Jornal SITRAEMG Ed.11

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Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais Ano I - Edição 11 Tiragem: 5.700 07 de Jun ho de 2 010 Servidores dão seu recado sobre a greve em Minas Gerais Página 4 e 5 Confira como anda o movimento pelo resto do Brasil Página 3 Artistas da categoria animam as lutas pelo PCS Página 7 De olho no calendário Greve cresce e toma a capital e as cidades do interior mineiro. A pressão dos servidores está empurrando as negociações pela aprovação do PL 6613/09, mas a mobilização e a adesão ao movimento paredista ainda precisa crescer mais, pois já está claro que somente a união da categoria pode tornar o PCS realidade. MINAS PARADA PELO PCS PRÓXIMA SEMANA Veja a programação da próxima semana da mobilização dos servi- dores pela aprovação do PL 6613/09, sempre a partir das 13h: Segunda-feira, 7 de junho: concentração em frente ao TRT da Rua Mato Grosso, 468, no Barro Preto - informes sobre a greve e chamamento dos servidores da casa para participar. Terça-feira, 8 de junho: concentração em frente ao TRE da Ave- nida Prudente de Morais, 100, na Cidade Jardim - informes sobre a greve e chamamento dos servidores da casa para participar. Quarta-feira, 9 de junho: concentração em frente à Justiça Federal, na Avenida Álvares Cabral, 1805, no Santo Agostinho - informes sobre a greve e chamamento dos servidores da casa para participar. Quinta-feira, 10 de junho: concentração novamente em frente ao TRT da Rua Mato Grosso, 468, e saída em passeata até o prédio do TRT na Rua Goitacazes, 1475, ambos no Barro Preto - informes sobre a greve e chamamento dos servidores da casa para participar. Sexta-feira, 11 de junho: concentração em frente ao TRT, desta vez na Avenida Getúlio Vargas, 225, bairro Funcionários - informes sobre a greve e chamamento dos servidores da casa para partici- par. PROGRAMAÇÃO NACIONAL 08 de junho - Um mês de greve – Ato Nacional em Brasília, para marcar um mês de greve pela aprovação da revisão salarial. 09 de junho – Trabalho de corpo a corpo na Câmara dos Depu- tados.

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Sindicato dos Trabalhadores do Poder

Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais

Ano I - Edição 11Tiragem: 5.700

07 de Junho de 2010

Servidores dão seu recado sobre a greve em Minas

GeraisPágina 4 e 5

Confira como anda o movimento pelo resto do

BrasilPágina 3

Artistas da categoria animam as lutas pelo

PCSPágina 7

De olho no calendário

Greve cresce e toma a capital e as cidades do interior mineiro. A pressão dos servidores está empurrando as negociações pela aprovação do PL 6613/09, mas a mobilização e a adesão ao movimento paredista ainda

precisa crescer mais, pois já está claro que somente a união da categoria pode tornar o PCS realidade.

MINAS PARADA PELO PCS

PróxIMA SEMAnAVeja a programação da próxima semana da mobilização dos servi-dores pela aprovação do PL 6613/09, sempre a partir das 13h:

Segunda-feira, 7 de junho: concentração em frente ao TRT da Rua Mato Grosso, 468, no Barro Preto - informes sobre a greve e chamamento dos servidores da casa para participar.

Terça-feira, 8 de junho: concentração em frente ao TRE da Ave-nida Prudente de Morais, 100, na Cidade Jardim - informes sobre a greve e chamamento dos servidores da casa para participar.

Quarta-feira, 9 de junho: concentração em frente à Justiça Federal, na Avenida Álvares Cabral, 1805, no Santo Agostinho - informes sobre a greve e chamamento dos servidores da casa para participar.

Quinta-feira, 10 de junho: concentração novamente em frente ao TRT da Rua Mato Grosso, 468, e saída em passeata até o prédio do TRT na Rua Goitacazes, 1475, ambos no Barro Preto - informes sobre a greve e chamamento dos servidores da casa para participar.

Sexta-feira, 11 de junho: concentração em frente ao TRT, desta vez na Avenida Getúlio Vargas, 225, bairro Funcionários - informes sobre a greve e chamamento dos servidores da casa para partici-par.

ProGrAMAção nAcIonAl08 de junho - Um mês de greve – Ato Nacional em Brasília, para marcar um mês de greve pela aprovação da revisão salarial.

