Jornal História Consciente
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Este jornal tem por objetivo constituir-se em
fonte de informação e auxílio aos professores de
História Econômica na elaboração de aulas atuali-
zadas, dinâmicas e críticas, adequadas a uma nova
estrutura educacional, recorrente das transforma-
ções sociais que vem ampliando as possibilidades
pedagógicas mediante a implementação das tecno-
logias da informação e comunicação, usadas, cada
vez mais, para dinamizar e facilitar o trabalho do-
cente e inserir os alunos na realidade global vigen-
te de forma participativa no processo de constru-
ção da história humana.
Aos mestres
“Os filhos da era
digital”
Como as tecnologias
da informação afetam
o desenvolvimento das
novas gerações. Pg. 2
O professor de Histó-
ria Econômica Dr. José
Ferreira Azevedo res-
ponde questões sobre
modos de produção e
forças produtivas no
contexto histórico atu-
al . Pgs. 4-5
Transformando em material pedagógico uma das ferramentas
de pesquisas mais utilizadas na rede mundial. No artigo Comu-
nicação e interação com a internet na sala de aula saiba como a
wikipédia pode auxiliar as aulas de História Econômica nas ins-
tituições de ensino e fora delas. Pg. 3
Data do boletim informativo Volume 1, edição 1
HISTÓRIA CONSCIENTE
Organização,edição
e artigos de:
Enéas Luiz
Kessiane de Souza.
Roberta Rafaela
Nesta edição:
Reflexão sobre o
texto “Os filhos da
era digital”
2
Comunicação e
interação com a
internet na sala de
aula (WIKI)
3
Entrevista parte 1 4
Entrevista parte 2 5
Sugestões de aula
e textos para estu-
6
Estudo do meio 7
Aula com o portal
do professor 7
Dicas de Blogs 8
Roteiro do vídeo
Capitalismo Selva-
gem
8
Estudo de caso:
Biocombustiveis
9
Avaliação da apren-
dizagem com TIC 10
Entrevista
Wikipédia na sala de aula, dá para confiar?
Sugestões de aulas e
textos para estudo
Dicas de aulas, links de
textos digitais e vídeos
que poderão auxiliar na
elaboração de aulas
atualizadas, dinâmicas e
críticas. Pg. 6
DESTAQUES
Sem dúvida que a internet
é uma fonte de informação
inesgotável. Toda essa infor-
mação reflete nos processos
educacionais na atualidade. A
criança, hoje, assimila o uso
do computador e da internet
a uma atividade diária tão
normal quanto o uso da TV,
contudo muito mais atrativa. Essa naturalidade produz
uma geração que domina facil-
mente conceitos complexos
de informática e outros apare-
lhos como celular, DVD e
ipods. No texto os filhos da era
digital vemos dois conceitos, o
de nativos digitais e o de imi-
grantes digitais. O nativo digi-
tal representa a geração que
nasceu com computadores em
casa podendo até ter um co-
nhecimento básico de opera-
ção de um computador já com 5 anos. Essas crianças são
estimuladas por jogos que
desenvolvem sua cognição, se
deparam com soluções de
problemas onde precisam
tomar decisões coerentes.
Utilizam a internet para faze-
rem trabalhos escolares, con-
versar com amigos, conhecer
lugares e coisas. Contudo,
essa utilização pode gerar
dependências e isolamento
social. No Brasil, percebemos
que a internet pode ser uma
ferramenta muito importante,
uma vez que faz parte da reali-
dade da maior parte dos alu-
nos, mas o seu uso tem sido
mal conduzido e mal realizado
por nossos estudantes. Uma
vez que o espaço virtual pode
ampliar a percepção de reali-
dade, a utilização da leitura e o contato com outras cultu-
ras, ele, contraditoriamente,
se mostra como limitador das
potencialidades dos alunos
quando não se faz pesquisa,
mas cópia, onde não se reflete
ou se constrói pensamentos
críticos, mas só assimilação de
informações prontas sem
análises mais profundas.Nas
escolas atualmente se discute,
a linguagem própria da inter-
net, que por sua vez tem sido
transferida para as atividades
manuscritas e até para os
trabalhos impressos. Para os imigrantes digitais,
o computador torna-se uma
ferramenta funcional, porém,
muitas vezes mais complexas.
