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Impresso Especial 7317034806/2006-DR/MG LEEPP CORREIOS LEEPP LIVRARIA ESPÍRITA EDIÇÕES “PEDRO E PAULO” JORNAL DA MEDIUNIDADE UBERABA-MG INFORMATIVO JULHO/AGOSTO/SETEMBRO ANO 2011 N.º 28 E D I T O R I A L Lançamento "CONHEÇA A NOSSA LOJA VIRTUAL E ADQUIRA OS LIVROS DA EDITORA LEEPP" http://www.leepplojavirtual.com.br/ Temos preços especiais para CLUBE DO LIVRO TEL/FAX: (34) 3322-4873 www.leepp.com.br - Uberaba-MG [email protected] IV ENCONTRO NACIONAL DOS AMIGOS DE CHICO XAVIER E SUA OBRA Nos próximos dias 10 e 11 de setembro, estará sendo realizado em Belo Horizonte, nas dependências do “Minas Centro” – Salão Topázio, o IV Encontro Nacional dos Amigos de Chico Xavier e Sua Obra. Desta feita, o enfoque especial abrangerá o legado doutrinário de Emmanuel. Tendo começado na cidade de Uberaba, com a realização do I Encontro, em 2008, o Evento inspirou, em todo o Brasil, a realização de vários outros semelhantes, que culminaram com as comemorações do Centenário do Nascimento de Chico Xavier, em 2010. Sem dúvida, a Obra Mediúnica do saudoso medianeiro se firma, cada vez mais, como sendo o natural complemento da Codificação Kardequiana, que, passados 154 anos do lançamento de “O Livro dos Espíritos”, ela desdobra e atualiza, mantendo o Espiritismo na condição de uma doutrina de vanguarda, caminhando em paralelo com a Ciência. Conforme dissemos, o tema do IV Encontro girará em torno das obras de Emmanuel, que, medianeiro do Cristo, estreitou ainda mais os laços existentes entre a Doutrina Espírita e o Evangelho, fixando-lhe, em definitivo, as características de Consolador Prometido. Sem dúvida, coube a Emmanuel efetuar o resgate histórico e doutrinário do Cristianismo dos tempos apostólicos! E, se o venerável Mentor de Chico Xavier se empenhava no campo literário da tarefa, o seu Médium realizava a incumbência de vivenciar os princípios que o Espiritismo restaurava, transformando-se num dos maiores nomes do Espiritualismo em todos os tempos da Humanidade. À excelente obra literária de Emmanuel nivelou-se a obra pessoal de Chico Xavier, através dos seus exemplos de vida, que foram e continuam sendo o maior instrumento de propaganda para o Espiritismo. Depois que “Chico Xavier – o Filme”, abriu caminho para a produção de “Nosso Lar – o Filme” e “As Mães de Chico Xavier”, sucessos de bilheteria no Brasil, esperamos que, dentro em breve, em produções cinematográficas mais esmeradas, possamos ver os romances de Emmanuel chegarem às telas do Cinema, na consagração definitiva da mensagem que a Terceira Revelação, em meados do século XIX, começou a descortinar para a Terra, com Allan Kardec. Márcia Queiroz Silva Baccelli Os olhos abraçam a beleza do mundo... São janelas do corpo humano por onde fruem as belezas do existir. O espírito deve fazer-se semelhante a um espelho, que adota a cor do que olha e se enche de tantas imagens quantas coisas tiver diante de si. Cansado homem, desnudado, ao ar livre, quis ver a Criação, olhar o mundo. Bom companheiro, que vê desabrochar as flores da esperança. Com doçura e compaixão, prossegue, determinado, perscru- tando a beleza da Vida. Vê um rio que corre mansa- mente, fazendo um burburinho de águas tranquilas. À tênue primeira claridade do dia, o viajor boceja, mirando o céu ESPELHO NO MUNDO estrelado, até que a alvorada, por fim, desponta Bom caminheiro e servo dedicado, planta em si o frescor da madrugada. Oferta a esperança nos corações empedernidos para a bonança e ausculta a dor dos que amam e que sussurram infinitos ais... Companheiro, sentir-se-á animado com o murmúrio das cascatas, bocejando o alvorecer... Quem acreditaria que um espaço tão reduzido fosse capaz de absorver as imagens do Universo? Silêncio!... Há na alma dúbia claridade deste dia. Olhando cair a chuva, como o pranto que os olhos inunda... Tudo na Vida brilha e passa, dando a impressão das asas do vento! LOJA VIRTUAL www.leepplojavirtual.com.br LOJA VIRTUAL www.leepplojavirtual.com.br LOJA VIRTUAL www.leepplojav

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ImpressoEspecial

7317034806/2006-DR/MG

LEEPP

CORREIOS

LEEPPLIVRARIA ESPÍRITA EDIÇÕES “PEDRO E PAULO”

JORNAL DA MEDIUNIDADE

UBERABA-MG – INFORMATIVO JULHO/AGOSTO/SETEMBRO – ANO 2011 – N.º 28

E D I T O R I A L

Lançamento

"CONHEÇA A NOSSA LOJA VIRTUAL E ADQUIRA OS LIVROS DA EDITORA LEEPP"

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CLUBE DO LIVRO

TEL/FAX: (34) 3322-4873

www.leepp.com.br - [email protected]

IV ENCONTRO NACIONAL DOS AMIGOS DE CHICO XAVIER E SUA OBRA

Nos próximos dias 10 e 11 de setembro, estará sendo realizado em Belo Horizonte, nas dependências do “Minas Centro” – Salão Topázio, o IV Encontro Nacional dos Amigos de Chico Xavier e Sua Obra. Desta feita, o enfoque especial abrangerá o legado doutrinário de Emmanuel.

