JornalCana 235 (Agosto/2013)

116
Ribeirão Preto/SP Agosto/2013 Série 2 Nº 235 R$ 20,00 Robotização é tendência nas usinas modernas Robotização é tendência nas usinas modernas Robotização é tendência nas usinas modernas Célio José Gonçalo, soldador operador de robô na Barralcool, MT: novidade resultou em melhor extração do caldo INCLUI CADERNO DE ANIVERSÁRIO JORNALCANA 25 ANOS

description

Eu Robô

Transcript of JornalCana 235 (Agosto/2013)

Page 1: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Ribeirão Preto/SP Agosto/2013 Série 2 Nº 235 R$ 20,00

Robotização é tendência

nas usinas modernas

Robotização é tendência

nas usinas modernas

Robotização é tendência

nas usinas modernas

Célio JoséGonçalo, soldadoroperador de robôna Barralcool, MT:novidade resultouem melhorextração do caldo

INCLUI

CADERNO DE

ANIVERSÁRIO

JORNALCANA

25 ANOS

JC 235 7/23/2013 9:47 AM Page 1

Page 2: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:47 AM Page 2

Page 3: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:47 AM Page 3

Page 4: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013ÍNDICE DE ANUNCIANTES4

ACESSÓRIOS INDUSTRIAISBGL 19 34518210 22FRANPAR 16 21334383 46

ACIONAMENTOSRENK ZANINI 16 35189001 31SEW - EURODRIVE 11 24899078 11

ACOPLAMENTOSVEDACERT 16 39474732 112

AÇOSFRANPAR 16 21334383 46

AÇOS INOXIDÁVEISMARC-FIL 18 39056156 44

ANTI - INCRUSTANTESALCOLINA 16 39515080 51PRODUQUÍMICA 11 30169619 64

ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DEINFECÇÕES BACTERIANASPRODUQUÍMICA 11 30169619 64

ARAMES TUBULARESUNIWELD 11 40358877 114

ÁREAS DE VIVÊNCIAALFATEK 17 35311075 3

ARTIGOS DE BORRACHAANHEMBI 11 26013311 36

AUDITORIA E CONTABILIDADEPRICE PWC - CSA (RP) 16 21336600 97

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTODWYLER 11 26826633 67

AUTOMAÇÃO INDUSTRIALAUTHOMATHIKA 16 35134000 80DIMENSIONAL 19 34467400 109METROVAL 19 21279400 10NOVUS 51 33233600 54PROJELPI 19 34348083 21 E 85ZANARDO 18 31171195 88

BALANÇASALEM MAR 11 32298344 62

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAISEQUILÍBRIO 16 39452433 53VIBROMAQ 16 39452825 112

BOMBASBOMBAS GEREMIA 51 35798400 71REZENFLEX 19 34121144 9

BOMBAS HIDRAULÍCASLEMASA 19 39358755 44

BRONZE E COBRE - ARTEFATOSFERRUSI 16 39464766 26TERMOMECÂNICA 11 43669930 66

CALCÁRIOCALCÁRIOS ITAÚ 16 30198110 68

CALDEIRARIACSJ METALÚRGICA 19 34374242 42MARC-FIL 18 39056156 44METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 28

CALDEIRASENGETUBO 19 34343433 79ENGEVAP 16 35138800 75PROBOILER ENGENHARIA 19 34343433 79SERMATEC ZANINI 16 21054422 7

CAMINHÕES - PEÇAS E SERVIÇOSBRN BRASIL 19 35432255 4

CARRETASALFATEK 17 35311075 3

CARROCERIAS E REBOQUESRODOBIN 18 36083400 104RODOTREM 18 36231146 94SERGOMEL 16 35132600 34

CENTRÍFUGASVIBROMAQ 16 39452825 112

COLETORES DE DADOSMARKANTI 16 39413367 4

COLHEDORAS DE CANACASE IH 41 21077400 47SANTAL 16 21016622 2

COMBATE A INCÊNDIO - EQUIPAMENTOS ESERVIÇOSARGUS 19 38266670 35

COMBOIOS E TANQUESSAGE OIL VAC 11 29549767 102

COMERCIALIZAÇÃO DE ACÚCARATLANTICA FOODS 11 45861226 78

COMÉRCIO EXTERIORATLANTICA FOODS 11 45861226 78MULTIMODAL 13 32236767 70

CONSULTORIA EMPRESARIALPRICE PWC - CSA (RP) 16 21336600 97

CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIALMARCOS PERTICARARI 16 97614248 112SUGARSOFT 19 34023399 95 E 114

CONTROLE DE FLUÍDOSMETROVAL 19 21279400 10

CORRENTES INDUSTRIAISELLO CORRENTES 16 21056400 8PROLINK 19 34234000 17

CURSOSMARCOS PERTICARARI 16 97614248 112

DECANTADORESCSJ METALÚRGICA 19 34374242 42METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 28VLC 19 38129119 16

DEFENSIVOS AGRÍCOLASAGRÁRIA 16 36902200 32BASF 11 30432125 33BAYER CROPSCIENCE 11 56947251 39FMC 19 37354489 65 E 77STOLLER 19 37071200 61MONSANTO - CANAVIALIS 19 35124000 49

DESTILARIASCONGER 19 34391101 52SERMATEC ZANINI 16 21054422 7

ELETROCALHASDISPAN 19 34669300 103

ELETRODOSUNIWELD 11 40358877 114

ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA ESERVIÇOSCPFL SERVIÇOS 19 37562755 40PROBOILER ENGENHARIA 19 34343433 79PROJELPI 19 34348083 21 E 85

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVILCONGER 19 34391101 52ENGEVAP 16 35138800 75PROBOILER ENGENHARIA 19 34343433 79

ENTIDADESABISOLO 11 32514563 108ALCOPAR 44 32252929 91BIOSUL 67 33243499 90GERHAI 19 34562298 43SIAMIG 31 32285544 106SINDAÇÚCAR - PE 81 21377622 78SINDÁLCOOL 65 36422606 98SOCICANA 16 32519277 84

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃOANSELL 11 33563100 48DIMENSIONAL 19 34467400 109

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOSAUTHOMATHIKA 16 35134000 80DIMENSIONAL 19 34467400 109

EQUIPAMENTOS LABORATORIAISALEM MAR 11 32298344 62

EQUIPAMENTOS USÁVEISCAS 19 34217576 106

ESPECIALIDADES QUÍMICASPRODUQUÍMICA 11 30169619 64

EVAPORADORESCSJ METALÚRGICA 19 34374242 42METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 28

FEIRAS E EVENTOSMULTIPLUS 16 21328936 69SINATUB TECNOLOGIA 16 39111384 6 E 98UNICA 11 30934949 59

FERMENTAÇÃO - CONSULTORIA ESERVIÇOSFERMENTEC 19 21056100 86

FERRAMENTASBUSSOLA 16 32219000 23DURAFACE - DURAPARTS 19 35473539 30LEMAGI 19 34431400 52

FERRAMENTAS INDUSTRIAISHANNA 19 34514811 62

FERRAMENTAS PNEUMÁTICASHANNA 19 34514811 62LEMAGI 19 34431400 52PARKITS 19 34218485 60

FERTILIZANTESPRODUQUÍMICA 11 30169619 64STOLLER 19 37071200 61

FILTROS INDUSTRIAISMARC-FIL 18 39056156 44

FIOS E CABOSNAMBEI FIOS E CABOS 11 50568900 20

FUNDIÇÃOFERRUSI 16 39464766 26SIMISA 16 21051200 45

GAXETASANHEMBI 11 26013311 36

GRÁFICASÃO FRANCISCO GRÁFICA 16 21014151 55

IMPLEMENTOS AGRÍCOLASDMB 16 39461800 37ITALTRACTOR / ITM 11 44171240 19JACTO 14 34522100 100SANTAL 16 21016622 2

INSPEÇÃO TÉCNICAELETROSERVICE 19 34967710 63

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE METROVAL 19 21279400 10NOVUS 51 33233600 54

INSUMOS AGRÍCOLASPRODUQUÍMICA 11 30169619 64

IRRIGAÇÃOGERMEK 19 36827070 50

MANCAIS E CASQUEIROSBRN BRASIL 19 35432255 4BUSSOLA 16 32219000 23DURAFACE - DURAPARTS 19 35473539 30

MANGUEIRAS E CORREIASCONTUFLEX 11 29418044 41REZENFLEX 19 34121144 9

MANUTENÇÃO INDUSTRIALELETROSERVICE 19 34967710 63METALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 28

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLASAGRIMEC 55 32227710 76CASE IH 41 21077400 47JACTO 14 34522100 100METAGRO - FAMA DO BRASIL16 36260029 29

MATERIAIS RODANTESITR SOUTH 11 33407555 27LOPES TRATORES 16 36286622 96

METAISFERRUSI 16 39464766 26TERMOMECÂNICA 11 43669930 66

MOENDASFERRUSI 16 39464766 26

MOENDAS E DIFUSORESRENK ZANINI 16 35189001 31SERMATEC ZANINI 16 21054422 7SIMISA 16 21051200 45

MONTAGENS INDUSTRIAISCONGER 19 34391101 52ENGETUBO 19 34343433 79ENGEVAP 16 35138800 75

NUTRIENTES AGRÍCOLASNUTRICELER 15 35249494 72 E 113PRODUQUÍMICA 11 30169619 64UBYFOL 34 33199500 5

ÔNIBUS - FRETAMENTOGRUPO RAÇA 18 39189999 24

PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLASDURAFACE - DURAPARTS 19 35473539 30POLICANA - FCN 19 30350921 84

PENEIRAS ROTATIVASEQUILÍBRIO 16 39452433 53VIBROMAQ 16 39452825 112

PLAINASAGRIMEC 55 32227710 76

PLANTADORAS DE CANADMB 16 39461800 37SANTAL 16 21016622 2

PLANTAS INDUSTRIAISCSJ METALÚRGICA 19 34374242 42SERMATEC ZANINI 16 21054422 7

PNEUSSILCAR PNEUS 11 32023330 57

PRODUTOS QUÍMICOSPRODUQUÍMICA 11 30169619 64PROSUGAR 81 32674760 13

PULVERIZADORESJACTO 14 34522100 100

REDUTORES INDUSTRIAISBONFIGLIOLI DO BRASIL 11 43371806 74RENK ZANINI 16 35189001 31SEW - EURODRIVE 11 24899078 11

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROSSÃO FRANCISCO SAÚDE 16 08007779070 115UNIMED 16 39959750 89

SOFTWARESSUGARSOFT 19 34023399 95 E 114

SOLDAS INDUSTRIAISAGAPITO 16 39479222 114COMASO ELETRODOS 16 35135230 38MAGISTER 16 35137200 111

SUPRIMENTOS DE SOLDACOMASO ELETRODOS 16 35135230 38UTP BOHLER 11 56948377 73

TELECOMUNICAÇÃO /RADIOCOMUNICAÇÃODIMENSIONAL 19 34467400 109

TINTAS E REVESTIMENTOSPROSUGAR 81 32674760 13SHERWIN-WILLIAMS 19 21228826 99

TORRES DE DESTILAÇÃOMETALÚRGICA RIO GRANDE 16 31738100 28

TRADINGS - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOSBRN BRASIL 19 35432255 4

TRANSBORDOSDMB 16 39461800 37METAGRO - FAMA DO BRASIL16 36260029 29SANTAL 16 21016622 2TESTON 44 30189020 15

TRANSPORTADORES INTERNOSMARC-FIL 18 39056156 44

TRATAMENTO DE ÁGUA / EFLUENTESEDRA SANEAMENTO 19 35769300 25VLC 19 38129119 16

TRATORESCASE IH 41 21077400 47VALTRA 11 47952000 116

TROCADORES DE CALORAGAPITO 16 39479222 114MARC-FIL 18 39056156 44

TUBOS DE CONCRETOENGETUBO IND. 19 34343433 79

TUBOS E CONEXÕESCONTUFLEX 11 29418044 41FRANPAR 16 21334383 46

USINAS/DESTILARIASCORURIPE 82 32172100 81GUARANI - CRUZ ALTA 17 32801000 107ITAMARATI 65 33323500 101USINA GUAÍRA 17 33319141 87USINA SÃO MARTINHO 11 21054100 105

VÁLVULAS INDUSTRIAISCIRCOR ENERGY 19 31243124 18DURCON-VICE 11 44477600 12FOXWALL 11 46128202 14FRANPAR 16 21334383 46ZANARDO 18 31171195 88

VEDAÇÕES E ADESIVOSANHEMBI 11 26013311 36REZENFLEX 19 34121144 9VEDACERT 16 39474732 112

VENTILAÇÃO INDUSTRIALEQUILÍBRIO 16 39452433 53VLC 19 38129119 16

Í N D I C E D E A N U N C I A N T E S

JC 235 7/23/2013 9:47 AM Page 4

Page 5: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6

Mercados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 a 20� Ethanol Summit volta a discutir o futuro do setor� BNDES aprova financiamentos para planta de etanol 2G� Etanol do futuro tem presente duvidoso � Legislação europeia limita a produção de biocombustíveis

Usinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21

Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24 a 26� Anuário da Cana 2013 é lançado em evento concorrido � Administração & Legislação 28 a 36� Nova ´rádio-peão´ pode ser solução na comunicação

Ação Social & Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38 a 70� Robotização de chapiscos de moenda gera eficiência e economia de 40%� Novos horizontes para CSJ� Nova edição do ISSCT traz uma visão do futuro� Sistema permite análise dinâmica do andamento da fermentação � Simpósio de Alagoas completa 30 anos e Fersucro, 10

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .71 a 78� Técnica inédita de plantio híbrido é aprovada� Sistemas de gestão são essenciais no controle da lavoura

Especial 25 anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .79 a 108� 25 anos� JornalCana chega como novo aos 25 anos� ENTREVISTA – Josias Messias, presidente da ProCana Brasil� Nas bodas de prata, JornalCana comemora “casamento perfeito” � O preto e branco tornou-se verde vivo� Pioneirismo na pesquisa abriu caminho para a nova geração� JornalCana honra pioneiros do Nordeste e Centro sul� JornalCana acompanha e aponta a evolução do setor há 25 anos� JornalCana ajudou lavoura de cana a evoluir

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . .110 a 114

Agosto/2013 CARTA AO LEITOR 5

NOSSOS PRODUTOS

Anuário da CanaBrazilian Sugar and Ethanol Guide

www.jornalcana.com.brO Portal do setor sucroalcooleiro

JornalCanaA Melhor Notícia do Setor

Prëmio BesiBio Brasil

BIO & SugarInternational Magazine

Mapa Brasil de Unidades Produtoras de

Açúcar e Álcool

Prêmio MasterCanaOs Melhores do Ano no Setor

PRESIDENTEJosias Messias - [email protected]

GERENTE DE OPERAÇÕESFábio Soares Rodrigues - [email protected]

ADMINISTRAÇÃO� Controle e PlanejamentoAsael Cosentino - [email protected]� EventosRose Messias - [email protected][email protected]@procana.com.br� Recursos HumanosAbel Martins - [email protected]

REDAÇÃO� Edição Luiz Montanini - [email protected] � Coordenação e FotosAlessandro Reis [email protected]� Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur� Consultor TécnicoFulvio Machado� ReportagemAndréia Moreno - [email protected]é Ricci - [email protected]� Arte Gustavo Santoro� RevisãoRegina Célia Ushicawa

ASSINATURAS [email protected]

MARKETING /PUBLICIDADE� ComercialGilmar Messias 16 [email protected] Milán 16 [email protected] Giaculi 16 [email protected] Michelle Freitas 16 [email protected]

NOSSA MISSÃOProver o setor sucroalcooleiro de

informações sérias e independentes sobre fatos eatividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar

e seus derivados, visando:� Apoiar o desenvolvimento sustentável, humano,

tecnológico e socioeconômico;� Democratizar o conhecimento, promovendo o

intercâmbio e a união entre seus integrantes;� Ser o porta-voz da realidade e centro de

informações do setor; e� Manter uma relação custo/benefício que propicie

parcerias rentáveis aos clientes e aos demaisenvolvidos.

O MA IS L ID O!

Fone 16 3512 4300 Fax 3512 4309Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia

14096-030 - Ribeirão Preto - [email protected]

ISSN 1807-0264

Artigos assinados (inclusive os dasseções Negócios & Oportunidades eVitrine) refletem o ponto de vista dosautores (ou das empresas citadas).JornalCana. Direitos autorais ecomerciais reservados. É proibida areprodução, total ou parcial, distribuiçãoou disponibilização pública, por qualquer meio ou processo, sem autorizaçãoexpressa. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 eparágrafos, do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamentecom busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122, 123, 124, 126,da Lei 5.988, de 14/12/1973).

Tiragem auditada pelos

10.000 exemplaresPublicação mensal

í n d i c e

www.jornalcana.com.br

c a r t a a o l e i t o rJosias Messias [email protected]

Uma boa e atual receita!Caro amigo:Considero esta edição uma das mais especiais, porque ela traz um

caderno de 30 páginas em comemoração aos 25 anos de vida doJornalCana desde que o assumi, em 1988.

O que a torna especial, emocionante até, não são os textos em queapresentamos alguns fatos da nossa história, mas sim o que ouvimos arespeito do JornalCana por parte de nossos leitores, de colaboradores aCEOs e empresários.

São depoimentos incentivadores, e aqui já agradeço a todos eles.Publicamos alguns nesta edição e guardamos outra boa parte para apróxima.

Estamos celebrando 25 anos de luta em favor do setor. E como égratificante ver que o próprio setor reconhece que somos apaixonados pelacana-de-açúcar.

Comecei a me dedicar ao setor sucroenergético aos 19 anos, quandoentrei no JornalCana, e com 24 assumi a direção da empresa. Hoje, aos 44anos, responderia sem hesitar que faria tudo novamente. É um privilégiodirigir o JornalCana e ser um arauto deste setor incrível.

Nestes 25 anos calculo que viajei por pelo menos 500 mil km atuandopelo Brasil e exterior. Conheci e conheço praticamente toda essa cadeia e amaior parte de seus heróis. Eles são minha inspiração para continuartrabalhando pelo setor por pelo menos mais 26 anos, quando completarei70 anos.

A receita para manter esta mesma disposição é bastante conhecida portodos aqueles que superaram as constantes crises do setor: a boa e atualpaixão pela cana-de-açúcar.

Boa leitura!

VOLTE E CONTE“Torna para tua casa, e conta

quão grandes coisas te fez Deus. E ele foi

apregoando por toda a cidade quão grandes

coisas Jesus lhe tinha feito”

(ordem de Jesus a um novo convertido, descrita no evangelho de Lucas, cap 8, verso 39)

JC 235 7/23/2013 9:47 AM Page 5

Page 6: JornalCana 235 (Agosto/2013)

6 AGENDA Agosto/2013

A C O N T E C E U

CURSOS SINATUB 2013AGOSTO13 a 16 – Curso/ Treinamento de Vasos de Pressão -Ribeirão Preto/SP SETEMBRO11 a 13 – Curso/Treinamento de Gestão de Projetos -Ribeirão Preto/SP 26 e 27 - Curso de Moenda e Difusor – Ribeirão Preto/SPOUTUBRO17 e 18 – Curso de Manutenção Preditiva e Inspeção deEquipamentos – Ribeirão Preto/SP NOVEMBRO7 e 8 – Curso de Tubulação, Turbinas e Bombas eEquipamentos – Ribeirão Preto/SP A DEFINIR• Curso de Tratamento de Caldo, Filtragem eFermentação• Curso de Automação e Produção Industrial

CURSO DE CONTROLE DE QUALIDADE DE AÇÚCAR E ÁLCOOL

O portal Universidade Canavieira conta com uma nova modalidadede treinamento para técnicos de laboratórios das usinas brasileiras.Trata-se do curso “Métodos de Análises para Controle de Qualidade deAçúcar e Álcool”, que já está disponível aos interessados. Maisinformações através do site www.universidadecanavieira.com.br.

CURSO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOO Curso Teórico e Prático de Classificação de Solo, coordenador

pelo Dr. Hélio do Prado - Centro de Cana IAC será realizado nos dias 8e 9 de Agosto, na cidade de Piracicaba/SP. Mais informações, favoracessar o site: www.infobibos.com/solos

FENASUCRO & AGROCANAA Fenasucro&Agrocana acontece de 27 a 30 de agosto de 2013,

em Sertãozinho, SP, oferecendo aos visitantes a oportunidade deexplorar toda a cadeia de produção: preparo do solo, plantio, tratosculturais, colheita, industrialização, mecanização e aproveitamento dosderivados da cana-de-açúcar. www.fenasucro.com.br

A C O N T E C E

SOLUÇÕES GEOESPACIAISA 3ª edição do MundoGEO#Connect

LatinAmerica, Conferência e Feira de Geomática eSoluções Geoespaciais, aconteceu em São Paulo (SP),de 18 a 20 de junho, e demonstrou a força domercado de geotecnologia no Brasil e na AméricaLatina.

CURSO DE TECNOLOGIA SUCROENERGÉTICA A Reunion Engenharia promoveu de 17 a 19 de

julho, em ribeirão Preto (SP), o Curso de TecnologiaSucroenergética módulo ‘Destilação, Desidratação eConcentração de Vinhaça’, em Ribeirão Preto/SP.

MASTERCANA CENTRO-SULAcontecerá no dia 26 de agosto de 2013, em

Sertãozinho, SP, o MasterCana Centro-Sul, eventoque homenageará as principais personalidades dosegmento sucroenergético. Simultaneamente,acontecerá ainda o Prêmio MasterCana Social,fruto da parceria entre a ProCana Brasil e o Gerhai.www.mastercana.com.br ou [email protected]

MASTERCANA BRASILO evento de premiação exclusiva dos 100

Mais influentes do Setor acontecerá dia 21 deoutubro, em São Paulo. www.mastercana.com.brou [email protected]

MASTERCANA NORTE-NORDESTEDia 26 de novembro, Recife,(PE, será palco

de mais uma edição do tradicional prêmioMasterCana Norte-Nordeste.www.mastercana.com.br ou [email protected]

JC 235 7/23/2013 9:47 AM Page 6

Page 7: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:47 AM Page 7

Page 8: JornalCana 235 (Agosto/2013)

8 MERCADOS Agosto/2013

Ethanol Summit volta a discutir o futuro do setorPolítica setorial, etanol2G e carros flex sedestacam como atoresprincipais deste ano

André Ricci, de São Paulo

A cidade de São Paulo, capital, foipalco da “Semana Mundial da Cana”,quando, entre os dias 24 e 28 de junho,diversos eventos relacionados ao setorsucroenergético aconteceram. Um deles, oEthanol Summit, promovido pela Unica -União da Indústria de Cana-de-Açúcar,recebeu cerca de 1.500 pessoas vindas dediversos países.

Logo na abertura, Elizabeth Farina,presidente da entidade, falou sobre osprincipais gargalos do segmento, que forama tônica do evento. O destino dos carrosflex, as perspectivas da produção do etanolcelulósico em escala comercial, acooperação entre os países consumidores eprodutores, além das questões de naturezaregulatória são algumas delas. “Éimportante termos um norte, que defina asregras do jogo, condição fundamental paragarantir e orientar investimentos naatividade”.

Ao falar dos desafios futuros, Farinafez um retrospecto do segmento. “Háquatorze anos, o ambiente não poderia serpior. O setor vivia uma das mais profundas

crises da sua história, com preços do etanoldespencando, sem quaisquer perspectivasde retomada. Mal sabíamos que daquele

momento surgiriam bases para um setormais competitivo, orientado por regras demercado”, explicou.

Quem também participou dacerimônia de abertura foi a secretáriaEstadual da Agricultura, MônikaBergamaschi. A representante enfatizouque a importância da cana-de-açúcar nãose restringe a questões agrícolas, mastambém à sustentabilidade. “É por issoque entendemos que a redução do valordo ICMS sobre o etanol em São Paulo, há10 anos, contribuiu de forma significativapara o aquecimento do setor no Estado epara investimentos em energia limpa esustentável, uma prioridade para omundo”.

No quesito investimentos, WagnerBittencourt, vice-presidente do BNDES -Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social, apontou algunsprogramas que o banco tem executadovisando aquecer o segmento.

Para ele, sem boas estradas, ferroviase etanolduto não há como conectar deforma eficiente e econômica o produtorao resto da cadeia nacional einternacional. “A ideia é fazer com que omercado como um todo seja beneficiado,a partir de iniciativas contínuas quepassam pela pesquisa, por novastecnologias e também por projetos ligadosà melhoria da infraestrutura no País”,enfatiza.

O Ethanol Summit reuniu diversosespecialistas em dois dias de evento,promovendo uma série de debates sobre ofuturo do segmento.

Público no evento e Elizabeth Farina e Monika Bergamaschi: cana em foco

JC 235 7/23/2013 9:47 AM Page 8

Page 9: JornalCana 235 (Agosto/2013)

9MERCADOSAgosto/2013

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Investimentos. Esta foi a tônica dosdois dias de debates realizados no EthanolSummit, evento promovido pela Unica –União da Indústria de Cana-de-Açúcar, emSão Paulo, SP.

Por lá estiveram nomes do BNDES -Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social, como WagnerBittencourt, vice-presidente do banco; eCarlos Eduardo Cavalcanti, chefe doDepartamento de Biocombustíveis; queapresentaram números, novidades eopiniões sobre o trabalho realizado em prol

do setor sucroenergético.Para Bittencourt, o segmento

canavieiro brasileiro precisa investir emdois pilares para poder avançar, sendo oprimeiro inovação, englobando as áreasindustrial e agrícola; além de infraestrutura.“As plantas estão competitivas da porteirapra dentro, da porteira para fora não. Porisso, o BNDES tem apoiado iniciativas paramelhorias nesse sentido”, disse.

Sobre investimentos, Bittencourtrevelou que em 2013 o banco pode voltar adesembolsar um valor histórico, que deveatingir a marca de R$ 6 bilhões. No últimoano, foram financiados R$ 4 bilhões. "De2008 a 2012, o aporte girou em torno de

R$ 30 bilhões. Com ele, plantas forammodernizadas e lavouras expandidas",explicou.

Com os números apresentados, CarlosEduardo Cavalcanti ressaltou que aocontrário do que muitos pensam, osegmento conta com apoio e investimentos.“Ainda que a situação não seja favorável, osetor sucroenergético tem recebido apoio danossa parte. Muitas ações vêm destesrecursos, como expansão de canaviais,premissas ambientais, melhorias no parqueindustrial, entre outros pontos”, destacou.

Coube a ele divulgar, em primeiramão, a aprovação do financiamento para aconstrução da unidade de etanol 2G na

Usina São Manoel, em escala dedemonstração, no interior paulista.

Sem muitos detalhes, Cavalcantirevelou apenas que o aporte financeiro foiaprovado pelo conselho do banco. “Asnovas rotas de tecnologia de primeirageração chegaram ao limite e as tecnologiasde produção precisam mudar de nível nopaís. Para isso, precisam de incentivo”,disse o representante.

O projeto é uma parceria entre o CTC- Centro de Tecnologia Canavieira e aUsina São Manoel, com capacidade deproduzir 3 milhões de litros por ano danovidade. A unidade deve começar aoperar em 2014.

BNDES aprova financiamentos para planta de etanol 2GWagner Bittencourt: por inovação e infraestrutura Carlos Eduardo Cavalcanti: segmento conta com apoio e investimentos

JC 235 7/23/2013 9:47 AM Page 9

Page 10: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013MERCADOS10

ANDRÉ RICCI, DE SÃO PAULO, SP

Dos momentos difíceis sempre surgem lições futuras. Édessa maneira que, historicamente, o setor sucroenergéticolida com as turbulências. Foi assim, em 1975, com osurgimento do Proálcool, que desencadeou no advento flex,que no último dia 28 de junho estabeleceu a marca de 20milhões de veículos vendidos com a tecnologia no Brasil.

Contudo, o novo pilar ainda não surgiu. Ainda sobreflexo da crise vivida em 2012, líderes do segmentoincessantemente se reúnem em busca de novos caminhos,que deixe a falta de investimentos, produtividade baixa eintempéries climáticas para trás.

