jornal placar edicao 174

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(1) STUART FRANKLIN/GETTY IMAGES | (2) RICHARD HEATHCOTE/GETTY IMAGES MELHOR ASSIM Chile perde da Espanha e encara o Brasil nas oitavas: “Vocês são terríveis”, diz El Loco Bielsa EDIÇÃO 174 | SÁBADO, 26 DE JUNHO DE 2010 WWW.PLACAR.COM.BR Felipe Melo pratica “futebol-arte marcial” e se machuca Galvão narra replay que não existe na estreia do 3D HEXA FALTAM 4 JOGOS PARA O (2) Seleção provou que Kaká e Robinho fazem uma falta desgraçada Sem eles não (1)

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MELHOR ASSIM

Chile perde da Espanha e encara o Brasil nas oitavas: “Vocês são terríveis”, diz El Loco Bielsa

EDIÇÃO 174 | SÁBADO, 26 DE JUNHO DE 2010

WWW.PLACAR.COM.BR

Felipe Melo pratica “futebol-arte marcial” e se machuca Galvão narra replay que não existe na estreia do 3D

HEXA

FALTAM

4JOGOS

PARA O

(2)

Seleção provou que Kaká e Robinho fazem uma

falta desgraçada

Sem eles não dá

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SÁBADO, 26 DE JUNHO DE 2010

WWW.PLACAR.COM.BR

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CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 ESTADOS UNIDOS 5 3 12 INGLATERRA 5 3 1 3 ESLOVÊNIA 4 3 04 ARGÉLIA 1 3 -2

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 ARGENTINA 9 3 62 COREIA DO SUL 4 3 -13 GRÉCIA 3 3 -3 4 NIGÉRIA 1 3 -2

TABELA - FASE DE GRUPOS

GRUPO EJogo: 9 Local: Joanesburgo Data: 14/6 Hora: 8h30

HOLANDA 2 x 0 DINAMARCAJogo: 10 Local: Bloemfontein Data: 14/6 Hora: 11h00

JAPÃO 1 x 0 CAMARÕESJogo: 25 Local: Durban Data: 19/6 Hora: 8h30

HOLANDA 1 x 0 JAPÃOJogo: 26 Local: Pretória Data: 19/6 Hora: 15h30

CAMARÕES 1 x 2 DINAMARCAJogo: 43 Local: Rustemburgo Data: 24/6 Hora: 15h30

DINAMARCA 1 x 3 JAPÃOJogo: 44 Local: Cidade do Cabo Data: 24/6 Hora: 15h30

CAMARÕES 1 x 2 HOLANDA

GRUPO FJogo: 11 Local: Cidade do Cabo Data: 14/6 Hora: 15h30

ITÁLIA 1 x 1 PARAGUAIJogo: 12 Local: Rustemburgo Data: 15/6 Hora: 8h30

NOVA ZELÂNDIA 1 x 1 ESLOVÁQUIAJogo: 27 Local: Bloemfontein Data: 20/6 Hora: 8h30

ESLOVÁQUIA 0 x 2 PARAGUAIJogo: 28 Local: Nelspruit Data: 20/6 Hora: 11h00

ITÁLIA 1 x 1 NOVA ZELÂNDIAJogo: 41 Local: Joanesburgo Data: 24/6 Hora: 11h00

ESLOVÁQUIA 3 x 2 ITÁLIAJogo: 42 Local: Polokwane Data: 24/6 Hora: 11h00

PARAGUAI 0 x 0 NOVA ZELÂNDIA

GRUPO AJogo: 1 Local: Joanesburgo Data: 11/6 Hora: 11h00

ÁFRICA DO SUL 1 x 1 MÉXICOJogo: 2 Local: Cidade do Cabo Data: 11/6 Hora: 15h30

URUGUAI 0 x 0 FRANÇAJogo: 17 Local: Pretória Data: 16/6 Hora: 15h30

ÁFRICA DO SUL 0 x 3 URUGUAIJogo: 18 Local: Polokwane Data: 17/6 Hora: 15h30

FRANÇA 0 x 2 MÉXICOJogo: 33 Local: Rustemburgo Data: 22/6 Hora: 11h00

MÉXICO 0 x 1 URUGUAIJogo: 34 Local: Bloemfontein Data: 22/6 Hora: 11h00

FRANÇA 1 x 2 ÁFRICA DO SUL

GRUPO BJogo: 3 Local: Joanesburgo Data: 12/6 Hora: 11h00

ARGENTINA 1 x 0 NIGÉRIAJogo: 4 Local: Port Elizabeth Data: 12/6 Hora: 8h30

COREIA DO SUL 2 x 0 GRÉCIAJogo: 19 Local: Bloemfontein Data: 17/6 Hora: 11h00

GRÉCIA 2 x 1 NIGÉRIAJogo: 20 Local: Joanesburgo Data: 17/6 Hora: 8h30

ARGENTINA 4 x 1 COREIA DO SULJogo: 35 Local: Durban Data: 22/6 Hora: 15h30

NIGÉRIA 2 x 2 COREIA DO SULJogo: 36 Local: Polokwane Data: 22/6 Hora: 15h30

GRÉCIA 0 x 2 ARGENTINA

GRUPO CJogo: 5 Local: Rustemburgo Data: 12/6 Hora: 15h30

INGLATERRA 1 x 1 ESTADOS UNIDOSJogo: 6 Local: Polokwane Data: 13/6 Hora: 8h30

ARGÉLIA 0 x 1 ESLOVÊNIAJogo: 22 Local: Joanesburgo Data: 18/6 Hora: 11h00

ESLOVÊNIA 2 x 2 ESTADOS UNIDOSJogo: 23 Local: Cidade do Cabo Data: 18/6 Hora: 15h30

