Jornal Maranduba News #17

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Maranduba, 25 de Outubro de 2010 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano I - Edição 17 Destaque: Programação cultural e religiosa agita feriado no Quilombo Notícias: Moradores reclamam de atendimento em posto de saúde Ong utiliza cultura para estimular plano de saneamento básico Motociclistas se reúnem para prestação de contas Alunos de Turismo Rural coletam lixo na Praia da Raposa Áurea realiza intercambio cultural com escola da capital Missa é marcada por despedida e transferência de Pároco Turismo: Canto da Maranduba: encantos de um passado glorioso Gente da Nossa História: Paula Alves dos Santos: serenidade pura Cultura: As “visage” do tempo do “fifó”

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Noticias da Regiao sul de Ubatuba

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Maranduba, 25 de Outubro de 2010 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano I - Edição 17

Destaque:

Programação cultural e religiosaagita feriado no Quilombo

Notícias:

Moradores reclamam de atendimento em posto de saúde Ong utiliza cultura para estimular plano de saneamento básicoMotociclistas se reúnem para prestação de contasAlunos de Turismo Rural coletam lixo na Praia da RaposaÁurea realiza intercambio cultural com escola da capitalMissa é marcada por despedida e transferência de Pároco

Turismo:

Canto da Maranduba: encantos de um passado glorioso

Gente da Nossa História:

Paula Alves dos Santos: serenidade pura

Cultura:

As “visage” do tempo do “fifó”

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Página 2 Jornal MARANDUBA News 25 Outubro 2010

Editado por:Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.

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Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: quinzenal

Responsabilidade Editorial:Emilio Campi

Colaboradores:

Adelina Campi, Ezequiel dos Santos, Uesles Rodrigues, Camilo de Lellis Santos, Denis Ronaldo e Fernando Pedreira

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

Editorial

Moradores que tem seus filhos na creche e na escola Nativa Fernandes reclamam da lixei-ra que está no muro da cre-che do lado de fora. A lixeira é pequena e deficiente para a demanda. Nos dias de chuva os cachorros abrem a lixeira espalhando os sacos lá acon-dicionados aumentando assim

Lixeira incomoda pais de alunos

a bagunça no local. Funcionários da escola tentam mante-la limpa, mas por falta de melhorias e ampliacão o lixo vive caindo no chão. Mo-radores que transitam no local todos os dias para buscar os filhos temem que alguma do-ença seja transmitida em de-correncia do lixo que cai.

Edital de Convocação de EleiçãoA presidente da APASU, Associação Protetora dos Animais da Região Sul de Ubatuba, no uso de suas atribuições legais conferidas pelo estatuto da entidade, convoca as Eleições para Composição da Diretoria para o Biênio 2011/2013 a ser realizada na data de 07 de novembro de 2010 no recinto do Boêmio Bar, localizado na SP-55 nº 1741, Maranduba, Ubatuba, SP, em primeira convocação às 15:00h e na segunda convocação às 15:30h. Ubatuba, 20 de outubro de 2010

Eulália Salete Pisa - PresidenteAPASU - Associação Protetora dos Animais da Região Sul de Ubatuba

No próximo dia 31 de ou-tubro estaremos escolhendo nosso presidente da repúbli-ca. Muita coisa tem rolado nesta campanha eleitoral, uma das mais acirradas nos últimos tempos.

Escândalos, acusações, ditos e desditos, mentiras, meias verdades, tudo isso só faz confundir ainda mais o eleitor. Mas no meio disso tudo se pode tirar algumas conclusões. Onde há fuma-ça, sempre há fogo. Cabe ao eleitor pesquisar as informa-ções sobre cada candidato.

Hoje, com a internet fica tudo mais fácil. Reportagens, vídeos, depoimentos, tudo está a disposição para quem quiser saber mais sobre qual-quer assunto. Basta saber pesquisar.

O Google é uma ferramenta poderosíssima para isso. Bas-ta digitar o nome ou as pala-vras, e com um pouquinho de paciência, obter uma enorme quantidade de dados sobre a pesquisa. Mas até aqui, são dados brutos. O segredo é saber filtrar esses dados para obter a informação deseja-da. Como é uma ferramen-ta que indexa tudo, existe muito lixo, muita informação desatualizada e por isso é essencial saber peneirar as informações para separar o jôio do trigo.

Infelizmente a grande par-te do povo brasileiro não tem

acesso à internet, ou não sabe como procurar. Essa massa fica a mercê dos for-madores de opinião, ou dos “cabos eleitorais” contratados pelos partidos políticos. Sabe-mos que o poder econômico influencia muito nas campa-nhas e por mais que o TSE imponha limites ou regras, elas nem sempre são cumpri-das. Existem muitos interes-ses envolvidos numa eleição. O poder é objetivo final.

Nessa busca pelo poder o que observamos é uma total falta de noção coletiva, que faz com que o povo tenha que escolher não o melhor, mas o “menos pior” dos candidatos. As acusações de ambos os la-dos sobressaem as qualidades que cada candidato possui.

Por isso é importante saber pesquisar e, depois de obter informações precisas, checa-das, optar por um ou outro candidato. O eleitor deve es-tar convicto ao pressionar a tecla “Confirma”, pois depois de teclada, não há mais vol-ta. Cada voto tem seu valor, e que bom seria se a população brasileira votasse consciente, convicta, sabendo que está definindo o futuro do país.

Esperamos que, seja quem for eleito, o próximo presi-dente saiba governar o país e possibilitar crescimento e progresso a todos e não só aos membros ou correligio-nários dos partidos e coliga-ções.

Emilio CampiEditor

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25 Outubro 2010 Jornal MARANDUBA News Página 3

EZEQUIEL DOS SANTOSO quilombo da Caçandoca se

agitou no feriado do último dia 12, desde sábado foram inten-sas as atividades históricas, cul-tural e religiosa. A comunidade preparou com muito carinho a acolhida aos visitantes que se deliciaram com o café, o almoço típico, o encontro de jovens e os espetáculos de dança e teatro. Participaram ainda as comunida-des do Cafundó, Brotas, Agudos, Instituto Luiz Gama, João Bosco, Claudia Castro da Revista Raça, Engenheiro Florestal Clodoaldo e José Carlos antropólogo da Uni-fesp, Federação dos Quilombos do estado de São Paulo, As-sociação dos Quilombolas da Caçandoquinha, além de muitos amigos e simpatizantes na defe-sa da causa quilombola.

As pessoas que participaram das danças e teatro aprovaram a idéia. O evento contou ainda com a Banda Som D’Zion. O quilombo recebeu ainda a primeira excur-são étnico-histórica de que se tem noticia que trouxe 25 pes-soas para conhecer a apreciar as belezas e riquezas deste povo. Grupos de movimentos sociais e culturais também participaram das festividades.

Não faltou foi câmera para o registro, que num futuro próxi-mo se tornará histórico. O encer-ramento de domingo contou com

Programação histórico-cultural e religiosa agita feriado no Quilombouma missa afro e um almoço comunitário regado a azul mari-nho. O prato custou R$ 10,00, a arrecadação será para a recu-peração da capela do quilombo, que é na beira da praia. A missa foi conduzida pelo Padre Carlos, o seminarista Diego e o Diáco-no Manoel. Contou ainda com moradores e fiéis da região sul de Ubatuba e de Caraguatatuba, num total de 282 pessoas.

Os turistas que estavam na praia pararam para ver a missa afro. Para muitos turistas a mis-sa foi mais que uma manifesta-ção cultural e religiosa, foi um espetáculo a parte. Ela lembrou bem o sofrimento e uma das poucas chances que os negros tinham de manifestar sua cul-tura e religiosidade sem sofrer os castigos da época. Tanto na alegria, na vestimenta, quanto nas canções ficava nítida a des-cendência mãe. Todos acompa-nhavam entusiasmados, alguns chegaram a chorar de emoção.

