JornalCana 241 (Fevereiro/2014)

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Ribeirão Preto/SP Fevereiro/2014 Série 2 Nº 241 R$ 20,00 Série do JornalCana mostra visão de especialistas nas principais áreas do setor; nesta primeira, entrevistamos executivos da bioenergia Rui Chammas, novo presidente QUEM SÃO E O QUE PENSAM? Biosev busca aumento na produção

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Quem são os que pensam? Confira qual é a visão de especialistas nas principais áreas do setor.

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Ribeirão Preto/SP Fevereiro/2014 Série 2 Nº 241 R$ 20,00

Série do JornalCana mostra

visão de especialistas

nas principais áreas do

setor; nesta primeira,

entrevistamos executivos

da bioenergia

Rui Chammas, novo presidente

QUEM SÃOE O QUEPENSAM?

Biosev buscaaumento na

produção

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Fevereiro 2014ÍNDICE DE ANUNCIANTES4

ACOPLAMENTOSVEDACERT 16 39474732 62

AÇOS INOXIDÁVEISMARC-FIL 18 39056156 40

ANTI - INCRUSTANTESPRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 46

ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DEINFECÇÕES BACTERIANASBETABIO/WALLERSTEIN 11 38482900 28

PRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 46

ÁREAS DE VIVÊNCIAALFATEK 17 35311075 3

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTODWYLER 11 26826633 31

AUTOMAÇÃO INDUSTRIALAUTHOMATHIKA 16 35134000 48

METROVAL 19 21279400 12

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAISVIBROMAQ 16 39452825 66

BIOCOMBUSTÍVEISBETA RENEWABLES 11 991494604 30

BRONZE E COBRE - ARTEFATOSFERRUSI 16 39464766 52

CALDEIRARIACSJ METALÚRGICA 19 34374242 14

MARC-FIL 18 39056156 40

METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 10

CALDEIRASENGEVAP 16 35138800 55

CARRETASALFATEK 17 35311075 3

CARROCERIAS E REBOQUESRODOBIN 18 36083400 60

RODOTREM 18 36231146 58

SERGOMEL 16 35132600 29

CATRACASSISPONTO 35 38510400 64

CENTRÍFUGASVIBROMAQ 16 39452825 66

COLETORES DE DADOSMARKANTI 16 39413367 4

CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIALSUGARSOFT 19 34023399 66

CONTROLE DE FLUIDOSMETROVAL 19 21279400 12

CORRENTES INDUSTRIAISPROLINK 19 34234000 45

DECANTADORESCSJ METALÚRGICA 19 34374242 14

METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 10

DEFENSIVOS AGRÍCOLASAGRÁRIA 16 36902200 51

SYNGENTA 11 50923305 7 E 9

BASF 11 30432125 39

IHARA 15 32357914 25

ITAFORTE 15 32712971 43

DESTILARIASCONGER 19 34391101 44

EDITORAPROCANA BRASIL 16 3512430023, 35, 49 E 61

ELETROCALHASDISPAN 19 34669300 32

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVILCONGER 19 34391101 44

ENGEVAP 16 35138800 55

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃOANSELL 11 33563100 4

AZ BRASIL EPI 35 37318578 36

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOSAUTHOMATHIKA 16 35134000 48

EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOSPARKER HANNIFIN 12 40093591 17

EQUIPAMENTOS INDUSTRIAISJ. ZULIAN - METALMAG 19 32282667 66

ESPECIALIDADES QUÍMICASPRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 46

EVAPORADORESCSJ METALÚRGICA 19 34374242 14

METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 10

FEIRAS E EVENTOSAGRISHOW 11 35987800 54

FERRAMENTASLEMAGI - SP 19 34431400 40

FERRAMENTAS INDUSTRIAISHANNA 19 34514811 44

FERRAMENTAS PNEUMÁTICASHANNA 19 34514811 44

LEMAGI - SP 19 34431400 40

PARKER HANNIFIN 12 40093591 17

FERTILIZANTESSUPRAPHOS 64 34424356 47

PRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 46

FILTROS INDUSTRIAISMARC-FIL 18 39056156 40

FIOS E CABOSCONSTRUFIOS 11 50538383 9

CORDEIRO CABOS ELÉTRICOS 16 3818.2305 64

FUNDIÇÃOFERRUSI 16 39464766 52

GEORREFERENCIAMENTOJRM GEO 14 34136856 56

GRÁFICASÃO FRANCISCO GRÁFICA 16 21014151 57

IMPLEMENTOS AGRÍCOLASDMB 16 39461800 15

INSPEÇÃO TÉCNICAELETROSERVICE 19 34967710 50

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLEMETROVAL 19 21279400 12

INSUMOS AGRÍCOLASPRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 46

IRRIGAÇÃOGERMEK 19 36827070 34

ISOLAMENTOS TÉRMICOSISOVER 11 22024814 37

MANUTENÇÃO INDUSTRIALELETROSERVICE 19 34967710 50

METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 10

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS AGRIMEC 55 32227710 38

MATERIAIS RODANTESITR SOUTH AMERICA 11 33407555 53

METAISFERRUSI 16 39464766 52

MOENDASFERRUSI 16 39464766 52

MONTAGENS INDUSTRIAISCONGER 19 34391101 44

ENGEVAP 16 35138800 55

NUTRIENTES AGRÍCOLASIHARA 15 32357914 25

PRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 46

UBYFOL 34 33199500 5

PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLASIBP - UNIMIL 19 21050800 27

PENEIRAS ROTATIVASVIBROMAQ 16 39452825 66

PLAINASAGRIMEC 55 32227710 38

PLANTADORAS DE CANADMB 16 39461800 15

PLANTAS INDUSTRIAIS

CSJ METALÚRGICA 19 34374242 14

PRODUTOS QUÍMICOS

BETABIO/WALLERSTEIN 11 38482900 28

PRODUQUÍMICA - SP 11 30169619 46

REFRATÁRIOS

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO 16 3626.5540 63

RELÓGIOS DE PONTO

SISPONTO 35 38510400 64

ROLAMENTOS

NSK ROLAMENTOS 11 32694770 13

PULL ROLAMENTOS 16 21018888 13

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROS

SÃO FRANCISCO SAÚDE 16 08007779070 67

SOLDAS INDUSTRIAIS

AGAPITO 16 39479222 62

COMASO ELETRODOS 16 35135230 42

MAGISTER 16 35137200 11

SUPRIMENTOS DE SOLDA

COMASO ELETRODOS 16 35135230 42

TORRES DE DESTILAÇÃO

METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 10

TRANSBORDOS

DMB 16 39461800 15

TRANSPORTADORES INTERNOS

MARC-FIL 18 39056156 40

TRATORES

MASSEY FERGUSON 51 34628000 68

TROCADORES DE CALOR

AGAPITO 16 39479222 62

MARC-FIL 18 39056156 40

VÁLVULAS INDUSTRIAIS

FOXWALL 11 46128202 22

VEDAÇÕES E ADESIVOS

PARKER HANNIFIN 12 40093591 17

VEDACERT 16 39474732 62

Í N D I C E D E A N U N C I A N T E S

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Fevereiro 2014 CARTA AO LEITOR 5

NOSSOS PRODUTOS

Anuário da CanaBrazilian Sugar and Ethanol Guide

www.jornalcana.com.brO Portal do setor sucroalcooleiro

JornalCanaA Melhor Notícia do Setor

Prêmio BestBIO Brasil

BIO & SugarInternational Magazine

Mapa Brasil de Unidades Produtoras de

Açúcar e Álcool

Prêmio MasterCanaOs Melhores do Ano no Setor

PRESIDENTEJosias Messias - [email protected]

GERENTE DE OPERAÇÕESFábio Soares Rodrigues - [email protected]

ADMINISTRAÇÃO� Controle e PlanejamentoAsael Cosentino - [email protected]� EventosRose Messias - [email protected][email protected]@procana.com.br� Recursos HumanosAbel Martin - [email protected]

REDAÇÃO� Editor Luiz Montanini - [email protected] � Coordenação e FotosAlessandro Reis [email protected]� Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur� Consultor TécnicoFulvio Machado� ReportagemAndréia Moreno - [email protected]é Ricci - [email protected]� Arte Gustavo Santoro� RevisãoRegina Célia Ushicawa

ASSINATURAS EEXEMPLARES11 3512.9456www.jornalcana.com.br/assinaturas

MARKETING /PUBLICIDADE� ComercialGilmar Messias 16 [email protected] Milán 16 [email protected] Giaculi 16 [email protected] Michelle Freitas 16 [email protected]

NOSSA MISSÃOProver o setor sucroalcooleiro de

informações sérias e independentes sobre fatos eatividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar

e seus derivados, visando:� Apoiar o desenvolvimento sustentável, humano,

tecnológico e socioeconômico;� Democratizar o conhecimento, promovendo o

intercâmbio e a união entre seus integrantes;� Ser o porta-voz da realidade e centro de

informações do setor; e� Manter uma relação custo/benefício que propicie

parcerias rentáveis aos clientes e aos demaisenvolvidos.

O MA IS L ID O!

Fone 16 3512 4300 Fax 3512 4309Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia

14096-030 - Ribeirão Preto - [email protected]

ISSN 1807-0264

Artigos assinados (inclusive os dasseções Negócios & Oportunidades eVitrine) refletem o ponto de vista dosautores (ou das empresas citadas).JornalCana. Direitos autorais ecomerciais reservados. É proibida areprodução, total ou parcial, distribuiçãoou disponibilização pública, por qualquer meio ou processo, sem autorizaçãoexpressa. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 eparágrafos, do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamentecom busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122, 123, 124, 126,da Lei 5.988, de 14/12/1973).

Tiragem auditada pelos

10.000 exemplaresPublicação mensal

í n d i c e

www.jornalcana.com.br

c a r t a a o l e i t o rJosias Messias [email protected]

Uma visão de respeitoQuem são e o que pensam os executivos do setor? Há mais de 25 anos o

JornalCana dedica-se a descobrir quem são estas pessoas e a repartir suas ideias

e soluções.

Até há pouco tempo, talvez por conta do isolamento das unidades

produtoras, o setor tinha a tendência de valorizar mais a visão daqueles que

operavam o mercado e, aparentemente detinham mais informações do setor

como um todo, do que daqueles que viviam o dia-a-dia da produção.

Mas hoje, com o avanço acelerado dos meios de comunicação e a

disseminação da importância econômica do setor, são as unidades produtoras

que passaram a catalizar as informações mais relevantes! Não é à toa que há

uma saturação nos eventos voltados ao mercado, onde o que se vê é “mais do

mesmo” e, por outro lado, há uma forte demanda por informações específicas

sobre o que acontece dentro das usinas e nas regiões produtoras.

Quem conhece o setor como ninguém está exatamente no campo, dentro das

usinas. Não está em escritórios, muitas vezes virtuais. Quem entende de usina

vive seu dia-a-dia e em sua respectiva área. Pega o boi pelo chifre, às vezes, mais

de um por dia.

Temos convicção de que o JornalCana tornou-se líder e mantém-se na

liderança de mídia de todo o setor por manter o foco nas usinas e em seus

colaboradores de todos os escalões, além das entidades que legitimamente os

representam. Estas pessoas têm uma visão. E uma visão de respeito.

Por esta razão, começamos 2014 renovando o compromisso de intensificar o

contato e o compartilhamento com os empresários e profissionais das usinas em

todas as regiões do Brasil, pois esta é a única forma do JornalCana manter-se

fora do lugar comum e, de fato, agregar valor ao setor.

Uma visão de respeito merece ser compartilhada.

Boa leitura!

COOPERATIVISMO“Sabemos que todas as coisas cooperam parao bem daqueles que amam a Deus, daquelesque são chamados segundo o seu propósito”.

Apóstolo Paulo, no verso 28 do

capítulo 8 de sua carta aos Romanos

Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6

Cana Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10 a 16� Drama do Nordeste deve se estender por mais duas safras

� REVOLUÇÃO VERDE

� Pedroza comemora sucesso de gestão compartilhada

� Com novo presidente, Biosev busca aumento na produção

Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . . .18 a 22� ENTREVISTA: Mário Luiz Oliveira da Costa

� Quem são e o que pensam os executivos do setor!

Ação Social & Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . . . .24 e 25

Logística & Transportes . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26 e 27

Mercados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .28 a 33� Venda de etanol aumenta 15% e entressafra está garantida

� Preço mundial do açúcar será menor, mas consumo maior

� Leilões garantem investimentos em bioeletricidade até 2018

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34 a 46� Peças de reposição podem parar a produção em usinas

� Tecnologia de ponta muda configuração de usinas

� Condensadores evaporativos proporcionam reuso da água

Pesquisa & Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . .47 e 48� Viabilidade da microalga da vinhaça para produção de etanol é testada

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .50 a 56� Planejamento estratégico antecede o da safra

� Nova variedade dribla estiagem em Usina de Goiás

Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .58� A periculosidade da lei

Política Setorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .59� Metas para biocombustíveis nos EUA deve estagnar mercado

Destaques do Setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .60

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . . .62 a 66

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Fevereiro 2014AGENDA6

A C O N T E C E U A C O N T E C E

ENCONTRO NA USINA IRACEMAEm 11 de dezembro, o Grupo

São Martinho promoveu mais um“Encontro Anual da UsinaIracema”.

Desta vez, o encontro, quecontou com a presença de diversosjornalistas e diretores da unidade,aconteceu em Limeira, SP. Comum resumo dos principais gargalosque envolvem o setorsucroenergético, Luiz CarlosCarvalho, presidente da Abag -Associação Brasileira doAgronegócio, foi um dospalestrantes. Caio, como também éconhecido, criticou as açõesgovernamentais que envolvem oagronegócio em geral, deixandoclaro que, mesmo sendo um dospilares econômicos do país, o setornão é prioridade do governo.

PRÊMIO MASTERCANA COM DATAS DEFINIDAS

Ainda sem locaisdefinidos, as três edições doPrêmio MasterCana já têmdata marcada. No Centro-Sul,a festa acontece no dia 25 deagosto, em Sertãozinho, SP.Já o MasterCana Nordeste,neste ano, acontece em 13 denovembro, em Recife, PE.Por último, em 25 denovembro, será realizado oMasterCana Brasil, em SãoPaulo, capital.

FERSUCROA Stab Leste realiza no período de 8 a 11 de

julho de 2014, no Centro de Convenções deMaceió, AL, a 11ª edição da Fersucro – FeiraRegional Sucroalcooleira. Mais informações atravésdo site www.fersucro.com.br.

FENASUCROA Fenasucro&Agrocana acontece de 26 a 29

de agosto de 2014, em Sertaozinho, SP, oferecendoaos visitantes a oportunidade de explorar toda acadeia de produção: preparo do solo, plantio, tratosculturais, colheita, industrialização, mecanização eaproveitamento dos derivados da cana-de-açúcar.Mais informações www.fenasucro.com.br.

BESTBIO SERÁ EM JUNHO DE 2014O Prêmio BestBIO, que acontece em 3 de junho, em Ribeirão Preto, SP, é uma

iniciativa independente que tem por objetivo central incentivar a sustentabilidadeatravés da divulgação e reconhecimento aos melhores cases da bioeconomia brasileira,com ênfase no desenvolvimento e geração de energias limpas e renováveis. A edição2014 do Prêmio acontece no primeiro semestre de 2014, em data que será definida emjaneiro próximo. Mais informações acesse www.bestbio.com.br.

Josias Messias e Luiz Carlos Carvalho

31º ENCONTRO DO GEMEAO primeiro encontro do Gemea - Grupo

de Estudo para a Maximização das eficiênciasAgroindustriais no Setor Sucroalcooleiro em2014 acontece em 14 de fevereiro, emGoiânia, Goiás. Na ocasião, serão tratadostemas como “Desenvolvimento do setorsucroalcooleiro com geração de energia embiomassa”, “A nova geração de Massa eEnergia em Usinas – Aplicações e Estudos deCaso”, “Paramentos para aumento daprodução de açúcar da sulfitação ao produtofinal”, entre outros. Mais informações pelotelefone (64) 8438-8867

6TH SUGAR ASIAEm fevereiro de 2014, nos dias 27 e 28,

Mumbai, na Índia, recebe o 6th Sugar Ásia,evento que tem como objetivo debater questõesinternacionais voltadas ao segmento. Inovaçõestecnológicas no setor de açúcar, etanol e energiasão alguns dos destaques. Mais informaçõesacesse nexgengroup.in/Exhibition/sugarasia/.

AGRISHOWA Agrishow acontece de 28 de abril a 2 de

maio de 2014, em Ribeirão Preto, SP. Maisinformações acesse www.agrishow.com.br.

SUCRONORA 6ª Mostra Sucroenergética para a Região

Nordeste, acontece de 22 a 25 de abril de 2014,no Centro de Convenções de Pernambuco –Olinda, PE. Mais informações através do sitewww.sucronor.com.br.

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8 CANA LIVRE Fevereiro 2014

Coral e Banda da Delta estreiam em MGEm 19 de dezembro, na cidade de

Uberaba, em Minas Gerais, o Coral Canárioda Terra e da Banda Clave de Sol,patrocinado pela Delta Sucroenergia e peloMinistério da Cultura, fizeram sua primeiraapresentação. O evento aconteceu no TeatroSESI e foi aberto ao público.

Segundo a empresa, o projeto musicalfoi lançado em maio passado, com objetivode formar um coral de colaboradores e abanda de jovens com faixa etária de 12 a 18anos composta de filhos dos colaboradores ecomunidade das cidades onde a DeltaSucroenergia tem parques industriais.

A Barralcool, doMato Grosso, realizaráem março próximo umanova capacitação para"Espaços confinados".Nesse período, novasturmas receberãotreinamento de“Supervisor deEntrada”, com cargahorária de 40 horas,ministrado pela equipeespecializada do SESMT-Serviços Especializados em Engenharia de Segurança eMedicina do Trabalho.

No ultimo mês, cerca de 147 profissionais do GrupoBarralcool foram treinados para trabalhos em espaços

confinados. As trêsturmas receberamcapacitação para“TrabalhadorAutorizado e Vigia”, comcarga horária de 16horas, realizados peloDepartamento deSegurança do Trabalho.

Para o colaboradorCristiano Macedo Dias,do setor de ImplementoAgrícola, o treinamento

permite que as tarefas nestas áreas sejam feitas comsegurança. “Fiz o curso de 16 horas e recebi o treinamentoteórico e prático. Agora, em uma emergência sei como lidarcom esta situação", conta ele.

Barralcool realiza treinamento para “Espaços Confinados”Grupo Carlos Lyra lançanovas embalagens doaçúcar Caeté

As novas embalagens dos açúcares cristal e demeraraproduzidos pela Usina Caeté S/A já começaram a serdistribuídas nos pontos de vendas. O lançamento é umanovidade da safra 2013/14 e conta com um novo produto, osachê do açúcar cristal, cuja comercialização também já foiiniciada.

As novas embalagens de 1kg e 2kg do açúcar cristal e de1kg do demerara, além do sachês de 5g comercializado emcaixas com de 2,5kg e 5kg, marcam uma nova fase do GrupoCarlos Lyra. O gerente de vendas André Bulhões ressalta amodernização da marca Caeté. “Ela se encontra muito bemposicionada no mercado e detém participação significativano comércio varejista do Nordeste, configurando-se como aprincipal marca em liderança de vendas da região”.

O açúcar Caeté é líder de vendas na região nordeste háquatro anos consecutivos, de acordo com pesquisa doInstituto Nielsen.

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Fevereiro 2014PRODUÇÃO 10

Moagem de cana naregião Norte/Nordestedeverá atingir 53 milhõesde toneladas

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Não bastasse a seca severa dos últimos50 anos que atingiu a safra nordestina, aregião Nordeste também sofreu com oexcesso de chuvas atípicas no início de safra.Por um lado, ajudou na produtividade, masem termos de qualidade, ocomprometimento foi sério e deverá atrasaro final do ciclo. Por isso, Renato Cunha,presidente do Sindaçúcar de Pernambuco,acredita que será impossível que a região serecupere em um ou dois ciclos. “Emalgumas áreas da região Nordeste a quebrana safra passada foi em torno de 25%. E em2013, em alguns estados da região (Alagoase mata sul de Pernambuco principalmente),as chuvas inviabilizaram o início da safra,que só se normalizou em meados denovembro”, lembra. Para o executivo, aprodutividade deve crescer em comparaçãoa safra passada, devido às chuvas, porémem termos de qualidade, a sacarose foicomprometida, fazendo com que a canalevasse mais tempo para atingir suamaturação. “O ATR médio está em 120 kgde açúcar por tonelada de cana”, diz.

Até 30 de novembro, os estados deAlagoas, Paraíba, Pernambuco, Piauí, RioGrande do Norte e Sergipe, juntos haviammoído aproximadamente, 17 milhões detoneladas de cana; produzido cerca de 1,1milhão de toneladas de açúcar e 422,6milhões de litros de etanol, segundo dadosdo Ministério da Agricultura, repassadospelo Sindaçúcar-PE.

De acordo com o Sindicato, a moagemde cana na região Norte/Nordeste deveráatingir 53 milhões de toneladas, deveráproduzir 3,85 milhões de toneladas deaçúcar e 1,65 milhão de litros de etanol. Na

temporada anterior, o Nordeste esmagou55,71 milhões de toneladas de cana,encerrando com uma produção de açúcarde 4,14 milhões de toneladas e de 1,87bilhões de litros de etanol.

O estado de Pernambuco, segundo oexecutivo, atravessa o mesmo problema detoda região em termos de qualidade damatéria-prima, e deverá produzir 14milhões de toneladas de cana, 1,26 milhãode toneladas de açúcar e 262,3 milhões delitros de etanol. Na safra 2012/13,Pernambuco produziu 13,57 milhões detoneladas de cana, com produção

subsequente de 1,22 milhão de toneladas deaçúcar e 274,5 milhões de litros de etanol.

