JORNAL DA CIPE - NÚMERO 34/35

20
Especial CIPE na missão humanitária no Haiti (pág. 9) Destaques Notícias do XXX Congresso Brasileiro de Cirurgia Pediátrica (pág. 15) CIPE Informa CIPE divulga calendário eleitoral (pág. 18) Janeiro/Junho 2010 – Ano XIX – nº 34/35 – Edição Especial IV Mutirão Nacional de Cirurgia da Criança O s preparativos para o IV Mutirão Nacional de Cirurgia da Cri- ança, que será realizado no dia 21 de agosto de 2010, estão bem adiantados. A CIPE entrou em contato com suas estaduais e a Regional Norte, solicitando empenho na preparação da atividade. Também enviou correspondência a todos os serviços que se engaja- ram nos mutirões anteriores, ocorridos em 2007, 2008 e 2009, e para novos hospitais e profissionais. O presidente da CIPE, Prof. José Roberto Baratella, assinala “a im- portância de iniciativas dessa natureza, ao permitir que, por meio do trabalho voluntário dos profissionais da saúde, centenas de crianças tenham seus problemas cirúrgicos resolvidos, deixando as filas de es- pera dos hospitais públicos”. Ele lembra, ainda, os reflexos positivos de uma iniciativa como essa na comunidade do entorno e na imagem de cada instituição participante perante a opinião pública, já que a CIPE procura garantir a devida divulgação pela imprensa nacional de todos os serviços integrados aos mutirões. Embora seja cedo para afirmar que o mutirão de 2010 será mais abrangente que o que o antecedeu, pelo que se observa no meio, a as- sociação tem motivos para acreditar no aumento do número de serviços envolvidos e, consequentemente, de cirurgias efetuadas. Em 2009 du- rante o terceiro mutirão foram atendidas 603 crianças em 24 serviços distribuídos entre 12 estados e no Distrito Federal. No fechamento desta edição, pouco mais de dois meses antes da realização do evento, a CIPE já havia registrado a adesão de 18 serviços, instalados em 10 estados – Bahia, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins – e no Distrito Federal. Pelo site da CIPE – www.cipe.org.br – é possível acompanhar o desenvolvimento do Mutirão Nacional 2010, com a adesão de novos serviços e sua localização. Até o dia 21 de agosto, a entidade es- pera o envolvimento de novos serviços. A CIPE está empenhada para que os resultados deste mutirão superem os de 2009 Imagens do Mutirão Nacional 2009. Arquivo/CIPE Arquivo/CIPE Arquivo/CIPE Arquivo/CIPE

description

Jornal da CIPE

Transcript of JORNAL DA CIPE - NÚMERO 34/35

Page 1: JORNAL DA CIPE - NÚMERO 34/35

EspecialCIPE na missão humanitária no Haiti (pág. 9)

DestaquesNotícias do XXX Congresso Brasileiro de Cirurgia Pediátrica (pág. 15)

CIPE InformaCIPE divulga calendário eleitoral (pág. 18)Janeiro/Junho 2010 – Ano XIX – nº 34/35 – Edição Especial

IV Mutirão Nacional de Cirurgia da Criança

Os preparativos para o IV Mutirão Nacional de Cirurgia da Cri-ança, que será realizado no dia 21 de agosto de 2010, estão

bem adiantados. A CIPE entrou em contato com suas estaduais e a Regional Norte, solicitando empenho na preparação da atividade. Também enviou correspondência a todos os serviços que se engaja-ram nos mutirões anteriores, ocorridos em 2007, 2008 e 2009, e para novos hospitais e profissionais.

O presidente da CIPE, Prof. José Roberto Baratella, assinala “a im-portância de iniciativas dessa natureza, ao permitir que, por meio do trabalho voluntário dos profissionais da saúde, centenas de crianças tenham seus problemas cirúrgicos resolvidos, deixando as filas de es-pera dos hospitais públicos”. Ele lembra, ainda, os reflexos positivos de uma iniciativa como essa na comunidade do entorno e na imagem de cada instituição participante perante a opinião pública, já que a CIPE procura garantir a devida divulgação pela imprensa nacional de todos os serviços integrados aos mutirões.

Embora seja cedo para afirmar que o mutirão de 2010 será mais abrangente que o que o antecedeu, pelo que se observa no meio, a as-sociação tem motivos para acreditar no aumento do número de serviços envolvidos e, consequentemente, de cirurgias efetuadas. Em 2009 du-rante o terceiro mutirão foram atendidas 603 crianças em 24 serviços distribuídos entre 12 estados e no Distrito Federal. No fechamento desta edição, pouco mais de dois meses antes da realização do evento, a CIPE já havia registrado a adesão de 18 serviços, instalados em 10 estados – Bahia, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins – e no Distrito Federal.

Pelo site da CIPE – www.cipe.org.br – é possível acompanhar o desenvolvimento do Mutirão Nacional 2010, com a adesão de novos serviços e sua localização. Até o dia 21 de agosto, a entidade es-pera o envolvimento de novos serviços.

A CIPE está empenhada para que os resultados deste mutirão superem os de 2009

Imagens do Mutirão Nacional 2009.

Arq

uivo

/CIP

E

Arq

uivo

/CIP

E

Arq

uivo

/CIP

E

Arq

uivo

/CIP

E

Page 2: JORNAL DA CIPE - NÚMERO 34/35

EDITORIALPrezados amigos,

Chega a vocês um novo número do Jornal da CIPE. Um nutrido volume que engloba um semestre de atividades da comunidade cipeana. Como você bem poderá aquilatar, este foi um período de intensa atividade para todos nós, o que mais uma vez mostra a pujança de nossa associação e de seus membros.

Chamamos a atenção, como sempre, para as próximas realizações da CIPE. Inicialmente, em agosto, teremos o IV Mutirão Nacional de Cirurgia da Criança. Esta atividade, que começamos na CIPESP em 2005, surgiu como iniciativa social no sentido de diminuir as filas então existentes em vários serviços públicos. Hoje, além disso, adquiriu também caráter de excepcional exposição da especialidade que, dessa maneira, adquire mais visibilidade na mídia e é mostrada (muitas vezes, poder-se-ia dizer, apresentada) ao grande público. A propósito, lembramos que, no ano passado, o III Mutirão e a especialidade estiveram presentes na telenovela mais vista no país e em inúmeros noticiários na imprensa escrita, em sites da Internet e na televisão, aqui incluído o principal canal da TV brasileira.Para este ano, prevê-se maior número de serviços e hospitais que, voluntariamente, vão aderir ao evento, mostrando, cada vez mais, o espírito de solidariedade inerente ao cirurgião pediátrico.

Vamos prosseguir com as reuniões de Memória da CIPE. O sucesso alcançado na primeira sessão levou-nos a programar mais duas no segundo semestre, em julho e outubro. A idéia é que estas reuniões gerem um acervo de som e imagem que ajude a resgatar os primórdios da CIPE e as trajetórias de seus pioneiros. Compareça a essas sessões, realizadas em um sábado pela manhã, na sede da AMB, para colaborar (se tiver idade suficiente) ou para aprender (se você tiver menos de 50 anos)

Aproximam-se os congressos. Este ano, além do Congresso de Cirurgia Pediátrica, do de Urologia Pediátrica e do de Vídeo, teremos a II Jornada de Transplante de Órgãos na Criança, uma saudável aproximação entre a CIPE e a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, idealizada para estimular o cirurgião pediátrico a adentrar e se firmar no campo dos transplantes. Programamos, ainda, importante segmento de atualização oncológica, como há muito não se via em nossos eventos. Enfim, esta ampla gama de temas em discussão reforça a abrangência de nossa especialidade, acentua a percepção da necessidade de nos mantermos unidos dentro dela e consolida nossos congressos bienais como o grande momento de confraternização, troca de idéias e aprendizado de nossa vida profissional.

A estrutura dos congressos foi desenhada no sentido de que todas as intervenções e apresentações de temas sejam seguidas de debates, buscando-se, desta forma, desejável interação entre palestrantes e platéia. Nessas condições, programaram-se também temas expressivos até para as últimas sessões dos eventos.

Temos certeza de que, paralelamente à programação científica, a riqueza turística de Minas, seja ela advinda do passado colonial (como Ouro Preto, Tiradentes etc.) ou da época contemporânea (Inhotim), associada à excelência da gastronomia regional, garantirão, aos que lá comparecerem, uma semana extremamente agradável. Programe-se, com sua família, para chegar no sábado (13) e retornar no final de semana próximo. Acreditamos que você não se arrependerá.

Inauguramos neste Jornal a apresentação de nossos serviços e, como não poderia deixar de ser, iniciamos pelo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, berço principal de nossa especialidade. Inaugurada pelo pioneirismo dos Professores Primo Curti e Virgílio Alves de Carvalho Pinto, a disciplina de Cirurgia Pediátrica foi chefiada subseqüentemente pelos Profs. Drs. João Gilberto Maksoud e Uenis Tannuri e, conforme se pode observar pelas entrevistas realizadas, ostenta várias marcas importantes dentro da história da especialidade. No próximo número estaremos enfocando o Serviço do Hospital Pequeno Príncipe, que é hoje, provavelmente, o mais abrangente Serviço de Cirurgia Pediátrica de nosso país.

Por fim, umas palavras no campo profissional. A questão da alta complexidade em cirurgia pediátrica não está esquecida, embora não se esteja nela avançando. As últimas tentativas, em princípio, e por iniciativa do Prof. Nelson Andreollo (UNICAMP), presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, em conjunto com a Federação Brasileira de Gastroenterologia, a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia, o CBC e a CIPE, foram de se agendar reunião com o Governo para tratar da alta complexidade em procedimentos sobre o trato digestivo. Tais esforços, iniciados em dezembro passado, até agora resultaram infrutíferos. Em particular, nosso último contacto com a Profa. Dra. Lidia Marques Silveira, da Coordenação Geral da Média e Alta Complexidade do Ministério da Saúde, pessoa gentil e educada, foi em 8 de junho passado, no qual ela nos relatou os obstáculos existentes para a ampliação do rol de procedimentos em um ano complexo como o atual.

De todo modo, conquistas pontuais continuam acontecendo. Em todas as lutas vitoriosas, entretanto, a marca uniforme é a da união dos colegas. Já se disse que o povo unido jamais será vencido. A coesão dos cirurgiões pediátricos, quando existente, confirma a tese.

Abraços, José Roberto S. Baratella Presidente

Jornal da CIPE

Ano XIX – Nº 34/35 – Janeiro-junho 2010 – Edição Especial

O Jornal da CIPE é o veículo informativo oficial da Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica (CIPE).

RedaçãoRua Cardeal Arcoverde, 1745 bl. A – 12º and. – cj. 123Pinheiros – São Paulo (SP), CEP 05407-002Tel.: (11) 3814-6947 – [email protected]

Diretores ResponsáveisJosé Roberto de Souza Baratella ([email protected]) e Sylvio Gilberto Andrade Ávilla ([email protected])

Jornalista ResponsávelCristiane Collich Sampaio – Mtb. 14 225 ([email protected])

PublicidadeZeppelini Editorial

Produção Gráfica, Editoração Eletrônica e ImpressãoZeppelini Editorialwww.zeppelini.com.br

Tiragem: 1,2 mil exemplaresDistribuição: Nacional

Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica – CIPERua Cardeal Arcoverde, 1745 bl. A – 12º and. – cj 123Pinheiros – São Paulo (SP), CEP 05407-002Tel.: (11) 3814-6947 – [email protected]

DiretoriaPresidente: José Roberto de Souza Baratella (SP); 1º Vice-Presidente: Max Carsalad Schlobach (MG); 2º Vice-Presidente: Elinês Oliva Maciel (RS); Secretário Geral: José Carnevale (SP); 1ª Secretária: Maria do Socorro Mendonça de Campos (BA); 2º Secretário: Maurício José Lopes Pereima (SC); 1º Tesoureiro: Marcelo Iasi (SP); 2º Tesoureiro: Paulo Carvalho Vilela (PE); Diretor de Patrimônio: Pedro Muñoz Fernandez (SP); Diretor de Publicações: Sylvio Gilberto Andrade Ávilla (PR); Diretor de Relações Internacionais: Kleber Moreira Anderson (RJ).

Conselho FiscalMembros Titulares: Wilberto Trigueiro (PB), Peter Goldberg (SC) e Paulo Roberto Pepe Serra (BA); Membros Suplentes: Roberto Antonio Mastroti (SP), Edward Esteves Pereira (GO) e Mércia Maria Braga Rocha (DF).

Departamento de Cirurgia Pediátrica da Associação Médica Brasileira (AMB)

Os artigos assinados não traduzem necessariamente a opinião deste jornal, cabendo aos autores a responsabilidade pelos respectivos conteúdos.

Page 3: JORNAL DA CIPE - NÚMERO 34/35

PANORAMA 3

De 22 a 26 de março, em Hava-na (Cuba), foi realizado o IV

Congresso Iberoamericano de Ci-rurgia Pediátrica, com a participa-ção de representantes da CIPE e de 12 cirurgiões pediátricos brasilei-ros, originários da Bahia, do Dis-trito Federal, de Minas Gerais, Per-

nambuco, do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e de São Paulo. A ocasião favoreceu a troca de experi-ências entre cirurgiões latinoame-ricanos, especialmente, dado o fato de o país-sede integrar o Caribe.

