Jornal 'O Pregão'

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p. 13 CNO: Primeiros diplomas entregues Propriedade: Escola Secundária Martins Sarmento Alameda Prof. Abel Salazar - 4810-247 Guimarães Tel.: 253 513 240 | Fax: 253 511 163 Código da Escola: 402187 Coordenação Geral: Glória M. Machado Grafismo e paginação: José L. Faria Email: [email protected] 01 O jornal inicia, agora, uma nova etapa da sua história. Há alguns anos atrás abraçou o projecto de dar vida a um jornal escolar a direcção de então, a quem devemos a gra- tidão de ter iniciado um jornalismo de escola, de que nós, hoje, somos herdeiros. Queremos ser fiéis à história e memória desse jornal, mar- cando, no entanto, porque os tempos mudaram e a coor- denação do jornal também, uma linha editorial própria e o pensamento de quem acompanha os dias da escola de hoje. Assim, após este interregno, estamos imbuídos da vontade e ousadia de seguir esse paradigma. Os nossos leitores serão preferencialmente os alunos, mas também os funcionários, os professores e pais e, por isso, gostaríamos que este jornal fosse ao encontro de to- dos os vossos anseios. Sabemos, desde já, que esta mis- são não é fácil; temos pois um público heterogéneo, com interesses bem diferenciados. Chegar a esse público é o nosso propósito, na medida em que procuraremos uma linha informativa permanente, partindo de factos e expe- riências ocorridas no interior da nossa escola; igualmente uma linha de pensamento em nome de um acréscimo de informação, como será próprio a um meio de comunica- ção como o jornal; por fim, uma linha de uma “obra aber- ta” (no dizer de Umberto Eco, interactiva, entre quem escreve e os seus leitores, promovendo uma cultura de cidadania, cruzada com uma das metas do Projecto Edu- cativo da nossa escola. É nesta triangulação que assenta- rá o nosso jornal: informação, pensamento, participação. E aqui será legítimo dizer que contamos com todos para que esta cultura de participação se efective, lançando um verdadeiro desafio a toda a realidade escolar, sem excep- ção: órgão de direcção, órgão de gestão, funcionários ad- ministrativos e auxiliares, professores, órgãos e estruturas pedagógicas, alunos e associação de estudantes, associa- ção de pais e encarregados de educação. Os nossos leitores encontrarão algumas diferenças rela- tivamente às anteriores edições: desde logo queremos um jornal digital e ecológico, amigo do ambiente, com custos financeiros reduzidos e uma linha gráfica apelativa. Contudo, algumas semelhanças permanecerão: o mesmo empenho, a mesma vontade de fazer um jornal isento, de uma escola para toda uma Escola. Professor José Manuel Teixeira, director da ESMS Glória Manuela Machado, coordenadora de “O Pregão” Editorial Jornal da Escola Secundária Martins Sarmento Janeiro a Abril de 2010 O ACORDO ORTOGRÁFICO: O QUE MUDARÁ NA NOVA ORTOGRAFIA Artigo de opinião de Glória Manuela Machado, Prof. de Português p. 06 Opinião: Cursos Profissionais - Um novo paradigma de ensino Entrevista: Director da Escola fala à turma 11º - LH3 p. 04 p. 02 p. 24 Multimédia: Biografia de Neville Brody p. 20 Projecto Eco-Escola: As iniciativas ‘Verdes’ p. 26 Literatura: Saga de Stephenie Meyer

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Jornal da Escola Secundária Martins Sarmento - Guimarães

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Page 1: Jornal 'O Pregão'

p. 13CNO: Primeiros diplomas entregues

Propriedade: Escola Secundária Martins SarmentoAlameda Prof. Abel Salazar - 4810-247 Guimarães

Tel.: 253 513 240 | Fax: 253 511 163Código da Escola: 402187

Coordenação Geral: Glória M. Machado Grafismo e paginação: José L. FariaEmail: [email protected]

nº 01

O jornal inicia, agora, uma nova etapa da sua história. Há alguns anos atrás abraçou o projecto de dar vida a um jornal escolar a direcção de então, a quem devemos a gra-tidão de ter iniciado um jornalismo de escola, de que nós, hoje, somos herdeiros. Queremos ser fiéis à história e memória desse jornal, mar-cando, no entanto, porque os tempos mudaram e a coor-denação do jornal também, uma linha editorial própria e o pensamento de quem acompanha os dias da escola de hoje. Assim, após este interregno, estamos imbuídos da vontade e ousadia de seguir esse paradigma.Os nossos leitores serão preferencialmente os alunos, mas também os funcionários, os professores e pais e, por isso, gostaríamos que este jornal fosse ao encontro de to-dos os vossos anseios. Sabemos, desde já, que esta mis-são não é fácil; temos pois um público heterogéneo, com interesses bem diferenciados. Chegar a esse público é o nosso propósito, na medida em que procuraremos uma linha informativa permanente, partindo de factos e expe-riências ocorridas no interior da nossa escola; igualmente uma linha de pensamento em nome de um acréscimo de informação, como será próprio a um meio de comunica-ção como o jornal; por fim, uma linha de uma “obra aber-ta” (no dizer de Umberto Eco, interactiva, entre quem escreve e os seus leitores, promovendo uma cultura de cidadania, cruzada com uma das metas do Projecto Edu-cativo da nossa escola. É nesta triangulação que assenta-rá o nosso jornal: informação, pensamento, participação.E aqui será legítimo dizer que contamos com todos para que esta cultura de participação se efective, lançando um verdadeiro desafio a toda a realidade escolar, sem excep-ção: órgão de direcção, órgão de gestão, funcionários ad-ministrativos e auxiliares, professores, órgãos e estruturas pedagógicas, alunos e associação de estudantes, associa-ção de pais e encarregados de educação.Os nossos leitores encontrarão algumas diferenças rela-tivamente às anteriores edições: desde logo queremos um jornal digital e ecológico, amigo do ambiente, com custos financeiros reduzidos e uma linha gráfica apelativa. Contudo, algumas semelhanças permanecerão: o mesmo empenho, a mesma vontade de fazer um jornal isento, de uma escola para toda uma Escola.

Professor José Manuel Teixeira, director da ESMSGlória Manuela Machado, coordenadora de “O Pregão”

Editorial

Jornal da Escola Secundária Martins Sarmento Janeiro a Abril de 2010

O acOrdO OrtOgráficO:o quE mudará na nova ortografia

Artigo de opinião de Glória Manuela Machado, Prof. de Português p. 06

Opinião: Cursos Profissionais - Um novo paradigma de ensino

Entrevista: Director da Escola fala à turma 11º - LH3

p. 04p. 02

p. 24Multimédia: Biografia de Neville Brody

p. 20Projecto Eco-Escola: As iniciativas ‘Verdes’

p. 26Literatura:

Saga de Stephenie Meyer

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2Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Senhor Director, que razões o motivaram a concorrer ao cargo de director da escola?Não havia razão maior para concorrer ao car-go de director de uma escola do que possuir uma consciência do estado em que a escola se encontrava e a obrigação\dever de contribuir para a necessária mudança que se impunha. Como observador atento da realidade “escola” e como interveniente nas estruturas intermé-dias da escola, percepcionei uma clara frag-mentação impeditiva da construção de uma identidade profissional e uma desarticulação das equipas intermédias que não tinham uma acção, não sendo objecto de acompanhamento por parte do órgão de gestão.

Actualmente, considera que o projecto que apresentou era ambicioso? Ou acha que corresponde às suas expectativas como director?Considero, efectivamente, que o projecto de director contém alguma ambição. Desde logo, porque estou imbuído de uma motivação ca-paz de exercer influências positivas junto de outros líderes, em busca de finalidades, mu-dando a cultura da escola, no sentido de con-

Entrevista

Orientação da Prof. Graça Pacheco

Sr. Director, somos alunos do 11ºano, da turma LH3 e deci-dimos entrevistá-lo, uma vez

que estamos curiosos quanto à sua nova política de gestão da

escola.

“Queremos criar uma dinâmica capaz de

contribuir para o sucesso dos alunos e de os motivar para a aprendizagem”

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ciliar todos os seus agentes em torno das mesmas, pondo em primeiro lugar a criação de oportunidades de acesso ao sucesso escolar, sempre comprometida quer com os estudantes, quer com os encarregados de educação, quer com os professores e funcionários.

Quando concorreu, tinha consciência de que a escola necessitava de mu-danças? A que nível?Sim, a escola necessitava de inúmeras mudanças que estão enumeradas no pro-jecto, que entreguei em conselho geral sobre a designação de “Propostas” que afectam as várias áreas da escola, a sa-ber: a nível administrativo, melhor ges-tão de recursos humanos e materiais; a nível físico, melhoria dos espaços e recur-sos materiais e a nível pedagógico, criar uma dinâmica capaz de contribuir para o sucesso dos alunos e de os motivar para a aprendizagem.

Já conseguiu a concretização de al-gumas? Com que dificuldades se tem deparado?

Já implementei bastantes medidas que estão expostas no projecto de inter-venção, passando a designar algumas: intervenção nos espaços físicos des-portivos (exterior) que se encontra-vam em mau estado de conservação; contratação de um psicólogo a tempo inteiro; início do projecto curricular da escola; deslocação de equipamentos informáticos novos para a sala dos di-rectores de turma; criação do projecto “A Aprender Cresço” que constituiu para a escola uma nova modalidade de ocupação plena de tempo escolar, abrangendo actividades até então de-sarticuladas entre si: apoios, sala de estudo, TOA, etc; implementação de fibra óptica na escola, dotando esta de cobertura de internet e banda larga e relançamento do jornal da escola.As principais dificuldades residem nas dotações financeiras, que estão aquém das necessidades reais, e pretendemos reforçá-las, de forma a melhorarmos o cofre informático da escola e outras intervenções que consideramos priori-tárias.

Director da Escola Secun-dária Martins

Sarmento desde Maio de 2009

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O Pregão Janeiro - Março de 2010 3

O que distingue o novo modelo de gestão da escola do anterior? A maior participação dos pais e da comunidade, através da sua representação, no Conselho Geral, na definição da política estratégica da escola; a nível da gestão, aparecimento da figura do Director, “órgão” unipessoal, sobre quem recai a administração da es-cola e o reforço das lideranças capazes de levar à prática o projecto do director.

O órgão de gestão está aberto ao diálogo com os alunos? Estes têm participação na elabora-ção do regulamento interno na escola?O órgão de gestão está aberto à participação, rece-bendo os delegados de turma em horário definido para o efeito, podendo estes sugerir soluções ou apresentar problemas.Além disso, os alunos podem participar nas estru-turas onde estão representados, nomeadamente o Conselho Geral e o Conselho Pedagógico, podendo colaborar e, acima de tudo, influenciando a tomada de decisão dos órgãos a que pertencem.

A Escola está aberta à comunidade vimaranen-se? Existem parcerias com outras entidades? Quais?Com certeza existem parcerias com diversas insti-tuições públicas e privadas, abrangendo diversas áreas: culturais (museu e Centro Cultural Vila Flor), económicas (empresas) e sociais (S. Francisco…).

Quais são os projectos culturais e artísticos que a escola pretende desenvolver este ano lectivo?A escola tem em desenvolvimento um conjunto de projectos culturais integrados no grupo de de-senvolvimento do Projecto Educativo, muitos dos quais com elevado valor acrescentado para os alu-nos, a saber: o projecto “A minha escola adopta um museu”, o projecto “ECR- Escola Clube de Robóti-ca”, “Parlamento Jovem”, entre outros. Vamos ain-da iniciar, no próximo período, o teatro na escola.No final do ano lectivo, tencionamos levar a cabo a semana cultural com uma outra designação e perfil e um sarau cultural e artístico.

Estivemos em época de eleições. Considera que a associação de estudantes exerce uma ac-ção interventiva na comunidade escolar?A escola, desde longa data, tem a Associação de Estudantes. Contudo, o seu papel não tem um im-pacto visível na comunidade. O órgão de gestão está aberto à sua participação, assegurando a sua autonomia, mas apoiando-a no desenvolvimento do projecto para a escola.

É defensor do actual estatuto do aluno? O que mudaria?Este estatuto do aluno tem alguns aspectos positi-vos, nomeadamente quando responsabiliza alunos e professores pela recuperação das matérias lecciona-das durante o período de ausência do aluno.Considero que esta medida é legítima em situações de falta de assiduidade não imputáveis ao aluno, mas já não concordo que seja extensiva àqueles que faltam sistematicamente de modo injustificado, por-que dá a todos uma sobrecarga de trabalho burocrá-tico sem resultados concretos, na maioria dos casos.

Em relação à indisciplina, apercebe-se de que esteja a aumentar? Que medidas de prevenção considera ser importantes tomar?Percebe-se que não há propriamente casos de disci-plina graves, mas nos alunos do 10º ano há algumas perturbações nas aulas que decorrem da falta de regras. Felizmente, essa situação vai-se esbaten-do à medida que os alunos vão percorrendo/pro-gredindo ou até amadurecendo. Os alunos têm de assumir a sua área de liberdade de acção que lhe é dada desde que assumam a sua parte da responsabi-lidade. Pretende o órgão de gestão atribuir no início do ano lectivo, aquando da entrega dos diplomas de mérito, diplomas aos alunos com comportamento considerado excepcional no ano lectivo.

A escola vai entrar em obras. Esta vai melho-rar a nível de equipamentos, laboratórios, sa-las de multimédia, etc?A escola entrará, possivelmente, em obras no próxi-mo ano lectivo. A concretizar-se o que está previs-to no projecto de arquitectura, teremos uma nova escola com nove laboratórios, anfiteatros, áreas de lazer, áreas desportivas completamente reestrutu-radas, uma nova biblioteca, espaços de exposição, entre outros.

Como é que estas se vão processar?As obras, de acordo com a informação de que dispo-mos, processar-se-ão por fases durante dois anos.

O acesso à biblioteca vai ficar vedado?Pensamos que não, porque o espaço será preser-vado basicamente como está, acolhendo o fundo documental.

Relativamente aos funcionários, estes rece-bem alguma formação para exercerem o seu cargo? Estes são colocados tendo em conta o perfil das pessoas, ou arbitrariamente?A formação está de acordo com um Plano de For-mação, no âmbito das necessidades consideradas prioritárias a nível nacional. Já avançámos com duas acções designadamente “Segurança e Higiene no Trabalho” e “Bibliotecas Escolares” promovidas pelo Centro de Formação. Também promovemos outras acções, nomeadamente ao nível da utiliza-ção das TIC. Quanto ao cargo a ocupar, será sempre em colabo-ração com a encarregada operacional procurando distribuir os vários assistentes de acordo com as ne-cessidades da escola e o perfil do funcionário.

As principais dificuldades residem nas dotações financeiras, que estão aquém das necessidades reais, e pretendemos reforçá-las, de forma a melhorarmos o cofre informático da escola e outras intervenções que consideramos prioritárias.

