Jornal Municipal Abr|Maio|Jun'12

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SETÚBAL JORNAL MUNICIPAL. abril | maio | junho 2012 .ano 12.n.º 45 Mais de 7 mil pessoas envolvidas na segunda edição da campanha “Setúbal Mais Bonita” Remodelação total das esplanadas de 65 estabelecimentos de restauração e bebidas qualifica áreas nobres da cidade. Investimento superior a 500 mil euros cria espaços fechados e abertos adaptados ao ordenamento urbano págs. 8 e 10 Pré-história reforça candidatura da Arrábida Tempo incerto afeta Abril pág. 9 Destino Londres Esforço coletivo págs. 20 e 21 Imagem renovada págs. 4 e 5 pág. 18 Bela Vista lidera mudança Todos juntos pela música Moradores empenhados na melhoria de um bairro que até serve de inspiração para filme premiado memória págs. 12 e 13 págs. 26 e 27 págs. 14, 15 e 25 As estórias que fazem a História...

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Edição de abril, maio e junho de 2012

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SETÚBALJORNAL MUNICIPAL.abril | maio | junho 2012.ano 12.n.º 45

Mais de 7 mil pessoas envolvidas na segunda edição da campanha “Setúbal Mais Bonita”

Remodelação total das esplanadas de 65 estabelecimentos de

restauração e bebidas qualifica áreas nobres

da cidade. Investimento superior a 500 mil euros

cria espaços fechados e abertos adaptados ao

ordenamento urbano

págs. 8 e 10Pré-história reforça candidatura da Arrábida

Tempo incertoafetaAbril

pág. 9

DestinoLondres

Esforço coletivo

págs. 20 e 21

Imagem renovada

págs. 4 e 5

pág. 18

Bela Vista lidera mudança

Todos juntos pela música

Moradores empenhados na melhoria de um bairro que até serve de inspiração para filme premiado

memória

págs. 12 e 13 págs. 26 e 27

págs. 14, 15 e 25 As estóriasque fazema História...

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2SETÚBALabril|maio|junho12

Setúbal - Jornal Municipal

Propriedade:

Câmara Municipal de Setúbal

Diretora: Maria das Dores Meira,

Presidente da CMS

Edição: DICI/Divisão de Comunicação

e Imagem

Coordenação Geral: Sérgio Mateus

Coordenação de Redação: João Monteiro

Redação: Hugo Martins, Manuel Cordeiro,

Marco Silva, Susana Manteigas

Fotografia: Mário Peneque, Rui Minderico

Paginação: Humberto F.

Impressão: Daniel & Lino, Lda.

Redação: DICI - Câmara Municipal

de Setúbal, Paços do Concelho,

Praça de Bocage, 2901-866 Setúbal

Telefone: 265 541 500

E-mail: [email protected]

Tiragem: 15.000 exemplares

Distribuição Gratuita

Depósito Legal N.º 183262/02

Sugestões e informações dirigidas a este jornalpodem ser enviadas ao cuidado da redaçãopara o endereço indicado nesta ficha técnica.

informações úteis

sumário

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oria

l

CâMARA MUNICIPAL

Paços do ConcelhoPraça de Bocage265 541 500 | 808 200 717 (linha azul)Gabinete da Presidê[email protected] de Administração Gerale Finanças | [email protected] da Participação Cidadã[email protected]

Edifício da Praça do BrasilPraça do Brasil, 17265 547 900Departamento de Cultura, Educação,Desporto, Juventude e Inclusão SocialDepartamento de Recursos Humanos

Edifício SadoRua Acácio Barradas, 27-29265 537 000Departamento de Ambiente e Atividades Econó[email protected] de Obras [email protected] de Urbanismo

Gabinete de Apoio ao ConsumidorPraça Almirante Reis265 534 086

Gabinete de Apoio ao EmpresárioAv. Belo Horizonte– Escarpas de Santos Nicolau265 545 [email protected]

SEI – Setúbal, Etnias e ImigraçãoRua Amílcar Cabral, 4-6265 545 177 | Fax: 265 545 [email protected]

Gabinete da JuventudeRua Amílcar Cabral, 12265 236 168/[email protected]

TURISMO

Casa da Baía de SetúbalCentro de Promoção TurísticaAv. Luísa Todi, 468265 545 010 | 915 174 442

Posto Municipal de Turismo - AzeitãoRua José Augusto Coelho, 27 212 180 729

Loja municipal “Coisas de Setúbal”Praça de Bocage – Paços do [email protected]

ESPAçOS CULTURAIS

Biblioteca Pública MunicipalServiços CentraisAv. Luísa Todi, 188265 537 240

Polo da Bela VistaRua do Moinho, 5265 751 003

Polo Gâmbia, Pontes e Alto da GuerraEstrada Nacional 10, Pontes265 706 833

Polo de S. JuliãoPct. Ilha da Madeira (à Av. de Angola)265 552 210

Polo Sebastião da GamaRua de Lisboa, 11, V. Nogueira Azeitão212 188 398

Fórum Municipal Luísa TodiAv. Luísa Todi, 61-67265 522 127

Cinema Charlot – Auditório MunicipalRua Dr. António Manuel Gamito265 522 446

Museu de Setúbal/Convento de JesusGaleria de Pintura QuinhentistaRua do Balneário Dr. Paula Borba265 537 890

Museu do Trabalho Michel GiacomettiLg. Defensores da República265 537 880

Casa BocageArquivo Fotográfico Américo RibeiroRua Edmond Bartissol, 12265 229 255

Museu Sebastião da GamaRua de Lisboa, 11Vila Nogueira de Azeitão212 188 399

Casa do Corpo SantoMuseu do BarrocoRua do Corpo Santo, 7265 534 402

EQUIPAMENTOSDESPORTIVOS

Complexo Piscinas das ManteigadasVia Cabeço da Bolota265 729 600

Piscina Municipal das PalmeirasAv. Independência das Colónias265 542 590

Piscina Municipal de AzeitãoRua Dr. Agostinho Machado Faria212 199 540

Complexo Municipalde Atletismo de SetúbalEstrada Vale da Rosa265 793 980

Pavilhão Municipal das ManteigadasVia Cabeço da Bolota265 739 890

Pavilhão João dos SantosRua Batalha do Viso265 573 212

UTILIDADE PÚBLICA

Loja do CidadãoAv. Bento Gonçalves, 30 – D265 550 200Balcão CMS: 265 550 228/29/30

Piquete de água 265 529 800Piquete de gás 800 273 030Eletricidade 800 505 505

URGêNCIAS

SOS 112Intoxicações217 950 143SOS Criança808 242 400Linha Saúde 24808 242 424Hospital S. Bernardo265 549 000Hospital Ortopédico do Outão265 543 900Companhia Bombeiros Sapadores265 522 122Linha Verde CBSS800 212 216Bombeiros Voluntários de Setúbal265 538 090Proteção Civil265 739 330Proteção à Floresta117Capitania do Porto de Setúbal265 548 270Comissão Proteção Criançase Jovens de Setúbal265 550 600PSP265 522 018GNR265 522 022

4 PRIMEIRO PLANO Mais de sessenta restaurantes têm esplanadas novas, fechadas ou abertas. Este projeto, no âmbito da regeneração do centro histórico e da zona ribeirinha, dá outra imagem à cidade.7 LOCAL As comemorações do 25 de Abril mereceram um alerta contra o conformismo. A Arrábida está a caminho de se tornar património mundial e revela um importante passado pré-histórico.11 FREGUESIA Um anfiteatro reforça o Azeitão Bacalhôa Parque, enquanto no Vale Ana Gomes a população dispõe de um espaço lúdico-desportivo. As juntas de freguesia recebem mais verbas.12 ESPECIAL Mais de sete mil pessoas responderam afirmativamente ao apelo de tornar “Setúbal Mais Bonita”. A campanha, na segunda edição, percorreu o Concelho com trabalhos de pintura e embelezamento.14 PLANO CENTRAL As cores vivas estão a chegar à Bela Vista para orgulho de todos. O programa “Nosso Bairro, Nossa Cidade” tem nos moradores os agentes transformadores do espaço público.16 AMBIENTE O Concelho ficou a conhecer as inovações que garantem um futuro sustentável. A preservação dos golfinhos do Sado e a garantia da qualidade das praias são outras preocupações.17 TURISMO Setúbal passa a ter um Dia do Moscatel, a 10 de maio. As comemorações foram na Casa da Baía, espaço nomeado melhor agente de animação turística de Lisboa e Vale do Tejo.18 CULTURA O Festival de Música de Setúbal incluiu concertos com artistas de renome e com crianças e adultos de diferentes origens sociais e culturais. O cinema alia-se à promoção turística.20 DESPORTO Um atleta de Portugal qualificou-se no Sado para a prova olímpica de natação em águas abertas. Também de Setúbal para o mundo, um desfile de 492 motos do mesmo modelo e cilindrada.22 EDUCAçÃO O ano letivo acabou numa festa de três dias no Parque do Bonfim, com 15 mil miúdos e graúdos. Antes, os alunos participaram em atividades diversificadas de educação rodoviária.23 ACADEMIA Uma professora da Escola Superior de Saúde criou um teste que deteta dificuldades de comunicação nos mais novos. Um aluno da Secundária D. Manuel Martins fez um videoclipe para os Nightwish.24 RETRATOS Jorge Varandas produz latas para todos os usos, mas o negócio já viu tempos bem melhores. A casa, junto da estação rodoviária, tem hoje poucas encomendas e a culpa é da qualidade.25 INICIATIVA Um filme sobre a Bela Vista ganhou um prémio no último IndieLisboa. Os realizadores voltaram ao bairro e o “Jornal Municipal” acompanhou os momentos de emoção que re(viveram). 26 MEMÓRIA As irmãs clarissas foram as “inquilinas” do Convento de Jesus durante quatro séculos. O Largo da Ribeira Velha chegou a ser centro da vila e a família Cabecinha é conhecida pela ligação às artes.28 PLANO SEGUINTE As marchas voltaram à rua cheias de brio, enchendo a Avenida Luísa Todi, num aperitivo aos desfiles a concurso. No mesmo local, um Carnaval de Verão faz subir o termómetro.

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Mais de 7 mil pessoas

envolvidas na segunda

edição da campanha

“Setúbal Mais Bonita”

Remodelação total

das esplanadas de 65

estabelecimentos de

restauração e bebidas

qualifica áreas nobres

da cidade. Investimento

superior a 500 mil euros

cria espaços fechados

e abertos adaptados ao

ordenamento urbano

págs. 8 e 10

Pré-história reforça candidatura da Arrábida

Tempo incertoafetaAbril

pág. 9

DestinoLondres

Esforço coletivo

págs. 20 e 21

Imagem renovada

págs. 4 e 5

pág. 18

Bela Vista lidera mudança

Todos juntos pela música

Moradores empenhados

na melhoria de um bairro

que até serve de inspiração

para filme premiado

memória

págs. 12 e 13págs. 26 e 27págs. 14, 15 e 25

As estóriasque fazema História...

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edit

oria

lA Câmara Municipal de Setúbal aprovou, em junho, uma moção por mim apresentada na qual se contesta a decisão da concessionária do transporte fluvial para Troia de continuar a aumentar os preços dos bilhetes, limitando, assim, uma vez mais, o acesso dos setubalenses à península que é, também, um património dos que habitam nesta margem do rio Sado.A concessionária não só voltou a aumentar os preços em 2012, como introduziu também novos e penalizadores esquemas de cobrança dos bilhetes que obrigam os utentes deste serviço a pagarem tarifas ainda mais elevadas por um serviço que deveria ser de interesse público e ter preços adequados ao que é o espírito desse serviço.É inaceitável que a concessionária deste serviço, além dos elevados preços que já pratica, obrigue os passageiros a pagar sempre bilhete de ida e volta, o que, na prática, faz com que, para os que apenas pretendem fazer um trajeto, o preço do transporte duplique.

O Município exige – já que esta não é, infelizmente, uma competência sua – que o Governo intervenha junto desta concessionária para que seja reposto o serviço público a que está obrigada, abandonando-se definitivamente práticas comerciais que apenas visam o lucro e, está hoje mais claro, afastar os setubalenses de Troia, um património que sempre partilharam e preservaram.Ainda que não queira acreditar que seja essa a intenção da concessionária dos transportes fluviais, as novas formas de cobrança dos bilhetes mais parecem ser utilizadas também com o objetivo de proceder a uma seleção social, baseada na capacidade económica dos que querem visitar o complexo turístico de Troia e isso, claro, seria inaceitável.O complexo turístico de Troia e as indústrias associadas, como

já ficou provado no passado, não podem sobreviver sem a colaboração dos setubalenses e das populações da região. Por isso, é urgente uma mudança de atitude dos responsáveis desta empresa e também do complexo turístico.

O Governo decidiu, unilateralmente, reter 5 por cento do valor do IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis de 2011, a ser cobrado em 2012 para pagamento das despesas decorrentes do processo de avaliação de imóveis. Na prática, foi utilizada uma possibilidade concedida por lei, na qual se autoriza o Governo a cobrar até 5 por cento do valor previsto de cobrança deste imposto para pagar os custos da avaliação dos imóveis, tarefa a cargo do Estado.Não está, contudo, demonstrado que tal avaliação custe 5 por cento do valor que virá a ser cobrado em cada concelho, sendo até previsível que custe bem menos do que esse valor.Trata-se de uma medida profundamente injusta, que penaliza, em primeiro lugar, os munícipes, que assim têm a sua câmara municipal privada de uma importante receita. Para evitar essa cobrança que consideramos abusiva, a câmara municipal decidiu interpor no Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada uma providência cautelar para impedir esta cobrança e, assim, defender os interesses dos setubalenses.Nem assim o Governo deixou de reter os 5 por cento, numa manifestação de profundo desrespeito pela Câmara Municipal de Setúbal, pelos Tribunais e, fundamentalmente, pelos setubalenses, atitude que já motivou nova intervenção da Autarquia junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada. A nível nacional, a redução das receitas dos Municípios devido a esta retenção ascende, em 2012 e 2013, a mais de 130 milhões de euros. No Município de Setúbal a redução agora imposta ascende, só em 2012, a 409.462 euros.Estas são as razões que nos levam a exigir que o Governo revogue a Portaria que permite esta retenção injusta e a exigir que sejam respeitadas as mais básicas normas de um estado de direito democrático, o que deverá motivar a imediata suspensão da retenção aplicada ao Município de Setúbal enquanto o Tribunal não decidir a providência cautelar apresentada pela Autarquia nesta matéria.

Transportes para Troia são serviço público!

O complexo turístico de Troia e as indústrias associadas,

como já ficou provado no passado, não podem

sobreviver sem a colaboração dos setubalenses

Presidente da Câmara Municipal de Setúbal

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prim

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o

valorização da imagem urbana e o fomento da atividade turística foram reforçados através da remodelação integral de espaços de espla-nada de 65 estabelecimentos de restauração e bebidas em Setúbal, situados na frente ribei-rinha, na Avenida Luísa Todi, nas Fontainhas e na Fonte Nova.Os novos espaços, uns edificados em vidro e com estruturas amovíveis, outros ao ar livre com equipamentos totalmente uniformiza-dos, permitiram melhorar as dinâmicas de trabalho e aumentar as condições de conforto para os utilizadores.“Este é um marco fundamental do caminho que iniciámos de requalificação da zona ribeirinha”, salientou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, no dia 24 de maio, na Casa da Baía, na cerimónia de conclusão da ação “Remodelação do Mobiliá-rio Urbano dos Estabelecimentos de Restau-ração e Bebidas”.A iniciativa, um investimento global de 513 mil, 664,38 euros composto por diversas me-didas de valorização da imagem urbana e de fomento da atividade turística, foi realizada no âmbito do PIVZRS – Programa Integrado de Valorização da Zona Ribeirinha de Setúbal. Com espaços “renovados e com melhor qualida-de de serviço”, frisou Maria das Dores Meira, o “investimento qualificador da hotelaria da cidade”, iniciado em 2009, permitiu “resolver o problema da ocupação desordenada da via pú-blica com esplanadas, fogareiros, vitrinas e equi-pamentos de apoio à atividade e sem a exigível qualidade”.A intervenção global de ordenamento e qua-lificação do mobiliário adstrito à atividade de restauração e bebidas traduz-se no cum-primento das condições higiossanitárias no

Esplanadas novas qualificam cidadeEsplanadas novas, esteticamente apelativas

e com melhores condições de conforto e trabalho,

melhoram a imagem urbana de Setúbal.

A remodelação integral destes espaços em mais de seis

dezenas de estabelecimentos inclui o ordenamento

dos fogareiros na via pública, um deles de uso coletivo

espaço público, na melhoria da imagem de Setúbal e no aumento da qualidade de vida da população em alguns dos bairros mais típicos da cidade.“Atenta às dificuldades financeiras de muitos empresários e ao peso do investimento necessário para avançar decididamente para esta requa-lificação, a Câmara Municipal decidiu isentar

e stes estabelecimentos do pagamento das taxas de ocupação da via pública entre janeiro de 2009 e o final de 2011”, realçou a autarca.

Bom para a economia

Outra operação realizada no âmbito desta intervenção consistiu na criação de um foga-

A ação de remodelação do mobiliário urbano de estabelecimentos de restauração

e bebidas situados na frente ribeirinha, na Avenida Luísa Todi, nas Fontainhas e na Fonte Nova, no âmbito do programa PIVZRS, teve como promotores a Câmara

Municipal de Setúbal, a associação AHRESP e a empresa Central de Cervejas.

O projeto envolveu a beneficiação de 65 estabelecimentos, somando um montante de 513.664,38 euros com comparticipação de fundos comunitários ao investimento

feito, nalguns casos, pelos próprios proprietários.

Unidades: 18Estabelecimentos: 18Equipamento: esplanadas com estruturas amovíveis em vidro, personalizadas por cada estabelecimento, com espaço de refeições climatizado e áreas de exposição e preparação do pescado, incluindo fogareirosVantagens: cumprimento das normas higiossanitárias em vigor, aumento das condições de conforto para clientes e ordenamento do espaço públicoExecução: 2009-2011

A

Recintos fechados

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Esplanadas novas qualificam cidade

reiro de uso coletivo na Fonte Nova, localiza-do na Praça Machado dos Santos, uma solução inovadora, equipamento partilhado pelos es-tabelecimentos existentes no local.“Requalificámos, profundamente, a imagem desta malha urbana central da cidade e qualifi-cámos também a nossa oferta turística”, vincou a presidente da Autarquia, reforçando que

esta é uma iniciativa “geradora de mais e me-lhor riqueza para o Concelho”.O vice-presidente da AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Por-tugal, Júlio Fernandes, sublinhou a impor-tância desta ação “para o desenvolvimento da economia local”, reforçando que os estabele-cimentos de restauração e bebidas “estão ago-

ra mais capacitados para sobreviver à conjuntura desfavorável que assola o País”.Já o diretor de comunicação e relações insti-tucionais da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, Nuno Pinto Magalhães, destacou a instalação de sete centenas de conjuntos de esplanada, com mesas, cadeiras e chapéus de sol, pela entidade que representa, sem quais-quer custos para os proprietários, conside-rando este investimento uma “intervenção estratégica para o desenvolvimento de Setúbal”.A cerimónia incluiu a visita, na Avenida Luí-sa Todi e na Fonte Nova, a alguns estabeleci-mentos de restauração e bebidas que já con-tam com mobiliário totalmente renovado e o descerramento de uma placa comemorativa da obra no fogareiro instalado na Praça Ma-chado dos Santos. No regresso à Casa da Baía, o evento culminou com um beberete acompa-nhado por um momento musical.“Conhecendo bem as dificuldades que temos pela frente, não desistiremos de percorrer este caminho de tudo fazer para melhorar a cidade, para oferecer mais e melhores serviços aos nossos cidadãos e a todos os que nos visitam”, sempre de “olhos postos no desenvolvimento turístico da região”, vincou a edil setubalense.

Parcerias no investimento

A ação de requalificação da imagem urbana de Setúbal e do serviço oferecido pelos estabele-

cimentos de restauração e bebidas, iniciada em 2009, resulta de uma parceria de inves-timento entre diversas entidades, que apoia-ram financeiramente o desenvolvimento de projetos e a construção das esplanadas.A iniciativa, integrada numa candidatura liderada pela Autarquia, foi comparticipada por fundos comunitários, com uma taxa de 65 por cento, através do PORLisboa – Programa Operacional Regional de Lisboa, no âmbito do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional, e financiada em 35 por cento pela AHRESP, promotora da ação, e pela Socieda-de Central de Cervejas e Bebidas.“Os estabelecimentos que optaram por estruturas fechadas tiveram a possibilidade de beneficiar de uma comparticipação financeira”, esclareceu Maria das Dores Meira, adiantando que “a elaboração de projetos de arquitetura e proces-sos para licenciamento das esplanadas decorreu também da candidatura”.A autarca elogiou, igualmente, o esforço e o espírito empreendedor de vários proprie-tários na modernização dos seus estabeleci-mentos, alguns deles presentes na cerimónia de conclusão do projeto.“Muitos empresários promoveram, além desta renovação de equipamentos e mobiliário, inter-venções de requalificação, alguns sem recurso a financiamento comunitário, embora tenham respeitado os objetivos” definidos na execução deste projeto do PIVZRS.