Os principais temas aborda-dos na oportunidade foram: Vi-

IV Congresso Iberoamericano de Cirurgia Pediátrica Uma oportunidade única para a troca de experiências, especialmente entre cirurgiões latinoamericanos

deocirurgia: novas técnicas; Cirur-gia Neonatal: resultados atuais e perspectivas; Cirurgia pediátrica na comunidade; Cirurgia oncológi-ca na criança; Cirurgia urológica: hipospadia; e Urgências cirúrgicas.

No dia 25, ocorreu reunião administrativa da Associação

HAVANA/CUBA

Div

ulga

ção

Iberoamericana de Cirurgia Pedi-átrica, promotora do evento, com membros das entidades nacio-nais da Argentina, Bolívia, Bra-sil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Espanha, Méxi-co, Nicarágua, Paraguai, Peru, Re-pública Dominicana e Venezuela. Por unanimidade, os presentes decidiram indicar o nome do atu-al presidente da CIPE, Prof. Dr. José Roberto Baratella, como re-presentante da América Latina e do Caribe na World Federation of Associations of Pediatric Sur-geons (WOFAPS). A definição do nome desse representante, toda-via, só se dará por ocasião do pró-ximo congresso da WOFAPS, em Nova Delhi (Índia), em outubro de 2010.

Também foi estabelecido que os próximos congressos iberoa-mericanos deverão ser realiza-dos na Colômbia, em Cartagena de Índias, e no Peru, respectiva-mente, em 2012 e 2014.

“Na ocasião foram estabelecidos os locais dos próximos congressos iberoamericanos.

CUIABÁ/MT

Curso para pediatras tem contribuição da especialidadeCerca de 80 inscritos, entre pediatras e acadêmicos, participaram do curso realizado em março

Entre os dias 4 a 6 de mar-ço, no Auditório do Conse-

lho Regional de Medicina do Es-tado do Mato Grosso (CRM-MT), em Cuiabá (MT), foi realizado o Curso Itinerante de Reciclagem e Atualização em Pediatria (CI-RAP). O evento foi promovido pela Sociedade Matogrossense de Pediatria (SOMAPE), com a co-laboração do Dr. Augusto Auré-lio de Carvalho, responsável pela organização do módulo sobre Ci-rurgia Pediátrica.

Aproximadamente 80 inscri-tos, entre pediatras e acadêmi-cos de medicina, participaram do curso, que teve como tema cen-tral Gastroenterologia pediátrica. Do módulo cirúrgico, intitulado Patologias cirúrgicas no ambula-

tório pediátrico, fizeram parte as palestras Patologias da região in-guinal e umbilical mais comuns no ambulatório pediátrico, proferi-da pelo Dr. Augusto Aurélio; Pa-tologias da região cervical e em ou-tras localizações, pelo Dr. Osvaldo César Mendes; Trauma abdominal fechado, pelo Dr. Carlos Augus-to Carvalho; e Urgência em recém-nascidos e lactentes, apresentada pela Dra. Stefania Mota. O cur-so ainda contou com a participa-ção do Dr. Eloar Vicenzi, também cirurgião pediátrico, que atuou como mediador e coordenador de mesas redondas.

Este CIRAP contou com o apoio do CRM-MT e de empresas como a Nestlé- Nutrição Infantil e a Tecnovida. O Dr. Augusto Aurélio de Carvalho, durante apresentação de palestra.

Div

ulga

ção

Page 4: JORNAL DA CIPE - NÚMERO 34/35

PANORAMA4

Nos dias 7 e 8 de maio, em Ri-beirão Preto (SP), foi realizado

o I Simpósio de Pesquisa em Cirur-gia Pediátrica na Faculdade de Me-dicina de Ribeirão Preto da Univer-sidade de São Paulo (FMRP-USP), com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A iniciativa dos Profs. Lourenço Sbragia Neto e Yvone Avalonni Vi-cente, que se desenvolveu no anfi-teatro do Bloco Didático da faculda-de, concretizou um antigo sonho.

“Sempre houve um desejo grande de alguns poucos professores de re-alizar um encontro, no qual fosse possível abordar temas experimen-tais e clínicos relevantes, pautados por metodologias científicas que pudessem ser discutidos mais pro-fundamente, e no qual aqueles que buscam fomento para pesquisa em Cirurgia Pediátrica tivessem a opor-tunidade de apresentar suas linhas de pesquisa e compartilhar conhe-cimento, ao mesmo tempo em que alunos de iniciação científica e pós-

I Simpósio Internacional de Pesquisa em Cirurgia PediátricaAo final do simpósio, participantes e convidados, unânimes, solicitaram a repetição do evento a cada dois anos

graduandos tivessem espaço para mostrar sua produção intelectual”, comenta o Prof. Sbragia, revelando os objetivos do simpósio.

Temas e aproveitamentoNeste evento, os principais te-

mas envolvidos foram modelos ex-perimentais de defeitos congênitos, com destaque para gastrosquise e hérnia diafragmática e modelo de regeneração hepática. Também foram abordados assuntos clíni-cos, como aspectos psicológicos da criança operada e implante de seg-mentos esplênicos em pacientes esplenectomizados. O professor admite que embora o campo seja muito específico, pois há poucos pesquisadores na área, houve boa participação, com público total su-perior a 70 inscritos. Deste total 33 eram alunos de graduação em me-dicina, dos quais oito com bolsas de iniciação científica pela CNPq/PIBIC ou FAPESP, 28 eram cirurgi-ões pediátricos, oito eram alunos de pós-graduação, além de quatro ou-tros profissionais.”

Ele informa que 26 trabalhos foram apresentados oralmente, dos quais 10 de teor clínico e 16 experimentais.

Para o professor, as palestras abordaram temas extremamen-

te relevantes na pesquisa clínica e experimental, com aplicações e repercussões na prática da Ci-rurgia Pediátrica. Os Profs. Jorge Correia Pinto, da Universidade do Minho (Portugal), e José Luis Pei-ró, professor de Cirurgia Pediátri-ca e chefe do Centro de Tratamen-to Fetal do Hospital Infantil Vall d’Hebron, de Barcelona (Espa-nha), foram os convidados inter-nacionais que, juntamente com outros sete especialistas brasilei-ros, apresentaram conferências.

Durante o evento o Prof. Ro-berto Cardoso dos Santos foi ho-menageado pela sua aposenta-doria com mais de 30 anos de trabalho e por ser membro funda-dor da disciplina de Cirurgia Pedi-átrica da FMRP-USP.

O Prof. Lourenço Sbragia relata, animado, que ao final do simpósio, de forma unânime, palestrantes e convidados solicitaram que o even-to seja repetido a cada dois anos.

Recursos escassos e futuroO simpósio contou com o

apoio da disciplina de Cirurgia Pe-diátrica, do Departamento de Ci-rurgia e Anatomia da FMRP-USP e da direção da faculdade, que ce-deu o anfiteatro do Bloco Didáti-co, e da Fundação da FMRP-USP (FAEPA) e do CNPq, que colabo-raram financeiramente. O evento teve, ainda, o apoio da CIPE e da CIPESP, cujos presidentes compu-seram a mesa de abertura e acom-panharam todo o simpósio.

“O que foi possível fazer com estes escassos recursos nos dá âni-mo para solicitar um novo simpó-sio em 2012. No entanto, a expe-riência nos permite concluir que o sucesso de futuros simpósios de-pende, acima de tudo, de que as lideranças de universidades de renome nacional se animem e au-mentem suas produções, para que possam contribuir com trabalhos de fomento em pesquisa na área de Cirurgia Pediátrica, em prol do crescimento desta modesta, mas tão importante área do conheci-mento”, avalia o Prof. Lourenço. Os convidados estrangeiros, Profs. José Luis Peiró (à dir.) e Jorge Correia Pinto

(à esq.), com o Prof. Sbragia.

Div

ulga

ção

Profs. Yvone Vicente, Roberto dos Santos, Lourenço Sbragia e o presidente da CIPE, José Roberto Baratella.

Div

ulga

ção

RIBEIRÃO PRETO/SP

““Sempre houve um desejo grande de se rea lizar um encontro, no qual fosse possível abordar temas experi mentais e clínicos relevantes.”

Page 5: JORNAL DA CIPE - NÚMERO 34/35

PANORAMA 5

I Simpósio Internacional de EnureseO evento, que teve como um de seus objetivos chamar a atenção para a complexidade das disfunções do trato urinário inferior na infância e adolescência, superou todas as expectativas

“Este primeiro evento ofi-cial da International

Children’s Continence Society (ICCS) na América Latina supe-rou todas as expectativas”, reve-la a Prof. Eliane Garcez Fonseca que, ao lado dos Profs. Tryggve Neveus e Mario De Genaro, co-ordenou o I Simpósio Internacio-nal de Enurese, realizado no Rio de Janeiro (RJ) entre 18 e 20 de março deste ano. Segundo ela, “a magnitude alcançada pelo even-to e a avaliação extremamente positiva pelos participantes dei-xaram a certeza de que o simpó-sio se constituiu num marco no

campo da  enurese e da inconti-nência urinária na infância”.

O evento – que recebeu o apoio da CIPE e das entidades brasileiras de Pediatria e Nefro-logia, e também das sociedades de Urologia e Pediatria do esta-do – teve como objetivo chamar a atenção para as disfunções do trato urinário inferior e a inconti-nência urinária na infância e ado-lescência e promover a atualiza-ção dos médicos que trabalham com esses pacientes.

O simpósio teve a participa-ção de oito renomados especialis-tas internacionais, a saber: Drs.

RIO DE JANEIRO/RJ

Div

ulga

ção

Tratado de Pediatria tem expressiva participação de cirurgiões pediátricos Cinquenta cirurgiões pediátricos desenvolveram capítulos para a segunda edição da obra

Está disponível no mercado a segunda edição, revisada e

ampliada, do Tratado de Pedia-tria da Sociedade Brasileira de Pe-diatria. A obra, com um total de 3 mil páginas reunidas em dois vo-lumes, foi lançada no ano passado pela Editora Manole e teve como editores os Drs. Fabio Ancona Lo-pez e Dioclécio Campos Júnior.

A comissão editorial convi-dou o Prof. José Roberto Bara-tella para participar dessa nova edição do tratado. Os capítulos referentes à Cirurgia Pediátrica

tiveram como coordenadores este e a Profa. Mércia Maria Braga Ro-cha e foram elaborados pelos se-guintes cirurgiões pediátricos: Adriana Cartafina Perez-Bós-collo, Alcides Augusto Salzedas Netto, Ana Cristina Aoun Tannu-ri, Antônio Aldo Melo Filho, An-tonio Carlos Moreira Amaran-te, Antonio Ernesto da Silveira, Antonio Marcos Rodrigues, An-tonio Paulo Durante, Bonifácio Katsunori Takegawa, Carlos Tei-xeira Brandt, César Cavali Sabba-ga, Edevard Araújo, Elaine Maria

de Oliveira Alves, Érika Veruska Paiva Ortoloni, Evelyne Gabriela Schmaltz Chaves, Fernando Cos-ta, Humberto Salgado Filho, Iza-belle Schimitt Pereira Mignoni, Jaques Pinus, João Carlos Ketzer de Souza, José Carlos Fraga, José Carnevale, José Luis Martins, João Vicente Bassols, José Pi-nus, José Raimundo Bahia Sapu-caia, Jovelino Quintino de Souza Leão, Karin Shultz, Kleber Morei-ra Anderson, Lisieux Eyer de Je-sus, Livia Muller Benz, Louren-ço Sbragia, Luis Gustavo Sabino

Borges, Manoel Carlos Prieto Ve-lhote, Manoel Firmato de Almei-da, Marcelo Iasi, Marcio Lopes Miranda, Maria do Socorro Men-donça de Campos, Mauricio José Lopes Pereima, Max Carsalad Schlobach, Moacir Astolfo Tibúr-cio, Paulo Carvalho Vilela, Pau-lo Roberto Mafra Boechat, Pau-lo Juvencio Gomes Tubino, Pedro Muñoz Fernandez, Roberto An-tonio Mastroti, Robson Azevedo Dutra, Sylvio Gilberto Andrade Avilla, Uenis Tannuri e Wallace Acioli Freire de Gois.

LITERATURA ESPECIALIZADA

Div

ulga

ção

A Prof. Eliane Garcez Fonseca, ao lado do Prof. José Carnevale e de outros participantes do evento.

O Prof. Carnevale, secretário geral da CIPE, foi um dos diversos cirurgiões pediátricos a colaborar para o sucesso do evento.

