José 12200 So José -...
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1 .Classificaço .zwpE.-.noi.-JVJE/nl 2.Perfodo CDU: 550.388.2 Janeiro de
3.Palavras Chaves (selecionadas pelo autor)
lonos fera - Atmosfera Superior - flsica
4. Critrje de Distri
buição:
interna
externa
5. Relatõrio n9
INPE-1191-NTE/111
8. Título e Sub-Título
6.Data Janeiro de 1976 1 ?• Revisado por id-1f.
A 1 L.Vieira Dias
9. Autorizado por
F€sica da lonas fera
flao2a ison ck Jesus Parada
Diretor
10. Setor DCE/GIO C6digo 30;371
11. P49 de cópias 12
12. Autoria José Augusta Bittencourt
P49 de pãginas 52
Preço
13. Assinatura Responsãvel
Sumãrio/r'4otas
É apresentada uma revis&o dos conceitos básicos da fEsica da ionosfera terrestre. S&o considerados a din&mica da atmosfera neutra superior relevantes ao estudo da ionosfera, formaçco da ionos fera, des criçao das varias camadas ionosfericas e processos ftsicos e qutmicos £ rainantes, alguns fenomenos ionosfericos, propagaçao de ondas e métodos de medidas de parametros do plasma ionosferico.
17. Observações Curso a ser ministrado na Escola de Verao de FEsica do
Plasma da Universidade Federal Fluminense, Niter5i; em fevereiro de 1978-
FISICA DA IONOSFERA
José Augusto Bittencourt
Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE)
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
12200 So José dos Campos, SP, Brasil
INDICE
1 . INTRODUÇÃO GERAL • 01
1.1 A Atmosfera Neutra .....................................01
1.2 Interaçio da Radiação Solar com a Atmosfera ............05
1.3 A lonosfera Terrestre ..................................08
1.4 Dinâmica da Atmosfera Neutra Superior ..................11
1.5 O Campo Magnético Terrestre e a Magnetosfera ...........14
FORMAÇÃO E ESTRUTURA DA IONOSFERA ...........................17
2.1 Teoria Básica de Fotoionizaço .........................17
2.2 Equações de Balanço de Ionização ........................19
2.3 Processos de Recombinação e Reaç6es QüTmicas e IGnicas 22
2.4 As Camadas Ionosféricas ................................23
2.5 Condutividades na lonosfera ............................30
ALGUNS FENÔMENOS IONOSFÊRICOS ...............................38
3.1 A Anomalia Equatorial ..................................38
3.2 O Eletrojato Equatorial ................................38
3.3 Luminescncia e Aurora .................................41
3.4 O Vento Polar ..........................................42
3.5 Irregularidades lonosféricas ...........................42
3.6 Perturbações lonosféricas ..............................44
PROPAGAÇÃO DE ONDAS E MÊT000S DE MEDIDAS DE
PARÂMETROS I0NOSFrRICOS .....................................45
4.1 Exploração da lonosfera com Ondas de Rãdio .............45
4.2 Alguns Métodos em VeTculos Espaciais ...................48
BIBLIOGRAFIA ................................................49
1. INTRODUÇÃO GERAL
1.1 A Atmosfera Neutra
O estudo científico da atmosfera superior & conhecido P!
lo nome geral de Aeronomia. Nosso conhecimento atual leva a uma nomen
clatura geral, desenvolvida para descrever as diferentes partes da at
mosfera, com base no perfil vertical de temperatura, ou na composição
química, ou nos processos físicos dominantes em cada região.
A Fig. 1.1 cont&n alguns dos v&rios termos comumente us a
dos, com seus respectivos intervalos aproximados de altitude. Lima indj
cação dos componentes neutros principais, em cada região, dada na
Fig. 1.2. As Figs. 1.3 e 1.4 dão uma idgia geral da proporção relativa
e variação com altitude dos cinco principais constituintes neutros (O,
02, N 2 , He, H, A) da atmosfera superior.
Na heterosfera a ausncia de turbulncia e mistura per
mite uma condição de separação difusiva, na qual cada constituinte neti
tro encontra-se, com boa aproximação, em equilíbrio difusivo, com uma
variação vertical dada por
Pa (Z) = Pa(ZO) exp
T(z 0 ) n a a
(z) = n (z 0 ) T (z)
1 dz'/H 1 Z
RO
z exp dz u /H(z'
(1.2)
-_2-
10000 EARTH RADIUS
3000 -
9ROTONOSPHERE
MAGNETOSfl4ERE 1000
- EX0SPHERE HEL l05PHE , . t"
- 300 F2G510SPERE -
e THERMOSPHERE auroras ri 100 t:bop:use meteors
o mesopause E MESOSPHERE
mixing OZONOSPHERE
( STRATOSPHERE
o Iropopouse
TROPOSPHERE -
500 1000 1500 lO .5 O TEMPERATURE ELECTRON DENSITY
T(-K) N(iO n
Fl. 1.1 - Regiaes da atmosfera, mostrando os nomes convencionais que descrevem os vários níveis, e regimes físicos. Os perfis mé dios de temperatura e densidade eletr6nica mostrados, sio tT picos de condições de alta atividade solar e latitudes me- dias.
Altitude (km) 1500
escape He EXOSPHERE
o 500
0>142>02 thermopou$e
200 t dittusiOfl
THERMOSPHERE
t o
100 IH
02 OH mCSOPOUS.
85 - NO
0>oi MESOSPHERE
50 03 =o slrotopouse
03>0 STRATOSPHERE constituenls
IS tropopouse major minar
CO2 03 761. 044 NO2 TROPOSPHERE
02 211. 120 He
O Ar li. H2 H20
Fig. 1.2 - Constituintes atmosféricos principais e nomenclatura atmos férica:
13C
90
80
70
1 E
Ia o
• o
-3-
- CONCENIRATION (cm)
fig. 1.3 - Distribui ço vertical dos componentes neutros principais (0, 02, N2), na regiao de transiçao da homosfera para a heterosfera.
________________________________ (0.•
______________________________ ,— 'a VAI r
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O lei O lfl
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4-,
43 Ql, c o (à
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'o o- o c 3.. o-
-5-
(obtidas da equação dos gases ideais, p = nkT, e da equação de equilt
brio hidrostãtico, dPa/dZ =a m eL onde o Tndice a indica a espécie de
partTcula neutra, Pa(Z) denota a pressão parcial da espécie oc na altitu
de z, n(z) é a densidade nunirica, z representa uma certa altitude ba
se, e H(z) denota a altura de escala do constituinte considerado,
H (z) = kT(z) a mg(z)
(1.3)
sendo k a constante de Boltzmann, T(z) é a temperatura dos constituin
tes neutros, ni a e a massa de um tomo (ou molécula) do constituinte a,
e g(z) & a aceleração da gravidade.