Elizabeth Farina, presidente da Unica – União daIndústria de Cana-de-Açúcar, ressaltou a oportunidadecriada pelo momento conturbado durante o EthanolSummit, evento realizado pela entidade no fim de junho,em São Paulo, capital. “Quando pensamos no cenário de2020 é possível enxergar uma oportunidade ímpar demercado, além de importantes desafios e responsabilidades.Sete anos pode parecer um curto espaço de tempo, mas não

é pouco tempo para almejarmos até mesmo uma novarevolução tecnológica e de mercado, para um setor tãodinâmico como o nosso”.

Durante os dois dias de Ethanol Summit, nomes comoVasco Dias, CEO da Raízen; Fábio Venturelli, presidente doGrupo São Martinho; Luis Roberto Pogetti, presidente doConselho da Copersucar; entre outros; elencaram pontosnos quais os empresários devem se basear no momento deinvestir no setor sucroenergético.

Dias foi sucinto ao expor sua opinião. “Por queinvestir? Simples, o setor vai crescer”, afirmou.

Já o presidente do Conselho da Copersucar destacou ademanda como principal trunfo a ser explorado. “Nossomercado é sólido e crescente. Sabemos da necessidademundial pelo biocombustível e os números confirmam todanossa expectativa. É preciso investir para tercompetitividade e aproveitar o momento”.

Para Pogetti, em curto prazo. o setor deve exaurir todasua capacidade instalada. “Precisamos produzir mais paraoperar em plena capacidade. Temos uma porcentagem deociosidade que pode fazer a diferença”, explicou.

Fábio Venturelli, presidente do Grupo São Martinho,

preferiu se basear na necessidade mundial por umcrescimento sustentável, universo, esse, que a cana-de-açúcar faz parte. “Olhem o tamanho do setor. É inegávelsua participação na busca por um mundo mais sustentável.Além do mercado potencial monstruoso que se apresenta.Cabe a nós saber explorar”, finalizou.

Exemplo de oportunismo e visão, Miguel Rossetto,presidente da Petrobras Biocombustível (PBio), tambémesteve presente na mesa de debate e revelou que osinvestimentos em expansão e qualidade das usinas ligada acompanhia devem atingir R$ 1 bilhão apenas neste ano,incluindo os aportes em biodiesel. “O crescimento daprodução depende do investimento primário. Vejo que hojeos biocombustíveis fazem parte da agenda global e que háespaço e demanda para todos os tipos de energia".

A estratégia segue na contramão do atual cenário dosegmento, retraído por conta da desconfiança instalada,principalmente, pela imprevisibilidade política.

Caso o aporte financeiro se confirme, a capacidade demoagem de cana da empresa, que conta com três gruposempresariais e nove usinas, deve aumentar de 21 milhõespara até 26 milhões de toneladas.

Vasco Dias Miguel Rosseto Fábio Venturelli

Líderes listam motivos para que investimentos sejam retomados

JC 235 7/23/2013 9:47 AM Page 10

Page 11: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:47 AM Page 11

Page 12: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013MERCADOS12

ALESSANDRO REIS E ANDRÉ RICCI, DE SÃO PAULO, SP

Crescer com sustentabilidade. Este é o objetivoapregoado em diversos discursos proferidos em eventos dosetor nos últimos meses. A premissa é de que a agendaestratégica do segmento requer desenvolver tecnologiaspara aumentar a produtividade e gerar etanol com acelulose do bagaço, multiplicando a produção semaumentar a área plantada. Mas a realidade é polêmica edivide opiniões. É possível ouvir críticas nos bastidores deque o setor não tem vocação para produzir etanol 2G. Hátambém os entusiastas que investem em plantas eacreditam que em pouco tempo o biocombustível estarásendo comercializado em larga escala. O JornalCana ouviualguns especialistas e suas conclusões para saber se hámesmo no presente momento um futuro efetivo para oetanol de segunda geração.

SETOR DEVE FOCAR ETANOL DE CANAO desenvolvimento do etanol de segunda geração,

como o celulósico, por exemplo, é inviável para a realidadedo setor brasileiro nos próximos anos, de acordo com ogerente comercial corporativo da Bioenergética Tonon,Paulo Strini.

Durante palestra realizada em Sertãozinho, SP, no dia21 de junho, o preletor explicou que sua conclusão não sebaseia em uma questão tecnológica, mas na rentabilidadedos custos de produção. Para ele, os processos erendimentos industriais não são compatíveis com osalcançados com o álcool de cana (veja mais na página 38).

No entanto, Paulo Strini sugere que algumas regiõesdo país podem investir na produção do etanol 2G, como nocerrado, por exemplo, onde se encontra uma limitação paraplantio de cana.

ETANOL DO FUTURO TEM PRESENTE DUVIDOSO

JC 235 7/23/2013 9:47 AM Page 12

Page 13: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 MERCADOS 13

Apesar de afirmarpublicamente, na manhã do dia24 de junho, em evento realizadoem São Paulo, capital, que achamada tecnologia de 2ªgeração de etanol deverá entrarem escala comercial com o etanolde cana, a partir de 2015,Ometto corrobora com a fala derepresentantes do setor, como ogerente comercial corporativo daBioenergética Tonon, PauloStrini, de que o segmento devefocar na produção de etanol decana-de-açúcar e que o etanol 2Gdeve ser pauta secundária para onicho. "Se nossa principalmatéria-prima é cana, para quecriarmos concorrentes? Assim, sónós fazemos", ironizou Ometto.

A Raízen lançou neste anouma planta de etanol de segundageração. Os detalhes desteinvestimento foram explanadospor Antônio Alberto Stuch,diretor executivo da Raízen, emevento realizado no dia 26 dejunho em São Paulo, SP. De

acordo com Stuch, o Brasil temvocação para produção de etanol2G e explica.

“Hoje não conseguimosaprovar nenhum greenfield deetanol de primeira geração, jáque temos os custos pressionadose preço estagnado por conta dagasolina. A ideia da tecnologia2G é diluir custo. No mesmohectare eu consigo tirar 25% amais de etanol. Na verdade,tenho uma diluição enorme decusto, já que aumento apenas aprodução”, explica o diretorexecutivo da empresa.

Questionado sobre o ônus douso de enzimas demultinacionais, Antônio Stuch,afirma que o maior custo, alémda biomassa, é a enzima. Noentanto, a empresa estuda umprojeto de produção de etanol 2Gque redundará ao grupo umarentabilidade maior do que osgastos com a produção.

“Nós não conseguimos fazernada sem lucro”, rebateu.

Ometto crê que etanol decana é primordial, maslança planta de etanol 2G

JC 235 7/23/2013 9:47 AM Page 13

Page 14: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013MERCADOS14

FABIANA MARQUES, DE SÃO PAULO, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

Representantes internacionais de associações ligadas abicombustíveis se reuniram no dia 28 de junho paradiscutir a importância da criação de uma agenda global,durante o segundo dia do Ethanol Summit 2013. Houveum consenso entre os participantes de que o principalobstáculo do setor sucroenergético internacional são asbarreiras comerciais, tarifárias ou não, criadas pelos países.Esse deve ser o primeiro passo em direção a uma agendaglobal.

Para Elizabeth Farina, presidente da União daIndústria de Cana-de-Açúcar, é preciso eliminar essasbarreiras que atrapalham o comércio. “Ter uma agendaglobal é importante. Mas se todos nós concordamos que aaliança é o caminho para um desenvolvimento global,

porque há tanto protecionismo?”, questionou. Questionado sobre o que seria mais importante, lutar

contra os inimigos ou juntar-se ao as amigos, Rob Vierhout, presidente da ePURE - European Renewable Ethanol,respondeu que primeiro preciso definir quem são osamigos e inimigos. “O que incomoda é que não somoscapazes de construir uma agenda mútua. Precisamos depolítica que nos apoie, precisamos desfazer mitos.”, disse.

Ed Hubbard, diretor jurídico da Renewable FuelsAssociation (RFA), concordou que como líderes é precisotrabalhar juntos para criar esse mercado. “Espero que essadiscussão se mova além das palavras”, afirmou.

Meghan Sapp - secretária-geral da Partners for Euro-African Green Energy (PANGEA), declarou achar irônicoque esse mercado global seja formado apenas por Europa,EUA e Brasil. “Enquanto meus colegas estão brigandoentre si, estamos perdendo oportunidades de criar mercadona África, por exemplo”, disse.

Líderes devem se unir para criar

mercado global de bicombustíveis

Ed Hubbard espera que a discussão vá além das palavras

Tecnologia é importantepara o desenvolvimentodo etanol futuro

William Lee Burnquist, gerente de DesenvolvimentoEstratégico e coordenador de Biotecnologia do CTC –Centro de Tecnologia Canavieira, que possui um projeto deetanol 2G, na usina São Manoel, interior de São Paulo, SP,considerado um dos mais avançados do mundo, é convictode que a tecnologia é importante para o desenvolvimentodo etanol futuro.

“Estamos estabelecendo uma planta de demonstração.Nosso projeto conta com um sistema diferente do resto domundo. No caso, acoplamos a uma usina tradicional umsistema que aproveita o vapor, fermentação e destilação, oque permite produzir até 30% a mais de etanol com amesma quantidade de cana”, explica Burnquist.

De acordo com o gerente de desenvolvimento do CTC,o empreendimento é feito sem grandes investimentos, masredunda em ganhos para a unidade. “A ideia é aproveitar oque já existe na unidade, aumentar a produção sem mexernos custos”, afirma.

Indagado se a quantidade de bagaço para produçãode etanol 2G é suficiente, sem comprometer o balançotérmico da unidade, William Burnquist, disse sim. “Temoso suficiente. Mais que isso, temos palha que também podeser utilizada, ou seja, o balaço térmico está todo calculado”,confirma.

William Lee Burnquist: diferente do resto do mundo

JC 235 7/23/2013 9:47 AM Page 14

Page 15: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:47 AM Page 15

Page 16: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013MERCADOS16

Ethanol Summit reuniu os principais nomes do setor

JC 235 7/23/2013 9:47 AM Page 16

Page 17: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 MERCADOS 17

Ethanol Summit reuniu os principais nomes do setor

JC 235 7/23/2013 9:47 AM Page 17

Page 18: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013MERCADOS18

Ethanol Summit reuniu os principais nomes do setor

JC 235 7/23/2013 9:47 AM Page 18

Page 19: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:47 AM Page 19

Page 20: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013MERCADOS20

Legislação europeia

limita a produção

de biocombustíveis FABIANA MARQUES, DE SÃO PAULO, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

Os complexos critérios de sustentabilidade da legislação europeia paraa produção de biocombustíveis limitam a expansão desse mercado nobloco. Essa foi a ideia principal do painel que discutiu a LegislaçãoEuropeia para Biocombustíveis, no dia 28 de junho, durante o EthanolSummit 2013, em São Paulo. A UE planeja implantar o conceito do ILUCpara medir os efeitos indiretos do uso da terra na produção dosbiocombustíveis. Segundo esse conceito, os bicombustíveis não só avançamsobre as culturas de alimentos, como fazem com que essas culturas sejammovidas a novos locais, aumentando a emissão de gases de efeito estufa.

Os modelos utilizados para a realização desse cálculo são questionáveise ainda não há consenso sobre o assunto. Para Géraldine Kutas, assessora-sênior da presidência da União da Indústria de Cana-de-açúcar o risco doILUC é simplesmente acabar com o mercado europeu de biocombustivel.

Segundo o CEO da ePure, Robert Vierhout, os critérios são muitorigorosos. “O perfeito é inimigo do bom. Enquanto lutamos tanto para fazeros biocombustíveis serem perfeitos, os fósseis continuam a ser produzidossem qualquer exigência do tipo”, ressaltou.

A deputada europeia pela Dinamarca, Britta Thomsen, ressaltou quenão é fácil elaborar novas leis. “Temos países diferentes com realidadesdiferentes na Europa, são 20 membros para concordar quando fazemosuma legislação. Mas sabemos que é preciso reduzir a emissão de gases deefeito estufa e ampliar a agricultura, além de adequar a demanda àsalterações do uso do solo,” finalizou. Géraldine Kutas: risco de fim do mercado europeu de biocombustível

JC 235 7/23/2013 9:47 AM Page 20

Page 21: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 USINAS 21

Odebrecht Agroindustrial prevêinvestir R$ 1 bilhão nesta safra

A Odebrecht Agroindustrial, empresa daOrganização Odebrecht que atua naprodução e comercialização de etanol, energiaelétrica e açúcar, completou seis anos deatuação no setor sucroenergético no mês dejulho. A empresa, que tem nove unidades nosestados de São Paulo, Mato Grosso, MatoGrosso do Sul e Goiás, emprega hoje 17 milpessoas, e já ocupa a segunda posição entre osmaiores produtores de etanol do país.

Nesta safra, a previsão é de que aOdebrecht Agroindustrial invista cerca de R$1 bilhão para aumentar a área plantada emmais de 100 mil hectares. Este montantetambém inclui investimentos significativos aserem realizados pela empresa na áreaindustrial das unidades.

Entre as mudanças, está prevista ainstalação de novas unidades de desidrataçãode etanol nas Unidades Santa Luzia, do poloMato Grosso do Sul e Costa Rica, do poloTaquari, ambas localizadas no estado deMato Grosso do Sul, que aumentarão acapacidade de produção de etanol anidro nasunidades, permitindo melhor flexibilidade domix de produtos e, assim, aproveitar asoportunidades de negócio. As duas fábricasdevem ser inauguradas ainda nesta safra.

Já na Unidade Rio Claro, em Goiás, serádesenvolvido um projeto de Manejo de CanaIrrigado, que deve melhorar a produtividade,por meio da introdução de um sistema de

irrigação por pivô em uma área de cerca de 5mil hectares.

Além disso, projetos de melhoria deeficiência energética, por meio da separação erecuperação da palha de cana a seco estãosendo executados em três unidades: AltoTaquari, localizada em município homônimono Mato Grosso, Conquista do Pontal e SantaLuzia.

A previsão é que as nove unidades daOdebrecht Agroindustrial totalizem amoagem de 25 milhões de toneladas de cana,29% a mais que o volume processado na safra2012/2013, o que a permitirá produzir 1,78bilhão de litros de etanol, cogerar 2,7 milGWh de energia elétrica e fabricar mais de580 mil toneladas de açúcar.

Safra do Grupo Zilor é afetadaO Grupo Zilor registrou na safra

2012/13, encerrada em 31 de março,um prejuízo líquido de R$ 79,367milhões, ante o lucro líquido de R$7,292 milhões do ano fiscal anterior,no qual foram contabilizados 15 mesesde operação, e não 12.

De acordo com a empresa, alémdessa diferença de três meses, oresultado foi impactado por prejuízos

no canavial, que foi negativo em R$89,4 milhões. Caso contrário, oresultado de 2012/13 teria sido umlucro líquido de R$ 10,1 milhões.

A receita líquida do grupopaulista também diminuiu - de R$ 1,7 bilhão nos 15 mesesencerrados em 31 de março de 2012para R$ 1,4 bilhão nos 12 mesesfindos em março deste ano.

A safra 2013/14 das unidades mineirasda Usina Coruripe vêm registrando valoresrecordes. Em 26 de junho, as unidadescomemoram a moagem, em um único dia,de quase 50 mil toneladas de cana.

A moagem diária programada era de47 mil toneladas. No entanto, o númerochegou a 49.963 toneladas de cana moída,um aumento de 6,3%. Campo Florido moeu18.753,20 toneladas, Iturama esmagou17.398,64 toneladas, Carneirinho chegou a7.142,04 e Limeira do Oeste a 6.603,04toneladas.

“Acredito que seja um recorde demoagem no Grupo Tércio Wanderley,alcançado por meio de muito trabalho. Por

isso, parabenizo a todos os colaboradores”,disse o diretor presidente da Coruripe,Jucelino Sousa.

Para a equipe de produção daempresa, esse resultado se deve à interaçãoentre as áreas industrial, agrícola, defornecedores de cana e de prestadores deserviços. “Os canaviais também estãoapresentando uma maior produtividade,impactando no melhor desempenho dosequipamentos. Somando-se a isto, temosuma melhoria expressiva em nossa logísticade transportes, ou seja, dimensionamentos,conservação de estradas, talhonamento dasáreas, entre outros fatores”, explicou MarcosJorgi, gerente corporativo Agrícola.

Usina Coruripe tem

moagem diária recordeColaboradora da Usina Alto

Taquari, do Grupo Odebrecht

JC 235 7/23/2013 9:47 AM Page 21

Page 22: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013SAÚDE & SEGURANÇA22

GSO realiza 2º Semináriode SST, recebe cerca de150 participantes edebate auto de infrações

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

O GSO – Grupo de Saúde Ocupacionalrealizou em 28 de junho seu 2º Seminário deSST, quando cerca de 150 profissionais deusinas de São Paulo, Minas Gerais, MatoGrosso, Mato Grosso do Sul e Goiásestiveram presentes. O evento, que aconteceuna Usina Guaíra, localizada no interiorpaulista, é voltado para engenheiros desegurança do trabalho, médicos do trabalho,técnicos de segurança do trabalho, técnicos eauxiliares de enfermagem do trabalho eprofissionais do meio ambiente.

O presidente do GSO, Mário Márcio,explicou a forma com que os organizadoreselencaram os temas debatidos. “Todos têm oseu grau de importância dentro do setorsucroenergético. A questão de segurança notrabalho pode-se dizer que melhorou nosegmento, não só no estado de São Paulo,mas em todo o país. Contudo, ainda temosmuito a fazer. É preciso fazer a lição de casa edebater assuntos que contribuam para aconscientização e aprendizado do setor”,explicou.

Na programação estiveram temas comoações do MTE - Ministério do Trabalho eEmprego, o programa de prevenção de riscosambientais e pontos relacionados a NR12.“No caso das ações do MTE nósapresentamos as regiões de maior incidênciade notificações, auto de infrações, além dositens mais complicados da NR31. Temos quemanter o cumprimento da legislação vigente,

evitando assim aborrecimentos com a justiçado trabalho”, afirmou o presidente do grupo.

Questionado sobre a importância doevento, que vem se consolidando nosegmento, Mário aponta o momento deretomada vivido pelo país como exemplopara mudanças no setor canavieiro. “É horade discutirmos assuntos pertinentes paraelevar o grau de conhecimento e levarsugestões de melhorias para as empresas.Temos que aperfeiçoar as ações dia a dia”.

O GSO, fundado em 1986, realizareuniões bimestrais com a finalidade detrocar experiências na área e fornecersubsídios para capacitação e aprimoramentoprofissional. O grupo conta comrepresentantes de usinas, companhiasagrícolas, fornecedores e prestadores deserviços do setor, consultorias e entidadespúblicas e privadas de Segurança e Saúde noTrabalho.

Grupo discute ações do

Ministério do Trabalho

JC 235 7/23/2013 9:48 AM Page 22

Page 23: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:48 AM Page 23

Page 24: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013PRODUÇÃO24

Anuário da Cana 2013 é lançado em evento concorrido ProCana Brasil chega a19ª edição do maiscompleto exemplar dosetor sucroenergético

ANDRÉ RICCI, DE SÃO PAULO, SP

A ProCana Brasil lançou a aguardada19ª edição do Anuário da Cana,publicação considerada a “Bíblia doSetor”. O lançamento aconteceu, como jáse tornou tradição, no Ethanol Summit,evento promovido pela Unica – União daIndústria de Cana-de-Açúcar, em SãoPaulo, capital, nos dias 27 e 28 de junho.O Ethanol Summit é um dos principaiseventos do mundo voltado às energiasrenováveis, particularmente o etanol e osprodutos derivados da cana-de-açúcar.

Nomes como Elizabeth Farina,presidente da Unica; Marcus ViniciusPratini de Moraes, ex-ministro daAgricultura; João Guilherme Ometto,empresário do setor sucroenergético;estiveram presentes para a apresentação doAnuário da Cana 2013. “A naçãobrasileira, no campo econômico, tem doisproblemas. Um é logística e o outro émarketing. O que o Anuário da Cana faz édivulgar o trabalho realizado pelo setorsucroenergético ao longo do ano. E não sópara o Brasil, mas para o mundo inteiro.

Façam mais! O Brasil precisa disso, ação”,disse o experiente Marcus Vinicius Pratinide Moraes.

Nesta edição 2013, o Anuário da Cana

traz algumas novidades que o mercadoapresentou ao longo da safra. A UsinaParaíso Bioenergia, por exemplo, foiincorporada ao Grupo Tonon Bionergia,

que detém as usinas Santa Cândida, emBocaina, SP, e Vista Alegre, em Maracaju,MS. Com a negociação, o desempenho daTonon subirá para 8 milhões de toneladasde cana nas três usinas já na safra2013/14. Com isto, a capacidade da Tononserá expandida até atingir 9,5 milhões detoneladas de cana em 2015/16.

Roberto Hollanda Filho, presidente daBiosul – Associação dos Produtores deBioenergia de Mato Grosso do Sul,destacou a praticidade oferecida pelapublicação. “Temos alguns ícones e oAnuário da Cana com certeza é um deles.Digamos que ele seja o “Google” do setorsucroenergético. É fácil de consultar, bemfeito e didático. Além de bem preparado,extenso e completo”, explicou.

A publicação traz em um únicoexemplar todas as informações sobre asproduções de cana, açúcar e etanol damaioria das usinas do país. Resumosestaduais dos ciclos, rankings, mapas coma localização das usinas e destilarias e umguia de fornecedores também fazem partedo conteúdo.

Impresso em português e inglês, oAnuário da Cana é editado pela ProCanaBrasil, empresa que administra oJornalCana, revista Bio&Sugar, além depromover o Prêmio MasterCana.

Interessados em adquirir o exemplar,acessem este link: https://loja-s.tray.com.br/loja/produto-107935-1126-anuario_da_cana_2013

JC 235 7/23/2013 9:48 AM Page 24

Page 25: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 PRODUÇÃO 25

Lançamento do Anuário da Cana 2013 é celebrado em São Paulo

JC 235 7/23/2013 9:48 AM Page 25

Page 26: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013PRODUÇÃO26

Lançamento do Anuário da Cana 2013 é celebrado em São Paulo

JC 235 7/23/2013 9:48 AM Page 26

Page 27: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:48 AM Page 27

Page 28: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO28

Canal deve funcionar na frequência correta e ter ‘locutor’ alinhadocom a empresa

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

A informação deve ser transmitidapara o receptor de uma maneira bastanteclara e objetiva. Caso contrário, poderágerar problemas no ambiente de trabalho.Isto parece óbvio, mas nem sempre écolocado em prática de uma forma eficaz.Afinal, quem não conhece os estragoscausados pelo “telefone sem fio” norelacionamento interpessoal? E ostranstornos gerados pela rádio-peão quedivulga muitos boatos e buchichos? Oprocesso de gestão da comunicaçãointerna das organizações deve criarmecanismos para evitar turbulências natransmissão de mensagens. A fofoca deveficar inclusive fora do ar.

É preciso transformar a “rádio-peão”em aliada, sugere o publicitário GustavoIbide, sócio-diretor da LappisComunicação, de Assis, SP. Segundo ele, aempresa costuma considerar essefuncionário, que gera os boatos, quasecomo inimigo. E, em diversos casos, avaliaa possibilidade de demiti-lo. Mas, há outro

caminho. A ideia é identificar o “locutor”da rádio-peão – que nem sempre é oprofissional que exerce cargo de liderança –e convertê-lo a advogado da marca, propõe.Para isto, existe a necessidade de treiná-lode forma adequada. “Esse funcionáriobem treinado, com o poder de penetraçãoque ele tem, vai divulgar as informaçõespara os outros colaboradores de umamaneira eficiente”, comenta.

Além do “locutor” da rádio-peão, ofoco do treinamento deve estar voltadotambém ao líder que é considerado oprincipal canal de comunicação, porque eleconsegue receber o retorno da informação.“É preciso sentir o feedback para verificarse a comunicação está sendo feita demaneira correta. Medimos isto por meio depesquisa de clima, entrevista individual,para acertar o que precisa ser ajustado nacomunicação”, observa.

A preocupação das organizações não écontar com o funcionário que só fale bemda empresa. É necessário treinar ocolaborador – afirma Gustavo Ibide – paraque ele tenha argumento para defender aempresa quando alguém começa a falarmal dela, a partir de informaçõesinverídicas e distorcidas, no churrasco definal de semana ou mesmo na conversa damesa de bar. O funcionário tem que estarpreparado também para atuar comoadvogado da marca e da organizaçãodentro do próprio ambiente de trabalho eno relacionamento com os clientes.

Nova ‘rádio-peão’ pode ser solução na comunicação

Gustavo Ibide quer transformar a ´rádio-peão´ em aliada

JC 235 7/23/2013 9:48 AM Page 28

Page 29: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO 29

Não dá para deixar nesta mídia omesmo cartaz, a mesmainformação por 45 ou 50 dias

Se a informação não for divulgada de umamaneira clara dentro da empresa, cada um vai contarpara o outro do jeito que entendeu e interpretou, alertaGustavo Ibide, diretor da Lappis. De um jeito ou deoutro, a notícia ou o boato acaba se espalhando noambiente de trabalho e, em diversos casos, geraburburinho e confusão. Por isso, o processo decomunicação interna deve criar canais e ferramentasque utilizem informações fornecidas por fontes oficiais.

Tudo deve ser divulgado de forma direta e objetivapara que o colaborador não tenha dúvidas, incluindo acomunicação – exemplifica – de medidas relacionadasao programa de Participação nos Lucros e Resultados(PLR), da campanha interna de prevenção de acidentese até o esclarecimento de alguma notícia, veiculada namídia sobre a empresa, que não é verdadeira.

Além de contar com os líderes e os locutoresconvertidos da “rádio-peão”, a comunicação internadeve utilizar canais antigos, de uma maneira renovada,e mídias novas. O velho e conhecido mural aindafunciona bem. Ele resiste ao tempo. Mas, é precisoatualizar sempre as informações, nem que seja parapublicar dicas de saúde ou de segurança, caso não hajanotícia nova relacionada diretamente à atividade,observa.

“Não dá para deixar no mural o mesmo cartaz, amesma informação por 45 ou 50 dias”, diz. Outrapreocupação em relação a esta mídia deve estarrelacionada ao layout que precisa chamar a atenção do

colaborador. “O mural feito em Word, impresso empreto e branco, com a assinatura ‘a direção’, o‘gerente’, é uma coisa ultrapassada”, afirma GustavoIbide, que tem especialização em criação e designgráfico.

Segundo ele, um dos recursos para tornar o muralmais dinâmico é a utilização da ilustração,

principalmente para o pessoal da área agrícola,trabalhando a questão mais lúdica que pode estarassociada também a criação de um personagem usadoem cartilha e gibi. “Esse personagem pode ser utilizadoposteriormente no mural, dando dicas de saúde, porexemplo. Isto funciona muito bem. O resultado é beminteressante”, enfatiza. (RA)

Mural renovado e atualizado ainda é ferramenta eficaz

JC 235 7/23/2013 9:48 AM Page 29

Page 30: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO30

Setor de comunicaçãoconta com diversidade de ferramentas queincluem jornal interno e mídias eletrônicas

O jornal interno – conhecido tambémcomo house organ – é outra ferramenta queestá sobrevivendo à invasão de mídiaseletrônicas. Cumpre um papel importante noprocesso de comunicação interna, ao mesmotempo que possibilita a divulgação denotícias e iniciativas da empresa para acomunidade. O colaborador leva o jornal, ofolder e o panfleto para casa, criandocondições para que a família tenha acesso ainformações referentes à empresa, afirmaGustavo Ibide, da Lappis.

A veiculação de programas periódicosde rádio ou televisão no refeitório é outrorecurso – sugere – que pode ser utilizadopara dinamizar a divulgação de informações.De acordo com ele, há empresas que usam oSMS para difundir informações no celularcorporativo. Em alguns locais, o colaboradorpode baixar aplicativos no celular paraacessar informações sobre salários, faltas enotícias da empresa. “Temos atualmentebastante ferramenta para trabalhar”,constata.

No caso de unidades sucroenergéticas épossível utilizar basicamente os mesmoscanais de comunicação nas áreas industrial eagrícola. “Tem coisa que a gente precisamudar um pouquinho por causa dalinguagem utilizada para cada público Émais fácil também trabalhar com a mídiaeletrônica na indústria, com a veiculação deinformações por meio de programa detelevisão ou e-mail”, avalia.