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4Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Opinião

Parece, pois, pertinente que se reú-nam fragmentos de aprendizagens, de leituras, de reflexões, de actuações e de práticas pedagógicas, para o estu-do de um novo paradigma de educa-ção, ou seja, a problemática do ensino nos Cursos Profissionais de nível III, que integram hoje a Escola Pública.

Pretende-se agora a abordagem de uma parte desta dimensão da realida-de educativa, que, pela sua especifici-dade e carácter inovador, tem vindo a criar alguns constrangimentos.

Os sistemas educativos estão, hoje, em todo o mundo desenvolvido, sob intenso fogo cruzado. A verdade é que eles foram arquitectados sob paradig-mas socioculturais que já não são os de hoje e, então, estes sistemas pro-curam, por vezes, desesperadamente, adaptar-se: golpes de rins; pseudo-reformas; lavar de rosto, para reapare-cerem como novos e potencialmente inovadores. Na verdade, o que real-mente se constata é que se adaptam, não mudam efectivamente. Mesmo assim, são alvo de grandes contro-vérsias sociais, deparam-se com problemas técnicos de difícil gestão, questões políticas muito sensíveis e, claro está, com as eternas questões de financiamento.

Tal como em quase tudo na vida, também em política educativa é ne-cessário ver longe, traçar e implemen-

tar projectos, frutos da Investigação Educativa, com horizontes mais alar-gados. É desse entrosamento entre os conhecimentos gerados pela Investi-gação e as evoluções no domínio so-cial, agora globalizado, que deve poder antever-se cenários sociais prospecti-vos e prevenir danos.

Claro está que ver longe não é ne-cessariamente ver certo. Contudo, podemos, certamente, vislumbrar ru-mos que se nos afigurem adequados, susceptíveis de concretização a curto, médio e longo prazo.

Hoje, praticamente todas as esco-las secundárias públicas “acolheram” os Cursos Profissionais. Isto porque a revisão curricular do Ensino Secun-dário de 2004 foi implementada, no contexto de uma aposta política (Con-selho Europeu, 2000) do crescimen-to do número de alunos a frequentar cursos profissionais a nível nacional, introduzindo a possibilidade da sua implementação em escolas secundá-rias. A disseminação desses cursos, até então adstritos às escolas profis-sionais, pelas escolas secundárias, foi muito rápida e, nos últimos três anos, em constante crescimento. Estamos hoje, de facto, na expectativa de supe-ração do nível percentual previsto pela OCDE até 2010.

Parece, pois, fundamental esclare-cer devidamente os princípios orien-

tadores desta tipologia de Cursos, ou, como nos apraz dizer: as escolas den-tro da Escola.

Os cursos profissionais constituem uma modalidade de educação que pretende responder a duas grandes necessidades: em primeiro lugar, às necessidades educativas de nível se-cundário (Nível III) dos jovens que querem aprender uma profissão e, em concomitância, às necessidades e exi-gências da Sociedade, nomeadamente as do tecido empresarial, que necessita de mão-de-obra qualificada.

Os seus destinatários são aqueles jovens que tenham concluído o 9º ano de escolaridade e que procuram um ensino prático e voltado para o ingres-so no mundo do trabalho.

São, então, cursos com uma fina-lidade muito distinta da dos outros cursos gerais. Pretende-se, muito claramente, formar profissionais para certas áreas mais técnicas. Para isso, deve valorizar-se o desenvolvimento de competências para o exercício de uma profissão.

Como facilmente se pode constatar são cursos para alunos que têm aspira-ções e expectativas de vida diferentes. Enquanto uns pretendem (ou neces-sitam) de um ingresso no mercado de trabalho logo após a conclusão do 12ºano de escolaridade, outros dese-jam o prosseguimento dos seus estu-

Um novo paradigma de ensino/educação

Prof. Dulce Nogueira

Cursos Profissionais

São cursos para alunos que têm aspirações e expectativas de vida dife-rentes...Logo aqui à partida, mui-tas considerações susci-taram um aprofundado estudo: Quem escolhe tais cur-sos? Quem orienta essas escolhas? Como se pro-cessa essa dinâmica tão importante na vida de um aluno? Tem havido a preocupação necessária adequada à real dimen-são do problema? Como funciona, na prática das escolas portuguesas, a orientação vocacional?

(…) há duas invenções humanas que podem ser consideradas mais difíceis do que quais-quer outras: a arte da governação e a arte da educação e as pessoas ainda se digladiam acerca do seu verdadeiro significado. (Kant)

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O Pregão Janeiro - Março de 2010 5

dos. Logo aqui à partida, muitas considerações susci-taram um aprofundado estudo:

Quem escolhe tais cursos? Quem orienta essas escolhas? Como se processa essa dinâmica tão im-portante na vida de um aluno? Tem havido a preo-cupação necessária adequada à real dimensão do problema? Como funciona, na prática das escolas portuguesas, a orientação vocacional?

Na verdade, há indicadores de que não tem fun-cionado adequadamente e, por isso, estas acções cor-rem sérios riscos de tornar-se inúteis e desajustadas da realidade.

Estudando resultados do PISA – Programme for International Student Assessment (OCDE), fazemos as suas leituras, por vezes, de forma enviezada: só num desenho podemos fazer uma casa e começar-mos até mesmo pela chaminé. Na prática construtiva isso é fisicamente impossível. Tal acontece no edifício educativo, um projecto bem mais complexo e genui-namente importante por se tratar, não de números, mas de pessoas.

Tema interessante o da orientação vocacional, mas polémico e que, por momentos, teve de ser formu-lado, apesar de não constituir, por agora, tema de reflexão. Mas, tal como a rede hidrográfica de um país, também em Educação todos os “rios”, ”riachos” e “linhas de água” são de importância vital por onde passam, mas todos eles correm para o “mar”.

Concluindo o pensamento sobre esta matéria, é de salientar que a legislação em vigor é bastante clara: o Decreto-Lei nº74/2004, de 26 de Março, define, no Artº 5º, Ponto 1, Alínea d), que os cursos profis-sionais são “vocacionados para qualificação inicial dos alunos, privilegiando a sua inserção no mundo de trabalho e permitindo o prosseguimento de estudos”.

Pelo exposto, fica claro o carácter predominante-mente profissionalizante dos cursos profissionais e, por conseguinte, a importância de um novo paradig-ma de ensino.

As taxas de sucesso alcançadas nas escolas pro-fissionais constituíram-se como modelos para esses cursos a funcionar nas escolas secundárias, pouco ha-bituadas a cifras tão elevadas.

Qual será a “chave” desse sucesso?Esta é uma outra questão à qual é urgente dar res-

posta, pois a identificação deste objectivo de sucesso definirá um rumo muito claro para a orientação das equipas de trabalho (professores e técnicos especia-lizados): garantir aos alunos a sua preparação para a integração num mercado de trabalho que os vai pôr à prova.

Ao assumir esse objectivo, articulando-o com a definição de metas concretas ao nível da empregabi-lidade dos alunos, o trabalho da equipa pedagógica começa a fazer sentido e a constituir-se como um desafio galvanizador para todos os actores, no sen-

tido de reunir condições de mobilização de todos os recursos necessários ao sucesso.

No caso dos Cursos Profissionais o sucesso visa um duplo reconhecimento: uma formação académica constituída por um Diploma Escolar de Nível Secun-dário e uma Qualificação Profissional de Nível III e respectivo Certificado Internacional.

Neste sentido, e para que se concretizem os an-seios dos jovens que os frequentam, bem como os objectivos que lhes deram origem, os cursos profis-sionais têm de constituir-se em projectos de forma-ção profissional que proporcionam condições para processos de ensino-aprendizagem substancialmente inovadores.

Ou seja, os contextos educativos são mais alarga-dos (toda a envolvência é, potencialmente, um recur-so de aprendizagem); são mais diversificados, pois é fundamental que os alunos tenham condições para o contacto com o maior número possível de experiên-cias em contexto de trabalho. Para isso, é fundamen-tal que essas condições sejam previstas e estudadas e depois lhes sejam proporcionadas, num contexto ponderado e flexível. As empresas e as instituições passam, então, a constituir-se como actores no pro-cesso de ensino/aprendizagem. Temos, então, cria-das as condições indispensáveis para a aposta numa verdadeira pedagogia da relevância.

Ora, o facto de terem como finalidade a formação de profissionais exige que se faça, ao nível dos pro-

cessos de ensino aprendizagem, algo radicalmente diferente do que é feito nos outros cursos do ensino secundário.

Desde logo, os programas das disciplinas perdem centralidade. Ao deixarem de ocupar o lugar de refe-rência para as planificações e didactizações, passam a ser um instrumento ao serviço da formação para um determinado perfil profissional. A escolha e explora-ção dos conteúdos programáticos devem realizar-se em função desse perfil.

Como ficou fundamentado, os cursos profissionais têm uma natureza profissionalmente qualificante, prevalecendo, por isso, uma orientação ocupacional de base sobre uma orientação académica.

Assim, a partir da análise de uma profissão defi-nem-se as competências a adquirir pelo aluno. Identi-ficam-se as particularidades de cada grupo profissio-nal, ou seja, as qualificações associadas às respectivas saídas profissionais, bem como os saberes científicos e técnicos estruturantes que serão orientadores es-senciais do desenvolvimento do currículo. Estes são os chamados “referenciais de formação” a que a legis-lação alude, aí incluindo requisitos habilitacionais dos formadores, bem como de ordem logística – equipa-mentos e instalações.

A última etapa deste processo, que é dinâmico, é a elaboração de um Plano de Estudos e do Perfil de Competências à saída de determinado curso. O Pla-no de Estudos emerge de uma listagem do elenco disciplinar das componentes de formação prevista na matriz curricular adoptada, incluindo a Formação em Contexto de Trabalho, vulgarmente designada ‘Estágio’. Por seu lado, compete ao aluno uma forte motivação para o desempenho adequado e previsto para o seu curso.

No entanto, em todas as disciplinas que enqua-dram as três componentes de formação, devem ser consideradas e avaliadas as três dimensões: a cogniti-va, a social e a de desempenho.

Ou seja, uma componente de formação não visa determinado saber isoladamente. Todos estes sabe-res conduzem a uma formação holística do aluno.

É, de facto, este o grande efeito que se pretende produzir. Uma realização pessoal, social e profis-sional que, na prática, se traduz numa eficaz for-mação de técnicos intermédios capazes de planear, organizar, orientar, coordenar, colaborar e traba-lhar em equipa.

Resta referir ainda, como grande objectivo fi-nal de formação, que estes alunos deverão ser capazes de aprender a aprender, a reaprender e a reinterpretar aprendizagens. Além do mais, devem solidificar uma atitude pessoal de auto-formação permanente. Só cumprindo este desiderato eles re-presentarão uma mais-valia para a modernização empresarial do tecido laboral de que o país precisa.

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6Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

A língua, um mecanismo vivo, em constante evolução e enriquecimen-to, deve buscar, pelo caminho da simplicidade, a perfeição. Todavia, nem sempre o caminhar é sereno. Es-sencialmente, quando tantas são as estradas como as que hoje guiam a língua portuguesa! Porque há coisas que nunca mudam, querem alguns que “Todos os caminhos vão dar a Roma!”, independentemente do pon-to de partida dessas remotas vias ser a África, a América, a Ásia ou a Eu-ropa. E, porque uns são sempre mais aventureiros e arrojados que outros, o Brasil será o primeiro país entre os que integram a CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) a adotar oficialmente a nova grafia, já este ano. Entre os referidos países, já ratificaram o acordo Portugal, Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, embora não tenham definido ainda quando irão ratificar o documento Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor. A assinatura desses países, porém, não impede a entrada em vigor das novas regras em todos os países, pois todos concordaram que as mudanças poderiam ser adotadas com a assinatura de pelo menos três integrantes da comunidade.

Entre 2010 e 2012 foi o período de transição estipulado para a nova

ortografia passar a ser obrigatória nos livros didáticos para todos os níveis de ensino, decisão porém já desres-peitada no nosso país.

O objetivo de mais um acordo ortográfico é o mesmo objetivo de todos os acordos ortográficos do passado: unificar a língua! Oxalá o propósito fosse sempre o de unir para reinar, e não o de unir para assassinar. Lembro-me do nosso mestre Eugénio de Andrade: “As palavras são a nossa condenação./Com palavras se ama, com palavras se odeia./E, suprema ir-risão, ama-se e odeia-se com as mes-mas palavras!” (in Rosto Precário).

Os mais curiosos perguntarão o que mudará, afinal. Passaremos, por isso, aos aspectos técnicos. Como alguns braços de ferro não cedem, a unificação na ortografia não será to-tal. Como se privilegiaram mais os critérios fonéticos (pronúncia)do que etimológicos (origem da palavra), para algumas palavras continuará a ser permitida a dupla grafia.

Isso ocorre em algumas palavras proparoxítonas (acentuadas na ante-penúltima sílaba, ou seja, esdrúxulas) e, predominantemente, em paroxíto-nas (acentuadas na penúltima sílaba, ou seja, graves) cuja entoação entre o PB (Português do Brasil) e o PE (Por-tuguês Europeu) é diferente, com

inflexão mais aberta ou fechada. As-sim, enquanto no Brasil algumas pa-lavras são acentuadas com o acento circunflexo, em Portugal continuará a utilizar-se o acento agudo e ambas as grafias serão aceites, como em “fenô-meno” ou “fenómeno”, “tênis” e “té-nis”; “sinônimo” e “sinónimo”.

Concluiremos então, legitimamen-te, que este fenômeno no Brasil não terá o mesmo impacto que o mesmo fenómeno em Portugal!

A regra valerá ainda para algumas oxítonas (agudas, ou acentuadas na última sílaba). Palavras como “cara-té” e “croché” também poderão ser escritos “caratê” e “crochê”.

Porém, as alterações não serão apenas circunscritas ao aspecto fo-nético, aspeto que atingirá mais o Brasil que Portugal. Neste, ou seja o aspecto da pronunciação da palavra, nada mudará para nós, embora um acto heróico passe então a ser para nós um ato heroico. O mesmo não se poderá dizer da escrita, ou grafia, já que perderemos algum(ns) acento (s)! Duvido, por isso, que vejamos com os mesmos olhos dos que veem com bons olhos estes altos voos em que nos lançamos. Resta-nos, neste momento, esperar que as mudanças deem bons frutos!

Destaca-se, ainda na escrita, o difí-

Em destaque

A língua com que me teço…

Prof. Glória Manuela Machado

O acordo em desacordo

O objetivo de mais um acordo ortográfico é o mesmo objetivo de todos os acor-dos ortográfi-cos do passado: unificar a língua! Oxalá o propósito fosse sempre o de unir para reinar, e não o de unir para assassinar

Sobre a evolução da língua, disse o filósofo epicurista Horácio, há já vinte séculos, que “As palavras… muitas que hoje desapareceram vão renascer, muitas, agora cheias de prestígio, cairão, se assim o quiser o uso.” Assim tem acontecido e por vezes vencido mais que o uso, o abuso.

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O Pregão Janeiro - Março de 2010 7

cil emprego do sinal gráfico hífen (-), cujas regras estão entre as mais complexas da norma ortográfica.