1.2 Interação da Radiação Solar com a Atmosfera
O Sol emite radiação eletromagnética numa ampla faixa de
comprimentos de onda. Esta radiação consiste de varias linhas de etnis
são geradas na cromosfera e na coroa solar, e de alguma radiação no con
tTnuo. A absorção da radiação solar pelas espcies atmosféricas produz
aquecimento, dissociação e ionização. A taxa na qual a dissociação ou
ionização é produzida, em cada nfvel de altitude, E proporcional ao pro
duto da concentração do gás atmosférico e da intensidade da radiação na
quela altitude.
O perfil de distribuição vertical de temperatura consti
tui uma parte essencial na determinação da estrutura da atmosfera. Apre
sentamos a seguir uma relação dos fatores mais importantes que contri
buem para o balanço térmico da atmosfera superior;
Produção (taxa P, por unidade de volume)
Absorção de radiação solar na faixa de ultravioleta a raios X (a
intensidade varia com a atividade solar), levando a fotoionizaçãc
fotodissociação, e reações quTmicas e i6nicas consequentes que li
beram calor.
Absorção de partTculas carregadas energéticas que penetram na at
mosfera.
Dissipação dos movimentos das mares atmosféricas, ondas de gravi
dade e ondas hidromagnticas, por viscosidade molecular e turb!
lncia.
Aquecimento Joule, devido a correntes elétricas na ionosfera.
Perda (taxa L, por unidade de volume)
(1) Radiação em comprimentos de onda para os quais a atmosfera
transparente, incluindo as emissões de luniinescncia atmosférica,
as varias bandas espectrais do radical hidroxila (OH) e a linha
infravermelha do oxiginio at&mico em 63p.
Transporte (taxa v • , por unidade de volume, onde • denota o vetor
fluxo de calor)
(1) Condução molecular, para a qual o fluxo de calor É depende do gra
diente de temperatura ( vT).
-7-
Transporte turbulento, o qual é importante apenas abaixo de 100km,
e deriva sua energia dos movimentos de ventos.
Transporte por ventos em grande escala. Na termosfera, o aqueci
mento e resfriamento diurno produzem gradientes horizontais de
pressão que geram ventos em grande escala, que transportam calor
horizontalmente.
Transporte quTmico, devido ao movimento de espécies ionizadas ou
dissociadas que, eventualmente, liberarão sua energia em local
diferente daquele onde ela foi originalmente absorvida.
O cilculo da distribuição de temperatura na atmosfera su
perior, baseia-se numa equação de continuidade para o balanço de ener
gia, a qual expressa a lei decoflsérvaçiõ de energia,
at (1.4)
onde c v denota o calor espectfico por unidade de massa, a volume cons
tante, e p = nm é a densidade.
O exposto até agora, nesta seção, refere-se apenas à tem
peratura do gs neutro, o qual contém a grande parte da energia térmica
da termosfera. Convem notar que, acima de, aproximadamente, 1501efi, a
temperatura dos el&rons excede a temperatura dos Tons e do gis neutro.
Um tratamento mais complexo torna-se necess5rio, se as temperaturas dos
el&trons e Tons forem incluTdas nos álculos do balanço de energia t&
mica na atmosfera superior.
E
O principal processo que leva à produção de pares e1
tron-Ton, em latitudes baixas e m&dias, a absorção de radiação solar
no extremo ultravioleta (EIJV; i c 910 para o oxignio atómico) e raios
X. F6tons com energias acima de, aproximadamente, 13eV são capazes de
ionizar os constituintes atmosfgricos dominantes. O excesso de energia
do fdton transformado em energia cin&ica do par elétron-Ton produzi
do, e o restante da energia de ionização eventualmente transformada
em calor ou radiação eletromagntica.(luminesc&ncia), ap6s recombinação.
Em altas latitudes, e durante tempestades magnticas, eltrons e Tons
são produzidos principalmente por colis6es entre partTculas carregadas
energéticas,- . que penetram na atmosfera, e mol&ulas (ou átomos) neutras.
1.3 A lonosfera Terrestre
A lonosféra é definida como sendo a região da atmosfera
superior onde elétrons e Tons existem m quantidades suficientes para
influenciar a propagação de ondas de rádio. Ela é o resultado da inter
ação de radiação ionizante, eletromagntica e corpuscular, com os cons
tituintes neutros da atmosfera, formando pares eltron"Ton que, final
mente, se recombinam. Ela mantida por um balanço de produção el&ron-
Ton, mecanismos de perda fTsicos e quTmicos, e processos de transporte.
O limite inferior da ionosfera terrestre, em torno de
60km, coincide com a região onde a ionização produzida pelas radia
ç6es mais penetrantes, geralmente raios cósmicos. O limite superior po
de ser definido pela interação do vento solar (o plasma que continuamen
te flui do Sol para o espaço interplanetãrio, com velocidades supers6ni
ar
cas, como resultado da expansão da coroa solar quente) com o campo maj
ntido planetário.
A Fig. 1.5 dí uma indicação da profundidade de penetra
ção das varias radiações solares ionizantes, com os principais Tons pro
duzidos nas varias camadas da ionosfera, como também a distribuição m&
dia de densidade eletr3nica, durante o dia. A Fig. 1.6 mostra a propor
ção relativa e distribuição vertical dos Tons positivos, durante o dia,
tTpica de perTodos de baixa atividade solar. Evidentemente, a ionização
produzida e o seu comportamento variam com o ciclo solar e com mudanças
no espectro de radiação do sol (como ocorre durante erupções solares).
Os sTmbolos D, E, El e E2. são normalmente usados para
distinguir as virias regiões da ionosfera em termos de faixas de altitu
de, as quais diferem basicamente nos processos fTsicos e quTmicos que
governam o comportamento de cada camada.
A região •D, abaixo de aproximadamente 90Iou, & uma região
de plasma fracamente ionizado, com uma grande densidade de esp&cies neu
tras como, também, de um grande número de reações complexas, do tipo in
ter-troca iGnica, união e separação eletr6nica. A frequncia de colisão
várias ordens de grandeza maior do que a frequência ciclotr6nica, tan
to para os elétrons como para os Tons, de modo que a presença do campo
magnético terrestre tem efeito desprezTvel.
Na região E (aproximadamente de 90 a 150km) os Tons domi
nantes são NO+ e O, com 4 e 0+ como Tons secundários. Ambas as regiões
- lo -
\
+
.
0< 0 2 04 • 0< ° . F2
-
o
3 nt (1) •e_.. .4
< ._a + •+ E 0 2 ,NO
o
10 2 ia , io ia' io NUMBER OENSITY(cm)
Fig. 1.5 - Distribuição eletr6nica durante o dia, com unia indicação dos principais fotoíons produzidos por radiação solar XUV nas va ri-as camadas da lonosfera. . -
1000
500
E
w o
—J 4
IDO
50
O
- 11 -
O e E são controladas primariamente por processos fotoqutmicos de produ
ção e perda sendo os processos de transporte de plasma desprezTveis. A -
taxa de recombinaçao (perda) proporcional, aproximadamente a n 2e onde
ne representa a densidade numérica dos elétrons.
