Jornal O Vale - Número 77

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Escola Cooperativa V.S. Cosme - Didáxis Número 77 Dezembro 2009 ENTREVISTA João Ribeiro O sonho de ser... músico p. 11 Halloween Um susto de tradição p. 09 Natal Afinação Natalícia p. 20 A Floresta Autóctone O hastear da “Bandeira Verde” p. 04 A Comemoração do Ano Internacional da Avaliação dos Riscos Profissionais no âmbito da Agência Eu- ropeia de Higiene e Segu- rança no Trabalho assina- lou-se com a realização de um seminário subordinado à temática “ Avaliação de Riscos Profissionais”. Esta iniciativa contribuiu para realçar a importância da avaliação dos riscos ine- rentes aos locais de traba- lho dos diferentes sectores de actividade profissional e para a necessidade da implementação prática de medidas efectivas e efica- zes. p. 10 Comemoração do Ano Internacional Europeu de Avaliação dos Riscos Profissionais no âmbito da Agência Europeia

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Jornal O Vale - Número 77

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ENTREVISTA

João Ribeiro

O sonho de ser...músico

p. 11

HalloweenUm susto de tradição p. 09

NatalAfinação Natalícia p. 20

A Floresta AutóctoneO hastear da “Bandeira Verde” p. 04

A Comemoração do Ano Internacional da Avaliação dos Riscos Profissionais no âmbito da Agência Eu-ropeia de Higiene e Segu-rança no Trabalho assina-lou-se com a realização de um seminário subordinado à temática “ Avaliação de Riscos Profissionais”. Esta iniciativa contribuiu para realçar a importância da avaliação dos riscos ine-rentes aos locais de traba-lho dos diferentes sectores de actividade profissional e para a necessidade da implementação prática de medidas efectivas e efica-zes. p. 10

Comemoração do Ano Internacional Europeu de Avaliação dos Riscos Profissionais no âmbito da Agência Europeia

Ano XXII nº 77 Dezembro 2009 Jornal O Vale02

Propriedade: Escola Cooperativa de Vale S. Cosme (DIDÁXIS), Avenida de Tibães, nº 1199, Vale S. Cosme – 4770 568 - V.N. de Famalicão, telf. 252910100 / Fax 252910109

Direcção: Alcino Faria

Paginação e arranjo gráfico: José Azevedo

Fotografia: Nuno Marinho, Paulo Silva e alunos do Núcleo Multimédia

Redacção: Núcleo Multimédia

Co-responsável pela redacção: Helena Dias Pereira

Assessor de imprensa para o exterior: Pedro Reis Sá

Impressão: Empresa do Diário do Minho

Colaboração:

Professores: Ana Maria Costa; Otília Loureiro; Patrícia Fernandes, Mário Oliveira; Maria João Drumond, Jacinta Morais, Estevão Liberal, Adalberto Machado, Susana Costa, André Vilhena Barbosa, Cristiano Silva, João Dias, Paulo Oliveira, Marta Ferreira.

Alunos: Gonçalo Henrique Vilela - 8.6, Inês Vilaça - 9.2, Luís Costa, Diana Correia, Tânia, João Matos e José Ricardo - 11.2, Bárbara Passos e Carla Rafaela - 7.1, Guilherme Marques da Fonseca 11.1 , Hernâni Mendes, Cátia Sousa, Ana Martins e Vanessa Claro -

2TCOM, Cáta Cardoso, Fábio Silva e Márcio Santos - 2 TR, Jorge Dias e Rui Silva - 2 TEAC, Eva Neves e Márcia Alves - 3TCOM, Ana Catarina, Ana Vieira, Ana Rodrigues e Filipa - 2TV, Gabriela Silva, Rui Gomes, Solange, Nuno Campos e Ana Sá - 10.2, Ana Íris,

Ana Rodrigues, Hilário Rocha, Joana Oliveira, Joana Seara e Sara Martins - 12.1, João Silva e Pedro Araújo - 1TEAC, João Guimarães e José Moreia - 11.3, turma 8.5

EDITORIAL

O Departamento de Expressões Ar-tísticas e Tecnológicas, com o objectivo de relembrar as velhas tradições e pro-porcionar aos nossos alunos um ambien-te Natalício, quis, mais uma vez, dar um contributo para a escola ficar com brilho / cor conferindo-lhe um aspecto mais ca-loroso.

Para isso, o empenho de todos os elementos deste departamento, bem como dos funcionários e alunos, foi im-portante para a realização de um pre-

sépio movimentado, que este ano teve a preciosa ajuda do Sr. Alberto Martins, que colaborou com alguns dos seus bo-necos movimentados: Igreja, lenhador, pescador, pedreiros e lavrador que em muito contribuíram para o enriquecimen-to do nosso presépio.

Bem-haja.Agradecemos a vossa colaboração

A Coordenadora do Departamento:Otília Loureiro

O PRESÉPIO NA NOSSA ESCOLA

NATAL! Ei-lo novamente entre nós! Os hábitos e valo-res da família, a dinâmica da Escola e um programa feliz, fazem do Natal uma festa espe-

cial, a festa do Ano, entre nós. Natal é encontro, desde sempre, com

bom tempo, chuva ou vento, a Escola um mundo de gente de idade em flor, o brilho do sol no rosto, em trânsito permanente. Natal na Escola é sentimento de pertença, pais, alunos e professores em simbiose, é envolvimento, cooperação, estímulo, re-compensa e... prevenção.

O espírito de Natal nasce com tempo. Os ícones da moda, dedicação e empe-nho, expressão artística e tecnológica da casa, revestem os espaços de cintilantes reflexos multicolores. Os anjinhos doura-dos, em cada recanto, parecem cantores e, uníssonos, abraçam-nos com suaves melodias.

Nas salas, espaços brilhantes, o Natal acomoda-se todo à volta de uma mesa de conversas amenas, sorrisos abertos e saborosos sabores; menos ortodoxo, mas um manjar, é o arroz de pato; as sobre-mesas - que cheirinho a canela! - são tra-dição, mimos caseiros compartilhados; na

troca de presentes, cada livro é um sorri-so, uma semente de ler por prazer.

Natal, já sabemos, é espiral de consu-mo numa sociedade sensorial que fomen-ta, não o pensar, mas o constante sentir do corpo “um espaço e um tempo onde tem lugar o drama da energia”(Valéry). Se o consumo for moderado é prazer ou representação do prazer, se o consumo é o tudo da existência, é perverso. Dentro e fora do Natal, é sempre tempo de viver uma “ecologia do espírito: o homem, mais do que consumidor, deve ser uma criatura que aprende, que pensa, que se ultrapas-sa…” (Gilles Lipovetsky).

No presépio animado, até às Janei-ras, o Natal humilde do Menino Yeshua, o novo Sol, é lição para os simples (pasto-res) e todos os povos do mundo (os Reis Magos). Nas artes do palco, pela voz de tantos meninos, reclama para o Homem mais humanidade, mais solidariedade, porque, “o que se perde, muitas vezes, na democracia, na tecnocracia, na dispersão de nações e credos é a integração do hu-mano nas pessoas concretas” (Augusto Hortal). A Didáxis Solidária e a Kelly (Feliz Natal!) ficam à espera…

Natal é final de etapa, momento de ba-lanço e oportunidade de corrigir a rota.

Natal é tempo de contemplar as estre-las e de fechar os manuais exaustos que nos hão-de abrir as portas do futuro.

Ano Novo! Neste novo começo, se-riam muitos os votos, em múltiplos planos, que poderíamos formular para o novo ano. Uma Escola de qualidade e de excelência, que trabalha na formação e progresso de todos os alunos, que promove o talento e o mérito e que se articula eficazmente com a sociedade, com as empresas e com a universidade, seria uma primeira e justa aspiração. Certamente que estamos no caminho.

Todavia, todos sabemos dos proble-mas conjunturais, do atraso no desenvolvi-mento económico do País, e do insucesso nas metas traçadas na Estratégia de Lis-boa para a Educação até 2010, sobretudo na leitura e na Matemática. Esta situação impõe a todos, Pais, Professores e Alunos, uma cultura de maior exigência de cada um perante si próprio. Educar continua a ser uma tarefa essencial e educar para a autonomia e responsabilidade, uma priori-dade. “Para educar é preciso compreender a mensagem daqueles que nos educaram e saber passar essa mensagem” (Daniel Sampaio). Necessária é uma educação que, desde cedo, se desenvolva num cli-ma democraticamente organizado em re-dor de uma autoridade, que se baseie no afecto, no respeito mútuo, no exemplo e na coerência, na preocupação com o que o outro poderá estar a sentir, nas orienta-ções claras sobre o comportamento, na negociação adequada, no apoio às inicia-

tivas dos jovens, no estímulo à sua capa-cidade de descoberta, na recompensa… Os alunos que crescem num ambiente de auto-disciplina e com sentido de autono-mia resistem melhor à frustração, são mais persistentes, isto é, fazem todo o possível para melhorar resultados, período a perí-odo, ano a ano, são independentes, ma-duros, seguros, decididos, capazes de se porem no lugar do outro sem auto-contem-plação, pensam antes de agir, afirmam-se como pessoa e respondem convictamente aos desafios nas múltiplas situações ao longo da vida. Serão cidadãos e profis-sionais competentes e sobretudo…mais humanos. Se a educação se baseia no autoritarismo ou, por outro lado, na super-protecção, na gratificação imediata e ex-cessiva, no deixa andar, num contexto em que cada um desconhece exactamente o seu papel ou os limites que deve respeitar, então a mudança será mais lenta e o futu-ro mais distante.

Como na fábula do Beija-Flor, cada um terá de fazer a sua parte, mais e melhor…

Um bom ano a todos os leitores …

Alcino Faria

O sr. Alberto Martins colaborador do presépio movimentado

Ano XXII nº 77 Dezembro 2009 Jornal O Vale 03

Palestra“A PARTE LÚDICA DA MATEMÁTICA”

No âmbito de Área de Projecto, no passado dia 19 de NoNo âmbito de Área de Projecto, no passado dia 19 de Novembro, o nosso grupo participou e dinamizou a pa-lestra “A parte Lúdica da Matemática”. Nesta actividade conhecemos o Dr. Paulo Morais, professor de Matemática na Escola Secundária de Vieira do Minho, pós-graduado em jogos matemáticos e mestre em Animação Sócio-Cul-

tural, a quem tivemos o prazer de entrevistar.

De que forma os jogos matemáticos poderão contribuir para o sucesso dos alunos?

Paulo Morais-Os jogos matemáticos têm vindo a revelar-se uma ferra-menta pedagógica de grande valor, no que concerne à motivação e treino de competências

transversais necessárias para a realização das aprendi-zagens. Em termos de motivação, exploram, de forma eficaz, a perspectiva lúdica inerente à nossa condição de seres humanos, pois o Homem tem natural propensão para o lúdico, para a diversão e para explorar o prazer que daí advém. Nos jogos, é necessário utilizar vários ti-pos de destrezas, sendo que as principais se prendem à dimensão racional. Outro factor que aumenta o interesse é o facto de se interagir com outra pessoa dotada, à par-tida, de iguais capacidades, dando o aspecto de impre-visiblidade e desafio que estimula a nossa atenção. Isto também obriga à constante análise do adversário, que se prende com o facto de antecipar e criar jogadas, induzir o adversário a agir, interpretar e formular eventuais raciocí-nios. O que acabei de descrever são competências que exigem níveis de abstracção de elevado nível, que utiliza premissas exploradas na formulação matemática do mais elevado grau. E tudo isto feito num ambiente divertido e de interacção, “a brincar”.

A seu ver, quais as áreas em que os jogos romanos poderão contribuir para uma melhor aprendizagem?

P.M.-O torneio dos Jogos Romanos de tabuleiro foram cria-dos para envolver a Matemática, a História, o Português e a Educação Visual e Tecnológica. Através de dinâmicas de animação pedagógica e cultural, estas áreas misturam-se de forma natural, focam questões de identidade patri-monial e cultural, incentivam a criatividade e motivam à aprendizagem, suscitando a curiosidade de quem se pro-põe a descobrir os jogos. Saber como, quando e onde se jogava, explorar estratégias que se fundamentavam em noções bélicas, utilizar os mesmos princípios que os nos-sos antepassados utilizavam para os construir, reciclar, reutilizar e renovar. Enquanto jogadores não podemos

deixar de nos rever na nossa história local e nacional. Construir uma jogada, concentrar no processo, formular uma estratégia, antever a reacção do nosso adversário e concluir o jogo são elementos que enriquecem a acção e o desenvolvimento pessoal e académico de quem descobre os jogos romanos de tabuleiro.

A Matemática pode ser aprendida como se de um jogo se tra-tasse?

P.M. Há conteúdos matemáticos que se podem explorar através destes jogos, probabilidades, cálculo e geometria são alguns conteúdos, mas, para os jogar, não é neces-sário saber matemática. Quem conseguir fazer a ligação entre o jogo e o raciocínio matemático, lógico/formal terá mais ferramentas ao seu dispor. A ligação é muito maior no que diz respeito às competências que ambos exigem: persistência, concentração, pensamento lógico, proces-sos, sequências, visão do todo, interpretação da parte como elemento do todo. Deve-se focar na meta pretendi-da, desfazer o objectivo maior em objectivos intermédios, sendo que o processo se desenrola com a conclusão de várias etapas. Será, portanto, este o maior contributo dos jogos para a aprendizagem da Matemática: não atender só ao mapa, mas mais ao território, isto é, não se focar em conteúdos específicos, mas mais nos processos.

Qual o jogo que mais lhe agrada?

P.M. Pergunta difícil de responder… Todos eles me agra-dam, mas de uma forma específica. No Tabula, temos a

infindável possibilidade de combinar hipóteses, entre o movimento de diferentes peças e a relação com os da-dos. No jogo do Moinho, temos de dar mais importância à colocação inicial das peças. No jogo do Soldado, atender ao peso histórico do jogo, olhar para o tabuleiro como um campo de batalha e procurar impedir o nosso adversário de jogar. Todos eles me transportam no tempo… Sempre que os jogo, imagino os espaços onde originalmente fo-ram jogados, os sons e o modo de estar e viver.

Como tem sido a recepção dos alunos às vossas iniciativas?

P.M. A recepção dos alunos tem sido fantástica, o que se revela pela curiosidade que demonstram, a vontade de contribuírem para a realização do torneio e as ideias ori-ginais que nos apresentam. A animação pedagógica que assumem e realizam e a espontaneidade que demons-tram são um manancial de reacções que nos motivam a promover e reforçar esta iniciativa.

Que opinião tem da nossa Escola?

P.M. A vossa Escola é um espaço de desenvolvimento hu-mano, social e cultural, não só académico. Uma escola que realiza, de forma integrada, o processo educativo como um todo onde todos contribuem, não depende só dos professores… Toda a comunidade está empenhada em crescer na sua dimensão humana. Esta Escola promo-ve qualidade de vida: os processos existem, de forma es-truturada, com uma finalidade, abarcando as dimensões biopsicosociais; munem os alunos de ferramentas efica-zes e apostam, também, nos melhores “manuais” para as usarem. Vestir a camisola da Cooperativa Didáxis revela ser um orgulho, pelos testemunhos que tenho assistido e pela obra que tenho visto realizar.