Desta vez, o sinal será abolido em pa-lavras compostas em que o prefixo ter-mina em vogal e o segundo elemento começa com outra vogal, como em aero-espacial (aero + espacial) e extraescolar (extra+escolar) e, atenção docentes e dis-centes, pois também a avaliação mudará perante a nova atitude da autoavaliação.

Já quando o primeiro elemento terminar com uma vogal igual à primeira do segun-do elemento, o hífen deverá manter-se, como nas palavras “micro-ondas” e “anti-inflamatório”. A partir da futura reforma, nos casos em que a primeira palavra ter-minar em vogal e a segunda começar por “r” ou “s”, essas consoantes deverão ser duplicadas, como na conjunção “anti” + “semita”: antissemita.

A única exceção é quando o primeiro elemento terminar em “r” e o segundo começar com a mesma letra. Nesse caso, a palavra deverá ser grafada com hífen, como em hiper-requintado, mantendo-se assim fidedigno a acordo inter-racial.

Será já desnecessário referir que as consoantes mudas, aquelas que não são pronunciadas na fala, serão abolidas da escrita. Esta regra vem confirmar a grafia da exceção ou de objeto. Esperamos que esta adoção seja percetível e o novo uso aprove a sua conceção.

Preparem-se as bocas e preparem-se as mãos, que vamos ter obra! Que fazer com “Todos os Nomes”, Saramago, agora com o “Y”, o “W” e o “K” a pertencerem à família lusa?

Que diriam disto ainda Eça ou Garrett que, com tanta dignidade, garra e beleza souberam ilustrar à luz dos seus olhos a sua alma portuguesa de uma forma única,

tão actual e tão repleta de saber e de sa-bor!?

Não restam dúvidas sobre a impor-tância da nossa língua. A única oficial de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, é tam-bém uma das línguas oficiais da Guiné Equatorial (com o Espanhol e o Francês), Timor-Leste (com o Tétum) e Macau (com o Chinês). É bastante falada, mas não ofi-cial, em Andorra, Luxemburgo e Namíbia. Entre crioulos de base portuguesa é a lín-gua materna da população de Cabo Verde e Guiné-Bissau.

A maioria dos falantes de português vive em quatro (ou cinco) continentes: África, América do Sul, Ásia, Europa e (a depender da divisão que se fizer entre os continentes) Oceania. Contudo, há quase dois milhões de falantes na América do Norte (a maioria nos Estados Unidos da América, Canadá, Bermuda e Antígua e Barbuda).

Observada pela imagem dos números, com acordo ou desacordo, não deixa de ser motivo de orgulho a nossa língua ser tão falada! Por isso, cientes da sua impor-tância, conhecedores da sua intrínseca necessidade de evolução, pedimos apenas que não se neguem as origens de uma lín-gua mãe, que não se corte o cordão com o nosso património cultural e que não se façam pactos a saber a pato!

Efectivamente, “ A magia da linguagem é o mais perigoso dos encantos” (Bulwer-Lython, Edward); por isso, não permita-mos que nos atraiçoem com as nossas próprias armas.

E não podemos terminar sem lembrar o nosso cada vez mais próximo Drum-mond de Andrade:

Carl

os D

rum

mon

d de

And

rade

, poe

ta b

rasil

eiro

N.B.: Intencionalmente, aparecem no texto grafadas em itálico todas as palavras escritas segundo a nova ortografia.

Lutar com palavrasé a luta mais vã.Entanto lutamosmal rompe a manhã.São muitas, eu pouco.Algumas, tão fortescomo o javali.Não me julgo louco.Se o fosse, teriapoder de encantá-las.Mas lúcido e frio,apareço e tentoapanhar algumaspara meu sustentonum dia de vida.Deixam-se enlaçar,tontas à caríciae súbito fogeme não há ameaçae nem há sevíciaque as traga de novoao centro da praça.(…)

Lutar com palavrasparece sem fruto.Não têm carne e sangue…Entretanto, luto.

Palavra, palavra(digo exasperado),se me desafias,aceito o combate.Quisera possuir-teneste descampado,sem roteiro de unhaou marca de dentenessa pele clara.Preferes o amorde uma posse impurae que venha o gozoda maior tortura.

Luto corpo a corpo,luto todo o tempo,sem maior proveitoque o da caça ao vento.Não encontro vestes,não seguro formas,é fluido inimigoque me dobra os músculose ri-se das normasda boa peleja.

Iludo-me às vezes,pressinto que a entregase consumará.(…)Mas ai! é o instantede entreabrir os olhos:entre beijo e boca,tudo se evapora.

O ciclo do diaora se conclui e o inútil duelojamais se resolve.O teu rosto belo,ó palavra, esplendena curva da noiteque toda me envolve.(…)

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8Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Opinião

Estamos conscientes de que esse clima não surgiu de forma natural e espontânea mas foi consequência de pretendidas alterações no funciona-mento das escolas. A começar pela alteração das políticas de gestão e administração escolar, passando por um processo muito pouco claro e até incompreensível (ao nível profissional que não ao nível económico) de divi-são da carreira docente e terminando numa política de avaliação dos profes-sores, muito decalcada da gestão e or-ganização empresariais, numa lógica neo-liberal de produtividade, concor-rência, e de custo/benefício.

Na verdade, as boas práticas médi-cas são determinadas por médicos, as jurídicas por juristas, as musicais por músicos… as dos professores são de-terminadas por economistas, gesto-res, sociólogos, comentadores gene-ralistas ou académicos puros. Todos, excepto pelos professores. Qual o

sentido desta política educativa?O exemplo mais recente desta ten-

dência é precisamente o último rela-tório da OCDE.

Começo, então, pelo necessário esclarecimento da sigla: Organização para a Cooperação e Desenvolvimen-to Económico, fazendo questão de sublinhar a palavra económico e não Educativo. Encomendar um relatório a uma instância de supervisão eco-nómica é partir de uma falsa questão: parte-se do princípio de que a educa-ção é mera subsecção da política eco-nómica.

Ensinar é assunto muito sério. Trata-se de conjugar no mesmo plano de acção dois vectores fundamentais: grandeza (de saber e carácter) e simplicidade (de atitude). O mais difícil, nos dias que cor-rem, é ser simples.

Num mundo tão cheio de enunciados modistas e de tão “neológicas lingua-gens” esta reflexão pode parecer naif. Não é, obviamente, essa a minha inten-ção. Efectuada uma revisão de literatura do que mais recentemente se publicou sobre esta matéria, julgo não andar mui-to longe da verdade se disser que alguns ideolectos linguísticos e educativos não passam de performances actualizadas mais ou menos conseguidas, de grandes teóricos que marcaram indelevelmente o conceito de Educação desde Platão até aos dias de hoje.

Assistimos, afinal, a uma “re-se-mantização” de conceitos que precisa de ser desmontada: de que falamos quando nos referimos a avaliar? Clas-sificar, seriar, padronizar, formar ou mediar?

Fala-se de avaliação no sentido de uma progressão pessoal e reflexiva que se traduza, de facto, em altera-ções daquilo que concluímos ser me-nos bom na nossa prática lectiva? Ou estamos a seguir a linha das teorias de Gestão dos Recursos Humanos, na área da Economia?

Na realidade, consigo aperceber-me de que as mais modernas concep-ções de Gestão Estratégica, parecem assentar que nem uma luva no domí-nio da Educação.

Com design contemporâneo, sem dúvida, aparentemente o “mane-quim” parece ficar mais elegante, muito mais apreciado aos olhos da sociedade de consumo, mas que tem um “pequeno” problema: a Educação, assim vestida, não consegue respirar, não consegue mexer-se. Em pouco tempo perderá o oxigénio, começará a transpirar, a alucinar, todo o sistema sanguíneo colapsa, vai sucumbir…. Se não é socorrida rapidamente ficará com danos irreversíveis ou morre.

Nesta lógica, a escola é uma em-presa, o aluno é o produto, os profes-sores, numa lógica de mercado, terão

Prof. Dulce Nogueira

O professor sob

suspeita

Com design contemporâ-neo, sem dúvida, aparen-temente o “manequim” parece ficar mais elegan-te, muito mais apreciado aos olhos da sociedade de consumo, mas que tem um “pequeno” pro-blema: a Educação, assim vestida, não consegue respirar, não consegue mexer-se. Em pouco tem-po perderá o oxigénio, começará a transpirar, a alucinar, todo o sistema sanguíneo colapsa, vai sucumbir…. Se não é socorrida rapidamente ficará com danos irrever-síveis ou morre.

Sabemos hoje que há um enorme clima de suspeição relati-vamente à activida-de do professor.

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O Pregão Janeiro - Março de 2010 9

que garantir o prestígio da empresa, socorrendo-se das mais variadas es-tratégias de marketing, usando sofis-ticadas técnicas de maquilhagem para fazer parecer aquilo que não é, para fazer com que a escola apareça no mercado, bem “rankizada” e cada vez mais competitiva.

Assim:Aluno – aprendente – escrevente

– objecto avaliado = Produto certifi-cado.

Professor – formador – mediador – facilitador – objecto avaliado – pro-fissional do terciário relacional = Pro-duto certificado.

De onde se conclui: Escola = empresa de produção

– empresa de certificação – versão ac-tualizada de panópticos – produtora de evidências factuais - sujeita às leis do mercado.

Na verdade, só é possível comparar o que é igual. Tal como não podemos comparar as peras com as maçãs a questão é de fácil resolução: unifor-mizam-se os elementos; todos passa-mos a ser padronizáveis com grelhas de avaliação rigorosamente mensurá-veis. Claro que este método permite comparar resultados e realidades simi-lares, usando indicadores objectivos e realizado por peritos especializados, o que, no contexto actual é fortemente legitimador.

A questão que se coloca aqui é se é

essa a Escola que pretendemos. Como refere o Professor António Nóvoa, assistimos a um “transbordamento” da escola. A ela têm sido agregadas cada vez mais novas funções: espaço de lazer, espaço de ocupação de tem-pos livres, espaço de educação para a saúde, de educação sexual, de inclu-são social, de resolução de conflitos emocionais, de expressão artística, de gosto pela tradição e, no meio de tudo isto, de aprendizagens talvez, ou de certificação daquilo que o aluno foi aprendendo.

Ora, um “pronto-a-vestir” quer dos curricula, quer dos professores, quer dos alunos viola claramente a natu-reza humana na sua mais genuína es-sência: a diversidade, a diferença, a singularidade.

Optaria, então, pelo conceito de “novo paradigma de educação” e, nesse caso, seria fundamental falar bem claro. Reflectirmos so-bre as hodiernas concepções do que se pretende que seja um pro-fessor.

Pela simples observação dos comportamentos dos meus co-legas professores, posso afirmar que o bom professor é hoje um professor desgostado.

Evoco a pergunta que deu mote à comunicação de Isabel Alarcão, na conferência inaugural do Seminário “A formação inicial de professores

na Universidade do Minho: que (des)continuidades?” , a que tive a opor-tunidade de assistir no dia 9 de Julho de 2009: Formação de Professores: É possível recuperar o entusiasmo per-dido?

Os professores trabalhadores, cum-pridores e inteligentes, são reflexivos e têm sentido crítico. Nos dias de hoje, o que se torna evidência é que os mais burocráticos, os seguidistas, intelectualmente mais frágeis e con-formados, são maioritariamente os únicos a sair incólumes (e até mesmo com mérito) da situação criada quer pela tutela, quer pelos órgãos de ges-tão intermédia.

Talvez a razão se prenda com o natural processo de selecção das es-pécies de que Darwin falava: os seres adaptam-se às circunstâncias do seu meio. Neste caso particular, o profes-sor ‘adapta-se’ àquilo que o contexto lhe exige…

Opinião

Pela simples observação dos comportamentos dos meus colegas professores, posso afirmar que o bom professor é hoje um professor desgostado.

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10Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Dicas para ser melhor professor no novo ECD, seja ele qual for: vou apontar aqui a medida mais positiva que vislumbrei após várias tentativas, no tempo, de se sustentar uma carreira docen-te. Assim, e em “homenagem” a Nuno Crato: 1. Para obteres créditos já não precisas de frequen-tar cursos práticos de criação de bichos-da-seda; 2. Se exerceres a docência à disciplina de Por-tuguês já não podes fazer acções de formação em práticas de esqui; 3. Leccionar seguindo a lengalenga do “aprender a aprender” acabou; 4. Acabaram, também, as seguintes acções de for-mação: - “As Potencialidades do Feng Shui na Sala de Aula”, sob orientação de um senhor cujas credenciais são colaborar no programa televisivo “Querido Mudei a Casa!”; - “Exercícios de Rela-xamento com Alunos e em Casa”; - “Como Utili-zar a Energia das Cores (Que Cores Vestir?)”, ac-ção orientada por duas senhoras com formação cosmética em ponto de cruz; - “Como leccionar tomando partido dos Signos dos Alunos”, acção monitorizada por astróloga de revista da moda. Dicas para ser pior professor com o novo ECD: 1. Se fores jovem na carreira, à partida, não és competente no que fazes, por isso, balda- te!; 2. Se fores sénior na carreira, faças o que fizeres és sempre competente, por isso, balda-te!; 3. Esquece-te que ensinar é também uma tarefa ética e pauta a tua acção pelo slogan: “It s the economy, stupid!”; 4. Incentiva os teus alunos à maledicência e à inveja sobre os seus colegas: ajudas a formar alunos mais competitivos e em-preendedores; 5. Faz tudo o que esteja no teu alcance para manchares a missão pública da docência: contribuirás para a privatização do ensino tornando Portugal num país democrati-camente mais pobre.

Prof. Carlos Félix

Flashes com abusiva variação irónica ao guardador de

rebanhos

Opinião

O Guardador de papéis (variação cromática a Alberto Caeiro): Eu nunca quis guardar papéis, mas sempre os guardei./ Minha alma é como um profes-sor, conhece o dossiê da reprografia e a direcção de turma./ E anda pela mão da burocracia./ A seguir e a olhar./ Toda a paz que tinha sem papéis, acabou, e a minha imaginação morre come uma borboleta esma-gada numa janela./ Mas a minha tristeza é sossego./ Porque é natural e justa./ E as mãos colhem papéis brancos e pretos sem a alma dar por isso./ Pensar in-comoda como andar à chuva, mas os papéis crescem e nem por isso se pensa mais, nem a molha compen-sa./ Não tenho ambições nem desejos./ Ser profes-sor já não é uma ambição. É a minha maneira de estar sozinho./ E se desejo à vezes ser um cordeirinho feliz correndo pela erva fora é porque não quero o cajado nas mãos./ No cimo dum outeiro, olhando para os meus rebanhos finjo compreender que o pasto lhes é favorável, mas eles vêm e vão magrinhos./ Saúdo os que me lerem e desejo-lhes poucos papéis com pa-lavras escritas a tinta de impressora./ Prefiro que se sentem, com vagar, à janela ou debaixo de uma árvo-re verde, frondosa e antiga, a ler e a meditar no que gostam./ A ver as crianças cansadas de brincar, a lim-par o suor da testa quente na manga do bibe riscado./ E pensar que é Natal… e que ele é delas!

