Jornal Interno

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1 Santa Casa da Misericórdia de Silves “ A Idade do Saber” Janeiro 2012 Nesta edição: Dia de Reis A nossa entrevista A lavandaria A matança do porco Jogo do loto O nosso Natal Concurso de quadras Feira de Todos os santos Cantinho da poesia Cantinho da culinária Cantinho das orações Passatempos e lazer Dia de Reis Na véspera do dia de reis , alguns colegas as animadoras e eu ensaiamos algumas quadras refe- rentes ao canto dos reis. No dia de reis a 6 de Janeiro, começamos por cantar no Lar Adelaide Mascarenhas Vieira, de segui- da fomos ao consultório, á secretaria ao Lar Nossa Senhora da Conceição, á lavandaria, ao auditório ao Centro de Dia, cantamos em vários sítios dentro da Instituição. Em todos estes sítios ofereceram-nos doces. O nosso grupo era constituído por sete senhoras dois homens e as duas anima- doras. O Constantino a Sónia e eu vestimo-nos de reis. Na minha opinião, o canto que fizemos, agradou a todos. Esta tarde fez-me recordar quando éramos moços e cantávamos as Janeiras ás portas. Sr. Manuel Neto , 84 anos A nossa entrevista nesta edição foi feita ao Dr. Mário Pinheiro. Agra- decemos muito a sua colaboração.

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Informção e atividades

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Santa Casa da Misericórdia de Silves “ A Idade do Saber”

Janeiro 2012 Nesta edição:

Dia de Reis

A nossa entrevista

A lavandaria

A matança do porco

Jogo do loto

O nosso Natal

Concurso de quadras

Feira de Todos os santos

Cantinho da poesia

Cantinho da culinária

Cantinho das orações

Passatempos e lazer

Dia de Reis

Na véspera do dia de reis , alguns colegas as

animadoras e eu ensaiamos algumas quadras refe-

rentes ao canto dos reis.

No dia de reis a 6 de Janeiro, começamos por

cantar no Lar Adelaide Mascarenhas Vieira, de segui-

da fomos ao consultório, á secretaria ao Lar Nossa

Senhora da Conceição, á lavandaria, ao auditório ao Centro de Dia, cantamos em vários

sítios dentro da Instituição. Em todos estes sítios ofereceram-nos doces.

O nosso grupo era constituído por sete senhoras dois homens e as duas anima-

doras. O Constantino a Sónia e eu vestimo-nos de reis.

Na minha opinião, o canto que fizemos, agradou a todos. Esta tarde fez-me

recordar quando éramos moços e cantávamos as Janeiras ás portas.

Sr. Manuel Neto , 84 anos

A nossa entrevista nesta edição foi

feita ao Dr. Mário Pinheiro. Agra-

decemos muito a sua colaboração.

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A nossa entrevista

Entrevista ao Senhor Doutor Mário Pinheiro

Há já longos anos que exerce medicina nesta Institui-

ção, sente-se satisfeito?

Sinto, pois tratar os Idosos é extremamente grati-

ficante e por isso sempre que posso vou a congressos

para melhor poder colaborar com esta Instituição.

Geralmente o que mais medica são Idosos, sente-se realizado?

Sim, uma vez que foi uma opção que eu ainda jovem médico me

apaixonou e me foi mais acentuada pelos meus pais.

Qual é a doença mais comum que afecta mais nestas idades?

As doenças físicas são a senilidade e os AVC. Psicologicamente a

solidão e o abandono pelos familiares por “ motivos múltiplos ” .

Há pessoas que só ao verem o médico ou falarem consigo já ficam

mais aliviadas?

Sim pois conseguem ter alguém que lhes dê atenção e os oiça, pas-

sando a ter uma pessoa “ nova ” na sua “ nova ” vida.

Como prevê a saúde do futuro nesta Instituição?

Apesar da crise que nos aflige, espero e penso que o futuro seja

melhor e tenho a certeza que esta Direção tudo fará para que

assim seja.

Questões elaboradas pelo Utente Sr. Afonso Correia, 83 anos

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A Lavandaria

A lavandaria é uma das principais depen-

dências desta Instituição, existe na Santa Casa da Misericórdia

de Silves, uma secção de lavandaria com todas as condições necessárias

ao seu bom funcionamento.

Tem diversas máquinas de lavar, secar, engomar, máquina de costu-

ra e diversos armários e cabides necessários ao seu bom funcionamento.

Mas só as máquinas apesar de necessárias para o bom desempenho do

serviço não chega, é

preciso haver pes-

soas competentes

para trabalhar com

elas.

