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Coordenador EditorialJosé Carlos Godoy [email protected] - 9782

ComercialPaulo GodoyChristiane Galusni [email protected]

Redação Érica BarrosThaís Façanha [email protected]

Diagramação e arteMundo Agro e Grupo [email protected]

InternetDarcy Jú[email protected]

Circulação e assinaturaCristiane dos Santos(19) [email protected]

Fale com a redaçã[email protected]: (19) 3241 9292

expediente editORiALProdução Animal - AviculturaISSN 1983-0017

Mundo Agro Editora Ltda.Rua Erasmo Braga, 115313070-147 - Campinas, SP

A importância da comunicação e os avanços na ciência avícola

Como em muitas edições anteriores, a Revista do AviSite deste mês traz uma no-vidade no campo da pesquisa. O aluno da Feagri/Unicamp, Diego Neves, desenvol-veu um novo comedouro tubular com base nos estudos realizados durante o curso de mestrado, orientado pela professora Irenil-za de Alencar Nääs. Ele propõe algumas alterações com o objetivo de melhorar os já existentes no mercado. Confira a pes-quisa na página 34

Mais uma novidade aqui divulgada (página 42): Santa Catarina torna-se o úni-co estado brasileiro capacitado a respon-der a um dos quesitos da Avaliação do Sis-tema Estadual de Defesa Sanitária (Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviá-ria e de Controle e Prevenção da Doença de Newcastle), que é a disponibilidade de equipamentos para atuação em situações de emergência sanitária.

Já na seção Ponto Final (página 62), o médico veterinário Paulo Martins discute a importância da publicidade e do marke-ting como instrumentos para exaltar a qualidade do produto frango e o impacto desta atividade na economia brasileira. O profissional também lembra que a imagem institucional da cadeia da produção animal não pode estar somente na mão de um “jovem diretor de marketing, pois, não raro, ele promove um produto em detri-mento de outro, por vezes parte de seu próprio portfólio”.

Como a edição de março desta Revista estará presente em dois grandes eventos da avicultura brasileira (VIII Congresso de Produção, Comercialização e Consumo de Ovos da Associação Paulista de Avicultura e XI Simpósio Brasil Sul de Avicultura), de-sejamos aos participantes do evento e aos nossos leitores regulares uma boa leitura!

Pesquisa: ComedourosMestrando da Feagri propõe melhoria para comedouro tubular

Estresse calóricoÉ possível fazer algo para evitar a morte dos frangos quando falta energia?

Produção Animal | Avicultura 3

Eventos ................................................................ 04Painel do Leitor ................................................. 06Notícias Curtas .................................................... 07Norma técnica para produção de frango ......... 22Postura em Foco ................................................. 26Ciência Avícola ................................................. 32Associações ....................................................... 42 AviGuia .............................................................. 44Classificados ...................................................... 60Portfólio AviGuia .............................................. 61 ESTATÍSTICAS E PREÇOSProdução e mercado em resumo .......................................... 48Produção de pintos de corte ................................................ 49Produção de carne de frango ............................................... 50Exportação de carne de frango.............................................51Disponibilidade interna de carne de frango ....................... 52Alojamento de matrizes de postura .................................... 53Alojamento de pintainhas comerciais de postura .............. 54Desempenho do frango vivo no mês de fevereiro ..............55Desempenho do ovo no mês de fevereiro ......................... 56Matérias-primas ..................................................................... 60

Sumário

34

30

62

Ponto FinalPaulo Martins: “Na era

da informação, consumidor padece de

desinformação”

Legislação AmbientalQuestão ambiental e os impactos no agronegócio vão fazer parte de debate no Congresso de Ovos da APA

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Eventos

4 Produção Animal | Avicultura4 Produção Animal | Avicultura

25 a 28 de maioFeira Nacional do Frango (FENAFRANGO)Local: Passo Fundo, RSRealização: Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agropecuária e Sindicato Rural Informações: www.fenafrango.com.br

26 a 29 de maioII Conferência Nacional sobre Defesa AgropecuáriaLocal: Belo Horizonte (MG)Realização: Universidade Federal de Viçosa, IMA e Secretaria de Defesa AgropecuáriaE-mail: [email protected]

Julho 23 a 25 de julhoFesta do Ovo de BastosLocal: Recinto de Exposições Kisuke Watanabe, Bastos, SPRealização: Sindicato Rural de BastosContato: (14) 3478-9800

Agosto 23 a 27 de agosto XIII European Poultry Conference Local: Tours, FrançaInformações: www.epc2010.orgE-mail: [email protected]

Setembro14 a 17 de setembro8ª Feira Internacional de Processamento e Industrialização da Carne (MercoAgro)Local: Parque de Exposições Tancredo Neves, Chapecó, SCInformações: www.btsmedia.biz

Outubro21 a 23 de outubroFIGAP/VIV América Latina 2010Local: Expo Guadalajara, Guadalajara, MéxicoRealização: www.viv.netInformações: www.viv.netE-mail: [email protected]

Novembro16 a 19 de novembroEuroTier 2010Local: Hanover, AlemanhaInformações: www.eurotier.de

17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RSRealização: Asgav, Sips e SindilatInformações: [email protected]: www.avisulat.com.br

2010

Março23 a 25 de março VIII Congresso de Produção, Comercialização e Consumo de OvosLocal: Hotel Fazenda Fonte Colina Verde, São Pedro, SPRealização: APA (Associação Paulista de Avicultura)Informações: www.congressodeovos.com.brE-mail: [email protected]

Abril6 a 8 de abrilXI Simpósio Brasil Sul de Avicultura e II Brasil Sul Poultry FairLocal: Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nês, Chapecó, SCRealização: Núcleo Oeste de Médicos VeterináriosInformações: www.nucleovet.com.br/sbsaE-mail: [email protected]

14 a 16 de abrilII Congresso Brasileiro de Bioética e Bem-Estar AnimalLocal: Campus da UFMGRealização: Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV)Contato: (61) 2106-0400Informações: www.cfmv.org.br

20 a 22 de abril VIV EuropeLocal: Utrecht, HolandaInformações: www.viv.net

20 a 23 de abrilGlobal Feed & Food III Congress MexicoLocal: Cancún, MéxicoRealização: IFIF, FAO e CONAFABInformações: www.globalfeed-food.com

28 e 29 de abrilEvento de Avicultura EPE 2010Local: Seminário São José, Garanhuns, PERealização: EPE- Produtos AgropecuáriosContato: (87) 3761-0606Informações: www.epeagro.com.brE-mail: [email protected]

Maio11 a 13 de maioAveSuiLocal: Centro de Convenções Centro Sul, Florianópolis, SCRealização: Gessulli AgribusinessInformações: www.avesui.comE-mail: [email protected]

25 a 27 de maioConferência FACTALocal: Mendes Convention Center, Santos, SPContato: (19) 3243-6555Informações: www.facta.org.br/conferencia2010E-mail: [email protected]

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Melhoria de desempenho com segurança alimentar.

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6 Produção Animal | Avicultura

Painel do Leitor Escreva para: [email protected]

No Ponto Final da edição de janeiro da Revista do AviSite, o consultor Osler Desouzart critica a não divulgação dos dados relativos à avicultura.

Concordo com o grupo que está defendendo a idéia de não registrarmos os dados de alojamentos e produção do Brasil.Numa negociação do tamanho que é o negócio de exportação de frango brasileiro, porque informar o outro lado do nosso aperto ou folga?O que deve ser divulgado abertamente são as noticias boas dos frangos e ovos.Antonio Carlos Heinzen, Nova Veneza/SC

É uma pena a não divulgação dos dados passados da avicultura. Quem não sabe por onde andou, não poderá planejar por onde vai andar. O Dr. Desou-zart tem razão em sua ode à obscuridade.Lourenço Innocentini Neto, São Carlos/SP

Avicultura de corte entra no “terceiro tempo”No Ponto Final da edição de fevereiro, o editor da Revista analisou a avicultura de corte brasileira sob o prisma da evolução do alojamento de reprodutoras e concluiu que o ideal para 2010 e anos vindouros é uma expansão da ordem de 3%-4%.

É um desafio ainda grande. Seis milhões de toneladas a mais pedem um au-mento per capita expressivo e um aumento das exportações fora de série (para onde?). Gordon Butland, Inglaterra

Celesc é condenada a pagar indenização a avicultorAs Centrais Elétricas de Santa Catarina foram condena-das ao pagamento de indenização por danos materiais no valor de R$ 3,7 mil no Oeste catarinense.

Como o fornecimento de energia pela Celesc tra-ta-se de uma relação de consumo e o seu não fornecimento ou o fornecimento de energia sem qualidade pode acarretar prejuízos aos consumido-res, a empresa estará obrigada a ressarcir os danos causados. A indenização nestes casos é justa e deve ser buscada na justiça a garantia dos direitos dos consumidores.Leandro Luiz Ribeiro, Chapecó/SC

Está mais do que na hora de os produtores começarem a pensar em grupos geradores de energia. Mas, claro, devemos defender os produtores nos casos de interrupções desavisadas.Luís Fernando Henckmaier, Schroeder/SC

Ode à obscuridade

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Produção Animal | Avicultura 7

Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

As cinco mais lidas no AviSite em fevereiro

1

A Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) adqui-riu um equipamento dos EUA que tem como objeti-

vo o sacrifício em massa das aves em casos extremos, como o de Influenza Aviária. A Associação disponibiliza o Avi-Foam Guard para todos os produtores que necessita-rem do sacrifício em massa. Com essa novidade, SC pode conseguir o conceito “A” na Avaliação do Sistema Esta-dual de Defesa Sanitária. Leia mais sobre o equipamento na página 42.

SC adquire equipamento para sacrifício sanitário em massa de aves

5

A partir de meados de março de 2010, fica suspen-sa a produção de carcaças e cortes temperados

de aves, bem como de produtos de aves “marinados” destinados à venda no mercado interno. A decisão é do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA). Para saber mais informações sobre a decisão do DIPOA, confira a página 9.

DIPOA tira de linha o FLT – Frango Levemente Temperado

3

Enquanto por aqui são as altas extremas de tem-peratura que impingem enormes prejuízos à

avicultura, no Hemisfério Norte as perdas vêm ocor-rendo por motivo inverso – o frio. Em fevereiro, a questão não esteve restrita à carência de equipamen-tos para manter a temperatura ideal nos aviários: foi agravada pelas fortes nevascas que vêm castigando boa parte do país.

Frio causa grandes perdas na avicultura norte-americana

2

Em matéria ilustrada com foto de poedeiras criadas em gaiola de uma granja brasileira, o

jornal britânico The Guardian afirma ter feito pes-quisa na qual constatou que um quarto da carne comercializada no Reino Unido vem de produtores que não estão obrigados a obedecer às normas internas de bem-estar animal. Entre eles estão fornecedores do Brasil. Leia mais na página 15.

Britânico “The Guardian” assesta armas contra carne brasileira

4

A brasileira JBS, que no ano passado adquiriu 64% da então concordatária Pilgrim’s Pride,

segunda maior produtora de carne de frango dos EUA, já aplica à empresa adquirida suas normas administrativas. O balanço da Tyson mostra os resultados do “primeiro trimestre fiscal de 2010”. Já o da Pilgrim’s, mostra os resultados do “quarto trimestre fiscal de 2009”. Leia mais sobre esse assunto na página 20 desta edição.

Nos EUA, JBS imprime o “jeito brasileiro” à Pilgrim’s Pride

Notícias

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8 Produção Animal | Avicultura

Notícias Notícias | Brasil

Só a produção animal é culpada pela resistência aos antibióticos?Texto em blog da World Poultry mereceu comentários de técnicos do mundo todo

Saúde

Recentemente, o editor e blogueiro da revista World Poultry, o holan-

dês Wiebe van der Sluis escreveu, referindo-se ao uso de antibióticos na produção animal, que a sua própria (isto é, a minha, a sua, a nossa) saúde “está em risco”. Tomando como exem-plo casos reais, parece “embarcar na canoa” dos que acreditam que o surgi-mento, na saúde pública, de organis-mos resistentes aos antibióticos é devi-do exclusivamente à utilização de antibióticos na produção de carnes, ovos e leite e demais produtos de origem animal.

O posicionamento de van der Sluis mereceu comentários de técnicos de diversas partes do mundo. Entre eles, o do médico veterinário brasileiro Paulo César Martins (Des-Vet Produtos Veterinários), que concorda com vários pontos abordados pelo editor da Poul-try World, mas discorda em um ponto essencial: o da imputação de toda a culpa à produção animal. A seguir, a réplica de Paulo Martins:

“Concordo 100% com seus comen-

tários de que a resistência aos antibió-ticos é real e causa sérios problemas de saúde pública.

Concordo 100% com seus comen-tários acerca da necessidade da utiliza-ção prudente de antimicrobianos na produção animal. Este é um princípio básico que deve ser seguido por qual-quer técnico atuante na cadeia alimentar.

Concordo 100% com seus comen-tários sobre a necessidade de melhorar a gestão, as instalações, o controle

ambiental e as medidas de biossegu-rança na produção animal.

Eu não concordo, em absoluto, com os comentários genéricos su-

gerindo que a produção animal é a principal res-

ponsável pela resistên-cia a antimicrobianos no ser humano.

Na grande maioria dos países, medica-mentos de uso huma-no são adquiridos sem prescrição médica,

inexistindo controle sobre a sua correta e completa utilização –

isso até mesmo em hospitais sofistica-dos. Na maioria dos hospitais e mesmo nos países desenvolvidos, não há con-trole adequado dos visitantes. Em todos os hospitais, em todo o mundo, o trânsito de pessoas, a higiene das mãos e dos calçados são fatores negli-genciados. Ninguém toma banho an-tes de entrar em um hospital ou em salas de cirurgia. Os protocolos de desinfecção em instalações hospitala-res não são nada comparados aos de um incubatório ou abatedouro. As

pessoas do sistema de saúde se movi-mentam de um quarto para outro ou de um hospital para outro sem os cuidados necessários sequer com a própria higiene.

Um exemplo corriqueiro sobre a complexidade do assunto é que muitos agentes infecciosos - como o Plasmo-dium (malária) e Mycobacterium (tu-berculose) desenvolveram alto nível de resistência a muitos antimicrobianos que não são utilizados na medicina veterinária. Como explicar?

Portanto, antes de qualquer acusa-ção ou afirmação é muito importante entender melhor a complexidade do tema” Paulo Cesar Martins, DVM,

Brasil.Para acessar, em

inglês, os comentá-rios acima e o

texto de Wiebe van der Sluis que deu ori-gem a eles:

Muitos agentes infecciosos - como o Plasmodium e Mycobacterium desenvolveram

alto nível de resistência a muitos antimicrobianos que não são utilizados na

medicina veterinária. Como explicar?

8 Produção Animal | Avicultura

www.worldpoultry.net/weblog/poul-try-production-management.

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Produção Animal | Avicultura 9

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Objetivo é combater fraude econômica e o excesso de água no frango

A partir de 15 de março de 2010 fica suspensa a produção de carcaças e

cortes temperados de aves, bem como de produtos de aves “marinados” desti-nados à venda no mercado interno. A decisão é do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem – Animal (DIPOA) que, entre as razões arroladas para a proibição, alega o “combate à fraude econômica decorrente dos dife-rentes processos tecnológicos de produ-ção e que redundam em retenção de água em níveis superiores àqueles natu-ralmente presentes nas carcaças de aves, seus cortes e demais produtos”. O DIPOA também justifica ser difícil definir com brevidade a metodologia adequada de avaliação do percentual de água em produtos temperados.

A suspensão não se aplica às aves consideradas especiais (“frangos espe-ciais resfriados e congelados, obtidos a partir de linhagens genéticas especiali-zadas, com no máximo 75 dias no abate e com 3 kg de carcaça) e a perus, patos, marrecos e galinhas d’angola.

Datado de 12 de fevereiro, o Ofício que definiu a medida também estabeleceu:

1 – Prazo de dez dias para apresen-tação ao SIF local, pelas empresas, da

relação de produtos objeto da suspen-são, visando ao cancelamento dos rótu-los registrados;

2 – Apresentação diária, até 15 de março de 2010, de relação da produção de carcaças, cortes temperados e produ-tos “marinados”, com respectivos con-troles de estoque;

3 - Prazo-limite de sessenta dias (contados a partir da data de publicação do documento) para a comercialização dos estoques existentes.

O DIPOA esclarece ainda que a me-dida é temporária e será cancelada

assim que seja definida a metodologia analítica para avaliação do percentual de água em produtos temperados.

O vindouro (e passageiro) desapare-cimento do Frango Levemente Temperado não chega a surpreender a indústria. Há exatos dois anos, preocu-pada com as fraudes então observadas, parte do setor já preconizava a suspen-são do FLT.

Para acessar a íntegra do Ofício-Circular do DIPOA acesse a sessão Serviços/Legislação do AviSite: (www.avisite.com.br/legislacao).

DIPOA tira de linha o Frango Levemente TemperadoFiscalização

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10 Produção Animal | Avicultura

Notícias | Empresas

Expansão deve ser contínua, podendo registrar um incremento de 35%

O Brasil pode chegar ao final da próxima década respondendo

pela metade das exportações mun-diais de carne de frango se conside-rados apenas os cinco maiores ex-portadores atuais – pela ordem e depois do Brasil, EUA, União

Européia, Tailândia e China. Juntos, Brasil e EUA podem responder por mais de 80% do total exportado pelos cinco países.

A previsão está contida nas “Projeções Agrícolas do USDA para 2019”, documento recém-divulgado pelo Departamento de Agricultura dos EUA, em cuja elaboração estiveram envolvidos dez diferentes agências ou serviços integrantes do órgão.

Elaboradas com base em dados disponíveis em novembro de 2009, as “Projeções” estimam que as exporta-ções norte-americanas de carne de

frango permanecerão em queda até o ano que vem, voltando a apresentar crescimento a partir de 2012, mas sem atingir o nível registrado em 2008, ano em que atingiram seu nível recorde.