INGLATERRA 0 x 0 ARGÉLIAJogo: 37 Local: Port Elizabeth Data: 23/6 Hora: 11h00

ESLOVÊNIA 0 x 1 INGLATERRAJogo: 38 Local: Pretória Data: 23/6 Hora: 11h00

ESTADOS UNIDOS 1 x 0 ARGÉLIA

GRUPO GJogo: 13 Local: Port Elizabeth Data: 15/6 Hora: 11h00

COSTA DO MARFIM 0 x 0 PORTUGALJogo: 14 Local: Joanesburgo Data: 15/6 Hora: 15h30

BRASIL 2 x 1 COREIA DO NORTEJogo: 29 Local: Joanesburgo Data: 20/6 Hora: 15h30

BRASIL 3 x 1 COSTA DO MARFIMJogo: 30 Local: Cidade do Cabo Data: 21/6 Hora: 8h30

PORTUGAL 7 x 0 COREIA DO NORTEJogo: 45 Local: Durban Data: 25/6 Hora: 11h00

PORTUGAL 0 x 0 BRASILJogo: 46 Local: Nelspruit Data: 25/6 Hora: 11h00

C. DO NORTE 0 x 3 COSTA DO MARFIM

GRUPO DJogo: 7 Local: Durban Data: 13/6 Hora: 15h30

ALEMANHA 4 x 0 AUSTRÁLIAJogo: 8 Local: Pretória Data: 13/6 Hora: 11h00

SÉRVIA 0 x 1 GANAJogo: 21 Local: Port Elizabeth Data: 18/6 Hora: 8h30

ALEMANHA 0 x 1 SÉRVIAJogo: 24 Local: Rustemburgo Data: 19/6 Hora: 11h00

GANA 1 x 1 AUSTRÁLIAJogo: 39 Local: Joanesburgo Data: 23/6 Hora: 15h30

GANA 0 x 1 ALEMANHAJogo: 40 Local: Nelspruit Data: 23/6 Hora: 15h30

AUSTRÁLIA 2 x 1 SÉRVIA

GRUPO HJogo: 15 Local: Nelspruit Data: 16/6 Hora: 8h30

HONDURAS 0 x 1 CHILEJogo: 16 Local: Durban Data: 16/6 Hora: 11h00

ESPANHA 0 x 1 SUÍÇAJogo: 31 Local: Port Elizabeth Data: 21/6 Hora: 11h00

CHILE 1 x 0 SUÍÇAJogo: 32 Local: Joanesburgo Data: 21/6 Hora: 15h30

ESPANHA 2 x 0 HONDURASJogo: 47 Local: Pretória Data: 25/6 Hora: 15h30

CHILE 1 x 2 ESPANHAJogo: 48 Local: Bloemfontein Data: 25/6 Hora: 15h30

SUÍÇA 0 x 0 HONDURAS

OITAVAS DE FINAL OITAVAS DE FINALQUARTAS DE FINAL QUARTAS DE FINALSEMIFINAIS SEMIFINAISFINAL

DECISÃO DO 3º LUGAR

2/7 - 15h30Joanesburgo

3/7 - 11hCidade do Cabo

2/7 - 11hPort Elizabeth

3/7 - 15h30Joanesburgo

6/7 - 15h30Cidade do Cabo

7/7 - 15h30Durban

26/6 - 11hPort Elizabeth

26/6 - 15h30Rustemburgo

28/6 - 11hDurban

28/6 - 15h30Joanesburgo

URUGUAI

COREIA DO SUL

ESTADOS UNIDOS

GANA

HOLANDA

ESLOVÁQUIA

BRASIL

CHILE

27/6 - 15h30Joanesburgo

27/6 - 11hBloemfontein

29/6 - 11hPretória

29/6 - 15h30Cidade do Cabo

ARGENTINA

MÉXICO

ALEMANHA

INGLATERRA

PARAGUAI

JAPÃO

ESPANHA

PORTUGAL

11/7 - 15h30Joanesburgo

10/7 - 15h30Port Elizabeth

aquecimento da copa02JORNAL PL ACAR | SÁBADO, 26 DE JUNHO DE 2010

TEXTO

SÉRGIO XAVIER

ARNALDO RIBEIRO

RICARDOPERRONE

JONAS OLIVEIRA

FERNANDO VALEIKA

FOTO

ALEXANDRE BATTIBUGLI

ENVIADOS À ÁFRICA DO SUL

VAI PASSAR NA TV

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 URUGUAI 7 3 4 2 MÉXICO 4 3 13 ÁFRICA DO SUL 4 3 -24 FRANÇA 1 3 -3

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 ALEMANHA 6 3 42 GANA 4 3 03 AUSTRÁLIA 4 3 -3 4 SÉRVIA 3 3 -1

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 HOLANDA 9 3 42 JAPÃO 6 3 23 DINAMARCA 3 3 -34 CAMARÕES 0 3 -3

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 PARAGUAI 5 3 22 ESLOVÁQUA 4 3 -13 NOVA ZELÂNDIA 2 3 04 ITÁLIA 2 3 -1

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 BRASIL 7 3 32 PORTUGAL 5 3 73 COSTA DO MARFIM 4 3 14 COREIA DO NORTE 0 3 -11

CLASSIFICAÇÃO PG J SG1 ESPANHA 6 3 22 CHILE 6 3 13 SUÍÇA 4 3 04 HONDURAS 1 3 -3

Veja em www.abrilnacopa.com.br/hotsite: o enviado da PLACAR ao reality show sul-africano, Ismael dos Anjos, visita com seu grupo o rei da nação zulu, Goodwill Zwelithini. Ele

conseguiu o ingresso para acompanhar, em Durban, Portugal x Brasil. Além disso, acompanhe a dor dos sul-africanos e do participante nigeriano ao ver sua seleção sair da Copa.

Jonas Oliveira e Ricardo Perrone, enviados à África do Sul, dão uma panorâmica do belo estádio de Durban e comentam a entrada em campo de Brasil x Portugal para o último jogo da primeira fase da Copa.

CHUTÃO

José Vicente Bernardo

ZÉ VICENTE É EDITOR EXECUTIVO DO JORNAL PLACAR.

Não sou tão velho assim, mas já vi muita coisa estranha nesta vida. Já vi Júlio Baptista jogar bem, por exemplo. Ontem, na minha modesta e quase sempre equivocada opinião, foi o pior em campo. Errou passes, chutes, cabeçadas, arrancadas,

desarmes... Deve ter errado até o nome na hora de assinar a súmula. Dunga deve ter agradecido aos céus quando ele se machucou. Se não, pra manter sua cansativa e teimosa coerência — e pra não queimar o jogador —, ele teria mantido Júlio até o fim. O jogo

de ontem serviu pra confirmar três verdades paleozóicas. Primeira: contra o Brasil, até os grandes se encolhem. Segunda: não sabemos o que fazer diante de retrancas bem montadas. Terceira: nosso banco é horroroso.

PLACAR NA REDE PLACAR.COM.BR

11h: SporTV, ESPN Brasil,

Globo, Band e Bandsports

15h30: SporTV, ESPN Brasil,

Globo, Band e Bandsports

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COREIA DO SUL

ESTADOS UNIDOS X

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SÁBADO, 26 DE JUNHO DE 2010 | JORNAL PL ACAR

Brasil mostrou que é bomba-relógioJogadores negam descontrole contra Portugal, mas até o médico tentou tirar satisfações com o luso-brasileiro Pepe

Felipe Melo deixou as marcas da chuteira no braço de Pepe

grupo g1503

O 1º tempo do Bra-sil contra Portu-gal foi um retrato fiel da bomba-re-

lógio em que se transformou o time de Dunga desde que chegou à África do Sul, den-tro e fora de campo. Seja por parte dos jogadores, do técnico ou de outros mem-bros da comissão técnica.

Os três cartões amarelos (Luís Fabiano, Juan e Feli-pe Melo) saíram nos pri-meiros 45 minutos. Luís Fabiano, um dos mais fal-tosos do time na Copa, foi advertido aos 15min.

Arnaldo Ribeiro Ricardo PerroneJonas Oliveira

DOS ENVIADOS À ÁFRICA O mais nervoso, contudo, era Felipe Melo. Enquanto esteve em campo, se estra-nhou com Pepe, brasileiro naturalizado português. De-pois de o adversário acertar-lhe um pisão no tornozelo, Felipe preocupou-se em ca-çar o rival até dar o troco.

Quando deu, levou o amarelo, aos 43min, e saiu em seguida porque seu tor-nozelo não aguentou. Se não tivesse se machucado e continuasse em campo, corria sério risco de expul-são — ele tinha prometido não ser expulso na Copa.

Enquanto o time se des-controlava em campo, Dun-ga em nada ajudava à beira do gramado. Explodia a

cada passe errado, gesticu-lava e dava broncas.

Depois da partida, os bra-sileiros repetiram o ritual do jogo contra a Costa do Marfi m, quando negaram que a equipe, principalmen-te Kaká, expulso naquele jogo, estivessem com os nervos à fl or da pele. “Ner-voso por quê? O jogo foi vio-lento por parte deles. A gen-te sempre esteve tranquilo, faltou um pouco de espa-ço”, declarou Luís Fabiano.