A melhoria da imagem e atratividade turística da Praça Machado dos Santos, onde recente-mente foi instalado um equipamento de uso coletivo para três estabelecimentos de restau-ração, vai continuar com um conjunto de intervenções lideradas pela Câmara Municipal para embelezamento deste local da Fonte Nova.Após um período experimental para utilização do equipamento, os antigos e obsoletos fogareiros instalados junto das fachadas de prédios vão ser removidos, assim como os con-juntos de tubagens que atravessam os edifícios até aos telhados.A Autarquia tem ainda programada, para breve, a pintura integral de todo o largo, apli-cando novas e apelativas cores às fachadas dos edifícios deste local no coração da Fonte Nova, muito procurado por setubalenses e visitantes para a degustação de peixe assado nos restaurantes.Com estas ações complementares, a Câmara encerra o objetivo de renovação da imagem urbana da Praça Machado dos Santos e reforça a atratividade turística do Bairro da Fonte Nova, melhorando, ao mesmo tempo, as condições de habitabilidade da população.

Largo renova atratividade

Unidades: 1Estabelecimentos: 3Equipamento: estrutura construída em madeira, com portas amovíveis, dividida em três espaços com materiais em inox, incluindo fogareiros, vitrinas e área de preparação do pescado, e filtros de retenção de cheiros e gorduras Vantagens: aumento das condições de habitabilidade do bairro, melhoria da imagem urbana e cumprimento das normas higiossanitárias em vigorExecução: 2011-2012

Unidades: 701Estabelecimentos: 47Equipamento: mesas, cadeiras, bases de suporte e chapéus de sol fazem parte dos novos conjuntos de esplanada, em plástico resistente, com tonalidades de preto, vermelho, cinzento e branco Vantagens: uniformização das esplanadas dos estabelecimentos e melhoria da imagem urbanaExecução: 2012

Espaços abertos Fogareiro coletivo

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A Casa da Cultura, o novo equipa-mento de fruição e partilha cultural de Setúbal, com centros de docu-mentação, espaços para a música e para as artes, áreas multiusos e zonas de lazer e restauração, está a nascer no Centro Histórico da ci-dade.O equipamento, a inaugurar em breve, é criado com o intuito de se afirmar como um polo de concen-tração de diferentes valências cul-turais e sociais, gerador de novas dinâmicas de animação urbana para setubalenses e visitantes.“A Casa da Cultura vai ter muita qualidade e é mais uma obra para a população”, vincou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, numa visi-

Casa acolheatividade

artísticaUm espaço vivo, de cultura e reflexão, com

áreas para a criação artística e a juventude. A Casa da Cultura, instalada no coração

da cidade, recebe atividades de associações para usufruto da população. Tudo num

edifício, a inaugurar em breve, onde funcionou uma instituição histórica

ta às obras, durante as celebrações da Revolução dos Cravos, em que a população teve oportunidade de ter um primeiro contacto com o futuro equipamento, “um espaço cheio de significado e que transporta os ideais de Abril”.Uma galeria de exposições, con-cebida para a apresentação de uma ou duas mostras em simultâneo, apoiada por uma oficina de projeto e preparação das mesmas e por uma área de arquivo dos materiais as-sociados às mostras, e um Café das Artes, que funcionará como café--concerto e espaço para colóquios, debates e encontros, são duas va-lências a instalar no rés do chão.No piso térreo haverá ainda um es-paço ao ar livre, designado “Pátio do

Dimas”, em homenagem a Dimas Pereira, personalidade setubalen-se e resistente antifascista, um dos fundadores do Círculo Cultural de Setúbal, e a Casa Municipal da Ju-ventude, destinada a atividades de informação, de formação e de pro-jetos para os mais novos.Um Centro de Documentação, Es-tudo e Promoção da Canção Popular Portuguesa, a cargo da Associação José Afonso, e um Espaço das Ar-tes, para realização de exposições, workshops e ateliers no domínio das artes plásticas, da responsabi-lidade da Artiset – Associação de Artistas Plásticos de Setúbal, e um Auditório Multiusos, na denomina-da Sala José Afonso, ficam instala-dos no primeiro andar.

A oportunidade de criação da Casa da Cultura advém do cruzamento entre a desvitalização funcional progressiva do edifício onde esteve, a partir de 1975, o Círculo Cultural de Setúbal – instituição fundada em 1969 – e a expectativa de algumas estruturas associativas da cidade relativamente à obtenção de melhores condições para qualificar e alargar as suas atividades. A manutenção das principais características arquitetónicas do edifício é uma preocupação central deste projeto, que inclui a restauração de painéis de frescos existentes num espaço identificado como salão nobre, no primeiro piso, e a manutenção e conservação de paredes e arcadas de janelas.Entre os elementos da arquitetura antiga preservados destacam-se as grossas paredes em pedra e argamassas, assim como algumas soluções de consolidação estrutural arcaicas, como a técnica da Cruz de Santo André. Não obstante, todo o imóvel foi alvo de reforços estruturais com as mais recentes técnicas de construção civil, incluindo infraestruturas antissísmicas.

Culturacom história

Um espaço mais amplo e dotado de novas va-lências marca as novas instalações do Polo da Bela Vista da Biblioteca Pública Municipal de Setúbal, a funcionar no piso térreo do bloco E2B do Bairro da Bela Vista.“Este polo é muito importante para nós, para a leitura, para a Bela Vista e para toda a comuni-dade”, afirmou a presidente da Câmara Mu-nicipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, na inauguração do equipamento, a 2 de abril, Dia Mundial do Livro Infantil.O interesse do equipamento para crianças e jovens e também para idosos e pessoas em si-tuação de desemprego foi, igualmente, desta-cado pela autarca, reforçando que este é “mais um passo dado na vida da Biblioteca de Setúbal”.Substituindo o antigo e exíguo polo, com cer-ca de vinte anos, o novo espaço da Biblioteca na Bela Vista, localizado na Rua do Moinho,

Biblioteca cativa leitores

No primeiro andar vai funcionar também uma Escola de Música, di-namizada pela Sociedade Musical Capricho Setubalense, apoiada por duas salas de ensaios e três para ensino de música, e um estúdio de gravação, com régie e gravação de voz.No segundo piso está programado um espaço para utilização do Cen-tro de Estudos Bocageanos, entida-de que desenvolve intensa ativida-de na promoção da vida e obra de Bocage.As intervenções no edifício da Casa da Cultura contemplam, igualmen-te, a melhoria das acessibilidades, sendo instalado um elevador cen-tral que atravessa os três pisos do imóvel.

tem como principais novidades o setor de au-diovisuais e uma zona de acesso gratuito à in-ternet bem como às ferramentas de escritório eletrónico.Além da zona dos livros, com o fundo docu-mental ainda em crescimento, existe uma área para a leitura dos periódicos, uma for-ma de ocupação dos tempos livres, e uma sala para as reuniões do Grupo de Leitura e para a iniciativa destinada aos mais novos “A Hora do Conto”.A obra, um investimento da ordem dos 200 mil euros integrada no programa RUBE – Re-generação Urbana da Bela Vista e Zona Envol-vente, foi comparticipada em 65 por cento por fundos comunitários através do PORLisboa – Programa Operacional Regional de Lisboa, no âmbito do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional.

A Casa do Corpo Santo, instalada num edi-fício setecentista, reabriu ao público dotada de novas áreas de exposição e com melhores condições de preservação do património mu-seológico.“Trabalhamos para preservar a memória coletiva setubalense, recuperando edifícios cuja história se entrelaça com a da nossa cidade e das nossas gentes”, sublinhou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, a 16 de junho, na reabertura do equipamento municipal, A exposição permanente “Instrumentos de Ciência Náutica – Coleção Ireneu Cruz”, com mais de centena e meia de artigos doados à Autarquia, está patente num espaço criado no piso térreo, no qual é possível ainda observar

Obras valorizam Corpo Santouma reconstituição histórica da área de Setú-bal antes da construção, em 1714, da Casa do Corpo Santo.O primeiro piso tem agora peças do acervo do Museu de Setúbal/Convento de Jesus re-ferentes ao período do Barroco distribuídas entre as salas do Vestíbulo e Despacho, com pintura, escultura e ourivesaria.As intervenções lideradas pela Autarquia, incluídas no programa ReSet – Regeneração Urbana do Centro Histórico de Setúbal, re-presentaram um investimento total de 240 mil euros para trabalhos como a execução de um sistema de drenagem de águas pluviais, a conservação e o restauro do revestimento azulejar do pátio e obras de beneficiação da cobertura do edifício.

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A água necessária para o abasteci-mento do sistema de rega e do lago do Parque do Bonfim passa a ser assegurada por um furo de captação subterrânea instalado pela Câma-ra Municipal de Setúbal no espaço verde.A intervenção inclui a execução de um furo para captação e abasteci-mento de água, com uma profun-didade aproximada de 120 metros, apetrechado com um sistema de eletrobombagem, bem como a construção de um depósito para armazenamento e distribuição de adubos e fertilizantes, produtos misturados automaticamente na

Furo abastece Parque do Bonfim

A redução de encargos com o abastecimento de água no Parque do Bonfim é assegurada com um novo furo de captação subterrânea. O investimento superior a 60 mil euros inclui a instalação de um sistema centralizado de rega para maximizar a gestão deste espaço verde da cidade

água aquando da realização da rega no Parque do Bonfim.O sistema centralizado de rega apresenta a particularidade de po-der ser controlado remotamente. Assim, as alterações que venham a ser necessárias, como a mudança dos períodos de rega, a dosagem de adubos e fertilizantes e a interrup-ção do funcionamento do sistema, são efetuadas sem necessidade de deslocação de meios humanos ao local.A água proveniente do furo de cap-tação serve, exclusivamente, para rega das áreas ajardinadas e en-chimento do lago, enquanto os be-

bedouros instalados no Parque do Bonfim continuam a ser servidos por água da rede.Com a execução desta obra, num investimento da ordem dos 63 mil euros, recuperado previsivelmente num período máximo de 18 me-ses, a Câmara Municipal de Setú-bal consegue diminuir os gastos de água com a rega e os encargos de mão de obra.Este investimento, à semelhança de outros já realizados no Jardim da Algodeia e no Parque de Vanicelos, insere-se na política do Município de gestão de recursos hídricos e de redução de custos.

Um conjunto de arranjos urbanís-ticos, com acessibilidades e áreas ajardinadas e de lazer, permitiu criar um novo espaço público que melhora a qualidade de vida de uma área habitacional do Bairro do Li-ceu.A instalação de zonas de estadia e fruição do espaço exterior foi uma das prioridades desta obra, no in-terior do quarteirão definido pela Avenida D. Pedro V e pelas ruas de Badajoz e de Cabo Verde, no Bairro do Liceu.As intervenções, lideradas pela Câ-mara Municipal de Setúbal, num investimento de perto de 110 mil euros, incluíram a definição de pe-quenas áreas ajardinadas, apetre-chadas com sistema de rega auto-mática, e a arborização de passeios e percursos pedonais.A melhoria das condições de cir-culação e segurança dos peões, incluindo o reforço da iluminação pública, foi igualmente garantida neste espaço, que conta também com novos elementos de mobiliário urbano, como bancos e papeleiras.“Este novo espaço representa mais um esforço para melhorar a qualidade de vida dos munícipes”, salientou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, na inauguração, a 25 de abril, no âm-bito das comemorações locais da Revolução dos Cravos.As intervenções nesta área incluí-ram ainda a criação de sistemas de drenagem de águas pluviais, com o intuito de prevenir potenciais si-tuações de grande concentração de águas na ocorrência de condições meteorológicas adversas.Para a envolvente do quarteirão onde decorreram os trabalhos, a Autarquia vai executar, posterior-mente, obras que visam a conclu-são dos passeios, a plantação de árvores, a criação de quatro lugares de estacionamento e o reforço das condições de recolha de deposição de resíduos sólidos urbanos.

Arranjos criam espaço público

Um sistema de iluminação, com funções decorativas, foi instalado na Fonte de Palhais, localizada na zona do Quebedo, intervenção lide-rada pela Autarquia para embeleza-mento desta construção pombalina, do século XVIII.A obra, um investimento de perto de 1300 euros, consistiu na colo-cação de três projetores, cada um com três luminárias LED, lâmpadas energeticamente eficientes de alta potência, com 1,2 watts.A Fonte de Palhais, também deno-minada Chafariz de S. Bernardo, por estar situada junto de um anti-go convento de freiras Bernardas, é uma construção em mármore bran-co, datada de 1772.Arabescos, escudo de armas de Por-tugal, flores, troncos, folhas, bagas de loureiro e uma coroa imperial com uma cruz de alto-relevo são al-guns dos elementos que compõem a Fonte de Palhais, localizada no final da Avenida 5 de Outubro, no centro da cidade de Setúbal.A iluminação decorativa dá prima-zia ao escudo e às bicas do chafariz e reforça a atratividade deste local, que conta, ainda, com um pequena área ajardinada.

Fonte de Palhais ganha luz

Vale de Cães com arruamentosA requalificação urbanística de Vale de Cães, em Brejos de Azeitão, obra estruturante com a criação de novas infraestru-turas de arruamento, avança a bom ritmo, estando os traba-lhos praticamente concluídos numa das principais ruas desta zona habitacional. As intervenções já realizadas, centradas na Rua Família Bron-ze, incluíram a substituição de um troço do sistema de abaste-cimento de água e a instalação de uma conduta de grandes di-mensões, operação complexa e demorada. Neste local, foram criados novos passeios, entretanto já calcetados, faltando apenas o asfaltamento da rua.A obra, um investimento mu-nicipal no valor de 691 mil, 372,08 euros, a decorrer numa área superior a 28 mil metros quadrados, avança para ou-tras ruas de Vale de Cães com o desenvolvimento de ações de

instalação de infraestruturas de saneamento básico e coleto-res domésticos e pluviais.A pavimentação de diversos arruamentos que se encontram irregulares e em terra batida, a definição do traçado da rede viária e o estabelecimento de sentidos de trânsito, com a co-locação de sinalização vertical, são outras operações.A extensão da rede viária a construir é de cerca de três quiló-metros, prevendo-se igualmente a implantação de 13 mil me-

tros quadrados de passeio em blocos de betão e a criação de 170 lugares de estacionamento.A instalação de nove marcos de água e a definição de 21 re-entrâncias para contentores de resíduos sólidos urbanos fa-zem também parte da emprei-tada, a decorrer desde outubro de 2011, abrangendo um total de duas dezenas arruamentos desta urbanização da freguesia de S. Lourenço.

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O reforço da oferta e da promoção turística no Parque Natural da Arrábida foi uma das sugestões ouvidas na sessão pública de recolha de contributos e sugestões para a candidatura da cordilheira a Património Mundial, realizada a 13 de abril, na Casa da Baía.No encontro, o público manifestou apoio e concordância com o processo da candidatura, coordenada pela Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), em articulação com as autarquias de Setúbal, Palmela e Sesimbra e com o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB).José Pedro Calheiros, diretor-geral da empresa de animação turística com atividade na Arrábida “SAL – Sistemas de Ar Li-vre”, sublinhou que “o selo de Património da Humanidade é dos melhores e mais procurados na área do turismo”.Uma das necessidades apontadas é a de mais materiais in-formativos, de cariz turístico, sobre o Parque Natural da Ar-rábida. Sofia Castel-Branco, do ICNB, que, juntamente com a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, e o representante da AMRS João Afonso, ouviu as su-gestões do público, sublinhou que a conjuntura atual do País inviabiliza um investimento mais forte naquela área.Sofia Castel-Branco realçou que a promoção turística não é a principal função do Parque Natural da Arrábida, mas, indicou, o organismo tem orientado vários projetos e ações de sensibi-lização e divulgação sobre a importância daquela área prote-gida junto da comunidade educativa e da população em geral.O processo, adiantou João Afonso, deve ser entregue ao Go-

Candidaturada Arrábidareúne apoios

A Candidatura da Arrábida a

Património Mundial Misto da Unesco está

agora mais completa. A população

envolveu-se em torno desta causa

e enriqueceu o documento com

contributos e sugestões recolhidos

em ações de participação

pública. A entrega do dossier final

à Administração Central está prevista

para julho

verno “no final de julho”, seguindo depois para avaliação da Comissão Nacional da Unesco. “A candidatura deverá ser apre-sentada oficialmente em Paris no início do próximo ano.”Maria das Dores Meira, num misto de otimismo, confiança e alguma apreensão, alertou que, “depois do deferimento da can-didatura, a Arrábida vai dar muito que falar na Assembleia da Re-pública”, recordando a necessidade de alterações legislativas em relação ao Parque Natural. “Por exemplo, onde é que estão os guardas florestais ou os meios necessários para a manutenção e limpeza da serra?”, questionou a autarca.No âmbito do processo de candidatura, foram ainda realizadas

mais duas ações de participação pública, em Palmela e Sesim-bra, ambas em abril.

Gestão a valorizar

O Plano de Gestão, instrumento que operacionaliza todas as ações a implementar no território abrangido pela candidatu-ra, é um dos elementos fundamentais do dossier, apresentado num encontro da Comissão de Acompanhamento deste pro-jeto com personalidades e entidades da região.“Este foi um encontro importante que permitiu recolher contribu-tos que constituem mais-valias de consolidação da fase final de elaboração do dossier de Candidatura da Arrábida a Património Mundial”, realçou Maria das Dores Meira no encontro, reali-zado a 2 de abril, no Auditório Municipal Charlot.O processo da candidatura teve início em 2001, sendo que em maio de 2004 o Bem Arrábida foi incluído na Lista Indicativa Portuguesa, ou seja, na pré-seleção nacional de patrimónios a candidatar a uma eventual classificação da Unesco, na altura a Património Mundial.Com o objetivo de proteger, preservar e valorizar a Arrábida, numa simbiose sustentada entre natureza e presença humana, a cordilheira é agora candidata a Património Mundial Misto, apoiando-se em vários valores diferentes, como a presença de espécies de fauna e flora raras ou únicas na cordilheira, os fenómenos geológicos de grande importância e o relevante papel que desempenhou na História de Portugal.

Mais de sete centenas de pessoas aproveita-ram a iniciativa “Sete Dias com o Coração” para realizar gratuitamente, entre 7 e 10 de maio, um conjunto de rastreios relacionados com a saúde cardiovascular.Com exceção do primeiro dia, em que choveu e o número de utentes se cifrou em cerca de 50 pessoas, nos restantes dias da ação passa-ram em média, diariamente, entre 200 a 220 munícipes pelos oito stands de rastreio ins-talados junto do coreto da Avenida Luísa Todi.Cerca de 50 profissionais e auxiliares de saú-de, entre médicos, enfermeiros, técnicos de radiologia, assistentes e voluntários, estive-ram envolvidos, todos os dias, na ação, que decorreu de manhã e à tarde.Na população rastreada, com idades entre os 30 e os 85 anos, foi mais frequente a deteção de casos de diabetes e de tensão arterial e co-

A necessidade do cumprimento efetivo da legislação sobre segurança no trabalho como medida de prevenção dos acidentes e casos de doença profissional foi uma das principais conclusões de um encontro realizado no final de abril no âmbito do Dia Mundial da Segu-rança e Saúde no Trabalho.A iniciativa, subordinada ao tema “Trabalho (in)seguro, Vida (in)completa”, foi organiza-da pela Associação Nacional dos Deficientes Sinistrados no Trabalho e pela Câmara Muni-cipal de Setúbal.

Setecentos vigiam coraçãolesterol elevados. A organização da iniciativa adianta, todavia, que se registaram ainda al-guns casos de fibrilhação auricular, patologia que consiste num ritmo cardíaco anormal, carecendo de atenção médica.Os “Sete Dias com o Coração” são uma inicia-tiva organizada pelo Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar de Setúbal e pela Câmara Municipal, em parceria com a Sociedade Por-tuguesa de Cardiologia.

Acidentes de trabalho

motivam reflexão

O encontro, realizado no Salão Nobre dos Pa-ços do Concelho, contou com contributos de especialistas em diferentes áreas, que apre-sentaram uma visão sistémica em termos da prevenção dos acidentes de trabalho e da re-paração e reintegração profissional.A leitura do poema “Desastres”, de Cesário Verde, por Odete Santos, numa homenagem às vítimas de acidente de trabalho, e uma ex-posição fotográfica sobre a temática, patente nas arcadas dos Paços do Concelho, fizeram, igualmente, parte da iniciativa.

