meios dispo-níveis e adequados para cada situação e em cada ilha através do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro”. Para André Rodrigues outro objetivo da reestruturação do serviço de Proteção Civil é o alargamento do Proje-to de Suporte Imediato de Vida às restantes sete ilhas do Arquipélago de forma gradual e de acordo com suas necessi-dades. Na rede de Comunicações é, de acordo com o deputado, “fundamental que se evolua para o Sistema Integrado de Redes de Emergência, de âmbito nacional e que pretende cobrir todo o seu território”. De acordo com André Rodri-gues, há a necessidade de se continuar a investir numa cultura de proteção civil dos Açorianos através da informação e formação de todos os cidadãos. “É necessário, de igual modo, continuar o investimento na formação dos efetivos dos Corpos de Bombeiros através de formação específica no Centro de Formação do Serviço”. André Rodrigues terminou a sua intervenção enaltecendo o trabalho de todos aqueles que de forma direta ou indireta intervêm no Sistema Regional de Proteção Civil, “onde os nossos Bombeiros assumem um papel de destaque, intervindo em condições difíceis, sen-do expostos a perigos e riscos de noite, de dia, na terra e no mar”.

Para André Rodrigues,

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FICHA TÉCNICA - Propriedade: Associação de Amigos para a Divulgação das Tradições da Ilha de São Jorge, NIPC: 509893678. NRT: 126151, Quinzenal, Sede/Redacção: Largo Dr. João Pereira (Praça Velha) - Velas. Contactos: Tel. 295 412 113,E-mail: [email protected]. Director/Chefe de Redacção: Carlos Pires, Foto-grafia: O Breves, Foto Oceanus e outros. Design: Redacção. Administração: Valdemar Furtado, Carlos Pires e José Bettencourt. Tiragem desta Edição: 500 exemplares. Assinatura anual: 20,00€. TODAS AS CRÓNICAS E ARTIGOS DE OPINIÃO, PUBLICADOS NESTE JORNAL SÃO DA INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS SEUS AUTORES.

Política

Por: Carlos Pires

Por: Carlos Pires

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O BREVES - MARÇO DE 2013 5

O Vice-presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP Açores Luís Silveira criticou, esta quinta-feira, o Gover-no socialista pelo facto de apresentar um Plano e um Orçamento para 2013 que “prejudica gravemente a Ilha de São Jorge”, pois reduz o investimento público “em sensivelmente 10 Milhões de euros (menos 21%), em relação ao ano transato”. No âmbito do debate parla-mentar sobre os documentos previsionais para o ano em curso e as Orientações de Médio-Prazo 2013-2016, Luís Silveira acusou o executivo regional de “discriminar” a ilha, apontando que os documentos em análise são “os mais reduzidos da última década, fruto da má gestão e das irresponsabilidades do Partido Socialista”. “Numa altura em que se vive uma das pio-res crises de sempre do País, e por conseguinte nos Açores, temos um Governo Regional que não soube, com base na nossa Autonomia, criar condições para ajudar verdadeiramente as famílias e as empresas. Temos um Governo que apregoa superavit’s, que afirma continuadamente ter estabilidade e sustentabilidade financeira e equilíbrio das contas públicas. Estes argumentos são contraditórios com o facto deste mesmo Governo apresentar a esta Casa um Plano e um Orçamento que não vão ao encontro dos compromissos assumidos com os Açorianos e, em especial, para com aqueles que vivem verdadeiros momentos de angústia, pois nestes documentos o Governo corta no apoio à Solidariedade Social, à Educação, à Agricultura, à Competitividade Económica”, disse. Para Luís Silveira o “exemplo prático” desta realidade “é a Ilha de São Jorge”, pois “16 anos de sucessivas governações do Partido Socia-lista nos trouxeram até este estado calamitoso em que vivemos”, enumerando que a ilha tem “um sector cooperativo tecnicamente falido; temos uma Conserveira com um passivo insustentável, que faz com que tenha, ano após ano, pre-juízos de centenas de milhares de euros; temos uma Escola Profissional à beira do colapso; temos o sector da constru-ção civil a mandar diariamente pessoas para o desemprego por falta de investimento público”.