Dicas para ser pior professor com o novo ECD:1. Se fores jovem na carreira, à partida, não és competente no que fazes, por isso, balda- te!; 2. Se fores sénior na carreira, faças o que fizeres és sempre competente, por isso, balda-te! Esquece-te que ensinar é tam-bém uma tarefa ética e pauta a tua acção pelo slogan: “It´s the economy, stupid!”(...)

Page 11: Jornal 'O Pregão'

O Pregão Janeiro - Março de 2010 11

Actualmente, para ter êxito, o QI (quociente inte-lectual) não basta. O que faz a diferença não são só as nossas competências técnicas, mas também as capa-cidades que temos para gerir os nossos afectos e para comunicar.

Há leis na comunicação, conhecimentos que se po-dem adquirir, procedimentos a dominar, um «saber estar» a desenvolver. A linguagem das emoções tem uma gramática. Animar uma reunião, falar em público, vencer a timidez, responder à agressividade, dar sua opinião, ouvir, compreender as reacções dos outros, motivar os outros e a si mesmo, encarar a adversidade ou a mudança, resolver conflitos…

Em 1905, em Paris, A. Binet e T. Simon apresentam a primeira escala métrica de medida da inteligência (a famosa escala Binet- Simon). O quociente intelectual é calculado da seguinte forma: idade mental/ idade real x100. Estabeleceu-se assim um padrão de medida das faculdades mentais, com características científicas. Resultado: a inteligência tornou-se a capacidade de res-ponder a um teste verbal e lógico-matemático. Mas a nota obtida num único exame é representativa das qua-lidades permanentes de uma pessoa?

Em 1983, Howard Gardner fala pela primeira vez em inteligências múltiplas, demarcando-se do conceito redutor de inteligência medida pelo QI e faz valer muitas e diferentes facetas da actividade cognitiva, desde as aptidões musicais até às capa-cidades requeridas para o conhecimento de si pró-prio. Define inteligência como a capacidade para re-solver problemas. Não há só uma inteligência, mas várias. Às inteligências verbal e lógico-matemática já conhecidas pelo QI ele acresenta as inteligências espacial (faculdade de representar em três dimen-sões, de se orientar), musical (exercício do ouvido e do ritmo), cinestésica (inteligência do corpo que os bailarinos, atletas e cirurgiões têm de dominar), in-

terpessoal (capacidade de compreender os outros) e intrapessoal ( faculdade de se formar de si próprio uma representação precisa).

A inteligência interpessoal de Gardner é denomi-nada de inteligência emocional por Goleman. Para este, o reinado do QI deve ceder lugar ao QE ( quo-ciente emocional). «O antigo paradigma baseava-se no ideal de uma razão liberta da pressão da emoção. O novo paradigma convida-nos a harmonizar a ca-beça com o coração. Devemos compreender mais precisamente o que significa: utilizar a emoção in-teligentemente».

A inteligência emocional, segundo Goleman, abrange competências tais como: a capacidade de se motivar e de ser preserverante, apesar das adver-sidades; o controlo dos impulsos; a capacidade de regular o humor e de impedir que a angústia altere as faculdades de raciocínio; a empatia. Ela envolve, portanto, as inteligências inter e intrapessoais de Gardner.

Não é o QI que marcará a diferença, o que mar-cará serão as nossas inteligências intrapessoal e in-terpessoal. Não é a inteligência que guia o mundo, são as emoções. Razão e emoção opuseram-se du-rante muito tempo. Já é altura de rendermos justiça à emoção que, na realidade, nos ajuda a raciocinar.As emoções impregam subtil mas inevitavelmente a nossa vida mental. A nossa vida emocional, cons-ciente ou inconscientemente, faz o papel de filtro entre o exterior e o interior, dirige as nossas esco-lhas, pode alterar a nossa relação com o real, e levar-nos tanto para o sucesso como para as derrotas.

Reencontrar as verdadeiras emoções é encon-trar a liberdade. Se encontrarmos o equilíbrio entre a negação e a expressão não-controlada, longe de nos subjugarem, as nossas emoções são o garante da nossa autonomia. Medo ou angústia, ira ou vio-

lência, tristeza ou depressão… Nomear as nossas emoções é a primeira etapa da aprendizagem da gramática emocional.

As emoções são a nossa linguagem comum. Com-preender melhor os outros, reagir com empatia às suas necessidades e aos seus sentimentos, permi-te ter menos medo dos outros, sentirmo-nos mais próximos, mais solidários e reforçar a cooperação. A inteligência emocional precisa de se alimentar de conhecimentos, de saber-fazer, de saber-ser como as outras inteligências.

As emoções são a nossa linguagem comum. Compreender melhor os outros, reagir com empatia às suas necessidades e aos seus sentimentos, permite ter menos medo dos outros, sentirmo-nos mais próximos, mais solidários e reforçar a cooperação.

Opinião

Prof. Rosa Manuela Machado

A Inteligência do Coração de Isabelle Filliozat

Page 12: Jornal 'O Pregão'

12Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

No passado dia 24 de Novembro, a equipa de Auto-Avaliação organizou uma visita de estudo à nossa Escola, que decorreu das 14h e 15m às 18h e 30 m, na Biblioteca.

A visita contou com a presença de Maria Palmira Alves, Professora Auxi-liar do Instituto de Educação e Psico-logia da Universidade do Minho; do doutorando na Universidade do Mi-nho, em Auto-Avaliação de Escolas, Serafim Correia; de coordenadores de Projecto de Avaliação em Rede (PAR), e dos representantes das equipas das escolas ligadas a este Projecto, nome-adamente dos Agrupamentos de Esco-la Monte Ola, Nascente do Este, Frei Bartolomeu dos Mártires, Santa Bárba-ra, Leonardo Coimbra, Rio Caldo, Bar-roselas, Sophia de Mello Breyner e as Escolas Secundárias Alberto Sampaio e D. Maria II.

A sessão teve início com o discurso do Director da escola, seguido da in-tervenção da aluna Carolina Amaral, da

turma LH3, do 11º ano, que também integra a equipa.

Seguidamente, a coordenadora do projecto, Maria Manuela Silva, apre-sentou o trabalho realizado até à data, o qual teve a colaboração das restantes docentes, membros da equipa de ava-liação interna da escola: Maria da Graça Pacheco, Maria Luísa Carvalho e Luísa Vieira.

Depois da apresentação do trabalho elaborado e de uma breve pausa, todos os membros das diferentes equipas do Projecto de Avaliação em Rede se reuniram em grupos para partilhar ex-periências e desenvolver um trabalho, do qual, posteriormente, se fez uma síntese.

A visita terminou com uma apre-sentação sobre: “Auto-avaliação da Biblioteca: uma avaliação integrada no dispositivo de Auto-Avaliação de Esco-la”, da responsabilidade de um dos co-ordenadores do PAR, Serafim Correia.

Carolina Amaral, 11ºLH3

O ambiente é claramente uma das questões-chave em todo o mundo, do presente e do seu futuro. Cada um de nós é atingido, quer o saiba ou não, na sua vida quotidiana pelas posições que são tomadas neste grande debate. Sá-bios, professores, políticos estão atre-lados no mesmo carro, mesmo sem o puxarem na mesma direcção. E todos, ao falarem de ambiente, falam de fe-nómenos que todos os homens cons-tatam ou sentem. É isso mesmo que testemunham quantos, neste momen-to, em Copenhaga tentam atenuar os efeitos das alterações climáticas.

Assim também, conscientes da im-portância das questões ambientais, professores e alunos da Escola Secun-dária Martins Sarmento criaram, em 2006, um projecto que tem procura-do não só desenvolver a educação am-biental, como tentado implementar práticas ambientais sustentáveis no espaço escolar. Têm procurado traba-lhar em rede com centenas de escolas

do país, de vários graus de ensino, através do Programa Eco-Escolas da Fundação para a Educação Ambiental Bandeira Azul da Europa, ligado ao Mi-nistério da Educação.

As actividades desenvolvidas têm sido muito variadas; no ano a que nos referimos, 2009, foram desde a cele-bração do Dia Nacional da Água, até à campanha pela recolha de resíduos eléctricos e electrónicos, passando pelo 2º Circuito Interno BTT Perícia, cujo lema foi «Pedala pelo coração e pelo ambiente», e pela Semana do Ambiente, aproveitando o dia 5 de Ju-nho, que envolveu muitos alunos que protagonizaram as iniciativas. Alguns dos acontecimentos contaram com a colaboração de vários Grupos Disci-plinares da escola, nomeadamente o de Artes e o de Educação Física, entre outros.

O resultado do reconhecimento do trabalho realizado no ano lectivo de 2008-2009 foi, pelo segundo ano

consecutivo, a atribuição do Galardão Eco-Escola «Bandeira Verde 2009», cuja cerimónia coroada com o hastear da bandeira decorreu no dia 9 de De-zembro com a presença do Director da escola, professores, alunos e restante comunidade.

A atribuição do Galardão testemu-nha a existência, na escola, de um programa de educação ambiental/ou

para sustentabilidade coerente, nas palavras de quem o atribuiu, e, para a escola que o recebe, um factor de res-ponsabilidade e estímulo à acção am-biental em que convergem o aspecto pedagógico e o aspecto cívico.

Professora responsável pelo Projecto no ano de 2008-2009,

Paula Soares

Notícias

projecto de auto-avaliação da escolavisita de estudo

galardão eco-escola bandeira verde 2009

Page 13: Jornal 'O Pregão'

O Pregão Janeiro - Março de 2010 13

Realizou-se no passado dia 21 de Novembro do mês em curso, a ceri-mónia de entrega de certificados e diplomas a adultos que frequenta-ram o Centro Novas Oportunidades Martins Sarmento e que concluíram os seus processos de certificação de nível básico e nível secundário, res-pectivamente 9º e 12º anos de es-colaridade. O evento contou com a presença do Presidente da Agência Nacional para a Qualificação, Doutor Luís Capucha, e do recém-empossado Director Regional da Educação do Norte, Dr. António Leite, que enfati-zaram a importância da Iniciativa No-vas Oportunidades, que já envolveu mais de um milhão de cidadãos por-tugueses, constituindo uma autêntica revolução na Educação e Formação de Adultos, na medida em que é uma resposta social e educativa às neces-sidades de uma população e um país que se tem caracterizado por altos índices de insucesso escolar e baixos níveis de qualificação.

Por sua vez, o Dr. César Machado, em representação da Câmara Mu-nicipal de Guimarães, sublinhou a importância da abertura das escolas públicas aos desafios colocados pelo mercado global que presentemente

contextualiza as actividades profis-sionais. Por sua vez, na sua interven-ção, o Director da Escola Secundária Martins Sarmento, Dr. José Manuel Teixeira, elogiou a política educativa que tem alargado a oferta curricular do Sistema Educativo, transformação que a escola a que preside, e nas suas palavras, pretende acompanhar, colo-cando o “Liceu de Guimarães”, com a sua singular tradição, na linha da fren-te dos novos desafios educacionais.

Numa tarde de festa, que a chuva não ensombrou, e onde estiveram presentes na cerimónia representan-tes de Centros de Formação de Pro-fessores e de Centros Novas Oportu-nidades, procedeu-se à entrega dos diplomas reflexo do trabalho e dos esforços desenvolvidos por adultos que, a par das suas obrigações familia-res e profissionais, souberam levar a bom porto os seus objectivos de for-mação. Para todos, certamente, a re-alização de um anseio que se julgava definitivamente adiado, mas que se tornou possível realizar. Este mesmo sentimento transpareceu nos teste-munhos que dois adultos partilharam com os presentes e que foram a pedra de toque de uma tarde de emoções.

Prof. Domingos Machado

Utilizando livros de ponto data-dos da década de 70 até 2004, uma árvore de Natal inovadora esteve exposta na entrada lateral da nossa escola, no período natalício.

Os alunos envolvidos na sua cria-ção tiveram como objectivo o in-centivo a não cortar árvores, e desta forma a optar-se pela reutilização de materiais. Esta atitude, simbólica, adquire uma importância indiscu-tível na urgente necessidade de se proteger o ambiente. A sua constru-ção, que aliou uma ideia inovadora às memórias do passado da escola, elo estabelecido pelos alunos do presente, resultou magnífica.

Simultaneamente, a descober-ta do sótão da escola foi algo que animou os alunos, inclusive o aluno

dinamarquês, que este ano está con-nosco, que considerou interessante a ideia de construir uma árvore a partir de muitas outras árvores.

Os mentores desta ideia preten-deram com esta actividade sensibili-zar toda a comunidade para a urgen-te necessidade de preservação do ambiente, para a redução de gastos e em simultâneo para a arte, para a cultura, para o saber fazer, poten-ciando desta forma lúdica a criação de tendências e hábitos que podem vir a ser importantes na vida futura.

Prof. Elizabeth Mendes

Notícias

entrega de diplomas cno

árvore de natal ecológica

Construção da árvore: 11º CT2 e 12º CT6, em colaboração com o Projecto Eco-Escola e o professor Alfredo Meireles

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14Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

No passado dia 22 de Dezembro, cumprindo-se a tradição, foi, mais uma vez, realizada a Ceia de Natal da Escola Secundária Martins Sarmento. Ani-mados pelo espírito natalício, este ano, os alunos do curso de Restauração e de Animação Sócio-Cul-tural tiveram nela um especial relevo organizando, confeccionando e alegrando a Ceia de Natal. An-corados no convívio fraterno que as festividades sugerem, professores e funcionários contaram ain-da com a presença dos seus antigos colegas, que hoje disfrutam da merecida aposentação. Depois do requintado repasto, em que não faltaram as aprimoradas iguarias de Natal, o Director da Escola aproveitou a oportunidade para agradecer aos alu-nos e professores dos cursos, que levaram a cabo a organização da ceia, e felicitá-los pelo sucesso da actividade desenvolvida. Para finalizar, o arquitec-to Joaquim Sampaio presenteou os convivas com a apresentação do projecto de intervenção na escola, em 3D, e explicou, ao pormenor, os vários planos da obra e respectivas valências.

Assim se efectivou um momento de alegre con-vívio entre vários membros da escola a coroar a primeiro das três fases de mais um ano lectivo em decurso.

Prof. Eurico Silva

Notícias

convívio de natal na esms

Integrado na habitual Feira do Livro, que vem a realizar-se há alguns anos nesta escola, desenvolveu-se entre o dia dez e dezoito de Dezembro, na ESMS um leque inovador de ac-tividades que deram alma ao espaço. Entre vá-rias, realçaram-se a apresentação do livro “As Estrelas de Saturno”, da autoria de Áurea Justo e a apresentação da obra artística de Madalena Pinheiro, intitulada “Expressões Coloridas: da Martins Sarmento ao Canadá”, feita em duas sessões, e ligada ao projecto “Voltar à Escola”.