O fato que mais aflige o produtornordestino é a situação financeira dasempresas no estado, que ainda estácomprometida, face às intempériesclimáticas que devastaram a agricultura deforma geral, de acordo com Cunha.“Tivemos uma queda de produção em tornode 25% em nossa última safra comparada asafra 11/12, consequentemente,comprometeu nosso fluxo de caixa futuro.Não operamos com margem”, reforça.

Uma situação parecida atravessa oestado de Alagoas. De acordo com nota doSindaçúcar de Alagoas, até o último dia 31de outubro, foram beneficiadas 3,3 milhõesde toneladas de cana ante o ciclo 2012/13,quando no mesmo período haviam sidoprocessadas 5,4 milhões de toneladas decana, registrando uma variação negativa de 39,2%.

Segundo o boletim quinzenal daentidade, até aquela data foram produzidas229 mil toneladas de açúcar dos tipos cristale VPH. Portanto, a redução registrada foi de51,2%, ante a produção de 470 miltoneladas na safra 2012/13.

O Sindicato informa ainda que aprodução de etanol também apresentouuma variação negativa de 35,6%. Foramproduzidas pelas 20 unidades industriaisem operação no Estado 60 milhões de litros,enquanto no ciclo anterior foram 94 milhõesde litros, diz em nota o Sindaçúcar de AL.

Drama do Nordeste deve se estender por mais duas safras

Renato Cunha: qualidade da sacarose foi comprometida

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Fevereiro 2014 PRODUÇÃO 11

Planta da BetaRenewables emCrescentino, Itália

A transformação de resíduosagrícolas em produtos com alto valoragregado já é realidade na biorrefinariade Crescentino, propriedade da BetaRenewables — joint venture entre asempresas Biochemtex, Novozymes e TPG— primeira do mundo a trabalhar comesta tecnologia. A planta pode produziraté 60 mil toneladas de etanol celulósico,utilizando a tecnologia PROESATM.

Estes descartes agrícolas sãomateriais lignocelulósicos, compostos porlongas moléculas (celulose ehemicelulose) envoltas por uma matrizde lignina, o que inviabiliza suametabolização por leveduras. Atecnologia PROESATM torna acessívelesta complexa estrutura, com umprocesso livre de agentes químicos e altorendimento. Inicialmente, a biomassa ésubmetida a um pré-tratamento em altapressão, seguido de rápidadescompressão, separando da lignina.Posteriormente, a celulose e hemicelulosesão hidrolisadas com enzimas,transformando-as em açúcares simples efacilmente metabolizáveis. O produto éentão fermentado e destilado, obtendo-selignina e etanol celulósico que, no

entanto, é somente um dos produtospossíveis.

A partir dos açúcares, com custo deprodução inferior a 0,22 USD/kg, étambém possível obter butanóis,butanodióis e álcoois graxos viafermentação, ou ainda etilenoglicol viacraqueamento catalítico. Já a ligninapode ser utilizada como fonte de energiaou como matéria-prima para a produçãode BTX (benzeno, tolueno e xileno).Todos estes produtos têm como matéria-prima um, até então, descarte agrícola.

Utilizar apenas resíduos paraproduzir uma gama de produtos comalto valor agregado representa um saltonão apenas para o agronegócio, mastambém para o setor industrial nacional.Para o setor sucroalcooleiro em especial,diversificar a produção (insumos eprodutos) significa reduzir o impacto dasfrequentes oscilações do mercado eaumentar o valor agregado dos produtos,criando condições efetivas deredirecionamento estratégico.Resumindo, a tecnologia PROESATMintroduz o Brasil na revolução verde daindústria química, gerando,simultaneamente, um significativoaumento da produtividade noagronegócio, sem investimentos na áreaagrícola.

Beta Renewables SpAwww.betarenewables.com

REVOLUÇÃO VERDE

Processo transforma resíduos agrícolas em produtos com alto valor agregado

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ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

As chuvas do mês de setembroúltimo provocaram muitas perdas eparadas na colheita da Usina Pedroza eforam suficientes para atrasar em ummês a segunda safra da empresa,localizada no município de Cortês, emPernambuco. A informação é de GersonCarneiro Leão, responsável pela Agrocan- Cooperativa do Agronegócio de Cana-de-Açúcar, que administra em conjunto aUsina com o Grupo Farias. A empresaprevê uma moagem de 550 a 600 miltoneladas. “Fizemos muitas paradas atéo mês de outubro e com isso perdemos10% da cana”, revela.

Depois de dois meses, o balanço desafra está positivo, segundo Leão.“Agora a qualidade da matéria-primaestá boa, com um índice de ATR de 138kg/tonelada, contra os índices abaixodos 110 kg/tonelada de setembro eoutubro”, diz.

Apesar da chuva ter impulsionado aprodutividade, ela foi negativa para osíndices industriais por causa dasimpurezas resultantes das chuvas, deacordo com Leão.

Segundo o executivo, haverá quebrade produção este ano, mas para 2014,acredita que a safra poderá crescer cercade 10% porque as chuvas foram boaspara as socarias.

Lançada há pouco mais de um ano,a Cooperativa Agrocan, reúne 1.700fornecedores de cana de Pernambucoassociados, e é responsável pela gestãocompartilhada com o Grupo Farias.

Para evitar o fechamento daunidade, há pouco mais de um ano,Gerson Leão e um grupo de fornecedoressugeriram ao grupo sucroenergético,uma parceria na administração daPedroza, onde os fornecedores seriamgestores da área agrícola. " Os planospara o futuro seria assumirmoscompletamente a usina, que tem

capacidade para moer 1 milhão detoneladas, mas Eduardo Leão ficousatisfeito com o modelo compartilhado epreferiu continuar na administraçãoindustrial", revela.

História Fundada em 1891 por três genros e

um filho do coronel Manoel Gomes daCunha Pedroza (o Barão de Bonito), ausina Pedroza teve um importante papelno desenvolvimento de Pernambuco.

O nome da usina é uma homenagemao coronel Manoel Gomes da CunhaPedroza, que havia recebido o título deBarão de Bonito quatro anos antes dasua construção.

Em 1965, a usina foi vendida a umgrupo composto por Severino Barbosa deFarias, seu filho Antônio Farias,Torquato de Castro, José Cordeiro deCastro, Leonardo do Monte, RubemMonte e Aluízio Freire, que acabaramcom as estradas de ferro, compraramtratores e caminhões e iniciaram aconstrução de estradas de rodagem naregião.

Com esse grupo, de 1965 a 1982, aUsina Pedroza dobrou sua capacidade epassou sua produção de 200 mil sacas deaçúcar para 500 mil. Com a morte deSeverino Farias e o desligamento dosoutros sócios, Antônio Farias passou aser o único proprietário da usina, e fezgrandes transformações.

Em 1982, Antônio Farias tendo queadministrar duas destilarias no RioGrande do Norte, a usina Pedroza e ummandato de deputado federal porPernambuco, passou a responsabilidadeadministrativa da usina para seu filhoEduardo Farias, que, juntamente comsua mãe Geralda Farias, são os atuaisproprietários e administradores da usinaPedroza, até o advento da gestãocompartilhada, onde a Agrocan assumiua área agrícola da empresa.

Pedroza comemora sucesso de gestão compartilhada

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Rui Chammas, novo presidente da Biosev, terá umgrande desafio pela frente. Isso porque o setorsucroenergético segue com problemas financeiros, o quevem inviabilizando investimentos de grande porte. Aindaassim, mesmo em um período de transição na diretoria, aBiosev fechou o segundo trimestre do ano fiscal de 2014com lucro líquido de R$ 80,4 milhões, valor um poucomenor se comparado com os ganhos de R$ 81,2 milhões domesmo período do ano anterior.

O desempenho no trimestre reflete a melhora namargem bruta no período. O ganho de R$ 235,9 milhõesno valor justo do ativo biológico no trimestre tambémimpactou positivamente o lucro líquido, já que no anoanterior, o valor foi de R$ 192,2 milhões.

No trimestre, a receita líquida da empresa cresceu1,8%, chegando a R$ 1,33 bilhão, fruto da melhora nospreços dos produtos comercializados, garantidos pelapolítica de hedge da companhia. A receita de açúcar nomercado externo aumentou para R$ 668,22 milhões notrimestre, valor 4,2% maior que o mesmo período de 2013.

Já no mercado interno, o destaque foi o etanol, cuja receitasubiu para R$ 216,91 milhões, 7,8% acima da registradano segundo trimestre fiscal de 2013.

A área de energia também foi reforçada. Em junhopassado, na cidade de Rio Brilhante, no Mato Grosso doSul, a Biosev inaugurou sua unidade de cogeração deenergia na Usina Passa Tempo.

A nova termelétrica conta com três turbinas geradoras,uma de 17,8 MW e duas de 30 MW, com tecnologiatotalmente nacional, e capaz de gerar até 50 MW deenergia elétrica excedente, o suficiente para abastecer umacidade de até 300 mil habitantes. No local, foraminvestidos R$ 163 milhões, sendo 70% por meio do FCO —Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste.

Outro aumento registrado foi no índice demecanização da colheita. A taxa chegou a 92,5% notrimestre, 2,5 ponto percentual a mais que no ano anterior.O avanço é resultado dos constantes investimentosrealizados pela companhia no aumento de sua eficiênciaagrícola. (AR)

Política de hedge garante trimestre da BiosevUnidade de cogeração de energia na Usina Passa Tempo, de Rio Brilhante, MS

Com novopresidente, Biosevbusca aumento na produçãoANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

A Biosev, empresa controlada pelo grupo LouisDreyfus Commodities, conta com um novo presidentedesde o fim de 2013. Trata-se de Rui Chammas, executivocom experiência em grandes empresas de capital aberto.Ele substitui Christophe Akli que, que ficou no cargodurante sete anos e decidiu deixar a companhia.

Rui Chammas chegou à Biosev com a missão de darcontinuidade ao trabalho realizado por Akli, buscandomelhorar o desempenho operacional e financeiro daempresa, além de contribuir para a geração de valor paraos acionistas. “Em 2014, a Biosev continuará trilhando seucaminho de criação de valor a partir de um forteconhecimento do mercado em que atuamos, sua escala deprodução e seus programas de excelência operacional quedesenvolve tanto nas suas operações agrícolas como nasoperações industriais”, disse Chammas.

Antes de assumir o novo desafio, o representanteocupava o cargo de vice-presidente executivo da unidade depetroquímicos básicos da Braskem SA. Essa foi sua últimaposição na companhia na qual atuou por mais de 11 anos,após passagem de mais de 15 anos pela Rhodia, ondeocupou diversos cargos. Ao deixar a companhia, em 2002,atuava como vice-presidente da unidade de fibras técnicasna América do Sul. “Minha experiência profissional sesomará à competente equipe que encontro na Biosev paraenfrentar os desafios que temos neste setor e estouextremamente motivado em abraçar essa nova etapa”,disse o novo presidente.

A Biosev conta com 12 unidades em operaçãolocalizadas em polos industriais nas regiões Sudeste,Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Com capacidade deprocessamento de 37,9 milhões de toneladas de cana, aempresa pode gerar 2,8 milhões de toneladas de açúcar,1,8 milhão de metros cúbicos de etanol e 1.134 GWh/anode energia elétrica renovável excedente.

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Luiz Carlos Corrêa Carvalho, também conhecidocomo Caio, é diretor da Canaplan Consultoria Técnica epresidente da Abag - Associação Brasileira doAgronegócio. Defensor do setor sucroenergético, orepresentante não vislumbra um ano diferente do passado.Nesta entrevista, Caio aponta os caminhos que o produtordeve seguir em 2014, como associar-se ou não a tradings,ser conservador e renovador ao mesmo tempo (nomercado, cauteloso e renovar seus canaviais), entre outros.Confira:

JornalCana: Quais as perspectivas para 2014 emrelação ao setor?

Caio: O que veremos, em termos de produção, foi“montado” em 2013. Teremos o 1º semestre com preçospouco atraentes e talvez um 2º semestre melhor,dependendo muito do Brasil e da Índia, pelo lado doaçúcar, assim como o etanol dependerá de outra correçãonos preços da gasolina. O câmbio, que pode ser assustadorcom o andar das discussões eleitorais, pode vir a ajudar asexportações de açúcar. Valerá a pena conferir.

Como o produtor deve se comportar? Ser arrojadoou conservador?

Pressuponho que a posição defensiva deva prevalecer.Mas a posição defensiva significa reduzir a renovação doscanaviais, que é a base da produtividade agrícola média. Oque falta é a existência das linhas de crédito (tipo Pro-renova, do BNDES) chegar ao produtor.

Podemos imaginar mais investimentos?Acho difícil outros investimentos que não sejam os

que dizem respeito à renovação correta dos canaviais e emcolunas de etanol anidro. Esses me parecem ser o foco dosinvestimentos.

O mercado tem dado indícios de que associar-se atradings é um caminho sem volta. Essa é a linha, defato?

Na verdade, as “tradings” se tornaram produtoras. Edevem buscar maior produtividade nas suas novasfunções. As usinas tenderão a participar de Blocos deComercialização para melhorar suas alternativascomerciais, face a possibilidade desses blocos de maiorcompetência técnica. Entendo ser essa a tendência, nocaminho de Bioagência; Copersucar e SCA. Esse espaçotende a ser coberto por esses blocos, que vão seaperfeiçoando para essa finalidade.

Como obter ganhos na comercialização e logísticados produtos?

Em “blocos” as chances são muito maiores, poishaverá facilidades maiores em logística e infraestrutura.Será difícil para unidades individualmente terem fôlegopara isso. Desse modo, isso nos parece uma claratendência.

Como o senhor avalia a questão do endividamentodo setor?

Avalio, com base nos dados que tenho acesso, comograve e como um sintoma de dificuldades para cerca de1/3 das unidades, o que é muito. Isso gera um enormediferencial entre os grupos que têm acesso ao capital e osque têm endividamento equilibrado.

Como definir, de maneira sucinta, três pontos.Oferta, demanda e políticas públicas no segmento?

A demanda setorial aceleradíssima para todos osprodutos, seja no mercado interno e/ou externo, se chocacontra uma oferta travada por falta de políticas públicasrazoáveis. (AR)

ENTREVISTA - Luiz Carlos Corrêa Carvalho

CAUTELA E RENOVAÇÃO

Caio: cerca de 1/3 das unidades brasileiras

estão em dificuldades financeiras, e isto é grave

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DA REDAÇÃO

Apresentando um resumo dasprincipais dificuldades que envolvem osetor sucroenergético, Luiz CarlosCarvalho, presidente da Abag — AssociaçãoBrasileira do Agronegócio, e diretor daCanaplan, proferiu palestra no dia 11 dedezembro, em evento promovido pelaUsina Iracema, na cidade de Limeira, SP.Caio, como também é conhecido, criticouas ações governamentais que envolvem oagronegócio em geral. Para ele, mesmosendo um importante pilar econômico dopaís, o setor não é prioridade para a atualgestão do governo federal. Opinião, que foireplicada por ele em vários momentos de2013.

O consultor também exibiu umcontraste econômico internacional emrelação ao Brasil, que aponta o crescimentode países emergentes, além da estagnaçãobrasileira. Isto, de acordo com ele, criará,mais um imbróglio para o setor. “OsEstados Unidos estão superando a crise deforma surpreendente, assim como os paíseseuropeus, que estão saindo do período derecesso. Oriente Médio, Irã e Síria trilhamseus caminhos. Já o Brasil não sabe para

onde seguir”, afirmou.Caio apontou para algumas

tendências no mercado de energiamundial. As fontes de energia nuclear ehidrelétrica devem se manter no mesmopatamar. Com a descendência da utilizaçãode fontes de energia fóssil, como petróleo ecarvão mineral, uma das apostas em curtoprazo é a utilização do gás de xisto, quecresce exponencialmente nos EstadosUnidos e as fontes de energia renováveisterão um papel de destaque,principalmente até 2025.

Luiz Carlos Carvalho, afirmou que opaís precisa se concentrar no que tem demelhor e mais forte, no caso, oagronegócio. “Outros países sofrem comlimites geográficos, climáticos e de recursosnaturais. O Brasil, não. Mas ainsensibilidade do Governo Federal é tãogrande que estamos em uma situaçãocrítica para o setor sucroenergético”,avaliou.

Caio também destacou, que mesmocom as dificuldades externas, com políticaspúblicas efetivas, o cenário pode mudar.“O setor sucroenergético brasileiro nuncateve um mercado tão promissor. Todavia,sempre iremos conviver com situações derisco. Mas a ausência de uma política

estratégica não nos dá a chance dearriscar”, disse.

Com relação a produção de cana para2014 o consultor não está otimista. “Nãotivemos um índice de renovação decanaviais satisfatório. Com isso, a idademédia das plantas irá aumentar, o quepode impedir o avanço necessário daprodução”.

PrevisõesEm suas previsões para o mercado de

cana-de-açúcar, a demanda continuaráaquecida. O mercado de açúcar serácrescente nos países emergentes, emboramais lento no Brasil. Já o mercado internode etanol, será crescente no Brasil,entretendo, mais em baixa nos demaispaíses produtores. O crescimento daoferta, deve se comportar inicialmente deforma positiva, mas terá um recesso. “Aexpansão da área plantada terádiminuirá, enquanto o processo deconcentração e renovação das áreasplantadas será maior e mais produtivo. Nacontramão haverá altos índices deendividamento e acesso a novos recursos”,destacou.

De acordo com Caio, para suprir ademanda do mercado doméstico de açúcare manter 50% de participação no mercadomundial, a produção brasileira precisa serampliada em 12,8 milhões de toneladas, oque acarreta em 100 milhões de toneladasde cana-de-açúcar adicionais.

Crescimento setorialO modelo de crescimento do setor foi

outro ponto abordado por Luiz CarlosCarvalho. A dúvida questionada foi se omodelo está desgastado.

Para o consultor, os fatores que geramdesconforto com as perspectivas demercado em médio e longo prazos, são: afalta de investimentos ampliados, como, aproporção do PIB setorial. A ausência depolíticas de longo prazo que aumentem aprodutividade e a competitividade, nãoobstante, o aumento sensível nos custos deprodução. Além disto, a falta deprioridades para matriz energética, as nãocorreções em deficiências estruturais, asrestrições ao capital externo e novas áreade plantio, e atração ao capital que EUA eÁsia terão, criarão um cenário onde a taxade expansão será baixa.

Ausência de política estratégica ainda prejudica mercado promissor

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A partir desta edição, desta página e até a página 21passamos a pulicar a série “Quem são e o Que Pensam”,revelando as personalidades de todas as áreas do setorsucroenergético e o que pensam especificamente sobre sua área,onde são especialistas. Começamos falando com três profissionaisda área de bioenergia, o engenheiro agrônomo Hugo Bruno

Correa Molinari, pesquisador da Embrapa Agroenergia, oengenheiro mecânico Francisco Emilio Baccaro Nigro, professorda Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e oengenheiro mecânico Alfred Szwarc, consultor da União daIndústria de Cana-de-Açúcar (Unica) nas áreas de combustíveis,meio ambiente e tecnologia desde 1998.

QUEM SÃO E O QUE PENSAM OS EXECUTIVOS DO SETOR!

Hugo Molinari, daEmbrapa Agroenergia,por exemplo, tem papelimportante nodesenvolvimento da canatransgênica no país

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

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O setor sucroenergético brasileiroconta com personalidades de destaque emdiferentes áreas que desempenham papelimportante em defesa dos interesses daatividade, na gestão administrativa,comercial, agrícola e industrial de unidadese grupos produtores de açúcar, etanol e

bioeletricidade e no desenvolvimento denovas tecnologias.

Há ainda um grupo depersonalidades, dentro e fora das usinas,que tem forte atuação voltada àsustentabilidade, com foco na áreaambiental, energética e de biotecnologia,que ajudam a mudar os rumos do setor pormeio de pesquisas científicas, iniciativasecologicamente corretas, açõesinstitucionais e divulgação dos benefíciosda bioenergia.

Esses “executivos” dasustentabilidade se tornam, em diversoscasos, baluartes e incentivadores dainovação. O engenheiro agrônomo HugoBruno Correa Molinari, pesquisador daEmbrapa Agroenergia, por exemplo, tempapel importante no desenvolvimento dacana transgênica no país, que deverá criarcondições favoráveis para o aumento daprodução agrícola no setor

sucroenergético nas áreas de cana jáexistentes. Transgenia tem a ver, nessecaso, com o crescimento vertical.

Para dar passos nessa direção, HugoMolinari coordena pesquisas que estudamos genes da família DREB que já passarampor validações em provas de conceito,realizadas em plantas modelos pelo JapanInternational Research Center forAgricultural Sciences (Jircas), um dosparceiros da Embrapa nesse projeto.

Desta família, fazem parte o DREB1Aque tem atuação importante na tolerânciaao frio e o DREB2A que está maisenvolvido na tolerância a estressesabióticos relacionados à seca, salinidade ealtas temperaturas.

Para cana-de-açúcar, a EmbrapaAgroenergia fez a validação do DREB2Aem casa de vegetação. Nessa prova deconceito, o gene foi testado especificamentepara tolerância à seca, que é um dos

maiores problemas da cana no campo. E oresultado foi positivo, revela Molinari.

O trabalho realizado com genetolerante a seca selecionou dez eventos detransformação que tiveram uma melhorperformance fisiológica e agronômica,detalha Hugo Molinari. O DREB1A, commaior resistência ao frio, será trabalhadobrevemente

Entre outros estudos, ele realizapesquisa que tem a finalidade dedesenvolver por meio de ferramentasbiotecnológicas uma cana com a paredecelular diferenciada para facilitar aprodução de etanol de segunda geração.

Hugo Molinari, que fez mestrado emGenética e Biologia Molecular naUniversidade Estadual de Londrina, possuidoutorado em Agronomia pelaUniversidade Federal do Paraná e pós-doutorado em Biologia Molecular peloRothamsted Research, da Inglaterra.

