JORNAL DA CIPE - NÚMERO 36/37

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Destaques Memória CIPE tem novas reuniões (pág. 4) Especial Mutirão 2010 supera o êxito alcançado no anterior (pág. 6) Serviço em Foco O pioneirismo do Hospital Pequeno Príncipe (pág. 14) Julho-Novembro 2010 – Ano XIX – nº 36/37 – Edição Especial Os cerca de 350 inscritos puderam conhecer novas técnicas cirúrgicas e de tratamento de diversas moléstias. A profundidade e a abrangência dos temas abordados atenderam às expectativas dos mais exigentes participantes O s cirurgiões pediátricos do país tiveram grande opor- tunidade de aprimorar seus co- nhecimentos durante os even- tos promovidos pela CIPE entre 14 e 18 de novembro de 2010, em Belo Horizonte (MG): o XXX Congresso Brasileiro de Cirur- gia Pediátrica, o XIII Congresso Brasileiro de Urologia Pediátri- ca, o II Congresso Brasileiro de Cirurgia Pediátrica Vídeo-Assis- tida e, ainda, a II Jornada Brasi- leira de Transplante de Órgãos em Pediatria. Os cerca de 350 inscritos puderam conhecer novas téc- nicas cirúrgicas e de tratamen- to das diversas moléstias que afligem crianças e adolescen- tes, notadamente as de caráter oncológico e as que afetam os tratos urinário e digestivo. Tam- bém puderam assimilar os no- vos conceitos empregados no transplante de órgãos e, ainda, o que os avanços tecnológicos e técnicos passaram a permitir no campo da vídeocirurgia pe- diátrica. Nesta edição do Jornal da CIPE, além da cobertura com- pleta desses eventos e do IV Mutirão Nacional de Cirurgia da Criança, que registrou nú- meros recordes em termos de participação de estados e ser- viços e de cirurgias realizadas, há outras reportagens relevan- tes e, também, o balanço de duas gestões consecutivas da direção da CIPE, cujo início se deu em 2006, com a posse do Prof. José Roberto Baratella. As conquistas obtidas nesses quatro anos pela entidade são analisadas no editorial desta edição.

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Jornal da CIPE

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DestaquesMemória CIPE tem novas reuniões (pág. 4)

EspecialMutirão 2010 supera o êxito alcançado no anterior (pág. 6)

Serviço em FocoO pioneirismo do Hospital Pequeno Príncipe (pág. 14)Julho-Novembro 2010 – Ano XIX – nº 36/37 – Edição Especial

Os cerca de 350 inscritos puderam conhecer novas técnicas cirúrgicas e de tratamento de diversas moléstias. A profundidade e a abrangência dos temas abordados atenderam às expectativas dos mais exigentes participantes

Os cirurgiões pediátricos do país tiveram grande opor-

tunidade de aprimorar seus co-nhecimentos durante os even-tos promovidos pela CIPE entre 14 e 18 de novembro de 2010, em Belo Horizonte (MG): o XXX Congresso Brasileiro de Cirur-gia Pediátrica, o XIII Congresso Brasileiro de Urologia Pediátri-ca, o II Congresso Brasileiro de Cirurgia Pediátrica Vídeo-Assis-

tida e, ainda, a II Jornada Brasi-leira de Transplante de Órgãos em Pediatria.

Os cerca de 350 inscritos puderam conhecer novas téc-nicas cirúrgicas e de tratamen-to das diversas moléstias que afligem crianças e adolescen-tes, notadamente as de caráter oncológico e as que afetam os tratos urinário e digestivo. Tam-bém puderam assimilar os no-

vos conceitos empregados no transplante de órgãos e, ainda, o que os avanços tecnológicos e técnicos passaram a permitir no campo da vídeocirurgia pe-diátrica.

Nesta edição do Jornal da CIPE, além da cobertura com-pleta desses eventos e do IV Mutirão Nacional de Cirurgia da Criança, que registrou nú-meros recordes em termos de

participação de estados e ser-viços e de cirurgias realizadas, há outras reportagens relevan-tes e, também, o balanço de duas gestões consecutivas da direção da CIPE, cujo início se deu em 2006, com a posse do Prof. José Roberto Baratella. As conquistas obtidas nesses quatro anos pela entidade são analisadas no editorial desta edição.

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EDITORIAL

Prezados amigos,

Estamos terminando mais um ciclo da história administrativa da CIPE. Este editorial é, portanto, um balanço deste período (outubro 2006 a novembro 2010). Nele procuramos reorganizar a secretaria da entidade, realizando, em particular, amplo esforço para atualizar endereços, de tal maneira que nossos associados não deixassem de receber comunicações por meio físico e eletrônico. Também trouxemos, desde o princípio, o processo de recebimento das anuidades, que era feito pela AMB, para ser realizado pela CIPE, com evidente benefício organizacional. Além disso, iniciamos ativo sistema de cobrança que permitiu diminuir significativamente o índice de inadimplência e que, embora alguns espíritos populistas o considerem antipático, se tornou o pilar da confortável situação financeira que a CIPE possui hoje

Procuramos, ainda, melhorar o diálogo com os associados, reorganizando o site e buscando notícias que expressassem a dinâmica vitalidade de nossos associados; essas ações, ao lado da contratação de assessoria de imprensa, propiciaram a publicação de notícias atuais no site, expressas em linguagem jornalística, e crescimento expressivo do jornal, que passou de quatro páginas em 2006 para uma quase revista, como se viu nos últimos números publicados.

Realizamos (nunca é demais ressaltar, por iniciativa de José Carnevale) completa reforma da sede que, deteriorada, mostrava os inequívocos sinais da passagem do tempo e que hoje se transformou em aprazível ponto de apoio aos associados e em local adequado para reunião com colegas da especialidade e com representantes de outras entidades.

Montamos a estrutura e viabilizamos a revista científica da CIPE. É verdade que ainda não se conseguiu sua periódica publicação, até porque o número de trabalhos a ela enviados é surpreendentemente baixo e as dificuldades do envio desses trabalhos não foram completamente superadas, mas as bases estão lançadas e o momento mais difícil foi superado.

Trouxemos para a CIPE a organização dos congressos, passo importante para fidelizar patrocinadores e evitar déficits surpreendentes nesses eventos. Como resultado dessa iniciativa, o X Congresso de Urologia Pediátrica (Porto Alegre, 2007) registrou equilíbrio entre despesas e receitas, o XXIX Congresso Brasileiro de Cirurgia Pediátrica (Salvador, 2008) foi superavitário em cerca de R$ 110 mil, o XII de Urologia Pediátrica (realizado em conjunto com o VII Congresso Paulista de Cirurgia Pediátrica, em São Paulo, em 2009) deu lucro de cerca de R$ 25 mil e o XXX Brasileiro (Belo Horizonte, 2010) foi superavitário em R$ 90 mil. Foram deficitárias as jornadas de residentes (realizadas no Rio de Janeiro, em 2007, e no Recife, em 2009); é possível, entretanto, que pelo perfil desses eventos, esses pequenos déficits, de cerca de R$ 7 mil e de R$ 9 mil, respectivamente, dificilmente deixarão de existir.

No período tomamos algumas iniciativas absolutamente originais no âmbito da CIPE.

Em primeiro lugar, as reuniões de diretoria tornaram-se abertas a todos os sócios, com cronograma divulgado com antecedência e pauta previamente informada. Com isso, procuramos tornar transparentes e mais participativas as decisões da diretoria. Com o tempo, passamos a divulgar as decisões no site, o que julgamos que colabora também para dar maior ciência da vida da entidade aos associados.

Instituímos o sistema de Centros de Aperfeiçoamento (CAs) destinados a permitir que cirurgiões pediátricos já formados se capacitem melhor em áreas específicas da nossa especialidade. Contamos para isso com a grande colaboração das Comissões de Uro e Onco na criação dos critérios mínimos para funcionamento dos respectivos CAs; hoje a CIPE credencia 10 CAs, sendo seis em Cirurgia Pediátrica Urológica, dois em Cirurgia Pediátrica Oncológica, um em Cirurgia Pediátrica Torácica e um em Tratamento de Queimados. Até o momento, cinco colegas completaram estágio nos CAs.

Inovamos na criação das Jornadas Brasileiras de Residentes da especialidade, eventos destinados a incentivar a iniciação científica de nossos jovens especializandos e, principalmente, trazê-los desde o início para o seio da associação. No período, duas jornadas foram realizadas (Rio e Recife) e a terceira está marcada para São Paulo, em 2011.

Jornal da CIPE – Ano XIX, Número 36/37Julho-Novembro/2010 – Edição Especial

O Jornal da CIPE é o veículo informativo oficial da Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica (CIPE).