Tendo começado na cidade de Uberaba, com a realização do I Encontro, em 2008, o Evento inspirou, em todo o Brasil, a realização de vários outros semelhantes, que culminaram com as comemorações do Centenário do Nascimento de Chico Xavier, em 2010.

Sem dúvida, a Obra Mediúnica do saudoso medianeiro se firma, cada vez mais, como sendo o natural complemento da Cod i f i cação Kardequiana, que, passados 154 anos do lançamento de “O Livro dos Espíritos”, ela desdobra e atualiza, mantendo o Espiritismo na condição de uma doutrina de vanguarda, caminhando em paralelo com a Ciência.

Conforme dissemos, o tema do IV Encontro girará em torno das obras de Emmanuel, que, medianeiro do Cristo, estreitou ainda mais os laços existentes entre a Doutrina Espírita e o Evangelho, fixando-lhe, em definitivo,

as características de Consolador Prometido.

Sem dúvida, coube a Emmanuel efetuar o resgate histórico e doutrinário do C r i s t i an i smo dos t empos apostólicos!

E, se o venerável Mentor de Chico Xavier se empenhava no campo literário da tarefa, o seu Médium realizava a incumbência de vivenciar os princípios que o Espiritismo restaurava, transformando-se num dos maiores nomes do Espiritualismo em todos os tempos da Humanidade.

À excelente obra literária de Emmanuel nivelou-se a obra pessoal de Chico Xavier, através dos seus exemplos de vida, que foram e continuam sendo o maior instrumento de propaganda para o Espiritismo.

Depois que “Chico Xavier – o Filme”, abriu caminho para a produção de “Nosso Lar – o Filme” e “As Mães de Chico Xavier”, sucessos de bilheteria no Brasil, esperamos que, dentro em breve, em produções cinematográficas mais esmeradas, possamos ver os romances de Emmanuel chegarem às telas do Cinema, na consagração definitiva da mensagem que a Terceira Revelação, em meados do século XIX, começou a descortinar para a Terra, com Allan Kardec.

Márcia Queiroz Silva Baccelli

Os olhos abraçam a beleza do mundo...

São janelas do corpo humano por onde fruem as belezas do existir.

O espír i to deve fazer-se semelhante a um espelho, que adota a cor do que olha e se enche de tantas imagens quantas coisas tiver diante de si.

Cansado homem, desnudado, ao ar livre, quis ver a Criação, olhar o mundo.

Bom companheiro, que vê desabrochar as flores da esperança.

Com doçura e compaixão, prossegue, determinado, perscru-tando a beleza da Vida.

Vê um rio que corre mansa-mente, fazendo um burburinho de águas tranquilas.

À tênue primeira claridade do dia, o viajor boceja, mirando o céu

ESPELHO NO MUNDOestrelado, até que a alvorada, por fim, desponta

Bom caminheiro e servo dedicado, planta em si o frescor da madrugada.

Oferta a esperança nos corações empedernidos para a bonança e ausculta a dor dos que amam e que sussurram infinitos ais...

Companheiro, sent ir-se-á animado com o murmúrio das cascatas, bocejando o alvorecer...

Quem acreditaria que um espaço tão reduzido fosse capaz de absorver as imagens do Universo?

Silêncio!... Há na alma dúbia claridade deste dia.

Olhando cair a chuva, como o pranto que os olhos inunda...

Tudo na Vida brilha e passa, dando a impressão das asas do vento!

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Página 2 JULHO/AGOSTO/SETEMBROJORNAL DA MEDIUNIDADE

OS GAYS E AOuço por aí (tomara que não seja verdade!) sombrios rumores de que a Federação Espírita Brasileira (FEB) estaria elaborando um documento que haverá de corresponder ao malfadado “Index Librorum Prohibitorun”, adotado no V Concílio de Latrão, em 1515, portanto há quase exatos 500 anos atrás!

Quero dizer a vocês, com toda a sinceridade d’alma, que não estou tocando neste assunto por conta de minhas obras psicografadas, através do amigo e médium Baccelli.

Absolutamente! Nossos livros são obras de “fundo de quintal”, editadas sem nenhuma pretensão de natureza doutrinária ou financeira. Nelas, tenho tido oportunidade de expor tão somente o que penso, de acordo com a liberdade de pensamento, que é um dos mais belos apanágios de nossa Doutrina.

Refiro-me ao assunto, porque, com todas as letras, semelhante medida, se sancionada pelo chamado “Conselho Federativo Nacional” (CFN), seria lamentável retrocesso! Sim, nosso Movimento organizado se precipitaria num abismo sem volta, abismo no qual as religiões tradicionalistas estão se debatendo, na tentativa dele se libertarem!

Particularmente, digo-lhes o seguinte: eu até que gostaria mesmo que tal medida, indo a plenário, fosse aprovada pelo “senado espírita” da FEB, que, assim, estaria dando um tiro em sua própria cabeça!

Em minha opinião, está passando da hora de a FEB respirar climas mais saudáveis, voltando aos antigos tempos idos, quando, então, de fato, fazia jus à bandeira de Ismael: “Deus, Cristo e Caridade”! Infelizmente, porém, desde que deixou de ouvir a Chico Xavier, a nossa Federação vem se elitizando, sob os auspícios de espíritos que, por médiuns interesseiros, lhe apontam roteiros que não congraçam a família espírita.