Apesar de, para aqueles que
acompanharam o estabeleci-
mento da informática com a
linguagem DOS que parecia
mais técnica e difícil, hoje
muitos sintam dificuldades,
não em dominar a máquina, mas saber navegar no oceano
infinito que se tornou a inter-
net. O texto também discute
como essas informações po-
dem e devem ser benéficas
para educar o grupo dos
“nativos”, o uso da internet
para comunicação em redes
sócias, para jogos, pesquisas e
outros fins, tem sido cada vez
maior. A questão é como
utilizar a internet para fins
educacionais e estimular o
educando a usá-la de forma
correta, assimilando o que é
bom e descartando o que é
desnecessário? Muitas vezes pais e educa-
dores, responsabilizam a inter-
net pelo vício de linguagem,
pelos erros ortográficos, gí-
rias, pela falta de leitura e etc.
não nos damos conta que
somos nós os culpados por
isso, que nos “acomodamos”
ou nos ocupamos demais e deixamos de acompanhar de
perto nossos filhos e perde-
mos o interesse, pelo que eles
vêem. Também é do sistema que
nos faz escravos da moderni-
dade e do trabalho e não con-
seguimos fazer a relação com
o dia-a-dia e com a família.
Cada dia mais os professores
estão sobrecarregados com as
burocracias e a qualidade de
suas aulas se reduz para cum-
prir o que a “lei” lhes impõe.
Ensino com TIC e a era digital Uma reflexão sobre o texto “Os filhos da era digital”
Página 2 HISTÓRIA CONSCIENTE
Imagem do site:http://
revistaepoca.globo.com/
Charge consciente
“A questão é como utilizar a internet para fins educacio-nais e estimu-lar o educando a usá-la de for-ma correta, as-similando o que é bom e descar-tando o que é desnecessário?”
O projeto Wikipédia, teve
início em 15 de janeiro de 2001,
criado por Jimmy Wales e Larry
Sanger, na versão em língua ingle-
sa.
A Wikipédia é uma enciclopé-
dia online, baseada em Wiki Wiki,
(do havaiano wiki-wiki = "rápido",
"veloz") derivada do modelo de
software livre, onde Wiki é um
termo utilizado para identificar um
tipo específico de coleção de do-
cumentos em hipertexto ou o
software colaborativo usado para
criá-lo.
Uma das características defini-
tivas da tecnologia wiki é a facili-
dade com que as páginas são cria-
das e alteradas, com navegadores
comuns, tais como a Internet Ex-
plorer, Mozilla Firefox, Netscape,
Opera, ou outro qualquer progra-
ma capaz de ler páginas em HT-
ML e imagens, assim qualquer
pessoa com acesso à Internet pode
modificar qualquer artigo, e cada
leitor é potencial colaborador do
projeto.
A enciclopédia sem fins lucra-
tivos é gerida e operada pela Wiki-
media Foundation. O número total
de páginas é de cerca de 24 mi-
lhões e incluem imagens, páginas
de usuários, páginas de discussão,
categorias, predefinições, páginas
de gestão dos projetos, etc.
A confiabilidade desse conteú-
do é relativa, pois dependendo do
tema pesquisado se pode encontrar
muita coisa sem importância, cabe
ao pesquisador-estudante filtrar as
informações que necessita e se
tiver condições corrigir quando
necessário.
O uso dessa ferramenta tem
sido cada vez mais comum nas
instituições de ensino, cabe ao
professor, orientar como a busca e
a filtragem desse material devem
ser feita. A verdade é que o profes-
sor em qualquer nível de ensino
que esteja, deve utilizar a tecnolo-
gia como forma de contribuir no
processo ensino-aprendizagem,
deve ser capaz de reconhecer as
potencialidades de seu aluno no
uso delas e fazer com que as tais
façam parte da construção de seu
aprendizado.
O professor Jon Beasley-
Murray, da Universidade de Briti-
sh Columbia, no verão de 2008,
propôs-se a utilizar o Wiki em
suas aulas como forma de incenti-
vo a produção de artigos científi-
cos, melhores redigidos. Tinha os
estudantes em sua classe a obra:
"Assassinato, loucura e Mayhem:
Literatura Latino Americano de
Tradução”, os propôs a criar arti-
gos da Wikipédia sobre os livros
que leem. Os alunos foram instruí-
dos a fazer contato com os editores
da Wikipédia, chamada de "FA
Team" para receber opinião sobre
o seu trabalho de revisão. Wikipé-
dia também tem um sistema de
qualidade de classificação que
atribui "Artigo Bom" ou "Artigo
em destaque" status de obras ex-
cepcionalmente bom. O instrutor
garante aos seus alunos um "A"
para bons artigos, e um A + para
artigos em destaque.
Outro exemplo do uso da Wiki
nos cursos superiores são os proje-
tos de hospedagem. Um site inte-
ressante é a Wikiversidade, que
fornece um espaço para cursos de
hospedagem ou outros conteúdos.
