Jornal da SBD - Nº 2 Março / Abril 2005

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Março / Abril - 2005JSBD l Ano IX no 2 11

DDIIRREETTOORR IIAA 22000055 -- 22000066

PPrreess iiddeenn tteeSinésio Talhari

VV iiccee--PPrreess iiddeenn tteeGerson O. PennaSSeeccrree ttáá rr iioo--GGeerraa ll

Celso T. SodréTTeessoouurree ii rroo

Abdiel Figueira Lima11 aa SSeecc rree tt áá rr ii aa

Andréa M. C. Ramos22 oo SSeecc rree tt áá rr ii oo

Heitor S. GonçalvesDDii rree ttoorr ddee BBiibb ll iioo tteeccaa

Paulo R. Cunha

Sociedade Brasileira de Dermatologia

Afiliada à Associação Médica Brasileira

EEssttaa éé uummaa ppuubbll iiccaaççããoo ddaa SSoocciieeddaaddeeBBrraassii lleeii rraa ddee DDeerrmmaattoollooggiiaa,, ddii rr iiggiiddaa

aaooss sseeuuss aassssoocciiaaddooss ee óórrggããooss ddeeiimmpprreennssaa..

PPuubblliiccaaççããoo bbiimmeessttrraall -- AAnnoo IIXX –– nnºº 22 MMaarrççoo // AAbbrriill -- 22000055

CCoooorrddeennaaddoorreess MMééddiiccooss:: Alberto Cox Cardoso (AL) eFrancisca Regina O. Carneiro (PA)JJoorrnnaall iissttaa rreessppoonnssáávveell :: Tatiana Gentil- Reg. MT no 22.375RReeddaaççããoo:: Tatiana Gentil, Andréa Fantoni e Renata Porto CCoonnsseellhhoo eeddii ttoorr iiaall :: Sinésio Talhari (AM), Gerson O.Penna (DF), Celso T. Sodré (RJ), Abdiel FigueiraLima (RJ), Andréa M. C. Ramos (MG), Heitor S.Gonçalves (CE), Paulo R. Cunha (SP)

EEddii ttoorraaççããoo eelleett rrôônniiccaa:: Nazareno Nogueira de Souza e Tatiana GentilCCoonnttaattooss PPuubbll iiccii ttáárr iiooss:: Tatiana Gentil e Priscila RudgeSimões

A equipe editorial do Jornal da SBD e a Sociedade Brasilei-ra de Dermatologia não garantem nem endossam os produ-tos ou serviços anunciados, sendo as propagandas de res-ponsabilidade única e exclusiva dos anunciantes. As matérias e textos assinados são de inteira responsabili-dade de seus autores.

CCoorrrreessppoonnddêênncciiaa ppaarraa aa rreeddaaççããoo ddoo JJoorrnnaall ddaa SSBBDDAv. Rio Branco, 39/18º andar Rio de Janeiro – RJ - CEP: 20090-003E-mail: [email protected]

AAssssiinnaattuurraa aannuuaall :: RR$$ 110000,,0000NNúúmmeerroo aavvuullssoo:: RR$$ 2200,,0000TTii rraaggeemm:: 55000000 eexxeemmppllaarreess

2 4Painel4Calendário

3 4Coluna da Diretoria

4 4Coluna do Tesoureiro4Medicina Estética não será

reconhecida como espe-cialidade

5 4Mudanças no TED agradamcandidatos

6 480 anos dos Anais: reformaeditorial

7 4Plano de gestão460º Congresso da SBD

8 4Atlas Dermatológico e Dermlist: iniciativas visama difusão do conhecimento

9 4Anúncios e entrevistas de-vem seguir normas do CFM

4II Simpósio Latino-ameri-cano de Alergia Cutânea

10 4Pesquisa afirma que solfaz bem, contrariando es-tudos sobre o tema

12 4Esperança para doentescom melanoma

4Tradicional cinema do Rioabriga Simpósio de DST/-AIDS da SBD

13 4Doenças Tropicais4Revalidação de Títulos da

AMB4XXIV Jornada Norte-Nor-

deste de Dermatologia

14 4Em pauta - Herpes sim-ples recorrente: tratamento

15 4Estréia campanha contraa hanseníase da SBD

4Alta à distância para doentes de hanseníase pode ser desastrosa paraa saúde pública

16 4Serviços Credenciados

17 4Departamentos4Clube de Revista

18 4Regionais

19 4Ética em questão

20 4Expressões da Dermatologia:João Gontijo Assunção

S u m á r i o

E d i t o r i a lE X P E D I E N T E

SBDSBD

Estamos apresentando mais um número do nosso jornal, ondeo leitor encontrará as diretrizes políticas do Plano de Gestão,que contou com a colaboração de todos os colegas que parti-

cipam da gestão 2005/2006. Talvez seja longo e ambicioso, porém éum plano, se não for possível concretizá-lo totalmente será um lega-do às diretorias que nos sucederão.

Há também noticias sobre o TED 2005. Segundo palavras do mes-tre João Gontijo, entrevistado neste numero, o “Título de Especialistada SBD é o melhor e indispensável atestado que o dermatologistadeve ter a respeito de sua competência para exercer a especialida-de”. Segundo o colega Paulo Cunha, o TED deve refletir a vivência dodermatologista. Aproveitamos para alertar os médicos recém forma-dos para não se inscreverem em “Cursos de pós – graduação“ que sãoverdadeiras arapucas, caça-níqueis e não preparam devidamente oscolegas nem para o exercício da profissão, nem para o TED.

Os Anais Brasileiros de Dermatologia completa 80 anos e o Dr. EvertonVale juntamente com Bernardo Gontijo anunciam mudanças. Nova seçãodenominada “Em pauta” está sendo lançada onde temas controversosserão debatidos por vários colegas. A coordenação é da Drª ReginaCarneiro, neste número o tema é ”o tratamento do herpes simples”.

È importante a leitura do artigo “Pesquisa afirma que sol faz bem,contrariando estudos sobre o tema”. É um assunto controverso,novo, que é comentado por colegas experts como Lúcio Bakos,Bernard Ackerman e José Antonio Sanches.

Encontramos ainda comentários do secretário da SBD Heitor de SáGonçalves sobre mais uma medida do Ministério da Saúde que poderáser desastrosa para os pacientes de hanseníase e para a saúde pública.

Despedimo-nos, esperando que façam uma agradável leituraAlberto Cardoso

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SBDJSBD l Ano IX no 22

P a i n e l

Calendário de eventos da SBD

4 Dr. Lauro Lopes Filhotoma posse no CBC

O professor da UniversidadeFederal do Piauí, Dr. LauroLourival Lopes Filho, é o pri-meiro dermatologista brasileiroa assumir um posto no ColégioBrasileiro de Cirurgiões, Capí-tulo Piauí. A posse foi no dia 12de fevereiro de 2005.

4 Chats dos DepartamentosEspecializados estão devolta

As doenças psicocutâneasforam vistas no chat coman-dado pela coordenadora doDepartamento de Dermato-logia Integrativa, Dra. MarciaSenra, no dia 16 de março. Aconversa discorreu sobretemas relacionados à visãointegrada de corpo e cérebro.No dia 18 de abril, foi a vez do

tema “Onicomicoses”. A Dra.Ligia Ruiz falou sobre trata-mentos e diagnósticos dasdoenças das unhas. A Dra.Maria Ester Café, coordenado-ra da mídia eletrônica, me-diou os encontros virtuais.

4 Curitiba receberá Con-gresso da SBD

A cidade de Curitiba, noParaná, sediará o 61ºCongresso da Sociedade Bra-sileira de Dermatologia. Pre-sidido pelo Dr. Júlio CésarEmpinotti, o evento será reali-zado de 6 a 10 de setembro de2006. Segundo ele, os traba-lhos para o maior evento pro-movido pela SBD já estão atodo vapor.

4 Campanha Nacional dePrevenção ao Câncer da Pele

A sétima edição da Cam-panha Nacional de Prevençãoao Câncer da Pele da So-ciedade Brasileira de Derma-tologia será no dia 10 dedezembro de 2005. A Cam-panha do ano passado aten-deu 33.682 pessoas em todo oBrasil, quando foram detecta-dos 2.840 casos de câncer dapele, ou seja, 8,4%.

4 ObituárioÉ com pesar que a SBD

comunica o falecimento do Dr.Arlindo Ferraro e do Prof.Antar Padilha.

4 Errata:Na última edição do Jor-

nal, a seção Clube de Revistapublicou erroneamente o ter-mo invermectina, ao invés deivermectina.

M a i o

4 Quarta Reg. MG - Reunião Mensal-SBD

5 Quinta Reg. RN - Reunião de atualização-SBD

5-7 Quinta a sábado - 8th Congress of the European Society of Paediatric Dermatology - Budapest

6-9 Sexta a segunda - RADLA - Reunião Anual de Dermatologistas Latinoamericanos B. Aires - Arg.

11 Quarta Reg. SE - Reunião Científica - SBD

13 Sexta Reg.GO - XXXVIII Jornada Goiana de Dermatologia - SBD

13-14 Sexta e sábado Reg. SP - Terapêutica Dermatológica SBD

14 Sábado Reg.MG - Curso - Peelings Químicos (prático) - SBD

14 Sábado Reg. FL - R. Mensal - SBD

16-20 Segunda a sexta Reg. RJ - Semana da Acne - SBD

19-21 Quinta a sábado Reg. ES - XIX Jornada Capixaba de Dermatologia - Centro Conven. de Vitória - SBD

19-21 Quinta a sábado Reg. PA - XXIV Jornada Norte-Nordeste de Dermatologia - SBD Estação das Docas

19-21 Quinta a sábado Reg. PA - VI Jornada Paraense de Dermatologia - SBD

20-21 Sexta e sábado Reg. RJ - 3º Encontro dos Cirurgiões Dermatológicos do RJ-CBC-SBD

21 Sábado Reg. FL - II Jornada Fluminense de Terapêutica Dermatológica - SBD

21 Sábado Reg. MA - Workshop de Cirurgia Dermatológica - SBD

25 Quarta Reg. RJ - Reunião Mensal - CBC - SBD

25 Quarta Reg. MA - Reunião de Casos Clínicos - SBD

25 Quarta Reg. AL - Reunião Mensal de Dermatologia - Casos Clínicos/Palestra - SBD

25 Quarta Reg. PE - Pérolas Cirúrgica - SBD

28 Sábado Reg. CE - Curso avançado de Toxina Botulínica - SBD

30 Segunda Reg. SE - Reunião Administrativa - SBD

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Ao entregarmos esse planoao Conselho Deliberativo e atodos os associados, através denosso site, no segundo mês denossa gestão, tornamos públicoos compromissos que estamosassumindo e sobre os quaispretendemos prestar contas emum Relatório de Gestão ao finalde 2006.