A missa teve seu inicio com a chegada da Padroeira do Quilombo – Nossa Senhora Apa-recida de barco até a praia, de-pois uma procissão levou a pa-droeira junto à imagem de Santa Bakhita (Santa Josefina Bakhita Canossiana), escrava que teve seu corpo marcado por 114 na-valhadas mantidas com sal para não cicatrizar, depois imersa por

um mês num lago de sangue. Depois de muito sofrer entrou para um convento e virou San-ta após o reconhecimento de um milagre que aconteceu em Santos-SP.

Ao final da missa as crianças cantaram em coro aos partici-pantes. Vários empresários e colaboradores foram citados no momento do agradecimento. As crianças almoçaram gratui-tamente, doação de um empre-

sário da Praia do Pulso parceiro dos quilombolas. Mais tarde foi oferecido um bolo em come-moração aos dias das crianças, todos se deliciaram com a sur-presa.

Os organizadores destacaram a importância da colaboração espontânea para que mais este movimento que data da forma-ção do povo brasileiro e conside-rado patrimônio imaterial pudes-se ser realizado.

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Ong utiliza cultura para estimularplano municipal de saneamento básico

Alunos de Turismo Ruralcoletam lixo na Praia da Raposa

No último dia 26 de se-tembro, domingo, alunos do curso de Turismo Rural na Caçandoca realizaram a reti-rada e limpeza de lixo urbano da praia da Raposa, do início e do final da trilha. O grupo foi divido em três partes, aonde cada um trouxe o lixo que vai sendo depositado no caminho. O lixo da praia foi retirado e le-vado para um local adequado. O tema do módulo realizado fala exatamente dos atrativos naturais. A orientadora Cândi-da Batista lamenta o descaso de alguns visitantes em deixar pelo caminho restos de plásti-cos e materiais que não se de-compõem.

Os quilombolas reclamam da falta de melhores condições de serviço de recolhimento do lixo pela prefeitura municipal. O lixo que foi recolhido da Praia da Raposa é em sua maioria

resultado de material jogado no mar, nas praias e rios e que a maré traz para este canto do paraíso. Já os das trilhas é re-sultado da falta de consciência de pessoas que deixam pelo caminho os seus restos.

Segundo o Técnico de Tu-rismo Rural Fábio de Souza as pessoas tem de se lembrar de que se existe a necessidade de levar alguma coisa para uso, existe a necessidade de trazer de volta, principalmente o lixo. Na temporada com o aumento dos visitantes e turistas o lo-cal recebe também uma gran-de carga de lixo, especialistas apontam da importância de reciclar o material que pode até aumentar a renda dos mo-radores. O importante mesmo é que cada um possa voltar com o lixo que produziu, desta forma todos ganham, ganham qualidade de vida.

EZEQUIEL DOS SANTOSCom o financiamento da Fehi-

dro e do governo do estado, a organização não governamen-tal Cuidágua Litoral Norte pro-moveu no último dia 17, ativi-dades culturais e oficinas para todas as idades como forma de estimular a construção do Plano Municipal de Saneamento Bá-sico do Município de Ubatuba. O evento aconteceu na escola municipal Nativa Fernandes no Sertão da Quina com inicio às 15 horas.

O evento contou com oficinas de arte-educação, contacão de estórias, oficinas participati-vas e lanche aos participantes, além da espetacular apresenta-ção da peça teatral O Filho do Vento do Espaço Cultural Pés no Chão, de Ilhabela. As ativi-dades são partes de um projeto em quatro etapas num total de doze meses, que tem como ob-jetivo a sensibilização e o cui-dado com as águas. Houve ain-

da uma mesa redonda com os adultos que discutiram propos-tas a serem incluídas no plano de saneamento básico das Ba-cias Hidrográficas da região sul de Ubatuba. O evento contou com vários apoiadores e cola-boradores. Na região a gestora ambiental Mariana Pavani é a multiplicadora oficial do pro-

jeto, que foi bem visto pelos participantes. Para maiores informações visite o site www.cuidagua.org e dê sua contri-buição, ela é muito importante para o projeto que segue em proteção ao uso racional de nossos recursos hídricos e na manutenção da qualidade de vida dos habitantes do litoral.

No último sábado, 16, o gru-po de motociclistas Dose Le-tal se reuniu para a prestação de contas a seus membros. A reunião realizou o balanço das atividades até o momento, principalmente às causas so-ciais. A reunião acontece toda terceira sexta feira do mês, após a reunião aconteceu uma confraternização entre os irmãos de rodas das tribos do litoral, do Vale e da capi-tal. Todos podem participar da reunião e da confraternização bastando doar apenas um qui-lo de alimento não perecível.

O evento ainda contou com o rock da Banda Stick Little e do som mecânico do Dj Nenê.

Motociclistas se reúnem paraprestação de contas em ritmo animado

Qualquer um pode partici-par das ações sociais, basta procurarem à diretoria ou re-

presentante de cada grupo de motociclistas. Vale a pena participar.

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25 Outubro 2010 Jornal MARANDUBA News Página 5

Moradores do Quilombo Caçandoquinhaorientam professores da rede pública

FABIANA GIRAUDOs integrantes da Associação

do Quilombo Caçandoquinha Mário, Vicentina e Luis reali-zaram palestra na EM Nativa Fernandes e na EMEI Thereza dos Santos, do Sertão da Qui-na. A visita foi para a instru-mentalização dos educadores das unidades quanto à lei e a obrigatoriedade do ensino da cultura afro no currículo esco-lar, bem como questões mais práticas como: as possibilida-des de atividades a serem pro-postas, livros paradidáticos, a história do negro antes de vir para o Brasil.

Na oportunidade ilustraram como funciona o Quilombo Caçandoca, sob que leis os trabalhos estão pautados, como se dá a organização e o dia a dia desta população e as dificuldades encontradas. O

encontro foi realizado de uma forma agradável e dinâmica com muita música e num cli-ma muito familiar.

Para os ouvintes a palestra foi enriquecedora. Para os participantes houve momen-tos de grande aprendizado. Foi para os educadores inte-ressante saber que este é o primeiro quilombo a possuir as terras legalizadas no país, saber ainda que sua formação é um pouco diferente, pois se trata de um quilombo de herança, onde as terras que antes pertencia a um branco foram herdadas pelos seus descendentes negros.

A equipe gestora das unida-des ficou muito feliz e agra-decida pela visita e pela pa-lestra que foi enriquecedora. Os participantes destacaram ainda a importância do evento

tendo em vista que o quilombo e seus moradores encontram--se num bairro vizinho próxi-mos às unidades escolares, e fazem parte do processo de formação civilizatória de nosso país, dentro de um dos muni-cípios mais antigos do país.

Num clima descontraído fi-cou registrada a gratidão dos educadores pela presença dos membros deste território de lutas e conquistas. Para Ma-rio Gabriel do Prado, que é Presidente da Federação dos Quilombos do Estado de São Paulo trata-se de uma oportu-nidade única e também para os quilombolas é gratificante, segundo Mário são degraus que a cultura afro vem gal-gando e neste momento com a colaboração dos educadores vem conquistando seu espaço depois de tanto sofrimento.