Um instrutor pode construir uma
página do curso com planos de
estudos, planos de aula e outros
materiais para os alunos o acesso
sempre que precisarem. Essa pági-
na também pode ser ligada a ou-
tros materiais educativos, como
vídeos. Os estudantes podem ter
acesso à página de edição para
adicionar seu próprio material.
Outra opção é fazer com que
os alunos construam auto testes no
material de uso livre, funções quis
baseado na Web para os futuros
alunos.
No caso do estudo de História
Econômica podemos fazer pesqui-
sas no Wiki e testar a veracidade
das informações confrontando
com autores inprtantes dessa área,
em seguida criar uma página onde
os alunos terão que postar os tra-
balhos desenvolvidos , como semi-
nários, produção e edição de ví-
deos, PowerPoint e outros. Assim,
receberão uma “pontuação” pelo
número de acessos ou pela análise
crítica que receber de outro especi-
alistas na área de conhecimento
em questão. Isso possibilitará o
contato com outros estudantes e
professores que se interessem pelo
assunto, promovendo um debate
ainda maior sobre o tema e geran-
do um conteúdo mais seguro e
confiável para fontes de pesquisa,
além de despertar no aluno o inte-
resse pela matéria devido o uso da
tecnologia e das redes sociais.
Comunicação e interação com a internet na sala de aula (WIKI)
Página 3 Volume 1, edição 1
Sugestões de livros :
História econômica da
Primeira República de
Sergio Silva e Támas
Sznrecsanyi.
História Econômica:
Estudos e Pesquisas de
Alice Piffer Canabra-
va .
História econômica do
Brasil de Caio Prado
Júnior.
Imagem do site:http://
exame.abril.com.br/negocios/gestao/noticias/empresa-propoe-novo-
modelo-de-negocio-para-wikipedia
Vivemos atualmente uma realidade histórico-econômica
bem característica de uma socie-dade moderna digital onde a glo-balização de todos os setores
sociais interferem diretamente na vida dos cidadãos brasileiros. Questões relacionadas à força e
manutenção do sistema capitalista tornam-se fundamentais para a interpretação da realidade presen-
te. Para responder as nossas
questões convidamos o Professor Doutor José Ferreira de Azevedo que leciona no curso de História
da Universidade Federal de Alago-as (UFAL) as disciplinas Introdu-ção ao Estudo da História; Histó-
ria Econômica; História do Brasil IIe que possui 21 anos de experi-
ência docente. Para podermos oferecer aos
leitores a entrevista na íntegra, a
dividimos em duas partes.
Parte 1
H.C. Diante do processo de glo-
balização da economia atual,
qual a importância do estudo da
História Econômica?
Prof. José Ferreira — Devemos ver a História Econômica no con-
texto maior do estudo da História.
Ao estudarmos História, pro-
curamos compreender e, na medi-
da do possível, encontrar explica-
ções para uma realidade complexa, multifacetada e em constante
mudança. Essa realidade, que é social, não surgiu por acaso: é
resultado de um longo processo de
formação e transformação de suas estruturas. O objetivo da História
Econômica é, justamente, compre-
ender como a sociedade foi orga-nizando e desenvolvendo, ao lon-
go do tempo, o processo cultural
de produção e distribuição de bens para a satisfação das necessidades
básicas humanas. Assim sendo, o
seu estudo é imprescindível, sem-pre interligado com os estudos
específicos dos aspectos políticos,
culturais, sociais etc. A chamada “globalização
econômica”, que resulta de um
processo de longo curso, confirma a constatação marxista (feita ainda
no século XIX) de que o Modo de
Produção capitalista foi (é) o pri-meiro que se tornou universal.
Essa globalização, porém, se uni-
formiza os processos de produção
e comercialização de bens, eviden-
cia as diferenças culturais entre os
povos, pois cada um tem sua pró-
pria experiência histórica. A apro-ximação entre as diversas culturas
é desejável e, creio mesmo, é uma
inevitabilidade histórica. Quem sabe, no futuro teremos uma HU-
MANIDADE e não
“nacionalidades”, com o surgi-mento de um novo modo de pro-
dução?
H.C. Como as forças de produ-
ção interferem na construção
sócio-histórica da população
brasileira, na década atual?
Prof. José Ferreira — As forças produtivas não “interferem”, elas
compõem o conjunto de TODOS
os recursos, inclusive o próprio homem, disponíveis em uma soci-
edade para o esforço de produção
de bens materiais. Na acepção marxista, “o desenvolvimento das
forças produtivas determina, em
última instância, toda a história humana, da qual são a base.”
Nesse sentido, a cada momento
histórico o estágio (ou nível) de desenvolvimento dessas forças
condiciona o comportamento e a
visão de mundo dos membros de uma determinada sociedade.