RedaçãoRua Cardeal Arcoverde, 1745 bl. A – 12º and. – cj. 123Pinheiros – São Paulo (SP), CEP 05407-002Tel.: (11) 3814-6947 – [email protected]

Diretores ResponsáveisJosé Roberto de Souza Baratella ([email protected]) e Sylvio Gilberto Andrade Ávilla ([email protected])

Jornalista ResponsávelCristiane Collich Sampaio – Mtb. 14 225 ([email protected])

PublicidadeAna Maria Del VecchioTel.: (11) 2157-2195 / 9490-3404 ([email protected])

Diagramação e projeto gráficoZeppelini Editorialwww.zeppelini.com.br

Tiragem: 1,2 mil exemplaresDistribuição: Nacional

Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica – CIPERua Cardeal Arcoverde, 1745 bl. A – 12º and. – cj 123Pinheiros – São Paulo (SP), CEP 05407-002Tel.: (11) 3814-6947 – [email protected]

DiretoriaPresidente: José Roberto de Souza Baratella (SP); 1º Vice-Presidente: Max Carsalad Schlobach (MG); 2º Vice-Presidente: Elinês Oliva Maciel (RS); Secretário Geral: José Carnevale (SP); 1ª Secretária: Maria do Socorro Mendonça de Campos (BA); 2º Secretário: Maurício José Lopes Pereima (SC); 1º Tesoureiro: Marcelo Iasi (SP); 2º Tesoureiro: Paulo Carvalho Vilela (PE); Diretor de Patrimônio: Pedro Muñoz Fernandez (SP); Diretor de Publicações: Sylvio Gilberto Andrade Ávilla (PR); Diretor de Relações Internacionais: Kleber Moreira Anderson (RJ).

Conselho FiscalMembros Titulares: Wilberto Trigueiro (PB), Peter Goldberg (SC) e Paulo Roberto Pepe Serra (BA); Membros Suplentes: Roberto Antonio Mastroti (SP), Edward Esteves Pereira (GO) e Mércia Maria Braga Rocha (DF).

Departamento de Cirurgia Pediátrica da Associação Médica Brasileira (AMB)

Os artigos assinados não traduzem necessariamente a opinião deste jornal, cabendo aos autores a responsabilidade pelos respectivos conteúdos.

Retrospectiva 2006 – 2010

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Paralelamente – e com o objetivo de mostrar desde cedo ao aluno de graduação a riqueza da Cirurgia Pediátrica – estimulamos a criação das Ligas Acadêmicas, cadastrando-as na CIPE; realizamos também um primeiro Simpósio das Ligas em Recife e realizaremos um segundo em São Paulo, concomitante à Jornada de Residentes.

Criamos as Jornadas Brasileiras de Transplantes de Órgãos em Pediatria, em conjunto com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), com o propósito de estimular a atuação de cirurgiões pediátricos no crescente campo dos transplantes. Até o momento, dois eventos foram realizados (São Paulo, 2009 e Belo Horizonte, 2010).

Também foi instituído o Congresso Brasileiro de Cirurgia Pediátrica Vídeoassistida, espaço destinado à discussão aprofundada de técnicas avançadas daquela modalidade cirúrgica.

Procuramos resgatar fragmentos importantes da história da CIPE, por meio do Projeto Memória, pelo qual figuras ilustres do passado da entidade registraram depoimentos em memoráveis encontros que tiveram curso no anfiteatro da AMB. As três reuniões realizadas constituem inestimável repertório que alberga boa parte do início da CIPE.

Trouxemos, também, para a entidade a experiência vitoriosa dos mutirões, iniciados quando de nossa passagem à frente da CIPESP, em 2005. Idealizados como ação puramente social, acabaram sendo grande instrumento de divulgação da especialidade com reportagens no principal canal de televisão do país (Globo) e no jornal mais lido na Nação (Folha de São Paulo), além de, pela colaboração do Prof. Murillo Capella, inserção na novela recordista de assistência (Caminho da Índias).

No campo profissional, duplicamos, na CBHPM, o valor das cirurgias realizadas em RNs abaixo de 2.500g e iniciamos (via CIPE-RS) e mantivemos contato com a Coordenação Geral de Média e Alta Complexidade do Ministério da Saúde; dependendo, entretanto, de eventuais mudanças no novo governo, este caminho terá que ser novamente percorrido.

Por fim, isso tudo foi realizado deixando nos cofres da Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica, ao término do mandato, pouco mais de R$ 300 mil, numerário suficiente para ampliar o patrimônio imobiliário da CIPE e permitir trafegar com tranquilidade por eventuais períodos futuros de dificuldades financeiras.

É de se ressaltar, ainda, que não pesa mais sobre a CIPE o fantasma de ações trabalhistas expressivas.

Com isso tudo, cremos ter colaborado para a melhoria da autoestima do cirurgião pediátrico brasileiro e para que a CIPE tivesse a visibilidade que merece e é adequada.

Quais os desafios futuros?

Em primeiro lugar, manter a associação unida apesar da grande diversidade de áreas em que atuamos. Para isso, devemos lutar com todas as nossas forças contra a criação das “áreas de atuação”. Estas “áreas” farão muito bem profissionalmente para alguns, mas serão inequivocamente o primeiro passo para a pulverização e a desintegração da CIPE. Unidos, temos alguma força e representatividade; desunidos, fragmentados, a tendência será diluir-nos em sociedades muito maiores que congregam cirurgiões de adultos.

Em segundo lugar, vencer o desafio profissional da melhoria de remuneração do cirurgião pediátrico, seja pelo aperfeiçoamento das inúmeras tabelas existentes, seja pela luta vitoriosa de reivindicações em locais específicos; aqui, outra vez, a união é fundamental, como se pôde atestar em Brasília, naquele que foi o mais recente movimento triunfante da nossa especialidade.

Por último, manter – e ampliar – as atividades da CIPE. Caminhou-se bastante; não se pode retroceder.

Abraços,

José Roberto S. BaratellaPresidente

EDITORIAL

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DESTAQUES4

XIV Congresso Brasileiro de Urologia Pediátrica realiza-se em junho O congresso, que ocorre paralelamente a outros eventos, será realizado no Rio de Janeiro (RJ) e já tem participações internacionais confirmadas

EM ABRIL

III Curso de Educação Continuada no RJ

O III Curso de Educação Continuada em Cirurgia

Pediátrica CIPERJ/CREMERJ será realizado no dia 16 de abril, sábado, na sede do Con-selho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ), no Rio de Janei-ro (RJ). Na programação, te-mas relacionados à oncologia pediátrica e ao tratamento de feridas e de queimados.O curso é gratuito e destinado a médicos, acadêmicos e resi-dentes.Mais informações estão dispo-níveis no site da CIPERJ: www.ciperj.org.

Curso Avançado de Videocirurgia Pediátrica

Em Juiz de Fora (MG) será realizado o Curso Avança-

do de Videocirurgia Pediátrica 2011, que conta com o apoio da CIPE.Para mais informações e para re-alizar as inscrições o interessado deve acessar um dos seguintes sites: www.eventusjf.com ou www.cirurgia-pediatrica.com.

O prazo de inscrições para con-correr aos estágios disponí-

veis nos Centros de Aperfeiçoa-mento da CIPE foi aberto em 1º de novembro e expira no dia 31 de dezembro de 2010. A seleção dos candidatos será realizada em ja-neiro e os estágios terão início em fevereiro de 2011.

Com a recente inclusão do Centro de Aperfeiçoamento em Cirurgia Pediátrica Urológica da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte, em Minas Gerais, subiu para 10 o número de uni-dades credenciadas na CIPE. Há um em Tratamento de Queima-dos, em Florianópolis (SC), dois em Cirurgia Pediátrica Oncológi-ca, em Jaú (SP) e em Recife (PE),

seis em Cirurgia Pediátrica Uro-lógica, em Curitiba (PR), Floria-nópolis (SC), Porto Alegre (RS), Recife (PE), São Paulo (SP), além do de Belo Horizonte (MG), que está sob a responsabilidade do Dr. Moacyr Astolfo Tibúrcio, e um em Cirurgia Pediátrica Toráci-ca, no Hospital de Clínicas de Por-to Alegre da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Para 2011, o Hospital Infan-til Pequeno Príncipe, de Curitiba, oferecerá ao candidato selecio-nado para o estágio em Cirurgia Pediátrica Urológica bolsa de es-tudos de valor equivalente à dos residentes.

A duração dos estágios em Ci-rurgia Pediátrica Oncológica e em

Cirurgia Pediátrica Urológica é de um ano. As inscrições para está-gio em Tratamento de Queima-dos, que tem duração de um mês, permanecem abertas ininterrup-tamente.

Para se inscrever, o interessa-do deve encaminhar seu currículo à sede da CIPE, indicando o centro de sua preferência e uma segunda opção, já que há apenas uma vaga por unidade. A seleção será reali-zada pelos membros da Comissão de Ensino e Título de Especialis-ta (CETE-CIPE) por meio da aná-lise dos currículos dos candidatos. No site www.cipe.org.br encontra--se disponível a relação completa dos Centros de Aperfeiçoamento da CIPE.

