Jornal Maranduba News # 29

16
Maranduba, 20 de Setembro de 2011 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 2 - Edição 29 Mirante Curiosidades e interações com as belezas naturais Foto: Silas Fileto

description

Noticias da Regiao sul de Ubatuba

Transcript of Jornal Maranduba News # 29

Page 1: Jornal Maranduba News # 29

Maranduba, 20 de Setembro de 2011 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 2 - Edição 29

MiranteCuriosidades e interações com as belezas naturais

Foto: Silas Fileto

Page 2: Jornal Maranduba News # 29

Página 2 Jornal MARANDUBA News 20 Setembro 2011

Editado por:Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.

Caixa Postal 1524 - CEP 11675-970Fones: (12) 3832.2067 (12) 9714.5678 / (12) 7813.7563

Nextel ID: 55*96*28016e-mail: [email protected]

Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal

Responsabilidade Editorial:Emilio Campi

Colaboradores:

Adelina Campi, Ezequiel dos Santos e Fernando A. Trocole

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

Editorial:

As migalhas do pãoVitória Antunes de Sá

No último dia 13 perdemos a companheira Vitória: mineira que adotou completamente a nossa cidade e a nossa cultura, che-gando ao ponto de até mesmo concorrer, há uma década, a uma vaga no Legislativo. Creio que, se fosse eleita, teria contribuído ainda mais com a nossa cidade, principalmente com os mais carentes. Mesmo de saúde frágil (carregava a doença de Chagas desde a sua terra natal), Vitória nunca esmoreceu diante dos desafios da comunidade católica (onde sempre foi um esteio na liturgia) e dos bairros em geral, sobretudo Sapê, Maranduba, Lagoinha e Caçandoca.Ao vir trabalhar como doméstica em nossa cidade, conheceu o Toninho Antunes, filho de Ezídio Antunes de Sá, cepa da Caçandoca, nascido da união entre um português e uma africa-na. Desse encontro nasceram seus dois filhos: Leandro e Diego. Raríssimas vezes encontrei essa mulher totalmente despreocu-pada, sem estar prevendo ou articulando alguma ação para re-solver alguma situação. Prova disso foi a acolhida filial à Glória, Jade e Jamile.Por ser descendente dos Antunes de Sá e graças ao seu apoio, o seu marido é o que é hoje: um expoente na luta pelas terras da Fazenda Caçandoca. Agora, penso sobre o próximo Advento: Quem cantará animando as andanças do Reisado?

José Ronaldo Santos

Cantinho da Poesia

Felicidade

Pingos de chuva caem no telhado e espatifam em seguida no chão de barro,rolando pelas frestas, pelas folhas secas,

pelas flores de laranjeiras e de Dálias coloridasDa casinha de barro, o cheiro gostoso de lenha,

queimando o delicioso café torrado...O constante barulho da chuva, o som do velho rádio,

O crepitar da lenha no velho fogão, Era pra mim o prelúdio de felicidade.

Cristina de Oliveira

Enquanto poucos buscam in-vestimentos para a saúde físi-ca e até mesmo psicológica do município, muitos ainda estão preocupados em saber que matou Salomão Hayala.

Os que buscam, acreditam que mesmo ao menor esfor-ço, farão diferença na con-dução ou na sobrevivência da cidade e de seu povo. Já os do Salomão, aque-les em que religiosamente o dinheiro na cai na conta, vivem do “quanto pior, melhor para os “negócios”.

O pão está na mesa e com o passar dos tempos perdemos a noção do que é compartilhar. Vivemos e nos satisfazemos com as migalhas, pois aceita-mos isto. Não há organização na oposição ao que está ruim. Muitas coisas são levadas pelo lado familiar e pessoal. Quem perde? Eu, você e todos.

As migalhas estão acabando, mas ainda existe o pão. Faltam a nós sabedoria, persistência e prudência neste momento. O foco está nas composições das futuras eleições. Se o municí-pio estivesse de bem como a vida, o foco seria outro, pois não haveria concorrência e nem nomes a esta disputa.

O pão é parte das comu-nidades, pois são elas que fornecem o mais importante ingrediente para crescer - o

fermento - traduzindo o suor e o sangue. Mas ficar em casa se la-mentando, também é se resignar com as miga-lhas.

Falar é fácil, viver num local que serve de cortina para en-cobrir péssimas recordações e a transmutação do que se-ria a glória para a mendicân-cia, é sobreviver. Destruir a história, a cultura parece ser a única verdade, pois ela dá desordem, constrangimentos, miséria, desigualdades, por isso quanto mais o pior, me-lhor é para certos “acertos e negócios”.

Quem quer enganar quem? Quem quer se deixar enganar? Quem quer as migalhas? Qual a sua função neste contexto, além de só resmungar? Não existe receita mágica ou fór-

mula perfeita, senão usar os sentidos. Todo dia que você pisa na calçada, o que você vê? No posto de saúde o que você vê? Nas ruas esburacadas o que você vê? Mas também para melhorar, o que você faz?

Historicamente migalhas de pão são oferecidas aos pássa-ros, e agora, a nós. Enquanto ainda olharmos o umbigo, nós continuaremos pequenos e de cabeça baixa para alcançarmos as migalhas que são atiradas ao chão. Se um dia olharmos para cima, levantaremos de fato a cabeça e alcançaremos a parte maior - o pão.

Emilio CampiEditor

Page 3: Jornal Maranduba News # 29

20 Setembro 2011 Jornal MARANDUBA News Página 3

Frediani concede Titulo de Cidadão Ubatubense a Dom AltieriAprovado por unanimidade,

no último dia 6, na Câmara Mu-nicipal de Ubatuba, o Projeto de Decreto Legislativo nº 05/11, do vereador Rogério Frediani-PSDB que concede o Titulo de Cidadão Ubatubense ao Bispo Diocesano Dom Antonio Carlos Altieri.

O projeto faz parte da 27ª Sessão Ordinária, onde na pau-ta foram concedidos também títulos ao cantor e compositor Renato Teixeira e a Ubatubana Ilustre a Sra. Elisa do Nascimen-to Cancellier.

O projeto foi muito bem ela-borado cujo conteúdo continha todo o currículo do Bispo e suas atividades dentro e fora da igre-ja. Também fala da importância do trabalho e da dedicação com que vem atuando nesta Dio-cese. Para o autor do projeto Rogério Frediani, Dom Altieri é responsável por 16 paróquias em todo o litoral norte paulista e o que nós ouvimos é da compe-

tência e da prudência com con-duz os trabalhos administrativos e religiosos. Outro elogio é da

forma com que trata as comu-nidades e o litoral¸ respeitando a formação histórica, cultural e

principalmente a religiosa. Um exemplo prático foi o incentivo aos padres no resgate e difusão de Nossa Senhora das Graças no bairro do Sertão da Quina.

Naquele solo Dom Altieri empreende esforços para sua transformação em um Santuário Mariano, como acontece em Fá-tima-Portugal, referencia inter-nacional de fé e história, possibi-litando assim a real manifestação da identidade do lugar aliada ao desenvolvimento que integrará igreja, população e desenvolvi-mento ordeiro e sadio. A obra futura também colaborará para a geração de emprego e renda no que se refere a mais um atrativo como turismo religioso, que cres-ce no mundo inteiro.

O vereador Rogério Frediani esteve em visita ao Bispo a convite do Padre Carlos, que colaborou na montagem e nos dados para a montagem do Pro-jeto Decreto Legislativo. A visita

foi muito proveitosa. De forma alegre e descontraída conver-saram de tudo. “Muitos dizem que a família é uma instituição falida, o que não acredito, o papel da igreja é reforçar os la-ços familiares, a base de nossa sociedade”, comenta Rogério Frediani. O autor disse da justa homenagem ao Bispo e do papel da igreja em reintegrar as pes-soas a sociedade de Ubatuba, para ele as igrejas muitas vezes fazem o papel das instituições publicas e seus lideres tem de ser homenageados e reconheci-dos.

Dom Altieri foi muito elogiado quando na missa do Envio acon-selhou os jovens que foram a Jornada Mundial da Juventude em Madri-Espanha. “Realmente fico muito feliz em conceder e a Câmara aprovar esta honraria a Dom Altieri”, Frediani reiterando a satisfação pela aprovação do projeto.

Frediani, Dom Altieri e padre Carlos na casa do bispo

No último dia 19, o vereador Rogério Frediani e o deputado federal Luiz Fernando Machado estiveram em audiência com a Secretaria Estadual de Agricul-tura Mônika Bergamaschi e seu adjunto Alberto José Macedo. A reunião aconteceu na capi-tal na sede da secretaria e foi agendada pelo deputado após visita e conversa com morado-res de Ubatuba. Em pauta rei-vindicações ao setor agrícola e pesqueiro. Foi entregue do-cumentos a secretaria com os dados das reivindicações dentre a proposta e um diálogo mais próximo entre as secretarias de agricultura e meio ambiente com o objetivo de harmonizar os interesses entre a unidade de conservação e os produtores, as melhorias a sede da CATI em Ubatuba, a questão da su-

Frediani e Luiz Fernando na busca de melhorias para agricultura e pescabordinação do litoral em relação ao Vale do Paraíba, que possui cadeias e arranjos produtivos diferenciados em função de sua trajetória histórica, zona costei-ra recortada, que reflete uma dinâmica pesqueira e territórios peculiares com comunidades tradicionais, quilombolas e in-dígenas, clima diferenciado e forte interação com a atividade turística. Também da implanta-ção de um de plano de Extensão Rural e Pesqueiro como forma de proporcionar políticas públi-cas com diretrizes mais eficazes para os setores na regiao.