Na medida em que ocorre um
avanço científico-tecnológico, a sociedade deve dispor de mecanis-
mos que possibilitem o aprimora-mento daqueles que, de fato, reali-
zam o esforço de produção. Isto,
no entanto, não pode, e não deve, “coisificar” o homem, como é
típico do sistema capitalista, tor-
nando-o uma mera peça de uma máquina complexa. Ao contrário:
através da educação o homem
deve não apenas ser “treinado” tecnicamente, mas também ser
estimulado a pensar e refletir sobre
sua realidade. Assim, ele se torna-rá, efetivamente, um “construtor”
de sua própria história.
No Brasil, historicamente, sempre houve essa divisão: uma
educação “técnica” e outra
“humanista”, para diferentes cate-gorias sociais – uma destinada ao
“trabalho” e outra para funções
mais “elevadas” de comando e elaboração do “pensamento” que
deveria condicionar o comporta-
mento de todos. Nos últimos anos observamos
que, embora ainda muito lenta-
mente e como conseqüência da pressão de movimentos sociais
organizados, há um processo de
mudança de paradigmas educacio-
nais. Espero, embora não muito
confiante, que os controladores dos meios de produção compreen-
dam que, como diz Kovaliov, “o
desenvolvimento dos instrumentos de trabalho está indissoluvelmente
vinculado ao desenvolvimento dos
que utilizam esses instrumentos.”
H.C. É possível afirmar que
atualmente no Brasil existe legi-
timidade na luta de classes, uma
vez que a economia de mercado
possibilita uma intensa mobili-
dade social com um notável
crescimento da classe media? Prof. José Ferreira — A luta de
classes é um conceito tido por
alguns analistas como ultrapassa-do, justamente pela “intensa mobi-
lidade social” propiciada pela
globalização econômica, principal-mente entre os chamados países
emergentes.
Entretanto, creio que ainda é um conceito válido para a compre-
ensão do estágio atual do sistema
capitalista, na medida em que a riqueza produzida dificilmente (ou
nunca) será distribuída de forma
igualitária nesse sistema. No Brasil, nesta última década,
houve um desenvolvimento econô-
mico acelerado. As políticas soci-ais de redistribuição de renda
implementadas pelo último gover-no propiciaram uma significativa
mudança na nossa pirâmide social,
mas as desigualdades, construídas historicamente desde o início da
colonização, são tão intensas que
ainda marcam profundamente o panorama nacional. Além disso há,
também, um traço cultural mar-
cante no comportamento dos seto-res que concentram a riqueza: o
preconceito com relação aos me-
nos favorecidos. Como dizia um personagem de Chico Anísio, eles
“odeiam pobres”...
Entrevista
“As políticas sociais
de redistribuição de
renda implementadas
pelo último governo
propiciaram uma
significativa mudança
na nossa pirâmide
social, mas as
desigualdades,
construídas
historicamente desde
o início da
colonização, são tão
intensas que ainda
marcam
profundamente o
panorama nacional”
Página 4 Volume 1, edição 1
Imagem do site:http://
blog.calinux.com.br/
Parte 2
H.C. Como podemos anali-
sar panoramicamente, a
economia brasileira a partir
do processo de Redemocrati-
zação?
Prof. José Ferreira — Esta per-
gunta seria respondida plena-
mente, e com mais proprieda-
de, por um economista. Como
historiador, direi apenas que só
em um ambiente democrático
é possível a participação e o
envolvimento de todos os seg-
mentos sociais no processo de
desenvolvimento.
Ao longo da história do
Brasil e anteriormente ao perí-
odo atual, só tivemos algo
parecido com uma democracia
a partir de 1945 até o início da
década de 1960. Foi nesse
período, justamente, que hou-
ve um pequeno “salto para o
desenvolvimento”, com o sur-
gimento de novas atividades
econômicas e o início da orga-
nização de movimentos soci-
ais, principalmente na área
rural. Após o negro período
ditatorial iniciado com o golpe
de 1964, a partir de 1985 deu-
se início um processo de rede-
mocratização que, esperamos
todos, seja duradouro.
Durante este período, vão-
se criando e aprimorando-se
mecanismos democráticos que
facilitam, de fato, o desenvol-
vimento econômico. Entretan-
to, os processos de concentra-
ção de renda, acentuados nos
governos militares, também
são ampliados e consolidados,
com políticas que fortalecem
os vínculos de dependência do
Brasil com relação aos países
capitalistas centrais.