Após a conclusão desseplano, a diretoria fez uma dis-tribuição de tarefas com a fina-lidade que cada um dos com-ponentes da diretoria tenha aresponsabilidade na execuçãoe no acompanhamento da exe-cução de cada uma das metastraçadas no plano. Seu monito-ramento global deve ser feitopelo Secretário Geral, o qualdeverá colocar como tema per-manente de pauta das reuniões

Março / Abril - 2005

3JSBD l Ano IX no 1

Ao lançarmos a chapapara concorrer à presi-dência e vice-presidên-cia da nossa Sociedade

Brasileira de Dermatologia(SBD), nos propusemos a conti-nuar na trilha dos que nos ante-cederam buscando a profissiona-lização da SBD. Em assim sendo,ao sermos eleitos, propusemos,em Natal, a todos os colegas queaceitaram nos ajudar na gestão2005/2006, a necessidade deelaborar um Plano de Gestão, eque cada um deveria elaborarsuas metas para o período.

Esse plano nada mais é doque a expressão escrita do quecada um gostaria de realizarnesses dois anos, balizados peladiretriz política da diretoria cen-tral, de modo a permitir queelas se concretizem segundo adisponibilidade orçamentáriaque a SBD vem mantendo nasúltimas gestões.

A preparação desse plano foilaboriosa, discutida, levou seismeses para chegar a essa ver-são final, e isso só foi possívelgraças à colaboração de cadaum que colocou um tijolo nessaconstrução coletiva e democrá-tica e ao trabalho incansável denossos colegas Celso Sodré, Ab-diel Figueira, Heitor Gonçalves eAndréa Ramos na consolidaçãode todas as metas, além dadedicação do nosso time deapoio da SBD.

Coluna da Diretoria

de diretoria o cumprimento dasmesmas.

As diretrizes políticas doplano são:l Envidar todos os esforçospara indexação dos AnaisBrasileiros de Dermatologia noIndex Medicus. l Propor a realização de umCenso Dermatológico, com afinalidade de ter uma visão doquadro nosológico de doençasde pele em nosso país.l Intensificar o intercâmbio daSBD com entidades interna-cionais l Inserir a SBD nas políticas decontrole das endemias derma-tológicas de interesse sanitário. l Intensificar a integração daSBD junto aos órgãos represen-tativos da categoria médica(CFM e AMB). l Promover a valorização pro-fissional e defesa do mercadode trabalho do dermatologista.l Implementar estratégias deapoio aos Serviços Creden-ciados estimulando o ensino, apesquisa e a extensão, promo-vendo o recadastramento des-ses serviços. l Implementar produtos e ser-viços da SBD em benefício doassociado. l Implementar ações de inte-resse da sociedade civil noâmbito da dermatologia.

Diretoria da SBD

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SBDJSBD l Ano IX no 24

Após 10 anos contínuos dededicação à Regional RJ,assumi esta função por

convite da diretoria eleita para agestão 2005-2006. Encontramosuma SBD demonstrando umaestabilidade financeira à alturados nossos antecessores. Cabiaem primeiro lugar, após gerar aprevisão orçamentária, o estabe-lecimento dos valores da anuida-de para 2005; o Conselho Deli-berativo já havia decidido ante-riormente sobre a aplicação doIGPM; assim foi feito e, repetindoa mesma forma de parcelamentoaplicada pela gestão anterior eque certamente agradara a maio-ria dos nossos associados, conce-demos também um descontopara o pagamento em cota única.Sempre é importante lembrar,sobretudo aos mais jovens asso-ciados, que a SBD faz destesvalores o repasse estatutáriopara cada uma das Regionaisque compõe este grande universodermatológico brasileiro, e que asanuidades representam 36% dareceita projetada para este ano.Procurando um formato cada vezmais adequado de devolver aoassociado um justo retorno, estadiretoria acaba de concluir o seuPlano de Gestão, que será envia-do a todos, demonstrando asintenções dos 18 departamentosespecializados que compõem anossa estrutura; os vários even-tos que serão realizados no terri-tório nacional procurando sem-pre manter a atualização científi-ca; a expansão da EducaçãoMedica Continuada; o nascimen-to de um site individualizadopara os Anais, cumprindo assimmais etapas na busca de suaplena indexação; a manutenção eotimização dos nossos meios decomunicação, jornal e site etc.Evidentemente que toda estamovimentação representa despe-

sas e o caixa da SBD é finito; acaptação de patrocínios de nos-sas atividades envolvendo aindústria farmacêutica estásofrendo adequações ao longo dotempo em face de visão diferen-ciada nos seus investimentos. Acanalização de todos os meios emétodos dirigida aos nossos par-ceiros vem sofrendo a participa-ção bastante negativa de iniciati-vas isoladas por parte de gruposque não valorizam a nossa insti-tuição e dificultam as nossasnegociações. Impor condições erestringir o trabalho de divulga-ção da indústria que já se encon-tra parceira da SBD é, no míni-mo, falta de visão coletiva e insti-tucional.

Outra fonte de captação derecursos é o Congresso que apartir deste ano muda de nomepara Congresso da SociedadeBrasileira de Dermatologia,mostrando mais um passo nareaproximação dos objetivos, naorganização e gerenciamento.Na qualidade de tesoureiro daSBD, desenvolvo uma atividadede interface junto à tesouraria epresidencia do Congresso ondeacompanho passo a passo estegrande evento; estive em SPconhecendo a empresa organi-zadora e que deixou as melho-res impressões em qualificaçãoe capacitação profissional, sedi-mentando a impressão de queserá mais um grande evento.Como resultado desta proximi-dade entre Congresso e SBDcada vez maior, já estamos ini-ciando outra interface junto aode 2006. Assim resta registrarnosso desejo de fazer o melhor,contando sempre com a partici-pação da nossa comunidadedermatológica. q

OConselho Federal deMedicina negou o pedidode reconhecimento da

medicina estética como especia-lidade, informou o coordenadorda Câmara Técnica sobre Pro-dutos e Técnicas em Procedi-mentos Estéticos, Dr. AntônioGonçalves Pinheiro. Represen-tando a dermatologia, o Dr.Sérgio Talarico participou dareunião realizada no dia 11 defevereiro, em Brasília. Em relatoà SBD, Dr. Talarico descreveuos trabalhos da CâmaraTécnica, que recebeu um repre-sentante da Anvisa para prestaresclarecimentos sobre a aprova-ção de produtos utilizados nosprocedimentos estéticos. Alémdisso, os participantes tomaramconhecimento da atuação daSBD contra propagandas médi-cas e deliberaram sobre consul-tas encaminhadas ao CFM arespeito das técnicas de hidroli-poclasia aspirativa e intrader-moterapia, consideradas caren-tes de fundamento científicopara manifestação. q

Coluna do TesoureiroAbdiel Figueira Lima

Medicina Estética não será

reconhecida comoespecialidade

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Março / Abril - 2005JSBD l Ano IX no 2 5Capa

Parece que a Comissãodo Título de Especia-lista conseguiu acabaras polêmicas da prova.

A avaliação geral dos candida-tos é que a prova estava difícil,porém bem formulada. “Acheique estava bem abrangente,mas pelo que estudei dos anosanteriores, essa foi mais acessí-vel, uma prova para avaliarquem realmente estudou”, dis-se a Dra. Márcia Barcaro, resi-dente do Ambulatório de Der-matologia Sanitária de PortoAlegre. Realizado no dia 3 deabril, o Exame para Obtençãodo Título de Especialista emDermatologia da SBD reuniu398 candidatos em São Paulo.

Para o presidente da comis-são, Prof. Dr. Paulo Cunha, aprova deve refletir a vivência dodermatologista. “Não há ne-nhum interesse da banca emincluir curiosidades científicasou rodapés de livros. Procu-ramos fazer uma prova sem umexcesso de exigências, mas quetivessem questões que um bomdermatologista deve saber”. Deacordo com ele, a prova tem 25%de questões difíceis, 25% fáceis e50% de questões de nível médio,e todas elas são previamente dis-cutidas e aprovadas pelos mem-bros da comissão.

Mas para as residentes Ju-liana Nunes e Aldavania Cabral,do Hospital Universitário Ono-fre Lopes, em Natal, a provateve o mesmo nível de dificulda-de do exame aplicado em 2004,

apesar de estar sem “pegadi-nhas”. Na opinião da Dra.Aldavania, o exame deveria sermais voltado para a prática diá-ria. “Às vezes são detalhesmuito raros que a gente não vêno cotidiano”, disse. No entan-to, todos os entrevistados con-cordam que os serviços creden-ciados da SBD preparam bem oaluno para o exame. “O que seespera da SBD é que a provaseja rígida e séria como semprefoi”, disse Dr. Cunha.

Os candidatos sugerem àcomissão que seja reduzido otempo de prova, ou que a pri-meira parte seja eliminatória. Aprimeira etapa, com três horasde duração, abrange as ques-tões clínicas objetivas. Já asegunda parte, com quatrohoras, inclui em uma só prova

teórico-prática as questões dehistopatologia, micologia e pro-pedêutica laboratorial. Para oDr. Paulo Cunha, essa é aforma mais justa. “Isso evitaque o candidato que tenha idomuito bem na prova teórica ouna clínica, seja reprovado porapenas uma questão de histo-patologia ou micologia”, disse.

Pela segunda vez no exame,a Dra. Cíntia Gründler, doHospital das Clínicas de PortoAlegre, acha que a prova deve-ria ter menos questões e serregionalizada. “Como é muitoexaustivo, seria melhor se nãoprecisássemos nos deslocartanto”, sugeriu. O Prof. Dr.Paulo Cunha afirma que todasas sugestões serão avaliadaspela comissão que realizará aprova no próximo ano. q

Membros da Comissão do TED e da

organização daprova da Fuvesp.