09 de junho – Trabalho de corpo a corpo na Câmara dos Depu-tados.

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2Ano I - EDIção 11

JORNAL DO SITRAEMG JORNAL DO SITRAEMG

OPINIÃO DO SITRAEMGAos que estão em greve, parabéns; aos que não estão, juntem-se a nós

A greve dos servidores do Judi-ciário Federal caminha para um momento que pode ser decisivo. Com o movimento ainda dando nítidos sinais de que tem fôlego e espaço para crescer – não houve uma semana em que não ganhas-se a adesão de novos setores em Minas ou de novos estados, no país -, as negociações caminham para embates que podem definir o futuro dessa campanha.

Paralelamente a isso, tendem a aumentar as pressões por toda parte. O governo busca enfraquecer os servidores jogan-do com o tempo – que sabe que não temos -, buscando cerceamentos judi-ciais e tentando nos dividir.

A cúpula do Judiciário, por sua vez, não apenas revela-se lenta nesse processo, como, em alguns setores, também age para reprimir o movimento. Correndo por fora, temos deputados que se recusam a dar continuidade ao processo legislativo por conta de compromissos políticos e eleito-rais.

O governo que está aí tem experiência de sobra em campa-nhas salariais. Sabe apostar no

desgaste. Pois é nesse momento que nossa participação na greve – que em Minas está firme e nas ruas – assume peculiar impor-tância. Nessa queda-de-braço, entramos naquela fase em que quem piscar olho pode perder a briga. Manter e fortalecer a greve mesmo diante de novas investi-das contra esse legítimo movi-mento pode ser a ‘chave’ para a vitória.

Parabéns aos colegas que estão nessa luta. Mas ainda há tempo

para quem ainda não está fazendo a sua parte.

A greve é um direito. Está pre-visto até mesmo na Constituição. O STF reconheceu

isso. Mais do que um direito, é um dever nesse momento. Sabe-mos que, como quase tudo na vida, envolve riscos.

Mas será que, diante do risco e da ameaça, o melhor é calar? Será que se assim tivéssemos agi-do ao longo dos últimos 15 anos teríamos conquistado o PCS-1, em 1996, o PCS-2, em 2002, e o PCS-3, em 2006?

Sabemos que não. Essa luta é de todos. Entremos todos nela. E a greve continua.

A luta contra o con-gelamento salarial entra em momento

decisivo

SITrAEMG - Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais •Endereço Rua Euclides da Cunha, 14 - Prado - Belo Horizonte - MG - CEP: 30410-010 •Telefones (31)

4501-1500 ou 0800.283.4302 •Site www.sitraemg.org.br •Diretoria colegiada Alexandre Brandi, Alexandre Magnus, Célio Izidoro, Etur

Zehuri, Eva do Nascimento, Fernando Neves, Gilda Falconi, Luiz Fernando, Mário Alves, Mauro Sales, Sebastião Edmar •Edição e reportagens Gil Carlos Dias - Mtb 01759, Janaina Rochido - Mtb 13878 e Hélcio Duarte Filho - Mtb JP16379RJ •Projeto Gráfico/

Editoração Flávio Faustino

ExPEDIEnTE

DINHEIRO TEM

Aumento de 0,75% nos juros fará governo pagar‘3 PCSs’ a mais a bancos

Elevação na taxa Selic acarretará gasto extra com banqueiros equivalente a

duas ou três revisões do PCS

O recente aumento de 0,75% na taxa Selic levará a União a um gasto extra com juros das dívi-das públicas de pelo menos mais R$ 14 bilhões ao ano, valor sufi-ciente para pagar de dois a três ‘PCS’s’ dos servidores do Judi-ciário Federal, a depender dos parâmetros usados.

A projeção é do economista Washington Lima, que assesso-ra o SITRAEMG. A taxa Selic, majorada pelo Banco Central para 9,5% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária, é parâmetro para remuneração dos títulos das dívidas públicas.

Esse montante refere-se ape-nas aos juros decorrentes dos 0,75% de aumento na taxa, já que a despesa total com os 9,5% fica na casa dos R$ 185 bilhões ao ano.