Para o Brasil, a previsão é de rever-são da queda já em 2010, superando-se o recorde atingido também em 2008. E, tirando-se o revés registrado em 2009, a expansão deve ser contínua, podendo chegar a 2019 com um incremento de 35%. Atenção, porém, porque isso corresponde a um incremento médio de não mais que 2,5% ao ano.

Em relação aos outros três principais exportadores, só Tailândia e China ten-dem a aumentar suas exportações, enquanto a União Européia tende ao decréscimo. Nos dois países asiáticos, os índices de expansão serão expressivos – na China, de quase 50%; na Tailândia, de aproximadamente 60% - mas sem risco para a hegemonia de Brasil e EUA.

Projeções para 2019 mantêm Brasil na liderança das exportações de carne de frango

USDA

Em 2010, exportações brasileiras de carne de frango começam a apresentar resultado melhor que o de 2009, enquanto as norte-

americanas ainda permanecem em ritmo decrescente

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Produção Animal | Avicultura 11

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Fonte: OMS

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Notícias | Empresas

No “mix” brasileiro, carne de frango lidera com 44%

Brasil consome mais carnes que UE e Japão

Mercado

Estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA apontam que o

consumo per capita brasileiro das carnes bovina, suína e de frango em 2009

superou a marca dos 90 quilos, sendo maior, por exemplo, que o da União Européia (76,7 kg), além de correspon-der a mais do dobro do consumo do Japão (44,4 kg).

No “mix” brasileiro a carne de fran-go lidera com 44%, vindo a seguir a carne bovina com 41% e, por fim, a carne suína com 15%. Os 44% de parti-cipação do frango na “ração de carnes” dos brasileiros estão entre os mais eleva-dos entre os países apontados, só sendo superados por países que não conso-mem carne suína (caso do Irã) e pelo México (onde a carne de frango corres-ponde a quase metade das carnes con-sumidas no país).

Note-se que o consumo brasileiro é praticamente similar ao de outro país também situado “do lado de baixo do Equador”, a Austrália. Só que o consu-

mo per capita australiano tem uma distribuição mais equânime - 38% para as carnes de frango e bovina e 24% para a carne suína.

Embora por aqui ainda se esteja a 20 kg de distância do consumo de carnes dos norte-americanos (111,9 kg), fica uma indagação: será que ainda há espa-ço para o avanço da carne de frango?

Consumo brasileiro é de 1º mun-do nas carnes e de 3º mundo nos ovos

Na edição de 2009 (recentemente divulgada) da Situação Mundial da Agricultura, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) mostra, no balanço da produção animal, que em 25 anos (1980 a 2005) o consumo de carnes no Brasil pratica-mente dobrou, passando a corresponder a 98% do volume consumido nos países desenvolvidos (54% em 1980) e a quase o dobro da média mundial. Em suma, é um consumo típico de Primeiro Mundo,

no qual a carne de frango tem decisiva participação.

O mesmo, porém (e infelizmente), não se aplica ao consumo de ovos. No quarto de século analisado aumentou apenas 21% (pouco mais de meio por cento ao ano!), enquanto o avanço no mundo foi de 63% e nos países em desenvolvimento de 220%.

Ninguém discute: é melhor um cres-cimento de apenas 21% do que um retrocesso de 9% - comportamento observado entre os países desenvolvidos. Mesmo assim, em relação a esses países o consumo brasileiro fica quase na meta-de, além de se encontrar quase 25% abaixo da média mundial. Pior: o consu-mo de ovos no Brasil está aquém daque-le registrado nos países em desenvolvi-mento, os chamados de Terceiro Mundo.

12 Produção Animal | Avicultura

CARNESConsumo estimado para 2009 em países selecionados KG PER CAPITA

BOVINA SUÍNA FRANGO TOTAL

Hong Kong 22,7 65,1 36,9 124,7

EUA 40,2 29,1 42,6 111,9

Argentina 64,6 6,2 32,5 103,3

Austrália 35,0 22,0 34,7 91,7

BRASIL 37,3 13,5* 39,4 90,2

Canadá 32,3 24,9 28,8 86,0

UE-27 16,9 42,3 17,5 76,7

Taiwan 5,0 41,7 25,0 71,7

Chile 23,4 21,1 27,0 71,5

México 16,8 15,0 29,6 61,4

Rússia 13,8 20,7 19,0 53,5

China 4,3 36,1 9,1 49,5

Japão 9,4 19,6 15,4 44,4

Irã 7,6 0,0 23,2 30,8

Índia 1,7 0,0 2,2 3,9

Fonte dos dados básicos: USDA - Elaboração e análises: AVISITE - * Previsão da CONAB CARNES e OVOSConsumo mundial e em países selecionados

KG PER CAPITA/ANO

1980 2005 VAR. %

CARNES

Países desenvolvidos 76,3 82,1 7,6%

Em desenvolvimento 14,1 30,9 119,1%

China 13,7 59,5 334,3%

Brasil 41,0 80,8 97,1%

Índia 3,7 5,1 37,8%

Mundo 30,0 41,2 37,3%

OVOS

Países desenvolvidos 14,3 13,0 -9,1%

Em desenvolvimento 2,5 8,0 220,0%

China 2,5 20,2 708,0%

Brasil 5,6 6,8 21,4%

Índia 0,7 1,8 157,1%

Mundo 5,5 9,0 63,6%

Fonte dos dados básicos: FAOElaboração e análises: AVISITE

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Produção Animal | Avicultura 13

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Pelas novas projeções do Departa-mento de Agricultura dos EUA

(USDA), a Arábia Saudita – atualmente, quinto maior importador mundial de carne de frango e principal importador do produto brasileiro – deve importar em 2019 um volume quase 80% maior que o registrado em 2008, o que signifi-caria chegar às 908 mil toneladas de carne de frango. E esse é, exatamente, o mesmo volume de importação previsto para a União Européia – 908 mil tonela-das. Que, se confirmadas, colocarão Arábia Saudita e União Européia como os dois maiores importadores mundiais do produto.

Quem deve vir na sequência, como terceiro maior importador mundial, é o México, cujas compras estão estimadas em 877 mil toneladas (35% a mais que em 2008), o que significaria ultrapassar o atual primeiro importador mundial, a

Rússia, que em 2019 deve importar não mais que 735 mil toneladas de carne de frango, 60% do que foi importado em 2008.

Não são melhores as perspectivas em relação ao Japão, hoje terceiro maior importador mundial de carne de frango, atrás apenas de Rússia e União Européia. Para 2019 o USDA prevê que as impor-tações japonesas apresentarão acrésci-mo de apenas 5 mil toneladas em rela-ção a 2008.

Escassas, também, são as perspecti-vas em relação à China. O mundo espe-rava que os chineses se tornassem os

maiores importadores mundiais de carne de frango. Mas, pelo jeito, eles continu-arão na mesma posição atual, o sexto lugar, com incremento de compras de

pouco mais de 20% em relação a 2008.O USDA também aponta boas pers-

pectivas para países do Norte da África e do Oriente Médio (além da Arábia Saudita). Em conjunto, eles importaram em 2008 pouco mais de 1,3 milhões de toneladas de carne de frango. Para 2019 são previstas importações de 2,372 milhões de toneladas - 82% de expan-são, um índice de crescimento maior que o projetado para a Arábia Saudita.

Arábia Saudita: maior importador mundial de frango?País deve importar um volume quase 80% maior que o registrado em 2008

Em 2019

México deve aparecer como terceiro maiorimportador mundial. Suas compras estão

estimadas em 877 mil toneladas

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14 Produção Animal | Avicultura

México adota medidas capazes de se refletir no setor

Não fosse suficiente a Rússia ter embargado o frango de Tio Sam

por questões de processamento final (higienização das carcaças em banho de cloro) e a China ter passado a impor pesadas taxas na importação do mesmo produto (acusação de “dumping”), mais um país – o México – adota medidas capazes de se refletir na indústria avícola dos EUA. Com isso, o setor enfrenta, a um só tempo, problemas com seus três maiores importadores, responsáveis pela absorção de quase a metade das expor-tações de carne de frango norte-americanas.

A questão levantada pelos mexica-nos não mexe, pelo menos por ora, nas exportações dos EUA, mas pode no futuro ter desdobramentos sobre o setor. Trata-se de um inquérito aberto pela Comissão Federal de Concorrência do México (o nosso CADE) para avaliar a possível utilização de práticas monopo-lísticas por empresas avícolas atuantes em território mexicano. E isso coloca na berlinda, indiretamente, a indústria avícola norte-americana, porque duas das três maiores produtoras de frango

do México são dos EUA – a Pilgrim’s Pride e a Tyson Foods, respectivamente segunda e terceira maiores empresas do setor (a líder de mercado é a mexicana Bachoco; juntas, as três respondem por 55% da produção local de carne de frango).

Segundo recente documento do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), as investigações ainda não foram iniciadas. Mas nelas serão avalia-dos contratos existentes, acordos comer-ciais e convênios, particularmente no que se refere a práticas comerciais que possam estar afetando os preços de mercado.

Na “Guerra do frango”, desinfe-tante pode ser solução para embargo russo

A SteriFX Inc., empresa da Louisiana (EUA) especializada na fabricação de desinfetantes, apresentou durante a Feira de Atlanta o ProtectFX. Trata-se de um produto à base de ácido peracético que – afirma – substitui plenamente a água clorada utilizada no abate de fran-gos e pode ser a resposta ao embargo

imposto pelos russos ao frango norte-americano.

Citando estudo da Universidade de Auburn (2008), a empresa diz que o ácido paracético mostrou mais eficiência que o cloro na redução de Salmonella e Campylobacter de carcaças de frangos, além de aumentar a vida de prateleira do produto.

Produtos à base de ácido paracético vêm sendo amplamente utilizados nos meios médico e hospitalar para a desin-fecção de produtos, equipamentos e ambientes. Adequado para uso na higie-nização de carcaças, o produto da SteriFX é, conforme a empresa, não-tóxico e seguro para ingestão ou inalação.

Segundo dirigente da SteriFX, o produto foi desenvolvido para atender as necessidades de abatedouros que, devido ao uso de amônia no tratamento das águas públicas, não podem utilizar cloro no processamento. Agora, pode ser a solução ao mais desafiante embar-go já enfrentado pelos exportadores de frango norte-americanos.

Mais informações: www.sterifx.com.

Três problemas numa cajadada só

A um só tempo, indústria avícola norte-americana enfrenta proble-mas com seus três principais importa-dores de carne de frango. Ou, além de Rússia e China, também com o México.

Mais um país coloca na berlinda a indústria avícola dos EUA

Práticas monopolísticas

EUAOs três principais países importadores de carne de frango

janeiro a novembroMIL TONELADAS

2008 2009 VAR. PARTIC.

Rússia 812,7 696,5 -14,3% 24,4%

México 274,4 336,3 22,6% 11,8%

China 306,7 302,5 -1,4% 10,6%

Subtotal 1.393,8 1.335,3 -4,2% 46,9%

Demais 1.529,8 1.514,9 -1,0% 53,1%

TOTAL 2.923,6 2.850,2 -2,5% 100,0%

Fonte dos dados básicos: USDA - Elaboração e análises: AVISITE

Notícias

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Produção Animal | Avicultura 15

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Em matéria ilustrada com foto de poedeiras criadas em gaiola de uma granja brasileira (reprodução abaixo), o jornal britânico

The Guardian afirma ter feito pesquisa na qual constatou que um quarto da carne comercializada no Reino Unido vem de produto-res que não estão obrigados a obedecer às normas internas de bem-estar animal. Entre eles estão fornecedores do Brasil.

De acordo com o jornal, as más condições em que os animais são mantidos abrangem alta densidade em galpões de frangos e de perus, gaiolas de parição onde porcas são mantidas o ano inteiro e “castração física sem anestesia de javalis”. Não é o que ocorre no Reino Unido, onde os padrões de bem-estar animal são relativamente elevados comparativamente ao resto do mundo, “aqui inclusa a União Europeia”.

Mas embora o criador britânico atenda obrigatoriamente a

esses padrões, não existe qualquer restrição na importação de carnes de países que não atendem aos mesmos requisitos e nos quais os custos são geralmente menores – diz o jornal. Daí um crescente clamor (de consumidores e de organizações de produto-res) pela melhor identificação (rotulagem) dos produtos, para que haja uniformização dos procedimentos, “pelo menos na União Européia”.

Conforme o The Guardian, 25% da carne avícola consumida no Reino Unido vem de sete países europeus e do Brasil. Esses oito países “permitem a criação de frangos em alta densidade e não obrigam os criadores a manterem em boas condições a cama dos aviários”.

Jornal britânico assesta armas contra carne brasileira“Um quarto da carne comercializada vem de produtores que não obedecem normas internas de bem-estar”

The Guardian

A propósito da densidade, o jornal cita que a legislação britâ-nica a limita a 38 kg por metro quadrado (cerca de 15 aves com 2,5 kg), enquanto no restante da União Européia é permitido até um terço a mais (50 quilos ou 20 aves). Da mesma forma, o Reino Unido é mais exigente nas normas de acesso a comedouros e bebedouros, bem como na utilização de material de cama que seja confortável para as aves.

Aparentemente, a preocupação do The Guardian é o bem-estar animal, mas o que está realmente em jogo é a proteção de mercado. Em cuja defesa poderá ser requerido (dos fornecedores externos) o atendimento das mesmas normas internas.

A propósito: aqui mencionamos apenas as carnes avícolas. Mas o The Guardian também fala da carne bovina fornecida pelo Brasil, “onde é permitida a marcação a fogo, a descorna e a cas-tração sem anestesia”.

Para acessar a íntegra da matéria, em inglês, divulgada no site do The Guardian: www.guardian.co.uk/environment/2010/feb/16/meat-imports-animal-welfare-standards.

Há no Reino Unido um crescente clamor pela melhor

identificação dos produtos, para que haja uniformização dos

procedimentos, “pelo menos na União Européia”

Foto publicada pelo The Guardian

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16 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Chile foi o principal comprador do produto argentino

Dados do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade

Agroalimentar (SENASA) da Argentina indicam que o país exportou em 2009 um total de 240.144 toneladas de carne de frango, volume 3,8% supe-rior ao registrado em 2008. O Chile, com 43.271 toneladas (18% do total) foi o principal importador do frango argentino, vindo logo a seguir China e África do Sul, com pouco mais de 35 mil toneladas cada um.

A despeito do aumento no volume embarcado, a queda de 6,5% no pre-ço médio do produto fez com que a receita cambial recuasse 2,9%, de US$341 milhões em 2008 para US$331 milhões em 2009.

Exportação de carne de frango aumentou 3,8% Argentina

ARGENTINAVolume, receita cambial e preço médio com

exportações de carne de frango 2007, 2008 e 2009

2007 2008 2009 VAR. 08/09

Volume (mil toneladas) 187,910 231,404 240,144 3,8%

Receita (US$ milhões 232,753 341,050 331,053 -2,9%

Preço médio (US$/t) 1.238,64 1.473,82 1.378,56 -6,5%

Fonte: SENASA – Elaboração e análises: AVISITE

Dados não incluem as patas de frango

Após se expandirem à razão de 13% e 18% em 2007 e 2008, respectiva-

mente, as exportações norte-americanas de carne de frango apresentaram recuo de 1,8% em 2009, totalizando pouco mais de 3,1 milhões de toneladas.

A despeito do recuo, prevalece um incremento de 15,8% no biênio 2008/2009, o que corresponde a um aumento médio de 7,6% ao ano sobre 2007.

Detalhe que não pode ser ignorado: os números, divulgados pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) não in-cluem as patas de frango, exportadas principalmente para Hong Kong e China e no momento pesadamente taxadas pelos chineses, sob denúncia de “dumping”.

EUA exportaram 3,1 milhões/t de carne de frango Recuo

Apesar do recuo, prevalece um

incremento de 15,8% no biênio 2008/2009

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Produção Animal | Avicultura 17

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18 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Principal desafio é passar da produção doméstica para a industrial

“A produção animal vietnamita e, particularmente, sua avicultura,

estão sendo profundamente avaliadas e devem sofrer total reestruturação para que se desenvolvam de maneira sustentável e competitiva”.

A declaração é do Diretor do Departamento de Produção Animal do Ministério da Agricultura do Vietnã, Hoang Kim Giao. Ele anunciou que sob um novo Plano Estratégico de Desenvolvimento, a participação da produção animal na agri-cultura vietnamita, hoje da ordem de 30%, deve subir para 38% até 2015 e chegar aos 42% por volta de 2020.

Pelo Plano, em 10 anos o país deverá estar produzindo 5,5 milhões de toneladas de carnes, 14 bilhões de ovos e mais de um milhão de toneladas de leite. Isso vai representar 56 kg de carne, 140 ovos e mais de 10 kg de leite per capita ano, além de permitir que o setor chegue o mercado externo.

Para alcançar essas metas e poder atender a crescente demanda de alimentos, o país precisa modernizar a produção animal e especialmente a avicultura, pas-sando da produção doméstica para a produção industrial, disse o representante do Ministério. Isso inclui maior atenção para a higiene e a biosseguridade das criações, com vistas à redução da incidência de doenças. A instalação de novos abate-douros e indústrias de processamento deverá atender a normas de preservação ambiental e de tratamento de resíduos.

Não será fácil. Afinal, 72% da popula-ção do Vietnã ainda vive em áreas rurais e a maior parte da produção animal é de sub-sistência. Mas esse obstáculo precisa ser vencido, pois as criações em pequena escala e utilizando métodos milenares ultrapassados e perigosos só fazem disse-minar doenças, aumentar os custos e tor-nar a produção local menos competitiva que a de países vizinhos ou próximos.

No tocante a doenças, por exem-plo, o Vietnã é o segundo país com maior numero de vítimas humanas fatais do vírus H5N1 da Influenza Aviária – 57 mortes entre 2003 e 2009 ou 20% de todos os casos fatais regis-trados no mundo.