A seleção portuguesa le-vou um cartão amarelo a mais que a brasileira. Para Daniel Alves, “o jogo foi pe-gado, no limite”.

Mesmo depois da partida, os brasileiros davam sinais

de nervosismo. Júlio César estava irritado com as per-guntas sobre a proteção nas costas. O médico José Luiz Runco tentou abordar Pepe para tirar satisfações, mas foi ignorado. “Eu queria fa-lar com ele sobre o chute que ele deu na nossa garrafa de água, em cima da gente. Uma atitude deselegante, ainda mais para quem já foi brasileiro”, disse o médico.

O saldo de mais um des-controle emocional até que não foi dos piores. São qua-tro jogadores pendurados. Além dos três que foram advertidos ontem, Ramires está nessa situação. No Mundial, dois cartões pro-vocam suspensão.

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Ausência de Robinho lembrou a de Ronaldo na final contra a França

Parecia a Copa de 98. Uma hora an-tes do início do jogo, uma lista

chegou à imprensa infor-mando que o principal jo-gador brasileiro estaria fora da partida. No Mundial da França, era Edmundo en-trando no lugar de Ronaldo. Em 2010, a surpresa foi Nil-mar substituindo Robinho.

Certo, Robinho não é Ro-naldo nem se tratava de fi -nal de Copa. Último jogo da fase inicial em Durban, Bra-sil classifi cado, precisando do empate para ser primei-ro do grupo. Mas a saída de Robinho (poupado por uma dor muscular, segundo dis-se Dunga após o jogo) cau-sou estranheza. E mexeu com a estrutura do time.

Sem Kaká, suspenso, e sem Robinho, a armação fi -cou toda a cargo de Daniel Alves, que substituía o con-tundido Elano. Por mais que Daniel Alves tenha feito sua parte e que Nilmar tenha entrado com personalidade, o Brasil fi cou mais pobre.

Portugal, que não tinha nada com isso e havia en-trado em campo retrancado apenas para não ser golea-do (e não perder a vaga para Costa do Marfi m), começou a aspirar objetivos maiores.

No 1º tempo, propôs um jogo de contato físico e

Lúcio sobrou em campo

e teve peito para encarar

Dunga

Lúcio contesta Cristiano Ronaldo como melhor kLúcio foi o dono do

jogo. Marcou de for-ma implacável um dos me-lhores jogadores do mun-do, ajudou a armação e a saída de bola, peitou o trei-nador e reclamou da Fifa.

Ele abandonou o esti-lo politicamente correto para criticar a escolha de melhor da partida, promo-vida pela Fifa com a par-

JORNAL PL ACAR | SÁBADO, 26 DE JUNHO DE 2010

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GOLSELECAO para 22745NOTSELECAO para 22745

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Sergio Xavier Filho

DO ENVIADO À ÁFRICA

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Dunga “assusta” como em 1998

trombadas. Saiu com quatro cartões amarelos e carregou o Brasil com outros três. Um foi para Juan, que intercep-tou um contra-ataque com a mão e se arriscou a tomar o vermelho. Os outros dois fo-ram para os descontrolados Luís Fabiano e Felipe Melo, que se atritaram com Pepe.

Mesmo sem jogar bem, o Brasil teve as duas maio-res chances da etapa ini-cial com Nilmar acertando a trave e Luís Fabiano cabe-ceando com perigo.

No 2º tempo, Portugal se assanhou. Resolveu partir para a vitória, abandonou a retranca e ameaçou o Bra-sil. Foi um deus nos acuda, o Brasil de repente estava com a liderança do grupo e seus planos em risco.

Sem Kaká e Robinho, fi -cou sem ideias. Alguns er-raram além da conta. Mi-chel Bastos, coitado, está sem confi ança para tocar para o lado. Juan, depois do amarelo, se desestruturou. Gilberto Silva, sem o escu-deiro Felipe Melo, precisou passar. A torcida lembrou porque ele delega a função do primeiro passe...

O principal armador pas-sou a ser Lúcio, para se ter noção do desespero. O em-pate, quem diria, se tornou goleada em Durban.

04grupo g PORTUGALC. DO NORTEBRASIL C. DO MARFIMC. DO NORTE C. DO MARFIM

PORTUGAL

BRASIL

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25/6/2010 - Durban Stadium (Durban)J: Benito Archundia (MEX)P: 62 712CA: Duda, Tiago, Pepe, Fabio Coentrão, Luís Fabiano, Juan e Felipe MeloPORTUGAL: Eduardo (6), Ricardo Costa (5), Bruno Alves (5,5), Ricardo Carvalho (6), Coentrão (5,5); Pepe (6) (Pedro Mendes 18/2º (5,5)), Duda (6) (Simão 8/2º (5,5)), Raul Meireles (6) (Miguel Veloso 38/2º (s/n)) e Tiago (6); Cristiano Ronaldo (6) e Danny (5,5). T: Carlos QueirozBRASIL: Júlio César (6,5), Maicon (6), Lúcio (8), Juan (5) e Michel Bastos (3,5); Gilberto Silva (4,5), Felipe Melo (6,5) (Josué 44/1º (5,5)), Daniel Alves (5,5) e Júlio Batista (4,5) (Ramires 37/2º (6)); Nilmar (6) e Luís Fabiano (5,5) (Grafite 39/2º (s/n). T: Dunga

OPINIÃO DO JOGO

m LÚCIOO capitão brasileiro fez a sua, a de Juan e até a dos armadores da seleção. Já está na história como um dos maiores zagueiros do mundo.

k J. CÉSARO goleiro das poucas e grandes defesas. No lance da partida, machucou as costas para salvar o chute de Raul Meireles.

q M. BASTOSÉ um zumbi no time. Habita um ambiente morto do Brasil, a lateral-esquerda. Mas vem piorando jogo a jogo...

ticipação de internautas. “Respeito a opinião de to-dos, respeito o Cristia-no Ronaldo, mas só tenho uma coisa para dizer sobre a escolha do melhor em campo: uma vergonha.”

Lúcio, porém, evitou reivindicar publicamen-te o prêmio. “É difícil fa-lar, mas claro que conse-gui jogar muito bem con-

tra o Cristiano Ronaldo”, completou. Em pelo me-nos quatro oportunidades, ele impediu que o portu-guês marcasse.

“Para mim, Lúcio foi o melhor em campo. Inter-ceptou todas as bolas. Ar-mou o time, saiu jogan-do. Cristiano Ronaldo não brilhou porque encontrou Lúcio e Juan pela frente”,

declarou Dunga.Antes de elogiar seu ca-

pitão, o treinador recla-mou dele no jogo. E tomou o troco. O técnico gritou e gesticulou duas vezes por passes errados de Lúcio. Na segunda, o capitão não aceitou a bronca e gesticu-lou de volta para Dunga. Esse tem respaldo.Dos enviados à África

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jornal pl acar | sábado, 26 de junho de 2010

Ele gritou, esperneou e até discutiu com o capitão Lúcio. Mas a culpa pela ruindade do time é dele, que não convocou reservas decentes nem treinou a seleção pra enfrentar retrancas

Seleção continua penando contra retrancas e mostra não ter reservas à altura

A atuação do Bra-sil, sobretudo no 2º tempo, ex-pôs as chagas

mais profundas da seleção de Dunga: um time que tem uma dificuldade absurda contra adversários fecha-dos (Portugal jogou assim e os outros parecem ter des-coberto o caminho) e que não tem reservas capazes de suprir os titulares nem de criar uma situação no-va dentro da partida. A ex-ceção é o polivalente Daniel Alves, nosso “12º jogador”.