Stuart Bauer (EUA), presidente da ICCS e um dos principais pesqui-sadores em bexiga neurogênica no mundo; Tryggve Neveus (Suécia); Piet Hoebeke (Bélgica); Jonathan Evans (Reino Unido); Janet Cha-se (Austrália); Søren Rittig (Dina-marca); Mario De Gennaro (Itália); e Yves Homsy (EUA). Além destes, outros 21 especialistas brasileiros, como os cirurgiões pediátricos An-tonio Amarante, José Carnevale e Kleber Moreira Anderson, deram sua contribuição ao simpósio.

Nos três dias do evento, os principais temas abordados foram: enurese, incontinência urinária,

“Prof. Eliane Garcez Fonseca: “o simpósio se constituiu num marco no campo da enurese e da incontinência urinária na infância.”

disfunção do trato urinário inferior, infecção urinária e RVU, constipa-ção e síndrome de disfunção das eli-minações e bexiga neurogênica.

Page 6: JORNAL DA CIPE - NÚMERO 34/35

PANORAMA6JUIZ DE FORA/MG

Curso Avançado de Videocirurgia Pediátrica Foram quase quarenta inscritos na edição 2010 e o curso previsto para 2011, que já tem data marcada, promete repetir o sucesso alcançado este ano

Entre os dias 21 e 24 de abril, em Juiz de Fora (MG), foi re-

alizada a quarta edição do Cur-so Avançado de Videocirurgia Pe-diátrica, coordenado pelo Prof. Edward Esteves, de Goiânia (GO).

O curso, que teve o apoio da CIPE, foi dividido em dois módu-los: prático e cirúrgico. O práti-co teve dois dias de treinamento em simuladores, com instrumen-tal de videocirurgia e aplicação de técnicas de sutura, com uso de tecido animal. Os outros dois dias foram dedicados a cirurgias ao vivo.

Na oportunidade, no Centro Cirúrgico do Hospital Regional Dr. João Penido, foram operadas 11 crianças, nas quais foram realiza-dos os seguintes procedimentos: correção de persistência de cloa-ca, abaixamento de cólon para me-gacólon, cirurgia de Nuss, plicatu-ra diafragmática para eventração, reimplante ureteral, heminefrec-tomia, esplenectomia, colecistecto-mia, fundoplicatura gastroesofági-ca com gastrostomia, herniorrafia inguinal e retirada de barra toráci-ca (em paciente submetido a cirur-

A comissão organizadora, composta pelos Drs. Kelly Castro, Marcelo Calcagno, Célio Chagas, Roneyara Valamiel e pelo Prof. Edward Esteves (no centro).

Div

ulga

ção

Div

ulga

ção

Panorâmica do módulo prático.

gia de Nuss na primeira edição do curso, em 2007). De acordo com informações prestadas pelo Dr. Cé-lio Chagas – que juntamente com o Prof. Edward e os Drs. Kelly Cas-tro, Marcelo Calcagno e Roneya-ra Valamiel integraram a comissão organizadora –, “os pacientes apre-sentaram evolução pós-operatória satisfatória, obtendo alta hospita-lar e bons resultados no acompa-nhamento ambulatorial posterior”.

Segundo ele, a novidade apre-sentada nesta edição – e que teve ótima aceitação pelos alunos –, foi a inclusão de módulo voltado aos cuidados com o instrumental e equipamentos de instrumentação em videocirurgia pediátrica.

O evento teve a participação de 38 inscritos, provenientes de 11 estados brasileiros, e foi pres-tigiado pelo presidente da CIPE, Prof. José Roberto Baratella, que esteve presente à cerimônia de abertura.

O Dr. Célio adiantou que o próximo curso, em 2011, está pre-visto para ocorrer entre 6 e 9 de abril e que os preparativos já fo-ram iniciados.

“Nesta edição foi incluído módulo voltado aos cuidados com equipamentos e instrumentos de videocirurgia pediátrica, que teve ótima aceitação.

Page 7: JORNAL DA CIPE - NÚMERO 34/35

PANORAMA 7

Prof. Fraga obtém a livre-docência na FMUSP O título obtido poderá abrir portas para o financiamento de novas pesquisas e para o desenvolvimento da especialidade

Em janeiro deste ano, o Prof. José Carlos Soares de Fraga

galgou mais um degrau da carrei-ra acadêmica. Após ter tido sua tese Tumores neurogênicos de tórax na criança: estudo interinstitucional aprovada pela banca examinadora da Faculdade de Medicina da Uni-versidade de São Paulo (FMUSP), ele se tornou livre-docente pela disciplina de Cirurgia Pediátrica.

Segundo ele, a escolha da es-pecialidade ocorreu quando cur-sava o 5º ano da Faculdade de Me-dicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (FM-UFRGS), após fazer estágio no Serviço de

Cirurgia Pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. “Neste momento conheci o Dr. João Luiz Pippi Salle, cirurgião pediátrico recém chegado de treinamento de cinco anos nos Estados Unidos e na África do Sul. Fiquei entusias-mado com a imensidão de áreas e possibilidades da Cirurgia Pedi-átrica, tendo ao final do estágio decidido fazer esta especialida-de.” Para ele, a formação cirúrgica e o entusiasmo do Dr. Pippi Sal-le – “meu grande exemplo como médico” – foram determinantes na escolha.

TrajetóriaO Prof. Fraga foi o primei-

ro residente formado pelo Hos-pital de Clínicas de Porto Alegre e aprendeu com o Dr. Pippi Salle, “os preceitos básicos da especiali-dade, sobretudo as técnicas cirúr-gicas, nas quais ele sempre foi de-talhista e cuidadoso ao extremo, procurando sempre a obtenção do melhor resultado”.

Três anos apôs a conclusão de sua formação em Cirurgia Pediá-trica, seguiu a carreira acadêmi-ca, obtendo o título de mestre na FM-UFRGS e ingressando no cur-so de doutorado. “Neste momen-

to, e por meio de bolsa da CAPES, realizei doutorado-sanduíche no The Hospital for Sick Children, em Toronto (Canadá), tendo sido o último fellow do Prof. Robert Filler. Elaborei minha tese sobre o uso experimental de órtese in-tratraqueal.” Há dois anos reali-zou pós-doutorado na Universi-dade de Londres (Grã-Bretanha), no Great Ormond Street Hospital for Children, tendo atividades nos Serviços de Cirurgias Geral, Torá-cica e Traqueal.

“Como a minha faculdade não oferece a titulação em livre-do-cência, decidi fazer o exame na Disciplina de Cirurgia Pediátrica do Departamento de Pediatria da FMUSP, devido a sua reputação de alta qualidade e excelência, que foi comprovada durante o concur-so”, revela.

Atualmente atua como pro-fessor associado de Cirurgia Pe-diátrica da FM-UFRGS e como ci-rurgião pediátrico do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, onde res-ponde pela chefia do serviço.

PesquisaO Prof. Fraga observa que a

pesquisa cirúrgica tem crescido muito dentro da UFRGS. “Temos

o curso de pós-graduação em Ci-ências Cirúrgicas da FM, na qual sou orientador, atuando nas li-nhas de pesquisa de empiema pleural e obstrução laringotraque-obrônquica. Estamos trabalhando em estudos clínicos e experimen-tais em empiema e também com órtese traqueal absorvível.”

Para o acadêmico, “a livre do-cência abrirá portas para a reali-zação de novas pesquisas, bem como para a obtenção de fomen-tos e financiamentos, tudo isso dentro da Cirurgia Pediátrica, ocasionando o desenvolvimento da especialidade”.

PORTO ALEGRE/RS

Prof. Bustorff na chefia do departamento de Cirurgia da FMC-UNICAMPDo ponto de vista acadêmico e, também da Cirurgia Pediátrica, é importante ter um represente da especialidade à frente do departamento

No dia 18 de abril, o Prof. Jo-aquim Murray Bustorff Silva

foi eleito chefe do departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciên-cias Médicas da Universidade Es-tadual de Campinas (FCM-UNI-CAMP), tendo disputado o cargo com outros candidatos de nível científico equivalente.

Segundo o Prof. Bustorff, pra-ticamente toda sua trajetória aca-dêmica e profissional se desenvol-veu ligada àquela instituição. Ele

CAMPINAS/SP

se graduou em Medicina em 1981 e obteve o doutorado em 1992. Posteriormente complementou seu pós-doutorado junto ao de-partamento de Cirurgia Pediátri-ca da Universidade da Califórnia (EUA) entre 1997 e 1998. Atual-mente é professor titular da FCM-UNICAMP, assessor de reconhe-cidas instituições brasileiras de fomento à pesquisa, como a FA-PESP e o CNPq, e autor de vários estudos científicos. Seu trabalho

se concentra no campo da fisiolo-gia digestiva, com ênfase na moti-lidade intestinal e no refluxo gas-tresofágico.

A CIPE tem o prazer de pa-rabenizar o Prof. Joaquim Bus-torff por mais esse êxito, de, como cirurgião pediátrico, pas-sar a ocupar cargo de significati-vo destaque, o que é importante tanto do ponto de vista acadê-mico quanto do reconhecimen-to da especialidade.

Div

ulga

ção

Prof. Joaquim Murray Bustorff Silva

Div

ulga

ção

Prof. José Carlos Soares de Fraga

““A livre docência abrirá portas para a realização de novas pesquisas (...), ocasionando o desenvolvimento da especialidade.”

Page 8: JORNAL DA CIPE - NÚMERO 34/35

PANORAMA8

CIPE colabora com a ABRAMURGEM

A Associação Brasileira de Medicina de Urgência e Emergência (ABRA-MURGEM) solicitou a colaboração da CIPE na indicação de dois te-

mas – e respectivos autores – para integrar o conteúdo do livro Urgência e Emergência nas Especialidades, a ser editado por aquela instituição. A diretoria da CIPE, reunida em maio, decidiu convidar a Dra. Ma-rianne Arnold Weber, de Pernambuco, para desenvolver o capítulo sobre Abdome agudo no lactente e na criança maior, e o Dr. João Vicente Bassols, do Rio Grande do Sul, para abordar o tema Peculiaridades do Trauma na Criança. Ambos aceitaram a indicação.

No dia 2 de fevereiro, na Sala São Paulo, em São Paulo (SP), foi reali-zada a cerimônia de entrega dos prêmios da 10ª edição do Prêmio

Caio, voltado a empresas brasileiras promotoras de eventos.Na ocasião, a SP Convention & Visitors Bureau recebeu o prêmio pela captação do XII Congresso Brasileiro de Urologia Pediátrica, o VII Congresso Paulista de Cirurgia Pediátrica e a Jornada Brasileira de Transplante de Órgãos em Pediatria, realizados em setembro de 2009, em São Paulo (SP).A empresa foi premiada em função do alto grau de organização do evento da CIPE, uma vez que sua diretoria e a comissão organizadora dos congressos participaram ativamente de sua preparação.O Prêmio Caio foi criado em 1999 para valorizar as empresas e os profissionais da indústria brasileira de eventos. É uma homenagem a Caio de Alcântara Machado, pioneiro da área de eventos no Brasil.

NOTAS

Atuação junto à CIPESUR

Neste primeiro semestre de 2010, a atuação internacional da CIPE se estendeu ao Uruguai. No dia 15 de abril, na capital, Montevi-

déu, a entidade brasileira participou de reunião da Associação de Ci-rurgia Pediátrica dos Países do Cone Sul da América (CIPESUR). Du-rante o encontro, a CIPE apresentou e teve aprovadas duas sugestões: a da organização de uma homenagem aos fundadores da CIPESUR, a ser realizada no próximo congresso da entidade, e o nome do Prof. Agostino Pierro, do Great Ormond Street Hospital, de Londres (Grã Bretanha), como convidado internacional do evento.

Div

ulga

ção

CVBCongresso da CIPE recebe Prêmio Caio

FLORIANÓPOLIS/SC

Dr. Quaresma assume a presidência da Unicred do Brasil Mas o ex-presidente da CIPE mantém sua dedicação à Cirurgia Pediátrica, como chefe do serviço no Hospital Infantil Joana de Gusmão

No dia 28 de maio, em cerimô-nia realizada no Costão do

Santinho Resort, em Florianópolis (SC), o cirurgião pediátrico catari-nense e ex-presidente da CIPE, Dr. Euclides Reis Quaresma, tomou posse como presidente da Confe-deração Nacional das Cooperativas Centrais Unicred (Unicred do Bra-sil), com a presença de represen-

tantes da área médica e dos princi-pais líderes do cooperativismo do país, entre os quais, o fundador do Sistema Unicred, Antonio Moacyr de Azevedo.

Atualmente, o novo presiden-te da Unicred do Brasil é chefe do serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital Infantil Joana de Gus-mão, de Florianópolis, tendo sido,

ainda, presidente da Associação Catarinense de Medicina e da Unimed Florianópolis. Também foi fundador do Sistema Unicred em Santa Catarina, ex-presidente da Unicred Central no estado e ex-presidente da Unicred Florianó-polis, além de fundador da Quan-ta – Previdência Unicred.

A Unicred do Brasil, funda-

A posse ocorreu em maio.