Foi lembrado também que o litoral é vitrine e que as políti-cas públicas aqui implantadas refletem na difusão para outras regiões do estado por conta de sua posição estratégica, tendo em vista os investimentos com

o petróleo e gás. Melhores con-dições de transporte ao setor. A reforma do prédio da CATI Ubatuba e das melhorias estru-turais do espaço dos tanques no Instituto de Pesca no Itaguá. O aumento de profissionais para atendimento a demanda e im-plantação das políticas propos-tas também foi solicitado.

A secretaria ouviu atentamen-te e comentou da importância da região e que a pasta no mo-mento passa por reformulações e mudanças que tendem a me-lhorar o atendimento, fala ainda do destaque que o governo dará as cooperativas, algumas delas poderão trabalhar direto com a secretaria, diz Bergamaschi. Na oportunidade solicitou ao depu-tado Luiz Fernando colaboração na luta para a rápida aprovação de um Projeto de Lei que tra-

ta das cooperativas e está em andamento no Congresso. Foi ainda mostrado um estudo das novas divisões administrativas de que o governo produziu para facilitar os trabalhos e os inves-timentos que terão um caráter mais regionalizado.

O deputado Luiz Fernando novamente se colocou a dispo-sição do vereador dizendo que

o parlamentar de Ubatuba pode usá-lo ainda mais a bem do município. Rogério Frediani sai satisfeito da reunião. “É uma reivindicação mais do que jus-ta, as políticas publicas ao setor agrícola e pesqueiro não acom-panharam as do meio ambiente, por isto existe um grande con-flito e quem perde novamente é a cidade”, comenta o vereador.

Page 4: Jornal Maranduba News # 29

Página 4 Jornal MARANDUBA News 20 Setembro 2011

Na Tradicional Missa e Procissão Dom Altieri recebe presente de moradores EZEQUIEL DOS SANTOSNo último dia 8 a missa que

faz parte das festividades do encontro de Nossa Senhora das Graças no bairro do Ser-tão da Quina foi marcada pela presença de turistas e visitan-tes de vários estados e regiões do país.

A missa foi conduzida por Dom Altieri, Padre Carlos, Mon-senhor Cícero de Bananal e um Padre convidado de Mato Gros-so. Na condução da cerimônia, Dom Altieri falou da importân-cia do verdadeiro papel da igre-ja, do que ela representa e dos verdadeiros fiéis, que buscam a salvação e não um bem físico e econômico. Da importância de estar neste solo onde recebeu a ilustre visita da Virgem das Graças há quase um século e neste tempo ainda se faz pre-sente em todos os corações.

A capela lotada foi um evento a parte e no final da cerimônia

um casal de moradores presen-teou o bispo com uma grande cruz, segundo o bispo, maior da que ele já carrega pendurado em seu pescoço.

Foi marcada pela aparen-te mostra das melhorias que acontecem com o local. As

Jovens retornam da Jornada Mundial da Juventude emocionadosApós seis dias de muita es-

piritualidade e fé, a viagem da 26ª edição da Jornada Mundial da Juventude em Madri, na Es-panha chegou ao fim. O even-to reuniu dois milhões e meio de jovens dos quatro cantos do mundo. A chegada aconteceu no último dia 25 de agosto, mas Letícia começou a contar da grande festa desde a par-tida. Do Brasil foram 15.000 (quinze mil) jovens.

Os protagonistas contam que a ida foi curta por conta da alegria, das orações e dos cânticos realizados no interior do avião. Em Madri ficaram em um colégio com 400 jovens brasileiros. Junto com eles in-tegrantes da rádio e TV Canção Nova. Nas ruas da charmosa cidade espanhola a barreira da linguagem oficial era quebrada

obras vêm sendo conduzidas pelo Padre Carlos e já é pos-sível observar algumas mu-danças. Também pelo retorno de vários fieis que haviam se ausentado da capela e hoje retornam as suas origens re-ligiosas. Como de costume e

mantendo a tradição houve a procissão até o Monte Santo, antigamente conhecido por São Cruzeiro. O evento social que é a festa em homenagem aos povos que aqui vinham em peregrinação continua e a cada ano aumenta o número de vi-sitantes. Muitos comerciantes e empresários colaboram com os prêmios da festividade, ou-tros preferiram colaborar com a melhoria da Capela.

O prefeito de Ubatuba partici-pou da missa. No domingo dia 17, após as festividades religio-sas, o padre Carlos celebrou uma missa de agradecimentos aos festeiros e colaboradores da festa de Nossa Senhora das Graças. “Embora haja a festa social, acontece ainda o espí-rito de comunidade, unidade e carinho pelas coisas sagradas, trata-se de um grande mo-mento,” disse o padre Carlos durante a última celebração.

Falou do inicio da preparação da festa, todos com o mesmo pensamento e mesmo objetivo, na mesma partilha, por isso a festa aconteceu.

Por várias vezes agradeceu os Congregados Mariano, o Grupo de Jovens, os Carismáticos, to-dos sem exceção e todo “povo de Deus” que lá estava e os que não puderam comparecer a ce-lebração de agradecimentos. Também falou das melhorias que acontecem e acontecerá, “a igreja foi construída com muito carinho pelos antigos”, padre Carlos reconhecendo o esforço do passado.

Após a celebração e como parte dos agradecimentos hou-ve uma confraternização na cantina da capela com bingo, refrigerantes, bolos, salgados, mini pizzas além de muita ale-gria e descontração. Tudo gra-ciosamente e realizado com muito carinho.

pela linguagem da espirituali-dade e do amor fraterno.

Na chegada do Sumo Pon-tífice, na Praça Cibeles onde discursou foi grande a mani-festação de alegria e fé dos brasileiros e italianos, consi-derados as maiores delega-ções do evento. O sucessor de Pedro falou com alegria da importância dos jovens na-quele encontro. O aeródromo de Cuatro Vientos se encheu de emoção quando uma tem-pestade baixou sobre todos. Dispersados, todos buscaram abrigo, mas o Pontificie perma-neceu sentado em sua cadei-ra observando com um breve sorriso aos raios, trovões e a chuva que caía. Letícia con-ta que o Papa sabia o que ía acontecer. Em seguida o céu abriu, mostrando toda a be-

leza criada pór deus, a graça. Numa expressão ímpar de fé, depois da grande tempestade ele diz: “Também por isso, sois um exemplo. O Senhor, com a chuva, manda-nos muitas bên-çãos”, ressaltou o Santo Padre.

Houve manifestações de três mil pessoas contra a presença do Papa no entorno do evento. As notícias do protesto foram manipuladas. “A mídia distor-ceu a manifestação, não eram como mostraram, todos que-riam aparecer”, explica Letícia sobre o que viu da manifes-tação pacífica. Destaque para Dom Altieri que na Missa do Envio fez o verdadeiro papel de pai, pastor, abençoando e aconselhando a todos sobre a viagem. Dom Altieri parou a missa e chamou um a um a um abraço de pai para filho, foram

momentos de muita emoção. Agradecimentos às comuni-dades que verdadeiramente contribui para que os jovens ti-vessem esta doce experiência. Na despedida Bento XVI fez um apelo para que os jovens católicos de todo o mundo testemunhem a sua fé publi-

camente, mesmo em “lugares onde prevaleça a rejeição ou a indiferença”. Nove jovens bra-sileiros receberam a Cruz da Peregrinação que caminhará nas comunidades do país, que ao que tudo indica será a sede de mais uma jornada real e verdadeira em Cristo.

Page 5: Jornal Maranduba News # 29

20 Setembro 2011 Jornal MARANDUBA News Página 5

Foto Panorâmica 360 Graus enriquece a imagem de sua empresaEm uma fotografia conven-

cional, seja a fachada de um imóvel ou um ambiente inter-no, o ponto de vista é limita-do. O observador não possui escolha e muitas vezes é difícil sentir-se dentro da imagem. Com as fotografias panorâmi-cas 360 graus esta sensação é praticamente obrigatória. Todo o ambiente é retratado, todos os movimentos em volta do ponto central onde o visi-tante está será visualizado e ele se sentirá imerso no am-biente.

Fotografia panorâmica 360° consiste em uma técnica de fotografia através da qual, por meio de equipamentos e programas especializados, são registradas imagens em um giro completo de 360 graus ao redor de um eixo vertical cen-tral. A imagem captada exibirá uma faixa horizontal de todo o ambiente ao redor. Uma foto-grafia panorâmica 360° pode ir além e também registrar o ambiente acima e abaixo do observador. Neste caso a fo-tografia resultante não se limi-ta a registrar apenas o campo paralelo ao horizonte, e sim todo o ambiente, projetando a imagem no interior de um globo. Neste caso temos uma fotografia interativa de modo imersivo ou esférico. O usu-ário poderá se sentir imerso dentro da esfera que é cober-ta pela imagem registrada.

Devido a sua versatilidade de produção, uma vez que é possível retratar qualquer espaço alcançado pelo equi-pamento fotográfico, a foto panorâmica 360 graus tem provocado o interesse de di-versos setores comerciais di-fundindo o uso da fotografia panorâmica como meio de di-vulgação de espaços internos e externos.