Que conselhos dá a este projecto?

P.M. Que seja provocador, isto é, conhecendo bem as re-gras e as bases pelo qual se rege (às quais deve obede-cer), a partir daí o céu é o limite. Recriar de forma original todos os espaços que têm margem para manobra, explo-rar bem as questões de identidade patrimonial e cultural, assumir a animação que ele proporciona e ter prazer em arriscar. Agir, sempre, de forma estruturada, com muita energia e alegria.

O que espera para o futuro?

P.M. Uma adesão em massa, no nosso distrito. Conto com a vossa estreita colaboração: receber as vossas contribui-ções e registar a maturidade com que vão lidar com este projecto, no concelho de Famalicão. E, em todo o momen-to, divertirmo-nos com o processo.

Esta foi uma oportunidade que consideramos muito enri-quecedora para o nosso projecto e para uma divulgação deste tema na nossa Escola.

Ana Rodrigues, Hilário Rocha, Joana Oliveira, Joana Seara,Sara Martins.

Ano XXII nº 77 Dezembro 2009 Jornal O Vale04

A FLORESTA AUTÓCTONE

No dia 23 de Novembro, realizou-se na nossa Escola uma palestra sobre a floresta autóctone conduzida pelo Professor Dou-tor Paulo Farinha Marques (Professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto) e pelas Dra. Andreia Gouveia e da Dra Sílvia Morim, duas técnicas do Centro de Monitorização e Interpretação Ambien-tal de Vila do Conde.

A referida palestra inseriu-se no dia de-dicado à Floresta Autóctone e teve por ob-jectivo sensibilizar a comunidade educativa para a importância da preservação e divul-gação de determinadas espécies originá-rias da nossa região e que estão em vias de extinção. Esta deve-se à introdução de

espécies exóticas que exercem predação sobre as nossas espécies, ou simplesmen-te pelo facto de algumas espécies exóticas terem algumas particularidades que nos favorecem. Árvores como o Carvalho Alva-rinho e o Sobreiro são o exemplo entre ou-tras que correm o risco de se extinguirem.

Em Portugal, existe uma preocupação para evitar a extinção de determinadas es-pécies. Temos o caso dos sobreiros e das azinheiras que representam, no seu con-junto, cerca de 37% da área florestal portu-guesa e estão protegidos por lei.

O dia começou com a plantação de algumas espécies autóctones no espa-ço escolar e foi, também, assinalado pelo

hastear da “Bandeira Verde”, um galardão que distingue a nossa Escola, no âmbito do Programa Nacional “Eco-Escolas”, e que tanto nos orgulha.

Faço pessoalmente um balanço posi-tivo desta data em que ficamos a perce-ber que, por vezes, as nossas espécies autóctones podem aparentar ter poucos benefícios, mas após alguma insistência e paciência, podem ser muito valiosas para a nossa vida.

Esta actividade foi desenvolvida pela professora Dália Liberato (em representa-ção do Grupo Disciplinar de Geografia) e Ana Rita Sousa. Não posso deixar de elo-giar o professor Paulo Farinha Marques

que através de um forte poder comunicati-vo soube captar uma assistência fortemen-te constituída por alunos do oitavo ano, que de livre e espontânea vontade assisti-ram a um momento tão enriquecedor para a nossa cultura geral e crescimento intelec-tual. Foi uma aula diferente, num espaço diferente, onde se falou de um tema a que não podemos ser indiferentes. Por isso, se ficou com curiosidade de saber mais sobre este tema, investigue… e, a partir deste momento, quando olhar um sobreiro, ou outra espécie autóctone, vai de certeza pensar em valorizar a preservação e evitar a extinção…

Gonçalo Henrique Vilela, 8.6

No passado dia 25 de Novem-bro, pelas 16 horas, os alunos do 8º e do 9º anos que frequentam a disciplina de EMRC (Religião e Moral), bem como os alunos do Curso de Educação e Forma-ção de Serralharia Mecânica, do primeiro ano, foram convidados a assistir a uma palestra sobre o tema “Amor e sexo/sexualidade”, organizada pelos professores Marta Ferreira e Sílvio Nogueira.

A palestra foi orientada pela Dr.ª Manuela Galvão (professora de Filosofia, Mestra em Ética e Fi-losofia Social e Coordenadora da Equipa de Educação e Formação de Adultos da Diocese de Braga) e pela Dr.ª Arminda Moutinho (Mé-dica Escolar).

A palestra iniciou com um de-safio colocado aos alunos: a ten-tativa de definição dos conceitos “amor” e “sexo”, o que facilmente levou à percepção das diferenças que distinguem os dois conceitos. De forma a demonstrar as dife-rentes realidades associadas a cada um dos termos, os alunos procederam ao preenchimento de uma ficha lacunar (a letra de uma música), em que tiveram de colo-car as palavras “amor” e “sexo”

nos sítios certos. Foi ao som da música de Rita Lee, cujo título é, precisamente, “Amor e Sexo”, que os alunos verificaram se erraram muito ou não.

Posteriormente, ouviram-se as sábias palavras da Dr.ª Arminda Moutinho que deram resposta a questões que, apesar de simples, nem sempre estão assimiladas como: a constituição dos siste-mas reprodutores, os perigos das relações sexuais não protegidas, a importância do uso de métodos contraceptivos e do planeamento familiar… Até a problemática da existência da alma foi um dos tó-picos em discussão.

A Dr.ª Manuela Galvão tratou, de forma muito cativante, temas relacionados com “o amor”, e com os quais nos deparamos constan-temente: os valores morais do ser humano e o papel da psicologia na sexualidade, entre outros.

Por fim, procedeu-se ao es-clarecimento de algumas dúvidas que ainda perduravam, demons-trando que a temática desta pa-lestra é, e sempre será, um dos assuntos dominantes na educa-ção e na vida das pessoas.

Inês Vilaça, 9.2

PALESTRA “AMAR COM SEGURANÇA”

Dr.ª Manuela Galvão e Dr.ª Arminda Moutinho no decorrer da palestra

Ano XXII nº 77 Dezembro 2009 Jornal O Vale 05

EXPOSIÇÃO: ROSA DOS VENTOS

“Renewable Energies”

Esteve patente, na entrada da nossa Escola, na semana de 9 a 20 de No-vembro, no espaço destinado a mos-tras de trabalhos/exposições, a Expo-sição e Concurso Rosa dos Ventos.Esta exposição esteve a cargo do grupo disciplinar de Geografia e con-sistiu numa mostra de trabalhos, mais concretamente de Rosas dos Ventos, elaboradas pelos alunos das turmas do 7º ano, no intuito de aliar a ima-ginação e a criatividade aos saberes científicos.A nossa turma, 7.1, participou com seis trabalhos. O resultado foi muito gratificante para professores e alu-nos, pois foram expostos cerca de 60 trabalhos. A eleição da melhor Rosa dos Ventos esteve, também, a car-go dos alunos das turmas do sétimo ano.Damos os nossos parabéns a todos os participantes e professores pela iniciativa, pois o resultado final foi bri-lhante!

Bárbara Passos e Carla Rafaela, 7.1

No âmbito da disciplina de Inglês, foi feita uma palestra sobre um dos temas abordados nas aulas: "Renewable Ener-gies". Embora este assunto não seja algo novo, o recurso às energias renováveis é, cada vez mais, uma realidade. Estas ener-gias têm vindo a tomar um papel significati-vo no plano energético a nível Mundial.

Os alunos das turmas 11.2 e 11.3 pro-moveram um colóquio para que este as-sunto não caia no esquecimento, e tam-bém para que o corpo estudantil esteja informado sobre os avanços e recuos no uso das energias limpas: eólica, solar, das marés.... A palavra de ordem neste pro-jecto foi a autonomia: os alunos foram os responsáveis por tudo o que envolveu o planeamento e execução da palestra. Des-

de a elaboração e envio dos convites, re-serva das salas necessárias, etc., tudo isto foi responsabilidade dos alunos. Uma vez que esta actividade foi realizada no âmbito da disciplina de Inglês, os palestrantes re-correram ao uso desta língua estrangeira ao longo da palestra, o que provou ser um desafio para os jovens oradores.

O dia chegou... e aqueles que iriam dar a cara pelas “Renewable Energies” anda-vam nervosos, com os olhos colados em papéis, cartões e folhetos. Todos ronda-vam os aparelhos verificando se tudo esta-va operacional. O Centro de Recursos foi o ponto de encontro das faces preocupadas e atarefadas dos envolvidos no evento.

Finalmente, chegou a hora da apre-sentação! O nosso convidado, Dr. Manuel

Maria Pereira de Azevedo, da Universida-de de Aveiro, apresentou-se e as turmas procederam às respectivas apresentações. A tensão era muita, mas depressa passou o nervosismo inicial e o discurso tornou-se menos mecânico e decorado, mais fluído e receptivo a intervenções do público. A turma 11.2 até teve direito ao seu erro téc-nico, em que o PowerPoint desapareceu momentaneamente, mas mesmo isso não representou um entrave ao decorrer da apresentação.

No fim das intervenções, o nosso con-vidado especial, Dr. Manuel Azevedo, cuja participação, desde já, agradecemos, deu o seu parecer, criticou as nossas escolhas e apontou os nossos erros.

Consideramos que esta palestra cum-

priu todos os seus objectivos, visto que oradores e espectadores puderam apren-der um pouco mais de Inglês, trabalhar em equipa, ser mais autónomos, tirar dúvidas, discutir ideias e vislumbrar uma nova ima-gem do Mundo no que respeita às renewa-ble energies, e, também, obter um conhe-cimento mais profundo das respectivas tecnologias.

Obrigado a todos os que tornaram esta actividade possível e contribuíram para que fosse um sucesso a todos os níveis.

Luís Costa, 11.2Diana Correia, 11.2

O nosso convidado, Dr. Manuel Maria Pereira de Azevedo, da Universidade de Aveiro, e as turmas que procederam às respectivas apresentações.

José Padeiro entrevista Mário Oliveira Ano XXII nº 77 Dezembro 2009 Jornal O Vale06

José Padeiro (JP): Obrigado por teres aceite o con-vite Mário.A minha primeira pergunta vai-te certamente fa-zer pensar…Quem é Mário Oliveira no xadrez português? Como te definirias, quer como pessoa, quer na envolvência da modalidade?

M.O.: Mário Oliveira é um apaixonado por este jogo-ciência desde os 11 anos. Como jogador conquistei os títulos distritais jovens Sub-14, 16, 18 e 20 e no meu último ano Sub-20 (1998) obtive os meus melhores resulta-dos: 8º lugar no Nacional de Jovens e 2º lugar no Nacional Universitário. Após essa época retirei-me ajudando ocasionalmente o meu ir-mão, Tiago Oliveira, na dinamização do Gru-po de Xadrez Vila Pouca (Guimarães). Reatei esta paixão em 2003, fundando o Núcleo de Xadrez Vale S. Cosme - Didáxis.Acima de tudo, sirvo (-me) (d)o Xadrez para cultivar amizades, caso contrário, já tinha de-sistido há muito tempo de promover esta mui nobre modalidade.

JP: Neste momento vês-te mais como jogador ou dirigente?

M.O.: Claramente como dirigente! O “bichi-nho” de organizar torneios e formar novos valores escaquísticos esteve sempre dentro de mim… A minha cobaia foi o meu irmão que chegou a ser duas vezes vice-campeão na-cional de jovens tornando-se uma referência no Distrito de Braga pelos resultados que al-cançou a nível individual e colectivo. Sempre gostei de ensinar (sou professor de Matemá-tica) e tentar encontrar diferentes formas e estratégias de transmitir “padrões de conhe-cimentos” e o ensino do Xadrez esteve, desta forma, sempre dentro de mim. Quando me inscrevi, em 1990, na Escola E.B. 2,3 João de Meira, o professor João Andersen (o meu 1º treinador) encaminhava-me os “casos mais difíceis”, encarando esta tarefa como um de-safio às minhas capacidades didácticas! Fui o seccionista mais novo de sempre do mítico clube Círculo Arte e Recreio, com apenas 15 anos, onde consegui, com um orçamento de zero escudos, patrocínios de várias entidades locais, assegurando a sobrevivência do clu-be. A par com o meu colega seccionista, Vítor Matos, organizámos o Campeonato Distrital Absoluto (1993), com o patrocínio da empre-sa “Águas da Penha” e da Escola Secundária Francisco de Holanda - Guimarães (cedeu as instalações, pagou os prémios, registos de

partidas, cartazes…). Escrevia numa máqui-na de escrever duas vezes por mês notícias e entregava em mão aos jornais e rádios locais e desta forma o Xadrez em Guimarães esteve sempre em dinamismo! A par desta situação, ajudei a minha mãe, professora do 1º Ciclo, nas suas turmas (1993-1995), ensinando Xa-drez e tentando incutir conceitos matemáticos e abstractos nas suas aulas, quando não se falava de Actividades de Enriquecimento Cur-ricular, hoje obrigatórias em todas as Escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico!Todavia, no início do NXVSC - Didáxis, tive a dupla função de jogador (1º tabuleiro) e dirigente, o que era muito desgastante, mas compensador com as vitórias que íamos ob-tendo, onde destaco a conquista do mais alto título distrital colectivo em 2006: Campeona-to Distrital Absoluto (equipas). Nos dias que correm, sinto que já não sou necessário no tabuleiro, em termos competitivos, podendo canalizar as minhas energias para aquilo que inicialmente me propus: promover a implan-tação do Xadrez em Vila Nova de Famalicão e proporcionar aos meus atletas as melhores condições para a prática do Xadrez na parti-cipação em Torneios Nacionais e Internacio-nais.

JP: Sempre foste um entusiasta do xadrez. O que pensas que te faltou quando eras jovem para te-res dado um salto qualitativo importante?

M.O.: Faltou-me alguém como eu! (risos)Agora mais a sério… (pausa). Faltou-me jo-gar (mais, muito mais) partidas lentas, pois quando era jovem apenas se jogavam ao fim de semana torneios de Semi-Rápidas / Rá-pidas.Jogar um torneio de lentas era um aconte-cimento quase impossível, exceptuando o Torneio Interno do Clube, Distritais Absolutos, Nacionais de Jovens, Nacionais por Equipas e Taça de Portugal. Depois, sem as novas tecnologias, sentia-se um handicap muito grande na análise e preparação de partidas.Como as minhas energias desde cedo se ca-nalizaram para o dirigismo e formação, nunca pude investir como devia no desenvolvimento da minha força de jogo. No entanto, “O Meu Sistema, Aron Nimzowitsch” é um livro que foi lido e aplicado, várias vezes, nas minhas au-las e partidas. Como tudo na vida, “temos de semear para podermos colher”!

JP: Se não estou em erro formaste o teu clube há 6,7 anos. Tem correspondido às expectativas? O que achas que falta para poder chegar ao nível de, por exemplo, um Dias Ferreira?