Assim, existe

para isso um grupo

de senhoras encar-

regadas desse servi-

ço, contando-se uma encarregada, uma costureira, que também trabalham

juntamente com as restantes operadoras, não se poupando a esforços para

levar a bom termo a sua nobre missão.

Não é nada fácil, a sua missão é trabalhosa visto que nos lares só

residem pessoas de avançada idade que a todo o momento têm que mudar

de roupa, o que vai sobrecarregar mais o serviço das operadoras da lavan-

daria, que têm que se esforçar bastante para terem as respecti-

vas roupas prontas a seu tempo.

Continuem a prestar um bom serviço á Insti-

tuição.

Sr. Afonso Correia 83 anos

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A matança do porco

No meu tempo, os porcos eram engordados com tremoços, figos,

alfarrobas, milho, bolotas….Aos quatro, cinco meses eram “capados” para

engordarem melhor e para a carne ser mais gostosa. Depois de serem capados, os porcos são

presos e começava a engorda. Ao fim de mais ou menos 9 meses já estão bons para matar,

devem ter mais ou menos umas dez arrobas.

A matança do porco era guardada para a altura da festa (Natal) para haver sempre car-

ninha fresca.

Na véspera da matança, o porco não comia. Os homens iam apanhar tojos e urzes no

mato para chamuscar o porco. As mulheres coziam pão, faziam filhós e preparavam tudo para o

dia seguinte.

O dia da matança começava cedo, as pessoas juntavam-se em casa dos donos do por-

co para “quebrarem o jejum”, comiam filhós e bebiam café.

Enquanto os homens preparavam e matavam o porco, uma das mulheres mexia o san-

gue para que este não coalhasse e as outras senhoras preparavam a comida.

Depois do porco morto, era chamuscado com os tojos com a ajuda de uma forquilha.

Depois , era raspado com facas velhas ou ladrilhos e de seguida era lavado. Depois de lavado

era aberto do focinho até ao rabo e eram tiradas as banhas, as tripas, o coração, o bucho, a

cachola, os rins…

Enquanto todos trabalhavam havia sempre uma mulher que de vez em quando ia ofere-

cer uma filhó e um copinho de aguardente.

O almoço naquele dia era quase sempre, galo guisado com batatas ou com arroz.

Depois do almoço, enquanto os homens iam desmanchar o porco e separar as carnes, algumas

mulheres iam esvaziar e lavar as tripas na ribeira e as outras tratavam do jantar. Naquele mes-

mo dia era feito o picado para as linguiças e chouriças e eram cozidas as farinheiras.

O jantar naquele dia era a cachola frita, os bofes com arroz e a carne assada.

Nos dias a seguir, tínhamos muito trabalho: fazer os torresmos, cozer e por o lombo na

banha, salgar a carne, encher as linguiças e as chouriças.

Era tudo muito trabalhoso mas depois de estar feito era muito bom, porque tínhamos

carninha boa para ir comendo durante o ano.

D. Palmira Tomé, 82 e Sr. Faustino 84 anos

“Em Elvas a tradição era diferente. As tripas eram limpas em casa com a ajuda de um

regador e em relação aos enchidos, nós fazíamos uma maior variedade. Nós fazíamos os chou-

riços brancos, os vermelhos, as morcelas, as cacholeiras, as farinheiras, o paio…”

D. Isilda Marmeleiro, 77 anos

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O JOGO DO LOTO

Este jogo reúne mais ou menos 25 a 30 pessoas, e é feito uma vez

por semana.

Os cartões estão numerados de 1 a 90 e são 6 cartões de cada cor.

Os números ficam dentro de uma

bolsa e o nosso amigo Afonso Correia tira

um número de cada vez e dita esse

mesmo número duas vezes em voz alta.

Quem tiver o número marca no

cartão com uma fava seca.

O primeiro a completar o seu cartão

composto com 15 números diz BINGO, ganhando assim o primeiro lugar.

Quando os números saírem todos da bolsa o jogo termina.

Normalmente iniciamos outro jogo procedendo da mesma forma e

assim se passa uma manhã diferente.

Este jogo é importante para que as pessoas estejam atentas e não se

esqueçam dos números.

Sr. Domingos Matias 85 anos

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O nosso Natal

A nossa festa de natal foi no dia 16 de Dezembro e foi muito bonita. O

teatro as cantigas, a entrevista ao pai natal.

Adorei ver as crianças da creche a assisti-

rem à nossa festa, principalmente quando o

pai natal

estava a ser

entrevista-

do, o pai natal era a Sónia e a jornalista

era a Dina.

Depois de tudo isto tivemos um lan-

che especial onde não faltaram os bolos.