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, ataca o projeto de revisão do PCS acusando-o de ser caro e não haver recur-sos para aplicá-lo. O rombo nas contas públicas decorrente ape-nas da elevação da taxa bási-ca de juros em 0,75%, porém, contrasta com esse discurso. “O argumento do governo, de que não há orçamento para conceder reajustes à categoria, é balela”, afirma Antônio Melquíades, o Melqui, dirigente da federação nacional.

Ele relata ainda que a direção geral do Supremo Tribunal Fede-ral teria em mãos um estudo que contesta o impacto do projeto divulgado pelo Planejamento, na casa dos R$ 7 bilhões, valor que estaria superestimado.

Nas contas dos Recursos Humanos do STF, o montante total não chegaria a R$ 5 bilhões, valor quase três vezes inferior às despesas extras que o governo

terá com os banqueiros só por conta do aumento da taxa Selic.

‘É uma opção, não precisava ser assim’

Ao apontar o custo para os cofres públicos dessa majoração nos juros, o economista afir-ma que ela é uma opção políti-ca do governo, que a justifica com o suposto objetivo de con-ter a inflação. A lógica oficial é a seguinte: com o aumento da taxa de juros, mais dinheiro sai do setor produtivo e vai para o setor financeiro, isso segura o crescimento econômico e, con-sequentemente, a inflação.

Para Washington, no entanto, essa equação leva a um círculo vicioso que beneficia banqueiros e ignora os interesses populares. “O problema é que a inflação é causada não por conta de um consumo muito alto, mas porque o governo não investe no setor produtivo”, afirma. “No fundo, é uma maneira de dar mais dinhei-ro para os bancos e alimentar a fome dos especuladores. O Bra-sil possui as taxa de juros mais altas do mundo. É uma opção, não precisava ser assim, ele poderia usar esse dinheiro [R$ 14 bilhões] na produção”, diz.

O economista ressalta a importância de expor e discutir esses números, sistematicamente ignorados pelos meios de comu-nicação comerciais, ao contrário do ‘escândalo’ feito em torno de possíveis reajustes salariais.

A discrepância dos números fica maior se a comparação for feita não com o plano integral, mas apenas com os valores refe-rentes a uma eventual aprovação do projeto de revisão, por exem-plo, em junho. “Neste caso, o

custo [do PCS] esse ano seria a metade”, diz. Ou de quatro a seis vezes menos do que os R$ 14 bilhões extras que o país perderá para os banqueiros só por conta do aumento aprovado pelo pre-

sidente do Banco Central, Hen-rique Meirelles, e ‘sancionado’ pelo presidente Lula.

Por Hélcio Duarte Filho, jornalista do Luta Fenajufe, especial para o SITRAEMG

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3JORNAL DO SITRAEMGAno I - EDIção 11

DIA DE PROTESTOS

Greve obtém do STF promessa de defesa do PCS em dia de ‘apagão’ no Judiciário

Negociações acontecem em Brasília e servidores são informados de que Peluso descartou a posição do Planejamento de submeter o PCS ao CNJ

Respaldado por 23 estados em greve e mais de duas deze-nas de atos pelo país no dia do “apagão” no Judiciário Federal, o Comando Nacional de Gre-ve obteve da direção do STF o compromisso de defesa do pro-jeto do PCS-4 sem alterações em seu conteúdo. Recebeu ain-da a informação de que o STF já teria uma contraproposta orçamentária para apresentar ao Ministério do Planejamen-to.

Em um dia marcado por manifestações em Brasília e em pelo menos outros 18 esta-dos, dentre eles Minas Gerais, os servidores foram recebidos pelo diretor-geral do Supremo, Alcides Diniz, e pelo secretário de Recursos Humanos, Ama-rildo Vieira de Oliveira, ao final da tarde do dia 1º de junho.

A greve nacional dos servidores do Judiciário Federal segue cres-cendo. Na sexta-feira (4), já atingia 23 estados do país. E a perspectiva é de que ganhe mais adesões nes-ta semana, já que os servidores do Espírito Santo e de Goiás decidi-ram aderir ao movimento a partir dos dias 7 e 8 de junho, respecti-vamente.