A região F, durante o dia, é dividida nas regiaes Fi (±
proximadamente de 150 a 200km) e F2 (acima de, aproximadamente, 20010m).
A região Fl é representativa do máximo de produção de Tons por fotoioni
zação, e é controlada por processos fotoqutmicos, sendo a taxa de perda
tamb&n proporcional a n, pois a taxa de recombinação é limitada pela
reação de recombinação dissociativa. Em altitudes maiores, transporte cb
plasma torna-se cada vez mais importante de modo que, acima de aproxima
damente 250km, um regime de transporte existe, com o campo magnético
terrestre exercendo uma influência extremamente importante na distribui
ção de ionização na região-iF2. Os efeitos combinados, de difusão de
plasma e processos fotoqutmicos e i&nicos, resultam no pico F2, o qual
representa o mximo de densidade eletr6nica no perfil de distribuição
vertical. A taxa de recombinação local é linear (cine), pois ela 9 limi
tada por uma reação de transferência de carga. Durante a noite, na au
sncia da fonte de ionização solar, as camadas Fl e F2 coalescem for
mando a região F, a qual lentamente decai devido ãs reaç6es de recombi
nação.
1.4 Dinâmica da Atmosfera Neutra Superior
Consideraremos apenas alguns aspectos do movimento da at
mosfera superior, relevantes para a dinâmica da ionosfera. Os vários ti
- 12 -
pos de movimentos existentes na atmosfera superior podem ser sumariados
como se segue:
Ventostennosfricos, acima de aproximadamente 1201ofi, produzidos
pelos gradientes horizontais de pressão devidos ao aquecimento e
resfriamento diurno da atmosfera. Tem velocidades da ordem de
100m/s, exercendo efeitos extremamente importantes na distribui
ção de ionização na região F2.
Ondas de gravidade, com pertodos de minutos ou horas, comprimen
tos de onda verticais de alguns kilometros e comprimentos de onda
horizontais de milhares de kilometros. Estas ondas estão associa
das com os distúrbios ionosfgricos propagantes (TID).
Marés atrnõsfgricas, de escala global, com perTodos relacionados
com os dias solar e lunar. Podem ser considerados como um caso es
pedal de ondas de gravidade atmosfrica. Produzem o chamado dma
mo ionosfgrico na região E, o qual dg origem a campos el&tricos
que são mapeados por toda a ionosfera.
Ventos predominantes, de escala global, na mesosfera e na região
mais baixa da termosfera, gerados por gradientes de pressão de
longa duração, com variações sazonais.
Ondas planetárias na baixa atmosfera, com perTodos de dias, apr!
sadas na baixa atmosfera por ventos mesosfáricos. Durante algumas
estações do ano, uma pequena fração da energia destas ondas pode
penetrar a mesosfera e contribuir para movimentos atmosféricos em
altitudes pr&ximas de 100km.
Tupbulncia, a qual serve como um sumidouro de energia dos movi
mentos em grande escala. Estes degradam-se em movimentos turbulen
- 13 -
tos de pequena escala e finalmente sua energia perdida como ca
lar.
Ormovimento do ar neutro obedece a uma equação de movi
mento de fluidos. Com algumas aproximações, a velocidade U do ar neutro
satisfaz a seguinte equação de conservação de quantidade de movimento,
dU
dt p p 1 ni
(1.5)
onde p = pressão
p = densidade
± À. + U • v = derivada temporal total ou convectiva dt at - -
= velocidade angular da Terra
= aceleração gravitacional
* = potencial escalar associado a forças de maris
p= coeficiente de viscosidade molecular
MM = frequência de colisão entre Tons e parttculas neutras
y i = velocidade de deriva dos Tons.
Convmn notar que esta equação acoplada às equações do
movimento de cada espëcie i&nica, atrais do termo de colis6es.
O estudo dos virios tipos de movimentos requer o uso de
diferentes aproximações, considerando a magnitude relativa de cada ter
.mo para o tipo de movimento em questão, diferentes condições de contor
- 14 -
no, e diferentes tipos de solução (corno é o caso das marés atmosféricas).
1.5 O Campo Magnético Terrestre e a Magnétosfera
O capo magnético da Terra exerce uma influncia funda
mental no estudo da ionosfera. Sua importincia aumenta com a altitude,
medida que a frequ&ncia de colis6es entre as partTculas carregadas e
as neutras diminui com a altitude.
Até dislmncias da ordem de alguns raios terrestres, o
campo magnético da Terra 9 muito pr6ximo de um campo dipolar central,
com o eixo do dipolo inclinado aproximadamente 110 em relação ao eixo
geogrfico. A distancias maiores do centro da Terra, esta forma dipolar
consideravelmente alterada devido à interação do vento solar com o
campo magnético terrestre. Uma vista esquenitica da magnetosfera ter
restre é mostrada na Fig. 1.7.
O vento solar comprime o campo magnético terrestre no se
mi-espaço voltado para o Sol, resultando num contorno bem definido (a
magnetõpausa, a =10RT na direçâo do Sol) dividindo o espaço em duas re
gi6es, a região externa onde o vento solar continua escoando, e a re
gio que contém o campo geomagntico comprimido e de onde o vento solar
excluTdo (a magnêtõsfera).
A plasmasfera representa unia região, em baixas latitudes
magnéticas, com densidades de plasma relativamente altas (=104ions/cm3),
-15 -
1000fr -,./\e
r 300 / 250 /
1
200 1- 150
NO
1001 1
102 103 10' 105 io Number density (em -3 )
Fig. 1.6 - Distribuição com altitude dos f6n'positivos principais, típica da ionosfera diurna durante atividade solar ninf ma.
Fig. 1.7 - Representação esquemática da magnetosfera da Terra e do plasma existente na sua vizinhança.
- 16 -
contida entre linhas fechadas do campo geomagn&ico. A ionosfera nesta
região é relativamente quiescente e co-gira com a Terra, estando sujei
ta a campos el&tricos que causam movimentos laterais do plasma.
- 17 -
2. FORMAÇÃO E ESTRUTURA • DA IONOSFERA
2.1 Teoria Básica de Fõtolonização
Vimos na seção anterior que a atmosfera superior absorve
parte da radiação solar numa faixa considerveI de comprimentos de ondas
de menos de IR a mais de 10cm. Partes diferentes do espectro são absor
vidas, espalhadas, ou refletidas por vrios processos diferentes.
Examinaremos inicialmente uma situação idealizada bastan
te simples: fotolonização por radiação monocromática numa atmosfera ho
rizontalmente estratificada, com apenas uma esp&cie.
Seja (z, x) a intensidade da radiação solar de compri
mento de onda x numa altura z da atmosfera, incidente com um ngulo ze
nital X. A variação na intensidade d. devido ã absorção entre os ntveis
z e z - dz & dada por
n(z) 4(z, À) • sec x dz (2.1)
dZ
Fig. 2.1 - Relação entre os incrementos de distáncia dz e ds = dz •secx
numa atmosfera horizontalmente estratificada.
onde a(À) denota a seção transversal de absorção. A depend&ncia ccii
a altura, do fluxo incidente é, portanto, dada por
+(z, x) = .(x) • exp [- «x, z, x)]
(2.2
onde,
t(X, 1, x) =Ø(a)(X) n(z') • sec x • dz' (2.3)
a profundidade 6tica, e ) representa o fluxo da radiação solar fo
ra da atmosfera.