“Portugal veio com todos os jogadores atrás da linha da bola. Truncou o jogo, fez

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Arnaldo RibeiroRicardo PerroneJonas Oliveira

Dos EnviaDos À áfrica muitas faltas. Assim, fica di-fícil jogar”, disse Dunga.

“Até hoje, só Argentina e Espanha têm time para en-carar o Brasil de igual para igual. Os outros só se defen-dem”, completou Lúcio.

Ora, os adversários da se-leção já sabem desse defeito do time brasileiro, que ama o contra-ataque e o espaço farto dentro de campo.

Dunga e Lúcio podem ti-rar o cavalo da chuva se es-tiverem esperando um opo-nente que ataque o Brasil francamente, abrindo espa-ços na defesa.

Diante de Portugal, Dun-ga esteve mais nervoso que nas duas partidas anterio-res, principalmente na se-gunda etapa. Esgoelou-se e gesticulou feito maluco, pe-

Dunga ignora não ter banco nem plano B

dindo para os jogadores atu-arem pelos lados e fazerem a bola girar. Chegou a discu-tir com o capitão Lúcio.

Mas Dunga não tinha como ter atendidas suas orientações. Excetuando o próprio Lúcio, Maicon e Daniel Alves, a equipe do 2º tempo não tinha condições técnicas de superar o rival.

Sem Robinho e Kaká, o Brasil vira um time comum. Sem Robinho, Kaká, Felipe Melo e Elano, então, o Bra-sil não tem condições de se impor contra qualquer ad-versário. Josué, Júlio Bap-tista, Nilmar e até Daniel Al-ves não conseguiram man-ter o nível da equipe.

Foi a opção de Dunga na hora de definir os 23 con-vocados. Um grupo fiel ao

treinador e aos companhei-ros que estão jogando, mas fraco tecnicamente. O Bra-sil da Copa de 2010 tem um time titular fortíssimo. E só.

“Eu e os jogadores não es-tamos satisfeitos. Queremos ganhar sempre”, afirmou Dunga, que irritou-se com a pergunta de um jornalista argentino sobre o eventual temor de enfrentar a equipe de Maradona.

“Você, como argentino, é que deve estar preocupado com o Brasil. É só ver nos-sos últimos resultados, so-bretudo nas Eliminatórias”, disse Dunga. O problema é que, de setembro de 2009 (data dos 3 x 1 sobre os ar-gentinos, em Rosário) até aqui, a Argentina evoluiu demais. E o Brasil não.

Josué entrou no lugar do estabanado felipe Melo e não resolveu nilmar deveria ser o “robinho” do time; não foi Júlio Baptista errou praticamente todas as jogadas e ainda se machucou no fim

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SÁBADO, 26 DE JUNHO DE 2010 | JORNAL PL ACAR

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O intervalo entre o jogo contra Por-tugal e nosso pri-meiro mata-ma-

ta na Copa (segunda-feira, às 15h30), contra o Chile, é curtíssimo. Além de apenas três dias de preparação e re-cuperação, a seleção corre o risco de ter desfalques im-portantes no jogo decisivo.

Felipe Melo, substituído no 1º tempo, está quase fo-ra. “Tirei por causa da tor-ção no tornozelo (esquer-do), não pelo risco de ser expulso”, disse Dunga. Jo-

PORTUGALC. DO NORTEBRASIL C. DO MARFIMC. DO NORTE C. DO MARFIM

Felipe Melo quase fora, Júlio Baptista também. E tem Elano, Júlio César, Robinho... Kaká, pelo menos, volta

Desfalques ameaçam Brasil nas oitavas

sué (favorito) e Kléberson concorrem à vaga.

Outro jogador pratica-mente fora do confronto é Júlio Baptista, que deixou o campo sentindo o joelho. Mas Júlio é reserva. O titu-lar Kaká, suspenso contra Portugal, tem retorno ga-rantido. Treinou forte e de-ve repetir o trabalho hoje.

Além de Felipe e Júlio Baptista, o Brasil tem mais três problemas para o jogo de segunda. Robinho não enfrentou os portugueses por ter sentido dores na coxa esquerda. Segundo Dunga, ele fez mais falta que Kaká e Elano — o esti-lo do jogo contra os portu-

gueses pedia o drible no espaço reduzido, especiali-dade do santista.

“Senti um incômodo e o professor achou melhor me poupar. Se fosse uma parti-da decisiva, teria jogado. Es-tarei pronto pra segunda”, disse Robinho. Elano tam-bém tratou de tranquilizar o treinador.

O último (espera-se) pro-blema é o goleiro Júlio Cé-sar. Ele sentiu novamente as costas, que o incomodam desde antes de o Mundial começar, após choque com Raúl Meireles. Ficou estira-do no chão, com a camisa rasgada. Expôs então uma proteção nas costas, uma

“armadura” de espuma e feltro que usa debaixo da camisa. “Faz parte do meu material. Sempre usei. É só uma proteção.” Segundo o ortopedista especializado em esporte Fellipe Savioli, a proteção chama-se “colete de Putti”, que impede um esforço extremo do atleta.

A seleção marcou o voo de volta no horário dos jo-gos de ontem do Grupo H (Chile x Espanha e Suíça x Honduras). O jantar em Jo-anesburgo, marcado para as 22h30, aconteceu quando as partidas terminavam. Ou seja: ninguém observou o jogo do próximo adversá-rio. Sorte do Chile?

Arnaldo RibeiroJonas OliveiraRicardo Perrone

DOS ENVIADOS À ÁFRICA

Júlio César mostrou a proteção que usa durante as partidasFO

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JORNAL PL ACAR | SÁBADO, 26 DE JUNHO DE 2010

08grupo g PORTUGALCOREIA DO NORTEBRASIL COSTA DO MARFIM

Portugal faz barba e bigode2º no grupo, time tem melhor ataque e defesa menos vazada

À primeira vista, a seleção portu-guesa pode não ter feito uma

campanha brilhante na pri-meira fase: dois empates e uma esperada vitória contra a Coreia do Norte.

Mas apesar de ter pe-la frente um duro confron-to com a Espanha, a equipe portuguesa pode se vanglo-riar de ter cumprido o ob-jetivo de classifi car-se com

duas marcas importantes: ao lado da Argentina, teve o melhor ataque, com 7 gols. E, assim como os uruguaios, jogará as oitavas sem ter so-frido um gol sequer.

Para Carlos Queiroz, o ti-me conseguiu o resultado por ter aprendido a lição de derrotas passadas. “No amistoso contra o Brasil, em Brasília, fi zemos o gol e a equipe se deslumbrou. Isso é imperdoável”, dis-se. Apesar de visivelmente insatisfeito com a atuação do árbitro mexicano Beni-to Archundia, o técnico não

Técnico português é cheio de querer dar piti na beira do gramado

OPINIÃO

Por Bruno Favoretto

BRUNO É REPÓRTER DO JORNAL PLACAR.

Precisa-se de um africano

Gana salvou a honra do continente anfitrião, que foi um fiasco.

Eto’o e os Leões Indomáveis foram adestrados. O nigeriano

Yakubo perdeu o gol mais feito da Copa, que valeria a

classificação contra a Coreia do Sul. O argelino Saifi bateu numa

jornalista... E já cansou o papo de que as seleções africanas

batem por inocência: já era hora de caras como Roger Milla e

Okocha assumirem os times em vez de técnicos gringos e

“pragmáticos” como Le Guen e Lagerback.