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nada serve ficar de braços cruzados à espera que as coisas melhorem. A pre-sidente da Câmara Municipal de Setú-bal, Maria das Dores Meira, apontou, nas comemorações dos 38 anos do 25 de Abril, a necessidade da recusa do con-formismo perante a perda de direitos.“Rejeitar que o conformismo tome conta de nós é um imperativo. Rejeitá-lo é acreditar nos valores de Abril, é acreditar que não é no empobrecimento da esmagadora maio-ria dos portugueses que está a solução”, afirmou a autarca na sessão solene da Assembleia Municipal de Setúbal co-memorativa da Revolução dos Cravos, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.Maria das Dores Meira utilizou por di-versas vezes a palavra “esperança” para ilustrar a importância de alterar o atual estado em que o País se encontra. “Es-perança que é recusada aos mais jovens”, confrontados com uma “vida de futuro comprometido”.Mas também “esperança” entendida como um direito que, ao contrário de outros, não pode ser retirado às pesso-as e que permita, por exemplo, “rejeitar soluções do passado, que nos remetem de novo, como nos tempos salazaristas, para a emigração, perante a incapacidade de encontrar soluções justas para os proble-mas dos portugueses”.A transformação de direitos adquiri-dos em benefícios ilegítimos, a perda de salários, os cortes na saúde e os au-mentos das taxas moderadoras, o cres-cimento do desemprego, as reduções das indemnizações por despedimento, o encerramento de milhares de peque-nas e médias empresas e a perseguição e asfixia financeira do poder local de-mocrático foram aspetos referidos pela autarca para provar o que considera ser ataques a conquistas de Abril.A presidente da Câmara Municipal de Setúbal dedicou uma atenção particular ao esforço que as autarquias estão a rea-lizar de promoção do investimento. No caso de Setúbal, referiu, o Município, “com as suas dificuldades, a sua estrutura de receitas e despesas, as suas heranças, tem feito um enorme esforço para que este verdadeiro desígnio nacional se cumpra”.A criação das condições para a instala-ção de empreendimentos geradores de postos de trabalho, o investimento na requalificação urbana e a abertura de

Abril de braços bem descruzados

A Revolução dos Cravos foi há 38 anos e muito do que se sonhou para uma

sociedade justa e solidária a realidade tratou de

esbater. Os valores de Abril serviram por isso, mais do

que nunca, de farol para as comemorações

do Dia em Liberdade. Setúbal saiu à rua contra

o conformismo

Dnovos equipamentos culturais, despor-tivos e educativos foram mencionados por Maria das Dores Meira como con-tributos “para animar a economia local” e “garantir condições futuras de desenvol-vimento e sustentabilidade de Setúbal”.

Festa pelo concelho

Depois da sessão solene, os presentes foram saudados com uma atuação de um grupo de alunos do 3.º ano da EB1 do Bairro Afonso Costa que cantaram, na escadaria dos Paços do Concelho, os temas de José Afonso “Índios da Meia Praia”, “Venham Mais Cinco” e “Grân-dola, Vila Morena”.À saída, na Praça de Bocage, os Bela Batuke, da EB 2,3+S da Bela Vista, de-monstraram que com paus, vassouras, bidões, baldes de plástico e latas é pos-sível criar uma sonoridade rítmica pu-jante mas afinada.Na noite anterior, os ritmos tinha sido outros, com João da Ilha e, depois, Rea-lejo, a darem concertos no Largo da Misericórdia, a que se seguiu animação pela madrugada dentro na Capricho Se-tubalense.Na manhã de 25 de abril foi proporcio-nada uma visita aberta ao público à Casa da Cultura, na fase final de instalação (informação na pág. 6), a que se seguiu uma cerimónia evocativa com deposi-ção de flores no Monumento à Resis-tência, na Avenida Luísa Todi.Ana Pato, da direção nacional da URAP – União de Resistentes Antifascistas Portugueses, salientou que, passados 38 anos sobre “uma das maiores revolu-ções históricas do povo português a nível nacional e internacional”, o País assiste à “perda dos direitos à educação, à saúde, à habitação e ao emprego”.O Executivo municipal realizou depois uma visita às freguesias para acompa-nhamento das atividades locais come-morativas do 25 de Abril, com almoço na Aldeia da Piedade, S. Lourenço, uma passagem por S. Simão, a inauguração de obras no Bairro do Liceu, S. Julião (ver notícia na pág. 7), e no Vale Ana Gomes, freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra (pág. 11), e o tradicional baile na Fonte Nova, Anunciada, numa festa que, este ano, contou ainda com fado de Coimbra.

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Área de proteção no Corpo SantoA Casa do Corpo Santo consta da lista de Imóveis em Vias de Classificação do IGESPAR, após proposta da Autarquia com base na relevância arquitetónica e artística do imóvel e na importância his-tórica no contexto da economia maríti-ma local, ao ter albergado a Confraria dos Navegantes e Pescadores de Setúbal, com origem no século XIV. Até à divulgação final da classificação, que pode incidir numa das três tipologias de interesse – nacional, público ou municipal –, o imó-vel, reaberto a 16 de junho após obras de beneficiação, integra uma zona de prote-ção com 50 metros.

Segurança Social com interesseO edifício do Centro Distrital de Soli-dariedade e Segurança Social de Setúbal foi classificado como Monumento de Interesse Público, ato concretizado com a publicação em Diário da República. O relevante interesse cultural deste edifí-cio, de 1970, decorre de valores patrimo-niais e de autenticidade, originalidade e exemplaridade, fundamentados em critérios como o valor estético, técnico e material intrínseco do imóvel e a con-ceção arquitetónica, urbanística e paisa-gística. O edifício, projetado pelo arqui-teto Raul Chorão Ramalho, recebe uma zona especial de proteção de 50 metros.

Paços do Concelho classificadosO valor histórico, arquitetónico e cul-tural dos Paços do Concelho motivou a classificação do edifício como Imóvel de Interesse Municipal, em proposta apro-vada pela Câmara Municipal de Setúbal. A importância “simbólico-funcional que o edifício detém na cultura setubalense”, o caráter matricial e o interesse do Bem como testemunho simbólico, religioso, de vivências e de factos históricos e o va-lor estético, arquitetónico, urbanístico e paisagístico do edifício, o génio do res-petivo criador e a representação da me-mória coletiva setubalense são salienta-dos na proposta, aprovada a 18 de abril.

Grutas e sítios arqueológicos inéditos têm sido descobertos na investigação realizada no concelho de Setúbal com vista à publica-ção da Carta Arqueológica da Arrábida.Os resultados de ano e meio de trabalho da equipa da Faculdade de Belas-Artes de Lis-boa (FBAL) que está a cooperar com o Mu-nicípio de Setúbal foram apresentados numa palestra que decorreu na Casa da Baía, no âmbito do Dia Internacional dos Monumen-tos e Sítios, a 18 de abril.“A Serra da Arrábida tem sido um desafio com-plexo”, referiu o arqueólogo Manuel Calado, explicando que só pela topografia, com aces-sos difíceis e locais perigosos nas cotas mais altas, “é um osso duro de roer”.O investigador, que lidera a equipa da FBAL, constituída principalmente por arqueólogos e espeleólogos, indicou que, embora exis-ta, há duas décadas, uma carta arqueológica distrital com dados que foram conhecidos nos séculos XIX e XX, os atuais trabalhos de prospeção na serra permitiram “rever os sí-tios arqueológicos que já estavam publicados”

Estudo revela Arrábida pré-histórica

A investigação para a elaboração da Carta Arqueológica da Arrábida já permitiu identificar 27 povoados do Neolítico Antigo à Idade do Bronze e, só no concelho de Setúbal, 25 grutas. O trabalho, iniciado há três anos, vai permitir criar um parque pré-histórico único no País

e registar sítios inéditos com uma precisão conseguida graças ao recurso ao GPS.Vestígios de habitações e até mesmo a sus-peita de um convento na Mata do Solitário, círculos de pedras, estruturas hidráulicas, fornos de cal e outras construções foram já identificados.Apesar dos resultados surpreendentes, Ma-nuel Calado refere que “o grande sítio na Ser-ra da Arrábida é o castelo dos mouros”, um dos povoados da Idade do Bronze “mais espetacu-lares”, acessível através dos Picheleiros, que “não foi muito documentado antes”.Até agora, a meio do projeto de três anos, fo-ram identificados 27 povoados pré e proto--históricos, do Neolítico Antigo à Idade do Bronze, e, na área da espeleologia, 25 grutas “magníficas” no concelho de Setúbal, tam-bém no âmbito da investigação para a ela-boração da Carta Arqueológica da Arrábida, a qual abrange igualmente o município de Sesimbra.O acesso a muitas das grutas, algumas en-contradas pelos espeleólogos Rui Francisco

e Ricardo Mendes, como a da Figueira Bra-va e a Lapa Verde, constituiu um verdadeiro desafio. Embora considerem a Gruta do For-mosinho a “mais interessante”, mas de acesso complicado, a Lapa Verde, com 28 entradas aéreas possíveis, sendo possível aceder por terra e por mar, é a maior gruta conhecida no Concelho.Além de toda a informação recolhida para a elaboração e publicação da carta arqueo-lógica, este trabalho tem em vista a criação de um parque pré-histórico da Arrábida, “a primeira estrutura do género em Portugal”, como referiu o diretor da FBAL, Luís Jorge Gonçalves, também presente no encontro que assinalou o Dia Internacional dos Mo-numentos e Sítios, este ano com o tema “Do Património Mundial ao Património Local: proteger e gerir a mudança”.Trata-se da “construção” de uma aldeia com duas áreas de intervenção, a lúdica e a cien-tífica, incluindo desde ateliers de constru-ção de cabanas às artes de pastorícia, pas-sando pela pintura.

Perto de quarenta munícipes visitaram a 19 de abril, dia da elevação de Setúbal a cidade, o edifício principal e tiveram oportunidade de conhecer alguns dos serviços da Câmara Municipal, no âmbito da iniciativa “Paços do Concelho de Portas Abertas”.As comemorações do 152.º aniversário da efeméride tiveram início às 09h00, com uma cerimónia de hastear da bandeira. De noite, no Cinema Charlot foram exibidos os do-cumentários “A Colónia Balnear Infantil de Setúbal”, de 1936, e “Setúbal – 1956”.Igualmente integrado nas comemorações houve um concerto pelo Grupo Coral da Es-cola Secundária de Bocage, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.A exposição de pintura “Memórias de Setú-bal”, com imagens que ilustram atividades locais e a transformação operada na cidade ao longo dos anos, esteve patente no Clube Mili-tar de Oficiais de Setúbal.

Cidade abreportas ao saber

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freg

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Um anfiteatro com capacidade para cerca de 300 pessoas foi inaugurado a 22 de abril no Azeitão Bacalhôa Parque, num investimento da Junta de Freguesia de S. Lourenço que ascende a 50 mil euros.O equipamento, com lotação para 280 pessoas, foi cons-truído em mês e meio e complementa o mais recente espa-ço verde de lazer de Vila Nogueira de Azeitão.A presidente da Junta de Freguesia de S. Lourenço, Celes-tina Neves, sublinha que a opção de construção de um an-fiteatro, em detrimento de um coreto, se deveu à intenção de “contribuir com um espaço capaz de dar resposta às várias expressões artísticas presentes em Azeitão”.O anfiteatro foi batizado em homenagem a António José Bravo, azeitonense falecido este ano, que dedicou a vida ao desenvolvimento cultural local, em particular pelo trabalho desempenhado no âmbito do associativismo, nomeada-

Anf iteatro leva cultura a Azeitão

As expressões artísticas azeitonenses dispõem um recinto para oferecerem cultura a diferentes públicos. O Azeitão Bacalhôa Parque, ponto de encontro de famílias, tem agora um anfiteatro, que reforça a oferta de equipamentos deste espaço de lazer

A Câmara Municipal de Setúbal aprovou a transferência de mais 76 mil euros para as juntas de freguesia no âmbito dos protocolos de delegação de competências celebrados para 2012.A cedência destes montantes suplementares, a repartir entre maio e dezembro, destina-se em grande parte a compensar, com mais de 58 mil euros, o alargamento das áreas de limpeza de es-paços públicos e de gestão de zonas verdes pela Junta de Freguesia de S. Sebastião.Para as juntas de S. Sebastião, S. Simão e S. Lourenço há ainda uma compensação de 6732 euros destinada a repor valores não previstos à data da celebração dos protocolos de delegação de competências relacionados com a graduação dos cortes dos sub-sídios de Natal e de férias impostos pelo Governo para a Admi-nistração Pública.A proposta estabelece ainda um adicional de 11.242 euros para as juntas de Santa Maria, S. Julião e Anunciada com o objetivo de re-forçar as tarefas assumidas em matéria de limpeza dos edifícios municipais.Os protolocos de delegação de competências para 2012 que a Au-tarquia celebrou com as oito juntas de freguesia envolvem agora, para todo o ano, um montante de 2 milhões, 268 mil e 807 euros.

Descentralização reforça verbas

O projeto “Ouvir a População, Construir o Futuro”, que levou o Exe-cutivo municipal a percorrer minuciosamente todas as freguesias para levantamento de necessidades, com quatro centenas de visitas e reuniões, encerrou o primeiro ciclo de trabalho, desenvolvido ao longo de quase dois anos.Em abril, em duas sessões de discussão pública do trabalho de ter-reno feito na freguesia de São Sebastião, a última deste ciclo, a pre-sidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, divulgou os investimentos programados para a zona.A Autarquia deu conta da resolução de problemas registados em es-tabelecimentos de ensino, divulgando várias intervenções já execu-tadas, como a adaptação de instalações sanitárias para crianças por-tadoras de deficiências, reparações em edifícios e fornecimento de um monobloco para atividades extracurriculares. Noutras áreas de intervenção, a autarca esclareceu que a Câmara Municipal “vai conseguindo, dentro das possibilidades, executar algu-mas obras”, enquanto outras, de maior dimensão, demoram mais tempo devido aos avultados investimentos necessários.O projeto “Ouvir a População, Construir o Futuro” é uma operação de aproximação dos munícipes da gestão autárquica, iniciada em 2010, que levou Executivo municipal e corpo técnico da edilidade a percorrer, com minúcia, todas as freguesias de Setúbal, para inven-tariação de necessidades e realização de reuniões com a população.Maria das Dores Meira faz um balanço “extremamente positivo” deste projeto, com “imensas mais-valias para a população”, consideran-do que constitui “um trabalho conjunto com as juntas de freguesia que ajudou a solucionar inúmeros problemas, alguns que se arrastavam há largos anos”.O “Ouvir a População, Construir o Futuro”, “uma grande aprendiza-gem para todos”, fica marcado por 258 atendimentos a munícipes, 107 visitas a estabelecimentos de ensino, 217 a coletividades e institui-ções de solidariedade social e 75 a empresas.“Foram muitos quilómetros percorridos no Concelho, sempre próximos da população. É a nossa maneira de trabalhar e de estar na gestão autárqui-ca”, salienta a autarca.

Ao encontro da população

Um parque lúdico-desportivo foi construído numa área habitacional do Vale Ana Gomes, obra para usufruto da população que melhora a qualidade de vida da população residente nesta zona da cidade. O Parque Desportivo e Recreativo do Vale Ana Gomes, ins-talado na Praça da Liberdade, é composto por duas áreas de utilização distintas, com um rinque de futebol e um equi-pamento infantil.A reutilização de materiais do antigo Mercado Abastecedor de Setúbal para instala-ção da vedação do parque, após tratamento nas ofi-cinas camarárias de Po-çoilos, foi um exemplo do “trabalho de imaginação e poupança para o Município” sublinhado pela presiden-te da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, na inauguração, a 25 de abril, iniciativa inte-grada nas comemorações dos 38 anos da Revolução dos Cravos.

Parque serve Vale Ana Gomes

mente por intermédio da Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense.Além da presidente da Junta de S. Lourenço, a cerimónia de inauguração contou com a presença da presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, tendo o palco sido estreado com as atuações da banda e do grupo coral da Perpétua Azeitonense.O Azeitão Bacalhôa Parque, com 23 mil metros quadrados de área total, localizado junto da Estrada Nacional 10, está também equipado com um quiosque dotado de esplanada, um parque infantil, aparelhos de exercício físico e áreas pedonais.Oliveiras milenares, doadas pela Bacalhôa Vinhos de Por-tugal, são outro dos vários atrativos deste espaço verde de lazer que serve de ponto de encontro de famílias, inaugu-rado a 25 de abril de 2011.

A obra foi executada em cerca de quatro meses pela Junta de Freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra, com o apoio da Autarquia, que elaborou o projeto e cedeu alguns materiais, e de algumas empresas da região, num investi-mento superior a 60 mil euros.“Esta é uma obra importante e para ser utilizada por todos os moradores desta área, que não estava prevista no loteamento”, vincou o presidente da Junta de Freguesia, Luís Custódio.O autarca, alertando para a necessidade de “serem as pró-

prias pessoas a preservar o novo equipamento”, elogiou a política de delegação de competências da Câmara Municipal nas juntas de freguesia, por este tipo de obras.O novo espaço criado no Vale Ana Gomes inclui ainda áreas ajardinadas e acessibilidades pedo-nais, com recurso a pavi-mento de pavet, materiais reaproveitados de outro equipamento.

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guesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra, entretanto adiadas.A “Setúbal Mais Bonita” conta com muito mais do que o envolvimen-to de voluntários. Várias empresas e instituições apoiam a iniciativa no âmbito do mecenato, como os comerciantes do Mercado do Li-vramento e o Pingo Doce, que con-tribuíram com produtos para os lanches distribuídos pelos partici-pantes no fim de semana de 26 e 27 de maio.Esta edição do projeto contou com o patrocínio especial da Dyrup, empresa que contribuiu com a ce-dência de 17 mil litros de tinta, uma

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ais de sete mil pessoas associaram--se, em maio, à segunda edição da “Setúbal Mais Bonita”, campanha desenvolvida pela Câmara Munici-pal em que, com o trabalho volun-tário, se faz a requalificação e o em-belezamento de mobiliário urbano, jardins e fachadas de edifícios.Tal como em 2011, ano de arran-que do projeto, a organização in-centivou a população a apresentar propostas de requalificação de es-paços públicos, realizando poste-riormente uma triagem das inter-venções exequíveis para as poder colocar em prática.Cerca de 200 projetos destinados às oito freguesias do Concelho in-tegram a “Setúbal Mais Bonita” de 2012, com especial destaque para as ações desenvolvidas nos bairros da Bela Vista e do Centro Histórico, em particular no Troino.A presidente da Autarquia, Maria

A beleza vem de dentroA união voltou a fazer do bonito. Milhares de

voluntários, com espírito de cidadania e de entreajuda, juntaram-se à Câmara Municipal e juntas de freguesia para que o espaço público, aquele que é de todos, fique mais agradável. Foi

o regresso de um projeto que apela à participação cidadã no envolvimento do trabalho comunitário. A continuação de uma campanha que embeleza a

cidade e o campo e que eleva a autoestima e o orgulho de se ser setubalense. Foi a reedição de um projeto que

veio para ficar. Foi e é a “Setúbal Mais Bonita”

das Dores Meira, salientou no de-curso dos trabalhos que aquelas zonas representam os pontos altos da campanha. “Na requalificação do Centro Histórico estão lá duas asso-ciações, uma formal, a SEIES, outra informal, a ‘Festrroino’. Na Bela Vis-ta são os moradores. É um trabalho imenso e muito bonito de envolvimen-to das pessoas para tornar aquelas zo-nas de Setúbal locais melhores para se estar e viver.”Embora a campanha ocorra durante vários meses, o ponto alto do pro-jeto de participação cidadã foi en-tre 25 e 27 de maio, com inúmeras intervenções a realizarem-se em simultâneo em seis das oito fregue-sias do Concelho.Antes, no dia 19, foi a vez de S. Lou-renço, que contou com a partici-pação de mais de uma centena de voluntários, incluindo figuras pú-blicas como Herman José e Telma

Santos, na execução de trabalhos de pintura e embelezamento e na plantação de arbustos.As tarefas realizadas na freguesia incidiram na plantação de 400 li-gustros na Bassaqueira e na pintura de muros no “rossio” de Vila No-gueira de Azeitão e zona envolvente, do exterior da Igreja de S. Louren-ço, de um edifício da Câmara Muni-cipal ao lado do Museu Sebastião da Gama e de um abrigo de passageiros em Oleiros. Algumas das ações pre-vistas realizaram-se ainda no fim de semana de 26 e 27.Por concretizar estão ainda as in-tervenções previstas para a fre-

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parte oferecida e outra vendida a preço de custo.Maria das Dores Meira anunciou que o apoio da marca se estende igualmente a duas ações em parti-cular. “A Dyrup vai requalificar uma lancha doada à Autarquia e que ser-virá de local de animação na Praia da Saúde e irá pintar o edifício do Banco de Portugal”, um dos patrimónios emblemáticos da Avenida Luísa Todi.O porta-voz da Dyrup, Nuno Ferrei-ra Pires, destacou a originalidade do “Setúbal Mais Bonita”. “Desafio a encontrar no País uma ação que leve para a rua sete mil voluntários

Cerca de seis mil pessoas, prin-cipalmente alunos de estabeleci-mentos de ensino do Concelho, embelezaram no dia 25 de maio mais de três dezenas de escolas do Concelho no âmbito da “Setúbal Mais Bonita”.Pelas 11h30 o sol ia alto e a Soraia, 10 anos, a pintar desde as 09h00 um dos muros da EB 2,3+S da Bela Vista juntamente com duas deze-nas de colegas, não perdia o âni-mo: “Não estou nada cansada. Isto está a ser giro.” A jovem Soraia é um dos muitos exemplos a abraçar na plenitude o espírito da campanha de participação cidadã.A presidente da Câmara Munici-pal, Maria das Dores Meira, em visita a algumas das escolas ade-rentes, sublinhava os princípios pretendidos com o projeto. “Estão todos motivados em fazer de Setúbal uma cidade e um concelho muito mais bonitos”, garantiu, referin-do-se tanto ao empenho dos mais novos, como dos próprios adultos.A autoestima na população refle-te-se inclusivamente nas crian-ças. A professora Ana Sousa, da escola da Bela Vista, observava que, “quando os folhetos desta edi-ção foram distribuídos, houve vários miúdos que disseram que já tinham participado [em 2011] e quiseram logo envolver-se este ano”.O Tiago, 11 anos, aluno na EB1 do Monte Belo, dava pulos quase nervosos enquanto segurava uma trincha ainda seca. “Quero pintar qualquer coisa. Não tenho preferên-cia. Posso pintar qualquer coisa.” E o Tiago lá pintou, juntamente com tantos outros colegas. A professora Manuela Monteiro é taxativa no efeito da “Setúbal Mais Bonita” nos mais jovens.