Estágios para os Centros de Aperfeiçoamento da CIPEAs inscrições estão abertas e se estendem até 31 de dezembro

O evento, já tem confirma-das algumas participações inter-nacionais. São esperados os Profs. Martin Koyle (EUA), Christopher Woodhouse (Inglaterra) e Pippi--Salle (Canadá).

Nos dias 1 e 2 de junho, antece-dendo o congresso, será realizada a IV Bienal Internacional de Urologia

Pediátrica do Hospital Jesus, o qual está sendo organizado pelo Dr. Fran-cisco Nicanor Araruna Macedo.

Nos primeiros meses de 2011 a CIPE divulgará em seu site infor-mações sobre os eventos, como programação completa, composi-ção das comissões e procedimen-tos para inscrição.

Nos dias 3 e 4 de junho de 2011, irá se realizar na cidade do Rio

de Janeiro o XIV Congresso Brasi-leiro de Urologia Pediátrica. A sede do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), localizado no bairro de Bo-tafogo, na Zona Sul da capital flu-minense, foi o local escolhido para o desenvolvimento das atividades.

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DESTAQUES 5

No dia 15 de outubro, foi realizada na sede da Associação Médi-ca Brasileira (AMB), em São Paulo (SP), a III Reunião de Memó-

ria da CIPE. O evento contou com a presença do Prof. Miguel John Zumaeta Doherty, do Recife (PE), e também dos Profs. José Pinus, Geraldo Modesto de Medeiros, Giovanni Capellano e José Luiz Mar-tins, de São Paulo (SP), todos ex-integrantes de diretorias anteriores da entidade. Durante o encontro, eles apresentaram dados impor-tantes para a construção da história da Cirurgia Pediátrica no Bra-sil e da CIPE.

A primeira reunião, promovida no dia 30 de janeiro, por oca-sião do 46º aniversário da entidade, teve a presença do Prof. Dr. Pri-mo Curti, de 92 anos, decano da CIPE, e também do Dr. Plínio Cam-pos Nogueira, integrante das três primeiras diretorias da CIPE, entre 1964 e 1970, e reuniu cerca de 20 cirurgiões pediátricos, entre os quais alguns sócios-fundadores da associação.

No dia 3 de julho, dando continuidade ao projeto de recuperação da história da especialidade, foi programado o segundo encontro. Este trouxe como convidados três ex-presidentes da entidade: José Pinus (SP), José João Menezes Martins (RS) e José Raimundo Bahia Sapu-caia (BA). Juntamente com o Prof. Primo Curti (SP), que também com-pareceu, eles ofereceram aos participantes da reunião relatos significa-tivos sobre a estruturação da Cirurgia Pediátrica em seus estados de origem e, também, sobre a consolidação da CIPE no país.

Memória da CIPEEm 2010, por iniciativa da associação, foram organizadas três reuniões, que tiveram como convidados cirurgiões pediátricos que ajudaram a escrever a história da Cirurgia Pediátrica no Brasil

Drs. José João Menezes Martins, Baratella, Pinus e Bahia, na segunda reunião.

Profs. José Pinus e Primo Curti.

Grupo de participantes da terceira reunião.Drs. Lira, Bahia e Bassols, participaram do segundo encontro.

Profs. Miguel Doherty e José Roberto Baratella.

Intervenção do Prof. José Luiz Martins, durante a terceira reunião.

Fotos: divulgação/CIPE

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ESPECIAL6

IV Mutirão Nacional de Cirurgia Pediátrica atende mais de 850 criançasDesde 2007, ano após ano, o mutirão da CIPE vem crescendo, tanto em número de estados participantes, quanto em número de serviços e de crianças atendidas. Fotos: divulgação

Os resultados do IV Muti-rão Nacional de Cirurgia da

Criança confirmaram as previ-sões iniciais de que este seria o mais abrangente, desde quando, em 2007, a CIPE passou a promo-ver anualmente tal iniciativa. Ao todo, foram 862 crianças atendi-das, incluindo aquelas operadas em serviços que, por problemas circunstanciais, tiveram de ante-cipar ou adiar a realização das ci-

rurgias programadas para o dia 21 de agosto, data oficial do mutirão da CIPE.

Conforme destaca o presiden-te da CIPE, Prof. José Roberto Ba-ratella, sua importância tem tido reconhecimento cada vez maior, o que tem se refletido no aumen-to de adesões por parte dos servi-ços e no número de crianças ope-radas, e também no interesse da mídia nacional. Em 2007, o pri-

A CIPESP concedeu um certificado a todos os participantes do mutirão, dos diversos serviços do estado que aderiram à iniciativa.

meiro mutirão atendeu 441 pa-cientes. Esse número subiu para 452 em 2008 e, no ano passado, teve crescimento de 33,4%, com 603 crianças atendidas.

Em 2010, quarenta e um ser-viços de Cirurgia Pediátrica, de 15 estados e do Distrito Federal, ade-riram a esse esforço concentrado para reduzir o tempo de espera das crianças com indicação cirúr-gica nos hospitais do país, espe-cialmente nos públicos. Na maior parte dos casos, foram realizadas cirurgias ambulatoriais, de bai-xa complexidade, que dispensam internação superior a umas pou-cas horas.

Mais serviços e mais cirurgiasInfelizmente, nem todos os

serviços que se comprometeram puderam fazer as cirurgias na data prevista. Em razão de greve, o Hospital São José, de Criciúma (SC), teve de cancelar o mutirão. O mesmo ocorreu no Hospital de

Base do Distrito Federal (HBDF), em Brasília (DF), na Santa Casa de Misericórdia de Votuporanga, no interior de São Paulo, e no Hos-pital Dr. Marcello Candia, do Ins-tituto das Irmãs de Santa Mar-celina, instalado em Porto Velho (RO). Outros serviços, como o Hospital Municipal Dr. Mário Gatti (HMMG), Campinas (SP), que efetuou 15 cirurgias, anteci-pou em uma semana sua partici-pação, enquanto que o Hospital Infantil Lucídio Portela, da Uni-versidade Estadual do Piauí, de Teresina (PI), realizou as 76 cirur-gias programadas, nos dias 16 a 18 de setembro. Ambos participa-ram pela primeira vez.

No dia 21 de agosto, 35 servi-ços, dos estados da Bahia, de Goi-ás, do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, de Minas Gerais, do Pará, Paraná, de Pernambuco, do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, de São Paulo e do Tocantins, além do Distrito Federal, participaram do

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ESPECIAL 7

Abertura oficial

Este ano, pela primeira vez, a abertura oficial do mutirão não foi realizada em São Paulo (SP). Aproveitando o cin-

quentenário de Brasília (DF), a cerimônia foi organizada no Hospital Regional da Asa Sul (HRAS), na capital federal, na manhã do dia 21 de agosto.

Participaram do evento, que teve lugar no auditório do hospital, a secretária de Saúde do Distrito Federal, Dra. Fabí-ola de Aguiar Nunes; o presidente da Associação Médica Bra-sileira (AMB), José Luiz Gomes do Amaral; o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Dr. Roberto D’ Ávila; o diretor do HRAS, Dr. Alberto Bezerra; a representante da So-ciedade Brasileira de Pediatria (SBP), Profa. Vera Bezerra; o Prof. Paulo Tubino e os presidentes da CIPE, da CIPEBRAS e da CIPE PB, respectivamente Prof. José Roberto Baratella, Dr. Lucas Cardoso Veras Neto e Dr. Wilberto Trigueiro.

O HRAS, que atendeu 120 crianças, foi o serviço recor-dista neste mutirão, em número de atendimentos. Cerca de 40 profissionais de saúde foram convocados para participar do evento.

No auditório, além da presença de personalidades, uma banda, que integrou o grupo de animação, e as crianças que aguardavam para ser operadas e seus acompanhantes deram um tom de festa ao evento.

evento. São Paulo, que teve parti-cipação discreta nos anos anterio-res, em 2010 registrou 17 serviços no mutirão que, juntos, atenderam 225 crianças, colocando o estado como recordista tanto em núme-ro de hospitais quanto em número de atendimentos. No Rio de Janei-ro, três hospitais da capital realiza-ram juntos, 48 cirurgias. Além des-sas, outras 46 foram realizadas no Hospital dos Plantadores de Cana de Campos dos Goytacazes e 18 no Hospital Público de Macaé, no Norte do estado.

Divulgação amplaNa Bahia, dois hospitais da ca-

pital e um de Santo Amaro da Puri-ficação aderiram ao mutirão. A CI-PE-BA, que coordenou a iniciativa no estado, teve papel fundamen-tal na divulgação local, juntamente com a área de comunicação do Hos-pital da Criança (Obras Sociais Irmã Dulce – OSID), de Salvador, onde ocorreram 41 cirurgias: foram mais de 50 registros de notícias sobre o

mutirão veiculadas em rádios, TVs, jornais e na mídia eletrônica.