Portugal sem vazar

O time de Carlos Queiroz é inferior às equipes de 2004 e 2006,

mas, ao lado do Uruguai, ainda não levou gols na Copa. Mais: a

seleção lusa foi vazada só uma vez nos últimos 11 jogos.

Marcelo Lippi pra reciclagem

Resumo da ópera italiana: há pessoas para quem as vitórias

fazem mal. Campeão em 2006, o técnico achou que não

precisava aturar o temperamento dos ótimos Totti, Balotelli,

Cassano e Luca Toni. Sem reciclar ideias, alistou “gladiadores

desnutridos” como Iaquinta, Pepe e Di Natale.

Dios de carne e osso

Nas Eliminatórias, os atletas argentinos ficavam inibidos diante

da instituição Maradona. Está aí o grande mérito de El Pibe de

Oro, que, ao se mostrar como um deles e abraçar todos os

jogadores o tempo todo, deixou os boleiros à vontade pra

ganhar todos os jogos da Copa. Messi ainda não marcou, mas é

o maior chutador do Mundial: 20 finalizações.

Revolução francesa

Domenech não perdeu a guerra em Waterloo. Nem na África.

Perdeu ao deixar de fora Benzema, ao não convocar quem é

de escorpião, ao preferir Anelka a Henry... O próprio Anelka

o mandou pra onde todos os franceses — e Parreira — queriam

mandar. Ainda teve porrada no ônibus e cobrança do

presidente Sarkozy — ainda por cima sem a presença

de madame Carla Bruni.

Keisuke Honda

Ele tem nome de motocicleta e é o verdadeiro motor japonês.

Legitimo entregador de bolas na hora certa.

(1 )

Kalou fez o último gol da partida

Costa do Marfim se despede animadakO jogo que era para

ser de fundo do Gru-po G acabou sendo mais in-teressante que o do Bra-sil. Precisando golear pa-ra sobreviver no Mundial, a Costa do Marfim foi escala-da com Romaric, Gervinho, Keita e Drogba. Mas não fez mais que 3 x 0 na fraca Co-reia do Norte.

Jogando cada minu-to como se fosse o último, os marfinenses pressiona-ram do jeito que podiam. Logo aos 13min do 1º tem-po, Boka passou para Yaya Touré bater no canto es-querdo de Ri Myong-Guk.

Seis minutos depois, Ro-maric pegou o rebote de um chute de Drogba e fez o segundo. Mas, embora a pressão continuasse, o rit-mo de gols diminuiu.

A Coreia do Norte só le-vava perigo nos contra-ata-ques. No fim do 2º tempo,

C. DO NORTE

C. DO MARFIM

03

25/6/2010 - Mbombela (Nelspruit)

J: Undiano Malenco (ESP)

P.: 34 763

G: Yaya Touré (13/1º), Romaric

(19/1º) e Kalou (36/2º)

COSTA DO MARFIM: Boubacar

(6), Eboué (5,5), Kolo Touré (5,5),

Zokora (5) e Boka (6,5); Romaric (6,5)

(Doumbia 34/2º (s/n)), Yaya Touré (7) e

Tiotê (5,5); Keita (5) (Kalou 19/2º (6)),

Gervinho (6) (Dindane 19/2º (5,5)) e

Drogba (6,5). T: Sven-Goran Eriksson

COREIA DO NORTE: Ri Myong-Guk

(5,5), Cha Jong-Hyok (4), Pak Chol-Jin

(4,5), Ri Jun-Il (5), Ji Yun-Nam (5) e Ri

Kwang-Chon (5); An Young-Hak (4,5),

Pak Nam-Chol (5), Hong Yong-Jo (4,5) e

Mun In-Guk (5) (Choe Kum-Chol 20/2º

(4,5)); Jong Tae-Se (5,5). T: Kim Jong Hun

a Costa do Marfim conse-guiu marcar o terceiro. Aos 36min, Kalou aproveitou cruzamento de Boka para fechar o placar. Uma des-pedida feliz para marfinen-ses. E fim de Copa como era esperado para os coreanos: três derrotas em três jogos.

Jonas Oliveira

DO ENVIADO À ÁFRICA quis tocar no assunto. “Me-lhor não fazer comentários sobre arbitragem.”

No 1º tempo, a comissão técnica e os jogadores por-tugueses reclamaram muito, especialmente no lance em que Juan colocou a mão na bola e levou amarelo. “Acho que da mão do Juan pode-ria sair um gol nosso”, disse Pepe, que protagonizou um duelo com Felipe Melo.

O técnico português sur-preendeu na escalação. Es-calou Ricardo Costa na la-teral-direta e, nas pontas, Danny e Duda, que joga co-

mo volante e entrou com o claro objetivo de segurar Michel Bastos.

Cristiano Ronaldo, que nos jogos anteriores atuou pelo meio, comandou o ata-que, o setor onde os portu-gueses tiveram mais posse de bola. Queiroz tem confi r-mado nas escalações aqui-lo que insiste em afi rmar nas entrevistas: em seu time não há titulares e ele conta com todos do elenco. Entre os 23 convocados, apenas o zagueiro Rolando e os go-leiros Beto e Daniel Fernan-des não foram utilizados.

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sábado, 26 de junho de 2010 | jornal pl acar

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Para Chile, Brasil “é uma equipe terrível”Os loucos de Bielsa respeitam a seleção, mas vão ao ataque

A exemplo da Copa de 1998, o adversário do Brasil nas oita-

vas será o Chile. Um velho conhecido, portanto. Com a diferença de que, sob o comando de Marcelo “El Loco” Bielsa, virou um time que adora o jogo ofensivo.

Parece estranho, mas é o único remédio segundo eles. “O Bielsa nos ensinou a ter personalidade e con-fiança para procurarmos o jogo ofensivo, sem medo de ter a bola nos pés”, diz o atacante Beausejour. “Atu-ando sem complexos, quase Casillas não alcança a bola de Millar, autor do gol chileno

conseguimos segurar o Bra-sil nas Eliminatórias.”

Naquela partida, em se-tembro de 2009, em Sal-vador, os chilenos perdiam por 2 x 0 e conseguiram o empate. Se não tivessem se aberto demais, evitariam a derrota por 4 x 2. “Confia-mos nas nossas qualida-des e procuraremos não cometer os mesmos erros daquela partida”, prome-te Millar, autor do gol con-tra a Espanha. “Depois da classificação, estamos mo-tivados para buscar um so-nho maior ainda.”

O problema é evitar fra-gilidades que saltam aos olhos: o inseguro Bravo no gol, uma defesa baixa e fra-ca no corpo a corpo e que

Fernando Valeika

Do enviaDo À áfriCa ainda atuará desfalcada de Vidal, Medel e Ponce, além do volante Estrada, expul-so ontem. “Temos outros jogadores que podem nos ajudar a vencer os brasilei-ros”, promete Paredes. “En-tre quem entrar, nosso esti-lo de jogo será o mesmo, até porque, nesta Copa, Itália e França já provaram que no-me não ganha jogos.”

Sobra ao time de Bielsa um punhado de jogadores perigosos no ataque. A co-meçar por Sánchez, Beau-sejour, e, claro, Valdívia, en-carregado de municiá-los. Poderia ser ainda pior. Su-azo, poupado contra a Es-panha, vem de contusões e dificilmente entrará contra o Brasil em boas condições

físicas e técnicas. “O Bra-sil sempre foi uma equipe terrível de ser enfrentada e conserva todos os atributos históricos do país, agregan-do criatividade e contun-dência”, opinou Bielsa. “Ele (Dunga) faz da defesa uma qualidade. Faremos o im-possível para que esta Copa não acabe para a gente.”