A paralisação ganhou impor-tantes adesões nos últimos dez dias. Dentre elas, a dos servidores de Brasília, que aderiram à greve no dia 25 de maio. O presidente do SITRAEMG, Alexandre Bran-di, esteve na capital federal para acompanhar a assembleia que deci-diu pela entrada na greve e para levar apoio aos colegas do Distrito Federal. “A decisão de Brasília de aderir à greve foi muito bem rece-bida pelos servidores em Minas Gerais”, disse Brandi, durante a reunião ampliada da federação nacional, ocorrida no dia 30 de maio. (HDF)

“Ele [Diniz] nos disse que essa é uma posição institucional do Poder Judiciário e que era por-tador de palavras do presiden-te Peluso”, relatou o servidor Adilson Rodrigues, da JF de Santos (SP), um dos integran-tes do Comando de Greve que participou da negociação.

Os servidores foram infor-mados ainda que o presidente do STF descartou qualquer possibilidade de o projeto (PL 6613/2009) ser remetido ao Conselho Nacional de Justiça para nova análise, contrariando o que defendera o ministro do Planejamento, Paulo Bernar-do. Ofício com essa resposta ao documento enviado pelo presi-dente da Comissão de Traba-lho da Câmara, Alex Canziani (PTB-PR), teria sido remetido àquela Casa.

Diretores-gerais discutiram projeto

Antes da negociação com o comando, os diretores-gerais dos tribunais superiores se reu-niram para tratar do PCS. A defesa do projeto como ele está teria sido reafirmada de forma consensual.

A reunião com o Planeja-mento, porém, que estava pre-vista para o mesmo dia, aca-bou não acontecendo. O mais provável, segundo o STF, era que ela ocorresse nos próximos dias.

Diante da questão orçamen-tária, apontada como problema pelo governo, os servidores vol-taram a defender o PCS ainda para 2010. “Mencionamos que a categoria está com os salários

congelados, reivindica o proje-to para este ano e vai lutar por isso”, disse Adilson, logo após deixar a reunião de negocia-ção.

O STF trabalha com uma proposta alternativa que, pro-vavelmente, prevê algum tipo de parcelamento. Mas não conteria alterações no conteú-do. A promessa de defender o PL 6613/2009 não chega a ser novidade. Afinal, o Supremo já vinha afirmando isso há algum tempo. O que torna isso rele-vante nesse momento em par-ticular, na avaliação dos servi-dores, é que a direção do STF reafirma isso em meio a uma forte pressão do governo con-tra o projeto.

Por Hélcio Duarte Filho, jornalista do Luta Fenajufe, especial para o SITRAEMG

Greve segue crescendo em todo país

Alexandre Brandi, presidente do SITRAEMG, na assembleia do Sindjus-DF, em Brasília: capital federal foi uma importante adesão, pois deu mais impulso à greve.

Valcir Rosa

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4 JORNAL DO SITRAEMGAno I - EDIção 11

JORNAL DO SITRAEMG

DIÁRIO DE UMA GREVE

Adesão em Minas já dura três semanas e cresce a cada diaEm atos públicos - e até passeata - realizados diariamente, centenas de servidores pedem “aprovação, já” do PL 6613/09 e rejeição ao PLP 549, e protestam contra o “jogo

duro” do governo para não aprovar a revisão salarial da categoriaA continuar o ânimo demons-

trado até agora, a tendência da gre-ve dos servidores públicos do Judi-ciário Federal em Minas só tende a crescer e se consolidar. Terminar, ao que parece, somente quando o Congresso Nacional aprovar e encaminhar o PL 6613/09, de revisão salarial da categoria, à san-ção do presidente da República. A primeira atividade organizada pelo SITRAEMG para a greve no esta-do, iniciada dia 12 de maio, foi um café da manhã em frente ao prédio do TRE da avenida Prudente de Morais, 100, em Belo Horizonte. E, desde o primeiro dia, houve uma adesão de cerca de 80% dos servi-dores da Justiça Eleitoral na capi-tal. Café da manhã e atos públicos, sempre no período das 13h às 14h, se repetiriam nos dois dias seguin-tes também em frente ao TRT da rua Mato Grosso e da Justiça Fede-ral, com se superando dia após dia. E ao final da primeira semana, o movimento paredista mineiro já arrebanhava adesões, só na capital, na Justiça Eleitoral e em quase duas dezenas de varas do trabalho e varas federais. Os servidores do interior (veja matéria e fotos na página 8) também foram se contagiando e parando de trabalhar.