M.O.: Acima das expectativas, claramente. A Escola onde lecciono está enquadrada num meio socialmente desfavorecido, onde o pro-jecto Xadrez tinha tudo para falhar! Ainda foi preciso algum tempo para convencer o Di-rector Pedagógico da minha Escola a investir 200 euros em material (Jogos, Relógios, Fo-lhas de Anotação…) e inscrever os alunos na vertente Desporto Escolar. Passados dois meses de divulgação, con-tando com o apoio da AXDB, através do professor Fernando Castro, e do inigualável seccionista do Grupo Desportivo Dias Ferrei-ra, Vitorino Ferreira, organizei o 1º Torneio (I TORNEIO DO VALE) no último dia de aulas do 1º Período no ano lectivo 2003/2004 que foi um êxito em termos de participação: 112 alunos!Em Abril de 200, acolhemos a Final Distrital Escolar com a participação de 180 alunos das Escolas do Distrito de Braga, constituindo um acontecimento de boa propaganda para o de-senvolvimento do Xadrez na nossa Escola.Do Desporto Escolar ao Federado foi um pe-queno passo, com a organização de vários torneios de lentas, promoção de treinos com jogadores mais experientes, intercâmbio en-tre clubes, nomeadamente o GDDF, o que proporcionou aos nossos atletas um desen-volvimento mais rápido da sua força de jogo.

O GDDF é um projecto em que se vive o Xa-drez 24 horas diárias, enquanto que o clube que eu dirijo está inserido numa Escola e dificilmente atingirá o patamar deste impor-tante clube matosinhense. Como diz na gíria escaquistíca: “Vitorino só há um, ele e mais nenhum!”… (risos)

JP: Na altura de ingresso no ensino superior aban-donaste temporariamente a modalidade. Pensas não serem emcompatíveis os estudos e o xadrez competitivo?

M.O.: O meu abandono deveu-se a outra paixão: a música. Quem me conhece dos Na-cionais de Jovens de Xadrez sabe que levava comigo a minha companheira de sempre: “A minha Guitarra”… Na Universidade propor-cionou-se a criação (1999) de uma banda, F.R.E.I., em que eu era o letrista e vocalista , culminando com a vitória num concurso de bandas e gravação de uma maquete (2003). Após a separação traumatizante (risos) dos membros da banda, decidi investir no Xadrez, já que podia conciliar este amor com o meu outro amor: o ensino da Matemática! Portanto, foram as circunstâncias da vida que me fizeram abandonar temporariamente a modalidade…

JP: Relativamente ao xadrez nacional, o que pen-sas que pode ser feito para uma maior evolução? O que tens feito tu na própria associação distrital para que essa evolução seja notória?

M.O.: Como já disse, é necessário que os jogadores disputem (cada vez mais) partidas lentas, façam uma análise individual e em grupo das mesmas e só deste modo pode-rá haver uma evolução notória e consisten-te. Desta forma, penso que é necessário que os Clubes, Associações Distritais e a própria Federação promovam a evolução do Xadrez com base neste denominador comum: pro-moção e organização de Torneios de Lentas.A nível da AXDB, promoveu-se na passada época competitiva treinos da Selecção Distri-tal de Jovens, elaboração de um ranking da Selecção Distrital de Jovens sendo atribuído um prémio de 65 euros aos dez primeiros classificados (pode ser descarregado por este link), apoio à organização de Torneios Fechados FIDE nos clubes (só no meu clube organizei dois torneios fechados com 10 e 12 jogadores, respectivamente), lançamento do Anuário de AXDB, da minha autoria, organi-zação do I Festival de Xadrez do Minho, que promoveu a aprendizagem da prática do Xa-drez a centenas de crianças de Escolas do 1º Ciclo do Distrito de Braga e um apoio cons-tante a todos os Clubes de Desporto Escolar (cedência de material e formação técnica) do Distrito, para que se possam criar condições de criar um clube federado…

JP: Imagina que és eleito Presidente da Federa-ção. Quais são as tuas primeiras cinco medidas?

M.O.: Não há imaginação que encaixe esse cenário na minha realidade! (risos)Só tomava uma medida: profissionalizava o dirigismo desportivo em termos federativos, tal como em outras Federações com estatuto de utilidade pública desportiva.

JP: Achas que existem condições no nosso país para se poder atingir um nível mais elevado? Pensas que os pais estão preparados para inves-tir nos filhos se necessário for?

M.O.: Penso que sem a primeira medida aci-ma enunciada o nosso país dificilmente atin-girá um nível mais elevado… Relativamente à segunda questão, os pais, na sua generalidade, ainda não vêem o Xa-drez como uma modalidade em que valha a pena investir. No entanto, percebo as suas atitudes, face ao panorama competitivo exis-tente!No que concerne aos Encarregados de Edu-

cação dos alunos do NXVSC - Didáxis, te-nho que lhes prestar a minha homenagem, pois, desde o primeiro dia, têm sido incan-sáveis em todas as formas de apoio para a expansão e afirmação deste jovem clube no panorama escaquístico nacional! Aproveito a oportunidade para agradecer o contributo da Cooperativa de Ensino Didáxis, da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, bem como, o apoio institucional da Associação de Xadrez do Distrito de Braga no desenvolvi-mento do Xadrez, no Concelho de Vila Nova de Famalicão.

Perguntas rápidas

» Decisão mais difícil que tomaste enquanto director do teu clube: Ainda não a tomei!...

» Melhor amigo do xadrez: José Curado (Que é feito de ti Engenheiro?) e Vitorino Ferreira & Co (eles sabem quem são!)

» Vitória mais marcante: João Andersen (1995) no Torneio Interno do CAR: “o aluno superou o Mestre!”…

» Melhor torneio: Campeonato Nacional de Jovens Sub-20 (1998), 8º lugar.

» Derrota mais dolorosa: Nuno Cachada (1995). Ao perder um jogo mais do que ganho perdi a oportunidade de vencer o Torneio In-terno do CAR.

» Maior alegria que um jogador do teu clube te proporcionou: João Pedro Costa Ribeiro sagrar-se Campeão Nacional Escolar (2005) na Benedita.» Foi um momento mais emocionante para mim do que para ele (risos)

» Para terminar gostaria que deixasses uma mensagem a todos os dirigentes da modali-dade.É importante fazermos o melhor que sabemos e não aquilo que nos convém. Há outra citação, também, da minha autoria que gostaria de partilhar: » De que vale haver Vento se não temos Rumo!

Mário Oliveira é o actual vice-presidente da Associação de Xadrez de Braga e responsável por um dos clubes mais activos do norte: o NXVSC –Didáxis ( Núcleo de Xadrez Vale de São Cosme - Didáxis)

JOSÉ PADEIROPERFILJogador federado desde 1992.Treinador FIDE e Seleccionador Nacional da Federação Portuguesa de Xadrez desde 2005.Mestre Nacional desde 2005. Melhor elo 2287 em Janeiro de 2008.Título mais importante: Campeão Nacional de Semi-rápidas em 2005.Objectivo imediato: Chegada aos 2300 e consequente título Mestre Fide.

Professor Mário Oliveira, Responsável pelo NXVSC-didáxis

Ano XXII nº 77 Dezembro 2009 Jornal O Vale 07

Decorreram de 4 a 13 de Agosto, em Mureck, na Áustria, os Campeonatos de Xadrez da União Europeia de Jovens 2009 nos escalões Sub-8, 10, 12 e 14.

Inês Machado Oliveira, atleta famali-cense do N.X.V.S.C.-Didáxis, conseguiu o 5º lugar feminino em sub-14 (5 pontos, 13º lugar absoluto ex-aqueo) em 48 par-ticipantes. Os critérios de desempate não a favoreceram, já que conquistou os mes-mos pontos que as segunda, terceira e quarta classificadas.

Pela segunda vez consecutiva, esta atleta representou Portugal numa com-petição internacional. Esta participação deveu-se ao vice-título feminino no esca-lão sub-14 no Campeonato Nacional de Jovens que se realizou em Portimão no passado mês de Março.

De realçar, também, que este resulta-do individual foi o melhor da comitiva por-tuguesa e a foi a única atleta a conseguir mais de 50% dos pontos em disputa.

Luis Miguel Neves da Silva, atleta fama-license do NXVSC-Didáxis, classificou-se

em 23º lugar ex-aqueo obtendo 4,5 pontos em 9 possíveis. O objectivo inicial de atin-gir uma perfomance de 50% foi cumprido ficando a certeza de uma experiência posi-tiva em competições internacionais, já que esta foi a sua estreia nestas lides.

Esta participação deveu-se ao 8º lugar absoluto no escalão sub-14 no Campeo-nato Nacional de Jovens, bem como, pela conquista do título nacional, no mesmo escalão, na vertente semi-rápidas, que se realizou em Peniche.

O N.X.V.S.C.-Didáxis gostaria de ende-reçar um sincero agradecimento à Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão e à Cooperativa de Ensino Didáxis pelo apoio prestado a estes atletas famalicenses.

O campeão da União Europeia de sub-14 foi o checo Tadeas Kriebel (7,5 pontos em 9 jogos) e a campeã da União Euro-peia de sub-14 acabou por ser a romena Iaona Gelip, que se classificou no 9º lugar absoluto ex-aqueo, com 5,5 pontos.

A delegação portuguesa foi liderada por José Cavadas e contou com o apoio

técnico do Mestre Internacional António Fróis e do Mestre Nacional Vitor Guerra.

Os restantes atletas que integraram a comitiva foram:

Sub-08 (36 Participantes)André Carmona (25º lugar)Luis Rodrigues (31º lugar)António Ferreira (35º lugar)

Sub-10 (44 participantes)Rita Jorge (29º lugar)Hugo Ferreira (35º lugar)João Santana (36º lugar)

Sub-12 (55 participantes)André Mateus (38º lugar)Francisco Cavadas (49º lugar)

Sub-14 (48 participantes)João Vicente (23º lugar)Inês Santos (45º lugar)

Prof. Mário Oliveira

Campeonato de Jovens de Xadrez da União EuropeiaInês Machado Oliveira melhor atleta da comitiva portuguesa

O estreante Luis Silva e Inês Machado Oliveira, a melhor atleta da comitiva portuguesa

CAMPEONATO DISTRITAL SEMI-RÁPIDAS INDIVIDUAL E EQUIPASFIM-DE-SEMANA HISTÓRICONXVSC-DIDÁXIS VENCE EM TODAS AS FRENTES

O Núcleo de Xadrez de Vale S. Cosme - Didáxis (N.X.V.S.C. - Didáxis) assinou no passado fim de semana a mais bela pá-gina da sua história face aos resultados obtidos no Campeonato Distrital Absoluto de Semi-Rápidas (20 minutos de reflexão para cada jogador acabar a partida) Indi-vidual e por Equipas.

O Torneio Individual decorreu, no dia 12 de Dezembro, organizado e arbitrado pela Associação de Xadrez do Distrito de Braga e pelo clube anfitrião Clube de Xa-drez de Manhente (Barcelos). Este Cam-peonato contou com o apoio da AXDB, da Junta de Freguesia de Manhente e da Es-cola E.B. 2,3 de Manhente.

Dos 84 participantes, 23 atletas per-tenciam ao N.X.V.S.C. – Didáxis, o clube mais representado num total de 10 clubes participantes.

O jovem famalicense, com apenas 14 anos, Luís Miguel Neves da Silva (N.X.V.S.C. – Didáxis) venceu isolado, com 6 vitórias e dois empates. Este título

absoluto foi o primeiro obtido por um atleta do NXVSC-Didáxis, resultado vem a con-firmar que este atleta é já uma certeza do Xadrez Distrital e Nacional, tornando-se no mais jovem jogador Campeão Distrital Absoluto.

Em 2º lugar classificou-se o Mestre Nacional Henrique Castro (Amiguinhos do Museu Alberto Sampaio - Guimarães), cabeça de série nº 1, que beneficiou de melhor coeficiente de desempate que o jovem jogador famalicense Rui Pedro Go-mes (NXVSC-Didáxis) que alcançou um brilhante 3º lugar, mantendo-se invicto (6,5 pontos: 5 vitórias e 3 empates).

Desta forma, este torneio mostrou o elevado nível de competitividade e com-batividade, denotando uma considerável evolução dos atletas famalicenses do NXVSC-Didáxis sendo de destacar, ain-da, as classificações de Inês Machado Oliveira, actual Campeã Nacional Femini-na Sub-14 Semi-Rápidas (6º classificado; 6 pontos), Ivo Dias (7º classificado; 6 pon-

tos) e Luís Romano (13º classificado; 5,5 pontos).

O Torneio por Equipas decorreu no dia seguinte, 13 de Dezembro, adoptando-se o Sistema Suíço de 7 sessões, onde cada ronda era disputada por 4 tabuleiros de cada clube. A prova contou com a partici-pação de 60 jogadores, distribuídos por 13 equipas do Distrito de Braga, 4 das quais pertenciam ao N.X.V.S.C. - Didáxis o que constituiu um recorde em termos de parti-cipação numa prova distrital por equipas.

A equipa vimaranense A.M.A.S. era a primeira cabeça de série mas foi superada por uma performance histórica da jovem equipa famalicense NXVSC-Didáxis (4º cabeça de série, à partida) com uma mé-dia de idades de 15,25 anos, tornando-se na mais jovem equipa campeã no palma-rés distrital!

Desta forma, a equipa A do NXVSC-Didáxis fez-se representar por Yaroslav Minakov (1º tabuleiro; 6 pontos em 7 jo-gos), Nuno Miguel Marques da Silva (2º

Tabuleiro; 3,5 pontos em 7 jogos), Rui Pe-dro Gomes (3º tabuleiro e Capitão; 6 pon-tos em 7 jogos) e Inês Machado Oliveira (4º tabuleiro; 6 pontos em 7 jogos) totali-zando 21,5 pontos em 28 possíveis. Com menos 1 ponto, classificaram-se, em 2º e 3º lugares, respectivamente, as equipas vimaranenses AMAS e João de Meira.

A classificação final ficou assim orde-nada:

1 NXVSC A2. AMAS A3 JOÃO DE MEIRA A4 A.URGESES A5 AMAS B6 NXVSC B7 JOÃO DE MEIRA B8 NXVSC C9 A.URGESES B10 MANHENTE B11 MANHENTE A12 MANHENTE C13 NXVSC D

Prof. Mário Oliveira

Da esquerda para a direita Henrique Castro, Luis Silva e Rui pedro Gomes Rui Pedro Gomes, capitão da Equipa A, ergue a Taça de Campeão Distrital Equipas

Ano XXII nº 77 Dezembro 2009 Jornal O Vale08

2 TV“mais um ano a meter água”

No dia 10 de Dezembro de 2009, no âm-bito do módulo “Actividade Física – contexto saúde II” da disciplina de Educação Física, a turma 2 TV, segundo ano do Curso Profissio-nal de Técnico de Vendas, com a orientação do professor Estêvão Liberal, realizou uma aula de natação no complexo de piscinas mu-nicipais de Oliveira S. Mateus. Esta iniciativa permitiu às alunas o contacto com uma mo-dalidade desportiva, bastante benéfica para a sua saúde, que pode e deve ser praticada regularmente durante toda a vida, sendo que o concelho de Vila Nova de Famalicão está devidamente apetrechado com estruturas deste género.