“Mesmo sem seu princi-pal atacante, o Chile desta Copa é capaz de complicar times que dão espaços e os deixam especular com a bo-la”, opina Vicente del Bos-que, o técnico da Espanha. “Seu maior mérito é um grupo de jogadores discipli-nados, que têm muita velo-cidade e não têm medo de atacar.” Anotou, Dunga?

BraSIl X cHIlE Em copaS

27/6/1998 (OITAVAS)Brasil 4 x 1 Chile

13/6/1962 (SEMIFINAL)Brasil 4 x 2 Chile

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jornal pl acar | sábado, 26 de junho de 2010

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Jogo ruim mata os doiskSão poucos os jogos

que acabam 0 x 0 e que são bons. Suíça x Hon-duras, com certeza, não foi um desses. Numa parti-da com lampejos de técni-ca, mas marcada por falta de categoria generalizada, o placar neutro definiu bem a qualidade do jogo.

O primeiro tempo foi pa-ra esquecer. Pouquíssimas chances de gol. A Suíça, co-nhecida por sua boa retran-ca, se fechou e não tinha força suficiente para sair ao ataque. Fraca, Hondu-ras esperava um contra-ata-que que não existiu. O fim

Espanha reaprende a atacar e venceOfensiva, campeã da Europa bate Chile e se salva. Sul-americanos ficam em 2º e pegam o Brasil

E m seus dois pri-meiros jogos, a Espanha chutou 46 vezes a gol e

marcou só duas vezes. Su-jeito experiente, Vicente del Bosque não teve outra opção senão armar seu time com três atacantes: Iniesta, Torres e Villa. O argentino Marcelo Bielsa, que adora o jogo ofensivo, tratou de fa-zer a mesma coisa no Chile: mesmo sem o artilheiro Su-azo, armou um trio na pon-ta com Valdívia, Beausejour e o baixinho Sánchez.

O Chile de Bielsa virou uma equipe traiçoeira: aos 7min, Beausejour arrancou pela direita e cruzou para a área. Para sorte dos espa-nhóis, González pegou mal e a bola saiu por cima. Aos 12min, foi Sánchez quem levou perigo, quase enco-brindo Casillas.

Aí Capdevilla deu um bi-cão pra frente. Afobado, o

Goleiro chileno não

alcança a bola no

segundo gol espanhol

Suíços e hondurenhos morreram abraçados

Fernando Valeika

Do enviaDo À áfrica

suíça

honduras

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25/6/2010 - Free State (Bloemfontein)

J: Héctor Baldassi (ARG)

P: 28 042

ca: Gelson Fernandes,

Thomas, Suazo e Chávez

SUÍÇa: Benaglio (6,5); Lichtsteiner

(5), Von Bergen (4,5), Grichting (4,5)

e Ziegler (5,5); Inler (5), Huggel (4,5)

(Shaqiri, 32/2º (s/n)), Gelson Fernandes

(4) (Yakin int. (5,5)) e Barnetta (5);

Derdiyok (4,5) e NKufo (4,5) (Frei,

24/2º (5)). T: Ottmar Hitzfeld

HonDUraS: Valladares (6);

Sabillon (5), Chávez (5), Bernardez

(5) e Figueroa (4,5); W. Palacios

(5,5), Thomas (4,5), Alvarez (5) e

Nuñez (4) (Martinez 22/2º (4,5));

J. Palacios (5,5) (Welcome 32/2º

(s/n)), Suazo (5,5) (Turcios, 41/2º

(s/n)). T: Reinaldo Rueda

24/6/2010 - Loftus Versfeld (Pretória)

J: Marco Rodriguez (MEX)

Público: 41 958

ca: Ponce e Medel

cv: Estrada

G: Villa (24/1º), Iniesta

(36/1º) e Millar (2/2º)

cHIlE: Bravo (4); Medel (4,5),

Ponce (4,5), Jara (5) e Vidal (5);

Estrada (4), Islã (5), Sánchez (Orellana

20/2º (5)); González (5) (Millar int.

(5)), Beausejour (4,5) e Valdívia (5)

(Paredes int. (5)). T: Marcelo Bielsa

ESpanHa: Casillas (5); Sergio

Ramos (5), Piqué (5), Puyol (5) e

Capdevila (5,5); Busquets (5), Xabi

Alonso (5) (Martinez 28/2º (5)), Xavi

(5) e Iniesta (6); Fernando Torres

(5) (Fábregas 9/2º (5)) e David Villa

(6,5). T: Vicente del Bosque

opinião do jogo

m VillaMarcou seu terceiro gol na competição com sangue frio e habilidade, com um chute a 40 metros do gol. E ainda preparou a jogada para Iniesta ampliar.

da primeira etapa deu es-peranças de que o 2º tempo seria melhor – afinal, não ti-nha como piorar. E foi.

Sem saída, os dois times resolveram atacar. Yakin entrou na Suíça e deu mais movimentação à equipe. O jogo virou lá e cá. Ataques seguidos com chances de gol, mas sem qualidade.

Na melhor chance do jo-go, nos acréscimos, o golei-ro suíço Benaglio fez uma defesa extraordinária e sal-vou a seleção de uma derro-ta e um vexame. Os dois ti-mes saem da Copa sem dei-xar saudade.

goleiro Bravo saiu da área pra dar uma de zagueiro e tirar a bola de Torres. O re-bote caiu nos pés de Villa, que tocou de longe para o gol vazio: 1 x 0 pra Espanha.

Mas os chilenos não es-tavam mortos. Aos 35min, Beausejour arrancou sozi-nho e quase empatou ao en-cobrir Casillas, fazendo su-ar os espanhóis mesmo sob um frio de 12ºC.

A defesa chilena, porém, é fraca. A 8 minutos do fim do 1º tempo, saiu jogan-do errado e deixou a bo-la com Iniesta, que tabe-lou com Villa. Na volta, ba-teu certeiro para fazer 2 x 0. De quebra, os chilenos leva-ram outro prejuízo: no lan-ce, Estrada foi expulso por suposta falta contra Torres (na verdade, ele tropeçou).

De cócoras, Bielsa ten-tava pensar em uma solu-ção mirabolante em bus-ca da classificação. Ela vi-ria primeiro com um golaço de Millar, com um chute da meia-lua que desviou na za-ga. Colocou pressão na Su-

íça, que a partir desse ins-tante teria de marcar dois gols em Honduras. Não fez nenhum. Com o empate em 0 x 0 no duelo do Grupo H, os chilenos serão os próxi-mos adversários do Brasil nas oitavas.

chile

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k MillarColocado em campo no segundo tempo, o chileno fez um gol ajudado pelo desvio em Piqué. Pouca coisa fez mais em campo.

q BraVoA defesa chilena estava aberta em um contra-ataque e o goleiro foi dividir com Fernando Torres quase na intermediária. Na sobra, foi encoberto por Villa.