Áurea realiza intercambiocultural com escola da capital

A escola estadual Áurea Mo-reira Rachou realizou nos dias 21 e 22 de setembro último intercambio cultural com a As-sociação Escola Graduada de São Paulo. Entre professores e alunos a escola da capital trouxe 108 pessoas que se en-cantaram com o lugar. Todos ficaram hospedados no Sitio Santa Cruz. No colégio realiza-ram a pintura da parte interna da lateral do muro e o jardim em conjunto com os alunos da região, também praticaram atividade como queimada na quadra coberta. Doaram ain-da aparelhos para exercício

físicos. Foram vários grupos caminhando pelas dependên-cias do colégio. Os alunos que estão acostu-mados a conversar com turis-tas aproveitaram para trocar experiências e matar a curiosi-dade e como é vida em outro colégio, ainda mais na capital. Foram dois dias proveitosos onde houve a aprovação da direção da escola, professores e funcionários. Nos dias de vi-sita não faltou assunto entre os colegas de classe sobre o intercambio, há quem diga estar ansioso para uma nova visita.

Na noite do último dia 2, sábado, aconteceu a missa de despedida do Padre Ino-cêncio Xavier que vai para a comunidade do Itaguá. Acon-teceu também a transferência de posse do novo Pároco que será agora exercida pelo padre Carlos Alexandre.

Todas as comunidades se fi-zeram presentes na despedida e homenagem ao padre Ino-

Missa é marcada por despedida e transferência de Pároco

cêncio e na acolhida do novo Pároco da região. Conduziram a cerimônia os padres Ernesto, Xavier, Carlos e os seminaris-tas João, Marcos e Diego com a participação de Dom Altieri - Bispo Diocesano. Padre Carlos agora tem a responsabilidade de conduzir a palavra de Deus a todos os fiéis da região, além das responsabilidades administrativas da paróquia.

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Regional sul a realiza limpeza de valas Conversas do povo caiçara 2 AMILTON SOUZA

1-“Ê Marcelo, parece até um louva-a-deus...” Alexandre do Zeca da Celeste disse ao seu irmão em 2003 (detalhe: ir-mão gêmeo)2- “E tem hora pra beber ago-ra?” Arlete do Amilton Souza interrompendo Nilo Mariano em 2010 que dizia que ha-via parado numa Padaria às 05h52min da manhã e o balco-nista não quis servir cerveja...3- “Berôinca, tende arco?” Tradução: “Senhora Verônica, será que vossa senhoria pode-ria me emprestar, por alguns instantes, o recipiente de álco-ol, se não for muito incômodo?” Uma Tia muito querida minha disse pra sua comadre num Domingo às 07h15min da ma-nhã em 2009...4- “Onde bóis ide?” Tradução: “Por obséquio: a sua pessoa pode informar à minha pessoa que rumo pre-tende tomar?” Essa mesma Tia no ano de 2007 argumen-tou a um meliante que aden-trou sua residência sem ser convidado...5- “Ôôô... mão de cesso...” Vó Zica do Mané Gaspá disse em 1996 pela primeira vez, de-pois de dar vários botes para pegar uma caneca e mesmo assim ela caiu no chão...6- “Ela tava pronta pra tirar a minha vida...” Arlete do Amil-ton Souza em 2005 quando abriu a porta e deparou-se com um anfíbio anuro de cor verde que sobe pelas paredes...7- “Essa titica não vai servir...”Amilton Souza em 1985 disse quando recebeu uma camise-

ta de presente em seu aniver-sário, porém, como qualquer criança, esperava receber um brinquedo...OBS: As frases n°8,9 e 10 contam uma mesma história:

8- Dee-o-sinal verde em in-glês (ainda um adolescente na época), disse pra turma em 1998: “Fiquei com uma menina em que o nome dela termina com a letra “O”9-A turma (que não valia um real) depois de muito pensar, retrucou: “então você ficou com um homem”...10- Mas Dee-o-sinal verde em inglês deu a cartada final:“Era menina sim... e o nome dela termina com “O”, sim... é Raqué-O... viu?” Fim da pequena história...11- “... do Pica-Pau eu não gosto porque ele fica dando bicadinhas nos outros...” Uma nobre Senhora proprietá-ria de uma famosa marca de Balas disse em 2003...12- “Antes era por amor, hoje em dia é só séco,séco,séco!”Tradução: “Nos tempos idos, as pessoas se relacionavam por amor, nesta idade con-temporânea, privilegia-se o ato sexual libidinoso...” Um dos Bitus de nossa comunida-de revelando sua fúria com os costumes de hoje em dia...Alguns nomes dos persona-gens que aqui aparecem são fictícios, entretanto, todas as histórias são verdadeiras... Amilton Souza é músico pro-fissional e já tocou no Bar do Tiltcham Féle com Samuca co-mendo Hap-Top sabor bacon.

No último dia 15 funcioná-rios da regional sul realizaram a limpeza das valas da Rua 28 no Balneário Santa Cruz para o escoamento das águas. O local é estratégico já que quando chove muito e a vala não desobstruída todo o local fica alagado. Foi realizada ain-da a limpeza do mato e reti-rada do lixo e do entulho que é colocado no local. A retirada foi de quatro caminhões de entulho que agrava a situação do escoamento das águas.

A população pode colaborar colocando o material a ser des-cartado em local adequado ou próprio, nunca colocando as margens das estradas ou rios.

EZEQUIEL DOS SANTOSEm 1960, na Rua Manoel

Gaspar dos Santos, que an-tes era mais estreita, de terra batida, de muitas flores, onde hoje é a casa do Pedro “Baita-ca” em meio aos pés de bana-nas e as criações domésticas, uma família se preparava para uma grande festa. O quintal foi varrido com vassoura de mato com cabo de bambu “de vez”. A mesa era aquela rústica que coberta por um pano branco novo ficava outra mesa. Na realidade era a festividade de bodas de ouro do casal Bene-dito Gaspar dos Santos e Maria Serva Cabral.

Os dois nasceram no bairro do Ingá. Ele na realidade era fun-cionário do sitio da futura espo-sa. O sitio era de Pedro Pimenta e Ana Sodré que acabaram vi-rando sogro e sogra. Como não havia opção de serviço ele topou a parada. Lá tinha de cuidar do gado, do café, da cana, da cria-ção, do engenho, do mandiocal, da lenha, de tudo. Era comum as pessoas ganharem apelidos ou os nomes encurtarem con-forme o grau de dificuldade de fala ou até mesmo para soarem mais confortavelmente aos ou-vidos daquela simples gente. Mais tarde todos os chamariam de comadre Teté e Dito Gaspar ou Bito Gaspar.

Naquele tempo o padre vi-nha uma vez ao ano e fazia um mutirão: casamento, crisma,

Há meio século se comemorava 50 anos de matrimônio

batizado, missas. Tudo de uma única vez. Então algumas pes-soas realizavam por conta pró-pria outras atividades de festas ou religiosas que não precisaria a presença de um padre por pernas próprias. A filha Maria lembra que foi uma “comidoria” só para o almoço. Muita criação na panela, arroz, feijão, salada do quintal, doces e bebidas. Na realidade os aniversariantes não sabiam da festa, alguns fa-miliares ficaram com medo que desse um treco no Dito Gaspar. Mas tudo aconteceu conforme o combinado. Todos os filhos estavam lá: João Cabral, Pedro Celestino, Maria, Ana, Francis-co, Manoel, Gertrudes, Auro-ra e Catarina Gaspar. O casal emocionou-se com a surpresa principalmente ao ver os filhos e os parentes ao redor. O ca-

sal ganhou o maior presente, daqueles que não tem dinheiro que pague, o carinho recebido.

Dito Gaspar era um senhor de baixa estatura, igual a muito outros, que chagava a ser meio corcunda de tanto carregar peso. Era conhecido ainda por dar bons conselhos, um sábio. Na época não existia bíblia, ti-nha a tal de escritura sagrada. Uma dessas foi guardada por Teté, que tinha pouca leitura mais anotava do seu jeito a data do nascimento das crianças do lado de dentro da capa. Pena que este material se perdeu.

Pouco se sabe do desfecho desta festa, mas sabe-se que foi boa, senão ninguém relataria com tanta saudade e emoção do acontecido. Parabéns ao casal que se vivos estivessem fariam hoje um século de matrimônio.