Sendo esta a terceira aula que se propor-ciona à turma, numa experiência iniciada no ano lectivo transacto, podemos, desta vez,

realçar como aspectos positivos a compre-ensão, por parte das alunas, da dinâmica de uma aula de natação, de todo o seu espaço envolvente e dos recursos necessários para a sua concretização. Por outro lado, a turma demonstrou bastante interesse em compre-ender a importância deste tipo de projectos para a população e para o concelho, pelo que, durante a sua passagem, observaram aulas de crianças, adolescentes, adultos e seniores de várias instituições.

Por isso, e pela experiência enriquece-dora, a turma 2 TV continuará, certamente, a “meter água” ao longo do ano lectivo.

Prof. Estêvão Liberal

LUSITÂNIA A PONTAPÉ Gosto de futebol. Não gosto é

que, como ultimamente tem aconteci-do, este desporto seja usado para re-velar a mediocridade em que a nossa sociedade de valores vai mergulhan-do.

Apercebi-me desta situação, quando há uns meses, o avançado e capitão dinamarquês, Jon Dahl To-masson, lançou uma “farpa” na im-prensa dinamarquesa, ao dizer que Portugal foi ao Brasil “comprar” Lie-dson, depois deste ter sido recusado por Dunga, o seleccionador brasileiro. Tomasson disse também que nem na Dinamarca, nem na Escandinávia ocorre esse tipo de situações, “Não fazemos isso na Dinamarca, nem no resto da Escandinávia, comparando com o que acontece nos países do Sul da Europa”. De início apeteceu-me acusar o escandinavo de racismo puro, mas mais tarde senti-me obri-

gado (tendo a declaração sido tecida com alguma “dor de cotovelo” ou não) a dar-lhe parte da razão. Vivemos num país em que são precisos seis anos de trabalho em território nacio-nal, para que um individuo receba a nacionalidade portuguesa (nada con-tra!), e num país em que o título de cidadania é brutal e cegamente mis-turado com o cargo da representativi-dade. Para alguém representar orga-nismos como a selecção portuguesa de futebol, bastar-lhe-á apenas, que por território luso tenha passado, e ficado a trabalhar, durante seis anos. Acho que a representatividade devia ser considerada após um prazo mais dilatado do que o necessário para que um indivíduo obtenha naturalização portuguesa. Assim, devia ser aumen-tado esse prazo para um número de anos necessários, recorrendo a uma

comissão de conceituados sociólo-gos, dispostos a investigar o tópico em questão.

É certo que o desporto é um ne-gócio (prova viva disso são as famo-sas SADs), mas se os clubes/empre-sas estão para o negócio, para o que estarão as selecções de representa-tividade nacional?! Arrisco hipótese: Para um falseado jogo de interesses, e então vamos à pressa para a China, arrebanhar meia dúzia de campeões de ténis de mesa… Com isso ganha-mos umas medalhas na modalidade e damos corpo ao “espírito olímpico”!

Não questiono o sentimento na-cional de homens como Luís Cunha, mais conhecido como Nani, que em-bora nascido em Cabo Verde, passou a maior parte da vida em Portugal, tendo imigrado para terras lusas du-rante o seu terceiro ano de escola-ridade; não questiono o patriotismo de Bosingwa, nascido em Kinshasa, tendo-se mudado para Seia, no distri-to da Guarda, no interior de Portugal, com tenra idade, nem de Petit, nas-cido em Estrasburgo, mas que ainda jovem veio fazer a sua vida para o nosso país. Mas se estamos a falar de atletas como Deco, Pepe e Liedson, que por mais conceituados tecnicistas

e portugueses de B.I. que sejam, ten-do eles visto na selecção portuguesa uma “segunda via” de promoção das suas carreiras (lembro o caso de Lie-dson, que 4 meses antes de receber a nacionalidade portuguesa deu uma entrevista à TV Globo em que dizia ao povo brasileiro “só se imaginar a jogar de ‘canarinha’ ao peito”) e que nem casa em Portugal alguns deles detêm, não me consigo convencer do seu sentimento nacional. Bom ou mau, um “grupo selecção” é o melhor que um país tem para oferecer. Pou-ca diferença restaria entre selecções e clubes, caso cada um "contratasse" os atletas que quisesse, independen-temente de algo mais: algo que não pode ser demonstrado por um simples papel carimbado.

Neste panorama nacional, em que tanto pessoas, como cargos, são aceites e requeridos por conveniência de interesses, e não pelo preenchi-mento dos requisitos que as funções acarretam, é necessário aclamar uma moral identitária.

Ah! E já agora, era bom que es-ses atletas (e os outros…) soubessem a letra do nosso hino…

DILUENTE CRÓNICO

No dia 23 de Maio último, as equipas femi-ninas de Infantis A e Infantis B e de Iniciados e Juvenis da nossa escola participaram nas provas de Roller Hockey que se realizaram no Pavilhão Municipal de Galegos, em Penafiel.

Esta modalidade está inserida nas activi-dades praticadas pelo Núcleo de Patinagem e já dá cartas: no primeiro ano de contacto com a modalidade, a equipa de Iniciados e Juvenis feminina foi a vencedora do torneio! Grandes campeãs!

A equipa de Infantis A e B também teve uma prestação muito positiva: não venceram o primeiro jogo, mas jogaram muito bem e re-presentaram dignamente a nossa escola.

Para além destas duas equipas, houve

ainda outro representante da Escola Coope-rativa de Vale S. Cosme, o Hélder Araújo que, por não haver equipa masculina da nossa es-cola, integrou a equipa do Externato Delfim Ferreira. Rapazes: se gostam de desporto, querem experimentar algo diferente e diverti-do, calcem uns patins e juntem-se a nós – os campeões sobre rodas!

Muitos parabéns a todos! Continuem a praticar, porque, com este início, grandes fei-tos vos esperam!

Prof. Adalberto Machado

PATINAGEM – PROVA DE ROLLER HOCKEYSobre rodas… e com a taça na mão!

Torneio de Basquetebol 3x3 – “Compal Air”

No dia 18 de Dezembro de 2009, o Departamento de Educação Física e Desporto Escolar, integrado nas activi-dades e programa de Natal da escola, organizou mais uma vez o já tradicio-nal Torneio de Basquetebol 3x3 “Com-pal Air”. O evento contou com uma boa adesão dos alunos da escola, sendo que es-tiveram representados todos os anos e escalões de actividade. O calendário de jogos foi apresentado dias antes da realização do torneio.Durante três horas, os alunos tiveram

a oportunidade de demonstrar os seus dotes e capacidades, sendo que es-tiveram em evidência os alunos que representam a escola no Desporto Es-colar, nomeadamente os núcleos do escalão infantil e iniciado. No final, os vencedores, como prémio pelo seu desempenho, receberam um livro, com o intuito de proporcionar e incentivar hábitos de leitura aos alu-nos. De uma forma geral o torneio decorreu bastante bem, os alunos demonstra-ram-se bastante satisfeitos, provando-se a importância da realização de um evento desportivo nesta época natalí-cia, incluído no programa de festas da escola.

“Bom ou mau, um “grupo selec-ção” é o melhor que um país tem para oferecer.”

“É certo que o desporto é um negó-cio (prova viva disso são as famosas SADs)”

Ano XXII nº 77 Dezembro 2009 Jornal O Vale 09

A Lenda de S. MartinhoNo átrio da sala dos professo-

res, nos dias 10 e 11 do mês de Novembro, desenvolveu-se a acti-vidade do dia de S. Martinho, com a participação dos alunos do 5º ano da disciplina de EMRC, sob a orientação da professora Marta Ferreira.

Às 9.40 da manhã, nos refe-ridos dias, procedemos à ence-nação da Lenda de S. Martinho, que consta do seguinte “Num dia de tempestade, ia o soldado Mar-

tinho montado no seu cavalo, até que encontrou um mendigo qua-se nú. Martinho, demonstrando ser muito bondoso, pegou na sua capa e, com a espada, cortou-a, dando metade ao mendigo. Entre-tanto, a tempestade desfez-se e o sol iluminou a Terra, enchendo-a de luz e calor”.

Por isso, quando há calor em Novembro, diz-se que é o Verão de S. Martinho.

João Paulo, 5.3

Todos os anos, no dia 31 de Outubro, comemora-se o dia de Halloween, um evento tradicional e cultural, com relevân-cia sobretudo nos países anglo-saxónicos, mas que actualmente é celebrado um pou-co por todo o mundo.

Reza a história que na Noite das Bru-xas os fantasmas voltavam à Terra em bus-ca de alimento e companhia para levarem para o outro mundo. Assim, as pessoas pensavam que encontravam almas pena-das, se saíssem de casa nessa noite. Por

isso, para não serem reconhecidas pelos fantasmas, usavam máscaras quando saí-am de casa, para serem confundidas com espíritos que andavam à solta a tentarem apanhar almas vivas. E para manter os espíritos longe de casa, as pessoas colo-cavam tigelas de comida à porta para os satisfazer e os impedir de entrar.

Hoje em dia, esta data é comemora-da sobretudo pelas crianças, que, usando máscaras de bruxas, monstros e fantas-mas e originais lanternas feitas com abó-

boras (“Jack O'Lantern”), vão, de porta em porta, brincando ao “Trick or Treat”, isto é, recolhendo doces, guloseimas e frutas ou pregando pequenas partidas.

Ora, nesta data tão especial para os mais novos, o Departamento de Línguas Estrangeiras não podia deixar de presente-ar a comunidade escolar com algumas das delícias desta tradição. Assim, para além da exposição/concurso de abóboras, foi servido um saboroso e inofensivo “Poiso-nous Tea”, seguido de um divertido desfile

de máscaras, protagonizado pelos alunos das turmas 6.8 e 5.4.

Parabéns a todos os que participaram, mas em especial às alunas Margarida e Ana Luísa, da turma 5.8 e Ariana Oliveira vencedoras, respectivamente, do concurso de abóboras e de máscaras de Halloween!

Prof.: Susana Costa

HALLOWEEN

Durante o mês de Novembro, mês em que a actividade gripal se fez notar na nossa escola, a equipa operativa de-finida no plano de contingência activou as medidas necessárias para a manu-tenção da actividade escolar. O nível de absentismo verificado (ver gráfico) permitiu que apenas fosse necessário implementar medidas de isolamento e distanciamento social bem como a pro-moção de actividades lectivas via e-mail e/ou actividades de recuperação findo o isolamento profiláctico. Serviços admi-nistrativos, fornecimento de refeições e transporte escolar estiveram sempre ga-rantidos, tendo sido apenas necessário reorganizar os serviços de limpeza com vista à desinfecção dos espaços lectivos frequentados pelos alunos das turmas com casos positivos, durante o perío-do de tempo indicado pelo delegado de saúde pública.

Como é do conhecimento geral, os testes à gripe A (H1N1) só são feitos,

nesta fase, a doentes cujo quadro clíni-co se justifique. Assim, a contabilidade foi efectuada com base na apresentação e/ou comunicação de síndrome gripal. É com satisfação que comunicamos que os 279 casos de gripe registados pela equipa operativa durante o mês de No-vembro desenvolveram um quadro be-nigno.

Em Portugal, a monitorização Gripe-net regista uma tendência de descida da epidemia, tendo assinalado um primeiro pico epidémico entre final de Outubro e meados de Novembro. Assim, as re-comendações vão agora no sentido de manter o cumprimento das medidas de higiene e etiqueta respiratória divulga-das. Enquanto acompanhamos o evoluir da pandemia, devemos manter presente que as medidas preventivas preconiza-das para a gripe fazem parte das mais elementares regras de higiene.

Prof. Maria João Drumond

GRIPE

Ano XXII nº 77 Dezembro 2009 Jornal O Vale10

“Avaliação de Riscos Profissionais”

No dia 7 de Novembro de 2009, realizou-se, no auditório da CESPU de Vila Nova de Famalicão, uma reunião técnico-científica, promovida pela Didáxis-Escola Cooperati-va V.S. Cosme, com o apoio da Autorida-de para as Condições do Trabalho (ACT) e da Associação Nacional de Técnicos de Segurança e Higiene no Trabalho (AN-TESHT), subordinada ao tema “Avaliação de Riscos Profissionais”.Na sequência da Sessão de Abertura, que contou com a presença do Dr. Leonel Ro-cha, Vice-Presidente da C.M. Famalicão, Dr. José Cerqueira, Presidente da Coope-rativa Didáxis, Dr. Mário Martins, Director do Centro de Emprego de V. N. de Fama-licão, a Dra. Manuela Calado, Represen-tante da Agência Europeia de Higiene do Trabalho, fez uma análise da legislação eu-ropeia, neste domínio. Em seguida, a Dra. Carla Gonçalves (Associação Nacional de Técnicos de Segurança do Trabalho) falou sobre a “ Problemática de Higiene e Segu-rança do Trabalho” e das vantagens dos técnicos de segurança integrarem aquela associação profissional. No âmbito do 1º Painel, ”Avaliação de Riscos Profissionais”, o Engenheiro Pinto Ribeiro desenvolveu este tema li-gado ao sector têxtil; o Arquitecto José M. Santos expôs “Os Riscos Profissionais na construção civil”; e o Dr. Ricardo Rego fa-lou sobre “Os riscos Profissionais nos Es-tabelecimentos de Ensino”.No âmbito do 2º Painel, “ Acção e Conse-quências de uma Avaliação de Riscos”, o Dr. Sérgio Gonçalves, professor do cur-so de Segurança e Higiene no Trabalho, abordou a “Problemática das Avaliações de Risco”; o Dr. Jorge Gaspar, Professor Universitário e Consultor, apresentou o tema “Responsabilidade Penal na Avalia-ção de Riscos”; por sua vez, o Dr. Humber-to Silva, Coordenador Executivo da ACT para a Prevenção de Riscos Profissionais, apresentou a “ Estratégia Nacional de Pre-

venção de Riscos”.No final de um profícuo debate, resultaram as seguintes conclusões, que foram apro-vadas por unanimidade dos presentes e propostas para divulgação à Rede Nacio-nal de Prevenção de Riscos Profissionais:

1. A actividade de Avaliação de Riscos Profissionais é uma ac-tividade técnica de prevenção de riscos que se enquadra no Perfil Profissional dos Técni-cos Superiores e Técnicos de SHT e não poderá ser exercida por pessoas que não possuam as competências necessárias para o efeito.

2. É urgente e necessário implementar uma avaliação de riscos profissionais em todos os ramos de actividade e processos de trabalho, de modo a salvaguardar a saúde e a integridade física dos trabalha-dores.

3. Torna-se necessário passar a uma fase objectiva de Avaliação de Riscos Psicos-sociais com um real enquadramento téc-nico, de forma a evitar-se a proliferação desgarrada de metodologias sem sentido e as hipóteses de comparação entre reali-dades semelhantes.

4. A avaliação de riscos pode resultar em responsabilidade penal para o Técnico de SHT, não podendo, assim, ser aliciados outros trabalhadores para esta actividade que não se enquadrem no Perfil Profissio-nal dos Técnicos, nem possuam a respec-tiva preparação técnica.