Na área agrícola – relata – ainda éutilizado bastante material impresso. “Umausina instalou televisão em ônibus da

Projeto na área deve considerar

verba, público e linguagem

Trabalho dedivulgação ajudaa reter talentos

“Com o aumento da oferta deemprego, as empresas começaram arever essa questão da comunicaçãointerna até para criar um ambiente detrabalho agradável que contribui paramanter o funcionário em sua equipe,porque hoje o colaborador que estáinsatisfeito, pede a conta e em trêssemanas está empregado de novo”,comenta Gustavo Ibide, que é tambémsócio da Suppra, empresa de consultoriaempresarial, e da Nuvee Websystemsque atua na área de desenvolvimento desistemas web.

Segundo ele, as empresascomeçaram a perceber que setrabalharem bem a comunicaçãointerna, criando um bom ambiente detrabalho, conseguem deixar ofuncionário satisfeito e reter talentos.“Há um investimento positivo na área decomunicação. Poderia ser melhor. Mas, agente começa a constatar, quefornecedores de cana inclusive – que sãopequenos – estão preocupados nãosomente com a comunicação interna,mas com a realização de um trabalho dedivulgação junto à comunidade”. afirma.

De maneira geral, os investimentosna área de comunicação em usinas edestilarias têm aumentado – avalia –mesmo nesses anos mais difíceis de criseno setor. As iniciativas nessa área têmtambém a finalidade de atrair jovenspara o quadro de funcionários dasempresas sucroenergéticas que sãolocalizadas, na maioria dos casos, emcidades pequenas. É que elesdemonstram interesse, em diversassituações, em atuar profissionalmentenos grandes centros urbanos, como nacidade de São Paulo. (RA)

agrícola que fica rodando as notícias queantigamente eram colocadas no mural. Éalgo mais dinâmico. O pessoal presta maisatenção. As notícias são atualizadas a cadaum ou dois dias. Existem empresas que sãoespecializadas neste tipo de mídia”, revela.

Na avaliação dele, a instalação de tevênos ônibus pode gerar dificuldades devidoao custo, que varia dependendo daquantidade de veículos usados pela empresa.De acordo com Gustavo Ibide, em qualquerprojeto na área de comunicação é precisoconsiderar a verba disponível, o público, amídia e a linguagem a serem utilizadas. (RA)

House organ é outra

ferramenta que está sobrevivendo

JC 235 7/23/2013 9:48 AM Page 30

Page 31: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:48 AM Page 31

Page 32: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO32

Usinas e destilarias precisamcontar o que está sendo feitoMídias sociais tambémdesempenham um papel estratégicona comunicação externa

O trabalho de comunicação externa deve ser constante,afirma Gustavo Ibide. “As unidades e grupossucroenergéticos investem na questão social, ambiental emuitas vezes isto não é divulgado. A usina acha que o fato dedesenvolver projetos nessas áreas, já basta”, relata. Nãocontar o que está sendo feito – diz – é criar condições paraque as matérias negativas, que nem sempre retratam arealidade, continuem existindo.

As ações na área de comunicação externa devem incluira produção e o envio de releases para a mídia especializada eregional. É necessário manter um bom relacionamento comos veículos de comunicação. “Procuramos trabalhar sempre aquestão da geração de empregos, proteção do meio ambiente,mostrando isto da maneira mais leve possível”, observa.

As mídias sociais também desempenham um papelestratégico na comunicação externa, principalmente nocontato direto com os clientes e moradores da comunidadeonde a empresa está inserida. “Aconselhamos qualquercliente, de qualquer segmento, que a rede social deve serutilizada”, afirma. Mas, isto deve ocorrer desde que aempresa – recomenda – tenha um profissional para fazer agestão dessa ferramenta ou contrate um terceirizado para arealização desse trabalho. “Se a empresa receber uma crítica,um elogio, ou mesmo um pedido de esclarecimento e istoficar quatro, cinco, seis, dez dias sem resposta, é muitonegativo”, comenta.

JC 235 7/23/2013 9:48 AM Page 32

Page 33: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO 33

Arakaki utilizaFacebook para seaproximar dacomunidade e doscolaboradores

A rede social tem sido um recurso cada vez maisutilizado por empresas do setor sucroenergético. Apágina do Facebook do Grupo Arakaki – proprietárioda Destilaria Alcoeste, de Fernandópolis, SP – temsido estratégica para a empresa manter um canal derelacionamento com o público externo e interno.“Desta forma, nos aproximamos da comunidade e doscolaboradores”, afirma Thais Sanches Franzi,coordenadora do departamento de comunicação emarketing do grupo. Todas as campanhas realizadaspela empresa – informa – são veiculadas nessa página.“Aproveitamos o gancho dessas iniciativas paradivulgar as boas atitudes do grupo em relação aosfuncionários, ao meio ambiente, além de outras açõessociais”, ressalta. (RA)

Ferramentas usadas naárea de comunicaçãoatendem públicoheterogêneo que mesclaclasses sociais e faixasetárias distintas

Ações relacionadas à sustentabilidade,responsabilidade social e até mesmodecisões importantes voltadas ao setorindustrial e corporativo estão entre osassuntos divulgados para o público externoa partir do trabalho desenvolvido pela áreade marketing e comunicação do GrupoArakaki (Destilaria Alcoeste), de acordo comThais Franzi, que é coordenadora dessedepartamento.

Releases enviados aos veículos decomunicação da mídia regional eespecializada, mídia externa (outdoor,anúncios em jornais) mídia digital (e-mailmarketing, fan page no Facebook e site) sãoas ferramentas utilizadas para a divulgaçãodas ações do grupo que atua em diversossegmentos, como agroindústria, comércio eserviço.

O Informativo Grupo Arakaki, detiragem trimestral, é um dos destaques dotrabalho desenvolvido pelo departamento de

marketing e comunicação. Com tiragem de2.500 exemplares, o informativo édirecionado ao público interno,fornecedores e parceiros comerciais. Publicanotícias relacionadas às principaisatividades do grupo no período.

Para a divulgação de campanhasinstitucionais, nas áreas de saúde, meioambiente e segurança do trabalho, odepartamento de comunicação e marketingutiliza diversos recursos, como jornal murale cartazes nos ônibus. “O público internodas usinas de cana-de-açúcar é heterogêneo,mesclando classes sociais e faixas etáriasdistintas, por isso, os canais de comunicaçãosão formatados de acordo com asnecessidades”, comenta Thais Franzi, que éformada em Publicidade e Propaganda epós-graduanda em Gestão da Comunicaçãoem Mídias Digitais.

Os lideres da área agrícola tambémcumprem um papel importante nadivulgação de informações para ostrabalhadores desse segmento. Elesparticipam de reuniões, organizadas pelodepartamento de marketing e comunicaçãoda Alcoeste, que têm o objetivo de“abastecê-los” com informações que sãorepassadas para os demais funcionários.Folders, panfletos, buzz marketing,newsletters também são ferramentas usadasno processo de comunicação interna. (RA)

Canais são formatados deacordo com as necessidadesThais

Sanches

Franzi: uso

de página

do Grupo

Arakaki no

Facebook

JC 235 7/23/2013 9:48 AM Page 33

Page 34: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO34

Área de comunicaçãoatua como ponte,levando a informação de um lado para outro,de forma ágil, eficaz e transparente

Para que o trabalho na área decomunicação seja bem-sucedido, éfundamental o envolvimento da altadireção até o funcionário que está nocampo preparando o plantio, afirmaGrécia Alves Santos, coordenadora deComunicação e Marketing da Noble Brasil.Segundo ela, é preciso saber quais são asnecessidades e os interesses doscolaboradores da empresa. “À direção cabedefinir os objetivos a serem atingidos”, diz.A área de comunicação, que define qual é amelhor estratégia para cumprir as metasestabelecidas, precisa ter o aval da altadiretoria para desenvolver projetos eprogramas que atendam a todos. Oengajamento dos funcionários éconsiderado importante também para oaprimoramento de todo o processo decomunicação.

“O nosso maior objetivo é ser o eloentre os funcionários e a empresa.Atuamos como a ponte, levando ainformação de um lado para outro, deforma ágil, eficaz e transparente”, diz acoordenadora da área que é responsávelpela comunicação interna e externa,marketing e eventos da Noble Brasil queatua em vários segmentos como café,combustíveis limpos, algodão, carvão,grãos, fertilizantes e logística, além deusinas de açúcar, etanol e energia. Paraisto, há a utilização de ferramentas comomurais, displays de mesa, jornal interno,informativo online mensal, boletim

semanal, além de contar com um programade sugestões e uma ouvidoria interna.Outra ferramenta é um programa de rádio,implantado no ano passado, que é voltadoa todos os trabalhadores do campo.

A atuação dessa área é bemabrangente. “Cuidamos de todas asdivulgações, incluindo desde os“aniversariantes do mês” até mensagens doCEO (Chief Executive Officer) da empresa.Somos responsáveis por toda a identidadevisual da empresa, desde a fachada até olayout do cartão de visita”, detalha GréciaSantos, que tem formação em Publicidadee Propaganda e MBA Executivo emComunicação e Marketing.

De acordo com ela, a área decomunicação está diretamente ligada à

direção de Recursos Humanos da NobleBrasil e é formada por uma equipe de cincoprofissionais, sendo uma coordenadora,uma jornalista, um diretor de criação, umaassistente e um aprendiz. Todos osprofissionais são formados ou estãocursando áreas como jornalismo,propaganda ou marketing e comunicação.“A busca por novos projetos é umadinâmica em nossa atividade”, diz acoordenadora.

Na área de marketing, o trabalho focabasicamente – informa – nodesenvolvimento de ações e projetos para oproduto de varejo da empresa, o açúcarCometa, incluindo a produção deembalagem e ações para marketing devarejo. (RA)

Engajamento é essencial para

que ações sejam bem-sucedidasMissão deve estarvoltada aofortalecimento daimagem da empresa

“Muitos anos de inatividadeda comunicação do setorsucroenergético e de bioenergiapodem ter sido responsáveis peloabismo que se criou entre o setor eo seu público”, avalia apublicitária Thais Franzi. Segundoela, essa distância gerou umademanda enorme de trabalho paraos comunicadores, que por muitotempo estiveram sozinhos, lutandopara reverter a imagem que secriou do setor. Ela considera oProjeto Agora e o Movimento SouAgro como pontuais natransformação da opinião públicae na valorização da imagem dosetor.

Na opinião de Thais, aabertura de discussões e oengajamento dos profissionais decomunicação também têm sidorelevantes para que haja umconsenso do processo decomunicação das empresas. “Achoque a missão da comunicação nomomento é fortalecer a imagemdas empresas, mostrando opotencial produtivo e osinvestimentos em tecnologia, apreocupação com odesenvolvimento humano e aresponsabilidade com ocrescimento econômico do país”,enfatiza. Outro ponto de destaqueda comunicação é apoiar efortalecer – afirma – a imagem doprincipal produto do setor, a cana-de-açúcar. “Afinal, sem ela não seproduz etanol nem açúcar”,observa. (RA)

Grécia Alves Santos, da Noble Brasil: “Atuamos como ponte”

JC 235 7/23/2013 9:48 AM Page 34

Page 35: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:48 AM Page 35

Page 36: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013ADMINISTRAÇÃO & LEGISLAÇÃO36

Cenário vem melhorando com o passar dos anos, mas ainda há muito a evoluir, avalia Grécia Santos

As usinas têm se empenhado na profissionalização equalificação de seus funcionários da área de comunicação.Mas, ainda é necessário que os diretores e CEOSenxerguem a área como necessária e estratégica para aorganização e invistam em bons profissionais. Na prática,isso pouco acontece. Essa opinião é de Grécia Santos, que étambém coordenadora do Comitê de Comunicação daUdop – União dos Produtores de Bioenergia, ao avaliar aatual situação das áreas de comunicação de usinas edestilarias.

Em relação ao trabalho desenvolvido pelas entidadesrepresentativas do setor, ela considera que poderiam fazerum pouco mais, criando ações e projetos que ajudem avalorizar o profissional e a área de comunicação. “Vejo queeste cenário vem melhorando com o passar dos anos, masainda há muito a evoluir. Premiações como o MasterCanaSocial e os próprios comitês de comunicação da Udop e daUnica já contribuem para este aprimoramento”, comenta.

As perspectivas de investimentos nessa área sãopositivas, afirma Grécia Santos. “O setor começou aenxergar a necessidade de ter um departamento decomunicação qualificado e atuante para obter sucesso nosnegócios”, diz. Segundo ela, o maior interesse do setor poressa área pode ser demonstrado, por exemplo, peloaumento em quase 100%, de 2011 para 2012, no númerode participantes da sala de comunicação do Congresso deBioenergia da Udop que debate diversos temasrelacionados à atividade sucroenergética. (RA)

Departamento qualificado gera resultados positivos Comitê desenvolveações para alavancaráreas de comunicação

Em relação ao comitê da Udop, GréciaSantos afirma que o principal desafio éencontrar ferramentas e desenvolver açõesque possam alavancar a atuação das áreasde comunicação do setor sucroenergético.Como primeira ação concreta, o comitêestá realizando uma pesquisa junto a todasas usinas e grupos para averiguar comoeles enxergam a comunicação. “A pesquisadeverá revelar quantos profissionais sãodemandados na área, se todos sãoqualificados para o trabalho emcomunicação e se a comunicação éestratégica nestes grupos. Com osresultados queremos nortear a atuação docomitê para que suas ações tragamresultados efetivos e mensuráveis”,informa.

De acordo com ela é preciso mostrar aimportância da comunicação para asempresas. “Para isso, é necessário mostrarnosso trabalho, o que fazemos, o quantocontribuímos para o sucesso do negócio. Éa comunicação que trabalha para que aempresa tenha uma identidade visual euma marca forte perante a sociedade, ogoverno e o seu próprio funcionário. Se aempresa não souber se comunicar, nemmostrar de forma positiva suas ações, estáfadada a ser esquecida pelo mercado”,enfatiza. (RA)

JC 235 7/23/2013 9:48 AM Page 36

Page 37: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 AÇÃO SOCIAL & MEIO AMBIENTE 37

Usina Estiva participa da 27ª Festa da ApaeAltobeli Santos da Silva quebrou a

invencibilidade de 5 anos dos africanos

Com apoio da Nardini, atleta vence Meia Maratona do RioNo último dia 7 de julho, o atleta

catanduvense Altobeli Santos da Silva, daEquipe Matilat Nardini, venceu a MeiaMaratona da Cidade do Rio de Janeiro.Com o tempo de 1h04min02, o fundista deCatanduva deu fim a um jejum de vitóriasbrasileiras na prova ao subir ao lugar maisalto do pódio, já que desde 2008 oscorredores africanos vêm dominando aprova.

Há cerca de um mês, Altobeli também

passou a treinar na equipe Pé de Vento,uma das mais respeitadas do país. HenriqueVianna, chefe da equipe, se mostrouconfiante em relação ao novo atleta. “Temosum protocolo para identificar os talentos decada atleta. No caso do Altobeli,identificamos que ele possa vir a conseguiruma medalha olímpica para o Brasil”.

A Meia Maratona da Cidade do Rio deJaneiro reuniu cerca de 22 mil corredores de61 países na orla da cidade.

A 27ª Festa da Apae, que ocorreu de 5 a 7 dejulho no Recinto de Exposições, em NovoHorizonte, interior de São Paulo, repetiu o sucessodos anos anteriores. Mais uma vez, as voluntáriasJandira Zeviani, Umbelina Perreira, Maria HelenaCorrea e Maria José Balboena trabalharam nabarraca de Crepe Suíço, com o apoio doscolaboradores da Usina São José da Estiva.

Todos os ingredientes dos crepes foramdoados pela Usina Estiva e a renda total revertidapara a Apae. “A receita desenvolvida pelasvoluntárias é um dos segredos deste sucesso. Afinalidade desta festa, que é a de ajudar a Apae,sempre nos estimula”, conta Rose Guerra, quetrabalha no setor de Responsabilidade Social dausina.

A festa contou também com várias barracasna praça de alimentação e atrações variadas. Umdos mais esperados momentos foi a realização dotradicional leilão de gados.

Voluntárias Jandira Zeviani, Umbelina

Perreira, Maria Helena Correa e Maria José Balboena

Abengoa inauguraplanta de conversão de resíduos embiocombustíveis

No fim de junho, foiinaugurada em Babilafuente(Salamanca - Espanha), uma plantade conversão de resíduos sólidosurbanos em biocombustíveis daAbengoa. A planta tem acapacidade de processar 25.000toneladas de resíduos sólidosurbanos (RSU), e produz 1.500litros de bioetanol. A soluçãopromete reduzir a dependência doscombustíveis fósseis e as emissões emaximizar a recuperação da fraçãoorgânica dos resíduos sólidosurbanos e evitar o aterramento demais de 80% dos resíduos sólidosurbanos.

Segundo a empresa, oprocesso de conversão consiste emum tratamento combinado defermentação e hidrólise enzimática,onde a matéria orgânica sesubmete a diversos tratamentospara se transformar em uma fibraorgânica rica em celulose ehemicelulose, que depois serãoconvertidas em bioetanol.

JC 235 7/23/2013 9:48 AM Page 37

Page 38: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL38

Produção deve ser focadaem etanol de cana-de-açúcar, diz Paulo Strini,da Bioenergética Tonon

ALESSANDRO REIS, DE SERTÃOZINHO, SP

O desenvolvimento do etanol desegunda geração, como o celulósico, porexemplo, é inviável para a realidade dosetor brasileiro nos próximos anos, deacordo com o gerente comercialcorporativo da Bioenergética Tonon,Paulo Strini.

Durante palestra realizada emSertãozinho, SP, em 21 de junho, PauloStrini explicou que sua conclusão não sebaseia em uma questão tecnológica, masna rentabilidade dos custos deprodução. Para ele, os processos erendimentos industriais não sãocompatíveis com os alcançados com oálcool de cana.

“O desempenho das plantas éinferior, com um custo incompatível como que se tem na produção do álcoolderivado da cana. Não é a vocação dosetor brasileiro produzir etanol desegunda geração. Acredito que nossofoco é produzir etanol de cana, que é umbiocombustível que possuicaracterísticas equivalentes ao etanolcelulósico, com uma tecnologiaamplamente dominada e com um custocompatível”, explica.

No entanto, Paulo Strini sugere, quealgumas regiões do país podem investirna produção do etanol 2G, como nocerrado, por exemplo, onde se encontrauma limitação para plantio de cana.

´Etanol 2G é inviável para arealidade atual do setor brasileiro´

Paulo Strini: processos e rendimentos industriais incompatíveis

‘Campanhapublicitária podefracassar’

O gerente comercialcorporativo da BioenergéticaTonon, Paulo Strini alertou que acampanha publicitária promovidapela Unica - União da Industria deCana-de-açúcar, cujo lema é“Etanol, o combustível completão”pode não corresponder aoresultado esperado. A causa, deacordo com o palestrante, é que sea moagem e quantidade de canaproduzida forem semelhantes ouinferiores à da safra passada, nãohaverá produção de etanolsuficiente para suprir a demanda,sobretudo no período deentressafra.

“Existe uma determinação dogoverno, uma portaria da ANP,que obriga as unidades produtoresa terem contratos de estoque deálcool hidratado. Portanto, há umcerto volume que precisa serproduzido, e de acordo comestimativas atuais, a produção nãoirá atender a demanda. Isto fazcom que o preço do etanol emrelação a gasolina deixe de seratrativo”, explica Paulo Strini.“Esta realidade confirmada jogapor terra todo esforço dacampanha publicitária, que estácustando à entidade, ao queparece, cerca de 20 milhões dereais”, concluiu.

JC 235 7/23/2013 9:48 AM Page 38

Page 39: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:48 AM Page 39

Page 40: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL40

Tecnologia é tendêncianas usinas modernas erealidade na áreaindustrial da Barralcool

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

A robotização já é uma realidade naárea industrial das usinas que buscameficiência e sustentabilidade. Foi isso queaconteceu na Usina Barralcool de MatoGrosso, que decidiu optar pela robotizaçãopara realizar a tarefa do chapiscos dasmoendas na safra e entressafra. SegundoJosé Raimundo, gerente industrial daunidade, com a tecnologia os custos deaplicação nas seis moendas reduziram 40%.

Agora a antiga fumaça de solda, calore as luzes que afetavam o colaboradorderam lugar a um robô que realiza a tarefaem tempo real. Ele explica que a tecnologiafoi empregada para melhorar a eficiênciado processo de chapisco e para darcontinuidade nas aplicações de formaplanejada, envolvendo os colaboradoresdiretos, distribuindo as tarefas de formaorganizada em uma sequência lógica paraque a camisa de moenda nunca perca suarugosidade. “Aquele serviço manual foisubstituído, sem desperdícios de tempo ede material, pois muitas vezes o eletrodo

não era 100% aproveitado”, revela. Raimundo lembra que o processo de

chapisco robotizado é mais seguro para oscolaboradores, autossustentável etotalmente salubre."A experiência de nossaequipe tem mostrado que mesmo empouco tempo de uso, já conseguimosaumentar consideravelmente arecuperação de açúcar no bagaço etambém reduzir o volume em Gr/Tc desolda. É uma tecnologia de ponta que estáem uso, com ganhos significativos na safra

2013/14", diz.O gerente diz que foi investido R$ 180

mil na nova tecnologia. “O sistemarobotizado de aplicação de chapisco emmoenda é de alta performace, por isso paramoer mais temos que chapiscar para havera transferência de bagaço entre os ternos.Esta quantidade de chapisco é umainspeção visual , que observa-se pelo nãoretorno do bagaço produzido de um ternopara outro, e sim na transferência,permitindo que a moenda atinja sua

capacidade máxima projetada”.Ele ressalta que a empresa tinha seis

soldadores e hoje tem apenas dois, que sãoresponsáveis pelo Robô. Atualmente aempresa consegue realizar em 12 horas ochapisco de todos os rolos superiores emais 12 horas dos inferiores. “O custo caiutambém porque antes tínhamos umsoldador para cada moenda e agora apenasdois. Na safra ele faz chapisco e naentressafra, além do chapisco, faz as bases,laterais e picote”, lembra.

Robotização de chapiscos de moenda gera eficiência e economia de 40%

Robô de chapisco em ação e Valdir e José Raimundo: segurança e maior salubridade

JC 235 7/23/2013 9:49 AM Page 40

Page 41: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 41

De acordo com Valdir Luiz dos Santos, líder decaldeiraria, depois que foi programado, o robô fazsua função continuamente e o material aplicadoagora é arame tubular, melhor do que o antigoeletrodo. “Sua durabilidade e sua qualidade émuito superior, ou seja, cerca de 40 a 42% maisdurável e mais eficiente do que o eletrodo. Alémdisso, o Robô tem longarina de alumínio e o corpode metal resistente. Essa ideia foi muito bem-vindaentre os colaboradores”, lembra.

Para Célio José Gonçalo, soldador operador derobô, que já sentiu na pele a antiga função, anovidade facilitou o trabalho e gerou maioreficiência na extração do caldo. “Observamos eoperamos o Robô através de um comando eobservamos se ocorre alguma intercorrência.Continuamente precisamos trocar algum bico decontato, mas essa tecnologia foi um bem para ossoldadores que hoje sofrem menos, é uma grandebenfeitoria. Estou muito feliz por saber que aempresa está investindo nos colaboradores e nastecnologias de primeiro mundo”, enfatiza. (AM)

Arame

tubular é

melhor do

que o antigo

eletrodo

JC 235 7/23/2013 9:49 AM Page 41

Page 42: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL42

Nos dias 02 a 05 de julho passadosfoi realizada a 10ª Fersucro juntamentecom a 30ª edição do Simpósio daAgroindústria de Cana-de-açúcar deAlagoas, os maiores e mais tradicionaiseventos voltados para o setor sucroenergético realizados naRegião Nordeste do Brasil.

Para o Presidente da Stab Leste, o engenheiroAgrônomo Cândido Carnaúba, ao completar dez anos deexistência a Feira é um evento consolidado nacionalmentee é hoje uma das maiores oportunidades que o setor possuipara a geração de negócios, assim como o Simpósio, que éreconhecido como um dos maiores eventos técnico-científicos do País e é organizado em parceria pela StabLeste e o Centro de Ciências Agrárias da UniversidadeFederal de Alagoas, a Ufal, instituição que abriga um dos

centros de pesquisas da Ridesa, que é voltada para omelhoramento de variedades de cana-de-açúcar.

Os eventos foram realizados nas dependências doCentro de Convenções “Ruth Cardoso”, localizado nobairro do Jaraguá, em Maceió-AL e tiveram a participaçãode mais de 7.000 visitantes entre empresários, técnicos,profissionais e interessados..

Empresas como Areva, TGM, General Electric, alémde distribuidores das máquinas agrícolas Case, JohnDeere, Santal e Valtra estiveram presentes na mostra.

O Simpósio reuniu mais de 700 inscritos durante ostrês dias de palestras, com temas divididos entre a áreacomum, onde foram apresentadas as perspectivas para osetor, a área industrial, voltada para tecnologias eequipamentos para a produção de açúcar, etanol egeração de energia elétrica, a área agrícola, com foco nasnovas variedades de cana, defensivos, herbicidas e

técnicas de cultivo e manejo da lavoura e a áreaadministrativa onde foram abordados temas ligados aosrecursos humanos e gestão do setor sucroenergético.

Na abertura do evento, Cândido Carnaúbaagradeceu a presença dos empresários, engenheiros,técnicos e participantes. Em seguida, sob a coordenaçãode Carlos Lyra Lopes de Farias, Marcos Jank, ex-presidente da Unica palestrou sobre o tema “AProblemática do Etanol e seus Desdobramentos”,destacando as perspectivas do setor sucroenergético nocenário nacional e mundial.

Para o próximo ano, Cândido Carnaúba prevê queuma vez completados 10 anos de Fersucro, e 30 anos doSimpósio, o brilhantismo seja ainda maior, consolidandoainda mais o lugar de destaque que hoje ocupam esseseventos, como área de negócios e difusão de tecnologiaespecialmente dedicados ao setor sucroenergético.

Simpósio de Alagoas completa 30 anos e Fersucro, 10

Cândido Carnaúba durante a abertura da 10ª Fersucro

Participantes do 30º Simpósio em Maceió, AL

JC 235 7/23/2013 9:49 AM Page 42

Page 43: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:49 AM Page 43

Page 44: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL44

10ª FERSUCRO RENOVA A TECNOLOGIA DO NORDESTE

JC 235 7/23/2013 9:49 AM Page 44

Page 45: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 45

Novos horizontes para a CSJInstalada em Piracicaba, uma das

mais importantes regiões industriais dopaís, no setor de indústria de base, a CSJMetalúrgica, empresa que acumula umatradição de qualidade em produtos parao segmento de açúcar e etanol e outrasmatrizes energéticas como petróleo, eólicae termelétricas, vem traçando caminhospara novos horizontes.

“Quando há um ano e meio atrásassumimos a direção da empresa,criamos um plano de superação queenvolveu a criação de diversas açõesespecíficas, que denominamos demódulos. Uma delas foi trazermosprofissionais de mercado para reforçarnossa equipe de atuação. Outro objetivofoi transformar a empresa de cooperativa,como estava constituída, em S.A, o quefoi plenamente alcançado”, explica MárioMendes, presidente da CSJ.

“O passo seguinte foi equacionar ecriar um mecanismo de gestão parapassivos existentes da administraçãoanterior da empresa e também se lançar àbusca de novos clientes, bem como arecuperação de clientes tradicionais,notadamente na área de óleo e gás, áreaonde a empresa já detinha uma tradiçãode atuação desde a década de 90”,complementa Mendes.

Após um ano de trabalho árduofazendo frente a esses desafios, a empresaagora está engajada em realizar captaçãode recursos por diversas modalidades

financeiras, que inclui a participação defundos de pensão e de participação porcotas.

Os resultados positivos obtidos pelasações promovidas pela diretoria daempresa não tardaram a aparecer, comofornecimentos para clientes como aRaízen, Bunge, J.Pillon, Areva (UsinaSeresta), Usina Santa Adélia, Ferrari,Usina Santa Lúcia, entre outros para osegmento sucroenergético e também paragrandes empresas de óleo e gás, como aAker Solutions, Cameron e Fluke. Naárea de geração e distribuição, a CSJtambém detém uma ampla carteira detanques para transformadores de tensãode grande porte em fornecimento para aABB.