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25 Outubro 2010 Jornal MARANDUBA News Página 7

VNEWSMoradores da Maranduba,

em Ubatuba, reclamam do posto de saúde do bairro. O principal problema seria a falta de médicos e como o local fica distante do centro da cidade, quem precisa de socorro teme ficar sem atendimento.

Denis Florêncio esperou cin-co meses para conseguir uma consulta no Programa de Saú-de da Família. Agora, vai pre-cisar ter ainda mais paciência para fazer os exames pedidos pelo médico. “Ele pediu um exame, mas só que foi mar-cado pro dia 22. Tem que es-perar fazer e depois mais dois meses pra receber o resultado do exame”, reclamou.

Já o filho de Ivan, de 4anos, tinha consulta agendada. Mas, na data marcada, o pediatra não apareceu. “Não tem mé-dico, não tem remédio, não tem nada. As coisas estão en-ferrujadas, os equipamentos, quebrados”.

Moradores de Ubatuba reclamam deatendimento em posto de saúde da cidade

Os moradores reclamam da falta de médicos também no pronto-atendimento, que presta os serviços de emer-gência. “Você vem aqui, há dias que tem pronto-atendi-mento, há dias que não tem. É uma situação que deixa a desejar”, disse uma morado-ra.

A prefeitura admite a falta de profissionais no Programa de Saúde da Família e diz que ela ocorre em todo o municí-pio. Cinco vagas estão aber-tas, mas ninguém teria se in-teressado. Já em relação ao pronto-atendimento, a falta de médicos seria um proble-ma eventual, como explicou o secretário de saúde do mu-nicípio, Clingel Frota.

“O profissional médico que presta serviço no pronto--atendimento não é de Ubatuba. Ele se deslocou de outros municípios, de outras regiões, pra prestar o plantão aqui. Então, ‘intercorrências’

sempre vão ocorrer, em fun-ção desse deslocamento. Mas nós temos tido registro nos últimos meses, e têm sido cada vez mais escassos as ausências dos profissionais”.

O aposentado Adilson Lu-blio é hipertenso e vai regu-larmente ao posto de saúde para monitorar a pressão ar-terial. Ele tem medo de não encontrar um médico duran-te uma crise. “Nós estamos a 28 quilômetros de Caraguá e 30 de Ubatuba. Se eu chegar um dia desses, e não tiver um médico: caixão”.

A prefeitura negou que exista falta de remédios na unidade. Sobre os problemas de infraestrutura, informou que o prédio será reformado. E a respeito da falta de médi-cos do PSF, a administração alegou que existem três va-gas abertas na cidade, mas que nenhum profissional teria se interessado.

(Fonte: VNews)

A prefeitura admite a falta de profissionais no Programa de Saúde da Família

1- Se não souber nadar, não entre na água;2- Nunca mergulhe em locais desconhecidos, devido à pre-sença de pedras, troncos de árvores submersos e outros obstáculos;3- Adultos e crianças devem usar salva vidas ao entrarem na água e principalmente ao andarem de barco;4 - Cuidado com correntezas, não subestime a força das águas;5 - Câimbras sempre podem acontecer, por isso evite en-trar sozinho na água, faça aquecimento e alongamento antes de entrar;6 - Cuidado com águas conta-minadas, fique atento ás sina-lizações;7 - Não entre na água após as refeições. Você pode ter uma congestão;8 - Não entre na água à noite, esta é uma prática arriscada;

Como evitar AFOGAMENTOS

9 - Evite bebidas alcoólicas e não coma em excesso;10 - Entre na água devagar e avance só até o nível do umbigo;11 - Não mergulhe de cabeça – pode ser raso ou ter pedras no fundo;12 - Mantenha a atenção em seus filhos. Nunca perca con-tato visual;13 - Esportes aquáticos me-recem uma atenção especial. Esteja bem preparado, veri-fique as condições de seus equipamentos, as condições do tempo e evite praticar so-zinho;14 - Oriente seus filhos sobre os riscos de entrar em rios la-gos e mares sozinho;

Dicas do manual de Auto Pro-teção do Cidadão – Setor de Comunicação Social da Policia Militar do Estado de São Paulo – Base Comunitária de Segu-rança da Maranduba

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Página 8 Jornal MARANDUBA News 25 Outubro 2010

Canto da Maranduba: belezas e encantos de um passado glorioso

EZEQUIEL DOS SANTOSSabe aquela peça que fica

jogado no canto da casa que qualquer dia deste você pega e começa a descobrir que é interessante que realmen-te você não sabia nada so-bre esta peça. Pois é o canto da Maranduba é assim como uma peça jogada no canto da casa, que só quando desperta a curiosidade é que descobri-mos seu valor. O local é ideal para quem gosta de aventuras e de sossego ao mesmo tem-po, principalmente quem está com crianças ou é inexperiente no quesito mergulho, pesca de vara ou até mesmo caminhar sobre as pedras.

O canto da Maranduba pode ser alcançado por dois lados. Um pode ser caminhando na praia até o rio Maranduba, tem de atravessar a barra do rio. O outro é pela rodovia SP-55, depois entrando pela estrada que dá acesso ao Quilombo da Caçandoca entrando a segun-da à esquerda. As duas opções são interessantes, de um lado a tranqüilidade da caminhada, o sossego das ondas, de outro lado o movimento, o barulho dos barcos das garagens náu-ticas, movimento de pessoas pescando nas pedras das la-terais do rio, tratores das ga-ragens náuticas, pescadores e profissionais que prestam ser-

viço ao setor náutico. Parece que o visitante tem a opção de atravessar duas paredes: uma urbana, que é barulhenta e ou-tra rural que é a da contempla-ção e sossego.

Do lado silencioso impera o som das ondas batendo nas pedras. Quando a maré esta baixa e vazia é possível apre-ciar duas pequenas praias, que parece ser particular. O clima de aventura é natural, já que a mata nativa, porém não pri-mária alcança a areia. O ar de desbravador fica ainda mais claro nas crianças. É fácil des-cobrir porque, a frente o mar as ilhas e toda a baía. Do lado esquerdo o rio que desemboca no mar, a continuação da praia que vai até a Lagoinha e as pessoas se deliciando do outro lado. Ao fundo a continuação do rio, as marinas, os barcos de pesca cheia de histórias. Do lado direito a mata, as areias que se misturam as pedras, a ponta do continente que quase alcança a ilha, tudo isso num só lugar onde os olhos alcan-çar em todo o redor. Neste úl-timo lado é possível encontrar troncos de árvores e restos de matas que ficaram a deriva e resolveram parar por ali.

Os mais atentos podem fazer das pedras um pequeno aquá-rio, é que muitos seres vivos moram por ali, tantos os de

água quanto os que sobrevo-am a baía. Muitos destes se-res são inofensivos, mas todo

o cuidado é pouco. Por vezes é possível avistar pegadas na areia de algum animal terres-

tre que resolveu descer da mata e se arriscar em algumas braçadas na praia.

Dois momentos: o canto da Maranduba atual (acima) e na década de 50 (abaixo)

Foto: Ezequiel dos Santos

Foto: Arquivo pessoal Fabio Hanna

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25 Outubro 2010 Jornal MARANDUBA News Página 9

O local segundo os antigos já foi palco de muitos encontros, quer seja pela pelo amor ou pela dor. Eram por ali que as pessoas iam a Caçandoca e as demais praias, ao cemitério, e as casas dos moradores daque-las bandas.

Na maré cheia as canoas de voga transpunham a barra para o delírio dos moradores, já tra-ziam as vezes muitas novidades e noticias de fora. Lá era o local da escola da vida, eram troca-dos várias informações sobre tudo. Ponto de referencia para ir a todos os lugares. Muitas ve-zes tinham de esperar a maré baixar para atravessar a boca da barra. As pescas começavam por aquela região. No caminho atual (estrada) ainda é possível ver na lateral a trilha que dá acesso ao canto desta praia. O local possuía tanto alimento que não precisava ir longe para bus-car o almoço.