5. É necessário perceber que a Segurança no Trabalho, nomeadamente a Coordena-ção de Segurança, em qualquer ramo de

actividade, cabe inteiramente a pessoal devidamente especializado, aos Técnicos de Segurança, e que compete ao Estado criar condições para que a profissão não seja exercida por pessoas não qualifica-das.

6. A avaliação de Riscos é uma actividade que deve ser implementada como ferra-menta de gestão nas Empresas, de forma a contribuir para o seu bom desempenho.

7. Existe um enquadramento penal no contexto do desen-volvimento das actividades no trabalho em condições de pe-rigosidade para a integridade física, a saúde e a vida dos tra-balhadores, quer por parte dos empregadores, quer dos traba-lhadores e Técnicos.

8. Há, cada vez mais, a necessidade de uma ligação urgente e objectiva entre o Técnico de SHT e o Médico do Trabalho e os responsáveis de produção, no respei-tante às suas áreas de acção, de forma a conseguir-se um conhecimento mais com-pleto na implicação do processo industrial na saúde dos trabalhadores.

9. O Estado deverá assumir um maior en-volvimento, clarividente e enquadrador, associado aos Técnicos de SHST e suas Associações, para que se possa garantir a eficaz implementação do sistema de pre-venção de riscos profissionais.

10. As escolas, nomeadamente as profis-sionais, desempenham um papel activo na

divulgação dos princípios de prevenção, na preparação de Técnicos de nível III e são parceiros importantes na Rede Nacio-nal da Prevenção de Riscos Profissionais.

Se todos tivermos consciência do quão importante é a vida, a integridade física e a segurança e saúde no trabalho, e se contribuirmos cada um com a sua parte, então teremos melhores locais de trabalho que sejam, efectivamente, seguros e sau-dáveis. Será bom para os trabalhadores e para as empresas. E para que nunca nos esqueçamos de que do pouco se pode fazer muito, atentemos na seguinte fábula do Beija-Flor:

Houve um incêndio na floresta, e todas as áreas ficaram cercadas por um fogo denso. O vento assobiava por todos os lados e os animais não tinham para onde fugir, ficando barrados à frente de um rio. “O que vamos fazer?”, pergunta o elefan-te; “E agora?”, indagava o leão. “Vamos atravessar o rio”, dizia outro. Mas também havia fogo do outro lado da margem… E a confusão instalou-se, pois nem as aves conseguiam voar alto…De repente, todos pararam e viram que o Beija-Flor ia até à margem do rio, mergulhava, levava algu-mas gotas de água no bico e voava até ao fogo, deixando uma gotinha cair sobre as labaredas. O elefante virou-se e falou: “Estás louco, Beija-Flor? Achas que com esta simples gotinha poderás apagar um incêndio tão grande?”; e o Beija-Flor res-pondeu: “Se calhar não, mas eu estou a fazer a minha parte!...”

André Vilhena Barbosa, Coordenador do Curso de HST, Nível III.

O Projecto Pense Indústria 2.0 per-correu, no mês de Novembro, as salas de aulas da Escola Cooperativa de Ensino de Vale S. Cosme de modo a promover as suas duas grandes actividades para 2009/2010: a competição “F1 in Schools” e o concurso “Isto é uma Ideia”.

A actividade “F1 in Schools”, que res-ponde às condições estabelecidas no de-safio mundial com o mesmo nome, con-siste no desenvolvimento, por parte dos alunos e com recurso a software 3D, de carros de Fórmula 1 em miniatura, levan-do em conta conceitos como a aerodinâ-mica e o design. Seguindo as regras de trabalho internacionais, os alunos neces-sitam de planificar e desenvolver um carro de fórmula 1 em miniatura e em balsa.

O trabalho divide-se em várias fases: criação da identidade da equipa, design e aerodinâmica, modelação 3D, maquina-gem, pintura, construção do portefólio e de corrida. A escola terá direito a uma versão educacional do software de modelação tri-dimensional (Solidworks) para os alunos modelarem o carro. O vencedor da final do CITEVE terá lugar na Final Nacional, onde tentará disputar um lugar para Final Mundial. A Final Mundial de 2009 decorreu em Londres com a participação de 20 pa-íses e o vencedor foi um grupo Irlandês, os Koni Kats.

Esta actividade, com a aprovação do Ministério da Economia e da Inovação, insere-se numa iniciativa apoiada pelo QREN através do COMPETE. Durante

esta primeira edição do “F1 nas Escolas”, 300 alunos portugueses foram envolvi-dos no desafio. Em todo o mundo o “F1 in Schools” envolve 9 milhões de estudantes em mais de 30 países, sendo em Portu-gal gerido pela RECET – Rede de Centros Tecnológicos.

A actividade/ Concurso “Isto é uma Ideia”, desenvolvida em parceria com o INPI – Instituto Nacional de Propriedade In-dustrial – dinamiza a descoberta de jovens empreendedores com ideias inovadoras. Promovido pela RECET, em parceria com os Centros Tecnológicos, o concurso “Isto é uma Ideia” premeia a criatividade dos jo-vens, lançando-lhes o desafio de criar um produto novo e comercializável, simulando todas as fases do ciclo industrial, utilizando

as novas tecnologias e os conhecimentos adquiridos nas sessões, não esquecendo nunca os conceitos associados de defesa da propriedade intelectual.

Este concurso tem também uma com-ponente nacional, já que a equipa vence-dora dentro de cada centro irá competir numa grande final, em Lisboa, com as res-tantes equipas vencedoras.

Mais de 300 alunos já sentiram o efei-to Pense Indústria e começam a surgir os primeiros grupos para integrar as activida-des.

Os professores: Cristiano Silva, João Dias e

Paulo Oliveira

Projecto Pense Indústria 2.0

Ano XXII nº 77 Dezembro 2009 Jornal O Vale 11

No passado dia 25 de Novembro, deslo-quei-me à Áustria para representar a Selec-ção Portuguesa de Karate, no Campeonato Europeu que decorreu na cidade de Wels.

O dia 27 foi o momento da verdade: às 7h00 da manhã, acordámos (o escalão de cadetes) e seguimos com a comitiva, que nos apoiou e gritou com honra e paixão pela nossa selecção. Durante as competições, que se desenrolaram durante o dia, obtive-mos o segundo lugar do Campeonato Euro-peu de Kumite Team, com muita persistência e, principalmente, com muita cabeça. É que, ao contrário do que muitos possam pensar, os desportos de artes marciais, como o ka-rate, também exigem cálculo mental e es-tratégia, pois nem sempre a força muscular ganha – até porque nós, os portugueses, éramos dos que tínhamos menor estatura física, mas conseguimos obter excelentes

resultados em todos os escalões, mostrando a nossa raça! Feitas as contas, ficámos em quarto lugar no ranking das selecções mais medalhadas de toda a Europa.

Nos dias seguintes à minha prova, dedi-quei todas as forças que ainda me restavam a apoiar os meus colegas, cantando e gri-tando por Portugal.

Foi uma experiência sensacional, algo indescritível, cuja memória da responsabili-dade de representar esta grande selecção ficará e deixará uma grande marca no meu coração.

Espero repetir em breve esta experiência de vida. Sim! Porque o karate, para mim, não é como um desporto qualquer, mas sim uma filosofia de vida, algo que faz parte de mim e sem o qual eu não conseguiria viver.

Hernâni Mendes

Vice-campeão europeu de Karate na primeira pessoa

Vice-campeão europeu, Hernâni Mendes ao centro

JORNAL O VALE-Quando começaste a tocar pia-no?

JOAO RIBEIRO-Eu comecei a tocar piano desde muito cedo, por volta dos quatro anos. Como a minha mãe é professora de música, quando era pequeno, teve algu-ma influência e também pelo facto de eu crescer numa família ligada à música. J.V.-Conta-me o teu percurso no mundo da música…

J.R.-Eu já tenho aulas de música, desde hà muitos anos. Quando eu era pequeno, tinha uns 5 anos, toquei uma pequena peça, muito simples, no casamento de uma prima minha. Mais tarde, já com doze anos toquei em Barcelona, e aos catorze, toquei em França.Ultimamente, tenho tocado com o Grupo Coral da minha freguesia e acompanhado a minha mãe como solista.Até aos 6 anos tive aulas de piano e for-mação musical com a minha mãe, dos 7 aos 8 tive aulas “curso estrelitas” na Elec-tromúsica, eram umas aulas de piano em grupo. Aos 9 anos voltei a ter aulas com a minha mãe. A partir dos dez anos, tenho estado a estudar no CCM, em V. N. Fa-malicão. Quando comecei a frequentar o CCM, o meu primeiro professor de piano fui o Prof. Rui Martins, acompanhou-me até ao 4º grau, depois disso, esse mesmo professor foi dar aulas para o Conservató-rio do Porto, ficando eu, com a professora Inês Costa, que acabou por apenas me

dar aulas só um ano, no 4º grau, repetido. No ano anterior, já no 4º grau, foi um ano em que não me empenhei nada para pia-no, pois senti-me um pouco desmotivado porque quando se atinge um certo nível num instrumento musical, tem-se que es-tudar muito, no mínimo 2 a 3 por dia e se não houver um estudo diário, não se con-segue avançar. Nesse ano, então, já com a profesora Inês, dei um grande “salto”, conseguindo fazer um excelente exame. No 5º grau até agora 6º grau de piano, o qual frequento, estou a ter aulas com a professora Magda Marques. No ano pas-sado terminei o curso Básico de Piano e agora frequento o Curso Complementar. J.V.-Achas que o facto da tua mãe ser profes-sora de música te influenciou para que se-guisses “música”?

Penso que sim, se ela não fosse profes-sora de música não tinha os incentivos e o apoio que tive para chegar onde cheguei.

J.V.-Alguma vez imaginaste em tocar numa sala de espectáculos? Qual? J.R.-Há um sitio em particular que gostava imenso de tocar, na Casa da Música no Porto.

J.V.-Costumas ficar muito nervoso ?

J.R.-Sempre que toco para o público, eu fico com receio que algo corra mal, mas com o hábito passa, hoje em dia já não

fico tão nervoso como por exemplo há dois anos atrás. J.V.-O que fazes antes de entrar em palco? Tens algum ritual ou superstição?

J.R.-Antes de actuar, tento estar calmo e quando toco, penso que estou sozinho.

J.V.-Já tiveste muita gente a assistir a um con-certo teu ?

J.R.-O maior número de pessoas a ver um concerto meu de piano, foi cá na escola, no dia da música, mas em S. Tirso che-go a ter algumas dezenas de pessoas a assistir. Com o coro de CCM , já estive a actuar na Casa das Artes em Famalicão, com a plateia cheia, no Porto, e em ou-tros lugares também com muita gente a assistir.

J.V.-Qual a peça que mais gostaste de tocar?

J.R.-Neste momento é a “Gôndola Vene-ziana” é uma música muito calma e que exprime muita emoção.

J.V.-Que sonho tens tu na música?

J.R.-Neste momento não tenho lá grandes sonhos, o meu único objectivo é continu-ar, primeiro as disciplinas que tenho aqui na Didáxis, só depois a música, é quase como o meu passatempo. J.V.-Sei que também tocas guitarra… compara-me os dois instrumentos.

J.R.-Fisicamente, é fácil o piano tem mui-tas mais cordas e é mais pesado.Agora na prática, acho que a guitarra é mais

fácil, pois se repararmos, toda a gente , mesmo que comece muito tarde a estudar música, pode tocar lindamente guitarra, já agora o piano é preciso começar desde “pequeno”.

J.V.-Alguma vez pensaste ter um grupo?

J.R.-Já pensei em ter um banda de gara-gem, mas os ensaios iriam tirar-me tempo de estudo, mas se conseguir arranjar um grupo nas férias e para as férias...

J.V.-Ou seguir como solista no piano para uma universidade estrangeira?

J.R.-Eu nunca pensei em seguir piano como carreira, para isso deveria frequen-tar um curso específico desde o 10 ano, um curso em que tenho todas as discipli-nas a ver com música, o qual só dá para seguir música, e eu espero entrar em en-genharia. J.V.-Que tipo de música ouves habitualmen-te…

J.R.-Sempre que estou no MSN, costumo ouvir metállica, Rebell meets Rebell, Sys-tem of adown, quando estou em casa e quero descontrair, opto por Dire Strait e Led Zepplin, quanto à musica clássica, prefiro ser eu próprio a tocar.

J.V.-Grupo preferido? Neste momento gosto mais de ouvir Dire Strait J.V.-E compositor?

J.R.-Bach, apesar de ser difícil, o resultado final é muito bonito.

J.V.-O que fazes para além de “estudares música” e tocares piano?

J.R.-Para além da mú-sica, neste momento pratico alex ryu jitsu, o ano passado lectivo, foi vice-campeão Regio-nal, mesmo com uma lesão no joelho, depois foi apurado para as competições Nacionais, ficando em 1º lugar - Campeão Nacional.

Influênciado pela mãe, João Ribeiro comecou desde cedo a conviver com o “Mundo da Música”. Fazendo das melodias o seu passatempo favorito, João continua o seu percurso escolar na Didáxis e ainda tem tempo para ser vice-campeão de alex ryu jitsu.

O sonho de ser...Músico

Ano XXII nº 77 Dezembro 2009 Jornal O Vale12

Área de Integração

No dia 3 de Dezembro de 2009, três alunos da Turma 2.TR dos Cursos Profissionais realizaram, no âmbito da dis-ciplina de Área de Integração, uma actividade/debate sobre o tema (In)Tolerância na Reli-gião.

A ideia partiu da vontade de celebrar o Dia Mundial da Filosofia e da Tolerância que, segundo a UNESCO, deve ser recordado na terceira quinta-feira do mês de Novembro. O tema da tolerância e intole-rância na religião foi escolhido por se tratar de um assunto extremamente actual, uma vez que os principais conflitos bélicos que assolam o mundo neste momento baseiam-se, infelizmente, em diferenças religiosas. Para além disso, uma espécie de islamofobia parece estar a surgir por toda a Europa, o que põe em cau-sa a construção de um mundo melhor e mais tolerante.

Convidamos para a mesa de debate dois professores da nossa escola, activamente envolvidos na vida religiosa: o

professor Vítor Machado e o professor Sílvio Nogueira, que partilharam gentilmente con-nosco parte da sua sabedoria, contribuindo assim para um melhor esclarecimento deste assunto e tornando a activi-dade possível. A eles, o nosso profundo agradecimento.

Gostaríamos de agrade-cer igualmente às turmas e professores presentes, pois o sucesso da actividade passou pela participação e discussão daqueles que, assistindo, tam-bém colocaram as suas per-guntas.

A religião é um tema que se encontra sempre actual e desperta nas pessoas o maior interesse, pelo que adorámos realizar a actividade, ficando já prometida nova ronda de discussão.

Obrigado, Eduardo, pela tua ajuda!

E à Prof. Diana, por tudo!