Também nacionalmente o IV Mutirão teve boa repercus-são na mídia. Mais de uma cen-tena de matérias foram veicula-das no país, entre abril e o final de agosto, entre as quais a publi-cada no caderno Cotidiano da Fo-lha de São Paulo (com chamada na primeira página) e as referen-tes à abertura do evento, que con-tou com expressiva presença de jornalistas, de diferentes veículos, inclusive de TVs. Além de benefi-ciar crianças que necessitavam de cirurgias, não há dúvida de que os quatro mutirões já realizados ga-rantiram maior visibilidade à Ci-rurgia Pediátrica e à própria CIPE no país, tanto que a entidade pas-sou a ser procurada como fonte de informação para reportagens rela-cionadas à especialidade.

O V Mutirão de Cirurgia da Criança já tem data marcada: será realizado no dia 20 de agosto de 2011, sábado.

Em Brasília, o mutirão atraiu a atenção da TV Bandeirantes e da TV Globo, entre outros veículos de imprensa.

A direção do HRAS recepcionou as crianças e seus acompanhantes com música e grupo de animação.

Na abertura, cirurgiões e diversas autoridades. A Dra. Roselle Bugarin Steenhower, chefe do serviço de Cirurgia Pediátrica do HRAS, e equipe.

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ESPECIAL8

Estado Estado/Serviço Criançasatendidas

BahiaTotal: 96

• Hospital da Criança (Obras Sociais Irmã Dulce – OSID) – Salvador

41

• Hospital Martagão Gesteira – Salvador 45• Hospital Octávio Pedreira – Santo Amaro da Purificação

10

Distrito FederalTotal: 120

• Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) – Brasília

(cancelado)

• Hospital Regional da Asa Sul (HRAS) – Brasília

120

GoiásTotal: 21

• Hospital Universitário (HU-UFGO) – Goiânia 21

Mato GrossoTotal: 17

• Hospital São José – Rondonópolis 17

Mato Grossodo SulTotal: 5

• Santa Casa de Misericórdia de Campo Grande – Campo Grande

5

Minas GeraisTotal: 12

• Hospital São Sebastião – Três Corações 8• Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte – Belo Horizonte

4

ParáTotal: 26

• Santa Casa de Misericórdia de Belém – Belém

26

ParanáTotal: 23

• Hospital Pequeno Príncipe – Curitiba 23

PernambucoTotal: 93

• Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP) – Recife

93

PiauíTotal: 76

• Hospital Infantil Lucídio Portela – Univ. Est. do Piauí (UESPI) – Teresina

76

Rio de JaneiroTotal: 112

• Hospital dos Plantadores de Cana – Campos dos Goytacazes

46

• Hospital Público de Macaé – Macaé 18• Hospital dos Servidores do Estado – Rio de Janeiro

19

• Hospital Universitário Gafrée Guinle (UNIRIO) – Rio de Janeiro

9

• Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) – Rio de Janeiro

20

Rio Grande do SulTotal: 12

Hospital da Criança Conceição – Porto Alegre 12

Rondônia • Hospital Dr. Marcello Candia – Instituto das Irmãs de Santa Marcelina – Porto Velho

(cancelado)

Santa Catarina • Hospital São José – Criciúma (cancelado)São PauloTotal: 225

• Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP) – Botucatu

20

• Complexo Hospitalar Ouro Verde – Campinas

8

• Hospital Municipal Dr. Mário Gatti (HMMG) – Campinas

15

• Hospital São Camilo – Itu 31• Hospital dos Fornecedores de Cana de Piracicaba – Piracicaba

10

• Hospital Santa Isabel – Piracicaba 10• Hospital Estadual Mário Covas (FMABC) – Santo André

34

• Faculdade de Medicina de S. J. do Rio Preto (FAMERP) – São José do Rio Preto

10

• Hospital das Clínicas (FMUSP) – São Paulo 7• Hospital Estadual de Sapopemba – São Paulo

6

• Hospital Geral da Vila Alpina – São Paulo 8• Hospital Geral da Vila Nova Cachoeirinha – São Paulo

8

• Hospital Municipal Infantil Menino Jesus – São Paulo

17

• Hospital São Luiz Gonzaga – São Paulo 8• Hospital Estadual de Sumaré – Sumaré 11• Hospital Geral de Pirajussara – Taboão da Serra

8

• Hospital Regional do Vale do Paraíba – Taubaté

14

• Santa Casa de Misericórdia de Votuporanga – Votuporanga

(cancelado)

TocantinsTotal: 24

• Hospital Infantil de Palmas – Palmas 24

A equipe do Hospital da Criança Conceição, de Porto Alegre, chefiada pelo Dr. João Vicente Bassols (à direita).

O Dr. Silvandro e integrantes da Liga Acadêmica de Cirurgia Pediátrica participaram das cirurgias realizadas no Hospital da Criança (OSID), de Salvador, um dos três que aderiram ao mutirão da CIPE em 2010 na Bahia.

Dr. Paulo César Lopes Nakaoskii (com o óculos pendurado no pescoço) comandou a equipe do hospital da FAMERP (SP).

Dr. Paulo Barroso Soares, chefe do serviço, e equipe.

Na Santa Casa de Belém, único serviço a participar do mutirão no Pará, 26 crianças foram atendidas, sob o comando do Dr. Emanuel Resque.

Três Corações

No H. São Sebastião, de Três Corações (MG), cartaz divulgava fotos e resultados.

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CAPA 9

Em Minas Gerais, eventos da especialidade tiveram mais de 350 inscritos Em novembro, foram realizados concomitantemente três congressos brasileiros, que abordaram diferentes aspectos da Cirurgia Pediátrica, além da II Jornada Brasileira de Transplante de Órgãos em Pediatria e do Simpósio sobre Acidentes Domésticos na Infância

Acidentes Domésticos

No dia 17 de novembro, foi re-alizado o Simpósio sobre Aci-

dentes Domésticos na Infância. Uma série de dados levantados pela comissão de Acidentes Do-mésticos da AMB – a qual é coor-denada pelo cirurgião do aparelho digestivo Rogério Toledo Junior, também presente no simpósio

–, demonstra a alta incidência de graves acidentes no ambiente doméstico, por motivos diversos, como intoxicação medicamento-sa, ingestão de produtos para hi-giene, embalagens em geral, quei-maduras, afogamento, quedas e cortes etc.No simpósio foram apresentados temas como:• Acidentes domésticos do pon-

to de vista da Endoscopia, pela Dra. Maria da Graça Sanna, da Sociedade Brasileira de Endos-copia Digestiva;

• Prevenção de queimaduras nodomicílio, pelo Dr. Mauricio José Lopes Pereima (SC), daCIPE;e

• Síndromedotanque,pelaDra.Maria do Socorro Mendonça de Campos(BA),daCIPE.

Na noite de 14 de novembro de 2010, no Ouro Minas Palace

Hotel, em Belo Horizonte (MG), ocorreu a abertura oficial de qua-tro importantes eventos da Cirur-gia Pediátrica. O XXX Congresso Brasileiro de Cirurgia Pediátrica, o XIII Congresso Brasileiro de Uro-logia Pediátrica, o II Congresso Brasileiro de Cirurgia Pediátrica Vídeo-Assistida e, ainda, a II Jor-nada Brasileira de Transplante de Órgãos em Pediatria, promovidos pela CIPE, foram realizados conco-mitantemente, estendendo-se até o dia 18 de novembro.

Ao comentar a programação dos eventos o presidente da CIPE, Prof. José Roberto de Souza Ba-ratella, ressaltou sua abrangência e profundidade, já que seu intuito era o de contribuir para o aprimo-ramento dos conhecimentos de to-dos os associados. Ele acredita que os temas abordados, assim como a presença de renomados especialis-tas nacionais e internacionais, con-tribuíram para o expressivo núme-ro de participantes: cerca de 350 inscritos.

Programação abrangenteEntre os principais temas apre-

sentados nos quatro dias de ativi-dades científicas estavam os avan-ços obtidos em Cirurgia Pediátrica Geral, Cirurgia Neonatal, Oncolo-gia Pediátrica, Uropediatria, Trau-ma, Transplante de Órgãos em Crianças e as novidades técnicas na Cirurgia Vídeoassistida da Criança.

Como conferencistas interna-cionais, os eventos contaram com as presenças dos professores Paul Kwong-Hang Tam (Hong Kong) e Peter C. W. Kim (Canadá), que abordaram aspectos da Cirurgia Pe-diátrica Geral; Bhaskar Rao (EUA) e Hector Alberto Pacheco Cesar (Uruguai), especialistas em Cirur-gia Pediátrica Oncológica; Paul F. Austin e Rafael Gosalbez (ambos dos EUA), que atuam no campo da Cirurgia Pediátrica Urológica; Steve Rothenberg (EUA) e Patri-cio Varela Balbotín (Chile), que tra-taram dos avanços técnicos na Ví-deocirurgia Pediátrica; Martin Eichelberger (da Safe Kids Interna-cional – EUA), que abordou aspec-tos do Trauma Pediátrico; e, ainda,

Geoffrey J. Bond (EUA), especia-lizado em transplantes hepático e intestinal. Lamentavelmente, por motivo de saúde, o Dr. Eduardo Ruiz (Argentina), não pode com-parecer.