Já o Tour Virtual é um apli-cativo composto por pelo me-nos duas ou mais fotos em giro 360°, onde estas estão interligadas por pontos de li-gação nos ambientes virtuais ou em plantas baixas, mapas, galerias de fotos ou outros re-cursos que permitam a nave-gação entre elas.

A Panotour oferece os ser-viços de foto panorâmica 360 graus e tour virtual a todos que desejam disponibilizar esta ferramenta para seus clientes. Criada pelo fotógrafo Emilio Campi, a empresa dis-ponibiliza em seu site - www.panotour.com.br - fotos pa-norâmicas de paisagens do Litoral Norte, Vale do Paraíba e Sul Fluminense, além de vá-rios estabelecimentos como hotéis, pousadas e restauran-tes. Segundo Campi, qualquer estabelecimento pode dispo-nibilizar esse tipo de foto em seu site. “Além de mostrar a

realidade dos ambientes, pro-porciona maior confiança para quem vai contratar um serviço, como hospedagem, reserva ou locação de imóveis para tem-porada”, revela o fotógrafo.

Maiores informações po-dem ser obtidas através dos telefones (12) 9714.5678 – 7813.7563 - 3832.2067 ou no site www.panotour.com.br

Foto “equirretangular” da praia do Tenório. Abaixo, imagens exibidas como “Little Planet”, recursos disponíveis em panorâmicas

Igreja Matriz Santo Antonio em Caraguatatuba.

Pousada Areia do Mar na praia da Enseada em Ubatuba

Page 6: Jornal Maranduba News # 29

Página 6 Jornal MARANDUBA News 20 Setembro 2011

Entre os dias 22 a 26 de julho a escola municipal Sebastiana Luiza do bairro do Araribá par-ticipou do Programa Turismo Saber - Litoral no Interior. Desta vez estiveram nas cida-des de Lavrinhas e Campos do Jordão. O secretario municipal de educação de Ubatuba e as-sessores também estiveram com os alunos.

Nestas cidades puderam conhecer as diferenças de cultura, gastronomia, lazer, e ponto de interesses culturais e turísticos. Em lavrinhas foram recepcionados pelo prefeito municipal e a secretaria de tu-rismo da cidade. As crianças receberam como recordação um quebra-cabeça com a foto da cidade.

Visitaram estâncias de lazer e uma unidade de extração e produção de bauxita, também os prédios da prefeitura e câ-mara municipal, biblioteca, participaram de atividades re-creativas na escola em que se “hospedaram”. Os visitantes

estiveram o tempo todo acom-panhado por monitores, um policial militar e enfermeiras para qualquer eventualidade.

Depois foram a Campos do Jordão, onde aconteceu o en-contro dos grupos que partici-pam do Programa Turismo Sa-ber da Secretaria Estadual de Educação. Nesta cidade estava acontecia o Festival de Inver-no. Lá foram recebidos pela Se-cretaria de turismo da cidade.

Escola do Araribá visita cidades do interior

Para as crianças foi uma ex-periência grandiosa e satisfa-tória. Todos queriam continuar com a programação. A equipe da escola Tiana Luiza agradece a secretaria municipal e esta-dual de Educação, a Policia Mi-litar, a Sabesp, a prefeitura e câmara de Lavrinhas e Campos do Jordão. Na escola o comen-tário é de expectativa de que no ano que venham novamen-te a participar do programa.

1º Campeonato Municipal Yesk8 2011 ELTON HERRERIAS

Estará acontecendo no pró-ximo dia 25, na pista pública de skate o 1ºCampeonato de municipal Yesk8 2011. O Evento que será multicultu-ral será organizado pela “Yes Produções” em parceria com a prefeitura municipal e o go-verno do estado.

No dia será apresentado, bandas de rock (estrelando a volta da “Psycos Jam”), expo-sições culturais, apresentação de videos (Caravana Blabla-blá), grafite, Pocket Show com Mc´s de rap underground, B. Boys, Le Parkout, Best Tri-ck e Game of Skate, Blitz Ambiental (APPRU), Encontro de fotógrafos da região, inau-

guração oficial do portal Yes Produções (na íntegra), terá a presença de atletas profis-sionais e diverso sorteios de brindes.

O evento tem como princi-pal objetivo agregar valor ao esporte local, e valorizar a área da praça que é um car-tão postal da cidade.

No domingo do último dia 4, o Esporte Clube Araribá conquis-tou o 1º turno do campeonato municipal de futebol de campo. O jogo foi no estádio municipal no Perequê-Açu e seu inicio foi às 15 horas. A partida foi con-tra o EC Sesmaria com placar de 3x1 para o Araribá. A con-quista trouxe animo e incentivo aos jogadores que começaram a festa ainda nas quatro linhas.

Com esta conquista o Araribá está credenciado para a final do campeonato municipal, só aguardando o campeão do se-gundo turno para disputar a tão cobiçada taça de campeão. Agora quem vai segurar esta equipe que está na primeira divisão e sagrou-se campeão do 1º turno. Só na final sabe-remos.

O clube continua nos jogos e tem a chance de ser campeão direto sem disputar a final, tudo depende do desempenho e da garra dos atletas. Neste jogo os gols foram marcados por “Jhou” e Douglas, o arti-

lheiro do time titular por en-quanto é o Julio. Neste dia o estádio estava lotado e mais da metade da torcida foi do clube Araribá. O clube havia perdido para o Sesmaria na fase classi-ficatória, por isto esta conquis-ta teve um sabor mais doce, mais especial.

O técnico Régis se manifes-tou da satisfação na conquis-ta e do empenho dos atletas, para ele todos foram respon-sáveis pela vitória e merecem comemorar. “Ainda tem muito trabalho até chegar a final, pre-tendemos estar lá!”, comenta o técnico satisfeito.Vila Santana está na semifinal da 3ª divisãoNo mesmo dia, o Clube da Vila Santana de futebol de cam-po ganhou de virada do EC Nações do bairro do Pereque Mirim. A Vila está classificada para a semifinal da 3ª Divisão da Liga Ubatubense. Parabéns para o Seu Pedro que conduziu o time nesta virada de 2x1 con-tra o clube Nações.

E.C. Araribá conquista 1º turno

A capela anunciada pelas meninas em 1915 depois do contato com a Jovem Nossa Senhora das Graças passa por reformas e solicita sua colabo-ração. Vem crescendo o nume-ro de visitantes e o local está cotado para ser o Centro Ma-riano do Litoral Norte Paulista. A capela já foi de pau-a-pique e com o passar dos anos foi sendo ampliada por conta do aumento do número de mo-radores, fiéis, peregrinos, tu-ristas e visitantes. Foram boas almas que ajudaram a dar os primeiros passos, as mu-

Colabore com as obras daParóquia Nossa Senhora das Graças

danças já estão ocorrendo e você poderá acompanhá-las ao vivo e a cores. A paróquia disponibiliza dois telefones em horário comercial para os vá-rios atendimentos: 12- 3849-8236/8532.

Disponibiliza aos fiéis e cola-boradores uma conta bancaria para doação:

Banco do Brasil - Agência 6774-1- C/C 679-3.

“Que cada um de a sua oferta conforme resolveu no seu cora-ção, não com tristeza nem por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria”.2 Cor 9,7.

Os alunos visitaram uma unidade de extração de bauxita

Page 7: Jornal Maranduba News # 29

20 Setembro 2011 Jornal MARANDUBA News Página 7

EZEQUIEL DOS SANTOSNo último domingo, dia 18,

os alunos de observação de aves da região sul de Ubatuba participaram de uma incur-são no interior do Sitio Lama Mole no Araribá com o fotó-grafo Lucas Longo e sua es-posa Mariana. Embora alguns alunos não pudessem partici-par do dia, ele começou bem com a presença de um casal de Dorminhoco no começo da caminhada até o Sitio. A visita didática contou com o acom-panhamento do professor Car-los Rizzo, Edélson e Beto da Organização Dacnes. O fotografo Lucas Longo é

um assíduo observador de aves e fotografo e possui uma leitura diferente dos outros profissionais da atividade e da fotografia de aves de que o grupo recebeu. Após o café comunitário todos já se en-contravam prontos para a ca-minhada. Tomaram rumo ao mirante de onde podem avis-tar além de aves as praias da regiao sul de Ubatuba e nor-te de Caraguatatuba. Muitas informações sobre a fauna e flora foram trocados entre os participantes, que discutiram detalhes sobre cor, aroma, sabor, tamanhos, localização, textura, regionalidade e de-mais conhecimentos, princi-palmente sobre a flora local. Descontraídos, a impressão

que se tinha é que todos já se conheciam há tempos, o que facilitou a troca de infor-mações. Nem no momento

Fotografo Lucas Longo prestigiaalunos de observação de aves

de descanso para o almoço deixaram de trocar experi-ências e conhecimentos. Os alunos se entusiasmaram e aguardam mais uma visita do casal. O aluno Roberto de Oli-veira levou um kit com “pios” de aves a serem mostrados e analisados. Após o almoço a caminhada foi na parte de baixo do sitio, onde realmen-te encontra-se a lama mole, que dizem ser afrodisíaca. O território na parte baixa se difere da anterior o que pode atrair mais espécimes de aves a serem apreciadas. Sorratei-ramente um animal de porte médio surpreendeu que por lá estava, porém não foi pos-sível fotografá-lo. Na área de experiências com flores tropi-cais os alunos se encantaram com uma enorme Massaran-duba (árvore) e com a Bicuí-ba (da semente extrai o óleo comestível e combustível). No retorno visitaram outra árvo-re, onde de sua casca e mais alguns segredos transforma conhaque em uísque. O professor Carlos Rizzo se

mostrou entusiasmado com o material apresentado pelos alunos, algumas espécies ra-ras e outras ainda não catalo-gadas. Duas fotos dos alunos entrarão para o wikiaves, site oficial de avefauna.No final uma foto registrou o

dia e a equipe de profissionais e educandos em observação de aves para recordação e que recordação deste dia bo-nito e proveitoso.