A taxa de fotoionização, naaititude z, é dada por
q(z, x) = n(z) • +JÀ) • exp [—r(x i z, x)] (2.4)
onde o(x) denota a seção transversal de ionização.
As express6es acima podem ser facilmente estendidas para
se obter a taxa de fotoionização numa atmosfera com várias espécies, es
fericamente estratificada, sanando-se sobre as várias espécies e os v5
rios comprimentos de onda. Assim, a taxa de fotoionização total, na dis
táncia radial r, com o fluxo de radiação solar incidindo com um ángulo
zenital x,
- 19 -
q(r x) = J dA • a'(x) n(r) e (x) • exP[-t (À, r, x)]
À (2.5)
onde o somat6rio no Tndice j & sobre todas as espécies ionizíveis (es
sencialmente 0, 02o p12 ), e onde a profundidade 6tica é dada por
x) = f a}(x) e n(r') • Ch(r'/H x) dr' (2.6)
sendo que Ch(r h /H x) denota a função de Chapmann (um fator geométrico)
a qual leva em consideração a esfericidade da Terra, e H i é a altura de
escala do constituinte j.
2.2 Eqúaç6eS dõ Bal ançõ dê lõrtização
e
Os processos físicos e quTmicos que governam o comporta
mento do plasma ionosfrico podem ser divididos em duas amplas catego
rias: os que resultam em produção edestrUição de ionização, e os que
resultam em movimento ou transporte de ionização. A equação básica que
relaciona os efeitos dos vrios processos. que alteram a densidade ele
tr6nica, ne total, & uma equação de continuidade ou de balanço de ion!
zação. Denotando por V a velocidade macrosc6pica total resultante dos
processos de transporte, e usando sTmbolos P e L para denotar os termos
de produção e perda, por unidade de volume, respectivamente, a equação
de continuidade para os êlkrons &
- 20 -
=e - Le (2.7) e~e
e, para cada espécie de Tons,
! + ! • (n1 !) = - L (2.8)
Estas equações são acopladas através dos ternos de transporte e de pro
dução e perda. Evidentemente, a condição de neutralidade macrosc6pica cb
plasma requer que
ne ni
(9)
O fluxo nV, de cada espécie, pode ser obtido através das
equações dó movimento, as quais expressam conservação de quantidade de
movimento, para cada espécie. As forças que atuam no plasma ionosfrico
incluem forças gravitacionais, colisionais, forças devidas a gradientes
de pressão, e também forças eletromagnéticas.
A equação do movimento, para cada espécie de Tons, pode
ser escrita como
dVi
m= Ze(E t x 8) + m9 - ! (nkT1) - ymivin(Vj - ) -
- - !) (2.10)
- 21 -
e para os el étrons,
dV
me -e (E + !e x B) - -i -v ekTe) (2.11) dt
onde é suposto que, na equação para os elétrons, a força gravitacional
e os termos de colisões são desprezTveis, comparados com os demais ter
mos. £ suposto, também, que a distribuição de velocidades macrosc6picas
isotr6pica, de modo que uma pressão escalar, p = nkT, substitui o ten
sor de pressão. Os vrios stmbolos tem seu significado usual.
As equações (2.7) e (2.8) devem ser tratadas simultanea
mente com as equações (2.10) e (2.11), pois são acopladas. Convém notar
ainda que a frequência de colisão uma função de T e n. Além do
mais, a equação do movimento do gãs neutro (1.5) deve também ser consi
derada simultaneamente, pois (2.10) envolve a velocidade dos ventos neti
tros U. Os termos de produção e perda envolvem fotoionização (equação
(2.5)) e várias reaç6es qutmicas e i&nicas. Torna-se necessário também
a utilização de um modelo atmosférico para as distribuições de tempera
tura e densidades das espécies neutras, o que requer o uso da equação
de conservação de energia. Convém salientar que, normalmente, o movimen
to do gas neutro é referido em termos de coordenadas geogrficas,enquan
to que os movimentos dos Tons são expressos em termos de coordenadas nai
n&icas. A construção de um modelo detalhado e completo é, portanto,
uma tarefa formidãvel requeréndo a solução simultãnea do sistema de
equações acopladas, não-lineares, tridimensionais, indicadas. Este pro
blema, sem hipóteses de simplificação, está insolúvel até o presente
- 22 -
momento. Entretanto, com algumas hip6teses de simplificação, adequadas
casos particulares especTficos, este problema tem sido muito trabalha
do e tem levado a resultados bastante satisfat6rios, isto é, consisten
tes com os fatos experimentais.
2.3 Processos :deRêcflflbinaçãÕeReaç6e QúTmicas e 1&nicas
A distribuição da densidade dos constituintes do plasma
ionosfrico dependem, al&n dos processos de transporte, das reaç6es sub
sequentes dos produtos de fotoionização e fotodissociação, com os ou
tros constituintes. Os tipos mais importantes de reaç6es que ocorrem na
ionosfera podem ser sumarisados como segue:
Recombinação elétron-Ton (incluindo recombinação radiativa, recom
binação dissociativa, e recombinação a três corpos).
Recombtnação Ton-Ton.
Inter-troca Ton-átomo.
Separação eletr6nica colisional.
Separação eletr&nica associativa.
Foto-separação eletr6nica.
União de el&rons a moléculas neutras (baixa ionosfera).
A importância relativa destes vârios processos é função
da altitude. As regiões mais baixas da ionosfera são governadas por pro
cessos fotoquTmicos e uma variedade enorme de reações, sendo o transpor
te desprezível. Nas regiões mais altas (região F2), o transporte torna-
se essencial para explicar a distribuição de ionização, passando a domi
nar nas camadas mais altas.
- 23 -
2.4 As Camadas Ionosfricas
Região D
Ê produzida atrav&s de raios-X, Lyman a (ioniza NO) e
raios csmicos. Durante períodos disturbados, partículas energéticas e
"bremsstrahlung" (efeito de frenagem de partTculas) podem também contri
buir. Os Tons positivos formados inicialmente são Nt, ot e NO+, e numa
menor extensãõ 0+. A partir destes Tons e dos elétrons correspondentes,
o problema essencial da quTmica i&nica da Região D & obter as cadeias
de reaç&es i&nicas que levam aos Tons positivos e negativos em concor
dncia com a composição observada In situa'. Devido presença de vapor
d'água, estas cadeias de reaç6es são difTceis de analisar. Verifica-se,
experimentalmente, que, além da presença dos Tons positivos mencionados
acima, os Tons H30+, H502 e vários outros Tons aglomerados de vapor
d'igua são dominantes abaixo de 2851an. Com relação aos Tons negativos,
além de 0, observa-se tambm a presença dos Ton s co, No; e co;, entre
outros. A Fig. 2.2 mostra medidas da composição inica positiva da re
gião D, como também um esquema indicativo das cadeias de reações i&ni
cas envolvendo Tons positivos e negativos. Esta região desaparece duran
te a noite.