Segundo Alexandre Klefenz, diretorComercial da CSJ, um passo importantepara atendermos as exigências dequalidade de nossos clientes, foram asrenovações das certificações ISO9001:2008 e também Asme, Selo “U”para vasos de pressão.

Klefenz comemora o fato de quealém desses fornecimentos, há umsignificativo volume de cotações tambémpara o mercado externo, para países daAmérica Latina e África. A CSJ estátambém desenvolvendo novos produtos eaprimorando os projetos existentes e quejá são reconhecidos no mercado pelaperformance e qualidade, adquiridadurante anos de experiência.

Corpo de diretores da CSJ Metalúrgica: Veridiana

Schmidt, Mário Mendes, Alexandre Klefenz e Sílvio Moraes

JC 235 7/23/2013 9:49 AM Page 45

Page 46: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL46

FULVIO PINHEIRO MACHADO

CONSULTOR DO JORNALCANA

O 28º Congresso do ISSCT –International Society Of Sugar CaneTechnologists, realizado em junho passadotrouxe um enorme número de trabalhosque abrangeram todas as atividadesrelacionadas com a produção de açúcar,etanol e produtos derivados a partir dematérias-primas como a cana-de-açúcar e abeterraba.

Em cinco painéis diários foramabordados os temas ligados à engenhariaagrícola, agronomia, melhoramento,entomologia, biologia molecular,coprodutos, engenharia de fábrica,

processos e gestão, além daquelesdenominados de plenário ou áreacomum.

Dentre esses temas foram apresentadostrabalhos práticos de constatação na fábricaou no campo e também trabalhos depesquisa acadêmica que trouxeram umacontribuição importante para a melhorcompreensão de todas as atividadesmultidisciplinares envolvidas na modernaindústria sucroenergética.

Nos trabalhos plenários foi possívelnotar que cada vez mais se buscamalternativas para a produção de produtosderivados da cana, como é o caso dagaseificação do bagaço proposta pelo IPTatravés do trabalho “EngenhariaConceitual de Gaseificação do Bagaço”,

ou ainda “Perspectivas para oDesenvolvimento de Biorrefinarias deCana-de-açúcar”, onde técnicosaustralianos propõem que por meio detecnologias de fermentação ou síntesesquímicas subsequentes os açúcarespossam ser convertidos em combustíveis,óleos e ácidos orgânicos.

Esses novos caminhos para a utilizaçãoda biomassa foram discutidos no trabalho“Introdução e Panorama da Situação Atualdo Emprego da Biomassa, apresentado porS.J. Hassuani do CTC-Centro de TecnologiaCanavieira. Nesse trabalho focalizou-se ouso preliminar do bagaço na indústriacomo fonte de energia para a produção devapor. Nas últimas décadas o bagaçopassou a ser convertido em energia de

maneira mais eficiente, atendendo a todasas necessidades energéticas da indústria e,em alguns casos, gerando excedentes emforma de energia elétrica comercializável,proporcionando uma importante fonte dereceita.

Nos últimos anos, tecnologiasdenominadas de segunda e terceira geraçãotêm prometido converter a biomassa emprodutos mais valiosos, comobiocombustíveis, químicos, fertilizantes,pellets, entre outros.

Ainda há muitas expectativas eoportunidades não exploradas. Por outrolado essas tecnologias competem com amesma biomassa fazendo com que aindústria tenha começado a questionar quecaminho tomar.

Nova edição do ISSCT traz uma visão do futuroUsina São Martinho: unidades estão sendo transformadas em complexos energéticos

JC 235 7/23/2013 9:49 AM Page 46

Page 47: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:49 AM Page 47

Page 48: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL48

Em relação à indústria, a experiênciabrasileira com o uso de moendas e difusoresfoi apresentada no 28º ISSCT pela Dedini,através de um trabalho de J.L.Olivério,A.C.R D Avila, A.N.Faber e P.A.Soares.

Nesse trabalho, um levantamento feitosobre a safra 2004/2005 mostrou que deum total de 347 usinas em operação, 341haviam optado por moendas e 6 pordifusores.

A partir de 2003 a indústriasucroenergética brasileira cresceusignificativamente, de 320 milhões detoneladas de cana processada para 620milhões em 2010/2011 e novos projetosgreenfield foram implantados.

Em 2011, 455 usinas já haviamdecidido sobre o sistema de extração a seradotado, com 32 usinas já com difusoresimplantados ou contratados, representando7% do total.

Portanto, houve um aumentosignificativo de difusores e um crescimentoainda mais expressivo se considerarmosapenas os projetos greenfield definidosdesde 2004, onde 108 decisões já haviamsido tomadas e 25 difusores foramimplantados ou contratados, respondendopor 23,1% das escolhas.

Dadas as características da indústriacanavieira no Brasil, com plantas previstaspara expansão e elevadas capacidades demoagem, um dos fatores que contribuírampara o aumento das opções por difusores foio modelo modular sem correntes, que é

expansível e mais facilmente aplicável paraprocessar grandes quantidades de cana-de-açúcar.

O trabalho apresentou uma análisetécnica comparativa de ambos os sistemasde extração, moagem e difusão, suascaracterísticas básicas, dados operacionais,

o uso recomendado e a relação entreinvestimentos e custos de um tandem demoendas e difusor.

Considerando que o setor deverácontinuar crescendo no Brasil, comprojeções que indicam 1,2 bilhão detoneladas de cana a serem processadas em

2020 e cerca de 100 novos projetos do tipogreenfield implantados, o trabalhorealizado pode ser oportuno para futurasdecisões a serem tomadas quanto aosistema de extração, moendas ou difusor,tanto para novas usinas como para aexpansão das existentes. (FPM)

Preferência por moendas ou difusores ainda divide opiniões

Difusor modular

JC 235 7/23/2013 9:49 AM Page 48

Page 49: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 49

Paralelamente ao 28º Congresso doISSCT, em dependência adjacente à daapresentação dos trabalhos, foi realizada aExposição Internacional que contou com aparticipação de 150 expositores, tanto daárea agrícola como industrial.

Como um dos destaques da áreaagrícola, a Case IH trouxe seu sistema detreinamento em colhedoras de cana, noqual em uma cabine semelhante à dascolhedoras A8000, se pode capacitaroperadores em diversos módulos de ensinoprogressivos.

A Edra e seu sistema turn-key dedistribuição de efluentes da indústriajuntamente com tubulações apropriadaspara vinhaça também esteve presente,assim como a Civemasa, que possui umaextensa linha de implementos para alavoura canavieira, incluindo umaplantadora.

Empresas de acessórios ecomponentes para colhedoras, como oGrupo Duraface e Unimil tambémestiveram presentes com suas linhas dereposição para as diversas marcas decolhedoras.

Na área industrial, os principaisfabricantes nacionais estiveram presentesao evento mostrando seus equipamentos eas plantas instaladas, incluindo a linhacompleta para toda a área de processos dasusinas, desde a recepção de cana até aprodução final de açúcar, etanol e energiaexcedente na forma de cogeração.

Ná área de caldeiras, Caldema eHPB/Simisa estiveram presentesdestacando seu últimos projetos emcaldeiras de alta capacidade e pressão querepresentam o estado da arte no segmento.

Em acionamentos de moendas edifusores, a Renk Zanini e a TGMestiveram presentes com as suas soluçõespara moendas de alta capacidade. A TGM

também apresentou suas turbinas a vaporde alta potência, equipamentos que cadavez mais participam do mercado degeração de energia na forma de cogeração.

Na área de automatização e controle,a Authomathika demonstrou seu maisrecente lançamento, um sensor capacitivopara chute donnelly multipontos, queatua como um touchpad, evitando assim

leituras falsas.Na área de instrumentos para

laboratório, a Tecnal apresentou oanalisador de bioquímicos da YSI, queopera por enzimas imobilizadas,possibilitando a determinação de sacarose,glicose, etanol, entre outros compostos, quepode ser usado para controle dafermentação. (FPM)

Exposição do ISSCT inclui tecnologias agrícola e industrial

JC 235 7/23/2013 9:49 AM Page 49

Page 50: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL50

FLASHES DO ISSCT FLASHES DO ISSCT FLASHES DO ISSCT

JC 235 7/23/2013 9:49 AM Page 50

Page 51: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:49 AM Page 51

Page 52: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL52

FLASHES DO ISSCT FLASHES DO ISSCT FLASHES DO ISSCT

JC 235 7/23/2013 9:49 AM Page 52

Page 53: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 53

FLASHES DO ISSCT FLASHES DO ISSCT FLASHES DO ISSCT

JC 235 7/23/2013 9:49 AM Page 53

Page 54: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL54

FLASHES DO ISSCT FLASHES DO ISSCT FLASHES DO ISSCT

JC 235 7/23/2013 9:49 AM Page 54

Page 55: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:49 AM Page 55

Page 56: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL56

FLASHES DO ISSCT FLASHES DO ISSCT FLASHES DO ISSCT

JC 235 7/23/2013 9:50 AM Page 56

Page 57: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 57

Aliança Barriquand

Bray Brumazi

Caldema Citrotec

DA REDAÇÃO

A visão dos grupos produtores sobre a eficiênciaenergética e os avanços tecnológicos obtidos nasgerações de vapor e de energia elétrica nas plantas

industriais e centrais termoelétricas das usinas foidebate durante o Curso de Caldeiras, Vapor e Energia,promovido pela Sinatub, nos dias 6 e 7 de junho, emRibeirão Preto, SP. Confira as empresas que estiverampresentes no evento:

Curso de caldeiras destaca 18

empresas em evento da Sinatub

PATROCINADORES

JC 235 7/23/2013 9:50 AM Page 57

Page 58: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:50 AM Page 58

Page 59: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:50 AM Page 59

Page 60: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL60

Empresas mostraram know-how no curso de caldeiras da Sinatub

HPB Simisa Imbil Metallic

Spectra Welding Sarco Sumitomo

Nicsa Polifitema Protubo

Texas Turbimaq Zepponi

JC 235 7/23/2013 9:50 AM Page 60

Page 61: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:50 AM Page 61

Page 62: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL62

FULVIO PINHEIRO MACHADO, DE MACEIÓ, AL

CONSULTOR DO JORNALCANA

A procura por novas matérias-primas ecombustíveis não fósseis se acentua a cadadia. Pesquisadores, biólogos, engenheiros,em diversos pontos do planeta, estãodebruçados em suas bancadas avaliandotecnologias que permitam encontrarsucedâneos que possam substituir oscombustíveis líquidos derivados do petróleonos quais estão baseados todos os sistemasde transporte e locomoção do mundo atual.

Com o objetivo de avaliar o potencialdas matérias-primas para produção deetanol de segunda geração, a EmbrapaAgroenergia, localizada em Brasília, DF,tem realizado testes com diversasmetodologias já descritas no Brasil e noexterior. As análises das biomassas, que sãooriundas de um projeto da empresa paraidentificar matérias-primas adequadas paraa produção do biocombustível, sãorealizadas nos laboratórios da EmbrapaHortaliças e da Embrapa RecursosGenéticos e Biotecnologia, ambas no DistritoFederal.

“O desdobramento da celulose emglicose é fundamental para que osmicrorganismos consigam consumir esseaçúcar e assim produzir o etanol. A quebradas cadeias celulósicas é feita pela ação deenzimas, ou por combinação entre métodosfísicos, químicos e enzimáticos”, explica

uma das responsáveis por este trabalho,Cristina Machado, pesquisadora daEmbrapa Agroenergia, que acrescenta: “Aprodução de etanol de segunda geração é degrande importância para o Brasil, pois alémde ampliar a oferta do combustível,possibilita produzi-lo durante todo o ano etambém em regiões onde não se planta acana-de-açúcar”.

Entre as matérias-primas já analisadas,as de origens florestais são as que têm maiorpercentual de celulose, embora o alto teor delignina atrapalhe a hidrólise e comprometao processo de produção do etanol desegunda geração. “Com estas informações,podemos desenhar os próximos passos, até aprodução final do biocombustível”, destacaDasciana Rodrigues.

Nos primeiros passos foram utilizadasas metodologias descritas pela Universidadede São Paulo - USP e pelo LaboratórioNacional de Energias Renováveis – NRELdos Estados Unidos, as quais envolvem ahidrólise ácida da biomassa seguida daanálise cromatográfica dos monômerosformados como a glicose, xilose, arabinose,manose, celobiose, entre outras.

“É muito importante contar commetodologias de fácil execução e boaprecisão por que elas serão usadas ao longode todo o projeto para efetuar as análisescomparativas das matérias-primas etambém para as avaliações de rendimentose eficiência dos processos” enfatizaRodrigues.

Embrapa identifica biomassas adequadas ao etanol 2G

Cristina Machado, pesquisadora da Embrapa

JC 235 7/23/2013 9:50 AM Page 62

Page 63: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 63

Nas usinassucroenergéticas a grandemaioria dos processosprodutivos são de naturezafísica, como extração,aquecimento e evaporação. No entanto, aprodução de etanol depende de um processobiológico, já que são as leveduras quetransformam a sacarose em etanol.

Diante disso, para se obter a maiorprodutividade é necessário que a fermentaçãose realize em condições adequadas, levandoem conta as necessidades nutricionais dasleveduras e, principalmente, evitando quemicrorganismos concorrentes possam interferirnegativamente no processo.

A determinação de condiçõesinterferentes no processo de fermentação foi oassunto de um interessante trabalhoapresentado por Cristiane Maria Oliveira,engenheira química, na recente 10ª Fersucrorealizada em Maceió-AL.

Nesse trabalho realizado na Usina Leão, aengenheira se utilizou de um HPLC (HighPerformance Liquid Chromatography), que émuito versátil, e tem aplicação crescente nasusinas sucroenergéticas.

Nesse trabalho, ao invés de controlar

somente o processo de fermentação nasdornas, a engenheira atuou nas fases anterioresdo processo, como a água de lavagem de cana,moendas, água de diluição, mosto dealimentação, leite de levedura tratado e mostofermentado. Através da determinação deácidos orgânicos foi possível avaliar as perdasde sacarose por inversão, além demicrorganismos e substâncias interferentes.

Através da análise desses sub-produtos dafermentação etanólica é possível se determinaro andamento da fermentação e tambémdefinir estratégias de correção a tempo,durante o processo, condição praticamenteimpossível nos métodos tradicionais até entãoempregados.

O equipamento empregado na Leão foifornecido pela Waters Corporation, que é umaempresa dedicada exclusivamente àcromatografia líquida em todas as suasmodalidades, incluindo HPLC, UPLC, MS eSFE/SFC. A indicação do equipamento e aconfiguração mais apropriada, de acordo como objetivo a ser alcançado. é elaborada para ocliente através da assessoria técnica deprofissionais experientes no mercado decromatografia líquida que compõem o quadroda Waters Brasil. (FPM)

Cromatografia líquida

mostra versatilidade no

controle da fermentação

Cristiane Oliveira em palestra na 10ª Fersucro

JC 235 7/23/2013 9:50 AM Page 63

Page 64: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL64

Nas usinas sucroenergéticas hátempos atrás os aços inoxidáveis se faziampresentes em sua maioria nos aparelhosde destilação e nas telas de centrífugas,peneiras e trocadores de calor, aplicaçõesonde a resistência do material quanto acorrosão e abrasão fossem essenciais paraa durabilidade dos equipamentos e seuscomponentes.

No entanto, mais recentemente,novas aplicações para as usinas têm sidodesenvolvidas utilizando aços inoxidáveis,de tal forma que o uso desse material nãomais se restringe aos usos tradicionais,ampliando consideravelmente suaparticipação na construção de novosequipamentos e na reforma daqueles jáexistentes.

Os aços inoxidáveis são aços compercentual máximo de 1,2% de carbono,pelo menos 10,5% de cromo e outroselementos de liga. A camada passiva deóxido de cromo que se forma na suasuperfície de maneira natural e contínuaproporciona proteção duradoura contraa corrosão. Juntamente com o cromo, oníquel é essencial na fabricação dos açosinoxidáveis austeníticos, muitoutilizados por apresentarem excelenteresistência à corrosão, soldagem econformação.

Esses materiais são fornecidos pelaAperam, que é a única empresa situadana América Latina a produzir umavariada gama de aços inoxidáveis em suasplantas industriais localizadas emTimóteo-MG, Ribeirão Pires-SP eMontevidéu no Uruguai.

Criada em 2011, como resultado dodesmembramento do setor inox daArcelorMittal, a Aperam atua globalmentena produção de aços inoxidáveis, especiaiselétricos e ligas de níquel, com umacapacidade para produzir 2,5 milhões detoneladas de aços planos inoxidáveis emsuas plantas industriais localizadas noBrasil, França e Bélgica.

A Aperam disponibiliza para osegmento sucroalcooleiro aços inoxidáveis

planos e tubos ferríticos, tambémconhecidos como linha KARA, eausteníticos, com elevado desempenho.

As novas aplicações dos açosinoxidáveis no setor sucroenergético tiramproveito desse material ser mais resistenteà abrasão e à corrosão, condições que seapresentam de forma intensa na produçãode açúcar e etanol e que degradamrapidamente o aço carbono, materialcomumente utilizado na construção dosequipamentos presentes na indústria.

Embora reconhecidos como maisresistentes, proporcionar maior troca decalor e serem de mais fácil limpeza, osaços inoxidáveis sempre foram preteridos

em favor do aço carbono em função deseu maior preço inicial, o que restringiusua aplicação em larga escala.

Ao longo dos anos, com o surgimentode novos tipos de aço inoxidável, como osda série 400 e outros, mais competitivos, adiferença de durabilidade se impôs, poisesse material confere maior vida útil emenor necessidade de manutenção, o quea longo prazo se traduz em um ganho emrelação aos materiais de menor preço, mastambém menos duráveis, como é o caso doaço carbono.

A Aperam tem colaborado nessaevolução ao realizar estudos minuciosospara novas aplicações que demonstram

sob o ponto de vista técnico e econômico aviabilidade do emprego dos inoxidáveisem susbstituição ao aço carbono nosdiversos setores produtivos das usinas deaçúcar e etanol ampliandoconsideravelmente sua vida útil ereduzindo as necessidades demanutenção.

Essas novas aplicações se estendemdesde os condutores de cana e mesasalimentadoras no setor de recepção,preparo e extração de caldo, passando porfeixe tubular, espelhos e corpo emevaporadores, cozedores, condensadores emultijatos, até os dutos posteriores elavadores de gases nas caldeiras.

Aços inoxidáveis ganham espaço

JC 235 7/23/2013 9:50 AM Page 64

Page 65: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:50 AM Page 65

Page 66: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL66

FULVIO PINHEIRO MACHADO, DE MACEIÓ, AL

CONSULTOR DO JORNALCANA

Um método tradicional de controle da fermentação naprodução do etanol é a contagem de células viáveis delevedura através da observação por microscópio. Essemétodo é trabalhoso e é sujeito a erros tanto por parte dooperador, como pela impossibilidade de se afirmar comsegurança se as células tidas como viáveis são de fatoprodutivas.

Focando essa questão, a Nalco, empresa do GrupoEcolab, desenvolveu um sistema fundamentalmentediverso do tradicionalmente empregado, que permite umaanálise dinâmica do andamento da fermentação, entendero que está ocorrendo no processo fermentativo e assimpossibilitar a realização de diagnósticos avançados e asotimizações com base em informações de desempenho real.

No Sistema Nalco YAM (Yeast Activity Monitor),enzimas produzidas pelo metabolismo celular dasleveduras interagem com um reagente produzindofluorescência, de modo que quanto maior a atividadecelular, maior a fluorescência, que é detectada pelofluorômetro.

O teste de atividade é realizado em menos de 3minutos o que possibilita um diagnóstico em tempo realdas condições da fermentação, facilitando o controle eatuação na condução da fermentação, mesmo em situaçõesinesperadas de problemas no processo.

Com o uso da tecnologia YAM da Nalco é possívelmedir a atividade das leveduras em diferentes estágios dafermentação quer seja ela de mostos de caldo de cana, oude misturas de caldo com xarope e melaço, ou aindasomente melaço e água.

O método YAM permite avaliar a atividade dasleveduras mesmo nas etapas iniciais da fermentação, onde

nenhum outro procedimento tem sido usado pela indústria.Através desse método é possível se otimizar a

fermentação, como por exemplo, reduzir o tempo mortoentre bateladas, diminuir a exposição do fermento àelevadas taxas de etanol presentes no vinho quando daconclusão do processo fermentativo, aproveitar mais

eficazmente os açúcares fermentescíveis presentes no mostoe maximizar a utilização do volume das dornas.

A Fermentec, empresa de consultoria em fermentaçãoe laboratórios para controle da produção de etanol, validouo uso do Nalco YAM como ferramenta para o controle defermentação.

Sistema permite análise dinâmica do andamento da fermentação

Produção de etanol necessita de monitoramento adequado na fermentação

JC 235 7/23/2013 9:50 AM Page 66

Page 67: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 TECNOLOGIA INDUSTRIAL 67

Limpeza é fundamental

para o sucesso

da fermentaçãoA fermentação é certamente a etapa

mais crítica na produção do etanol. Por serum processo biológico e trabalhar comgrandes volumes de uma matéria-prima decaracterísticas variáveis ao longo do tempo,necessita de cuidados e muita atenção paraque se obtenha o rendimento desejado. Umdos fatores que pode afetar severamente esseprocesso é a presença de microrganismosindesejáveis que possam concorrer com asleveduras, consumindo os açúcaresdestinados à produção do etanol.

Para que a fermentação transcorra deforma adequada é necessário que haja acompetente limpeza das dornas, evitandoassim a proliferação de microrganismosinfectantes. No entanto, não somente oprocesso de assepsia deve ser bem executado,mas também deve durar o menor tempopossível, evitando transtornos no processodecorrentes do inadequado manejo dovolume disponível de dornas para afermentação.

Ao se projetar um sistema de limpezadeve-se levar em conta quais as necessidadescríticas, as razões e o tempo disponível para aoperação, e ainda que tipo de instalação, fixa

ou portátil, é mais adequada para a aplicaçãoem questão.

Os parâmetros a serem considerados sãoa vazão e a cobertura, além do impacto,distância e padrão do jato. Com o objetivo dereduzir custos com energia e soluções delimpeza deve-se usar a menor vazão possível.

Tempo, temperatura, ação mecânica equímica são fatores que podem afetar alimpeza. Na ação mecânica, o impacto dojato necessário para efetuar uma limpezaadequada depende de vários fatores,distância, vazão e pressão, tipo de resíduos etemperatura da água, entre outros. Umaregra básica é que a força total de impacto éigual ao produto da densidade do líquidopela velocidade de saída do jato e pela vazãototal. Assim, para dobrar o impacto énecessário dobrar a vazão ou quadruplicar apressão do líquido.

Os processos de limpeza podem sermanuais ou automáticos de baixa ou altapressão.

Os automáticos de alta pressão são osmais indicados, pois consomem menos água,são mais eficientes, demandam menos tempoe não necessitam de operadores. (FPM)

Sistemas de limpeza para dornas de fermentação

JC 235 7/23/2013 9:50 AM Page 67

Page 68: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL68

Com o passar dos anos, a vinhaça gerada na produçãode etanol tornou-se um subproduto de alto custo de manejo egrande impacto ambiental. Com o crescimento da produçãode etanol, surgiu a necessidade de implantação de novastecnologias para minimizar esses impactos.

A Citrotec, empresa sediada em Araraquara-SP,desenvolveu a partir de seu grande conhecimento na áreacítrica, equipamentos que trabalham sob o efeito de névoaturbulenta descendente, sendo resultado desta tecnologiaaparelhos capazes de concentrar a vinhaça gerada nasdestilarias.

A névoa turbulenta descendente faz com que estesequipamentos trabalhem com um mínimo de incrustação,reduzindo em até 10 vezes o volume gerado na produção deetanol. Isso permite que a vinhaça concentrada tenhautilização para diversos fins, sendo o principal para as usinaso uso como adubo líquido orgânico, utilizado na fertirrigação.

Diminuindo-se o volume de vinhaça, reduzem-setambém os custos de distribuição e manejo da vinhaça nalavoura, e igualmente as despesas com adubos e fertilizantes,pelos motivos dos volumes serem significadamente menores e

pela melhor qualidade dos nutrientes potássio e nitrogênio,por estarem concentrados.

Por exemplo, enquanto a produção de vinhaça in-naturade uma destilaria sem concentração de vinhaça está naordem de 13 litros de vinhaça por litro de etanol produzido,com 3º brix e o potássio contido é em média de 5 kg/m³,quando concentrada, a vinhaça desta destilaria passará aproduzir 1,3 litros de vinhaça por litro de etanol, com 25ºbrix e 30 kg/m³ de potássio.

Para otimizar estes processos, a Citrotec desenvolveutrês tipos de equipamentos para concentração de vinhaça. O Reboiler de Névoa Turbulenta é umequipamento de aquecimento indireto das colunas dedestilação, de alta eficiência e livre de incrustação. Já oEcovin, é um potente evaporador para concentração devinhaça, que trabalha com baixo consumo energético e suaoperação é bastante simplificada por ser automatizada. OEcovin JL é um sistema de concentração de vinhaça que,acoplado às colunas de destilação, permite a produção deetanol com a vinhaça já concentrada, sem consumoadicional de vapor. (FPM)

Vinhaça concentrada diminui custos de transporte

È sabido que as unidadessucroenergéticas do Brasil produzem doistipos de etanol: o hidratado e o anidro e quesão obtidos por processo fermentativo emque leveduras, a partir da sacarose contidano caldo da cana, realizam a produção deetanol.

No entanto, como a quantidade deetanol obtida via fermentação não é maiordo que 10%, é necessário se concentrar oproduto. Isto é feito através da destilação,usando-se duas colunas (A e B), onde épossível chegar-se a uma concentraçãopróxima de 96%, quando então, nesse ponto,a temperatura de ebulição do etanol e daágua se tornam iguais. Ao etanol obtidonessas condições, se dá o nome de hidratado.

A partir desse ponto, para se concentraro etanol a níveis próximos a 100% seadiciona uma terceira substância ao sistemaque altera o ponto de ebulição doetanol+água, permitindo novamente suaseparação por meio de destilação. Esse é ométodo que vem sendo empregado

tradicionalmente pelas destilarias, mesmomuito antes do Proálcool, para se produzir oetanol anidro.

O inconveniente desse método dedesidratação é que frequentemente sãoutilizadas substâncias que possuemcaracterísticas de toxidez, criando situaçõesde risco aos operadores das destilarias, alémde consumirem mais vapor em uma terceiracoluna de destilação, denominadadesidratadora ou “C”.

O sistema de Peneira Molecular foiintroduzido mais recentemente, e dispensa ouso de colunas desidratadoras, utilizando emseu lugar vasos com materiais filtrantes quetem a propriedade de reter algumasmoléculas em detrimento de outras, daí adenominação de “peneira molecular”.

Nesse sistema, as moléculas de águaficam retidas nos zeólitos, que são o materialfiltrante e posteriormente são retiradas porum processo de regeneração a vácuo, dandoinício a um novo ciclo.

Luiz Magno Brito, do Grupo Carlos

Lyra, traça um comparativo entre adesidratação por ciclohexano e a peneiramolecular, justificando porque esse últimosistema foi o escolhido para a filial Paulicéiada Usina Caeté, localizada em Paulicéia-SP.

As vantagens da Peneira Molecular,conforme explica Magno, são: “O etanolanidro não tem traços de substâncias comociclohexano e outras; Trabalha com vapordo primeiro efeito; Consome menos vaporem comparação com a desidratação pordestilação; Possibilita aumentar a produçãode etanol anidro com baixo custo deampliação na geração de vapor; Consomemetade da água de refrigeração quandocomparada à desidratação por ciclohexano epossui maior confiabilidade operacional emfunção da automatização, entre outrasvantagens”.