“Executivos” da sustentabilidade mudam foco do setorHugo Bruno Correa Molinari, pesquisador da Embrapa Agroenergia

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O desenvolvimento da canatransgênica, resistente a seca, estáiniciando agora uma nova etapa noBrasil. “Vamos testar esse materialem condições reais de campo”, revelaHugo Molinari. Em dezembro, aComissão Técnica Nacional deBiossegurança (CTNBio) autorizou a multiplicação doseventos, ou seja, das plantas testadas e aprovadas em casasde vegetação, visando a produção de mudas.

Programados para serem realizados em área do Centrode Tecnologia Canavieira (CTC) – que é também parceiro daEmbrapa Agroenergia no projeto –, em Piracicaba, SP, essesensaios no campo precedem outra fase importante nessajornada voltada à obtenção da cana transgênica. “A nossa

perspectiva é começar o plantio experimental de canatransgênica em outubro ou novembro após a multiplicaçãode mudas”, revela.

Para fazer isto, haverá necessidade de outra autorizaçãoda CTNBio. “Estamos entrando com o pedido para arealização de teste para avaliar a planta no campo”, diz. Opesquisador da Embrapa acredita que a solicitação seráaprovada. “Não adiantaria nada a Comissão deBiossegurança autorizar a multiplicação de mudas, se nãoirá autorizar a avaliação do plantio. Não teria lógica”,observa.

Segundo ele, a ideia é avaliar a cana planta em pelomenos duas socas. “Vamos ter bom indicativo para ver comoo material se comporta após três ciclos (cana planta e duassocas)”, afirma. (RA)

CTNBio autoriza produção de

mudas de cana transgênica

PESQUISADOR ESTUDAFERRAMENTAS DAENGENHARIA GENÉTICA DE PRECISÃO

Hugo Molinari realizou também estudos, entre abril eagosto de 2013, voltados ao desenvolvimento de novasferramentas de engenharia genética de precisão, no PlantGene Expression Center, do Agricultural Research Center(ARS) – o órgão de pesquisa do Departamento deAgricultura dos Estados Unidos (USDA). Esse trabalho, feitoem conjunto com o pesquisador Alexandre Nepomuceno, daEmbrapa Soja, teve como foco o estudo e a identificação denovos genes alvo relacionados à tolerância a seca em plantasmodelo.

“Fomos trabalhar uma estratégia nova nodesenvolvimento de plantas transgênicas”, conta HugoMolinari que esteve participando dessa atividade nosEstados Unidos por meio do Laboratório Virtual daEmbrapa no Exterior (Labex/EUA). Houve a utilização deduas novas tecnologias para gerar construções gênicasvisando a transformação da planta.

Com esses recursos – explica –, é possível identificar,com precisão, o local exato onde está sendo inserido o geneno genoma da planta e manipular especificamente o gene deinteresse, como o de tolerância a seca. “A ideia é criarmodificações especificas no DNA para a introdução decaracterísticas de interesse agronômico”, diz. Foitrabalhado, nesse estudo, um novo grupo de genesrelacionado ao ciclo circadiano das plantas. (RA)

Consultor da Unicahomenageia “pai” do carro a álcool

Em relação à sua trajetória profissional, Alfred Szwarcfaz questão de destacar a convivência com o engenheiroaeronáutico Urbano Ernesto Stumpf (falecido em 1998), queera pesquisador do Centro Técnico Aeroespacial (CTA) eprofessor do Instituto Tecnológico de Aeronaútica (ITA). “Elemerece ser reconhecido como o pai do carro a álcool noBrasil”, ressalta o consultor da Unica, em tom dehomenagem.

Alfred Szwarc, que foi estagiário de Stumpf no CTA ealuno dele na Escola de Engenharia de Taubaté, lembra queele tinha a percepção que o etanol poderia ser uma soluçãopara o Brasil. Na época em que ocorreu a primeira crise dopetróleo em 1973, o governo brasileiro estava preocupadoem encontrar uma saída para a dependência do país queimportava 80% de suas necessidades relacionadas a esseproduto.

Stumpf começou a realizar pesquisas na área edesenvolveu um trabalho voltado para a conversão de motor.Ele converteu três veículos a gasolina – um dodge, um fusca eum Gurgel Xavante – para álcool e percorreu o Brasil, em1976, para demonstrar a viabilidade técnica do uso doetanol. “O governo reconheceu o trabalho e essa ideiaganhou uma grande dimensão”, afirma Alfred Szwarc.

O consultor da Unica admite que o contato com oprofessor Stumpf teve grande influência na sua carreiraprofissional. “Ele era um homem apaixonado pelo que faziae passava essa paixão para os outros. Aula dele, mesmosendo no sábado de manhã, ninguém perdia. Era um show”,enfatiza. (RA)

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Além de defender comfirmeza o etanol, AlfredSzwarc participa doencaminhamento dequestões ligadas àsustentabilidade daatividade sucroenergética

“Existe umreconhecimento dasvantagensambientaisproporcionadas peloetanol. O que falta évalorar isto, de umaforma adequada, o que não é simples,embora já existam alguns trabalhos nessalinha”. A avaliação é do engenheiromecânico Alfred Szwarc, consultor daUnião da Indústria de Cana-de-Açúcar(Unica) nas áreas de combustíveis, meioambiente e tecnologia desde 1998. Eleintegra o grupo de profissionais que temdestacada atuação voltada àsustentabilidade do setor sucroenergético.

A Unica enfatiza com frequência anecessidade do poder público reconheceras externalidades positivas do etanol quetem sido penalizado por políticas públicasinconsistentes, afirma Alfred Szwarc.Diversos estudos comprovam as vantagensambientais proporcionadas pelo etanol.

Segundo ele, trabalhos realizados noBrasil demonstram que a redução dosgases de efeito estufa chega a 90% emrelação à gasolina e ao óleo diesel no ciclode vida do produto. “Essa redução nãoocorre apenas na ponta do escapamento. Épreciso considerar todo o benefício dacaptura do gás carbônico pelo sequestro dafotossíntese”, esclarece.

O setor sucroenergético teveauditorias internacionais - muito mais doque outros segmentos – que comprovaramos benefícios do etanol, constata.“Enquanto o setor sucroenergético éauditado, virado pelo avesso, nada dissoacontece no segmento petrolíferobrasileiro”, compara

Além de defender com firmeza oetanol, Alfred Szwarc atua em dois fórunsque discutem e encaminham questõesligadas à sustentabilidade ambiental daatividade sucroenergética. Ele coordena oComitê de Meio Ambiente Unica-Centro deTecnologia Canavieira (CTC) e exerce ocargo de vice-presidente da CâmaraAmbiental do Setor Sucroalcooleiro, quetem inclusive a participação da Unica e da

Cetesb (Companhia Ambiental do Estadode São Paulo).

“Procuramos fazer a interface dosinteresses do setor produtivo com asdemandas ambientais”, observa. Segundoele, a atuação é de maneira proativa e nãodefensiva. A questão da queima da palha,da aplicação de vinhaça e de resíduos estãoentre os assuntos discutidos nesses fóruns.“As câmaras ambientais criam um canal deinteração permanente com o governo”,afirma.

O que se procura é uma convergência– ressalta – dentro do conceito mais amplode sustentabilidade que inclui as questõesambiental, econômica e social. O consultorda Unica observa que entre os assuntosabordados pela Câmara Ambiental, um

dos destaques foi uma resolução doConselho Nacional do Meio Ambiente(Conama), de 2006, que estabelece limitesde emissão para caldeiras novas. Aresolução foi inclusive discutida e adotadaem outros estados.

Mais recentemente, em 2011, houveum trabalho semelhante em relação aemissões de caldeiras mais antigas. “Emoutros estados, onde não há um cuidadocom a questão ambiental como ocorre emSão Paulo, existiam caldeiras sem nenhumcontrole. Isto não é necessário e depõecontra o discurso de sustentabilidade dosetor”, comenta. Foram definidas regrasmínimas para o controle das emissõesdesses equipamentos.

Alfred Szwarc acompanha também astendências tecnológicas, no âmbitoprodutivo, em relação a algumas questõesespecíficas voltadas, por exemplo, para oetanol de primeira geração, o de segundageração e as sinergias que possam existirentre uma tecnologia e outra.

Faz também um trabalho deacompanhamento de aplicações novas, ouseja, o que pode ser feito de diferente com oetanol em relação ao que é feito hoje. Nasua atuação no segmento tecnológico, eleestá atento aos novos processos deprodução, às novas tecnologias e aplicações– resume.

“Procuramos fazer também ainterface entre o setor automobilístico e decombustível e a Unica”, diz ele que integrao conselho da Associação Brasileira deEngenharia Automotiva. Recentemente,passou a fazer parte da diretoria de meioambiente da Federação das Indústrias doEstado de São Paulo (Fiesp). Commestrado em Ciências de Controle daPoluição Ambiental pela Universidade deLeeds, na Inglaterra, Alfred Szwarc é pós-graduado em Gestão Ambiental pelaUniversidade do Sul da Califórnia, nosEUA. (RA)

Alfred Szwarc, consultor da Unica

Benefícios ambientais ainda precisam ser valorizados

O etanol é a melhor solução para omundo hoje. Existem outras tecnologias,que podem apresentar resultados melhores,mas que ainda não estão equacionadas,observa Alfred Szwarc. “A questão práticadeve ser levada em conta. A nossa estruturapara os próximos 20 ou 30 anos, comcerteza será baseada em combustíveislíquidos devido a maior facilidade detransporte, estocagem, manuseio”,comenta. De acordo com ele, o carroelétrico pode ser uma alternativainteressante, porém precisa ainda evoluir.“Esse veículo vai ter o seu lugar nomercado. Mas, continuará por muito temposendo um nicho. É mais caro, existetambém a questão da autonomia”, diz.

Na avaliação do consultor da Unica,

outro fator que limita o mercado do carroelétrico é o custo da bateria que equivaleentre 30% a 40% do preço do veículo e temvida útil de cinco anos.

A ampliação do espaço do etanolem outros países depende, no entanto,de políticas públicas. “Existemmecanismos em todo o mundo que osgovernos utilizam da melhor formapossível para incentivar aquilo que elesconsideram interessante. No Brasil, agente fica envergonhado em discutiressa questão de incentivo, porque istolembra a palavra subsídio. Mas, comoficam as externalidades positivas doetanol, como a geração de emprego e osbenefícios proporcionados para asaúde?” – indaga. (RA)

Ampliação do espaço depende de políticas públicas

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Para satisfazer orequisito de reduçãode consumo decombustível nomundo – aliado àexigência dodesempenho do veículo – a tendência é afabricação de motores pequenos comturbocompressor para que não ocorraperda de performance. Em 2020,provavelmente, 50% dos carros novos vãoestar com essa tecnologia no mundo. E,neste contexto, o etanol é muito melhor doque a gasolina.

Quem afirma isto é o engenheiromecânico Francisco Emilio Baccaro Nigro,professor da Escola Politécnica daUniversidade de São Paulo (USP), que estáhá décadas ligado ao desenvolvimento e àdivulgação do motor a etanol e, maisrecentemente, do carro flex. No caso datecnologia de motor pequeno comturbocompressor, ele explica que asvantagens do etanol ocorrem por causa doseu calor latente de vaporização que esfriao ar, o que possibilita a elevação dapotência do motor com maior facilidade.

“O turbocompressor, quandocomprime para jogar mais ar para dentro,esquenta o ar e, se for com o uso degasolina, começa a bater pino, Por isso, épreciso baixar a taxa do motor, o quediminui a eficiência. Com o etanol, isto nãoacontece”, compara. É preciso aproveitar oque virá para impulsionar novamente oetanol, ressalta Francisco Nigro que temidentificado, em sua trajetória profissional,novos caminhos para o biocombustível decana.

Pesquisador aposentado do Institutode Pesquisas Tecnológicas (IPT), eleacompanha a evolução e os estudos domotor a etanol desde 1977, quandointegrou inclusive a coordenação de umprograma de energia do instituto, que évinculado à Secretaria de DesenvolvimentoEconômico, Ciência e Tecnologia doEstado de São Paulo.

Naquela época, havia necessidade de

se alavancar competências para fazermotor a álcool no Brasil. As montadorasnão estavam muito interessadas nesse tipode desenvolvimento nem na fabricação decarro a etanol – conta Francisco Nigro, quepossui mestrado em Engenharia Mecânicapela Escola Politécnica da Universidade deSão Paulo e doutorado em MechanicalEngineering pela University of Waterloo,no Canadá.

“Começamos a ensinar as retíficas aconverter veículos movidos a gasolina paraálcool”, relata. Esse trabalho – iniciado nogrupo do IPT chefiado por Francisco Nigro– era baseado na tecnologia desenvolvidapelo pesquisador do Centro de TecnologiaAeroespacial (CTA), Urbano ErnestoStumpf. Ele tinha realizado experiênciasdurante três anos, de 1973 a 1976, comdiversos tipos de motores, adaptando-ospara o uso do álcool combustível.

Após o trabalho iniciado pelo IPT,houve a elaboração de um projeto com a

Secretaria de Tecnologia Industrial doMinistério da Indústria e Comércio(STI/MIC), que incluiu a formação decentros de apoios tecnológicos em diversosestados, com a finalidade de orientar e darsuporte a retíficas na realização dotrabalho de conversão. “Havia reuniões acada três meses para avaliar o que estavasendo feito”, diz Francisco Nigro.

Só podia abastecer com etanol nasbombas quem tivesse o selo de conversãodo motor, recorda o professor da EscolaPolitécnica da USP. A preocupação, naépoca, era tornar o motor a etanol o maiseficiente possível. Em 1980, as montadorascomeçaram a fabricar esse tipo de motor.“As primeiras versões dos veículos a álcooleram 15% mais eficientes em termos deenergia (megajoule por quilômetro) emrelação à gasolina. Com o tempo, essadiferença foi diminuindo. O poder caloríficodo etanol sempre foi menor, no entanto, emrelação à gasolina.”, observa. (RA)

Carro com motor pequeno pode alavancar o etanol

Francisco Nigro, professor da USP

Seminárioincentivou a adoçãoda tecnologia flex

Entre outros trabalhos, Francisco Nigroparticipou de um estudo, que testava o usode uma mistura de etanol, metanol egasolina, com uma determinada proporçãopara que o motor funcionasse como se fossea etanol. “Era uma opção para que os carrosa álcool pudessem ser utilizados mesmonuma quebra de safra de cana queprovocasse a diminuição da produção deetanol”, conta.

Quando houve falta do álcoolcombustível, o MEG – que era o nome doproduto com a mistura de metanol, etanol egasolina – se tornou uma alternativa deabastecimento durante quatro anos,informa.

No final da década de 90, quando afrota de carros no Brasil era composta por98% de veículos com motores a gasolina, ospostos de combustíveis queriam fechar a“bomba” de etanol, afirma FranciscoNigro, que é também assessor técnico daSecretaria de Desenvolvimento Econômico,Ciência e Tecnologia do Estado de SãoPaulo.

Com o objetivo de criar umaalternativa para o consumo de etanolnaquela época, ele idealizou e foi um dosorganizadores de um seminário –promovido pelo IPT– que teve a finalidadede discutir e incentivar o desenvolvimento ea adoção da tecnologia flex.

O evento – que aconteceu em março de2.000 – reuniu integrantes do governofederal, estadual, além de representantes demontadoras e do setor sucroenergético, quese mostravam ainda reticentes quanto àprodução do carro flex como alternativaviável para o mercado.

O carro bicombustível ou flex fuel –como também era denominado – acabousendo lançado em 2003 para se tornar ummarco para o setor sucroenergético e para osfabricantes de veículos automotores. (RA)

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ENTREVISTA: Mário Luiz Oliveira da Costa

DA REDAÇÃO

A MP 627, que traz mudanças na legislação tributáriafederal, foi publicada no dia 12 de novembro de 2013. Dadasua extensão, a MP vem sendo muito discutida porprofissionais que lidam com o tema, já que mesmo sendoválida apenas em 2015, já em dezembro deste ano, deverãoser tomadas decisões de grande impacto, como realizar ounão distribuição de lucros, cálculo dos juros sobre capitalpróprio, entre outros. Para falar melhor sobre o tema, oJornalCana entrevistou o advogado Mário Luiz Oliveira daCosta, um militante na área de Direito Tributário, com cursosde especialização em Direito Tributário e DireitoEmpresarial. Confira a entrevista:

JornalCana: A MP 627, de novembro último, trouxemudanças na legislação tributária federal. Quais as quemais se aplicam e afetam o setor?

Mário Costa: Ela introduziu diversas inovações emrelação ao imposto sobre a renda das pessoas jurídicas, àcontribuição social sobre o lucro líquido, ao PIS e àCOFINS. Além disso, dentre outras providências, revogou oRTT - Regime Tributário de Transição e alterou as regras detributação tanto dos lucros de controladas e coligadasestrangeiras de pessoas jurídicas brasileiras, quantodaqueles auferidos por pessoas jurídicas estrangeirascontroladas por pessoas físicas residentes no Brasil. Algumasalterações que não atingem necessariamente todos oscontribuintes, mas são extremamente relevantes, dizemrespeito às novas regras para a tributação dos lucros decontroladas e coligadas (com diversos novos critérios deadoção opcional para 2014 e obrigatória a partir de 2015) epara a amortização de ágio por rentabilidade futura emcasos de incorporação, fusão e cisão.

Dentre outras disposições, a amortização passou a servedada se a aquisição da participação societária for feitamediante substituição de ações ou quotas. Como exemplo dealterações relevantes que atingem todos os contribuintespode-se citar o fim do RTT e a determinação de que acompensação de prejuízos não operacionais seja limitada aoslucros da mesma natureza. Quanto ao fim do RTT, foi fixadocomo obrigatório a partir de 2015, mas há uma verdadeiraarmadilha (e ilegitimidade), pois, somente àqueles queoptarem por adotar as novas regras à partir de 2014 foiexpressamente assegurada a não tributação dos lucros, jurossobre o capital próprio e resultados de equivalência

patrimonial calculados conforme as normas contábeis emvigor entre 2008 e 2013. Há também incerteza se a ReceitaFederal passará a entender sujeitos ao PIS e à COFINS nasistemática cumulativaquanto aos resultados positivos deequivalência patrimonial, pois foi revogada a norma queexplicitava sua não sujeição a tais contribuições (tendo sidomantida a previsão expressa de não oneração apenas naapuração não cumulativa). Ocorre que, independentementede previsão expressa, não se trata de efetiva receita, mas demeras atualizações periódicas dos registros contábeisatinentes às participações societárias. Aliás, o Plenário doSTF já decidiu que o conceito de receita bruta compreende“o ingresso financeiro que se integra no patrimônio nacondição de elemento novo e positivo, sem reservas oucondições” (RE nº 606.107), o que, obviamente, não se aplicaaos resultados de equivalência patrimonial. Todavia, comonão há norma determinando de forma expressa a incidênciado PIS e da COFINS nessa situação (e foi revogada aquelaque explicitava a não incidência), a Receita Federal deveráesclarecer seu entendimento acerca do tema.

As mudanças promovidas pela MP 627 fizeram comque surgissem centenas de emendas pelos congressistas.Com isso, mantém-se constitucional?

A apresentação de diversas emendas a MedidasProvisórias é comum e, quanto mais variados os temastratados, maior será o número de propostas de emendas e detentativas de "caronas". Infelizmente, o abuso na edição deMedidas Provisórias desvirtuou o processo legislativo noBrasil, fazendo com que matérias que devessem serexaminadas com calma e cuidado pelo Congresso Nacionalàs vezes o sejam de forma açodada.

Há quem acredite que a MP 627 tenha cunhomeramente político. Que objetivos políticos seriam esses?

A questão política diz respeito à opção do governofederal em regular estes e outros tantos temas por MedidaProvisória, ao invés de fazer uso do processo legislativoregular. A MP 627 não foi editada para regular fato novo,grave, relevante, mas, apenas, para atender a conveniênciapolítica do governo federal no sentido de começarem logo avigorar as alterações na legislação fiscal que reputanecessárias.

Com isso, consegue o governo federal "queimar etapas" eintroduzir na ordem legal regras que entende convenientes ounecessárias com menor espaço de tempo e, em geral, menordesgaste com o Congresso do que se verificaria no processolegislativo regular. O abuso decorre, também, da absolutaimprevisibilidade de tempo para a tramitação dos projetos delei em geral, alguns em tramitação há vários anos ou décadas.

Qual a solução?A solução não é simples e demanda atitude, esforço

conjunto, dos três Poderes. O Executivo deveria editarMedidas Provisórias apenas e tão somente em casos deefetiva relevância e urgência. O Legislativo deveria rejeitarde pronto quaisquer Medidas Provisórias editadas sem ocumprimento deste requisito de validade e agilizar atramitação dos projetos de lei em geral, em especialdaqueles de maior interesse do Estado e, também, dogoverno federal (interesses esses que nem sempre seconfundem). Ajudaria muito, para que o Congresso assimprocedesse, a redução substancial no volume de MedidasProvisórias a serem examinadas. O Poder Judiciário, de seuturno, daria grande contribuição se passasse a declarar ainconstitucionalidade das Medidas Provisórias que nãotratam de fatos relevantes e urgentes. O setor terádificuldades em se adaptar à "Lei da Nota Fiscal", que determina a inclusão, nos documentos fiscais do valor aproximado dos tributos federais, estaduais emunicipais, cuja incidência influi na formação dosrespectivos preços de venda.

Mário Luiz Oliveira da Costa explica

principais alterações feitas pela MP 627

ADVOGADO EXPLICA A MP 627

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DuPont estimula valorização do trabalhador ruralO Projeto “Meu Herói, o Agricultor”,

realizado em parceria com a FundaçãoRaízen, DuPont e Coplacana, atingiu maisde 5 mil alunos nas cidades de DoisCórregos, Igaraçu do Tietê, Jaú, Valparaíso,Maracaí, Jataí e Piracicaba. Voltado paracrianças de 9 e 10 anos, o principal objetivoda ação foi a valorização do trabalhadorrural, além de estimular a agriculturasustentável e a preservação do meioambiente. O lançamento do projeto contoucom a apresentação de um desenhoanimado, entrega de cartilha com históriase jogos, desenvolvimento de redações edesenhos, além da produção de umbrinquedo com materiais de reúso.