Esta semana e meia de divulgação livresca e cultural terminou com um alegre convívio “Um Doce, Um Livro”, envolvendo os alunos esta-giários da biblioteca, respectivos orientadores de estágio, toda a equipa que nela trabalha e elementos da direcção da escola entre outros convidados.

A equipa da BE/CRE Martins Sarmento

feira do livroCaros(as) alunos(as),

O Grupo de Projectos de Desenvolvimento Educati-vo (GPDE) tem, no presente ano lectivo, uma oferta de onze projectos/clubes que oferecem imensas possibili-dades de conhecimento e intervenção.

Já devem ter visto por aí, pelos corredores da es-cola, alguma informação sobre eles. Os Directores de Turma também vos devem ter informado sobre a sua existência, mas relembremo-los: Jornal “O Pregão”, Projecto Eco-Escola, Projecto “Pro-moção e Educação para a Saúde”, Clube de Psi-cologia, Projecto “Intercâmbio por correspon-dência - Transformando o Atlântico num riacho de água doce”, Projecto “Nicolinas”, Projecto “A minha escola adopta um museu”, Gabinete de Apoio ao Aluno, Projecto “Química e Culi-nária”, Projecto “Teen Second Life”, Projecto “Prevenção e Segurança na Escola”.

Estejam atentos e participem nestes projectos e clubes que trazem muita vida à escola, ao meio en-volvente, e a cada um de nós!

O Coordenador, Carlos Félix

gpde

Page 15: Jornal 'O Pregão'

O Pregão Janeiro - Março de 2010 15

O projecto A Aprender, Cresço pretende potencializar a articula-ção de um vasto conjunto de es-paços e actividades que a Escola, a nível dos diferentes órgãos e núcle-os de trabalho, já oferece aos seus alunos.

É um projecto que tem como principal objectivo envolver os alu-nos, independentemente do curso e do ano em que se encontrem e que, num dado momento, ou não lhes é facultado o cumprimento do horário lectivo, ou são referencia-dos, em conselho de turma, para actividades de remediação/enri-quecimento, ou procuram um pro-fessor para os esclarecer sobre de-terminados conteúdos curriculares, ou desejam permanecer mais horas na sua escola, porque vão realizar actividades profícuas e interessan-tes, quer no âmbito curricular, que no âmbito extra-curricular.É um projecto vocacionado para:

> o reaproveitamento de es-paços e materiais de índole di-dáctica e, sempre que possível, lúdica; > a potencialização de siner-gias na recriação de uma escola em que os seus alunos gostem de estar, de aprender e, assim, crescerem como cidadãos da Europa e do Mundo desenvol-vido.

Atendendo ao público-alvo, os alunos, e às metas que se preten-dem atingir, o projecto envolve, directamente professores, os di-namizadores do projecto, e os res-ponsáveis pela Ocupação Plena dos Tempos Escolares, além de uma funcionária.

Como espaço privilegiado, o pro-jecto dispõe da “Sala de Estudo”, que em função das disponibilidades da Escola, se vai apetrechando com equipamentos capazes de respon-der à “procura” dos nossos alunos.

Já existe uma estreita colabo-ração com a equipa coordenadora da Biblioteca da Escola e envere-dam-se esforços no sentido de se estabelecer uma articulação com as equipas dinamizadoras dos labo-ratórios/oficinas, clubes e departa-mentos.

Contudo, pretende-se que a di-nâmica do projecto não dependa, apenas, da articulação que for con-seguida com os órgãos e equipas da Escola, mas, também, com institui-ções da cidade.

Assim, a implementação deste projecto, pelas características que o distingue, implica um conjunto vas-to e variado de recursos, humanos e materiais, pelo que exige, além de esforço, arte e imaginação, e dispo-nibilidade para frequentes ajustes e readaptações a novas situações.

A Equipa Coordenadora do Projecto

Ex.mo Sr. Director,

Venho por este meio informá-lo acerca de um assunto talvez não muito usual. Como, com certeza deve ter reparado, junto a esta missiva encontra-se um rato para computador. É, pois, devido a esse objecto que me dirijo a si. O rato foi, e passo o termo, roubado por mim há já algum tempo atrás na biblioteca da esco-la. Apesar de ter sido, e ser, uma atitude completamente reprovável até porque roubar é crime, a única explicação que lhe posso dar é o facto de que, com a idade de 15/16 anos, um jovem não pensar nas consequências daquilo que faz ou que vai fazer.

Em suma, o que pretendo através desta carta é que aceite as minhas descul-pas e, claro está, o objecto pertencente à escola.

Os melhores cumprimentos e mais uma vez as maiores desculpas,

Antigo aluno da escola

mea culpaa graça no meio da desgraça

projecto a aprender, cresço

Universo ESMS

Ainda que não deva servir de modelo ou exemplo a seguir, parece-nos curiosa, original e espirituosa a atitude de um ex- aluno que, através de uma carta endereçada à sua e nossa esco-la, confessa um “crime” da sua adolescência aí praticada, que a seguir se publica:

Juventude é arma nobrecontra o luar oprimido;abram alas perfumadas…por elas deixai passaro Portugal prometido

com ela Martins Sarmento,que aos celtas deu santidade,e alma às pedras que falam!Sua história – nossa história!...Que cresce e não soma idade!

Educadores e educandos,Livros de livres caminhos,Vamos, na estrada da vida,Na luta que é própria sua, juntar nobres pergaminhos.

Cidadãos de todo o tempo,Nesta velhinha cidade,(de obreiros, de reis, rainhas)Demos à pátria e ao mundo:Paz e amor…liberdade!

Demos-lhe por todo o tempo,Nosso hino de alegria;Mão na mão! Fraternidade!Que a paz também é cantigaQue abraça a noite e o dia

Maria da Conceição Campos,ex-professora da ESMS

hino da escola

Page 16: Jornal 'O Pregão'

16Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Universo ESMS

Apesar das baixas temperaturas que se fa-ziam sentir, foram cerca de meia centena os participantes que compareceram, na manhã de Sábado, dia 19-12-2009, junto ao portão da Es-cola João de Meira para integrarem a comitiva das escolas intervenientes (Gil Vicente, João de Meira, Santos Simões, Martins Sarmento e Francisco de Holanda) na actividade de final de período da ERDAL.

Bicicletas carregadas numa camioneta, pro-fessores e alunos no quentinho do autocarro, lá fomos em direcção a Ponte de Lima, local esco-lhido para mais um estágio radical da ERDAL.

Desta vez, como o caudal das águas do rio Lima estava muito forte, optámos, por razões de segurança, por não fazermos as provas de canoagem que estavam programadas.

Assim, por volta das 10:00 horas já se en-contravam todos, alunos e professores, de ca-pacete na cabeça e com as suas bicicletas mon-tadas e afinadas, prontos para mais uma edição de BTT pela ecovia do Lima, que liga Ponte de Lima a Ponte da Barca.

Percorridos 10 Km na pista, fomos obrigados a circular pela estrada nacional, até Ponte da Barca uma vez que a mesma se encontrava ala-gada pela subida da água do rio Lima que galgou as suas margens. Foi uma experiência nova, mas com a colaboração de todos os professores, os alunos foram escoltados sempre dentro da linha de segurança da estrada, proporcionando-lhes

a aquisição de outras competências, nomea-damente na circulação na via, juntamente com peões e automóveis.

O almoço convívio foi servido num restau-rante de Ponte da Barca, onde todos confrater-nizaram num ambiente de sã camaradagem.

No final, percorremos a zona ribeirinha de Ponte da Barca e regressámos ao ponto de par-tida, onde acomodámos o material e foi servido um pequeno lanche.

Quando chegámos a Guimarães, pelas 18:30 horas, já se encontravam junto ao portão da es-cola João de Meira os familiares dos alunos que os aguardavam com alguma ansiedade os filhos, que estiveram fora durante um dia inteiro.

Uma palavra de agradecimento a todos os alunos pelo bom comportamento evidenciado durante a actividade, bem como ao motorista Sr. Fernando que foi inexcedível no apoio e, em especial, para o Sr. Fernando Silva do Café Dia-gonal, que muito gentilmente nos cedeu, mais uma vez e a título gratuito, a viatura que serviu para o transporte das bicicletas.

Grupo Disciplinar de Educação Física

5º estágio de natal da erdalescolas de guimarães no 5º estágio de natal da erdal em ponte de lima

O grupo de Educação Física em colaboração com a turma do curso Tecnológico de Desporto, organi-zou o torneio inter-turmas de Natal que se revelou, uma vez mais, uma actividade muito participada pela comunidade discente.

Este ano, a novidade foi o torneio de Matraqui-lhos que decorreu em simultâneo com os jogos de voleibol e futebol. Aderiram ao evento cerca de 857 alunos, realizando-se 95 jogos repartidos pelos dois últimos dias do primeiro período.

O convívio entre os alunos (apesar do elemento competitivo) e o espírito desportivo evidenciado foram os aspectos positivos a retirar desta inicia-tiva. No final, realizou-se um jogo de voleibol entre os alunos de Desporto e os professores, o que per-mitiu consolidar as relações entre ambos.

actividades do desporto escolar

Na qualidade de Coordenador do Desporto Es-colar, aproveito a oportunidade para divulgar, uma vez mais, as várias modalidades disponíveis (Ca-noagem, BTT, Dança, Natação e Orientação) aos nossos alunos e informar que 18 alunos da nossa escola, que pertencem ao grupo de natação, partici-param no I Encontro de Natação realizado no dia 16 de Dezembro em Celorico de Basto com prestações que dignificam o nome da ESMS.

Fiquem atentos, pois o segundo período será fér-til em actividades e os nossos atletas vão precisar do vosso apoio. No dia 16 de Janeiro a equipa de futsal desloca-se a Riba d´Ave para realizar uma jor-nada do seu campeonato. O grupo de Orientação irá a Braga (Universidade do Minho), no dia 23 de Janeiro, para participar num encontro de várias es-colas do distrito.

actividades do grupo disciplinar de educação física

O Coordenador, Prof. Ricardo Lopes

Page 17: Jornal 'O Pregão'

O Pregão Janeiro - Março de 2010 17

(…) Uma tese de base étnica consi-dera que entre os povos que vivem na Península existe uma disparidade pelo que respeita ao índice cefálico. Os Por-tugueses seriam dolicocéfalos ao passo que nos espanhóis era já evidente uma mesaticefalia.

(…) Foi o mar que facilitou comuni-cações periódicas e, dentro em pouco, assíduas com o Norte da Europa, as quais terão contribuído para a indivi-dualização portuguesa e também para o revigoramento de um «instinto de independência» dos povos do litoral da Península.

A Espanha, segundo um professor português, seria como que um grande mosteiro, com janelas abertas para um recinto interior, para claustros; Portu-gal, pelo contrário, tinha janelas debru-çadas para a maior estrada do Mundo: o Atlântico. A Espanha possuía pois uma configuração concêntrica a que correspondia uma acção centrípeta, continental; Portugal, muito ao invés, apresentava uma configuração excên-trica a que correspondia uma acção centrífuga, oceânica.

(…) Não são os factores geológicos, hipsométricos, hidrográficos ou clima-téricos, enfim, os geográficos, que ex-plicariam a independência de Portugal. Decerto que os referidos factores e ain-da os etnológicos, os psicológicos, os linguísticos, etc., contribuem para for-mar o quadro que permitiu a indepen-dência mas, o Castelo de Guimarães e a vida que decorreu no seu alcázar, nos seus adarves, ameias e torres, têm tam-bém muito que contar.

(…). Os portugueses de hoje, desde a África até à Índia, não desmerecerão dos marinheiros e soldados que outrora

por todas as partes do Mundo espalha-vam o nome português.

(…) O nosso grande historiador Ale-xandre Herculano, em síntese, afirmou:

«Somos independentes porque o queremos ser: eis a razão absoluta, ca-bal, incontestável da nossa individuali-dade nacional. E se essa não bastasse aí estão escritos com sangue, desde

Valdevez até Montes Claros, por toda esta nobre e livre terra de Portugal, os títulos da nossa alforria».

A poeira das batalhas formou a auré-ola do Castelo de Guimarães!

Façamos pois vibrar de dentro dos nossos peitos as misteriosas raízes que reunidas formaram uma mesma consci-ência nacional.

Discurso proferido pelo capitão Dr. António Araújo Stott Howorth perante o Director Interino Sr. Coronel António Coelho Sampaio, oficiais e alunos fina-listas do Colégio Militar, no dia 19 de Março de 1956- excertos - in “O Colé-gio Militar no Castelo de Guimarães”.

a poeira das batalhas formou a auréola do castelo de guimarães!

Universo ESMS

há história na cidadeNestes dois últimos anos lectivos, temos realizado visitas de estudo ao Museu Alberto Sampaio e ao Centro Histórico, com a professora Fátima Aguiar, no âmbito da disciplina de História A.As razões que nos levaram a fazer tais visitas, prendem-se com o facto de estarmos a estudar matérias e as-suntos observáveis nesses locais e nos podem ser explicados de forma

diferente, a partir de pinturas, escul-turas, e monumentos ligados à arqui-tectura, quer por parte dos guias do museu, quer mesmo através de apre-sentações orais dos alunos da turma. O que mais nos despertou interesse nessas visitas foi a forma dinâmica, inovadora e clarificadora com que foram abordados diferentes assuntos programáticos. Assim, conseguimos adquirir um conhecimento maior so-

bre a nossa cultura e, mais especifica-mente, sobre Guimarães. Além disso, têm servido para abrirmos novos hori-zontes à nossa cultura, fazendo que o interesse e procura de conhecimento cresçam. Respeitamos e aprendemos a dar valor ao património bastante reconhecido e diversificado que existe na nossa cidade.Aconselhamos vivamente todos os vimaranenses a que usufruam do

património da cidade que têm e que atrai estrangeiros de todo o mundo. Não acham que devemos ser nós, os primeiros a reconhecer verdadeira-mente o que nos pertence? Agradecemos à nossa professora por nos ter mostrado o quão interessante é a nossa cidade

Liliana, Natália e Catarina, 11º LH2

Page 18: Jornal 'O Pregão'

18Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Meus irmãos! Atenção! Muito respeitoPor São Nicolau da Academia!Por ele encho meu cabeludo peito,Para dizer o que me faz “azia”.Inspirador profeta Nicolau,Dá-me alento e voz p’ra recitar!Faz com que não tenha um dia mauP ra transmitir o que me ´tás a ditar.

Represento toda a “estudantina”,No qu’eu digo hoje não há stress!Trajo longa capa e uso batinaQue as balas atiradas amorteceOuviremos já, aqui, e agoraA verdade clara do que se passa,Deste burgo e dos de lá de foraPois ninguém me porá uma mordaça!

Abram, então, esse vosso ouvidoPois vou falar desta nossa cidadeNão quero ouvir o mínimo zumbidoSenão cairá o Carmo e a Trindade. Quando eu conheço um novo amigoQue este belo burgo desconheceSou cicerone e até desligoDas falhas que a cidade embrutece.

Daquilo que os livros me mostraram,Já pouco ou mesmo nada lá existe.Novas linhas e rumos inventaramMas, a traça triunfante lá persiste.Pois então caro senhor Presidente,Agora os chafarizes vão mudar?O futrica já está impacienteSem saber em que lago aterrar.