Div

ulga

ção/

Uni

cred

Div

ulga

ção/

Uni

cred

Os presidentes Remaclo Fischer Jr., da Unicred Florianópolis; Dr. Euclides Quaresma, da Unicred do Brasil; e Jorge Abi-Saab Neto, da Central Unicred de Santa Catarina.

da em 1994, reúne atualmente mais de 200 cooperados – entre médicos, enfermeiros, psicólo-gos, veterinários e outros profis-sionais da área de saúde e corre-latas, além de clínicas, hospitais, laboratórios e cooperativas de tra-balho médico (Unimeds) –, tendo fechado o ano de 2009 com mais de R$ 5 bilhões de ativos totais.

Page 9: JORNAL DA CIPE - NÚMERO 34/35

ESPECIAL 9

No Haiti, um país paupérrimo, no qual não existe sistema

público de saúde, as consequências de um terremoto, como o ocorrido no dia 12 de janeiro deste ano, assumem proporções mais que catastróficas. Por esse motivo, o auxílio internacional se mostrou essencial para garantir um mínimo de assistência às vítimas, nos mais variados campos. E a CIPE deu sua contribuição.

No Brasil, a iniciativa na área da saúde, denominada Projeto SOS Haiti, partiu da Associação Médica Brasileira (AMB), em par-ceria com a ONG Expedicionários da Saúde, que presta atendimento médico e cirúrgico a populações indígenas isoladas da Amazônia, e recebeu apoio dos ministérios da Saúde e da Defesa.

O presidente da AMB, Dr. José Luiz Gomes do Amaral, re-vela que o envolvimento da insti-tuição iniciou-se em 14 de janeiro, por meio do alistamento de médi-cos voluntários, cadastramento de instituições de saúde (incluin-do bancos de sangue e universida-des), indústria farmacêutica e de equipamentos médico-hospitala-res. “Em 15 de janeiro o cadastro foi disponibilizado aos Ministé-rios da Defesa e da Saúde”, rela-ta, ao detalhar os passos dados em busca de apoio oficial para que materiais e voluntários chegas-sem ao Haiti.

Enquanto isso, já no dia 16 de janeiro, o Dr. Ricardo Affon-so Ferreira, um dos responsá-veis pela ONG, deslocava-se para o Haiti, via Santo Domin-go, com o intuito de buscar op-ções para utilização dos recursos (humanos e materiais) ofereci-dos à associação. Diante da de-mora dos órgãos oficiais para aplicação dos recursos dispo-nibilizados e tendo encontra-do alternativa para assistência médico-cirúrgica no Instituto Brenda Strafford, hospital cana-dense, na cidade de Les Cayes, foi instalado nessa instituição um serviço de ortopedia e anes-

tesiologia. O primeiro grupo de voluntários coordenados dire-tamente pela AMB teve o trans-porte e a manutenção financia-dos pela instituição com ajuda da Associação Paulista de Me-dicina (APM), da Associação Be-neficente de Coleta de Sangue (COLSAN) e da Sociedade Pau-lista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), declara o Dr. José Luiz. O grupo que partiu em 26 de fevereiro, segundo sob coordenação direta da entidade, fez o deslocamento entre o Rio de Janeiro e Porto Príncipe em avião da Força Aérea Brasileira (FAB). “Esse auxílio”, conforme sublinha, “só foi possível devi-do à intervenção direta do reitor da UNIFESP, Prof Walter Manna Albertoni, e do ministro da Edu-cação, Prof. Fernando Haddad”.

Até junho de 2010 foram en-viadas seis equipes. Somente dois desses grupos tiveram coordena-ção direta da AMB; a primeira, a quarta, a quinta e a sexta equipes foram coordenadas pela ONG Ex-pedicionários da Saúde.

O contra-almirante José Luiz de Medeiros Amarante Jr., dire-tor do Departamento de Saúde e Assistência Social do Minis-tério da Defesa (DESAS/MD), que teve importante papel de li-gação entre essas instituições,

CIPE na missão humanitária no Haiti A entidade se integrou à ação de solidariedade, protagonizada pela Associação Médica Brasileira (AMB), procurando prestar assistência às vítimas do terremoto que assolou o país no início de 2010

e ajuda humanitária”. Segundo o contra-almirante Amarante, “não houve custos à AMB e seus associados com relação ao apoio prestado pela FAB”.

SOS HaitiConforme declarações do

presidente da AMB, esta foi a pri-meira vez que a instituição par-ticipou de uma ação humanitá-ria dessa natureza em outro país, coordenando diretamente o en-vio ao Haiti de 20 médicos. Ele informou que os grupos de vo-luntários sabiam que as condi-ções de trabalho seriam precárias e que o calor e a malária também fariam parte das preocupações cotidianas.

“Todas as pessoas envolvi-das no planejamento dessa ação não mediram esforços para que a melhor qualidade da assistên-cia dentro dos melhores padrões brasileiros pudesse ser estendida

““Todas as pessoas envolvidas no planejamento não mediram esforços para que a melhor qualidade da assistência pudesse ser estendida às vítimas do terremoto.”

credita a demora no posiciona-mento do Gabinete de Crise do Gabinete de Segurança Institu-cional (GSI) à oferta de apoio da AMB, principalmente às dificul-dades iniciais: situação do cená-rio imediato pós-terremoto, ino-perância do aeroporto e do porto de Porto Príncipe, falta de coor-denação entre as equipes de so-corro dos diversos países, den-tre outros. “A FAB veio a apoiar o transporte de pessoal, de substi-tutos e substituídos, e de suple-mento de material depois que a AMB já se encontrava presente no Haiti”, conta, revelando que a FAB só possuía dois vôos diários para lá, em decorrência dos ho-rários de pouso disponibilizados no aeroporto de Porto Príncipe, e que estes “tinham que trans-portar tanto material e equipa-mento militar ao contingente brasileiro, quanto material para o hospital de campanha da FAB

A equipe chega ao Haiti.

Div

ulga

ção/

AM

B

Page 10: JORNAL DA CIPE - NÚMERO 34/35

ESPECIAL10às vítimas do terremoto”, afir-ma. O primeiro grupo coorde-nado pela AMB, que partiu em 11 e 12 de fevereiro, tinha seis ortopedistas, pois, pelos relatos do Dr. Ricardo Ferreira, esse es-pecialista ainda era muito ne-cessário, mesmo quase um mês depois do terremoto. “As primei-ras notícias enviadas eram sobre a quantidade de gente que esta-va recebendo o primeiro aten-dimento naquele momento. Ou seja, mais de 30 dias depois da tragédia”, recorda o Dr. José

Luiz. Ele também se refere à pre-ocupação com a segurança no transporte terrestre entre San-to Domingo e Les Cayes, pois o caminho passaria pela cidade de Porto Príncipe e, apesar de o Exército garantir a segurança por meio de escoltas, havia mui-ta tensão devido ao caos gerado pelo terremoto.

As doenças mais freqüen-tes, decorrentes do sismo, fo-ram lesões traumáticas por es-magamento; traumas graves e ferimentos por alta energia; as-

sociação de fraturas ósseas com-plexas com destruição de partes moles; feridas de pele associadas a fraturas, na maioria das vezes, com infecção associada, e des-nutrição. Não foram feitas mui-tas amputações pela equipe, po-rém os médicos acompanharam muitos casos de amputações in-fectadas.

Além do aprendizado pesso-al, o presidente da AMB diz que a experiência ajudou a expan-dir internacionalmente as ati-vidades da associação. “Nesse

“O que me impactou mais foi ver como uma sociedade

se estrutura (ou tenta se estru-turar) na ausência de institui-ções reguladoras. A maior parte dos indivíduos está entregue à própria sorte. Somente 15% da população está empregada em alguma atividade remunerada. Não há saúde pública, educação pública e nem mesmo iluminação pública. É regra ver as mulheres cozinhando em uma fogueira em frente das casas, pois não têm dinheiro para comprar gás; as florestas foram quase que total-mente cortadas para virar lenha. Os mortos são tradicionalmente enterrados na propriedade; só vi cemitério na capital.Mas apesar da desnutrição, da baixa expectativa de vida, da bai-xa escolaridade, da ausência de transporte público e de saneamen-

Um olhar sobre o Haiti

Profa. Dra. Márcia Riromi Henna

to, as pessoas são dignas e altivas. Andam eretas e determinadas, são gentis (em sua esmagadora maioria) e demonstram um cuidado pessoal que muitas vezes não vemos aqui. Cuidam-se, vestem-se e orgulham-se de ser um povo que se libertou da es-cravidão pelas próprias mãos.É também uma sociedade violenta; vê-se muitos haitianos, inclusive crianças, portando facões, seja para o trabalho ou a defesa, pois não contam com a proteção do Estado. Pelo contrário, muitas vezes este voltou-se contra a população, como nos tempos de Papa Doc e de seu fi-lho Baby Doc.Outra coisa que muito me impres-sionou foi a presença dos órgãos in-ternacionais. Literalmente o mundo todo está no Haiti. Afora as tropas multinacionais da Mission desNations Unies pour La Stabiliza-tion en Haiti (MINUSTAH), a pre-

sença de inúmeras organizações não-governamentais, universida-des com seus hospitais de campa-nha, congregações religiosas e até mesmo indivíduos, que simples-mente decidiram ir até lá e ofere-cer ajuda, é muito grande. Como vai ser equacionado futuramente este empenho, sua sustentação de modo que contemple e respeite os anseios do povo haitiano, é um desafio internacional. Gostaria muito de destacar o tra-balho da ONG Expedicionários da Saúde, pois é feito por pessoas que realmente têm espírito expe-dicionário. Gostaria, também, que esta minha atitude inspirasse outros, pois apesar da nossa car-reira enfrentar muitas dificulda-des, depois desta missão, sinto que tudo valeu a pena, só para chegar lá e realmente me sentir MÉDICA.”

momento, a AMB está desenvol-vendo um projeto sobre respos-tas a desastres para apresentar à Associação Médica Mundial (WMA), com o objetivo de pro-mover a integração dos 96 paí-ses que compõem essa organi-zação para melhor aproveitar os recursos humanos e materiais disponíveis no momento de uma catástrofe”, anuncia. Além disso, o projeto AMB-SOS Hai-ti também possibilitou a aproxi-mação com as Forças Armadas. Em recente reunião do Conselho Científico da AMB, foi aprovada a criação de uma comissão com objetivo de integrar medicinas civil e militar.

Um relatoAtendendo a um chamado

da CIPE, que estava cadastrando voluntários para integrar a mis-são da AMB no Haiti, a Profa. Dra. Márcia Riromi Henna par-tiu para o país. “Decorridos 45 dias do evento, chegamos a Por-to Príncipe, capital do país, no aeroporto destruído, sendo re-cepcionados por militares ame-ricanos que nos escoltaram até a base militar do Brasil; já não se podia andar por lá sem escolta. Chovia torrencialmente e além da destruição fomos surpreen-didos por uma inundação que quase nos impediu de chegar ao nosso destino, Les Cayes, cida-de a 200 km da capital”, conta. A cidade, de cerca de 80 mil ha-bitantes e que teve sua popula-ção dobrada por conta dos refu-giados do sismo, não dispunha de sistema público de saúde, porque, segundo a Prof. Márcia, “não existe tal coisa no Haiti”. “Todo o atendimento ou é pri-vado ou é de ajuda humanitária, e, acreditem, a cidade não dispu-nha de um ortopedista sequer; ou seja, ou o paciente era trans-ferido para a capital, ou evoluía à própria sorte... Nesta total ca-rência de assistência, nos depa-rávamos cada vez mais com os casos cotidianos de qualquer lugar: acidentes de trânsito, de trabalho, quedas, ocorrências que, sem o nosso trabalho, sem dúvida acarretariam problemas futuros maiores “, relata, acres-centando que, em mais de uma

A Prof. Márcia (de costas), durante uma das muitas cirurgias realizadas.

Div

ulga

ção

““Sinto que tudo valeu a pena, só para chegar lá e realmente me sentir MÉDICA.”