Os autores dos melhores desenhos

foram premiados com uma bicicleta e aescola que produziu o melhor brinquedoganhou um computador completo comimpressora. A seleção dos ganhadores foirealizada por uma comissão julgadoraformada por representantes da Secretariado Meio Ambiente e da Educação e doConselho Municipal da Criança e doAdolescente.

Para Lúcia Teles, gerente deResponsabilidade Social da Raízen, aparceria entre Dupont, Raízen e Coplacanaveio somar as ações de responsabilidadesocial realizadas pela empresa. “Estamossempre presentes nas escolas levandoatividades que possam complementar oplano de aula, como peças teatrais, por

exemplo. Com o projeto “Meu Herói, oAgricultor” tivemos a oportunidade devalorizar a agricultura, mostrando aimportância do trabalhador do campo e aimportância de preservar o meio ambiente,além de premiar os alunos e as escolas”,analisa Lúcia.

“Acreditamos que este tipo de projeto— entre a Raízen e as empresas parceiras —são capazes de beneficiar as comunidadeslocais onde estamos presentes, fomentandoum crescimento sustentável do nossonegócio”, corrobora Roberto Rossi,coordenador de suprimentos da Raízen.

De acordo com Maurício Fernandes,gerente de StewardShip DuPont, para arealização das ações de Stewardship, a

DuPont conta com uma equipe deprofissionais altamente capacitados eengajados em comunicar o uso correto eseguro dos defensivos agrícolas,promovendo o uso racional e responsáveldurante todo o ciclo de vida do produto,desde a pesquisa básica nos estudos damolécula até o processo final de descartedas embalagens pelo agricultor. “A área deStewardship da DuPont mantém uma sériede projetos educativos dentro do Programade Segurança e Saúde no Campo, sendoeles: Projeto DuPont Escola, ProjetoDuPont Universidade, Projeto DuPontNatureza, Projeto DuPont Mulheres noCampo e Projeto DuPont Uso Correto eSeguro, afirma Fernandes.

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O gerente de StewardShip DuPont, Maurício Fernandes,explica que o Projeto DuPont Escola trabalha com amensagem de conscientização do homem do campo atravésda simplicidade das crianças. “Como as crianças sãoautênticas e cativantes, elas se tornam agentesmultiplicadores do que aprendem sobre os cuidados nomanejo dos defensivos agrícolas. Ao destacar o agricultorcomo herói do seu universo infantil, do Brasil e do mundo, oProjeto DuPont Escola valoriza o trabalhador rural comoprodutor de alimentos saudáveis. Isso desenvolve nascrianças o respeito pelo seu trabalho, desperta para a práticada cidadania e estimula a agricultura sustentável,preservando o meio ambiente”, elucida Fernandes.

A abordagem didático-pedagógica promovida peloprojeto é interativa e participativa para permitir a assimilaçãodos conceitos propostos e sua divulgação junto à família,promovendo a mudança de atitudes e comportamentos. Deacordo com os responsáveis pelo projeto, somente no ano de2013 foram beneficiadas mais de 130 escolas em todo o

Brasil, atingindo mais de 16.000 crianças. O projeto incentivaa produção de textos e trabalhos artísticos sobre as boaspráticas agrícolas. Os alunos, autores dos melhores textos edesenhos, focalizados na temática “Meu herói, o agricultor”são reconhecidos e premiados. A escola também ébeneficiada com um microcomputador com impressora, paraser utilizado pelos demais alunos, promovendo melhorias nascondições de aprendizado das crianças. “Agora, noencerramento do ano letivo escolar em 2013, podemos dizerque mais uma etapa de sucesso dos projetos dos Programasde Segurança e Saúde no Campo e o Projeto DuPont Escolafoi cumprida, gerando excelentes resultados e motivação, nãosomente para as crianças e escolas beneficiadas, comotambém para nossas equipes de marketing e vendas. Pois sãoesses profissionais que implementam os projetos em campo ese emocionam quando têm a oportunidade de ajudar umacriança e receber retribuição de um lindo sorriso e um muitoobrigado verdadeiro”, conta Maurício Fernandes, daDuPont.

VALORIZANDO O HOMEM DO CAMPO

Alunos do ensino fundamental de

Valparaíso, SP, que participaram do projeto

Lideranças da DuPont, Raízen e Coplacana no encerramento do Projeto em Piracicaba, SP

Informe Publicitário

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Como um dos parceiros do projeto “Meu Herói, oAgricultor”, a Coplacana — Cooperativa dosProdutores de Cana do Estado de São Paulo, com sedeem Piracicaba, SP, considera de fundamentalimportância a parceria da cooperativa com a DuPont eRaízen neste projeto de conscientização ambiental queé proporcionado às crianças das escolas municipais. Jáque uma das premissas do projeto é a conscientizaçãoque resultará em um futuro próximo a diminuição dosimpactos ambientais sobre o meio ambiente. “Comesse projeto as crianças adquirem os primeirosconhecimentos que as empresas que trabalham comdefensivos agrícolas têm, que é a conscientização depreservar e diminuir os impactos ambientais”, afirmaArnaldo Bertoletto, presidente da Coplacana.

Um dos exemplo que evidencia a intuito do projeto éa Central de Recebimento de Embalagens Vazias deAgrotóxicos de Piracicaba. Através desteempreendimento, alunos do ensino fundamental deescolas municipais em Piracicaba, se interessam pelapreservação ambiental e conscientizam seus familiares, arealizarem o descarte correto do lixo doméstico.Contribuindo desde já com a destinação correta deembalagens. “Este trabalho é fundamental para empresase escolas, pois leva conhecimento ambiental, e o senso depreservação que é intrínseco ao homem do campo”,destaca o presidente da Coplacana, Arnaldo Bertoletto.

Diminuir impactosambientais épremissa do projeto

Arnaldo Bertoletto, da Coplacana; Donato Lot e Luiz Calado, da DuPont e

Gilmar Junior e Samira, da Raízen, premiaram crianças que participaram do projeto

Cibele Marin Verdi, professora, com Gabriel Willian do Carmo e Júlio César do Nascimento, alunos da Escola Municipal João Otávio

Informe Publicitário

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ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

A chamada “Lei de Portos”estabeleceu um novo marco regulatóriopara o setor portuário no país.Aprovada pelo Congresso em maio de2013, a normativa alterou a figura doterminal privado instalado fora dosportos públicos, que agora pode serautorizado a partir da solicitação deuma companhia privada ao governo.Neste caso, a empresa que recebe aautorização tem três anos para fazer oinvestimento e pode operar o porto combase em regras diferentes dos portospúblicos. Exemplo disso é a contrataçãode mão de obra, mais flexível e sem aexigência de ser feita exclusivamentepor meio dos órgãos de gestão detrabalhadores portuários.

Para falar sobre o assunto, oJornalCana conversou com oengenheiro agrônomo Miguel RubensTranin, presidente da Alcopar -Associação dos Produtores de Bionergiado Estado do Paraná. Natural deParanavaí, o presidente acompanha deperto as discussões nesta área, dada asua importância. Pelo terceiro anoconsecutivo, os portos de Paranaguá ede Antonina registraram recorde namovimentação de cargas. Segundodados divulgados em 13 de janeiro,foram mais de 46,1 milhões detoneladas movimentadas em 2013,valor 3,6% maior do que o registrado noano anterior. Confira a entrevista:

JornalCana: Qual sua opinião emrelação a Lei dos Portos?

Miguel Rubens Tranin: Oconceito é bastante favorável para oslocais onde existem desequilíbrios. NoBrasil, com o tamanho do nosso litoral,

não podemos generalizar medidas aserem realizadas. É preciso analisarpontualmente cada situação.

No Paraná, quais as prioridades? Posso dizer que a única solicitação

que fizemos a Secretaria Especial dosPortos foi para discutirmos mais oassunto. Queremos saber quais as reaisnecessidades, adequações e reparos queprecisam ser feitos. Se não me engano,em Santos, haverá um reestudo sobre aslicitações que precisam ser feitas. É issoque buscamos no momento.

E o pedido será atendido?A princípio, deve ocorrer. Mas

nada oficial foi divulgado ainda. Então,temos que aguardar.

Qual o principal entrave da novaLei?

Existem inúmeras situações queenvolvem o Brasil. Cada porto precisade uma adequação diferente. Aqui, node Paranaguá, por exemplo, temossetores que trabalham muito bem. Daí anecessidade em se realizar um bomestudo antes de abrir licitações e efetuaras mudanças.

De uma maneira geral, na árealogística, como foi a safra em 2013/14no Paraná?

Temos buscado uma relação fortecom o governo estadual, principalmentena adequação das estradas vicinais.Teremos mudanças em 154 municípiospara o transporte de cana-de-açúcar,que deve melhorar bastante o trabalhona região. Com relação a movimentaçãode etanol, a aposta é no projeto dopoliduto, que ligará a regiãometropolitana de Maringá, passandopor Araucária e chegando ao porto deParanaguá. Essas ações, em conjunto,trarão mobilidade ao setor em nossaregião.

Conceito da Lei dos Portos é positivo,mas esbarra nas diferenças regionais

Miguel Rubens Tranin: Presidente da Alcopar fala sobre a Lei dos Portos

ENTREVISTA - Miguel Rubens Tranin

Lei dos Portos promete acabarcom instabilidade jurídica

Modernizar toda a infraestruturaportuária e gerar um grande impulsoeconômico no Brasil é a meta para retomadado setor portuário. Quase sete meses após aaprovação da Lei dos Portos, o novo modeloregulatório começa a ser implantado naprática. Isso porque foi concedidaautorização para investimentos de R$ 6,5bilhões na implantação de 16 terminaisprivados.

Que o Brasil possui um potencialagrícola inigualável, não é novidade. Assimcomo não surpreende saber que, mesmoproduzindo em larga escala, os custos finaissão elevados. Um dos fatores é a falta deestrutura logística, seja pelo mar, terra oucéu.

Ao menos nas águas, em 2013 oGoverno Federal se mexeu. Em maio, a Leinº 12.815, conhecida também como Lei dosPortos, foi aprovada pelo Congresso,prometendo mitigar parte dos problemasportuários nacionais.

Pedro Brito, diretor geral da Antaq -Agência Nacional de TransportesAquaviários, falou sobre os benefíciosprevistos. “Um deles é que os terminaisprivados, antes, só podiam movimentarcarga própria e, hoje, pela nova lei, podemmovimentar qualquer carga. Com isso,qualquer investidor, tanto brasileiro quantoestrangeiro, pode apresentar à Antaq e àSEP - Secretaria Especial de Portos a suaproposta de porto”, explicou.

Outro ponto levantado pelo

representante são os problemas burocráticosque desestimulavam os investidores. Agora,segundo ele, não haverá mais o empecilho.“Com a retirada das amarras que geravaminstabilidade jurídica e inibiaminvestimentos privados nos portos, espera-seuma forte retomada do desenvolvimento dosetor, com o incremento da competição entreos operadores portuários, o que certamenteacarretará melhoria dos serviços prestados eredução de custos para os usuários”.

Consenso entre especialistas, o acessoaos portos é tido como um dos principaisgargalos brasileiros, já que o local só seráeficiente se for integrado a uma cadeialogística que dê dinamismo à operação.“Esperamos, ainda, estímulo àmodernização portuária, modicidade,publicidade de tarifas e preços, otimizaçãoda infraestrutura portuária existente,aumento da competitividade dos portos,estímulo à concorrência entre eles e aumentona oferta de infraestrutura pela iniciativaprivada”.

Atualmente, existem 50 requerimentospublicados no site da Antaq, solicitandoautorização para construção/exploração deinstalações portuárias. Os investimentosinformados até o momento somam cerca de1 bilhão de reais.

Além disso, haverá incentivo aosurgimento de novos terminais privados,aumento na capacidade de movimentarcargas no Brasil e ampliação de frentes deatracação.

Pedro Brito: terminais privados podem movimentar qualquer carga

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ALESSANDRO REIS, DA REDAÇÃO

Um estudo realizado pela gestora doagronegócio Jamile de Campos Coleti, queatua como pesquisadora do Grupo dePesquisa e Extensão em LogísticaAgroindustrial (Esalq-Log), da EscolaSuperior de Agricultura Luiz de Queiroz(Esalq) da USP, em Piracicaba, demonstraque é possível aumentar a quantidade deetanol transportado por dutovias ehidrovias. “Atualmente, o etanol e o açúcarsão transportados quase que integralmentepor rodovia. Todavia, o transportedutoviário é uma tendência mundial,porém, no Brasil não funciona com aeficiência dos outros países, apresentandoum grande gargalo devido aindisponibilidade desta modalidade”,avalia Coleti.

De acordo com dados da Uniduto, de2012, em países como os Estados Unidos, amalha dutoviária disponível é de cerca de440 mil quilômetros. Na Rússia, são maisde 300 mil quilômetros e no Canadá, 240mil quilômetros, enquanto no Brasil, amalha dutoviária é de apenas 22 milquilômetros. “Sendo assim, verifica-se quecerca de 70% do etanol brasileiro étransportado por rodovias; isso ocorresobretudo por conta de um conceitocultural das usinas que são parte do“mercado spot”, o que acaba encarecendoo custo de transporte, afirma”.

Coleti lembra que uma grande apostapara a redução de custos deste modal foi acriação do Logum — empresa de logísticaresponsável pelo transporte decombustíveis principalmente por dutos ehidrovias, que inaugurou em agosto de2013, parte do trecho do etanolduto que

liga Ribeirão Preto, SP, a Paulínia, SP. Outro gargalo apontado pelo estudo,

presente na estrutura de transportesbrasileira, é o fato de que os modais nãoestão integrados, aumentando o “transittime” e os custos totais da operação. "Issofaz com que a multimodalidade

(hidrovia/ferrovia) seja uma opção menosvantajosa do que, por exemplo, a utilizaçãodo modal rodoviário isoladamente. Nãoobstante, há um entrave na utilização damultimodalidade. A baixa densidade dosmodais hidroviários e ferroviários emrelação ao rodoviário causa limitações noescoamento", afirma.

MultimodalidadeO estudo ratifica que uma das formas

de investimento que aparentemente estãodando certo são as de caráter misto e emparceria, na qual uma empresa associa-seao poder público para investir em obrasque atinjam interesses mútuos. Jamile deCampos Coleti acredita que para otransporte de etanol, especificamente, umadas saídas mais eficientes encontradasseria a multimodalidade, experiência aindapouco explorada neste setor, mas quedemonstra grande potencialidade no quese refere à maximização da utilização dosistema logístico nacional. “Associando osinvestimentos atuais nos modaishidroviário e dutoviário com o aumento dautilização da multimodalidade, os custos detransporte de etanol podem se reduzir deforma expressiva, buscando a otimizaçãodo sistema logístico nacional e acarretandoum aumento da competitividade do etanola partir de vantagens no processo decomercialização”, finaliza.

Modais não integrados aumentam custo de operação logística

Jamile de Campos Coleti: multimodalidade é solução para o gargalo

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Durante reunião de lideranças declasse do Nordeste, realizada no dia 15 dejaneiro, um dos assuntos mais comentadosfoi a importação de etanol anidro dosEstados Unidos. O tema inclusive gerouuma representação contra a prática.Segundo a Asplan, que esteve representadapor Murilo Paraíso, presidente da entidade,os produtores de cana serão prejudicadoscom essa importação porque ela acontecedurante a safra. "O resultado é que com acompra de álcool fora do país, o preço docombustível está despencando, e, nós,consequentemente, também temosprejuízo”, argumenta o presidente daAsplan, acrescentando que o setornordestino enfrentou seca e consequentequeda da produção.

A reunião contou com a presença depresidentes das associações nordestinas decana-de-açúcar, para discutir qual odirecionamento que as entidades tomarãoem 2014 e outros assuntos específicos, comoas dívidas dos produtores, a crise do álcool ea falta de incentivo do Governo Federal paraa atividade canavieira no país. Durante oencontro percebeu-se a descrença da classeem relação ao surgimento da atividade semestímulo do poder público. O presidente daAssociação dos Plantadores de Cana daParaíba (Asplan), Murilo Paraíso, esteve

presente na reunião e apoiou todos osencaminhamentos.

"No modelo de remuneração atual do

setor se valoriza a cana a partir dos seusprodutos finais, ou seja, pelos valores domix de produção das unidades industriais:

etanol e açúcar. Dessa forma, com aimportação do etanol, ocorrerá umadepreciação dos valores produzidos daregião nordestina e, consequentemente,dos valores da tonelada de cana. Tal fato ésomado com a política do Governo Federalem manter o preço da gasolina estável, oque resulta na perda de competitividade docombustível renovável e na deterioraçãodos preços recebidos pela cana”, afirma odocumento.

Também durante o encontro, osdirigentes assinaram um documento emque apoiam o “Comitê TemáticoInterministerial para a Recuperação doSetor Sucroenergético da Região Nordeste”no âmbito da área de atuação daSuperintendência do Desenvolvimento doNordeste (Sudene). O comitê tem o objetivode propor ações de médio e longo prazospara o surgimento do setor. Para MuriloParaíso, o governo federal precisa intervirpara estabilizar os preços dos combustíveis,descortinando um horizonte maispromissor para o setor. Paraíso acreditaque se o Brasil não tiver preço que viabilizea atividade, o setor canavieiro nunca vai serecuperar, visto que hoje existe um grandeendividamento das usinas e dos própriosfornecedores de cana, o que impede osurgimento da atividade por ela mesma.

Venda de etanol aumenta 15% e entressafra está garantida

Importação de anidro provoca queda dos preços no mercado interno

O volume de etanol comercializadopelas unidades produtoras da regiãoCentro-Sul entre abril a dezembro de 2013foi 15,24% maior em relação à safraanterior, totalizando um volume de 19,46bilhões de litros (8,37 bilhões de litros deetanol anidro e 11,09 bilhões de litros deetanol hidratado). As informações foramdivulgadas pela Unica, que informa quedeste total, 2,29 bilhões de litros,destinaram-se à exportação, e 17,17bilhões de litros, ao mercado interno.“Apesar deste incremento das vendas, ovolume de etanol atualmente disponível

nas unidades produtoras é cerca de 15%superior, relativamente aquele registradono mesmo período do ano anterior, sendo,portanto, suficiente para atender ademanda nos próximos meses”, destacouAntonio de Pádua Rodrigues, diretortécnico da entidade.

Ele explica que este cenário decorre docrescimento da produção (19,20%), aliadaao declínio das exportações. "Esta queda játotaliza 23,94%, com 2,29 bilhões de litrosexportados entre abril a dezembro de 2013contra 3,01 bilhões de litros em idênticoperíodo de 2012", garante. Volume de etanol comercializado foi maior em relação à safra anterior

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Fevereiro 2014MERCADO30

PATRICIA BARCI,

DE RIBEIRÃO PRETO, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

A safra 2013/14 tem um viésmais alcooleiro do que o observadoem safras anteriores. A informaçãoé de Pedro Verges, analistaespecializado em mercado deaçúcar da INTL FCStone.

"Tivemos um começo de safracom um etanol mais rentável, ummeio de safra onde o açúcarcompensou pelo reforço do dólar edas cotações do adoçante, e umfinal de safra com etanol maiscompetitivo, principalmente oanidro" disse.

Verges analisa que para apróxima safra de 2014/15, quecomeça em abril, a moagem devecrescer ligeiramente, com umaprodução no final da safra de cercade 590 milhões toneladas, e a safra,seguinte, 2015/16, com estimativade 600 milhões de toneladas. Istodentro da capacidade de moagem ea cana atual, sem a expansãosignificativa da área plantada.

As análises de mercadopreveem que as safras 2013/14 e2014/15 serão muito parecidas noCentro-Sul, com produção deaçúcar em torno de 34 milhões de

toneladas e com crescentefavorecimento do etanol no mix dasusinas. “Com o preço da gasolinasubindo, a rentabilidade do etanoldeve crescer. Já melhorou nessefinal de safra e para a próximasafra deve se manter nessespatamares", afirma.

O analista explica que, em umcenário com o valor do açúcar maisbaixo, o preço internacional dacommodity — referência paraexpansão da produção — está baixoem relação à safra anterior, o quedesestimula os agentesnegociadores, principalmente noque se refere à novos investimentos.“Nos anos anteriores, haviaincentivos para produção, gerandoaumento da mistura e um grandemercado potencial debiocombustíveis avançados nosEUA. Assim, os investimentos naexpansão da culturaimpulsionaram tanto o etanol comoo açúcar. Os produtoresmantiveram sua capacidade, atéchegaram a expandirmarginalmente a capacidade dasusinas, mas o setor estagnou nosúltimos anos. Sendo, a falta depolíticas claras e estáveis para odesenvolvimento produtivo aprincipal queixa dos produtores",define.

Preço mundial do açúcar será menor, mas consumo maior

Pedro Verges analisa início, meio e fim da safra: 2014 terá viés alcooleiro

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Fevereiro 2014 MERCADO 31

A USDA — Departamento deAgricultura americano para AssuntosEstrangeiros divulgou no fim do mês denovembro de 2013 que o excedente daprodução mundial de açúcar está estimadoem cerca de 11 milhões de toneladas paraa safra 2014/15.

Os preços mundiais abaixo doesperado em 2012/13 foramacompanhados por produção um poucomenor em 2013/14 e maior consumo.

Estoques mundiais de açúcar estão comacumulo de mais de 7 milhões, sendo que acombinação do excedente de produçãomundial e a quantidade em estoques,indicam que os preços mundiais de açúcardevem ser menores do que os observadosnos últimos anos, o que mostra umpanorama mais animador para osprodutores domésticos e para o USDA queé uma das subsidiárias da indústria nosEstados Unidos. (PB)

Açúcar terá menor produçãomundial em ano de alta no consumo

Tailândia aumenta

capacidade de produçãoApesar de projeções do banco

holandês Rabobank indicarem que oBrasil continuará sendo o maiorexportador global de açúcar pelospróximos dez anos, com 50% do comérciomundial, dados confirmam que aTailândia hoje é o maior concorrente doBrasil no mercado de açúcar mundial.