Lição de cidadania

“Nota-se o empenho e o gosto das crianças em participar e estou con-vencida de que o espírito da iniciati-va chega às famílias através delas”, sintetizava.Os exemplos multiplicaram-se ao longo do dia 25. Na EB1 do Peixe Frito foram pintadas centenas de metros de muro por cerca de 250 alunos e a professora Sílvia Mar-tinez já pensava na altura em que seria “preciso reeducar os miúdos, recordando que há que estimar o tra-balho de todos”.Já a EB1 das Areias ganhou uma nova mascote, um simpático ca-melo pintado à entrada da esco-la, que beneficiou entretanto da companhia de um muro pintado de fresco, assim como de um mu-ral com várias ilustrações.Mesmo com a campanha a dedicar a sexta-feira aos estabelecimentos de ensino, foram várias as escolas onde se realizaram pinturas no fim de semana de 26 e 27 de maio.No Jardim de Infância de Setúbal a azáfama foi grande no sábado e, entre técnicos de educação, crian-ças e encarregados de educação, ninguém parou para descansar.Rita Pereira Rosado, mãe de uma das crianças do jardim de infân-cia, trocou o dia de trabalho no emprego de maneira a poder par-ticipar na iniciativa.“O espaço onde os nossos filhos cres-cem merece este esforço”, frisou, acrescentando que “o resultado fi-nal está a ser muito gratificante”.Tudo porque, reforçou, “na segun-da-feira os pais vêm com outra von-tade com as crianças para o jardim de infância”. Este é o objetivo da campanha para toda a população do Concelho, acordar satisfeita todos os dias do ano em Setúbal.

A beleza vem de dentroque sintam a cidade como sua e que a queiram reabilitar em conjunto com a câmara municipal.”O responsável da empresa conside-ra que o projeto é “um exemplo” para o resto do País e que, por isso, deve ser replicado noutros concelhos.

Amor à camisola

Pintura, reparação e limpeza, em muros, mobiliário urbano, jardins e fachadas de edifícios são algumas das tarefas desenvolvidas no âmbi-to da “Setúbal Mais Bonita”.No Bairro de Troino, Ana Leiria e a filha pintaram na parede de um edi-fício um poema de uma autora local.“Interessa-me participar nas inicia-tivas que se realizam no meu bairro. É amor à camisola. A vizinhança tam-bém gosta da ideia e há muita gente a arregaçar as mangas”, sublinhou a artesã setubalense.Na frente ribeirinha, defronte da Praia da Saúde, onde foi feita lim-peza do areal, Pedro Vercesi e Pedro Pereira deram início a 26 de maio, um sábado, à pintura de um mural com aproximadamente 140 metros quadrados de área e que levaria cer-ca de duas semanas a concluir.A pintura do mural, inspirado na Serra da Arrábida e no mar, teve o auxílio de vários amigos dos auto-res. “Tudo funciona de boca a boca. Quem puder aparecer, aparece e é bem-vindo”, explicou Vercesi.No Jardim da Algodeia e em deter-minadas zonas de Monte Belo Nor-te, voluntários e técnicos da Câmara Municipal fizeram desmatação, ar-ranjaram, limparam e plantaram es-pécies autóctones em zonas verdes.

Sérgio Gaspar, responsável pelas equipas de jardinagem da Câmara, sublinhou a participação da popu-lação em locais como a Algodeia. “Houve tantos pais e filhos a parti-cipar que foi necessário providenciar mais árvores para serem plantadas no jardim”, frisou.Envolvimento também constatado pelo vereador André Martins, que observou “grandes movimentações de pessoas um pouco por todo o Conce-lho”, acrescentando que, “numa al-tura tão especial como esta que o País atravessa, é ainda mais importante as pessoas acreditarem nestas ações”.André Martins interveio no Largo da Ribeira Velha, onde, acompa-nhado dos vereadores Pisco Lopes e Carla Guerreiro, entre outros vo-luntários, contribuiu para a pintura do túnel centenário e do pequeno muro que circunda a base da árvore com a maior copa do Concelho, em pleno Centro Histórico de Setúbal.O frenesim do voluntariado sen-tiu-se, de resto, em todo o Conce-lho. Enquanto o voluntário André Antunes foi um dos que lixaram e envernizaram bancos públicos no Largo da Misericórdia, no coração da cidade, na bucólica freguesia do Sado uma centena de elementos do Agrupamento de Escuteiros 1359 pintou muros, retiros de autocarros e parques infantis.“As pessoas não devem estar à espera que seja sempre a máquina do Estado ou uma entidade divina a intervir”, defendia, dias antes do grande fim de semana, na ação em S. Lourenço, Herman José, que vê no espírito de voluntariado “uma forma para que as coisas aconteçam”.

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pequeno jardim na galeria do prédio da Bela Vista abre as portas à casa de Eduarda Fernandes. As plantas são tratadas com o mesmo cuidado de sempre, vai para trinta anos, todas as manhãs, mas agora com outro verde, mais reluzente entre as cores vivas que começam a aparecer no bairro, também com o contributo desta moradora.Eduarda Fernandes, 49 anos, reside na Bela Vista há quase trinta. Saiu de uma quinta na zona da Azeda de-pois de casar para morar no “Bairro Amarelo”, onde tem orgulho em vi-ver. Foi uma das primeiras morado-ras a arregaçar as mangas e a meter mãos à obra para cuidar daquilo que também lhe pertence.A Câmara Municipal oferece os ma-teriais e apoia a população no que for preciso, os moradores fornecem a mão de obra e as novas ideias a de-senvolver. Foi preciso alguns darem

Orgulho na mudança da Bela VistaHá trinta anos que a Bela Vista não tinha cores vivas. Edifícios

pintados de fresco dão uma vida nova ao

espaço e reforçam o sentimento de pertença

de quem ali vive. A construção de um sítio

melhor é feita pela união dos moradores,

juntos em trabalhos de recuperação de

prédios mas também em momentos de

convívio e animação multicultural nas ruas. Com o programa “Nosso

Bairro, Nossa Cidade”, a mudança chegou e

veio para ficar

os primeiros passos para outros se convencerem a participar. A união faz a força e a Bela Vista já ostenta tons de mudança.Para Eduarda, tudo começou há cer-ca de um ano, num contacto com um técnico municipal, a solicitar tintas para pintura da galeria da habitação. Três latas foram entregues, a pintura executada. As tintas deram para re-novar o amarelo das escadas do blo-co 9 com a ajuda de vizinhos. Ao início foram poucos. Agora, fica atrapalhada com tantos pedidos da vizinhança. “Arranjem-me tinta que eu falo com as pessoas para pintar os prédios”, solta, orgulhosa, que, com a ajuda de um vizinho, está a recupe-rar as áreas comuns do edifício.O prédio limpo e mais bonito dá um novo ânimo à alma, assim como ao pequeno jardim que mantém. “As-sim que estiver tudo pintado e arran-jado temos um prédio novo”, salienta.

Com tristeza, desabafa “que ainda há pessoas que não ajudam e destroem o que é feito”, facto que não a desmo-tiva nem a desvia do futuro que am-biciona para o bairro, confiante de que “as mentalidades vão acabar por mudar”.A recuperação e pintura de prédios é apenas uma das ações dinamizadas com o “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, que junta moradores, técnicos mu-nicipais e perto de três dezenas de entidades sediadas num território abrangido pelos bairros da Bela Vis-ta, Alameda das Palmeiras, Forte da Bela Vista, Manteigadas e Quinta de Santo António. “A Autarquia não tem meios para fazer tudo até porque tem muitos bairros so-ciais ao seu cuidado. Devemos ajudar, sobretudo nos interiores, para preser-var o nosso património”, frisa Eduar-da Fernandes, “mais motivada para continuar a desenvolver estas ações” ao

Oouvir inúmeros comentários a elo-giar o trabalho que está a acontecer.

Bairro em movimento

Uma das mais recentes atividades em que esta moradora se envolveu foi o “Desporto na Rua”, com inicia-tivas desportivas e dança, realizada em meados de maio, com a partici-pação de mais de duas centenas de pessoas em momentos de animação e convívio multicultural que “mexe-ram” com a Bela Vista.São as pessoas que decidem o que fazer, quando e como, para mudar o bairro onde vivem, por uma comu-nidade melhor. Esta é uma das pre-missas do programa municipal, um “desafio aliciante” que seduziu Teresa Diogo, massagista de profissão, de momento desempregada, outra das pessoas que fazem a diferença na Bela Vista. “Agora, este já é o meu bairro. Achava que estava aqui de passagem e que iria voltar para Angola. Ganhei o senti-mento de pertença e decidi que tinha de fazer algo e saborear a comunidade”, vinca esta angolana, a viver na Bela Vista há seis anos, agora também envolvida em diversas ações. A chegada de maiores responsa-bilidades e de mais trabalho não a assusta. Pelo contrário. Faz as coi-sas com gosto, sente-se valorizada e com vontade de mostrar aquilo que sabe fazer. E fá-lo pelos amigos, pela

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Orgulho na mudança da Bela VistaPopulação

conhece programa

A participação ativa e permanente dos moradores em ações de me-lhoria dos bairros está a mudar a realidade social da Bela Vista e zona envolvente. Com o projeto “Nosso Bairro, Nossa Cidade” são as pessoas que decidem o que fa-zer, quando e como, para melhorar a comunidade onde vivem.“Queremos que os moradores sejam os protagonistas desta mudança que pretendemos fazer no território”, sa-lientou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, na apresentação do programa, no final de abril, no Parque Verde da Bela Vista.A autarca, ao vincar “o novo olhar que todos vão dar à Bela Vista”, re-forçou que nesta “nova abordagem da realidade” da habitação social, “nunca como hoje, na história destes bairros, a intervenção municipal e das várias instituições que aqui ope-ram foi tão concertada”.O “Nosso Bairro, Nossa Cidade” está organizado em cinco eixos

de prioridade que incidem na in-tervenção com jovens e/ou pro-posta por jovens, na promoção da educação, formação e emprego na comunidade, no fomento de ações comunitárias, no desenvolvimento dos processos de participação e na melhoria da imagem e visibilidade dos territórios. Maria das Dores Meira reforçou também que, “mais do que destinar grandes fatias do orçamento munici-pal à intervenção nos bairros sociais, é fundamental mudar a forma como as pessoas que aqui vivem percecionam o seu bairro e o que podem fazer por ele”.

O “Nosso Bairro, Nossa Cidade” assenta na ideia de que toda a ação deverá ser protagonizada pelos moradores e geradora de parti-cipação das pessoas nas decisões que a elas e à sua comunidade di-zem respeito, promovendo a au-tonomia, a responsabilidade e o crescimento coletivo.“Acreditamos nas pessoas, que são parte da resolução dos problemas”, realçou a autarca, vincando que “só com a participação de todos os mora-dores e com o reforço das ações insti-tucionais será possível transformar estes bairros, onde todos têm lugar”.

família, pela comunidade e por ela própria, para mudar uma imagem que, assegura, não corresponde à realidade. “Quero estar envolvida em tudo, desde que seja bom e positivo, para ajudar a quebrar alguns estigmas e más ideias que existem sobre o bairro”, destaca a moradora, responsável pela forma-ção do grupo “Juventude Mulher”, que promove atividades de dança e trata da comunicação e divulgação das iniciativas a decorrer na Bela Vista. “Os rapazes viram as meninas e também quiseram vir”, soltou, com gargalhadas.No “Desporto na Rua” dinamizou uma atividade de danças africanas. “Envolveu muitas pessoas e etnias. Lançámos o desafio à comunidade cigana há recetividade para participar numa próxima edição”, revela, com esperança num futuro melhor. “Os miúdos já perguntam qual vai ser a próxima atividade. É muito bonito ver que eles estão a ganhar vida e que dei-xam aquele marasmo de sair da escola e vaguear por aí.”A realização do “Torneio Fire Ball”, com jovens dos vários bairros so-ciais, a organização de condomínios para gestão e manutenção dos pré-dios, a dinamização dos “Serões Co-munitários”, espaço de debate entre moradores, e a execução de peque-nas obras de apoio à zona são ações do “Nosso Bairro, Nossa Cidade” já concretizadas.

“Sentimos uma boa recetividade. A Câmara quer trabalhar e quer que nós mostremos trabalho”, frisa Teresa Diogo, já a colaborar também na recém-criada Acomanse – Associa-ção da Comunidade Angolana em Setúbal. Esta é a renovada visão para recon-figurar a realidade dos bairros so-ciais da zona da Bela Vista, um novo ciclo na vida das populações, que passam a ter um papel mais deter-minante no processo decisivo e nas tarefas necessárias à materialização das ações.

Portas meio-abertas

Motivação não falta a vários mora-dores, sobretudo aos impulsiona-dores da mudança e na procura de um bairro melhor. É o caso de Ma-nuela Fuzeta, 45 anos, ao estar mais perto o sonho de ver a Alameda das Palmeiras, bairro onde vive há 12 anos, pintada de novo.As tintas já estão prometidas e reco-nhece o esforço da Autarquia com a execução de algumas obras, como a construção de novas acessibilidades no bairro e a colocação de marcos de água, ambas concretizadas pelo programa RUBE – Regeneração Ur-bana da Bela Vista e Zona Envolven-te. Mas ainda é pouco. Quer mais, e envolveu-se no “Nosso Bairro, Nos-sa Cidade” para o conseguir. “Tenho muitas ideias, agora falta é

pô-las em prática. Temos de levar este projeto muito a sério e tudo o que está a ser feito é muito positivo para a co-munidade”, vinca a moradora, re-cebendo a concordância de vizinhos que a escutam atentamente.O apoio à população idosa, na administração de medicamentos, ali mentação e até companhia para evitar a solidão, faz parte do dia a dia de Manuela, principal dinami-zadora dos passeios “Descobrir em Comunidade”, com visitas a vários locais do País. O primeiro é sempre a Fátima, para que os outros corram bem.Gosta de morar na Alameda das Palmeiras, com o marido e os dois filhos. Para já, o objetivo prioritá-rio está definido. “As pinturas, para ver estes prédios lindos por dentro e por fora. Depois, é trabalhar para requa-lificar os pátios”, indica, adiantando que o convívio com a vizinhança é essencial para recolher ideias e opi-niões. “Estas ações podem e já estão a mudar a Bela Vista, sobretudo com os jovens, que começam a encarar a comunida-de de uma outra forma”, com a rea-lização de várias atividades, como a pintura de graffiti de “natureza urbana”, em cinco armários da EDP instalados no bairro.“As portas da Bela Vista estão meio--abertas, falta abri-las totalmente. Vou lutar para que isso aconteça. E vou conseguir.”

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LIMPEZA. Bastaram três horas para sessenta pessoas retirarem uma tonelada de lixo das praias de Albarquel e da Figueirinha. Na ação “Amar Setúbal”, a 2 de junho, organizada pela associação APAMB, pelo movimento cívico MarAzul e pela Autarquia, os voluntários encontraram vidro, plástico, cartão, papel, madeira, embalagens e pontas de cigarros, mas também fraldas, roupa, cordas, preservativos, tampões e pensos higiénicos.

A necessidade de proteção e valorização da biodiversidade do território foi salientada pela presidente da Câmara Municipal num encontro de apre-sentação de resultados do plano de ação para a salvaguarda e monitorização da população de roazes do Estuário do Sado.Na iniciativa, realizada na Casa da Baía, a 22 de maio, no âmbito do Dia Internacional da Diversidade Biológica, com organização do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) e apoio da Autarquia, Maria das Dores Meira enalteceu o trabalho que está a ser preparado para tornar o “Bem” Arrábida em Património Mundial Misto e reconheceu o “es-forço de várias empresas na minimização de efeitos nocivos no rio Sado”, admi-tindo, contudo, que “continua a haver algumas ameaças” por eliminar. O secretário de Estado Daniel Campelo elogiou a “vontade do Município em partilhar as responsabilidades de gestão e proteção de áreas com uma grande biodiversidade” e sublinhou a necessidade de “uma cidadania ativa” para a manutenção desta riqueza natural.“Setúbal é um santuário da biodiversidade”, salientou o governante, que clas-sificou o plano de ação para os roazes do Sado como “um bom exemplo daqui-lo que é necessário fazer para preservar a diversidade biológica”. No encontro foram divulgadas as linhas orientadoras deste plano de ação que está a ser desenvolvido para travar o declínio da comunidade de golfi-nhos que habita o Sado, composta por 27 animais.“Elegemos os golfinhos roazes para celebrar este dia pela importância desta co-munidade”, destacou a presidente do ICNB, Paula Sarmento, revelando que esta constituiu uma oportunidade para apresentar “os resultados de um ano de trabalho como forma de envolver os vários agentes” presentes na iniciativa.Após o encontro, a ministra do Ambiente, Assunção Cristas, juntou-se aos participantes num passeio no galeão Pego do Altar de observação dos gol-finhos do Sado.

Biodiversidade ajuda a preservar golfinhos

Maré humana protege praia

As soluções ambientalmente sus-tentáveis foram promovidas na pri-meira edição do “Setúbal Concelho Sustentável”, realizada entre 18 e 20 de maio, com uma mostra de inova-ções tecnológicas e venda de pro-dutos biológicos, uma conferência, palestras, visitas e passeios. Alguns exemplos de inovações tec-nológicas que respeitam o concei-to de sustentabilidade ambiental ganharam visibilidade numa feira instalada na placa central da Ave-nida Luísa Todi, numa área próxima da Casa da Baía, com perto de duas dezenas de stands.Novos veículos totalmente elétri-cos, soluções de construção civil energeticamente eficientes e equi-pamentos de conversão de carros convencionais para veículos elétri-cos, com recurso a baterias de lítio, foram alguns dos pontos de inte-resse do certame.O trabalho desenvolvido pelas em-presas locais ao nível das boas prá-ticas ambientais esteve igualmente em destaque na feira.A introdução de tecnologia energe-ticamente eficiente em vários equi-

Inovação sustenta futuroAs soluções para um território melhor foram apresentadas num certame de três dias. A primeira edição do “Setúbal Concelho Sustentável” pôs técnicos, serviços e empresas a discutir exemplos que podem tornar o amanhã mais amigo do ambiente

pamentos públicos do Concelho, como luminárias e semáforos LED, foi um dos investimentos dados a conhecer num dos stands dinami-zados pela Câmara Municipal de Setúbal. Noutro, os espaços verdes e os novos recursos que estão a ser introduzidos nesta área ganharam

nova visibilidade perante muníci-pes e visitantes.Num dos pontos altos do programa, a conferência realizada na Casa da Baía, o vereador do Ambiente, Ma-nuel Pisco, destacou a importância da “partilha e troca de conhecimentos sobre boas práticas ambientais”.

O autarca vincou que “Setúbal deve ser um palco de excelência para o debate destas questões” porque está enqua-drado “num meio de natureza protegi-do”, aludindo à Arrábida, candidata a Património Mundial Misto.“Este espaço de debate possibilita uma atualização do que está a ser feito, na região e no País, ao nível das políticas e sustentabilidade ambiental”, desta-cou o vereador, reforçando a neces-sidade de se implementar, decisi-vamente, boas práticas ambientais para “um equilíbrio ecológico”.