Poluição era coisa que nin-guém sabia o que era. As mu-lheres “catavam” sapinhoá, corondó, pegoava, saquaritá, guaiá, siri, santola, rosquinha, praguaí (que as crianças guar-davam para brincar de escravos de Jó), marisco e pindá. Não era raro pegar lagostinhas no rio que descia ao lado do cemitério. Claro que era o suficiente para a alimentação da família e tudo de acordo com o calendário na-tural. Os homens pescavam o suficiente para salgar o peixe, já que era a única foram de guar-dar o pescado fora de época. A fartura era uma benção, segun-do contam. Quando não caça-vam, pescavam. Quando não podiam fazer nenhum dos dois, plantavam, quando não isto, coletavam. Quando não podia nenhuma das opções, comiam as reservas guardadas.

O rio era tão largo e fundo que era necessário uma balsa

para atravessa - lá. Depois a transfiguração pelo desenvol-vimento a qualquer preço mu-dou esta realidade. Mas ainda é possível ver o charme deste canto, lá é possível mergulhar com snorkel e observar as bele-zas submersas, principalmente às crianças e os iniciantes, tudo observado por alguém respon-sável e experiente.

Local ideal para várias fotos dentro e fora dágua, trata-se, pois de um dos pontos mais ri-cos do passado e que goza de deliciosas férias no presente e no futuro quem sabe servirá de exemplo de beleza, sossego, tanto aos animais quando aos homens da terra, que quer ma-tar a saudade do que é a natu-reza viva e intacta, parte do seu sangue e da sua cultura.

Local de emoções e sentimentos genuinamente caiçara

Mesmo com as mudanças realizadas pelo homem, a beleza do local permanece com há 50 anos.

Foto: Arquivo pessoal Fabio Hanna

Foto: Emilio Campi

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Página 10 Jornal MARANDUBA News 25 Outubro 2010

Gente apaixonada por Ubatuba: A saga Patural (parte IV)JOSÉ RONALDO DOS SANTOS

Os detalhes dentro de uma narrativa, a partir do meu ponto de vista, são as coisas que mais atraem. Exemplo disso é a for-ma tão emocionante que a nar-radora nos apresentou na parte III o seu segundo parto, quan-do nasceu o filho, cujo nome é o mesmo do pai. Aquela criança hoje é empresário do setor pes-queiro. Jean-Pierre tem barcos, atende a demanda por pesca-dos no mercado de peixes e até mesmo em outras cidades. Neste momento reforço uma característica do município: a pesca. É preciso que os pesca-dores repensem suas técnicas, assumam novas posições políti-cas, ecológicas, econômicas, re-ligiosas, etc. para reerguer esta atividade tão tradicional. Por exemplo: já houve tempo em que a festa de São Pedro, mais especificamente a procissão marítima, atraía muitos turis-tas, mais consumidores para a ocasião. Hoje, grande parte dos pescadores, donos de embar-cações, não reflete sobre isso. Existe até o fanatismo religioso que leva alguns desses coitados a deixarem de participar de um evento assim por considerarem pecado. Quem, da geração dos jovens pescadores, já ouviu fa-lar da Festa da Cruz que aconte-cia na praia do Camburi e atraía multidões até da capital flumi-nense? Por que, para alguns, até é proibido aventar tais pos-sibilidades de envolvimentos? Assim vão perdendo espaços na mídia, não enxergam oportuni-dades culturais, deixam de fatu-rar. Infelizmente ainda não re-fletiram sobre a linguagem que criou o mundo e as culturas. O nosso dever principal é recriá--lo (o mundo) para sobreviver com ele. O certo, por enquanto, é que estamos poluindo muito, destruindo jundus e mangue-zais, não respeitando os ciclos

dos seres marinhos, desrespei-tando leis básicas (mesmo que precisem ser aprimoradas). Uma reviravolta nisso tudo está longe de acontecer. Parafrase-ando um agricultor jordaniano, “é como o desejo do diabo de ir para o paraíso”.

Voltemos à entrevista. Aten-temos à fala da dona Silvia. Neste trecho eles apresentaram uma outra novidade nas práti-cas agrícolas da época: o tra-tor. Naquele tempo só existia tal máquina na Estação Experi-mental do Horto Florestal. Des-confio que, na década de 1950, era grande novidade para todo o município. Coisa maior só a alegria da criançada trepada na máquina e vencendo os cami-nhos enlameados entre o sertão e a praia do Ubatumirim!

Naquele tempo tudo era difícil, mas poderia ser pior se não hou-vesse pessoas como a Carmem.

Carmem era uma adolescen-te com quinze anos quando o Jean Pierre nasceu. Desde cedo ela adotou o menino; foi a babá desde o primeiro instante. Nós a levamos para Taubaté e, ela só deixou a nossa casa para

se casar. Foi como uma filha. Era gente do Apolinário. Atual-mente mora no Jardim Luamar (Estufa II) e está muito bem. É certo que passou por certas dificuldades, mas soube usar a cabeça. Estamos felizes por ela.

Só tem uma coisa que me marcou bastante: a volta com o bebê para Taubaté. Ainda estava toda dolorida e tive que vir de canoa para a cidade, de-pois embarcar no ônibus para Taubaté e enfrentar tantas ho-ras de sacolejo numa estrada medonha.

Após seis anos plantando, com vários funcionários (Dito Rolim, Melentino...), a planta-ção estava em franca produção, começando a dar lucro. Surgiu a necessidade de aprimorar o transporte dos produtos. Era o ano de 1958 quando com-pramos, na Casa Granadeiro, em Taubaté, um trator. Ques-tão: Como trazer o trator para Ubatuba, depois levá-lo até o Ubatumirim? Solução: Desmon-tá-lo todinho, transportar pela rodovia e pelo mar e, remontá--lo na roça, onde ficou definiti-vamente.

Os nossos dentes vão es-curecendo com o passar dos anos ficando com um sorriso amarelado, hoje um proble-ma que tem solução. Com o clareamento dental o paciente pode perder o sorriso amarelo recuperando a cor natural dos dentes.

Fatores que alteram a cor dos dentes: uso prolongado de antibióticos, fumo, tra-tamento de canal, fluorose, consumo de café, vinho tinto, coca-cola e chocolate.

Tipos de Clareamento: Cla-reamento no consultório e caseiro supervisionado pelo profissional.

Qualquer pessoa pode clare-ar seus dentes?

Sim, desde que os dentes estejam saudáveis, ou seja, sem cáries e problemas perio-dontais.

Posso fazer clareamento dental em casa sem a ajuda de um profissional?

Não se recomenda clarear os dentes sem orientação pro-fissional.

O dente clareado pode escu-recer de novo?

Sim, mas nunca ficará tão escuro quanto antes. Depois de 1 ou 2 anos pode ser ne-cessário uma manutenção.

Os dentes ficam sensíveis?Sim, dependendo de como o

paciente usa mesmo orientado pelo profissional, ou seja, a sensibilidade ocorre na maio-ria das vezes no clareamento

caseiro pois as pessoas que-rendo resultado mais rápidos deixam de lado a orientação do dentista.

As restaurações de resina clareiam?

Não. O paciente talvez te-nha de trocar ou retocar as restaurações antigas uma vez que parecerão mais escuras frente aos dentes clareados.

O clareamento pode enfra-quecer os dentes ?

Não, a estrutura dentária é preservada.

O clareamento pode ser rea-lizado em qualquer idade?