Mudanças no TED agradam candidatosFotos: Tatiana Gentil

““OO qquuee sseeeessppeerraa ddaa SSBBDDéé qquuee aa pprroovvaa

sseejjaa rr íígg iiddaa eesséérr iiaa ccoommoo sseemmpprree ffooii””

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SBDJSBD l Ano IX no 26

como primeiropasso no pro-cesso de sub-missão de tra-balhos para pu-blicação. A equi-pe editorial dosAnais tem sido rigorosanesse aspecto, devolvendo ime-diatamente aos autores, paracorreção, os trabalhos fora dasnormas. Outro problema co-mum refere-se à qualidade dasfotografias. Solicitamos que osautores substituam as fotos dequalidade ruim. Além disso, nãoé incomum a apresentação deartigos com má qualidade deredação, assim como trabalhosde investigação com delineamen-to metodológico inadequado.

JSBD - Como é o processode avaliação dos trabalhos?

Dr. Everton - Antes mesmode qualquer avaliação por partedos editores científicos e de pa-receristas, todo trabalho re-cebido é submetido à avaliaçãopela equipe editorial técnica,que confere o rigoroso respeitoàs normas para publicação. So-mente após aprovação na ava-liação técnica o trabalho passapela avaliação prévia dos edi-tores. Aprovado nessa ins-tância, o trabalho é então envia-do para avaliação dos pareceris-tas, exceto o de investigação,que antes deve ser aprovado naavaliação estatística e meto-dológica. Finalmente o trabalhodeve receber o parecer final doseditores para entrarem na listade publicação. q

80 anos dos Anais: reforma editorial

Para comemorar os 80 anos de publicação, osAnais Brasileiros de Dermatologia ganharamnova capa. Outras novidades vêm por aí. Em

entrevista para o Jornal da SBD, o Dr. Everton Valecontou que desde que assumiu a coordenadoria cien-tífica dos Anais, a atual equipe editorial médica, chefi-ada pelo Dr. Bernardo Gontijo, tem trabalhado inces-santemente. “O profícuo trabalho das equipes anteri-ores, sob a direção da Profª Leninha do Nascimento,

permitiu aos Anais atingir uma posição respeitada”,ressalta Dr. Everton. As mudanças foram implemen-tadas com o objetivo de atender às exigências nãoapenas dos dermatologistas, como também de profis-sionais de áreas afins no âmbito nacional, além deobter o reconhecimento internacionalque venha a culminar com a index-ação pela National Library of Medici-ne/Index Medicus. Leia a seguir:

JSBD - Quais as principaismudanças dos Anais?

Dr. Everton - Entre elas, aprincipal mudança diz respeitoàs novas normas para publi-cação nos Anais, que obedece aregras metodológicas ampla-mente aceitas e recomendadaspor periódicos reconhecidos.Além de valorizar os artigos pu-blicados, o respeito a essas nor-mas visa ainda tornar a leiturade trabalhos científicos agradá-vel. Também a avaliação dos tra-balhos foi consideravelmentereformulada para agilizar oprocesso, com redução do prazoentre a entrada e a publicaçãodo artigo. O Conselho Consultivofoi ampliado, sendo a avaliaçãodo trabalho reduzida a doispareceristas. Os trabalhos deinvestigação são submetidos aparecer técnico estatístico emetodológico. Foram ainda cria-dos os Conselhos Editoriais Na-cional e Internacional para darsuporte científico à Coorde-nadoria Editorial e ao ConselhoConsultivo. Com o intuito deestimular a publicação nosAnais, foi instituída a premiaçãodos melhores artigos de investi-gação e caso clínico do ano. Ain-da novas seções foram criadas –“Memória”, “Anais – 80 anos” e“Síndrome em questão”.

JSBD - Por que a revistanão será mais bilíngüe?

Dr. Everton - Anteriormentehavia a idéia de que para se obtera indexação internacional, o pe-riódico deveria ser bilíngüe, origi-nalmente em português, com ver-

são para o inglês. Ficou claropara a equipe editorial que issonão seria um requisito impres-cindível à indexação. Levando-seem conta que deve ser mínimo onúmero de leitores que faziamuso da versão em inglês, o quenão justificava os consideráveiscustos da impressão bilíngüe, aequipe editorial resolveu suprimirna forma impressa a versão dosartigos em língua inglesa.Entretanto, essa versão per-manece disponível online na basede dados SciELO e no site da SBD.

JSBD - Quais trabalhos sãoprioritários na seleção?

Dr. Everton - O ConselhoEditorial dá prioridade aos tra-balhos que apresentem diferen-tes formas de inovação científicaou que incorporem novas tec-nologias. Entretanto não é deixa-do de lado o histórico compro-misso social dos Anais, que con-tinua privilegiando o estudo dasdoenças tropicais. Esse é umdiferencial que os Anais podemoferecer quando confrontadoscom periódicos de dermatologiaem nível internacional.

JSBD - Quais os erros comunscometidos pelos autores?

Dr. Everton – Freqüen-temente ocorre a não observân-cia às normas da revista, prin-cipalmente o número de carac-teres além do limite permitidopara o tipo de artigo e as refe-rências bibliográficas fora dopadrão exigido. Daí porque foiinstituída a avaliação técnica

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Março / Abril - 2005

deral de Medicina. Ainda imple-mentar estratégias de apoio aosserviços credenciados, estimu-lando o ensino e a pesquisa. Adiretoria já tem participado demovimentos em prol da classemédica, marcando presença emreuniões com representantes deentidades médicas e governa-mentais.

Outra concentração de esfor-ços está na tarefa de indexar arevista científica da Sociedade, osAnais Brasileiros de Derma-tologia, no Index Medicus. Comesse intuito foram adotadas medi-das técnicas, operacionais e polí-ticas. Os diretores também que-rem facilitar o acesso dos associa-dos à entidade. Um dos recursosserá instrumentar as discussõesinternas da diretoria, através dapágina eletrônica da SBD.

Para valorizar a profissão, aidéia é coordenar campanhaspublicitárias, simultâneas, emparceria com as regionais. Aexemplo disso, foram veicula-dos anúncios nos jornais degrande circulação, por ocasiãodo Dia do Dermatologista. Asregionais de Minas Gerais, Riode Janeiro e Maranhão tambémfizeram outdoors. “Continua-remos preparando campanhas,além de reforçar a divulgaçãoatravés de matérias no Jornalda SBD”, fala Dr. GersonPenna. q

Munidos de extensa pau-ta, a diretoria da SBDreuniu-se com coorde-

nadores de Departamentos nosdias 25, 26 e 27 de fevereiro, noRio de Janeiro. O tema centralfoi o plano de gestão do biênio2005/2006. Sintetizando, duasfrentes são pontos chaves dodocumento: promover a valoriza-ção profissional e a defesa domercado de trabalho do derma-tologista e inserir a Sociedadenas políticas governamentaiscontroladoras de endemias der-matológicas sanitárias.

O presidente da SBD, Dr.Sinésio Talhari, considera queas ações da entidade devemestar voltadas para a esferasocial. “Devemos ter um inin-terrupto exercício de reflexãosobre o nosso papel, para nostornarmos uma entidade médi-ca mais forte, voltada para asociedade”, enfatiza. Para opresidente, algumas ações sãofundamentais neste biênio,como a realização de um censodermatológico visando a elabo-rar um quadro nosológico dasdoenças de pele em todo país.

No campo político, o planode governo prevê intensificar ointercâmbio da SBD com enti-dades congêneres internacio-nais, além de dinamizar a inte-gração com a Associação Médi-ca Brasileira e o Conselho Fe-

Plano de gestão

7JSBD l Ano IX no 2

60º Congressoda SBD

Comissão em visita ao parque

O60º Congresso da So-ciedade Brasileira deDermatologia terá uma

seção especial: a DermatologiaSolidária, quando voluntáriosda SBD farão atendimentos àpopulação de Brasília, noParque da Cidade, e nas cida-des satélites de Ceilândia e Pla-natina. A ação será no dia 11de setembro, das 7h às 12h. Aexpectativa é atender aproxi-madamente a 500 pessoas. Es-tarão envolvidos 150 médicos,residentes e enfermeiras.

O 60o Congresso da SBDacontecerá entre os dias 10 e 14de setembro de 2005, no Centrode Convenções Ulysses Gui-marães, em Brasília. As inscri-ções são feitas online, pelo por-tal da SBD (www.sbd.org.br).Outras informações podem serobtidas através dos telefones(11) 3865-5354 ou 3864-4673(fax) ou pelo e-mail: [email protected].

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AInternet mudou as rela-ções mundiais, trouxe aglobalização. Hoje estápraticamente fora de

cogitação fazer qualquer pesqui-sa sem navegar nas mais diver-sas páginas da chamada “granderede”. Antenados com essas fer-ramentas, dois associados daSBD criaram os conceituadosAtlas Dermatológico e o Dermlist.Concebido pelo Dr. SamuelFreire, o Atlas Dermatológico(www.atlasdermatologico.com.br)dispõe gratuitamente de 4.600iconografias dermatológicas, in-cluindo doenças raras comohiperplasia siringolinfomatosacom alopecia, Doença de Wo-ringer Kolopp, hidradenoma no-dular maligno, uleritema ophrio-genes, Doença de Darrier Se-gmentar, eritroqueratosermia si-métrica e progressiva.

“Ainda temos alguns casoscuriosos como sarna crostosa,localizada no couro cabeludo,sem lesões de escabiose no cor-po, e, uma alopecia areata peri-névica”, comenta o Dr. SamuelFreire. São mais de três mil aces-sos ao site por mês. Segundo ele,as imagens, além de úteis paraconsulta, servem para apresen-tações médicas e ilustração deaulas. Tamanha é a importânciado trabalho que o Dermatlas,site da universidade americanaJohn Hopkins University Schollof Medicine, propôs a troca delinks para incluir mil fotos per-tencentes à versão brasileira.“Atribuo esse reconhecimento àqualidade das fotos e à diversi-dade de doenças”, comenta Dr.Samuel Freire, que se dedica portempo quase integral ao AtlasDermatológico. “Quando estouno consultório, fotografo asdoenças raras. À noite, em casa,transfiro as imagens para o com-putador. Nos finais de semanas e

feriados, as preparo no photos-hop para disponibilizá-las”.