Até 2002, os dirigentes
nacionais eram legítimos re-
presentantes das classes ditas
“superiores” que, historica-
mente, sempre foram domi-
nantes. A partir de 2003, com
a ascensão ao poder central,
pela primeira vez na história
brasileira, de alguém vindo das
classes “de baixo”, é que hou-
ve, de fato, uma mudança
significativa. Ironicamente, foi
preciso um operário chegar à
Presidência da República para
que o país, finalmente, assu-
misse uma posição de relativa
importância no cenário mun-
dial capitalista...
H.C. Diante do modo de
produção capitalista atual e
suas relações de produção e
poder, podemos afirmar que
ele está fadado ao fracasso?
Prof. José Ferreira — Antes de
quaisquer considerações, é
preciso que tenhamos em men-
te que MP é um conceito teóri-
co-abstrato, portanto um mo-
delo, utilizado para a análise e
interpretação da totalidade
social. Nessa totalidade, há
sempre a predominância de
certas características, corres-
pondentes a determinados
interesses. Por exemplo: na
Idade Média predominavam os
interesses “espirituais” (na
forma da ideologia cristã); a
partir da Idade Moderna, a
predominância são os interes-
ses materiais. Essa mudança
(de um MP para outro) ocorre
em um longo processo
(chamado de transição) de
transformação das estruturas
sociais. Na verdade, essa trans-
formação é constante, sempre
presente na vida social. Sob
determinadas circunstâncias o
processo vai acentuando-se,
até que seja possível, ao obser-
vador da história, identificar e
definir novas características
dominantes.
Na análise marxista, todos
os Modos de Produção já tra-
zem, na sua formação históri-
ca, os germes de sua própria
decomposição. Ou seja, como
o processo de formação e
transformação das estruturas
sociais é constante, numa pers-
pectiva de longa duração
(histórica) podemos perceber
os diversos momentos da evo-
lução da totalidade social,
identificando nos momentos
anteriores as razões, ou os
fatores provocativos (germes)
das mudanças. Costuma-se
dizer que os historiadores são
os únicos cientistas que podem
“saber” o futuro... Esclarecen-
do: ao investigar algo ocorrido
no passado o historiador já
sabe o que aconteceu adiante
(o futuro daquele passado) e,
assim, vai encontrando expli-
cações, embora nunca comple-
tas e definitivas, da trajetória
humana ao longo do tempo.
Não é possível, porém, ao
historiador, prever o futuro do
SEU presente, apenas procurar
identificar as tendências que se
apresentam hoje.
Assim, observando o mo-
mento atual e analisando o
processo histórico do capitalis-
mo, não podemos dizer que
esse MP está “fadado ao fra-
casso”, mas sim em acelerado
processo de transformação.
Estamos, talvez, em um pro-
cesso histórico de transição
para uma outra ordem social
(um novo MP?) que é impossí-
vel dizer como será. Historia-
dores não são profetas nem
trabalham com bola de cris-
tal...
Entrevista
“Historiadores não são profetas nem trabalham
com bola de cristal...”
Página 5 Volume 1, edição 1
Imagem do site:http://
www.riovermelho.net/
noticia.php?idNoticia=105
Utilizando o Blog
A aula inicia no blog da disciplina História econômi-
ca, onde estarão disponíveis dois artigos científicos, para
leitura prévia:
Retrospectiva da Economia Brasileira nos Últimos
45 Anos: Industrialização, desenvolvimento,
crises, políticas neoliberais e injustiça social
caracterizam a evolução da economia no país.
http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_fae_business/n4_dezembro_2002/
economia1_retrospectiva_da_economia_brasile
ira_nos.pdf
Cinco anos de metas de inflação no Brasil: Sucesso
ou fracasso?
http://www.sep.org.br/artigo/xcongresso47.pdf
Os artigos tratam a respeito da evolução da
economia brasileira nos últimos 45 anos e do regime de
metas inflacionárias proposto pelo governo de 1999 a
2004. Após décadas de utilização de mecanismos que
protegiam a produção interna contra a concorrência exter-
na, o mercado foi aberto, eliminando-se quase todos os
entraves à maior integração internacional, paralelo a isso,
o regime de metas de inflação apresenta pouca credibilida-
de nas ações das autoridades monetárias demonstram a
instabilidade econômica e política do Brasil no contexto
regional e mundial.
Diante da leitura e discussão dos textos dispo-
nibilizados, elabore um mapa conceitual demonstrando
como o processo de evolução econômica e a inflação
contribuíram para aumentar os níveis de desigualdade
social e pobreza no Brasil.
Sugestões de aulas
Biblioteca virtual
Página 6 Volume 1, edição 1
Textos para estudos Modo de Produção capitalista:
A sociedade tem evoluído física e principalmente intelectualmente, nessa evolução a economia é um fator crucial desse processo, o
homem modifica o meio para seu benefício próprio.