A partir dos 15 anos.Durante o clareamento den-

tal, o que devo fazer ?• Não ingerir alimentos e/

ou bebidas com corantes: be-terraba, coca-cola, café, chá, vinho tinto, chocolate entre outros;

• Não se deve fumar;• Observar os dentes diaria-

mente no espelho, monitoran-do o progresso do clareamen-to.

Qual é a importância de ter dentes brancos?

Em nossa sociedade, dentes brancos são um dos símbolos da beleza estética. Muitas ve-zes pessoas com dentes escu-recidos perdem a auto-estima e até podem ficar com vergo-nha de sorrir.

Por isso não deixem de visi-tar regularmente seu dentista.

Um Forte AbraçoDr. Thiago Massami Sokabe

Clareamento Dentário

Page 11: Jornal Maranduba News #17

25 Outubro 2010 Jornal MARANDUBA News Página 11

Classificados

CARAGUA/INDAIÁ - Vendo casa com 3 dorm (1 suíte), sala 2 ambientes, cozinha planejada, garagem coberta para 3 carros, edícula. Terreno de esquina. Óti-ma localização. (12) 3843.1262-----------------------------------CASA ARARIBÁ - No pé da serra, 4 dorms, 2 banh, cozinha grande, terreno de 1000m2, muito verde, bosque e água a vontade. Tratar (12) 3849.5215 9710.2050 08 (11) 7355.3465.-----------------------------------CASA LAZARO - Rua Ameixa, Sobrado c/ 250m², 3 dorms + 1 suite; 2 banh; salão; sala de jantar; cozinha c/ arms; área de serviço; saleta+varanda; churrasqueira coberta; jardim; vaga 1-2 carros. AT ca 450m² (2 lotes). Base R$260mil. Tratar: (12)9218-2151.------------------------------------TERRENO próximo a Po-limix Concrepav c/ 287m2. Tratar 9104,3936 - 9790.4997------------------------------------ALUGO CASA p/ temporada p/ até 15 pessoas c/ piscina, churrasqueira, garagem p/ 5 carro, a 300m da praia. Tratar 9104,3936 - 9790.4997------------------------------------

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Quando eu era bebê...

Oh! Que saudades que tenhoDa aurora de minha vidaDa minha infância queridaQue os não trazem mais...Que sonho, que beleza, que infância.Naquelas tarde de sonoNo meu braço eu dormiaDebaixo de quatro ursinhos!

Os dias eram ótimosDo vento que batia na caraQue dos primeiros passosNão sabiam nadaAs flores desabrochavamAo despertar de uma chuvaNada me impedia de comerTinha uma bela família

Que vida que eu tiveMinha mãe cantava uma melodiaPara eu dormirE estar disposto no outro diaAo nascer do sol, renova uma vidaCom muito chocolate e outras porcariasPra mim doce era ouroComo pássaros no bebedouroOh! Dias que eu viviOh! Sonho lembradoDá vontade de voltar ao passado!

Gabriel de Oliveira Souza

Busca

Gostaria eu de saber da vida a essência,E de onde termina o sonho e começa a realidade.Se um dia em pó terminará minha existência,Ou se uma parte de mim viverá a eternidade.

Sei que esta incessante busca não é só minha,E que ela intriga boa parte da humanidade.Mas para mim o grande momento se avizinha,Quando, enfim, decifrarei a buscada verdade.

Custa-me acreditar que sob uma fria lápide se vá a vida,E que tudo termine na pequenez de um só instante.Daí, então, essa minha voraz vontade incontida,De descerrar o mistério do que me espera lá adiante.

Se nesta passagem tudo tiver começo, meio e fim,Qual será, neste caso, da vida o verdadeiro sentido?Aos ouvidos a palavra continuidade soa melhor para mim,Fazendo-me crer que o aprendizado não será tempo perdido.

Mas se essa continuidade realmente existir,Onde se poderia encontrar uma definitiva prova?Gostaria de, ainda em vida, podê-la atingirPara não saber a verdade apenas numa fria cova!

Sei que este é um tema confuso, polêmico e perigoso.E por mais que tente coordenar meu pensamento dispersoParece-me que ele vai ficando cada vez mais nebuloso!Mas, afinal, quem sou eu diante da grandiosidade do Universo...

Manoel Del Valle Neto

Eu estava tão feliz, fui o mais veloz,O mais forte de todos, eram muitos,Quando percebi, eu já fazia parte de você.Eu fiz tantas perguntasMas não me ouvia,E eu, ali no meu vazio, espereiEsperei que sentisse a minha presençaO tempo passou, e eu cresci assimO meu crescimento era quase imperceptívelNão fazia muita diferença.E você finalmente soube de mim

Desculpa se fiz te sentir mal,Se te deixei ruimEu não queria que zangasse comigoPor favor, me desculpe!Hoje eu estou só, não me permitiuQue eu fizesse parte do teu mundo,Mas eu só queria que você me amasse Com a mesma intensidade do amorQue eu sentia por ti mamãe.

Jéssica Oliveira do Nascimento, 15 anos – Araribá

Me ame!

Os alunos do sexto ano da escola Áurea Moreira Rachou realizaram atividades em sala de aula que revelou talentos para a poesia. A professora Silvia A. M. Lima explicou aos alunos o que é uma paródia. Dentro do tema foram apre-sentadas aos alunos as poesias

Escola revela talentos para a poesiaMeus oito anos de Casemiro de Abreu, Ai que saudades de Ruth Rocha, de onde partiram para a elaboração da proposta.

O resultado apresentado foi melhor do que o esperado, vá-rios trabalhos foram destaque na sala. A excelência da paró-dia apresentada pelos alunos

revela que a região poderá, quem sabe num futuro pró-ximo, apresentar grandes ta-lentos da poesia. Parabéns a todos.

Acima, a primeira paródia de Gabriel de Oliveira Souza (Quando eu era bebê) a ser mostrada ao leitor.

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Página 12 Jornal MARANDUBA News 25 Outubro 2010

Gente da nossa história: Paula Alves dos Santos: serenidade puraEZEQUIEL DOS SANTOSProva viva do intercâmbio

entre o planalto e o litoral, dona Paula nasceu em Var-gem Grande no dia 25 de abril de 1915. Lá se criou até o casamento. Descobrimos que ela gostava da simplicidade e de comida caipira. Mulher de luta como era foi difícil achar adjetivos a esta batalhadora, mas que pode ser resumida desta forma: Forte como um touro, resistente como o ce-dro, doce como o mel e de-licada como uma flor. Ainda no planalto recebia muitos amigos do litoral, sua casa foi sempre um porto seguro aos “andantes” que se sentiam em casa. Era até comum às pes-soas que iam a Aparecida do Norte ou mesmo jogar bola por aquelas bandas se ache-garem a casa de dona Paula. Lá também ficavam na casa de Dito Preto. Quando chega-vam era uma festa. Por falar em festa ela não perdia uma. Gostava mesmo é de farinha de mandioca da boa, café de cana, carne cozida que muitas vezes eram feitos nos tachos de cobre de fornear farinha.

Foi privilegiada, pois co-nheceu e viveu os dois lados geográficos. Moça ainda nova casou-se com Pedro Santana e deste matrimônio nasce-ram: Pedro, Virgilio, Benedito, Domingos, Sebastião, José, João, Antonio, Izabel, Maria e Geralda, destes muitos netos e bisnetos povoam a nossa região. No final dos anos de 1950 ela desceu a serra defi-nitivamente, pois um parente havia ficado muito doente e ela veio para ficar em seu lu-gar nas terras. De imediato foi recebida como parte da famí-lia do litoral, tamanho o laço de amizade fraternal com os compadres e comadres daqui.

Este sentimento e acolhimen-to nada mais é que a pratica da “auto-pertencença” entre esta população (ela é igual a nós, nos respeita e nós a res-peitamos, portanto ela é uma das nossas).