Eficiência mais barata

As cidades sustentáveis e os princí-pios inerentes à sua criação estive-ram no centro de uma apresentação dinamizada por João Farinha, da Faculdade de Ciências e Tecnolo-gias da Universidade Nova de Lis-boa. “A criação de cidades sustentá-veis é complexa e exige uma estreita articulação de competências nesta área”, defendeu.O trabalho dinamizado pela ENA – Agência de Energia da Arrábida na promoção de boas práticas ambien-

Lâminas de barbear, uma lata de produto de limpeza de móveis e até fraldas descartáveis foram recolhidas por cerca de 130 alu-nos, de quatro escolas, na Fi-gueirinha, durante a ação “Maré Humana”, realizada a 12 de maio.A iniciativa, de sensibilização para a proteção costeira e da biodiversidade, organizada pela Associa-ção Bandeira Azul da Europa e patrocinada pela Buondi, marca Nestlé, decorreu em vinte praias portuguesas, contando, a nível local, com o apoio da Câmara Municipal e a participação das escolas básicas 2,3 Luísa Todi e de Azeitão, da secundária D. Manuel Martins e da Escola Profissional de Setúbal, além de famílias. Distribuídos 50 sacos de 120 litros, amarelos e pretos, luvas e pinças, os jovens percorreram o areal da Figueiri-nha para uma recolha seletiva do lixo.André Carvalho, da EB 2,3 Luísa Todi, não estava “à espera de encontrar um saco com fral-das sujas”. Criticando a “pouca consciência ambiental” e o facto de as pessoas estarem “pouco envolvidas”, deixou um apelo aos pais: “Se querem que os vossos filhos e netos vivam fe-lizes e mais tempo neste mundo, não poluam.”O estudante, de 16 anos, surpreendido por ver uma garrafa de sumo, meio-cheia, na

areia, salientou a necessidade de reflexão para as questões ambientais: “Tentem deixar o mundo melhor do que como o encontraram.”Enquanto metade dos alunos retirava o lixo, depositado no final na central de composta-gem da Amarsul, a outra dedicava-se a cons-truir na areia espécies marinhas. Caran-guejo, golfinho, sardinha e cavalo-marinho foram recriadas, mas a tartaruga da Escola Profissional de Setúbal sobressaiu. Os alunos desta escola venceram ainda uma gincana de sensibilização para as preocupa-ções relacionadas, por exemplo, com o sol, a água, a segurança e a biodiversidade.Os prémios, oferecidos pela Simarsul, foram entregues aos vencedores pelo verea dor do Ambiente, Manuel Pisco. Antes da demons-tração de uma coreografia e da formação de um cordão humano com os participantes da iniciativa e frequentadores da praia, houve um alerta para a exposição excessiva ao sol.

tais também fez parte das temáticas de debate da conferência, cabendo a Orlando Paraíba apresentar alguns dos projetos já implementados e outros em fase de desenvolvimen-to, com destaque para o “Jardim das Energias”, a implementar no es-paço verde das Escarpas de Santos Nicolau, com a criação de uma área interpretativa sobre as energias re-nováveis, com ligação à comunida-de escolar.Carlos Durval, técnico da Câmara Municipal, deu conta dos investi-mentos da Autarquia em tecnologia mais eficiente e que implica uma redução na fatura energética da iluminação pública e dos custos de funcionamento dos edifícios mu-nicipais.A sustentabilidade ambiental ado-tada pela Autarquia é alargada aos jardins, “locais importantes que permitem solucionar problemas rela-cionados com o crescimento desorga-nizado das cidades e tornam as áreas urbanas com melhores condições de habitabilidade”, sublinhou o che-fe da Divisão de Espaços Verdes da Autarquia, Sérgio Gaspar.

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A Casa da Baía, equipamento municipal com eventos culturais regulares e atividades de mostra e venda de produtos da região, foi no-meada o melhor agente de animação turística da área de Lisboa e Vale do Tejo.A distinção foi anunciada no dia 26 de maio numa cerimónia com perto de cem convida-dos realizada no Convento de Cristo, em To-mar, organizada pelo Turismo Lisboa e Vale do Tejo.O prémio de melhor agen-te de animação turística, recebido pela presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, foi atribuído por um júri especializado es-colhido por aquele orga-nismo governamental.Os eventos culturais do programa “Noites da Baía”, entre julho e dezembro, com música, poesia, teatro e dança, e a dinamização de iniciativas de promoção

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A procura de soluções criativas na utilização da casta moscatel para a conceção de produ-tos inovadores, importante fator de promo-ção regional, foi apontada no âmbito das co-memorações do primeiro “Dia do Moscatel”, instituído a 10 de maio, num evento realizado na Casa da Baía. Na iniciativa, o vereador André Martins, da Câmara Municipal, enalteceu a importância deste “produto de excelência, único no mundo e uma referência internacional que muito tem contribuído para a promoção da região”.Para o autarca, o sucesso da implantação internacional do moscatel enquanto mar-ca própria de uma região demarcada “é uma justa recompensa pelo esforço dos produtores que

Setúbal celebra moscatelAs potencialidades da casta moscatel são exploradas com a conceção de produtos inéditos, como uma nova aguardente, apresentada na celebração do primeiro “Dia do Moscatel”. Provas vínicas, um curso e um workshop exibiram a importância deste vinho generoso para a região

ao longo dos últimos anos têm trabalhado em conjunto e sido capazes de encontrar soluções inovadoras a partir de um produto com enormes potencialidades”, com vinhos medalhados em inúmeras ocasiões.

Aguardente inédita

A marcar a celebração foi apresentada a aguardente de moscatel “Amus”, da Adega Cooperativa de Palmela, inédita no género, obtida a partir da destilação em alambique de cobre de massas da casta moscatel, que, an-tes, permaneceram em maceração em aguar-dante vínica, processo que confere à bebida um aroma a figos secos.

Provas de moscatel e bebidas confecionadas pelos alunos da Escola de Hotelaria e Turis-mo de Setúbal e um workshop que ensinou a distinguir entre as diferentes marcas e as respetivas características, conduzido pela Confraria do Moscatel, foram dinamizados nesta iniciativa. Em paralelo, a loja de vinhos da Casa da Baía praticou preços promocionais na garrafeira de moscatel.O “Dia do Moscatel”, organizado no âmbito do programa municipal “Viva o Vinum”, de pro-moção enoturística da região, contou ainda com o curso “O Moscatel e o Chocolate” para exploração das potencialidades dos sabores dos vários tipos de chocolates e de moscatel existentes.

Nas formas mais tradicionais ou com requin-te de inovação, o choco esteve em destaque em 54 restaurantes, na primeira edição de um festival de promoção deste cefalópode, com sessões de degustação e “live cooking”. Frito, guisado, assado ou com ervilhas, di-ferentes propostas gastronómicas foram degustadas de 25 de maio a 10 de junho no “Festival do Choco”, promovido pela Câmara Municipal em parceria com restaurantes e com os apoios da Lallemand e da Gásvari.Numa mostra e degustação de algumas das mais tradicionais receitas setubalenses de choco, na Casa da Baía, mais de uma cente-na de pessoas teve oportunidade de apreciar pratos como favada, feijoada e caldeirada de chocos do rio, salada de choco, chocos assa-dos com e sem tinta, ovas e choco frito.A iniciativa encerrou com uma sessão de “live cooking”, na Casa da Baía, dedicada ao estilo gourmet e à cozinha de fusão e criativa, a car-go dos chefs Paulo Barradas e Fernanda Ama-ro, com a presença de 80 pessoas.O ciclo de eventos de promoção da gastro-nomia local continua com o “Festival da Sar-dinha”, a realizar entre 28 de julho e 12 de agosto. Até ao final do ano são dinamizados festivais de marisco, ostra e salmonete.

Festival promovechoco

A vida no campo e o espírito de aldeia foram revividos na terceira edição da festa “Tradi-ções, Sabores e Aromas de Azeitão”, certame que destacou, entre os dias 25 e 27 de maio, vários produtos gastronómicos, vínicos e ar-tesanais da região da Arrábida.O mel, o queijo e o vinho, a doçaria, o artesa-nato e a fruta e os legumes foram alguns dos produtos espalhados pelas seis dezenas de stands presentes no certame, este ano dedi-cado à “Água”, que decorreu ao longo de três dias, no “rossio” de Vila Nogueira de Azeitão.

Certame recria Azeitão antiga

Casa da Baía premiadaA animação de rua, trazida pelas personagens “Manel da Horta e as Marias Caramelas”, foi uma presença constante no certame e per-mitiu aos visitantes observar os trajes tradi-cionais locais e ouvir expressões associadas à vida do campo, assente nas várias tarefas diá-rias dos aldeões de outros tempos.“Esta foi mais uma edição repleta de êxito e sem-pre a crescer de qualidade”, salientou a presi-dente da Junta de Freguesia de S. Lourenço, Celestina Neves, destacando os momentos de constante animação do certame e o movi-mento nas ruas e no comércio da vila.A autarca reforçou que todos os comerciantes estavam “extremamente satisfeitos pela partici-pação na festa, com resultados de vendas acima das expectativas”, sublinhando que o “Tradi-ções, Sabores e Aromas de Azeitão”, organi-zado pela Junta de Freguesia de São Lourenço, com o apoio da Câmara Municipal de Setúbal, foi “visitado por milhares de pessoas”, muitas de fora do Concelho.Animação infantil, jogos tradicionais, work-shops, ateliers e momentos de animação musical foram atividades dinamizadas nesta festa, cujo programa incluiu ainda uma ação de sensibilização ambiental e visitas guiadas a locais e empresas de Azeitão.

da gastronomia e da atividade vitivinícola da região foram elementos decisivos para a esco-lha da distinção.Na cerimónia, a Vertigem Azul, empresa ma-rítimo-turística fundada em 1998, pioneira na organização de passeios de barco para ob-servação da comunidade de golfinhos roazes que habitam no Sado, foi considerada o me-lhor operador turístico da região de Lisboa e Vale do Tejo.

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Concertos de artistas conceituados e espetá-culos produzidos pela população do Concelho pautaram o cartaz da segunda edição do Festi-val de Música de Setúbal, evento que decorreu entre 1 e 3 de junho, juntando o melhor da mú-sica profissional e amadora.O evento, que concilia no programa perfor-mances de artistas de renome com concertos protagonizados por crianças e adultos de dife-rentes origens sociais e culturais, contou com alguns momentos emotivos.Um dos melhores exemplos foi o concerto “A Visita de Hans Christian Andersen”, realizado no Auditório da Anunciada, no qual atuaram alunos do Grupo de Música Contemporânea do Conservatório Regional de Setúbal em con-junto com utentes do externato de ensino es-pecial “Rumo ao Sucesso”.António Laertes, que dirigiu o grupo do Con-servatório Regional, sublinhou no final que a cooperação com os utentes do Rumo ao Su-cesso “não foi nada difícil”, resumindo que “foi tudo uma experiência humana absolutamente fantástica”.A atuação surgiu como fruto de apenas dois me-ses de trabalho e “tudo de uma forma natural, sem qualquer tipo de dificul-dade”, salientou Pedro Condinho, coordenador do grupo do externato Rumo ao Sucesso.O Festival de Música de Setúbal, organizado pela fundação britânica The Helen Hamlyn Trust e pela Câmara Municipal, pontuou com concertos vários locais do Concelho.No dia 2, o festival foi de manhã ao Mercado do Livramento, emblemático espaço de comércio tradicional de Setúbal, onde Firmino Pascoal e Elizabet Oliveira soltaram ritmos da cultura portuguesa e da lusofonia africana. Já à noite, ambos os artistas voltaram a atuar, desta feita na Casa da Baía e acompanhados pelas respetivas bandas, dinamizando o espe-táculo “O Estrangeiro na Cidade”.A chuva impediu a realização plena do espe-táculo “Canções de Setúbal”, no dia 2 à tarde, mas o público que, apesar das condições ad-versas, se manteve no Auditório José Afonso foi brindado com algumas canções.O concerto, no formato original, adiado para 17 de junho, no Auditório da Anunciada, junta o Coral Infantil de Setúbal e grupos corais de diversas escolas e da associação APPACDM, dando corpo a um projeto, dirigido por Car-los Barreto Xavier, de apresentação do hino do

Música entoada a uma vozO Festival de Música de Setúbal voltou a juntar a população ao redor da criatividade e da arte.

O programa tem objetivos específicos. Crianças, adultos,

imigrantes, estudantes e pessoas com deficiência cantaram a uma

voz, aproveitando a linguagem universal da música. Pelo meio

atuaram também artistas de renome mundial

festival e de diversas canções que refletem a diversidade do património e a identidade cul-tural do Concelho.No álbum de recordações da segunda edição do certame ficaram também registadas as atuações do grupo de música antiga Concerto Atlântico, dirigido por Pedro Caldeira Cabral, no dia 1, e do coro britânico Contrapunctus, em estreia em Portugal e com direção de Owen Rees, conceituado especialista em música portuguesa, a 2 de junho.Pedro Carneiro, percussionista setubalense internacionalmente famoso na área da músi-ca erudita, voltou a atuar na terra natal, desta feita num concerto apresentado no dia 3, nos Claustros do Convento de Jesus, a encerrar o festival, e no qual contou com a participação de solistas da Orquestra de Câmara Portuguesa.O programa incluiu a banda da Sociedade Fi-larmónica Perpétua Azeitonense e solistas da Orquestra de Câmara Portuguesa na histórica Quinta da Bacalhôa, em Azeitão, assim como

as atuações do Coral Infantil de Setúbal, da Academia de Música e Belas-Artes Luísa Todi e do Conservatório Regio-nal de Setúbal no Audi-tório José Afonso.O Festival de Música abriu em grande com um desfile inaugural protagonizado por cerca de 1300 crianças de es-

colas de todos os agrupamentos do Concelho, cinco vezes mais do que na mesma iniciativa realizada na edição de 2011.O diretor artístico, Ian Ritchie, também res-ponsável pelo Festival de Música de Londres, no qual se inspira a versão setubalense, sa-lientou o envolvimento da comunidade na organização do certame, assim como os prin-cípios ecológicos inerentes ao festival de Se-túbal. “Não só se ouve música pelas ruas, como esta é feita a partir de materiais reciclados. Esta é a natureza de Setúbal, uma terra simplesmente maravilhosa.”Satisfação partilhada por Helen Hamlyn, a benemérita do evento. “Vemos as crianças a festejarem ao ritmo da música. Para a próxima edição, sim, já pensamos na próxima edição, que-remos começar a vê-los a tocar ainda melhor”, confessou.A presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, sublinhou o orgulho que tem na concretização no Concelho de um evento como o Festival de Música. “Estamos todos de parabéns. Isto é Setúbal”, concluiu.

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Duas exposições, uma palestra e um concerto assina-laram, em abril, as comemorações do 88.º aniversá-rio de Sebastião da Gama, numa iniciativa da Câmara Municipal. A relação da obra do poeta com a arte foi o tema da palestra, proferida por Baptista Pereira no Museu Sebastião da Gama, em Azeitão.O encontro, em que estiveram presentes amigos, familiares e leitores da obra de Sebastião da Gama, foi antecedido da inauguração de duas exposições em torno do autor de “Serra-Mãe”, nascido a 10 de abril de 1924 em Vila Nogueira de Azeitão.Quadros relacionados com o poeta, oferecidos à Au-tarquia pelos artistas plásticos Maria Paulina Ramos, José Mouga, José Freire, Esmeralda Duarte, Marina Fátima, Jayr Peny, Jorge Gabriel e Carlos Godinho, estiveram patentes no museu até ao final de maio.Além desta exposição, intitulada “Os artistas e Se-bastião da Gama”, foi inaugurada outra, “Poemas para os amigos”, com textos divulgados em várias publicações, numa seleção realizada por João Reis Ribeiro, da Associação Cultural Sebastião da Gama.As comemorações do aniversário do poeta, falecido a 7 de fevereiro de 1952, incluíram, ainda, nos Paços do Concelho, o concerto “Pelo sonho é que vamos”.A poesia de Sebastião da Gama esteve nas vozes de Carlos Medeiros, Elisabete Caramelo e João Com-pleto, em músicas inéditas compostas por Salvador Peres e Alexandre Murtinheira.

O cante voltou a entoar nas ruas da Baixa de Setúbal com o tradicional encontro de corais a reunir, a 12 de maio, grupos sadinos e de vários pontos do Alentejo.O “VII Encontro de Corais Alentejanos – Alentejo Abraça Setúbal”, organizado em parceria entre o Grupo Desportivo “O Independente” e a Câmara Municipal, incluiu o habitual desfile com os grupos participantes a cantar por ruas do Centro Histórico, entre o Largo da Misericórdia e a Praça de Bocage.Defronte dos Paços do Concelho, na Praça de Bocage, os sete corais deram um concerto, com cerca de uma hora de duração, em que cada conjunto entoou três modas.O encontro contou com a participação dos corais alen-tejanos “Os Amigos do Independente”, grupo anfitrião, “Casa do Povo de Nossa Senhora das Neves”, do conce-lho de Beja, “Casa do Povo de S. Luís”, do município de Odemira, “Os Trabalhadores de Alcáçovas”, concelho de Viana do Alentejo, e “Os Amigos dos Sadinos”, de Setúbal.A iniciativa evoca as tradições culturais do Alentejo em Setúbal, concelho onde reside uma vasta comunidade alentejana ou com origens naquela região.

A cumplicidade entre cinema e turismo, bem como a promoção do território entre o Cabo Espichel e a Serra da Arrábida estiveram em foco, entre 23 de maio e 3 de junho, com a estreia do festival Finis-terra.O certame, organizado pela empresa Falcão Azul e pelo IPA – Instituto Superior Autónomo de Estudos Politécnicos, com o apoio das câmaras municipais de Setúbal, Sesimbra e Palmela, tem como finali-dade a criação de sinergias na área do turismo com base nas produções cinematográficas, como filmes publicitários e documentários, promovendo a região envolvente da Arrábida como local privilegiado para atividades turísticas e produções de cinema.O diretor do “Finisterra – Arrábida Film Art & Tou-rism Festival”, Carlos Sargedas, sublinha que os ob-jetivos “foram claramente superados”, com mais de 2500 visitantes nas iniciativas promovidas nos con-celhos de Setúbal, Sesimbra, Palmela e Lisboa.Carlos Sargedas salienta ainda que, na sequência da realização do festival, já se estabeleceram contactos com profissionais de cinema de vários países, como Grécia, Bélgica e Estados Unidos, estando uma equi-pa de produção de Hollywood a auscultar a possibi-lidade de filmar um western na região da Arrábida.Para o evento, de cariz internacional, o diretor con-tava “com uns 20 a 30 filmes a concurso”, mas a realida-de mostrou-se bem diferente, tendo sido apresen-tado um total de 96 obras, provenientes de 18 países diferentes.O festival, no qual “já se trabalha na segunda edição”, foi inspirado num evento homónimo, dedicado à di-vulgação do Cabo Espichel, promovido pela Câmara Municipal de Sesimbra.

Pop rock vence na garagemO grupo The Ballis Band, de pop rock, venceu o 8.º Concurso de Ban-das de Garagem de Setúbal, realizado em março e que contou com uma das finais mais disputadas de sempre. Os Wind Koala, rock alternativo, fica-ram no quarto lugar e receberam o prémio Melhor Banda do Concelho. As duas bandas integram o cartaz de concertos da edição deste ano da Feira de Sant’Iago, a que se junta o grupo mais votado pelo público, os Until Death Dies, de metal, também de Setúbal.

Zeca inspira fotógrafosAndré Carvalho, com o primeiro lu-gar na categoria digital e a distinção para melhor fotografia, foi o gran-de vencedor da “9.ª Meia Maratona Fotográfica de Setúbal”, realizada a 10 de março. A iniciativa, organiza-da pela Câmara Municipal, contou com a participação de 50 fotógrafos amadores, que ao longo de 12 horas, percorreram o Concelho à procura das melhores imagens para ilustrar o tema principal, “Zeca Afonso”. Os 12 subtemas foram subordinados a álbuns do cantor de Abril.

Curtas paraas famíliasSessões de cinema e work-shops são algumas inicia-tivas do concurso Curtas Sadinas promovidas nas escolas e em salas de espe-táculos, com o objetivo de formar novos públicos. A exibição de filmes para as famílias e conversas com realizadores são outras ações programadas para este ano, a realizar em vá-rios espaços. A vertente competitiva foi cancelada este ano, por motivos fi-nanceiros, mas a Câmara Municipal e os parceiros na organização contam retomá-la em 2013.

Museusa toda a horaVisitas ao Centro Histórico, a exposições e aos espaços museológicos preencheram o programa municipal co-memorativo que assinalou, a 18 e 19 de maio, o Dia In-ternacional dos Museus e a Noite do Museus. As come-morações proporcionaram vários momentos coletivos de aprofundamento cultural, em particular na Noite dos Museus, data em que, como é hábito, os espaços museológicos estiveram abertos em período noturno. As atividades incluíram iniciativas orientadas para alunos de escolas do Concelho.

Abraço ao som do Alentejo

Lembrar o poeta da Arrábida

Cinema revela território

Sai uma bica e um concertoO ciclo de música “Café à Tarde” enriqueceu a pro-gramação da Casa da Baía, entre maio e junho, com concertos de curta duração durante as tardes dos fins de semana. A iniciativa, promovida pela Câmara Municipal, consiste na re-alização de pequenos concertos com a participação de alunos e professo-res do Conservatório Regional de Setúbal nesta primeira fase do projeto. Quartetos de saxofones e de cordas, ensembles de metais, de clarinetes, de flauta transversal, de violoncelos e de percussão, solo de piano e jovens violinistas do Conservatório Regional de Setúbal foram as propostas apre-sentadas durante os dois meses. As atuações do “Café à Tarde” são retoma-das em breve, com uma agenda a anunciar oportunamente.

MOVIMENTO. O Dia Mundial da Dança celebrou-se em Setúbal com demonstrações, aulas abertas e um campeonato regional, que se realizaram a 28 e 29 de abril. O programa comemorativo foi organizado pelo Município, em parceria com a escola Dança & Companhia, o Club Setubalense e o Centro Cultural e Desportivo de Brejos de Azeitão. Enquanto o Pavilhão da Juventude Azeitonense recebeu o 2.º Campeonato Regional de Setúbal de Danças de Salão, no Club Setubalense decorreram aulas abertas à população. Salsa, ritmos latinos e danças tradicionais europeias marcaram os compassos das comemorações.