Passamos do modo de produção escravo, asiático, feudal e chegamos ao capitalismo, que em sua essência é dividida em três fases
(comercial, industrial e financeiro-informacional) nesse contexto surgem potencias econômicas que dominam o mercado mundial.
Diante da leitura dos textos jornalísticos dos Links abaixo, faça uma resenha crítica apontando fatores que contribuíram para que a
China seja hoje a segunda maior economia mundial, sendo uma economia de mercado e politicamente tão fechada.
China: O despertar do dragão http://super.abril.com.br/cotidiano/china-despertar-dragao-445514.shtml
Economia chinesa cresce 10,3% em 2010
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/01/110120_china_pib_is.shtml?s
Utilizando o Youtube
O curta metragem Ilha das Flores aborda
uma das principais características do sistema
capitalista: a sociedade de consumo. A expres-são Sociedade de Consumo designa uma socie-
dade característica do mundo desenvolvido em
que a oferta excede geralmente a procura, os produtos são normalizados e os padrões de
consumo estão massificados. O surgimento da
sociedade de consumo decorre diretamente do desenvolvimento industrial que a partir de certa
altura, fez com que se tornasse mais difícil
vender os produtos e serviços do que fabricá-los. Este excesso de oferta, aliado a uma enorme
profusão de bens colocados no mercado, levou
ao desenvolvimento de estratégias de marketing extremamente agressivas e sedutoras e às facili-
dades de crédito quer das empresas industriais e
de distribuição, quer do sistema financeiro.
Após assistir o curta, pesquise artigos científicos relacionados a sociedade de consumo e elabore um texto comparativo, utilizando cenas do curta metragem
para comprovar, a pratica capitalista de exclusão social e responda as perguntas
abaixo:
1. É possível se ter uma sociedade justa e igualitária no sistema capi-
talista?
2. O que devemos fazer, enquanto sociedade ativa, para impedir, ou
diminuir a exploração de uma grande parcela da sociedade?
3. Se faz necessário realmente em todos os Modos de Produção duas
vertentes tão antagônicas: o explorado e o explorador?
4. O Estado também possui uma parcela de culpa na exclusão social?
Qual o seu real papel dentro do sistema capitalista? Mediador ou
Construtor do bem estar social?
Link do curta metragem Ilha das Flores no Youtube:
http://www.youtube.com/watch?
v=Zfo4Uyf5sgg&playnext=1&list=PL96450A53D799AB86
Imagem do site:http://
www.google.com.br/imgres?
imgurl=http://pcmag.uol.com.br/
bs.media/full/
livro.jpg&imgrefurl=http://
Após as discussões para conhecimentos prévios
sobre o processo de evolução capitalista, dentro do con-
texto de modernização artesanal para industrial, propo-
mos visitas de campo a locais de produção.
A princípio visitaremos a feirinha do artesanato
no Pontal da Barra – Al, num segundo momento visitare-
mos, a Fábrica da Pedra em Delmiro Gouveia- Al.
A feirinha do artesanato é um local voltado para
produção quase que exclusiva, as rendeiras trabalham
individualmente ou em pequenos grupos de cooperativas,
enquanto que na fábrica da Pedra o trabalho é mecanizado
em larga escala e os trabalhadores vendem sua força de
trabalho.
As visitas devem servir para fixar ao aluno a
capacidade de perceber o processo de evolução do modo de
produção, a alienação do trabalho e a mais-valia.
Conhecer as rendeiras e suas ferramentas de tra-
balho, a compra da matéria-prima, buscando informações
sobre como e quanto se produz durante um mês, a margem
de lucro estimada, a que público se destina os produtos.
Estudo do Meio: Do artesanato à indústria
Página 7 Volume 1, edição 1
Proposta de aula usando o Portal do Professor:
Tema: Lei de diretrizes orçamentária.
Objetivos: Compreender com deve ser gasto o dinheiro público.
Analisar as políticas públicas do governo para diminuir a desigualdade social, e proporcionar aumento nos índices de quali-
dade de vida.