No dia 17, com o objetivo de contribuir para a redução do alto número de acidentes domésticos, envolvendo especialmente crian-ças, foi apresentado o Simpó-sio sobre Acidentes Domésticos, fruto de parceria entre a CIPE e a Associação Médica Brasileira (AMB). (Veja box)

Pontuação e apoioA Comissão Nacional de Acre-

ditação (CNA) concedeu pontua-ção máxima para os congressos, 20 pontos, destinados à renovação do título de especialista daqueles que o obtiveram a partir de 2006. A participação nos cursos de atua-lização em Cirurgia Pediátrica, em Urologia, em Oncologia e em Trau-ma Pediátrico, realizados no dia 14, antecedendo os congressos, garan-tiu aos inscritos outros três pontos para a renovação do título.

A emissão dos certificados de participação, tanto nos congres-sos como nos cursos de atualiza-ção, está disponível online, no site dos eventos, acessível por link no site da CIPE (www.cipe.org.br).

Os eventos foram organiza-dos pela Lúmina Eventos e conta-ram com o apoio institucional do Conselho Nacional de Desenvol-vimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), do Colégio Bra-sileiro de Cirurgiões (CBC), da So-ciedade Brasileira de Nefrologia, da Sociedade Brasileira de Vídeo-cirurgia e da Sociedade Mineira de Pediatria.

CEI, Edlo, Erwin Guth, Fer-ring, Helimed, H-Strattner & Cia., Medicaltec, Pro-Med Livra-ria, Rhosse, Silimed e Unimed pa-trocinaram os eventos.

O Dr. Rogério Toledo Jr. abriu o simpósio.

Divulgação/CIPE

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CAPA10

A abertura oficial, ocorrida na noi-te de 14 de novembro de 2010,

no Ouro Minas Palace Hotel, foi pres-tigiada pelos Drs. Jesus Almeida Fer-nandes, vice-presidente Leste-Cen-tro da Associação Médica Brasileira (AMB); Manoel Firmato de Almei-da, chefe do serviço de Cirurgia Pe-diátrica da Santa Casa de Misericór-dia de Belo Horizonte; Suzana Rates, secretária adjunta de Saúde de Belo Horizonte; e Clóvis Francisco Cons-tantino, representante do Conselho Federal de Medicina, que, ao lado do presidente da CIPE, Prof. José Rober-to de Souza Baratella, compuseram a mesa.

Na oportunidade, foram desta-cados dois pioneiros da especialida-de no Brasil. O Dr. Edson Samesima Tatsuo, chefe do serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Ge-rais (UFMG), homenageou o Prof. José Carlos Brandão Duarte Lan-na, de Minas Gerais, enquanto que o Prof. Baratella fez breve retrospec-tiva do congresso ocorrido em 1970, homenageou o Prof. Joâo Gilberto Maksoud, de São Paulo, e agradeceu a hospitalidade de seus pares locais. Acompanhe,a seguir, a reprodução integral de sua manifestação oral:

Eis-nos aqui novamente reunidos, celebrando mais um encontro bienal

da nossa especialidade, agora, neste generoso pedaço do Brasil. Minas Ge-rais já foi palco de outros eventos se-melhantes; mas, sem dúvida, o mais emblemático dos congressos de Mi-nas foi o de 1970; especialmente por seu cenário impar, Ouro Preto, e, par-ticularmente, por sua magnitude para a época, pela participação entusiásti-ca dos congressistas, quase todos jo-vens, e, também, pelos aspectos polí-ticos que se desenrolaram na ocasião.

Dele, algumas lembranças perma-necem indeléveis na memória dos que vivenciaram aquele momento: o cami-nhar noturno pelas ruas de Ouro Preto, a chegada decidida do grupo do Hospi-tal do Servidor Público Estadual de São Paulo maciçamente mobilizado para apoiar as ideias de Vilhena de Moraes, a agitação e o calor das discussões polí-ticas, a figura de José Bahia cantando e caminhando sobre a mesa do Prof. Virgí-lio Carvalho Pinto.

Decorridos quarenta anos muito mudou no Brasil, na CIPE e em nós mesmos.

Naquela época dispúnhamos de escassos modelos de automóveis, o Fusca de todos nós imperava de longe entre eles; hoje, a diversidade é bem maior. Entretanto, a dificuldade de trafegar e usar esses modelos, muito mais velozes, é também muito maior.

Naqueles tempos, a comunicação era precária, linhas telefônicas escas-

sas e caras, e por vezes era mais fácil se recorrer aos radioamadores para se estabelecer contacto. Hoje, todos dis-põem de comunicação por telefone ce-lular ou por internet, embora o enten-dimento, às vezes seja mais difícil.

Ouvíamos música em LPs de vi-nil, com menos recursos sonoros, mas a música e a letra eram muito ricas, penetravam os corações.

Vivíamos, na década de 70, proces-so inflacionário que corroeu por muito tempo os nossos rendimentos e que foi finalmente debelado graças a Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, o que permitiu que o Brasil chegasse à pujança econômica que ostenta hoje.

No campo hospitalar, o Hospital Matarazzo, em São Paulo, um dos im-portantes berços da cirurgia pediátrica brasileira, estava aberto e nele, como em outras instituições, os diagnósticos eram feitos tendo por base a anamnese, o exame físico e alguns exames radioló-gicos; não havia ultra-som, tomografia ou ressonância magnética.

A década veria, entretanto, a dis-seminação de duas medidas terapêu-ticas que vieram revolucionar a prá-tica pediátrica: o suporte nutricional parenteral, descrito por Stanley Du-drick em 1968, e o protocolo LSA2L2 para tratamento do Linfoma não Hodgkin, estabelecido por Norma Wollner em 1976. Só quem viveu naqueles dias pode bem aquilatar o

quão benéficas foram esta medidas para os pacientes.

A CIPE também mudou neste pe-ríodo. Cresceu, saiu dos menos de 200 sócios para cerca de 1 100 hoje; adquiriu sede própria, graças à determinação do Prof. Pinus, mantém site e jornal atuan-tes e modernos e edita uma revista cien-tífica, cujo novo volume os senhores re-ceberão em suas casas proximamente.

Nós também mudamos: tornamo--nos mais experientes, mas inexoravel-mente mais velhos; perdemos amigos e ícones, um dos quais o mineiro José Ma-riano Duarte Lanna Sobrinho, que tam-bém colocou sua pedra na construção da CIPE de hoje e que por coincidência foi o presidente do congresso de 1970.

E, homenageando-o, peço licen-ça para saudá-los com o poema Outo Preto com o qual ele recebeu os con-gressistas de então:

“O cenário é igual.Existem as mesmas ruas, casarões antigos clareados de luas, antigas luas, dos mesmos paredões vazios. Existem a mesma ponte, os olhos de Marília conduzindo Gonzaga em cada verso e trilha. Existe em cada canto o pranto da cidade,

Abertura solene

Dr. Manoel Firmato de Almeida, presidente dos congressos.

O presidente da CIPE, Prof. José Roberto Baratella, discursou na solenidade de abertura dos eventos.Fotos: Divulgação/CIPE

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CAPA 11

GALERIA

“O Congresso Brasileiro de Cirurgia Pediátri-

ca, realizado em Belo Horizon-te,  incluiu a II Jornada Brasi-leira de Transplante de Órgãos em  Pediatria.  O evento reuniu cirurgiões pediátricos e outros especialistas que  se dedicam ao transplante de fígado e rim nos pacientes pediátricos.

O encontro contou com a presença do Dr. Geoffrey Bond, da Universidade de Pittsburgh (EUA) e com sua experiência com transplantes hepáticos, intesti-nais e multiviscerais.

O Brasil possui um dos maio-res programas de transplante do mundo com financiamento  go-vernamental.  O crescimento do número de transplantes de fíga-do foi expressivo na última déca-da. Para se ter uma ideia, no ano 2000 foram feitos 440 transplan-tes de fígado com órgão de doador cadáver. Já em 2010 foram 1313. Os sistemas de alocação e dis-tribuição de órgãos são cada vez mais aperfeiçoados e monitora-dos, garantindo o crescimento do

número e da credibilidade do sis-tema de transplantes. 

O encontro gerou uma sé-rie de reivindicações que foram apresentadas à cordenadora do  Sistema Nacional de Trans-plantes, Dra. Rosana Nothen, com a finalidade de aprimorar a legislação e assegurar a parti-cipação das especialidades pedi-átricas no desenvolvimento do transplante no país. 