Dali do Multiusos foi mudadaA grande feira do artesanatoA Alameda foi então ocupadaCom muita confusão e aparato.Capital europeia da culturaEm dois mil e doze como previstoVaticinam o fim para essa alturaSerá que pensaram a sério nisto?

Segundo aquela Maia profecia,Não nos deixarão terminar a obra...Os Maias, Nicolau desconhecia,E esse a Capital “inteira” cobra.Mas prenúncios desse fim do mundoNão faltam por aqui, pois certamenteNão é primeiro, nem sequer segundoQue cá se viu, neste tempo recente!

Mudando agora p’ra nobre assuntoOuçam todos os que aqui estão,Fiquem atentos, eu vos perguntoQuem quer da minha famosa poção?Às belas donzelas que me escutam Eu pergunto, com “aquele” jeitinho Será que me ignoram e chutamSe eu vos pedir um molhado beijinho...

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Falarei agora do meu orgulhoQue todos os anos vem ao de cima!Quando te vejo só faço barulho,Pois tenho-te só amor e estima!Mandei outra vez calar o TrajanoPois seria crime deixar de falarDo nosso querido Vitória este ano,E do que se anda pr’aí a “cantar”.

Os “mouros” amargaram outra vezPara nossa grande felicidadeNo estádio da Luz, escuro se fez Meu povo, mas que grande crueldade!Estamos sempre presentes VitóriaProntos para tudo o que há-de virDepois de uma má jornada sem glóriaO triunfo dos brancos vai surgir!

Cajuda sai na época brilhante,Pois com o “chefe” ele se “dava bem”,Vingada chegou sem nada obstante,Mas sem brilho já retirou também.Lá de Estremoz, da zona marmórea Veio Paulo Sérgio, o fresco treinadorEsperemos que ele leve o VitóriaAo ceptro da Liga, conquistador.Uns “Ronaldinhos”, porque não trouxe-ram?Que causem interesse em ver jogar,Com o seguro que lhe fizeram,Essa gripe não há-de lá chegar...Tanto dela se fala e cá não chegaCheira-me a um golpe publicitárioA vida para todos está bem negraA menos que se seja boticário.

Água, nem sempre foi o seu forteDos Vitorianos bons dirigentesReabram as piscinas! É o Norte.O pólo merece! Ficam sorridentes.Ânimo! Alguém tem que trabalharNesta bela terra adormecida!Vamos lá! Rápido! Toca a acordar!As amadoras ganham nova vida.

Desperta inocente, limpa a remela!Pára de contar a rigor as notas!Põe silicone como a Manuela,Faz um branqueamento com’o Portas!Políticos com dinheiro p’ra darEsbanjam nosso “papel” nas campanhas,Andamos aqui nós a estudarE eles lá nas suas artimanhas...

Os bancos têm os cofres furados,Trocos guardo debaixo do colchão,Os meus bens pessoais não são furtados,Se me perguntares sei onde estão...Os fundos que o BPN tinha,Põem-me verdadeiramente confuso,

Mas onde pára o “guito” da vizinhaPara lhe poder dar um outro uso?

Vejo os mealheiros rebentarDe uma enorme e fácil maneira,Falcatruas são feitas sem pararO ladrão goza à sua maneiraComo o roubo na ourivesariaNo centro da cidade de VianaPor erro no processo, quem diria,Não passam na “prisa” uma semana!

Será que a Justiça anda cegaE foi tratada no Santa Maria?Povinho, é preciso dizer chegaÀ ineptidão do dia-a-dia!!!Ser-se sério é “intravenoso”,Assim tenho orgulho em viver!Coisas destas põem-me nervosoNão foi assim que aprendi a ser!

Para ter sucesso, vou estudarNão tenciono ser um desleixado,Como o Michael não me irei “drunfar”Para acabar num funeral deitadoUma cura espero que encontremOs governantes do país estático!Anda lento como um velho tremEsqueçam o TGV, não é prático!

O costume varreu-se do País...E dar voz não é nossa tradição?A Júlia até me sai do narizHoje já não se faz televisão...Fazem perguntas e dão as respostas,Em fantoches transformam entrevistadosÉ este o jornalismo que tu gostas?Já vês porque eles são mal-amados?

Até a nossa pobre Manuela,Que tudo e todos leva à sua frenteLá tem os argumentos que são dela,E quem disser que já não os tem mente.Mesmo assim tendo tantas qualidades,Não foi capaz de tanto aguentar.O Jornal que dizia “das liberdades”Alguém rápido o mandou calar

Alguns dizem que foi obra da pressãoFeita por alguém do executivo,Mas a verdade direi eu no pregão,Foi feita promessa ao santo votivo!Depois de tanta entrevista a rasgar,Ao falado da Ordem Bastonário,Teve mesmo de finalmente deixarA malta em paz, já era necessário

Estou mais calmo, mas enferrujadoDai-me força grande Baco SagradoHoje parece-me estar abafadoNão me digam que estou engripado.Mas como ainda minha mãe não chamou

P’ra casa com a família eu jantar,Vou só molhar a voz pois quase secou,E ´inda tenho muito p’ra tagarelar!

******************************

No antigo governo de PortugalJosé Engenheiro perdeu o Norte,Os pés p’las mãos foram seu grande malNo afamado caso do Freeport...Quatro anos deste fraco GovernoCom escândalos para animar!A crise trouxe-nos este inferno.Pai Natal! Que me irás ofertar?

A educação esteve mal criadaCom uma tal ministra intocávelA senhora de “Lourdes”, a sagradaDiz ser isto tudo intolerável!Pois já nem o Magalhães, o PC,Anima as crianças estudantesTem lá erros que a gente bem vêQue só os jumentos os davam antes!

Neste novo conjunto de ministrosFormado p ra apagar a palermiceEspero não ver mais casos sinistros,Seja Freeport, ou outra aldrabice!Dos velhinhos ficaram só os duros,Ou os que lá mais competentes eramOs outros pensavam estar seguros,Mas “vazar” foi o melhor que fizeram!!!

Deputados da nova assembleia Sem medo, nem receio eu vos digoSe nada fizerdes sereis “fritados”Com’Afonso fritava o inimigo!Agora estais na capital do reino,Eu bem o sei, essa vida é perdição!Mas vê lá se angarias dinheiro,Para os custos desta nobre Comissão!

Não consigo compreender como é,Que muita gente ainda não o saibaMas p’ra votar é preciso pôr-s’em péFaça sol, chuva, granizo ou saraiva!E vós, ó votante estudantada,Deixem essa garrafa lá no leitoMesmo c’uma política cagadaVota sempre. Ou fígado desfeito!

Ao Pregão do Bando EscolásticoPelo menos, já não falta cá gente!Dos modernos aos bota d’elásticoTodos o ouvem respeitosamente!E como te tenho por bom ouvinteMas minha voz se me vai falseando,Molharei minha goela com requinteQue melhor qu’um genérico, vai tratando!

*****************************Os meus grandes amigos de hoje em dia

pregão - 2009

Nicolinas - 2009

Page 19: Jornal 'O Pregão'

O Pregão Janeiro - Março de 2010 19

Já não querem saber de qualquer rima...Fico espantado com esta mania,A fazer versos já ninguém animaFumas umas coisas que eu não entendoBeb’antes esta boa MacieiraPorque se não, ainda te estendoAqui na calçada de focinheira!

Lá as grandes caves do BombarralNós empolgados fomos visitarA bebida lá nem nos caiu malBebemos da pipa ainda a curar…Serviu para aquecermos o motorLembrar velhos tempos de ComissãoÁureos e vividos com fervorPois ainda hoje assim o são!

Este ano, temos umas MaçãzinhasCom uma antiga participaçãoSerão mais lanças e mais meninasNas janelas a arderem de paixãoOnde todos os velhos estudantesTerão o grande prazer de lembrarAquela força das lanças pujantesCom fitas e maçãs a ofertar…

Hoje é dia de grande festividadeAmanhã é o dia da meninaHá que dar boa continuidadeA esta Academia Nicolina!O que é que nisto não vos motiva? Festas cada dia da semanaHá que manter a chama mui vivaCom enorme força sobre-humana!

Mas o nicolino muito trabalha...Pois sem rodas a carroça não anda!No fim não importa a vil medalha,Pois o meu coração assim o manda.Cumprimos bem esta velha tradiçãoCom muitas ideias inovadoras,Mas cuidado sem qualquer distorçãoE com muito respeito p´las senhoras.

Juventude! Quero a trovoada!!!Ai daquele que se achar bombista!Malhem nessa caixa bem afinada!Bombo! Marca o andar do artista!Força louca que provém da paixão!Todo o dia em que sou nicolinoBate-me forte este meu coraçãoFaçam alto soar o nosso hino!!!

Por São Nicolau, toda a gente torçaComo fazem p´la nossa SelecçãoMostrem agora toda a vossa força,Que estremeça Neptuno e Plutão!!!

Quem sois vós?Que deste sono me ides tirandoQuem sois vós?Que rico traje estais ostentando.

De novo a tradição sai à ruaPela madrugada ofegante,Nicolino para toda a vida, Toda a vida serás estudante.Oh!, que lindas palavras te digoPara que todo o Mundo o saiba,Vivas ao nosso LiceuE a toda a gente que aqui caiba.

Desde o pinheiro até ao baile,Cada festa uma multidão. Somos nós, estudantes da farra,Que não deixaremos morrer a tradição.Coitados dos nossos vizinhosQue para lá querem este orgulho Não há quem nos tire esta vidaQue se dediquem ao mergulho.

Mas agora coisas sérias Falemos da crise MundialQue haja Paz e muito alimentoNa casa onde mora o mal.Que país mais ferido Onde não há abundânciaEstudante ajuda o rico A se formar sem ganância.

Esta posse leva alimento A uma boca pobre vá parar, Também leva um bom vinho Para o momento abrilhantar.Vossos velhos antepassados Fizeram esta vida não parar Deram vida à tradição Grande tradição secular.

Ó vida estudantil,Ó espírito estonteante, Quero sentir toda a vida Este espírito de estudante.Viva a festa da escola,Já saíram os bombos a tocar Saiu para a rua o pinheiro E todo o Mundo o veio acompanharDesta escola sai futuro

Grandes pessoas aqui se formaramDesde médicos a advogados Grandes histórias aqui passaram.Mesmo quem não teve a sorte De um curso superior albergar São exemplos de vidaQue para a frente a conseguiram levar.

As amizades que aqui fizemos Estarão sempre no coração. Verdadeiras, sinceras, merecidas, Brindadas de grande diversão.Amores e desamores,Aqui também viverão e vivemPelos corredores do nosso LiceuPara que todos os olhos brilhem.

Professores o nosso obrigadoPelo conhecimento que nos dãoÉ importante sentir reconhecimentoPor quem nos ajuda e nos estende a mão.Aos professores mais severosUm bom ano com menos exigênciaDeixem fluir a alegria Para que seja linda a nossa experiência.

Ó Governantes malucos,Que para trás deixastes a LurdinhasVenha a Isabel AlçadaA ver se torna as escolas rainhas.Estamos todos ansiososPara ver como correm estas leis Se for necessário sairmos à ruaFaremos rasgar esses papéis.

Papéis, esses confusos, Leis, regras sem razão.Não podemos deixar que nos pisem Para a rua sairá estudantil multidão.Será que tu IsabelinhaTrarás de novo o gosto de estudar, Caso contrário, estás tramada,Pois te poremos rapidamente a andar.

Cada vez mais, nós, estudantes,Somos carregados de livros. Será que somos burros de carga?Ou somos como índios nas suas tribos?Vamos lá ver Senhor Primeiro Ministro

Se nos dão mais atençãoPrecisamos de respostas rápidas De uma pequena grande solução.Até me perco no meu discurso Das nossas lindas Festas NicolinasLimpai vossos majestosos trajesPara impressionar as meninas.Pois as festas das garotas Está aí para vocês Vamos lá com a maçã em punho E com bom ar de menino cortês.

Como está a macieira?Tem – vos aquecido as madrugadas?Ou só contribuem para a bebedeira?E faz crescer vossa barba enrijada?Meus caros Nicolinos,Muito caminho já percorreramDai – nos agora grandes vivasTantas como as garrafas que já beberam.

Fazei esta cidade chorar De orgulho e de paixão,Fazei esta cidade brilharCom o ritmo da tradição.No baile sois nossos ReisQue velha história trazeis convoscoSois a vida de estudanteQue toda a vida partilhastes connosco.

Ó Liceu velho LiceuApenas de Guimarães podias ser,Vamos Nicolinos, segui vosso rumo Até que o sol teime a aparecer.Levai daqui vossa posse,Levem – na até aos mais pobres.Sereis Únicos toda a vida, Toda a vida sereis mui Nobres. À linda escola que, ainda hoje, tenho o gosto de frequentar, a todos os estudan-tes, professores e funcionários da mes-ma e a todos os Nicolinos que trouxeram a tradição até nós, para vós, esta linda posse das Festas Nicolinas de 2009.

Ana Soraia Freitas SousaGuimarães, 4 de Dezembro de 2009

posse da escola secundária martins sarmento antigo liceu de guimarães

Nicolinas - 2009

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20Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Eco-escola

antes da separação, faça a prevenção!diminua os lixos!traga o ambiente no coraçãoSeja verde e com muito orgulho. Cuide do ambien-te, preserve o que é seu e comece a fazê-lo na sua escola.Coloque o papel e o cartão no mini-ecoponto azul, o plástico no mini-ecoponto amarelo, o vidro no mini-ecoponto verde.Cada pequeno gesto seu é a certeza de um mundo melhor!Faça a separação num mini-ecoponto perto de si.

Projecto Eco-Escola: Elizabeth Mendes, Gisela Freitas, Ernestina Morais, Jorge Faria, José Faria e Paula Soares.

iniciativas

No ano anterior 2008/2009 e pela segunda vez, a nossa escola recebeu o galardão bandeira verde, distinção atribuída ao Projecto Eco-escola, como prémio das actividades desenvolvidos no âmbito da educação ambiental.No dia 9 de Dezembro de 2009, quarta-feira, pelas dez horas, será hasteada a bandeira verde, na pre-sença da Direcção da nossa escola, da comunidade escolar e imprensa local. Pretende-se, com este acto simbólico, dignificar o trabalho desenvolvido.

Dia 9 de Dezembro é também uma data de especial importância para todos nós, porque será a data da Cimeira de Copenhaga. Esperemos que os demais participantes cheguem a boas decisões! Só assim po-deremos preservar um Património que a todos nos pertence, o planeta TERRA!

Por cá, nós, no ano lectivo em curso, estamos a lan-çar um novo desafio a toda a comunidade escolar para que seja dada continuidade a este projecto, com actividades que possam chegar mais perto de todos os cidadãos.Deste modo, assinalámos já o Dia Nacional da Água, em vários suportes. Estamos, também, a envidar a iniciativa do Eco-Jornal.