Um detalhe, ela veio viúva com os filhos. Nos primeiros anos não foi fácil a lida para o sustento da família, mas guer-reira como foi venceu todas as batalhas. Quando aqui chegou a pri-meira coisa que fez foi en-trar no Apos-tolado Coração de Jesus aon-de freqüentou até os últimos dias antes de seu falecimen-to. Lembram dela e de Ma-ria “Gaiá” ca-minhando a passos lentos até a igreja, chovesse ou ventasse iam à igreja, dan-do exemplos a muita gente que prefere a televisão. Aqui trabalhou mui-to na roça e quando sobra-va tempo não pensava nela, mas sim no carinho aos filhos e no apostolado.

Esta mulher passou por mui-tas provações, mas sua fé ina-balável a fez vencer até nos últimos dias de sua vida. Os fi-lhos foram crescendo e a aju-dando no sustento e desenvol-vimento da família. Gostava de sentar e fazer chapéu de palha. Mulher de palavra, era

adorada, paciente, honrada. Quem não a chamava de tia, chamava de vó, de comadre. Mão aberta e de coração gran-de, sempre gostou dos netos ao seu redor. Em sua casa po-dia ter um único ovo para o almoço, se mais gente tivesse, ela dividia em partes iguais, nunca foi “ridica”, aliás, todos adoravam sua comida. Nunca

se ouviu e se falou algo contra esta mulher. Percebemos hoje que ela ensinou muito bem seus filhos.

Viu as gerações casarem e ficou um pouco mais festiva. Seus aniversários eram cheios de amigos, todos queriam dar um abraço em vó Paula. Num determinado tempo, um de seus filhos ficara muito doen-

te, ele tinha alergia a lactose, sabiamente descobriu que o leite de cabra o deixava mais animado, com isto passou a alimentá-lo com o leite de ca-bra. Os animais acostumavam persegui-la tamanho amor que tinha. Sempre gostou de criação, desde o menor até o maior das criações. Era co-mum vê-la ir até o sitio com

uma enxada nas costas, olha que era quase três qu i l ôme t ros de caminha-da. Gostava de flores e de horta. Tinha um conheci-mento invejá-vel. Havia um companheiro inseparáve l , o cachorro de estimação chamado “ne-guinho”, que uma semana após sua par-tida não durou uma semana e morreu. Quan-do estava can-sada voltava da roça pra casa de moto ou de cami-nhão. Chique ela não?

Quando po-dia ia a Var-

gem Grande matar as sauda-des, principalmente das festas e muitas vezes ia a pé. Mulher dotada de uma lucidez im-pressionante sabia de tudo, lembrava de tudo. Aos que se lembram dela uma unani-midade: mulher sábia, devota, carinhosa, guerreira, religiosa e serena, são o resumo do re-sumo do resumo sobre suas

qualidades. No ano que com-pletaria 95 anos ela ficou do-ente, seu corpo estava muito debilitado. Um de seus filhos percebeu que por um bom tempo ela preferiu o silencio. Vale lembrar que ela enfren-tou a roça até os 94 anos. Muitas vezes era possível en-contrar aquela senhora baixi-nha com a enxada nas costas, que a primeira vista parecia sofrer muito, mas quando mostrava seu rosto, o sorriso denunciava uma mulher feliz, alegre, que tinha feito tudo o que Deus havia permitido, privilegiada pela família e os amigos que tinha ou conquis-tara. O calor e o carinho dos familiares e amigos foi o com-bustível até o final.

A sua fé a manteve fiel a Deus e ao apostolado até o último suspiro, foi quando no dia 27 de março de 2010, seus pequenos olhos fecharam para sempre. Não foi ela que foi embora, foi nós é que fica-mos, pois a saudade é nossa frente esta guerreira e não ao contrário, é dela que sentimos muita falta.

Quem não se lembra do abraço verdadeiro e carinho-so desta mulher, da sua voz serena. Há quem chore de saudades, também pudera a sua educação se refletiu em toda a família. Esta é a pro-va viva que todo o seu sofri-mento valeu a pena, pois seus ensinamentos estão vivos em seus descendentes. Só pode-mos dizer que a senhora faz muita falta.

Talvez não consigamos fa-zer de tudo ao que senhora merecia, mas a senhora fez de tudo para nós, mais do que merecíamos. A sua benção dona Paula e muito obrigado por nos privilegiar com sua presença neste século.

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25 Outubro 2010 Jornal MARANDUBA News Página 13

As “visage” do tempo do “fifó”CRISTINA AP. DE OLIVEIRA

Meu pai assim como ou-tros são da época da “Mãe de Ouro”, período em que a mani-festação cultural estava latente no cotidiano dos moradores, da simplicidade das coisas e da obediência a Deus e aos ciclos naturais que ele deixou. Den-tre as causas naturais existiam os relatos de assombrações ou das “visagens” como eram mais conhecidos.

Meu pai que é do Araribá, co-nhecido também como Seu Da-dau conta que toda a região já foi cheio de “visage”, quer seja de origem na pesca, na roça, nas festas, nas caçadas e até mesmo nas casas. Ele mesmo já presenciou fatos estranhos, algumas delas ainda o pertur-bam até hoje, dá até para es-crever um livro.

Diz ele que lá pelas bandas do Dito Gil, havia uma fazenda da qual o dono era muito car-rasco, muito perverso. O local possuía muito ouro enterrado do tal fazendeiro, que nunca ficou em paz, nem depois de morto. É que ele se preocupa-va muito com o que tinha, com os bens materiais. Dadau lem-bra que numa certa madruga-da ia pelo caminho junto como seu irmão Salvador Jesuíno ao antigo engenho do Magalhães trabalhar. No caminho, ou me-lhor, na trilha os dois se as-sustam com a imagem de um homem de chapéu, calça e blu-sa grandes que ficou rindo na direção dos dois. Ele caminha-va com aqueles passos altos e grandes, erguia a perna e vi-nha. Meu pai e meu tio tiveram como única reação se abaixar e caminhar por debaixo daque-las pernas. Ao se virar cadê o homem?

Ele nos conta que até o pai dele passou raiva com algumas visagens. Uma “visage” chata

mais muito chata “estrovava” meu avô quando estava for-neando farinha. Dizia que sem mais nem menos cadê o foga-réu que tava no forno? Ficava todo espalhado pra fora do for-no. A assombração tirava todo o braseiro do forno de pirraça.

Além desse fato, na região também era muito comum ouvir coisas. Na época da ra-dionovela muita gente virou noveleira de carteirinha. Era novidade para a época e só algumas poucas casas tinham este dispositivo. A pilha do rá-dio era aquela grande e os do-nos (senhores simples) pediam para o amigo da capital uma pilha que tivesse mais música do Zilo e Zalo, Tonico e Tinoco, imaginado que a música vinha da pilha e as crianças olhavam atrás do rádio tentando ima-ginar como toda aquela gente cabia naquela pequena caixa.

Minha tia, a Tiana Luiza tinha o único Motoradio do bairro, um trambolho de madeira li-gado a um fio que estava liga-do a uma haste segurada por dois bambus do lado de fora, um de cada lado da casa, mas ninguém perdia a radionovela “Juvêncio”. Ela morava a certa distância de nossa casa e para chegar lá tinham que andar por uma trilha por entre as ar-vores, além de uma pinguela sobre o rio Araribá.