Sim, eu bem que gostaria de ver estampado nos jornais espíritas liberais do nosso País – ou seja, nos jornais “machos”! – a seguinte manchete: “A FEB APROVA O ÍNDEX ESPÍRITA”! E, logo abaixo, a lista dos livros, mediúnicos ou não, condenados à fogueira da moderna Inquis ição , en t re os quais , evidentemente, os de nossa lavra haveriam de figurar com muito orgulho!

Confesso a vocês que sempre tive muita inveja de Jan Huss e Giordano Bruno, embora, sem vocação para churrasco..., eu esteja mais para Galileu Galilei, que capitulou ante as chamas da fogueira que já estava ardendo para ele.

Todavia, entre o meu desejo de ver a FEB cometer suicídio doutrinário e o anseio de que o nosso Movimento, embora capenga e, por vezes,

SOMBRIOS RUMORES caolho, continue a dar exemplos de tolerância, defendendo o direito de expressão de quem quer que seja, prefiro a segunda opção, porque, afinal, a Doutrina acima de tudo!

Numa época em que se está pugnando, inclusive, pelo direito de se escrever e falar errado (Rui Barbosa e Machado de Assis, devem estar se revirando na tumba!) –, surge esta inspiração das Trevas, aninhada sobre a cabeça de pretensos intelectuais e conhecedores do Espiritismo, e de médiuns personalistas e covardes que se ocultam por detrás deles, com a tola pretensão de cercear o Pensamento que não conhece peias.

Ora, senhores, será que vocês ignoram que, segundo palavras do Mestre, “o vento (o espírito) sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai...”?!

Como lhes pode passar pelas cabeças encanecidas que vocês serão capazes de amordaçar as vozes que falam do Mais Além?!

Certa vez, disse-nos Chico Xavier: “O médium autor de livros é comparável ao agricultor que planta no fundo do seu quintal e, depois, leva à feira o produto do seu trabalho junto à terra, expondo-o à apreciação do que mais apetecer ao paladar dos que haverão de adquiri-lo... Compra quem quer, o que quiser!...”

Então, meus caros, se forem verdade os sombrios rumores que chegam os meus ouvidos cadaverizados, não digam que não foram alertados a respeito do crime hediondo que estão prestes a cometer, abrindo precedentes de natureza doutrinária pelos quais, mais cedo do que imaginam, vocês haverão de responder. Sim, mais cedo do que imaginam, porque, já quase todos septuagenários, é de se presumir que estejam de malas mais ou menos prontas para o inevitável Embarque!

Não cometam, pois, tal desatino, que, sem dúvida, depois do escândalo das fotos fraudadas por Leymarie, a quem Chico dizia ter sido “o coveiro do Espiritismo na França”, e do plágio mediúnico denunciado em 1962, em carta escrita e assinada pelo próprio médium, com várias cópias distribuídas entre os seus amigos, este será o terceiro Ai! de nosso Apocalipse doutrinário, e, por ironia do destino, tendo sempre o mesmo espírito por protagonista!

Imagino que Jesus Cristo, tomado por divina ira, haveria hoje de proferir aos espíritas ortodoxos as palavras que endereçou aos doutores da lei: “Raça de víboras! Como podeis falar coisas boas, sendo maus?”.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba - MG, 28 de junho de 2011.(Do blog do Dr. Inácio)

Visite também o blog do Formiga: Espiritismo em Prosa e Verso www.formiga-baccelli.zip.net

DE “O LIVRO DOS ESPÍRITOS” 576 – Os homens que têm uma missão importante são predestinados a

ela, antes do nascimento, e têm conhecimento disso? — Às vezes, sim, mas na maioria das vezes o ignoram. Não têm mais que

um vago objetivo, ao virem para a Terra; sua missão se desenha após o seu nascimento e segundo as circunstâncias. Deus os impulsiona pela via em que devem cumprir os seus desígnios.

DE “O LIVRO DOS MÉDIUNS” 9. Nos mundos mais adiantados do que os nossos, a visão dos espíritos

é mais frequente? — Mais o homem se aproxima da natureza espiritual, mais facilmente

entra em relação com os espíritos; é a rudeza do corpo que torna mais difícil e mais rara a percepção dos seres etéreos. (Cap. VI – Manifestações visuais)

DE “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO” “Obreiros, traçai o vosso sulco; recomeçai no dia seguinte o afanoso

labor da véspera; o trabalho das vossas mãos vos fornece aos corpos o pão terrestre; vossas almas, porém, não estão esquecidas; e eu, o jardineiro divino, as cultivo no silêncio dos vossos pensamentos.” (Cap. VI – O Cristo Consolador)

DE “O CÉU E O INFERNO” “No homem material e sensual, aquele que viveu mais para o corpo do

que para o espírito, para quem a vida espiritual nada é, nem mesmo uma realidade em seu pensamento, tudo contribui para apertar mais os laços que o ligam à matéria; nada veio relaxá-los durante a vida.” (Cap. I – A Passagem)

DE “A GÊNESE” “... mas concebei a ideia de que, da mesma forma que um rosto humano

não se assemelha a outro rosto em todo o gênero humano, assim também uma diversidade prodigiosa, inimaginável se acha espalhada pelas moradas etéreas que vogam no seio dos espaços.” (Cap. VI – Uranografia Geral)

É, no mínimo, surpreendente constatar as pressões sobre o Senado para evitar a lei que criminaliza a homofobia. Sofrem de amnésia os que insistem em segregar, discriminar, satanizar e condenar os casais homoafetivos. No tempo de Jesus, os segregados eram os pagãos, os doentes, os que exerciam determinadas a t i v idades pro f i ss iona is , como açougueiros e fiscais de renda. Com todos esses, Jesus teve uma atitude inclusiva. Mais tarde, vitimizaram indígenas, negros, hereges e judeus. Hoje, homossexuais, muçulmanos e migrantes pobres (incluídas as “pessoas diferenciadas”…).