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Nadadores dos cinco continentes competiram, nos dias 9 e 10 de ju-nho, por um lugar nos Jogos Olím-picos de Londres. Mais de cem ho-mens e mulheres tentaram, apenas trinta conseguiram. Arseniy La-vrentyev conquistou uma presença por Portugal, numa prova disputada no limite. O Sado foi o rio de todas das decisões. Arseniy Lavrentyev, nadador ucra-niano naturalizado português, ga-rantiu uma presença olímpica ao terminar em nono lugar a prova masculina da “FINA Olympic Ma-rathon Swim Qualifier 2012”, reali-zada no dia 10 de junho, a partir do Parque Urbano de Albarquel. O atleta luso terminou a competição em 1h46m22s, tempo que valeu o último lugar de acesso à competi-ção olímpica na disciplina de águas abertas, a realizar em agosto. “Sou o homem mais feliz do mundo. É um sonho conquistado e um grande orgu-lho poder representar Portugal na mais importante prova desportiva do plane-ta”, vincou.

Passagem para Londres

Um atleta de Portugal garantiu a presença nos Jogos Olímpicos deste ano na prova internacional de natação em águas abertas realizada em Setúbal. A partir do Parque Urbano de Albarquel,

milhares de pessoas testemunharam momentos de emoção únicos das três

dezenas de nadadores que carimbaram o passaporte para Londres

O nadador, relatando a dificuldade da competição setubalense, “uma prova duríssima do início ao fim, sempre com muito contacto físico”, enalteceu o apoio do muito públi-co presente no Parque Urbano de Albarquel. “Foi importante sentir o carinho das pessoas. Deu-me mais forças para cumprir o objetivo.”A presença olímpica foi também garantida pelo tunisino Oussama Mellouli, o grande vencedor ao terminar ao “sprint” a prova setu-balense em primeiro lugar com o tempo de 1h45m18s. Ficaram também apurados Ri-chard Weinberger (Canadá), Petar Stoychev (Bulgária), Valerio Cleri (Itália), Troyden Prinsloo (África do Sul), Yasunari Hirai (Japão), Igor Chervynskiy (Ucrânia), Ivan Ende-rica (Equador), Yuriy Kudinov (Ca-zaquistão), Erwin Maldonado (Ve-nezuela), Csaba Gercsak (Hungria), Kane Radford (Nova Zelândia) e Mazen Aziz (Egito).Na prova feminina, realizada no dia anterior, a norte-americana Ha-

ley Anderson foi a mais forte, mas bateu a concorrência por escassos segundos, terminando os dez qui-lómetros da prova em 1h44m30s.Eva Riszt (Hungria), Yanqiao Fang (China), Zsofia Balazs (Canadá), Ophelie Aspord (França), Natalia Charlos (Polónia), Anna Guse-va (Rússia), Karla Sitic (Croácia), Terri Tang (Hong Kong), Yumi Kida (Japão), Olga Beresnyeva (Ucrânia), Cara Baker (Nova Zelândia), Yanel Pinto (Venezuela), Heidi Gan (Ma-lásia) e Jessica Roux (África do Sul) foram as nadadoras apuradas.A “FINA Olympic Marathon Swim Qualifier 2012”, organizada pela Câmara Municipal de Setúbal, Fe-deração Internacional de Natação e Federação Portuguesa de Natação, apurou os últimos trinta atletas da modalidade, 15 homens e 15 mu-lheres, para os Jogos Olímpicos.

Emoção desportiva

Num Parque Urbano de Albarquel multicultural, atletas e staff das

Oussama Mellouli, vencedor da prova, era o nadador com menos experiência em águas abertas

Arseniy Lavrentyev repete uma presença olímpica, depois dos Jogos de Pequim, em 2008

Atletas enfrentam fortes correntes e baixas temperaturas da água, entre os 18 e os 20 graus

CURIOSIDADES DA PROVA

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A cedência ao Vitória Futebol Clube de um terreno localizado em Vale do Cobro, de forma gratuita e em regime de propriedade plena, foi aprova-do pela Câmara Municipal de Setúbal, a 4 de maio, em reunião pública extraordinária. O terreno, com uma área total de 30.280 metros quadrados e avaliado em 227 mil e 100 euros, destinado à implantação de um equipamento, é composto por duas parcelas, com 20 mil e 10.280 metros quadrados, sendo esta última desanexada de um terreno com 12 mil metros qua-drados.As duas parcelas, com uma área total de 30.280 metros quadrados, per-tencem a um terreno com 36.400 metros quadrados que a Câmara Mu-nicipal de Setúbal cedera em 1986 ao Vitória Futebol Clube em direito de superfície.

A conquista do campeonato espanhol de futebol pelo treinador José Mourinho foi festejada em Setúbal com a presidente da Câmara Muni-cipal, Maria das Dores Meira, a endereçar uma carta de felicitações pelo feito desportivo, mais um a juntar a uma carreira brilhante.“Esta vitória honra o desporto e a grande capacidade da equipa que dirige, honra a sua enorme capacidade e sabedoria como treinador, mas honra tam-bém a cidade que o viu nascer, onde aprendeu a jogar e a viver o jogo. Onde aprendeu a ensinar o jogo como mais ninguém sabe fazer”, referiu Maria das Dores Meira.A autarca saudou o técnico do Real Madrid por mais este triunfo pro-fissional, desejando-lhe os maiores êxitos e a “continuação da brilhante carreira que tem feito por toda a Europa”, responsável por torná-lo num “setubalense cidadão do mundo, um setubalense que adora a sua terra”.

Um desfile de perto de 500 motos, realizado a 26 de maio, na zona ribei-rinha, aguarda homologação como recorde mundial do maior encontro de motociclos do mesmo modelo e cilindrada.A iniciativa, organizada pelo Clube XX Portugal com o apoio da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de S. Julião, juntou 492 motos Honda CBR XX 1100 numa iniciativa com concentração no Largo José Afonso, candidata a entrar para o Guinness World Records.O espírito de festa e confraternização marcou as atividades do evento em que estiveram presentes motociclistas de vários pontos do País e, inclusi-vamente, do estrangeiro, registando-se partici-pações de França, Espanha, Bélgica e Argentina.

A pesca lúdico-desportiva mostrou-se no Par-que Urbano de Albarquel, num certame reali-zado em meados de abril, com exposição e venda de materiais, workshops e concursos, iniciativa da Câmara Municipal de Setúbal integrada nos “10.os Jogos do Sado”.A interação e a partilha de conhecimentos foram uma constante na “II Feira de Pesca Lúdica e Desportiva de Setúbal”, com materiais e acessó-rios de pesca a centrar, em terra, as atenções dos visitantes do evento.Já na água, alguns destes equipamentos foram testados por atletas federados, pescadores ama-dores e mesmo curiosos pela prática da pesca lúdico-desportiva, comprovando inovações e experimentando os mais recentes materiais apresentados pelas marcas da especialidade.A divulgação das potencialidades de Setúbal para a prática da pesca lúdico-desportiva em estuá-rio e mar, com vários locais para o desenvolvi-mento desta atividade desportiva, foi um dos objetivos do evento, que procurou aliar as com-ponentes prática e teórica com a dinamização de workshops temáticos.A competição foi outra componente em desta-que na iniciativa, com a realização dos concur-sos “Pesca ao Fundo – Surfcasting” e “II Open de Kayak Fishing/Concurso aberto de Pesca em Kayak”, em que participaram mais de meia cen-tena de pessoas.

Trinta crianças e jovens portadores de deficiên-cia participaram no dia 18 de abril no Torneio Escolar de Boccia, iniciativa desenvolvida no Pavilhão Municipal das Manteigadas, que incluiu ações de formação e promoção de modalidades desportivas paralímpicas.O evento desportivo, integrado nos “10.os Jogos do Sado”, foi organizado pela Câmara Municipal, com o apoio da Águas do Sado e em colaboração com o Desporto Escolar e a Associação Portugue-sa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Setúbal.O Torneio Escolar de Boccia, o primeiro encon-tro regional desta modalidade em Setúbal, além da vertente competitiva, deu a conhecer o traba-lho realizado nos treinos regulares nas escolas e fomentou a competição desta modalidade em ambiente escolar.As crianças e os jovens presentes nesta iniciativa participaram ainda em ações de formação, com componentes teórica e prática, nas modalidades de voleibol sentado, goalball e slalom em cadeira de rodas, para aprofundar conhecimentos sobre estas modalidades paralímpicas, demonstrando, igualmente, que as mesmas podem ser desenvol-vidas com facilidadeNo final, foi apresentado aos participantes um vídeo comentado sobre as modalidades despor-tivas dos Jogos Paralímpicos de 2012. Um lanche--convívio e a oferta de lembranças encerraram a iniciativa.

Bruno Paixão e Rafaela Almeida foram os ven-cedores da XXIII Meia Maratona Internacional de Setúbal – Costa Azul, prova com mais de 21 quilómetros, realizada a 6 de maio, com perto de 900 atletas em competição.O atleta do AC Portalegre completou o percurso em 01h06m45s, enquanto a corredora do Benfi-ca gastou 01h19m13s. Em masculinos, a segunda posição coube a Carlos Silva, do Sporting, com 01h07m14s, enquanto Nelson Cruz, do Praia Salema, cruzou a meta instalada no Largo José Afonso com o tempo de 01h07m39s, obtendo o terceiro lugar.O pódio feminino, encabeçado por Rafae-la Almeida, ficou composto com Vera Nunes, do Benfica, no segundo lugar, com a marca de 01h20m53s, e com Anabela Gomes, do CRD Ar-rudense, no terceiro, com 01h22m25s.A XXIII Meia Maratona Internacional de Setúbal – Costa Azul, organizada pelo Centro Cultural e Desportivo dos Trabalhadores da Câmara Muni-cipal de Setúbal, com o apoio da Autarquia, in-cluiu também a Minimaratona das Famílias, com cerca de 600 inscritos, numa iniciativa de cariz popular que se desenvolveu num percurso com quatro quilómetros.Além do apoio da Câmara Municipal, a meia maratona contou com os patrocínios da EDP, da Citroën e da Secil.

Festa do atletismojunta 1500

Boccia promove integração

Motos rolam para o Guinness

Vitória recebe terreno Setúbal felicita Mourinho

Pesca por prazer

equipas em representação de mais de quatro dezenas de países parti-lharam momentos de emoção des-portiva, com alegrias e tristezas, mas também de convívio e troca de experiências.O público correspondeu e com-pareceu em força naquele espaço de lazer da cidade de Setúbal. Em passeio, num piquenique na relva à sombra, tudo serviu de pretexto para ver alguns dos melhores na-dadores do mundo e, ainda, assis-tir à destreza de ases no céu, com as acrobacias e os voos rasantes dos aviões da Team Aerobática.“Esta é uma prova revestida de grande importância para Setúbal. Tivemos aqui pessoas dos cinco continentes e atletas em representação de mais de quatro dezenas de países, que, de ou-tra forma, podiam não ter a possibi-lidade de conhecer e visitar a cidade e a região”, salientou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, esperando manter a competição nos próximos anos.O presidente da Federação Por-tuguesa de Natação, Paulo Fris-chknecht, fez um balanço positivo da prova. “O País e Setúbal estão de parabéns pois souberam prestigiar este importante momento desporti-vo”, frisou, destacando a prestação de Lavrentyev. “Está entre os 25 me-lhores nadadores do mundo. Deu um exemplo de coragem e de esforço ao público, que o apoiou.”Presença assídua, Rosa Mota, an-tiga campeã olímpica e madrinha da “FINA Olympic Marathon Swim Qualifier 2012”, revelou que se sente sempre “honrada em estar as-sociada a este grande evento despor-tivo”, este ano muito especial, pois “o sonho de muitos atletas esteve em jogo”.

Antes e depois da tentativa que pode colocar mais uma vez Setúbal no Guin-ness World Records, cidade já presente na famosa lista de recordes através

da maior sardinhada do mundo, funcionaram no Largo José Afonso vários locais de refeição, reali-zando-se demonstrações de saltos acrobáticos em moto e concertos.A presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, participou no desfile como passageira numa CBR XX 1100, moto tam-bém conhecida como Superblackbird.O evento chegou mesmo a ultrapassar os desíg-nios estabelecidos para aquele modelo, contando com a participação, a título não oficial, de veículos de muitas outras marcas.

dias de prova

continentes representados

quilómetros de percurso

nadadores apurados

atletas na água

países na competição

25

1030

10244

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Ano letivo encerra em festaUma festa de três dias no Parque do Bonfim comemorou o encerramento do ano letivo. Perto de quinze mil miúdos e graúdos divertiram-se nas dezenas de atividades artísticas e desportivas para toda a família. O “Há Festa no Parque” juntou pais e filhos na celebração do Dia da Criança

O encerramento do ano letivo foi celebrado, no início de junho, com o “Há Festa no Parque, iniciativa da Câmara Municipal de Setúbal com dezenas de atividades gratuitas para toda a família, na qual participaram, ao longo de três dias, perto de 15 mil pessoas.Sofia, 7 anos, antes de participar numa atuação de dança, na manhã de dia 2, do agrupamento de escolas de Azeitão, aproveitou para experi-mentar o dynamic bungee.

Acompanhada pela amiga Leonor, as duas alunas da EB1 de Brejos de Clérigos lá seguiram para o palco do recinto do “Há Festa no Parque”, onde professoras e colegas as espe-ravam para um dos variados espe-táculos de música e dança que inte-graram o evento.Muito quietos estavam os meninos e as meninas na área da pintura facial. Natasha, com 3 anos e meio, quis uma borboleta colorida, enquanto João, um pouco mais velho, esco-

lheu a máscara do homem-aranha.O circuito de educação e prevenção rodoviária, os insufláveis e a pin-tura facial foram os divertimentos mais procurados pelas crianças, mas também houve ateliers, ani-mações do livro e da leitura, ativi-dades desportivas e uma mostra de trabalhos produzidos ao longo do ano letivo por alunos do 1.º ciclo dos vários estabelecimentos de ensino do Concelho.A iniciativa contou ainda com a “VI

A prestação de serviços de for-necimento de refeições escolares para alunos dos jardins de infân-cia e do 1.º ciclo nos anos letivos de 2012/2013 e 2013/2014 é asse-gurada com o lançamento de um concurso público, aprovado a 2 de maio, pela Câmara Municipal de Setúbal. O concurso, autorizado em reunião pública e com um preço base de 1 milhão e 960 mil euros, destina-se à prestação de refeições escolares em regime de catering a quente, bem como ao fornecimento de re-feições com confeção nos próprios estabelecimentos de ensino da rede pública do Concelho.O fornecimento de refeições es-colares, cada vez mais procurado, constitui um instrumento de apoio às famílias, revelando-se como uma necessidade imperiosa na oferta de qualquer equipamento educativo, salienta a Autarquia.A Câmara Municipal tem pugnado por instituir em todas as escolas básicas do 1.º ciclo e jardins de in-fância do Concelho este tipo de ser-viço, procedendo à adaptação e re-qualificação dos espaços, de modo a permitir a oferta de uma refeição quente e de qualidade a todas estas crianças, que, para algumas, se re-vela ser a única refeição diária.Na sequência da submissão do mes-mo tipo de serviço à concorrência do mercado para o ano letivo atual, foi possível garantir uma acentuada descida no preço da refeição.

Apoio às refeições escolares

VISITA. Uma delegação romena realizou uma visita

de trabalho em Setúbal, entre os dias 20 e 26 abril,

no âmbito do projeto comunitário “Comenius

Regio”, orientado para a troca de experiências interculturais a nível

do ensino. A comitiva, proveniente da cidade

de Rucar, foi constituída por empresários,

funcionários de uma escola de ensino profissional

e representantes do município romeno.

Segurança e prevenção foram dois conceitos promovidos na última semana de maio junto de alunos do Agrupamento de Escolas Ordem de Sant’Iago, numa iniciativa com um conjunto variado de atividades onde foram transmitidas várias no-ções importantes para o desenvol-vimento pessoal das crianças.A demonstração das capacidades operacionais de várias forças e ser-viços da autoridade, com especial

Semana ensina sobre segurança

Mostra de Cursos e Profissões”, de divulgação da oferta formativa nas vertentes de ensino técnico-profis-sional e profissional.O “Há Festa no Parque”, edição com um sucesso que nem a chuva na tar-de de dia 2 conseguiu estragar, ser-viu ainda de pretexto para celebrar o Dia da Criança, a 1 de junho. Neste dia, o Parque do Bonfim foi o ponto de destino do desfile de abertura do Festival de Música de Setúbal, regis-tando atuações de 1300 alunos.

de andar nos cavalos da GNR, num circuito instalado para o efeito.“Esta é uma iniciativa que procura promover uma cultura de segurança entre os mais jovens”, destacou o di-retor do departamento de Cultura, Educação, Desporto, Juventude e Inclusão Social da Câmara Mu-nicipal de Setúbal, Luís Liberato, no arranque da iniciativa, no qual houve, ainda, uma exibição de uma unidade cinotécnica da PSP, com exercícios individuais e coletivos de obediência dos animais.Ações de sensibilização sobre se-gurança na internet e delinquência juvenil, formações sobre primeiros socorros, palestras sobre volunta-riado e proteção civil e a exposição “Biomares” integraram a “Semana da Segurança e Educação Rodoviá-ria”, organizada pela Câmara Muni-cipal de Setúbal com o apoio da PSP, GNR, Polícia Marítima, Bombei-ros, Serviço Municipal de Proteção Civil, Cruz Vermelha Portuguesa e Instituto da Conservação da Natu-reza e da Biodiversidade.

destaque para a exibição de uma unidade cinotécnica da PSP, mar-cou o início da “Semana da Segu-rança e Educação Rodoviária”, rea-lizada pelo oitavo ano consecutivo.Em clima de festa, as atenções das crianças e dos jovens presentes na EB 2,3+S da Bela Vista dispersavam entre a curiosidade de entrar nos veículos da PSP e bombeiros em ex-posição, sempre com a tentação de acionar as sirenes, e a oportunidade

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acad

emia

Com recurso a um tabuleiro colorido, vários objetos e questionários normalizados, uma professora da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal materializou um teste que permite identificar problemas de linguagem em crianças em idade pré-es-colar.O teste, desenvolvido por Sónia Vieira, do-cente de aulas de terapia da fala, é o único em Portugal assente exclusivamente na produção de frases. É dirigido a crianças dos 3 aos 6 anos, permitindo uma identificação precoce de perturbações que, após o exame realizado, podem ser corrigidas por terapeutas da fala.Entre os problemas que podem ser encon-trados estão os atrasos em relação a crianças da mesma idade ou perturbações específicas que levam a que não se não se consiga pro-duzir frases com o “e”, por exemplo em “ir a algum lado ‘e’ ir buscar uma coisa”, o “mas” ou o “porque”. A intervenção terapêutica in-cide, deste modo, nas frases que devem ser trabalhadas, registando-se a progressão na linguagem com recurso ao mesmo teste, “já que se está a aplicar a mesma medida”, explica a investigadora.É num ambiente de jogo de tabuleiro e de uma forma descontraída que, no máximo, são utilizados os 39 tipos de frases possíveis que compõem o questionário, a fim de se es-tabelecer um contexto de comunicação entre o terapeuta e quem está a ser testado, para ser produzida uma resposta.O tabuleiro é composto por um caderno de argolas com 40 imagens e objetos como ani-mais, botões, piões, imagens a cores e aceta-dos. O “fim do jogo” é determinado de acordo com a idade da criança ou quando esta deixa de responder, já que o teste está organizado numa ordem de dificuldade crescente. O teste

Uma professora da Escola Superior de Saúde elaborou um teste em ambiente de jogo de tabuleiro que permite despistar dificuldades de comunicação nas crianças. Um estudante de 17 anos, da Secundária D. Manuel Martins, foi escolhido para criar um videoclipe para a banda finlandesa Nightwish

Teste deteta problemas de linguagem

utiliza vários tipos de estímulos, como imitar, completar frases e responder a questões. Co-meça com frases constituídas por duas pala-vras e acaba nas 12, embora não sejam as mais longas que apresentam um grau de difículda-de maior.