A história da Dermlist(www.dermlist.med.br) começouquando o Dr. Francisco GeorgeLeal Jr. voltou do Annual Meetingde 1996. Ele trouxe na bagagemtodos os acessórios necessáriospara atualizar o micro, com a fina-lidade de conecta-lo à Internet. Naépoca, conheceu e participou ati-vamente do RXDERM, um dosprimeiros grupos de discussão dadermatologia. No ano seguinte, aoperceber que havia espaço parauma lista em português, criou aDermlist: hoje, 755 pessoas, de13 países, são cadastradas, tro-cando idéias sobre casos clínicos,condutas terapêuticas e partici-pando de fóruns.

SBDJSBD l Ano IX no 28

De acordo com Dr. GeorgeLeal, o ingresso é restrito aassociados de qualquer catego-ria da SBD. “Os residentes eestagiários que ainda não per-tencem a Sociedade tambémsão bem vindos, porém devemapresentar um e-mail ou cartade recomendação por parte dostaff de seus serviços credencia-dos”, explica. Atualmente sãoencaminhadas três diferenteslistas semanais. “Participamdesde os mais jovens estagiáriose residentes aos maiores ba-luartes da dermatologia nacio-nal e estrangeira, que empres-tam seu vasto conhecimento eexperiência. É uma interaçãocomo jamais vista, muitoempolgante”, completa. q

Atlas Dermatológico e Dermlist: iniciativas visam a difusão do conhecimento

Samuel Freire é medico dermato-logista, formado na UniversidadeFederal de Sergipe (UFS), em 1980.Fez parte do serviço do ProfessorDelso Bringel Calheiros por doisanos. Em 1985, passou no concursodo antigo INAMPS. Hoje é medico doMinistério da Saúde, lotado noambulatório do Hospital Univer-sitário da Universidade Federal deSergipe. Em 1996, professor convidado na cadeira de micologiada mesma universidade. Dr. Samuel também foi GerenteEstadual de Hanseníase da Secretaria Estadual de Saúde

Dr. George Barros Leal Jr. é for-mado pela Universidade Federal doCeará, em 1982, após cursar inter-nato na University of Miami/JacksonMemorial Hospital. Em 1983, no Riode Janeiro, foi residente de pediatriado Instituto de Assistência dos Ser-vidores do Estado do Rio de Janeiro(Iaserj). Posteriormente, foi estagiáriodo Serviço de Dermatologia daUniversidade Federal de Pernambuco, chefiado pelo ProfessorMarcio Lobo Jardim e do Serviço de Dermatologia do Hospital St.Bartholomew, em Londres. Pertence à Academia Americana deDermatologia e à Sociedade Brasileira de Dermatologia. [email protected]

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Março / Abril - 2005JSBD l Ano IX no 2 9

Apopulação de países industrializados fre-qüentemente sofre com problemas alérgi-cos. Os principais tipos manifestados são

dermatite atópica (10%), urticária (10%) e der-matite de contato alérgica(5%). Para debater o assun-to, a SBD realizará o IISimpósio Latino-americanode Alergia Cutânea. Super-visionado pela coorde-nadora do Departamentode Alergia da SBD, Dra.Alice Alchorne, o eventoserá realizado nos dias 14e 15 de outubro na Fede-ração do Comércio, emSão Paulo. Estarão emfoco os principais tópicosrelacionados à alergiadermatológica.

Segundo a Dra. Alice Alchorne, além dosassociados, o curso destina-se a diferentesespecialidades como Alergia, Medicina doTrabalho e Clínica Médica. O seminário teráquatro módulos: fisiopatogenia e bases tera-pêuticas das dermatoses alérgicas; pruridos,urticária e angioedema; eczemas e farmaco-dermias, com a explanação dos principais“experts” brasileiros. As palestras serão aber-tas com dois cursos práticos sobre teste decontato, a serem realizados na Escola Paulistade Medicina (Unifesp) e na sede da RegionalSão Paulo. “Brevemente será enviado aosassociados o primeiro comunicado do evento,com os detalhes sobre as inscrições, que sãolimitadas”, comenta Dra. Alice Alchorne.

Dentre os convidados estrangeiros estão:An Goossens (Bélgica), Armando A. Alayon(México), Alicia Canavo (Argentina), Selva IrisAle (Uruguay), Luis Conde Salazar (Espanha),Santiago Palácios (Equador), MargaridaGonçalo (Portugal), Enrique Mullins (Chile),José C. Cama (Peru), Zulhay M. T. Yépez(Venezuela), Rodrigo J. Nunez R. (Colômbia),Clara Isabel M. Fernández (Colômbia), PedroL. Bert (Chile), Andréa Nardelli (Argentina),Beatriz M. Méndez (Peru), Natalia H. Mantilla(Colômbia), Elena Kivitko (Argentina) eCarmen Parcha (Chile).

II Simpósio Latino-americano de

Alergia Cutânea

Anúncios e entrevistasdevem seguir

normas do CFM

Propaganda, publicidade, marketing, asses-soria de imprensa. Com a crescente dispu-ta pelo mercado de trabalho, as ferramen-

tas de comunicação estão sendo cada vez maisutilizadas por médicos que buscam incrementara clientela e promover seu nome e serviços. Masé necessário precaução ao dar entrevistas oupublicar anúncios, pois o profissional pode sofrerpunições pelo CFM (Conselho Federal de Me-dicina). Além do Código de Ética Médica, deve-seatender à Resolução nº 1701, que estabelece oscritérios norteadores da publicidade e as restri-ções às participações na imprensa.

Os critérios visam a evitar, principalmente, aautopromoção de médicos e o sensacionalismode técnicas e especialidades não reconhecidaspelo CFM. Assim, entre outras normas, nosanúncios devem constar o nome do profissio-nal, seu CRM e a especialidade, quando devida-mente registrada no CRM. Além disso, os médi-cos nunca devem participar de anúncios deempresas ou produtos ligados à Medicina, enem fazer propaganda de métodos ou técnicasnão aceitos pela comunidade científica. Sempreque houver dúvida, ele poderá consultar a Co-missão de Divulgação de Assuntos Médicos(Codame), no Conselho Regional de Medicina,para enquadrar o seu anúncio dentro dos dis-positivos legais e éticos.

A participação na imprensa segue o mesmo pre-ceito. Os médicos são livres para dar entrevistas eparticipar de programas, mas devem preservar odecoro da profissão. É proibido utilizar a mídia paraangariar clientela, pleitear exclusividade de méto-dos diagnósticos e terapêuticos e permitir a divulga-ção de endereço e telefone de consultório. Ficarãocaracterizadas como sensacionalistas as entrevistasonde forem divulgados métodos sem reconhecimen-to científico, ou as que apresentarem procedimen-tos que devem limitar-se ao ambiente médico.

E nos casos em que o médico não concordar comas declarações atribuídas a si em matérias jornalís-ticas, ele deverá encaminhar um ofício retificador aoveículo e ao CRM, para isentar-se de futuras apura-ções de responsabilidade. Segundo o ConselhoFederal de Medicina, no ano de 2004 foram julgados37 recursos de processos abertos contra médicospor problemas éticos em publicidade e propaganda.As penas variam desde a advertência confidencial àcassação do registro profissional. q

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SBDJSBD l Ano IX no 210

j Para pesquisador america-no, é a vitamina D que temrelação com o melanoma.

Outra advertência vem dopesquisador americano, Dr.Bernard Ackerman. Ele defendeque a relação entre o melanomae a exposição solar não estácomprovada, e que o desenvol-vimento desse câncer pode serdar por uma carência de vita-mina D no organismo. “Hámuito mais comprovação dosdanos do sol acumulado napele do que de seus benefícios.Se a vitamina D vier a ocuparum lugar comprovado namelhoria dos cânceres, incluin-do o melanoma, o mais pruden-te seria administrá-la comosuplemento oral, evitando as-sim a nocividade da radiaçãoacumulada. Os poucos minutosdiários de UVB necessáriospara a síntese da vitamina Dpodem ser benéficos à saúde dopaciente. Mas o excesso acu-mulado durante a vida certa-mente será prejudicial. Nesseponto, talvez seja oportunolembrar as palavras de Para-celso: (...) a diferença entre oremédio e o veneno é a dose(...)!”, conclui.

Écom cautela que umdos coordenadores doPrograma Nacional dePrevenção ao Câncer

da Pele da SBD, Dr. LucioBakos, interpreta a conclusão:“a exposição solar está associa-da a uma sobrevida aumentadaao melanoma”, da pesquisa daDra. Marianne Berwick e asso-ciados, publicada no Journal ofthe National Cancer Institute.Os autores evidenciaram maissobrevida no grupo de pacien-tes que tiveram maior exposi-ção solar mas, para o Dr.Bakos, o resultado de um estu-do epidemiológico feito em 528pacientes do Estado de Conne-cticut é amostra significativaregionalmente, porém relativa-mente pequena “se levarmosem consideração a grandequantidade de portadores demelanoma cutâneo no mundo,por vezes em populações comcaracterísticas cutâneas bemdistintas”, explica.

O artigo cita o fato de a inci-dência de melanoma e a morta-lidade terem crescido nos últi-mos 50 anos, em caucasianosde vários países desenvolvidos.Também frisa que a exposiçãosolar excessiva, principalmenterecreacional e intermitente,ainda é considerada o fator eti-ológico mais importante conhe-cido na gênese dos melanomas.Em estudos anteriores, algunspesquisadores já tinham nota-do que a sobrevida aumentava,junto com a incidência, emalgumas populações sujeitas amaior exposição solar ambien-tal, e sugeriram que, nessas, osmelanomas poderiam ter tidoum comportamento menosagressivo.

Porém, Dr. Bakos argumentaque esse prognóstico poderiaestar também relacionado a

uma maior precocidadena detecção dos tumo-res. “Ainda que a elasto-se, um indicador histo-lógico reconhecido dedano solar à pele, tam-bém esteja ligada esta-tisticamente a umamaior sobrevida, segun-do outros autores”,comenta. Outra hipóte-se sugere que algunstipos de melanomascomprovadamente liga-dos à luz solar e asso-ciados a elastose, como porexemplo o lentigo maligno mela-noma, sejam menos agressivosdo que os aparentemente nãoligados a ela, permitindo umamaior sobrevida aos pacientes.