Relações entre pessoas do mesmo sexo ainda são ilegais em mais de 80 nações. Em alguns países islâmicos, elas são punidas com castigos físicos ou pena de morte (Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Nigéria, etc). No 60.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 2008, 27 países-membros da União Europeia assinaram resolução à ONU pela “despenalização universal da homos-sexualidade”.

A Igreja Católica deu um pequeno passo adiante, ao incluir no seu catecismo a exigência de se evitar qualquer discriminação a homossexuais. No entanto silenciam as autoridades eclesiásticas quando se trata de se pronunciar contra a homofobia. E, no entanto, se escutou sua discordância à decisão do STF, ao aprovar o direito de união civil dos homoafetivos.

Ninguém escolhe ser homo ou heterossexual. A pessoa nasce assim. E, à luz do Evangelho, a Igreja não tem o direito de encarar ninguém como homo ou hétero, e sim como filho de Deus, chamado à comunhão com Ele e com o próximo, destinatário da graça divina.

São alarmantes os índices de agressões e assassinatos de homos-sexuais no Brasil. A urgência de uma lei contra a violência simbólica, que instaura procedimento social e fomenta a cultura da satanização.

A Igreja Católica já não condena homossexuais, mas impede que eles manifestem o seu amor por pessoas do mesmo sexo. Ora, todo amor não decorre de Deus? Não diz a Carta de João (I,7) que “quem ama, conhece a Deus” (observe que João não diz que quem conhece a Deus ama…).

Por que fingir ignorar que o amor exige união e querer que essa união permaneça à margem da lei? No matr imônio, são os noivos os verdadeiros ministros. E não o padre, como muitos imaginam. Pode a Teologia negar a essencial sacramentalidade da união de duas pessoas que se amam, ainda que do mesmo sexo?

Ora, direis, ouvir a Bíblia! Sim, no contexto patriarcal em que foi escrita seria estranho aprovar o homos-sexualismo. Mas muitas passagens o subtendem, como o amor entre Davi por Jônatas (I Samuel, 18), o centurião romano interessado na cura de seu servo (Lucas, 7) e os “eunucos de nascença” (Mateus, 19). E, a tomar a Bíblia literalmente, teríamos que passar ao fio da espada todos que professam crenças diferentes da nossa e odiar pai e mãe para verdadeiramente seguirmos a Jesus.

Há que passar da hermenêutica singularizadora para a hermenêutica pluralizadora. Ontem, a Igreja Católica acusava os judeus de assassinos de Jesus; condenava ao limbo crianças mortas sem batismo; considerava legítima a escravidão; e censurava o empréstimo a juros. Por que excluir casais homoafetivos de direitos civis e religiosos?

Pecado é aceitar os mecanismos de exclusão e selecionar seres humanos por fatores biológicos, raciais, étnicos ou sexuais. Todos são filhos amados por Deus. Todos têm como vocação essencial amar e ser amados. A lei é feita para a pessoa, insiste Jesus, e não a pessoa para a lei.

(N. R. - Frei Betto é escritor consagrado.)

Marcos R. Naitzk - Itatiba, SP

[email protected] excepcional livro “Nosso Lar”, ditado pelo espírito André Luiz e psicografado por Francisco Cândido Xavier, temos no capítulo 3 um apontamento muito interessante, pelo que devemos despender grande tempo de meditação sobre o assunto: A Oração Coletiva.

André Luiz nos narra o cenário no momento dessa oração, onde é dirigida pelo Governador da Colônia. Envolvendo-nos com o texto, imaginamos grande número de irmãos da Colônia se dirigirem para aquele momento sublime, sendo que todos os demais acompanham em suas residências e instituições através da audição e visão a distância.

Observemos bem a orientação dada para André Luiz: “Todas as residências e instituições de Nosso Lar estão orando com o Governador, ...”. O esclarecimento é claro, e destacamos este comentário por fazer toda diferença neste capítulo, pois poderiam ser apenas algumas ou quase todas, o que não seria a mesma coisa.

Avançando alguns capítulos, André Luiz destaca que, com exceção das assembleias referentes às preces coletivas, raramente o Governador é visto nas festividades públicas. Entendemos com esses apontamentos de André Luiz que uma das atividades mais importantes na referida Colônia é a oração, ou seja, o momento d a e l e v a ç ã o d o s p e n s a m e n t o s e m agradecimentos ao Divino Criador.

Em abril de 2010, o Dr. Inácio Ferreira postou em seu blog uma mensagem que nos fez refletir bastante sobre o capítulo A Oração Coletiva: “Organismo Mediúnico Coletivo”. Traz-nos ele um

A Oração Coletivaensinamento de Irmão José, onde este nos convida para uma campanha de boas palavras e bons pensamentos, destacando que o nosso orbe está carente dessas vibrações.