Por toda a escola, a imagem colorida dos mini-eco-pontos é uma realidade! Pretende-se que a triagem dos resíduos se faça efectivamente. Só assim pode-remos promover uma escola melhor, mais amiga do ambiente! Entretanto, de 21 a 29 de Novembro decorreu a Semana Europeia de Prevenção de Resíduos.

Durante esse período, o belíssimo filme Home, pro-movendo a educação ambiental, foi já visionado por três turmas de alunos, na biblioteca da nossa escola. Simultaneamente, notícias sobre o ambiente são co-locadas no painel junto ao bar da escola e renovadas semanalmente. Colabore! Traga notícias, textos, imagens!Parabéns e obrigada pela sua participação.

A Coordenadora do Projecto Eco-EscolaProf. Ernestina Morais

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O Pregão Janeiro - Março de 2010 21

GRUPO DISCIPLINAR DE FILOSOFIA/EMRC

a árvore do conhecimentoA UNESCO, na sequência da publicação do Relatório Delors, aconselha a

que, na terceira quinta-feira de cada mês de Novembro, se celebre “O Dia da Filosofia”.

Este repto inscreve-se naquilo que o mesmo relatório chama “os quatro pilares da educação”; é seu entendimento que, para além dos três princípios clássicos – aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser – se acres-cente, à educação, um quarto princípio: “aprender a viver juntos”.

Ciente da importância da comunicação e da participação no delineamento de formas de vida mais consentâneas com os valores da razão; ciente, ainda, da tendência actual para desvalorizar o domínio da reflexão e da abstrac-ção; este organismo internacional entende que, para além das competências técnicas, científicas, comunicacionais e TIC, é indispensável que as escolas se concentrem na formação de sujeitos que saibam de si, detenham discer-nimento cognitivo e ético e sejam dotados de capacidade participativa na vida comunitária. Daí que recomende a todos os Estados a introdução ou alargamento da formação filosófica a toda a educação secundária, e que se assinale, com um gesto simbólico, a importância desta forma de saber – a Filosofia – que não só constitui os fundamentos daquilo que somos como também constitui a pedra angular da construção do futuro.

Neste ano lectivo, o Grupo Disciplinar de Filosofia/EMR resolveu associar-se à celebração do evento, construindo, com o contributo dos alunos, uma “Árvore da Sabedoria” repleta de frutos do pensamento: frases filosóficas.

Universo ESMS

GRUPO DISCIPLINAR DE MATEMÁTICA

pierre simon, marquis de laplace (1749 - 1827)

• Laplace nasceu em França, em Beaumont-en-Augeno, no dia 23 de Março de 1749 e faleceu na cidade de Paris, a 5 de Março de 1827. • Destacou-se nas áreas da Física, da Astronomia e da Matemática.• Laplace deixou muitas obras científicas, sendo o seu trabalho mais importante a obra em cinco volumes intitulada Mécanique Céleste (Mecânica Celeste), que muito contribuiu para o desenvolvimento da mecânica.• Estudou as perturbações dos planetas e dos satélites, a forma e rotação dos anéis de Saturno e a estabilidade do sistema solar.• Apresentou também uma teoria sobre a origem do sistema solar - a hipótese nebular - que publicou em 1796, em dois volumes. • Na matemática, Laplace fundou a teoria do potencial e das funções esféricas e desenvolveu o cálculo das probabilidades (Equação de Laplace, Leis de Laplace e Transformada de Laplace).

André Gonçalves, António Capelão, Francisco Faria, Hugo Freitas, Júlio Fernandes e Rui Lemos, 12ºCT5

GRUPO DISCIPLINAR DE PORTUGUÊS/LATIM

janeiro - origem do nome Sabias que Janeiro, o nome do mês que se inicia, o primeiro mês do ano, tem

origem na língua latina (Januarius)? A verdade é que no calendário romano, criado por Rómulo, primeiro rei de Roma, segundo reza a lenda, o ano começa-va em Março, incluindo apenas dez meses. Contudo, no séc. VII a.C., durante o governo de Numa Pompílio, ao concluir-se que a contagem do tempo apresen-tava um atraso de cinquenta e um dias em relação ao início das estações, se acrescentaram os meses de Janeiro e Fevereiro.

Assim, atribuiu-se ao primeiro desses meses o nome de um deus adorado pe-los romanos, Jano (de janua, que significa janela, porta ou passagem, em sentido mais lato). Ora, este deus era representado por dois rostos, um a olhar para trás, ou para o passado e outro para a frente, ou para o futuro. Protector das entradas e saídas, ele era considerado também deus dos princípios e começos.

É fácil, agora, entender a razão de ser do nome do primeiro mês do ano, não vos parece? Na verdade o mês que abre as portas ao novo ano é também aquele que encerra as portas do ano que terminou.

Nas próximas edições falaremos dos restantes meses. E relativamente aos nossos antepassados latinos, compreenderemos que, parecendo muito afasta-dos, como disse um dia perante o senado, Catão, um velho romano muito sábio: “Tam prope a Carthagine sumus.” (Tão próximo estamos de Cartago*!)

No final desta breve história, resta-me desejar a todos que Jano vos tenha reservado uma excelente passagem para o novo ano!

*Cartago: cidade do norte de África, actual Tunísia, com quem os romanos estiveram em lutas durante décadas, nas famosas Guerras Púnicas)

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22Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

ESPACIO ESPAÑOL: ACÁ Y ALLÁ

Pensando…“La lengua es lo mejor que hay, y es lo peor. La lengua es la realidad substancial del

escritor o del poeta y, al mismo tiempo, es su irrealidad total.”Octavio Paz

Universo ESMS

CUENTO

el angel de los niñosCuenta una antigua leyenda, que un niño, que estaba a punto de nacer le dijo a Dios:- Me dicen que me vas a mandar mañana a la Tierra, pero... ¿cómo viviré tan pequeño e indefenso como soy?- Entre muchos ángeles escogí uno para ti, que te está esperando, él te cuidará.- Pero aquí en el cielo, no hago más que cantar y sonreír; eso basta para ser feliz.- Tu ángel te cantará, te sonreirá todos los días y tú sentirás su amor y serás feliz.- ¿Y cómo entenderé a la gente que me hable, si no conozco el extraño idioma que hablan los hombres? ¿Y qué haré cuando quiera hablar contigo?- Tu ángel te juntará las manitas y te enseñara el camino para que regreses a mi presencia, aunque yo siempre estaré a tu lado.En ese instante, una gran paz reinaba en el cielo, pero ya se oían voces terres-tres y el niño presuroso, repetía suavemente:- Dios mío, si ya me voy, dime su nombre... ¿cómo se llama mi ángel?- Su nombre no importa, tú le dirás «mamá»...

chisteEstaban dos hombres en el cielo y uno le pregunta al otro:- ¿Y vos de qué moriste?- Congelado, ¿Y tú? - De la risa.- ¿Cómo que de la risa?- Sí, es que yo pensaba que mi esposa me estaba engañando con otro hombre, entonces un día le dije que iba a salir por 2 días, pero cuando me fui, regresé ese mismo día para ver si la atrapaba con el otro hombre. Cuando llegué, busqué por toda la casa y no encontré a ningún hombre. Dándome cuenta del error que había cometido empecé a reír y reír hasta que morí. - ¡Bruto, si hubieras buscado en la nevera nos hubiéramos salvado los dos!

Prof. Vânia Faria

acá y alláPalabras que tienen significado diferente en Español pero se escriben o nos hacen recordar palabras en Portugués.

viviendo con la lengua españolaEn la actualidad, la lengua española es muy importante, porque es el idioma del país vecino más cercano, y al mismo tiempo, uno de los más hablados en el mundo. Además de todo esto, es una lengua interesante y muy semejante a la nuestra. Así que aprenderla es muy importante para nuestro futuro, una vez que, con la globalización, España y los países de habla hispana son cada vez más poderosos y los tenemos que ver como pareceros económicos.Hoy en día la sentimos como una certeza en nuestro futuro. Alumnos de la clase de Español 10ºLH3

salsamolhoancacadeirapolvopódisciliplinaassinaturaacontecimentosucessográvidaembaraçadacolafilacoxa

peregilsalsacaderasillapulpopolvoasignaturafirmasucesoéxitoembarazadaavergonzadapegamentocolamuslo

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O Pregão Janeiro - Março de 2010 23

Nascido em Bruxelas em 1908, filho de pais fanceses, fez os estudos secundários em Paris, no Lycée Janson de Sailly, e os estudos supe-riores na faculdade de Direito de Paris, onde se licenciou. Mais tarde, em 1948, na Sorbonne, doutorou-se em letras.

Passados dois anos a leccionar no ensino secundário, nos liceus de Mont-de-Marsan e de Laon, assumiu o cargo de professor uni-versitário de sociologia, no Brasil, na recém fundada Universidade de S. Paulo, de 1935 a 1939, e organizou várias expedições etnográfi-cas em Mato Grosso e na Amazónia. É o regis-tro dessas viagens, publicado no livro “Tristes Trópicos”, em 1955, que lhe trará a fama. Nes-sa obra conta como a sua vocação de antro-pólogo nasceu durante as viagens ao interior do Brasil. Regressado a França, por altura da segunda guerra mundial, é mobilizado para o serviço militar entre 1939 e 1940 . Após a de-claração do armistício deixou a França e emi-gra para os Estados Unidos ingressando como professor na New School for Social Research de Nova Iorque. Alista-se com voluntário na forças francesas Livres, ficando associado à missão científica francesa nos Estados Unidos. Fundou com Henri Focillon, Jacques Maritain, J. Perrin e outros membros a Escola livre os estudos superiores de Nova Iorque da qual se tornou secretário geral.

Regressa a França, em 1944, a pedido do ministério dos negócios estrangeiros, mas em 1945 volta aos Estados Unidos para ocupar as funções de adido cultural da Embaixada. Em 1948 pede a demissão para se consagrar ao trabalho científico, tornando-se sub-director do Museu do Homem em 1949, e posterior-mente director da Escola prática dos estudos superiores, ocupando a cátedra das religiões comparadas dos povos ágrafos. Foi, então, nomeado professor do Collège de France, cuja

cátedra de Antropologia Social ocupará de 1959 até á sua reforma em 1982. Claude Lévi-Strauss foi membro estrangeiro da Academia Nacional das Ciências dos Estados Unidos da América, do Instituto de Artes e Letras da Academia Americana, da Academia Britâni-ca, da Academia real dos Países Baixos, e da Academia Norueguesa das Letras e Ciências. Recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade de Bruxelas, de Oxford, de Chi-cago, de Stirling, de Upsal, de Montréal, de São Paulo, da Universidade Nacional Autónoma do México, da Universidade Laval do Québec, da Universidade Nacional do Zaire, da Universi-dade Visva Bharati (Índia), e das Univeridades Yale, Harvard, Johns Hopkins e Colômbia.

Recebeu, em 1966, a medalha de ouro e o prémio do Viking Fund. Em 1967, foi-lhe atribuída a medalha de ouro do C.N.R.S.; em 1973, o prémio Erasmos; em 1986, o pré-mio da Fundação Nónio; em 1996, o prémio Aby M. Warburg; em 2002, o prémio Meister Eckhart, e, em 2005, o prémio Internacional da Catalunha.

Lévi-Strauss foi um dos mais relevantes in-telectuais franceses do século XX e lançou as bases da Antropologia moderna. Influenciado pelas reflexões do linguista Roman Jakobson, Lévi-Strauss transpõe para a antropologia os métodos da análise estruturalista, usando-os como ferramentas de pesquisa para a criação de uma gramática universal da mitologia.

Foi o primeiro membro centenário da Aca-demia Francesa, para onde entrou em 1973. E foi também um crítico do etnocentrismo e de algum modo um precursor intelectual do mo-vimento ecologista.

Morreu em Paris a 30 de Outubro de 2009.

Prof. Eurico Silva

Claude Lévi-Strauss

1908- 2009

Individualidades

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24Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

Multimédia

Neville BrodyO pop star do Design

Neville Brody é um dos designers mais conhecidos da geração de 80. Formado na London College of Printing, 1976-79, os seus primeiros trabalhos como de-signer foram capas de discos de música na Al McDowell’s e para as editoras in-dependentes Stiff Records e Fetish Re-cords. Foi nesta última que começou a experimentar e a tornar coerente a sua linguagem visual, que hoje tão bem dis-cernimos.

Entre 1981 e 1986, foi art editor da revista "The Face", para a qual dese-nhou a fonte geométrica Typeface Six (1986). Foi na Face que criou verdadei-ros desafios ao que até então se fazia no design editorial. As suas criações, ver-dadeiramente inseridas no movimento Pós-modernista, criaram uma ponte para o universo ecléctico que se viveu no início dos anos 90 e até para um cer-to revivalismo geométrico e informático do final da década de 90.

Em 1987, é director artístico da revis-ta Arena, agora menos frenético e mais neutro. Neste mesmo ano funda The Studio em Londres. Neville Brody, foi um dos primeiros designers a virar-se para o uso das novas tecnologias, nomeada-mente com o uso do Apple Macintosh.

Entre muitos outros projectos, reali-zou a imagem corporativa do canal de televisão austríaco ORF TV, criou diver-sas famílias de tipos para a Linotype, foi

o impulsionador da revista de tipografia digital experimental Fuse, etc. Torna-se sócio de Erik Spiekermann na Fon-tworks, empresa que edita e distribui fontes digitais.

Os seus últimos projectos são dedi-cados ao webdesign e interface design, como por exemplo a imagem/interfa-ce dos novos programas da Macrome-dia (Flash, FreeHand, etc), logotipos e imagem para o webzine produzido pelo Turner Entertainment Network - SPIV, o website da FontNet e FontWorks UK, do museu , os websites Gardianunlimited (GuardianUnlimited, NewsUnlimited).

Livingston, Alan and Isabella (1992). Dictionary of graphic design and designers.

London - Thames and Hudson Ltd. ISBN 0-500-20259-1

http://www.nitrodesign.com/+design/galeria/nevillebrody/index.html

(texto adaptado por Prof. José Faria)

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26Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

LITERATURA

e, como sempre e em tudo, o “velho do restelo” da saga de stephenie meyer…

LITERATURA - OPINIÃO PESSOAL

“queimada viva”de souad

LITERATURA - OPINIÃO PESSOAL

“mundo de sofia” de jostein gaarder

twilight quiz

“Tal como os vampiros, os géneros narrativos têm vidas longas e potencialmente estáveis, mas precisam de transfusões e metamorfoses ocasio-nais para se manterem frescos”. A tetralogia escri-ta por Stephenie Meyer revelou-se uma variação não muito criativa. A sua prosa é atroz demons-trando um dos mais espectaculares antitalentos de que há memória. Nenhuma personagem “diz” alguma coisa; todas afirmam, indagam, propõem, sussurram, salientam, exortam, repetem, murmu-ram “entre dentes, ou declaram” “com ironia”. As descrições físicas parecem ser baseadas no pior princípio possível: fornecer todos os detalhes desnecessários para formar uma imagem mental, e suprimir todos os relevantes. Quando alguém está em frente a um fogão somos informado de que o fogão é “de aço inoxidável”; quando al-guém utiliza um prato é “azul-claro”. No quarto volume, uma emoção forte é ilustrada com recur-

so a uma metáfora já de si duvidosa: a sensação “de que uma faca se cravara no seu estômago”. A frase seguinte, para não haver dúvidas, vai ao cerne da questão: “uma faca de serrilha”.