Atividade parlamentar dos deputados eleitos por São Jorge

São Jorge no Parlamento

“Plano e Orçamento para 2013 prejudica gravemente São Jorge”

Luís Silveira alerta

O deputado socialista Rogério Veiros defendeu, na Assembleia Legislativa dos Açores, que “as políticas de coesão existentes nos Açores são um património político do PS porque até 1996 não havia sequer essa preocupação. Intervindo no debate relativo ao Plano e Orçamen-to, o deputado socialista eleito por S. Jorge reafir-mou que “a coesão não se faz só com obras, mas também com políticas. Promover a coesão é fazer exatamente o contrário do que faz o Governo da República do PSD/CDS. Enquanto eles retiram direitos sociais, nos Açores damos a quem mais precisa. E damos a quem mais precisa com majo-ração para as ilhas da coesão. Assim é no investi-mento, na prorrogação dos estágios, na fixação de jovens ou no incentivo à habitação”. Rogério Veiros afirmou ainda que esperava que, depois do anúncio do PSD em que manifestava a intenção de colaborar, o maior partido da oposição apresentasse medidas. “Infelizmente as medidas do PSD conti-nuam a resumir-se à crítica. Não apresentam nada de novo. E os açorianos não precisam de estar constan-temente a ouvir as críticas do PSD. Os açorianos precisam de soluções e de quem puxe a Região para cima. O que o PSD faz, infelizmente, é puxar constantemente a Região para baixo”, concluiu.

“Políticas de coesão nos Açores são um património político do PS”

Afirma Rogério Veiros,

Política

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O BREVES - MARÇO DE 2013 EDITAL

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Desde a assinatura do Memorando do PS/PSD/CDS com a Troika (FMI/CE/BCE), em Maio de 2011, todos nós fica-mos a saber que um dos imperativos da Troika era a alteração da Lei de Finan-ças Regionais até finais de 2012. A ver-são inicial do Memorando previa a alte-ração da Lei das Finanças das Regiões Autónomas, a fim de limitar a redução das taxas de IRC, IRS e IVA nas Regiões Autónomas a um máximo de 20%, contra os atuais 30%, quando comparadas com as taxas aplicadas no Continente. Ora, “tarde é o que nunca chega”, e como já estamos habitua-dos à mão pesada da direita para além da Troika – como se esta já não ultrapassasse o limite do aceitável contra a digni-dade dos portugueses e portuguesas – também neste assunto não houve exceção. Agora, sob o pretexto, real, de adaptar a Lei das Finanças Regionais aos princípios e normas adotadas pela recente revisão da Lei do Enquadramento Orçamental, aproveita-se também para acertar contas com as Autonomias ao adaptar a LFR ao próprio programa do Memorando de Entendimento da responsabilidade do PS/PSD/CDS. Se é verdade que as contas das Regiões Autónomas não são iguais, também é verdade que causa estranheza o fato do Governo Regional PS, apenas ripostar a diminuição do dife-rencial fiscal e a transferência dos 5% para as Autarquias da Região. Quando o que está em causa nesta nova Lei são as obrigações do Estado para com a Autonomia, o Principio da Solidariedade Nacional, que “ visa promover a eliminação das desigualdades resultantes da situação de insularidade e de ultraperifecidade e a realização da convergência económica da Regiões Autónomas com o restante território nacional e com a União Europeia”. Cumpriu ou não a Região Autónoma dos Açores com os limites legais impostos, não contribuindo para um maior défice nacional? Ou Será o Memorando entre Governo Regional e Governo da República, assinado em Agosto passado, que limita a legitima reivindicação do Gover-no Regional por uma lei das Finanças Regionais mais justa e que favoreça a coesão económica, social e territorial do arqui-pélago? E porque não se acredita facilmente em benfeitorias, não será pertinente pensar: Se o ministro das finanças “aceitou que os cálculos estavam errados” e “deu” mais 75 milhões para os Açores, quantos mais milhões está a nossa Região a perder com o decréscimo do diferencial para 20% no IRC, no IRS e no IVA e com a, ainda desconhecida, redução global das transferências do Orçamento do Estado? A aplicação do IVA (numa fórmula a ditar pelo mesmo ministro das finanças ou outro que se lhe siga) identifica muito bem a arbitrariedade de que enferma esta nova Lei das Finanças Regionais: a mesma arbitrariedade com que se alteram os montantes a transferir. Na verdade, quem perderá são todos/as os/as residentes na Região Autónoma dos Açores, que verão a sua vida, ainda, mais encarecida quer através do aumento do IVA, imposto presente em todas as transações económicas do dia a dia, quer através do aumento do IRC e IRS, como se já não bas-tasse o saque fiscal a que todos/as nós contribuintes, também aqui, estamos sujeitos. Perderá sem dúvida — e o futuro assim o dirá — a própria evolução autonómica, uma vez que a Lei de Finanças Regio-nais “tem por objeto a definição dos meios de que dispõem as Regiões Autónomas (…) para a concretização da autonomia financeira consagrada na Constituição da República Portugue-sa e nos Estatutos Político-Administrativos” Vem aí uma nova Lei das Finanças Regionais: é a asfixia da Autonomia pelos partidos da Troika.