Vietnã reestrutura produção animal, especialmente a avicultura

Modernização

Órgãos do governo do país devem agir conjuntamente

Em mais uma tentativa de reduzir os efeitos da Influenza Aviária do tipo

H5N1, que continua causando vítimas pelo país, o governo do Egito baixou decreto proibindo a comercialização de aves vivas. Segundo Maged George, Ministro do Meio Ambiente, embora a medida só entre em vigor a partir de 1º de julho de 2010, vários órgãos do governo do país devem começar a agir conjunta e imediatamente a partir de agora, para que se obtenha uma passagem gradual do abastecimento das aves vivas para as aves abatidas em estabelecimentos previamente licenciados para esse fim.

Adicionalmente a essa medida, o Ministro anunciou que discutiria em uma conferência, com a participação da

Organização das Nações Unidas (ONU), do governo do Egito e de entidades represen-tativas da sociedade egípcia, formas de estabelecer um plano de erradicação da Influenza Aviária em um período que varia de três a no máximo cinco anos.

Desde que o vírus apareceu no país, no inicio de 2006, perto de uma centena de pessoas foi infectada pelo vírus (invariavel-mente, pelo contato com aves doentes ou mortas) e 28 delas morreram em conseqü-ência da doença. Os últimos quatro casos de infecção foram registrados em janeiro passado.

A propósito da proibição do comércio de aves vivas: o governo egípcio pode agir por decreto (como fez em 2009, quando

determinou o sacrifício em massa de suínos para controlar o surto de H1N1) e, assim, atingir seu intento de retirá-las do comér-cio. Mas oferecerá suporte financeiro sufi-ciente para a construção de novos abate-douros avícolas?

À primeira vista a medida deverá beneficiar os exportadores de carne de frango. Entre eles o Brasil que, em 2009, teve no Egito seu terceiro melhor cliente do continente africano, atrás apenas de África do Sul e Angola. No ano que passou, as importações egípcias do Brasil aumentaram mais de 150%. Chegaram às 54 mil toneladas, propi-ciando receita cambial de US$74 mi-lhões, o dobro do alcançado em 2008.

Egito proíbe comércio de aves vivas a partir de julho

Influenza Aviária

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Produção Animal | Avicultura 19

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13 empresas e cooperativas ligadas às exportações avícolas estão na lista

Na lista em que a SECEX/MDIC rela-ciona as 250 empresas brasileiras

que mais exportaram em 2009 estão presentes 13 empresas e cooperativas diretamente ligadas às exportações de carne de frango. E embora na maioria delas as vendas externas não estejam restritas à carne de frango, este vem sendo o carro-chefe dos negócios com o exterior.

A lista atual tem uma empresa a

mais que a lista anterior, de 2008, com doze empresas. Na realidade, porém, a lista do ano passado reflete uma situa-ção passageira, marcada pelas grandes fusões no setor. Assim, essa mesma lista, elaborada agora, em 2010, estaria reduzida a não mais que nove empresas – Brasil Foods (englobando Sadia e Perdigão), Marfrig (englobando Seara e DaGranja), Doux, C.Vale, Aurora, Diplomata, Jandelle (ou Big Frango) e as

cooperativas Lar e Copacol.Juntas, essas empresas responde-

ram, em 2009, por 4,44% de todas as exportações brasileiras. Por sua vez, consideradas as fusões ocorridas no decorrer de 2009, a Brasil Foods sobe da 11ª para a quinta posição, atrás apenas de Petrobras, Vale, Bunge e Embraer. Já a receita cambial obtida pela “nova” Marfrig faz com que a empresa ascenda da 59ª para a 10ª posição.

Empresas avícolas são destaque entre as 250 mais da SECEX

Principais exportadoras

Empresas

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20 Produção Animal | Avicultura

Empresas

Poucos se aperceberam do fato, mas a realidade é que a brasileira JBS, que no

ano passado adquiriu 64% da então concordatária Pilgrim’s Pride, segunda maior produtora de carne de frango dos EUA, já aplica à empresa adquirida suas normas administrativas.

Tomem-se, como exemplo, os balan-ços recém-divulgados da Pilgrim’s Pride e de sua concorrente mais direta, a Tyson Foods, ambos relatando os resultados obtidos, aproximadamente, no trimestre outubro-dezembro de 2009. O da Tyson, que segue os padrões norte-americanos,

mostra os resultados do “primeiro trimes-tre fiscal de 2010”. Já o da Pilgrim’s mostra os resultados do “quarto trimestre fiscal de 2009”.

A mudança é reflexo da transferência, pela Pilgrim’s, do encerramento do ano fiscal do “sábado mais próximo do dia 30 de setembro” (uma peculiaridade dos EUA) para o “último domingo de dezem-bro de cada exercício”.

A mudança, segunda a própria empre-sa, objetiva alinhar o ano fiscal com o ano calendário, pratica que já foi adotada pela JBS USA.

Nos EUA, JBS imprime o “jeito brasileiro” à Pilgrim’s Pride

O jornal Valor Online divulgou e a Marfrig confirmou que está nego-

ciando arrendar ou adquirir dois frigoríficos atualmente controlados pela Globoaves, com sede em Cascavel.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a Marfrig confirmou que estão no foco “duas plan-tas frigoríficas de pequeno porte aptas ao abate de frango caipira e pato, o que inclui os negócios de frango caipira, com a mar-ca Nhô Bento e de pato, com a marca Germânia”.

Ainda no comunicado, assinado pelo diretor de planejamento e de relações com investidores por Ricardo Florence, a com-panhia informa que “a negociação ainda depende de processo de ‘due diligence’ e não possui qualquer caráter vinculativo”. E

Marfrig de olho em duas plantas da Globoaves

A agência de noticias Reuters divul-gou que a processadora de carnes

Tyson Foods Inc anunciou um lucro maior que o esperado no primeiro tri-mestre e espera um avanço na demanda por carne de frango e preços melhores ainda este ano.

A norte-americana registrou lucro de 160 milhões de dólares em seu pri-meiro trimestre fiscal, ou 42 centavos por ação, comparado com prejuízo de

102 milhões de dólares, ou 27 centavos por ação, no ano anterior.

Analistas de Wall Street previam uma média de lucro de 18 centavos por ação, de acordo com pesquisa Thomson Reuters.

A receita da companhia até o tri-mestre encerrado em 21 de janeiro aumentou para 6,64 bilhões de dólares, ante 6,52 bilhões de dólares no ano passado.

Tyson Foods registra lucro trimestral maior que o esperado

Segundo o jornal iraniano Tehran Times, na última segunda-feira, 8, o

Ministro da Agricultura do Irã inaugu-rou na cidade de Rey, província de Teerã, aquele que – palavras do jornal - é o maior abatedouro avícola do Oriente Médio e o quarto maior do mundo.

Citando a ISNA, agência de notícias local, o Tehran Times revela que o novo abatedouro recebeu investimentos de 5,5 bilhões de euros (R$14 bi!), além de

outros 40 bilhões de rials (a moeda do Irã, aproximadamente R$7,5 milhões). Cerca de 70% dos investimentos aplica-dos no projeto vieram do setor privado.

Já em operação, o novo complexo de abate de frangos do Irã deve gerar cerca de mil empregos diretos e outros seis mil indiretos. Projetado e construí-do dentro da mais moderna tecnologia disponível, o abatedouro tem, confor-me o jornal, capacidade de abate de 10 mil aves hora.

Irã inaugura maior abatedouro avícola do Oriente Médio

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22 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Documento norteia práticas de manejo com recomendações

EstáEstá pronto e já começa a ser distribuída a Norma Técnica de

Produção Integrada de Frango. O mate-rial, fruto de um convênio estabelecido pela União Brasileira de Avicultura com o Ministério da Agricultura, tem por obje-tivo nortear as práticas de manejo nas granjas brasileiras.

Desta forma, reuniu-se de forma bastante didática e objetiva todos os requisitos necessários para o cumpri-mento deste propósito. O documento aborda as determinações recomendadas para a construção dos aviários, aquisição

e alojamento de pintos, ventilação e controle de temperatura, iluminação, espessura da cama, alimentação e água, manipulação dos medicamentos, apa-nha e transporte das aves, bem-estar animal e dos trabalhadores e gestão ambiental, entre outros.

Para a elaboração do material, to-mou-se como base o documento de Boas Práticas de Produção da Embrapa e programas operacionais de várias empresas.

O grupo de trabalho encarregado da elaboração final do documento foi coor-

denado por Ariel Mendes e Ibiara C. L. Almeida Paz e constituído por represen-tantes do Ministério da Agricultura, empresas privadas, associações estadu-ais de avicultura, universidades, Embrapa e a World Society for the Protection of Animals (WSPA).

O material está disponível no site da entidade (www.uba.org.br) e também no AviSite (www.avisite.com.br/legislacao).

Confira abaixo alguns pontos abor-dados na Norma Técnica de Produção Integrada de Frango:

UBA e MAPA disponibilizam norma para a produção de frango

Boas Práticas

Unidade de produção•Sistema de registro deve ser estabelecido para cada unidade.• Desenvolver plano de gerenciamento, determi-nando estratégias para minimizar todos os riscos identificados.

Aquisição e alojamento dos pintos• Observar e anotar o peso das aves, quantidade de refugos e avaliar se as mes-mas estão saudáveis, com olhos brilhantes, umbigo bem cicatrizado e tamanho e cor uniformes, entre outros.

Ventilação e controle de temperatura• A zona de conforto situa-se entre 31ºC e 33ºC para pintinhos de um a sete dias de idade e entre 21ºC a 23ºC para aves adultas, com umidade relativa entre 65% e 70%.• Os parâmetros de qualidade do ambiente de-vem ser monitorados e registrados.

Iluminação• O sistema de iluminação dos aviários deve ser desenhado e manejado de forma a prover o mínimo de intensidade de ilumi-nação (10 lux para aves de aba-te) por pelo menos 8 horas em cada 24 horas.• Todas as aves criadas sob luz artificial devem ter um período de escuro de pelo menos 4 horas a cada 24 horas.

Cama• A espessura da cama deve ser de no mínimo 5 cm e manejada para permitir a diluição das fezes e manter-se em condições adequadas para o conforto das aves.• Caso a cama seja reutilizada, ela deve ser trata-da para minimizar os riscos microbiológicos.

Alimentação e água•O espaço de alimentação adotado na granja deve ser suficiente para permitir o acesso das aves à comida sem competição.•As aves devem ter livre acesso aos bebedouros e estes devem permitir fluxo e volume adequados.

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Produção Animal | Avicultura 23

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Medicamentos• Devem ser trancados em local específico que permita a preservação da qualidade do produto e o controle de acesso.

Apanha e transporte•Evitar que as aves sejam restringidas de alimentos por mais de 12 horas durante o processo de saída para o abate. • Recomenda-se nomear um dos membros da equipe de apanha como responsável pela supervisão do car-regamento das aves.

Bem-estar• O programa deve estar embasado em planejamen-to, educação e capacitação.• As Boas Práticas de Manejo em granjas devem ser seguidas para garantir conforto às aves.

Saúde, segurança e bem-estar do trabalhador•Deve incluir:- Gerenciamento de saúde e segurança.- Procedimentos para registro de acidentes.- Localização dos kits de Primeiros Socorros e Manual de Acidentes e Incidentes Perigosos.• Os trabalhadores devem ser informados a quem os acidentes perigosos devem ser reportados.

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Manejo

24 Produção Animal | Avicultura

Estresse calóricoComo ocorre e o que fazer?

O calor deste início de ano afetou a avicultura de uma forma geral. Especialmente nos dias em que o exces-

so de consumo causou interrupções no fornecimento de energia, o índice de mortalidade cresceu e o produtor contabilizou prejuízos. Mas é possível fazer algo para evi-

tar a morte dos frangos quando falta energia? Os pesqui-sadores da Embrapa Suínos e Aves, empresa de pesquisa agropecuária vinculada ao Ministério da Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento, tentam responder a essa pergun-ta no texto abaixo.

Autores: Paulo Giovanni de Abreu Valéria Maria Nascimento Abreu - Pesquisadores da Embrapa Suínos e Aves

IntroduçãoDurante os períodos quentes do ano, a produtividade das aves é

afetada e a taxa de mortalidade pode ser alta quando a temperatu-ra ambiente atinge valores entre 36ºC e 40ºC. Como os aviários são totalmente dependentes de energia elétrica, uma falha no

abastecimento pode ser fatal para as aves.

Exigências das avesA ave tem a habilidade de manter constante a temperatura dos

órgãos internos, o que é conhecido como homeotermia. O mecanis-mo de homeostase, entretanto, é eficiente somente quando a tempera-

tura ambiente está dentro de certos limites. A temperatura do núcleo corporal de aves é igual a 41,7ºC. Na Tabela 1 são apresentados os valores

da Temperatura Crítica Inferior (TCI), da Zona de Conforto Térmico (ZCT) e da Temperatura Crítica Superior (TCS) de acordo com a fase da ave. Portan-

to, é importante que os aviários tenham temperaturas ambientais próximas às das condições de conforto das aves (Tabela 2). Nesse sentido, o aperfeiçoa-mento dos aviários com adoção de técnicas e equipamentos de condiciona-mento térmico ambiental tem superado os efeitos prejudiciais de alguns ele-mentos climáticos, possibilitando alcançar bom desempenho produtivo das aves.

Estresse térmico (Calor)O estresse devido ao calor se produz quando existem temperaturas ambien-

tais acima da zona de termoneutralidade das aves e se intensifica na presença de alta umidade relativa e ausência de movimento do ar. Fisiologicamente as

aves respondem ao estresse calórico aumentando os mecanismos de dissi-pação de calor e diminuindo a produção de calor metabólico. Durante os

períodos quentes, o estresse térmico depende grandemente da ave. Is-to é, da idade e do tamanho, do estágio produtivo e das instalações.

Entretanto, a resposta ao estresse térmico varia de formas espe-cíficas entre esses diferentes grupos.

Para o conforto fisiológico das aves é necessário que a temperatura no interior da instalação seja correspon-dente à zona de termoneutralidade da ave.

Esta é a temperatura média. A taxa metabólica é mantida constante pelo controle vaso motor (vaso-

dilatação e vasoconstrição periféricas, movi-mentação das penas e mudança postural) e

pela evaporação da água dos pulmões. O ponto que identifica quando a tempera-tura ambiental está abaixo desta zona é

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Produção Animal | Avicultura 25

Estresse calóricoComo ocorre e o que fazer?

conhecido como temperatura crítica infe-rior e aumenta a taxa metabólica para a manutenção da temperatura corporal da ave. Já quando a temperatura ambiental está acima da temperatura ideal, o ponto é chamado de temperatura crítica superior. Neste estágio ocorre o aumento na taxa metabólica na tentativa de eliminar o ex-cesso de produção de calor.

Efeito da idadeA combinação de temperatura am-

biente e umidade relativa que é capaz de produzir estresse por calor depende da ida-de das aves. A temperatura ambiente ideal varia desde 35ºC ao na fase inicial até que se estabiliza em 24º C na quarta semana.

A magnitude do estresse calórico de-pende não somente da estação do ano, mas também do status fisiológico (isto é, estágio de crescimento, desenvolvimento e produção) das aves. Em muitas aves jovens o estresse calórico é menos provável du-rante períodos quentes e úmidos. Isto por-que as aves recém nascidas são sensíveis ao frio. Como as aves jovens possuem uma temperatura crítica superior maior que as aves adultas, a diminuição de mortalidade por estresse calórico é menor neste estágio. A medida que as aves crescem, tornam-se menos sensível ao frio. Isso ocorre por cau-sa da ineficiência dessas aves em dissipar rapidamente o calor produzido por seu or-ganismo. Essa ineficiência na dissipação do calor pode ser devido ao acúmulo de gordura subcutânea, da falta de glândulas sudoríparas e da cobertura de penas do corpo. Com a idade ou em aves maiores, o estresse por calor é mais suscetível.

UmidadeNo Brasil, quando a temperatura am-

biente está por volta de 32ºC e a umidade relativa do ar mais que 80%, essa condição causa um aumento da severidade do es-tresse por calor. Como conseqüência, a in-gestão alimentar é reduzida e a taxa respi-ratória desses animais aumenta na tentativa de resfriar-se pela evaporação do vapor d’água dos pulmões. As aves tenderão a se mover para locais mais frescos nos aviários e mudarão a sua postura. Em casos extre-mos, com temperaturas ambientes próxi-mas de 40ºC, as aves podem morrer de

exaustão física causada pelo calor. Além disso, a mortalidade durante períodos quentes pode também estar relacionada indiretamente com outros fatores de es-tresse relacionados com condições de calor e umidade. Esses outros efeitos indiretos incluem a redução da ingestão alimentar e aumento da incidência de doenças no plantel. Uma redução na ingestão alimen-tar torna as aves mais susceptíveis a doen-ças nesse ambiente.

O que fazerA avicultura está susceptível às mu-

danças climáticas e quando há uma onda de calor, as aves adultas com 5, 6 e 7 sema-nas de vida sofrem por estresse de calor. O avicultor deve estar prevenido para atuar nessas ocasiões ou quando há queda no

fornecimento de energia elétrica, uma vez que a avicultura é altamente dependente do fornecimento energético em quantida-de e qualidade. Como medida preventiva, a granja deve possuir gerador de energia para manter os sistemas de climatização em funcionamento evitando a mortalida-de das aves. Esses geradores devem garantir o pleno funcionamento dos equipamen-tos do aviário por pelo menos 1 hora. Os geradores podem ser de óleo diesel ou esta-rem conectados à tomada de força do tra-tor. Na falta de gerador, durante a queda de

energia os avicultores devem adotar algu-mas medidas para amenizar o calor. De-vem também estar atentos às informações climáticas para atuarem antes de ocorrer o estresse das aves. Assim, devem retirar a alimentação nos horários mais quentes e fornecer a alimentação no período mais fresco; fazer o flushing dos bebedouros pa-ra renovação da água; quando possível, adicionar gelo na caixa d’água. Em aviários climatizados é permitido o abaixamento das cortinas, no entanto, em aviários dark house, essa medida pode gerar maior es-tresse nas aves causando mortalidade. Também é sempre prudente utilizar, no verão, densidade de criação (aves/m²) mais baixa que no período de inverno. A densi-dade de criação de aves deve ser compatí-vel com o nível de tecnificação do aviário.