Com crescimento de 30% na produçãonas últimas três safras o país asiático terásua capacidade instalada para a produçãoda commodity com crescimento de cerca de30% entre 2012 e 2017.

"Pode-se dizer que a Tailândia é hojeo maior competidor do Brasil no mercadoexterno de açúcar, não pelo volume de

produção, já que é menos da metade doque é produzido na Índia, mas sim peloseu excedente. Tradicionalmente, o paísasiático exporta mais que os indianos.Entretanto, pode-se observar que umamaior tendência exportadora da Índianesse ciclo começa a aparecer, vistopreços internos desfavoráveis,pressionados pelos altos estoques. Oaçúcar tailandês apresenta-se maiscompetitivo que o brasileiro no momento,favorecido pela sua excelente safra, e pelocambio desvalorizado" de acordo comPedro Verges, analista de mercadoespecializado em mercado de açúcar daINTL FCStone. (PB)

A produção de açúcar da Índia caiu4,5% nestes últimos 12 meses em pesquisaencerrada em 30 de outubro de 2013, deacordo com a ISMA — Associação dasIndústrias de Açúcar Indianas.

"A Índia tem uma pequena parcela daprodução dedicada à exportação, já queseu forte é o mercado interno. Ao mesmotempo em que eles são grandes produtores,também são grandes consumidores, oexcedente exportável não é tão grandequanto da Tailândia, por exemplo", deacordo com Pedro Verges, analista demercado especializado em mercado deaçúcar da INTL FCStone.

Verges ainda lembra que a Austrália étambém um forte concorrente do Brasil,mas se encontra em período de entressafra,por se encontrar no hemisfério Sul. (PB)

Queda na produção da Índia

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Estados Unidos reduzem previsão parao açúcar de beterraba

Nos Estados Unidos, o USDAreduziu sua previsão de produçãode açúcar de beterraba nosEstados Unidos para a safra de2013/14, principalmente devido àmenor produção no Estado daLouisiana, um dos maioresprodutores do país. (PB)

PAQUISTÃO TERÁPRODUÇÃO RECORDE DE AÇÚCAR

O aumento da área de corte decana-de-açúcar, e clima favorávelem épocas oportunas, vão renderuma produção de açúcar recordeno Paquistão para a safra 2013/14,com aumento de cerca de 4milhões e 540 mil toneladas. Asexportações no país para a safra2013/14 estão estimadas em 440mil toneladas, mantendo osestoques finais em 700 miltoneladas. (PB)

De acordo com aCGB - Confederação Geraldos Plantadores deBeterraba da França, asexpectativas derendimento de produçãode açúcar no país em2013 foram abaixo damédia. A safra de 2013rendeu 32,9 milhões detoneladas, contra 33,1milhões no ano passado,uma queda norendimento médio de 84toneladas por hectare, oque está abaixo da médianos últimos cinco anos. Aschuvas em outubro einício de novembrocausaram alguns atrasos,mas o tempo mais seco na segunda metadede novembro ajudou a acelerar a colheita.

Na Alemanha, o clima úmido reduziu aárea plantada de beterraba e

consequentemente vai reduzir a produçãode açúcar para o próximo ano de acordocom dados da WVZ — Associação daIndústria de Açúcar do país. De acordo com

porta-voz, as condiçõesgerais de colheita foramsatisfatórias, mas o mautempo no início do anoafetou a safra. A produçãode açúcar refinado debeterraba da Alemanhavai cair de 4,37 milhõesde toneladas da safraanterior para 3,58milhões de toneladas em2013/14.

Na Itália o porta-vozda ANB — AssociaçãoNacional dos Produtoresde Açúcar de Beterrabada Itália, disse que abeterraba colhida nonorte do país terá menorteor de açúcar que a

colhida no sul devido ao impacto das forteschuvas que assolaram a região em 2013, oque pode afetar a qualidade do açúcarproduzido para a próxima safra. (PB)

Expectativa europeia de produção de

açúcar está abaixo da média

Argentina reduzprodução em 25%

Na Argentina na safra 2013/14 seráde 1,8 milhões de toneladas, o que equivalea uma redução de 25% se comparada àsafra de 2012/13. Essa redução é resultadode um verão seco, das piores geadas dosúltimos 50 anos, além da queima acidentalde cerca de 3.000 hectares na província deJujuy, uma das maiores regiões produtorasde açúcar do país, e espera-se que esteimpacto negativo se estenda para aprodução de 2014/15. Consequentemente,as exportações e estoques finais serãoafetados e as estimativas estão agora em220.000 e 186.000 toneladas,respectivamente. (PB)

Governo da África do Sul deverá ajudar produtores

A empresa produtora deaçúcar sul-africana TongaatHulett pediu, no início dejaneiro deste 2014, auxíliogovernamental devido aogrande prejuízo que temenfrentado face ao aumentodas importações de açúcarno país e os preços mundiaisabaixo do previsto.

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Para Adriano Pires, afalta de previsibilidadeimpede que os produtoresvislumbrem grandesinvestimentos

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Janeiro é o mês onde a grande cargade impostos brasileira força o bolso dapopulação. É nele, também, que muitosprodutores de cana-de-açúcar dão início asafra que está por vir, sonhando cominvestimentos para aumentar sua produçãoe realizando apenas o necessário parasobreviver.

É dessa forma, ao menos, que nosúltimos ciclos os produtores canavieirostêm se comportado: investimentos tímidosproporcionam apenas a manutenção daatual estrutura. Para o diretor do CBIE -Centro Brasileiro de Infraestrutura,Adriano Pires, 2014 não será diferente. Eleexplica que no último ano as medidasanunciadas pelo Governo Federal em proldo setor não trouxeram a tão sonhadaprevisibilidade aos empresários. “Oprodutor deve ser conservador, pois porparte do governo, não vemos nenhumapolítica consistente, que dêsustentabilidade para serem arrojados”.

Defensor da volta da cobrança da Cide- Contribuição de Intervenção no DomínioEconômico sobre a gasolina, Piresconsidera que 2014 será mais um ano deindefinições, até porque, trata-se de umperíodo eleitoral. “No fim de 2013 houveuma tentativa frustrada de se elaborar umafórmula de reajuste da gasolina. Já paraeste fala-se em um novo aumento, masdepende da inflação, da popularidade dapresidente e do valor cambial. São fatores

exógenos até a própria direção daPetrobras”.

O grande problema, em sua visão, nocaso da retenção dos investimentos, é que aprodutividade é o fator primordial para osustento do segmento. “Como você vaiinvestir se não há diálogo do governo com osetor? O que se vê claramente é que ogoverno não tem interesseem que o Brasilseja um grande produtor de etanol. Destaforma o produtor se vê obrigado a tomaruma posição em fatores como a menorrenovação dos canaviais. Isso tudo é culpado governo”.

Exemplo da instabilidade gerada pelaausência de políticas públicas foi o ‘boom’dos anos 2000. Na época, os empresáriosviram no setor sucroenergético um

segmento promissor. Em meados de 2008,contudo, os incentivos se esvaíram. “Nestesúltimos quatro anos, o governo dapresidente Dilma destruiu o setor deenergia. Falo isso analisando não só o setorde cana, como também a situação daPetrobras e Eletrobras”.

Como resultado de todo esseimbróglio, parte das usinas brasileirasestão endividadas, muitas em recuperaçãojudicial, e outra boa parcela fechou asportas. Para o diretor do CBIE, este é maisum trabalho mal elaborado e que precisaser revisto para que o bom momento domercado não se perca. “As linhas decrédito existem, mas nem todos conseguemacessar. Os que mais precisam, sãoexcluídos. A cada ano que passa sem um

direcionamento, você mata o setor e pararecuperar, vai muito mais tempo. Isso éainda mais grave se falarmos da demanda,que é enorme, ou seja, estamosdesperdiçando uma grande chance decrescer”.

Por fim, Pires fala sobre a recentediscussão que surgiu na Sala do Etanol,dentro do Ministério de Minas e Energia,sobre o E85, uma mistura de 85% deetanol anidro e 15% de correntesintermediárias de gasolina. “O assuntoprecisa ser debatido com muita calma. Nosmomentos de crise sempre surgem pessoascom soluções mágicas, o que normalmentenão é bom. Antes do E85 temos outrasprovidências que deveriam ser tomadas,como por exemplo, a volta da Cide”. (AR)

O 2º Leilão A-5, último de 2013 paracompra de energia de novosempreendimentos foi realizado em 13 dedezembro último. Na ocasião, foramcomercializados quase 70 MW médiospara entrega a partir de 2018, que virãoda fonte bioeletricidade da cana-de-açúcarpor meio de quatro empreendimentos.Mesmo representando apenas 4% do totalde energia contratada, a bioeletricidade dacana vai gerar investimentos da ordem deR$ 0,5 bilhão e receita anual de R$ 83,3milhões por 25 anos a partir de 2018,quando os contratos preveem o início daentrega da energia comercializada.

Considerando também os resultadosdo 1º Leilão A-5, realizado em agosto domesmo ano, a fonte bioeletricidade dacana comercializou 203 MW médios em2013, que vão exigir investimentos totaisde R$ 1,4 bilhão em 11 projetos até 2018.A venda de bioeletricidade da cana nosleilões de energia nova no ambiente

regulado em 2013 significará tambémacrescentar uma receita anual de R$ 243milhões pelos 25 anos do contrato ao setorsucroenergético.

Para Zilmar de Souza, gerente deBioeletricidade da Unica - União daIndústria de Cana-de-Açúcar, o ano de2013 marcou o retorno da bioeletricidadesucroenergética aos leilões regulados, masainda há grande preocupação com essafonte e sua inserção na matriz brasileirade energia elétrica. “A biomassa mostrouuma resposta rápida e positiva ao se criaro produto térmico, mas precisamosaproveitar e avançar mais em 2014. Oideal seria continuar aprimorando omodelo dos leilões, dentro de uma políticade longo prazo para cada uma das fontesrenováveis, com certames regionais ou portipo de fonte de geração e preços-tetoespecíficos,” explica Souza.

O representante lembra que o governoaponta um potencial da bioeletricidade

sucroenergética da ordem de 8,4 GWmédios até 2022, isto sem considerar opotencial que o setor vislumbra na palhada cana. “Se temos esse potencialreconhecido pelo próprio governo eestamos contratando anualmente 203 MWmédios em novos projetos, vemos que acontratação ainda está demasiadamentemodesta tendo em vista o potencial dosetor que o próprio governo identifica.”

Para Souza, é preciso melhorar opreço-teto dos leilões e reconhecer asexternalidades positivas dabioeletricidade. “A geração próxima aoscentros de consumo e acomplementaridade com a fonte hídrica,por exemplo, são vantagens significativas.Se houver uma política de longo prazoadequada, alinhada com o estímulo àexpansão do etanol na matriz de energia,a bioeletricidade responderápositivamente nos leilões, como ficoudemonstrado em 2013”.

Leilões garantem investimentos em bioeletricidade até 2018

Zilmar de Souza: leilões devem

ter política de longo prazo

“Produtor deve ser conservador em 2014”

Adriano Pires: medidas anunciadas pelo Governo Federal não surtiram efeito

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Rolamentos, mancais ecasquilhos precisam serbem cuidados,manuseados e instaladospara que não ocorramtranstornos

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

Eles não são tão imponentes comomoendas, caldeiras e colunas de destilação.Mas, desempenham um papel importanteem plantas industriais de usinas edestilarias. Se não forem bem cuidados,manuseados e instalados, rolamentos,mancais, casquilhos, semicasquilhos, entreoutros itens de reposição, podem parar aprodução.

Falha nos mancais e casquilhosproporciona em diversos casos, porexemplo, prejuízos significativos parausinas e destilarias. “O tempo que se perdepara a troca de um casquilho da moenda,principalmente os inferiores, é muito longo,pode chegar de 30 a 40 horas”, afirmaPaulo Magalhães, consultor de vendas daFundição Água Vermelha (FAV), deSertãozinho, SP.

Para uma moenda que processa 400toneladas de cana por hora – exemplifica –,a parada na produção torna-se expressiva.No caso de rolamento, o tempo para acompra, recebimento e substituição –quando ocorrer necessidade dessesprocedimentos –, o transtorno pode serainda maior.

Mas, há sempre alternativas paraevitar “surpresas” desagradáveis. RubensRougé Arruda, gerente de contas doGrupo Schaeffler (INA e FAG) – quefabrica rolamentos industriais, entreoutros produtos – dá uma “pista” de comoas unidades sucroenergéticas podem ficar

distantes de situações indesejadas. “Amanutenção preditiva hoje é essencialpara usinas e destilarias”, enfatiza.

Segundo ele, a preditiva auxilia nadetecção prematura da falha para que nãoseja ocasionada a parada não programadade qualquer equipamento. “Existemmétodos offline e online para medição eanálise de dados. Este último propicia umaanálise remota e em tempo real das

condições dos rolamentos, permitindo oacompanhamento constante doaparecimento de falhas bem como suaevolução”, afirma.

A aquisição de produtos de qualidadeé outro fator que aumenta aconfiabilidade operacional das plantasindustriais. Rubens Arruda – que éresponsável pela área de transmissão depotência no segmento comercial da

empresa – diz que o Grupo Schaeffler, quetem sede no Brasil em Sorocaba, SP,utiliza materiais de alta qualidade, faztratamentos térmicos de maneiraadequada e adota processos de fabricaçãode última geração.

“Adquirir rolamentos de fontesseguras e confiáveis é fator de extremaimportância para garantir confiabilidade edurabilidade dos equipamentos”, ressalta.

Peças de reposição podem parar a produção em usinas

Paulo Magalhães: contra a perda de tempo

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Contato na fase de projeto criacondições para a aquisição domelhor tipo construtivo derolamento para cada aplicação

Pode ser óbvio. Mas, não dá para ficar arriscando. Épreciso conhecer e ter informações adequadas e suficientessobre as peças de reposição e acessórios industriaisutilizados nas unidades sucroenergéticas. Há empresas dosetor que vão além disto. Rubens Rougé Arruda, do GrupoSchaeffler, revela que a parceria entre o cliente e a empresainicia-se, em alguns casos, na fase de projeto das máquinase equipamentos

“Nossa engenharia de desenvolvimento já atua com aindicação da melhor condição e melhor tipo de rolamento aser utilizado, otimizando muito o processo de aquisição.Existem clientes que, com base nesta análise, determinaminclusive especificações de garantia das máquinas eequipamentos”, afirma.

Em outras situações, a equipe de engenheiros daempresa orienta usinas e destilarias na escolha do melhortipo construtivo de rolamento para cada aplicação doproduto, que pode ser usado em motores, redutores,moendas, esteiras transportadoras, difusores, entre outrosequipamentos.

De acordo com o gerente de contas, entre osrolamentos mais utilizados em unidades sucroenergéticas,incluem-se os autocompensadores de rolos, os de esferas,de contato angular e de rolos cilíndricos. “Boa parte de

nossos produtos possui a denominação que chamamos deX-life. Destacam-se por terem características diferenciadascomo retífica tipo platô, gaiolas com desenho otimizado,etc”, diz. (RA)

Parceria entre cliente e empresa

garante resultado positivo

Espectrômetroassegura a qualidadedo material utilizado

A fabricação de mancais e casquilhos exigecuidados no processo de fundição para que nãoocorra alteração na liga desejada, observa PauloMagalhães, da Fundição Água Vermelha. Para isto,ocorre o uso do espectrômetro – informa – queassegura a qualidade do material destes produtos, quesão utilizados em moendas, mesas alimentadoras e emalguns tipos de esteiras de arraste entre moendas.

Segundo ele, alguns cuidados devem ser adotadosna utilização destes produtos. “No manuseio durantea entressafra é preciso verificar a área de contato docasquilho em relação ao eixo que será utilizado, comotambém fazer a limpeza no interior das serpentinas”,recomenda.

Paulo Magalhães observa que a grande maioriados casquilhos é fabricada com aço internamente, porisso a qualidade da água tem que ser a melhorpossível, isenta de impurezas. “E, de preferência, deveser tratada com algicidas para que seja evitada aformação de algas no interior da serpentina,impedindo assim o isolamento da troca térmica”, diz.

De acordo com ele, a inspeção em relação a folgase alinhamentos pode evitar desgaste prematuro dosmancais e até mesmo uma substituição emdecorrência desses problemas. A lubrificaçãoadequada é outro fator – afirma – que pode interferir,de maneira positiva, na vida útil e no funcionamentodos mancais. (RA)

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Problemas comlubrificação geramquase 80% das falhas

“O lubrificante é o ‘sangue’ do rolamento”, afirmaRubens Rougé Arruda, repetindo uma frase habitualmenteutilizada neste segmento para demonstrar a importância douso do produto. Além de afetarem a vida útil desta peça,problemas com lubrificação – informa – chegam a gerar quase80% das falhas em rolamentos. Para uma boa lubrificação, eledestaca alguns cuidados que devem ser observados. Um delesestá relacionado à escolha do lubrificante adequado,considerando fatores de viscosidade, aditivos, ponto de gota,entre outros.

É preciso também fazer o cálculo para determinar, demaneira correta, a quantidade do produto que deve ser usada.“Excesso ou falta de lubrificante pode gerar falha prematuradas peças”, comenta. Outros cuidados estão relacionados àarmazenagem do lubrificante e à utilização de sistema deblindagem e vedação que deve evitar a contaminação dorolamento, principalmente por agente líquido. No processo derelubrificação, existe ainda a necessidade de definiçãoadequada dos intervalos de aplicação e da quantidade delubrificante que deve ser utilizada.

A Schaeffler oferece para seus clientes lubrificadoresautomáticos que podem ser usados de maneira segura eeficiente. A empresa disponibiliza também um sistemacompleto de monitoramento a distância de rolamentosconsiderados críticos. “Em tempo real, com uso da internet, ousuário pode saber se o rolamento está sob a lubrificaçãocorreta, se a temperatura de trabalho está dentro dosparâmetros estipulados, entre outros itens”, destaca. (RA)

Procedimentos adequados tambémdevem ser adotados no transporte,manuseio e armazenagem

Existem diversos procedimentos quedevem ser adotados para que um rolamentode qualidade não apresente problemas emrelação a desgastes que prejudiquem o seufuncionamento ou mesmo reduzam a suavida útil. Os cuidados já começam na fase demontagem.

O gerente de contas do GrupoSchaeffler (INA e FAG), Rubens RougéArruda, recomenda o uso de ferramentas emétodos adequados para cada tipo derolamento e montagem. “Não se deve baterdiretamente nos anéis dos rolamentos nemutilizar maçarico para aquecer oscomponentes dos rolamentos”, observa.

O ambiente de trabalho precisa ser omais limpo possível para que não haja apresença de contaminantes, orienta. Eleinforma que a Schaeffler promovetreinamentos específicos sobre montagem edesmontagem de rolamentos que inclui temas relacionadosà utilização de métodos e ferramentas que garantem umainstalação segura e mais adequada possível.

O rolamento exige também determinadosprocedimentos no transporte, manuseio e armazenagemque evitam a ocorrência de diversos problemas.

“Transporte inadequado pode gerar marcas nas pistas eem elementos rolantes. Chamamos essas marcas debrinelamento ou falso brinelamento e as mesmas podemprovocar vibração, descascamento nas pistas e quebra do

componente”, explica.Segundo Rubens Arruda, a falta de

cuidado no manuseio pode ocasionarpotenciais falhas nos rolamentos, comocorrosão devido ao ácido úrico das mãos,além de brinelamento em função daqueda das peças.

A armazenagem, feita de maneiraincorreta, também corrobora – enfatiza –para que os rolamentos falhemprematuramente. “Ambientes muitoúmidos, grande variação de temperaturasbem como empilhamento inadequadospodem gerar problemas como corrosãonos componentes dos rolamentos”, diz.

A manutenção de rolamentos deveser realizada por meio da utilização demétodos e ferramentas que nãoprovoquem danos a peças contíguas e aospróprios rolamentos no caso deremontagem. “Não recomendamos o usode maçarico para desmontar rolamentos”,

observa. O gerente de contas do Grupo Schaeffler alerta: “Toda

peça que for desmontada e não tiver mais utilização, deveser danificada e sucateada para que não seja reaproveitadae vendida ao mercado novamente como novas, sem omenor critério de qualidade”. (RA)

Cuidados com o rolamento

começam na fase de montagem

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Com a mesma função do mancal, produto é fabricado com liga desenvolvida para usinas e destilarias

Não é à toa que têm o nome de capas de bronze.Fabricados pela Termomecanica, de São Bernardo doCampo, SP, esses produtos – conhecidos também comosemicasquilhos – protegem o eixo da moenda do desgaste,exercendo a mesma função de mancais. Utilizadas comopeças de reposição, as capas são aplicadas nos rolos dosternos de moendas, volandeiras e intermediárias, informaMarcelo Silva, gerente comercial da empresa.

Esses semicasquilhos são produzidos com o BronzeTM 23, uma liga exclusiva – que possui 73% de cobre,15% de chumbo, 8% de zinco e 4% de estanho –, que foidesenvolvida principalmente para usinas e destilarias.Segundo Marcelo Silva, o diferencial dessa liga é adurabilidade, mesmo quando submetida a grandesesforços.

A denominação “Capa de Bronze TM 23” – utilizadapela empresa – é uma marca desenvolvida pelaTermomecanica para diferenciar seus produtos nomercado de mancais, observa o gerente comercial. “Sãochamadas de semicasquilhos por conter em suascaracterísticas basicamente o formato de um mancal bi-partido”, esclarece.