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Técnico: Bob Bradley EUa

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Hoje • 15h30 • Royal Bafokeng (Rustemburgo) • J: Viktor Kassai (HUN)

Contra Gana, EUA querem vingar 2006Africanos levaram a melhor na Alemanha, mas os americanos estão embalados

Estados Unidos e Gana realizam um duelo pouco tradicional, porém com ingredientes inte-ressantes. Um deles é que as se-

leções se enfrentaram no duelo decisivo — e tenso — da 1ª fase na Copa de 2006. Os africanos venceram por 2 x 1, com gols de Draman e Appiah, e Dempsey descon-tou. A base dos times continua a mesma, daí o clima de revanche. “Há seis jogado-res de cada lado que disputaram aquela partida, então esse sentimento pode con-tar pra eles. Mas, em quatro anos, mui-ta coisa muda. O momento é diferente”, apostou o treinador Bob Bradley.

Os americanos têm bons motivos pra fi-carem animados. Além de conseguir uma classificação dramática, com gol de Dono-van nos acréscimos diante da Eslovênia, os ianques contam com um apoio popular inédito. Até o ex-presidente Bill Clinton, que estará no jogo de hoje, foi beber cer-veja com os jogadores no vestiário após a

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Técnico: Milovan Rajevac Gana

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1 Howard 12 Bornstein 6 Cherundolo 15 DeMerit 3 Bocanegra 4 Bradley 19 Edu 10 Donovan 8 Dempsey 14 Buddle 17 Jozy Altidore

22 Kingson 4 Pantsil 8 Jonathan Mensah 5 John Mensah 2 Sarpei 6 Annan 21 Asamoah 13 Dede Ayew 23 Kevin Boateng 3 Gyan 12 Tagoe

Bocanegra bebeu cerveja com Bill Clinton Gyan, autor dos dois gols de Gana na Copa

vitória, conforme o lateral-esquerdo Car-los Bocanegra postou no Facebook.

O segredo dessa equipe? “Nossa menta-lidade é que nunca estamos fora do jogo. Mesmo aos 46min do 2º tempo, nós ve-mos Donovan batendo palmas, apoian-do os rapazes. O Carlos (Bocanegra) tam-bém”, afirmou o atacante Jozy Altidore.

Única equipe da África ainda na dispu-ta, Gana, que não terá o zagueiro Vorsah, contundido, promete ir pra cima. “Eles têm um bom time e estão fisicamente for-tes. Mas nós também temos bons jogado-res e é por isso que nós temos tanta au-toconfiança”, falou Gyan, que marcou os dois gols de seu país na Copa.

Ele será apoiado pela maioria sul-africa-na. “Tenho certeza de que será assim. A África do Sul está sendo uma grande an-fitriã, mas senti que este não é apenas um Mundial sul-africano, e sim de todo um continente”, afirmou o técnico america-no Bob Bradley.

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jornal pl acar | sábado, 26 de junho de 2010

Por afirmação, Uruguai e Coreia abrem mata-mataSul-americanos não vencem um jogo eliminatório em Copas há 40 anos; asiáticos querem repetir lição de casa

Fazia tempo que o Uruguai não joga-va como a lendá-ria Celeste Olím-

pica. Fazia, porque nesta Copa o time de Oscar Tabá-rez não só foi o campeão do Grupo A como não levou nenhum gol. O desempe-nho será posto à prova hoje, diante da Coreia do Sul, na abertura das oitavas.

Jejum de 40 anosDe volta à Copa após oi-

to anos, o bicampeão Uru-guai não vence uma par-tida de mata-mata no tor-neio desde 1970, quando ganhou da União Soviética (1 x 0) na Cidade do Méxi-co — na sequência, a equi-pe foi eliminada pelo Bra-sil na semifinal.

Para o duelo com os asi-áticos, Tabárez tinha uma preocupação que foi sa-

nada. Recuperado de uma gastrenterite, o zagueiro Diego Godín volta. O trei-nador foi na contramão e confirmou os titulares no-vamente com três atacan-tes: Diego Forlán, Luis Su-árez e Edinson Cavani.

“É uma equipe mui-to bem trabalhada coleti-vamente e isso se nota na maneira como ela funcio-na. Trata-se de um time com uma grande vocação ofensiva; tudo o que faz é pensando no ataque. Não temos muita experiência em enfrentar esse tipo de equipe”, analisou Tabárez.

MuralhaHuh Jong-Moo, treina-

dor coreano, sabe que vai ser difícil furar a retaguar-da da Celeste. “O Uruguai é muito bom na defesa. Nós, eu admito, deixamos muito

espaço pra nossos rivais”, disse o comandante, que vê equilíbrio total entre as equipes. “Eu acompanhei a ótima performance de For-lán no último Campeonato Espanhol. Ele tem um óti-mo chute, sabe passar bem e se movimenta bastante”, disse o meia do Manches-ter United Park Ji-Sung.

O estádio Nelson Man-dela Bay, em Port Eliza-beth, não agradou aos téc-nicos. “O campo não está bom, mas é o mesmo cam-po para os dois lados”, co-mentou Tabárez. “Está da-nificado, mas penso que não será problema”, frisou Jong-Moo.

RetrospectoNa Copa de 1990, o

Uruguai venceu a Coreia do Sul em Udine (ITA) com um gol de Fonseca.

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Técnico: Oscar Tabárez Uruguai

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Hoje • 11h • Nelson Mandela Bay (Port Elizabeth) • J: Wolfgang Stark (ALE)

Técnico: Huh Jong-Moo coreia do Sul

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1 Muslera 3 Godín 2 Lugano 4 Fucile 16 Maxi Pereira 17 Arévalo Ríos 15 Pérez 11 Álvaro Pereira 10 Forlán 7 Cavani 9 Suárez

18 Jung Sung-Ryong 22 Cha Du-Ri 4 Cho Yong-Hyung 14 Lee Jung-Soo 12 Lee Young-Pyo 17 Lee Chung-Yong 16 Ki Sung-Yueng 7 Park Ji-Sung 8 Kim Jung-Woo 19 Yeom Ki-Hun 10 Park Chu-Young

Diego Lugano, o xerifão do Uruguai na Copa Park Ji-Sung, o herói sul-coreano na África

Diego MiliTo, titular do time da Inter, campeã da Champions League, só foi titular no elenco argentino no último jogo, contra a Grécia, quando Maradona poupou titulares. Sem se queixar, disse ontem que é difícil achar uma vaga no ataque da Argentina.

o capiTão da seleção francesa, Evra, disse ontem que ninguém está lúcido o suficiente para dar declarações equilibradas e coerentes sobre o que aconteceu com o time. “A cicatriz ainda está aberta, somente o tempo vai curar a dor dos franceses.”

aManhã o México enfrenta a Argentina, e o badalado ataque argentino já está deixando o goleiro mexicano Oscar Pérez apreensivo. “É um ataque bastante complicado, com grande qualidade, que desequilibra no mano a mano”, falou ontem o goleiro.

ao Se DeSpeDir da seleção, o capitão da Itália, Fabio Cannavaro, 36 anos, disse que quer ser lembrado pela Copa de 2006. “O que conquistei naquele ano foi muito importante para mim e para o país. Não acredito que vão tirar isso de mim.”

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Os bastidores da bola

Atletas da seleção treinam no Randpark Golf Club Avião cruza o céu de Durban, local do terceiro jogo do BrasilValley Lodge, concentração de Portugal na Copa da África

Cerimônia de abertura da Copa do Mundo no Soccer City, em Joanesburgo, no dia 10/6

Para que nada dê errado na Copa do Mundo, por um mês 32 de-

legações seguem o regu-lamento da competição. É ele quem dá as diretrizes para o funcionamento de um complexo esquema de logística. O Comitê de Or-ganização e cada delega-ção têm um interlocutor para que nada dê errado.