Mais Troika para os Açores

Por: Lúcia Arruda

Expressão popular que é frequente-mente usada, porque como diz o nosso povo: “ O que importa é ter saúde, o resto arranja-se”. Deve ser uma preocupação constan-te, a criação de condições de igual-dade de acesso aos cuidados de

saúde, por parte das entidades competentes, neste caso a Secretaria Regional da Saúde. Em Ilhas como a de São Jorge, onde não existe Hospital, tem sido os Centros de Saúde de Velas e Calheta que ao longo dos anos, tem tido a tarefa de prestar os cuidados de saúde essenciais aos utentes residentes nestes dois concelhos da Ilha de São Jorge (Velas e Calheta). Há 11 anos atrás, ou seja em 2002 o Governo Regional de visita estatutária à Ilha de São Jorge, deliberou em comunicado do Conselho do Governo a aprovação de um Decreto Regulamentar Regional que criou a orgânica da Unidade de Saúde da Ilha de São Jorge. A criação desta unidade de Ilha, levantou então muitas questões e dúvidas de ordem prática, nomeadamente no que diz respeito à con-centração das Urgências, Consultas e do sector de Inter-namento dos dois Centros de Saúde. Já na altura como hoje corriam rumores ou zunzuns de que a Secretaria Regional da Saúde, pretendia concentrar num só Centro de Saúde, todos os serviços e cuidados prestados. Em meu entender, as duas áreas de influência (Velas e Calheta), devem-se manter tal qual como estão, e os utentes dos dois concelhos devem continuar a dirigir-se aos Centros de Saúde do seu concelho. Não é razoável nem admissível tentar “tapar o sol com a peneira” fazendo estas operações de “cosmética”, e serem as ilhas mais pequenas a pagarem a fatura do “desnorte” que reina no sector da Saúde. O grande “buraco financeiro” da Saúde na Região, não é devido aos serviços de Saúde nesta Ilha, e por isso não será justo sermos nós a pagar a fatu-ra. Todas estas incertezas quanto ao futuro da Saúde na Ilha de São Jorge, perturba o bom funcionamento dos serviços nos Centros de Saúde, e preocupa em muito as popula-ções aqui residentes. É urgente que haja uma clarificação por parte da Secretaria Regional da Saúde, sobre o futuro do funcionamento dos serviços de Saúde nesta Ilha. Numa teoria de conspiração, até parece que o Governo Regional tem interesse em que corram rumores e zun-zuns, sobre este assunto, e enquanto isso, as populações interrogam-se, discutem e dividem-se e o Governo “leva a água ao seu moinho”. Sou um homem de fé e de esperança. Penso que o Governo Regional é uma pessoa de bem. Como cidadão deixo mais este apelo para que nos unamos, e não nos deixemos cair na tentação de fazer a guerrilha entre con-celhos. Isso será fatal……. Se assim acontecer o Governo “levará a melhor” e as populações ficam a perder. Como atrás referi, em meu entender, as duas áreas de influência (Velas e Calheta), se devem manter tal qual como estão, e os utentes dos dois concelhos devem conti-nuar a dirigir-se aos Centros de Saúde do seu concelho. A crise tem sido argumento e desculpa para tudo, mas espero que esta dita crise não afete a sensibilidade e bom senso que é necessário ter nestas matérias. Que o Gover-no tenha saúde mental sobre esta matéria. Haja saúde.