Está ocorrendo uma mobiliza-ção para que o transplante intes-tinal e multivisceral torne-se roti-na no Brasil e a CIPE contribui e inclui o cirurgião pediátrico nes-sa discussão. Os pacientes candi-datos a esses procedimentos são pediátricos em dois terços dos ca-sos. A jornada foi importante para discutir esses novos tratamentos e consolidar a posição do cirurgião pediátrico em procedimentos como o transplante renal.”

Alcides Augusto Salzedas Netto,

membro da Comissão Científica da Jornada de Transplantes de

Órgãos em Pediatria

envelhecida de sonhos, roída de maldade. Em cada esquina existe o desespero aflito do silêncio ferido pelo mesmo grito da mãe que espera o filho desaparecido na mesma luta sem fim de heróis sempre vencidos. Nada mudou ainda. Os mesmos rios, montanhas iguais as montanhas de outrora, mesmo piso, o mesmo riso, a mesma aurora, a esperança de sempre no mistério da sorte, a alegria da vida na certeza da morte, mesmo amor, a mesma traição, o frágil otimismo que sempre faz nascer de novo o mesmo idealismo. O cenário é igual. No mesmo ar de medo e de ternura, nas janelas sem luz e na luz das estrelas, na mesma fonte antiga de água pura procuram-se ilusões para depois perdê-las. E ainda solitário, acuado na serra,

mesmo homem solidário luta, na mesma terra, com outros homens iguais pela ventura de ser quando ninguém é mais. Procuram o mesmo sonho, perdidos na intenção de conseguirem a mesma paz, a mesma liberdade, o mesmo pão. E, o mesmo frio, a mesma névoa, mesmo vento, mesmo pensamento, a mesma história do homem sem glória, sumido nas Gerais, a mesma vela acesa, os mesmos funerais, tudo, relembrando o vivido, em sonhos da humanidade: é Vila Rica, é Ouro Preto é sempre uma saudade.” Não estamos em Ouro Preto. A capital de Minas não ostenta a riqueza histórica da velha Vila Rica. Embalados pelas palavras do professor Lanna, entretanto, retornemos a esta jovem cidade de Belo Horizonte e sintamos a energia do solo mineiro.

Tenhamos, todos, um bom congresso.

Os Profs. José Carlos Brandão Duarte Lanna (abaixo), de Minas Gerais, e Joâo Gilberto Maksoud, de São Paulo, foram homenageados na cerimônia.

Confraternização e descontração deram o clima do coquetel de abertura dos eventos.

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CAPA12

“Antecedendo os congressos nacio-nais da especialidade, tivemos o

curso de atualização de Oncologia. O último curso de Oncologia tinha acontecido    em 2003 e antecedeu o congresso brasileiro, que ocorreu jun-tamente com o V Congresso de Cirur-gia Pediátrica dos Países do Cone Sul da América (CIPESUR), no Costão do Santinho,  em Santa Catarina. Este ano o curso atendeu às expectativas da organização, tendo sido caracteri-zado por:1. Diversidade e atualidade dos temas, discutindo desde os princípios gerais da cirurgia pediátrica oncológica até videocirurgia em oncologia pediátrica, passando pelos temas mais frequentes e desafiadores do dia a dia da cirurgia pediátrica oncológica;

2. Participação de convidados internacionais, como Peter C W Kim (Canadá/Toronto), Bhaskar Rao (EUA/Menphis) e Hector Alberto Pacheco Cesar (Uruguai/Montevidéu), além de renomados palestrantes nacionais;3. Expressiva participação de profissionais ao longo do dia (média de 40 pessoas), inclusive de inúmeros residentes da especialidade;4. Participação importante da platéia junto aos palestrantes, no esclarecimento de dúvidas e na troca de experiências.”

Antonio Marcos Rodrigues,coordenador da Comissão

Científica de Oncologia

“Congresso: ligação, ajunta-mento, reunião de pessoas

para tratarem de interesses comuns. No congresso as amizades são ex-plicitadas ou consolidadas, ocorre troca generosa de informações. Em Belo Horizonte, reunimos represen-tantes de todo o Brasil e de vários outros países, de escolas ocidentais e orientais, grandes e pequenos servi-ços de Cirurgia Pediátrica, que exi-biram, orgulhosos, seus trabalhos para o desenvolvimento da especia-lidade. Foram gratos os momentos que passamos em Belô, no nosso tri-gésimo congresso brasileiro.

Convidados e palestrantes de primeiríssima linha junto com con-gressistas, também de primeiríssi-ma linha, transformaram o ambien-

te citadino, criando novos sonhos e expectativas para o novo encontro, a se realizar em Belém do Pará. 

Os méritos foram de todos para o sucesso alcançado. As comis-sões brilharam.  Um grande desta-que , no entanto, tem que ser dado: a participação e empenho do Prof. José Roberto de Souza Baratella, nosso presidente, que honrou a CIPE, consolidando seu nome entre os grandes nomes da Cirurgia Pedi-átrica brasileira.

De Minas Gerais envio meu grande abraço a todos, desejando que seja breve o nosso reencontro.”

Luciano Dantés de Paula,presidente da Comissão Científica

de Cirurgia Pediátrica Geral

“O Curso de Atualização em Trauma Pediátrico foi re-

alizado no domingo, dia 14, na Sala Otávio de Freitas Vaz, das  8h30 às 18h30. Sob a coordena-ção dos Drs. Martin Eichelberger (EUA, Washington) e João Vi-cente Bassols (RS), contou com a participação de diversos especia-listas brasileiros. Coordenando os módulos tivemos: Geraldo M. Faria (MS), Ivlacir Silva  (SP) e João Maksoud Filho (SP).

Foram discutidos vários as-pectos do Trauma, salientando a abordagem inicial do paciente poli-traumatizado, tórax, abdome, pân-

creas, uretral, queimados, pélvico, medidas de prevenção e atendi-mento global. Foram profícuas dis-cussões e interessantes relatos na-cionais e internacionais, que muito contribuíram para os cuidados no atendimento do pequeno paciente traumatizado. O Dr. Martin, mais uma vez muito objetivo, foi bas-tante solicitado,  respondeu e tro-cou belas experiências com os cirur-giões nacionais e estrangeiros que participaram do evento.”

João Vicente Bassols,coordenador nacional da

Comissão Científica de Trauma

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1. O animado grupo de São Paulo.

2. Drs. Paul Tam e Paul Austin.

3. Drs. João Vicente Bassols, Martin Eichelberger (da Safe Kids), Geraldo Marcos Faria e Domingos André F. Drummond, durante o Curso de Trauma Pediátrico.

4. O Dr. José Bahia abrilhantou a festa de confraternização.

5. Dois momentos do Curso de Cirurgia Pediátrica Geral: no primeiro, a mesa formada pelos Drs. Patrício Varella, José Carlos S. de Fraga, Paulo Fernando Pinheiro, Marianne W. Arnold e Luciano D. de Paula, e no segundo, a integrada pelos Drs. Paulo C. Vilela, Steve Rothemberg, Luciano. D. de Paula e Peter Kim.

6. O Prof. José Baratella presenteia o Prof. Paul Tam.

7. O Dr. Átila Reis Victoria entrega uma lembrança ao Prof. Baskhar Rao.

8. Mesa do encerramento dos congressos.

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CAPA 13

“Para os organizadores, o in-tuito foi estruturar um cur-

so de atualização em Urologia Pe-diátrica centrado em temas atuais – e não direcionado a candidatos ao título de especialista – e ministra-do por experts, como o Dr. Rafael Gosalbez.

Durante o congresso foram dis-cutidos aspectos relacionados à Vi-deocirurgia, com abordagem volta-da à evolução técnica e do emprego em Urologia, e à Cirurgia Pediátri-ca, especialmente quanto à intera-ção entre problemas urológicos gra-ves nas anomalias anorretais.

O transplante renal foi trata-do em reunião conjunta com a Ne-frologia e a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO),

que procurou incentivar os serviços de Cirurgia Pediátrica Urológica a treinarem seus cirurgiões nesse campo. Esse encontro contou com a participação de um cirurgião do Hospital Darcy Vargas, que expôs sua experiência em transplante re-nal em lactentes, trabalho apresen-tado na Academia Americana de Pediatria (AAP); foi a primeira vez que outro serviço segue o exemplo pioneiro do Prof. Antonio Ernes-to da Silveira, do Hospital Peque-no Príncipe, de Curitiba (PR), que sempre batalhou para que os servi-ços de Cirurgia Pediátrica realizas-sem esse tipo de intervenção.

Nessa mesma seção conjunta foi abordado um problema sério: o acesso vascular e o peritoneal, uma

vez que cabe ao cirurgião resolver as difíceis situações dos pacientes em diálise.

Visando maior cooperação en-tre a CIPE e a ABTO, foi discuti-da com a nefrologista Dra. Clotil-de Druck Garcia como encaminhar pedido para a inclusão do cirurgião pediátrico urológico nas normas do transplante renal na criança.