Essas são medidas paleativas, uma vez que os maiores cuidados devem ser toma-dos na implantação do aviário, como loca-lização, orientação, sombreiro, beirais e te-lhados.

Finalmente, vale ressaltar que dificil-mente em situações de temperaturas extre-mas e se os sistemas de climatização dos aviários não estiverem em bom funciona-mento, pouco se pode fazer. No máximo, é possível tentar diminuir a mortalidade..

A íntegra do texto está disponível em: www.cnpsa.embrapa.br

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26 Produção Animal | Avicultura

Postura em Foco

A Unidade de Pesquisa e Desen-volvimento de Bastos, do Institu-

to Biológico (UPDB), recebeu em meados de dezembro de 2009 o credenciamento para a realização de diagnóstico da Laringotraqueíte (LTI).

A conquista já havia sido anteci-pada em agosto pela pesquisadora Nilce Maria Soares, Chefe de Seção Técnica de Bastos, em texto escrito para a coluna Ponto Final da Revista do AviSite. Naquela época, o labora-tório tinha acabado de receber o certificado para o diagnóstico soroló-gico de Mycoplasma e também as obras de ampliação e adequação necessárias.

Além disso, a equipe do IB parti-cipava de um projeto de cooperação técnica com a Universidade da Geór-gia com o objetivo de ser capacitada para implantar na unidade de Bastos o diagnóstico de LTI.

Foi nessa região que a laringotra-queíte, notificada pela primeira vez no Brasil em 2002, causou inúmeros prejuízos à avicultura de postura. Desde então, esforços têm sido feitos no sentido de controlar essa enfermi-dade por meio de medidas de defesa

sanitária obrigatórias, como vacina-ção e isolamento. Agora, o creden-ciamento do laboratório facilita e otimiza as análises laboratoriais da região de Bastos, que antes eram feitas no Laboratório Nacional Agro-pecuário do Mapa (Lanagro) de Cam-pinas, a 500 quilômetros de distância.

Em janeiro, para oficializar o acontecimento, a Secretaria de Agri-cultura e Abastecimento do Estado de São Paulo realizou um evento com a presença do Secretário de Agricul-tura, João Sampaio, do Secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz, e de outros representantes do setor, como o Presidente da UBA, Ariel Mendes.

Yasuhiro Yamanaka, do Sindicato Rural de Bastos, também esteve pre-sente na solenidade de credencia-mento e fez um breve relato sobre as dificuldades que os produtores da região enfrentaram na época, até que a situação fosse controlada.

Falando sobre o assunto, Ariel Mendes comenta que o credencia-mento é fundamental, mas ainda é pouco: “É sensível o trabalho dife-

renciado e extremamente positivo que a atual gestão da Secretaria de Defesa Agropecuária, sob a tutela de Inácio Kroetz, tem promovido em prol da avicultura. Exatamente por isto, nos sentimos a vontade para dizer que um setor de dimensões globais como o nosso precisa de ainda mais.

Nosso pedido é complexo, porém, emergencial: é preciso mais laborató-rios aptos e credenciados para a rea-lização de exames avícolas. Ainda estamos livres de H5N1, mas os ris-cos são constantes. Precisamos que a unidade de Descalvado (SP) do Insti-tuto Biológico seja o mais brevemen-te possível credenciada para Influen-za Aviária. As aves silvestres continuam a viajar pelos continentes, muitas delas, contaminadas. Temos que nos preparar para garantir a sanidade de nossos plantéis em even-tuais crises. Sem tal estrutura, corre-mos risco de jogar fora anos de dedi-cação e trabalho”.

Informações sobre a Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Bas-tos: www.biologico.sp.gov.br/unidade_bastos

Setor ressalta que ainda são necessários mais laboratórios e credenciamentos

Unidade de Bastos do IB recebe credenciamento para diagnóstico da laringotraqueíte

Exames avícolas

Evento oficializa credenciamento do IBC

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Representantes da avicultura e do Ministério da Agricultura presentes na solenidade

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Produção Animal | Avicultura 27

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28 Produção Animal | Avicultura

Postura em Foco

De acordo com o Departamento de Meio Ambiente, Alimentos e Negó-

cios Rurais (DEFRA) do Reino Unido, em 2009 a produção britânica de ovos re-cuou 0,3% em relação a 2008, atingin-do a marca dos 24,616 milhões de cai-xas de 30 dúzias. De toda forma, em relação a 2007 prevalece um aumento de 4,6%, o que significa expansão de mais de 2% ao ano no último biênio.

Porém, mais interessante do que o volume produzido é a forma de produ-ção, sujeita a fortes alterações e indican-do tendências que, futuramente, podem alcançar outros países produtores.

Em 2009, por exemplo, a maior parte ou 55% da produção britânica de ovos veio de poedeiras mantidas em gaiolas. Porém, mais de um terço do

total produzido já provém de aves “free-range”, ou seja, mantidas ao ar livre na maior parte do tempo.

Considerados os dois sistemas de criação, no biênio analisado a produção em gaiola recuou de 62% para 55% - o que representou redução de 8% na produção. Já a criação sob o sistema “free-range” teve sua participação au-mentada de 28% para 37% do total – um ganho de 37% no volume produzido.

Curiosamente, a produção de ovos orgânicos vem recuando. Representou 6% do total em 2007 e fechou 2007 com uma participação de 4%, o que significou redução de produção de 27%. Já a criação sobre cama, em galpão, manteve, aproximadamente, a mesma participação (4%) nos dois anos e obte-ve aumento de produção de 10%.

A propósito, dez anos atrás, em 1999, o volume de ovos proveniente de poedeiras mantidas em gaiolas corres-pondeu a 82% de toda a produção britânica, enquanto as criações “free-range” propiciaram apenas 14% do total produzido.

Cabe lembrar que a partir de 2012

não será mais permitido o uso de gaiolas convencionais na avicultura de postura européia (leia mais na noticia a seguir).

Curiosamente, produção de ovos orgânicos vem recuando

Produção de ovos “free-range” é a que mais cresce no Reino Unido

Mercado externo

Produção de ovos free range

Ovos free range comercializados na rede de supermercados Tesco

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Produção Animal | Avicultura 29

O Conselho de Agricultura e Pesca, órgão do Conselho Europeu (CE,

instituição que define a política e as prioridades da União Européia) reuniu-se em Bruxelas para a discussão de uma pauta extensa. Sem dúvida, o tema que despertou mais atenção na reunião do Conselho foi o pedido, apresentado pela Polônia, de que a proibição do uso de gaiolas convencionais no setor de postu-ra, prevista para entrar em vigor em menos de dois anos, fosse protelada por cinco anos e só passasse a vigorar a partir de 2017.

Mas, o Conselho de Agricultura e Pesca rejeitou a proposta apresentada pela Polônia

Assim – e a menos que ocorra algum fato novo – a medida entra em vigor em pouco menos de dois anos. Como se recorda, atendendo aos reclamos de proteção e bem-estar dos animais, desde os anos 1990 a União Européia estabele-ceu que, a partir de 1º de janeiro de 2012, as gaiolas convencionais de poe-deiras serão banidas do sistema produti-

vo, somente se permitindo o uso das chamadas “gaiolas enriquecidas” – bem mais amplas que as atuais e contando com equipamentos adicionais como, por exemplo, poleiros.

Desde o princípio a medida foi con-testada, pois sempre se temeu que gera-ria, a um só tempo, aumento de custos (portanto, de preços ao consumidor) e escassez na produção de ovos. Mas a voz dos consumidores e dos órgãos de defe-sa dos animais sempre prevaleceu e a data original vem sendo mantida.

O Conselho também discutiu o esta-belecimento de uma rede européia de centros de referência para a proteção e o bem-estar dos animais, bem como a rotulagem diferenciada dos alimentos de origem animal produzidos por empresas que, na criação, atendem todos os quesi-tos visando ao bem-estar animal.

A propósito, o Conselho concordou que o esforço dos criadores [pelo bem-estar animal] precisa ser compensado. Mas ao mesmo tempo observou que qualquer sistema de informação sobre bem-estar animal precisa ser de fácil

entendimento e, principalmente, atender às regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). No entanto, o que mais pesou para que não houvesse nenhuma decisão definitiva sobre o assunto foi o fato de não se poder aplicar as mesmas medidas a terceiros países abastecedores da União Européia.

País havia pedido que medida só passasse a vigorar a partir de 2017

Proibição de gaiolas: UE rejeita pedido da Polônia

Mercado externo II

Desde o princípio a medida foi contestada, pois sempre se temeu que geraria, a um só tempo, aumento de custos e escassez na produção de ovos

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Políticos, ambientalistas e represen-tantes da agropecuária brasileira

têm levantado diversas discussões no que se refere ao Novo Código Ambien-tal Brasileiro. De fato, o atual Código Florestal foi instituído em 1965 e al-guns produtores agrícolas não estão em conformidade com a legislação. A cres-cente pressão da sociedade por uma mudança de paradigmas na produção rural e animal fez com que o setor pro-dutor se adaptasse para seguir as novas exigências. No que se refere à avicultu-ra, a pressão por respeito às leis am-bientais vem também do mercado ex-terno, já que o setor é grande exportador.

De 1965 para cá diversos decretos fizeram outras complementações ao Código Florestal, em alguns casos por-que a tarefa de equilibrar a produção rural e a preservação do meio ambiente

não é fácil. A solução, para ao mesmo tempo proteger o meio ambiente e via-bilizar a agropecuária pode ser envol-ver todos na execução do Novo Código Ambiental Brasileiro.

Um dos pontos mais discutidos por aqueles que representam a agropecuá-ria se refere à Reserva Legal e também às Áreas de Preservação Permanente, temas com implicação direta na avicul-tura e que podem até mesmo inviabili-zar a agricultura e a produção animal no país do agronegócio.

Um decreto editado pelo governo federal em dezembro do ano passado, prorrogou para até junho de 2011 o prazo para que os produtores rurais re-gularizem as áreas de Reserva Legal nas propriedades e se ajustem às atuais nor-mas de preservação conforme determi-na o Código Florestal e a Lei de Crimes Ambientais.

O decreto de dezembro permite ao agricultor regularizar, em cartório, par-te de sua propriedade especialmente protegida com vegetação nativa.

Após junho de 2011, o agricultor será advertido pelo órgão ambiental para, em seis meses, apresentar termo de compromisso de regularização de

Um dos pontos discutidos se refere à Reserva Legal e às Áreas de Preservação Permanente

Questão ambiental e seus impacto s no agronegócio em destaque no Congresso de Ovos da APA

Postura em Foco

30 Produção Animal | Avicultura

Até junho de 2011, produtores rurais devem

regularizar as áreas de Reserva Legal nas

propriedades e se ajustar às atuais normas de

preservação conforme determina o Código

Florestal e a Lei de Crimes Ambientais

Áreas de Preservação Permanente (APPs)

São faixas de terra ocupadas ou não por vegetação nas mar-gens de nascentes, córregos, rios, lagos, represas, no topo de morros, em dunas, encostas, manguezais, restingas e veredas. Essas áreas são protegidas por lei federal, inclusive em áreas urbanas. Calcula-se que mais de 20% do território brasileiro estejam em APPs (mais do que um estado e meio do Pará). As APPs são previstas pelo Código Florestal. Fonte: Agência Câmara

Reserva Legal

Área localizada no interior de uma proprieda-de ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversi-dade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas. Fonte: www.planalto.gov.br

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sua Reserva Legal. Assinado o termo, o produtor rural receberá documento de localização de sua área, para que seja feito o registro em cartório, no prazo de 120 dias (quatro meses).

Aproveitando o oportuno do tema, o Congresso de Produção, Consumo e Comercialização de Ovos (de 23 a 25 de março) convidou o deputado federal ruralista Marcos Montes (DEM/MG), que é secretário executivo da Frente Parlamentar da Agropecuária, para apresentar a palestra “Legislação am-biental na atividade avícola” (no dia 24 de março) durante o evento.

Entre as reivindicações dos produ-tores rurais, conforme divulgou o site da Agência Câmara, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) sugere assegurar aos produtores o direito de uso das terras abertas para agropecuá-ria antes que leis como o Código Flores-tal definam percentuais mínimos de conservação de vegetação nativa. No caso das Áreas de Preservação Perma-nente, por exemplo, a organização de-fende que os índices mínimos de pre-servação às margens de rios sejam reduzidos de 30 para 5 metros.

Em relação às reservas que devem ser mantidas com espécies florestais nas propriedades, em faixas variáveis conforme o ecossistema, os produtores cooperativados propõem que a obriga-ção deixe de ser individual e passe a ser

coletiva. A idéia é que o setor público, ouvindo a sociedade, defina as áreas prioritárias para recomposição da co-bertura florestal exigida.

Para ler mais sobre o assunto: www.camara.gov.br, www.planalto.gov.br

Com o tema “Ovo – Receita de Saú-de: As portas de um futuro promissor”, o VIII Congresso de Produção, Comer-cialização e Consumo de Ovos da Asso-ciação Paulista de Avicultura vai rece-ber também o palestrante holandês Peter Van Horne, analista econômico da International Egg Comission (Co-missão Internacional do Ovo).

Horne apresenta, no dia 23, às 14h, o tema “A situação mundial da produ-ção de ovos: a conseqüência do bani-mento das gaiolas convencionais, meio ambiente, automação e sistemas alter-nativos de produção”. E no dia 25, às 8h30, o especialista fala sobre o desen-volvimento global da produção, comér-cio e consumo de ovos.

Van Horne é considerado o maior especialista europeu em economia aví-cola e desenvolve projetos de pesquisa para o governo e a indústria com foco particular nos aspectos econômicos da saúde e bem-estar do animal, proteção ambiental e competição internacional

Na International Egg Comission, única organização que representa a in-dústria mundial do ovo, com sede na Inglaterra, Peter Van Horne é o respon-sável pelo desenvolvimento do Serviço Econômico e Estatístico que a institui-ção oferece a seus membros.

De 23 a 25 de marçoVIII Congresso de Produção, Consumo e Comercialização de OvosHotel Fazendo Fonte Colina Verde, São Pedro, São Paulowww.congressoovos.com.br

Um dos pontos discutidos se refere à Reserva Legal e às Áreas de Preservação Permanente

Banimento das gaiolas convencionais também em pauta

Questão ambiental e seus impacto s no agronegócio em destaque no Congresso de Ovos da APA

Produção Animal | Avicultura 31

Peter Van Horne, da International Egg Comission

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32 Produção Animal | Avicultura

Ciência Avícola

ARS/ USDA desenvolve sistema para detectar contaminação em carcaças de frangoTestes já foram realizados em uma planta comercial

Processamento

Cientistas do Serviço de Pesquisas Agrícolas do Departamento de

Agricultura dos EUA (ARS/USDA, na sigla em inglês) testaram com sucesso em uma planta comercial uma nova tecnologia que automaticamente escaneia carcaças de frango e detecta possíveis contamina-ções.

Os pesquisadores Kurt Lawerence, Bosoon Park, Bob Windham e Seung-Chul Yoon, todos de Athens, Geórgia, melhoraram o sistema de imageamento hiperespectral para que seja possível detectar pequenas quantidades de contaminação fecal. A técnica de imagea-mento hiperespectral combina imagens digitais com espectroscopia, criando comprimentos de ondas de luz individuais que identificam contaminantes.

Para testar a tecnologia comercial-mente um protótipo foi instalado numa planta de produção para detectar carca-ças contaminadas.

O sistema foi desenvolvido através de um acordo de pesquisa com a Stork,

fabricante de equipamentos para o processamento de frangos, com sede em Gainesville, Geórgia.

As imagens das carcaças foram feitas depois da evisceração e antes da lavagem, a uma taxa de 150 aves por minuto. Bosoon Park explica que o sistema funcio-nou por vários dias, sem problemas de hardware ou software e demonstrou a sua viabilidade.

A equipe de Athens está colaborando com o engenheiro agrícola Kevin Cho e o biofísico Moon Kim, do Laboratório de ambiente microbiano e segurança alimen-tar da ARS, em Beltsville, Maryland. Utilizando a mesma tecnologia de ima-gem hiperespectral, mas com um nível diferente de ondas de luz, os cientistas da ARS em Beltsville desenvolveram um sistema de imagens on-line para diferen-ciar sistematicamente carcaças de aves doentes das saudáveis.

Os grupos da ARS e seu parceiro industrial estão agora fundindo os siste-mas de detecção fecal e o de detecção de

carcaças não saudáveis em uma platafor-ma comum que inclui uma linha de digita-lização de imagens hiperespectrais, iluminação e um software de operação e detecção.

A união destes dois sistemas vai ajudar na comercialização através da criação de um sistema de imagens inter-cambiáveis que pode ser instalado em diferentes locais da linha de processamen-to de frangos para resolver separadamen-te dois importantes e significativos problemas. A combinação dos dois sistemas vai permitir também que os processadores possam facilmente integrar um sistema deste tipo em suas operações.

Os pesquisadores de Athens também desenvolveram um novo método de processamento de imagens para identifi-car e remover leituras falsas positivos.

Mais informações: www.ars.usda.gov

Cientistas da ARS discutem imagens de carcaças de frangos feitas com o sistema de imageamento hiperespectral

É chamado de espectroscopia o método utilizado para análise de elementos simples, da estrutura química de compostos inorgânicos ou grupos funcionais de uma substância orgânica utilizando radiação electromagnética.

Uma imagem multiespectral consiste em imagens de um mesmo objeto, tomadas com diferentes comprimentos de ondas eletromag-néticas.

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Produção Animal | Avicultura 33

Estudo ressalta avanços da ergonomia na indústria avícolaProgresso permitiu redução das lesões de ordem músculo-esqueléticas nos trabalhadores

EUA

De acordo com estudo recentemente divulgado, os distúrbios músculo-es-

queléticos (DME) em trabalhadores da indústria avícola norte-americana apre-sentaram um declínio de 75% nos últimos 25 anos. O estudo relata o progresso e o sucesso que a indústria avícola dos EUA vem experimentando com a ergonomia e a subsequente redução das lesões de ordem músculo-esqueléticas nos trabalhadores do setor.