Haja Saúde

Por: Mark Marques Opinião

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Falar de economia em São Jorge pare-

ce ser um paradigma inabalável de

estagnação total, ou seja, que São Jor-

ge parou no tempo. A nossa agricultura

está afundar-se num caminho que dificil-

mente terá retorno. Isto vem de encon-

tro a uma notícia que saiu a público recentemente sobre a

União de Cooperativas, que até há pouco tempo, se dizia ter

uma dívida de 12 M€, e, agora, já subiu para os 15 M€. Quero

dar um grande louvor a essa direção, da qual foi seu presiden-

te, o senhor Dário Almada, esse grande intelectual, poço de

sabedoria, que fez trinta por uma linha para fechar as outras

cooperativas e, que juntamente com o resto dos seus mem-

bros ajudou a pô-la no estado que ela se encontra. Ao mani-

festar-me publicamente, não deixo de sentir grande alegria ao

vê-la da forma que está, tendo em conta o desprezo total

pelos pastores mais pequenos, como eu e outros mais. Bendi-

to seja o senhor, bendita seja a hora que isto aconteceu, que é

fruto da incompetência de quem a geriu até este ponto. Tam-

bém havia, por lá, um membro da direção, que andava pelas

outras cooperativas a querer ensinar a fazer queijo aos quei-

jeiros que, já tinham cabelos brancos de tantos fazer, mas ele

queria mostrar como se fazia. Eu lhe dou o título de “Queijo

Pedra”, pois pegava num torrão de coalhada e atirava ao fun-

do do tanque e dizia que tinha de saltar, ó meu Deus, santa

ignorância. Recuando vários anos no tempo, quem não se

lembra de experiências feitas pelo presidente da cooperativa

dos Rosais, o senhor João Simas, que foi sempre um desas-

tre, na direção daquela casa. Num verão, no mês de junho,

estava a correr mal e ele quis fazer uma experiência com os

queijeiros, e pôs lá o senhor Cosmo Amarante, de queijeiro,

um mês a fazer queijo, um homem que não sabia sequer qual

era a cor do leite, e foi um desastre. A uma média de quarenta

queijos, de 10 Kg, por dia perdeu mais de 12 toneladas de

queijo. Isto resultado de meras experiências falhadas. Quanto

ao senhor Dário Almada, em meu entender, gostava mais da

farra do que resolver os problemas da União. Basta ver que já

há um ano atrás, já vinha numa dívida como um barco a meter

água pela proa, mas ele não se importou minimamente, juntou

uma equipa dos pastores maiores e foram para Cuba passear.

Os mesmos que se gloriaram de ir com ele no passeio agora

já estão a lamentar-se da União estar mal. Estão a entrar em

desânimo pois agora que o barco está a afundar, porque o

rombo é enorme e a água parece que já está na casa das

máquinas. É como a canção popular jorgense “Samacaio deu

à costa”. Quando se deu o início para se juntar as cooperati-

vas das várias freguesias, houve debates em reuniões e até

nos meios de comunicação social, por senhores professores

da Universidade dos Açores em sentido contrário, mas nin-

guém quis dar ouvidos. Agora só nos resta aguardar para ver

o que isto dá. Tendo em conta as últimas notícias do governo

regional, que veio à televisão dizer, que financeiramente não

ajuda. Está pronto para ajudar com ideias. Basta parar, pensar

e olhar para ver as ideias do Partido Socialista, para ver o nos-

so país, e região, no estado em que está. Agora ao terminar

quero manifestar o meu mais profundo pesar pelos que foram

contra sua vontade, não tiveram outro remédio e aos que

foram por querer, a esses o meu bem-haja.