Segundo o Dr. Bakos, ospesquisadores especulam que aação protetora do sol na sobre-vida ao melanoma poderia serexplicada pela ação estimulado-ra de apoptose celular e anti-proliferativa da vitamina D, jáevidenciada em pesquisas comcâncer de próstata, mama ecolon e, in vitro, no melanoma.Entretanto, para ele, podemhaver ainda diversos outrosfatores determinantes parataxas de sobrevida ainda nãobem estudados. Para exemplifi-car, o evidenciado na pesquisada Dra. Rona Mackie e colabo-radores, na qual pacientes commelanoma de poder socioeconô-mico mais elevado, demonstra-vam melhor prognóstico.

O Dr. Bakos afirma ser pos-sível que melanomas de etiolo-gia solar possam ser mais bran-dos em seu comportamento,permitindo melhor prognóstico.“Agora, dizer que o sol faz bempara quem tem melanoma, nãodeverá ser aceito, a não ser combase em exaustivas pesquisas”,afirma.

Pesquisa afirma que sol faz bem,contrariando estudos sobre o tema

As polêmicas daexposição ao sol

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Março / Abril - 2005JSBD l Ano IX no 2 11

Para o coordenador doDepartamento de Oncologiada SBD, Dr. José Antônio San-ches, existem mais evidênciasimplicando a luz solar como aprincipal causa ambientalpara a origem da maioria dosmelanomas cutâneos que ocontrário. “No entanto, é fatoque trabalhadores expostoscronicamente ao sol têm riscodiminuído para desenvolvermelanoma em relação àquelesnão expostos ocupacional-mente ao sol, sugerindo queuma exposição crônica à RUVpoderia ter um efeito protetor;além da evidência de certosmelanomas surgirem em áreasnão expostas ao sol. Mas asevidências dos efeitos maléfi-cos do sol ainda estão maisbem corroboradas. Dessemodo é importante, mais doque polemizar, que estudosprossigam agregando maisconhecimento, e que atravésdele fortaleçamos nosso bomsenso”, afirma.

j Especialista fala sobreestudo que apresenta benefí-cios do sol em linfomas

Segundo pesquisa publicadano Instituto Nacional do Câncerdos Estados Unidos, o sol é umfator positivo na diminuição daincidência em cânceres do sis-tema linfático. Desenvolvidopor estudiosos do InstitutoKarolinska, na Suécia, o estudo

aponta a redução entre 30% e40% da presença de linfomanão-Hodgkin em pessoas comalta freqüência de banho de sol.Ou seja, aquelas que ficaramexpostas quatro vezes porsemana, que tiveram queima-duras provocadas pelo sol naépoca da juventude ou passa-ram férias em países tropicais.Eles confrontaram, na mesmaregião e período, grupos de3.740 pacientes que tiveramcâncer do sistema linfático como de 3.180 pessoas saudáveis.O Dr. José Antônio Sanchesfalou sobre o assunto para oJornal da SBD:

JSBD - Fale sobre o estudoque diz que tomar sol diminui aincidência de linfomas, publi-

cado no Jornal do InstitutoNacional do Câncer dos EUA?

Dr. Sanches - Resultadossemelhantes a este estudo deSmedby e colaboradores, con-duzido na Escandinávia, foramencontrados por Hughes ecolaboradores na Austrália.São dois estudos independen-tes que além de colocarem emdúvida a exposição solar inten-sa como causa de linfoma,indicam que essa exposiçãopoderia reduzir o risco dedesenvolvimento dessa neopla-sia. São estudos epidemiológi-cos interessantes, aparente-mente bem conduzidos, quemais uma vez colocam em evi-dência a possível ação da vita-mina D como preventiva dodesenvolvimento de inúmerasdoenças, incluindo os cânce-res. Todo estudo necessita decomprovação posterior paraque suas conclusões possamser tomadas como definitivas.É preciso muito cuidado, parti-cularmente em relação a essesestudos, por conhecermos opotencial carcinogênico daradiação UV, comprovado porestudos epidemiológicos eexperimentais. Minha opiniãoé que toda nova contribuiçãocientífica, além de fascinante,deve ser encarada como desa-fiadora e instigante. É sempreimportante revermos conceitoscristalizados como verdadesabsolutas. q

“AAss eevviiddêênncciiaass ddooss eeffeeii ttooss mmaallééff iiccooss ddoossooll aa iinnddaa eessttããoo mmaaiissbbeemm ccoorrrroobboorraaddaass..

DDeessssee mmooddoo éé iimmppoorrttaannttee,, mmaaiiss ddooqquuee ppoolleemmiizzaarr,, qquuee eessttuuddooss pprroossss iiggaamm

aaggrreeggaannddoo mmaaiiss ccoonnhheecciimmeennttoo”

Dr. José Antônio Sanches

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SBDJSBD l Ano IX no 212

células tumorais em metástase,do próprio doente. O tratamen-to pretende estimular o sistemaimunológico na luta contra adoença. A vacina resulta do pro-cesso de separação das célulascancerígenas do estroma, paracultivá-las em laboratório por48 horas. Depois desse período,adiciona-se interferon [Y] emitomicina c, para evitar a for-mação de outro tumor.

São indicadas seis dosesintradérmicas da vacina. O trata-mento não provoca efeitos colate-rais. “O paciente vem ao hospital,em menos de cinco minutos rece-be a aplicação, podendo voltarpara casa em seguida. O fato denão precisa ficar hospitalizado,permite melhor adaptação aomeio e às suas condições de tra-balho. declara.

A Dr. Débora desenvolve e

testa a vacina desde 1998. O tra-balho foi base de sua tese dedoutorado na Faculdade deMedicina da Universidade de SãoPaulo. Em 2002, quando termi-nou a primeira fase de testes,dos 39 pacientes inscritos paraterapêutica, 25 completaram oprotocolo, quatro abandonarame 10 não resistiram à doença.Responderam positivamente32% deles, com diminuição dotumor e sobrevida de 23 a 26meses. “Esse índice é alto, levan-do em conta a gravidade dopaciente”, comenta Dra. Débora.

A vacina é oferecida a pacien-tes do Hospital do Câncer, porémo tratamento poderá ser amplia-do a depender da disponibilidadedas instituições interessadas.Até agora 80 pessoas forammedicadas, mas o resultado finalainda não foi tabulado. q

Uma melhor qualidade devida para pacientes commelanoma em estádios

III e IV é o que promete a pri-meira vacina terapêutica brasi-leira desenvolvida pela equipecomandada pela cirurgiã onco-lógica, Dra. Débora Casta-nheira Pereira da Silva, doHospital do Câncer de SãoPaulo. Embora menos freqüen-te do que os tumores basocelu-lares e os de células escamosas,o melanoma preocupa pela altaletalidade. No entanto, quandodetectado nos estádios iniciais,o prognóstico desse tipo de cân-cer é considerado bom. Se-gundo o Instituto Nacional doCâncer (Inca) estão previstos5.520 novos casos em 2005.

De acordo com a Dra.Débora, a vacina é desenvolvidaexperimentalmente, através das

Esperança para doentes com melanoma

ASociedade Brasileira deDermatologia, em con-junto com o Ministério

da Saúde, realizará o I Simpó-sio Nacional de DST/AIDS daSBD, no dia 11 de junho, nocinema Estação Odeon, naCinelândia, na cidade do Rio deJaneiro. O evento será promo-vido pelo Departamento de DSTda SBD, coordenado pelo Dr.João Avelleira, e organizadopela Regional RJ e pelo Setor deDST do Instituto de Derma-tologia Prof. Rubem DavidAzulay. O objetivo é colaborarcom o Programa Nacional deDST/AIDS do Ministério daSaúde na reversão dos indica-dores das doenças, além depropor a capacitação e recicla-gem nas ações de diagnóstico etratamento das DST dos recur-sos humanos existentes na

Tradicional cinema do Rio abriga Simpósio de DST/AIDS da SBD

rede pública e serviços creden-ciados da Sociedade.

O simpósio contará com apresença de palestrantes dediversas especialidades. “O quecom certeza enriquecerá as dis-cussões do simpósio”, declaraDr. João. Segundo o especialis-ta, o local escolhido é bastanteconhecido e de fácil acesso paratodos os participantes. Na pra-ça em frente ao cinema será ar-mada uma tenda onde serãodistribuídos materiais educati-vos e esclarecimentos à popula-ção sobre as doenças sexual-mente transmissíveis. O preçodas inscrições será de apenasR$30, podendo ser feitas atra-vés da Regional Rio de Janeiroda SBD.

“Esse simpósio mostra aindaa disposição da dermatologiaem participar de forma bastan-

te ativa nos programas que tra-tam de nossas endemias maisimportantes. Historicamente oestudo das doenças venéreasesteve sempre associado aoestudo da dermatologia. Por-tanto, nada mais justo e coe-rente que a SBD assuma seupapel na luta que se trava paradiminuir a vulnerabilidade dapopulação a esses agravos”,destaca do Dr. João Avelleira.Por outro lado, o primeiroSimpósio Nacional tambémdará inicio ao programa estabe-lecido pelo departamento deDST da SBD que tem comoobjetivo ampliar o ensino e oatendimento dessas doençasentre os serviços credenciados.Os interessados em se inscre-ver devem falar com a AnaPaula, pelo telefone (21)22634811.

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Março / Abril - 2005JSBD l Ano IX no 2 13

No próximo mês será avez dos dermatologistasdo Norte e Nordeste se

aprofundarem ainda mais emconhecimentos da especialida-de, na XXIV Jornada Norte-Nordeste. Esse ano, o eventoserá junto com a VI JornadaParaense de Dermatologia, nosdias 19, 20 e 21 de maio, emBelém, no Teatro Maria Sylvia.

Para a presidente da XXIVJornada Norte-Nordeste, Dra.Rossana Veiga, trata-se de umacontecimento tradicional queune as duas regiões. “No en-contro, além de matérias dereciclagem, abrangeremos asnovidades que interessam àspessoas que estão deslocadasdos grandes centros”, diz Dra.Rossana.

Os interessados devemprocurar a secretaria Valé-ria, pelo telefone (91)3249.7333 ou pelo ende-reço eletrônico: [email protected].