O governo federal tem toma-do medidas para evitar fraudes nas aposentadorias. U m a dessas medidas é a criação do Cadastro Nacional da Agricul-tura Familiar, o qual mostrará quem é mesmo da agricultura. O cadastro será feito direto no sistema do governo e somen-te o sindicato pode cadastrar o agricultor. Mais uma vez fica claro que o caminho é a união de todos dentro do Sindicato.

A revisão das aposentado-rias, que acontece de tempos em tempos, somente é neces-sária por causa das fraudes. A Confederação que representa os trabalhadores rurais do litoral é a CONTAG, que re-comenda que os aposentados continuem filiados ao Sindicato usando o Convênio que existe entre o INSS e a CONTAG para que tenham defesa jurídica em caso de revisão.

Quanto mais os trabalha-dores estejam informados so-bre as leis que os prejudicam ou ajudam, melhores serão os benefícios ou a defesa do produtor. Todos os membros da família, que participam na

Agricultores contam comCadastro do Segurado Especial on-line

atividade rural, devem ser ca-dastrados no CNIS (Cadastro Nacional de Informações do Segurado especial). Esses membros da família não po-dem ter registro em carteira de outra atividade. Os filhos e filhas casados precisam fazer um contrato, de arrendamento ou parceria, com o pai, porque eles já formaram outro grupo familiar.

O CNIS foi criado para que o governo saiba quem está em atividade agrícola, para assim atender mais rápido aos tra-

balhadores quando precisa-rem de um benefício. Hoje o cadastro só pode ser feito on--line, isto é, direto no compu-tador e por pessoa autorizada na presença do agricultor. Em todo o país somente o Sindi-cato da categoria é autoriza-do a realizar este cadastro, pois é necessária a utilização de senha específica para evi-tar fraudes. O agricultor deve seus documentos e os da área e produção. Para o cadastro será necessária a nota fiscal de produtor.

O Sindicato pode tirar o seu talão de nota fiscal

O Sindicato dos Trabalha-dores e Trabalhadoras Rurais de Ubatuba está habilitado a tirar a nota fiscal do produtor. Basta fazer uma visita ao STTR de terça a sábado, levando os seguintes documentos: cartei-ra de identidade, CPF, título de eleitor, ITR de dois anos ante-riores, documento de posse da terra (escritura ou declaração de posse). Se você tiver dúvi-das quanto aos documentos e aos cadastros o sindicato terá o maior prazer em orientá-lo.

“O sentimento que fica na gente é de que praticamos uma atividade proibida,

fora da lei. É um fato que 80% das condenações em

penas alternativas em Ubatuba, foram aplicadas por crimes ambientais e muitos condenados são agricultores antigos.”

Luciano Seiti NiyamaPresidente do STTR

O projeto de Lei de nº 48/10, do vereador Rogério Frediani--PSDB, que institui o Progra-ma Bolsa Atleta foi aprovado nesta terça-feira dia 23 na Câmara Municipal de Ubatuba.

O projeto havia sido veta-do anteriormente pelo prefei-to municipal e nesta sessão os vereadores derrubaram o veto por conta da importân-cia do projeto aos atletas de Ubatuba.

O prefeito alegou vicio de ini-ciativa, segundo a justificativa, o projeto de Lei não poderia ser elaborado pelo vereador.

O plenário nesta última sessão estava cheio de atle-tas, técnicos e familiares que acompanharam as homena-gens referentes às suas con-quistas no esporte. Foram varias modalidades ali repre-sentadas que puderam ouvir a discussão sobre a importân-cia do Programa Bolsa Atleta

Projeto beneficia atletas de Ubatuba para Ubatuba.

O objetivo do projeto é in-centivar, apoiar e acompa-nhar os atletas em seus trei-namentos, para que possam continuar aprimorando seus resultados em busca de mar-cas e índices para a participa-ção em eventos regionais, na-cionais e internacionais como o próximo Pan-americano e Olimpíada.

Serão estabelecidos crité-rios e índices técnicos para análise e escolha de candida-tos, do acompanhamento e fiscalização do cumprimento das responsabilidades, além dos incentivos, que podem ser em forma de parcerias.

Rogério Frediani autor do projeto comenta que Ubatuba é um celeiro de atletas, são noticiados vários prêmios e conquistas de atletas de pon-ta. “Se não investirmos em nossos atletas, eles irão para

outra cidade e quem levará os créditos será o município que o apoiar”. Frediani comenta ainda do fator que o espor-te tem como ferramenta de transformação social, econô-mica, cultural e familiar.

Frediani fala ainda que se trata de um projeto para o município, que sua aprovação é uma prova do reconheci-mento importante e neces-sário aos atletas e demais profissionais que apostam, investem e incentivam nos-sa juventude nas práticas esportivas. Em conversa com alguns atletas o vereador de-sabafa, “fico muito feliz de que o projeto foi aprovado em favor de uma causa nobre, sei como tem sido a luta de mui-tos pais, familiares e amigos de atletas em nossa cidade, principalmente os anônimos e sem incentivos”, salienta Frediani.

Page 8: Jornal Maranduba News # 29

Página 8 Jornal MARANDUBA News 20 Setembro 2011

A outra face da curiosidade e interações com as belezas naturaisFotos: Silas Fileto

EZEQUIEL DOS SANTOSNa serra do mar e suas bele-

zas houve, desde o descobri-mento do Brasil, a interação e a interferência do ser humano. Algumas são ruins de recor-dar, porém a grande maioria foi importante na formação do caráter de nosso povo.

Em toda a região sul de Ubatuba existem muitos lu-gares a serem visitados e que colaboraram na formação de lendas, histórias e curiosida-des típicas de uma região. São na realidade frutos de alguns acidentes de relevo, bastan-te água, bastante vegetação e muita criatividade de nosso povo. São ingredientes ne-cessários para desenhar ou descrever uma história com fundamentos aliados a belas paisagens e muita imaginação.

Quando mais difícil o acesso, mais espetacular é o “causo” e mais aguça a curiosidade de quem não conhece. Existem pontos como a Armazém, Ca-choeira da Capelinha, Cabeça do Pai Pedro, Chafariz, Pedra da Janta, Padra da Anta, Pe-dra da Capivara, O Anjo Mal, Os Mirantes, O Buraco do Ne-gro, Cemitério Antigo, Pau do Cesso, Jacutinga, Peixe Galo entre milhares de outros lo-cais que apareciam a “Mae de Ouro”. Nesta matéria co-locaremos as autorizadas pelo “Povo Antigo”, dos nossos “Tamoio”.

As Pedras da Bunda e da Ca-pivara. As Cachoeiras do Cha-fariz e da Capelinha e o Miran-te tem sua origem na primeira impressão, que é a visual. São partes de formações e aci-dentes geográficos belíssimos e que servem de referencia quando se desbrava o lugar. Estas belezas naturais fazem com que a visita valha a pena.

Afinal nada melhor que lavar a alma e encher os pulmões de ar puro e fresco, tudo com uma dose de aventura.

Para se chagar até a pedra da Capivara e da Bunda há que realizar um esforço consi-derável. O local que está roda-do de belas plantas, mistérios e aguas em abundancia e que guarda pequenos outros se-gredos como vestígios de uma lenda, um conto antigo de como uma capivara foi virar pedra, de como chegou até esta altura e o porquê naque-le local.

A da Bunda, bem..., melhor pular esta fase, podemos dizer que se trata de pura curiosi-dade humana em saber como devia ser este pedaço femini-no, ou algo assim. Todo mun-do que por lá passa quer pas-sar a mão. Deixa pra lá!

Um bom ouvinte e observa-dor consegue separar a flora e fauna ao seu redor e admirar peça por peça pelo caminho. É a forma mais antiga de admi-ração, cada planta e bicho ob-servado tinham uma função e uma época. A vida deste povo girava em torno da floresta, do mar e do conhecimento mi-lenar sobre todas estas coisas.

Havia tempo pra tudo e pra tudo havia tempo. A floresta e o mar não se baseava apenas na função morta na cultura de paisagem, tinha sentido e sabor, por isto conseguiram guardar muitos segredos e co-nhecimento.

A esquerda vemos a pedra da Bunda. Abaixo a pedra da Capivara e o Mirante. Se-melhanças que deram nome aos locais.