Sempre ao som de música, feita pela banda ou por artistas da cate-goria (veja matéria e fotos na pági-na 7), os servidores chegavam, assi-navam a lista de presença da greve e pegavam seus coletes, bandeiras e

apitos para ouvir os últimos infor-mes do movimento paredista Brasil afora. Alexandre Brandi, presiden-te do SITRAEMG, tem coordena-do os atos, tendo como carro-chefe as palavras de ordem “é greve até a vitória” e “a greve á aqui no chão”, entusiasmando os trabalhadores a reforçarem os atos. O diretor jurídi-co Fernando Neves sempre enfatiza a legalidade do movimento: “a gre-ve é legal, é ordeira e o movimen-to está bonito. Não tenha medo de participar, pois o Sindicato buscou todo o respaldo para que a categoria possa exercer esse direito”, costuma dizer. Há, inclusive, uma “Cartilha da Greve” disponível no site do SITRAEMG. Para acessá-la, basta clicar no link “GREVE”, em quadro amarelo, que se encontra na coluna esquerda da página principal. Na cartilha, podem-se sanar todas as dúvidas a respeito da greve.

Em três semanas de greve, a equipe e diretores do Sindicato começam a trabalhar desde o perí-odo da manhã, montando estrutura em frente ao prédio em será reali-zado a concentração do dia. Simul-taneamente, diretores e servidores, em grupos, percorrem os locais de trabalho nos tribunais para convo-car os colegas para a greve e para os atos públicos, que muitas vezes, contam com presença de servido-res grevistas de cidades da Região Metropolitana. Outras vezes, dire-tores vão às cidades vizinhas para fazer esse trabalho de “corpo a cor- Frases da Greve

“Com essa política desse governo, só se consegue algo com mobilização social. Os colegas não precisam ter medo de partici-par”Onesio Guilhermino da Cruz, servidor da Justiça Federal – Belo Horizonte (acima)

“Minha expectativa é de que o plano [PL 6613/09] seja aprovado, mas a catego-ria deve reforçar a greve, pois só por esse caminho conseguiremos”Hebe-Del Kader Bicalho, servidor da Jus-tiça Federal e coordenador da Fenajufe – Belo Horizonte (abaixo)

“Venham para a greve, porque só com união é que a gente consegue a vitória. A greve é um ato coletivo”Vilma Oliveira, servidora do TRE – Belo Horizonte (acima)

“Só com a solidariedade conseguiremos um objetivo maior, que é o nosso PCS”Marco Aurélio Chaves, servidor do TRE – Belo Horizonte (abaixo)

po”. No último dia 26, por exem-plo, os diretores jurídico Fernando Neves e Luiz Fernando coordena-ram ato público realizado em frente ao fórum da Justiça do Trabalho de Contagem. À tarde, já estavam em Belo Horizonte, onde se juntaram ao presidente Alexandre Brandi e demais diretores no ato público rea-lizado em frente ao prédio da Justi-ça Federal. Além dos atos públicos, alternando-se entre os prédios dos três tribunais, o SITRAEMG orga-nizou também uma passeata, no dia 21, do prédio do TRE da avenida Prudente de Morais ao prédio da Justiça Federal, na avenida Álvares Cabral. Além dos habituais apita-ços, discursos, gritos de ordem e muita música, comuns nos atos, a passeata teve na linha de frente artistas circenses sustentados em pernas de pau.

Diretoria faz trabalho de corpo-a-corpo nos tribunais

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DIÁRIO DE UMA GREVE

Adesão em Minas já dura três semanas e cresce a cada diaEm atos públicos - e até passeata - realizados diariamente, centenas de servidores pedem “aprovação, já” do PL 6613/09 e rejeição ao PLP 549, e protestam contra o “jogo

duro” do governo para não aprovar a revisão salarial da categoria

.... ao TRT da Mato Grosso e da Getúlio

Vargas...'''

Fotos: Erinei Lima e Janaina Rochido

Fotos: Erinei Lima e Janaina Rochido

Frases da Greve

“Greve é sinônimo de solidariedade com os colegas de trabalho e união para formatar uma pressão junto aos parlamentares na busca da vitória”Antônio Lúcio Barbosa, servidor do TRE – Belo Horizonte (acima)

“Toda participação na greve é importan-te, seja no ato, seja no rodízio, seja inte-gralmente. Cada participação é louvável e acrescenta força ao movimento”André Bandeira, servidor do TRT – Belo Horizonte (abaixo)

“Vim aqui para dar força pois faço parte de um movimento para que o judiciário continue sendo um poder forte como sem-pre foi no Brasil”Mônica Nascimento, servidora do TRT – Sete Lagoas (acima)

“Aderi à greve de cabeça, de forma radi-cal, parando todas as minhas atividades. Percebi que ela é necessária pois as nego-ciações não estão avançando”Jair Lemos, servidor do TRE – Belo Hori-zonte (abaixo)

... e à Justiça Federal

Atos públicos, em frente ao TRE da avenida Prudente de Morais...