Page 11: JORNAL DA CIPE - NÚMERO 34/35

ESPECIAL 11

“Logo após o terremoto que as-solou o Haiti em 12 de janei-

ro, houve um número muito grande de profissionais de saúde, das mais diversas áreas e especialidades, se voluntariando para prestar serviço em apoio às vítimas daquele país. O Gabinete de Crise, que foi ime-diatamente instalado sob a coor-denação do Gabinete de Segurança Institucional do GSI, havia decidi-do que o Ministério da Saúde (MS) seria o responsável pelo gerencia-mento do banco de dados de oferta de serviços de saúde e de doações de medicamentos. No dia 14, o DESAS/MD recebeu um e-mail do presidente da AMB, Dr. José Luiz Gomes do Amaral, encaminhan-do os recursos que estavam sendo disponibilizados pela associação”, informa o contra-almirante José Luiz de Medeiros Amarante Jr., diretor do DESAS/MD, traçando a cronologia de ações que viabiliza-ram a ação integrada da AMB com os órgãos oficiais.Segundo ele, a participação do DESAS/MD foi a de, junto com o MS, apoiar os pleitos da AMB nas reuniões do Gabinete de Crise do GSI. “A participação da AMB no apoio às vítimas do terremoto foi, sem dúvida alguma, de extrema importância para o Haiti, para a visibilidade do Brasil no cenário in-ternacional e para a classe médica

Ação integradabrasileira, destacando-se o pionei-rismo da sua atuação e da sua ini-ciativa independente de realizá-la. É uma grande lição aprendida para outras missões semelhantes, para se buscar maior agregação da AMB ao Gabinete de Crise que vier a ser instalado, para obter uma melhor coordenação de esforços e otimiza-ção de recursos que venham a tornar a resposta médica a desastres mais ampla, eficiente e com um fluxo de ressuprimento de material mais di-nâmico”, ressalta.Na opinião do oficial, todo o pessoal da AMB, que atuou no Haiti, ou era experiente em missões semelhantes,

como foi o caso dos Expedicionários da Saúde, ou era profissional de re-conhecida competência que não teria dificuldades em se agregar aos de-mais e atuar em condições de traba-lho diferentes daquelas encontradas em nossos grandes hospitais ou clí-nicas. Segundo ele, o preparo dessas equipes foi realizada pela própria AMB. A Marinha do Brasil atuou no navio italiano Cavour com uma equipe mista de profissionais de saú-de, composta por militares e por 10 civis do Grupo Hospitalar Conceição do Rio Grande do Sul.Amarante lembra que desde 2004 o Brasil vem coordenando a MINUS-

TAH com o apoio de um Batalhão de Infantaria da Força de Paz, de uma Companhia de Engenharia de Força de Paz e de um Grupa-mento Operativo de Fuzileiros Navais. “Em consequência da enorme destruição causada pelo terremoto, o qual comprometeu a infraestrutura governamental e a estrutura da ONU naquele país, o comandante da MINUSTAH, Gen. Bda. Floriano Peixoto Vieira Neto, assumiu temporariamente a coordenação das ações militares e humanitárias de apoio às vítimas. Além disso, o efetivo local foi au-mentado em mais 900 militares, após autorização do Congresso Nacional, e também foi acresci-do do Hospital de Campanha da Aeronáutica. “Em razão disso, as Forças Armadas brasileiras exer-ceram papel primordial de apoio logístico e operacional ao dispo-nibilizar meios (navios, aviões de transporte e hospital de cam-panha), recursos humanos e fi-nanceiros para a missão de ajuda humanitária ao Haiti. Ao todo, foram contabilizados 150 vôos da FAB, 4.644 pessoas e 3.991 toneladas de material (alimentos, água, medicamentos, equipamen-tos diversos, veículos, barracas e outros itens) transportados em aviões da FAB ou em navios da Marinha.

ocasião, colegas ortopedistas re-fizeram gessos em crianças que haviam sido tratadas, pois as fraturas estavam desalinhadas e certamente ficariam prejudica-das e com sequelas.

A cirurgiã pediátrica conta que o hospital em que esteve loca-da havia sido pouco abalado pelo terremoto, mas as condições de trabalho eram bem precárias: “a impressão é que a medicina de lá está uns 50 anos atrasada, em re-lação à nossa.” “Fizemos de tudo, desde limpeza até cirurgias, na maioria osteossínteses, em todo tipo de paciente. Eu sempre auxi-liava no tratamento de adultos e operava as crianças. Muitas vezes ainda circulava pelas salas e ajuda-va os anestesistas.”

De acordo com suas declara-ções, a jornada de trabalho era ininterrupta, pois mesmo à noite, a equipe médica era chamada para atender urgências.

Esse grupo permaneceu no

Haiti por 15 dias, alojado dentro do hospital, embora a recomen-dação fosse de ficar em barracas para evitar futuros acidentes, em casos de novos sismos. O moti-vo para isso foi que ao chegarem

ao hospital as barracas estavam inutilizadas devido a inundação; como estavam montadas em ter-reno aberto, com o esgoto cor-rendo em valas, a enchente con-taminou tudo.

O contra-almirante Amarante (no extremo da mesa) durante videoconferência técnica, realizada no MD, com o Hospital de Campanha da FAB no Haiti, o Ministério da Saúde e o Comando de Operações Aéreas, quando eram discutidos assuntos operacionais de saúde em apoio às vítimas.

Div

ulga

ção/

MD

As instalações, assim como as condições de trabalho, eram precárias.

Div

ulga

ção

Page 12: JORNAL DA CIPE - NÚMERO 34/35

ESPECIAL12

ESPAÇO DA AMB

1 - Merci! Thank you! Obrigado!2 – A lição de solidariedade que o Haiti nos ensinou3- Pense no Haiti“E não importa se olhos do mundo inteiro possam estar por um mo-mento voltados para o largo onde os escravos eram castigados (..) Se você for ver a festa do Pelô/ E se você não for/ Pense no Haiti/ Reze pelo Haiti/ O Haiti é aqui/ O Hai-ti não é aqui”. Os versos de Haiti, canção de Gilberto Gil e Caetano Veloso (1993), ganharam ainda mais força com a devastação pro-vocada pelo terremoto de 7 graus na escala Ritcher que atingiu o país em 12 de janeiro.Logo nas primeiras horas, médicos brasileiros, sensibilizados com a tragédia, procuraram a AMB para oferecer ajuda voluntária. Da soli-dariedade médica nasceu o projeto AMB-SOS Haiti, que organizou os esforços de saúde para auxiliar víti-mas do terremoto. O balanço geral é muito positivo: so-mando as diferentes manifestações, SOS Haiti começamos a fazer um quadro expressivo do que foi realiza-do e, sobretudo, o que resta a fazer.Foram enviados - por enquanto – três grupos (mais de 50 pesso-as entre profissionais de saúde e logística). Isso não seria possível sem a contribuição da ONG Expe-dicionários da Saúde, dos médicos brasileiros e das associações que se envolveram na iniciativa.

SOS Haiti *

Além dos médicos, os competentes enfermeiros foram fantásticos e fundamentais, bem como os técni-cos de radiologia. Para que nós lá estivéssemos e pudéssemos ter tra-balhado, muitos outros, no Brasil, colaboraram.Se Ricardo Affonso Ferreira não tivesse ousado, ido por sua conta e risco para o Haiti e encontrado o hospital Brenda Strafford, não terí-amos tido onde e como trabalhar. Foi ele que nos estimulou a desencadear uma ofensiva entre os colegas médi-cos brasileiros. A AMB não teria ido adiante sem o apoio da Associação Paulista de Medicina (APM) e das Sociedades Brasileiras de Anestesio-logia (SBA), Ortopedia e Traumato-logia (SBOT), Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), Neurocirurgia (SBNC), Nefrologia (SBN), Clínica Médica (SBCM), Pediatria (SBP), Cirurgia Pediátrica (CIPE) e Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC).No início da segunda semana após o terremoto, dispúnhamos de mais de 700 médicos alistados; ao final da quarta semana, quase 1000. Numerosos outros profissionais de saúde, enfermeiros, técnicos de radiologia e outros, inscreveram-se também. Instituições como a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Faculdade de Medi-cina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Sociedade Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), COLSAN e outras empre-

sas envolveram-se na organização e na doação de materiais e equipa-mentos essenciais. Faço menção es-pecial ao envolvimento de Ruy Bau-mer (FIESP) e Sérgio Timerman.O transporte e manutenção da se-gunda equipe foi financiado direta-mente pela AMB/APM/COLSAN/SPDM. Já a terceira turma só foi possível graças ao apoio da Força Aé-rea Brasileira, da UNIFESP (reitor Prof. Walter Albertoni), do Minis-tério da Educação (Ministro Prof. Fernando Haddad) e da AMB. A lo-gística contou com a atuação direta de Márcia Abdala, Luiz Macedo e Kennethy Ferrari (Expedicionários); Helena Fernandes, Lígia Lima e Nel-ci Mascarenhas (AMB), Capitão de Mar e Guerra Sérgio Zorovich, Na-cime Masur (SPDM). Além do apoio da médica Maria Cecília Damasceno na seleção das equipes.O embaixador do Brasil no Haiti, Igor Kipman, ofereceu-nos valioso incentivo. Os Almirantes Baltar (DSM – Marinha Brasileira) e José Luiz Amarante (Ministério da De-fesa) também ofereceram relevante orientação. Miriam Medeiros, ga-binete de Segurança Institucional da Presidência da República, au-xiliou-nos sobremaneira no trans-porte da terceira equipe do Rio de Janeiro ao Haiti. Inúmeras manifestações de apoio, entre elas de Alexandre Carva-lho (Universidade de Nova York), Dirceu Raposo (ANVISA), Ângela

Santana (CAPES) no Itamarati e no Ministério do Planejamento, ajudaram-nos a manter o projeto e o entusiasmo. Barry Strafford, diretor da Fundação Brenda Stra-fford, e Richard Duchesne, admi-nistrador desta instituição, foram fundamentais para que a missão continuasse.Santiago Hazin, ex-residente da UNIFESP que mora em Santo Domingo, nos apoiou e ajudou a encontrar maneiras de superar as dificuldades de praticar Medicina em um país arrasado.Nosso reconhecimento a todos que contribuíram de alguma forma com este projeto.

* Este texto foi originariamente publicado como Editorial na edição de março/abril de 2010 do Jornal da AMB (JAMB) e reproduzido aqui com a autorização do autor.

Dr. José Luiz Gomes do Amaral, presidente da Associação Médica Brasileira.

As equipes receberam medi-camentos e equipamentos doados pelo Brasil e por outros países, “coisas que nem aqui tinha visto, tudo da melhor qualidade, e des-cartável”, ressalta ela.

“Em nosso grupo havia um téc-nico de radiologia, que embora tra-balhasse em condições ruins, fez um excelente trabalho. Para exames de laboratório contávamos apenas com um aparelho para análises rápi-das, que faz medições com gota de sangue; todo o resto do diagnóstico tinha de ser feito pelo exame clinico mesmo” enfatiza.

No tocante ao campo cirúrgi-co pediátrico, a voluntária infor-ma que o atendimento contempla-va especialmente os casos em que houve complicações, fossem estas decorrentes das precárias condi-ções iniciais de socorro ou dos que sobreviveram a graves lesões.

Atualmente a Prof. Márcia Henna trabalha no Conjunto Hos-pitalar de Sorocaba, da Faculdade de Medicina da PUC, na prefei-tura de São Paulo e em hospitais particulares e de convênio de So-rocaba, além de dar atendimento em consultório. Com a enchente, essas barracas, que serviriam de alojamento, foram inutilizadas.

Div

ulga

ção/

AM

B

Page 13: JORNAL DA CIPE - NÚMERO 34/35

SERVIÇO EM FOCO 13

O primeiro serviço de cirurgia infantil de que se tem notícia

em São Paulo (SP), foi estrutura-do em 1902, na Santa Casa de Mi-sericórdia da capital, sob o título de Serviço de Ortopedia e Cirur-gia Infantil. Aliás, na prática, ela começou a ser exercida junto des-sa especialidade, passando depois para o campo da Pediatria e da Ci-rurgia Geral, antes de constituir identidade própria. “Os primei-ros cirurgiões eram autodidatas; se dedicavam à Cirurgia Infan-til, nome que foi conservado até a criação da CIPE, em 1964”, co-menta o Prof. Primo Curti, decano da CIPE, que foi o primeiro chefe do serviço no Hospital das Clíni-cas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Ele relata que este foi criado em 1951, “contando, então, com apenas dois leitos e nenhum assistente”. Em 1954, mudanças na estrutura curricular das facul-dades de medicina do país, elimi-naram as cátedras na USP, trans-formando os departamentos em disciplinas. Com a constituição da disciplina, o serviço passou a con-tar com três assistentes.

Vale destacar que o professor realizou o primeiro curso de Cirur-gia Infantil do estado de São Pau-lo, em 1952, na USP, e também foi autor do primeiro livro sobre a es-pecialidade editado no Brasil, Ci-rurgia Pediátrica, lançado em 1972.

O Prof. Primo Curti permane-ceu na chefia do serviço de Cirur-gia Pediátrica até meados de 1954, quando assumiu funções adminis-trativas junto a superintendência do HC, tendo de se afastar da área clínica. Foi sucedido na função pelo

Prof. Virgílio Alves de Carvalho Pinto. O Prof. Curti se manteve na superintendência do HC até 1979, tendo se aposentado em 1981.

Reconhecimento e saudade No Brasil, o Prof. Virgílio Alves

de Carvalho Pinto foi um dos pio-neiros na prática da especialida-de, sendo um dos primeiros a, em meados de 1950, buscar estágio no exterior, em hospitais pediátri-cos norteamericanos, a procura de aperfeiçoamento. São muitos os ci-rurgiões pediátricos a enfatizar sua influência sobre profissionais e so-bre a evolução da Cirurgia Pediátri-ca no Brasil. Além de atuar no HC, sua presença foi marcante no Hos-pital Matarazzo e também no Hos-pital Infantil Darcy Vargas, todos em São Paulo. Isso sem contar que foi um dos idealizadores e presiden-te da CIPE de 1964 a 1968, nas pri-meiras duas gestões.