Constantemente reclamamos o auxílio do Plano Maior, mas, conforme aponta o Dr. Inácio, “Os Espíritos Superiores não dispõem de outro instrumento de influência sobre os homens que não seja o do pensamento! Entretanto, se os homens não se colocam, pelo menos, na mínima condição receptiva ideal, eles como que “pregarão no deserto” ...”. Na obra “Mediunidade e Obsessão”, o Dr. Odilon Fernandes já havia nos dado tal esclarecimento no capítulo 1, que descrevemos abaixo:

“Os Espíritos Amigos carecem do concurso do médium para agirem em benefício do próprio médium que necessitam socorrer. Quando o médium não lhes oferece, sequer, mínima condição de sintonia, através da prece, do pensamento elevado ou da vontade de melhorar, é como alguém chamado a remover pesado obstáculo, sem mãos para efetuá-lo ...”

Devemos ter a certeza de que não estamos desamparados, mas precisamos moldar nossos pensamentos e ideais no Bem, para que o auxílio nunca nos falte nas horas de maior necessidade.

Publicada em 23 de maio de 2011, na secção “Opinião” Por Frei Betto

BÍBLIA

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JULHO/AGOSTO/SETEMBRO Página 3 JORNAL DA MEDIUNIDADE

Thiago Silva Baccelli

Casa “Bittencourt Sampaio” –Meio século de luz,No serviço do idealQue nos irmana em Jesus.

50 anos de escolaNo Espiritismo Cristão,Libertando consciências,Educando o coração...

50 anos de amorNa vivência do Evangelho,Que faz nascer o homem-novoE morrer o homem-velho...

50 anos de fé,Na luta em que perseveraDe construir sobre a TerraO reino da Nova Era...

Casa “Bittencourt Sampaio”,Que, em seu Jubileu de Ouro,Deus lhe conceda mais vidaEm todo o tempo vindouro!

Que as suas portas benditasNão se fechem a ninguém,Por caminho iluminadoQue nos conduz para o Bem!...

Eurícledes Formiga

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 28 de maio de 2011, em Uberaba – MG)

Todas as obras da lavra mediúnica de Francisco Cândido Xavier têm a sua importância e merecem o nosso estudo e reflexão, assim como os vários compêndios biográficos que encontramos à disposição sobre a vida missionária de Chico.

Todos os Autores Espirituais que escreveram pelo intermédio do referido médium nos trazem p ro fundos ens inamen tos , d i l a t ando a nossa pa r ca compreensão acerca do futuro após a morte do corpo perecível!

Recordamos neste texto do primeiro livro recebido pelo jovem Chico, “Parnaso de Além-Túmulo”, que fez estremecer os arraiais literários tupiniquins, a partir da década de 30; quando da publicação, consta que ele tinha apenas 22 de idade.

R e n o m a d o s p o e t a s consagrados, já desencarnados, brasi leiros e portugueses, declamaram em trovas e versos à Vida Imortal, aludindo sobre a importância da fé e do amor, do perdão e da caridade!

Tivemos oportunidade de acompanhar as entrevistas de Chico no programa “Pinga Fogo”, da extinta “TV Tupi”, e, de pronto, lembramo-nos do consagrado médium falando a respeito de um poema recebido pelo espírito Augusto dos Anjos, onde o Médium afirmava que o ilustre poeta pré-modernista sentia muita dificuldade em escrever por seu intermédio...

E Chico, então, narra curioso episódio onde ele se encontrava regando uma plantação de alhos, de uma horta que ficava nos fundos do armazém aonde ele trabalhava, e que o poeta desencarnado aproveitou deste momento para lhe ditar um poema.

“PARNASO DE ALÉM-TÚMULO”O médium prossegue a

narrativa, contando que o poeta começou a lhe falar àquelas palavras rebuscadas, e ele ali, com um simples regador na mão, em meio à plantação de alhos custava a compreender o que lhe estava sendo ditado; afinal Chico era semianalfabeto, como ele mesmo s e d e s i g n a v a , t e n d o t i d o oportunidade de estudar apenas as primeiras séries primárias.

Dizia ele que não estava ao alcance de compreender tudo quanto Augusto dos Anjos lhe ditava, entretanto arremata o episódio, dizendo na entrevista que ele buscou captar o que podia, e que o soneto tinha muito mais, era muito mais bonito, mas que ele não tinha cabeça para tanto e que a colocou no papel como pôde.

Eis, na sequência do respectivo texto, um trechinho narrado por Chico, ipsis litteris:

“Em 1931, quando eu ia fazer 21 anos, o espírito Augusto dos Anjos sentia muita dificuldade em escrever por meu intermédio. Nesse tempo, eu trabalhava num armazém, e esse armazém me dava também serviço para cuidar de uma h o r t a m u i t o g r an d e , c o m plantações de alho, porque tal bulbo, na região em que eu nasci, é um fator econômico de muita importância. Então, depois das 6 da tarde, para mim era um prazer ir fazer a rega dos canteiros aliáceos, e os espíritos começavam a conversar comigo, ao que achava muito prazer naquelas horas, porque eu me isolava de todo o serviço do armazém para ficar plenamente à disposição dos espíritos amigos. Então, ele começou a ditar um poema que está no Parnaso de Além-Túmulo, o p r i m e i r o l i v r o d a n o s s a mediunidade. Esse poema se

chama “Vozes de uma sombra”, e ele começou a falar com aquelas palavras maravilhosas, muito técnicas, e eu, com o regador na mão, e custava a compreender. Ele falava e falava que gostava de escrever no campo e que àquela era uma hora em que ele queria ditar, para que eu ouvisse, para que eu pudesse compreender na hora de escrever, porque, em muitas vezes, escrevo também como médium ouvinte...”.