No caso do Brasil, o su-pervisor Américo Faria é o cara. As regras detalham as datas de chegada e de partida de cada seleção, quem paga a conta do ho-tel, quais os campos de treinamento que cada time terá de usar e quem orga-niza o transporte pela África do Sul. Veja como funciona tudo isso.

Como funciona a logística para abrigar e transportar todas as 32 seleções da Copa do Mundo de 2010

copa

jornal pl acar | sábado, 26 de junho de 2010

Seguranças são dos países

Fifa define locais de treinoDois dias para deixar hotel

Fernando Valeika

Do enViADo À ÁfRiCA

kCada confederação banca suas despe-

sas. A polícia sul-africana está mobilizada para pro-teger as delegações. Mas muitas delegações contra-taram empresas para fa-zer uma proteção adicio-nal aos seus atletas. Caso da Alemanha, que tem um guarda-costas encarrega-do de vigiar cada jogador.

kAqui também a Fifa é a dona da bola e

define os locais dos trei-nos. Uma exceção é quan-do a base das delegações fica próxima ao local do jogo. Nos seus jogos de Joanesburgo, por exem-plo, a seleção brasileira pode fazer seus preparati-vos perto de Randburg e não nos campos da Uni-versidade de Joanesbur-

kCada confederação assume as despesas

com as passagens interna-cionais de ida e volta para a sua delegação entre o país de origem e a África do Sul. E também eventuais esca-las. Para a chegada, o regu-lamento estabelecia que cada seleção tinha de estar na África do Sul cinco dias antes da estreia. Depois de eliminada, o prazo para

go, do Saint Stithians Col-lege ou no Rand Stadium, designados para times que jogam no Ellis Park ou no Soccer City, ambos na ci-dade. O regulamento de-termina também os horá-rios de treinos fechados e abertos, com a colocação de placas e de publicidade dos patrocinadores da Copa. Foi aí que Dunga quase se deu mal.

deixar os hotéis é de dois dias. Mas, seja em caso de triunfo ou de derrota, nor-malmente cada delegação reserva seus voos para o dia seguinte de cada fase. Basta o encarregado da lo-gística de cada delegação acionar a Fifa que o ônibus para levar a seleção para o aeroporto mais próximo vai até a porta do hotel no horário combinado.

kO país organizador banca passagens

para voos internos de até 50 membros de cada sele-ção em uma companhia de sua escolha. O horário é combinado entre o en-carregado pela delegação e o serviço de logística da Fifa. No caso do Brasil, outra vez é função para Américo Faria. Com base no horário de partida do

África do Sul banca bilhetes

avião, um ônibus leva a delegação para o aeropor-to e o embarque é feito sem burocracia. Na che-gada, a Fifa trata de ar-ranjar um novo veículo para transportar a dele-gação para o hotel deter-minado pelo regulamen-to. Em cada cidade há um já definido para cada time, em função da sua posição na tabela.

Confederação paga estadiakAqui também cada

país paga sua con-ta, com a condição de fi-car em hotéis de quatro ou cinco estrelas com contra-tos previamente assinados com a Fifa. Uma curiosi-dade: em janeiro, Brasil e Portugal, rivais no mesmo grupo, escolheram o mes-mo hotel Fairways. Como Américo Faria foi mais li-geiro do que seu cole-ga português, Carlos Go-dinho, 1 x 0 para o Brasil, com os portugas indo para Magaliesburgo, ao nor-

te de Pretória. Na hora de acertar a conta, cada fede-ração assume a sua e tam-bém faz as exigências de obras ao seu gosto. Mas todos recebem ajuda: nes-ta Copa do Mundo, mes-mo os times eliminados na primeira fase ganham 6,7 milhões de euros da Fifa como recompensa por te-rem chegado à fase final. Conforme avançam de fase, para compensar as despesas, aumenta a bola-da: o campeão receberá 25 milhões de euros.

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sábado, 26 de junho de 2010 | jornal pl acar(1

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15FORA DA ÁFRICA

3D: “Parecia que eu estava na tela”Partida entre Brasil e Portugal foi a primeira exibida no sistema em cinema

Foi-se o tempo em que o limite pa-ra ver um jogo fo-ra do estádio era

a visão “chapada” do tele-visor. Ontem, no jogo Bra-sil x Portugal, foi transmiti-da pela primeira vez no país uma partida em três dimen-sões — a que vemos em casa é em duas dimensões.

A transmissão, realiza-da pela TV Globo, aconte-ceu no Cinemark do shop-ping Eldorado, em São Pau-lo, apenas para jornalistas e convidados da emissora.

Com a nova tecnologia, a impressão é de se estar à beira do gramado. No pla-no aberto, não há muita di-ferença. Mas, como esse ti-po de transmissão exige câmeras exclusivas na cap-tação, os planos fechados são frequentes. O telespec-tador fica “próximo” do lance. “Parece que estou dentro da tela”, disse Feli-pe Almeida, de 13 anos.

Segundo o diretor de en-genharia da Globo, Ray-mundo Barros, a maior di-ficuldade foi sincronizar o 3D com a narração da re-de aberta. Como não existe uma própria, o locutor (no caso, Galvão Bueno) muitas vezes narrou um replay que não estava sendo exibido no 3D, onde o lance seguia ao vivo. “É tudo legal, mas fal-taram os replays”, reclamou o analista de sistemas Regi-naldo Ramos.

O jornalista Cleiton Melo reclamou do “clima de cine-ma” na partida. “Senti fal-ta daquele burburinho da torcida. Não é um ambien-te para se ver uma final de Copa do Mundo. Uma final no clima de bar vale mais a pena”, disse. Seu amigo Rui Maciel vê o lado positivo: “Para quem quer ver os de-talhes é perfeito”.Ewerton Araujo

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Duelo Brasil x Portugal dividiu os torcedores que viram o jogo no Canindé

Primeira partida

transmitida em 3D

causou polêmica

kBolinho de baca-lhau, tremoço, fado.

Cerca de 200 luso-brasi-leiros — não necessaria-mente nessa ordem — se divertiram na Portuguesa com o 0 x 0 entre Brasil e Portugal. Foram colocadas duas TVs no Bar do Giná-sio. “Seu Orlando”, o sim-pático anfitrião, recebia as pessoas com uma senha pra que elas participassem do sorteio de um relógio, camisas, canecas e chutei-

Manhã de festa no Canindé

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ras. E de um bolão em que o empate predominou.

A galera estava dividi-da, como José Joaquim de Morais, 78 anos, que veio de Trás-os-Montes há 32 anos. “O empate foi justo. Torço pro Sporting e la-mento não ver o Liédson titular”, disse o aposen-tado, que não teme a Es-panha. “Hoje a Lusa é um clube de brasileiros!”, fa-lou Giuseppe Fagotti, vi-ce-presidente.

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a partir das 8h209 de Julho x BrasilRadial Leste x Almirante BrasilRadial Leste x HipódromoPortaria USPRadial Leste x Álvaro RamosEstados Unidos x RebouçasHenrique Schaumann x RebouçasBrasil x RebouçasBraz Leme x Santos DumontAlvarenga x Raposo TavaresHenrique Schaumann x CardealSantos Dumont x Santa EuláliaCruzeiro do Sul x Ataliba Leonel

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Fonseca RodriguesPraça Panamericana x Pedroso de MoraesRepública do Líbano x IbirapueraPaulista x Brig. Luiz Antônio Pedroso de Moraes x Inácio Pereira da RochaParque Villa Lobos

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