Jornal da Viva - SIV

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Jornal da Viva 20/10/2012 SIV Escola Viva - o que você não viu Por Luca - 9ºA. Nos dias 19 e 20 de outubro, foi realizada na Escola Viva uma mesa-redonda com o tema de debate “Construção da Usina de Belo Monte” O debate foi realizado por vários grupos de alunos, chamados de sujeitos sociais, sendo cada grupo representante de um setor envolvido direta ou indiretamente na construção da hidroelétrica ou em suas consequências. Apesar de momentos de exasperação por parte de alguns integrantes destes grupos, o debate aconteceu em clima de formalidade e respeito, chegando-se, ao final, a um acordo baseado no cumprimento de quarenta pontos, especificados em um documento entrelaçando os interesses da empreiteira, do estado (ministérios), dos povos indígenas e da população. A sensação desconfortante de “massacre” aos interesses dos povos indígenas durante o debate foi abrandada após o acordo, com a promessa de que o modo de vida destes sofrerá pouco impacto, já que tanto o curso do rio quanto sua vazão não deverão ser alterados, mantendo assim seu meio de transporte e sua principal fonte de alimento. Uma falha da organização do debate foi a falta do sujeito social “Grupos Ecológicos”, que, segundo um membro da mesa, se deu pelo “curto período de tempo cedido para o desenvolvimento do debate”. A seguir, trechos da entrevista realizada com os grupos representantes: J.V.: - Na sua opinião, o grupo “empreiteiras” se manifestou pouco com relação ao tema ecologia? Empreiteiras: - Sim, nosso grupo evitou tocar nesse assunto

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Reportagem elaborada pelo aluno do 9º ano A, Luca.

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Jornal da Viva 20/10/2012

SIV Escola Viva - o que você não viu

Por Luca - 9ºA.

Nos dias 19 e 20 de outubro, foi realizada na Escola Viva uma mesa-redonda

com o tema de debate “Construção da Usina de Belo Monte”

O debate foi realizado por vários grupos de alunos, chamados de

sujeitos sociais, sendo cada grupo representante de um setor envolvido

direta ou indiretamente na construção da hidroelétrica ou em suas

consequências. Apesar de momentos de exasperação por parte de alguns

integrantes destes grupos, o debate aconteceu em clima de formalidade e

respeito, chegando-se, ao final, a um acordo baseado no cumprimento de

quarenta pontos, especificados em um documento entrelaçando os

interesses da empreiteira, do estado (ministérios), dos povos indígenas e

da população.

A sensação desconfortante de “massacre” aos interesses dos

povos indígenas durante o debate foi abrandada após o acordo, com a

promessa de que o modo de vida destes sofrerá pouco impacto, já que

tanto o curso do rio quanto sua vazão não deverão ser alterados, mantendo

assim seu meio de transporte e sua principal fonte de alimento.

Uma falha da organização do debate foi a falta do sujeito social

“Grupos Ecológicos”, que, segundo um membro da mesa, se deu pelo

“curto período de tempo cedido para o desenvolvimento do debate”.

A seguir, trechos da entrevista realizada com os grupos

representantes:

J.V.: - Na sua opinião, o grupo “empreiteiras” se manifestou pouco

com relação ao tema ecologia?

Empreiteiras: - Sim, nosso grupo evitou tocar nesse assunto

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Jornal da Viva 20/10/2012

justamente por ser desfavorável ao nosso ponto de vista. É impraticável a

construção de uma usina sem prejudicar em alguma escala o meio

ambiente.

J.V.: - Você poderia esclarecer se a construção dessa usina irá ter

impacto na dívida externa do país?

BNDES: - Não, pois a usina será construída com o dinheiro dos

impostos, e não gerará dívida externa, pois não será mais necessária a

importação de energia. De qualquer forma, o país necessita de mais

energia ou ocorrerão mais apagões.

J.V.: - Você não acha que, se os grupos governamentais investissem

mais em campanhas, desestimulando o consumismo desenfreado, isso

ajudaria a reduzir os problemas da falta de energia e de outros bens de

consumo, não só no Brasil, mas em todo o mundo?

Ministérios: - Sim, mas no ponto em que se encontra a necessidade

de energia do país, deve-se investir em gerar mais energia para que não

seja prejudicada a sociedade.