Cátia Cardoso, Fábio Silva, Márcio Santos, 2.TR

(In)Tolerância na Religião

Considero o texto de Primo Levi emo-cionante pois este homem testemunhou, na primeira pessoa, o maior horror que o século XX produziu, ao viver um ano no campo de concentração de Auschwitz. O Holocausto judeu foi uma das mais graves - se não mesmo a mais grave - consequên-cias de ideias etnocêntricas, entre muitas outras, como o colonialismo, os Gulags, o genocídio no Ruanda, etc., levado a cabo neste caso pelos alemães, nomeadamente por Adolf Hitler, cuja forma de pensar cus-tou a vida a mais de 6 milhões de judeus.

Neste trágico acontecimento ficou de-monstrado até que ponto se pode levar uma ideia etnocêntrica, desrespeitadora da diversidade cultural, com tremendas

consequências. Os alemães nazis eram etnocêntricos pois consideravam a sua et-nia a melhor de todas (consideravam que a sua etnia se encontrava no centro), e como consequência última, as restantes etnias ti-nham que desaparecer. Neste caso, as víti-mas desse etnocentrismo foram os judeus. Os alemães, tornando-se intolerantes, ten-taram exterminar o povo hebraico.

Por contraposição a uma atitude etno-cêntrica, podemos aceitar a diversidade cultural e sermos relativistas, idealizar que não há culturas superiores nem inferiores, respeitando-se mutuamente, não fazendo qualquer tipo de juízo de valores, preva-lecendo a ideia de tolerância. Apesar de parecer uma atitude melhor, há, contudo,

uma questão-chave que se deve colocar a um relativista: deve aceitar-se tudo em to-das as culturas, nomeadamente a pena de morte, o apedrejamento, a mutilação geni-tal feminina?

Como consequência desta crítica, al-guns defendem a existência de valores absolutos, prevalecendo um núcleo de di-reitos humanos que deve ser respeitado. Quem assim pensa, respeita a diversidade cultural, tal como os relativistas, mas colo-ca certos limites ao que é tolerável…

Na minha opinião, esta é uma questão subjectiva, que depende de cada pessoa. Concordo que haja um respeito mútuo en-tre culturas, pois só desta forma se conse-gue construir um mundo melhor; por outro

lado, não me considero totalmente relativis-ta pois não aceito tudo o que se pratica em determinadas culturas, actos desumanos que não têm qualquer cabimento. Trata-se de um assunto delicado, pois não é uma única opinião que dará um novo rumo às coisas, não será uma mera opinião que mu-dará a lei ou as atitudes de um determinado país e ou de uma determinada cultura.

Mas retomo a ideia-chave de Primo Levi, no apelo que ele faz às pessoas de todo o mundo para que transmitam as suas memórias, para que o acontecimento não caia em esquecimento, para que não se repita…

Se isto é um HomemPrimo LeviVós que viveis tranquilos Nas vossas casas aquecidas,Vós que encontrais regressando à noiteComida quente e rostos amigos: Considerai se isto é um homem Quem trabalha na lama Quem não conhece paz Quem luta por meio pão Quem morre por um sim ou por um não. Considerai se isto é uma mulher, Sem cabelos e sem nome Sem mais força para recordar Vazios os olhos e frio o regaço Como uma rã no Inverno.Meditai que isto aconteceu:Recomendo-vos estas palavras.Esculpi-as no vosso coraçãoEstando em casa andando pela rua,Ao deitar-vos e ao levantar-vos;Repeti-as aos vossos filhos. Ou então que desmorone a vossa casa, Que a doença vos entreve, Que os vossos filhos vos virem a cara.

In Se isto é um homem, Primo Levi, 1947 Jorge Dias 2.TEAC

Ano XXII nº 77 Dezembro 2009 Jornal O Vale 13

Prof. Patrícia Fernandes

Viagem pelas palavras

Em Janeiro de 2008, Barack Obama tomou posse como o primeiro presidente negro dos Estados Unidos da América. O seu percurso político, comparativamente mais curto do que o dos candidatos habi-tuais, ficou marcado por um conjunto de discursos fantásticos, extremamente bem escritos, tremendamente eloquentes. Mas alguns afirmam que não passam de pala-vras bonitas…

O seu percurso ficou marcado por uma

crítica acérrima à política que G. W. Bush vinha desenvolvendo, economicamente no seu país, belicamente no resto do mundo. Mas alguns afirmam que não passam de ideias bonitas…

O seu percurso ficou marcado pela de-fesa da construção de uma América mais unida, de uma sociedade mais justa, de um mundo melhor. Mas alguns afirmam que não passam de sonhos bonitos…

Hoje, um ano volvido sobre a sua to-mada de posse, o mundo não mudou tanto como ele desejaria, como todos desejaría-mos. Talvez o mundo não se tenha tornado subitamente melhor… Mas quem julgaria que isso seria mesmo possível? Poderá um homem sozinho mudar o mundo?

Alguns continuam a ver nele a esperan-ça de um futuro melhor. Atribuíram-lhe o Nobel da Paz, não pelo que já fez mas pelo que quer fazer. Talvez ainda não o tenha merecido. Afinal o mundo não mudou tanto como ele desejaria, como todos desejaría-mos. Mantêm-se as guerras no Afeganistão

e no Iraque. A Cimeira de Copenhaga foi um fracasso. O mundo parece o mesmo. Mas poderá um homem sozinho mudar o mundo?

Seriam medidas sensatas abandonar o Afeganistão e o Iraque subitamente, deixan-do os países destruídos e com guerrilhas in-ternas constantes, sem qualquer formação das forças de segurança nacionais? Valeria a pena ter assinado um protocolo em Cope-nhaga mais ambicioso, criando ilusões nos países mais e menos desenvolvidos, se o acordo só entra em vigor se aprovado por uma maioria de 2/3 do Senado? Poderá um homem sozinho mudar o mundo?

Mas não é pelo que Barack Obama ain-da não fez que o trouxe aqui. É pela ideia e o sonho e a magia que as suas palavras trazem. É por ter inaugurado na política uma nova forma de ver o mundo, de olhar para as pessoas, do respeito pelos seus di-reitos acima de interesses pessoais. É por trazer a esperança de que sim, é possível construirmos um mundo melhor. (Yes, we

can!) Sim, é possível fazermos TODOS deste mundo um lugar melhor para as no-vas gerações. Mas isso é uma tarefa que cabe a todos, não dá para se ficar sentado no sofá à espera que um homem sozinho mude o mundo. Obrigado Obama por nos fazeres acreditar, mesmo que não passem de palavras bonitas, ideias bonitas, sonhos bonitos.

Barack Obama, Dez Discursos Históricos, Porto, Fio da Palavra Editores, 2009 (95 pp.)

Empenho e dedicação são as palavras que descrevem a nossa atitude na realiza-ção da actividade sobre o Holocausto, que aconteceu no passado dia 29 de Setembro no Espaço Novas Oportunidades. Tudo começou quando, na aula de Área de In-tegração, a professora Patrícia Fernandes nos sugeriu a realização de uma palestra sobre o grande horror da Segunda Guerra Mundial. Bastou o tema para nos chamar logo a atenção e numa semana organiza-mos a actividade.

Convidámos como oradora a professo-ra Maria João Castro, que no último Verão visitou o campo de Auschwitz. Juntamente com o seu emocionante testemunho, fo-ram apresentadas fotografias do campo de concentração, que, depois do horror a que assistiu durante a Segunda Grande Guerra, está agora transformado em mu-seu para que possa ser visitado.

Perante uma assistência emocionada,

a professora Maria João descreveu o cam-po, os casebres onde se dormia, os sani-tários, as salas onde o gás era lançado, os fornos crematórios… Uma das passagens que mais nos emocionou foi a descrição das salas cheias de cabelos, óculos, sa-patos, malas, prova dos milhares de pes-soas que por lá passaram e morreram.

Numa sala estão expostos objectos que os prisioneiros levavam consigo. Já ti-nham sido forçados a mudar de casa uma vez (quando foram colocados em guetos separados da restante população das grandes cidades) e pensaram que aquela viagem os conduziria a uma nova “casa”. Acharam por isso que loiça, balanças de cozinha e outros objectos lhes seriam úteis… Até chegarem ao campo de con-centração e lhes serem retirados todos os bens que detinham...

Queremos agradecer a disponibilidade da professora Maria João, cujo testemu-

nho contribuiu para que todos os presen-tes ficassem a saber mais sobre o tema. Acima de tudo, ficamos todos mais sensi-bilizados com o horror a que se pode che-

gar quando somos intolerantes para com quem é diferente.

Ana Catarina, Ana Daniela Vieira, Ana Rodrigues

Ano XXII nº 77 Dezembro 2009 Jornal O Vale14

PALESTRAA DIVERSIDADE CULTURAL E A INTOLERÂNCIA: O HOLOCAUSTO JUDEU

LSA, ISEPAs turmas do Curso de Educação e

Formação de 2. EEI e dos Cursos Profis-sionais 1.TEAC e 3.TMI reuniram-se na Escola, no passado dia 22 de Outubro, pelas 13:45h, no intuito de visitar o La-boratório de Sistemas Autónomos (LSA), no Instituto do Superior de Engenharia do Porto.

Quando chegámos, fomos recebidos pelo Director do LSA, Doutor Eduardo Silva, que nos encaminhou para os alu-nos de mestrado que nos mostraram os projectos que estavam a desenvolver. Nesta visita os nossos alunos foram divi-didos em dois grupos, repartidos por dois professores.

Deste modo, pudemos observar o laboratório, onde apreciámos diversos tipos de protótipos de robots autónomos, nomeadamente robots terrestres, aquá-ticos e aéreos programados em LINUX e em C pthreads, ao mesmo tempo que éramos elucidados acerca do que vía-mos.

Esta visita de estudo revelou ser muito interessante, na medida em que nos proporcionou a possibilidade de compreendermos, na prática, algumas das competências que o nosso curso pode proporcionar. Serviu, também, de incentivo e motivação para a realização e conclusão do curso.

João Silva, 1.TEAC.

CABELTEA turma de Física do 12º ano do Curso de Ciên-

cias e Tecnologias realizou, no dia 2 de Novembro, uma visita à unidade industrial da Cabelte, localizada no concelho de Vila Nova de Gaia.

Esta empresa, dedicada ao sector da cablagem, é responsável pela produção de uma vasta gama de cabos, entre os quais a moderna fibra óptica.

A visita permitiu perceber quais os processos en-volvidos no fabrico dos cabos que todos os dias nos trazem a electricidade até nossas casas, ou permitem que possamos estabelecer uma conversa telefónica.

Começou-se por ver a forma como os cabos de cobre são esticados até ao ponto dos grossos cabos deste material se tornarem tão finos quanto desejados – isto num processo chamado Trefilagem. Seguiu-se o processo de Cabliamento, em que os finos cabos eram torcidos uns com os outros de forma a criar um cabo maior e com mais capacidade de transmissão de electricidade ou dados. Por fim, o cabo é protegido através de um isolamento à base de polietileno, num processo denominado de Extrusão.

Seguiram-se os cabos telefónicos, cujo processo

se desenrola de forma semelhante, sendo que estes têm a particularidade de serem usados sempre aos pares, ou seja, um para cada sentido da comunica-ção telefónica; para além disso, são pintados com co-res vivas e diferentes para permitir aos técnicos que os instalam uma fácil identificação dos mesmos.

Por último, assistiu-se ao processo de produção da tão esperada fibra óptica. Esta é feita a partir de um vidro com características especiais que, ao ser derretido, vai escorrendo, e formando um fio de pe-queníssimas dimensões (menos espesso que um fio de cabelo). Como tal, este processo é realizado numa torre com algumas dezenas de metros, única na Pe-nínsula Ibérica (na ocasião da visita, esta torre não estava operacional). Em seguida, este fio de vidro é envolvido num acrilato que o irá impedir de quebrar. Por fim, cada cabo é sujeito a uma série de testes para verificar se a qualidade da fibra está dentro dos padrões exigidos.

Esta visita permitiu, assim, perceber o processo de fabrico por detrás de um elemento que é funda-mental no nosso dia-a-dia, e que, normalmente, nem damos pela sua presença.

José Ricardo12.2

Planetário PortátilNo passado dia 30 de Outubro, a Esco-

la Cooperativa de Vale S. Cosme – Didáxis uniu-se à celebração do Ano Internacional da Astronomia – AIA 2009 - com a realização de sessões sobre Astronomia num planetá-rio portátil, destinadas aos alunos do 7º ano de escolaridade. Após a celebração de um protocolo de colaboração entre a escola e o Centro de Astrofísica da Universidade do Porto – CAUP – o projecto Astronomia nas Escolas entrou mais uma vez em acção.

Os alunos assistiram a sessões orien-tadas por dois monitores que fizeram uma viagem guiada pelo Sistema Solar, o que permitiu a ampliação dos conhecimentos dos alunos relativos às características de cada

planeta, assim como uma visão de um céu lu-minoso com milhares de estrelas, abordando também diversos temas específicos da As-tronomia. A exploração do Universo foi uma importante referência: desde as observações efectuadas por Galileo há 400 anos com a sua luneta, até aos dias de hoje, em que te-mos, por exemplo, o telescópio VLT constru-ído pelo ESO, ocorreu uma grande evolução que permitiu aos astrónomos revelar alguns dos segredos do Universo, a formação este-lar, a classificação e evolução galáctica e a dimensão do próprio Universo.

Os monitores em diálogo com os alunos, numa viagem de 40 minutos, ajudaram-nos a descobrir o nosso Universo!

Prof. Jacinta Morais

Empresa S. RoqueAs turmas 2.EEI, 3.TMI e 1.TEAC

participaram na visita de estudo à S. ROQUE – Máquinas e Tecnologia Laser S.A., no dia 3 de Novembro de 2009.

A S. Roque é uma empresa que abrange vários sectores, desde a elec-tromecânica – concepção e execução de máquinas têxteis – à electrónica, interes-sando, deste modo, às diferentes turmas, que puderam testemunhar os processos, métodos e meios inerentes ao trabalho desenvolvido na empresa.

A S. Roque recebeu-nos com a maior das cordialidades, principiando por nos ser facultada uma breve explicação das actividades da empresa e das normas de segurança a seguir para a visita às linhas de produção. De seguida, fomos dividi-dos em dois grupos, acompanhados por um professor da turma e por um respon-sável da empresa pela visita.

Na unidade fabril, tivemos a oportu-nidade de visualizar todo o processo de

fabrico das diferentes máquinas produzi-das pela S. ROQUE. O processo começa na zona de corte e medição de chapas e tubos, seguindo para a parte de sol-dadura e, depois, para as CNC e tornos mecânicos.

Quando chegámos à parte de mon-tagem e electrificação das máquinas, ficámos a perceber algumas execuções práticas do que temos vindo a aprender, desde a programação de PLC à simples tarefa de ligação de cabos eléctricos.

Já para o final, visitámos uma outra unidade, designada por RoqueLaser, onde pudemos observar como se corta chapa e tubo a laser, visto que esta uni-dade está equipada com maquinaria de alto desempenho de corte a laser.

No final da visita, a empresa S. Ro-que ainda nos distribuiu umas lembran-ças… Foi, de facto, uma visita muito in-teressante e produtiva, pois aprendemos bastante!