Em noites escuras era neces-sário estar com o fifó (lampa-rina feita de bambu contendo um pano embebido de quero-sene para queimar) na mão e aceso. Todos os dias às nove horas da noite iam aquele monte gente à casa da tia, todos seguindo o fifó de meu pai, parecendo uma procissão no escuro. Numa dessas noi-tes, quando acabou a radio-novela ele ascendeu o fifó, se despediu da irmã e rumou pra

casa, quando se aproximou do rio percebeu um som estranho, um barulho parecido à folha de zinco. De repente ele viu um pássaro grande sobrevoar sua cabeça e o barulho começou a aumentar. A certa altura o pássaro bateu com a asa no fifó que caiu no chão. A saída foi correr sem olhar para trás, mesmo assim ele era seguido. Perto de sua casa a coisa desa-pareceu. Bateu a porta de meu avô que o atendeu assustado vendo seu filho todo “ataran-tado”, depois desmaiou. Este episódio atormentou meu pai que nunca mais foi assistir a tal de novela no rádio.

Mal assombrado ainda era o morro do Gouvêa. Lá morreu este homem e muitos dizem ver seu caixão no meio do caminho

à noite. Minha sogra já morou lá, durante o dia tudo bem, o problema era a noite, as pane-las caíam, as portas batiam e assim por diante. Claro ela se mudou de lá. Na época todos rezavam para encontrar alguém no lugar de alguma assombra-ção, hoje preferimos encontrar uma assombração a alguém, ta-manho grau de desconhecimen-to entre as pessoas e a maldade que cada um carrega.

Isto é apenas uma parte das visagens que nosso povo pre-senciou ou ouviu, muito melhor do que as mentiras que contam hoje para desestimular estas pessoas só para ganhar alguma coisa em cima deles. Lembrete, cuidado quando a sua lanterna apagar ou a luz da rua acabar, esteja preparado!

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Página 14 Jornal MARANDUBA News 25 Outubro 2010

Desopilando o mau humorAlunos... Inteligentes (?)Professor: O que devo fazer para repartir 11 batatas por 7 pessoas? Aluno: Purê de batata, senhor professor! ( Faz sentido!)

* * *Professor:- Joaquim, diga o presente do indicativo do ver-bo caminhar. Aluno:- Eu caminho... tu cami-nhas... ele caminha... Professor:- Mais depressa! Aluno:- Nós corremos, vós correis, eles correm! (E não é verdade?)

* * *Professor: Quantos corações nós temos? Aluno: Dois, senhor professor. Professor: Dois!? Aluno: Sim, o meu e o seu! (a lógica explica...certinho!)

* * *Dois alunos chegam tarde à escola e justificam-se: O 1º Aluno diz: Acordei tarde, senhor professor! Sonhei que fui à Polinésia e a viagem de-morou muito. O 2º Aluno diz: E eu fui espe-rá-lo no aeroporto! (fisicaquanticamente falando quem discute??? está certo!)

* * *Professor: Pode dizer-me o nome de cinco coisas que con-tenham leite? Aluno: Sim, senhor professor. Um queijo e quatro vacas.. (me diga onde ele errou?)

* * *Um aluno de Direito a fazer um exame oral: O que é uma fraude? Responde o aluno: É o que o Sr. Professor está a fazer. O professor muito indignado: Ora essa, explique-se.... Diz o aluno:Segundo o Código Penal comete fraude todo aque-le que se aproveita da ignorân-cia do outro para o prejudicar! (E então.. na lógica....)

Professora: Maria, aponte no mapa onde fica a América do Norte. Maria: Aqui está. Professora: Correto. Agora tur-ma, quem descobriu a América? Turma: A Maria. (Uauuuuu)

* * *Professora: Artur, a tua reda-ção “O Meu Cão” é exatamen-te igual à do seu irmão. Você copiou? Artur: Não, professora. O cão é que é o mesmo. (kkkkkkk)

* * *Professora: Bruno, que nome se dá a uma pessoa que conti-nua a falar, mesmo quando os outros não estão interessados? Bruno: Professora. (a melhor de todas, sem dúvida)

* * *Pesadelo Tive um pesadelo. No pes-adelo, me olho no espelho e descubro que sou vesgo. Procuro freneticamente nos bolsos, para ver minha foto na identidade, para ver se sou realmente daquele jeito. Acho um passaporte e descu-bro.... sou argentino... Não pode ser, meu Deus!!! Sinto-me inconsolável em uma cadeira. Mas não é possível!! É uma cadeira de rodas, o que significa que, além de ser ves-go e argentino, sou também deficiente físico! É impossível, digo para mim mesmo, que eu seja vesgo, argentino e deficiente físico... - ‘Amooor!’, grita uma voz atrás de mim. É o meu namorado... Cacete! Sou também viado...! - ‘Foi você que pegou a minha seringa?’ Ó Deus! Vesgo, argentino, de-ficiente físico, viado, viciado e talvez soropositivo! Desesperado, começo a gritar, a chorar, a arrancar os cabelos E... Nãooo!!!!! Sou careca!

Toca o telefone. É meu irmão, que diz: - ‘Desde que mamãe e papai morreram, você só faz se entu-pir de drogas,vagabundeando o dia inteiro! Procura um em-prego, arranja algum trabalho!’ Que merda, descubro que também sou desempregado!!! Tento explicar ao meu irmão que é difícil encontrar trabalho quando se é vesgo, argentino, deficiente físico, viado, vicia-do, talvez soropositivo, care-ca e órfão, mas não consigo, porque.... Porque sou gago!!!! Transtornado, desligo o tele-fone, com a única mão que tenho, e com lágrimas nos ol-hos, vou até a janela olhar a paisagem. Milhões de barracos ao meu redor... Sinto uma punhalada no marca-passo: além de vesgo, argentino, deficiente físico, viado, viciado, talvez soroposi-tivo, careca, órfão, gago, des-empregado, maneta e cardía-co, sou também favelado... Começo a passar mal e sen-tir um calafrio e dirijo-me ao guarda-roupa para pegar um agasalho, e para minha sur-presa, quando abro a gaveta encontro uma camisa do Corinthians. Aí já é sacanagem... Entro em surto, pois além de vesgo, argentino, deficiente físico, viado, vicia-do, talvez soropositivo, careca, órfão, gago, desempregado, maneta, cardíaco, sou tam-bém favelado... e Torcedor do Corinthians. Nesse momento, volta o meu namorado e diz: - Amooooooor, vamos, senão chegaremos atrasados para votar na Dilma. #%&*$¨%$@¨&!!! Desmaiei.

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Túnel do Tempo 25 Outubro 2010 Jornal MARANDUBA News Página 15

Coluna da

Adelina Campi

Visitantes da Vargem Grande em passagem pelo Sertão da Quina

1938Faroeste caiçara visita Aparecida para tirar foto como cowboy

1974

Dona Maria: eterna saudades

2006

Lembra quando a gente era menininhas? Crescemos... Sr. Alberto, talentoso artesão da Maranduba

19951994

Nosso redator em palestra na Semana Hans Staden

2005 1995Reunião na Lagoinha. tinha gente que ainda tinha cabelo

Tino, um brasileiro estilo Jamaica acima de 40 graus

1996Macaco “Prego” fazendo macaqui-ce na cachoeira do Poço Verde

1993Mãe e filha em primeira comunhão no Sertão da Quina

1983

Fiquei sabendo que um poe-ta mineiro que eu não conhe-cia, chamado Emilio Moura, teria completado 100 anos neste mês de agosto, caso vivo fosse. Era amigo de ou-tro grande poeta, Drummond. Chegaram a mim alguns ver-sos dele, e um em especial me chamou a atenção: “Viver não dói. O que dói é a vida que não se vive”.

Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não ad-vém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonha-das e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz. Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos o que foi desfru-tado e passamos a sofrer pe-las nossas projeções irrealiza-das, por todas as cidades que gostaríamos de ter conheci-do ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,

por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eterni-dade interrompida.

Sofremos não porque nos-so trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque nosso time per-deu, mas pela euforia sufo-cada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?

A resposta é simples como um verso: se iludindo menos e vivendo mais.

Viver não doi!

Page 16: Jornal Maranduba News #17