Além da Capa de Bronze TM 23 convencional, aempresa oferece o produto com sistema interno deserpentina de refrigeração em aço. De acordo com ogerente comercial da empresa, esse sistema é geralmenteutilizado onde se concentram os maiores esforçosmecânicos sobre pressão, como no caso dos rolosesmagadores dos ternos das moendas.

“Um dos benefícios da serpentina é que ela garante oresfriamento – quando o trabalho está sendo feito emcondições extremas –, realizando a troca de calor dosmancais para que não haja super aquecimento egarantindo maior eficiência e produtividade”, ressalta.

Marcelo Silva afirma que os fatores que interferemna vida útil desse produto são a falta de lubrificação,refrigeração e desalinhamento dos ternos de moenda. Avida útil média depende dessas variáveis. “Mas

geralmentetrabalhandoem condiçõesperfeitas, pode duraraté cinco ou maissafras”, diz.

A Termomecanica oferecea possibilidade de reciclagem dacapa de bronze ao terminar sua vida útil.Essa medida gera benefícios para o meio ambiente –comenta – e reduz o custo para o cliente. (RA)

Capa de bronze protege o eixo

da moenda de desgaste

Reforma pode exigirpolimento, retífica e atétroca de componentes

A reforma de rolamento pode ser umaalternativa no caso de necessidade desubstituição dessa peça. “Rolamentos degrande porte, principalmente, sãoexcelentes candidatos ao processo derepotencialização”, afirma Rubens Arruda,do Grupo Schaefller. Profissionais

especializados fazem uma análisedetalhada de todos os componentes dos

rolamentos para verificar apossibilidade de repotencialização

e os serviços que deverão serrealizados.

“Podemos simplesmentefazer apenas polimento bem

como realizar retífica depistas e troca de

componentes”, diz. Alémdisso, a empresa avaliaas possíveis causas dafalha no rolamentopara que o problemaseja corrigido. (RA)

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Novidades começam comsistema de limpeza decana a seco queganharam espaço com amecanização da colheita

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

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As plantas modernas de unidadessucroenergéticas não incorporam somenteum novo e funcional layout que facilita, porexemplo, a manutenção e ampliação doparque industrial. Esses projetos sãodesenhados e implantados com o objetivode abrigarem equipamentos comtecnologia de ponta.

Os novos e modernos processos deprodução alteram, mesmo queparcialmente ou em pontos específicos,plantas industriais de unidades maisantigas. Uma das mudanças – que pode serpercebida logo na chegada da matéria-prima na usina – é “inspirada” namecanização da colheita de cana-de-açúcar. Atualmente não há mais espaçopara sistemas que utilizam água nalavagem da matéria-prima que provocamperda significativa de sacarose.

Os processos de limpeza de cana aseco – alguns mais eficientes, outros menos

– ganharam espaço nas unidadesindustriais. A GBA, de Guariba, SP,desenvolveu, por exemplo, uma tecnologiade separação da palha e da terra,transportadas junto com a cana, para aindústria.

Para ter um desempenho satisfatório,o sistema deve ter uma eficiência mínimade 70% na eliminação de impurezas,afirma o químico José Augusto Marconato,presidente da empresa. Segundo ele, atecnologia da GBA obtém esse resultado.

Existem processos que não têm maisde 50% de eficiência, comenta. Algumas

variáveis interferem na performance, comoo próprio projeto do sistema, a variedadede cana, a umidade do solo, detalha.

Além do processo de limpeza a seco,José Marconato cita outras tecnologias queestão mudando a configuração e odesempenho de usinas e destilarias, comosistemas de concentração de vinhaça, deevaporação do caldo, o de cozedorescontínuos. A destilação a vácuo, ascaldeiras de alta pressão, a otimizaçãoenergética demonstram que muita coisanova aconteceu, nos últimos anos, nasunidades produtoras de açúcar, etanol e

bioeletricidade. “Uma usina de hoje, comparada a

uma unidade de trinta anos atrás, tevemudança de 100% no conceito. Hoje sãofeitas usinas mais compactas, muito maiseficientes e com capacidade alta deprodução”, destaca. Segundo ele, asplantas modernas possibilitam maiorrecuperação de sacarose e menor índice deperdas, Apresentam menos problemas demanutenção e, consequentemente, ocorreuma diminuição do número de paradas.Um exemplo de modernidade é a UsinaVale do Tijuco, no Triângulo Mineiro.

Tecnologia de ponta muda configuração de usinas

Usina Vale do Tijuco, no Triângulo Mineiro: exemplo de modernidade

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Ganhos de escalae automação são pontosimportantes

Os novos projetos de unidadessucroenergéticas devem prever aampliação das plantas industriais devidoà necessidade cada vez maior daobtenção de ganhos de escala deprodução.

Uma usina que processa 800 mil ou1 milhão de toneladas de cana tempraticamente os custos administrativo, demão de obra, de laboratório, entre outros,semelhantes – calcula Hélio Belai – a umaplanta que processa de três a cincomilhões de toneladas. “É preciso terescala”, enfatiza

Outros pontos importantes, para aotimização das unidades industriais, sãoos investimentos em automação e capitalhumano, afirma. Em relação àautomação, ele diz que é necessária amelhoria dos materiais e equipamentosutilizados nessa área, para que ocorrainclusive maior eficiência do Centro deOperações Integradas (COI).

“Não há confiabilidade dosequipamentos que são baratos, mas nãotêm performance. O COI precisamelhorar. Há muita falha”, critica. (RA)

É possível construir uma usina,ocupando um espaço pequeno secomparado ao que era utilizadoantigamente, observa José AugustoMarconato, que fundou a GBA há 20 anos.Antes disso, atuou durante 18 anos na áreaindustrial da Usina São Martinho. Eleavalia que as novas plantas industriais têmuma redução de área em torno de 40% a50%. “Houve muita otimização de layout,facilitando a manutenção, operação eampliações futuras”, enfatiza.

Segundo Marconato, quando uma

unidade sucroenergética é projetada, ela édimensionada para nascer relativamentepequena, mas com um layout que oferececondição para torná-la uma mega usina. Aplanta industrial, com característicamodular, pode prever a expansão de umaunidade com capacidade inicial de moagemde um milhão de toneladas de cana paraaté seis milhões – exemplifica.

Os layouts modernos, que dividiram asusinas em quarteirões, apresentam umasérie de vantagens, como deslocamento decaminhões e carros, afirma Hélio Teixeira

Belai, que é diretor industrial da Usina Valedo Verdão.

“Com os novos layouts, as usinas ficammais organizadas para crescer. É possíveldefinir dois quarteirões para o setor deextração, um para geração de vapor, outrospara geração de energia, evaporação,fábrica, destilaria, armazém”, detalha.

De acordo com ele, esse layout facilitao escoamento hídrico, a instalação elocalização de todos os cabos. “Naconstrução da usina, ocorre também umaredução de custos”, diz. (RA)

Novo layout facilita manutenção,

operação e ampliações

Organizadas em quarteirões, usinas ficam mais organizadas e têm menor custo de implantação

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Um dos grandes avanços na áreatecnológica está relacionado aoaproveitamento da energia térmica, afirma oengenheiro mecânico, Luiz Roberto da Silva,diretor técnico industrial da GBA. O setorsaiu de caldeiras com pressão na faixa de 20kgf/cm² para equipamentos com 60 kgf/cm²ou superior, chegando até 100 kgf/cm² –detalha.

“A substituição das antigas turbinas avapor por sistemas de motores elétricos gerouganhos. Na geração de energia, o uso demáquinas de alta eficiência, de múltiplosestágios, e de turbinas de condensação”. JoséMarconato ressalta: “Foi uma das grandesnovidades que passou a ser corriqueira nosetor”.

Segundo Hélio Belai – que é tambémdiretor de marketing e de assuntosinstitucionais do Grupo de Estudo deMaximização de Eficiência Industrial(Gemea) –, alguns equipamentos e processosmais avançados têm contribuído para aeconomia de vapor, como o cozedorcontínuo, o condensador evaporativo e adesidratação etanólica com o uso de peneiramolecular. Ele diz que a realização do retrofité fundamental para diversas unidades paraque ocorra a otimização energética. (RA)

Otimização energética éum dos diferenciais deplantas eficientes

Entre os equipamentosavançados, um dosdestaques é ocondensador evaporativoque gera economia deágua e energia

A evolução da tecnologia e das plantasindustriais inclui também as destilarias, deacordo com a avaliação de José AugustoMarconato, da GBA. A eficiência dosaparelhos de destilação se tornou bemmaior, com diminuição do consumo devapor, constata. “Existem hoje muitoscuidados para se evitar a infecção durantea fermentação e no preparo do mosto”, diz.

O mercado disponibiliza soluções paraa obtenção de etanol com determinadasespecificações que atendem padrões dequalidade para exportação. Entre outrastecnologias, nessa área, a GBA oferece, porexemplo, a peneira molecular que é

considerada um avanço no processo dedesidratação alcoólica. Além disso, para oprocesso de destilação, desenvolve colunasa vácuo.

A GBA fabrica a maior parte dosequipamentos utilizados no processo deprodução industrial de usinas e destilarias,com exceção de caldeiras, moendas,difusores e centrífugas de açúcar, informaJosé Marconato.

Entre as diversas tecnologiasdisponibilizadas pela empresa, incluem-sefábricas convencionais e compactas deaçúcar, que apresentam soluçõesmodernas, como cozedores contínuos esistemas de condensação dos vapores maisavançados. Entre eles, José Marconatodestaca o condensador evaporativo queestá sendo introduzido aos poucos nasplantas industriais.

A vantagem deste equipamento é quenão consome água, diminuindo anecessidade de captação. “É umatecnologia dominada, mas que não estátão otimizada em relação a custo”,pondera. Apesar de exigir um investimento

elevado, o condensador evaporativo acabase pagando no decorrer do tempo – avalia -,devido aos benefícios proporcionados,como economia de água e energia.

Segundo o presidente da GBA, afabricação de açúcar apresenta grandesavanços. “O custo de implantação é menor.Não há vazamentos nem paradas paramanutenção”, diz.

Além disso, as plantas de fabricaçãode açúcar seguem o conceito de indústriaalimentícia. Prova disso são os materiaisempregados. “Os revestimentos de epóxiutilizados em equipamentos tiveramgrande evolução técnica em relação àqualidade e resistência”, elogia.

O aço inox também apresenta umamplo leque de opções. “Odimensionamento correto traz muitaeconomia em relação ao custo da matéria-prima. Existem hoje no mercado ligas paradiversas aplicações. O importante éidentificar onde pode ser usada cada umadelas, levando em consideração questõesligadas à resistência, abrasão, corrosão,temperatura”, afirma. (RA)

José Marconato: substituição

de antigas turbinas a vapor por sistemas de

motores elétricos foi avanço

Modernização inclui processo de

produção de açúcar e etanol

Modernização inclui as destilarias

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Considerando a necessidade da plantaindustrial criar condições favoráveis para aredução de custos e elevação dos ganhosfinanceiros, Hélio Belai afirma que umaquestão chave nas usinas é a diversificação daprodução.

Em relação à ampliação do mix, eledefende a necessidade das usinas investirem emcogeração de energia, levedura seca e etanol demilho – dependendo da região – ou de sorgo,entre outras opções, principalmente no períodode entressafra. O etanol de milho é uma boaalternativa para o Centro-Oeste, onde não hádemanda suficiente para este cereal, comenta.“Quem não investir na diversificação, vai ficarfora do mercado”, prevê.

O etanol de milho – ou de outros produtos– pode ser fabricado, inclusive no período dasafra de cana, sem a necessidade de grandesalterações na planta. “Há um aproveitamentoda caldeira, do laboratório, da balança, do custofixo de utilidades, entre outros itens. É possívelproduzir os dois tipos de etanol ao mesmotempo. O de milho vai exigir moegas e outrosequipamentos pequenos. Algumas usinasaproveitam as cubas de tratamento”, diz.

A grande vantagem dessa alternativa éproduzir etanol e energia o ano inteiro –destaca. “A mão de obra utilizada para aprodução de etanol de cana pode seraproveitada na fabricação de etanol de milhodurante a entressafra”, argumenta. (RA)

Aspectosambientais e desegurança tambémgeram mudanças

A questão ambiental é um aspectoimportante que deve ser observado nasnovas plantas industriais, destaca LuizRoberto da Silva, diretor técnicoindustrial da GBA.

Os projetos greenfield estãosendo implantados distantes de rios,a contaminação do meio ambienteprovocada pela caldeira melhoroumuito com os lavadores de gases, avinhaça não é usada de maneiraindiscriminada e nem é mais jogadanos rios, existe a preocupação com oreúso da água – observa.

Na opinião de Luiz Roberto,outro ponto forte que deve serdestacado é a preocupação com asegurança do trabalhador. As normasregulamentadoras estão sendorealmente colocadas em prática –constata – e isto acaba exigindo, emdiversos casos, mudanças nas plantasindustriais. “Os transportadores,usados nas unidades industriais, nãopodem ter nenhuma parte rotativaexposta”, exemplifica. (RA)

Diversificação da produção é

considerada questão chave

Hélio Belai: cogeração de energia, etanol de milho e levedura seca são alternativas

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Na safra atual a empresa conseguiureduzir o consumo de 2.640 m³ de água por dia

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

O reaproveitamento da água na UsinaRio Pardo tem chamado a atenção porseus resultados. Para a conservação e oreúso da água da indústria, a empresalançou mão dos condensadoresevaporativos nos cozedores da fábrica deaçúcar, na turbina de condensação parageração de energia elétrica; noconcentrador de vinhaça; e nosevaporadores da concentração de caldo(evaporação).

Segundo o gerente industrial, CarlosCaserta, nos processos de fabricação deaçúcar a Usina Rio Pardo optou pelasubstituição das torres de resfriamento deágua e multijato, por condensadoresevaporativos, a fim de reduzir o consumode água, energia, e custo de manutenção.“O princípio de funcionamento éproporcionar o vácuo nos cozedoresatravés da condensação do vapor geradopelo cozimento com a ventilação dos tubos,

umedecidos externamente com a própriaágua condensada proveniente do vapororiundo do cozedor de açúcar. Oreaproveitamento da água gira em tornoda água evaporada no cozimento, onde écondensada na ordem de 35 t/hora, sendoreaproveitada no processo produtivo”,explica.

Ele diz que nas turbinas decondensação atuais, que são operadas avácuo para condensar o vapor de escapeque sai da turbina, o princípio é o mesmoque o utilizado na condensação do vaporgerado no cozimento de xarope. “Asvantagens são: o reaproveitamento águacontida durante a condensação, baixoconsumo de energia e não há consumo deprodutos químicos para tratamento daágua, além do menor custo demanutenção”.

Outra tecnologia que a sina utiliza é oconcentrador de vinhaça com capacidadepara concentrar 40% da vinhaça geradapela produção efetiva do processamento deálcool. “O objetivo do equipamento éconcentrar 110 m³/hora com 2.5 a 3.0brix; extrair 10 a 12 m³/hora de vazão devinhaça concentrada a 25 brix,conseguindo reduzir em 10 vezes o volumegerado. A água condensada extraída éresfriada e reutilizada na diluição dofermento e mosto para o processofermentativo e posteriormente paraprodução de etanol”, informa CarlosCaserta.

Condensadores evaporativos proporcionam reúso da água

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Mesmo com o aumento da moagemde cana, o consumo de água baixousignificantemente na unidade. Segundo ogerente industrial, Carlos Caserta, com otrabalho de reúso, o consumo específicoreal de água passou de 0,61 m³/toneladade cana em 2012 para 0,48 m³/toneladade cana em 2013, quando a moagempassou de 400 toneladas de cana porhora para 500 t/h, na safra 2013/14. Ovolume de reúso da água saltou de 40para 110 m³.

“O trabalho de reúso da água surgiujustamente com o aumento da moagem decana através da instalação doscondensadores evaporativos na indústria.Tanto é que na safra atual a empresaconseguiu reduzir o consumo em 2.640 m³

de água por dia e evitou a perfuração denovo poço, contra a marca anterior de 960 m³/dia consumidos”, revela.

A redução de consumo mensal deágua também chama a atenção, já que ovolume passou 23.040 m³ para 63.360 m³,segundo o gestor.

Já na safra 2013/14, a diminuição doconsumo foi de 580.800 m³ ante a marcaanterior de 211.200 m³ em 2012.

Ele explica que havia uma necessidadede realizar esse trabalho pois a Usina temuma captação de água, por poço com vazãobaixa, que não atenderia a demanda doprocesso com ampliação da moagem.“Havia duas opções, perfurar mais um poçoou reutizar a água proveniente da cana.Após análise das opções, a direção optou

por reaproveitar a água da cana, sendouma medida mais econômica e umacontribuição muito grande com o meioambiente. As ações foram realizadasdurante as últimas três safras, e a usinaobteve um retorno bem significativo naredução do consumo de água. A direção daempresa optou em não abrir mais poçosartesianos, e sim reaproveitar o máximopossível. A licença fornecida pela CETESBpara captação de água é de 0.7 m³ portonelada de cana”, diz.

O gerente afirma que um dos fatoresimportantes nos resultados, é contar com acolaboração dos funcionários. “As pessoasprecisam acreditar no projeto,principalmente na conscientização dedesperdício”, finaliza. (AM)

De acordo com o gerente industrial daUsina Rio Pardo, Carlos Caserta, as vantagensdo concentrador de vinhaça são: oreaproveitamento de água; redução deaplicação de vinhaça no solo; redução dovolume de vinhaça aumentando o brix;concentração dos sais contidos no meio,contribuindo para o aumento de nutrientespara a adubação na cana; contribuição diretano custo de adubação e redução no custo defrete para a distribuição de vinhaça no campo.

Além dessas tecnologias, no parqueindustrial da Usina Rio Pardo, está instalado aevaporação de caldo tipo névoa turbulenta, comquatro efeitos utilizando a mesma concepção daconcentração de vinhaça, onde o líquido édistribuído em descendência, formando umapelícula nas paredes dos tubos, que evitacontato direto com vapor e o aumento de cor noproduto. “O condensado extraído é enviado aoprocesso, fazendo o seu reúso. Entre asvantagens estão, a melhor qualidade do produto(cor de açúcar menor); reaproveitamento deágua para o processo; redução no consumo devapor; opção de realização de limpeza química,evitando que o colaborador adentre noequipamento”, finaliza. (AM)

Vantagens do concentrador de vinhaça

Tecnologia reduz consumo de 2.640 m³ de água por dia

Carlos Caserta: reúso da água evitou a

perfuração de novo poço

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Integração com a indústriade biocombustível jáestabelecida no País será um dos diferenciais do projeto

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Uma pesquisa liderada pela EmbrapaAgroenergia (DF) pretende aproveitarresíduos das usinas sucroenergéticas paracultivar microalgas, gerando óleo paraprodução de biodiesel e biomassa residual.A novidade é que elas poderão servir dematéria-prima para etanol, carotenóides eoutros pigmentos de alto valor agregado.Os experimentos devem durar pelo menostrês anos.

O projeto objetiva a obtenção de umanova fonte de óleo para a produção debiodiesel em um primeiro momento, masos cientistas também vão caracterizar abiomassa residual buscando potencial parageração de produtos de alto valor agregado,como carotenoides e outros pigmentos. Eavaliarão ainda a possibilidade de serutilizada para produzir o etanol celulósico.A Embrapa explica que a ideia é que osbiocombustíveis não sejam os únicosprodutos responsáveis por “pagar” aprodução das microalgas, mas que o custo

seja dividido com outros itens. Na China,Japão e nos Estados Unidos, a produçãocomercial de microalgas já existe. Porémum dos gargalos são os altos custos deprodução das microalgas para o mercadode biocombustíveis.

Segundo a Embrapa, as microalgascultivadas comercialmente em tanques de

água a céu aberto ou em fotobiorreatoresfechados, são capazes de fornecer maisbiomassa e óleo por área utilizada naprodução do que qualquer espécie vegetalconhecida.

Bruno Brasil, pesquisador daEmbrapa Agroenergia, afirma que umquilo de betacaroteno chega a custar

US$ 2 mil, então, é possível obtê-lo apartir de microalgas com a tecnologiadisponível hoje. “Para gerarmosbiocombustíveis, ainda precisamosreduzir muito o custo”, explica opesquisador da Embrapa Agroenergia,Bruno Brasil.

O projeto da Embrapa trabalhajustamente nesta linha de pesquisa, poisestá buscando microalgas de altorendimento na biodiversidade brasileira,especialmente na Amazônia e no Pantanal.“Estirpes serão isoladas, testadas eselecionadas quanto à capacidade decrescimento em meios a base de vinhaça eaerados com diferentes concentrações degás carbônico (CO2), dois resíduosabundantes de usinas de açúcar e etanol. Avinhaça é rica em Nitrogênio, Fósforo ePotássio (NPK) – nutrientes tão essenciaispara as microalgas quanto para as plantas.Além de agregar valor a esse resíduo, hojeempregado na fertirrigação de canaviais, asmicroalgas poderiam consumir o carbonoliberado na produção de etanol, tornando-aainda mais sustentável”, reforça.

Para o professor Luís FernandoMarins, da Fundação Universidade do RioGrande, participante do projeto, aintegração com a indústria debiocombustível já estabelecida no País seráum dos diferenciais do projeto pois poderáreforçar a inserção das usinassucroenergéticas e do cultivo de microalgasno conceito de biorrefinaria.

Viabilidade da microalga da vinhaça para produção de etanol é testada

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Mas a vinhaça vem acompanhada decaracterísticas menos favoráveis, como serácida e pouco translúcida, o que podecomprometer a capacidade de asmicroalgas fazerem fotossíntese, deacordo com o professor MarceloFarenzena, da Universidade Federal doRio Grande do Sul. “O desafio seráencontrar o ponto ótimo entre ofornecimento de insumos, o crescimentodas microalgas e a obtenção de óleo ebiomassa”, explica.