Pedro Araújo, 1.TEAC.

Visitas de Estudos

Didáxis SolidáriaNa continuação do espírito natalício,

consideramos que é propício divulgar um núcleo que está a crescer na nossa Escola e que se designa Didáxis Solidária.

Este projecto, como a própria palavra

indica, pretende ser um ponto de encontro em que podemos partilhar, ouvir, conviver, alicerçar, crescer… Pois, se, no quotidiano, nos sentimos sós, desamparados, é bom saber que existe, na comunidade, alguém que se preocupa com o nosso bem-estar.

O núcleo Didáxis Solidária tem dois ob-jectivos essenciais: criar um espaço onde

se pode fazer trabalho de voluntariado, desenvolver capacidades do Ser, conver-sar, fazer caminhadas, entre outros; de-senvolver um trabalho direccionado para a comunidade, onde se procederá à recolha de donativos, com vista a colmatar alguns problemas das famílias mais carenciadas.

Esperemos que todos estejam dispos-

tos a ajudar, para que este projecto tenha pernas para andar.

Para mais informações, podem falar com os professores responsáveis: Marta Ferreira, Yolanda Machado, Ana Rita Sou-sa, Sílvio Nogueira e Emília Cardoso.

Prof. Marta Ferreira

Ano XXII nº 77 Dezembro 2009 Jornal O Vale 15

DIA MUNDIAL DO TRABALHO DIGNO OS DESAFIOS COLOCADOS PELA ACTUAL CRISE ECONÓMICA

No dia 5 de Novembro realizá-mos uma actividade subordina-da ao tema: “O Trabalho Digno e os desafios colocados pela actual crise económica.” Esta actividade inseriu-se no tema da disciplina de Área de Integração: O trabalho, seu estatuto e evolução no Ocidente. A iniciativa coube ao Prof. Artur Silva, membro do Sindicato de Profes-sores da Zona Norte, que nos de-safiou para a dinamização de uma actividade relativa ao Dia Mundial do Trabalho Digno (17 de Novem-bro). O Prof. Artur teve a gentileza

de participar na nossa actividade e forneceu-nos diversos materiais que utilizámos para nos preparar-mos, pelo que queremos aproveitar para agradecer a sua ajuda e par-ticipação.

A actividade tinha o objectivo de informar as pessoas sobre a importância de um trabalho digno ,na medida em que uma vida digna depende de um trabalho digno. Isto significa ter um salário justo e boas condições de trabalho, não ser alvo de discriminação ou de trabalho for-çado, beneficiar de medidas contra

a perda ou redução do rendimento familiar, como consequência do de-semprego, acidente, maternidade, paternidade ou velhice, etc.

A conclusão a que chegámos com a realização desta actividade relaciona-se com o contexto espe-cial de crise que vivemos hoje: os elementos de um trabalho digno têm de se verificar sempre, inde-pendentemente do momento em que vivemos. O problema é que a actual crise económica tem posto em causa direitos fundamentais dos trabalhadores e servido de

desculpa para que as empresas fechem - muitas vezes com falên-cias ilegais ou fraudulentas -, para o despedimento de trabalhadores, para o atraso no pagamento de salários, para a contratação precá-ria, para situações de lay-off, etc. A verdade é que o crescimento eco-nómico não pode ser feito contra as pessoas mas com as pessoas e para as pessoas.

Eva Neves, 3.TCOMMárcia Alves, 3.TCOM

Rui Silva, 2.TEAC

“A verdade é que o crescimento económico não pode ser feito contra as pessoas mas com as pessoas e para as pessoas.”

Ano XXII nº 77 Dezembro 2009 Jornal O Vale16

Memórias de guerraJá se passaram mais de 60 anos desde a minha parti-

cipação naquela que se tornou a mais mortífera das Guer-ras, a 2ª Guerra Mundial.

Lembro-me de todos aqueles dias como se os estives-se a reviver novamente. Com apenas 19 anos e apesar de ser rapariga, estava mais do que habituada a trabalhos muito duros. Como era filha única, tinha de ajudar o meu pai nos trabalhos que exigiam maior esforço físico, pois ele não aguentava aquele trabalho sozinho.

Numa calma manhã de Setembro, chegou à minha ci-dade a notícia de que a Polónia tinha sido invadida pela Alemanha, dando assim início à 2ª Grande Guerra. Com este acontecimento, a Inglaterra e a França declararam guerra à Alemanha. Todos os habitantes de Paris ficaram extremamente preocupados e começaram rapidamente a organizar-se para um possível ataque. Os rapazes entre os 16 e 25 anos foram logo destacados para fazerem parte

das tropas francesas. Apesar de ser muito ligada à minha família, não suportava ver o meu país nesta situação e não poder fazer absolutamente nada; foi então que tomei a decisão mais difícil da minha vida. Disfarcei-me de rapaz e consegui infiltrar-me no exército francês. Com a vida que levava, não era difícil fazer-me passar por um homem.

Após alguns treinos feitos sentia-me completamente apta para o combate como qualquer outro homem ali pre-sente. Graças à minha habilidade como actriz, ninguém desconfiava que era uma mulher e assim foi durante muito tempo. O momento pelo qual aguardei muito finalmente chegou. O nosso primeiro combate ocorreu na fronteira entre a França e a Alemanha, ao redor da linha Maginot. Foi um combate terrível e os franceses ficaram rapida-mente em desvantagem, já que os alemães conseguiram contornar a linha. Quando me ia apercebendo que mui-tos dos amigos que tinha feito estavam mortos, entrei em desespero e, quando menos esperava, fui atingida a tiro na perna. Naquela confusão toda só me apercebi de que Jean, talvez o meu único amigo que ainda estava vivo, veio em meu socorro e conseguiu arrastar-me até a um lo-

cal seguro. Ficámos lá cerca de três dias, e eu continuava com imensas dores, mas tinha de aguentar.

Assim que as tropas alemãs bateram em retirada, eu e Jean conseguimos caminhar até à cidade mais próxima à procura de ajuda. Por sorte, encontrámos uma modesta família francesa cujo homem da casa era médico. Com tudo isto, não consegui mais manter um meu disfarce e revelei a Jean a minha verdadeira identidade. Apesar de ter ficado magoado comigo por não lhe ter confiado tal se-gredo, Jean perdoou-me.

Quando já estava recuperada, abandonámos aquela casa e partimos para Portugal, que era um país neutro. Mesmo numa ditadura, conseguimos instalar-nos sem pro-blemas, e assim casámos e permanecemos juntos durante muito tempo. Mesmo quando a guerra terminou em 1945, não quisemos voltar a França, afinal já tínhamos tudo o que precisávamos em Portugal.

Agora com 80 anos e viúva, gostaria que estas memó-rias passassem de geração em geração pois esta é uma história que não se deve perder.

Gabriela Silva, 10.2

A actividade “Jornadas de Língua Portuguesa”, este ano intitulada “Esta língua em que me exprimo”, foi dinami-zada pela professora Ana Mª Costa e decorreu nos dias 11 e 13 de Novembro, na Didáxis-V.S. Cosme.

Na quarta-feira, pudemos assistir à apresentação do livro “Lascas de uma Rocha”, do escritor, professor e músi-co António Campos Soares.

Na apresentação do seu livro, António Campos Soares, docente da nossa escola, principiou por agradecer à famí-lia e a todos os que colaboraram na publicação de “Lascas de uma Rocha”. Este livro de poemas “aborda temáticas mais profundas e obscuras, mas procura, também, deixar transparecer laivos de esperança”, segundo o autor. Após esta apresentação, o público interveio activamente, colo-cando um conjunto de questões ao professor António, as quais transcrevemos.

Quanto tempo demorou a escrever este livro?Este livro é o resultado de uma compilação de vários

textos, que foram sendo escritos ao longo de seis anos. Quando estive em Granada, escrevi bastante, foi muito produtivo… A magia da cidade inspirou-me muito. Contu-do, este último ano também tem sido profícuo na escrita de novos textos…

É muito difícil escrever?Nunca me senti forçado a escrever; quando o faço é

sempre o resultado de um pensamento que tive e que pro-curo desenvolver. Mantenho sempre a criação primeira dos meus textos, os meus rascunhos, e mais tarde, se neces-sário, é que os aprimoro. Neste último ano, a minha escrita tem traduzido uma temática menos obscura, digamos… mais iluminada por raios de sol.

É professor, músico e escritor… Com qual das três vertentes se identifica mais? Há alguma que prevaleça?

A faceta de escritor está sempre presente, pois actua em todos os campos; o ser professor também incentiva na música, permitindo, deste forma, ser interveniente na so-ciedade.

Porque é que escolheu o poema “Ruela de Morte” para ser a letra de uma das suas músicas?

Este poema, no fundo, é o que mais se enquadra nos requisitos da ideia da banda; é o que traduz o nosso es-pírito.

Este primeiro dia das jornadas de Língua Portuguesa terminou com a abrilhantada participação dos alunos João Brandão, com a rubrica “Eles falam, falam…”, Ivânia, com a recitação muito expressiva de um poema de Eugénio de Andrade, “Palavras”, e com a leitura do texto de Fernando Pessoa “A minha Pátria é a Língua Portuguesa” por José Ricardo.

O segundo dia “das jornadas” foi especificamente direc-cionado para os professores de Língua Portuguesa, com a realização da Palestra sobre os Novos Programas de Lín-gua Portuguesa, que serão implementados no próximo ano lectivo no quinto e sétimo anos de escolaridade.

Para o efeito, convidou-se a Doutora Madalena Teles Dias Teixeira, que, actualmente, desenvolve a sua activi-dade profissional no Instituto Politécnico de Santarém, na Escola Superior de Educação, para apresentar e elucidar os presentes acerca destes novos programas. É membro da Associação de Professores de Português e, do seu vas-to currículo, constam várias publicações, é autora de vários artigos, nos domínios da linguística e da educação, e orga-nizou mais de uma dezena de encontros científicos.

Depois de apresentar as principais alterações que ca-racterizam os novos programas, quer ao nível dos objec-tivos, das competências e dos conteúdos programáticos, demonstrou a pertinência e a necessidade de um novo esquema organizacional desses mesmos conteúdos e das metodologias associadas. Neste contexto, destacou um instrumento de trabalho que será fundamental no exercício da docência da nossa língua materna, que é o Dicionário Terminológico (DT), que consiste na tão falada, famigera-da e controversa terminologia linguística, já em vigor para o Ensino Secundário (TLEBS – Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário).

A realização desta palestra consistiu numa mais-valia para um departamento que está atento às mudanças e pro-curará, como sempre, actualizar-se nos vários domínios que abrangem a prática docente, com vista a proporcionar o melhor ensino para uma melhor aprendizagem.

Prof. Helena Pereira

Pequeno Conto

Um sonho: liberdadeDesde que fora trazido ainda ovo para a casa na Luz, transferido no dia em que completou três meses para uma solitária gaiola na varanda do velho edifício e agora, jovem periquito, que Henrique sonhava poder voar para lá da velha escola que ficava a dois quarteirões do apartamento. Para lá da escola tudo era de um verde doce, tudo era liberdade.Não se pense que Henrique era mal-tratado; nunca lhe faltava comida ou água e partilhava a gaiola com mais dois animais: Romeu, o pequeno ca-nário, e Dora, a sábia rouxinol, cada um dos quais na sua perfeitamente branca e limpa gaiola. Recebia ain-da, ao entardecer, a visita de Vicente, uma velha e magra gaivota, trazida pelo intenso cheiro a peixe dos caixo-tes da doca.Vicente contava como era andar sem rumo, molhar as penas nos charcos sujos e a incrível sensação de voar sem limite. Henrique, entusiasmado ouvia e comentava:– Eu queria ser livre mas… – mas ti-nha medo do frio, tinha medo da chu-va e tinha medo da solidão.Romeu concordava, nunca sobrevive-ria no mundo exterior, havia as rajadas de vento que desviavam os pássaros do rumo, havia as noites escuras e os

temíveis predadores.– Assim que sair da gaiola sou apa-nhado por um gato e comido – dizia o canário tremendo. E Henrique e Dora assentiam.– Nunca um gato voará tão alto como um pássaro, jovem – contrapunha a gaivota. Mas os jovens têm ideias fi-xas, difíceis de demover.Os anos passaram e Henrique enve-lheceu sem coragem para se libertar. Dora havia desaparecido após uma suspeita queda da gaiola enquanto lhe era trocada a água e Vicente dei-xara subitamente de o visitar já há vários anos.Com a crescente sisudez de Romeu, a solidão de Henrique aumentou, bem como o desejo de ser livre. Assim, na-quela manhã de terça-feira, quando o velho veio recolher as cascas secas da comida, Henrique saltou da gaio-la para o chão e, aproximando-se do bordo da varada, pulou esperando voar. Mas as suas asas haviam sido congeladas pelo tempo e pelo espaço apertado da gaiola.O velho desceu a escada a correr es-perando encontrar o periquito esma-gado por um sonho maior que o seu frágil corpo, mas encontrou apenas uma fina e curta pena, azul, porque, um instante antes de encontrar o as-falto, Henrique voou para junto de Dora, de Vicente e de todos os pássa-ros que um dia ousaram ser livres.

Ana Íris, 12.1

“JORNADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA”

Jovem, alegre e descontraído, De olhos castanhos, cabelo preto e cara morena,Boa forma física não é o seu forte,Tem o nariz discreto e marcas na cara.

Na arte escaquística viciado,Por jogos de vídeo não interessado,Sobre a actualidade bem informado,Ainda que ler não seja o seu acto privilegiado.

Formando competente e bem-educado,Nenhum dos seus pensamentos censurado,Ajudando o próximo sempre que tal fosse desejado.

Ao pôr-do-sol aparece Rui Gomes,Pronto para mais um árduo dia, Sem que por isso sinta alegria.

Rui Pedro de Sousa Gomes10º.2

Estatura média, olhos castanhos, morenaSorriso metálico, alegre de fachaLábios bem definidos, nariz redondo e aguçado,Cabelos com caracóis

Capaz de sentir amor por toda a gente,Mais dada à amizade do que ao aspectoSincera com os que a rodeiamInteligente e dedicada.

Única para um únicoLigada à crença e religiãoSomente no casamento se comprometerá

Eis Solange, em quem a alegria permaneceSaem desta mesma palavras verdadeiras Que nunca ninguém esquece.

Solange 10º.2

Auto-retrato

Magro e de média altura,apresentando uma bela estatura,de rosto simpáticoe pensamento lunático.

Alegre e extrovertido,sempre a pensar no vivido,tentando não apressar,a caminhada para o luar.

Pensador por natureza,iludido pela surpresa,oferecida por este Mundo.

Representando a minha pessoa,termino este retrato,para observar como o tempo voa.

Nuno Campos, 10.2

De olhos côr de avelã,Cabelo castanho todo emaranhado,Viver a vida,Sem nunca olhar para o lado; Sentimentos que em mim residem,Nunca mais de cá saem,Esperança, alegria e paixão,Jamais me abandonam em qualquer situação; Tenho fé em mim mesma,Sem nunca desistir,E odeio a quem isto faça rir; Os defeitos são muitos,Mais do que as qualidades,Ainda assim toma conta de mim a felicidade.