Falar de Economia

Por: José Afonso

Foi aprovado o orçamento que o Governo Regional dos Açores apre-sentou na ALRA com uns retoques pelo caminho e devo admitir razão ao Dr. Vasco Cordeiro quando diz que não percebe que a oposição não aprove um orçamento que vai ao

encontro daquilo que foram as promessas do PS nas elei-ções e que mereceu esmagadora confirmação dos açoria-nos. Pela mesma razão tenho muitas dificuldades em per-ceber que propostas fundamentais para a ilha de São Jor-ge não tenham merecido o apoio dos nossos deputados da posição, como foi o caso da proposta do PCP para se fazer um estudo de viabilidade para o FUMEIRO de Santo Antão, quando foi o Governo do PS que investiu naquela infraestrutura; a segunda tem a ver com a proposta do CDS-PP para reforço das verbas para a Escola Profissio-nal de São Jorge, responsável por movimentar direta e indiretamente a economia de muitas famílias desta ilha. Tristemente temos assistido a intervenções dos deputados do PS eleitos pela ilha de São Jorge que mais parecem encomendas por medida, simplesmente para tentar tirar a virtude às excelentes intervenções dos deputados do PSD e do CDS-PP; quando se pedia a estes senhores que usassem a força que os jorgenses lhe confiaram para serem uma voz mais forte no parlamento e junto do gover-no regional, mas em defesa dos interesses dos jorgenses e não contra. É lamentável que a aspiração à grandeza não seja fruto do próprio trabalho mas a abjeção de dene-grir o mérito dos outros. Não é com truques de fumo e ilu-sionismo que se resolvem problemas. Esse tempo aca-bou. É com coragem, sacrifício e verdade. Na verdade para quem acompanha o parlamento é a ima-gem de marca do novo PS, falar muito, dizer pouco como verdadeiros encantadores de circo; esquecem a autono-mia e a responsabilidade da sua governação para afirma-rem e reafirmarem a sua vitimização pela república. Cres-çam! Comecem a governar como exigiu o líder do PSD Açores. Aos senhores deputados do PS eleitos por esta ilha pede-se que olhem para o exemplo de Duarte Freitas que coloca o interesse dos Açores acima do PSD e que responsavelmente defendam a nossa terra e as nossas gentes, votando a favor de propostas que beneficiam a ilha de São Jorge como as apresentadas para o FUMEI-RO e para a Escola Profissional de São Jorge. Estou certo que encontrariam nessa atitude toda a compreensão dos jorgenses e do Presidente do PS e do Governo Regional que manifestou, no encerramento dos trabalhos parlamen-tares, o seu pesar por aquilo que o PSD está a fazer com os seus deputados à Assembleia da República por defen-derem os interesses dos Açores. Sejam jorgenses como aqueles açorianos. As famílias desta ilha precisam de uma economia com soluções para poderem ganhar o pão para os seus filhos e estas duas propostas teriam muita poten-cialidade para ajudar a criar e manter dividendos diretos e indiretos para ajudar as famílias neste tempo de crise, tal como a saúde, na Calheta e na nossa agropecuária. Uma nota final aos deputados da posição: para a SAÚDE em que já mais que sabemos que o PS é o pai da saúde de proximidade mas esperamos, também, vir a saber que no caso do Centro de Saúde da Calheta a mãe não ficou viúva; que na verdade tudo não passe de mentiras, quan-do se fala das dificuldades da agropecuária da ilha de São Jorge.

Opinião

Por: Paulo Teixeira Opinião

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O Judo Clube S. Jorge participou em duas competições

de âmbito mundial, na América latina (Uruguai e Argenti-

na), estas participações foram levadas a cabo pelos atle-

tas: André Soares (-66kg), Carlos Luz (-81kg) e Tiago

Rodrigues (-90kg) e com apoio da SATA Internacional.