Mais tarde o grupo de cantares da

Santa Casa da Misericórdia de Silves veio

animar com as suas lindas canções, eu

não assisti mas sei que foi lindo.

No dia anterior tivemos um almoço

no Lar

( L ar Adelaide Mascarenhas Vieira )

para todos os utentes e Mesa Adminis-

trativa. Gostei muito deste almoço, o

ambiente esteve agradável e familiar.

Na véspera do dia de Natal fomos

á secretaria desejar um feliz Natal aos administradores, fomos muito bem

recebidos e muito acarinhados.

D. Conceição Rodrigues, 78 anos

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Concurso de quadras na Santa Casa da Misericórdia de Albufeira

No dia 28 de Outubro de 2011, participamos num concurso de quadras na Santa

Casa da Misericórdia de Albufeira.

Saímos de casa depois do almoço numa das carrinhas da Santa Casa com as

duas animadoras. A viagem foi agradável, correu tudo muito bem.

Chegamos à Santa Casa de Albufeira, entramos e fomos bem recebidos e enca-

minharam-nos para uma sala grande, onde encon-

tramos ” crianças da nossa idade ” que esperavam

o inicio do concurso.

O concurso começou com muita alegria e

com música de um grupo da Santa Casa da Miseri-

córdia de Lagos.

O júri foi formado com funcionárias de todas

as instituições participantes.

Cada participante foi chamado a dizer a sua poesia e no fim de todos as dizerem,

foi distribuído um lanche que era: um queque, uma fatia de torta de chocolate, uma san-

des e um sumo de laranja. Enquanto lanchamos , o júri escolheu os vencedores.

A D. Josezinha ganhou o segundo lugar!

Depois da entrega dos prémios, regressamos a casa muito felizes pela D. Josezi-

nha ter sido uma das vencedoras

D. Etelvia Luz, 84 anos

“ …Eu nunca me vou esquecer daquele dia, há muitos

anos que escrevo poemas e agora ganhei! Eu nunca

tinha ganho nada. Os versos que eu disse eram sobre

a cidade de Silves… fiquei muito contente! O prémio

que recebi foi uma mantinha para me embrulhar e

recordar aquele dia maravilhoso…! ”

D. Josezinha Correia, 96 anos.

Queremos agradecer á Santa Casa da Misericórdia de Albufeira por nos terem convida-

do e nos terem recebido tão bem.

Obrigada a todos por tudo!

D. Etelvia Luz. 84 anos.

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Feira de Todos os Santos

Na nossa juventude a feira de Silves era muito grande, tinha duas entradas, uma

na cerca da feira e a outra perto da praça.

Na feira encontrávamos barracas com todo o tipo de coisas; as roupas, o calça-

do, as loiças, as madeiras, o esmalte e alumínio, o barro, os plásticos, os chapéus de

empreita, as barracas do ouro, as barracas de tiro, as do algodão doce, as das casta-

nhas, as das filhós, as barracas com toda a qualidade de fruta… os animais, … o cir-

co…, havia tudo o que possam imaginar.

As feiras eram um encanto e grande parte das pes-

soas guardavam a altura da feira para fazerem as suas

compras.

Muitas das pessoas gostavam de arranjar o cabelo

e estreavam sempre roupa..Algumas pessoas, compra-

vam pequenas lembranças, para as amigas.

“ Eu estava sempre desejosa de chegar a feira de Silves para ir ao circo ver os palha-

ços… ”

D. Catarina Águas, 89 anos.

“ E u quando ia á feira comprava filhós para comer com a minha família e amigos, em

casa com um chazinho. As vezes, íamos á feira jantar um franguinho assado com a

família e pessoas amigas… ”

D. Etelvina Luz,84 anos.

“ E u gostava muito da feira porque comprava sempre coisas, muitos cobertores, filhós,

peros de Monchique…”

D. Mariana Águas, 83 anos.

“ A ntigamente a feira era muito importante, eu comprava sempre loiças, filhós, casta-

nhas e peros de Monchique. ”

D. Josezinha Correia,96 anos.

“ Eu gostava de ir á feira para conviver com os meus amigos e amigas… A feira era um

ponto de encontro para muitas pessoas! ”

D. Deolinda Felix, 88 anos.

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Os passarinhos são tão engraçados

Fazem o ninho com mil cuidados

Depois lá têm os seus meninos

Tão pequeninos ao pé da mãe

Nunca se faça mal a um ninho

Que é linda a graça de um passarinho

Que nos lembremos sempre também

Do pai que temos e da nossa mãe.

D. Etelvina Luz,84 anos.

Cantinho da poesia

Silves minha terra

Ó Silves terra de amor

Pelas fontes ladeada

No alto do teu castelo

Falas-me na moura encantada.