Revalidação de Títulos da AMB

Está disponível para consul-ta pública as normas eregulamentos previstos na

Resolução do CFM nº1.755/04,que institui a revalidação de títu-los de especialistas e de área dosmédicos. Segundo o cronogramapara a implantação, divulgadopela Comissão Nacional de Acre-ditação (CNA), os interessadosterão até o final de abril para fazersugestões, desde que não modifi-quem o corpo do documentoaprovado pelo Comitê Científicoda Associação Médica Brasileira.

Em junho serão publicados aresolução e o regulamento devida-mente aprovados. Os profissio-nais deverão passar pelo processo

Analisar as relações entremeio ambiente e as der-matoses tropicais é um

dos objetivos do XXVII CursoInternacional de DermatologiaTropical e Meio Ambiente. O tra-dicional evento promovido pelaSBD será realizado nos dias 11,12, e 13 de agosto, em Maceió(AL). A coordenação está a cargode autoridades no assunto: osdoutores René Garrido Neves,Sinésio Talhari e Alberto Car-doso. Entre os professores con-vidados está o venezuelanoFrancisco Gonzalez, além de

XXIVJornadaNorte -Nordeste deDermatologia

de revalidação a cada cinco anos;para isso, necessitam obter a pon-tuação participando de atualiza-ções científicas. A partir de janei-ro de 2006, começam as ativida-des de acumulação de créditos.

De acordo com o diretorcientífico da AMB, Dr. FábioJatene, será fácil participar. "Omodelo proposto valoriza maisas atividades profissionais doque as acadêmicas, tendo emvista que o foco principal é omédico especialista em sua ati-vidade diária", comenta. Asinformações completas estãodisponibilizados nos sites:www.cfm.org.br, www.amb.org.brou www.sbd.org.br.

Doenças Tropicais

mestres brasileiros. Estão incluídos no programa

dois cursos práticos: a Dra.Clarisse Zaitz abordará o temamicologia e o Dr. Porfírio J.Soares Filho falará sobre histo-patologia. Mais uma vez o eventoterá a participação do presidentedo Ibama, Dr. Marcos Barros,levantando questões relaciona-das ao meio ambiente. q

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SBDJSBD l Ano IX no 214

vírus, tendo pouca ação após osurgimento das lesões. Não há di-ferença entre aciclovir (200 mg5x/dia), famciclovir (125 mg2x/dia) e valaciclovir (500 mg2x/dia) por cinco dias. Já a pre-venção das recorrências, atravésda terapia supressiva, apresentamelhores resultados. Está indica-da para pacientes com seis oumais surtos/ano, ou que apresen-tem complicações, como eritemapolimorfo grave. Utiliza-se tradi-cionalmente o aciclovir (200 mg3x/dia ou 400 mg 2x/dia), mas jáhá estudos com o valaciclovir (500mg/dia) e famciclovir (250 mg2x/dia), com resultados equiva-lentes. Após dois ou três mesesdeve-se diminuir a dose até omínimo necessário para evitar arecidiva, mantendo-a por 6 a 12meses. O uso de antivirais tópicosé eficiente em apenas uma situa-ção: herpes mucocutâneo crônicoem pacientes com infecção peloHIV. Cabe ressaltar que, apesardo uso crescente do aciclovir,inclusive de forma prolongada, aresistência do HSV a esta droga sódeve ser lembrada em pacientesimunocomprometidos, onde podeocorrer em 5% dos casos, sendoinsignificante em pacientes imu-nocompetentes. q

da supressão e não pode sofrerinterrupções. Após este período,reduzo a dose para 400mg/dia eassocio a L-lisina na dose de125mg/dia. Este aminoácidocompete com a arginina pelaabsorção intestinal, sendo que aarginina é importante na síntesedo capsídeo viral. Esse períododeve se prolongar por até 45 diasseguindo-se uma redução do aci-clovir para 200mg/dia e a doseda L-lisina sendo aumentadapara 250mg/dia, por 30 dias. Naúltima etapa, aumento a L-lisinapara 500mg/dia e utilizo o aci-clovir (200mg/dia) em dias alter-nados por outro mês. O finaldeste ciclo significa o controleefetivo do quadro prévio de her-pes recorrente para mais de 80%dos pacientes. Cerca de 75%deles atingem 18 meses semnovas crises e até 60% atingemdois anos sem recorrências. Nãoutilizo anti-herpéticos tópicos.

j Por ADRIANA PORROO tratamento dos surtos de

herpes simples recorrente (HSV 1e 2) em pacientes imunocompe-tentes, somente vale a pena seintroduzido nas primeiras horas,uma vez que as drogas atuamdurante o período de replicação do

j Por UBIRAJARA I. SALGADOOs esquemas com antivirais

como aciclovir, valaciclovir efanciclovir apresentam resulta-dos variáveis e usamos nas do-ses convencionais (inclusive ovalaciclovir em dose diária de500 mg, por dois a três meses).Temos que avaliar com clarezaas condições acessórias quefacilitam as recidivas, princi-palmente as que se relacionamcom as questões imunológicas.

Combater o stress, evitar ex-posições exageradas aos raiossolares, uso de fotoprotetores,usos continuados de vitaminaC (1,0 g ao dia) e controle dedoenças correlatas são medidasoportunas. Orientação necessá-ria para o manuseio das crisesevitando a automedicação.

j Por OMAR LUPI O herpes simples é uma

doença infecciosa recorrenteque, em alguns pacientes, temdifícil controle. Pacientes commais de seis lesões anuais temindicação de introdução de tera-pia de supressão anti-herpética.Na minha prática clínica, utilizopreferencialmente o aciclovir nadose inicial de 600mg/dia por 45dias. Trata-se da fase de indução

A seção Em Pauta, coordenada pela Dra. Francisca Regina Carneiro, coloca emdiscussão um tema da dermatologia para a opinião de especialistas. Sugestõespodem ser enviadas para o e-mail [email protected].

Herpes simples recorrente: tratamento

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Março / Abril - 2005JSBD l Ano IX no 2 15

ção da doença como problemade saúde pública no ano de2005 – meta estabelecida pelaOMS para os países endêmicos.

Segundo o Dr. Heitor, asautoridades de saúde retiramdos dados epidemiológicos aspessoas nos seguintes casos:pacientes paucibacilares commais de nove meses de trata-mento, multibacilares com 18meses de tratamento e os casosde abandono. “Os doentes quedesistem dos cuidados médicosdeveriam ser convencidos aretomar o tratamento”, afirmaDr. Heitor. “A SBD consideraessa atitude do governo umgrave ato de infração à éticamédica”, afirma.

Para ele, as conseqüênciasdessa posição do Ministério da

Saúde podem ser gravíssimas,ocasionando falta de medica-mentos para a população.“Como o governo estabelecerácorretamente a necessidade deremédios, se alguns pacientessão considerados inexisten-tes?”, questiona o médico. Ainterrupção intempestiva dostratamentos pode ocasionarreações descontroladas com oaumento das incapacidadesfísicas provocadas pela doença,maior abandono do tratamentoe resistência do M. leprae aosmedicamentos. “Certamente asincapacidades físicas, queainda são elevadas em nossopaís, atingirão níveis incompa-tíveis com a boa atenção aosdoentes de hanseníase”, finali-za Dr. Heitor Gonçalves. q

ASociedade Brasileira deDermatologia deflagrouno Estado do Piauí uma

campanha para diagnóstico dehanseníase, dirigida pela coor-denadora do Departamento deHansenologia, Dra. Maria Leidede Oliveira. Durante uma sema-na do mês de fevereiro, 500 pes-soas dos municípios de Florianoe Picos foram atendidas, ondeforam detectados 30 novoscasos da doença. A ação foi con-junta com instituições munici-pais e o Ministério da Saúde,representado pela também pre-sidente da Regional Piauí daSBD, Dra. Ana Lúcia Costa.

As populações foram avisadassobre o movimento através dasrádios, carros de som, cartazes,agentes comunitários e equipes doPrograma de Saúde da Família.Segundo a Dra. Maria Leide, ape-sar da doença ter sido detectadaem menores de 15 anos, o diag-

nóstico precoce da maioriados casos contribuiu paraque não houvesse históricode deformidades. “Destacotambém a oportunidade deiniciar a campanha no Piauí,cuja presidente da Regional,professora Ana Lucia, tam-bém é assessora do PlanoEstadual de Eliminação daHanseníase”, completa. Oevento também teve apoio dasorganizações não-governamentaisMorhan e Netherlands LeprosyRelief (NLR).

Segundo a Dra. Ana LúciaFrança, a parceria fluiu bem.“Demos o passo inicial parajuntos atingirmos a meta da eli-minação da hanseníase comoproblema de saúde pública noBrasil”, disse. Em Floriano, osdoutores Maria Leide e LuimarJesus fizeram as supervisões eesclarecimentos de diagnósti-cos. Já em Picos, cidade esco-

lhida por ter casos de endemiaoculta e pela proximidade comFloriano, os doutores RobertoAbraão Luz e Ana Lúcia estive-ram à frente da ação.

Organizadas com auxílios dasRegionais, as próximas campa-nhas do mês de abril serão nomunicípio de Parnaíba, no Piauí,e na Baixada Fluminense do Riode Janeiro. Estão na agenda demaio cinco municípios dasregiões metropolitanas de Goi-ânia, Pará e uma nova ação noRio de Janeiro. q

SBD realizará campanhas regionais, como a do Piauí

OMinistério da Saúdedecidiu dar alta à dis-tância para pacientes

com hanseníase sem submetê-los a exames, com outro agra-vante: deixando de comunicar ofato ao médico ou ao seupaciente. A revelação é dosegundo secretário da SBD, Dr.Heitor de Sá Gonçalves. Asinformações foram divulgadasna reunião macro-regional nor-deste de avaliação da hansenía-se, promovida pelo Ministérioda Saúde e pela Secretaria deVigilância à Saúde. O encontroocorreu nos dias 29 e 30 demarço, em Fortaleza (CE), reu-nindo técnicos ligados à área detodos os estados brasileiros,autoridades governamentais eONGs, para discutir a elimina-

Alta à distância para doentes de hanseníasepode ser desastrosa para a saúde pública

Estréia campanha contra a hanseníase da SBD

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SBDJSBD l Ano IX no 216

8 Complexo Hospitalar Pa-dre Bento de Guarulhos

O Complexo Hospitalar PadreBento de Guarulhos está reali-zando exames de antifungigra-ma, com apoio tecnológico doInstituto Adolfo Lutz. Pouco uti-lizada no Brasil, a análise detec-ta a sensibilidade dos fungos aosagentes antimicóticos. Os maio-res beneficiados com a técnicasão os portadores de onicomico-ses e doentes imunossuprimidoscom micoses sistêmicas.