Compreender com os desvios de verbas prejudicam ainda mais a população e concentram ainda mais a renda, aumentan-
do as desigualdades sociais. O vídeo programa sobre LDO, lei de diretrizes orçamentárias, apresenta a importância do planejamento do orça-
mento público, para o devido controle de gastos e finanças. Mostra quais os tipos de decisões que a Lei de Diretrizes Orça-mentárias deve conter como gastar o orçamento anual, principal metas do orçamento do País, que políticas públicas terão
prioridade na definição de gastos. Explica o processo de elaboração da LDO, a reivindicação de recursos de cada órgão do
governo ao Ministério do Planejamento até a análise da proposta pelo Congresso Nacional.
http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/15015
Ao assistirmos o vídeo, deveremos recorrer à internet (usando sites oficias do governo) para pesquisar sobre como
o orçamento do estado de Alagoas (em todos os municípios do estado) está sendo gasto e quais os motivos para que atual-
mente Alagoas seja o país mais pobre do Brasil, em seguida deveremos produzir um texto jornalístico que deverá ser divulgado
no jornal da Universidade Federal de Alagoas.
Conhecer a administração de uma empresa de
grande porte, ferramentas de trabalho (máquinas), como é
negociado a compra de matéria-prima, produção média de
um mês, geração de emprego local, aceitação do produto
no mercado interno e negociações no mercado externo.
Leitura de textos que abordem a evolução dos
meios de produção debate em sala e entendimento sobre
como essa evolução afeitou positiva e negativamente na
sociedade, desde seu surgimento até os dias atuais.
Os alunos devem utilizar câmeras digitais para
registrar por meio de imagens e ou vídeos os meios de
produção e as entrevistas com as rendeiras, os administra-
dores e trabalhadores.
Os alunos deverão produzir uma apresentação
em quadrinhos, mostrando o processo de evolução e seu
impacto na atualidade.
Blog da Universidade Metropolitana de Angola: http://unimetroangola.com/wordpress/?
p=104
O Blog da Universidade Metropolitana de Angola é veiculo paralelo
ao ensino, que permite as estudantes, professores agregar conhecimen-
tos de forma construtiva, no domínio técnico-científico, partindo do
pressuposto que, o conhecimento, a ciência e o academicismo, apenas
são úteis quando postos ao dispor da sociedade na perspectiva de influ-
enciar direta e ou indiretamente na satisfação dos múltiplos problemas
e das necessidades e aspirações virtualmente ilimitadas do ser humano.
Blog de história econômica atual
HTTP://historiavivenciada.blogspot.com
O blog aborda temas do Brasil atual, que se vinculam aos temas abor-
dados em sala de aula, com um destaque para a história econômica e
social. No blog encontramos sugestões de vídeos, slides e outros blogs
para consultas.
Blogs sobre o tema: Blog sobre História econômica
http://estudandohistoriaeconomica.blogspot.com/
O blog mostra o processo evolutivo da sociedade em relação a forma de produzir e o processo de exploração do homem pelo homem. Com a-
bordagens de autores com Marx, Engels, Loock, Caio Prado júnior e ou-tro autores o blog nos dá uma vasta informação com uma leitura fácil
para alunos de ensino médio e textos científicos para estudiosos e aca-dêmicos.
Sugestões de Blogs
Página 8 Volume 1, edição 1
Imagem do site:http://
www.riovermelho.net/noticia.php?idNoticia=105
Roteiro de Produção do vídeo:
Tema: Contrastes sociais do capitalismo em Maceió.
Local: Maceió
Data:24 e 25 de fevereiro de 2011 Cenário: Ruas, conjuntos residências, praias e shopping,
fotos da internet.
Música tema: Até quando ( Gabriel,o pensador) Personagens envolvidos: população da cidade de Maceió
(sujeitos coletivos)
Situação: Ricos e Pobres.
Link do vídeo: http://historiavivenciada.blogspot.com.br
Imagem do site:http://
guiadosconcurseiros.net/2009/06/vdeo-aulas-de-administrao-financeira-e-oramentria.html
Tem se tornado cada vez mais frequente o uso e consumo de biocombustiveis, os carros já saem de fábrica com mais uma alternativa de combústivel, as indústrias tem reduzido a emissão de poluentes na atmosfera por aderir a uma fonte de energia mais limpa. A questão é o que está por traz da produção de biocombustiveis.
A modernização observada na indústria da cana não alcançou de forma uniforme todos os pontos da cadeia produtiva. Talvez o exemplo mais notório disso sejam as condições de trabalho nos canaviais.
Há dois tipos de corte de cana nos canaviais: o mecanizado e o manual. O primeiro deles envolve a contratação de profissionais qualificados (agrônomos, técnicos agrícolas, engenheiros químicos, contadores e engenheiros de produção). Esses trabalhadores contratados diretamente pela usina através do contrato de trabalho por tempo indeterminado, que assegura, além dos direitos trabalhistas básicos, o seguro-desemprego quando houver demissão.