Na página a direita, Cachoei-ra do Chafariz e seus poços

Page 9: Jornal Maranduba News # 29

20 Setembro 2011 Jornal MARANDUBA News Página 9

Local ficou conhecido pela beleza natural e pela sua mística

As cachoeiras do Chafariz e da Capelinha são parte de um caminho antigo, ainda da épo-ca dos indígenas que por aqui viviam. O local ficou conheci-do pela beleza natural e pela sua mística. O Chafariz é um acidente

geográfico maravilhoso, exis-te um rio na parte de baixo e sobre ele na lateral acima cai agua de outra localidade. Tem se a impressão que se colocar uma ponte entre os barrancos do rio de baixo o rio da parte de cima continuará seu per-curso, atravessando a fenda e correndo pela floresta. Acima e abaixo deste pon-

to existem inúmeros poços e pequenas quedas d’agua que abrilhantam o olhar. Lá, em-

bora muito distante, também foi conhecido por presença de roças há pelo menos 30 anos e que 90% tem documento e testemunhas de sua ocupação ordeira e pacifica. A Capeli-nha tem um lago raso e muito tranquilo. Trata-se de um lu-gar para o verdadeiro relaxa-mento, bom para a alma e do corpo. O caminho quase não mudou

é possível avistar belas flores, aves e muito vestígio do uso natural humano. Um relaxante e delicioso banho é o suficien-te para que os pensamentos voem, mas em direção as re-ais utilidades e belezas de que formou este povo antigo - sá-bio e prudente. A mística do lugar gira em

torno de um amontoado de pedras que cuidadosamente foi colocado acima do poço. Depois da proibição do mora-dor continuar a difusão do co-nhecimento e a abertura para novas descobertas o local parece que está triste e frio, são poucas as pessoas que frequentar o lugar e que nele sentem um algo a mais. O lo-cal é belo mais falta alguma coisa, tem se a sensação de que quando o visitante toma o rumo de casa esqueceu al-guma coisa. Talvez estes lu-gares perceberam que todo este verde sem o homem não tem cor nenhuma, como disse Paulo Freire.O Mirante, que são vários

tem sua nomenclatura tam-

bém no acidente geográfico, mas segundo os antigos são lugares para as pessoas refle-tirem, muitas delas precisam ir muito além e toa alto para descobrir algo na ponta do na-riz. Estes lugares têm outras funções além da paisagem congelada, trata-se de uma forma de aprendizado, que no passado ainda recente, era uti-lizado para a transferência do etnoconhecimento e diretrizes para o enfrentamento a vida. Tudo que é belo é difícil, di-

zem, por isso o privilegio de poucos em conhecer, também por isso esteve protegido por séculos e não necessitou de leis pra isso, já que tinham com o condutor um ser Divino e as leis da natureza pura e

simples, mais eficaz. São dados e conhecimento

importantes que fizeram jus na contribuição da verdadeira história, e sobretudo por sua grande importância econômi-ca na produção do passado, na tristeza presente e nas duvidas do futuro, já muitos dos segredos serão engolidos pelos movimentos “ambienta-lóides” e da falta da organiza-ção e capacitação das comu-nidades. Por solicitação dos conhece-

dores da floresta e amantes da natureza não será divulga-do com exatidão os lugares, quem quiser ver estas belezas com segurança é recomendá-vel a contratação de um guia local e bom passeio.

Page 10: Jornal Maranduba News # 29

Página 10 Jornal MARANDUBA News 20 Setembro 2011

Kardumes do Asfalto realiza eventode aniversário na praia da Maranduba

No último dia 31/08/11 a Di-retoria da Subseção da OAB de Ubatuba compareceu na As-sembleia Legislativa do Estado juntamente com representan-tes dos poderes Executivo e Legislativo, respectivamente, Dr. Sato, Chefe de Gabinete da Prefeitura Municipal e o Sr. Rogério Frediani, Presidente da Câmara Municipal.

A reunião foi com a Deputa-da e também Advogada Dra. Maria Luiza Amary que é a Pre-sidente da Comissão de Justiça da Assembleia Legislativa de São Paulo e teve o objetivo de conseguir a agilização da vo-tação e aprovação do Projeto de Lei Complementar nº 41/09 que cria novos cargos no Po-der Judiciário, visando princi-palmente a efetiva instalação da 3ª Vara Judicial e respecti-vo Ofício em nossa cidade.

Na mesma ocasião o Dr. Thiago Penha, Presidente da 119ª Subseção da OAB/SP, reiterou anterior explanação

sobre a importância e neces-sidade da instalação de mais uma Vara Judicial nesta Co-marca assim como os bene-fícios que tal conquista trará aos nossos jurisdicionados e, de modo geral, a todas as pes-soas que visitam e frequentam nosso município.

Foram realizados contatos pessoais também com os Se-nhores Assessores dos Depu-tados Beto Trícolli, Gil Arantes, Fernando Capês, Jorge Luis Caruso e Campos Machado em busca de apoio para que esse projeto de lei seja rapi-damente aprovado por aque-la Casa de Leis. O Dr. Thiago Penha resoltou que “A OAB de Ubatuba tem empenhado todos os esforços necessários junto ao Tribunal de Justiça do nosso Estado e Assembleia Legislativa para que seja apro-vado o Projeto de Lei Comple-mentar e ser definitivamente instalada a 3ª. Vara Judicial em Ubatuba”.

OAB, Executivo e Legislativo buscam instalação da 3ª vara

Após a inauguração de sua sede no dia 26 de março, o motoclube Kardumes do Asfal-to realizou nos dias 26, 27 e 28 de agosto o seu 5º aniversário. Os organizadores estimam que cerca de mil pessoas estiveram no evento, já que se tratava de um evento aberto a toda a comunidade. Na sexta aconte-ceu a recepção aos irmãos de asfalto e duas rodas. No sába-do, dia do aniversário, foi para interação e descontração dos motociclistas e suas famílias, a noite um show abrilhantou o evento com a banda 7 Blues de Ubatuba e Plataforma 28, da capital. Já domingo, com um sol maravilhoso, foi dia de despedida. O evento terminou duas da tarde do dia 28.

O grupo de motociclistas re-aliza suas festividades de ani-versário sempre no último final de semana de agosto de cada ano. Nesta edição estiveram presentes 120 motoclubes de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e principalmente do Vale do Paraíba. Nos dias hou-

ve comes e bebes, barracas de acessórios e um delicioso churrasco, que foi por conta dos anfitriões. Curioso mesmo foi a quantidade, diversidade, tamanhos e modelos das mo-tos neste evento.

De fácil localização e nos moldes do quarto aniversá-rio, o evento foi em local es-tratégico: entre a praia e a rodovia. Como forma de agra-decimento, o Kardumes do Asfalto confeccionou troféus aos motoclubes visitantes. Para Bil, vice-presidente do motoclube, todo o comércio ganhou com o evento, já que muitos vieram com famílias inteiras sobre duas ou três ro-das e quando não estavam no evento buscavam os serviços da região. Para Naldo, presi-dente do motoclube, é justo agradecer aos motoclubes que prestigiaram e aos patro-cinadores que acreditaram no sucesso do evento, principal-mente em se tratando de um período de baixa temporada. O motoclube agradece ainda a

Policia Militar e Rodoviária que colaboraram para seu pleno sucesso.

A comunidade e os moto-ciclistas lamentam a falta de apoio da prefeitura, já que foram realizadas solicitações de apoio e estrutura de sua competência. O motoclube or-ganizador é um daqueles que participam de eventos sociais como arrecadação de roupas e alimentos e que realiza even-tos em períodos de baixa tem-porada para atrair dividendos ao comercio e ao turismo, já que muitos motociclistas retor-nam em outros períodos com as famílias inteiras a região. Na realidade os motoclubes tra-tam-se de uma grande família que é pouco reconhecida e uti-lizada aos eventos sociais de que tanto tem colaborado em benefícios de famílias carentes em todo território nacional.

Para maiores informações, contato com Naldo 12- 9758-3682, ou a sua sede na Rua José Joaquim no bairro do Ser-tão da Quina.

Page 11: Jornal Maranduba News # 29

20 Setembro 2011 Jornal MARANDUBA News Página 11

A “épa de oro da novela no radidipilha”* *A época de ouro da novela no radinho de pilha

CRISTINA DE OLIVEIRAAinda lá pelas décadas de

70 e 80 era comum ouvir, quando no início da entra-da do crepúsculo, umas vozes diferentes no inte-rior das casas. Era uma novidade e ao mes-mo tempo a única forma de contato com o mundo daque-las “lonjuras” (distan-cias), até mesmo com o “estrangero” (com outro país). Muita gen-te era viciada em radio-novelas e uma dessas pessoas era meu pai.

Era o tempo das pilhas a quilo, daquelas que era quase maior do que o ra-dio. Lembro-me que meu padrinho quando acabava a pilha, ia até o vendedor e pedia uma pilha com mais mu-sicas de Zilo e Zalo ou então de Tonico e Tinoco, pensando ele que as musicas vinham da pilha.

Pois é, meu pai já sabia que a pilha apenas fornecia ener-gia ao radio. Conta-me da no-vela que era a coqueluche do momento, ninguém perdia a radionovela de nome “Juvên-cio - O Justiceiro do Sertão”.

Como ouvinte assíduo orga-nizava tudo para que naquele momento ficasse atento aos acontecidos que vinham do outro lado da caixa de ma-deira. A trama, dizia ele, era cheia de violência, mentiras, dramas e ao mesmo tempo uma história cheia de amor. Acreditava que era também um “embute” (forma, jeito) para o “coisa ruim” agir no co-ração das pessoas.