Frutos do pioneirismo de alguns e do esforço de muitosO desenvolvimento da Cirurgia Pediátrica no Brasil está intimamente ligado ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), ao seu Instituto da Criança (ICr) e aos que coordenaram a disciplina desde seus primórdios

o Prof. João Gilberto Maksoud pro-cura recuperar a imagem de seu an-tecessor, já falecido, com quem con-viveu por muitos anos.

Ele afirma ter assumido a che-fia do serviço de Cirurgia Pediátri-ca do Instituto da Criança (ICr) do HC-FMUSP em meados de 1981, cerca de três anos antes de ser em-possado como professor titular do Departamento de Cirurgia da FMUSP, ao qual a disciplina per-tencia à época.

“Exerci a função de professor ti-tular de 1984 a 2007, quando fui aposentado ao completar 70 anos, em cumprimento ao estatuto da USP, embora tivesse ainda grande vontade e disposição para o traba-lho, para operar casos complexos e criar novos desafios. Senti que ain-da faltava muito a cumprir, crescer e melhor preparar o futuro”, comenta, com uma ponta de amargura.

CarênciasO ICr foi criado em julho de

1970, com o objetivo de prestar assistência de alta complexidade e de excelência ao recém-nascido, à criança e ao adolescente, por meio de atendimento interdisciplinar, integrado ao ensino e à pesquisa. Mas embora inaugurado oficial-mente em 1976, as obras só fo-ram concluídas anos depois.

O Prof. Maksoud conta que, ao assumir o cargo de professor ti-tular, “as instalações da enfermaria de Cirurgia Pediátrica do HC eram muito precárias, com poucos lei-tos, estrutura deficiente e localiza-

da anexa à enfermaria de Coloproc-tologia (!), criando ambiente de alta contaminação”. Mas, segundo ele, logo depois foi construído o Insti-tuto da Criança Prof. Pedro da Al-cântara – nome dado em homena-gem ao grande pediatra, inovador da Pediatria moderna –, “onde pas-samos a ter excelente ambiente de trabalho e centro cirúrgico primo-roso”. Para o especialista, o mérito deste novo serviço foi o de iniciar suas atividades em ambiente propí-cio, com uma especialidade já con-solidada, graças ao esforço e dedica-ção dos antecessores.

Quanto à equipe cirúrgica, ele relata que, no início, havia poucos profissionais em atividade. “Res-salto o trabalho dos Drs. Fauze Calil Adde, grande figura huma-na e excelente profissional, Primo Curti, Mario Arra, Geraldo Mo-desto e Vilhena de Moraes, que logo foi chefiar o recém-inaugura-do Hospital dos Servidores de São Paulo”, menciona.

Com relação ao corpo de enfer-magem, o professor lembra que no início as enfermeiras faziam rodí-zio por todas as especialidades ci-rúrgicas, mas que, com o tempo, se especializaram em Cirurgia Pe-diátrica “e passaram a ser, como são sempre, o braço direito do ci-rurgião”. Ele também relata que o serviço não tinha anestesistas, en-doscopistas e radiologistas invasi-vos próprios, comentando: “hoje somos privilegiados em poder con-tar com colegas especializados, de extrema competência.”Prof. Primo Curti

Arq

uivo

/CIP

E

“Foi com muito orgulho que substituí o Prof. Virgílio, um ícone da Cirurgia Pediátrica brasileira; ho-mem bom, afável e empreendedor, que durante toda a sua vida se dedi-cou a engrandecer e promover a Ci-rurgia Pediátrica e torná-la uma es-pecialidade cirúrgica reconhecida e admirada. Exalto seu grande esfor-ço neste sentido, pois teve que su-perar disputas depreciativas e até jocosas de famosos cirurgiões da época, que negavam, por óbvia con-veniência, a nova especialidade. Foi uma luta bonita e desafiadora, a qual reconhecemos e exaltamos, pois caso contrário estaríamos, ain-da hoje, engatinhando e tentando moldar a Cirurgia Pediátrica como especialidade cirúrgica.” Com es-sas palavras, de sincera admiração,

Fachada atual do Instituto da Criança (ICr).

Div

ulga

ção/

ICr

Prof. Virgílio Alves de Carvalho Pinto

Pris

cilla

Oliv

eira

/ICr

Page 14: JORNAL DA CIPE - NÚMERO 34/35

SERVIÇO EM FOCO14

“Evolução vertiginosa”Durante sua gestão, o núme-

ro de cirurgias, inclusive de mé-dia e grande complexidade, teve evolução vertiginosa, não só em quantidade, mas também em qua-lidade. “Aprimorou-se o tratamen-to, obtendo-se, assim, resultados positivos nas cirurgias do recém-nascido”, menciona o Prof. Mak-soud como exemplo, acrescentan-do que, com isso, “a sobrevida de pacientes com atresia de esôfago – sem complicações mórbidas gra-ves, cardiopatias congênitas graves ou outras malformações graves as-sociadas – alcança 100%”.

Nesse período, também se ele-va, de forma significativa, o volume de cirurgias de alta complexidade realizadas, em virtude da implanta-ção do programa de transplante he-pático. “Nosso primeiro transplan-te hepático foi realizado em 9 de setembro de 1989 e, até o final da minha gestão, em junho de 2007, foram realizados 389 transplantes em crianças, com índice de sobre-vida semelhante aos alcançados pe-los grandes centros internacionais”, declara, enfatizando que o progra-ma foi gratificante para o serviço. O professor explica que esse total incluiu transplantes de doador ca-dáver e intervivos, revelando que a sobrevida dos transplantados foi excepcional e o índice de morta-lidade dos doadores vivos foi 0%. “Nunca tivemos de lamentar óbito em doador vivo, o que seria desas-troso em programa desta natureza.”

Nesta ocasião, de acordo com suas informações, o número total de cirurgias realizadas no serviço oscilava entre mil e 1,2 mil por ano.

O Prof. Maksoud descreveu os avanços científicos obtidos no pe-ríodo em que esteve à frente do serviço, atendo-se a quatro, que julga essenciais. O primeiro refere-se ao “nascimento de um espírito de exercer a especialidade com ex-

celência, procurando reconhecer onde e porque ocorreram os erros, sem cobrança, e o aprimoramen-to constante, visando a próxima ci-rurgia. Ele também cita a criação do Laboratório de Investigação em Ci-rurgia Pediátrica , “um dos inúme-ros LIMs instalados pela inspiração do Prof. Carlos da Silva Lacaz, dire-tor saudoso da FMUSP”. Os LIMs propiciaram a formação de núcleos em várias especialidades, fato iné-dito até então, que abriram espaço para trabalhos experimentais e esti-mularam a investigação.

Para o professor, o maior avan-ço foi, de fato, a implantação e o su-cesso do programa de transplante hepático infantil no ICr, “talvez o único no Brasil a ser dirigido, con-duzido e realizado exclusivamente por cirurgiões pediátricos, inclusive nas cirurgias dos doadores adultos”. E destaca a contribuição dos Drs. Paulo Chapchap, Marujo e Eduardo Carone na sua implantação.

“Outro avanço que julgo de im-portância para a Cirurgia Pediátrica foi a implantação da residência mé-dica da especialidade”, pois, segundo ele, a partir de então é que foi pos-sível formar especialistas, que pas-saram a chefiar serviços em vários estados do país. O Prof. Maksoud também declara que, em seguida, foi definido que, no serviço, para in-gressar na residência de Cirurgia Pe-diátrica o aluno tinha de cumprir previamente dois anos de Cirurgia Geral, prática largamente adotada no exterior. “Hoje esse conceito está definitivamente estabelecido pela CIPE, embora, no início, sua implan-tação no Brasil tenha criado muitas resistências e críticas”, arremata.

Atualmente o Prof. João Gil-berto Maksoud ministra palestras e cursos, quando convidado, e con-tinua com sua clínica própria, re-alizando cirurgias “com o mes-mo prazer e satisfação de sempre, pois, para o cirurgião, é o mais gra-tificante estímulo para a vida feliz”.

Atualidade A partir de julho de 2007, com a

aposentadoria do Prof. Maksoud, o Prof. Uenis Tannuri assume a che-fia do serviço de Cirurgia Pediátrica do ICr e também do Laboratório de Cirurgia Pediátrica (LIM-30).

Ele considera como os maiores méritos do serviço dar atendimen-

to global às crianças com afecções cirúrgicas e, principalmente, casos complexos, de difícil solução, vindos de todo Brasil e América do Sul. Este serviço de Cirurgia Pediátrica é um dos poucos do Brasil e do mundo em que se realizam rotineiramente transplantes hepáticos, com doador cadáver e doador vivo. “Se levarmos em conta que o ICr do HC-FMUSP é um hospital público, pode-se di-zer que as deficiências são mínimas, pois dispomos de inúmeros recur-sos técnicos, modernos e sofistica-dos, além de um selecionado corpo de médicos e especialistas”, avalia, complementando: “conseguimos realizar cirurgias da mais alta com-plexidade, com eficiência compara-da aos grandes centros do mundo.”

De acordo com suas declara-ções, o serviço realiza, em média, 250 cirurgias por mês, das quais cerca de 80% são de grande porte, especialmente transplantes de fí-gado, correções de graves malfor-mações congênitas do aparelho di-gestivo e geniturinário e de outros órgãos, ressecções de grandes tu-mores, entre outras. Os 20% res-tantes são intervenções menores, da rotina em Cirurgia Pediátrica.

Ele conta que desde que assu-miu a chefia conseguiu elevar a efi-ciência do centro cirúrgico da ins-tituição, com expressivo aumento do número de cirurgias mensais, que antes era de 120 a 130 proce-dimentos. Também houve aumen-to do número de residentes: “hoje temos três residentes de Cirurgia Pediátrica e um residente do sexto ano, exclusivamente em transplan-te hepático.” Em paralelo, segundo o professor, ocorreu o incremento das atividades de ensino de gradu-ação, de pós-graduação e de pesqui-sa, com expressivo crescimento no número de publicações científicas em revistas com alto impacto.

No momento o serviço conta com 11 cirurgiões, 15 anestesis-tas, três endoscopistas e um gran-de corpo de enfermagem.

Indagado sobre os projetos de curto e médio prazo que pretende instituir no serviço, o Prof. Uenis Tannuri – que é professor titular da disciplina de Cirurgia Pediátrica da FMUSP e responde atualmente pela vice-presidência do conselho diretor do ICr – anuncia “a eleva-ção da eficiência do serviço, para

aumento do número de transplan-tes hepáticos, além de iniciar o pro-grama de transplante de intestino delgado, inédito em nosso meio”.

Reconhecimento merecidoDado o alto padrão dos serviços

prestados, ao longo de sua histó-ria o serviço vem sendo reconheci-do no Brasil e internacionalmente. Isso sem contar prêmios e distin-ções recebidas pela equipe docente e cirúrgica que o integra.

Conforme informações do Prof. Uenis, em setembro de 2007, em Buenos Aires (Argentina), a institui-ção recebeu o prêmio Young Investi-gators’ Award, concedido durante o II World Congress of the World Fe-deration of Associations of Pediatric Surgeons (WOFAPS) e o VII Con-gress of the Federation of Pediatric Surgical Association of the South Cone of America (CIPESUR). O tra-balho premiado – Experimental mo-dels of liver regeneration in growing animals. Histological and molecular studies, and evaluation of the effects of immunosupressants – teve como au-tores, além do próprio Prof. Uenis, Ana Cristina Aoun Tannuri e Maria Cecilia Mendonça Coelho. O traba-lho foi selecionado entre os 950 te-mas apresentados no evento.

Em setembro de 2009, os Drs. Ana Cristina Aoun Tannuri, Uenis Tannuri, Nelson Elias Mendes Gi-belli,  Ali A Ayoub, Antonio Leal e Fabio de Barros, autores do traba-lho Tratamento cirúrgico dos tumores hepáticos  em crianças: lições aprendi-das com o transplante de fígado, rece-beram o prêmio Prof. Virgilio Carva-lho Pinto. Esse prêmio foi conferido pela CIPESP ao melhor trabalho científico apresentado durante o XII  Congresso Brasileiro de Urolo-gia Pediátrica, o VII Congresso Pau-lista de Cirurgia Pediátrica e a Jor-nada Brasileira de Transplante de Órgãos em Pediatria, realizados em São Paulo (SP), naquela data.

Prof. João Gilberto MaksoudA

rqui

vo/C

IPE

Prof. Uenis Tannuri

Arq

uivo

/CIP

E

Page 15: JORNAL DA CIPE - NÚMERO 34/35

DESTAQUES 15

De 14 a 18 de novembro de 2010 será realizado no Ouro

Minas Palace Hotel, em Belo Hori-zonte (MG), o XXX Congresso Bra-sileiro de Cirurgia Pediátrica, o XIII Congresso Brasileiro de Urologia Pediátrica, o II Congresso Brasilei-ro de Cirurgia Pediátrica Vídeo-As-sistida e a II Jornada Brasileira de Transplante de Órgãos em Pedia-tria. Além disso, antecedendo os congressos, serão oferecidos cur-sos de atualização em Cirurgia Pe-diátrica Oncológica, Urológica e de Trauma, bem como em temas ge-rais de Cirurgia Pediátrica.