Acrescenta, “Ao comparar os doissistemas, embora o investimento inicial sejamaior com a Peneira, é compensado em seteanos pela economia que se faz ao se eliminaro desidratante”. (FPM)

Peneira molecular tem preferência na desidratação do etanol

Luiz Magno Brito, do Grupo Carlos Lyra:

sistema escolhido para a filial Paulicéia

Equipamento de concentração

de vinhaça instalado no Grupo Noble

JC 235 7/23/2013 9:50 AM Page 68

Page 69: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:50 AM Page 69

Page 70: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013TECNOLOGIA INDUSTRIAL70

A incessante busca por uma maiorprodutividade tem impulsionadofabricantes de equipamentos e unidadessucroenergéticas a procurar todas aspossibilidades de aprimoramento dosprocessos produtivos, desenvolvendo eaplicando novas técnicas para a obtençãode resultados cada vez mais positivos,principalmente no tocante à eficiênciaenergética.

A JW, empresa fabricante deequipamentos em aço inoxidável, desdeseu início tem adotado a posturaempresarial que enfatiza a procura pornovas tecnologias e soluções para aprodução de etanol.

Responsável por bem-sucedidasinovações, como a tecnologia MEG dedesidratação extrativa por monoetilenoglicol, a empresa também participaativamente do mercado latino-americano,exportando aparelhos de destilação eacessórios para a produção de etanol ebebidas à diversos países, como: Argentina,Equador, Peru, Costa Rica, El Salvador eMartinica.

Valter Felipe Sicchieri, diretor da JW,relata com satisfação, “ Inovar sempre,corresponde a mais fiel tradução de nossafilosofia de trabalho, pois sempreprocuramos oferecer soluções pioneirasem destilarias para etanol hidratado eanidro, hidratado especial e neutro, alémde aparelhos para bebidas comoaguardente e rum.”

“Especificamente para desidratação,oferecemos as tecnologias AniTec, com ciclohexano e BSM, com monoetileno glicol.Com o uso de Peneira molecular,fornecemos a tecnologia CR, comrecirculação, onde o flegma da peneiraretorna para a coluna retificadora ”B”; SR,sem recirculação, onde a unidade dedesidratação possui sua própria colunaretificadora e DE, com coluna retificadoraprópria operando sob vácuo, semnecessidade de vapor externo”,complementa Sicchieri.

O conceito da Peneira Molecular-DE

emprega uma coluna de esgotamento eretificação da flegma, que é extraídaquando da regeneração dos vasos, saindona base flegmaça e no topo etanolhidratado que retorna para o tanquepulmão. Esta coluna é equipada com umevaporador, que recebe como fonte de caloros vapores de etanol anidro dos vasos comresina, proporcionando elevada eficiênciano aproveitamento das energias térmicasenvolvidas no processo.

Assim, o modelo DE tem a vantagemde atender a uma das principais demandas

do mercado sucroenergético nos dias dehoje, que é uma redução substancial noconsumo de vapor, quando comparadocom os modelos CR e SR, pois opera emduplo-efeito.

Segundo Fabiano Ruiz, gerentecomercial da empresa, “O sucesso que osequipamentos da JW tem obtido nomercado é atestado pelos diversosfornecimentos que entrarão em operaçãoainda nesta safra. São plantas completaspara destilação, peneiras moleculares econcentrador de vinhaça, para clientes

como Usina Vertente, BioenergéticaAroeira, Usina Iacanga, Odebrecht, UsinaSanta Isabel, Cerradinhoo Bioenergia, RioVermelho e Adecoagro”.

Além dos aparelhos de destilação,peneiras moleculares e acessórios para aprodução de etanol, a JW, também fabricareatores, vasos de pressão, pasteurizadorese tanques em aço inoxidável, medianteprojeto, para outros segmentos, como:Químico e petroquímico, farmacêutico,papel e celulose, sucos, alimentos etratamento de efluentes. (FPM)

Tecnologias impulsionam a produção de etanol

Aparelho de destilação com desidratação por peneira molecular

JC 235 7/23/2013 9:50 AM Page 70

Page 71: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 TECNOLOGIA AGRÍCOLA 71

Alternativa gera economiade 50% no custo deoperação de corte ecarregamento da muda

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Unir a técnica mecanizada com amanual e torná-la econômica eoperacionalmente viável. Esse foi o desafiosuperado por José Nonato Freire Neto,gerente de processos agrícolas da UsinaSão Francisco de Goiás e Jurandir OliveiraJunior, ex colaborador da empresa em2010, quando desenvolveram o plantiohíbrido. Essa técnica inspirou a Usina SãoJoão, de Araras (SP) (coirmã da SãoFrancisco), a adotar a técnica devido a faltade mão de obra rural e de seu custo nomercado de trabalho.

Segundo Marcos Felippe, gerente demotomecanização da São João, o plantiomecânico traz redução de mão de obra eredução no custo do plantio, sendo que omanual custa mais caro. “Mas em funçãode termos necessidade de fazer o plantiomanual, pois o mecânico não atinge todasas áreas, adotamos o plantio híbrido”,lembra.

De acordo com Felippe, no plantiohíbrido as mudas de cana passaram a ser

colhidas por máquinas e distribuídasmanualmente. “Os toletes sãodiferenciados, com tamanhos que variamentre 70 a 90 cm, contra os 35 a 45 cm domodo mecânico convencional. Já nomanual, as pessoas é que cortam ostoletes”, diz.

Ele explica que no plantio hibrido acolhedora joga a cana dentro do caminhãoe elimina a figura da carregadora e docortador de cana, se for manual. “No cortede mudas é que temos o grande ganhofinanceiro. A modalidade de plantio gerou

economia com o uso de colhedorascortando e carregando cana. A redução foida ordem de 50% do custo desta operação.A máquina substituiu os rurícolas eeliminou a etapa do carregamento decana”, lembra.

O gerente de processos agrícolas, JoséNonato, explica que no corte de mudas noesparrama convencional, de fevereiro de2011 a março de 2012, o custo por ha foide R$ 704,15 e no híbrido, R$ 347,30/ha.“O corte é todo feito mecanizado com umrendimento por colhedora em torno de

400 t/dia, enquanto no corte manualrendia 3 t/homem/dia”, comenta.

Para Felippe, as desvantagens estãoligadas diretamente ao uso da colhedora,pois pode causar maior dano a cana mudae ao canavial em função do aumento detráfego de caminhões nos talhões, masainda sim é compensadora. “Os pontos deriscos foram monitorados e não foramidentificadas situações relevantes, queimpedissem o uso da alternativa. O plantiohíbrido não é mais viável que o mecânico esim mais viável que o manual”, explica.

Técnica inédita de plantio híbrido é aprovada

JC 235 7/23/2013 9:50 AM Page 71

Page 72: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013TECNOLOGIA AGRÍCOLA72

Para que a nova técnica de plantio híbrido desse oresultado esperado na Usina São João, de Araras (SP) e naSão Francisco foi preciso recorrer a algumas adaptaçõesimportantes, como a utilização do kit muda completo nascolhedoras; a alteração das garras nas carregadoras e ofechamento completo da carroceria. “O investimentorealizado por equipamento foi da ordem de R$ 32 mil nascolhedoras e R$ 10 mil nas carrocerias”, diz MarcosFelippe, gerente de motomecanizaçao da USJ.

Além da transformação e o custo menor, a qualidadeapresentada no plantio também foi muito significativa, deacordo com o gerente. “Controlamos gemas viáveis pormetro, espaçamento, profundidade do sulco e cobrição,através de parâmetros específicos no setor. Somos trêsequipes: de motomecanização, responsável por entregar asmáquinas e pessoas para realizar as operações de plantio;Agrícola, que realizou efetivamente o plantio híbrido, e oDTA. que atestou a qualidade do plantio”.

José Nonato Neto, gerente de processos agrícolas daSão Francisco, se sente realizado por conseguir mostrar aviabilidade do negócio. “Com o plantio híbridoconseguimos devolver parte do investimento necessáriopara a sua implantação mês a mês e ainda conseguimosresolver o problema de recrutamento de pessoal para ocorte das mudas, nosso gargalo. Como utilizamos nossascolhedoras paradas para o corte de mudas, minimizamos adepreciação desse maquinário”, revela.

Como toda região de expansão, Goiás também sofrecom a falta de mão de obra especializada e a técnica supriuessa necessidade. “A economia se dá em vários aspectos:surgiu da necessidade de diminuirmos os custosrelacionados a contratação e manutenção de mão de obrapara o corte de mudas nesse período curto do plantio deentressafra; da operação mais barata em torno de 30% emrelação ao plantio esparrama, além de economizar sete

trabalhadores rurais por /ha no corte e plantio. Nacolhedora, além do kit de mudas temos que adaptar umaválvula que diminui a velocidade do facão picador. Na

carregadora, colocar uma garra aranha e nos caminhões,fechar toda carroceria canavieira para cana inteira comchapa expandida”, justifica. (AM)

Metodologia do plantio híbrido exige adaptação nas máquinas

Adaptação de maquinário é importante para o sucesso da operação

JC 235 7/23/2013 9:50 AM Page 72

Page 73: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:50 AM Page 73

Page 74: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013TECNOLOGIA AGRÍCOLA74

FULVIO PINHEIRO MACHADO, DE SÃO CARLOS, SP

CONSULTOR DO JORNALCANA

As usinas sucroenergéticas modernas requerem umaatividade multidisciplinar perfeitamente integrada paraque se alcance o resultado desejado, o que torna sua gestãobastante complexa, principalmente por conter no espectrode sua atuação fatores não perfeitamente previsíveis, comofatores climáticos ou decorrentes da logística que podemalterar totalmente a performance esperada.

Nos últimos anos, com o aumento de produçãogeneralizado de todas as unidades industriais produtorasde açúcar e etanol, acompanhado de uma necessidadecada vez maior de aumento de produtividade e redução decustos para se manter a competitividade, tornou-seimperativo o uso de ferramentas de gestão que permitamnão só informar situações e ocorrências em tempo real, mastambém permitir a tomada de decisões no mínimo espaçode tempo possível.

A informática fornece ferramentas adequadas a tratarde grande quantidade de dados, incluindo estratégias deação pré-definidas, que consistem nos chamados SIG –Sistemas Integrados de Gerenciamento.

A adoção desses sistemas permitem várias vantagensorganizacionais, como: eliminar interfaces manuais,agilizar o fluxo e a qualidade das informações, eliminaratividades duplicadas, facilitar o processo degerenciamento e decisão, reduzir o “lead-time” e suasincertezas, e ainda incorporar práticas pré-definidas em seucódigo.

Assim, nos dias de hoje, é impensável a gestão dequalquer empreendimento sem essas ferramentas. No casodas usinas, seu uso pode ser dividido, a grosso modo, emtrês áreas: administrativa, industrial e agrícola.

Os procedimentos de colheita, como cortes,

carregamentos e transportes detêm grande importância,pois representam aproximadamente 25% dos custos totaisde produção.

Além disso, a correta operação da indústria édependente do fluxo constante de matéria-prima, no caso acana-de-açúcar, para que também possa ter umaperformance correspondente à produtividade desejada.

O correto equacionamento através da gestão dosrecursos existentes, como máquinas e mão de obra, sãofundamentais para o sucesso da operação, que envolvevárias frentes ao mesmo tempo e em situações de trabalhodiferentes. Isto se torna mais evidente ainda com acrescente adoção da mecanização da lavoura, com suasmúltiplas máquinas e necessidades logísticas.

Sistemas de gestão são essenciais no controle da lavoura

Gestão integrada é fundamental nas modernas usinas sucroenergéticas

JC 235 7/23/2013 9:51 AM Page 74

Page 75: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 TECNOLOGIA AGRÍCOLA 75

A mecanização em escala aceleradatornará rapidamente a queima da cana ea colheita manual coisas do passado,favorecendo o meio ambiente. No entanto,sua adoção por parte das usinassucroenergéticas obriga a uma revisão dosconceitos tradicionalmente aplicados nalavoura canavieira, com o intuito de seaproveitar melhor os novos recursos semincorrer em perdas.

Como acontece com toda inovação,existe um período de adaptação de quetécnicos e trabalhadores necessitam parapoderem usufruir vantajosamente dasnovas condições.

Um dos aspectos que foramsensivelmente alterados com amecanização da colheita é a distribuição eformato da área dos talhões. Agora énecessário que se pense em reduzir onúmero de manobras que as colhedorasfazem para acessar as diversas linhas decana, sob pena de aumentar muito otempo morto necessário a essas operaçõese também o consumo de combustível.

Os novos talhões precisam serdimensionados de forma a proporcionar omaior “tiro”, ou deslocamento da colhedorasem retornos, além de não possuíremdesníveis acentuados que possamdesestabilizar a colhedora, resultando emrisco para a operação. Especial atençãodeve ser dada quando da execução decurvas de nível, prevendo que sejamcompatíveis com a operação das máquinas.

Um outro aspecto importante a serconsiderado é o espaçamento entre linhasde cana, que deve ser o mais uniformepossível, uma vez que com o aumento detrânsito de máquinas na mecanização, asplantas não alinhadas podem sofrerdanos, resultando em prejuízos. O adoçãodo plantio georreferenciado assegura a

distribuição correta das plantas naslinhas.

Outro cuidado a ser observado é coma compactação do solo pela passagemmais intensa de veículos quando damecanização. Solos compactados podemprejudicar o enraizamento e diminuir apermeabilidade do solo, ocasionando

deficiência hídrica e desuniformidade nodesenvolvimento do canavial.

As variedades a serem plantadas devemser apropriadas para a colheita mecanizada,caso contrário, não só haverá um aumentode perdas por corte incorreto, mas tambémum aumento de impurezas vegetaistransportadas para a indústria. (FPM)

Mecanização exige novos conceitos e planejamento

A lavoura deve ser adaptada à colheita mecanizada

JC 235 7/23/2013 9:51 AM Page 75

Page 76: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013TECNOLOGIA AGRÍCOLA76

A mecanização da colheita de cana-de-açúcar emsubstituição à queima e sua colheita de forma manual temproporcionado inegáveis benefícios ao meio ambiente.

No entanto, a adoção em larga escala e em curto espaçode tempo dessa nova modalidade de colheita tem trazidonovos desafios para os agrônomos e técnicos agrícolas fazendocom que muitas das práticas de manejo e sistematização dossolos tidas como consolidadas há longo tempo necessitem serrevistas em decorrência da mecanização.

Um desses conceitos que necessitaram de modificaçõesé a própria alocação dos talhões no espaço agrícola, poiscom o uso cada vez mais intensivo de máquinas para asatividades de preparo do solo, correção e adubação, plantioe colheita foi necessário utilizar um novo tipo de geometria.

Os talhões agora necessitam serem de maiorcomprimento, ou “tiro”, de forma a reduzir o tempo mortona manobra das máquinas ao fim das linhas de cana, poisisso representa perda de eficiência, equivalente a horasparadas dos equipamentos agrícolas.

Outra importante questão é a compactação dos solospelo trânsito agora mais intensivo de máquinas eimplementos que acabam por piorar significativamente ascondições de permeabilidade dos solos, afetando adisponibilidade hídrica às plantas com consequêncianegativas também para o seu desenvolvimento radicular.

Uma solução para esse problema tem sido usar atécnica de “canteirização” e também os espaçamentosduplos alternados que propiciam um melhor “afastamento”entre os caminhos percorridos pelos equipamentos agrícolase a linha das plantas, além de proporcionar um aumento dadensidade de canas a serem colhidas em uma passagem da

colhedora, resultando em maior eficiência operacional eredução no consumo de combustível.

Os fabricantes de máquinas e implementos têm sidosensíveis à questão da compactação, desenvolvendo novosprojetos que diminuem a pressão na superfície do soloatravés do uso de materiais rodantes dotados de pneus comcaracterísticas especiais.

O nivelamento do solo e das linhas é outro fator a serlevado em conta, pois por mais que existam dispositivoscapazes de copiar as irregularidades de nível, o corte acimado ponto ideal por parte das colhedoras resulta na perda daparte mais rica em sacarose da cana. O corte abaixo desseponto, além de poder danificar irremediavelmente asoqueira, contribui para um maior desgaste do conjunto defacas da colhedora, abreviando sua vida útil.

Uma ferramenta que tem sido cada vez mais utilizadapara enfrentar essas questões, elencadas entre as maisrelevantes, tem sido a Agricultura de Precisão, que fazendouso de técnicas de georreferenciamento, possibilita umcontrole mais efetivo de todas as operações agrícolas quantoas atividades de preparo do solo, correção e adubação,plantio e colheita.

Essa técnica é ainda mais efetiva se for levado emconsideração o grande aumento da área agrícola havido nosúltimos anos devido a implantação das novas unidadessucroenergéticas de maior capacidade, assim como arepotencialização das existentes.

Trata-se de um trabalho árduo, onde as equipestécnicas das usinas, consultorias e os fabricantes demáquinas têm conseguido através de pesquisas e ideiascriativas acompanhar de forma rápida essa evolução. (FPM)

Novas técnicas de manejo

do solo ganham adeptos

Usinas queremaproveitamento total dacana na geração de energia

O mundo contemporâneo com sua multiplicidade demáquinas, luzes e facilidades requer cada vez mais energiacomo nunca antes na história da humanidade. Amultiplicação da população, o acesso cada vez maior departes mais significativas da população às comodidadesproporcionadas pela energia como climatização,conservação de alimentos, climatização, iluminação,equipamentos industriais e domésticos tornaram mais doque nunca os meios provedores de energia fundamentais aomundo atual.

Diante disso, há na atualidade uma intensa procura porfontes de energia que além de renováveis, não apresentemcaracterísticas que possam degradar o meio ambiente.Dentre essas formas de energia se enquadram a energiasolar, a eólica e a representada pela biomassa. Todas essasformas de energia são um meio de se aproveitar direta ouindiretamente a irradiação solar que chega ao planeta.

A própria indústria sucroenergética é um exemplo doaproveitamento da energia solar, pois nas folhas da cana serealiza o processo a fotossíntese, resultando na sacarose queé a matéria-prima para a produção do açúcar e do etanol.Mas também as fibras que constituem o caule e as folhastambém são polissacarídeos que já contribuem parcial outotalmente para geração de energia.

O bagaço da cana passou então a ser valorizado e atécomercializado para outras indústrias que acabaram pormontar suas próprias centrais térmicas para geração, comofoi o caso das indústrias cítricas.

Com o domínio da tecnologia pela indústria nacional decaldeiras de alta pressão e turbinas de alta potência, maisrecentemente, tornou-se então possível gerar maioresquantidades de energia, graças ao maior salto entálpico,tornando viável as estações de cogeração, que não sóabastecem as usinas em seu consumo próprio, mas tambémpossibilitam o fornecimento de uma larga soma de energiapara o sistema elétrico nacional.

Com o avanço da mecanização da colheita, surgemagora novas possibilidades de geração extra de energia,quer pelo aproveitamento da palha como combustível, queoutrora era perdida pela queima no canavial para se fazer acolheita de forma manual, ou ainda para se produzirjuntamente com o bagaço o álcool obtido a partir dodesdobramento da celulose, o chamado álcool de 2ªgeração. (FPM)Colheita na Usina Guaíra, em Guaíra-SP

JC 235 7/23/2013 9:51 AM Page 76

Page 77: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:51 AM Page 77

Page 78: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013TECNOLOGIA AGRÍCOLA78

Na agricultura tradicional,relativamente poucos pontos sãoamostrados e as característicasconsideradas importantes, como anecessidade de fertilizantes ou aspropriedades do solo, são determinadas viade regra por uma média de amostragens.Na agricultura de precisão a amostragem sefaz de forma muito mais intensiva e precisa,dividindo-se a área em pequenossegmentos, que são posteriormenterepresentados em uma grade ou mosaico nomapa da área que está sendo trabalhada,representando as variações dascaracterísticas do ambiente mensuradas

pelas amostras.Assim, a técnica da agricultura de

precisão pode ser explicada como umconjunto de sistemas de gerenciamento eprocedimentos práticos baseados nasvariações que são encontradas no ambienteem que se faz o cultivo agrícola, visando oaumento de produtividade e a redução decustos, otimizando os ganhos econômicos epreservando o meio ambiente de modomais efetivo.

Portanto, por exemplo, ao invés de seaplicar uma formulação fixa de corretivo desolo por toda a área, é feita a dosagemespecífica para cada segmento de área. É

isto que não só possibilita uma grandeeconomia, mas também livra o ambiente deaplicações excessivas.

No entanto, como a necessidade deamostragens se torna extremamenteelevada, assim como a localização precisade cada segmento de área, essa nova técnicanão pode ser feita pelos métodos usuais. Énecessário se lançar mão de sistemas dedeterminação por sensoreamento e deposicionamento georreferenciais.

É por esses motivos que a agriculturade precisão só se tornou uma possibilidadeprática a partir da existência dos sistemasde posicionamento globais, como o GPS e

seus similares mais recentes.Para que as medições das

características desejáveis da lavoura sejampossíveis, métodos de sensoreamentoindiretos, como condutividade do solo,foram desenvolvidos para quantificação deuma determinada variável.

Portanto, para que se atinjam osresultados almejados com a AP, também énecessária a mecanização de todas asatividades, sem o que, o trabalho dedeterminação das variáveis e práticasculturais subsequentes não poderia serrealizado em um período de tempoadequado. (FPM)

Agricultura de precisão otimiza a lavoura

Agricultura de precisão permite melhor manejo do solo

JC 235 7/23/2013 9:51 AM Page 78

Page 79: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 ESPECIAL 25 ANOS 79

Parte da equipe do JornalCana

em 2013: profissionalismo sem

perder a informalidade

JC 235 7/23/2013 9:51 AM Page 79

Page 80: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013ESPECIAL 25 ANOS80

DA REDAÇÃO

Neste julho de2013 o JornalCana, amaior publicaçãoespecializada no setorsucroenergéticobrasileiro, completou 25anos de circulação. O produto, parte daholding ProCana Brasil Central deInformações Sucroenergéticas, é dirigido porJosias Messias, reconhecido como um dosprofissionais que mais entendem deste setorno Brasil.

A empresa que é hoje líder nosegmento sucroenergético começou como amaioria das empresas de sucesso do País: demaneira simples, mas movida a muitotrabalho e esperança de sucesso.

Nos seus primórdios, o JornalCanafuncionava em um pequeno cômodo de casaalugada no bairro Higienópolis, emRibeirão Preto, SP. A publicação era

editada em preto e branco, com 12 páginas,formato tabloide, impressa em rotativa.

Josias Messias era um jovem de 22 anose estava à frente do trio inicial decolaboradores, composto por ele, sua esposaRosemeire Messias e Fernando Braga, odiagramador. Josias era polivalente: fazia asvendas, as fotografias, pagava credores,escrevia os textos, fazia a secretaria gráfica,distribuía o jornal e fazia as cobranças.

Por trazer informações relevantes ematérias significativas ao setor, oJornalCana cresceu. Mudou-se parainstalações maiores e a equipe aumentou.Nesta época, o quadro de colaboradores foienriquecido pela habilidade profissional doprodutor gráfico hoje falecido Andrezão.Mais do que a contribuição profissional,Josias e Rose Messias se mostram gratos aAndrezão porque foi ele quem lhes faloupela primeira vez a respeito do amor deDeus por eles através da vida, morte eressurreição de Jesus Cristo. Hoje, Josias Messias, Rose e seus três filhos(Lucas, Mateus e João Pedro) são cheios de

vida e de fé. A trajetória de Josias Messias foi marcada

por princípios morais. Jamais atrasou umúnico dia no pagamento de seuscolaboradores, ainda que fosse necessáriorecorrer a empréstimos bancários a juros altos.

Se há uma expressão que identifique apersonalidade de Josias Messias, esta é a deum visionário. Ele anteviu mudanças nomercado, criou e lançou projetos ousados,como o prêmio JornalCana, hoje, dezenoveanos depois, transformado e consagrado noMasterCana e o Anuário da Cana, entreoutros. Lançou, há três anos a revistainternacional BIO&Sugar Magazine, eminglês e espanhol, que circula em váriospaíses das Américas do Norte, Central e doSul, Europa e Ásia.

A chegada do hoje gerente operacionalFábio Rodrigues à ProCana em 1997 foirobusta. A ele é dado o crédito porimplementar mudanças gráficassignificativas, profissionalizar toda a gestãoda empresa e modernizá-la. O jovemLuciano Krol, contratado em seguida,

revolucionou a área de TI da empresa.Desde março de 2002, Luiz Montaniniresponde pela edição do JornalCana.Alessandro Reis tem sido o coordenador daredação nos últimos três anos.

A ProCana Brasil possui histórico deoferecer espaço para crescimentoprofissional de seus colaboradores. Opróprio Alessandro Reis começou atrabalhar na empresa na função de auxiliarde documentação e pesquisa.

Hoje a ProCana Brasil está instaladaem dependências próprias, amplas emodernas em Ribeirão Preto, no bairroRibeirânia, depois de passar por umperíodo de transição na Meira Junior, noJardim Paulista.

Além do JornalCana, a ProCana Brasilpublica outros quatro veículosespecialmente dirigidos: Anuário da Cana,revista internacional em inglês e espanholBIO&Sugar Magazine, Prêmios MasterCanaem três versões (Brasil, Centro-Sul eNordeste) e Prêmio BestBIO desustentabilidade.

JORNALCANA CHEGA COMO NOVO AOS 25 ANOS

Sede própria e atual do JornalCana

Local do início do

JornalCana, em Ribeirão Preto

JC 235 7/23/2013 9:51 AM Page 80

Page 81: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:51 AM Page 81

Page 82: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013ESPECIAL 25 ANOS82

ENTREVISTA – Josias Messias, presidente da ProCana Brasil

“É O SETOR QUEM FAZ O JORNALCANA”Presidente da ProCana Brasil járodou cerca de 500 mil Km pelopaís e exterior pelo JornalCana

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Um apaixonado pela cana-de-açúcar. Essa talvez seja a definiçãomais apropriada para o empresárioJosias Messias, presidente da ProCanaBrasil, empresa que edita oJornalCana e outras publicaçõesvoltadas ao setor sucroenergético. O próprio setor oreconhece como seu defensor. Em 25 anos de trabalho noJornalCana, Josias viajou por cerca de 500 milquilômetros pelo Brasil e no exterior. Nesta entrevista, elefala desta trajetória e faz uma análise do passado,presente e futuro do agronegócio canavieiro.

JornalCana: Que paralelo é possível fazer entre asituação vivida há 25 anos com o atual momento dosetor?

Josias Messias: O cenário é muito parecido. Quandoentrei no setor, em 1988, ele já era uma importante atividadeeconômica, com as usinas e destilarias gerando muitosempregos e distribuindo renda. Após um período de euforiade investimentos por conta do Pro-álcool, o setor teve queenfrentar a dura realidade de prejuízos por conta dadefasagem no preço do álcool pago ao produtor e da totalfalta de expectativas quanto ao futuro da atividade. Faltavauma política governamental clara. Por coincidência, não é amesma situação na qual o setor se encontra hoje?

Quais as principais mudanças que o senhorpercebeu nesse período?

O setor cresceu muito em todos os aspectos, não apenasna produção, que era de aproximadamente 220 milhões detoneladas de cana. A maior evolução ocorreu na mentalidadedos produtores que, de ruralistas alçados à condição deindustriais umbilicalmente ligados ao Governo, tornaram-seempresários de um mercado globalizado.

A forma de administrar também mudou muito. Hojevemos um trabalho profissionalizado mesmo em empresasfamiliares, onde o fator determinante passou a ser acompetência para a função e não os laços familiares. Asfamílias entenderam que a profissionalização não é umatendência, mas questão de sobrevivência.

Os grupos mais rentáveis passaram por esse tipo demudança. Evoluímos também na tecnologia, que permitiuum grande salto na produtividade.

Em linhas gerais, como era o setor na época?Se compararmos com as facilidades de hoje, eu poderia

dizer que o setor era arcaico, assim como o Brasil como umtodo. Mas do ponto de vista social, o setor tinha muitaimportância. Isso porque ele fixava o homem no campo eremunerava com salários sempre acima da média dospraticados na área rural, além de oferecer trabalho o ano todo.