Passeata dos servidores, do TRE à Justiça Federal

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6 JORNAL DO SITRAEMGAno I - EDIção 11

JORNAL DO SITRAEMG

pelos dois públicos. No último ato realizado no TRT da avenida Getúlio Vargas, dia 27 de maio, inclusive, foi lida uma ata de audi-ência na 5ª VT de Contagem, na qual um advogado solicitou que constasse que ele parabeniza os servidores pela causa e declara-se “totalmente alinhado” com a rei-vindicação.

A diretoria do Sindicato, acompanhada de sua Assessoria Jurídica, levou aos presidentes das Justiças Federal, Trabalhista e Eleitoral a pauta de reivindi-cações da categoria e explicou a necessidade do movimento, dada a resistência do governo em negociar. O corte de ponto, grande preocupação da catego-ria, caso aconteça, será objeto de negociação em nível nacional - e o Sindicato, como sempre, bus-cará negociar o abono perante as administrações. O presidente do Sindicato, Alexandre Bran-di, reforça que “a greve é um ato voluntário e sempre traz riscos, que são contornáveis. O pior ris-co, no entanto, é ficar sem reajus-te”, comenta. Contudo, o servidor deve sempre ter em mente que esta é a grande oportunidade de

É GREVE

SITRAEMG vai às administrações para garantir o exercício do direito de greve dos servidores

Reuniões com as administrações dos tribunais e comunicados direcionados aos advogados e à sociedade civil levam informações sobre a greve e buscam

respaldo legal às paralisações, encorajando a adesão da categoria

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... com o presidente do TRT, desembargador Eduardo Augusto Lobato...

... e com o diretor do Foro da Seção Judiciária de Minas Gerais da Justiça Federal, juiz João Batista Ribeiro

“A greve é legal e o nosso movi-mento é ordeiro, mas é também um ato de coragem e, para aderir, o servidor deve ter isso na consci-ência”. A frase, proferida sempre pelo diretor jurídico do SITRA-EMG, Fernando Neves, durante os atos públicos realizados desde 12 de maio, dia da deflagração da greve em Minas, traduz a linha do movimento paredista no Estado. Os servidores precisam ter cora-gem de aderir ao movimento e deixar seus locais de trabalho para apoiar a luta pelo PCS. Afinal, mesmo com o Sindicato buscan-do tomar todas as providências para que a causa dos trabalhado-res não prejudique a sociedade e nem traga represálias, as greves, historicamente, nunca foram consentidas.

A mobilização tem consegui-do o reconhecimento da socieda-de civil, da classe dos advogados e das administrações, o que pro-va que a greve está funcionan-do. Foram providenciadas cartas à população e aos advogados, explicando os motivos da greve dos servidores e pedindo apoio ao pleito da categoria e os comu-nicados foram bem recebidos

O SITRAEMG buscou reuniões com o presidente do TRE, desembargador Baía Borges...

garantir um futuro mais tranquilo para si próprio e para sua família. Sem esforços isso se torna inviá-vel, pois nada acontece de “mãos beijadas”.

Há um canal aberto de interlo-cução com os Tribunais, e isso é fato. Tanto que as administrações do TRF-1 e da Seção Judiciária de Minas Gerais já declararam que reconhecem a greve dos servido-res. Em Minas, o juiz federal João Batista Ribeiro, diretor do Foro, enviou ofício ao SITRAEMG

reconhecendo o direito de greve e garantindo que ele será respei-tado. Já o presidente do TRF-1, ministro Olindo Menezes, decla-rou seu apoio publicamente, durante a cerimônia de instalação da 1ª Vara Ambiental da Justi-ça Federal no Pará, realizada no auditório da Seção Judiciária do Pará. “Não tenho ingerência dire-ta nas negociações, mas no que depender de mim, o PCS será aprovado”, garantiu Menezes.