A programação dos temas já foi concluída e começa a ser di-vulgada no site dos eventos e por meio do encarte que acompanha este jornal. Quanto aos palestran-

tes, a diretoria da CIPE, que par-ticipa ativamente da organiza-ção dos congressos, informa que já estão confirmadas as presen-ças dos Profs. Paul Kwong-Hang Tam (Hong Kong), Bhaskar Rao (EUA), Rafael Gosalbez (EUA), Steve Rothenberg (EUA), Martin Eichelberger (da Safe Kids Inter-nacional), Paul F. Austin (EUA) e Peter C. W. Kim (Canadá). “Mas ainda aguardamos a confirmação da presença de outros convidados internacionais e também nacio-nais”, revela o presidente da CIPE, Prof. José Roberto Baratella.

Além desses, os eventos deve-rão contar com a participação de diversos representantes da Amé-rica do Sul, como os Drs. Eduardo Ruiz, Patricio Varela, Hector Alber-

XXX Congresso Brasileiro de Cirurgia PediátricaCIPE divulga programação preliminar com os temas dos congressos e cursos de atualização

XIV Congresso Brasileiro de Urologia PediátricaO XIV Congresso Brasileiro de Urologia Pediátrica já tem local e mês definidos. A previsão é que seja realizado em junho de 2011, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Os preparativos já foram iniciados.

to Pacheco Cesar e Juan Jose Es-cauriza. Para isso irá contribuir a realização, no dia 14 de novembro, nas dependências dos congressos, de reunião administrativa da As-sociação de Cirurgia Pediátrica dos Países do Cone Sul da América (CI-PESUR), com a presença de presi-dentes e delegados das entidades da Argentina, Bolívia, Chile, Para-guai, Uruguai e Brasil.

As inscrições já estão abertas e podem ser realizadas por meio do site dos congressos, acessível pelo respectivo banner existente no site da CIPE. Em breve, esta-rá sendo divulgada a programação definitiva dos eventos e outras in-formações valiosas. Acompanhe a evolução dos preparativos no por-tal dos eventos e participe.

III Jornada Brasileira de Residentes de Cirurgia Pediátrica Em outubro de 2011, em São Paulo (SP), será promovida pela CIPE a III Jornada Brasileira de Residentes de Cirurgia Pediátrica. Em conjunto será organizado o Simpósio das Ligas Acadêmicas de Cirurgia Pediátrica.

AGENDA 2011

Entre os dias 19 e 21 de novembro de 2010, na

capital mineira, logo após o término dos congressos, será realizado exame para Título de Especialista (TE) em Cirur-gia Pediátrica.As provas – oral e escrita – se-rão preparadas e ministradas pela Comissão de Ensino e Título de Especialista da enti-dade (CETE-CIPE). Mais infor-mações estarão disponíveis no site da CIPE.

Título de Especialista 2010: provas ocorrem após os congressos

Page 16: JORNAL DA CIPE - NÚMERO 34/35

DESTAQUES16

O presidente da CIPE entrega a placa de homenagem ao Prof. Primo Curti.

Na manhã do dia 30 de janei-ro, foi realizada, de um modo

especial, a comemoração do 46º aniversário da CIPE. No auditório da Associação Médica Brasileira (AMB), em São Paulo (SP), estive-ram reunidos cerca de 20 cirur-giões pediátricos, entre os quais alguns sócios-fundadores da en-tidade, que procuraram resgatar um pouco da história da Cirurgia Pediátrica e de sua associação.

O Prof. Dr. Primo Curti, de 92 anos, decano da CIPE, relatou os primórdios da especialidade em São Paulo (SP) e o trabalho dos pioneiros em hospitais, como Ma-tarazzo e Servidor Público do Esta-do e Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Ele comentou que ini-cialmente a Cirurgia Pediátrica era exercida por cirurgiões gerais, sem formação específica, já que a disci-plina não era oferecida nas escolas de medicina, e também foi men-cionado que esta geralmente apa-recia ligada à ortopedia pediátrica.

O Prof. Curti contou que, bus-cando aprimoramento, em mea-dos de 1950, ele e o Prof. Virgílio Alves de Carvalho Pinto realiza-ram estágios em hospitais pedi-átricos dos Estados Unidos e, ao retornar, procuraram disseminar seus conhecimentos no Brasil.

Durante a reunião foi lembra-do o trabalho dos precursores da Ci-rurgia Pediátrica no Brasil, além dos já mencionados, como o dos Profs. José Pinus, Roberto de Vilhena Mo-raes, Plínio Campos Nogueira e Fá-bio Dória do Amaral, entre outros.

Ao lado dos Profs. Curti e José Roberto Baratella, presiden-te da CIPE, o Dr. Plínio Nogueira também integrou a mesa do even-to. Entusiasta da especialidade, ele se declarou “satisfeito de fazer parte da formação da CIPE”, con-siderando que “a criança tem ca-

racterísticas próprias e, como tal, tem de receber os cuidados ade-quados a sua formação”.

Ele revelou que o primeiro es-tatuto da CIPE previa a realização de reuniões científicas, o estabele-cimento de normas para a forma-ção dos profissionais, a promoção de cursos de formação e de exa-mes para a concessão do título de especialista.

Ao longo da manhã, diver-sos cirurgiões pediátricos presen-tes, como os Profs. Carlos Teixeira Brandt (de Pernambuco), Roberto Gomes Dias (Minas Gerais), José Carnevale, José Osório de Olivei-ra Lira, José Luís Martins e Albany Braz da Silva (São Paulo), entre ou-tros, trouxeram suas experiências e abordaram o desenvolvimento da especialidade em diversos hos-pitais e regiões do país, a evolução das técnicas cirúrgicas e dos resul-tados, assim como cirurgiões que tiveram trajetória marcante, tanto na divulgação da Cirurgia Pediátri-ca como disciplina – e no seu exer-cício – quanto no fortalecimento da entidade. Entre estes, o Prof.

Memória da CIPEA CIPE busca recuperar sua história, por meio de reuniões periódicas, com a presença de especialistas que contribuíram ativamente para sua trajetória

José Pinus foi citado por sua tra-jetória profissional e também por ter sido o responsável pela aquisi-ção da sede própria da CIPE, quan-do foi seu presidente, considera-da como grande conquista para a entidade e seus associados. O Dr. Manuel Reis Gonçalves Salvador também foi mencionado, por sua profícua trajetória e por seus esfor-ços visando a informação e a for-mação profissional dos jovens ci-rurgiões pediátricos.

Quando se encerraram as ma-nifestações, o Prof. Baratella, em nome da diretoria da CIPE, entre-gou ao Prof. Primo Curti uma pla-ca de homenagem, destacando sua importância na história da Cirur-gia Pediátrica e de sua associação

nacional. Considerando “gratifican-te receber essa homenagem”, ele agradeceu a Deus pelas suas “duas mães”: sua primeira mãe, que lhe garantiu a formação profissional, e sua esposa, com quem está casado há 51 anos e lhe deu “condições de se dedicar à profissão”.

No encerramento do even-to, os presentes foram unânimes em elogiar a iniciativa, a qual, se-gundo o presidente da associação, “deverá ser repetida dentro de al-guns meses”.

O conteúdo desta e de futuras reuniões, como a que foi marcada para 3 de julho, deverá ser utilizado na elaboração da história da CIPE e da Cirurgia Pediátrica no Brasil, um projeto de longo prazo.

Arq

uivo

/CIP

E

(Da esq. para a dir.) Dr. Plínio Nogueira e os Profs. Primo Curti e José Roberto Baratella.

Arq

uivo

/CIP

E

“Prof. Primo Curti: “é gratificante receber essa homenagem.”

“Dr. Plínio Nogueira: “sinto-me satisfeito de fazer parte da formação da CIPE.”

Page 17: JORNAL DA CIPE - NÚMERO 34/35

CIPE INFORMA 17

A CIPE tem o prazer de divul-gar a relação de aprovados

no exame para o Título de Espe-cialista (TE) 2010 – Categoria Es-pecial, realizado entre os dias 16 e 18 de abril, em Curitiba (PR).

Os novos especialistas são: Dr. Jarbas Valente dos Santos (PR),

Aprovados no exame de TE 2010 – Categoria Especial

No dia 26 de maio, em Brasí-lia (DF), a Dra. Roselle Bu-

garin Steenhouwer, secretária da CIPEBRAS, participou de reu-nião da comissão de Fiscalização do Conselho Federal de Medicina (CFM) com representantes das sociedades de especialidades. Na ocasião, foi discutida a  necessi-dade de reformulação do Manual de Fiscalização do CFM e solici-tado a cada sociedade a apresen-tação de sugestões.

De acordo com informações da Dra. Roselle, essa reunião se reveste de particular importân-cia pois, “por vez primeira o CFM toma as rédeas da regulamenta-ção dos procedimentos médicos; o manual reformulado servirá de

base para a fiscalização que será feita pelo próprio conselho”.

Conforme seu relato, o co-ordenador da comissão, Dr. Emmanuel Fortes, afirmou na oportunidade que essa ação se-ria um marco na medicina. Ele comentou que por muitos anos a função dos conselhos foi con-fundida com atividades sindi-

Manual de Fiscalização do CFM em discussão Deverão ser criados novos padrões, que garantam a existência de condições mínimas para a prática de cada especialidade

cais, mas que, nos últimos 10 anos, estes têm modificado seu perfil de ação, na defesa dos mé-dicos, e principalmente na cria-ção de regras e métodos que permitam aos profissionais ve-rificar os caminhos seguros para o exercício da medicina. Duran-te a reunião, ele explicou aos presentes a dinâmica para cons-

““Por vez primeira o CFM toma as rédeas da regulamenta ção dos procedimentos médicos.”

trução dos modelos de consul-tórios e ambulatórios, que de-verão apresentar o mínimo necessário para a execução do trabalho médico, de acordo com as necessidades de cada espe-cialidade, ressaltando que o pa-drão e as regras de fiscalização seriam aplicadas para todos, igualmente, em todo o Brasil. 

“No primeiro estágio, a análi-se do conselho estará concentra-da sobre as práticas de consultório das diferentes especialidades. O órgão quer que sejam definidos os níveis de complexidade de inter-venções em consultório e os equi-pamentos mínimos necessários para garantir a segurança do binô-mio médico/paciente”, revelou.

CFM pede a colaboração das sociedades de especialidades na reformulação do manual.

Dra. Josiane Euzébia Bernartt Za-nellato (PR), Dr. Marcelo Calcagno da Silva (MG) e Dr. Miguel Ângelo Stremel Andrade (PR).

Este exame foi especialmen-te destinado a profissionais for-mados há 15 ou mais anos e que exerciam a especialidade há

pelo menos 10 anos. Na avalia-ção, os membros da Comissão de Ensino e Título de Especia-lista da CIPE (CETE-CIPE), res-ponsável pelo exame, levaram em conta a vivência e a práti-ca dos candidatos, assim como seus currículos.

Div

ulga

ção

Page 18: JORNAL DA CIPE - NÚMERO 34/35

CIPE INFORMA18

Acompanhe a vida da CIPE pelo site da entidade. Além

das notícias, das agendas de congressos e jornadas, de cur-sos e das reuniões da diretoria, em Deliberações da Diretoria, o interessado pode encontrar os temas discutidos nesses encon-tros mensais, assim como as de-cisões tomadas.

Mantenha-se informado e participe da associação.

Novos associados

Relação de associados no site

Cresce o número de Ligas Acadêmicas

Deliberações da diretoria

A CIPE tem o prazer de divul-gar a relação de novos asso-

ciados, que passaram a integrar o quadro associativo da entida-de neste primeiro semestre de 2010. São eles: Drs. Agner Ale-xandre Moreira (MG), Cláudia Giselle Santos Areas (PA), Edu-ardo Capela Galeazzi (SP), Ju-liana Nosenzo de Barros (SP), Maria de Fátima Galli Sori-ta Tazima (SP), Roneyara Rosa Valamiel (MG) e Yvone Avallo-ni de Morais Villela A. Vicente (SP).

Com frequência a CIPE re-cebe solicitações de indica-

ção de cirurgiões pediátricos, por parte de pais e responsáveis por crianças. Por uma questão ética, a entidade sempre se furtou de atender a esse tipo de demanda. Porém, para auxiliar essas pesso-as na busca por especialistas ti-tulados e, ao mesmo tempo, di-vulgar seus associados, a partir de junho a entidade incluiu no seu site, na página de Associados, acessível pela barra lateral, a rela-ção de seus sócios titulares – mé-dicos que exerçam a Cirurgia Pe-

A CIPE foi informada sobre a criação de três novas Ligas

Acadêmicas de Cirurgia Pediá-trica. A primeira Liga Acadêmi-ca de Cirurgia Pediátrica (LACI-PE) de que se teve notícia, havia sido criada na Faculdade de Me-dicina da Universidade Federal da Bahia, em novembro passa-do. Este ano, foram instituídas ligas em Pernambuco, na Uni-versidade Federal de Pernam-buco (Liga Acadêmica de Cirur-gia Pediátrica de Pernambuco), em Minas Gerais, na Universi-

dade do Vale do Sapucaí (Liga Acadêmica de Cirurgia Pediá-trica LACIPE-UNIVAS), assim como no Piauí.