E quanto à produção?Quando entramos no segmento não existiam dados

disponíveis e confiáveis. Estes surgiram com a chegada do

Anuário da Cana, em 1995. Na época, a estrutura de governoque administrava o segmento estava sendo desmantelada enão havia nenhum órgão que tomasse conta do setor. O IAA -Instituto do Açúcar e do Álcool, por exemplo, estava em suafase final. Era comum enviarmos o jornal para destilarias edescobrir depois que foram desativadas ou nunca chegarama produzir. Ao longo dos anos fomos corrigindo e apurandoestas informações, de forma que o cadastro do JornalCanaacabou tornando-se referência para o mercado.

E o mercado, como se comportou nesse período?Esse sim mudou radicalmente. Na época, com exceção

do mercado interno de açúcar, todo o restante era controladopelo governo. Produzia-se e vendia-se o álcool nos volumes epreços que o governo determinava.

Hoje o governo continua a interferir no mercado deetanol, mas com a diferença de que isso é feito indiretamente,no caso, baixando o preço da gasolina. Sobre o açúcar, houveuma transição importante quando da liberalização dasexportações mas, mesmo com as oscilações naturais dacommodity, o Brasil contava quase sempre com um preçoremunerador. Situação bem diferente da atual, em que apredominância do açúcar brasileiro no mercado faz com que

“É preciso que a Presidente Dilma eseu governo entendam que o setor nãopode ser tratado de qualquer maneira”

JC 235 7/23/2013 9:51 AM Page 82

Page 83: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 ESPECIAL 25 ANOS 83

as cotações internacionais reflitam cada fato ocorrido noBrasil, como mudança do dólar e aumento ou diminuição daprodução.

Quais as principais crises vencidas nestes 25 anos?Em minha opinião, as piores foram a de 1990, quando

mais de 60 usinas fecharam as portas, e a de hoje. Vejo issopelo percentual de empresas que estão sofrendo com asituação, sendo mais de quarenta fechadas e o mesmonúmero em recuperação judicial. Analiso quantos empregossão perdidos, além da redução das atividades em todos oselos desta importante cadeia.

Como nossa empresa atua somente no setorsucroenergético, ela pode ser usada como reflexo dasdificuldades do mercado: desde 2008 apresenta prejuízoscrescentes.

O que é preciso acontecer?Que venha uma nova e definitiva regulamentação. Em

qualquer parte do mundo, energia e combustíveis sãofortemente regulamentados e com regras perenes. Aliás,depois do petróleo, o açúcar é a commodity maisregulamentada do mundo.

É preciso definir qual é o papel do etanol na matrizenergética brasileira e garantir regras perenes decomercialização. Porque hoje aparentemente o setor estarianum mercado livre de etanol, mas na prática esbarra numlimitador que não é decidido pelo próprio mercado, mas poruma canetada do governo, que é o preço da gasolina. Ou seja,a história recente revela que as usinas são livres paraproduzir e comercializar etanol apenas com prejuízo, porquetodas as vezes que o preço médio do etanol se tornaremunerador, o governo toma alguma medida para tirar asua competitividade.

Por outro lado, percebo uma maturidade dos produtoresque estão parando de “pagar para ver”, ou seja, insistir eminvestir e produzir algo que vai contra os planos do governo.O governo Dilma não está preocupado com a produção,apenas com a política e, com esse objetivo, o que importa éincentivar o consumo e baixar a inflação. Acreditar quevamos conseguir mudar o governo é uma utopia. A não serque o setor use a única linguagem que o governo entende:política!

Sem a estabilidade oriunda das leis, tendo em vista osmecanismos que o governo dispõe para promover oudesestimular o mercado, não é possível trabalhar. O que élamentável, pois o prejuízo é de toda a cadeia produtiva.

Falando de leis, como o senhor enxerga essaquestão?

O grau de exigência na parte trabalhista e ambiental égrande. O setor é refém da interpretação de fiscais epromotores. Dependendo da maneira como interpretamdeterminada situação, uma usina pode ter seu trabalhoclassificado como ‘análogo à escravidão’. Não há uma clarezanas leis e nem nos procedimentos de aplicação. Com isso,além dos altos custos e das penalidades, há uma paralisaçãodos investimentos no setor. Nos últimos anos, mais de trintaprojetos greenfields e mais de cinquenta centrais debioeletricidade foram abortados.

Como o senhor vê a gestão da Presidente Dilma emrelação ao setor?

Embora os últimos dois presidentes sejam do mesmopartido, a diferença entre eles é grande. Visivelmente o atualgoverno não se importa em usar a produção sucroenergéticapara combater a inflação. E não se importa de propagar que,nos preços atuais, o setor é competitivo e os empresários éque estão fazendo corpo mole.

Mas contra fatos não há argumentos. Os balanços dasusinas mostram que as mais competitivas remuneram osuficiente apenas para manter a operação, mas não parapagar os investimentos. Essa é a dura realidade.

E para aquelas que não estão bem, os empresários nãotêm sequer a opção de vender, pois quem se arriscaria ainvestir em um mercado sem horizontes claros? Nestemomento, mesmo com a oferta de ativos com valoresdepreciados, nem mesmo as tradings, petroleiras e gruposcapitalizados estão consolidando.

É muita petulância dos burocratas de Brasília achar queestão certos e todo o mercado, incluindo os gruposmultinacionais, está errado. Mas, as consequências dosequívocos do governo Dilma contra os setores produtivos jácomeçam a aparecer e, quem sabe, ela desça do pedestal deBrasília e, ainda que seja apenas por política, ela volte seusolhos para a produção e geração de renda, elementosfundamentais de uma economia sustentável.

Quais os principais movimentos pró-setor criados ouapoiados pelo JornalCana nestes 25 anos?

Pelo próprio distanciamento geográfico entre asunidades, as dificuldades de comunicação dentro do setoreram enormes. O segmento era desunido e desarticulado.Não possuía uma linguagem própria. O JornalCana surgiuabrangendo diversos assuntos, não apenas assuntos técnicos,como era comum na época. Lembro-me que uma das nossasprimeiras capas surgiu com a cobertura da greve emGuariba, interior de São Paulo. Nosso objetivo era contribuirpara que o segmento tivesse sua própria cara e voz, e comisso, das ideias surgissem caminhos. Durante alguns anos,por exemplo, enviamos exemplares para os deputadosfederais, em Brasília, e para as assembleias legislativas dosprincipais estados produtores.

Participamos ativamente das manifestações públicas emprol do setor, como a carreata dos canavieiros a Brasília em1997 e o movimento de 1999. Sempre com o objetivo demostrar o setor e sua importância. Esse é nosso papel, aliás:promover o setor e seus representantes.

O setor ainda não embarcou na esteira de protestospelo país. Deveria?

Sim, e nós do JornalCana estamos tentando mobilizá-lo.Se o setor apoiar, vamos a Brasília reivindicar melhorias oupelo menos o mesmo tratamento que é dado aos outrossegmentos. Hoje vemos o governo anunciar ajuda a outrossetores sem qualquer base de dados confiável, enquanto osetor canavieiro, que é uma área tangível, recebe ‘embrulhos’.É preciso que a Presidente Dilma e seu governo entendamque o setor não pode ser tratado de qualquer maneira. Se eleé um gigante deitado em berço esplêndido, temos quelevantá-lo. Durante muito tempo temos engolidopassivamente o que nos é receitado. Isto não pode continuarassim. Temos que nos movimentar. Não faz sentido toda acadeia produtiva passar por dificuldades quando estátrabalhando corretamente, investindo em tecnologia,produtividade e sustentabilidade. Algo está errado. Temosque nos levantar, sim!

Como o senhor imagina o setor daqui a 25 anos, em2038?

Vejo 80% do segmento globalizado, com controle decapital internacional. Ainda que o controlador seja brasileiro,a fonte do capital será estrangeira. Acredito também quehaverá uma verticalização da produção agrícola ediversificação da produção industrial. Acredito que haverá

uma descentralização da distribuição, visando redução decusto e surgimento de oportunidades comerciais, como denichos de mercados onde as usinas menores serãocompetitivas.

Vejo ainda um grande crescimento da automatizaçãoem todas as etapas do processo produtivo e de gestão. Comisso, muitas atividades serão gerenciadas por especialistaslotados nos centros urbanos, com um número reduzido depessoas atuando no campo e na indústria. Esse é o caminho.Por fim, entendo que, mesmo com os diversos entraves, oBrasil continuará sendo o grande produtor mundial de cana-de-açúcar e de seus diversos derivados, dentre os quais oaçúcar, o etanol e a bioeletricidade.

Qual seu sonho para o setor?Gostaria que tudo isso aconteça de forma mais

planejada, para que as pessoas ligadas ao setor aproveitassemmelhor os resultados. Quando uma usina vai mal, não é sóum empresário que vai mal, mas milhares de famílias ecentenas de empresas que dependem daquela usina. Hoje,aparentemente está tudo bem com a economia brasileira,mas as empresas já não estão suportando todas as cargas.Quando a economia de fantasia começar a cair, quem sabeveremos reconhecida a importância de gerar renda e trabalhono interior do país.

O que o levou a se tornar um editor de um jornalvoltado ao segmento canavieiro?

Nunca pensei em ser jornalista ou editor, foi algo naturale o setor sucroenergético realmente me cativou. É trabalhosoe desafiante, mas para quem gosta de desafios como eu, éapaixonante. É o vírus da cana que me mantém. Você acabase apaixonando por toda a grandiosidade do setor, com suassimplicidades e complexidades. Para não se envolver com elesó sendo frio e calculista, o que, definitivamente, não sou.

Este setor é oscilante em tudo. Pode-se ganhar muitodinheiro em um ano, mas no outro ter que vender tudo paramanter a empresa em atividade. Foi com este pensamentoque, desde 2008, coloquei o patrimônio pessoal à disposiçãoda empresa, o que tem permitido à ProCana Brasil superaresse ciclo de dificuldades e consolidar sua liderança.

Quais seus planos para o futuro?A ProCana Brasil vai se globalizar, seja firmando

alianças estratégicas com outras editoras, empresas deinformações ou fusões e aquisições. É inevitável, vaiacontecer. A Sinatub, empresa de cursos e treinamentosintegrada ao grupo, tem muito potencial, porque a evoluçãodo setor cria uma demanda enorme por atualização eaperfeiçoamento técnico. Publicações como o JornalCana têmsuas receitas afetadas pela falta de perspectivas e deinvestimentos. A Sinatub, não. Pessoas bem treinadas econscientes geram um impacto imediato para as usinas equeremos crescer contribuindo dessa maneira com o setor.

O que é o JornalCana para o senhor?Uma publicação por meio da qual contribuímos para o

desenvolvimento humano, socioeconômico e tecnológico dahumanidade. Isto mesmo, temos o orgulho de pensar quenosso trabalho deve contribuir para o desenvolvimento daspessoas, das empresas, do setor, do Brasil, e dasustentabilidade de toda a humanidade. Quem conhece epropaga as virtudes da cana-de-açúcar deve pensar assim!

Mas também vejo que somos apenas um canal. Quemfaz o jornal, de fato, são as pessoas. São pessoas que geramnotícias, que anunciam, que leem, enfim. Sou grato e mesinto realizado em gerir esse grupo, líder no Brasil e emcrescimento no mundo. É um privilégio, fruto de umrelacionamento de 25 anos com as pessoas que fazem o setore do trabalho da nossa equipe, que realmente veste a camisa.

“Neste setor, pode-se ganhar muito dinheiro em um ano, mas no

outro ter que vender tudo para mantera empresa em atividade”

“Se o setor apoiar, vamos aBrasília reivindicar melhorias ou pelo

menos o mesmo tratamento que édado aos outros segmentos”

“Daqui a 25 anos o Brasil continuarásendo o grande produtor mundial de

cana-de-açúcar e de seus diversosderivados, dentre os quais o açúcar, o

etanol e a bioeletricidade”

JC 235 7/23/2013 9:51 AM Page 83

Page 84: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013ESPECIAL 25 ANOS84

Publicação e setor jásuperaram crises,festejaram conquistas e geraram novas ideias e projetos

RENATO ANSELMI, DE CAMPINAS, SP

FREE LANCE PARA O JORNALCANA

É hora de apagarvelinhas. São 25. OJornalCana – conhecidotambém como JC paraos mais “íntimos”, quesão milhares inclusive –celebra a sua bodas de prata,comemorando um “casamento perfeito”com o setor sucroenergético brasileiro. Umpassou a fazer parte cotidianamente davida do outro, enfrentando e superandocrises, festejando conquistas e vitórias,gerando novas ideias, projetos e caminhos.

De tão presente no dia a dia do setor,o JC inspirou unidades e grupossucroenergéticos a adotarem novastecnologias, sistemas de gestão,recomendações e procedimentosespecíficos. Tornou-se uma ferramentaimportante para a troca de experiências, arealização de benchmarking entre as usinasou mesmo para a avaliação das

perspectivas de mercado. É referência paratodos os segmentos que compõem as áreasadministrativa, agrícola e industrial de

usinas e destilarias. O gerente de Recursos Humanos da

Usina São José da Estiva, de Novo

Horizonte, SP, Luiz Haroldo Doro, afirmaque o JornalCana tem dado “enormecontribuição para o desenvolvimento dosetor sucroenergético”. Segundo ele, apublicação veicula informaçõesatualizadas, divulgando novas experiênciasque atendem necessidades e interesses dediferentes áreas. É a publicação mais lidado setor, alcançando todos os profissionaisde usinas – comenta –, incluindotrabalhadores e empresários.

De acordo com ele, as matérias doJornalCana disponibilizam dicas para asáreas de gestão, fabricação de açúcar eetanol, transporte de cana, RecursosHumanos, entre outros setores dasunidades sucroenergéticas. Luiz Doroconta que a leitura de matérias incentivou,por exemplo, a Usina Estiva a implantar oprograma Participação nos Lucros eResultados (PLR) e também a avaliaçãopor competências. O gerente de RHobserva que o JornalCana forneceu asinformações iniciais. “A partir disso,procuramos consultores da área visando aadoção dessas ferramentas”, diz.

Luiz Doro destaca ainda o apoio dapublicação ao Grupo de Estudos emRecursos Humanos na Agroindústria(Gerhai), do qual ele já foi presidente emduas ocasiões. Atualmente é vice-presidentedo grupo. “Desejo que o JornalCanacontinue mantendo o mesmo nível dequalidade que considero excelente”,afirma.

Nas bodas de prata, JornalCana comemora “casamento perfeito”

Luiz Haroldo Doro: JornalCana tem dado enorme contribuição ao setor

JC 235 7/23/2013 9:51 AM Page 84

Page 85: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 ESPECIAL 25 ANOS 85

JornalCana é uma ferramentaimprescindível para o setor

O JornalCanatem grandeimportância,porque informa oque estáacontecendo nosetor, publica matérias sobre novidadesprincipalmente em relação aequipamentos e traz avaliações sobreas perspectivas da atividadesucroenergética na região e no Brasil.Esta opinião é de Marcos RobertoBassi, gerente corporativo de comprasda Usina Guarani, que destaca aveiculação de entrevistas e comentáriosde pessoas, de alta credibilidade, quetêm conhecimento profundo daatividade sucroenergética. “Sãodepoimentos de quem está vivendo osetor há muito tempo”, ressalta.Segundo ele, é importante ler essasanálises para a formação de opinião.

Matérias e propagandasveiculadas no JornalCana acabam setornando fontes de informações sobreempresas que fornecem determinadosprodutos e serviços, de acordo comMarcos Bassi. A publicação dereportagens sobre experiências deoutras usinas também contribui –observa – para o processo de tomadade decisão na área de compras. “Em

algumas situações, pode haver dúvidasem relação a um determinadoequipamento”, diz. Quando algumamatéria relata que outras unidadesestão utilizando essa tecnologia –revela –, há maior tranquilidade paraa aquisição do produto.

Marcos Bassi comenta que asmatérias fornecem informações paradiscussões internas durante a escolhade marcas de equipamentos. Sealgumas unidades estão comprandoprodutos de determinado fabricante,por que a Guarani continuaadquirindo equipamento de outramarca? – costumar indagar, em algunscasos, o gerente de compras. “Asmatérias dão subsídios para oquestionamento de nossos clientesinternos”, afirma.

Os textos publicados – avalia –são consistentes. “As matérias têmfundamento. Vemos o JornalCanacom bons olhos. É uma ferramentaimprescindível para o setor”, destaca.De acordo com ele, a publicação devecontinuar a trazer informações para odia a dia das usinas, incluindo fatos erelatos de empresas que obtiveramresultados positivos em diferentesáreas. A troca de experiências –enfatiza – ajuda muito. (RA) Marcos Bassi: informações utilizadas em discussões internas na Guarani

JC 235 7/23/2013 9:51 AM Page 85

Page 86: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013ESPECIAL 25 ANOS86

Matérias incentivamgrupo a adotar peneiramolecular e a realizarestudos para a aquisiçãode sistema de limpeza aseco e condensadorevaporativo

As matérias do JCfornecem subsídios aogerente industrial daUsina Pitangueiras, dePitangueiras, SP,Gilmar Galon, para atomada de decisões em relação àimplantação de novas tecnologias. Ele citacomo exemplo a peneira molecular,processo de desidratação etanólica –abordado pelo JornalCana – que foiadotado na Cerradão, unidadesucroenergética pertencente aos gruposQueiroz de Queiroz e Pitangueiraslocalizada em Frutal, SP.

O JornalCana incentivou também aUsina Pitangueiras – relata – a realizarestudos voltados à aquisição do sistema delimpeza de cana a seco e do condensadorevaporativo, para turbina de condensação,que poderão ser adotados nos próximosanos. Gilmar Galon conta que já tinha

conhecimento dessas tecnologias. Essesassuntos são debatidos, por exemplo, noGrupo de Estudos em Gestão Industrial doSetor Sucroalcooleiro (Gegis), que écoordenado por ele.

De acordo com o gerente industrial daPitangueiras, além de fornecer maisinformações, as matérias aumentam ointeresse das unidades sucroenergéticaspor essas e outras inovações tecnológicas.

Ele ressalta que o JornalCana traz, demaneira objetiva e transparente, matériasrelacionadas a novas tecnologias,manutenção industrial, normas desegurança, entre outros assuntos. (RA)

Informações despertam interesse por novas tecnologias

Gilmar Galon folheia uma edição do JornalCana: incentivo a estudos

v

u

JC 235 7/23/2013 9:51 AM Page 86

Page 87: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 ESPECIAL 25 ANOS 87

Doutor Assis

parabeniza o JC O JornalCana tem leitores ilustres em todas as áreas e

faixas etárias, desde profissionais iniciantes até os maisexperientes na atividade sucroenergética. Entre eles, está ocolaborador do Grupo Carlos Lyra, Assis Gonçalves, de 84anos – principal responsável pela implantação do sistemacooperativista em Alagoas –, que parabeniza a publicação“pelos seus 25 anos de decisiva e vitoriosa ação em defesa doslegítimos interesses de importantíssimo segmento da economiabrasileira”.

O Doutor Assis – como é carinhosamente chamado –afirma que o JornalCana resulta do entusiasmo e dadeterminação que estão presentes em tudo que faz o bem-sucedido Josias Messias (presidente da ProCana Brasil) queassocia sua coragem e credibilidade à extraordináriacapacidade realizadora. “O JornalCana está para o Brasilassim como o sistema sucroenergético brasileiro, derivado dacana-de-açúcar, está para o mundo”, enfatiza. (RA)

Doutor Assis, do Grupo Carlos Lyra:

25 anos de decisiva e vitoriosa ação

O JornalCana tem dado a sua contribuição para o dia a dia do setor, divulgando o que diversas unidadessucroenergéticas estão adotando

Essa publicação é um veículorepresentativo, importante para osetor, com matérias sobre diversasempresas que abordam assuntosvoltados para diferentes áreas,inclusive a de Tecnologia daInformação (TI), afirma o coordenador de sistemas daUsina Roçadinho, de São Miguel dos Campos, Al, AlbertoSiqueira de Brito. “O JornalCana aborda tambémassuntos de destaque para as áreas agrícola e industrial”,afirma.

“Muito do que é dito sobre implantações e processos,que ocorrem em outras empresas, tem grandeimportância. Eu tenho acompanhado isto no JornalCana,para que a gente tenha um referencial”, revela. Segundoele, o JC cria condições para que seja feito umbenchmarking entre usinas. “Se a empresa quiser adotaruma gestão moderna, precisa fazer o planejamentoestratégico, o que inclui o benchmarking”, observa.

As matérias abordam questões relacionadas aomercado, informações sobre novas tecnologias eprocessos, abordagens sobre a legislação, como o REP(Registro Eletrônico do Ponto), exemplifica Alberto

Siqueira, que atua nas áreas de gestão de projetos eTecnologia da Informação. Ele conta inclusive que umamatéria sobre monitoramento do abastecimento da frotade usina, publicada no JornalCana, contribuiu para que osistema fosse implantado na Roçadinho.

“A gente amadureceu a ideia a partir da leitura damatéria e adotamos o sistema na usina”, conta. Omonitoramento – que foi implantado há cinco anos –evita a perda de combustível, possibilita maior controledo abastecimento, fornecendo dados para a tomada dedecisões por parte da gerência, comenta. “Esse sistema éum dos carros-chefe da gestão”, enfatiza.

Outro projeto implantado na Roçadinho há trêsanos, a partir de matéria do JC, está relacionado àinstalação de computadores de bordo que possibilitam ocontrole das operações da frota por meio domonitoramento da aceleração, frenagem, consumo,velocidade, percurso, de acordo com Alberto Siqueira.“Esse sistema permite verificar o rendimento da frota e oscuidados que os operadores estão tendo com osequipamentos, criando condições para que sejamevitados acidentes e para que ocorra um aumento dalongevidade da frota”, afirma.

De maneira geral, o JornalCana – ressalta – temcontribuído para o dia a dia das usinas, divulgandoinclusive o que outras empresas sucroenergéticas estãoadotando. Como o JornalCana tem uma periodicidademaior do que os encontros do Grupo das Áreas deTecnologia das Usinas de Açúcar, Etanol e Energia(Gatua), onde são discutidos temas importantes, essapublicação torna-se uma grande referência para o setor,destaca o coordenador de sistemas da Roçadinho. (RA)

Matérias possibilitam a realização de benchmarking entre usinas

JC 235 7/23/2013 9:51 AM Page 87

Page 88: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013ESPECIAL 25 ANOS88

O PRETO E BRANCO TORNOU-SE VERDE VIVO

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Para que os principais fatos dosetor fizessem parte da memóriahistórica dos profissionais do segmento,como um filme que começou em preto ebranco, tornou-se verde vivo e se perpetuou no dia a dia do

segmento, foi fundamental a participação de um veículoque registrasse e ocupasse um lugar relevante na rotina. Foiisso que fez o JornalCana nesses 25 anos de existência, naopinião da maioria dos leitores entrevistados pelareportagem. Em situações de crises ou em momentos devitórias, a publicação esteve presente e auxiliou o segmentonas tomadas de decisão.

A transparência e agilidade nas informações, arelevância, a qualidade editorial, o conteúdo claro, alinguagem simples e fácil, a capacidade de unir, aimportante fonte de pesquisas e anúncios, a imparcialidadee a atualidade sempre estiveram presentes nas páginas doJornalCana, apontam os leitores. Veja alguns destesdepoimentos a partir desta e até a página 92:

Leitores e entrevistados apontam diferenciais que há 25 anos dão destaque ao JornalCana

“Tenho acompanhado as informaçõesdivulgadas pelo JornalCana e estas emmuito ajudaram a tomar decisões e adivulgar informações que auxiliam a todosno desenvolvimento do setorsucroenergético. Gosto da rapidez,qualidade e acessibilidade das informaçõesdivulgadas pelo JC. Em qualquer lugar domundo em que eu esteja consigo estarinteirado do que está acontecendodiariamente no setor e isso é de sumaimportância para nós empresários”.

Eduardo Junqueira da Motta Luiz,sócio-diretor da Usina AçucareiraGuaíra

“O JornalCana é uma tribunafidedigna do empreendedorismo doagronegócio canavieiro. É dinâmico comsuas versões no tempo real e conta comconteúdo consistente nas publicaçõesmensais. Tornou-se uma referência paraquem quer se atualizar na indústriacanavieira. Seria realmente inconcebível seo setor sucroenergético brasileiro, nãocontasse com o JornalCana, dirigido pelopioneiro, polido e político defensorincondicional do setor, Josias Messias”.

Renato Cunha, presidente doSindaçúcar de Pernambuco

“Não existia um jornal que cobrisse osetor como um todo e o JornalCana surgiupara compensar essa necessidade tanto naárea técnica, política, de equipamentos efoi ganhando espaço. Hoje é uma dasmídias mais lidas do segmento.Independentemente de divergências, deposições, coloca abertamente os principaisassuntos do setor. Sempre acompanhou osprincipais fatos do setor. Em bons e mausmomentos, oferece espaço para divulgaçãodos pensamentos da liderança”.

Luiz Custódio Cotta Martins,presidente do Fórum NacionalSucroenergético

“Mais do que um veículo decomunicação, o JornalCana transformou-senum fórum de debates através deencontros e das premiações às empresas eseus executivos. Isso permite adisseminação das boas práticas em gestão ea valorização do setor”.

Sylvio Coutinho, diretor presidenteda Usinas Itamarati

JC 235 7/23/2013 9:51 AM Page 88

Page 89: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:51 AM Page 89

Page 90: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013ESPECIAL 25 ANOS90

“É mais que um jornal, é uminstrumento que agrega valor e valoriza osetor sucroenergético nacional einternacional. É muito rico nasinformações e na qualidade editorial, éímpar, pois atualiza o setor com asprincipais tecnologias. Reconhece epromove o setor, além de ser uminstrumento de crescimento e valorizaçãodos negócios. Sempre gostei muito doJornalCana. Parabéns à toda equipe!”.

Francisco Celestino,superintendente agrícola da UsinaAgrovale

“A penetração do JornalCana no setor,em formato eletrônico e impresso é muitoforte. Ele está presente nas usinas econquistou o público com notícias enúmeros importantes, com mensagensobjetivas e diretas, sem precisar dedicar umtempo longo para a leitura e incentiva atroca de informações”.

Djalma Eusébio, presidente da StabSetentrional

“O Jornal une o setor de cana doNordeste ao Centro-Sul e traz novidadesdas usinas e dos fornecedores. Estamossempre em dia com o setor através doJornalCana. É uma importante fonte deanúncios e propagandas que nos ajudamnas nossas necessidades. Conheço o jornaldesde que era preto e branco, e apreciomuito seu conteúdo.

Gerson Carneiro Leão, presidentedo Sindicape e da Comissão de Cana-de-Açúcar da Confederação Nacional deAgricultura

“O JornalCana é um veículo sério, quecontém matérias importantes para aintegração do setor e, tem na pessoa de seudiretor, Josias Messias, um grande homem,profissional e amigo que comanda comdedicação e competência uma grandeequipe. Gosto muito das matérias, dostextos do JornalCana”.

Daisy Cristina Gontijo Thiago, daComunicação Social e Marketing daUsinas Itamarati

JC 235 7/23/2013 9:51 AM Page 90

Page 91: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 ESPECIAL 25 ANOS 91

“A paixão da equipe responsável pelapublicação é o grande diferencial doJornalCana. Pioneirismo, seriedade evanguarda fazem com que o veículo sedestaque no cenário editorial nacional einternacional. A cada edição, o conteúdoatualizado, rico em informações, se traduzem uma referência para os profissionais epara o mercado. Parabéns a todos e vidalonga ao JornalCana!".

Leila Alencar Monteiro de Souza,presidente da Biocana

“A credibilidade, agilidade, conteúdojornalístico, tradição, maior penetraçãojunto ao público de nosso interesse, alémde ser a mídia que mais dá retorno paranossos eventos fazem do JornalCana ummeio de informação importante ediferencial para nós, como também deveser para os envolvidos na cadeia produtivacanavieira. Para nós, particularmente, ojornal é um instrumento de consulta para arealização de nosso trabalho junto àsempresas”.

Fernando Barbosa, diretor da ReedMultiplus

“O Jornal acompanhou uma série defatos importantes desde a organização aosurgimento de problemas importantes daárea agrícola como do amarelinho,ferrugem, cigarrinha da raiz,Sphenophorus, do modelo Ambicana,mudanças nos modelos de variedades,extinção do Planalsucar, do IAA,surgimento do modelo Ridesa, inauguraçãoCentro de Cana, entre outros. O JCacompanhou a evolução dos atorestecnológicos do setor e presta um grandeserviço à pesquisa”.