Região E
Os processos que levam formação da Região E podem ser
sumariados como:
— 24 —
E -r ci
-u =
04
90— 19 -
37 +
85- 32 - 18 30
28
32 - - 75 -
80—
19+ /
1ff' - tons with
70 - 30 mass>451
19 65 - 37+
60 iiiiI ii,riil r.i•Ir,ii 111111 1 10 102 103 1
lon density (ions cm -3 )
P12
02 02 02
-róg) 2 o lu
P1
NO
P1 =CO2 O2 N2
()
(b)
(c)
RECOMBIN4TION WITH POSITIVE lONS
Fig. 2.2 — (a) Concentração dos Tons positivos durante o dia na Regio D. Reaçoes entre Tons positivos na Regiao D. Reações entre Tons negativos na Regiao D.
- 25 -
ionização de 02 por raios-X na faixa 100 < À < 312, por Lyman
em 1025,72, e por radiação ultra-violeta no contfnuo de Lyman,
'À < 910L
Ionização de N 2 por raios-X na faixa 100< À < A.
ionização de O por radiação no conttnuo de Lyíian e por raios-X na
faixa 100 < À c 31R.
Os principais Tons formados inicialmente são 02 e t4 mas,
devido aos efeitos de varias cadeias de reaç6es, os Tons 0 2 e N0+ domi
nam a composição i&nica da região E, apesar de que quantidades apre
cliveis de 0+ e 4 são produzidas inicialmente. Embora Tons negativos
sejam lentamente produzidos por união eletrônica radiativa, estes são
rapidamente destruTdos por foto-separação eletr6nica durante o dia e
tambm, rapidamente, por processos de recombinação i6nica. Um perfil ti
pico da composição i6nica da região E. durante o dia, em latitudes tué
dias, mostrado na Fig. 2.3, como tamb&m um esquema ilustrativo das
reações i.6nicas nesta região. Durante a noite a concentração eletrânica
reduz-se a um valor pequeno da ordem de 10cn(3 .
Região Fi
Nesta região ocorre tamb&m um grande nümero de reações
i6nicas moleculares e at&micase, consequentemente, existe o complexo
problema de quTmica i&nica. A extensão destas reações ilustrada na
Fig. 2.4. De imporúncia fundamental a presença de N0 como produto
final de grande parte das reaç6és envolvendo nitrognio. Devido a este
E
240 I\ \ / 1
28 / 161? 230—
SoInr:eni1hong1e6O' / jf
220— ?aiieSinds / if
210— 15Feb1963
0934MST 1 + - 200— NRL. - 30
190— - -
180— 32+ - 170— 14+ 18+
160—
150—
40 -- -
130— -g Total ..4 t 120 1 1 III lfl1 1 11H 1 1 1 11111 1 1II 111 1 l 1 L1H
o' 102 103 IO lfl - -
tons cr,f3
1'fl'CtIfl%
()
(6)
Fig. 2.3 - (a) Concentração de Tons _positivos na parte inferior da ionos fera, medida com um angulo zenital solar de 609, em latT tudes medias. - -
(b) Reaçoes entre Tons positivos na Regiao E.
Fig. 2.4 - Reações entre os Tons da Região Fl.
- 27 -
fato, NO +
torna-se um dos tons dominantes acima de 140km. Sua importan
cia é reduzida a um nível secundãrio, novamente, acima de aproximadamen
te 1701m, onde 0+, com uma taxa de perda bem menor, atinge uma densida
de maior. A variação típica da composição i6nica, com altura, na região
El é mostrada na Fig. 1.6 (seção 1.3).
Região F2
O comportamento da Região F2 (acima de =200km) e bastan
te complicado. A distribuição vertical da densidade eletr&nica nesta re
gião descrita em ternos de processos de ionização e recombinação, co
mo tambin em ternos de difusão e outros processos de transporte. O mxi
mo no perfil vertical de densidade eletr&ni.ca (pico F2) & o resultado
da concomitãncia do transporte de plasma com os processos químicos e iô
nicos. Este pico ocorre, aproximadamente, na altitude onde a constante
de tempo para recombinação (inverso do coeficiente de recombinação)
da mesma ordem de grandeza que o constante de tempo para perda local
por difusão (proporcional a onde a altura de escala do plas
ma e D & o coeficiente de difusio ambipolar do plasma).
O principal Ton da região F2: & 0 (. 4S), produzido por
radiação solar no ultravioleta (xc 910R)'e o gãs neutro predominante &
O, embora N 2 e 02 exerçam uma parte importante nos processos de perda
de 0+ e fornação de ot, N0+ e 4 (importantes nas regióes mais baixas).
A algumas centenas de kilometros acima do pico F2, na região superior
da ionosfera, ocorre uma mudança de 0+ para He+ e H+, como Tons dominan
tes. Alem das reações mencionadas para a região El, são tambm importan
n
tes, na Região F2, reaçes envolvendo os átomos e tons de oxig&nio, h!
lio e hidrognio.
São trs os processos de transporte mais importantes na
Região F2, que transportam a ionização para regi6es diferentes da de
sua formação:
(1) Difusão Psnbipolar de Plasma ao longo das linhas do campo magnti
co, causada pôrgjfadiêntõ de pressão e a força gravitacionál.
Combinando as equações do movimento para os Tons positivos e os
eltrons, temos, com algumas simp1ificaçes; a seguinte expressão
aproximada para a velocidade de difusão ambipolar,
WD=Da {J_! ~ J_. T~s '1 (2.12)
[e as T as Hj
onde
k(T. + T ) a m1 v
in
(2.13)
o coeficiente de difusão ambipolar (função da altitude) e onde
a altura de escala de plasma (função da altitude)
HP k(T1 + Te )
= (2.14)
m1g
- 29 -
O par&metro $ representa distincia, medida ao longo da linha M.
campo magnético, num ingulo de inclinação I. A temperatura mo
plasma é definida coo
T = Te + T1 )12
(2.15)
Deriva Eletromagnética, E x 8, do plasma,a qual transporta a ia
nização perpendicularmente ao campo magnético, devido à presença
de campos elétricos gerados por efeito dTnamo, na Região E, e de
campos provenientes da magnetosfera. A velocidade do plasma é da
da por
YE= (Ç x 8)/a2
e a sua componente vertical
(VE)z = ( 5,18) cos E
onde 5, denota a componente leste-oeste (no sistema de
das magnético) do campo elétrico, e 1 & o ingulo de
magnética.