Importância do diagnóstico

O “Teste de Desenvolvimento Sintático para o Português Europeu” constitui a tese de dou-toramento de Sónia Vieira, tendo a ideia sido adaptada a partir de um teste existente na Ho-landa com o mesmo propósito, constituindo, neste país, uma ferramenta de uso corrente

no sistema de saúde. A diferença entre a ideia original e o projeto agora existente é que as imagens são todas diferentes e adaptadas à cultura portuguesa. Do original, concebido a preto e branco, num total de 40 frases, 24 foram mantidas, 16 adaptadas linguística e culturalmente e uma foi excluída da cotação.“O português e o holandês são duas línguas dis-tintas em termos gramaticais, sendo a primeira uma língua românica e a segunda uma língua germânica. Por este motivo, foi necessário re-formular vários itens do teste de forma a que se adaptassem à cultura e à língua portuguesa”, aponta a investigadora.Durante os quatro anos que a tese demorou

O estudante setubalense Pedro Calvo, com apenas 17 anos, venceu o concurso internacional de con-ceção do videoclipe para a canção “The crow, the owl and the dove”, dos Nightwish.De duas centenas de propostas da competição promovida pela Nucle-ar Blast, a editora europeia do gru-po finlandês – um dos preferidos do aluno de Artes Visuais do 11.º ano da Escola Secundária D. Manuel Martins – foi escolhida uma his-tória contada através de desenhos animados. O autor considera que o videoclipe perderia força se fosse filmado com pessoas e inspirou--se em aguarelas, um registo de que gosta particularmente, decidindo aprofundar de um modo diferente, em movimento, o que observou nas aulas de Desenho.Durante as duas semanas de fé-rias da Páscoa, a energia dedicada ao projeto nunca se extinguiu. De modo autodidata constituiu-se como autor único do que produziu. As maiores dificuldades, confessa,

Videoclipe com aguarelas em movimentocoruja e uma pomba, tendo cada pássaro “a sua simbologia própria”. Pedro Calvo recusa a ideia de uma história rígida – “cada um deve in-terpretá-la de modo próprio, sobretu-do no final do vídeo” –, mas defende que o trabalho pode resultar num momento para pensar na vida, em todos os seus aspetos e manifesta-ções, designadamente “nas relações entre pessoas e nas relações destas com a natureza”.

a realizar, um foi passado com testes a 847 crianças frequentadoras de 42 jardins de in-fância e do ensino pré-escolar das 18 capitais de distrito portuguesas. Cada teste demorou em média meia hora a ser aplicado. A extensa amostra foi realizada em crianças com um de-sempenho normal da linguagem, sem qual-quer patologia identificada e sem problemas auditivos ou visuais, para deste modo se obter os parâmetros do que é normal, ou a norma, na sociedade portuguesa. Uma das vantagens apontadas na realização do teste é a de que o diagnóstico não sofre variações consoante o profissional que o exe-cuta. Deste modo, é retirada a subjetividade e é feito um diagnóstico mais preciso, afirma a investigadora, já que “é uma área difícil para os terapeutas da fala por não haver dados sobre o que é normal ou não uma criança produzir em termos sintáticos”.Sónia Vieira coloca como meta neste trabalho a de o ver a ser utilizado correntemente por profissionais de saúde, psicólogos infan-tis e terapeutas da fala, e por educadores em Portugal. A importância do diagnóstico feito quanto mais cedo possível é apontada pela docente como crucial, já que um processo comunicacional deficiente pode interferir na qualidade de vida das crianças.As dificuldades encontradas devem ser tra-tadas para que as crianças “possam expressar melhor as suas ideias e para que os outros as compreendam melhor”.Ao nível da socialização, sobretudo, são apontados riscos decorrentes de uma insufi-ciente capacidade de expressão. “As crianças quando não se expressam bem e quando não se fazem compreender podem adquirir hábitos de isolamento social e por vezes comportamentos de agressividade.”

da, Tuomas Holopainen, declarou à imprensa considerou que Pedro Calvo mostrou “uma linda ideia por trás do vídeo” e que este trabalho “é verdadeiramente simpático e como-vente na sua ingenuidade”.O videoclipe, enquadrado na letra e na melodia da composição musical dos Nightwish, mostra uma menina hospitalizada que “simboliza a ino-cência”, revela o autor. Entre outras personagens, inclui um corvo, uma

foram ao nível da montagem, feita “frame a frame”, e na conclusão da história, já na derradeira fase.O projeto vencedor, realizado em animação flash, com recurso a After Effects e Photoshop, foi premia-do com a entrada livre em todos os concertos da atual digressão dos Nightwish, acesso aos bastidores e material de merchandising, bem como um prémio surpresa, o que intensifica o suspense, frisa Pedro Calvo, desejando que seja uma pas-sagem da banda por Portugal.O jovem setubalense tem como ob-jetivo profissional trabalhar na área em que foi premiado, acreditando que a distinção pode ajudar na con-cretização de uma carreira ao nível da multimedia, desafio para o qual acredita que estará mais bem pre-parado se frequentar Belas-Artes, a meta mais próxima.A mensagem da história vencedora foi merecedora de elogios por par-te dos Nightwish, que se constituiu como júri da competição interna-cional. O teclista e mentor da ban-

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retr

ato

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Jorge Varandas dedica-se em pleno à latoaria, ofício de família, desde a década de 90, altura em que o traba-lho no campo ainda sobejava para a cidade.Com a agricultura e a pecuária a en-veredarem pelo caminho do plás-tico, os baldes, regadores, funis e tantos outros utensílios agrícolas feitos pelo latoeiro natural de Ponte de Sor deixaram de ter procura.À entrada da oficina, adaptada a modesta loja, no número 26, da Rua Capitão-Tenente Carvalho Araújo, nas traseiras da estação rodoviária da cidade, jazem várias das peças a que Jorge Varandas deu forma e vida a partir de simples chapas galvani-zadas, ou zincadas, consoante a gíria preferida.A crise de encomendas e a descrença no futuro da parte do latoeiro, vati-cinando para breve o encerramento do negócio, conferem aos objetos de metal que decoram aquela mesma entrada um certo cariz museológico, onde, por enquanto, ainda é possí-vel tocar em pedaços exânimes da história da agricultura, e cultura, do País.“Entre as despesas, como as chapas e a luz, mesmo com encomendas, não

O fim da Idade da Chapa

As chapas zincadas ganham formas com marteladas de arte. O metal rende-se à

mestria das mãos do latoeiro e daí

nascem utensílios agrícolas.

Jorge Varandas é dos últimos no Concelho.

O problema está no excesso de qualidade

dá para os gastos. Está tudo caro e ninguém quer dar 25 euros por um re-gador que dure 30 ou 40 anos, quando pode comprar outro de plástico por três. Mesmo que só dure um ano”, consta-ta o latoeiro sem se aperceber que, nesta cínica realidade, é a qualidade que o atraiçoa.“Os dias agora são grandes…”, areja, mas sempre sem perder o ânimo na fala. Os dias com mais de 24 horas de Jorge Varandas são dedicados a fazer algumas peças esporádicas para ocupar o tempo. “Dá-me gosto”, diz, com um sorriso constante e sem vislumbre de mágoa.

Latoaria por acidente

Na altura da reportagem, por coin-cidência, havia encomenda. Caso raro.Um café pediu peças especiais para servir a clientela durante o Europeu de futebol. “Uma espécie de baldes para guardar garrafas de cerveja em gelo. No centro fica um suporte para camarão. O dono explicou-me muito bem a ideia e eu tratei do resto”, conta o latoeiro.Jorge Varandas é versátil. A latoaria não tem de se cingir aos utensílios

para o campo e, mesmo recorrendo a ferramentas simples de usar, exi-ge mestria manual. Essa capacidade usa-a para outros trabalhos.Ignorando a escrita e a leitura, con-segue decifrar como poucos os se-gredos dos metais, sendo também serralheiro, criando portões, gra-deamentos, fogareiros, entre outros objetos. Chegou mesmo a empregar gente na oficina há cerca de 15 anos.Em 2011 participou na recuperação de uma nora na Quinta das Macha-das e, de entre as peças que lhe de-ram mais gozo, recorda com carinho os cata-ventos e, em particular, uma rosa dos ventos para uma igreja no Porto.“Na verdade, também sou restaurador de peças de igreja. Quando vem algo amolgado em cobre ou parecido, como a imagem de um santo, volto a esticar o metal para ficar como novo outra vez”, complementa.Durante vários anos esteve igual-mente ligado à construção civil, que chegou a ser a principal ocupação.A latoaria, de resto, resulta não apenas dos conhecimentos que aprendeu em criança com o pai, mas de um acidente que teve há cerca de vinte anos quando caiu de

um andaime. “Eu é que sou a pessoa que ‘morreu’ nesse acidente”, brinca, recordando que esteve “umas três semanas a ‘dormir’ no hospital”, com um jornal local a noticiar inclusiva-mente a morte de Jorge Varandas.Acordou. Mas com custos. Além de uma enorme cova no crânio, a colu-na ficou permanentemente danifi-cada, limitando-lhe seriamente os movimentos do corpo.Da operação proposta surgem três resultados possíveis. “Melhoria, cadeira de rodas ou ‘paralisado’ de cérebro. Escolhi continuar assim, que, mal ou bem, ainda me mexo”, remata, sonhando, aos 59 anos, chegar à re-forma sem ser por invalidez.

Cortar está na cabeça

Mesmo quando fala das maleitas físicas o sorriso continua a ser uma constante.A expressão alegre só esmorece quando se recorda da meninice, de África e da família.Apesar de ter nascido no Alentejo, Jorge Varandas cresceu em Moçam-bique e foi aí que aprendeu com o pai a mexer em chapas de metal, ne-gócio que já vinha de duas gerações

anteriores. “Desde que se tenha ‘ca-beça’ para isto, faz-se bem. Não custou muito a aprender. Já os meus irmãos, tenho cinco, nem cortar uma chapa sabem”, explica sobre a “genética” desta arte.A vinda para Portugal, com Setú-bal escolhida para “assentar praça”, deu-se com a guerra, quando tinha 19 anos, para, de imediato, voltar a África, desta vez com arma em pu-nho e em serviço militar.Sobreviveu, tal como as memórias, que não partilha, resumindo que, mesmo em momentos complicados como os que vive agora, não deseja tentar a sorte naquele continente.“Mesmo que quisesse, não podia. Não durava dois segundos”, brinca, en-quanto mostra a tatuagem “caseira” no braço esquerdo eternizando na pele o Pelotão de Morteiros 4681. “Coisas parvas das bebedeiras…”Jorge Varandas não conta com muita companhia. A visita de algum vizi-nho, a música do simpático canário, o rádio e a televisão ajudam a en-ganar os ponteiros do relógio. Mas os dias continuam a ser grandes. Demasiado grandes. E o vergar do metal com arte parece ter os minu-tos contados.

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va

rostoO universo de JoanaNa figura franzina de Joana Santos nada leva a crer que a responsabilidade da vida adulta já lhe bateu à porta há cerca de dois anos. Joana tem agora 19 anos e conta que a “Cama de Gato” foi uma “ex-periência única”. Mas logo diz, em tom de brincadeira e de deliberada implicação com o “Miller”, que “foi chato”. E contam uma série de peripécias, de cenas que ti-veram de ser repetidas ao longo dos dez dias de rodagem.Menina ou mulher, Joana é um pouco das duas: “Sei ser mulherzinha quando tenho de ser e ser criança quando tenho de ser. Sou eu mesma.”“És dois em um”, atira Miller, enquanto Filipa defende que “é preciso per-ceber que a Joana é uma menina com 19 anos e uma mulher com 19 anos”.Se alguma coisa mudou neste último ano da vida de Joana foi o trabalho temporário. Durante quatro meses esteve na AutoEuropa, com o pai, a fazer limpezas, inscreveu-se num curso e quer completar o 9.º ano de escolaridade. Enquanto isso, espera arranjar trabalho. “Tenho uma filha e os meus pais também… as coisas não estão fáceis para ninguém e em casa não é diferente.”Um ano depois, se Joana está ou não diferente, Filipa salienta que não. É a mesma.

Um ano depois das filmagens, os realizadores Filipa Reis e João Mil-ler Guerra voltaram ao bairro da Bela Vista ao reencontro de Joana Santos, a jovem protagonista do fil-me premiado “Cama de Gato”. No par de horas do encontro, curto para matar saudades, Joana chorou e riu, brincou, cantou e falou de coisas sérias, da sua bebé de ano e meio. “A Joana é muito forte. Tem uma grande complexidade entre a ale-gria e a tristeza, entre o ser mulher e ser menina, o ser forte e ser frágil”, conta Filipa Reis.Uma personalidade que não deixou a equipa da produtora “Vende-se Filmes” indiferente, aquando dos castings, aliada à história de vida da jovem. Ser mãe adolescente.

Filme de uma curta vida

Se existem histórias que devem ser contadas

no grande ecrã, a da Joana é uma delas.

A vida da jovem mãe passada na Bela Vista

tanto nos leva às lágrimas como suscita uma gargalhada pela

jovialidade, inocência e excentricidade próprias

da idade. Uma ainda curta biografia e uma

amizade que parece ter ficado para sempre

Repleto de elementos intrínsecos ao Bairro da Bela Vista, cada cena do filme re-vela o quotidiano das gentes de várias culturas, da sua simplicidade, das relações de vizinhança nos cafés, nas associações, nos pátios ou em qualquer esquina.Num território que não era totalmente desconhecido, a multiculturalidade em Setúbal e particularmente na Bela Vista já tinha sido retratada por Filipa Reis e João Miller Guerra na série “B.I.”, produzida pela “Vende-se Filmes”, no âmbito das comemorações do Ano Europeu do Diálogo Intercultural. Embora longe da relação de proximidade existente na “Cama de Gato”, “o ‘B.I.’ foi um projeto muito mais cirúrgico”, recorda Filipa.A cumplicidade entre os intervenientes no “Cama de Gato” é tão verdadeira den-tro como fora da tela. E estende-se a toda a equipa da “Vende-se Filmes”. No dia do reencontro, os pais de Joana são surpreendidos ao chegarem a casa pela presença de Filipa e Miller. Faz-se uma festa, com abraços, distribuição de beijos, de risos e ecoa o sotaque do Bairro de Troino. E juntam-se mais mora-dores.Enquanto realizadora, Filipa, que já trabalhou noutros bairros problemáticos, confessa que a Bela Vista é o “mais difícil” onde já esteve, “pelas várias etnias a viverem no mesmo bairro, o que cria tensões”. Se de início foi “intimidador”, à medida que se foram conhecendo as barreiras caíram facilmente. Revelou-se uma surpresa. Afinal estiveram ali a viver duran-te dois meses, o que “não foi assim tanto tempo” para a intimidade que consegui-ram ciar. “Nota-se que quando as relações de vizinhança se estabelecem são mesmo muito boas”, conclui. Filipa e Miller foram pais 15 dias após o final das filmagens.

Bairro da amizade

“Havia muitas coisas que a história da Joana reunia e que a nós nos interes-sava”, confessa Filipa. “Ainda havia outra característica na Joana decisi-va para a escolha no casting”, lem-bra João Miller Guerra, explicando que, para a jovem, “ter uma câmara à frente ou não é-lhe completamente indiferente”.A relação das várias culturas que ca-racteriza a Bela Vista, sem qualquer pertinência na escolha da Joana, foi o objeto do filme “Cama de Gato”, distinguido como a melhor curta-metragem portuguesa na edição deste ano do IndieLisboa. “É bom ganhar prémios, traz prestígio mas é preciso não ficar refém desse prémio”, afirma Filipa.A história verídica da jovem da Bela

Vista foi “a cereja no topo do bolo” num projeto desenvolvido no âm-bito do RUBE – Regeneração Urba-na da Bela Vista e Zona Envolvente, programa de requalificação pro-movido pela Câmara Municipal de Setúbal.Uma sequência de acasos logo à chegada da equipa de cineastas à Bela Vista toldou os principais “atores” da “Cama de Gato”. Filipa lembra que antes de saberem quem eram os pais da Joana já os tinham conhecido num café e decidido que também o casal deveria entrar no projeto. “Achámos que o filme não devia ser só com gente nova, mas in-cluir outras gerações. Foi uma coinci-dência incrível.”Outra situação teve a ver com Dina,

a rapariga que a equipa conheceu na escola num curso de costura e, sem saberem que era a melhor amiga e “prima” de Joana, lá estão as duas no filme inseparáveis como na vida real. “Houve um conjunto de fatores que foram acontecendo e que coin-cidentemente foram cruzando com o início da nossa pesquisa aqui na Bela Vista”, conta a realizadora.Das cenas mais marcantes, a da entrevista, que foi a reprodução do casting, é a que Filipa destaca. “Foi o que nos levou à Joana e conseguimos mostrar a complexidade que ela tem e que nos fascinou”, reflete, apontan-do, principalmente, “a forma como fala sobre a vida dela”.Apesar de provocada, a discussão final do filme entre pai, mãe e filha

também tocou a realizadora pela forma como “a Joana foi capaz de vi-ver o momento”, tal como vive todas as outras discussões. Enquanto filme autobiográfico, não foi só seguir o dia a dia da Joana, mas também colocá-la em deter-minadas situações e vivê-las. “É de uma generosidade muito grande da parte dela viver isso connosco”, sa-lienta. As pessoas e a relação umas com as outras, num bairro multicultural, é a essência deste filme, que acaba por refletir isso mesmo a partir do universo da Joana. A adolescência, a escola, as unhas de gel, que retratam não só a vaidade desta geração mas também uma oportunidade de fazer algum dinheiro extra. E ser mãe.

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Mais do que um exemplo da beleza arquite-tónica religiosa do século XV em Portugal, o Convento de Jesus foi durante 400 anos a casa das clarissas, da Ordem de Santa Clara, irmandade franciscana que ainda subsiste no País.Uma vida de oração, fraternidade e pobreza, a regra que Santa Clara de Assis fizera apro-var pelo papado em 1253, foi o caminho tam-bém seguido por Justa Rodrigues, ama de D. Manuel I e fundadora da ordem no mosteiro perto do ano de 1500. Muito do que hoje se sabe da vivência das cla-rissas deve-se às crónicas que muitas sorores foram deixando, testemunhando diferentes períodos e costumes ao longo dos séculos. Mas também os trabalhos arqueológicos, a cargo da Câmara Municipal de Setúbal, têm permitido estudar as sucessivas ocupações das freiras até à extinção das ordens religio-sas no século XIX.Provenientes de famílias nobres ou ricas, tal como Justa Rodrigues e até mesmo Santa Clara, as freiras do Convento de Jesus viviam, sempre em número de 33, a idade de Cristo, em obediência, clausura e castidade.A admissão ao convento impunha uma inqui-rição prévia sobre o quotidiano, os costumes, a saúde e as virtudes da jovem candidata, ajudando ser escrivã, saber tocar um instru-mento musical ou cantar e ter conhecimentos de latim. Primeiro como noviça e só passados largos meses de hábito, de aprendizagem do culto, de orações e confissões, conhecedora da dureza e pobreza conventual, era consenti-da pelas restantes irmãs a entrada na Ordem. Os laços familiares e com o mundo exterior estavam cortados, não lhes sendo permiti-do possuir bens patrimoniais para sustento. Apenas viviam de esmolas.O vestuário era um dos sinais exteriores da pobreza envergada desde a entrada no con-vento. Soror Leonor de S. João descreveu, nas suas cartas, o ato cerimonial em que vestiam à noviça, perante a abadessa e toda a comuni-dade, a túnica cinza e o hábito, cingiam-lhe a corda, calçavam-lhe as alparcatas, cortavam--lhe o cabelo, punham-lhe a touca com o so-queixo e o véu branco.As comodidades do dormitório comum eram das mais pobres, humildes e simples que um

A centralidade de Setúbal nos tempos medievais emanava do atual Largo Dr. Francisco Soveral, local ainda hoje co-nhecido por muitos como Largo da Ri-beira Velha. Entre 1384 e 1634 foi a Praça do Castelo, constituindo-se como o co-ração administrativo da então vila.Entre os edifícios que compunham a Praça do Castelo constava o Paço do Mes-tre da Ordem de Sant’Iago, a Casa dos 24, o Paço do Trigo, a Casa da Câmara, a ca-deia, açougues e o mercado de peixe.Os pescadores eram obrigados a descar-regar o peixe exclusivamente ali e quem não cumprisse esta ordem, emitida pelo mestre de Sant’Iago e amplamente di-vulgada pela vila, incorria numa pena que previa a perda dos barcos e do peixe capturado. O negócio do pescado era controlado por representantes da Ordem de Sant’Iago, dona de vastos territórios a sul do Tejo e respetiva parte costeira, tendo como missão registar o que cada um trazia e apurar a taxa devida. Só de-pois da contagem era autorizada a venda do peixe.A Praça do Castelo perdeu importância no século XVI em benefício da Praça do Sapal, a atual Praça de Bocage, onde seria edificada a Câmara Municipal. O pelou-rinho foi deslocalizado no século XVIII, encontrando-se na Praça Marquês de Pombal.O nome atual do largo, atribuído por de-liberação camarária de 6 de setembro de 1911 no âmbito da revolução toponímica resultante da implantação da Repúbli-ca, relembra a importância do clínico Francisco Joaquim Aires do Soveral. Radicado em Setúbal a partir de 1846, o médico destacou-se como epidemiolo-gista, em particular quando a população se confrontou com uma epidemia de tifo exantemático. Publicou, em 1880 e 1881, os dois volumes de “Os Typhos de Setú-bal”, obra enaltecida pela Sociedade de Ciências Médicas. Falecido a 16 de julho de 1909, foi presidente do Club Setu-balense e provedor da Misericórdia de Setúbal.O largo é atualmente um dos pontos mais frequentados da Baixa, onde, além do comércio, é possível retemperar forças com refeições completas, tomar um café, conviver ou ler um livro numa esplana-da. É igualmente um importante ponto de ligação com a Avenida Luísa Todi e de aproximação ao Sado.