Ana Daniela Magalhães Sá 10.2

Ano XXII nº 77 Dezembro 2009 Jornal O Vale 17

“Artes e Ideias”- Uma exposição na Biblioteca Camilo Castelo Branco

A Vida… O que é a Vida? De acordo com o dicionário de Língua Portuguesa, a definição diz-nos que Vida é “o tempo que decorre desde o nascimento até à morte”. E, então, o que acontece de-pois? Pura e simplesmente deixa-se de viver? Sim, talvez, mas apenas fisica-mente, porque o que de mais importan-te nos ligava a esse alguém que partiu continua vivo e cada vez mais intenso, como se tentássemos compensar a au-sência com a recordação sempre pre-sente em nossos corações.

Por vezes, este tempo que decor-re desde o nascimento até à morte é interrompido bruscamente, sem aviso prévio, sem tempo para despedidas, como aconteceu com o nosso querido Pedro António, que, no dia 30 de Agos-to de 2009, deixou os nossos corações mais pobres, mas ainda assim ricos por terem tido o privilégio de o conhecerem e de com ele criarem laços que perdu-rarão ad eternum.

Assim, para o Pedro, os seus ami-gos da antiga 7.5, actual 8.5,estão a organizar uma singela, mas sentida, homenagem, que começa com o poe-ma que abaixo poderão ler e continua-rá, no dia 02 de Fevereiro de 2010, com uma Missa de Aniversário, a ter lugar na Igreja Paroquial de Vale S. Cosme, em hora ainda a definir.

Os alunos e professores da 8.5 convidam-vos a participarem nesta ho-menagem ao Pedro.

Obrigada.

O estágio na papelaria foi uma boa experiência e, na companhia do Se-nhor Eduardo, tudo foi mais fácil. Também foi interessante pôr em prá-tica algumas ideias de posicionamen-to dos produtos. Este estágio serviu, também, para quem ainda não tinha muito à vontade com o acto de estar atrás do balcão, para também ganhar mais confiança.

Hernâni Mendes -2TCom

Na minha opinião, este pequeno es-tágio na papelaria foi uma óptima ma-neira de me preparar para os próxi-mos meses de estágio a "sério" , para que, assim, tenha uma pequena no-ção daquilo que me espera e para o que tenho de estar preparada. Gostei da experiência.

Ana Martins - 2TCom

Eu gostei muito de estar na papelaria da nossa escola a estagiar. Espero que o Sr. Eduardo também tenha gos-

tado: nós demos o nosso melhor para dar mais "luz" à papelaria. Gostaria de agradecer ao Sr. Eduardo por nos ter deixado lá estagiar e à Direcção da nossa escola, por ter autorizado o nosso estágio lá. OBRIGADA!!!!

Cátia Sousa - 2TCom

O nosso pequeno estágio na papela-ria da nossa escola deu para nós per-cebermos e nos ambientarmos com um local de trabalho. Assim, ajudou-nos a estarmos mais preparados para o nosso grande estágio, nas lojas de Famalicão. Eu gostei e também espe-ro que o Sr. Eduardo tenha gostado da nossa presença e da ajuda que lhe demos. Queria agradecer ao Sr. Edu-ardo e à Direcção Pedagógica, por nos deixar fazer este pequeno está-gio nas instalações da nossa escola. Um Obrigada a Todos!

Vanessa Claro – 2 TCom

O Departamento de Expressões Ar-tísticas e Tecnológicas apresentou ao público do Concelho de Vila Nova de Fa-malicão uma exposição intitulada “Artes e Ideias”. Os trabalhos expostos, realizados pelos alunos do 5º ao 9º anos, no âmbi-to das disciplinas de EVT, EV, APP e ET, divulgaram um diversificado conjunto de materiais e técnicas explorados ao longo

do ano lectivo transacto.O evento decorreu durante o mês de

Outubro, na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famali-cão, culminando com a apresentação de um programa cultural, também, produto de projectos desenvolvidos no âmbito de outras disciplinas que integram igualmen-te a área artística, nomeadamente as dis-

ciplina de EM e Oficina de Teatro.Do balanço efectuado, quer pelo de-

partamento interveniente, quer pelo públi-co visitante e pela Directora da Biblioteca, Dra. Carla Silva, podemos considerar a experiência bastante gratificante e enri-quecedora, uma vez que superou as nos-sas expectativas.

Desta feita, consideramos a possibi-

lidade de repetir o evento com produtos inovadores que pretendemos sejam o reflexo do trabalho desempenhado pela nossa escola.

Em nome do Departamento, um muito obrigada.

A coordenadora Otília Loureiro

ESTÁGIO NA PAPELARIA DA NOSSA ESCOLATESTEMUNHOS Aqui nós deixamos palavras escritas,

Que para sempre guardaremos na memória.E, no coração, cada conversa trocada;Cada sorriso que juntos sorrimos;Cada segredo que confessamos;Cada tristeza partilhada;Cada mensagem enviada;Cada lágrima chorada,Fosse de alegria ou tristeza.A nossa pura amizade teve toda a cumplicidade,Toda a afinidade.Pedro Antonio, foste o amigo mais fiel,Cúmplice das nossas aventuras e desventuras.Permanecerás eternamente vivo nas nossas vidas,Que, embora tenham ficado mais pobres por te perder,Tiveram a enorme fortuna de um dia te conhecer.

Nosso amigo, colega, irmão,Um anjo guardião,Foste e serás sempre em nossa vida…Hoje, aqui, queremos dizer que te amamos muito

ATÉ UM DIA!Alunos da 8.5

A MORTE CHEGA CEDO

A ti, amigo Pedro

“A morte chega cedo, Pois breve é toda vida O instante é o arremedo De uma coisa perdida. O amor foi começado, O ideal não acabou, E quem tenha alcançado Não sabe o que alcançou. E tudo isto a morte Risca por não estar certo No caderno da sorte Que Deus deixou aberto.”

Fernando Pessoa

Ano XXII nº 77 Dezembro 2009 Jornal O Vale18

CRÓNICASDesemprego Muito se tem dito ultimamente acerca do estado do

nosso país, das escolhas politicamente contestáveis dos nossos ministros, dos casos escandalosos em que os no-mes destes constam, das avaliações dos professores e também dos actuais níveis de desemprego.

Desta feita, só me centrarei neste último, uma vez que, provavelmente é, de todos os referidos, o mais complexo. O número de desempregados não pára de aumentar, bem como o número de empresas a falir.

As questões que se impõem são as seguintes: de quem é a responsabilidade? E o que é que causa esta necessi-dade aguda de reduzir o número de operacionais?

Os trabalhadores culpam os patrões e alegam má ges-tão de património; os investidores culpam o estado por fal-ta de incentivos; o governo apela à competitividade com o mercado importador. Ou seja, todos tentam afastar a “batata quente”, porque ninguém quer ter o peso da res-ponsabilidade sobre si. E, desta forma, gera-se um jogo

vicioso em que nenhuma das partes envolvidas se quer ver demasiado entranhada.

No entanto, não é só em Portugal que esta dura reali-dade se faz sentir; na maioria dos países industrializados, o panorama também não é o ideal. O número de desem-pregados aumenta drasticamente e conclui-se, então, que este fenómeno não é um problema exclusivamente portu-guês, como muitos pensam ser. Portanto, o problema não é o nosso governo, nem os nossos trabalhadores. Esta crise deve-se ao conjunto de medidas e leis adoptadas a nível europeu, que possibilitam demasiadas facilidades na construção e fundação de empresas de risco que duram, muitas vezes, pouco mais de um ano, bem como ao facto de não serem estimulados o empreendedorismo e a men-talidade activa e pensante na comunidade em geral, o que conduz à incorrecta gestão das empresas e indústrias e ao deficiente aproveitamento de tempo e recursos.

Em suma, não é correcto, no meu ponto de vista, culpar determinadas autoridades no que a este tema diz respeito; é, sim, necessário interiorizar que, para conseguirmos con-trariar estes números, é preciso um empenho significativo por parte de todos, colocar as lamúrias de parte e olhar em

frente, com optimismo, porque só com uma postura posi-tiva e futurista será possível dar um passo por cima desta problemática.

João Guimarães, 11.3

Hoje em dia é frequente assistirmos a uma constante publicidade sobre esta te-mática, tanto em jornais como em meios de informação televisivos. Já não é nor-mal iniciar um telejornal sem termos, logo de seguida, uma notícia de última hora a anunciar mais um suspeito de corrupção.

O acto corrupto torna-se possível pela manipulação alimentada, muitas vezes, pela burocracia rígida dos serviços – das regras e das leis de forma invisível, graças aos pactos de silêncio e opacidade entre corruptor e corrompido. No fundo, a aplica-ção da velha máxima de que “ a lei é rígida

e a prática é mole” transforma-se na mola real dos mecanismos de corrupção.

São notícias regulares que nos chocam e que, infelizmente, não acontecem só no nosso país. Apesar disto, Portugal ocupa a 26ª posição dos países menos corruptos a nível mundial, de acordo com o ranking elaborado pela Organização Transparecy International. O estudo, que se baseia na percepção que os agentes económicos têm sobre os níveis de corrupção existen-tes nos países onde trabalham, posiciona Portugal como o 14º país da UE onde exis-te menos corrupção.

Numa altura em que, no nosso país, se endurecem os discursos anticorrupção, a manutenção da posição de Portugal no ranking deve ser tomada como um “aviso sério” para o governo que não tem tomado

medidas eficazes, nem no lado da preven-ção, sobretudo neste, nem no lado da re-pressão da corrupção.

Portugal vive, hoje em dia, um clima de desconfiança, que nos leva, muitas ve-zes, a perspectivar um caminho de pouca vivacidade para o futuro de algumas socie-dades e empresas, inclusive o Freeport, a MotaEngil, e mais…

É realmente assustador o número de vezes que a corrupção é mencionada nos nossos meios de informação, mas ninguém duvida de que é a realidade.

José Moreira, 11.3

“Corrupção está na moda.”

O livro recentemente escrito por Saramago,

“Caim” , veio mais uma vez reacender a polémica entre a igreja católica e um escri-tor, coisa que tem acontecido regularmente nos últimos tempos, tendo a igreja católica criticado livros como “ O Código Da Vinci” e “Anjos e Demónios”, ambos de Dan Brown. A polémica entre os fiéis e os não cren-tes só vem publicitar mais o livro, suscitando nos leitores o interesse de o comprar e ve-rificar com os seus próprios olhos o porquê de tanta polémica, o porquê de os fiéis se

sentirem tão ofendidos. É desta forma que, na maior parte das vezes, livros sem o mínimo interesse literá-rio chegam a best-sellers mundiais quando, à partida, não teriam esse potencial se não tivessem sido tão publicitados mediatica-mente, coisa que mesmo estou a fazer neste texto, neste preciso momento. Estou convic-to que só quando esta polémica se apagar poderemos apreciar e comentar o livro pelo seu valor literário e não pela polémica que causou.

João Matos, 11.2

Gripe A: as letras que mais nos assus-tam neste momento são mesmo estas. À volta delas, tem-se formado uma agravada polémica, pois é um assunto novo para to-dos nós. Contudo, trata-se apenas de um vírus como tantos os outros que têm sur-gido, preocupando-nos apenas o facto de que este sofreu uma mutação que o trans-formou em algo novo para o nosso orga-

nismo.Mas seres conscientes que somos ape-nas temos que cumprir com os planos de contingência e evitar a todo o custo even-tuais contactos com o vírus H1N1. E deste modo, ao sermos responsáveis, podemos evitar este contágio e, assim, minimizar esta grande polémica.

Tânia, 11.2

“Prémio Nobel da Paz”

Obama é, nos dias de hoje, um indivíduo muito noticiado. Para além de ser o primeiro presidente negro dos E.U.A, tem enfrenta-do oposição da integração das suas ideias na Constituição do país. A última acha da fogueira foi a atribuição do Nobel da Paz a Obama. Verdade seja dita, foi algo inesperado. Oba-ma está no início do mandato e, tirando o seu trabalho a nível das relações com o Mé-dio Oriente, não fez nada de significativo a ponto de lhe ser atribuído o prestigiado Pré-

mio Nobel da Paz. Sabendo isto, qual será então o significado da atribuição do prémio a Obama? Uma tomada de posição face a descriminação racial, uma vez que Oba-ma é o primeiro negro dos presidente dos E.U.A.?Nãos sabemos, mas esperamos que Oba-ma faça jus ao prémio. Ainda que enfrente oposição dentro do seu país, Obama é, de momento, o homem mais poderoso do Mun-do. Tem o potencial de fazer grandes coi-sas a nível mundial e é isso que se espera dele.

Luís Costa, 11-2

OPINIÃO Mousse de café e chocolate

Ingredientes:

125 g de chocolate com 70% de cacau100 g de manteiga 50 g de açúcar em pó3 ovos1 lata de leite condensado5 dl de natas líquidas 3 cl de licor de café1 dl café expresso4 folhas de gelatina

Preparação

1. Coloque as folhas de gelatina em água durante 3 minutos.2. Bata as natas, adicione o leite condensado e mexa.3. Prepare uma chávena de chá de café expresso quente.4. Escorra a gelatina e derreta no café.5. Deixe arrefecer um pouco e junte ao batido das natas e do leite condensa-do.6. Derreta o chocolate com a manteiga e junte as gemas batidas com o açúcar e o licor de café.7. Envolva com as claras em castelo.8. Numa taça individual coloque pelas mesmas porções, camadas de mousse de café e de mousse de chocolate com licor de café.9. Decore com fruta fresca e grãos de café.

Origem da receita: Continente: África País: Quénia

Catarina 8.1

Ano XXII nº 77 Dezembro 2009 Jornal O Vale 19

Ano XXII nº 77 Dezembro 2009 Jornal O Vale20

O Natal na Escola comemorou-se, mais uma vez, de uma forma muito fraternal, solidária (com a recolha de géneros alimentícios, brinquedos e roupas), alegre e criativa. Os alunos procederam à decoração entusi-

ástica das salas, onde, poste-riormente, almoçaram, espe-lhando dinamismo e orgulho pelo trabalho e pelos resulta-dos conseguidos, traduzindo-

se um verdadeiro espírito natalício.Durante a manhã, na sala de eventos, de-correram actividades culturais em que par-

ticiparam alunos do 2º e 3º ciclos. Pudemos assistir a uma diversificação de actividades que conjugaram diferentes vertentes: a cul-tural, com a encenação de vários trechos relacionados com o Natal; a musical, com os melódicos e bem entoados cânticos na-talícios; e a não menos importante vertente literária, com a declamação de um poema,

pela aluna Sofia Costa, da turma 5.8, e pela leitura expressiva de um conto de Na-tal, pela professora Helena Vilela. Aproveitando o espírito reinante, procedeu-se, ainda, à entrega dos prémios relativos às Olímpiadas de Matemática.

Prof. Marta Ferreira

O Natal no Vale

A decoração das salas revelou muito entusiasmo e criatividade por parte dos alunos.