(2.16)
coordena
inclinaço
Transporte devido a ventos neutros na termosfera, cujas componen
tes paralelas às linhas do campo magnético, por colis6es,arrastam
a ionização ao longo das ditas linhas de campo. A velocidade de
arraste do plasma, induzida pelo vento neutro, pode ser expressa
- 30 -
yA= (li • B) B/82 (2.18)
e a sua componente vertical &
IJ, cos(I) sen(I)
onde U denota a componente da velocidade horizontal do vento no
meridiano magntico,e i ó ngulo de inclinaçio magn&tica.
2.5 Condutividades na lonosfera
As correntes elétricas J que existem na lonosfera podem
ser expressas como funçio do campo elétrico E, por meio da lei de Ohm
generalizada,
(2.20)
onde o o tensor ou didica de condutividade. A condutividade é um ten
sor, em consequ&ncia da anisotropia introduzida pelo campo magn&tico da
Terra. Representando J e E por matrizes coluna e c por uma matriz qua
drada 3 x 3, mostra-se que, para um magneto-plasma frio (modelo adequa
do para a ionosfera), o tensor de condutividade (com o campo magntt
co ao longo do terceiro eixo).
al 2
= a 2 a 1 O
0 o 00
- 31 -
onde, para um plasma com vários componentes (elétrons e varias espécies
de Tons positivos),
Lo ve+
CO v e (2.22) z
+w2 ,2 + c
a condutividade Pedersen;
w2 2U3 °e (2.23) 02 2 + w .. 2 ? 2:. e ce 1 u
a condutividade Hall; e
+ (2.24)
ve i vi
- - e a condutividade longitudinal, e ondew = e21mE
1/ e 2 a frequen
cia do plasma, W. = e B/m é a frequência ciclotr&nica, e v é a freCCI
quncía média de colisões para transferência de quantidade de movimento
para a espécie a. A Fig. 2.5 mostra a direço da corrente Jque flui no
magnetoplasma sob a influência de um campo E no plano xz.
Na ionosfera é conveniente alterar a forma do tensor de
condutividade, expressa na Eq. (2.21), mediante uma rotaçio dos eixos
x e z em torno do eixo y, sendo este eixo y escolhido apontando na dire
çio leste (magnético). Esta rotação é feita de tona que o eixo x tome
a direção sul (magnética) e o eixo z a vertical, com o campo magnético
- 32 -
da Terra formando tnn ângulo 1 com o plano horizontal (ver Fig. 2.6). As
sim, neste novo sistema de coordenadas, c toma a forma
(a jsen 2 1 + ao cos 2 1)
02sen 1 (a 0 - aj) sen 1 cos 1
1 -a2senl
al o2 COsI
(a0 - ° i) sen 1 cos 1 -02cos 1 (01 cos 2 1 + °o sen 2 l)
A grandes altitudes, na ionosfera superior, a única par
te do tensor de condutividade que & importante & a condutividade long
tudinal a0. Assim, as parfTculas carregadas, em primeira aproximação,
são confinadas a linhas de força individuais, ao longo das quais elas
se movem livremente, devido à grande condutividade a o ao longo do campo.
Nas regiões baixas da ionosfera (Região E, por exemplo)
em condições de equilTbrio, não deve haver corrente fluindo na direção
vertical (J = O), por causa. do acimu10 de cargas de polarização no to
p0 e no fundo da camada condutora. Isto modifica o campo de forma a não
gerar corrente na direção vertical.
Usando os elementos da terceira linha do tensor de condu
tividade da Eq. (2.25), podemos expressar o campo elétrico vertical E 1
em termos dos campos horizontais E x e 5,, e e]imin5-lo da equação para
J. Assim,
(aj - °o) sen (1) • cos (1) E+ 02 cos (1)5, = (2.26)
aj c05 2 (1) + a0 sen2(1)
- 33 -
Fig. 2.5 - Campos elétricos e correntes elEtricas na Região E. O campo magnetico B e dirigido ao longo do eixo-z.
z (Vertical)
x (Sul) y
(Leste)
Fig. 2.6 - Relaço entre sistemas de coordenadas para a transformação da matriz de cóndutividade e.
- 34 -
e a matriz de condutividade reduz-se a urna forma 2 x 2,
(2.27)
onde
0 00 1 a'
qxx= (2.28)
a1 c05 2 (I) + 00 sen2(I)
sen2 (I)
02 sen CI) - 02
(2.29)
a,cos2 (I) + ao sen 2 (I) sen (1)
- a1 a 0sen2 (I) + (a + a) c052 (I) a3,y =
a cos 2 (I) + a o sen 2 (I) a1
(2.30)
sendo as aproximações v1idas (em consequência de °o » a, OU a2) exc
to em latitudes magnéticas muito baixas. No equador magnético, 1 = 0, e
os elementos de o simplificam-se para
;xx = a o (2.31)
~xy = O (2.32)
2
Ilyya, + -. a3 (2.33) al
onde a3 & conhecida como condutividade Cowling (na direção leste-oeste,
- 35 -
aolongo do equador magn&tico). Esta ultima condutividade está relaci.o
nada com a exist&ncia do chamado eletrojato equatorial, na Região E
(-100km). A Fig. 2.7 dá unia indicação da variação com altitude das con
dutividades 0o' a1 , a2 e 03.
uT!fl7 :111111.
S~POT UM S~01 mim
RI /1 !I .
4
_- - __
6' 6 1(10 6' SPECIFIC ELECTRICAL CONDUCTIVITY o, Iobrr.ho/crn)
SUNSPOT MAX 04V
— — SUNSPOT MIN
-
SONSPO? MAX mGRt ................. SUNSPOT MIN
lo_li - I5I
PEDERSON C0NDUCTIVFTV o; (obmho/crn)
Fig. 2.7 — Condutividade el&ricas na lonosfera. Condutividade longitudinal (z,) Condutividade Pedersen (ai)
Condutividade Hall (az) Condutividade Cowlwig (a 3 )
1000
900
800
700
—600 E
600
1- 400
300
200
100
o
moo
900
eoo
t00
600
E
ia 500 o
1-
40° 4
500
z00
00
n
(co
(b)
- 37 -
III!,,, IIIlII. Ililtin
DAT suii$PoT Mhz
----sUnsP0t MIM
• - SLJNSPOT MAR
SVMSPOT MIM
asa - -
000
—
-
100 __•.J
•161* IolI l0lT ID_I lo
- HALL cONDUCTMTY 15 (obmho/cn)
111114 ril 4 II4RII 4 li' 1(444 4 4 ,, .. - SUMSPO Mhz
MIM -
-
- SUII$PQT LIAM SUIISPDTMIII
ao
70
do
ao Ø_li
lo_Is - IC' ,C COWLING CONDUCT(VlTY or, -(obmMcm)
Fig. 2.7 - (Continuação)
w o 1
4
E
1-
ti
(C
(o!)