O relatório divulgado apresenta os resultados de um estudo encomendado pelo Conselho Misto de Saúde e Segu-rança da Indústria. O estudo, “Ergonomia na indústria avícola: revisão dos esforços da indústria avícola nos últimos 25 anos”, descreve a atuação da indústria na

prevenção e no tratamento precoce dos DMEs. Ele também discute a atenção que a indústria avícola despertou na Adminis-tração da Saúde e Segurança Ocupacio-nal (OSHA na sigla em inglês, um órgão do Departamento de Trabalho dos EUA)

e os efeitos positivos do trabalho conjun-to entre indústria avícola e OSHA.

Para acessar a íntegra, em inglês, do estudo sobre ergonomia na indústria avícola dos EUA: www.poultryegg.org/files/ergojan2010.pdf

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Ciência Avícola

Estudo propõe alterações em comedouros tubularesDesenhista industrial analisou dois di ferentes comedouros para sugerir melhorias

Fugindo dos engenheiros e técnicos profissionais da área de produção

agrícola ou zootécnica, os comedou-ros avícolas pararam na mão de um desenhista industrial. Diego Neves, aluno de mestrado da Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp (Fe-agri) e orientando da professora Ire-nilza de Alencar Nääs, defendeu a dis-sertação no dia 05 de fevereiro deste ano. A pesquisa foi desenvolvida a partir da análise de três diferentes co-medouros: os já existentes tubular co-mum e automático, e o Comedouro Manual Fênix, que começou a ser de-senvolvido pelo autor durante o traba-lho de conclusão de curso da faculda-de de desenho industrial.

“Esse estudo buscou a melhoria do comedouro tubular atualmente co-mercializado, atendendo as necessida-des ergonômicas tanto do homem quanto das aves”, diz ele, completan-

do que apesar de apresentarem algu-mas diferenças, são todos muito pare-cidos.

A idéia foi criar um comedouro no-vo, porém sem apresentar muitas mu-danças na estética, porque segundo o autor da pesquisa, o produtor pode ter uma aversão ao novo. “Fiz as modifi-cações que eu queria, deixando ele vi-sualmente muito parecido com o co-medouro já existente”, afirma Neves.

Com a análise, o pesquisador de-senvolveu uma regulagem de altura nova: um cilindro de aço galvanizado que, dependendo da distância da base até o prato, regula a saída da ração. Já que o produtor disponibiliza mais ali-mento para as aves que estão em fase inicial e menos para as que estão na fase adulta, o objetivo é evitar o des-perdício.

“No Fênix, a regulagem de altura é diferenciada do tubular, propondo maior facilidade de execução da tarefa e mais durabilidade. No tubular, os componentes deste sistema são metá-licos e sofrem com a corrosão prema-tura, dificultando o manuseio com o passar do tempo”, afirma.

Diego ainda propõe a utilização de uma grade no comedouro Fênix, que não é encontrada no tubular. Ela deve ser colocada somente quando as aves alcançarem a fase adulta, a partir do décimo dia, aproximadamente. Com

essa opção de tirar ou colocar a grade no comedouro, o Tubular Fênix dis-pensa a troca do equipamento na transição da fase inicial para a fase adulta, pois se adéqua a todas as ida-des.

O acréscimo desse acessório tam-bém se torna necessário para uma me-lhor distribuição dos animais no mo-mento em que estão se alimentando. Com a grade, as agressões resultantes das competições pelo alimento podem diminuir. Além disso, ela serve para evitar que a ave entre no comedouro, evitando a presença de fezes na ração ou de restos de cama no alimento.

O novo Fênix foi desenvolvido com o objetivo de melhorar algumas características encontradas no come-douro tubular comercializado, como cantos agudos, dispositivos salientes na parte interna que podem acumular ração ou permitir a fermentação, o problema da regulagem de altura e o armazenamento do comedouro infan-til, que só é utilizado na fase inicial, podendo causar o acúmulo de água e atrair ratos e insetos quando guarda-dos posteriormente.

Toda a pesquisa foi realizada vi-sando o bem-estar e a preferência das aves, mas nunca esquecendo de man-ter o baixo custo e de evitar o desper-dício, características levadas em conta pelo produtor.

Fatores levados em conta utilizando o método Analytic Hierarchy Process (AHP)

Menor custo inicial; Menor desperdício de ração;

Menor custo para manutenção; Facilidade de manuseio;

Melhor custo-benefício; Facilidade de abastecimento de ração;

Facilidade de instalação; Probabilidade de ocorrerem falhas;

Facilidade de limpeza; Facilidade de troca de componentes;

Dependência de insumo; Preferência da ave.

Com a opção de tirar ou colocar a grade no comedouro, o Tubular

Fênix dispensa a troca do equipamento na transição da fase inicial para a fase adulta, pois se adapta a

todas as idades

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Produção Animal | Avicultura 35

Estudo propõe alterações em comedouros tubularesDesenhista industrial analisou dois di ferentes comedouros para sugerir melhorias

O Comedouro Manual Fênix já foi patenteado, mas Diego ainda não o apresentou para nenhuma empresa. Ele afirma que o preço do produto não será maior que o dos outros comedou-ros.

A PesquisaO estudo que culminou no desen-

volvimento do comedouro Fênix con-sistiu na análise do comportamento dos animais durante a alimentação. Diego Neves observou quantas aves es-tavam presentes em volta do comedou-ro (tubular, automático e Fênix), quan-tas estavam efetivamente comendo, o tempo de duração das refeições e quan-tas se encontravam deitadas. Segundo ele, se a ave estiver deitada, significa que se sente confortável naquele lu-gar.

O teste foi feito em um galpão con-vencional com níveis tecnológicos di-ferenciados, onde o produtor combina-va uma linha de comedouros automáticos no centro do galpão com a utilização de comedouros tubulares e bebedouros pendulares. Diego insta-lou o comedouro Fênix mais ou menos na parte central deste local, juntamen-te com os outros. “Eu fiz um tripé e fil-mava ao mesmo tempo em duas câme-ras: uma focava o Fênix e a outra o automático. Depois elas ficavam nos comedouros tubular e Fênix. Fiz tam-bém imagens no período da manhã e da tarde”, explica Diego

Os dados foram analisados através da vídeo filmagem direta e o monitora-mento das variáveis ambientais. O gal-pão que comportou o experimento fica em Ipeúna (SP), próximo de Rio Claro e tem cerca de 14 mil aves.

Diego ainda fez seis dias de coleta de dados em uma fase específica das aves, quando apresentam maior cresci-mento. Segundo ele, entre 17 e 24 dias elas se alimentam mais.

No experimento, a temperatura, a umidade, a luminosidade e a velocida-

de do vento foram monitoradas. “Eu analisei até em que ponto esses fatores tiveram influência no comportamento das aves, além de observar a diferença do comportamento delas em cada co-medouro”.

Método utilizadoDurante a pesquisa foi utilizado o

software Analytic Hierarchy Process (AHP), que apresenta ao final da pes-quisa um resultado com gráficos deta-lhados. Esse método trabalha dando pe-sos para cada critério, como o fator custo de manutenção, custo inicial e preferência da ave (a tabela abaixo traz informações mais detalhadas). “O auto-mático perde pontuação por conta do custo inicial, pois precisa de energia elétrica, por exemplo. Em relação ao ar-

raçoamento, ele ganhou ponto, porque é automático. Já o manual perde muito em mão de obra, pois o trabalhador tem que ir até o comedouro para enchê-lo manualmente”, explica.

Ele ressalta que os resultados obti-dos valem para as condições específicas do estudo realizado. “Para ter um resul-tado mais significativo, o experimento tem que ser feito em um ciclo inteiro, em galpões de diferentes aves. Eu só co-letei alguns dias, em um galpão con-vencional. Foi específico para o meu es-tudo. Estabeleci um perímetro e todas as análises contabilizadas estavam den-tro desse perímetro ao redor do come-douro”, afirma Diego Neves.

Veja nas próximas páginas o estudo que tem como autor o desenhista in-dustrial Diego Neves.

Diego Neves desenvolveu o Comedouro Tubular Fênix para dissertação de mestrado na Unicamp

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36 Produção Animal | Avicultura

Ciência Avícola

Método Analytic Hierarchy Process (AHP) para classificação

de comedouros utilizados na produção de frangos de corte

No Trabalho de Conclusão de Curso de Diego Neves, concluído em 2007 pela Universidade Po-sitivo (UP), foi proposta uma inovação do come-douro tubular comercializado atualmente. O tra-balho consistiu no redesign deste equipamento, sugerindo melhorias ergonômicas tanto para a ave quanto para o trabalhador. Foi no TCC que Diego começou a desenvolver o comedouro Fê-nix, sendo analisado, testado e estudado mais de-talhadamente no mestrado de Engenharia Agrí-cola da Unicamp.

As principais questões consideradas foram: minimizar o esforço físico executado pelo opera-dor, baseando-se em conceitos de postura, levan-tamento de cargas, transporte e antropometria (estática e dinâmica); facilitar a regulagem de va-zão de ração no prato (através da altura do cilin-dro) e possibilitar a utilização em todas as fases de criação, dispensando a necessidade de utilizar o comedouro infantil na fase inicial de confina-mento.

A utilização de uma divisória (grade) sob o prato de alimentação é indicado para a adequa-ção da altura da borda do prato; homogeneizar a distribuição das aves; minimizar o desperdício de ração e possibilitar a utilização em todas as fases. O projeto também contemplou a redução de can-tos agudos, a fim de evitar acidentes tanto com a ave quanto com o operador, e diminuição das frestas, a fim de evitar o acúmulo indesejado de ração e sujeira, fato que facilita a higienização do equipamento. Também foram sugeridos novos materiais e processos de fabricação. Este equipa-mento foi patenteado (Equipamento Manual para Avicultura. BR n. PI0806115-7. 13 de out. 2008).

Novo comedouro consiste no redesign

do tubular

Autor: Diego Neves – Parte da tese de mestrado realizada na Feagri/ Unicamp

Este trabalho consistiu na avalia-ção do comportamento ingestivo de frangos de corte e posterior classifi-cação do comedouro mais adequa-do. Avaliaram-se três tipos distintos de comedouros, comparando-os sob

o ponto de vista de manejo e prefe-rência de alimentação das aves. Fo-ram observadas as atividades com-portamentais “comendo”, “em pé” e “deitada” e o tempo de refeição das aves na área circundante aos equipa-mentos, além do monitoramento das variáveis ambientais. As avalia-ções dos comportamentos foram re-alizadas aos pares (Fênix versus Tu-bular e Fênix versus Automático), assim como as filmagens diretas pa-ra o registro dos comportamentos, sempre duas a duas simultaneamen-te, garantindo as mesmas condi-ções ambientais para a avaliação dos co-medouros.

O estudo foi conduzido em uma granja comercial de produção de frangos de corte, com níveis tecnoló-gicos diferenciados, isto é, uma com-binação do comedouro automático com o tubular. Posteriormente, atra-vés destas análises e de conhecimen-tos gerais sobre o tema, foi procedida uma avaliação para classificação dos comedouros através da técnica Analytic Hierarchy Process (AHP) de acordo com as necessidades específi-cas de três tipos distintos de consu-midores: o produtor de pequeno porte (C1); o produtor de grande porte (C2) e; o pesquisador (C3). Considerando o comportamento das aves durante o ato da alimenta-ção, nestas condições específicas, os resultados da AHP indicaram o co-medouro Automático como mais apropriado para os consumidores C2 e C3 (produtor de grande porte e pesquisador, respectivamente), e o comedouro Fênix para o consumi-dor C1 (produtor de pequeno porte). O comedouro Tubular ficou em ter-ceiro lugar para os três consumi-dores, apesar de ter sido o preferido das aves pa-ra a alimenta-ção.

Foi realizada uma avaliação para

classificação dos comedouros de acordo com as

necessidades de três tipos distintos de consumidores

Objetivo foi minimizar esforço físico do operador, facilitar regulagem de vazão de ração e possibilitar a utilização em todas as fases de criação

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Produção Animal | Avicultura 37

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38 Produção Animal | Avicultura

Ciência Avícola

AHP (Analytic Hierarchy Process)A técnica AHP (Analytic Hierarchy

Process) é um método que se caracteri-za pela capacidade de analisar um pro-blema e propor uma tomada de deci-são. A metodologia baseia-se no princípio de que para a tomada de de-cisão, os dados experimentais e a ex-periência, além do conhecimento dos

usuários de determinada tecnologia é tão valioso quanto os dados utiliza-dos. A aplicação deste processo reduz o estudo de sistemas complexos, a uma

seqüência de comparações aos pares de componentes adequadamente iden-tificados. É um processo flexível, que utiliza a lógica e ao mesmo tempo, a intuição.

Resultados mais relevantesDeste modo, foram estabelecidos

critérios principais, que definem prio-ritariamente o problema, e critérios se-cundários, que estão relacionados de forma mais indireta à meta, mas es-treitamente ligados aos critérios prin-cipais. A seguir se procedeu a avalia-ção dos comedouros, definindo a importância através da atribuição de pesos aos critérios de acordo com a ne-cessidade de cada tipo de consumidor. Os consumidores foram definidos co-mo C1 (produtor de pequeno porte), C2 (produtor de grande porte) e C3 (pesquisador).

Os critérios adotados foram: Critérios principais - custo, caracte-

rísticas operacionais e características gerais.

Critérios secundários - menor cus-to inicial, menor custo para manuten-ção, melhor custo-benefício, menos desperdício, facilidade de abastecimen-to de ração, facilidade de manuseio, fa-cilidade de instalação, probabilidade de ocorrer uma falha, facilidade de lim-peza, facilidade de troca de componen-tes, dependência de insumo e a prefe-rência da ave.

Descrições gerais dos consumido-res

C1 (produtor de pequeno porte) - Geralmente possui galpões convencio-nais, de menores dimensões, utilizam comedouros manuais e bebedouros pendulares, mas pode optar também

AHP é um processo flexível, que utiliza

a lógica e ao mesmo tempo, a intuição

Fênix apresenta estética semelhante ao comedouro tubular que já se encontra no mercado. Grade é recomendada para aves na fase adulta

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Produção Animal | Avicultura 39

por comedouros automáticos e bebe-douros nipple. Visam o mercado inter-no. O maior peso é atribuído ao critério “Custo”, seguido das “Características operacionais” e, por último, “Caracte-

rísticas gerais”.

C2 (produtor de grande porte) - Ge-ralmente possui galpões climatizados (controlados), de maiores dimensões, utilizando alta tecnologia. Visa o mer-cado interno e exportação. O maior pe-so é atribuído às “Características opera-cionais”, seguido do “Custo” e, por último, “Características gerais”.

C3 (pesquisador) - Independente-mente do tipo de instalação, o pesqui-sador pondera todos os critérios, enten-dendo como uma das prioridades questões relativas ao bem-estar animal. Visando a coerência entre os critérios e

a aplicabilidade em campo, o maior pe-so foi atribuído às “Características ope-racionais”, seguido das “Características gerais” e, por último, o “Custo”.

Resultados De acordo com os comportamen-

tos observados neste estudo, as aves in-dicaram uma preferência pelo come-douro Tubular, já que a freqüência da atividade de “comendo” e o tempo de refeição foram significativamente su-periores neste equipamento. A possível explicação destes resultados pode ser a utilização da divisória nos comedouros Fênix e Automático, ao contrário do Tubular, já que este dispositivo cria um obstáculo natural de acesso integral à área de alimentação. Portanto, ques-tões de design como espaçamentos, ân-gulo e geometria podem afetar o com-portamento do rebanho, sugerindo a

necessidade da implantação de estraté-gias de design que reduzam desperdí-cio de ração, facilitando os acessos ao comedouro. Também foram constata-

das correlações entre as variáveis am-bientais e os comportamentos avalia-dos, principalmente a temperatura, umidade relativa, luminosidade e velo-

No estudo, foram estabelecidos

critérios principais e secundários,

definindo a importância de cada um deles através da atribuição de pesos

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40 Produção Animal | Avicultura

Ciência Avícola

cidade do ar, fatos já comprovados em diversos estudos.

Através da classificação dos come-douros proposta neste trabalho, perce-beu-se que cada tipo de consumidor pos-sui exigências distintas e que cada tipo de equipamento provê uma solução mais adequada para situações específicas.

Mesmo constatando-se a preferência das aves pelo comedouro Tubular no quesito alimentação, o comedouro Fê-nix o superou em relação aos outros cri-térios avaliados, principalmente devido às inovações ergonômicas e de manejo. Estes resultados sugerem que o Fênix es-tá de acordo com os atuais equipamen-tos encontrados no mercado, indicando a possibilidade da sua utilização efetiva em campo.

Tendo em vista os resultados obti-

dos, sugere-se que mais estudos são in-dispensáveis para compreender estas di-ferenças comportamentais entre os frangos de corte ao longo do ciclo de criação, em relação às variáveis ambien-tais e entre os tipos distintos de come-

douros, assim como em todas as áreas de estudo de comportamento e bem-estar animal.

A pesquisa pode ser encontrada na página de Ciência e Tecnologia do AviSi-te: www.avisite.com.br/cet.

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Produção Animal | Avicultura 41

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A Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) adquiriu uma

máquina de espuma produzida nos Estados Unidos destinada ao sacrifício sanitário em massa das aves. Inédito no País, trata-se de uma máquina de espuma cuja finalidade é eliminar lotes de aves de maneira “operacionalmen-te rápida, biologicamente segura e gerencialmente eficaz”. No dia 19 de fevereiro a associação apresentou o produto ao setor avícola brasileiro no auditório da Sadia, em Concórdia (SC).

Na ocasião, foram sacrificadas cerca de 400 aves para a realização do teste, realizado em uma granja de Arabutã, SC.