Certo dia, pela razão de uma “somana” atarefada, ele não teve tempo de ir a cidade

comprar pilhas, por conta disso o radio estava sem condições de ser ligado. Meu pai ficou triste mais resolveu que, como era sexta-feira, na segunda sem mais tardar ia mesmo precisar ir à cidade e de lá traria umas pilhas novas.

Nisso meu avô apareceu em casa, meu pai então se distraiu com a prosa e esqueceu-se da novela. Ele levanta vai até a cozinha, pega uma caneca de café pra meu avô, na volta ele ouve meu avo perguntar:

- Filho, bóis mecê ligaste o radio é? Como conseguiste lhéi só?

Meu pai me contou que se arrepiou todo ao ver que o radio estava transmitindo a novela sem pilhas e sem ter tocado no radio para ligá-lo.

- Créimdospadre!!!, Virgi-maria!!!” .

Diante daquilo meu pai fez

uma promessa para Virgem Maria que nunca mais iria ser viciado em radionovela, princi-palmente nas coisa que fosse “embute do diabo”. Daque-le dia “endiente” (pra frente, adiante), novela no radio nun-ca mais!!!

Depois disso prevaleceu as belas e boas musicas regio-nais, daquelas que falam de amor, do campo, do sertão, da vida, mal sabia meu pai que viria a TV e a novela que nos faz de bobos da corte onde nós aplaudimos. Nada como uma boa prosa, um con-tato humano e verdadeiro de nossa família e dos amigos, antes que seja tarde demais e não dê, no dia de amanhã, de você prosear com alguém aberta e francamente como era antigamente.

Page 12: Jornal Maranduba News # 29

Página 12 Jornal MARANDUBA News 20 Setembro 2011

Gente da Nossa História Vitória Auxiliadora Ferreira de Sá A vóz dos anjos

EZEQUIEL DOS SANTOSNascida em 12 de março de

1948, na cidade Piumhi-MG, filha de José Geraldo Ferreira e Maria Martins Ferreira, teve uma infância simples e humilde iluminada pelos ensinamentos cristãos, pelo carinho dos pais, pelos lampiões a querosene, pelo trabalho duro e pela pre-sença dos irmãos: Otília, “Bi-lía”, Terezinha, Eustáquio, José, Rosa e Genil. Neste ambiente familiar de-

senvolveu dons como o da pa-ciência, da prudência, do canto, da espontaneidade e do amor, daquele de fazer tudo por amor e amar tudo que fazia. Vitória quando pequena nem sonhava saber o que era o mar, vivia au-xiliando os irmãos nas emprei-tadas de café, onde o pai que era meieiro colocava as filhas, muitas vezes vestidas de ho-mem, a trabalhar nas roças para complementar a renda da casa. Mas quis o bom Deus que para

cá viesse. Veio abrilhantar as missas, alegrar as rodas de mu-sicas, as conversas, veio ensinar o que é repartir, compartilhar. Vindo da cidade de Limeira-SP chegou a Ubatuba em 13 de março de 1977, logo conseguiu trabalho como cozinheira na MECCO terraplanagem por onde ficou dois anos. A irmã “Bilía” e seu esposo Tonhão chegaram dias antes em seis de dezem-bro de 1977. Seu cunhado havia chegado para trabalhar na cons-trução do loteamento Lagoinha gleba “C”. Vitória ficou na casa da irmã onde ajudou a cuidar dos amados sobrinhos Luciano e Totonho. Naquela doce época não ha-

via capela, por isso a missa era realizada na casa do Seu Agos-tinho. Vitória freqüentava um grupo de jovens junto com a amigas Ana, Vera e outros que costumeiramente se reuniam na Maranduba e foi lá que ela conheceu seu futuro esposo. No feliz dia de 23 de setembro de 1978 casa-se com Antonio Antunes de Sá, a cerimônia aconteceu na cidade natal de Vitória realizada na Igreja Ma-triz pelo Padre José Moacir Al-ves com todas as pompas e cir-cunstancias de que tinham para o momento.

De forma tímida e constan-te retornou para a região e foi conquistando cada vez mais es-paço no coração da paróquia. Ela tinha um dom diferenciado, nascida numa família de vozes maravilhosas e de aptidões mu-sicais dava alma e sentidos aos cânticos. Acostumados a emo-cionar com sua doce voz, Vitória se viu emocionada pela voz de duas crianças que nasciam em intervalos diferentes - o nasci-mento dos filhos amados Lean-dro e Diego. Fã da boa musica re-

gional, ela acolhia des-de Folia de Reis a can-tadores amadores de final de semana, mas destaque mesmo era quando ela levantava a voz para o povo, a voz para cantar os sal-mos e músicas a Deus. Vitória nunca traiu sua fé nem sua igreja, ela sabia muito bem o significado de: “Sobre esta pedra erguerei a minha igreja”, por isso foi peça fundamen-tal na colaboração da construção da Capela da Lagoinha. Ela quem assinava a “promissó-ria” dos empréstimos das cadeiras dos cha-lés e restaurantes para serem utilizados nos bingos e festas em prol da construção da capela. Foi a voz dela que brilhou na

primeira missa do Padre Ales-sandro e do Diácono João Mar-cos, quando estes aqui chega-ram, cantou na ordenação do Padre Mauro. Para a Fundart colaborou na gravação de um CD de músicas regionais, onde com o grupo da Maranduba gra-vou uma faixa de Folia de Reis. Foi candidata à vereadora,

alcançando a suplência. Nesta campanha andou todo o muni-cípio e gastou R$ 20,00 e um par de chinelos. Na briga para a conquista do quilombo da Caçandoca deu guarida aos li-deres que hoje lá se encontram e que infelizmente, segundo ela, desvirtuaram a real função de liderança naquele chão. Em cinco de maio de 2000, ela

com as amigas Izaltina, Marcia-

na e Maria foram a campo re-tirar as cercas dos grileiros no quilombo. Não tinha medo, en-frentou jagunços, polícia e até mesmo desafetos por conta de sua luta. As missas quilombolas-missa

afro - era uma felicidade para ela, pois participava com muita paixão e vontade. Nas últimas décadas Vitória acometeu-se de várias complicações de saúde e por duas vezes ficou na UTI, uma semana na capital e outra 18 dias em Caraguatatuba.

Com a saúde debilitada res-tringiu-se de muitas atividades que gostava, mas cantar ainda estava no sangue desta guerrei-ra. Muitas vezes ía a missa can-tava como um canário e voltava pra casa cansada, mas cumpria sua obrigação de cristã. Os ter-ços ela nunca largou. Devota do Divino Pai Eterno, transforma-va as orações em canto divino. Sabia que estava doente, mas pedia a todos a saúde que não tinha, vida longa que também não tinha. Com diabete alta, por mui-

tas vezes os filhos e o esposo a flagraram escondida atrás da porta comendo torresmo ou pedaços de bolo que dizia ter guardado as filhas. Seu Tutu de feijão era famoso nas re-dondezas, alias tudo que fazia era bom, era feito com carinho, com muito amor. Mas seu carinho chegou ao fim

para nós. Deus quis esta filha tão especial. Em seu último dia ela foi caminhando ao encon-tro das filhas Jade e Jamile no ponto de ônibus, vieram as fi-lhas uma de cada lado sorrindo, brincando e amando a mãe que tanto lhe deu carinho. Foram seus últimos passos para nós e os primeiros para Deus. Em casa chega o esposo e ela recla-ma que não está bem. Quando na tomada de sua pressão per-cebe-se que vem baixando e a cada medida a alteração é cons-

tatada, até que chegou ao fatídico 6x3. Seu filho coloca-a no colo e sai correndo até o car-ro da tia que em dis-parada levam-na pela rodovia até a Unidade Mista da Maranduba, mas infelizmente em frente a praia da Maranduba, precisa-mente em frente ao quiosque Valerine, por volta de uma da ma-nhã do dia 13, ela deu seu último suspiro no colo de Antunes. Foi em frente à praia que a acolheu e a respeitou. Agora era fato, per-

demos Vitória - da mulher que vence, Au-xiliadora - da mulher que ajuda, Ferreira-

que não dobra, de Sá-do sal da terra. Seu silêncio nos últimos dias anunciava algo que não sabíamos, mas ela sim, sabia e muito bem. Preparados não es-távamos, mas ela quem sabe? São os mistérios da verdadeira fé. Vitória gostava de dourado, de passear, da garupa da moto do filho, do Jornal Maranduba, da missa na TV, da canção da família do Padre Zezinho, de cantar. Agora trocou o som do violão pelo das arpas celestiais, trocou nossa companhia pela dos anjos e santos. Na sua missa de despedida,

estiveram amigos, familiares, admiradores e pessoas que co-nheciam seu trabalho e sua voz. Os padres Alessandro, Carlos, Xavier, Mauro, os diáconos Ma-noel e João Marcos conduziram uma cerimônia emocionante. Seu cortejo passou dos dois quilômetros de extensão.