3 ALGUNS • FENÔMENOS ION0SFrRICOS
3.1 A Anomalia Equatorial
A Fig. 3.1 ilustra a chamada anomalia equatorial ou ano
malia de Appleton, a qual consiste em dois mãximos de ionização em am
bos os lados do equador magnético, em latitudes magnéticas entre 15 0 -
200 norte e sul, com um minirno no equador magnético. A sua existência &
devida aos efeitos de campos elëtricos na direção de oeste para leste du
rante o dia, produzindo urna deriva vertical do plasma para cima. O pias
ma elevado desta maneira difunde para baixo mas ao longo das linhas do
campo magnético, como mostra a Fig. 3.2. A combinação da deriva eletro
magnética (_L B) com difusão (JIB)dã origem a um movimento do plasma que
foi denominado de efeito fonte. Durante a noite, o campo elétrico inver
te seu sentido (leste para oeste), produzindo urna deriva vertical para
baixo, produzindo um efeito fonte invertido.
Existe normalmente, uma assimetria latitudinal entre os
dois máximos da anomalia, a qual é atribuida aos efeitos de ventos ter
mosfricos, conforme indicadd?na fig'3.3.
3.2 O Eletrojato Equatorial
38 -
O eletrojato equatorial consiste numa corrente elétrita
que flui ao longo do equador magnético na direção de oeste para leste,
durante o dia, em altitudes entre 90 e 130 Vn, sendo responsãvel pelas
- 39 -
ti
(3
E ti
e a
O (N.1)
o(ø) 0(U)
o(O
0)
0(e)
o tE90
6 -
MNnetic equotar
340 kM OkM
1
kI,~'d
Macinelic
300
equ.t.r
160 O
5° '0° 5° 0° 5° 10° 1
39°
410
I-eiqht obove qround
(km)
1 MOI
550
650
fl° 2c
- .°Cj Soulh North
90 - Geogrophic latitude
Mognelirdip(deg) - -
Fig. 3.1 - Variaço latitudinal da densidade eletr6nica em altitudes fixas na região da anomalia equatorial (hora local - 12 ho ras). -
MneIic eguo lo, Mognetic latitude (deg)
E
w 3
Fig. 3.2 - O efeito fonte equatorial, mostrando o fluxo de plasma resul tante dos efeitos de deriva vertical E x 8 para cima e difff so ao longo das linhas do campo magnitico. -
- 40 -
1
II
0
1
o z
£4
EL o mi
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z
00 00
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(0 E (0
(OCS-'e- Ci O o > o-
C1)
cv)
o, • 1 '-Á-
'no
.4-
ao
o
o
N
- 41 -
grandes variações no campo magnético observadas próximas do equador ma
nético. A região básica da existência do eletrojato é o grande valor da
condutividade Cõwling, uma lâmina altamente condutora ao longo do equa
dor magnético, confinada a alguns graus de largura (ver a seção 2.5).Du
rante a noite está corrente é bem mais fraca e flui na direção oposta
(de leste para oeste). A existência de grandes densidades de corrente
no eletrojato, durante o dia, dá origem a instabilidades no plasma, sen
do esta uma das causas responsáveis pela camada E esporádica,;na região
do equador magnético.
3.3 Luminescência e Aurora
A radiação eletromagnétcia emitida pela atmosfera supe
nor da Terra nas regiões ultraviôleta, vistvel e infravermelho prõxi
mo, do espectro, são classificadas em duas denominações gerais: lumines
cência e aurora.
A aurora ocorre predominantemente em altas latitudes sen
do tfpicamente mais intensa do que luminescência. Consiste de radiação
eletromagnética emitida pelas espécies atmosféricas, sendo induzida por
partTculas energéticas at5micas e sub-at&nicas de origem extra-terres
tre que penetram na atmosfera pelas regiões polares.
A luminescência tem sua origem em reações fotoqufmicas
e reações de recombinação do plasma ionosférico, e a sua fonte princi
pal de energia é a absorção da radiação eletromagnética solar. A emis
são instantânea (dominantemente devida a radiações de ressonância) é de
- 42-
denominada de luminescincia diurna ("dayglow't), e emissão com demora su
ficiente (energia armazenada em espécies dissociadas, ionizadas e exei
tadas, e liberada a noite por v5rios processos de relaxação) e- denomina
da de lunijnesc&ncia noturna (nightg1ot.i").
3.4 O Vento Pôlar
Na região das auroras (oval uroral), as linhas do campo
geomagnético prolongam-se até a cauda da magnetosfera e espaço interpl!
netãrio. Grande parte da ionização da lonosfera polar superior é perdi
da da Terra, através de uma expansão hidrodinâmica, em grande escala,se
melbante expansão da coroa solar, que produz o vento solar. Este flu
xc de Tons, escapando da ionosfera polar (ver a Fig.11.7, seção 1.5) é
conhecido por vento polar. Este processo envolve a conversãode'energta
térmica e energia potencial elétrica, em energia cinética do movimento
do plasma como um todo, o que requer uma fonte continua de energia, a
fim de compensar as perdas associadas com fricção iõn -neutro e energia
potencial gravitacional. Na ausência de fontes externas de energia, o
processo do vento polar seria acompanhado de um resfriamento do plasma
ionosférico. A existência ou não de fontes externas de energia é ainda
um problema eu estudo sendo que, até o presente momento, pouco é conhe
cido sobre os perfis verticais de temperatura nas regi6es polares.
3.5 Irregularidades lonosféricas
Superposta à estrutura em grande escala da viorÇosfêra,
existem vários tipos de irregularidades erP pequena ésõala,&n todos os
- 43 -
/
nfveis da ionosfera. Dentre as mais estudadas citamos as seguintes:
Espalhamento E ("Spread E' 1 ), deve seu nome g aparência de espalha
mento que ocorre no traço de ionogramas. £ um fen6meno ainda em
estudo e existem úrias teorias propostas. Consiste em irregula
ridades na densidade do plasma, alinhadas ao longo do campo geo
magnético, com dimensões chegando a atingir 10km de comprimento e
lOm de largura, aparentemente relacionadas com Tons riét!iicos
(Fe').
Camada E Esporádica, consiste de finas camadas mais densas, ou A
cuimulos estratificados de ionização na Região E, em altitudes de
100 a 120km. Estas camadas s vazes ocorrem numa série de altitu
des preferenciais, em intervalos em torno de = 6km. Podem atingir
dezenas ou centenas de qui16metros em extensão e se movem com ve
locidades da ordem de 50 mis.. A teoria de sua formação baseia-se
na interação do plasma ionosférico da Região E com cizalhamento
de ventos neutros e o campo geomagntico. A instabilidade de dois
feixes em plasmas contribui para a formação da camada E esporádi
equatorial.
Distúrbios Ionosfrito:Caminhantes, são fen6ménos quase-periódi
cos, com forma ondulatória, com perfodos de 15 mim a 1 hora, ori
ginados do acoplamento entre o plasma da Região F2 e ondas de gra
vidade atmosférica.
Cintilações As irregularidades responsáveis pelas cintilações de
estrElas na faixa de ondas de rádio, localizam-se na Região E, em
altitudes acima de 250 km. Ocorrem principalmente i noite mas são
- 44 -
também, s vézes, observadas durante o dia. Possuem dimens6es tfjôas
de vrios kilometros e velocidades de deriva da ordem de 100 mis.