A Avi-Foam Guard torna o estado catarinense o único capacitado a responder a um dos quesitos da Avaliação do Sistema Estadual de Defesa Sanitária (Plano Nacional de Prevenção da Influenza Aviária e de Controle e Prevenção da Doença de Newcastle), que é a disponibilidade de equipamentos para atuação em situa-ções de emergência sanitária. Ou seja: na próxima avaliação do Sistema, o estado pode, enfim, receber do Ministério da Agricultura a ansiada classificação “A”.

A experiência tem demonstrado que o grande desafio enfrentado por aqueles países afetados por doenças aviárias de alta patogenicidade e rápida disseminação como a Influenza Aviária tem sido o sacrifício sanitário das aves envolvidas nos surtos – que

precisa ser, além de rápi-do, realizado no próprio local do surto para evitar maior disseminação do problema. E a dificuldade cresce na medida em que, normalmente, milha-res de aves estão envolvi-das no processo e reque-rem imediato abate sanitário.

O equipamento ad-quirido preventivamente pela ACAV, que investiu R$170 mil na aquisição, responde não só a esse desafio, como também atende às exigências de bem-estar animal, já que propicia morte rápida e indolor das aves através de um sistema que pro-duz e distribui por todo o galpão uma camada de espuma desenvolvida especificamente para o processo. O equipamento funciona sobre uma plataforma móvel, poden-do ser deslocado em um caminhão ou puxada como reboque. O presidente da ACAV, Cléver Ávila, ressalta que a máquina tem caráter preventivo e que na prática o “sonho é não precisar do equipamento”.

Ele explica que caso haja a neces-sidade de eliminação de um lote, os médicos veterinários da empresa

envolvida, da cooperativa integradora ou do órgão de Defesa Sanitária Oficial podem acionar a ACAV para requisitar o uso do equipamento.

A novidade continua sediada em Concórdia, mas estará à disposição de toda a avicultura catarinense.

Mais informações sobre o produto no site da fabricante: www.avi-foam.com

ACAV adquire equipamento para sacrifício sanitário de aves em massaAgora, SC pode receber conceito “A” na Avaliação do Sistema Estadual de Defesa Sanitária

Santa Catarina

Associações Associações

Por que essa é a melhor forma de eliminar as aves? Existe uma série de fatores positivos relacionados a esse método de eliminação, entre eles: agilidade na condução da eliminação de lotes em caso de emergência sanitária, possibilidade de elimi-nação já com uma pré-desinfecção das instalações, menor risco de disseminação do agente infeccioso, boas condições de bem estar animal. Comparativamente com outros métodos disponíveis, as aves sofrem muito pouco com o uso da espuma.

Avi-Foam Guard em funcionamento: sacrifica até 1.000 aves por minuto

42 Produção Animal | Avicultura

Cléver Ávila

Quanto tempo dura o sacrifício?Depende do número de aves e tamanho das insta-lações. Entretanto, de maneira aproximada, pode-se dizer que é possível eliminar 1.000 aves por minuto após o equipamento estar instalado e preparado para iniciar o processo. A indicação do fabricante é que a espuma atinja, pelo menos, 30 centímetros acima da altura média das aves do plantel em questão.

Fonte: Cléver Ávila

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Produção Animal | Avicultura 43

Associações

A Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig) realizou

no dia 8 de fevereiro um seminário com o tema “Aproveitamento eco-nomicamente viável da cama de frango, conforme as normas legais”. O evento, que aconteceu na cidade de Pará de Minas, região Central do Estado, atraiu cerca de 300 pessoas e se baseou na Instrução Normativa 41 de 8 de outubro de 2009. A IN entrou em vigor no final do ano passado e determinou a proibição do uso da cama de frango e de produtos de resíduo animal na ali-mentação de ruminantes.

De acordo com Marília Martha Ferreira, diretora e superintendente da Avimig, Pará de Minas foi escolhi-da por estar em uma região pólo de criação de frango de corte que apre-senta grande produção desse tipo de resíduo.

Para promover o seminário, a Avimig contou com a parceria do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado de Minas Gerais (Sinpamig), Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e Sindicato Rural de Pará de Minas.

No evento, professores da Uni-versidade Federal de Viçosa (UFV) apresentaram o projeto de produção de biogás a partir da cama de fran-go. O biodigestor produz gás meta-no, que pode ser usado para aqueci-mento de pintinhos, aquecimento de

galpões e até mesmo para uso do-méstico.

Já o engenheiro agrônomo Emí-lio Mouchrek, presidente do Conse-lho Técnico-Científico da Avimig, apresentou soluções referentes ao tratamento do resíduo para a reutili-zação da cama de frango, afirmando que “a reutilização é altamente recomendável por seus efeitos eco-nômicos e ambientais”. No seminá-rio, médicos veterinários afirmaram que a reutilização da cama é muito comum e que não apresenta proble-mas sanitários desde que a desinfec-ção e o tratamento adequado sejam realizados.

“Este procedimento era proibi-do pelos técnicos para evitar a contaminação de um lote para o outro, mas agora está comprovado que, fazendo uma boa desinfecção da cama, ela pode ser reutilizada por até seis vezes”, esclarece Marí-lia Martha Ferreira.

Durante uma mesa redonda, foram discutidas propostas concre-tas para o destino da cama de frango. Como solução coletiva sugeriu-se a criação de uma fábrica de adubos na região de Pará de Minas para o tratamento do resí-duo ou até mesmo uma cooperati-va. No âmbito das granjas foi pro-posto usar o material em plantio direto de milho em parceria com o produtor do grão.

Alfeu Mendes, presidente exe-cutivo da Avimig, também espera que uma solução seja encontrada. Ele afirma que em um futuro próxi-mo, a associação pretende desen-volver um projeto de construção de uma grande fábrica de adubo or-gânico na região. Mas por enquan-to é apenas uma sugestão, que quando colocada em prática, terá como matéria-prima principal a cama de frango produzida em Minas Gerais.

Avimig discute aproveitamento da cama de frangoEvento realizado em Pará de Minas atraiu cerca de 300 pessoas

Minas Gerais

Evento se baseou na IN 41 que proibiu o uso da cama de frango e

de produtos de resíduo animal na alimentação

de ruminantes

Alfeu Silva Mendes, presidente executivo da Avimig, discursou para os participantes do Encontro

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44 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

Mais de 150 veterinários e espe-cialistas de produção avícola da

América do Norte, América Latina e Ásia se reuniram em Atlanta para se atualizar sobre as novas informações e controle efetivo da Doença de Gumboro no Merial IBD Summit 2010. O encontro uniu veterinários e produ-tores avícolas de 21 países, represen-tando os maiores integradores das Américas e Ásia.

“A Merial tem como premissa oferecer novas informações e progra-mas educacionais para a indústria com o intuito de melhorar a saúde e a

produção avícola”, afirma Rafael Fernandez, médico veterinário e Diretor de Serviços Técnicos para a Merial América Latina. “O encontro nos permitiu unir pesquisadores líde-res e experts da indústria para com-partilhar seu conhecimento no contro-le efetivo da Doença de Gumboro”.

John R. Glisson, da Universidade da Geórgia (Estados Unidos), iniciou o simpósio falando sobre a história e o controle das doenças aviárias, desde os tempos de Louis Pasteur até o uso atual da tecnologia de vacinas vetoriais que garantem eficiência e segurança.

Pedro Villegas-Narvaez, também da Universidade da Geórgia, Fred Hoerr, da Universidade de Auburn (EUA) e Francisco Perozo, da Universidade de Zulia (Venezuela), discutiram métodos diagnósticos e o uso da tecnologia de vacinas vetoriais para controlar eficaz-mente a Doença de Gumboro.

Luis Alberto Botero, da Avidesa MacPollo (Colômbia), cliente da Merial, apresentou os benefícios eco-nômicos do uso da vacina vetorial Vaxxitek™ HVT+IBD em mais de 120 milhões de frangos de corte. Já Bill Hewat, outro cliente da Merial, discu-tiu sobre as melhorias na produtivida-de após a introdução da vacina veto-rial em várias operações de sua empresa nos Estados Unidos.

“Desde o lançamento em 2006 no Brasil, mais de 5 bilhões de aves foram vacinadas mundialmente com Vaxxitek™ HVT+IBD. A Merial acredita fortemente que a vacinação contra a Doença de Gumboro está se deslo-cando do campo para o incubatório”, concluiu Jérôme Baudon, Diretor de Negócios Avicultura da Merial Região Internacional.

Para saber mais sobre a empresa, acesse www.merial.com.br

Profissionais discutem Gumboro no Merial IBD Summit 2010

Encontro I

IBD é uma das doenças mais reconhecidas mundialmente

Encontro reuniu veterinários e produtores avícolas de 21 países

A Biocamp Laboratórios contrata Bauer Oliveira e Alvarenga, médico

veterinário com experiência na cadeia produtiva de frangos de corte, matrizes e incubatório, finalizando MBA em Gestão Estratégica do Agronegócio pela FGV.

Bauer irá atuar como supervisor

técnico comercial nos estados de São Paulo e Minas Gerais para toda a linha Colostrum de probióticos, prebióticos e simbióticos no segmento de corte da avicultura.

Conheça mais a empresa em www.biocamp.com.br

BioCamp em expansão amplia mais uma vez a equipe

Contratação

Bauer vai atuar como supervisor técnico comercial em SP e MG

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Produção Animal | Avicultura 45

Leia as últimas notícias sobre as empresas do setor em www.avisite.com.br

Gastoscomração!Quando a conversão alimentaré o que mais importa

Os produtos da Cobb reduzem seus gastoscom ração através de uma eficiência alimentaracima dos padrões com dietas de baixadensidade nutricional.

A Cobb evita que os gastos com raçãoescorram pelos seus dedos.

cobb-vantress.com

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46 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

Aviagen foca no futuro durante IPE 2010Encontro II

Tema do estande, “Investindo no seu futuro”, ressaltou compromisso em investimentos

Profissionais da indústria avícola de diversas partes do mundo se reu-

niram em Atlanta, na Geórgia (EUA), para participar da International Poultry Expo (IPE).

Segundo a Aviagen, a participação da empresa no evento foi um sucesso, à medida que clientes e outras pesso-as passaram pelo estande da empresa em busca das últimas informações sobre as marcas Ross, Arbor Acres e L.I.R.

Em comunicado divulgado para a imprensa a Aviagen informa que, para satisfazer a crescente demanda por uma proteína de custo acessível para uma população em expansão, muitos participantes da IPE procuravam o estande da empresa para conhecer mais sobre as mais recentes tecnolo-gias e ferramentas da genética ofereci-da pela Aviagen.

O tema do estande, “Investindo no seu futuro”, ressaltou o compro-misso contínuo da empresa em investir nas pessoas e instalações, assim como no melhoramento

genético e pesquisas avançadas para ajudar os clientes globais a alcançar o sucesso.

Saiba mais sobre a Aviagen em www.aviagen.com.br

Estande da empresa na International Poultry Expo

AB Vista participa da International Poultry Exposition

Encontro III

Companhia focou na divulgação da Finase EC

A companhia britânica AB Vista esteve presente na tradicional

“International Poultry Exposition” realizada em Atlanta (Estados Unidos) em janeiro passado, recebendo clien-tes, parceiros e colaboradores no stand.

Segundo Dieter Suida, Diretor de Negócios das Américas, os resultados da participação da companhia na exposição foram considerados exce-lentes. Segundo ele, “ano a ano a feira tende a ter uma conotação de Feira das Américas”, já que há grande parti-cipação de clientes e empresas da América Latina, Estados Unidos e Canadá e cada vez menos pessoas de outros continentes como Europa e Ásia. “A empresa possui atuação

Global, mas como a nossa unidade abrange as Américas foi realmente muito bom, pois recebemos em nosso stand clientes da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Uruguai, América Central, México, além dos EUA e Canadá”, diz Suida.

A companhia focou na divulgação de seu mais novo produto, Finase EC, uma enzima fitase bacteriana (E. coli) de segunda geração. A Finase EC é um produto enzimático destinado principalmente a mercados e clientes que utilizem rações não peletizadas e buscam uma solução inovadora para o problema do fitato. Segundo Suida, a Finase EC já está sendo comercializada no Brasil, assim como já conta com registro em outros países da América

do Sul, como Chile e Bolívia e vem juntar-se a outros produtos enzimáti-cos já bem conhecidos nestes merca-dos, como Econase XT 25 e Quantum fitase.

Mais informações sobre a empresa no site www.abvista.com

Empresa esteve mais uma vez na IPE

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Produção Animal | Avicultura 47

Leia as últimas notícias sobre as empresas do setor em www.avisite.com.br

Em janeiro, a Albatroz Aves e Ovos alojou matrizes do primeiro núcleo,

que em fevereiro já se encontravam em início de produção. As matrizes do segundo núcleo também já haviam sido alojadas no último mês.

No começo da produção, como ocorreu em todo o norte do Paraná, as temperaturas chegaram a alcançar 40°C, entretanto os sistemas de aspersão e ventilação negativa permitiram uma ope-

ração normal com as matrizes alojadas.Segundo a assessoria de comunica-

ção da empresa, a equipe encontra-se devidamente treinada e as operações estão fluindo normalmente. Os dois núcleos da Albatroz em Centenário do Sul, PR, foram construídos em nove meses, o que atrasou o cronograma em apenas um mês, mesmo com as chuvas torrenciais durante o período de 2009 e 2010.

As chuvas foram responsáveis por um aumento nos custos das construções e terraplanagem de cerca de 30%. Mesmo assim, a Albatroz Aves e Ovos considera que está no caminho certo e deverá iniciar as obras de mais dois núcleos a partir de junho de 2011, com-pletando o alojamento de 200 mil matri-zes.

Leia mais sobre a Albatroz no site www.gseven.com.br

Matrizes do primeiro núcleo da Albatroz estão em início de produção

Alojamento

Apesar das altas temperaturas, sistema de ventilação negativa permitiu operação normal

Segundo a assessoria de comunicação da Cobb, os produtores estão cada

vez mais considerando as vantagens da criação de lotes mistos (fêmeas e ma-chos). Com alimentação distinta, regula-gens específicas das máquinas do abate, entre outras diferenciações, os produto-res acreditam que essa é a forma mais econômica para lidar com os plantéis.

Uma experiência realizada pela empresa ADoro mostrou que o produto Cobb 500 Fast facilita todos os processos de manejo além de ajudar a conseguir melhores resultados financeiros. Mas como a participação no mercado traz custos altos de investimento, Marcelo

Torretta, gerente geral de Fomento da ADoro, apresentou à diretoria da empre-sa a idéia de avaliar e comparar o desem-penho de lotes mistos e sexados.

Em maio de 2005, o gerente iniciou o experimento para comparar o desem-penho do plantel tradicional, sexado, e o novo lote Fast da Cobb, misto. Do total de 18 milhões de aves produzidas entre maio e dezembro daquele ano, quase quatro milhões eram Cobb 500 Fast misto. “Nós avaliamos e comparamos tudo, desde o custo alimentar, passando pela mortalidade, qualidade da carcaça, transporte e condições de abate”, explica Torretta que completa dizendo que os resultados foram animadores: “o produ-to Cobb500 Fast da Cobb consome uma ração de menor densidade nutricional - por isso mais barata - e oferece exce-lente conversão alimentar”, anima-se.

Trocando por miúdos: o produto Cobb 500 Fast ofereceu o mesmo de-sempenho das utilizadas na criação sexada com custo alimentar muito infe-rior. “Nós tivemos uma economia em torno de R$ 130 mil só no quesito ra-

ção”, exemplifica o gerente.A alta produtividade da linhagem da

Cobb foi acompanhada pela melhora do rendimento de carcaça das aves e na diminuição da mortalidade. Outro as-pecto que merece destaque é o frete. O ganho foi considerável quando compara-do ao modo anterior.

Acesse o site www.cobb-vantress.com para obter mais informações sobre a empresa.

Criação mista de aves da Cobb beneficia AD´oro

Cobb500 Fast

Produto facilita processos de manejo e ajuda a conseguir melhores resultados financeiros

Marcelo Torretta da AD’oro em um galpão de aves Cobb500 Fast

“O produto Cobb500 Fast consome uma

ração de menor densidade nutricional - por isso mais barata - e oferece excelente conversão alimentar”

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48 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Produção e mercado em resumo

A seção Estatísticas e preços da Revista do AviSite segue sem novas informações sobre o

alojamento de matrizes de corte e ain-da divulgando alguns números de 2009. De toda forma, vale ressaltar aqui o fraco desempenho das exporta-ções de carne de frango em janeiro, limitadas em 233.324 toneladas, e o alerta feito pelo USDA recentemente.

Em suas perspectivas do agronegó-

cio para a década 2010-2019, o órgão prevê para o período incrementos da média de 2,5% ao ano, enquanto o apontado para 2010 vai pouco além dos 2%. Ou seja: a avicultura precisa entender que, doravante, a expansão do mercado externo passa a ser bas-tante moderada, o que significa dizer que incrementos surpreendentes, como os observados entre 2000 e 2009, fica-ram definitivamente para trás.

Vale também lembrar a alta re-gistrada no alojamento de pintai-nhas de postura, que, no entanto, não significa, necessariamente, au-mento de alojamento no mês e, sim, divulgação do que foi efetiva-mente alojado, ao contrário do que vinha ocorrendo nos meses anterio-res. Abaixo, um resumo de cada um dos segmentos da avicultura brasileira.

Em janeiro, alta no alojamento de pintainhas de postura e queda nas exportações de carne de frango

Produção de pintos de corte

No décimo primeiro mês do ano que passou foram produzidos no Brasil 462,6 milhões de pintos de corte.

A redução em relação a outubro de 2009

foi de 8%.

Produção de carne de frango

Em novembro de 2009 foram produzidas no Brasil cerca de 980 mil toneladas

de carne de frango. Em valor nominal, 2,33% superior ao volume

registrado em outubro de 2009.

Exportação de carne de frango

Em janeiro de 2010, as exportações brasileiras de

carne de frango experimentaram

forte retrocesso em relação aos meses anteriores:

ficaram limitadas a apenas 233.324 toneladas.

Disponibilidade interna de carne

de frangoEm novembro de 2009 foram disponibilizadas

para o mercado interno 711.354 toneladas do

produto, a maior disponibilidade de carne de frango do ano que

passou.