A moura encantada espera

Pelo seu amor querido

No alto do seu castelo

Vê o prado florido.

Fica no jardim á espera

Para o seu pranto secar

Para esquecer o passado

As rosas vais desfolhar

Ò Silves terra esquecida

Teus filhos vistes nascer

Dás sempre o teu alento

P´ra elas poderem viver.

Ó Silves terra antiga

Não te posso dizer mais

És sempre uma cidade viva

Cercada de laranjais.

Quadras elaboradas pela utente D. .Josezinha

Correia, 96 anos .

Quatro coisas há no mundo

Que eu desejava saber

Cantar bem, tocar harmónio

Namorar e saber ler

Sr. António Águas, 82 anos.

De criança me ensinaram

A gramática a estudar

Foi nesse divino livro

Que encontrei o verbo amar

D. Barbara Águas,83 anos.

Algum dia para te ver

Pulava sete barrancos

Agora para não te ver

Pulo sete e outros tantos

D. Maria Lucrécia, 103 anos.

Tenho fome, tenho sede

Não é de pão nem de vinho

Tenho fome de um abraço

E sede de um beijinho.

D. Rosa Brito, 82 anos.

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O meu Arroz de Pato

Ingredientes:

Pato inteiro e limpo, água

arroz, sal, chouriço, ovos,

Preparação

Colocar água ao lume com sal,

Juntar o Pato e deixar cozer

Depois do pato cozido é partido e desfiado,

Enquanto se desfia o pato coloca-se o arroz na água da cozedura do pato.

Depois do arroz cozido e o pato desfiado, coloca-se num tabuleiro uma camada

de pato, depois uma camada de arroz, depois uma de pato e novamente de arroz.

Por cima da última camada de arroz coloca-se rodelas de chouriço e de seguida

as gemas batidas.

Depois leva-se ao forno para aloirar.

D. Isilda Marmeleiro, 77 anos.

Cantinho da culinária

Pãezinhos a minuto

Ingredientes

3 chávenas de chá de farinha de trigo; 2 colheres de sopa de fermento em pó

2 colheres de sopa de manteiga; 2 colheres de sopa de açúcar

1 chávena de leite; 1 ovo,;uma pitada de sal

Preparação

Misturar todos os ingredientes.

Faça os pãezinhos

Leve ao forno bem quente num tabuleiro untado.

Nota: a massa não deve ficar muito trabalhada, apenas misturar os ingredientes.

D. Beatriz Jónatas 77 anos

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Cantinho das orações

Pai Nosso pequenino

Tem a chave de Deus menino

Quem o dá, quem o daria

São Pedro, Santa Maria

Cruz em monte, cruz em fonte

Não há pecado que o encontre

Nem de noite, nem de dia

Nem ás horas do meio dia

Já os galos cantam

Já os anjos se levantam

Já o Senhor subiu á cruz

Para sempre ámen Jesus

D. Etelvina Luz 84 anos

Deitei-me sozinha

Achei-me acompanhada

Com Nossa Senhora dos

Mártires deitada

Eu me benzi, ela se benzeu

Foi quando o nosso Senhor

Jesus o Cristo nasceu

Ámen

D. Deolinda Félix 88 anos

Nesta cama me vou deitar

Com Jesus Cristo a acompanhar

Deus comigo e eu com ele

Jesus á frente e eu atrás dele

Ámen

D. Adúlia Ribeiro 87 anos

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- Andava um menino a guardar ovelhas e eu disse-lhe:

- Adeus menino das 20 ovelhas!

E ele disse:

- Para ser o menino das 20 ovelhas era preciso ter tantas como estas e outras tantas

como metade.

Quantas ovelhas tinham o menino?

sahlevo otio

Sr. Joaquim Matias,90 anos

Quatro misturas levo, para vir a ser quem sou. Recebo sempre mau pago da gente com

quem me dou. Sou primeiro abafado.,a crescer me vão pôr onde não mudo de figura,

mas no rosto mudo a cor. Toda a gente me procura, pois necessitam de mim. Tive

criação aos murros e levo facadas por fim.

oâp

D. Rosa Brito 82 anos

Chapéu sobre chapéu

Chapéu do mais pano fino

Não adivinhas este ano

Nem para o ano que há-de vir

Só adivinhas, quando eu disser.

alobec

Sr. Joaquim Louzeiro, 82 anos

Passatempos e lazer

Ficha Técnica:

Nome: A Idade do saber Publicação : trimestral /Janeiro 2012 Editado por: Santa Casa da Misericórdia de Silves Largo Comendador Vilarinho Apartado 96 Silves Telefone n.º : 282 442 635 Correio electrónico: [email protected]

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