Como um dos desafios da pesquisa éproduzir a microalga com menor custo e

que seja compensador para a indústria debiocombustíveis, em busca de estirpescom alto rendimento, os pesquisadorestambém vão fazer a caracterizaçãogenômica das linhagens promissoras.“Essa é uma área ainda carente deresultados científicos”, ressalta BrunoBrasil.

Outro trabalho será odesenvolvimento de protocolos detransformação gênica paramelhoramento. “Precisamos desenvolvercepas de microalgas que estejamadaptadas às diferentes condições

climáticas do Brasil, que sejam resistentesa pragas e boas competidoras em sistemasde cultivos abertos”, afirma o pesquisadorBruno Brasil.

Para atingir os objetos da pesquisa, aEmbrapa Agroenergia reuniu uma redede instituições com experiência emdiferentes áreas que envolvem o cultivode microalgas. Na Embrapa Suínos eAves (Concórdia/SC), por exemplo, elasestão sendo utilizadas no tratamento dosefluentes da geração de biogás a partirdos resíduos das granjas. Outras linhas depesquisa na unidade catarinense são a

suplementação de rações e a avaliação deprodução de carboidratos e etanol. “Essaexperiência e a dos outros parceiros sãocomplementares e constituem umdiferencial do projeto”, lembra opesquisador Márcio Busi.

A rede de instituições inclui aEmbrapa Agroenergia, a EmbrapaAmazônia Oriental, a Embrapa Pantanal,a Embrapa Suínos e Aves, a Fiocruz, aFundação Universidade Federal do RioGrande (Furg), o Instituto Botânico deSão Paulo e a Universidade Federal doRio Grande do Sul (UFRGS).

Ácida e pouco translúcida

MUITO, EM PEQUENO ESPAÇO Estimativas apontam que para substituir todo o petróleo

consumido nos Estados Unidos por óleo de soja, seriapreciso cultivar o grão em uma área três vezes maior do quetodo o território continental norte-americano. Substituindo oóleo de soja pelo de palma (dendê), o espaço necessáriocairia para 23% do território. Por sua vez, o cultivo demicroalgas para o mesmo fim ocuparia menos do que 4% daárea daquele país. (Fonte: Embrapa Agroenergia)

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Nas metas, manejoadequado dos recursosnaturais, humanos,financeiros, tecnológicose ambientais

A definição das metas da empresapara o período em que vai ser feito oplanejamento da produção agrícola nosetor sucroenergético é uma medidarelevante, segundo o professor da EscolaSuperior de Agricultura Luiz de Queirozda Universidade de São Paulo(Esalq/USP), Edgar Gomes Ferreira deBeauclair.

Antes de qualquer coisa, existe anecessidade de elaborar o planejamentoestratégico da empresa que antecede oplanejamento da safra. E isto envolve –detalha o professor da Esalq – a questãofinanceira, a identificação de pontosfortes e de ameaças, a avaliação deoportunidades e do mercado, entreoutros fatores.

Em função dessa primeira análiseestratégica são definidas as metas daárea agrícola e industrial, observa. Apartir disso, será possível decidir sehaverá aumento ou diminuição daprodução, o índice de reforma doscanaviais, a necessidade – ou não – deredução de custos.

Para atender as expectativas deprodução da empresa, é preciso fazer omanejo adequado – afirma – dosrecursos naturais, humanos, financeiros,tecnológicos e ambientais.

Há questões específicas que devemser observadas no planejamento. “Adiretoria pode definir a redução de 30%do orçamento da área agrícola. Oumesmo anunciar a obtenção de

financiamento do BNDES. São duassituações extremas que acabam afetandoo planejamento”, exemplifica.

No caso de “enxugamento”orçamentário, a diminuição de custosdeve ser feita preferencialmente emáreas com maior número de cortes epreservar as mais novas, recomendaEdgar Beauclair. “O sacrifício começapelas áreas mais velhas”, ressalta.

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ANTECEDE O DA SAFRA Objetivos incluem diminuição decustos e elevação da eficiência

O planejamento é a base dogerenciamento da produção agrícolavisando a diminuição de custos, afirmaAntonio Marcos Iaia, professor daUniversidade Federal de Mato Grosso(UFMT). Mas, não é só isto. Deve tambémprever a adoção de práticas e de tecnologiasavançadas que vão gerar benefícios, como oaumento da produtividade e a elevação daeficiência operacional, mesmo exigindo arealização de investimentos.

“Ao longo do tempo essesinvestimentos se pagam. E se torna maisvantajoso realizá-los do que deixá-los defazer”, enfatiza.

A cana-de-açúcar exige umplanejamento mais detalhado em relação aoutras culturas que têm ciclo anual. “Oplanejamento da produção da cana-de-açúcar não pode ser feito no curtíssimoprazo, porque o ciclo da cultura tem nomínimo cinco ou seis anos. “É precisopensar lá na frente”, diz.

Não é tarefa das mais fáceis planejar egerenciar a produção agrícola no setorsucroenergético. Existem muitas variáveisque precisam ser levadas em conta. “Devemser consideradas as operações agrícolas, aquantidade e a qualidade de matéria-primaque a usina pretende obter, a distância docanavial”, exemplifica Antonio Iaia.

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Com informações do processo, émais fácil resistir à instabilidade

O maior segredo do planejamento éter informações de todas as etapas doprocesso de produção agrícola para queseja possível alterá-lo visando a obtençãode resultados positivos. “Quem tem asinformações na mão, adapta-se commaior facilidade aos momentos de crise einstabilidade. Nesse caso, a empresa sabedos riscos que está correndo e tem comoavaliar aquilo que pode perder ou deixarde fazer”, afirma Antonio Marcos Iaia.

Quem não tem controle da produção,fica no ‘chutômetro’ e pode tomarmedidas totalmente equivocadas – alerta.

O monitoramento constante éfundamental para o sucesso doplanejamento, que não deve se tornaralgo estanque e imutável. “A partir domomento em que se estabelece umameta, um plano de trabalho, podemsurgir situações que exijam mudanças emfunção do preço do produto final, domercado e da própria economia. Épreciso reajustar o planejamento deacordo com essas condições”, avalia,

Com a realização do monitoramento,é possível adequar o planejamento –detalha – à queda de preço do etanol e doaçúcar, o aumento do dólar, à elevaçãodo preço de insumo ou qualquer eventoque possa alterar a meta estabelecida.“Se não tiver um planejamento, aempresa fica apagando incêndio”,enfatiza. (RA)

Falta de política pública compromete oplanejamento estratégicoe afeta todos os outros: o agrícola, o industrial e o comercial

A definição do início e do término dacolheita e da quantidade de matéria-primaa ser colhida depende da formação docenário interno e externo, observa EdgarBeauclair. A partir desse panorama, adiretoria define as metas da empresa,incluindo o cronograma da colheita, oíndice de reforma, a realização – ou não –do plantio de inverno, detalha. “Tudo istovai estar em jogo”, ressalta.

O planejamento e o gerenciamento daprodução agrícola não têm uma fórmulaúnica. Tudo depende da situação, daestratégia e da saúde financeira de cadausina. “Não tem receita. As decisões sãodiferentes para uma empresa sólida e parausinas que estão encontrando dificuldadesaté mesmo para iniciar a moagem na safra2014/15”, compara.

Segundo ele, a receita para a atividadesucroenergética está com o governo queprecisa definir uma política pública quepermita a realização de investimentos comsegurança. “Quem está investindo no setor,

está perdendo dinheiro. E o Brasil inteiroperde, pois se perde o etanol, perde agasolina, perde a Petrobras que é a únicaempresa petrolífera do mundo que dáprejuízo”, diz.

Na avaliação dele, essa situaçãocompromete o planejamento estratégico, oque acaba afetando todos os outros: oagrícola, o industrial e o comercial. “O

estratégico passou a ser um jogo deadivinhação. Ninguém sabe exatamente oque vai acontecer”, observa.

Em qualquer situação, o planejamentoé fundamental – ressalta – e deveconsiderar sempre os fatores básicos: asmetas da empresa provenientes doplanejamento estratégico e os recursosdisponíveis. (RA)

A “receita” do setor sucroenergético está com o governo

Edgar Gomes Ferreira de Beauclair: planejamento define caminhos para a produção

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É preciso preparar ausina para aimplantação de sistemassofisticados, recomendaprofessor da UFMT

A utilização de softwaresespecializados é um aliado importante doprocesso de planejamento. Antonio MarcosIaia observa que existe uma grandequantidade de ferramentas disponíveis nomercado nessa área. É preciso verificarquais são as que atenderão, de maneiramais eficiente, as demandas da empresa.“O software não vai planejar nadasozinho”, comenta.

Além das ferramentas de maiorabrangência que possibilitam oplanejamento de toda a produção agrícola,o mercado oferece soluções maisespecíficas que são utilizadas, por exemplo,na agricultura de precisão. O professor daUFMT lembra que cada ferramenta exigeuma maturação de uso.

Na hora de escolher um software, épreciso avaliar se a empresa já estápreparada para utilizá-lo. Segundo ele, não

é recomendável optar por uma soluçãomuito sofisticada caso não haja uma basebem feita nessa área. “Não adianta usarsmoking com sapato furado”, brinca.

Antes de mais nada, Antonio Iaiaenfatiza a necessidade de realização de umcontrole eficiente da produção. “Aquiloque a empresa não mede, também nãoconsegue controlar. E aquilo que ela nãocontrola, não tem como alterar”, diz.

O mercado tem sistemas“sofisticadíssimos” que informam, a cada

momento, quanto está custando otransporte, a produção de açúcar, de etanole cada operação da usina – diz. Essassoluções disponibilizam informações sobrea produtividade em determinado talhão,por variedade, época de plantio, etc.

Mas, não adianta implementar umasolução dessas se a empresa não tiver umsistema básico de controle e pessoastreinadas para atuarem nessa área –comenta. O setor de Tecnologia daInformação (TI) tem um papel de grande

importância para preparar a usina visandoa utilização dessas ferramentas quepossibilitam o levantamento e asistematização das informações ligadas aoprocesso de produção agrícola.

“A informação é a base doplanejamento, permitindo a solução deproblemas quando algum dado destoa dasmetas estabelecidas”, destaca. A partirdisso, será possível adotar medidas quemitigam os efeitos proporcionados por umasituação indesejada.

À medida que a usina implantar umsistema de colheita mecanizada –exemplifica –, caso não haja um controledas perdas, do rendimento e se houver umgargalo em relação à topografia ou aoplanejamento de talhão, o resultado dessaoperação torna-se insatisfatório. “Essasituação deve ser alterada para que sejaobtido um rendimento dentro de umpadrão desejado. Não adianta ter amáquina, um bom operador, se a base nãoestiver bem feita”, afirma.

“Tem muita gente que nem mensura oque está perdendo devido ao excesso dedesponte, por causa do corte muito alto oudo pisoteio. Como poderá ser adotadaalguma medida em relação a essassituações, se a usina não sabe o que estáacontecendo? – questiona.

“Não adianta usar smoking com sapato furado”

Tecnologia avançada deve ser acompanhada por qualificação da mão de obraExistem algumas situações básicas que

devem ser consideradas no planejamentopara a implantação de novas tecnologias,ressalta Antonio Marcos Iaia. A utilizaçãode uma adubação mais eficiente, comfertilizantes foliares e micronutrientes, deveser precedida por uma correção de solofeita com critério e cuidado.

Para a realização de investimentos emmáquinas com tecnologia mais avançada, épreciso planejar a formação de mão de obraqualificada para a operação dessesequipamentos. Sem essa medida, não serãoaproveitados, por exemplo, os benefícios

proporcionados por uma tecnologia de ponta.O manejo varietal tem um peso muito

grande no planejamento da produçãoagrícola. O conhecimento da área de canada usina, das características das variedadese dos benefícios que elas podemproporcionar é fundamental nessa etapa.

“Se houver erro na alocação de umavariedade, todo o ciclo da cana, que não écurto, será afetado”, constata Antonio Iaia,que é coordenador do Programa deMelhoramento Genético de Cana-de-Açúcar da Universidade Federal de MatoGrosso (PMGCA/UFMT).

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É preciso aprimoraralguns procedimentos,como a distribuição demudas no plantiomecanizado, paradiminuir perdas

A utilização de novas tecnologias éuma alternativa para elevar a eficiência noprocesso de produção e,consequentemente, reduzir custos. Essamedida vai exigir um mínimo deinvestimento que geralmente écompensado pelos benefíciosproporcionados.

“Um sistema para reduzir e controlaro tráfego diminui o consumo de diesel. Opiloto automático, a canteirização, oespaçamento duplo alternado, o plantiodireto são iniciativas de desenvolvimentotecnológico que contribuem para a reduçãode custos”, exemplifica Edgar Beauclair,que é professor do Departamento deProdução Vegetal da Esalq/USP

No caso do plantio duplo alternado,existe a necessidade da realização de uminvestimento mais elevado para aaquisição de colhedoras que se adaptemao novo espaçamento. “Esse é um tipo definanciamento que é mais fácil de serobtido. Mas, a adoção do duplo alternado

requer um planejamento mais complexo”,comenta.

No processo de transição de umsistema para outro, haverá a necessidadede convivência, durante várias safras, entreos espaçamentos duplo alternado econvencional. “A implantação dessamedida é de médio e longo prazos. Mas, oretorno é garantido, ocorrendo melhoriada produtividade e redução de custo”,afirma.

Para a elevação da eficiência e aredução de custos, alguns procedimentosprecisam ser alterados e aprimorados no

processo de produção agrícola. O plantiomecanizado é um deles. Edgar Beauclairobserva que ocorre a utilização de grandequantidade de mudas nesse sistema, o queacaba encarecendo a operação.

Atualmente existe a necessidade deum hectare de mudas para o plantio dequatro hectares. Antes da mecanização,com a mesma quantidade, era possívelplantar até dez hectares – compara.

Com novas tecnologias, o que inclui odesenvolvimento de sistemas maiseficientes de distribuição de mudas, esseproblema deverá ser equacionado – avalia.

Taxa variável e ácidoshúmicos tambémproporcionam economia

A agricultura de precisão é outrorecurso que contribui para a redução decustos. Mas, a aplicação da taxa variável éainda utilizada para poucos insumos,constata Edgar Beauclair.

“Os benefícios ocorrem principalmentena utilização de fósforo e potássio, No casodo calcário, existem problemas naamostragem e de solubilização, mesmo quenão seja feita a aplicação de precisão. Onitrogênio tem uma dinâmica muitointensa, de difícil controle”, comenta.

Segundo o professor da Esalq, o uso daagricultura de precisão no controle do matotorna essa operação muito mais eficiente.“Algumas usinas já estão avaliando aaplicação de herbicidas com taxa variável,inclusive com a utilização de produtosdiferentes e adequados para áreas comfolhas largas e estreitas. É um processodemorado que exige treinamento eidentificação do mato. Mas, gera umaeconomia enorme, reduzindo o custo em30%”, afirma.

O uso de ácidos húmicos é umaalternativa interessante que pode seradotada no processo de produção agrícola,porque essas substâncias melhoram aeficiência da adubação mineral, enfatiza.Ele calcula que os ácidos húmicos sãoutilizados em pelo menos 10% da área decana do Brasil. (RA)

Diversas iniciativas geram benefícios e reduzem custos

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Com elas, no final demarço e início de abril osetor deve ter melhorqualidade nos canaviais

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Não é de hoje que a Usina goianaJalles Machado se destaca emprodutividades nos ambientes restritivos eserve de campo de testes para as novasvariedades que surgem no mercado. E éexatamente isso que vem acontecendo nosúltimos anos com as duas novas variedadeslançadas recentemente pelo IAC – InstitutoAgronômico de Campinas.

Segundo a engenheira agrônoma,Patrícia Rezende, gestora de Pesquisa eDesenvolvimento da unidade, que estátestando as novatas IACSP97-4039 e aIACSP96-7569 em suas terras, a 4039, éuma variedade precoce e tem sedesempenhado bem em ambientesrestritivos, com déficits hídricos, como osdaquela região. “Ela tem mantido operfilhamento e uma soqueira excelente.Apesar da seca, tem conseguido se manterbem e isso nos agradou muito. Ela nãochega a ser tolerante mas tem um ótimodesempenho”, revela Patrícia.

Os números mostram que a variedade

4039 apresentou uma produtividade emambientes restritivos, em torno de 100toneladas/ha. “Mas o que mais chamou aatenção foi sua riqueza em ATR, em umano como esse que foi mais chuvoso e nogeral com ATR mais baixa, a planta semanteve bem no início de safra com 144 kgpor tonelada. A 4039 em ambientes

irrigados fechou o ciclo com 135, 140 a150 toneladas por ha”, afirma.

Segundo Patrícia, a empresa pretendenão irrigá-la, e utilizá-la para início desafra, por causa da chuva típica da época.“Estamos fazendo um sistema demultiplicação rápida devido suaimportância já que não temos muitas

variedades precoces com bom sistema deperfilhamento igual da 4039. Nessamultiplicação devemos fechar em 250 ha,mas para os próximos anos manteremoscerca de 2 mil ha”, analisa.

Patrícia revela que está bem satisfeitacom os resultados da 4039 e pretendecultivá-la em 2% das terras da usina.

Nova variedade dribla estiagem em Usina de Goiás

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A característica marcante da IACSP97-4039 é aboa adaptação em diversas regiões do Brasil, fator quepode influenciar positivamente no plantio em épocasde chuva e seca. A afirmação é do pesquisador e líderdo Programa Cana IAC da Secretaria de Agricultura eAbastecimento do Estado de São Paulo, MarcosGuimarães de Andrade Landell, que garante um bomdesempenho no Centro-Sul do Brasil, com performanceexcelente para o início de safra nas regiões Centro-Oeste do País e Norte de São Paulo, e em solosrestritivos.

De acordo com ele, a IACSP96-7569 tem o seuápice na colheita nos meses de maio a agosto, e possuio mesmo elevado teor de sacarose da IACSP97-4039.

Daniel Nunes, pesquisador do IAC, tambémgarante que a planta teve ótima adaptação na regiãoOeste de São Paulo, nos municípios de Andradina,Araçatuba, Presidente Prudente e Adamantina, ondeocorreu a última grande expansão da cultura da canano estado. “Ela foi selecionada exatamente nessaregião com alto déficit hídrico e solos mais fracos, umaestratégia para seu bom comportamento”, informa.

A engenheira agrônoma, Patrícia Rezende, gestorade Pesquisa e Desenvolvimento da unidade, ressaltaque a 7569 também se comportou com boaprodutividade e tem sido muito procurada porconfinamentos devido a boa palatabilidade da planta.“Ainda não tenho tanto conhecimento de manejo, maspercebemos que ela tem um perfilhamento bom. Emnosso cultivo a 7569 apresentou 120 a 130toneladas/ha, mas é mais exigente do que a 4039. Elatambém é mais sensível a seca. Hoje a cultivamos emcinco ha, mas vamos expandi-la em até 50 ha em 2014para conhecê-la melhor. O índice de ATR também foiem torno de 138 kg por tonelada e fechou com 150 deATR, é uma planta de precoce a meio de safratambém. Acredito que em ambientes melhores ou maisúmidos pode ser mais produtiva”, finaliza.

Marcos Landell explica que as novas variedadescontribuirão para que a partir do final de março einício de abril, o setor tenha melhor qualidade noscanaviais. (AM)

Planta tem boa

adaptação em

diversas regiões

IACSP97-4039: performance excelente para o início de safra

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Fevereiro 2014SAÚDE & SEGURANÇA58

Pagamento adicional deforma proporcional étema controverso,também, no setor

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Os termos saúde e segurança notrabalho, aos poucos, vêm ganhando suadevida importância no Brasil. Instruir eoferecer equipamentos de proteção sãodeveres da empresa, além de fiscalizar ocumprimento por parte do obreiro.Contudo, engana-se quem pensa que asquestões trabalhistas são tão simplistas.

O pagamento adicional depericulosidade de forma proporcional,por exemplo, é um dos pontos maiscomplexos e que incidem, também, nosetor sucroenergético. Especialistasapontam que a legislação é falha aodefinir as atividades consideradas comopericulosas.

Em alguns casos, nem todas astarefas laborais expõem o trabalhador deforma permanente conforme prescreve alegislação, com a NR – NormaRegulamentadora 16. “A maneira comoé colocado, é possível interpretar que sóserão contemplados com o adicionalaqueles trabalhadores que lidam cominflamáveis, explosivos e eletricidadedurante toda a jornada diária. Mas, eaqueles que se expõem de formaintermitente ou eventual?”, questionaJoão Augusto Ribeiro de Souza, diretorexecutivo do GSO - Grupo de SaúdeOcupacional da Agroindústria.

Como mecanismo jurídico paradefinir os trabalhadores que se expõe aorisco e tem direito ao adicional, foramcriadas as chamadas convençõescoletivas, que acordam o pagamentoproporcional ao tempo de exposição ou

comprovação da exposição através daanálise de risco. Desta forma, mesmo aexposição não sendo permanente,caracteriza-se como atividade periculosa.

“No setor sucroenergetico, nãodiferente dos demais setores, é urgente anecessidade em se organizar o trabalho,definindo de forma documental todas asatividades realizadas peloscolaboradores e com isso facilitar a

identificação exata se determinadafunção tem ou não o direito ao adicional,mesmo em situações já acordadas emconvenções ou acordos coletivos. Assituações de risco podem ser alteradasatravés de medidas de controle efetivo etornar-se seguras a ponto de não seremenquadradas como periculosas”, explicaJoão Augusto .

Com o avanço da utilização do

bagaço da cana como fonte de energia, oespecialista reitera a necessidade de umcontrole efetivo das atividades dentrodas usinas. “Nosso setor, como produtorde energia elétrica, deve estar atento eser rigoroso no conhecimento dos riscosdas atividades tidas como periculosas eestabelecer políticas de gestão desegurança do trabalho condizentes comas situações reais”.