3.6 Pértubaçes lõnõsféricas
A maioria das pertubaç6es que ocorrem no ionosfera podem
ser atribujdas diretamente aos fen6menos solares chamados erupções, que
constituem fontes impulsivas de rediaç6es eletromagnética e corpuscular.
Os vários fenamenos que ocorrem na ionosfera e magnetosfera, quando os
fluxos alterados de fotons e partTculas atingem a vizinhança da Terra
são conhecidos pelos nomes gerais de tempestades magnéticas,tempestades
ionosféricas, e distúrbios ionosféricos súbitos. Estes incluem mudanças
na taxa de fotoionização, devidas ao aumento no fluxo de radiação solar
na faixa de ultravioleta a raios X, modificaç6es do campo geomagnét•3co
pelo vento solar, aumento da intensidade luminosa de auroras, e vários
outros efeitos consequentes na ionosfera e atmosfera neutra superior.
- 45 -
4. PROPAGAÇÃO DE ONDAS E METODOSDE MEDIDAS DE PARÂMETROS IONOSFtRICO5
4.1 Explõraçãõda lõflõsferacõni Ondas de Rádio
O estudo da propagação de ondas de rádio de alta frequ&i
cia na ionosfera, baseia-se na teoria rrzagnetoi6nica, a qual historicA
mente é associada ao nome de E.V. Appleton. A equação de dispersão fun
damental de Appleton-Hartree é usualmente escrita na forma (para Z ccl)
X(l - X) p2 = 1 - ____________________________
(1 - X) - V/2 ± [4/4 + (1 - X) 2J 1 /2
onde p = fndice de refração
X =
= Z = VIU)
Cie = (nee2/Tneco)1/2 = frequ&ncia do plasma
'ce = e B/me = frequ&ncia ciclotr6nica
v = frequncia de colises
= Y cos e = ' sen e
O = ângulo entre o vetor propagação K e
w = frequ&ncia da onda
(4.1)
O sinal (+) refere-se i onda ordin5.ria e o sinal (-) à ondetS.6rdina ria. Para uma onda incidente verticalmente na ionosfera (suposta estra
tificada horizontalmente), a reflexão ocorre no nfvel onde 112 = O. Pa
ra a onda ordinãria isto ocorre onde X = 1, e para a onda extraordinã
ria a reflexão ocorre no nfvel onde x = 1 - Y se Y c 1, e onde X = 1+Y
se '(cl.
Existe um número enorme de métodos utilizados para efe
tuar medidas de propriedade ionosfricas. Alguns baseiam-se em exper
mentos de rdio-ptopagação com aparelhagem no solo, outros envolvem pro
pagação de ondas de rádio entre o solo e foguetes ou satélites, e ou
tros são experimentos realizados "in situ" com veTculos espaciais (foi
guetes ou satélites). Estes últimos serão considerados na próxima se
ção. A seguir apresentamos uma relação sumária de alguns métodos envol
vendo rádio-propagação:
Sondagem ionosférica, na qual pulsos de ondas de rádio são emitidos
verticalmente, com uma varredura contfnua em frequência, no intervalo
de 1 a 25 MHz, em aproximadamente 15 segundos. Um receptor mede então
o intervalo de tempo decorrido entre transmissão e recepção do eco re
fletido na ionosfera e este intervaTo de tempo é gravado em função da
frequência. Esta gravação em filme é chamada de ionograina, e o sistema
transmissor-receptor-antena é conhecido pelo nome de ionoeonda. A Fig.
4.1 mostra um ionograma tTpico idealizado, o qual contém informação so
bre perfil vertical da densidade eletr&nica até a altitude do pico F2.
Radar de espalhamento incoerente, utiliza o espalhamento incoeren
te(ou espalhamento Thom.son) de ondas de radar de alta potência (da or
dem de MW) e alta frequência (centenas de MHz) por elétrons individuais
da ionosfera. Esta é urna técnica bastante poderosa, sendo usada para
determinar perfis verticais de: densidade e temperatura de eltrons e
Çons, velocidades de deriva verticais e horizontais do plasma (E x B)
e, indiretamente, a velocidade de ventos neutros na ionosfera. r tam
bém utilizado em experimentos de aquecimento artificial da ionosfera.
Reflexão parcial, envolve a reflexão parcial de ondas de rádi.õ' de
frequência média (alguns MHz) por pequenas descontinuidades ou inhomõge
neidades no Tndice de refração da Região O. O método depende fortemen
te do perfil da frequência de colises o qual deve ser suposto conheci
do, a fim de deduzir a densidade eletr6nica a partir dos dados.
Rotação Faraday. Uma onda linearmente polarizada, emitida por um
satélite, tem o seu plano de polarização girado ã medida-que ele atra
vessa o plasma anisotr6pico da ionosfera. As mudanças no plano de pola
rização da onda são recebidas no solo ë permitem determinar a integral
da densidade eletr6nica ao longo do trajeto da onda.
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400
>
o 2
f0 E 'E
3 4 5 (MC/5)
0V7
1 1 1
1 1 /
,1
0 F2 fF2
6 7 8
300
1- 1 o w 1
200
Fig.4..1 - Ionograma: tTpico idealizado, mostrando a altura versus a fre quencia de reflexao, para os modos ordinãrios (õ) e extraordT nario (x). A curva tracejada representa o perfil da altura real versus a frequencia, necesúrio para produzir as curvas de altura virtual.
n
(5) Efeito Dõppler diferencia l. lima onda emitida por um veTado espa
cial é observada do solo, e a mudança na frequ&ncia, devida ao efeito
Doppler associado ao movimento do veículo na linha de visada, é medida.
A presença da ionosfera diminui ligeramente o caminho "6tico" (fase) na
frequência mais baixa.
Outras técnicas de medidas lonosféricas envolvendo rã
dio-propagação são: absorção de rufdo c6smico (riometro), modulação cru
zada, radar biést5tico, absorção diferencial, radar de espalhamento coe
rente, radar rneteõrico, interação de ondas, assobios ("whistiers"), ruj
do VLF, etc.
4.2. Alguns Métodos em Veiculos Espaciais
Existe uma variedade enorme de métodos que utilizam apa
relhos colocados em veÇculo espaciais (foguetes ou satélites) para iii
vestigar as propriedades do plasma ionosfêrico e medir "in situ" para
metros ionosféricos. Considerando que uma discussão adequada destes e
quipamentos, princTpios fTsicos associados, detalhes e precauç6es espe
ciais, tomaria muito espaço, nos limitamos nesta seçãoapenas a mencio
nar alguns aparelhos comumente utilizados: espectr6metros de massa de
Tons (M1), analisadores de potencial de retardação (Ti, nj, Mi -; Vi),son
das de Langmuir (Te , t'e nj), detetores de fluxo de partículas, espec
tr6metros de fotoelétrons, espectrofot6metros e fot&ietros ( luminescên
cia e aurora), magnet6metros, medidores de campos elétricos, experimen
tos de propagação, etc.
- 49 -
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