De acordo com o chefe, Dr.Mario Cezar Pires, cresce onúmero de fungos resistentes,portanto, essa análise facilitaescolher o melhor antimicótico aser usado em casos de micoses.“Além do já conhecido examepara leveduras, estamos padro-nizando o antifungigrama paradermatófitos. Embora não sejatotalmente fidedigno, é o que háde melhor para a detecção dasensibilidade in vitro”, explica.

8 Hospital Heliópolis deSão Paulo

O Serviço de Dermatologia doHospital Heliópolis realizou con-curso para duas vagas do cursode especialização, em janeiro.“Lembramos que temos outrascredenciadas pelo MEC”, explicao chefe, Dr. Jacob Levites. Deacordo com ele, o teste está cadavez mais aprimorado. São 40questões de múltipla escolha. Osnove primeiros classificadosnessa etapa, com nota de corte5,5, passaram para os testes deslides. Nessa fase, foi necessáriodescrever cinco imagens delesões dermatológicas com duashipóteses diagnósticas. Depois,os candidatos foram entrevista-dos. A prova teve os seguintespesos: 3x para teste de múltiplaescolha, 2x para prova de slidese 1x para entrevista. “Queremossalientar o alto nível dos can-didatos”, comemora Dr. Levites.

8 Santa Casa Rio de JaneiroDevido a grande procura do

público, o serviço abriu o atendi-mento também pelas manhãsdos sábados, como atividadeextracurricular. De acordo com ochefe, Dr. David Azulay, a expe-riência tem deixado alunos,supervisores, funcionários, insti-tuição e pacientes plenamentesatisfeitos. Ainda segundo ele, o18o Congresso da Associação dosEx-Alunos do Professor Azulay(AEAPA) está previsto para o dia2 de julho, no Colégio Brasileirode Cirurgiões, sob a presidênciado Prof. Celso Sodré.

8 Hospital dos Servidores Municipais de São Paulo

O serviço, representado pelaDra. Bogdana Kadunc, agradece apresença dos médicos que partici-param da 120ª Jornada Paulistade Dermatologia, no dia 05 demarço de 2005. “Assim como agra-decemos a participação dos ex-residentes que abrilhantaram oalmoço do I Encontro de Ex-resi-dentes de Dermatologia doHSPM/SP”, comenta Dra. Bogda-na. A programação de 2005, refe-rente aos workshops promovidospelo serviço, está à disposição nosite da Regional SP da SBD.

8 Hospital do IaserjO serviço acaba de iniciar o

curso de pós-graduação com doisnovos médicos residentes, admiti-dos através do concurso SES-/FESP. O chefe, Dr. Sérgio SoaresQuinete, explica que o programatem seções integrantes, ressaltan-do a matéria Clínico-Patológica,com a participação da professoraIane F. Simon e consultoria doProf. Antonio Souza Marques. Eleacrescenta que o serviço ganhouum vídeo-dermatoscópio (Bley-med), através de patrocínio daRegional Rio de Janeiro da SBD,presidida na época pelo Dr. AbdielFigueira Lima.

Segundo o chefe, outra boanotícia vem do Comitê da XXIVRadla, divisão Brasil. Foramselecionadas as pesquisas dasresidentes: Ana Cristina HeluyDantas, com o trabalho “HPV eCarcinogênese - Relato de doiscasos de câncer genital relacio-nados ao HPV”; CristianeRodrigues de Oliveira, peloestudo “Fotoquimioterapia emmicose fungóide - Estudo de 14casos” e Heloisa Costa Car-valho, com a matéria “Pênfigovulgar com boa resposta a sul-fona - Relato de dois casos”.

- Esse é um grande motivode orgulho. Elas serão agracia-das pelo comitê com isençõesde inscrições e hospedagem,fala Dr. Quinete.

8 Hospital de BonsucessoO serviço abrigará a parte

prática do 3º Encontro dosCirurgiões Dermatológicos doRio de Janeiro, nos dias 20 e 21de maio. Segundo o chefe, Dr.José Anselmo Lofêgo Filho, láserão realizadas cirurgias bási-cas e avançadas.

8 Hospital UniversitárioProf. Alberto Antunes daUniversidade Federal deAlagoas (HUPAA/UFAL)

De acordo com a preceptorado HUPAA/UFAL, Dra. RaquelBastos, o serviço tem formado re-cursos humanos na área médica,privilegiando o ensino da práticaclínica. Possui ambulatóriosespecíficos de hanseníase, cirur-gia dermatológica, DST e derma-tologia pediátrica, além de enfer-maria de clínica médica comleitos específicos para a área. Ocorpo de profissionais, chefiadopelo Dr. Alberto Cardoso, é cons-tituído pelos doutores MariaMaia, Raquel Patriota Bastos,Maria José Barros, Maria doSocorro Lins, Everson Leite eRicardo Luiz Houly.

Serviços Credenciados

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Março / Abril - 2005JSBD l Ano IX no 2 17

Dermatologia IntegrativaDando continuidade aos

chats realizados ano passado, acoordenadora do Departamentode Dermatologia Integrativa,Dra. Márcia Senra, consideraque a participação dos médicosna discussão virtual promovidano dia 16 de março no site daSBD, demonstra o crescenteinteresse pelas doenças psico-cutâneas.

O problema se agravaquando a doença é crônica,pois o paciente sofre inadap-tações, algumas vezes com-prometimento da auto-estima,tendência a viver depressivo eter a existência baseada nomasoquismo. “Apesar dogrande desenvolvimento daindústria farmacêutica e datecnologia para a saúde, arealidade para ele ainda é difí-cil”, considera.

A Dra. Márcia defende que ovinculo estabelecido entrepaciente e médico tem efeitoterapêutico.

Dermatologia PediátricaTemas importantes relacio-

nados à Dermatologia Pediá-trica foram apresentados no62º Meeting da AcademiaAmericana de Dermatologia,realizado em New Orleans, de18 a 23 de fevereiro de 2005.Segundo a coordenadora doDepartamento de Pediatria,Dra. Tânia Cestari, acontece-ram fóruns, simpósios e focussessions voltados para aspectospróprios das dermatoses emcrianças, além da apresentaçãode diversos pôsteres.

Ela destaca o quadro “Desa-fios Terapêuticos na Derma-tologia Pediátrica”. Nele, foramdebatidos levantamentos bi-bliográficos e casuísticos pes-soais abordando opções paradermatoses freqüentes. “Muitasvezes, são verdadeiros desafiosterapêuticos. Comenta a Dra.Tânia. Também foi discutido otratamento da dermatite atópi-ca com ciclosporina, inibidoresda calcineurina e probióticos.

Segundo a coordenadora, foivisto que para as verrugas recidi-vantes as opções terapêuticas sãoa injeção intralesional de antíge-nos de testes cutâneos e a imuno-terapia de contato. Em pacientesde vitiligo, foi largamente discuti-da a utilização do calcipotriol, ini-bidores da calcineurina, corticói-des tópicos, além de outras for-mas de abordagem como fototera-pia, cultura de melanócitos, lasere psicoterapia.

Em relação aos moluscoscontagiosos, enfatizou-se a efi-cácia dos 3Cs: curetagem,cantaridina e crioterapia, alémde outras opções terapêuticascomo imunoterapia com imiqui-mod e cimetidina. Finalmente,para o tratamento dos heman-giomas ulcerados foi apresenta-da sua casuística pessoal, combons resultados, obtidos comaplicações tópicas de beclaper-min gel. “Além de referir outraspossibilidades, como a utiliza-ção do laser e interferon alfa”,finaliza Dra. Tânia Cestari. q

Departamentos

Vitiligo é uma doença de pele que afeta entre 1%e 2% da população mundial. Como o início da doen-ça ocorre em 50% dos pacientes antes dos 20 anosde idade, ele pode ser um importante problemapediátrico. É uma doença autoimune caracterizadapor perda da pigmentação. Fototerapia e aplicaçãode corticosteróides são mais comumentes prescri-tos. Entretanto, essas terapias nem sempre são efe-tivas e o uso de corticosteróides na face pode levarà atrofia cutânea, telangiectasias e complicaçõesoculares. Foi feita uma revisão retrospectiva de 57pacientes pediátricos com vitiligo em dois serviços(Department of Dermatology, Division of PediatricDermatology, St Luke´s-Roosevelt Hospital Center,New York, NY; and Departament of Pediatrics andDermatology, North – Western University MedicalSchool, Chicago, Illinois).

Os pacientes foram tratados com pomada de

tacrolimus pelo menos por três meses. As respostas clínicas foram documentadas

durante a visita e fotografadas antes e depois douso de tacrolimus. A média das idades das 57crianças foi de 9.2 anos (4 - 16 anos). Vários tiposraciais foram estudados. A resposta parcial foinotada para a pomada de tacrolimus na cabeça epescoço em 89% e no tronco e extremidades em63% dos pacientes. O vitiligo da face do tipo seg-mentar mostrou a melhor taxa de resposta. Doispacientes experimentaram sensação de queimornas aplicações iniciais. Descontinuaram a terapêu-tica por alguns dias, mas voltaram a usar a media-ção sem sintomas. A pomada de tacrolimus é umaterapêutica alternativa para o vitiligo na infânciaparticularmente envolvendo a cabeça e o pescoço.

* Coordenador médico do Jornal da SBD

Silverberg, N B, Lin P, Travis L, Farley-Li J, Mancini A J, Wagner A M, Chamlin SL and Paller A S. Tacrolimus ointment promotes repigmentation of vitiligo in children: A review of 57 cases. J Am Acad Dermatol 2004; 51:760-6.

Clube de Revista Alberto Cardoso *

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SBDJSBD l Ano IX no 218

Da esquerda para direita:Doutores Sandra Franco,Débora Omond, ElizabethBatista, Edson Virgílio,José Rainho, Jun Okada eMaria Teresa Maluf.