Chico recebeu nessa obra monumental 56 espíritos poetas, de épocas diferentes.

Além de Augusto dos Anjos, c i tamos entre tantos que participam do livro “Parnaso de Além-Túmulo”, Casimiro de Abreu, Antero de Quental, Cruz e Sousa, Castro Alves e outros.

E, para os que permanecem incrédulos ante a realidade espiritual da Vida que nos circunda, deixamos a seguinte indagação no ar: como é que um homem prat icamente sem estudos, como é o caso de Chico Xavier, conseguiu a façanha de escrever fielmente a todos os 56 poetas desencarnados, com inconfundíveis estilos próprios?!

Já até conseguimos imaginar o que os mais fer renhos opositores da divulgação espírita irão dizer: Que Chico era um autodidata...

A esses irmãos apenas diremos que não discordamos de todo neste pensamento, pois Ch i co r ea lmen te e r a um autodidata, mas um autodidata do Além, com acesso ininterrupto às esferas superiores da Vida na Terra!

e-mail: [email protected]: http://thiagosilvabaccelli.zip.net/

A felicidade é uma flor sensível e terna; não suporta o frio da indiferença nem o vendaval da crueldade... Floresce encantos de solidariedade.

A mágoa é úlcera na alma; queima e corrói... Não perdoar é manter circulando um insuportável quantum de ácido na intimidade do nossa vida.

A libertação é afirmação da

felicidade de todos, e não um agenciamento do ódio. O guerreiro é um agente da vida; por ela, luta e, por ela, se dá... Assim, cria o novo. Os

Jorge Bichuetti

que se movem pelo ódio destronam o rei e coroam a si próprio. No polo paranóico, sempre o novo é evitado, negado e suprimido; o instituinte, o novo, é parido – fecundado, germinado e desenvolvido nos calorosos ventres do amor.

Quem chora, caminhando... logo

é descoberto pela felicidade. A felicidade é ave andarilha que voa nos ventos diáfanos das utopias e pousa sempre nos que andari lham, seduzidos pela beleza do horizonte azul.

Amor que não comporta a partilha

dos momentos de lágrimas não consegue acumular energia para saltar sobre os precípios do narcisismo.

Quem não ama a humanidade arde na paixão, mas não ama... O amor é uma semente e um fruto da humanidade. Humaniza e liberta; poetiza o caminho e clareia de sonhos o horizonte.

A paixão é fogo; o amor, luar...

Quem sorri muito, mas não

multipl ica sorrisos nas faces

entristecidas dos desvalidos... nunca logra a verdadeira felicidade. A felicidade floresce na partilha; não é mágica circense.

Cada árvore ceifada pela ganância é repelente lançado no ar, afugentando a felicidade... A felicidade é andarilha, passarinheira; ela gosta mesmo é de verdejar...

A alegria de ser amado só gera

felicidade nos que mobilizam esta alegria e, por ela encantados, passam a muito amar... Felicidade enclausurada mumifica; morta, torna-se choro profundo e riso raso...

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CASA ESPÍRITA “BITTENCOURT

SAMPAIO”(Página em homenagem

pelos seus 50 Anos de Fundação, em 18 de junho de 1961, em Uberaba - Minas Gerais.)

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Aforismos da Felicidade

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Página 4 JULHO/AGOSTO/SETEMBROJORNAL DA MEDIUNIDADE

Conselho Editorial: LEEPPJornalista Responsável: Juvan de Souza NetoRegistro: SC 01359JPRevisão gramatical: Fausto De VitoDiretores: Edson de Sousa Marquez / Mário Alexandre AbudProjeto gráfico e Impressão:

Editora Vitória Ltda.E-mail: [email protected]ço p/ correspondência:

Av. Elias Cruvinel, 1202 - B. Boa Vista -38070-100 - Uberaba-MG

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

EXPEDIENTE

D. Madalena revelou aos poucos uma personalidade notável e uma nobreza de espírito sem precedentes. Casada com o Sr. Mauro, já depois de mulher madura, ela aceitou os desafios de um consórcio com um homem que saía de uma relação anterior com cinco filhos e uma esposa com problemas de temperamento e saúde. Demonstrando respeito e aceitação a esta situação, vemos hoje D. Madalena revelando sua nobreza e especial condição de caráter.

Depois de pouco mais de oito anos vivenciando este casamento, vemo-la num quadro de devotamento e abnegação: Glória, a primeira esposa de Mauro, viu agravar seu quadro de saúde, e, jungida pela infeliz situação de não ter bons relacionamentos com nenhum dos seus cinco filhos, acabou abandonada num leito hospitalar, vitimada por atroz enfermidade. Madalena, ao saber pelo próprio Mauro do quadro difícil enfrentado por Glória, não titubeou em aceitar cuidar da enferma!

É nesses momentos de dor que vemos o surgimento das nobres personalidades de espíritos devotados. Superando qualquer possibilidade de ciúme, rivalidade ou sentimentos menos nobres pela situação vivida, Madalena hoje cuida de Glória num hospital público de grande cidade e dedica quase todo seu tempo ao mister de lutar pela vida da ex-esposa de Mauro.