Alojamento de matrizes de posturaO setor de postura entrou

em 2010 quase quintuplicando o volume

de matrizes alojadasdoze meses atrás. Foram alojadas no Brasil 79.451

matrizes de postura.

Alojamento de pintainhas de

posturaEm janeiro de 2010 foram

alojadas no País 5,723 milhões de pintainhas de

postura. Desta forma, rompeu-se o ciclo que

mantinha o alojamento de pintainhas à média mensal

de 5 milhões de cabeças.

Desempenho do frango vivo em

fevereiro de 2010O produto encerrou o segundo mês de 2010 demonstrando melhor

desempenho que o regis-trado pela média histórica.

A média do mês ficou em R$1,63.

Desempenho do ovo em fevereiro

de 2010Surpreendentemente e de maneira inesperada, o ovo obteve em fevereiro seu

melhor preço dos últimos oito meses. O produto

conseguiu obter valorização de 25%.

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Produção Animal | Avicultura 49

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50 Produção Animal | Avicultura

Produção de pintos de corteEm novembro/09, volume alcançado registrou o mais baixo volume real em seis meses

Evolução mEnsal MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Dezembro 451,775 443,854 -1,75%

Janeiro 460,687 417,755 -9,32%

Fevereiro 427,892 406,918 -4,90%

Março 441,119 425,628 -3,51%

Abril 429,048 455,711 6,21%

Maio 455,492 461,811 1,39%

Junho 437,041 482,089 10,31%

Julho 476,081 500,270 5,08%

Agosto 484,328 482,678 -0,34%

Setembro 485,261 467,938 -3,57%

Outubro 496,165 503,041 1,39%

Novembro 431,662 462,635 7,18%

EM 11 MESES 5.024,776 5.066,474 0,83%

EM 12 MESES 5.476,551 5.510,328 0,62%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Estatísticas e Preços

Dados da APINCO relativos, ainda, a 2009, mostram que no décimo pri-

meiro mês do ano que passou foram pro-duzidos no Brasil 462,6 milhões de pintos de corte, volume 7,18% superior ao regis-trado um ano antes, em novembro de 2008 – ocasião em que, em função da eclo-são da crise econômica mundial, o setor “pisou fundo no freio” e reduziu sua pro-dução em 13% relativamente ao mês ante-rior, outubro de 2008.

Desta vez, a redução em relação ao mês anterior (outubro de 2009) foi menor, de 8%. Em contrapartida, o volume alcan-çado registrou o mais baixo volume real em seis meses (isto é, desde junho de 2009). Não obstante, ocorreu aumento significati-vo do índice de utilização do potencial ins-talado, que subiu de 86,36% (novembro de 2008) para 91,37% (novembro de 2009), fato devido, essencialmente, a uma melhor adequação no alojamento de ma-trizes de corte.

Ao contrário do que se esperava no iní-cio de 2009, faltando ainda um mês para o fechamento do ano o volume produzido superou ligeiramente a casa dos cinco bi-lhões de cabeças, ou seja, chegou aos 5,066 bilhões, aumentando 0,83% em re-lação ao mesmo período de 2008.

Projetada para a totalidade do ano, a atual produção sugere volume em torno dos 5,526 bilhões de pintos de corte, cerca de 1% a mais que o produzido em 2008. Porém, considerada (para dezembro) a mé-dia alcançada no bimestre outubro-novem-bro, o volume anual pode se aproximar dos 5,550 bilhões de cabeças, expandindo-se quase 1,5% em relação ao ano anterior.

Foi registrado aumento significativo do índice de utilização do potencial

instalado, que subiu de 86,36% (novembro de 2008) para 91,37% (novembro de 2009)

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Produção Animal | Avicultura 51

Produção de carne de frangoEm valores reais, produção de novembro/09 supera o recorde de agosto

Evolução mEnsalMIL TONELADAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Dezembro 945,515 975,672 3,19%

Janeiro 914,036 889,681 -2,66%

Fevereiro 866,302 780,499 -9,90%

Março 926,478 862,047 -6,95%

Abril 879,984 830,420 -5,63%

Maio 872,144 901,884 3,41%

Junho 861,759 892,223 3,54%

Julho 897,014 956,585 6,64%

Agosto 923,774 1004,081 8,69%

Setembro 926,548 956,166 3,20%

Outubro 990,462 957,625 -3,32%

Novembro 998,586 979,969 -1,86%

EM 11 MESES 10.057,087 10.011,186 -0,46%

EM 12 MESES 10.002,602 10.986,852 -0,14%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Pelas estimativas da APINCO, em novembro de 2009 foram produ-

zidas no Brasil cerca de 980 mil tone-ladas de carne de frango, volume 1,86% inferior ao registrado no mes-mo mês de 2008, quando – a despei-to de o setor se encontrar no “olho do furacão” gerado pela crise econômica mundial – foi registrada a maior pro-dução do ano – 998.586 toneladas, o que, em mês de 31 dias, corresponde a um volume superior a 1,030 milhão de toneladas.

Desta vez parece não ter sido dife-rente – pelo menos em relação ao produzido entre janeiro e novembro. Pois sendo, em valor nominal, 2,33% superior ao volume registrado em ou-tubro de 2009, a produção de no-vembro alcança um valor real (31 dias) superior a 1,010 milhão de toneladas e, dessa forma, supera o recorde mais recente – 1,004 milhão de toneladas em agosto de 2009.

Considerados os onze primeiros meses de 2009, a produção brasileira de carne de frango continuou negati-va em relação ao mesmo período do ano anterior: 10,011 milhões de tone-ladas contra 10,057 milhões de tone-ladas entre janeiro e novembro de 2008, o que representa queda de quase meio por cento. Porém, essa negatividade tende a uma reversão no último mês do ano, especialmente porque em dezembro de 2008 (em função, novamente, da crise econô-mica) o volume produzido no mês apresentou retrocesso.

Da mesma forma, projetada para a totalidade do ano, a produção al-cançada entre janeiro e novembro ainda redunda em um resultado ne-gativo, pois (levando em conta a mé-dia mensal de 910 mil toneladas) che-ga-se a um volume total de 10,920 milhões de toneladas, 1% a menos que o registrado em 2008. Mas essa diferença tende a ser “zerada” em dezembro.

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52 Produção Animal | Avicultura

Exportação de carne de frangoEm janeiro, o pior resultado em quase três anos

Evolução mEnsalMIL TONELADAS

MÊS 2008/2009 2009/2010 VAR. %

Fevereiro 292,538 263,222 -10,02%

Março 313,233 306,539 -2,14%

Abril 270,022 329,922 22,18%

Maio 361,415 303,767 -15,95%

Junho 330,125 329,014 -0,34%

Julho 339,360 317,207 -6,53%

Agosto 322,698 301,257 -6,64%

Setembro 323,949 289,951 -10,49%

Outubro 315,632 335,445 6,28%

Novembro 235,061 268,615 14,27%

Dezembro 266,598 314,785 18,07%

Janeiro 274,781 233,324 -15,09%

Em 12 meses 3.645,412 3.593,048 -1,44%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Estatísticas e Preços

Que não seja uma amostra do que deve acontecer em 2010 – é a

torcida. Pois em janeiro, as exporta-ções brasileiras de carne de frango ex-perimentaram forte retrocesso em re-lação aos meses anteriores.

Os embarques externos de carne de frango na abertura do ano ficaram limitados, conforme a ABEF, a apenas 233.324 toneladas, volume que repre-sentou queda de 26% em relação ao mês anterior, dezembro de 2009 (314.785 toneladas), e de 15% em re-lação a janeiro de 2009 (274.781 tone-ladas, até então o menor volume real do ano).

As expectativas do setor exporta-dor não são, por enquanto, nem um pouco otimistas. Porque o mercado in-ternacional vem registrando neste iní-cio de ano a presença de pelo menos três diferentes tipos de importadores indesejáveis.

O primeiro é representado por aqueles países que estão superestoca-dos e só retornam às compras lá pela metade do ano. O segundo tipo inclui países determinados a reduzir sua de-pendência do mercado externo e, para isso, estimulam a produção interna (caso da Rússia) ou criam barreiras di-retas e indiretas às importações. O ter-ceiro e último tipo está representado por países que já não dispõem de con-dições econômicas para manter as im-portações anteriores.

Isso, claro, põe por terra as expec-tativas de uma rápida e melhor reto-mada das vendas externas. Mas não significa que não haja alguma recupe-ração no decorrer do ano. Aliás, recen-temente o USDA publicou as perspec-tivas do agronegócio para a década 2010-2019 e projetou que já em 2010 as exportações brasileiras de carne de frango começam a apresentar resulta-do melhor que o de 2009, enquanto as norte-americanas ainda permane-cem em ritmo decrescente (vide, a pro-pósito, matéria da página 10).

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Produção Animal | Avicultura 53

oferta interna de carne de frangoEm novembro, o maior volume de 2009

Evolução mEnsalMIL TONELADAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Dezembro 645,586 709,074 9,83%

Janeiro 639,139 614,900 -3,79%

Fevereiro 573,764 517,277 -9,84%

Março 613,245 555,508 -9,41%

Abril 609,962 500,498 -17,95%

Maio 510,729 598,117 17,11%

Junho 531,634 563,21 5,94%

Julho 557,654 639,378 14,65%

Agosto 601,076 702,824 16,93%

Setembro 602,599 666,215 10,56%

Outubro 674,829 622,180 -7,80%

Novembro 763,525 711,354 -6,83%

EM 10 MESES 6.678,156 6.691,461 0,20%

EM 12 MESES 7.323,742 7.400,535 1,05%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Aguardam-se os dados de dezembro de 2009. Pois o fato é que, conside-

rados os 11 primeiros meses do ano pas-sado, a maior disponibilidade interna de carne de frango do ano que passou foi registrada exatamente no mês de no-vembro, quando foram disponibilizadas para o mercado interno 711.354 tonela-das do produto, volume 14,33% supe-rior ao registrado no mês anterior, outu-bro de 2009. Isso em valores nominais, porquanto considerada a oferta real diá-ria do mês o incremento superou a mar-ca dos 18%.

Tal resultado se deve à combinação de uma elevada produção (também re-corde no ano) com um sensível recuo das exportações (pouco mais de 268 mil toneladas no mês, o menor volume do ano em valores reais), do que redundou uma oferta diária da ordem de 23,7 mil toneladas, contra 20 mil toneladas/dia no mês anterior.

Embora tardiamente, ainda cabe perguntar porque tão alto nível de ofer-ta não se refletiu nos preços internos – mesmo porque os preços do mês estive-ram em alta. A resposta está na época do ano – período antecedente ao Natal – ocasião em que se produz, agora em maior volume, os frangos especiais de Festas. Assim, os preços só não recua-ram porque parte da produção foi esto-cada para o mês seguinte.

Nesses 11 meses, a oferta interna de carne de frango somou 6,691 milhões de toneladas, aumentando apenas 0,2% em relação ao mesmo período de 2008. Projeta, pois, para a totalidade do ano, algo em torno de 7,3 milhões de tonela-das, volume ligeiramente inferior aos 7,387 milhões de toneladas de 2008.

Mas essa projeção está influenciada pela menor oferta do primeiro semestre. Assim, considerada a expectativa de nú-meros elevados também em dezembro, a oferta interna de carne de frango de 2009 deve repetir ou ficar muito próxi-ma do volume registrado em 2008 – 7,387 milhões de toneladas.

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54 Produção Animal | Avicultura

alojamento de matrizes de posturasetor inicia 2010 quase quintuplicando o volume alojado doze meses atrás

Evolução mEnsal(ovos brancos e vermelhos)

MILHARES DE CABEÇAS

MATRIZES DE POSTURA % OVO BRANCO

MÊS 2008/09 2009/10 VAR.% 2008/09 2009/10

Fevereiro 98,130 29,311 -70,13% 85,95% 81,24%

Março 47,021 17,549 -62,68% 62,69% 59,22%

Abril 42,813 83,830 95,81% 69,68% 67,14%

Maio 83,202 82,784 -0,50% 81,46% 75,57%

Junho 104,611 89,356 -14,58% 68,73% 67,60%

Julho 58,108 84,867 46,05% 69,68% 68,64%

Agosto 45,253 100,270 121,58% 31,33% 61,16%

Setembro 32,233 65,483 103,16% 61,20% 84,73%

Outubro 78,722 34,185 -56,58% 69,35% 49,42%

Novembro 47,700 37,926 -20,49% 66,04% 63,33%

Dezembro 44,380 90,597 104,14% 71,16% 58,71%

Janeiro 16,736 79,451 374,73% 87,23% 83,97%

12 MESES 698,909 795,609 13,84% 70,11% 69,04%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Após fechar 2009 com duas reduções mensais consecutivas, o setor de

postura entrou em 2010 quase quintupli-cando o volume de matrizes alojadas doze meses atrás. Mas isso não se deveu a um incremento exagerado do volume alojado e, sim, à baixa base anterior: em janeiro do ano passado o setor alojou apenas 16.736 matrizes, o menor volume registrado nos doze anos decorridos en-tre 1998 e 2009.

Já em janeiro de 2010, conforme a UBA, foram alojadas no Brasil 79.451 ma-trizes de postura, quase 84% delas per-tencentes a linhagens produtoras de ovos brancos. Em relação ao mês anterior, de-zembro de 2009, isso significou queda de 12,3%. Mas em comparação ao mesmo mês de 2009, o índice de incremento é excepcional, alcançando quase 375%.

Entretanto, a grande variação no mês não tem grande repercussão sobre o to-tal alojado em um período de 12 meses. Assim, enquanto o exercício de 2009 foi fechado com um incremento de 11,27% sobre o ano anterior, nos doze meses en-cerrados em janeiro de 2010 esse incre-mento apresentou um acréscimo de 2,57 pontos percentuais, subindo para 13,84%.

Em outras palavras, o volume total acumulado nos doze meses de 2009, da ordem de 733 mil matrizes de postura, subiu agora para pouco mais de 795 mil matrizes, apresentando uma variação de 8,56%. E isso, por ora, não chega a as-sustar, pois embora já próximo das 800 mil cabeças, o volume acumulado em 12 meses ainda se encontra longe, por exemplo, do mais de 1 milhão de cabeças acumulado entre julho de 2004 e junho de 2005.

Estatísticas e Preços

Grande variação no mês não se deveu a um

incremento exagerado do volume alojado e, sim, à

baixa base anterior

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Produção Animal | Avicultura 55

alojamento de pintainhas de posturasegmento agora tem números que mostram alojamento mais realista

Evolução mEnsal(PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA)

MILHÕES/CABEÇAS

PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA % OVO BRANCO

MÊS 2008/2009 2009/2010 VAR.% 2008/09 2009/10

Fevereiro 5,048 4,790 -5,11% 73,17% 75,92%

Março 5,122 5,161 0,76% 72,51% 75,27%

Abril 5,127 4,951 -3,43% 71,79% 75,30%

Maio 4,788 4,797 0,18% 74,17% 72,92%

Junho 4,955 5,209 5,12% 74,39% 74,77%

Julho 5,237 5,173 -1,22% 74,30% 72,84%

Agosto 4,895 5,046 3,09% 74,48% 71,86%

Setembro 5,135 5,145 0,19% 72,28% 73,80%

Outubro 5,015 5,025 0,20% 73,26% 72,91%

Novembro 4,811 5,251 9,16% 73,80% 71,03%

Dezembro 5,083 5,181 1,93% 75,79% 73,75%

Janeiro 4,990 5,723 14,70% 75,11% 76,94%

EM 12 MESES 60,205 61,452 2,07% 73,27% 73,96%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Após quase (longos) 40 meses, rompeu-se o ciclo que mantinha o alojamento

de pintainhas “escravizado” à média men-sal de 5 milhões de cabeças, com variações máximas de 250 mil cabeças (5%) para cima ou para baixo.

Em janeiro de 2010, conforme a UBA, foram alojadas no País 5,723 milhões de pintainhas de postura, volume 10,5% supe-rior ao registrado no último mês de 2009 e cerca de 15% superior ao alojado no mes-mo mês do ano anterior, janeiro de 2009.

Ressalve-se que esses números não sig-nificam, necessariamente, aumento de alo-jamento no mês e, sim, divulgação do que foi efetivamente alojado no mês, ao contrá-rio do que vinha ocorrendo nos meses anteriores.

Em consequência, pela primeira vez desde meados de 2007 o volume acumula-do em 12 meses ultrapassa a casa dos 61 milhões de cabeças. O que, entretanto, não significa que esse seja o plantel de um dia alojado nesse período, pois, tudo indica, a “maquiagem” dos números vinha ocorren-do já há algum tempo.

Isso considerado e supondo-se que a “defasagem” dos 11 meses anteriores te-nha ficado em 100 mil pintainhas mês, o plantel efetivo alojado entre fevereiro de 2009 e janeiro de 2010 supera a casa dos 62,5 milhões de cabeças. Mas isso apenas significa que o alojamento voltou a repetir os níveis registrados no início de 2007, o que - por enquanto - não chega a ser um exagero.

De toda forma é bom ficar de olho na efetiva capacidade de produção do setor. Não se pode ignorar, por exemplo, que as linhagens atuais são bem mais produtivas que as de anos anteriores e, dessa forma, mesmo pequenos volumes adicionais fa-zem grande diferença. Isso sem contar que, com a melhora dos padrões sanitários, au-mentou a produtividade do setor.

A realidade é que a produção de ovos atual é significativamente maior que a de um ano atrás. Se o consumo não acompa-nhar esse incremento, novos problemas po-dem ocorrer.

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56 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

O frango vivo comercializado no inte-rior paulista encerrou o segundo

mês de 2010 demonstrando melhor de-sempenho que o registrado pela média histórica. Pois historicamente deveria, por exemplo, alcançar no mês valor corres-pondente a 96,3% do valor alcançado em dezembro do ano anterior (vide gráfi-co abaixo). No entanto, o preço médio alcançado pelo produto correspondeu a 99,4% da cotação média de dezembro/09.