A CIPE procura estimular a constituição desse tipo de orga-nização acadêmica, que tem por objetivo difundir a especialidade e despertar o interesse nos estu-dantes de medicina. Assim, já es-tão disponíveis no site da asso-ciação os estatutos das ligas de Pernambuco e de Minas Gerais, assim como o link para o site da LACIPE-BA.

Eleições da CIPE Associados devem enviar os votos à entidade até 5 de novembro

A CIPE definiu o cronograma eleitoral da entidade, para

a escolha da nova diretoria e do conselho fiscal, em consonância com o que reza seu estatuto. O período para a inscrição de chapas será de 10 de agosto a 10 de se-tembro próximo. Até o dia 10 de outubro a CIPE enviará as cédu-las de votação a todos os associa-dos quites com a entidade, assim como para os remidos.

Para que os votos sejam com-putados, estes deverão estar na sede da associação até o dia 5 de novembro. A apuração será efetu-ada pela Comissão Eleitoral (a ser oportunamente composta) no dia 10 de novembro, a partir das 14h, na sede da CIPE.

(Veja mais detalhes no edital publi-cado nesta seção e também disponí-vel no portal da CIPE e da AMB.)

diátrica e possuam o título de especialista concedido pela CIPE e AMB – em dia com suas obrigações perante a CIPE, referentes aos anos de 2009 e 2010.

Em breve, a associação também divulgará a lista dos associados participantes – pro-fissionais que exerçam a Cirurgia Pediátrica e não possuam o título de especialista acima mencionado –, em dia com suas obrigações pe-rante a CIPE, referentes aos anos de 2009 e 2010.

Quem possuir o título de es-pecialista pela CIPE e seu nome não constar da relação divulga-da, deve entrar em contato com a entidade, para regularizar sua situação.

Page 19: JORNAL DA CIPE - NÚMERO 34/35

CIPE INFORMA 19

JULHO Congress of The British Association of Paedriatic Surgeons (BAPS) 2010De 22 a 24 de julho.Aberdeen – Escóciawww.baps.org.uk

AGOSTO III Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas – Criança 2010De 28 a 31 de agostoCuritiba – PRwww.crianca2010.org.br

SETEMBRO Congresso Paulista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões/XVII Assembléia Cirúrgica do CBC São PauloDe 23 a 25 de setembroSão Paulo – SPwww.cbcsp.org.br/hotsite

BIÊNIO 2010/2012

O Secretário Geral da CIPE, Prof. Dr. José Carnevale, no uso de uso de suas atribuições legais e de acordo com o Capítulo 14 dos Estatutos, declara aberto a partir de 10 de agosto de 2010 o período para inscrição de chapas concorrentes à eleição da Diretoria e do Conselho Fiscal da Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica, para o biênio 2010/2012.

As chapas concorrentes para os cargos da diretoria deverão ser constituídas por: Presidente, Primeiro Vice-Presidente, Segundo Vice-Presidente, Secretário Geral, Primeiro Secretário, Segundo Secretário, Primeiro Tesou-reiro, Segundo Tesoureiro, Diretor de Patrimônio, Diretor de Publicações e Diretor de Relações Internacionais. Es-tatutariamente, deverão residir na cidade sede da CIPE um dos Vice-Presidentes (caso o candidato a Presidente não resida em São Paulo), além do Secretário Geral, de um dos Tesoureiros e do Diretor de Patrimônio.

As chapas concorrentes ao Conselho Fiscal deverão ser constituídas por seis membros, sendo três Titulares e três Suplentes.

Só serão aceitos para inscrição, em qualquer das chapas, os Associados Titulares em dia com as suas obriga-ções com a Tesouraria e os Remidos.

A inscrição de chapas deverá ser feita por meio de carta ou fax endereçado ao Secretario Geral da CIPE, en-cerrando-se este prazo às 19h00 de 10 de setembro de 2010.

A Eleição será realizada por meio de voto por correspondência. As cédulas serão encaminhadas aos sócios de todas as categorias que se encontrarem aptos para votar (quites com a Tesouraria), até 10/10/2010 e deverão ser enviadas de volta à sede da CIPE até as 18h00 de 05 de novembro de 2010. A apuração dos votos dar-se-á em 10 de novembro de 2010, a partir das 10h00, também na sede da CIPE, em ato público e será presidida por Co-missão Eleitoral designada pela Diretoria.

Este Edital será publicado no Jornal da CIPE, no site da CIPE (www.cipe.org.br) e da AMB (www.amb.org.br), além de ser enviado a todos os presidentes das Estaduais/Regionais, para ampla divulgação.

São Paulo, 20 de julho de 2010.

Prof. Dr. José Carnevale Secretário Geral

EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA A ELEIÇÃO DOS COMPONENTES DOS CARGOS DA DIRETORIA E DO CONSELHO FISCAL DA CIPE

CNA pontua eventos internacionais

Em resposta à solicitação da CIPE, de pontuação para os

especialistas participantes de eventos científicos ocorrido no exterior, a Comissão Nacional de Acreditação (CNA) informou que, para que esses pontos possam ser creditados aos interessados, as cópias comprobatórias da par-ticipação devem ser encaminha-das à sede da Associação Médica Brasileira (AMB), aos cuidados da CNA, com folha de rosto conten-do nome, CPF e e-mail.

O endereço da AMB é: Rua São Carlos do Pinhal, 324 – Bela Vista – 01333-903 – São Paulo – SP.

AGENDA 2010

Veja aqui os eventos nacionais e internacionais relacionados à Cirurgia Pediátrica e programados para ocorrer entre julho e novembro de 2010.

XI Congresso Brasileiro de Oncologia PediátricaDe 29 de setembro a 2 de outubroCuritiba – PRwww.sobope2010.org.br

OUTUBRO III Congress of The World Federation of Associations of Pediatric Surgeons (WOFAPS)De 21 a 23 de outubroBombaim – Índia www.pedsurgery.in www.wofaps.org

NOVEMBRO XXX Congresso Brasileiro de Cirurgia Pediátrica, XIII Congresso Brasileiro de Urologia Pediátrica, II Congresso Brasileiro de Cirurgia Pediátrica Vídeo-Assistida e II Jornada de Transplantes de Órgãos em PediatriaDe 14 a 18 de novembroBelo Horizonte – MG www.congressoscipe.com.br

N.R.: Consulte regularmente a Agenda disponível no site da CIPE, para se manter atualizado sobre a programação de atividades.

Reuniões de diretoriaAs reuniões da diretoria da CIPE ocorrem mensalmente, sempre aos sábados, a partir das 9h30, na sede da entidade, em São Paulo (SP), e são abertas aos associados.Verifique no site as datas das reuniões programadas para os próximos meses e participe.

Page 20: JORNAL DA CIPE - NÚMERO 34/35

NOTÍCIAS DAS ESTADUAIS20

No dia 30 de março, mais de 20 cirurgiões pediátricos

participaram da reunião científi-ca da CIPERJ, realizada no Cen-tro de Estudos Prof. Dr. José Dias Rego, situado no Prontoba-by - Hospital da Criança, na Ti-juca, na Zona Norte da capital fluminense.

Após a exposição de caso clí-nico cirúrgico de recém-nasci-do pela Dra. Dra. Nídia Moreno, o Dr. Edward Esteves, palestran-

Reuniões científicas da CIPERJ Drs. Edward e Max apresentam palestras

Boas perspectivas para residência e sobreavisoCIPERJ pede aos associados o envio de informaçõesOs médicos na Bahia estão exi-

gindo das operadoras de pla-nos de saúde o fim das disparidades nos valores dos honorários, as quais prejudicam pacientes e prestado-res de serviços. Em maio, duran-te assembleia promovida conjun-tamente pela Associação Bahiana de Medicina (ABM), Sindicato dos Médicos da Bahia (SINDIMED) e Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (CREMEB), foram divulgados números alarmantes, referentes à última década.

Os dados revelam que nesse pe-ríodo as operadoras praticaram re-ajuste total de 131% sobre o valor das mensalidades pagas pelos usu-ários dos planos, enquanto o valor do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) acumulado nesses dez anos ficou em 90,73%. Já o aumento dos honorários pagos aos médicos nes-se mesmo período foi de apenas 60%, o que representa menos da metade do reajuste autorizado pela Agência Nacional de Saúde (ANS) e repassado aos usuários.

Distorções na saúde suplementarMovimento pede aplicação dos valores referenciais da CBHPM

Em agosto do ano passado, os cerca de 25 cirurgiões pediá-

tricos que fazem clinica particular no Distrito Federal deram início a movimento visando a remune-ração dos plantões a distância e a revisão dos valores pagos pelos procedimentos pelos convênios. Até o primeiro semestre de 2010 foram fechados acordo com dez hospitais, sendo que em um deles o acordo foi sacramentado pelo Ministério Público.

De acordo com declarações do Dr. Lucas Cardoso Veras Neto, presidente da Associação dos Ci-rurgiões Pediátricos do Distrito Federal (CIPEBRAS), que coorde-nou o movimento, este atingiu seus objetivos. “Desejávamos ser remunerados pelos plantões al-cançáveis, pois atendíamos, rece-bendo o valor ínfimo de um pa-recer, a qualquer hora do dia  ou

BAHIA RIO DE JANEIRO

No dia 7 de junho, ocorreu no Rio de Janeiro (RJ) a reunião

entre os chefes de serviço de Ci-rurgia Pediátrica e as diretorias da Associação de Cirurgia Pediátrica do Estado do Rio de Janeiro (CI-PERJ) e do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Ja-neiro (CREMERJ).

Na ocasião foi decidido que as duas instituições atuarão jun-tas e, para isso, serão elaborados dois documentos: um destinado à rede pública, no qual serão apre-sentados relatos sobre as condi-ções de trabalho nos hospitais municipais, estaduais e federais, citando casos e, ainda, o descum-primento da resolução da Agên-cia Nacional de Vigilância Sanitá-ria (ANVISA), que obriga a se ter um cirurgião pediátrico de plan-tão em caso de haver UTI Neo-

natal, e a de número 1.834/2008 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que estabelece o sobreavi-so médico remunerado; o outro, para a rede privada, servirá para a CIPERJ negociar o sobreaviso médico remunerado junto a clíni-cas e hospitais.

Estes documentos serão re-digidos pela CIPERJ, em conjun-to com os chefes de serviço e suas equipes, e oportunamente entre-gues ao CREMERJ.

Diante do que foi estabeleci-do na reunião, a diretoria da as-sociação convida todos os cirur-giões pediátricos que tenham relatos, dados ou documentos, que comprovem o descumpri-mento das normas citadas, a en-viá-los para a entidade pelo e-mail [email protected] ou pelo fax (21) 2286-0524.

DISTRITO FEDERAL

Vitórias no embate com convêniosApós longa batalha, cirurgiões voltam a ser profissionais liberais

da noite. Com a mobilização, con-seguimos que todos os hospitais que têm UTI e PS pagassem pelos plantões alcançáveis”, explicou.

Ele declarou que, além disso, o movimento conseguiu que os honorários, por procedimento no hospital, fossem estipulados em valor equivalente a três vezes a ta-bela da Associação Médica Brasilei-ra (AMB), enquanto que, com refe-rência ao coeficiente de honorários (CH), “cada grupo fechou com um preço, constituindo-se num merca-do livre”. O Dr. Lucas Veras escla-receu, ainda, que os médicos deixa-ram de atender aos convênios nos consultórios: “cada um pede a ope-ração pelo convênio e cobra o seu preço para aquela operação, entre-gando ao paciente/conveniado a nota fiscal do serviço, por meio da qual este pode solicitar o ressarci-mento pelo convênio.”

Nos dias 7, 8 e 9 de junho fo-ram realizadas eleições para a

renovação da diretoria do Sindica-to dos Médicos da Bahia (SINDI-MED-BA), as quais contaram com ampla participação da categoria. A Dra. Maria do Socorro Mendon-ça de Campos, presidente da As-

SINDIMED-BA elege nova diretoria A atual presidente da CIPE-BA ocupa a primeira suplência

sociação Bahiana de Cirurgia Pe-diátrica (CIPE-BA), integra a nova diretoria, respondendo pela pri-meira suplência.

Os novos dirigentes, liderados pelo presidente Dr. José Caires Meira, deverão conduzir a enti-dade no quadriênio 2010-2014.

te convidado, apresentou palestra sobre Refluxo gastroesofágico.

Para a reunião científica de agosto, já está confirmada a pre-sença do Dr. Max Carsalad Schlo-bach, primeiro vice-presidente da CIPE, que em sua conferência abordará o tema Novos dispositivos para ostomias percutâneas.

A reunião será realizada no dia 4 de agosto, a partir das 19h30, na sede do CREMERJ, em Botafo-go, na Zona Sul da capital.

Dr. Edward Esteves (de avental branco) e participantes do evento.

Div

ulga

ção/

CIP

ERJ