Além da vida física, vemos os mesmos quadros de dedicação e altruísmo no Mais Além. No livro “Nosso Lar”, clássico do espírito André Luiz ditado ao médium Chico Xavier, o qual narra as experiências do consagrado médico depois de seu desencarne, está lá o exemplo da mãe de André, um espírito iluminado que, mesmo em esfera superior, vela por seus entes queridos numa dedicação que muito se assemelha ao exemplo de D. Madalena – páginas de histórias reais, sejam elas protagonizadas na esfera física ou na espiritual.

A mãe de André Luiz só consegue conversar com o filho no Ministério da Comunicação da cidade espiritual, após vencer os limites impostos nas esferas subsequentes à qual estava André. Ela tem de se materializar na esfera anterior para poder dar consistência à possibilidade de contato com o filho. Vale lembrar que Nosso Lar é uma cidade situada na esfera denominada “Umbral”, a qual é seguida pela esfera do “Amor Fraterno Universal”, onde habitava sua mãe.

A genitora do médico, a exemplo de D. Madalena, vence os limites do interesse pessoal, mas já numa condição ainda superior. Diz ela, ao reencontrar o filho, que já planejava próxima reencarnação, quando voltaria à Crosta para novamente se consorciar com o pai de André Luiz, a fim de favorecer sua evolução, mesmo sabendo que, na vida anterior, o seu marido a havia enganado com outras mulheres. E a genitora de André, sublime, aceita não só novamente desposar seu antigo esposo, mas aceitar três destas mulheres ludibriadas por ele em nova encarnação, como filhas!

Diante de tal exemplo, a experiência vivida por D. Madalena, na esfera física, suscita-nos uma série de reflexões. Que amor é esse que leva D. Madalena a cuidar da ex-mulher de seu atual marido? Será que laços espirituais anteriores, movidos por compromissos cármicos, motivaram a sua consciente decisão de amar acima da condição de ser amada? É provável que sim.

No mundo espiritual, a mãe de André Luiz dá provas que os espíritos superiores nunca cessam de trabalhar. Engana-se quem imagina que a Espiritualidade serve para um “ócio contemplativo” dos que para lá são transportados pelo decesso do vaso físico. Nem mesmo Deus ou o Cristo

gostariam de que os homens, após a morte, ficassem contemplando-os, sem nada fazer pelos irmãos de jornada que ainda estão investidos do corpo de carne.

“A esfera elevada, meu filho, requer, sempre, mais trabalho, mais abnegação. Não suponhas que tua mãe permaneça em visões beatíficas, em benefício dos deveres justos”, diz a mãe ao filho André Luiz. D. Madalena, aqui, na Terra, se vale da mesma experiência dignificante da mãe de André. “Com a visão da Doutrina Espírita, o espírito trabalha não para, finalmente, descansar, mas para trabalhar mais, sempre mais”, leciona o nobre Dr. Inácio Ferreira, espírito, no livro “A Vida Viaja na Luz”, psicografia do médium Carlos A. Baccelli. “São prodígios do verdadeiro amor. Não estamos evoluindo para esquecermos os que ficam na retaguarda”, completa o Dr. Inácio.

Na mesma citada obra, Dr. Inácio lembra ainda outro exemplo de dedicação e amor oriundo das páginas clássicas de livros de Chico Xavier: a abnegação de Alcíone, personagem principal do livro “Renúncia”, de autoria de Emmanuel. Alcíone, espírito de nobre envergadura, já se encontrava livre dos laços cármicos e, mesmo assim, solicitou seu retorno ao plano físico por amor – mas amor transcendente, como o de Madalena, como o da mãe de André Luiz.

Alcíone teve ainda maior desafio e exemplificação, pois o posicionamento, pela sua posição moral em esferas de luz, não a eximia dos problemas do mundo físico. Livre da necessidade de reencarnar na Terra, ela foi alertada pelo mentor Antênio que iria se submeter a obstáculos imensos. “Lembra-te que o próprio Jesus, penetrando em regiões terrenas, foi compelido a aniquilar-se em sacrifícios pungentes – o que mostra que Deus não derroga leis eternas e imutáveis nem mesmo em benefício dos missionários.

É muito provável que, pelo seu exemplo, D. Madalena é um nobre espírito. Já veio em missão de auxiliar a ex-esposa de Mauro, dando grandioso exemplo a ele e aos seus cinco filhos. Mas foi justamente sua estatura moral que a alçou ao plano físico com a missão que os tenta na presente encarnação. “A exposição ao meio é sempre um desafio ao espírito, no que tange aos valores amealhados”, leciona o espírito Odilon Fernandes, na já citada obra de Baccelli. Que D. Madalena siga seu caminho de luz, cumpra o planejamento executado junto a mentores queridos e à própria família espiritual sua e de D. Glória, e revista-se de luz e força moral para dar mais um exemplo do verdadeiro amor – o amor que transcende!

(*) Juvan de Souza Neto é jornalista em Barra Velha, Santa Catarina, onde edita o jornal doutrinário “Espaço Espírita” (cejn.org.br). E-mail: [email protected]

A nobreza de D. Madalena e as lições do Dr. Inácio (*) Juvan de Souza Neto

Médiuns são os intérpretes dos espíritos, e “O Evangelho Segundo o Espiritismo” esclarece que os médiuns suprem o organismo material que falta a estes, para nos transmitirem as suas instruções”. Mas a mediunidade é exercida apenas entre encarnados ou também ocorre nas outras dimensões?