Podia ter sido melhor, pois logo no início do mês criou-se a expectativa de que haveria valorização maior do produ-to no decorrer do período, o que acabou não ocorrendo. Por isso, embora o preço médio de fevereiro/10 tenha sido 3,37% superior ao do mês anterior, janeiro/10, terminou ficando 9,37% abaixo do regis-trado há um ano, em fevereiro/09 quan-do, em pleno ápice da crise econômica mundial, um esforço nunca antes visto no setor permitiu que as cotações alcanças-sem um dos melhores valores do ano.

Como, desta vez, o “milagre” não aconteceu, o frango vivo fecha o primeiro bimestre do ano com uma cotação média de R$1,60/kg e fica 1,74% aquém da mé-dia registrada no decorrer de 2009. Ou seja, é uma situação bem diferente da observada nesta mesma época, há um ano, quando o primeiro bimestre foi en-cerrado com valorização de 6,75% sobre o ano anterior – apesar da crise econômi-ca.

De toda forma, um fato ocorrido em fevereiro deve influenciar, doravante e de forma mais duradoura, todo o mercado do frango, vivo e abatido. Foi a decisão de suspender, temporariamente, a pro-dução do chamado “frango CLT” (Con-gelado Levemente Temperado), tirado de linha (a partir de 15 de março de 2010) pelo Ministério da Agricultura face às de-núncias crescentes de fraude por excesso de hidratação.

Com o fim do “CLT”, o que deve ocorrer é uma oferta final mais coerente com os níveis de produção, pois, retroce-

dendo aos níveis normais o volume de água contido no produto, cairá o peso da produção global disponibilizada no mer-cado e se terá uma oferta melhor ajusta-da à demanda.

Antes, porém, será preciso consumir

todo o estoque de “CLT” existente. E como sua presença será permitida por mais 60 dias depois da data de suspensão da produção, a comercialização desse pe-ríodo pode sofrer conturbações ocasio-nais.

FRANGO VIVOEvolução de preços na granja,

interior paulista – R$/KgMÊS MÉDIA

R$/KGVARIAÇÃO %

ANUAL MENSAL

FEV/09 1,80 30,43% 7,14%

MAR/09 1,68 35,48% -6,66%

ABR/09 1,60 20,30% -4,76%

MAI /09 1,61 0,00% 0,63%

JUN/09 1,88 5,62% 16,77%

JUL/09 1,80 -4,56% -4,05%

AGO/09 1,49 -23,07% -17,16%

SET/09 1,37 -25,84% -8,18%

OUT/09 1,50 -8,21% 9,05%

NOV/09 1,54 -11,64% 2,76%

DEZ/09 1,64 1,26% 6,69%

JAN/10 1,58 -6,07% -3,80%

FEV/10 1,63 -9,37% 3,37%

média e variação anual entre 2000 e 2010

ANO R$/KG VAR. %

2000 0,91 14,57%

2001 0,97 6,47%

2002 1,13 16,49%

2003 1,45 28,31%

2004 1,49 2,75%

2005 1,35 -8,72%

2006 1,16 -14,70%

2007 1,55 33,62%

2008 1,63 5,16%

2009 1,63 0,15%

2010* 1,60 -1,74%

* Média entre 02/01 e 28/02/10

Desempenho do frango vivo em fevereiro de 2010sem milagre verificado no mesmo período em 2009, mês fica 9,37% abaixo do registrado há um ano

Frango vivoPrEços históricos E PrEço EFEtivo Em 2010

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2008): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2010: (R$/KG, granja, interior paulista)

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITEObs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais

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Produção Animal | Avicultura 57

N ão é exagero dizer que, “sur-preendentemente e de ma-

neira inesperada”, o ovo obteve em fevereiro seu melhor preço dos últimos oito meses, isto é, desde julho de 2009.

Na verdade, não era isto que se esperava do produto na abertura do período, já que o mês anterior fora encerrado com a terceira pior cotação média dos últimos 13 me-ses, visto que de janeiro de 2009 até então somente foram supera-das (mas muito marginalmente) as cotações registradas em outubro e novembro de 2009.

Mas logo nos primeiros dias de fevereiro o mercado comportou-se como se já estivéssemos no ápice da Quaresma. O que mudou? Sem dúvida, o fim das férias e a reto-mada das atividades rotineiras por significativa parcela da população teve sua contribuição no episódio. Mas o que mais contribuiu para a “virada” de mercado foi um amplo descarte das poedeiras de mais idade, com a conseqüente reade-quação da oferta à demanda, situ-ação que não se observava no se-tor desde meados de 2009.

O fato principal é que o ovo conseguiu obter no decorrer de fevereiro valorização de, pratica-mente, 25% em relação a janeiro de 2010 – o que, para o produtor, significou obter a mesma receita do mês anterior com apenas 80% da produção anterior. Ou, dito de outra forma, o mesmo resultado financeiro alcançado com cinco caixas de ovos passou a ser obtido com quatro caixas.

Nessas circunstâncias, o fato de que o preço médio de fevereiro/10 permaneceu – pelo 10º mês consecutivo – inferior à média registrada no mesmo mês do ano anterior passou pratica-mente desapercebido do setor,

mesmo porque os atuais custos de produção vêm sendo inferiores aos de um ano atrás.

De toda forma, a média do pri-meiro bimestre de 2010 continua sendo preocupante. Pois o valor

médio de R$35,65 de janeiro-feve-reiro não só permanece quase 8% abaixo da média registrada no de-correr de 2009, como também corresponde à pior média dos últi-mos quatro anos.

Desempenho do ovo em fevereiro de 2010o melhor preço dos últimos oito meses

ovo Extra brancoPrEços históricos E PrEço EFEtivo Em 2010

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2008): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2010: (R$/caixa, no atacado paulista)

OVO BRANCO EXTRAEvolução de preços no atacado paulistano (R$/CAIXA DE 30 DÚZIAS)

MÊS MÉDIA R$/CX

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

FEV/09 43,54 -14,14% 16,41%

MAR/09 46,94 -6,68% 7,80%

ABR/09 45,46 14,71% -3,15%

MAI /09 41,84 -6,19% -7,96%

JUN/09 43,12 -5,89% 3,06%

JUL/09 36,92 -22,27% -14,37%

AGO/09 37,40 -18,65% 1,30%

SET/09 33,88 -21,66% -9,42%

OUT/09 31,35 -17,34% -7,48%

NOV/09 31,00 -21,24% -1,10%

DEZ/09 35,88 -9,59% 15,76%

JAN/10 31,80 -14,97% -11,38%

FEV/10 39,67 -8,90% 24,74%

média e variação anual entre 2000 e 2010

ANO R$/CX VAR. %

2000 23,12 16,89%

2001 24,07 4,11%

2002 27,88 15,83%

2003 39,67 42,29%

2004 34,47 -13,11%

2005 33,48 -2,87%

2006 27,48 -17,92%

2007 39,42 43,45%

2008 43,62 10,65%

2009 38,66 -11,37%

2010* 35,65 -7,71%

* Média entre 02/01 e 28/02/10

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITEObs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais

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Estatísticas e Preços

Matérias-PrimasMilho cai 6% em fevereiro Preço do farelo de soja

retrocedeu mais de 10%

Fonte das informações: www.jox.com.br58 Produção Animal | Avicultura

O farelo de soja (FOB, interior de SP) foi comercializado em fevereiro de 2010 ao preço médio de R$658/tonela-

da, valor 11,68% menor que o de janeiro de 2010 – R$745/t. Na comparação com fevereiro de 2009 – R$910/t – a cotação média atual registra queda de 27,69%.

Valores de troca – Farelo/Frango vivoConsiderado o preço médio do farelo de soja em feverei-

ro, foram necessários 403,7 kg de frango vivo (na granja, in-terior de SP) para adquirir uma tonelada do insumo, o que representou melhora no poder de compra da avicultura. Como em janeiro passado essa relação foi de 471,5 kg para obtenção de 1 tonelada de farelo, o volume de frango neces-sário para adquirir a mesma quantidade do produto caiu 14,38%.

No ano passado os preços do farelo de soja estiveram mais valorizados, por isso o valor atual representa volume 20,14% menor, já que em fevereiro de 2009 era preciso 505 kg de frango para se obter uma tonelada de farelo.

Valores de troca – Farelo/OvoDe acordo com os preços médios dos produtos, em feve-

reiro de 2010 foram necessárias 20,2 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avicultor de postura em rela-ção ao farelo subiu 49%, uma vez que em janeiro passado 30,1 caixas de ovos adquiriram uma tonelada de farelo. Em relação a fevereiro de 2009, a melhora no poder de compra é menor, 23,3% - pois naquele período uma tonelada de farelo de soja custava, em média, 24,9 caixas de ovos.

O preço médio do milho, saca de 60 kg, interior de SP, caiu 6,06% e terminou fevereiro de 2010 com média

de R$18,14 – em janeiro o preço do milho foi de R$19,31/saca.

Em relação ao valor da saca um ano atrás, a redução é de 15,35%, pois o milho registrou média de R$21,43/saca em fevereiro de 2009.

Valores de troca – Milho/Frango vivoDiferente do milho, o frango vivo (interior de SP) apre-

sentou recuperação, ainda tímida, nos preços em fevereiro de 2010, fechando o mês com média de R$1,63, que repre-sentou aumento de 3,16% em relação a janeiro de 2010. Como resultado, foram necessários 185,5 kg de frango vivo para se obter uma tonelada de milho no período, conside-rando-se o preço médio de ambos os produtos. Este valor representa uma retomada no poder de compra de 9,82% em relação ao mês anterior, uma vez que em janeiro a to-nelada do milho “custou” 203,6 kg de frango vivo.

Valores de troca – Milho/OvoDe acordo com os preços médios dos produtos, a rela-

ção de troca entre o ovo (granja, interior paulista) e o milho em fevereiro de 2010 foi de 9,2 caixas de ovos para uma tonelada do grão. Em janeiro de 2010 foram necessárias 13 caixas/t, o que significa 28,78% ovos a menos para se ob-ter a mesma quantidade de milho. Essa melhora na capaci-dade de compra do avicultor de postura se deve à retoma-da no valor do ovo em fevereiro: o preço médio da caixa de 30 dúzias subiu 32%, alcançando R$32,58 – em janeiro passado a média havia sido de R$24,74.

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Produção Animal | Avicultura 59

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60 Produção Animal | Avicultura

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Produção Animal | Avicultura 61

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A Hy-Line Internacional, que investe por ano US$ 5 milhões somente em pesquisa genéti-ca, foi estabelecida em 1936. Ela foi a primei-ra empresa de aves a aplicar os princípios genéticos de hibridação à produção de ovos. A estrutura de produção no Brasil é a mais moderna da América Latina.

A Agrozootec é distribuidora de equipamentos zootécnicos e veterinários com uma extensa linha de produtos que abrangem manejo, sistema mamário, instrumentação cirúrgica, vacinadores, tosquia, castração, equipamentos para cerca elétrica, instrumentos para inseminação artificial e de pesos e medidas.

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considerada uma das mais estáveis pelo mer-cado, sendo altamente produtiva. Os ovos brancos oferecem um excelente padrão de qualidade de casca e a poedeira se adapta aos mais diferentes tipos de ambiente de produção.

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Foi fundada em setembro de 2002, como uma representação comercial de equipamentos para aves e suínos. Em 2004 deixou de ser uma representação e passou a se concentrar na produção e fabricação de cortinas para gal-pões, além de telas do tipo alambrado para aviários.

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Tela de arame galvanizadoPossui tripla camada de zinco, que

confere ao produto alta durabilidade e alta proteção contra corrosão. As ma-lhas variam de 12x12mm a 100x100mm e as bitolas dos arames variam de BWG 18 a BWG 12. As larguras podem atingir até 6m.

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nematódeos gastrintestinais e pulmonares, além de auxiliar no controle do carrapato dos bovinos. A ação da Ivermectina resulta na paralisia flácida e eliminação dos parasitos. É indicada para Bovi-nos, Ovinos, Caprinos e Suínos.

A DES-FAR, com sua divisão de produtos veterinários DES-VET, é uma empresa 100% nacional com grande atuação no mercado de aves e suínos. São mais de 25 anos de tradição em produtos para prevenção e tratamento de animais.

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62 Produção Animal | Avicultura

Ponto Final

62 Produção Animal | Avicultura

Na era da informação, consumidor padece de desinformação

Paulo Martins

é médico veterinário, membro do Conselho Técnico da Facta e Gerente Técnico da DES-VET Produtos Veterinários

Catarse coletiva é como vejo a reação do público frente ao prenúncio de desastres, veiculados pela sábia e as-tuta mídia, que tem como base: “más notícias são

sempre excelentes notícias”. E não há assunto mais impac-tante para o consumidor que a ameaça à sua saúde. Desta forma, nós, da cadeia produtiva animal, estaremos sempre no “olho do furacão” quando o assunto for segurança ali-

mentar. Por este motivo deveríamos mostrar diariamente ao consumidor, e principalmente aos meios de comu-nicação, a garantia da qualidade de nossos produtos, do campo à mesa. A publicidade e o marketing, nas suas infinitas variações, constituem hoje instrumentos altamente eficientes para enfrentarmos os constantes de-safios de nossa atividade e assim atin-gir nossos objetivos. Os fatos relatados a seguir guardam características co-muns. Eles impingiram perdas signi-ficativas aos produtores, empresas e países, por conta da dúvida e má in-formação. Não há como negar que os meios de comunicação fizeram sua parte e venderam seu “peixe”, a notí-cia, como nunca.

Ainda no século XX, em meados dos anos 90, o mundo foi sacudido por relatos de uma enfermidade hu-mana supostamente causada pelo mesmo agente que causava a Encefa-lopatia Espongiforme Bovina (EEB).

Apesar das evidencias da relação da EEB com a variante da Enfermidade Creutzfeldt-Jakob (vCJD) que afeta o homem, tanto as publicações do Centro de Prevenção e Controle de Doenças de Atlanta (CDC), como as de uma das mais impor-tantes fundações de pesquisa médica dos EUA – Mayo Cli-nic, hoje atestam o baixo risco do homem adquirir a vCJD através de consumo de carne de animais com a EEB(1,2).

Iniciando o século XXI, em 2003, a produção avícola, principalmente da Ásia, sabidamente com níveis muito bai-xos de biosseguridade, enfrentou o fantasma da influenza aviária provocada pela amostra viral H5N1, que se espalhou por outros países. Autoridades de organismos internacionais de saúde, pesquisadores ávidos por verbas, laboratórios far-macêuticos com interesses diretos, todos muito bem alinha-dos e orquestrados com os meios de comunicação, consegui-ram colocar o mundo em polvorosa, espalhando pânico na população e nos governos despreparados, declarando que centenas de milhares de mortes poderiam ocorrer pela infec-ção. Sete anos depois, em fevereiro de 2010, não mais que 283 mortes, em todo o mundo, foram ligadas ao H5N1.

Desde 2009, uma variante do vírus de influenza huma-na H1N1 é o responsável por uma pandemia que já afetou mais de 212 países. Autoridades despreparadas e a mídia in-

sana denominaram equivocadamente (será ?) a enfermida-de de “gripe suína”. Para piorar, em maio de 2009, o diretor-assistente da OMS, Keiji Fukuda, anunciou que mais de dois bilhões de pessoas poderiam ser infectadas pelo vírus. Por mais absurdo que pareça, do alto de sua experiência, este técnico esqueceu-se que, para o leigo, infecção, doença e morte significam quase a mesma coisa. De acordo com a OMS, até este mês de fevereiro de 2010, não mais que 15.300 mortes foram confirmadas laboratorialmente, em todo o mundo, causadas pela variante do vírus H1N1. Entretanto, em termos práticos, este número é relativamente baixo se comparado com a gripe sazonal que leva a óbito, anual e si-lenciosamente, perto de meio milhão de pessoas em todo o mundo. O mais incrível é que estas mortes, em grande nú-mero, poderiam ser evitadas com uma simples imunização, se as mesmas autoridades agissem mais e não apenas discur-sassem.

Com base no exposto e levando-se em conta o que o agronegócio representa para o País, tecemos algumas consi-derações:

É obrigação do Estado brasileiro concluir com urgência a agenda do sistema de vigilância sanitária animal no País, através da criação de rede de laboratórios multidisciplinares, oficiais e privados, credenciados, acreditados e submetidos a provas sistemáticas de proficiência, em número e qualidade compatível com a produção agrícola brasileira. Afinal já so-mos o celeiro do mundo!

É dever do Estado brasileiro alertar e recomendar aos rei-tores e dirigentes de instituições estatais de ensino e pesqui-sa, relacionadas à saúde humana e animal, a importância da investigação, em conjunto, das infecções emergentes e re-emergentes. O objetivo é diminuir a grave miopia e hiato entre estas instituições, pois mais de 75% das enfermidades emergentes podem ser consideradas zoonoses. Homem e animais, cada vez mais, participam da mesma cadeia epide-miológica das novas infecções, num meio ambiente único, “one world”. Portanto a busca de soluções tem que ser traba-lhada em conjunto.

É no mínimo coerente a indústria de produção animal utilizar seu poder nos meios de comunicação, que não é pou-co, para mostrar a qualidade intrínseca e o valor nutricional de seu produto. Não há porque esperar que uma instituição financeira ocupe este lugar e se preocupe em exaltar a quali-dade do produto frango e o impacto desta atividade na eco-nomia brasileira. A imagem institucional da cadeia da pro-dução animal não pode estar somente na mão do jovem diretor de marketing, pois, não raro, ele promove um produ-to em detrimento de outro, por vezes parte de seu próprio portfólio. A estes jovens sugiro conhecer de perto as penas, cerdas e pêlos dos animais de suas próprias empresas. Do contrário, a qualquer momento, acabarão mordendo a pró-pria cauda.

(1)www.cdc.gov/ncidod/dvrd/vcjd/(2)www.mayoclinic.com/health/creutzfeldt-jakob-disease/DS00531/DSECTION=risk-factors

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64 Produção Animal | Avicultura

Ponto Final