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É GREVE

Servidores-artistas engajam-se no movimento e animam os atos

Nem só de palavras de ordem e apitaços é feito um ato público e nem uma greve. Em um movimento que, em Minas, já dura mais de 15 dias, é

fundamental um pouco de arte, para relaxar e animar os presentes

fotos: Erinei Lima e Janaina

Rochido

Henrique Rezende, do TRT

Marcelo Alvarenga, do TRT

Mundinho Rocha, do TRT

Marcelo Camargos, do TRT

Rubens Pinheiro, o Rubinho, do TRT

Banda Santarém, a “bandinha”, já

conhecida dos atos públicos da categoria

Artistas em pernas de pau foram à frente da

Grande Passeata alegrando a caminhada

Personagem Thiago Duarte

Coelho, do TRE, sempre

acompanhando de sua bicicleta

Todas as concentrações organizadas pelo SITRAEMG durante a greve têm sido assim: discursos, palavras de ordem, apitaços, mas também muita, muita música. Todos os dias, lá estão eles, com o seu violão e a garganta afiada. Rubens Pinheiro [o Rubinho], Marcelo Camar-gos, Mundinho Rocha, Marcelo Alvarenga, Henrique Rezende (todos servidores do TRT)... Sempre presentes, eles se reve-zam ao microfone para, com sua boa música, animar e, ao mesmo tempo, relaxar os centenas de exaltados colegas que compare-cem para manifestar sua indigna-ção ante a resistência do governo em relação à proposta de revisão salarial da categoria.

Os atos são abertos a todo tipo de manifestação artística. A passeata do TRE à Justiça Fede-ral, em 21 de maio, por exemplo, foi reforçada por artistas circen-ces em pernas de pau e banda de música – a Banda Santarém, aliás, já é “patrimônio” dos atos públicos realizados pelo SITRA-EMG, estando presente desde as manifestações do final de 2009. A frase “vai, bandinha!”, profe-rida pelo presidente do Sindica-to, Alexandre Brandi, entre um informe e outro, já virou marca registrada. “Música é energia para a vida, e energia é o que pre-cisaremos para encarar essa luta [pelo PCS] até a vitória”, lem-brou Rubinho em uma dessas oportunidades. E o SITRAEMG completa: arte é vigor e doação. E é disso que o movimento dos servidores do Poder Judiciário federal precisa neste momento. Participe e engaje-se na greve. PCS, já!

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É GREVE

Movimento paredista se alastra pelo interior e com grandes manifestações

Reforçando que Minas não foge à luta, cidades do interior aderem à greve e ajudam na conquista do PCS

Servidores de diversas cidades do interior aderiram à greve logo no primeiro dia, 12 de maio. Influenciados por essa atitude corajosa, colegas de outras cidades começaram a se reunir, discutir e, aos poucos, também decidiram mergulhar no movimento. Em outras localidades, essa decisão demorou um pouco mais, com a realização, primeiro, de reuniões, para-lisações e atos públicos. Porém, quando decidiram aderir, entraram com força total e contagiaram o ânimo de quem já estava ou acabou decidin-do entrar em greve. Nesse ritmo, agora já são dezenas de cidades em greve. Entre elas, Araxá, Uber-lândia, Monte Azul, Contagem, Sete Lagoas, Barbacena, Juiz de Fora, Diamantina, Montes Claros, Pium-í, Tombos, Uberaba, Teófilo Otoni, Rio Piracicaba, Poços de Caldas, Três Corações e Nanuque. Agora chegou a sua vez.

Juiz de Fora: mobilização reuniu servidores da ativa e aposentados, sob a coordenação do diretor do

SITRAEMG, Alexandre Magnus.

Uberlândia: servidores da Justiça do Trabalho mobilizados, com apoio da diretora de base Lúcia Bernardes.

Teófilo otoni: servidores parados pelo PL 6613/09.

Montes claros: Justiças Eleitoral e Trabalhista pararam, em apoio ao PCS. (acima e abaixo)

Diamantina: cidade foi uma das primeiras a enviar relatos da greve.

Monte Azul: Justiça Trabalhista da cidade parada.

Poços de caldas: 2ª Vara do Trabalho também aderiu à greve em apoio à

aprovação do PL 6613/09.

Uberaba: servidores do TRT na cidade vestiram preto para protestar contra a demora do governo nas negociações do PCS.