Nos estudos do livro Obreiros da Vida Eterna, psicografado por Chico Xavier e escrito pelo espírito André Luiz, na Fraternidade Espírita “Casa do Caminho”, aos sábados, em Belo Horizonte, temos encontrado vários exemplos de mediunidade ostensiva no mundo espiritual.

A obra tem como cenário principal a Casa Transitória de Fabiano, instituição cujo objetivo é socorrer espíritos errantes em situação de arrependimento. Foi “fundada por Fabiano de Cristo, devotado servo da Caridade entre antigos religiosos do Rio de Janeiro, desencarnado há muitos anos (…)”. A casa possui recursos de alta tecnologia, e o adjetivo Transitória tem duplo aspecto: porque é um ponto de passagem para espíritos que necessitam de socorro e porque, a cada vez que a Casa sofre um ataque das Trevas, desloca-se. Encontra-se em regiões trevosas, com precipícios infernais e vastíssimas zonas de purgatório...

O trabalho socorrista é feito por equipe disciplinada e laboriosa, que necessita do concurso de médiuns, a exemplo de Luciana, uma enfermeira e clarividente que se aproxima do espírito de um padre prestes a ser resgatado e o convida a regressar no tempo:

— Padre Domênico, vossa mente revela o passado distante, e esse pretérito fala muito alto diante de Deus e da humanidade! (...)

Em outro capítulo, Luciana comunica à Diretora da Casa Transitória, Irmã Zenóbia, que uma entidade mais evoluída espiritualmente deseja comunicar-se com o filho da última encarnação, que faz parte da equipe, cujo nome é Gotuzo, pelo que será necessário incorporar-se à médium:

A Irmã Zenóbia (...) interveio, acrescentando:— Sim, Luciana, tanto quanto estiver em suas possibilidades, ceda o seu veículo

de manifestação,(...).A faculdade mediúnica de visão da aura e a de leitura da mente, que Luciana

possui, também é útil em relação aos espíritos que se aproximavam da Casa Transitória com más intenções:

Dele se aproximou Luciana, quanto pôde (...) e exclamou, espantada, embora discreta:

— Oh! Como é horrível a atividade mental deste pobre irmão! (...). Está amedrontado, mas não convertido. (...) A aura dele é demasiadamente expressiva....

Mas observamos que nem tudo o que a mediunidade percebe pode ou deve ser revelado em certas ocasiões, lição que vale para qualquer médium, de quem se espera discrição e discernimento, como este trecho exemplifica:

Ia dizer mais alguma coisa. Bastou, entretanto, um olhar do Assistente que nos dirigia, para que ela se calasse, humilde, reintegrando-se no trabalho complexo (...).

Enfim, leituras atentas, seguida de muitas releituras dos tesouros ainda não descobertos adequadamente, que são as obras psicografadas por Chico Xavier, nos esclarecem que ainda há muito para se compreender no Espiritismo, de cuja trajetória estamos ainda bem no início.

O “Pinga-Fogo”, programa da extinta TV Tupi, de 1971, publicado pela Versátil Home Video, é inestimável repositório de lições, dentre as quais se destaca a sábia resposta que Chico Xavier deu a uma das perguntas do repórter Saulo Gomes, que lhe pediu posicionamento sobre a Pena de Morte, praticada em diversos países e que se discutia no Brasil naquele momento. Registre-se a coragem do jovem jornalista em tratar do tema macabro que a Ditadura Militar fomentava como meio de intimidação e meta de punição para seus opositores, como, aliás, nos bastidores e porões covardemente utilizou contra muitos, como os mais de trezentos brasileiros e brasileiras cujos corpos até hoje estão desaparecidos, permanecendo impunes os responsáveis por tais arbitrariedades e violência.

Chico, sempre modesto, dizendo que Emmanuel, seu guia espiritual, o orientava na resposta, referiu-se à necessidade de reeducação criminal, citando o exemplo da Penitenciária Agrícola de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Reconheceu a necessidade de coibir-se o crime, mas também assegurar ao infrator oportunidades de reparação de seus erros, até os passíveis de condenação à pena capital.

MEDIUNIDADE NO MUNDO ESPIRITUALMaria Cristina Baracat

CHICO E A PENA DE MORTEAntonio Baracat

Com a voz embargada, Chico prosseguiu dando nova interpretação à Pa r á b o l a d o B o m S a m a r i t a n o, considerada tradicionalmente somente como louvação à prática da Caridade. Lembrou que quase todos os personagens foram qualificados: os salteadores, o sacerdote, o levita, o samaritano e o hospedeiro, menos a figura central da narrativa, apresentada apenas como “um homem”. Perguntou quem poderia ser aquele homem, respondendo que poderia ser inclusive um criminoso passível de condenação à morte, mas Nosso Mestre e Senhor Jesus Cristo não perdeu tempo em discutir de quem se tratava: era um homem que requeria amparo e auxílio, fosse quem fosse, e isso bastava.

Assim, brilhou outra vez a vanguarda de temas que ligam o Céu à Terra, antecipando questões ainda não assimiladas. Externando máxima ternura, sabedoria e entendimento, Chico demonstrou com firmeza, com base no Evangelho, que a pena de morte não se justifica em nenhuma hipótese, pois mesmo aos que praticam os maiores erros deve ser assegurada possibilidade de reabilitação.

MEDIUNIDADE NO MUNDO ESPIRITUAL

“E quem é o meu próximo?” (Lucas, 10:29)

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