Em contraste, o corte manual envolve um contrato por tempo determinado (conhecido como contrato “safrista”), o qual não estabelece obrigatoriedade de pagamento de seguro-desemprego ao trabalhador. Os critérios de seleção correspondem à força, habilidade e resistência física, fatores condicionantes da produtividade do trabalhador no canavial. O ponto mais sensível hoje da indústria sucro-alcooleira é que o salário pago está diretamente relacionado com a produtividade do trabalhador e isso leva a situações graves de exposição do trabalhador.
Outro ponto sensível desta indústria é o regime alimentar dos trabalhadores, incapaz de repor os nutrientes gastos com a carga
Estudo de caso: Biocombustiveis progesso econômico
atraso social
Página 9 Volume 1, edição 1
Imagem do site:http://
www.iadb.org/idbamerica/
index.cfm?thisid=4195
excessiva de trabalho. Em decorrência disso, muitos cortadores de cana adquirem problemas de saúde, os quais podem levar à morte.
Sugestão de Atividade/Análise
A partir do conhecimento
fornecido acima relacionando com as disciplinas auxiliares de economia, política e sociologia, analise do processo cultural da monocultura da cana-de-açúcar com principal atividade econômica do Estado de Alagoas e a exploração do homem pelo homem, a principio com o trabalho escravo, desde o século XIX com o trabalho “livre ou semi-escravo”, visto que, não ocorre um comprimento da CLT e a regulamentação da profissão.
Que possíveis soluções podemos apresentar para esse problema social e econômico vivido atualmente? Se faz necessário regulamentação da profissão, criação de sindicato e fiscalização efetiva do governo as industrias sucroalcoleira, independente de apadrinhamento. Promover programas que proporcionem a educação dos cortadores de cana e de seus filhos, capacitação técnica para possível ascensão social econômica.
Reflitamos se queremos ser explorados de alguma forma, mesmo que seja nosso pai, filho, mãe, patrão ou quem quer que seja, se é justo usufruirmos da ignorância de alguns, que para sobreviver são explorados por falta de conhecimento e opção, se queremos um país mais justo porque compartilhar e apoiar tais atitudes das elites e do governo que concentra o poder nas mãos de poucos e sorrir da miséria de muito.
A modernização observada na
indústria da cana não alcançou de forma uniforme
todos os pontos da cadeia produtiva.
Avalie seu percurso de aprendizagem nesta disciplina:
a) Importância das TIC na prática docente:
O uso das TIC se faz mais do que necessário quando se tem o desejo de realizar uma aula inovadora, agradá-
vel e interessante. É preciso ser levada em consideração todas as possibilidades para que o objetivo da aula seja
alcançado: o aprendizado. E já é sabido que a internet e o data show facilitam o alcance desse intuito.
b) Possibilidades vislumbradas do uso das TIC nas aulas:
Foi possível através das aulas conhecer e aprender a usar as diversas possibilidades de aulas com o uso
das TIC, a exemplos de: uso de filmes, documentários, textos científicos, jornais e revistas on line, youtube e o tea-
chertube, Orkut, Wikipédia, desenhos, história em quadrinhos,jornal,estudo do meio e vídeo aula
c) Aprendizagem nas aulas de Metodologia do Ensino utilizando TIC:
Satisfatória.
d) O que preciso melhorar na minha aprendizagem utilizando TIC?
O uso de materiais científicos e a elaboração de vídeo aulas.
e) Metodologia utilizada pelo professor da disciplina.
Através de aula dialogada e expositiva com o uso do recurso do data show, o professor Luis Paulo Leopol-
do Mercado nos apresentou diversas maneiras de utilizar os recursos das TIC em sala de aula. Além da explicação
em sala, e os debates por ele promovidos, também nos foi apresentando o blog http://
ticformacaonline.spaceblog.com.br onde lá se encontram todas as atividades realizadas em sala de aula, o que
facilitou o desempenho e conclusão das mesmas em sala e em casa.
f) Sugestões para melhoria da disciplina em futuras ofertas:
Com uma quantidade menor de atividades diárias seria possível um maior desempenho dos alunos na
conclusão das mesmas, tendo em vista que a grande gama de atividades nos deixou com tempo restrito para reali-
zar atividades muito interessantes que exigem dos alunos leitura, análise crítica e capacidade de síntese.
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM COM TIC
Página 10 Volume 1, edição 1
Contatos:
[email protected] [email protected] 4
Este jornal foi elaborado pelos alunos do
curso de Pós graduação em Docência do
Ensino Superior da Faculdade de Educa-
ção e Comunicação do CESMAC forma-
dos em História pela Universidade Fede-
ral de Alagoas:
Enéas Luiz, Kessiane de Souza e Roberta
Rafaela.
Insira o slogan da empresa aqui.
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