No Torneio Continental do Uruguai, que se realizou no fim

de semana de 16 e 17 de março em Montevideo – Uru-

guai, André Soares acaba por ser eliminado na primeira

ronda e Tiago Rodrigues alcança o 7ºlugar ao levar de

vencido o atleta do Uruguai, Diego Gonzalez, perdendo a

seguir com atleta Chileno -Thomas Briceno e Eduardo

Silva, atleta brasileiro. Enquanto Carlos Luz atinge bri-

lhantemente a medalha de bronze, depois de vencer os

atletas Daniel Yanez do Uruguai, Fernando Salazar do

Chile, perdendo nas 4ªs de final com o Brasileiro Filipe

Costa, para de seguida, nas repescagens, vencer o atleta

peruano, Gadiel Miranda e, na disputa da medalha, o

conceituado e fortíssimo atleta Húngaro – Krissan Szabolcs. No Torneio Continental da Argentina, que se realizou nos dias 22 e 23

de março, em Buenos Aires, foram igualmente estes mesmos atletas que representaram Portugal, tendo André Soares alcançado a

nona posição ao vencer o atleta argentino, Miguel Albarracin (atleta 2 vezes olímpico), para de seguida perder com o atleta Russo e

vencedor da prova e, 8º do ranking mundial, Alim Gadanov. Tiago Rodrigues brilhantemente atinge os quartos de final ao levar de

vencido o atleta Juan Romero do Uruguai, para de seguida perder com o vencedor prova, o russo Kamil Magomedov, na repesca-

gem vence o argentino José peralta, para de seguida na disputa da medalha de bronze, conceder a vitória por vantagem mínima, ao

experiente atleta brasileiro Eduardo Santos, (também atleta olímpico), note-se que nesta competição estavam presentes vários atle-

tas olímpicos, nomeadamente, a seleção da Rússia, de onde se encontravam vários campeões olímpicos e medalhados a este nível.

Carlos Luz, mais uma vez nesta competição volta a brilhar ao levar de vencido o argentino Janvier Bergaglio e de seguida o fortíssi-

mo Szabolcs Krizsan da Hungria, para na meia final defrontar o atleta russo e medalhado olímpico em Londres, Ivan Nifontov, que

perde por vantagem mínima (yuko), na disputa da medalha, não deixa fugir a oportunidade de arrecadar para o seu currículo mais

uma medalha de bronze, que muito honra o nosso clube açoriano. Com estas duas internacionalizações cumprem-se quase plena-

mente os objetivos do clube e dos seus atletas e que são, a obtenção de mínimos para o campeonato do mundo de seniores, que

se realizará em agosto próximo no Rio de Janeiro – Brasil, palco dos próximos Jogos Olímpicos 2016.

Última Página O BREVES - MARÇO DE 2013

Duas medalhas de bronze em Torneios Continentais Pan-Americanos

Um 9ºclassificado e um 5ºclassificado Desporto

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No jogo da 1ª jornada do apuramento do Campeão da Associação de Futebol de Angra do Heroísmo, defrontaram-se o Grupo Desportivo Velense e o Sport Clube de Guada-lupe. A equipa jorgense recebeu os graciosenses, neste campeo-nato onde também participa o Boavista Clube Recreativo, e consentiu um empate a uma bola. O jogo foi repartido, não havendo grandes jogadas de perigo perto das duas balizas, e o intervalo chegou com a equipa velense a vencer, golo marcado por Francisco Soares aos 28 minutos. No reata-mento, o Guadalupe abriu a sua frente de ataque e acabou por chegar ao empate, numa falha dos centrais velenses que deixaram Artur isolar-se e marcar aos 52 minutos. A próxima jornada terá lugar a 7 de Abril, onde se defronta-rão Boavista e Desportivo Velense.

Desportivo empata com Guadalupe

No primeiro jogo de apuramento do campeão da AFAH

Por: Carlos Pires