Marcos Landell, diretor do Centrode Cana do IAC

“Leio sempre o Jornal Cana econsidero todos os assuntos tratados pelapublicação relevantes, pois retratam osetor, suas evoluções e inovaçõestecnológicas. O Jornal Cana nos deixasempre bem informados. Parabéns à todaequipe pelos 25 anos de trabalho sério eresponsável”.

Sandro Cabrera, diretor da UsinaSão José da Estiva

JC 235 7/23/2013 9:51 AM Page 91

Page 92: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013ESPECIAL 25 ANOS92

“O que mais gosto do Jornal é acoragem e da amplitude dos temas.Durante muito tempo, nós executivos dosetor batíamos na tecla de queprecisávamos preparar as pessoas para ocrescimento do segmento. Com crise ousem crise, o setor cresceu muito no Brasil enão tenho dúvida que fornecer informaçãode qualidade é primordial. Nisso oJornalCana tem uma grande contribuição”.

Fernando Perri, consultor

“É uma ferramenta de trabalho docolaborador, e ajuda na compra demáquinas, peças e serviços. Na época dacrise do etanol, nos anos 90, o meio decomunicação que mais ajudou na proteçãodo meio ambiente e incentivou o carro aálcool foi o JornalCana, através do espaçoque deu à Ong que eu presidia, aCoproverde. Também deu muita força aoGemea. Atinge todo tipo de público deuma usina. Não há uma mesa de umgerente sem o jornal sobre ela. Agrada deforma especial toda cadeia produtiva, cominformações claras e diretas”

Hélio Belai, do Gemea e da UsinaSão Francisco, em Goiás

“Está sempre nos atualizando com asúltimas informações e novidades de formaprofissional, técnica e transparente. Ajudouo setor com notícias importantes semsensacionalismo. Também passa umotimismo ao segmento por acreditar nosetor e nas pessoas. Essas informações vêmagregar ao dia a dia de cada um”.

Gilmar Galon, gerente industrial daUsina Pitangueiras e coordenador doGegis

“O JornalCana deixa o setor beminformado do que acontece na atualidade,com transparência. Não está preocupadoem vender, mas passar a verdade, dosproblemas que surgirão e as soluções. O JCtem uma grande atuação no mundo, tantoé que devido uma reportagem publicadarecentemente recebemos visitas deindianos, chilenos e de várias usinas.”

Eduardo Prezinhas, gerenteagrícola da Usina Pitangueiras

JC 235 7/23/2013 9:52 AM Page 92

Page 93: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 ESPECIAL 25 ANOS 93

JornalCana homenageia os atores do passado e suas principais pesquisas

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Não é a toa que a pesquisa na áreacanavieira em suas diversas instânciasmarcou o passado e deixou uma trajetóriaimportante para o presente e futuro. Aocompletar seus 25 anos, o JornalCanahomenageia os atores do passado e suasprincipais pesquisas, que tanto contribuíram para a arte deproduzir cana, açúcar, etanol e energia. Um deles é oprofessor e pesquisador Jorge Horii, que trabalhou por 40anos na Esalq. Filho de japoneses, carrega no sangue aherança de batalhar por seus objetivos. Ao se formar emagronomia em 1968 na Esalq, talvez não imaginava que seudestino seria continuar sua carreira na academia. Tanto é queem julho de 1970 entrou como pesquisador no depto daAgroindústria, Alimentos e Nutrição da Esalq e ao completarseu doutorado foi chamado para desenvolver a área defermentação alcoólica. “Apenas em 1975 o etanol passou a terimportância no Brasil. Prova disso é que na época a maioriadas pessoas pensava em produzir açúcar e quase ninguém,etanol. O projeto era sobre Cinética de Fermentação Alcoólica,ou o comportamento dos microorganismos durante umafermentação”, conta.

Segundo o pesquisador, em 1973, a partir de uma plantapiloto no departamento, começou a produzir álcool de cana.“A planta piloto da Esalq tinha capacidade maior do que aquantidade de matéria-prima disponível, então fazíamos até20 mil litros por dia para destilar (de fermentado), mas eradifícil fazer isso com funcionários por causa dos turnos. Então

eu saia do escritório e já ia para a planta piloto. Destilavaapenas para produção de cachaça”, diz.

Por ter lido muito sobre a energia do etanol, já tinha ideiade que seria um combustível de larga escala no futuro e apartir daí começou a ser convidado pelas indústrias paraproduzir etanol em escala. “Passei a fazer a parte prática deampliação de escala nas usinas e a primeira que acompanheifoi a Galo Bravo, de Ribeirão Preto (SP), em 1978. Ajudei aimplantar a antiga destilaria Alexandre Balbo em 1983, emMinas Gerais, e visitava usinas em Pirassununga, Limeira,Piracicaba, e já dava meus palpites e ideias”, lembra.

Outra grande contribuição foi em 1982 com a adaptaçãode um equipamento russo que resultou no chamado Redutece que hoje é amplamente utilizado pela usinas e destilarias,para determinação de açúcares redutores e ácidos voláteis.“Desenvolvi mas não patenteei, pois as peças eram de vidro efoi considerado artesanato”.

Também orientou o aluno Antonio Batista (1997 atémeados de 2007), num trabalho com leveduras vivas, paraprodução de ração animal. “Fomos pesquisar os efeitos emcima de toxinas de fungos, como microtoxinas. Fomosfazendo ração e a levedura viva comia a parte envenenada.Queríamos implantar essa novidade nas usinas parafermentar em meio estéreo, com a levedura desejada, mas atéhoje não conseguimos porque esterilizar milhões de litros éuma operação cara. Tudo que fiz pelo setor foi de formagratuita. Peguei um período que a gente só sonhava, masvaleu a pena, não do ponto de vista econômico, masprofissional por transmitir isso aos alunos. Infelizmente omeio acadêmico é muito cruel e cheio de vaidades, mas oque mais me deixa feliz é saber que plantei uma sementepara a futura geração. Tomara que eles transformem isso emdinheiro e deixe sucessores para continuar no futuro”,lembra.

Pioneirismo na pesquisa abriu caminho para a nova geração

“É preciso mudar e reestruturar a pesquisa comcana no país, pois deixamos de ter programas paratermos simplesmente projetos de obtenção decultivares, sem a preocupação das outras áreas quesão fundamentais na obtenção de maiores níveis deprodutividade”. Essa é a conclusão do prof° Dr.Edelclaiton Daros, da Universidade Federal doParaná.

Segundo ele, criou-se uma cultura perigosa, deque somente nova variedade é que vai resolver todosos problemas do segmento, assim adicionam-se astransgênicas e “descaracterizam-se os trabalhosfundamentais importantes para o manejo dalavoura, visando alta produtividade”, afirma.

Daros revela que o sistema de produção mudoumuito rapidamente e os pesquisadores nãoacompanharam alguns detalhes, como exemplo:Qual o espaçamento ideal? Qual a adubação paracana crua? Como iremos manejar as pragas edoenças em cana crua? Qual o impacto dacompactação da colheita e transbordo naprodutividade e como revertê-la? “Estes são algunsitens sem resposta e o setor precisa continuar comessa produtividade, caso contrário o sistema vai ficarcom dificuldade de se manter para o país”,desabafa.

O professor não se considera realizado no seutrabalho pois ainda possui diversos sonhos. “Apesarde ter obtido com a nossa equipe a variedade BR

966928, a segunda no país com a maior intenção deplantio, ainda não me sinto realizado. Precisamosconsolidar o setor com um programa de cana, este éo grande caminho para o setor”, explica.

O professor tem propriedade para falar sobre acultura, pois sua trajetória começou em 1991,quando foi convidado pela Universidade Federal doParaná, para assumir as estações experimentais decana-de-açúcar, em Bandeirantes e Paranavaí, e darcontinuidade ao projeto de obtenção de variedadesde cana. “Em seu início procuramos resgatar todosos clones já que na extinção do Planalsucar foramrecuperados e plantados nas unidades, pois nãohavia condição de mantê-los nas estações”. Elecontinua: “Inauguramos o projeto e a recuperaçãodas estações a partir de 1992, graças ao convêniorealizado com a Alcopar e Canapar. Em 1993,recebemos as primeiras plântulas para seleção. Commodificações ocorridas a partir de 2003, osconvênios já estavam por unidade e foram criadasas subestações, que definitivamente alavancaram oprojeto e passamos a produzir nossas plântulas,num total de 200.000 unidades para o campo nesteano. A partir de 2010, passamos a ter novo sistemade seleção denominado “Tapetinho”, em quecolocamos de 700.000 a 3.500.000 de plântulas,com excelentes resultados que passam a seravaliados a partir de 2013, nas fases avançadas”,lembra. (AM)

“É preciso reestruturar as pesquisas e lançar programas de cana”

Edelclaiton Daros: um dos criadores

da 2ª variedade mais plantada no país

Jorge Horii anteviu a ampliação de escala na produção de etanol

JC 235 7/23/2013 9:52 AM Page 93

Page 94: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013ESPECIAL 25 ANOS94

O que seria docanavial se nãohouvesse o combate àsprincipais doenças docampo? Ou ainda semlevar em consideração omelhoramento genético das plantas e olançamento de novas variedades? Essaresposta é encontrada na trajetória de PeryFigueiredo, pesquisador científico eespecialista na área de fitopatologia, emsuas quatro décadas de história nosprogramas de melhoramento do InstitutoAgronômico de Campinas - IAC. Desde quesaiu de sua cidade natal, Guiratinga (MT),município de garimpos de diamantes, terrade tribos de índios bororos, se dedicou aosestudos, mas trouxe na lembrança deinfância nas fazendas do avô, seu gostopela agricultura. Sua vocação pela pesquisacomeçou em estágio na Cadeira deFertilidade da Universidade Federal deViçosa, depois de formado, no começo de1966, quando iniciou a vida depesquisador científico em Campinas (SP), ese especializou na área de fitopatologia naESALQ e em Centros de Pesquisasnacionais e estrangeiros. Ao mesmo tempoparticipava ativamente dos programas demelhoramento cafeeiro e da cana-de-açúcarda Secretaria de Agricultura de São Paulo.

A partir de 1989, com a aposentadoriados coordenadores da Seção de Cana doIAC (SCA), foi convidado para assumir achefia e passou a se dedicar exclusivamenteà cultura canavieira. “Uma das primeirasmedidas foi extinguir a SCA e criar oPrograma Cana do IAC, incorporando aoPrograma os pesquisadores, especialistasem melhoramento, Marcos Guimarães deAndrade Landell, de Ribeirão Preto, MárioPércio Campana, de Jaú e os demais chefesdas estações experimentais do IAC, onde sedesenvolvia o Projeto Cana/IAC. Estainiciativa aumentou a interface institucionaldo IAC com as usinas e cooperativas nosmunicípios onde desenvolvia as pesquisascom cana”, revela.

Ele lembra que um passo importante

ocorreu em 1994, quando foi fechada aprimeira proposta de Convênio deCooperação envolvendo empresas do setorcanavieiro, o Instituto Agronômico e aFundação de Apoio a Pesquisa Agrícola(Fundag). “Os resultados foram muitopromissores com entrada dos recursosdesse convênio, e o Programa Cana/IAC seexpandiu para outros estados e nunca maisparou de crescer”.

Amor aos melhores de cada série –Para o pesquisador, cada nova variedade étratada como uma filha devido a afinidadecriada sobre os clones promissores na fasefinal do desenvolvimento. Essa relaçãoenvolve vários fatores, entre eles: o tempogasto de trabalho que varia de 12 a 15 anose o número de plântulas por série decruzamentos que sobram no final.“Partem-se de milhares de plântulas (300 a400 mil) para se chegar muitas vezes a umaou duas variedades. Este trabalho émoroso, de baixa eficiência e no final todogrupo está tenso e ansioso para colher osmelhores resultados, que refletem emganhos e recompensas, depois de tantotempo de dedicação, trabalho e gastoseconômicos. Mesmo assim nada estágarantido, e ainda é comum apareceralgum problema de última hora, doença oupraga que possa desqualificar algunsdaqueles bons materiais”.

Ele explica que apesar dabiotecnologia ser uma ferramentacomplementar importante, o programa demelhoramento tradicional para criação denovas variedades desenvolvidas através deensaios de campo, desde a hibridação até olançamento continua sendo imprescindível.

Já em relação aos desafios na área defitossanidade, relata que são complexos esempre que aparecem no campo trazemproblemas econômicos. “Nesta área, tantono passado como no presente, o uso demedidas preventivas de controle comoresistência varietal às doenças, ainda sãoos melhores e mais eficientes métodosusados para a canavicultura brasileira”,finaliza. (AM)

Pery Figueiredo é conhecido pela dedicação ao melhoramento genético

Pery Figueiredo: especialista na área de fitopatologia

JC 235 7/23/2013 9:52 AM Page 94

Page 95: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 ESPECIAL 25 ANOS 95

Publicação escolhe doispersonagens que há 25 anos já enfrentavamos desafios doagronegócio canavieiro

ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Assim como oJornalCana foipioneiro defensor dosetor sucroenergéticobrasileiro, algumaspessoas forampioneiras em suas respectivas áreas. Porfalta de espaço adequado, destacamosnesta e na próxima página duas destaspersonalidades, uma do Nordeste do Paíse outra do Centro-Sul. No Nordeste,homenageamos Antônio Augusto deSouza Leão e no Centro-Sul, honramosJoão Petroni.

AUGUSTO DE SOUZA LEÃO É UM DOS PAISDO TERMINAL AÇUCAREIRO DE RECIFE

Legítimo herdeiro dos pioneiros dosengenhos de açúcar de Pernambuco, esbanjasimpatia e saúde em seus 87 anos. Ainda naativa, no Sindaçúcar-PE, Antônio Augustode Souza Leão nasceu em Joaquim Nabuco(PE), em 4 de agosto de 1925. Formou-se emQuímica Industrial na Escola Superior deQuímica da Universidade Federal dePernambuco em 1948 e ingressou noInstituto do Açúcar e do Álcool – IAA em 1ºde julho de 1950, no cargo de “QuímicoTecnologista”. Em 1959 assumiu o cargo deChefe da Inspetoria Técnica Regional doIAA em Pernambuco e posteriormente em1975 em razão da reestruturação do IAA,assumiu o cargo de SuperintendenteRegional do IAA de PE. Ingressou noSindaçúcar em 1986 e atualmente é assessorpara assuntos de exportação, do TerminalAçucareiro de Recife no controle de

qualidade de açúcar para exportação. Hojelembra com carinho de sua contribuiçãopara o setor canavieiro brasileiro, como em1960, quando fundou o Posto deExperimentação Agrícola de Cana-de-açúcarno município de Carpina/PE, quetransformou-se em Estação Experimental deCana-de-açúcar da Universidade FederalRural de Pernambuco e da infância e desuas origens nos engenhos.

Entre suas principais lembranças emsua terra natal, está sua contribuição naconstrução do Terminal Açucareiro deRecife, inaugurado em 1972. “Recebemosa visita do presidente General Médici noTerminal Açucareiro de Recife, emsetembro de 1972, e participei das decisõese construção do Museu do Açúcar,atualmente Museu do Homem do Nordestepertencente à Fundação Joaquim Nabuco.Também me lembro do contato com opresidente Costa e Silva quando esteve nomunicípio de Palmares (PE), na época daintervenção do IAA nas usinas Serro Azul eTreze de Maio”.

Quando se trata em experiênciaprofissional, Souza Leão prova que dequalidade do açúcar entende bem. Viajou omundo representando o governo brasileiro,e ainda quando funcionário do IAA ajudoua lançar o cultivo de novas variedades decana vindas de Campos-RJ e do exterior.Também participou da construção de umalcoolduto no Porto de Recife paraexportação de etanol de empresas privadase colaborou com a melhoria da qualidadedo açúcar exportado por PE, PB, RN e CEcom base em normas de países produtorese importadores de açúcar.

CANA CAIANADa época de menino muito restou na

memória do executivo Antônio Augusto deSouza Leão, já que corre em suas veias, osangue “mascavo” dos engenhos. “Lembro-me bem dos engenhos da família e dafabricação de açúcar mascavo. Umpequeno incêndio no canavial situadonuma colina em frente da casa onde residiaminha família, na propriedade Visgueiro

no município de Joaquim Nabuco (PE) memarcou, pois naquela época não sequeimava a palha da cana para suacolheita. Também lembro- me bem dequando andava de carro de boi quetambém transportava cana, e de andar acavalo para ir à escola no engenho Barrado Dia, além de saborear a cana caiana oucana pitu. Já na fase adulta, sinto falta dasreuniões periódicas na sede do IAA no Riode Janeiro. Tínhamos conhecimento doque ocorria em todas as regiões do país esempre encontrávamos soluções eorientação para cumprimento delas”, diz.

O pai, Alberto de Souza Leão, plantoucana como fornecedor para as usinas daregião nas propriedades de Visgueiro, RosaMurcha e Tambor (arrendados) e noEngenho Primoroso, de sua propriedade,na região da mata sul de Pernambuco.“Meu Avô Domingos de Souza Leão eraproprietário do engenho banguêBarreirinho que produzia açúcar bruto. Naminha juventude conheci dois engenhostipo bangüê na região da mata sul dePernambuco: Engenho Canoa Rachada depropriedade de um primo de meu pai, ZéLeão e o engenho Tipi”, frisa.

Também não poderia ficar de fora desuas recordações, as mais modernas usinasde sua juventude. “Na minha mocidadeconheci a Usina Catende, que era a maiorusina de açúcar do Brasil, de propriedadedo senhor Tenente da Catende, João daCosta Azevedo; a Usina Santa Terezinha(com maquinária norte-americana) docoronel José Pessoa de Queiroz e da UsinaCentral Barreiros com maquináriaholandesa, de propriedade da famíliaOthon Bezerra de Melo. Estas duas últimasestavam entre as mais modernas do Brasil.Nasci numa região que tinha somenteaçúcar. Sinto-me feliz por ter dedicadominha vida ao setor. Vi muitas geraçõesnascerem dentro do setor e muitas usinasse transformarem. Fico triste ao saber queminha família não está mais em cana, masa vida continua com o mesmo entusiasmodo passado”, lembra. (AM)

JORNALCANA HONRA PIONEIROS DO NORDESTE E CENTRO-SUL

Antônio Augusto de Souza Leão esbanja simpatia e saúde em seus 87 anos

JC 235 7/23/2013 9:55 AM Page 95

Page 96: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013ESPECIAL 25 ANOS96

Há 30 anos, opecuarista e agricultorJoão Petroni buscou emMato Grosso realizar osonho de montar umadestilaria com oadvento do Proálcool. Através de umasociedade que perdura até hoje, foi possívelbuscar conhecimento e tecnologia emPiracicaba (SP) para montar uma unidadede 180 mil litros de etanol por dia.

Como todo início, Petroni admite quenão foi fácil convencer as pessoas de queo programa do álcool – Proálcool - dariacerto. Mas para conseguir financiamentoera preciso entregar as terras em garantiae mesmo assim, para provar que omunícipio de Barra dos Bugres erapromissor no plantio de cana não foi fácil.Depois de muito esforço e dedicação emprol do sonho, finalmente em 1981, amontagem da unidade foi aprovada, com20% de recursos próprios. E foi paralelo aisso que Petroni liderava a associação dos produtores do Estado e depoisfundou o Sindalcool – Sindicato dasIndústrias Sucroalcooleiras do Estado deMT, ainda nos anos 80.

Nos anos 90, a empresa começou aproduzir sua capacidade total de 180 millitros/dia e decidiu por ampliar suaprodução posteriormente para 700 millitros/dia, quando o açúcar passou a serproduzido pela unidade.

Mas o sonho ainda não havia

terminado, pois vislumbrando novoprogresso, idealizou uma unidadeprodutora de biodiesel em conjunto comum grupo de sócios. “Em 2000 eu quiscultivar oleaginosas e implantamos emCuiabá, a Ecomat que infelizmente nãorecebeu amparo da ANP e nãoconseguimos aprovar o produto. Mesmoassim eu incentivei o pessoal a fabricarbiodiesel. Muitos disseram que nãoqueriam, por isso decidi com os sócios dausina implantar a fábrica em anexo àBarralcool”, diz.

Petroni acreditava que o biodiesel e oetanol seriam ótimos substitutos dopetróleo. “Na fundação da Barralcoolsempre entusiasmava os parceiros paraseguir em frente, pois sabia que produziretanol seria um bom caminho já que opetróleo era finito. Nunca deixei deacreditar, mesmo sendo difícil. Nossoprograma nacional do álcool é invejadopelo mundo todo e sei que a presidenteDilma está abandonando o programa,importando gasolina mais cara e vendendomais barata internamente. Nosso setor está

desanimado por falta de competitividadecom a gasolina, mas acho que isso devemelhorar. O pacote anunciado, sem preçopara o etanol, não adianta”, enfatiza.

Segundo o empresário pioneiro, oprograma do álcool pode evitar importaçãode combustível, mas no momento atualestá morrendo. “Umas das soluções seriaaumentar o preço da gasolina e melhorar opreço do etanol na usina. Em maiovendíamos o etanol hidratado na usina aR$ 1,20/litro, mas o ideal seria vendê-lo aR$ 1,50/litro. Hoje a pecuária é quesustenta boa parte do nosso negócio”,lembra.

Apaixonado pelo setor, Petroni seconsidera um vitorioso por manter viva suaatividade sucroenergética até hoje erecorda com carinho dos principais fatosque marcaram sua trajetória. “O setorrepresenta trabalho e sucesso. Realizei-mepor implantar a empresa, é um orgulho teressa usina que gera renda e emprego aomunicípio. Também me sinto muito felizpor ter conseguido trazer o presidente Lulapara inaugurar a fábrica de biodiesel,mesmo sem nunca ter qualquer influênciapolítica”, ressalta.

Outro fato marcante foi a implantaçãodo projeto social Doce Vida. “Semprepensei em tirar verba do faturamento parainvestir no social para ajudar as criançascarentes. Outro momento marcante foi terconseguido ser a primeira usina de MatoGrosso a certificar o açúcar”, finaliza. (AM)

João Petroni é pioneiro em tudo, de usina no cerrado à fábrica de biodiesel

João Petroni, um visionário

JC 235 7/23/2013 9:55 AM Page 96

Page 97: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:55 AM Page 97

Page 98: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013ESPECIAL 25 ANOS98

FULVIO PINHEIRO MACHADO, DE SÃO CARLOS, SP

CONSULTOR DO JORNALCANA

Nesses últimos 25anos, o ProCana Brasilatravés de suas publicaçõese sites de informações, temprestado um serviçorelevante ao setorsucroenergético. Desde sua primeira edição, oJornalCana noticia eventos e fatos relevantesdo setor e isto tem sido sua tônica e missão.

Na área de tecnologia, tanto agrícolacomo industrial, através de suas páginas oleitor tem podido se inteirar do que há demais novo e substancial em ferramentas parao aumento da produtividade e eficiênciaindustrial. Seu conteúdo é o mais volumosoem informações de todas as publicaçõesdirigidas ao setor em termos nacionais einternacionais.

Assim, nas últimas décadas, através desuas páginas os leitores têm podidoacompanhar de perto a enorme evolução navida na indústria açucareira em todos os seusaspectos.

Esse segmento de atividadeagroindustrial, que durante muito tempochegou a ser estigmatizado como conservadore mesmo arcaico em muitos aspectos, agora semostra ávido por inovações e à rápidaintrodução de melhorias que possam tornarseus processos produtivos mais eficientes econsequentemente mais rentáveis.

JornalCana acompanha e aponta a evolução do setor há 25 anos

Setor de evaporação de uma usina moderna: o JornalCana acompanha as tendências

JC 235 7/23/2013 9:55 AM Page 98

Page 99: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 ESPECIAL 25 ANOS 99

Para celebrar os 25anos do JornalCana,fizemos uma verdadeiraremissão ao passado, afim de mostrar o valor dosetor sucroenergéticopara a economia mundial. A partir destapágina e até a página 101 publicamos,portanto, um pouco da história do setor. Acomeçar do açúcar. Produto básico derivadoda sacarose contida na cana, o açúcar já eraextraído na Indonésia e na Índia e em seucaminho para o Oeste, desde os tempos maisremotos, passando por árabes, egípcios echegando ao Mar Mediterrâneo, era tido comouma droga milagrosa e cercado de sigilos emsuas técnicas de produção. Foi assim que naEra dos Descobrimentos chegou ao Brasil,trazido pelos portugueses colonizadores.

Sua produção era artesanal eminstalações características, denominadas de“engenhos”. Uma denominação merecida,pois possibilitavam através de poucos recursosmateriais produzir o açúcar.

No entanto, apesar de suaengenhosidade, mesmo que primitiva, aprodução do açúcar necessitava de dois fatoresfundamentais. O clima adequado ao plantioda cana-de-açúcar e a existência de fonte deenergia para a concentração do caldo e suaposterior cristalização. Essa fonte de energiaera a madeira e, portanto, os engenhos só setornaram uma atividade viável onde houvesseabundância de florestas, como eram asrecentes terras descobertas. (FPM)

História do JornalCana é capítulo que remete às origens do Brasil

A produção do açúcar, em Nova Reperta de Stradanus 1509 - 1603

JC 235 7/23/2013 9:55 AM Page 99

Page 100: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013ESPECIAL 25 ANOS100

A passagem dosengenhos de açúcar àsusinas, estáintimamenterelacionada com aquiloque se denominou deRevolução Industrial ao final do Séc.XVIII. Sua principal característica foi aintrodução de uma nova força motriz quemudaria para sempre a humanidade,desde os aspectos sociais até aos meios deprodução: o vapor.

Através dessa forma de energia, não sóa escala de produção pôde ser aumentada,como também foi possível atingir umaqualidade muito melhor do produto final.

Primeiramente foram as moendas quereceberam seu novo método de tração, amáquina a vapor, proporcionando umacapacidade muito maior de manuseio decana, fazendo com que os demais setorestivessem de se desdobrar para processar aquantidade de caldo.

Mas a verdadeira revolução, quemarcou a transição dos engenhos para asusinas, foi a introdução do cozedor à vácuoem substituição às panelas ou tachos queeram empregados para a concentração ecristalização do açúcar.

Deve-se a um inglês, Howard, ainvenção dessa nova tecnologia quesubstituiu o fogo direto pelo vapor, e

utilizando-se do vácuo possibilitou que aevaporação se desse em temperatura maisbaixa, o que possibilitou a produção de umaçúcar mais branco com melhor qualidade.

Pouco tempo mais tarde, já no séculoXIX, o norte-americano Rillieuxdesenvolveu a evaporação em múltiplo-efeito, outro passo fundamental para asmodernas usinas. No múltiplo-efeito 1kgde vapor evapora tantos quilos da água

contida no caldo quantos forem o númerode efeitos ou vasos de evaporação.

Sem esse tipo de evaporação, hoje nãoseria possível, apenas com a queima dobagaço, gerar toda energia necessária aoprocesso de produção de açúcar e doetanol.

Para que a transição se completasse,havia a necessidade de se encontrar ummeio de retirar o mel que envolvia os

cristais de açúcar no processo final de suaprodução. Isso era feito por gravidade,onde a massa contendo os cristais eracolocada em uma forma cônica de barro,madeira ou metal, para que o melescorresse por gravidade.

Após inúmeras tentativas usando-sevácuo foi a centrifugação que proporcionouos melhores resultados e é empregada atéos dias de hoje. (FPM)

Dos engenhosàs usinas

Motor a vapor usado nas primeiras usinas

JC 235 7/23/2013 9:55 AM Page 100

Page 101: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 ESPECIAL 25 ANOS 101

As modernasusinas existentes noBrasil nos dias de hojesão o resultado doesforço e a dedicaçãode técnicos,empresários e fabricantes que nas últimasdécadas se empenharam e continuamavançando no sentido de desenvolver aindústria sucroenergética.

As plantas modernas que seergueram nos últimos anos no regime“greenfield” e as ampliações das usinasexistentes demonstram a capacidade e oempenho que foram dedicados à essesempreendimentos.