No congresso da CIPE, pela primeira vez, houve a participa-ção da Sociedade Internacional de Continência da Criança (ICCS), por meio da Dra. Eliane Fonse-ca Garcez, representante da insti-tuição para a América Latina, e do Prof. Paul Austin, que debateram as disfunções miccionais, um tema de relevante importância, que de-

veria ser inserido em todos os con-gressos de Cirurgia e Urologia Pe-diátrica.

Por fim, o avanço tecnológi-co em imagem foi abordado, evi-denciando a importância do diag-nóstico intraútero para o futuro da criança. Por outro lado, enfa-tizou-se a preocupação com o uso abusivo de métodos imaginológi-cos de investigação, em especial a tomografia computadorizada, no que diz respeito a consequências tardias em vista da carga de ra-diação.”

José Carnevale,coordenador do Curso de Urologia Pediátrica e membro da Comissão

Científica do Congresso de Urologia Pediátrica

“O congresso foi de grande pro-veito para todos nós, assim

penso eu. Pudemos ver desde a era dos transplantes multiviscerais, que nos estimulam, até o dia a dia nosso, com cirurgias corriqueiras, e nem por isso menos importantes, que nos dão ‘o pão nosso de cada dia’. Impor-tante a abrangência dos temas, pois a nossa especialidade é abrangente e grandiosa, e não limitada; daí sua  grandeza, Isto é o que nos dá forças e ânimo para continuarmos a cuidar bem das  crianças  deste país. Agradeço aos colegas a presen-ça, participação, colaboração e doa-ção sincera de todos que ajudaram para que o congresso nas Minas Ge-rais acontecesse. Pedimos desculpas por eventuais falhas que tenham ocorrido e esperamos estar juntos nos próximos eventos da nossa  es-pecialidade.

Abraço amigo.”

Atila Reis Victoria,Integrante da comissão

organizadora

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9. Drs. Drs. André Ibrahim David, João Seda Neto, Geoffrey Bond e Sylvio Avilla, na Jornada de Transplantes de Órgãos em Pediatria.

10. No Curso de Urologia Pediátrica, os Drs. Rafael Gosalbez, Roberto G. Dias, Nicolino Rosito e Antonio C. M. Amarante compartilharam seu conhecimento.

11. Drs. Peter Kim, Hector Pacheco, Adriana Saez Caputo César Sabbaga, compuseram uma das mesas do Curso de Oncologia Pediátrica.

12. Entre as conferências e sessões dos congressos, os participantes puderam conhecer as novidades da literatura científica e em produtos variados nos estandes da feira, realizada em paralelo com os eventos.

13. Ao final dos congressos, diretores da CIPE, organizadores dos eventos, homenageados e convidados posam para foto.

14. Esta mesa sobre Videocirurgia Pediátrica foi integrada pelos Drs. Maurício Macedo, Adriano Luís Gomes, Sperandio del Caro e Max Schlobach.

15. Exposição do Prof. Paulo Juvêncio Gomes Tubino.

16. O Prof. Murillo Ronald Capella, durante a sessão de autógrafos do lançamento de seu livro de crônicas Jamais faça promessa.

17. O futuro da Cirurgia Pediátrica brasileira.

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SERVIÇO EM FOCO14

Centro de referência em pesquisa e em atendimento públicoO Hospital Pequeno Príncipe é referência no atendimento cirúrgico a crianças e adolescentes e hoje importante pólo de pesquisa no Sul do país

O Hospital Pequeno Príncipe (HPP), instalado em Curitiba

(PR), é um dos componentes de um complexo destinado ao bem-estar de crianças e adolescentes por meio do atendimento à saúde, do ensino e da pesquisa: Hospital de Crian-ças Cesar Pernetta, Hospital Peque-no Príncipe, Instituto de Pesquisas Pelé Pequeno Príncipe e Faculdades Pequeno Príncipe.

De acordo com informações do Prof. Antonio Ernesto da Sil-veira, coordenador de Ensino e Pesquisa do hospital e do servi-ço de Urologia Pediátrica é “hoje é o maior hospital pediátrico do

Paraná e um dos maiores do Bra-sil”, levando em conta a estrutura oferecida por todas as suas uni-dades, “tendo sido um dos pio-neiros do estado em atendimen-to público”.

Este complexo é administrado pela Associação Hospitalar de Pro-teção à Infância Dr. Raul Carnei-ro (AHPIRC), entidade filantrópi-ca sem fins lucrativos, dirigida por voluntários. Sua história é revela-da pelo Prof. César Cavalli Sabbaga, atual chefe do serviço de Cirurgia Pediátrica. “O Hospital de Crian-ças Cesar Pernetta, inaugurado em 1932, era um hospital público es-

tadual. Em 1971, em terreno con-tíguo, foi construído pela AHPIRC o HPP, de caráter filantrópico, que passou a atender, além de pacien-tes do sistema público (hoje Servi-ço Único de Saúde -SUS), pacientes privados e de convênios médicos. Em 1979 o governo estadual cedeu o Hospital Cesar Pernetta em co-modato à Associação Raul Carnei-ro, que passou a administrar e in-tegrar os dois hospitais. Em 1990 o Cesar Pernetta foi definitivamente cedido pelo governo estadual à AH-PIRC e desde então, os dois hospi-tais constituem de fato uma única entidade hospitalar.”

Conforme relata, o serviço de Cirurgia Pediátrica nasceu em 1932, junto com o Hospital Cesar Pernetta, “pelas mãos do pioneiro da Cirurgia Pediátrica paranaen-se, o Prof. Oswaldo Affonso Faria da Costa e a quem se associaram os Drs. Luiz Fernando B. Beltrão e Luis Alcino Lins dos Santos”. Em 1967 o serviço recebeu mais dois novos membros, os primei-ros com residência em Cirurgia Pediátrica e que posteriormente viriam a chefiar o serviço: os Drs. Antonio Ernesto e César Sabbaga.

Evolução gradualPor meio das várias interven-

ções promovidas pela instituição e pelos membros do serviço, a Ci-rurgia Pediátrica passou a crescer sistemática e continuamente. En-tre estas iniciativas, foi decisivo o impulso obtido com inauguração do HPP em 1971 e a implantação

Fotos:Divulgação/HPP

O prédio histórico e as novas instalações, nas quais são hoje

realizadas as cirurgias, integram esse complexo hospitalar e de ensino e

pesquisa voltado à criança.

Prof. César Cavalli Sabbaga

Prof. Antonio Ernesto da Silveira

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SERVIÇO EM FOCO 15da residência médica na especiali-dade em 1972, período em que já eram realizadas em média 2,5 mil cirurgias por ano.

Outro salto em volume e qua-lidade foi proporcionado pela di-visão, em 1982, da Cirurgia Pe-diátrica em dois núcleos. O de Cirurgia Geral, sob a chefia do Dr. Cesar Sabbaga, conta atualmen-te com a colaboração de seis ci-rurgiões: Drs. Sylvio Gilberto A. Ávilla, Cláudio Schulz, João Car-los Garbers, Luis Roberto Farion de Aguiar e Leila Grisa. O núcleo de Uropediatria, comandada pelo Dr. Antonio Ernesto da Silveira, é integrado pelos Drs. Antonio Car-los Amarante, Wilmington Tor-res Cosenza, Marlene de Almeida e Maria Helena Peralta e Aranha.

Hoje, conforme declara o Dr. Antonio Ernesto, o HPP dispõe de 450 leitos e 60 em UTIs e corpo clínico formado por 270 médicos. Por ano são realizados mais de 20 mil procedimentos cirúrgicos, dos quais 10 mil em Cirurgia Pediá-trica e a outra metade distribuí-da entre todas as especialidades cirúrgicas, englobando ortopédi-cas, otorrinolaringológicas, plás-ticas reparadoras, neurológicas, cardíacas e oftalmológicas.

Com o tempo, o hospital transformou-se em centro de re-ferência de transplante renal em crianças, com mais de 250 reali-zados desde que esse tipo de ci-rurgia passou a ser efetuado na

unidade, em 1989, sob a coorde-nação dos Drs. Antonio Ernesto da Silveira e Antonio Carlos Ama-rante. “Agora estamos dando iní-cio ao programa de transplante renal pré-emptivo, apesar de a fila de espera para transplante renal pediátrico ser pequena”, anuncia. Atualmente em seu rol de proce-dimentos também estão presen-tes transplantes pediátricos car-díacos, hepáticos e, de início mais recente, de medula óssea, estes úl-timos sob a coordenação dos Drs. Júlio Cesar Wierderker e Eurípe-des Ferreira, respectivamente.

Ensino e pesquisa em altaO HPP é reconhecido pelo

Ministério da Educação (MEC) como hospital-escola e como tal é o hospital oficial da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e da Universidade Po-sitivo para aulas de seus alunos do curso de Medicina, nas áreas pediátricas. Os professores de Ci-rurgia Pediátrica de ambas as es-colas são membros do serviço de Cirurgia Pediátrica do hospital.