Regionais

Bahia

A Regional Rio de Janeiro está promovendo a Campanha deValorização do Dermatologista (CVD), entre os dias 18 de abril e22 de maio, com a veiculação de 40 outdoors, busdoors e inser-ções na mídia. De acordo com o presidente, Dr. Omar Lupi, aconcepção da campanha inclui a imagem de uma mulher de pele,cabelo e unhas bem tratados, com a presença concomitante dorosto de um médico, caracterizado pela roupa branca e estetos-cópio. O ensaio tem o mote: “Dermatologia é medicina. O resto émaquiagem”. “A proposta da CVD é resgatar a imagem da derma-tologia como uma especialidade médica, exercida com responsa-bilidade e segurança para o paciente”, explica Dr. Omar Lupi.

Rio de Janeiro Fluminense

A Regional Fluminenserealizou o Curso de Derma-tologia Pediátrica, dias 11 e12 de março, no HospitalUniversitário Antônio Pedro,em Niterói. O evento contoucom palestrantes com largaexperiência no campo. Elesapresentaram temas interes-santes para o público com-posto por dermatologistas epediatras.

A nova diretoria da SBD/BAinaugurou a programação cien-tífica de 2005 com dois cursos,realizados em 12 de março, noServiço de Dermatologia doHospital Santa Isabel, da SantaCasa de Misericórdia da Bahia.O Curso de Radioeletrocirurgia,sob o comando da Dra. SaritaMartins Bezerra (PE), foi umsucesso. As vagas para as duasturmas foram rapidamente

esgotadas. Segundo a presiden-te da regional, Dra. Ana CristinaG. de Oliveira e Sousa, tambémcom duas turmas e igualmenteconcorrido, aconteceu o Cursode Criocirurgia, comandado peloDr. Eugênio Pimentel (SP). “Osprofessores deram grande con-tribuição à dermatologia baiana,cativando a todos com suasexperiências, didáticas e simpa-tias exemplares”, fala.

Em 16 de abril, tambémaconteceu o II Encontro deTerapêutica Dermatológica, coma participação de grandesnomes da dermatologia local enacional: os doutores AlexandreFilippo (RJ), Cyro Festa Neto(SP), Ivonise Follador (BA),Jussamara Brito (BA), ManoelMedeiros (BA), Neide Ferraz(BA), Omar Luppi (RJ), PauloMachado (BA), dentre outros.

MaranhãoA Regional Maranhão reali-

zará no dia 13 de junho, nocentro cirúrgico do HospitalUniversitário Presidente Du-tra, um workshop sobre cirur-gia dermatológica, ministradopelo Dr. Lauro Lourival (PI).De acordo com a presidenteregional, Dra. Maria deFátima Moreira, a participa-ção no evento científico conta-rá pontos para a EducaçãoMedica Continuada da SBD.

Mato GrossoA sede da Regional

Mato Grosso foi inau-gurada em dezembrodo ano passado.

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Março / Abril - 2005JSBD l Ano IX no 2 19

Muito tem sido o esforçoe o desgaste das enti-dades médicas para

tornar visível a todo médicobrasileiro a importância e aextrema necessidade da im-plantação da Lei de Re-gulamentação Profissional, a“Lei do Ato Médico”. Entre oscontras de políticos acasteladosem Brasília e de olho em novosmandatos, e profissionais deoutras áreas paramédicas en-furecidos com o dito “absurdo”deste Projeto de Lei, que paraeles foi estratégica e sorrateira-mente divulgado e esclarecidocomo uma forma de manter asoberba da medicina, subju-gando estas outras profissões,este projeto necessita de vigor,de luta, de participação detodos os médicos do Brasil.

“Equipe multiprofissional”de saúde, SEM MÉDICO!!!!Maneira bastante cômoda deeconomizar recursos e oferecerà população brasileira que uti-liza o SUS uma medicinaespúria, de categoria duvidosa.E tal como Júlio César que foitraído pelo seu filho Brutus,encontramos em nossos meio,médicos de renome nacional,como o Dr Aloisio Campos daPaz, que nos prestou o desser-viço com declarações interes-seiras contra o PLS 25.“Aprovar o PLS 25 (Lei do AtoMédico) é antes de tudo um atode cidadania. Um gesto de res-peito às pessoas” (Edson O.Andrade - Presidente CFM). q

* Maria Ester M. Café

Ética em questão

Ética e a Saúde doPovo Brasileiro

* Comissão de Ética e DefesaProfissional

Alagoas

Em 02 de fevereiro, os ex-presidentes e a atual direto-ria da SBD-DF reuniram-sedurante um jantar paracomemorar o Dia do Der-matologista. O encontro tam-bém marcou a inclusão dosex-presidentes da regional noquadro de Conselheiros daDiretoria. “Essas pessoasque um dia muito trabalha-ram, agora estão mantendosua contribuição. Comoprova, houve uma reuniãorica, com boas sugestõestanto para as áreas científi-cas quanto para as sociais”,comenta a segunda secretá-ria da SBD-DF, Dra. MarisaBontorin.

Distrito Federal

A atual diretoria da SBD-ALassumiu no início de janeiro. Écomposta pelo presidente, Dr.Elenize Campos; os doutoresMaria do Socorro Ventura (vice-presidente), Everson Leite (te-soureiro), Eliana Pereira (secre-tária-geral), Eulina de Abreu(primeira secretária) e MirelaBorges (segunda secretária).Segundo o Dr. Elenize Campos,além de continuar o excelentetrabalho das diretorias anterio-res, a nova administração obje-tiva empenhar-se cada vezmais na valorização do derma-tologista alagoano.

Espírito Santo

Doutores Maria H. L. Sandoval,Abdiel F. Lima e Valeira Fonseca.

A nova sede da RegionalEspírito Santo foi inauguradano dia 5 de março de 2005,com um café da manhã ofereci-do para dermatologistas e con-vidados. O Dr. Abdiel FigueiraLima esteve presente, repre-sentando a diretoria da SBD.Segundo a presidente, Dra.Maria Helena Sandoval, todosos ex-presidentes foram home-nageamos com suas fotos afi-xadas nas paredes da sede.

XIX Jornada Capixabade Dermatologia

A SBD-ES pro-move a XIX Jor-nada Capixaba deD e r m a t o l o g i a ,nos dias 19, 20 e21 de maio, noCentro de Con-venções de Vi-tória. Com o te-ma central “Der-matologia clíni-ca: o dia-a-diado profissionalde dermatolo-gia” terá um workshop decriocirurgia, ministrado pelaDra. Carmélia M. S. Reis(DF). Seguindo essa linha, osprofissionais discutirão ca-pítulos como: formulaçõesfotoprotetoras, Aspectos in-teressantes das isotretinoí-nas, Resistência a antibióti-cos e Biópsia de pele. Osinteressados poderão obtermaiores informações com asecretária Elza Nogueira,pelo telefone (27) 3215-0945 ou através do [email protected]

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SBDJSBD l Ano VIII no 120 JSBD l Ano IX no 22200

JSBD - Como define opapel da Sociedade?

Dr. João Gontijo - A SBDdeve, antes de tudo, congraçaros seus associados oferecendo-lhes meios de aperfeiçoamentodo exercício da especialidade,através de cursos e congres-sos, com a participação de pro-fessores nacionais e estrangei-ros. É fundamental o estímuloà pesquisa científica. Con-sidero que a Educação MédicaContinuada em Dermatologiarepresenta excelente subsídiode aprendizagem. A bibliotecada SBD, com rico acervo delivros e revistas atualizados,proporciona consulta fácil ecômoda.

JSBD - Qual a importânciada obtenção do TED da SBD?

Dr. João Gontijo Considero oTítulo de Especialista da SBD omelhor e indispensável atestadoque o dermatologista deve ter arespeito de sua competênciapara exercer a especialidade.

JSBD - Quais os desafios daDermatologia no Brasil?

Dr. João Gontijo Os desafiosda Dermatologia no Brasil sãocomuns a qualquer especialidademédica. Há excesso numérico naformação de médicos e de espe-cialistas, com má distribuiçãoentre capitais e interior. Baixaremuneração dos profissionais edos professores universitários.

JSBD - Quais atividades oSr. desenvolve atualmente?

Dr. João Gontijo - Ainda aten-do no consultório particular prati-camente todos os dias. Freqüento areunião de casos clínicos e temasde atualização no Serviço deDermatologia da UFMG, ondemourejei, diariamente, durante 28anos. Também procuro compareceràs reuniões e congressos da SBD.

JSBD - O que gosta de fazernas horas de lazer?

Dr. João Gontijo - Conversar,conversar, conversar, começandodentro da família. Ouvir música eapreciar a leitura. Usufruirmomentos no sítio, na compa-nhia da família e dos amigos. q

O Dr. João Gontijo Assunção nasceuem 1924, na cidade de Bom Despacho,em Minas Gerais. Formou-se médicopela Faculdade de Medicina daUniversidade Federal de Minas Gerais(UFMG), em 1947. No ano seguinte,prestou concurso para bolsa de estudosdo governo francês, tendo estagiado porum ano letivo no serviço do Professor H.Gougerot, no Hôpital Saint-Louis, em Paris. Ao tér-mino, apresentou trabalho que lhe valeu o título deAssistant Étranger da Faculdade de Medicina daUniversidade de Paris. Na mesma ocasião, sob a orien-tação do Dr. M. Langeron, freqüentou a Seção deMicologia do Instituto de Parasitologia (Prof. H. Galliard).

O Dr. João Gontijo é um ilustre associadohonorário da Sociedade Brasileira de Derma-tologia, admitido em novembro de 1949. Tambémfoi membro do Conselho Regional de Medicina de

Minas Gerais, Membro efetivo daAcademia Mineira de Medicina (julhode 1977); além de membro correspon-dente da Sociedad de Dermatología ySifilografía del Uruguay. Ao todo,publicou, individualmente ou emcolaboração, 25 trabalhos no País eno exterior. Durante sua carreira teve200 trabalhos apresentados em con-

gressos e reuniões, tanto no Brasil e como emdiversos países estrangeiros. A partir de 1961,passou a ministrar aulas na Faculdade deMedicina da Universidade Federal de MinasGerais, onde foi professor adjunto até 1973 edocente livre em março de 1978. Na SociedadeBrasileira de Dermatologia ocupou o cargo dePresidente entre 1978 e 1979. Foi Vice-presidenteem 1975. Também presidiu a Regional MinasGerais da SBD nos anos de 1957, 1962 e 1968.

Div

ulga

ção

Expressões da Dermatologia Dr. João Gontijo Assunção