Entre as novas concepções de usinasadotadas, saltam à vista os layouts maisespaçosos, com mais equipamentosmontados ao tempo, tornandodesnecessárias as muitas estruturas eedifícios industrias que eram utilizadosno passado.

Novos equipamentos como asmoendas de maior capacidade eacionamentos eletrificados maiscompactos são outro destaque nasrecentes implantações.

A introdução de caldeiras de grandeporte e pressão de operação elevada,aliada à turbinas de extração econdensação permitiu um sensívelaumento da produção de energia,gerando excedentes comercializáveis.

Nos setores de tratamento de caldo e

evaporação, novos clarificadores de umasó bandeja reduzem o tempo de retençãodo caldo, reduzindo perdas por inversãode sacarose. A filtragem do lodo ganhou oauxílio de prensas desaguadoras comoopção aos filtros rotativos.

A evaporação do caldo ganhou novosrecursos com a introdução dosevaporadores por película fina e maisrecentemente, os de névoa turbulenta,facilitando a manutenção eproporcionando ao mesmo tempo uma

elevada troca térmica.Na produção do açúcar os cozedores

contínuos já ocupam lugar de destaqueem várias fábricas tornando-as maiscompactas.

Na produção do etanol, asfermentações, tanto contínuas como embatelada, tornaram-se mais eficientesgraças a um controle microbiológico maiseficaz e o uso de leveduras de altodesempenho que produzem um teoralcoólico mais elevado no vinho.

Os aparelhos de destilação de etanolestão entre aqueles que sofreram asmudanças mais radicais. Ao invés dascolunas segmentadas com calotas, agorasão usadas colunas dotadas de válvulasou pratos perfurados. Os imensosprédios de sustentação de outroradesapareceram graças às colunas dedestilação de construção autoportante.

A concentração de vinhaça é umadas mais recentes incorporaçõestecnológicas nas destilarias.

Um capítulo a parte nessa novaconcepção de indústria é o elevado graude automatização.

Para um setor, que à exceção de unspoucos controles rudimentares,praticamente não dispunha de sistemasde instrumentação e controle éauspicioso observar a que nível chegou ograu de automatização, substituindo aexaustiva operação manual realizada emambientes agressivos pelo controlecentralizado e salas de comandoclimatizadas em que os operadorespodem tomar ciência instantaneamentede todos os parâmetros do processoprodutivo.

Certamente as indústrias do setorsucroenergético podem se orgulhar dosavanços realizados nessas últimasdécadas, o que além de proporcionaruma maior capacidade e rendimento naprodução, também logrou conseguirmuitos avanços na área ambiental. (FPM)

JornalCana acompanhou a evolução das usinas em 3 décadas

Moderna fábrica de açúcar

JC 235 7/23/2013 9:55 AM Page 101

Page 102: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013ESPECIAL 25 ANOS102

FATOS & FOTOS FATOS & FOTOS FATOS & FOTOS

1 - Anúncio da publicação veiculado no ano de 1988

2 - Tancredo Neves marca presença

na inauguração da Usina Agropéu, em 1981

3 - Pedra Fundamental Usina Alcoeste, inaugurada em 1982

4 - Josias Messias acompanha a edição impressa do JornalCana

5 - Malotes do JornalCana prontos

para serem distribuídos em 1995

Em setembro de 1993, o JornalCana, sob

nova direção, de Josias Messias, recomeça

a circular no setor sucroenergético

Josias Messias discursa na primeira

edição do Prêmio MasterCana (iniciado

como Prêmio JornalCana), em 1994

1 2

3

54

JC 235 7/23/2013 9:55 AM Page 102

Page 103: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 ESPECIAL 25 ANOS 103

FATOS & FOTOS FATOS & FOTOS FATOS & FOTOS

Josias Messias apresenta evento organizado pela ProCana Brasil

Em 1994, o primeiro Prêmio JornalCana teve presença maciça dos principais líderes

do país, Hoje, o Prêmio MasterCana, que o sucedeu, está consagrado como o maior do País

Assinatura contrato entre Vale do

Rosário e CPFL em 2000: JC

presente em todos os momentos

importantes do setor

Carlos Lyra recebe Prêmio

MasterCana, em 2001

Ministro Marcus Vinicius Pratini de Moraes é premiado em 1999Exemplares do JornalCana em 1997

Uma das equipes do JornalCana, reunida em feira

sucronergética. O JornalCana é a única publicação a participar

ininterruptamente da Fenasucro desde sua primeira edição.

JC 235 7/23/2013 9:55 AM Page 103

Page 104: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013ESPECIAL 25 ANOS104

FATOS & FOTOS FATOS & FOTOS FATOS & FOTOS

Em 2010, o então

presidente Luiz

Inácio Lula da

Silva elogiou

publicamente o

JornalCana e fez

questão de ser

fotografado

folheando-o, ao

lado do hoje

coordenador de

redação,

Alessandro Reis

Fábio Soares Rodrigues, hoje gerente de operações da

ProCana Brasil, iniciou sua trajetória no segmento em 1997

Em 2001, o Prêmio MasterCana Brasil lotou a

casa de eventos Olímpia em São Paulo, capital

Dois dos empresários mais emblemáticos do

segmento: Antonio Toniello Filho e Maurilio Biagi Filho

Nomes como Rubens Ometto e José Pessoa

foram contemplados pelo MasterCana, em 2001

O JornalCana viaja há 25 anos a todos os lugares

do país onde o assunto é cana e seus derivados

JC 235 7/23/2013 9:55 AM Page 104

Page 105: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:55 AM Page 105

Page 106: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013ESPECIAL 25 ANOS106

JornalCana ajudou lavoura de cana a evoluir Publicação faz registrofiel do trabalho deengenheiros e técnicos

As questões e recomendações feitas pelos agrônomose técnicos do setor para a otimização dos passos emrelação a essa mecanização acelerada também foram ofoco de vários artigos nos últimos anos, levantandoquestões a respeito da adaptação dos talhões,compactação do solo e a necessidade de variedades maisadaptadas a essa modalidade de colheita.

O trabalho de instituições como a Ridesa e o IAC,assim como o de empresas como o CTC e a Canavialis notrabalho de melhoramento com o intuito de ofereceremaos produtores variedades mais apropriadas àmecanização, mas também às necessidades específicas dasnovas fronteiras agrícolas, como a Região Centro-Oeste,tem sido registradas ano a ano nas páginas da ProCanaBrasil e seus veículos.

Outro aspecto sempre lembrado nas páginas daProCana Brasil, foi o aumento da preocupação com aprodutividade, através da aplicação de micronutrientes,como na adubação foliar, em complemento aos sistemasclássicos de fertilização do solo baseados em nitrogênio,fósforo e potássio.

O manejo da cultura através de reguladores decrescimento e bioestimulantes também foi outra dasevoluções ocorridas nos últimos anos, pois através dessastécnicas foi possível na prática estender o período de safra,antecipando-se um mês o início da safra e postergando-sepor dois meses seu término, proporcionando à indústriaum incremento na capacidade de produção considerando-se o mesmo parque de equipamentos instalados. (FPM)

FULVIO PINHEIRO MACHADO, DE SÃO CARLOS, SP

CONSULTOR DO JORNALCANA

A lavoura canavieira é a base damoderna indústria sucroenergética. Acana-de-açúcar como matéria-prima temmostrado sua versatilidade ao longo dostempos, sendo a base dessa indústria.

Nos últimos 25 anos, a ProCanaBrasil e todos os seus instrumentos de divulgação dedicaramuma especial atenção ao informar seus leitores a respeito dacontínua evolução que essa cultura tem sofrido.

Quer na cobertura de eventos técnicos, palestras detécnicos e fabricantes de máquinas e implementos, as

páginas da ProCana Brasil sempre estiveram abertas adivulgar tudo o que de novo tem surgido na lavouracanavieira.

Um dos exemplos é o acompanhamento passo a passode toda a verdadeira revolução que tem sido a transiçãoentre a colheita manual e a crescente mecanização, queagora não abrange somente a colheita, mas também oplantio.

Em suas páginas a ProCana Brasil tem focalizado osavanços existentes desde as primeiras colhedoras aentrarem em operação no país, até os mais recentesesforços de treinamento de operadores a partir demodernas estações de simulação disponibilizadas pelosfabricantes de máquinas.

JC 235 7/23/2013 9:55 AM Page 106

Page 107: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 ESPECIAL 25 ANOS 107

JornalCana foi arauto de novas

técnicas, como a da irrigação

Logística recebeu atençãoespecial nas páginas do jornal

Uma vez colhida no campo, a cana-de-açúcarnecessita ser transportada para a indústria. Com oaumento da capacidade das indústrias, onde muitashoje superam os 3.000.000 milhões de toneladas decana por safra, e várias chegam ao patamar de7.000.000 de toneladas de cana projetadas, asnecessidades de logística também se ampliaramconsideravelmente.

A ProCana Brasil tem registrado os avanços nessesetor, que de caminhões com fueiros, hoje coisas dopassado, o transporte atualmente se faz por comboiosde alta capacidade, em carrocerias especialmentedesenvolvidas para essa finalidade, transportando canapicada.

Para isso houve um intenso desenvolvimento deveículos que pudessem recolher cana colhida pelasmáquinas e descarregar nas carrocerias de transporteaté as usinas, sem causar compactação, o que acabariapor afetar a produtividade da lavoura.

Com a maior densidade de carga, os fabricantes decaminhões tem se empenhado em produzir veículosmais possantes, dotados de vários melhoramentos comomarchas automáticas, capazes de tracionar cargas maiselevadas e assim reduzir o custo por quilometro rodado.

Importante também tem sido a adoção de sistemasde gerenciamento de frota, baseados em computadoresde bordo, que permitem um controle mais eficaz detodos os recursos de mecanização e logísticadisponíveis.

Esse é um pequeno painel de toda a evolução emudanças pelas quais tem passado a lavouracanavieira, que muito nos orgulha ter acompanhado eatravés da ProCana Brasil e de seus veículosinformativos. (FPM)

Nesses últimos 25 anos o surgimento ea adoção de novas técnicas de irrigação efertirrigação visando quer o aproveitamentoda vinhaça, como a aplicação de defensivose fertilizantes também influíramdecisivamente no aumento daprodutividade, principalmente nas novas fronteiras agrícolas queanteriormente eram áreas de pastagem e necessitam de cuidadosespeciais no que se refere a deficiência hídrica.

Informando e acompanhando a evolução dessas novastécnicas, a ProCana Brasil trouxe em suas páginas os

equipamentos propostos pelos diversos fabricantes e osresultados obtidos com a adoção de técnicas como a aspersão,pivô central e gotejamento, que tem se tornado cada vez maiscomuns nos últimos anos.

Os resultados trazidos por essas técnicas de irrigação têmproporcionado um significativo aumento de produtividade porárea, que em muitos casos ultrapassa a casa dos 100%, trazendoum saldo positivo não só em produtividade, mas também emlongevidade dos canaviais, fator fundamental para a redução decustos, uma vez que uma parte substancial dos gastos com alavoura se deve a renovação do canavial. (FPM)

JC 235 7/23/2013 9:55 AM Page 107

Page 108: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013ESPECIAL 25 ANOS108

TIME ENTROSADOEsta é a equipe atual da ProCana Brasil. Um time eficiente e dedicado, sem distinção de posição:

1 – Walter Junior

2 - Josias Messias

3 - Sandro Vitório

4 - Chimene Costa

5 - Rosemeire Messias

6 - Gilmar Messias

7 - Michelle Freitas

8 - Vinícius Batarra

9 - Jaqueline Cantarelli

10 - Willian Rodrigues

11 - Mayline Kim

12 - Luiz Montanini

13 - Regina Ushicawa

14 - Abel Martin

15 - André Ricci

16 - Gustavo Santoro

17 - Leila Luchesi

18 - Thaís Rodrigues

19 - Fábio Rodrigues 20 21 22 23 2524

COMPLETAM A EQUIPE

20 - Adriana Ribeiro

21 - Asael Cosentino

22 - Matheus Giaculi

23 - Renata Macena

24 - Andréia Moreno

25 - Fulvio Machado

JC 235 7/23/2013 9:55 AM Page 108

Page 109: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:55 AM Page 109

Page 110: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES110

Nitrogênio de liberação gradativa prevê aumento da produtividade e economia Para substituir ou complementar a

adubação convencional de Nitrogênio,uma das alternativas que vem sendo cadavez mais utilizada por produtores de cana-de-açúcar são as formulações queproporcionam a liberação gradativa donutriente. São compostos que suprem asdemandas nutricionais específicas quandoa planta realmente necessita ou quandooutras fontes de Nitrogênio são de difícilaplicação.

Neste sentido, a tecnologia Coron éuma das que melhor tem atendido àsexpectativas e exigências dos agricultoresbrasileiros com eficiência. O produto trazvantagens como a liberação gradativa deNitrogênio na planta por um período de 3a 10 semanas. Possui ainda o efeito únicode molhamento, que resiste à cristalizaçãona folha, o que melhora a absorção dosnutrientes. Produtos convencionais secammais rapidamente na folha, dificultando aabsorção de nutrientes e podendo causarfitotoxicidade.

O composto líquido tem seapresentado como uma das melhores evantajosas alternativas para fornecimentode Nitrogênio para cana-de-açúcar alémde outras culturas como milho, trigo,algodão, soja, café, legumes e frutas.Pesquisas recentes mostraram que Corontem apresentado resultados interessantesquando utilizado na substituição da Ureiaem busca de ganhos de produção e

redução de custos com fertilizantes.O produto foi desenvolvido com uma

tecnologia que permite a fácil aplicaçãovia folha e sua composição evita perdaspor volatilização e lixiviação. A linhaCoron é a única do mercado quedisponibiliza formulações diversificadas,inclusive com Boro nas composições. No

Brasil, Coron é comercializado pelaempresa Nutriceler, com sede em Itapeva,SP.

A solução possui PH quase neutro epode ser estocada por mais de 18 meses,mantendo a estabilidade do produto.Pesquisas comprovaram também que oproduto possui excepcional absorção e

translocação nas plantas, proporcionasegurança para a cultura e equipamentos,além de possuir excelente compatibilidadecom outros produtos.

Nutriceler15 3524.9494www.nutriceler.com.br

A ParkitsVedações Hidráulicase Pneumáticas Ltdainiciou suas atividadesem 2002 na cidade dePiracicaba, SP,importante poloestadualsucroalcooleiro enacional debiocombustíveis e seconsolidounacionalmente nestesetor, alcançando em2010 a distinçãocertificada pela ParkerHannifin como:“Distribuidor ClassePremier” para kits e componentes devedação.

Em 2007 a Parkits instalou uma filialna cidade de Ribeirão Preto, SP,ampliando sua penetração junto aomercado sucroenergético e fortalecendo-senos demais segmentos.

A Parkits através de sua parceria coma Parker Hannifin que é líder mundial nafabricação de componentes destinados aomercado de controle do movimento,repassa a seus clientes os produtoscertificados ISO/TS 16949:2002 quepropicia a garantia dos requisitos

específicos dos clientes em todos osprocessos internos, fornecendo produtoscom qualidade e confiabilidade.

A política Parkits não está baseada emofertar somente um produto de altaqualidade mas também dispor ao clienteum tratamento informal e acessível de umaequipe de engenheiros e técnicos altamentequalificados e credenciados para criar epropor sempre a melhor opção.

Parkits19 3421.8485www.parkits.com.br

Com mais de 30 anos de experiência, aGermek Equipamentos investe em altatecnologia aplicada à agricultura fabricandoe comercializando motobombas para usoagrícola e sucroalcooleiro priorizando aqualidade e confiabilidade de nossosequipamentos. Informa que oferecesoluções completas, desenvolvendo projetospersonalizados e dimensionados para o seunegócio, com motores estacionáriosmovidos a diesel até 700 cv ou etanol,bombas fabricadas nos mais diversosmateriais para qualquer aplicação, sejaágua, vinhaça e efluentes. Estes conjuntospodem ser montados sobre carreta ou embase fixa e são dotados de sistema deparada automática para proteção do motore partes móveis conforme NR12.

Os grupos geradores, utilizados comofonte alternativa de geração de energia paradiversos setores da economia sãonecessários em situações que requeiramenergia ininterrupta ou quando há grandedemanda nos horários de pico paraaplicação na agricultura (pivot, granjas, etc.)e aplicações industriais. Estes compostospor motores estacionários movidos a dieselou biogás (Volvo-Penta, MTU-Mercedes,Scania ou MWM) acoplado a gerador WEGou Bambozzi, montados sobre base de vigalaminada, ou carenados, para reduçãosignificativa de ruídos.

Germek19 3682.7070www.germek.com.br

Parkits se destaca na fabricaçãode componentes de vedação

Pulverização aérea da tecnologia Coron

Vedações hidráulicas e pneumáticas

Motobomba produzida pela Germek

Germek fabrica e comercializamotobombas agrícolas para setor

JC 235 7/23/2013 9:55 AM Page 110

Page 111: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 111

A colheita mecanizada avança apassos largos na indústriasucroenergética, graças ao intensodesenvolvimento de máquinasapropriadas para esse tipo de trabalho.

Quando comparadas aos outros tiposde colhedeiras, como por exemplo as degrãos, fica fácil perceber que na lavourade cana as máquinas estão sujeitas acondições muito mais severas, em umambiente particularmente agressivo.

Assim é normal que as máquinassubmetidas a essas condições apresentamum desgaste mais pronunciado em suaspartes vitais, como facas e discos de corte.

Prolongar o uso das colhedeiras semse fazer a devida manutenção causaperdas irremediáveis na soqueira pelocorte mal feito, trazendo sempre o riscode ser porta de entrada para doenças quepor fim afetam a produtividade docanavial.

O Grupo Duraface, empresa sediadaem Araras-SP, atua a quase 20 anosfornecendo uma linha completa decomponentes de reposição para asdiversas marcas de colhedeiras de cana.

Esses produtos conquistaram um lugar de destaque no mercado,graças a uma política dedesenvolvimento voltada para absorção

de tecnologia e ensaios de campo.São facas de corte de base,

despontadoras, picadoras, pás deventilação, discos de corte de base,componentes diversos e peças estruturaiscomo os rolos divisores.

Complementando sua linha deprodução, o Grupo Duraface dispõe deuma estrutura de comercialização,denominada Duraparts, que forneceitens hidráulicos, elétricos, usinados,vedações, transmissão e filtros.

Além de sua matriz em Araras-SP, oGrupo Duraface está presente tambémna cidade de Araçatuba, outroimportante polo sucroenegético. Aempresa também atua no exterior comuma unidade situada em Brisbane naAustrália desde 2010.

O Grupo Duraface tambémparticipou como expositor do 28ºCongresso do ISSCT – InternationalSociety of Sugar Cane Technologists, quefoi realizado nos dias 24 a 27 de junhopassado, nas dependências doTransamérica Expo Center em SãoPaulo, SP.

Duraface19 3547-3539www.duraface.com.br

Grupo Duraface mantém a

eficiência das colhedoras

João Zangrandi, presidente da empresa

JC 235 7/23/2013 9:55 AM Page 111

Page 112: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES112

A Centerquímica atuahá mais de 27 anos nos maisdiversos segmentosindustriais, fabricando edistribuindo produtosquímicos, sempre buscandonovas tecnologias.

Com aplicações jádesenvolvidas em váriasusinas do Nordeste, Goiás eMato Grosso do Sul. Aempresa apresenta agora paraas demais regiões um novoconceito em assepsia demoenda. Trata-se do sistemaTurmix. Um programa deredução da contaminaçãomicrobiológica na moenda. Osistema atua através de conceitos como:trabalhar de forma efetiva na redução dacontaminação microbiológica da moenda,reduzindo as perdas provenientes decontaminação bacteriana; reduzir custos cominsumos, principalmente antibióticos nafermentação e aumentar a eficiência de todoprocesso; aplicação diferenciada debactericidas e bacteriostáticos, através deaplicadores industriais de alta pressãofornecida em comodato.

A Centerquímica explica que paraaplicar o sistema Turmix é primeiramente

necessário o uso do Biosept, que é umbactericida que atua removendo o biofilme eeliminando instantaneamente as bactérias.O segundo passo é a limpeza da moendacom água fria. Concluindo o processo, oBAC CEN 510, que é bacteriostático evitanova formação do biofilme.

Centerquímica18 3631.1313www.centerquimica.com

Os sensores dedetecção de nível ChuteDonnelly foramdesenvolvidos e sãoproduzidos por diversosfornecedores, há 20 anos.

Mas todos os queoperam na moendasabem o quanto estessensores falham,desajustam facilmente,têm medições falsas,altera sensibilidade comumidade ou embebição,queimam, entram água,ou seja, eles necessitamde reajustes constantes,reparos ou substituição.

Sendo assim, por serem projetados há20 anos, já não atendem as necessidadesatuais de medição.

A Authomathika investiu edesenvolveu uma solução simples eatualizada, que atende as característicasnecessárias de medição do nível pontual doChute Donnelly.

É o SLV-1A, com tecnologiamicroprocessada, utilizando a mesmatecnologia dos touchscreen utilizada nastabuletas eletrônicas.

O SLV-1A substitui sensores de nível

do Chute Donnelly antigo de qualquermarca, sem mexer com a fiação,alimentação ou acoplamento mecânico; foiprojetado para este fim. Possui ajustes delag e sensibilidade, tecnologia moderna detransferência de carga "modulação OFDM"e o sistema mecânico permite instalaçãoexterna ou interna no Donnelly semalterações mecânicas..

Authomathika16 3513.4000www.authomathika.com.br

Authomathika investe em novossensores para nível Chute Donnelly

Centerquímica lança

sistema Turmix

Fotos tiradas em usinas

que já utilizam o sistema Turmix

Sensor SLV-1A, produzido pela Authomthika

JC 235 7/23/2013 9:56 AM Page 112

Page 113: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013 NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES 113

A Century do Brasil possui uma grande linha debombas centrífugas, visando atender as diversas situaçõesque surgem nos processos produtivos e também em futurasampliações quando estas são necessárias.

Sendo uma referência mundial em bombeamento defluídos com sólidos sem necessidade de selos mecânicos,dispensando o gotejamento e injeção de água no caso degaxetas, está consolidada no setor como as melhores bombaspara moenda, lodo, mel e todos os fluídos com altasconcentrações de brix.

Confeccionadas com materiais de altíssima qualidade,com matérias-primas certificadas, as bombas Centurysempre se destacaram das demais do mercado, pois suadurabilidade sempre superou as expectativas de seusclientes, possibilitando o aperfeiçoamento à produtividadedevido a baixa manutenção que o produto oferece.

O departamento técnico está em constanteaperfeiçoamento, recebendo treinamentos e cursosespecíficos, para estar sempre atualizado em relação àsnovas tecnologias.

“Estamos completamente satisfeitos com as bombasCentury que adquirimos. Atendem muito bem a todas asnecessidades da nossa usina. O seu sistema de gaxeta está deparabéns e o rotor com aletas na parte traseira diminuisubstancialmente a pressão na gaxeta contribuindo para adurabilidade. Utilizamos as bombas de rotor aberto daCentury sem tanquinho em todos os ternos”, afirma JoséFelício Filho, encarregado de manutenção da DianaDestilaria de Álcool.

De acordo com o profissional, as bombas Centuryduram muito mais do que as da concorrência. Recentementefoi adquirida mais uma bomba, que aguarda instalação e

estamos ansiosos para vê-la em funcionamento. Nossa metaé utilizar bombas da marca Century em todas as aplicações.

Em 2013, a Century do Brasil lançou sua divisão deengenharia, fabricação e manutenção em pontes rolantes de1 a 100 toneladas, com experiência de profissionais

renomados no setor.

Century11 2943.0688www.centurydobrasil.com.br

Century do Brasil cria divisão de engenharia

em pontes rolantes e talhas elétricas

JC 235 7/23/2013 9:56 AM Page 113

Page 114: JornalCana 235 (Agosto/2013)

Agosto/2013NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES114

Cliente VLC há 16 anos, a UsinaSanta Isabel adquiriu recentementemais um filtro de lodo da linha deequipamentos da empresa. Satisfeitoscom a qualidade dos filtros VLC e dosserviços prestados, o primeiro filtro foientregue em fevereiro de 2012 e osegundo equipamento chegou à usinaem abril deste ano.

Segundo o Sr. Augusto AntônioOlione, gerente industrial da UsinaSanta Isabel em Novo Horizonte, SP, aVLC conquistou a confiança daempresa há anos. “Há 16 anosadquirimos um dos primeiros filtrosrotativos fabricados pela VLC e desdeentão nos tornamos parceiros, emrazão do seu eficiente fornecimento deserviços e peças de reposição para osequipamentos”, conta o gerente.

Perguntado sobre os motivos queo levaram a adquirir os filtros VLC,Olione explica: ‘’Com a colheitamecanizada já não é mais comum lavara cana antes da moagem. Com issoalgumas impurezas minerais (areia epedra) e também vegetais (folhas)acabam participando do caldonecessário para produção de açúcar ouetanol. Com a adição dessas impurezaso processo para filtração do caldo comfiltro rotativo (presente na maioria das

usinas) deixou de ter a mesmaeficiência, pois a presença de maisareia e pedra fez a operação do filtrorotativo se tornar mais trabalhosa. Asimpurezas costumam encher a caixa desedimentação com maior rapidezmesmo com o agitador em movimentopara facilitar a sucção da solução,neste caso já denominado “lodo” naparede do filtro rotativo.

Uma das vantagens do Filtro deLodo da VLC é a alimentação naesteira por gravidade com distribuiçãouniforme da solução a ser filtrada,evitando paradas para limpeza do lodoconcentrado na caixa de sedimentaçãodo antigo filtro rotativo. Também épossível recuperar mais açúcar (POL)deste lodo na esteira com processos deretrolavagem. Outra razão importanteé a maior vida útil da tela filtrantedurante as safras, pois não háprensagem mecânica para extração docaldo, etapa comum em filtrosprensa’’.

Confiante da competência VLC,Olione afirma que está satisfeito com aparceria e indica a empresa e produtos.

VLC19 3872-1220www.vlc.com.br

Usina Santa Isabel

compra 2º filtro

de lodo da VLC

A Tubos Ipiranga, distribuidora detubos de aço e conexões do país efabricante de tubos de grandes diâmetros ede trefilados, tem investido em ampliaçõesde filiais e estoques de materiais, atingindoa cifra de R$ 25 milhões.

De acordo com o CEO, AlexandrePlassa, a estrutura está baseada em 80% nadistribuição de produtos de grandesempresas e 20% na produção de tubos degrande diâmetro, tubos trefilados e peçasna unidade de São Bernardo, SP. “Nossoobjetivo é aumentar a participação nasáreas de petróleo, gás, mineração,siderurgia, sucroenergético e saneamento.Renovamos parte do maquinário econsolidamos a cadeia de distribuição empontos estratégicos do mercado brasileiro.Hoje, a Tubos comercializa mais de seis miltoneladas/mês. Com toda esta mudança,pretendemos chegar a 80 miltoneladas/ano Acreditamos em nossopotencial e no crescimento da economia

brasileira”, complementa Alexandre. Das oito filiais, a de Sertãozinho, SP,

agora com 48 mil m² de área e 7 mil deconstrução, recebeu R$ 8 milhões paraampliar sua capacidade. “Iniciamos nossasatividades nesta unidade (hoje filial). Alocalização foi muito bem-sucedidaprincipalmente para atender o polosucroalcooleiro localizado nesta região. Aempresa está onde o cliente está. Buscamosotimizar o nosso trabalho e do clientetambém”, ressalta Alexandre.

Localizada na cidade de RibeirãoPires, grande ABC, a Tubos é composta deoito filiais localizadas em: Sertãozinho (SP);Americana (SP); Belo Horizonte (MG);Cachoeirinha (RS); Recife (PE); Salvador(BA); Rio de Janeiro e uma unidade fabrilem São Bernardo do Campo (SP).

Tubos Ipiranga16 3946-4410www.tubosipiranga.com.br

Empresa investe R$ 25 milhões emnovas filiais e ampliação de estoques

Prédio da Tubos Ipiranga em Sertãozinho, SP

JC 235 7/23/2013 9:56 AM Page 114

Page 115: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:56 AM Page 115

Page 116: JornalCana 235 (Agosto/2013)

JC 235 7/23/2013 9:56 AM Page 116