A Câmara Municipal de Ubatuba se manifestou com uma Moção de Pesar tamanha importância tem Vitória para o município. Ela recebeu uma coroa de flores da Secretaria Estadual de Justiça de São Pau-lo. No dia 19 aconteceu, com a presença de 157 pessoas das varias comunidades da regiao sul de Ubatuba, na Capela da Maranduba a missa de 7º dia conduzida pelo Padre Alessan-dro e diácono Manoel. Lá vi lágrimas sinceras de saudades, de amor, da falta que ela nos faz. Tristeza pela alegria de ela estar junto ao pai e longe de nós. Depoimentos contidos de emoções foram relatados, o agradecimento da família. Lindo foi ver a família conduzindo até o altar como oferta seus obje-tos: O violão, o terço, o Divino Pai Eterno, a Bíblia e a Mãe de Todos - Maria, que naquele mo-mento simbolizou Vitória e que serviu de conforto aos corações apertados que lá estavam. As palavras do padre foram de

alento, admiração e valorização de uma guerreira, que já tinha no nome a marca da conquista. Foi também tocado e cantado um trecho da Folia aos Santos reis de que ela tanto gostava. Muitas lágrimas... muita sau-dade... É triste escrever a des-pedida de uma pessoa que se conhece, que se gosta e que se admira. Feliz em saber que esta-rá junto ao Pai. Privilégio o meu de tê-la conhecido, convivido em sua casa, experimentado seu tutu de feijão, saboreado sua doce voz. Agradeço a Deus pela opor-

tunidade de me colocar neste tempo e nesta história e po-der dizer a todos que Sim, eu a conheci! E agora só resta a lembrança, a saudade, a dor da perda sofrida por todos e que vai passar. Saber que esta pes-soa que foi antes de tudo guer-reira, sobrevivente e que agora tenho que me despedir da mu-lher de caligrafia e voz afinada. Obrigado Dona Vitória por me

dar a oportunidade de fazer, mesmo que pouco, parte de sua história de vida. E que bela história! E que bela vida! Só sei que sentiremos saudades. “Vi-tória... tu reinarás!”

Page 13: Jornal Maranduba News # 29

20 Setembro 2011 Jornal MARANDUBA News Página 13

Dicionário de vocábulos e expressões caiçaras - Parte 2

ANSIADO - (adj. ) - enjoado; com náuseas.“Cumi demais agora tô ansiado.”ASSANHADO – (adj.) – buliço-so, saído, metido. “ O tar do Roque, adespois que a mulher pereceu, ficou assanhado pra mulher que só vendo. “ ASSIM, ASSIM – (Bras.) - Mais ou menos; nem bem nem mal; sofrivelmente;“ Como ides ? Ansim, anssim male mar “ ASSIM DE UMA CONTA EM DIANTE – forma de res-posta à pergunta: Como tem passado? Como vai? ; Como ides? Como está vosmece? Como estais vós? “Tudo bem, vovó? Como está a senhora ? Anssim milha fi-lha, de uma conta em diante ANSPEÇADA - (s.m.) - pri-meiro posto militar , acima de soldado. ANTONTE - ( adv.) - anteon-tem; antes de ontem; há dois dias atrás. “ Antonte tive na ci-dade comprando fazenda prá Crotiuda minha mulhér fazê um vistido” ANú NO FIO - ( loc.v. ) - pes-soa bêbada, que imita o ba-lanço de corpo do anu sentado no fio da cerca.“ Antonho pas-sô aí que é um anú no fio “ AO PIVO - ( loc.v. ) - sair ao pivo ; sair sem agasalho; sair com pouca roupa. “teimô e saiu ao pivo nessa friage “ AONDE - ( adv.) - onde. APá- (s.f. ) - espádua. “ essa dor de apá tá me matando “

APARTá(R) - (v.i.) - separar; morrer; falecer. “uma fisgadi-nha só da mardita da braco-raia e meu primo se apartô de veiz “ APARTADO - (adj.) - separado da mulher; divorciado; des-quitado. APERCATA - ( s.f. ) - alperca-ta ;calçado com tiras de couro ou pano, para prender ao pé; enxuga-póça. APERREADO - ( adj.) - abor-recido; aborrido; arriado ;ado-entado; “ da dôR de dente não sarô nada não, ando aperrea-do que só “ APINCHá(R) - (v.t.) - pinchar ; arremessar ; jogar com força ; APOQUENTá(R) - (v.t.) - abor-recer-se com pouca ou peque-nas coisas; APOSSEAR-SE - ( v.p.) - apos-sar-se ; “ essa gente aposseô- se de tudo” APRECATá(R) - ( v.t. ) -pre-venir.se preparar-se para um tempo ruim; ventos, chuvas. “quando ele se aprecatá já é tarde “ ARADO - ( s.m. ) - faminto; esfomeado. “más que mini-no más arado, crendos padre todo poderoso”ARARUTA - ( s.f.) - erva culti-vada, donde se extraí a goma de guaná, utilizada como alimento e remédio caseiro; ARATACA - ( s.f.) - compo-nente do viamento, que con-siste na prensa rústica usada para cochá a massa verde da mandioca no tipiti. Consta de uma virgem, de 1,50m., finca-da no chão, estando encai-xado nela o varão, de cer-ca de 2,50 a 4 metros. Na ponta desse varão, que faz as vezes de alavanca, é co-locada a balança, constituída por fios de arame que descem dele, segurando a tauba da balança, sobre a qual são co-locadas pedras grandes que

irão envergá-lo, prensando o queijo sobre o tipiti, contra a mesa, durante parte do dia e uma noite inteira, até escorrer todo o cardo da massa para a gamela. O tipiti, nessa ope-ração, é preso, embaixo, pela mesa e, em cima, pela coroa ou queijo, sofrendo, assim, toda a pressão do varão, en-vergado pelas pedras. ARCADO - ( adj. ) - arqueado; curvado ; dobrado; “tá arca-do, se cochando de dor nas tripa. “ ARCANÇá(R) - ( v.t.) – alcan-çar; entender , compreender, atinar ; “ esse minino não tem cabeça prá arcançá isso “ ARCO CANFORADO - (s.m.) - álcool preparado com cânfora e usado como ungüento ARDENTíA - (s.f.) - fosfo-rescência do planctum maríti-mo; luminosidade que deixa a água do mar esverdeada à noite, quando agitada; “ Ago-ra, de noite, se vê lá aonde ele tá, se vê o bando de pexe . Ah.Quando o pexe vê aque-la ardentia da canoa ele faiz tchok, tchok, tchok ... ( som bucal que imita o barulho do peixe saltando na água ). ARDUME – ( s.m. ) – ardor; queimação. AREADO - (adj.) - esfregado ou limpo com areia ou outra substância; “se quizé saí dexe as panela tudinho areado an-tes; dexe tudo bem areadinho“ARFAVACA - ( s.f.) - alfavaca; planta odorífera, usada como condimento;ARGUêRO - ( s.m.)- argueiro, cisco, palhinha, pó ou partí-cula de alguma coisa. ” Asso-pre meu olho e ve se tira esse arquêro que tá me incomo-dando.” ARMA DE GATO - (s.f. ) - alma de gato; espécie de pássaro. ARMá(R) - ( v.t.) – armar; as-sentar na soleira os esteios e o

madeirame da casa de pau-a--pique e barro. “ Essa casa daí fui eu que invarei .Sei armá uma casa, sei cubrí, sei barreá tudo, né “ ARPACA - (s.f) - alpaca ; um tipo de liga de metal branco, usada para fazer utensílios de cozinha. ARPENDRE - (s.m. ) - alpen-dre; mesmo que varanda.; ARQUERE - ( s.m. ) – alquei-re, medida de volume, equiva-lente a 40 litros. “ Manéco c’a mulhér forneia treis arquere de farinha num dia só.” ARRASTá(R) - ( v.i. ) – arras-tar; passar o picaré na praia, à noite, para pescar camarão, siris e peixes. “ devera de sê o pessoar das Pedrinha que andô arrastando picaré aí o que deu a noite intirinha.” ARRASTá(R) - ( v.i. ) – arras-tar; pescaria feita com arras-tão ou rede de fundo, ao lar-go da costa. “ Deve de sê o Bertioga e o Bocaina que is-tão arrastando ali pertinho da costa ” ARRASTA-Pé - ( s.m.) - dança, baile, fandango. ARRASTãO - ( s.m. ) - rede de pesca de arrastar pelo fundo, que apanha todas as espécies de peixe que encontra; em-barcação própria para a pesca com essa rede. “Ficam pas-sando o arrastão aí perto da costa , caçando camarão, daí vem o pexe miúdo no arras-tão, né, ali eles pega os cama-rão tudo, leva pro entreposto e os pexe miúdo eles dão prá quarqué um que quera “ ARRASTãO DE PORTA -( s.m.) - rede de pescar camarão, acondicionada aos barcos ou às canoas a motor , e fundeada através de duas portas, que, na operação de arrastar, esticam a panagem, em cujo centro há um ensacador , para onde vão os camarões e os peixes.

Page 14: Jornal Maranduba News # 29

Página 14 Jornal MARANDUBA News 20 Setembro 2011

Em defesa do reconhecimento dos pequenos produtores rurais Através do Requerimento

87/2011, o vereador tucano Rogério Frediani solicita ao deputado federal Luiz Fer-nando Machado-PSDB, que elabore discussões urgentes a fim de reconhecer o Manejo do Pousio como de Relevante Interesse Social Nacional às praticas agricultáveis de que trata a agricultura familiar e as comunidades tradicionais. Frediani diz que o governo e as leis devem avançar para uma balança mais justa e igualitária no tratamento as comunidades e suas praticas agrícolas de geração de em-prego e renda.