A PERICULOSIDADE DA LEI

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Fevereiro 2014 POLÍTICA SETORIAL 59

Analistas da DONG Energy sepronunciaram dizendo que as novas metasjá têm deixado alguns investidores, tantoamericanos quanto internacionais,inseguros diante do possível panorama. Deacordo com porta-voz da empresaresponsável pela pesquisa, os EUA eravisto como um dos mercados maispromissores para o etanol celulósico nomundo e agora foi substituído ouultrapassado por outros mercados queestão se movendo mais rápido,especialmente na China e no Brasil.

De acordo com Tarcilo RicardoRodrigues, diretor da Bioagência, aindústria do petróleo americano é muitoforte e o Brasil sabe por experiênciaprópria que refinarias e produtores deetanol não têm uma convivência fácil epacífica. Sempre estamos imersos em meioa grandes disputas. “O mesmo acontececom os Estados Unidos agora. É negócioque movimenta bilhões de dólares, por essarazão é um processo bem complexo”, diz.

O governador de Iowa, o maior Estadoprodutor de etanol nos Estados Unidos,Terry Branstad se pronunciou e diz temerque a proposta EPA poderia levar a umanova crise agrícola no país.

E como resultado das novas metas, 20unidades produtoras de etanol podemfechar suas portas, de acordo com dadosda Marquis Energy LLC, empresa queopera uma unidade produtora de 110milhões de litros por ano em Hennepin,Illinois. Rodrigues acredita que ofechamento das unidades produtoras deetanol é uma consequência esperada.“Haverá uma redução de preço do etanol,algumas fábricas serão fechadas, paraajustar oferta e demanda. O mercado semovimenta pela geração de oferta. Nósestamos entrando na próxima safra, issonão quer dizer que não vamos maisexportar, quer dizer apenas que vamosexportar menos para os EUA numacondição de exportação diferenciada”,finaliza. (PB)

Proposta EPA poderia levar a uma nova crise agrícola no país

PATRICIA BARCI, DE RIBEIRÃO PRETO, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

A EPA — Agência de ProteçãoAmbiental Americana anunciou dia 15 denovembro de 2013, em Washington, aproposta para as novas metas de uso debiocombustíveis para 2014 nos EstadosUnidos.

Publicada oficialmente, dia 29 denovembro, a EPA especificou que dos18,15 bilhões de litros que o CongressoAmericano aprovou de acordo com a lei debiocombustíveis em 2007, serão usadosapenas 15,21 bilhões de litros em 2014, oque fica muito abaixo da proposta.

De acordo com Tarcilo Ricardo

Rodrigues, diretor da Bioagencia- Agênciade Fomento de Energia de Biomassa epresidente do Conselho Administrativo daInternational Ethanol Trade Association, aEPA se encontrava em uma situaçãocomplicada, ocasionada pela própria metade mistura inicial. “A Agência Americanatinha duas opções, ou aumentava opercentual de mistura de 10% para 15% oureduzia o mandato. Isso acontece porque acapacidade deles é maior que a demanda.Essa mudança não é exatamente umaredução, e sim uma redução da expansão.O crescimento vai ser menor do que seprojetava. Isso provoca uma estagnação nomercado americano”, explica.

O presidente da NCGA — AssociaçãoNacional dos Plantadores de Milho dos

Estados Unidos Martin Barbre, disse àimprensa que a nova meta para 2014 éimprudente e deve ser condenada portodos os consumidores por ser prejudicialpara economia americana e diz temer pelofuturo dos biocombustíveis no país. “Aexpectativa dos produtores americanos erade aumentar a mistura e não reduzir asmetas e é por isso que eles não aceitam eestão lutando contra a resolução da EPA.Nós brasileiros já fizemos isso, e essa é umaopção que favorece a indústria. Paradesespero dos produtores americanos adecisão pela redução favoreceu asrefinarias”, explica Rodrigues.

De acordo com dados da Unica —União da Indústria de Cana-de-Açúcar, noano passado, O Brasil exportou 1,5 bilhão

de dólares em etanol para os EstadosUnidos, o equivalente a 3% dosbiocombustíveis consumidos no país norte-americano, pode ter seu volume reduzidoem consequência da nova proposta. “Paraa indústria de biocombustíveis isso foi umaperda muito grande, e nada de positivo vairesultar dessa decisão, tanto para elesquanto para o Brasil por exemplo, já quese quisermos continuar exportandoteremos que competir com o etanol demilho americano. A consequência damudança nas metas para uso debiocombustíveis nos Estados Unidos parao Brasil é o aumento da competitividade.Talvez daqui para a frente nós nãotenhamos preços para entrar no mercadoamericano”, pondera.

Metas para biocombustíveis nos EUA deve estagnar mercado

Terry Branstad: novas metas podem deixar investidores inseguros

Tarcilo Ricardo Rodrigues: capacidade da EPA é maior que a demanda Martin Barbre: nova meta para 2014 é imprudente

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Fevereiro 2014DESTAQUES DO SETOR60

Por Fábio Rodrigues – [email protected]

Banda de rodagem especial para o segmento industrial

A tecnologia da Vipal utilizada na banda de rodagemVI600 já está disponível para o segmento industrial. O setoragora pode contar com o excelente poder de tração eresistência ao desgaste por abrasão, uma vez que essatecnologia tenha sido inicialmente projetada para uso emempilhadeiras e guindastes.

“A VI600 foi desenvolvida para ser mais leve eeconômica. Isso gera maior rentabilidade nas operações demovimentação e armazenagem de materiais”, informaEduardo Sacco, gerente de marketing da Vipal.

O modelo também pode ser encontrado no mercadoem sua versão não-manchante, banda de cor brancadestinada a uso em pisos claros, como os de indústriasalimentícias e farmacológicas.

Além disso, a VI600 émais um produto Safe Oil daVipal, ou seja, não possui emseu composto de borracha oschamados "óleos altamentearomáticos", que contêmcomponentes que trazem riscosao meio ambiente. Conformeexigência do Inmetro previstana Portaria 544, a partir de2016 todos os pneus novos eimportados já devem estarisentos deste tipo de óleo.

Brasil continua atrativo para fusões e aquisições

O mercado brasileiro encerrou 2013 com a marca de 800transações de fusões e aquisições, ultrapassando o antigorecorde de 2010, fechado com 798 operações. No último ano,houve um crescimento de 2,4% no volume de transações emrelação a 2012, que registrou 770 operações.

Conforme o relatório 2013 de F&A da PwC Brasil, até 20de dezembro já haviam sido registradas 789 transações, dasquais apenas 283 (35,9%) tiveram seus valores divulgados. Dototal anunciado, 13 transações tiveram valor de compra acimade US$ 1 bilhão, totalizando US$ 55,2 bilhões. De acordo comAlexandre Pierantoni, sócio da PwC Brasil e líder de fusões eaquisições, é esperado um patamar semelhante para 2014. “Omercado interno está cauteloso, mas o Brasil continua atrativopara fusões e aquisições, seja por fundos de Private Equity, sejapor investimento estrangeiro”, analisa o especialista.

As transações ficaram, mais uma vez, concentradas naregião sudeste (68,6% do total, contra 72,6% em 2012).Aquisições de participação majoritária somaram mais dametade das operações e o setor de serviços auxiliares - queengloba áreas de consultoria, administração, marketing epropaganda e assessorias em geral – foi o líder do ano,representando 15% do total.

Rockwell amplia portfólio de rede industrialA Rockwell Automation ampliou sua

família de switches industriais e roteadoresAllen-Bradley Stratix, anunciando novosequipamentos wireless e produtos desegurança projetados para atender a requisitosde redes industriais.

As expansões incluem: o switch industrialgerenciado Stratix 5700 Ethernet com afuncionalidade de tradução de endereço derede incorporada; o roteador Stratix 5900 enovas opções para fibras óticas e energia viarede Ethernet (PoE) para os switches Stratix5700, Stratix 8000 e Stratix 8300.

Entre os novos produtos, lançados noinício de 2014, estão o switch Allen-BradleyArmorStratix 5700 e o Stratix 5100 comtecnologia sem fio.

Esta importante expansão do portfólio

ajudará fabricantes a desenvolver umainfraestrutura de rede mais econômica,unificada e segura, dos sistemas corporativosaté os dispositivos finais utilizados noambiente de produção. “As indústrias estãomigrando para Redes EtherNet/IP padrão –uma razão para isto é alavancar melhortecnologias e recursos, como a grandequantidade de armazenamento de dados,computação em nuvem e virtualização”,observa Rachael Conrad, gerente de negóciosde Redes e Segurança, da RockwellAutomation, “a tendência para o uso deEtherNet/IP também aumentou oreconhecimento da importância de umambiente seguro para a empresa, dos sistemascorporativos até os dispositivos finais”,acrescenta. Switches com tecnologia sem fio

Banda de rodagem foi desenvolvida

para ser mais leve e econômica

Destaque-seSugestões de divulgação de lançamento de produtos, informativos, anúncios de contratações e promoções de executivos e demais notas corporativas ou empresariais devem ser enviadas a Fábio Rodrigues, email: [email protected]

FMC apresenta novo portfólio em Dia de Campo

A FMC Agricultural Solutions participou do seuprimeiro Dia de Campo deste ano apresentando seuportfólio para manejo e controle de doenças e pragas naslavouras. O Dia de Campo de Verão foi realizado nos dias14 e 16 de janeiro, no Campo Experimental daCooperativa. Cerca de 13 mil visitantes estiveram presentesnesta feira de negócios que contou com 325 palestrasdemonstrativas e exposições de máquinas e equipamentos.

Além de apresentar novas tecnologias para osvisitantes, a equipe da empresa orientou e acompanhou osprodutores para o campo experimental para que pudessemcomprovar a eficiência dos produtos. “Queremos trazer aoprodutor soluções completas e combinadas de prevenção econtrole nas lavouras e que possam contribuir paraprodutividade no campo”, destaca o supervisor de vendasda empresa, Jorge José Francisco Neto.

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Fevereiro 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES62

Desde 1965 atuando em RibeirãoPreto e regiões de São Paulo, Minas Geraise Goiás, o Grupo Auto Peças Mauríliodispõe no mercado de uma gama deprodutos para atender toda linha deimplementos rodoviários e canavieiros,representando e distribuindo as maisimportantes marcas, além de completalinha de conexões, tomadas de força,bombas hidráulicas e comandoshidráulicos.

Através da Hidráulica Mauv, fabrica,desenvolve, instala e presta assistênciatécnica para as principais marcas destesegmento, como: Gaff, Ferrol, Suspensys,

Cassap, Jost, Engatcar, Airtech. Serviços com qualidade e rapidez,

com foco na solução, em agregar valor, deuma empresa preocupada com oatendimento, lastreada no respeito aocliente, centrada numa fórmula de negóciojusto, na qual todos ganham é a chavepara o sucesso da Maurílio Auto Peças.

Tradição e confiança que faz aempresa a cada dia zelar por seusparceiros.

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Empresa auxilia outras noCadastro Ambiental Rural

Grupo Auto Peças Maurílioprepara-se para a entressafra

Auto Peças Maurílio

O novo código florestal (Lei nº 12.651, de25 de maio de 2012), representa um importanteavanço nas políticas ambientais do Brasil, ouseja, vem de encontro com os anseios de longadata dos produtores rurais, visando aconservação dos recursos naturais semprejudicar o crescimento econômico doprincipal componente do PIB nacional.

O novo código florestal trouxe consigo aimplantação do CAR — Cadastro AmbientalRural, onde cada uma das propriedades ruraisde todo o Brasil devem se cadastrar. O cadastroocorre por meio do SiCAR — Sistema Nacionalde Cadastro Ambiental Rural, um sistema on-line onde é inserido o perímetro da propriedadejuntamente com os contornos das APP — Áreasde Preservação Permanente, das áreas deReserva Legal, das florestas e dosremanescentes de vegetação nativa das Áreas deUso Restrito e das áreas consolidadas daspropriedades e posses rurais do país. Essecadastro vem substituir a antiga averbação dereserva legal em matrícula.

BENEFÍCIOS AO PRODUTORAlém do produtor atender a uma

exigência legal, exigida não só pela lei mastambém por instituições de crédito rural, essenovo processo faz com que o produtoreconomize tempo e dinheiro em comparação àantiga averbação em matrícula, pois se trata de

um cadastro on-line, executado através defotografias aéreas de alta resolução fornecidaspelo próprio SiCAR.

COMO SE CADASTRARPara se cadastrar o proprietário deve ter

em mãos seus dados pessoais, seja ele pessoafísica ou jurídica juntamente com o CCIR ecópia da matrícula do imóvel. Outro dadoimprescindível é o arquivo georreferenciado doperímetro do imóvel.

Apesar de ser um processo aparentementesimples, recomenda-se fortemente que talcadastro seja executado por um profissionalhabilitado, pois uma vez cadastrada apropriedade, esses dados serão analisados peloorgão ambiental estadual, em São Paulo essaanálise será executada pela Cetesb —Companhia de Tecnologia de SaneamentoAmbiental, ligada à Secretaria do MeioAmbiente do governo paulista.

O produtor rural não pode se esquecer queoutra importante lei, a do georreferenciamento,anda lado a lado com o Código Florestal, edesde o dia 21 de novembro de 2013, todos osimóveis com mais de 250 hectares já sãoobrigados a executar o georreferenciamento.

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Fevereiro 2014 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 63

Uma solução que chegou ao Brasil porintermédio da NSK, uma das líderesmundiais na fabricação de rolamentos,começa a mostrar resultados muitopositivos. Com ela, as usinassucroenergéticas têm a oportunidade deampliar a eficiência de seus processosindustriais e otimizar suas atividades demanutenção.

Trata-se do Programa AIP, umametodologia de gestão e valorização deativos desenvolvida pela NSK. Com ela, aempresa disponibiliza para as usinasserviços de assistência técnica eacompanhamento que permitem identificaro nível de eficiência dos equipamentos,reduzindo perdas com paradas imprevistasna produção e gerando ganhos com aestabilidade dos processos.

O principal objetivo do Programa AIPé monitorar e ampliar a performance dosequipamentos rotativos presentes naprodução (como niveladores, picadores,desfibradores e ventiladores). Isso é possívelpor meio da metodologia NSK, queidentifica e contabiliza as oportunidades demelhoria existentes nas aplicações derolamentos por meio da avaliação de falhas,quebras ou outra não-conformidadeapontada pela usina.

O Programa da NSK envolve diversosserviços complementares ao fornecimentode rolamentos, quase sempre sem custoadicional: assistência técnica com visitasperiódicas, treinamento de colaboradores

da usina sobre práticas de montagem derolamentos e análise de peças paraidentificar a origem de falhas no laboratóriodo BTC (Centro Tecnológico Brasileiro,localizado na fábrica da NSK em Suzano-SP). Também fazem parte do programa osserviços de padronização do estoque derolamentos nas usinas e a repetição dasmelhorias alcançadas em outras áreas da

produção. Em uma das principais processadoras

de cana-de-açúcar do País, o suporte técnicofornecido pela NSK possibilitou em 2013aproximadamente R$ 100 mil de economianos custos com rolamentos. No mesmoperíodo, a disponibilidade industrial dacompanhia subiu 3%, como resultado domelhor desempenho nas atividades de

manutenção, devido à grande quantidadede horas de treinamento proporcionadaspelo Programa AIP. Para saber mais sobreo programa da NSK, entre em contato peloe-mail [email protected].

NSK Rolamentos11 3269.4770www.nsk.com.br

Metodologia de gestão de rolamentos traz economia para as usinas

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Fevereiro 2014NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES64

Transmissor de nível atua porpressão diferencial, eletrônico ecom sensores independentes

O transmissor de nível por pressão diferencialeletrônico com sensores independentes da empresaEndress + Hauser desperta interesse crescente nosetor sucroenergético.

Esta tecnologia aumenta a confiabilidade damedição em até 10 vezes. Erros que possam sergerados com uma medição ‘mecânica’ devido autilização de capilares ou tomadas de impulso(tubings) não são problemas para o DeltabarFMD71/FMD72.

Com a substituição dos capilares e/ou tubingspor cabos padrões, alguns riscos como vazamentos,evaporação, condensação e entupimento sãoelimidados.

Além disso, erros de medições decorrentes àsvariações de temperatura do ambiente e de processoque ocorrem em transmissores tradicionais (comtubings e capilares) não ocorrem com o transmissorde nível por pressão diferencial eletrônico daEndress+Hauser, o Deltabar FMD71/FMD72.

A medição de nível por pressão diferencial éuma tecnologia comprovada e agora utiliza umamaneira inovadora com características que garantem

uma maior segurança ao processo e um grande valoragregado devido ao menor tempo de instalação e ummenor custo de manutenção com fáceis condições deinstalação, aliado a uma maior precisão.

Com uma vasta variedade de conexões aoprocesso, possibilidade de cabos com comprimentosdiferentes para interligar os sensores que são fáceisde desconectar e com uma comunicação 4 a 20mA +Hart os Deltabar FMD71 e FMD72 chegaram paradar maior confiabilidade em seu processo.

O que difere o modelo FMD71 do FMD72 é atecnologia da célula de medição de cada um.Enquanto o Deltabar FMD72 possui célula metálica,bastante conhecida no mercado, o Deltabar FMD71possui a tecnologia exclusiva Endress+Hauser,Ceraphire, onde é utilizada uma célula cerâmica comprincípio de medição capacitivo. Sendo esta, amelhor opção quando aplicado em um processo comvácuo devido a característica de ser uma célula seca,ou seja, sem fluido de enchimento.

Também é muito confiável quando aplicado emprocessos que podem ser corrosivos e abrasivos.

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Empresa nascida em Jardinópolis,SP, atende todos os tipos decultivos, fases de plantio e solos

A Agrária, empresa nascida em Jardinópolis, mascom atuação em todo o Brasil e América do Sul,completou 35 anos em novembro de 2013. A idaderepresenta não só uma história empresarial bem-sucedida, mas a maturidade no desenvolvimento deprodutos, serviços e soluções em nutrição de plantas.

De acordo com Gustavo Branco, gerente geral daempresa, a Agrária tem um portfólio de soluçõescompleto, atendendo todos os tipos de cultivos, fases de

plantio e solos. E hoje oferece desde produtosconvencionais, ainda amplamente comercializados, atéfertilizantes elaborados e com alta tecnologia agregada.Inclusive, é referência no desenvolvimento ecomercialização de fertilizantes organominerais. Umacategoria de fertilizantes que se destaca pela inovação epelos atributos sustentáveis. Com tecnologia exclusiva, oFarture, organomineral de solo da Agrária tem atingido osmais altos padrões de produtividade no campo. Farturecoroa as três décadas e meia de qualidade e excelência daatuação da empresa.

Com o slogan “A história da Agrária é a sua história.Vamos em frente”, a Agrária abriu o ano decomemorações com seus funcionários e colaboradores, nodia 29 de dezembro. Toda a equipe reuniu-se no pátio da

unidade matriz para festejar. Foi um momento singelo, demuita emoção e lembranças, principalmente quando ossócios diretores Oliveiros Pereira de Miranda e LupércioFicoto discursaram. Nesta ocasião, os funcionários forampresenteados com belas camisetas comemorativas dos 35anos da empresa, feitas em verde e amarelo, para seremusadas na Copa 2014, conforme sugestão do sócio-diretorOliveiros. No final da comemoração, os funcionáriosassinaram o painel “Com estas pessoas estamos prontospara um novo ciclo. Vamos em frente”, quando cada umse compromete com o futuro da empresa.

Agrária16 3690.2200www.agraria.com.br

AGRÁRIA COMEMORA 35 ANOS

Oliveiros Pereira de Miranda e Lupércio

Ficoto, sócios-diretores e Gustavo Branco, gerente geral

Colaboradores reunidos na comemoração dos 35 anos da empresa

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Nematicida da Ihara foi apresentado às usinas e fornecedores emeventos em novembro edezembro de 2013

A Ihara, tradicional fabricante dedefensivos agrícolas, investiu novamente nainovação para trazer ao mercado umasolução eficaz no combate às pragas dacana-de-açúcar. O nematicida “Pottente”foi apresentado em uma série de 12eventos em diversos cidades do país,durante os meses de novembro e dezembrode 2013.

Nos encontros, o pesquisador econsultor Wilson Novaretti ministrou apalestra “Nematóides: o inimigo invisívelda cana-de-açúcar”, descrevendo sobre apraga, destacou as principais medidas decontrole, a importância do manejo químicoe apresentou alguns resultados obtidos como produto, bem como instruções paracoleta de amostras para análisenematológica.

“Pottente” reduz a população denematóides no solo e nas raízes,proporcionando melhor desenvolvimentoradicular e melhor desenvolvimento dasplantas”, diz Luciano Pizzuti, consultor dedesenvolvimento de mercado da IHARA.“O produto está registrado para o controledos principais nematóides da cultura,Nematóide-das-galhas (Meloidogynejavanica) e Nematóide-das-lesões(Pratylenchus zeae).”

Em relação aos outros produtosexistentes no mercado, o “Pottente” traz

mais segurança (DL50 maior, seguro aoambiente e ao aplicador); flexibilidade,pois não sofre interação com herbicidasderivados de ureia; melhor desempenhocom residual prolongado; excelentesresultados no plantio e em cana soca;formulação diferenciada, não entope bicos,evitando a exposição do operador aoproduto durante a operação dedesentupimento.

SOBRE A IHARAA Ihara atua desde 1965 no mercado

e possui em seu portfólio mais de 60produtos, como fungicidas, herbicidas,inseticidas e produtos especiais, para asmais diversas culturas. O trabalho da Iharavai além de apenas levar produtos aoagricultor. A empresa auxilia o produtorrural a otimizar a produtividade com amaior qualidade possível e de forma

sustentável. A Ihara busca aindaestabelecer parcerias estratégicas comoutras empresas do setor para melhoratender ao agricultor, oferecendo-lheopções para auxiliá-lo a resolver problemasna lavoura.

Iharabras15 3235.7914www.ihara.com.br

“Pottente” chega ao mercado para combater os nematóides da cana-de-açúcar

Wilson Novaretti profere palestra em evento da Ihara em Descalvado, SP

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