Stephenie Meyer criou uma terra paralela in-ternamente coerente, e conseguiu dar uma forma concreta às vagas aspirações do seu público. A tetralogia não é, obviamente, literatura; mas até como leitura frívola é um desastre. E uma pessoa cede, e lê o desastre frivolamente, e sobrevive. Tudo acaba bem.

Na verdade, o público ideal para a saga é cons-tituído por adolescentes e vampiros imortais: as únicas duas classes demográficas que, por moti-vos diferentes, nunca sentem que estão a perder tempo.

Rogério Casanova (texto adaptado e encurtado)Actual, Expresso, 5 de Setembro 2009, pp. 8-11.

Prof. Ana Maria Silva

Esta é uma obra comovente enquanto história de vida. E é-o porque a coragem com que Souad, protagonista da obra, mulher real nascida na Cisjordânia, ultrapassou os ciclópicos problemas da sua vida e a determinação que mostrou ao querer ser ajudada revelam uma forte per-sonalidade. Sem ter a família a apoiá-la, pelo contrário, possuindo-a como adversária, Souad conseguiu superar duas tentativas de assassinato. E nunca esta invencível mulher baixou os braços. Soube sempre lutar, procuran-do ajuda em alguma parte. Recomendo vivamente esta leitura!

Sofia Fernandes11º LH1

O livro intitulado O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder, é um envolvente roman-ce, que continua a encantar os jovens leitores, onde a ficção e a realidade se mistu-

ram, deparando-nos com momentos de mistério e intriga alternados com momentos de pura sabedoria.

Sofia Amudsen, a personagem central, é uma jovem estudante de 15 anos que vê a sua vida mudar completamente a partir do dia em que recebe cartões postais e bilhetes bastante estranhos que a levam a reflectir sobre questões vitais da vida, sendo conduzida ao fantásti-co mundo da História da Filosofia.

É imprescindível, por vezes, abstrairmo-nos da rotina do dia-a-dia e observar minuciosamente tudo o que nos rodeia porque, afinal, “Quem somos?”, De onde vimos?” e “Como começou o mundo?”.

Helena Silva , 11º CT6

No dia 19 de Novembro, na BE/CRE Martins Sarmento, vários alunos reuniram-se para par-ticipar no Twilight Quiz. Este concurso, baseado no conhecimento da vida de Stephanie Meyer e na sua mediática saga Twilight (Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer), consistiu na realização de três provas para apuramento dos melhores conhecedores da nossa escola da biobibliografia da escritora. Para além da ansiedade que se apo-derou de alguns concorrentes, assistiu-se a uma luta aguerrida pela vitória. E não era para menos, já que, aos três finalistas, foram atribuídos dois bilhetes para a tão ansiada estreia do filme “Lua Nova”, num cinema de Guimarães. Na verdade, todos mereciam ser vencedores, pois demonstraram um elevado conhecimento do conjunto da obra. Mas, desta vez, seleccionaram-se apenas três dos vinte bibli-ófilos. Entretanto, vamos registando as vossas propostas/preferências de obras ou autores, para se poder repetir esta iniciativa e para a próxima haverá mais. Estejam atentos aos anúncios da BE/CRE!

A equipa da BE/CRE ESMS

As vencedoras: Ana Pereira, 2º PASCarla Fonseca, 11ºLH1Letícia Atilano, 2º PAS

Universo ESMS

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O Pregão Janeiro - Março de 2010 27

Cinema e DVD

“Home – O Mundo é a Nossa Casa” é o filme mais comentado dos últimos dias e uma das novidades do realizador Luc Besson, que produz este documen-tário de alerta quanto aos problemas ambientais. A estreia mundial, a 5 de Junho, Dia Mundial do Ambiente, aconteceu em diversas plataformas: na Internet, no cinema, em DVD, na tele-visão (...). Mais do que um filme, mais do que um documentário, Home é um evento à escala mundial, que pretende sensibilizar, de forma interactiva, os mais cépticos, para a reconstrução do equilíbrio do planeta e a inversão da tendência de destruição que se verifica há mais de cinquenta anos.O planeta Terra existe há mais de quatro biliões de anos, com um certo equilíbrio entre as espécies, a nature-za, o clima, os recursos e a evolução. O Homem, que existe há cerca de duzen-tos mil anos, ou seja, há pouco tempo relativamente à vida da Terra, tem des-truído, talvez inconscientemente, esse equilíbrio necessário, com a industriali-zação, a urbanização, a superprodução, o consumo em massa, o uso exagerado dos combustíveis fósseis e a despreo-cupação com as questões ambientais. De facto, a evolução tem sido feita sem olhar a meios para atingir os fins, e hoje o aquecimento global e as suas consequências são evidentes e estão na ordem do dia.

(...) A primeira parte do filme de Yann Arthus-Bertrand alerta exactamente para estar história da Terra, que está a ser destruída por uma das suas espécies e pode não vir a recuperar dos danos que esta lhe tem causado. Apesar dis-so, a simplicidade e preocupação com

que é tratado o tema, no argumento, demonstra um cuidado especial com a transmissão da informação para todas as pessoas, independentemente da ida-de ou instrução, o que é fundamental numa obra sem fins lucrativos e repleta de um forte conteúdo institucional.A certa altura, o filme faz um resumo de todas as imagens e factos já enun-ciados, compilando a informação em estatísticas e números que intimidam mesmo os mais cépticos no assun-to. Através de paisagens fascinantes de inúmeros países do mundo, Home mostra os principais problemas am-bientais, as acções humanas e o futu-ro comprometido que pode estar mais

próximo do que esperamos. A segunda parte, mais dinâmica e interessante do que a primeira, demonstra a inversão da tendência destrutiva e alguns inves-timentos e actos que têm sido levados a cabo individual e governamental-mente para a reconstrução do equilí-brio da Terra, em todo o mundo.

O passado já lá vai, não há nada que possamos fazer para o remediar. O fu-turo, porém, encontra-se nas nossas mãos. Tal como o Homem conseguiu deteriorar a situação do planeta, con-seguirá prevenir que tal aconteça no futuro, desde que altere os seus pa-drões de vida a partir de agora e tente

inverter a situação nos próximos dez anos. Uma acção individual conta para ajudar a salvar o planeta, e as mentali-dades começam já a ser alteradas nes-se sentido, sendo que Home pretende aumentar a confiança na mudança de hábitos e na protecção das gerações fu-turas. É demasiado tarde para ser pes-simista – esta é a principal mensagem do filme (...).

Raquel Silva http://cronicasparamaistarderecordar.

blogspot.com(texto adaptado por Prof. José Faria)

Uma Verdade (In)conveniente, apresentado por Al Gore, mostra como podemos ajudar o nosso planeta a não ensandecer.

Marie Antoinette. Original filme so-bre a adolescência de uma luxuriante princesa austríaca que se fez francesa. Bela fotografia e fabulosa integração de banda sonora nas cenas. Pôr a corte de Versailles a ouvir música do período pós-punk - New Order, The Cure, Siou-xsie and the Banshees , The Cramps…, não é para todos. Sofia Coppola fê-lo.

Prof. Carlos Félix

Ana Leite: Queres ser um símbolo da luta pelo ambiente? Tu escolhes! Tu decides! Tu fazes! Andreia Moura: Este é o nosso Mundo! O seu futuro só depende de nós. Filipa Miranda: A realidade que o Mundo pensa ser irreal! Flávio: Sê a esperança do Mundo!!!Gil: O Mundo está ao teu serviço. Estima-o como se fosse TEU! Joaquim Ribeiro: Se no futuro queres viver, o presente tens de defender!José Pedro: O futuro está nas tuas mãos! Tiago Lobo: É importante salvares a tua descendência.

12º CT6Prof. Ernestina Morais - Projecto Eco-Escola

FIME

home - o mundo é a nossa casa

dois filmes em dvd, a ver: alunos reagem perante “home”

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28Escola Secundária Martins Sarmento O Pregão

POESIA

há palavras que nos beijam Há palavras que nos beijam Como se tivessem boca. Palavras de amor, de esperança, De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas Quando a noite perde o rosto; Palavras que se recusam Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas Entre palavras sem cor, Esperadas inesperadas Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama Letra a letra revelado No mármore distraído No papel abandonado)

Palavras que nos transportam Aonde a noite é mais forte, Ao silêncio dos amantes Abraçados contra a morte.

Alexandre O’Neill, in ‘No Reino da Dinamarca’

Usa óculos de sol enormes que praticamente te cubram a cara toda, mesmo quando estás dentro de casa a tomar chá.

Vai para a escola com uma equipa de filmagem atrás de ti ( o teu irmão mais novo e os amigos dele servem). Explica ao teu professor que és a estrela de um novo programa de televisão acabadinho de estrear.

Anda com uma bolsa grande e um cão do tamanho de um hamster lá dentro.

Exibe um falso bronzeado da cabeça aos pés, até ficares com um tom alaranjado.

Usa sapatos muito espampanantes.

Comporta-te disparatadamente aonde quer que vás. Podes dizer às senhoras que estão a jantar que estás a fazer uma dieta especial e que só podes comer comida azul, ou diz ao teu professor que não acabaste de fazer os trabalhos de casa porque estiveste a treinar o discurso dos Óscares.

Convence os teus pais a escurecerem as janelas do carro da família.

Viaja sempre com uma comitiva (um grupo de amigos), para que eles te ajudem a fazer tare-fas aborrecidas.

In Manual do Glamour para raparigasProf. Isabel Teibão

Universo ESMS

Porque nem sempre é fácil ser um jovem socialmente bem sucedido, aqui vão algumas sugestões que te podem ajudar a andar de cara bem erguida:

como convenceres as pessoas de que és uma celebridade

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O Pregão Janeiro - Março de 2010 29

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30Escola Secundária Martins Sarmento O PregãoSOLUÇÕES DAS PALAVRAS CRUZADAS N.º 1BOLA; A; R; MEIA; ARI; EM; EM; TAC; SO; PRE; CEM; MA; I; PERDOADAS; L; LOURAR; POLACO; IRRA; O; I; ALOR; CIO; CN; TA; ATA; AA; BIT; UPA; AD; S; SAGA; LAPA; O; MATAR; ARAMA; REFERI; RAREZA; A; EIRA; ATAM; U; IA; SAM; MOI; AL; ORA; SO; OS; RIA; SOMA; SOS; PIAS.Curiosidades

luxSabias que muitas marcas comerciais actuais vão buscar os seus sonoros nomes ao latim? ora vê:Do latim : lux, lucis – substantivo = Luz, Brilho

MATEMÁTICA

curiosidadesAdivinha:“No próximo ano, a idade da Bárbara será a diferença entre a idade da Carolina no próximo ano e a idade da Elvira há dois anos. A soma das suas idades actuais dá 70, sendo a Carolina a mais velha. Que idade tem a Carolina?”

In Lucas, Vivien, (2003) Um Problema por Dia - Questões matemáticas para todos os dias do ano

escolar, Matemática divertida.

Andreia Costa; Carlos Araújo; Cátia Lobo; Paulo Castro; Sofia Ribeiro e Diogo Castro, 12º CT5

sabias que……o quadrado da soma de uma série de números naturais começando por 1 é igual à soma do cubo das suas parcelas.Por exemplo:(1 + 2 + 3 + 4)2 = 13 + 23 + 33 + 43100 = 1 + 8 + 27 + 64100 = 100Ana Rodrigues, Diana Gonçalves, Joana Freitas, Paulo Aires, Sara Lopes e Vânia Belo,12º CT5

Solução: 34 anos

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O Pregão Janeiro - Março de 2010 31

Foto

Árvore de Natal ecológica - Projecto Eco-Escola

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01www.esmsarmento.pt

António Costa - [email protected]

Soluções na pág. 30

Jornal ‘O Pregão’ online em http://issuu.com/o pregao

Se pretendes ver publicado o teu artigo ou trabalho no jornal da escola, envia o material para o email:[email protected]

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4 de Janeiro: Início das aulas

15 a 17 de Fevereiro: Pausa de Carnaval

26 de Março: fim do segundo período29 de Março a 11 de Abril

Equipa de ‘O Pregão’Ana M. SilvaDulce NogueiraEurico SilvaGlória M. MachadoJorge C. Faria José L. FariaJosé M. TeixeiraZélia Monteiro

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Palavras Cruzadas 1

Sítios e Blogs Cartoon matemático

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http://en.cop15.dk/Sítio da Conferência de Copenhaga sobre o ambiente. Está disponível em 7 línguas.

Ana Rita, Ana Gabriela, João André, Patrícia Isabel, Tiago Jorge e Vera Lúcia, 12ºCT5

H 1 Esférico; peça de vestuário que cobre o pé e a perna.

2 Nome masculino; sobre; entre; “Tomografia Axial Computa-dorizada”.

3 Separado; quantia que outrora um soldado recebia diaria-mente; dez ao quadrado; madrasta.

4 Absolvidas.

5 Amarelecer; natural ou habitante da Polónia.

6 Interjeição designativa de repulsa; jeito de manejar um instrumento.

7 Manifestação de apetite sexual dos mamíferos; “Cartografia Náutica”; Tântalo (s.q.); embaraça.

8 “Autores”; dígito binário (informática); salto brusco do cavalo para derrubar o cavaleiro; antiga coligação política.

9 Tradição lendária dos Escandinavos; gruta ou galeria originada por erosão.

10 Assassinar; cerca de arame.

11 Mencionei; raridade.

12 Lugar onde se secam os cereais; amarram.

13 Vagueava; “Sistemas de Autoridade Marítima”; desgasta; Alumínio (s.q.).

14 Fala em público; isolado; aqueles; braço de mar.

15 Adição; desacompanhados; carlinga do navio (pl.).

V 1 Tribunal ou centro de reunião, em Roma (pl.); distância do centro ao limite da circunferências (pl.).

2 Suplico; língua falada no Orixá, estado do Nordeste da Índia; “Ministério da Educação”; argola.

3 Decifrei; verdadeiro; apague; Amerício (s.q.).

4 Para; superais.

5 Peca; insecto hemíptero, da família dos Cicadídeos, nocivo à agricultura e produtor de sons estridentes (pl.).

6 Causaríamos medo a.

8 Repetíramos sumariamente.

9 Apreensão; magnificências.

10 Carteira de mão; aperfeiçoai.

11 “Extraterrestre”; compartimento onde se lecciona; estimem; graceja.

12 Atravessavam; distância de um ponto ao Plano Horizontal de Projecção (Geometria); esquadrão; dama de companhia.

13 Entusiasmado; lições.

Post it

“Palavras sem obras são tiros sem balas, atroam

mas não matam!” P.e António Vieira