RuaHistóriaO casteloa ribeira e o médico

A irmandadedo ConventoA clausura marcou os primeiros

quatro séculos do Convento de Jesus. Jovens abandonaram

vidas abastadas para adotarem uma existência de devoção,

desprovida de luxos. Trinta e três irmãs clarissas em

cada período asseguraram as tarefas religiosas no mosteiro.

No exterior, a agricultura ajudava ao sustento

não eram poupados cuidados, desde a roupa de linho que vestiam, a alimentação à base de carne e a administração dos medicamentos necessários, o que causava avultadas despesas.Outros fatores eram prejudiciais à saúde das religiosas, como os gases e os odores liberta-dos das sepulturas na Igreja de Jesus, princi-palmente em dias de chuva, e a água impró-pria que bebiam.

Horta e oferendas

Nos primeiros anos do convento foi nascendo e crescendo uma horta em terrenos melho-rados no atual Largo de Jesus. Cuidada em grande parte pelas freiras, que tinham co-nhecimentos em agricultura e jardinagem. Vinhas e pomares, cidreiras e laranjeiras foram habilmente cultivadas para benefício, sobretudo, das clarissas.Mas nem só da produção agrícola própria vivam. As esmolas, o principal sustento das 33 religiosas, eram concedidas por meio de alvarás que determinavam os valores maiori-tariamente em géneros. A Alfândega de Setú-bal atribuía regularmente, por exemplo, uma pipa de azeite, vinho e vinagre e três arrobas de cera, mas tempos houve em que pagavam pelos direitos do sal que era exportado para a Galiza.Um alvará de 1579 ordenava a esmola anual de cereais, como trigo e cevada, enquanto, em 1597, a Câmara Municipal presenteava todos os anos o convento com dois carneiros. A partir de 1634, tal como acontecia noutros conventos da cidade, as freiras recebiam ain-da um porco pelo Natal e um carneiro pela Páscoa. Destes pagamentos regulares faziam ainda parte alimentos como peixe, açúcar e especiarias, e outros bens como cera, palha e tecido. Assim, ao longo de quatro séculos e vários rei-nados, garantia-se o sustento das irmãs, com maior ou menor dificuldade nos pagamentos. A partir do primeiro quartel do século XIX, deu-se a extinção das ordens religiosas em Portugal e a expulsão das freiras dos mostei-ros. O Convento de Jesus, entretanto tornado Confraria da Misericórdia, encerra como tal definitivamente as portas com a morte, em 1888, da última freira.

REPRESENTAÇÃO. Aspetos da vida das irmãs clarissas foram retratados na peça do Teatro Animação de Setúbal “... no meio de mil dores...”, um monólogo baseado nas Cartas Portuguesas atribuídas à soror Mariana Alcoforado

aposento poderia apresentar: 33 barras de madeira como leito, enxergas e cabeceiras de palha como colchão e mantas toscas de lã.

Vida de dificuldades

Em clausura, as clarissas entregavam-se aos exercícios religiosos, aos serviços do con-vento e às penitências “para que as religiosas pudessem conservar intacta a sua pureza e san-tidade”, como descreveu uma das irmãs. A dedicação era tal que muitas vezes eram leva-das à exaustão física e mental. O historiador setubalense Almeida Carvalho descreve, em “Acontecimentos, Lendas e Tradições da Re-gião Setubalense – Convento de Jesus, volume III”, que “não poucas religiosas adoecendo gra-vemente e fraquejando nesses trabalhos e morti-ficações, por falta de forças, algumas já se recu-savam a professar, enquanto outras chegavam a abandonar a clausura”.O historiador relata ainda o estado de loucura a que estas irmãs chegavam, quando, porven-tura, não morriam. Muitas histórias fantás-ticas baseadas em episódios de alucinações, prognósticos e, até, milagres foram contadas ao longo dos tempos conventuais. Segundo os relatos da época, e como descre-veu uma das religiosas dos finais do sécu-lo XVIII, ao fim de 150 anos da fundação do Convento de Jesus, os costumes entraram em decadência, com “desmandos” e “desregra-mentos”. E se nos primórdios do convento, o vestuário simples de tecido grosseiro de lã espelhava a pobreza, a dedicação e o sacrífico das claris-sas, passado século e meio, nos anos setecen-tistas, as vestes refletiam o período de abuso e relaxamento na clausura. Almeida Carvalho acaba por salientar que “cada freira trajava como bem e melhor lhe apetecia, sem regra ou ordem, e só unicamente segundo o seu gosto ou moda que mais agradava à sua vaidade ou me-lhor se adaptava ao seu capricho”. Além de todo o sofrimento por que passavam e doenças graves a que se sujeitavam pela prá-tica dos castigos, incluindo jejuns e má nu-trição, muitas acabaram por ser vítimas dos surtos de tuberculose e de lepra da segunda metade do século XVI.Às freiras doentes, recolhidas na enfermaria,

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O edifício que alberga o Club Setubalense, na Avenida Luísa Todi, é in-dissociável da história da cidade. Tanto no plano cultural que marcou os finais do século XIX e o início de XX, quanto na morfologia, já que a construção assenta pilares onde outrora as águas do Sado corriam livremente.Influenciada pela alta burguesia de então, a Câmara Municipal, sob a presidência de António Rodrigues Manitto, procede ao aterro de uma vasta zona a nascente da Rua da Praia, a atual Avenida Luísa Todi.Por deliberação camarária, de 7 de setembro de 1892, ficam disponibi-lizados terrenos numa nova zona urbana que permitem a construção de edificações de referência na cidade, como o Club Setubalense, o antigo Teatro Rainha D. Amélia, atual Fórum Municipal Luísa Todi, e as anti-gas instalações do Banco de Portugal.A construção destes edifícios é impulsionada pelo patronato de então, ligado à pesca, indústria conserveira e construção naval, num contexto de procura de afirmação social, política e cultural.Neste âmbito, a 16 de agosto de 1920 co-meça a ser construído o edifício onde funciona o Club Setubalense, situado nos números 97 e 99 da Avenida Luísa Todi, num espaço onde pode respirar e ter mais de uma fachada, escapando às ruas estrei-tas e medievais que compõem a parte an-tiga da cidade.A conjugação curiosa de elementos ar-quitetónicos surpreende pela riqueza das decorações exteriores. As três fachadas estão decoradas com festões e grinaldas, cachos pendurados e coroas de flores. Apesar da profunda decoração, o edifício tem o equilíbrio necessário para não se tornar agressivo aos olhares.Um fator de distinção desta e de outras construções em redor é o de-

A prisão indevida, de 55 dias, com “gravíssimo prejuízo e despesa”, do oficial responsável pela coleta dos impostos da Fazenda Real em Setú-bal e outras vilas da Ordem de Sant’Iago, Se-simbra e Alcácer, é relatada num documento de 1755, pertencente ao espólio do Museu de Setúbal/Convento de Jesus.O episódio rocambolesco é contado numa carta de apresentação do escrivão Manuel Gomes Pinto, escrita ao Rei pelo moço fidalgo José Bruno de Cabedo e Vasconcelos.Tecendo grandes elogios ao “oficial mais inte-ligente na arrecadação da Fazenda Real” e “in-corruptível”, o provedor da Tábola Real conta que, em 1749, Manuel Gomes Pinto, ao levar para a cadeia de Sesimbra um “descaminha-dor”, acabou também por ser preso pelo juiz de fora da vila de Sesimbra, “usurpador da sua figura da jurisdição”.Solto por ordem real, Manuel Gomes Pin-to voltou à execução dos direitos das sisas, sendo “quotidianamente escolhido entre todos os oficiais para a arrecadação do pescado da entrada da porta da Ribeira, ao que se vende na mesma e as dízimas do dito pescado pertencentes à Real Casa de Bragança”.O foral concedido por D. Manuel, em 1515, à vila de Setúbal determinava que de todos os direitos e tributos que ali fossem cobrados 70 por cento caberiam à Fazenda Real e 30 por cento à Ordem Militar de Sant'Iago.

Estória

Pessoa

Edifício‘Fiscal’ preso por engano

A vida artística dos CabecinhaPrimeiro alcunha, depois apelido, o nome Cabecinha está ligado a uma família de setu-balenses bem conhecidos pelos seus talentos nas áreas da música e da fotografia. O que começou por ser uma alcunha posta pelos professores do ensino primário de José Joaquim Ferreira de Almeida, devido à capa-cidade e inteligência do rapaz, depressa se transformou num apelido adotado por todos aqueles que o conheciam. Porque a vontade popular foi prevalecendo no tempo, quando o primogénito nasceu, em 1877, José Joaquim acabou por registá-lo com o apelido Cabecinha em detrimento de Ferreira de Almeida. Assim ficou registado o primeiro Cabecinha da família, de nome pró-prio José, fazendo jus ao apelido que outrora cognominara o pai.Culto, espirituoso e sentimentalista, revelou--se desde cedo um músico autodidata. Diri-giu orquestras, como as do Teatro Rainha D. Amélia, do Casino Setubalense e do Grande Salão Recreio do Povo, e grupos musicais.Escreveu música para teatro e revista, para cortejos carnavalescos e até para filmes mu-dos, recebendo sempre as melhores críticas e os mais fervorosos aplausos do público de casas de espetáculo como o Teatro Bocage, a União Setubalense e a Capricho Setubalense.Embora a música fosse a grande paixão, José Cabecinha, falecido em 1940, enveredou pela área da imagem, tornando-se fotógrafo, com

FAMÍLIA. Imagem de 1921, com José Cabecinha e os filhos Idalino e Idaléscio, além de outros elementos desta família bem conhecida em Setúbal e Sesimbra, ligada à música e à fotografia

Plano vertical exuberante

estabelecimento na Avenida dos Combaten-tes, em 1893. A arte da fotografia também foi reconhecida ao receber a Medalha de Ouro na Exposição Regional de Setúbal, em 1930, pela imagem “Tarde borrascosa no Sado”.

Música e fotografia

Os conhecimentos musicais e fotográficos fo-ram herdados pelos seus três filhos – Idalino, Idaléscio e Idalaciano. Idaléscio, o primogénito, nascido em 1902, iniciou os estudos musicais com o pai, mos-trando desde cedo ouvido para a música de orquestra. Dirigiu concertos a que Maria Adelaide Pinto Rosado, em “Evocando Poe-tas, Compositores, Artistas Setubalenses”, de 1965, pautou de “memoráveis” e atuou em várias digressões pelas ex-províncias ultra-marinas e África do Sul. Como instrumentis-ta, violino e viola de orquestra, foi convidado pela Rádio Irlandesa, mas declinou o convite ao aceitar a colaboração na Orquestra Sinfó-nica do Porto. Colaborou ainda com “grande número de diretores e solistas de fama mundial nos géneros sinfónico, ópera e ballet”.Já Idalino formou-se em contraponto, fuga, cânone e estética musical. Nascido em 1918, aos 16 anos o jovem músico ouviu a sua pri-meira composição interpretada numa festa pelo Orfeão Académico do Liceu Bocage.O maestro Idalino, que frequentou o Conser-

Apolónio, abriu uma sucursal da “Foto Cabe-cinha”, loja que o pai possuiu em Setúbal, em 1945, na Rua Dr. Peixoto Correia.“Idalaciano Cabecinha foi um dos mais profícu-os fotógrafos de Sesimbra, tendo acumulado uma impressionante coleção de fotografias que retra-tam a evolução de Sesimbra ao longo da segun-da metade do século XX”, escreveu o jornal “O Sesimbrense”, num artigo publicado em 2011 sobre fotógrafos de Sesimbra.Tal como Setúbal tem o Arquivo Fotográfico Américo Ribeiro, Sesimbra guarda muitos dos negativos de Idalaciano, legado doado pelo fo-tógrafo Valdemar Capítulo àquele município.

senho, da autoria de Jorge Paiva Diniz, assente numa simetria rigorosa reportada a um eixo vertical, cuja centralidade da fachada é assinalada por uma torre.O lado esquerdo é exatamente igual ao direito, o que faz com que o edi-fício, assente na verticalidade, faça com que pareça mais alto do que efetivamente é. As fachadas só são diferentes no eixo central e sempre reforçadas por um saguão, ou seja, um pátio interior.Os elementos neoclássicos ao nível das pilastras almofadadas e dos frontões que encimam e fazem o remate do edifício são notórios. Do neobarroco, o elemento mais evidente, até pela exuberância decorati-va, é o uso de grinaldas de flores.

Ecletismo estilístico

A tendência da burguesia europeia do fim do século XIX e início de XX era a de ir buscar tendências estéticas de épocas anteriores, designa-damente elementos visuais inspirados nas grandes civilizações da an-tiguidade, como a grega. A importância do edifício é reforçada por ser representativo, em Setúbal, do momento da transição entre a constru-ção de paredes de alvenaria em pedra já integrada com elementos em betão armado.O edifício tem dois espaços distintos para habitação, ambos com grandes áreas, numa tipologia T3 que não pode ser comparada à da atualidade,

adaptadas à alta burguesia da altura, que inclui o uso do sótão para arrumos e onde, igualmente, havia um quarto e uma insta-lação sanitária destinada à criada de ser-viço, tal como se designava na época, que devia estar disponível em permanência. No piso habitacional, a separação entre as várias zonas funcionais é conseguida através de portas “vai e vem”, que exibem pinturas a óleo de temas setubalenses como o Outeiro da Saúde, a Ribeira do Livramento e o Forte de S. Filipe.No rés do chão, uma parte é dedicada a ar-

rumos do Club Setubalense. Noutra funciona uma dependência bancá-ria. Neste nível são facilmente observáveis trabalhos em ferro, como as grades, que vão buscar elementos à arte nova e à art déco, o que acentua o ecletismo de um edifício que merece um olhar aberto à descoberta.

vatório Nacional, compôs canções para canto e piano, algumas a partir de versos de poetas portugueses, como “Poema”, de Fernando Pessoa, “Súplica”, de Miguel Torga, e “Tristes Cantigas de Amor”, de António Botto.Para piano, Idalino escreveu várias obras, como “Prelúdio”, “Noturno” e “Dança Popu-lar Portuguesa”. Faleceu em 1987, ano em que a Câmara Municipal prestou homenagem à família Cabecinha, com uma exposição e um concerto, e, em particular, a Idalino.Os registos encontrados sobre Idalaciano Ca-becinha levam-nos a Sesimbra, onde residiu e trabalhou como fotógrafo. Ali, com o filho

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As coletividades presentes nas “Mar-chas Populares de Setúbal” apresen-taram-se num desfile na Avenida Luísa Todi, a 16 de junho, com a par-ticipação extraconcurso de marchan-tes da APPACDM e de Caneças. Agora é a doer, com a competição na Praça de Touros Carlos Relvas, a 22 e 23, onde as dez coletividades participantes, cada uma com cerca de 50 marchantes, mostram ao júri o trabalho de largos meses na con-ceção de arcos e indumentárias, na criação de músicas e coreografias.

A “SetFesta”, ponto de encontro do movimento associativo das freguesias da Anunciada e San-ta Maria, realiza-se entre 29 de junho e 8 de julho, no Largo José Afonso, com animação, espetá-culos musicais, exposições e tas-quinhas.Na Praça da República, em Vila Nogueira de Azeitão, decorrem entre 5 e 8 de julho as “Festas da Arrábida e de Azeitão”, que in-cluem o tradicional círio.Em termos de espetáculos, as festas oferecem, no primeiro dia, concertos da banda da Perpétua Azeitonense e de Jorge Nice. O cartaz do segundo dia apresenta Danças de Salão do CCDBA, Noi-te de Fados da Arrábida e um bai-le pelo conjunto Renascer.No dia 7, na Igreja de S. Louren-ço, à tarde, há música pelo grupo coral da Perpétua. A noite co-meça com marchas populares, seguindo-se um concerto come-morativo dos 40 anos de carreira de Clemente.No extremo oposto do Conce-lho, as “Festas de Verão” fazem-se no Clube Desportivo Cultural e Recreativo de Gâmbia, com bailes com o Duo Cabanas e Jorge Nice, dia 6, Trio Musical “Jotas”, a 7, e baile com o Duplo R e atuação do Rancho Folclórico do Poceirão, a 8.Ao longo de 16 dias, entre 21 de julho e 5 de agosto, a Feira de Sant’Iago volta a fazer valer a fama de maior certame regional do sul do País, com música, di-versões e gastronomia no recinto das Manteigadas.

Marchas cumprem tradiçãoDez coletividades

perpetuam a tradição das marchas populares

em Setúbal. Depois da apresentação ao público na Avenida Luísa Todi,

cada grupo foi desafiado a mostrar o que vale competição em dois desfiles na Praça de

Touros Carlos Relvas. “Vem daí Setúbal” é a

Grande Marcha, cantada por Sara Margarida

Festas animam julho

Carnaval aquece noites de verãoAs festas carnavalescas de Setúbal são bem mais do que apenas os três dias de fevereiro, realizando-se a 13 e a 14 de julho, na Avenida Luísa Todi, a segunda edição do Carnaval de Verão.Porque o que interessa é que haja alegria, independen-temente da altura do ano, o Concelho volta a mascarar--se e a calcorrear a principal avenida da cidade, logo no dia 13, a partir das 22h00, numa festa temática com fantasias carnavalescas.Na noite seguinte, a 14, com início à mesma hora e no mesmo local, o corso ganha dimensões ainda maiores, incluindo a parada de carros alegóricos e os trios elétri-cos “Trepa no Coqueiro”, “Tripa” e “Bota”, que se fazem acompanhar de escolas de samba.O Carnaval de Verão é organizado pela associação ACOES e pela Câmara Municipal e conta com o apoio de trinta bares e restaurantes localizados na zona da Ave-nida Luísa Todi.Uma das grandes novidades deste ano é que a entrada é gratuita em ambos os dias.Durante as festas está à venda um kit com chapéu e t-shirt que inclui de oferta dez cervejas nos estabeleci-mentos aderentes e em bares localizados no Largo José Afonso.

A Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense apresenta um retra-to da coletividade no ano da sua fundação, em 1882, enquanto “Os Festejos dos Santos Populares” são representados pelos marchantes do Núcleo Recreativo e Desportivo Ídolos da Praça,A Associação de Moradores do Bairro da Anunciada leva o tema “Setúbal despiu a saia, quando o sol se transformou”, enquanto o Gru-po Desportivo Independente entoa “Setúbal Maria, Maria do Mar” e

o Centro Cultural e Desportivo de Brejos de Azeitão parte “De Setúbal em busca de um Mundo Novo”.A União Desportiva e Recreativa das Pontes canta “Setúbal bem anima-da, também quis vir à Tourada” e o Núcleo de Bicross de Setúbal recria “Bairros de Setúbal: Uma História Bordada de Tradição”.“A Alma Portuguesa na Marcha do Bairro Santos” é o tema do Núcleo dos Amigos do Bairro Santos Ni-colau. Já a União Futebol Comér-cio Indústria marcha “Na noite de

S. João... de Alvinegro palpita o meu coração!” e o Grupo Despor-tivo Setubalense “Os 13” apresenta “Setúbal florida, por entre cautelas premiadas”.A Grande Marcha “Vem daí Setú-bal”, com letra de Idaliano Batista e música de Artur Jordão, é canta-da Sara Margarida, madrinha das madrinhas da edição de 2012 das “Marchas Populares de Setúbal”, cujos resultados são revelados na madrugada de dia 24, na página de internet da Câmara Municipal.

A cidade e o rio mais próximos, com olhos postos na atratividade turística. A área urba-na de referência da cidade na frente rio, na Praia da Saúde, zona que esteve afastada de setubalenses e visitantes durante largas dé-cadas, está pronta, com novas funções para usufruto da população.Neste local existem um passeio público com uma ciclovia e espaços de estadia e recreio nas novas plataformas construídas junto do areal, zona onde foi edificado um elemento de proteção ao galgamento das águas.A renovada Praia da Saúde vai contar tam-bém com um quiosque de café/pastelaria, equipamento com 75 metros quadrados, com espaços interiores e esplanadas. A traça ar-quitetónica definida para o quiosque, com elementos de construção e madeira e vidro, dá primazia ao lazer e bem-estar, num cená-rio entre a Arrábida e o Sado.Articulado com o traçado do passeio, o verde

Lazer voltadopara o Sado

das novas áreas ajardinadas já combina com o azul do rio, enquanto as árvores, na gran-de maioria pinheiros bravos, embelezam o percurso linear do passeio virado ao rio, com uma extensão aproximada de 260 metros.Novos lugares de estacionamento laterais foram definidos ao longo da Rua da Saúde, via de circulação cuja faixa de rodagem foi alargada, facilitando o trânsito na zona. Já numa área próxima do Parque Urbano de Al-barquel, entre a estrada nacional e a Rua da Saúde, a construção de um muro de suporte permitiu a estabilização das terras com plan-tações. É um novo espaço para ver, estar e usufruir, onde um conjunto de obras lideradas pela Câmara Municipal de Setúbal, no âmbito do PIVZRS – Programa Integrado de Valorização da Zona Ribeirinha de Setúbal, está a trans-formar e a conferir uma renovada dignidade a um território de excelência da cidade.