Segundo o vereador deve-se ainda estar atento as questões mais regionalizadas, respei-tando as culturas e as condi-ções sociais e ambientais de cada localidade. Os pequenos produtores tem sido alvo de milhares de multas, processos ambientais e de certa forma de abandono sem nada serem oferecidos em troca. Os pro-blemas sociais decorrentes da falta de alternativas e ou re-conhecimento destes povos e suas praticas tem gerado pre-juízos profundos e irrepará-veis as famílias no município, reitera o vereador.

O deputado Luiz Fernando já recebeu o documento em Brasília e articula-se entre es-pecialistas e políticos no parla-mento federal sobre a solicita-ção do vereador de Ubatuba. Foram fornecidos dados sobre o tema em relação ao muni-cípio, que servirá de base as discussões defendidas pelo deputado federal.

Pesquisadores e especialis-tas ouvidos pelo gabinete do vereador Rogério Frediani, tanto ambientais quanto agrí-colas, defendem e revelam que é possível, do ponto de vista da disponibilidade de áreas no município a continuidade do sistema de pousio, principal-mente quando este destina-se à subsistência e a manutenção deste Patrimônio Nacional. A prática agrícola também co-nhecida como roça-de-toco ou coivara, constitui uma tra-dição milenar da maioria das populações indígenas, sendo assimilada pelas populações remanescentes de processos de colonização. Esse modelo é descrito por diversos auto-res e ocorre de modo seme-lhante em diferentes partes do mundo, sendo particularmente comum na zona das florestas tropicais e subtropicais.

Em Ubatuba ela é parte da história do município. O siste-ma é baseado no uso de uma parte de toda a área, seguin-do-se um período de cultivo e, após o declínio da fertilidade do solo, um período de pousio para restauração da fertilida-de o que colaborou na reve-getação natural de áreas do município.

Atualmente existem técnicas de melhoramento dos méto-dos do pousio, de forma a me-lhorar a produção e a preser-vação do ambiente. “Acredito que será um grande avanço a esta classe de trabalhadores, principalmente no que se re-fere ao tratamento, que será mais digno e respeitoso”, co-meta o vereador.

O Projeto Dacnis trabalha em defesa da Mata Atlântica e de seus habitantes no município de Ubatuba - SP. Somos uma ONG nova com objetivos muito claros. Nos-sa equipe, ainda pequena mas crescendo rapidamente, é formada por profissionais e colaboradores dispostos a tra-balhar duro, sem agenda pes-soal, e com total ética, clareza e honestidade, para preservar nosso patrimônio natural. O

Projeto Dacnis aposta na parceria com as comunidadesamor à floresta é nosso ponto de partida.Para tanto, estamos desenvol-vendo uma série de projetos que focam não somente o estudo de espécies da mata, mas também envolvendo as comunidades locais dentro do conceito de etnozoologia. O conhecimento popular das comunidades tradicionais, ou mesmo das estabelecidas, na área de amortecimento ambiental é de extrema im-

portância. A partir dele pode-mos estabelecer métodos para compreender e salvaguardar os mecanismos das delicadas cadeias ambientais. O uso do saber popular estreitado com o saber científico possibilita um trabalho que pode inserir os jovens e adolescentes num mercado de trabalho ecologi-camente correto. Esta é uma de nossas metas.Estamos sediados em uma propriedade de 169 mil m² no

bairro do Rio Escuro. A casa--sede e a oficina estão em reforma e serão oficialmen-te inauguradas em breve. Se você não se incomodar com uma obra, pode conhecer a área amanhã. É mais do que bem-vindo! Basta entrar em contato conosco e-mail: [email protected] telefone: (12) 9158 0521Projeto DacnisEstrada do Rio Escuro 495411680-000 Ubatuba - SP

Page 15: Jornal Maranduba News # 29

20 Setembro 2011 Jornal MARANDUBA News Página 15

Coluna da

Adelina Campi

O pote rachado

Hotel Venetia

Um carregador de água na Índia levava dois potes gran-des, ambos pendurados em cada ponta de uma vara a qual ele carregava atravessa-da em seu pescoço. Um dos potes tinha uma rachadura, enquanto o outro era perfei-to e sempre chegava cheio de água no fim da longa jornada entre o poço e a casa do che-fe; o pote rachado chegava apenas pela metade.

Foi assim por dois anos, diariamente, o carregador en-tregando um pote e meio de água na casa de seu chefe.

Claro, o pote perfeito estava orgulhoso de suas realizações. Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua imper-feição, e sentindo-se miserá-vel por ser capaz de realizar apenas a metade do que ele havia sido designado a fazer.

Após perceber que por dois anos havia sido uma falha amarga, o pote falou para o homem um dia à beira do poço.

- “Estou envergonhado, e quero pedir-lhe desculpas.”

- “Por quê?” Perguntou o homem. - “De que você está envergonhado?”

- “Nesses dois anos eu fui capaz de entregar apenas a metade da minha carga, por-que essa rachadura no meu lado faz com que a água vaze por todo o caminho da casa de seu senhor.

Por causa do meu defeito, você tem que fazer todo esse trabalho, e não ganha o salá-

rio completo dos seus esfor-ços,” disse o pote.

O homem ficou triste pela situação do velho pote, e com compaixão falou:

- “Quando retornarmos para a casa de meu senhor, quero que percebas as flores ao lon-go do caminho.”

De fato, à medida que eles subiam a montanha, o velho pote rachado notou flores sel-vagens ao lado do caminho, e isto lhe deu certo ânimo. Mas ao fim da estrada, o pote ain-da se sentia mal porque tinha vazado a metade, e de novo pediu desculpas ao homem por sua falha. Disse o homem ao pote:

- “Você notou que pelo ca-minho só havia flores no seu lado. Eu ao conhecer o seu defeito, tirei vantagem dele. E

lancei sementes de flores no seu lado do caminho, e cada dia enquanto voltávamos do poço, você as regava.

Por dois anos eu pude co-lher flores para ornamentar a mesa de meu senhor.

Sem você ser do jeito que você é, ele não poderia ter esta beleza para dar graça à sua casa.”

Cada um de nós temos nos-sos próprios e únicos defeitos. Todos nós somos potes racha-dos. Porém, se permitirmos, o Senhor vai usar estes nos-sos defeitos para embelezar a mesa de Seu Pai. Na grandiosa economia de Deus, nada se perde. Nunca deveríamos ter medo dos nossos defeitos. Se o reconhecermos, eles poderão causar beleza. Das nossas fra-quezas, podemos tirar forças.

Conta-se que um homem es-tava dirigindo há horas e, can-sado da estrada, resolveu pro-curar um hotel ou uma pousada para descansar. Em poucos minutos, avistou um luminoso com o nome: Hotel Venetia.

Quando chegou à recepção, o hall do hotel estava ilumi-nado com luz suave. Atrás do balcão, uma moça de rosto alegre o saudou amavelmen-te: Bem-vindo ao Venetia!

No quarto, uma discreta cama impecavelmente limpa, uma lareira, uma caixa de fós-foro em posição perfeitamen-te alinhada sobre a lareira, para ser riscado. Era demais! Aquele homem que queria um quarto apenas para passar a noite começou a pensar que estava com sorte.

Mudou de roupa para o jan-tar (a moça da recepção fizera o pedido no momento do re-gistro). A refeição foi tão deli-ciosa, como tudo o que tinha visto, naquele local, até então. Assinou a conta e retornou para o quarto. Fazia frio...

E ele estava ansioso pelo fogo da lareira. Qual não foi a sua surpresa! Alguém havia se antecipado a ele, pois havia um lindo fogo crepitante na larei-ra. A cama estava preparada, os travesseiros arrumados e uma bala de menta sobre eles. Que noite agradável aquela!

Na manhã seguinte, o hós-pede acordou com um estra-nho borbulhar. Saiu da cama para investigar. Simplesmente uma cafeteira ligada por um ti-mer automático, estava prepa-rando o seu café e, junto um cartão que dizia: Preparamos com todo carinho utilizando sua marca predileta de café.

Como eles podiam saber desse detalhe? De repente, lembrou--se: no jantar perguntaram qual

a sua marca preferida de café. Em seguida, ele ouve um

leve toque na porta. Ao abrir, havia um jornal. Novo espan-to; mas, como pode? É o jornal de minha preferência! Como eles adivinharam? Mais uma vez, lembrou- se de quando se registrou: a recepcionista ha-via perguntado qual jornal que lia diariamente.

O cliente deixou o hotel en-cantando. Feliz pela sorte de ter ficado num lugar tão acolhedor.

Mas, o que esse hotel fizera mesmo de especial? Apenas ofereceram um fósforo, uma bala de menta, uma xícara de café e um jornal.

Simples não? Porquê não fazer com mais frequência então? Não me digam que é por falta de fósforos, balas de menta, café e jornais. Estes ítens todo mundo tem. falta o que então: hospitalidade, ser-viços orientados aos clientes, pró-atividade? Possivelmente também não em muitos casos mas que não se preocupam com estes detalhes, e muitos outros. Talvez muitos estejam na “zona de conforto”. Portan-to, saiam dela, façam diferen-te, se qualifiquem, capacitem seus colaboradores, cuide me-lhor de seu empreendimento, quem sabe o seu não será o próximo Hotel Venetia.

Enviado por Fernando Pedreira