Como destaca o Dr. César Sa-bbaga, o serviço mantém progra-ma de residência médica em Ci-rurgia Pediátrica, de acordo com as normas da CIPE. O HPP é um dos Centros de Aperfeiçoamento em Cirurgia Pediátrica Urológica cre-denciados pela entidade e admite anualmente um candidato. Além disso, oferece uma vaga por ano

para estágio remunerado em Uro-logia e em Cirurgia Neonatal, com um ano de duração, tendo como pré-requisito residência em cirurgia pediátrica.

Segundo ele, a pesquisa, que até há pouco tempo se restrin-gia ao âmbito clínico retrospecti-vo, com limitada evidência, teve incremento importante após o início do funcionamento do Ins-tituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, que faz parte do comple-xo administrado pela AHPIRC. “O instituto tem programa de mestra-do e doutorado credenciado pelo MEC com grau cinco, denomina-do Biotecnologia Aplicada à Saúde da Criança e do Adolescente. Os primei-ros resultados na área da Cirurgia Pediátrica são: dissertação de mes-trado, a ser defendida em 2011, pela mestranda Leila Grisa, sobre o tema Frequência da voz e compor-tamento psico-sexual de mulheres ex-postas aos andrógenos do tumor da córtex adrenal na infância; e tese de doutorado, a ser defendida em 2011, pela doutoranda Maria He-lena Peralta Del Valle, sobre Avalia-ção do micro-RNA no tumor de córtex da adrenal em crianças.

Ele acrescenta que em 2010 o Dr. Luis Roberto Farion de Aguiar, que integra a equipe do HPP, ob-teve o título de doutor pela Facul-dade Evangélica do Paraná, com a tese Regeneração hepática após he-patectomia parcial em ratos subme-tidos a hipertensão portal.

Pioneirismo como marca

Em sua trajetória o serviço se caracterizou pelo pioneirismo em diversos campos. Entre estes, o Dr. César Sabbaga cita:

1978 – Implantação do programa de nutrição parenteral, por iniciativa dos Drs. Cláudio Schulz e Sylvio G. Ávilla, executado exclusivamente pelos cirurgiões pediátricos por cerca de 10 anos e depois sistematizado com a formação de um Serviço de Nutrição Parenteral e Enteral multiprofissional;1981 – Um dos primeiros serviços de Cirurgia Pediátrica a aplicar, no Brasil, nova técnica cirúrgica para tratamento de anomalias anorretais – a anorretoplastia sagital posterior –, desenvolvida pelo Dr. Alberto Peña, que somente no ano seguinte seria divulgada em revista científica de circulação mundial;1982 – Criação de UTI Pediátrica com área exclusiva para pacientes cirúrgicos (excluindo recém-nascidos), com 10 leitos;1989 – Realização do primeiro transplante renal em um hospital exclusivamente pediátrico;1998 – Primeiro serviço de Cirurgia Pediátrica do Brasil a realizar e divulgar em todo o país, no mesmo ano de sua publicação pelo Dr. Luís de La Torre-Mondragon, nova técnica cirúrgica para tratamento do megacólon congênito (abaixamento transanal do cólon);2009 – Desenvolvimento de nova técnica para tratamento primário da atresia de esôfago, com cotos distantes me-diante alongamento trans-operatório, apresentada no XXIX Congresso Brasileiro de Cirurgia Pediátrica, em Salvador (Bahia), e aceita para publicação em revista internacional da especialidade.

Congressos de especialidades pediátricas

Numa iniciativa singu-lar, idealizada pelo Dr.

Antonio Ernesto e por Ety Cristina Forte Carneiro, que responde atualmente pela di-retoria executiva do hospital, em 2000 foi promovido o I Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas, que ficou conhecido como Criança 2000. Esse congres-so, que foi seguido por no-vas edições realizadas a cada cinco anos, se constitui num grande fórum multidiscipli-nar sobre a saúde da criança.O terceiro, promovido em 2010 – que contou com a pre-sença de cerca de 3 mil pesso-as do Brasil e do mundo, entre inscritos, palestrantes e expo-sitores, em seus quatro dias – foi ampliado, segundo o Dr. Antonio Ernesto, que cuidou da coordenação geral do even-to. “Tivemos 32 convidados estrangeiros e aproximada-mente 250 brasileiros”, relata. No Criança 2010 foram apre-sentados módulos clínicos e cirúrgicos com temas relacio-nados a anestesia, bioética e humanização, cardiologia, dor, enfermagem, fisiotera-pia, nutrição, oncologia, he-matologia, ortopedia, psicolo-gia, radiologia e urologia.De acordo com o diretor clí-nico do HPP, Dr. Donizetti Dimmer Giamberardino Fi-lho, “foram praticamente 14 congressos em um, já que ele aproximou em um só es-paço diversas especialidades médicas e outras profissões”. O Dr. Antonio Ernesto co-menta que os participantes ficaram satisfeitos com o evento e adianta que já fo-ram iniciados os preparativos para o próximo, que deverá se realizar ou em 2015 ou em 2016, a depender do calendá-rio dos congressos brasileiros das diferentes especialidades envolvidas.

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PANORAMA16

Uma trajetória de êxitosEm setembro de 2010 o Prof. Pedro Muñoz Fernandez tornou-se professor titular da Faculdade de Medicina do ABC (SP), em mais um importante passo em sua carreira acadêmica

Para o Prof. Pedro Muñoz Fernandez, a conquista da

posição de professor titular de Cirurgia Pediátrica na Faculdade de Medicina do ABC (FM-ABC), obtida em setembro passado, significa algo mais que a vitória num concurso. “Para mim essa conquista é muito importante, pois representa o reconhecimen-to do trabalho desenvolvido na instituição”, sintetiza. Em sua opinião, o que mais pesou na es-colha foi sua história na faculda-de, já que, apesar de ser oriun-do da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM--USP), adotou a então incipiente Faculdade de Medicina do ABC, dedicando-se a ela desde 1975.

No ABCNessa época, a Cirurgia Pe-

diátrica era uma matéria da Pe-diatria e esta por sua vez per-tencia, juntamente com a Ginecologia e Obstetrícia, ao Departamento de Saúde Mater-no Infantil. Em 1985 foi condu-zido à chefia do departamento e, entre 1989 e 1991 foi esco-lhido como diretor da faculda-

de. “Nesse período, reestrutu-rei a grade de ensino e, sempre com auxílio do competente gru-po de colegas, a estrutura admi-nistrativa da instituição, com sua regularização junto aos ór-gãos públicos de todas as esfe-ras. Em 1992 fui eleito vice-di-retor,  preparando a faculdade para o grande salto de qualida-de que viria a seguir”, conta.

Ele diz que com  o auxílio do Prof. Primo Curti e do Prof. Drauzio Viegas, titular de Pedia-tria, trabalhou para que a unida-de se tornasse um centro de alta complexidade, destinado, inclu-sive, a cirurgias fetais, e com condições de oferecer um bom curso de residência médica na especialidade. Em 2006 foi cria-da a disciplina de Clínica Cirúr-gica Pediátrica.

O Prof. Pedro Muñoz cur-sou pós-graduação na Universi-dade Federal de São Paulo (UNI-FESP), tendo como orientador, tanto no mestrado quanto no doutorado, o Prof. José Luiz Martins.

“Tornar-se professor titu-lar representa maior autonomia

Na CIPESP

Em paralelo às atividades acadêmicas e profissionais, o novo titular de Cirurgia Pediátrica da FM-ABC também se dedi-

cou a atividades associativas. A convite do Prof. José Roberto Baratella, que se candidatava à presidência da CIPESP, assumiu o cargo de tesoureiro em sua gestão. Na gestão seguinte foi eleito presidente, com o objetivo maior de integrar os colegas de fora da capital paulista na associação e de realizar o curso de educação continuada. “Realizamos dois cursos, e, apesar das grandes difi-culdades de locomoção e financeiras, muitos colegas do interior frequentaram”, relata.Com o fim do mandato, não se candidatou à reeleição. Porém, convidado pelo Prof. Baratella, que se candidatava a presidente da CIPE, participou como diretor de Patrimônio da entidade na-cional nas gestões 2006-2008 e 2008-2010.

SANTO ANDRÉ/SP

“Para mim essa conquista (...) representa o reconhecimento do trabalho desenvolvido na instituição.”

dentro do contexto acadêmico”, comenta o Prof. Pedro, embora ressalte que o Prof. Drauzio Vie-gas sempre lhe deu liberdade e respaldou suas decisões. “Quan-to à minha vida profissional, isso representará maior dedica-ção à FM-ABC, pois aumentam as responsabilidades e as ativi-dades a serem desenvolvidas”, complementa.

Divulgação

O Prof. Pedro Muñoz Fernandes (de beca negra, ao fundo) acompanhado pelos integrantes de sua banca de avaliação.

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PANORAMA 17NOVA DELHI/ÍNDIA

tivos da WOFAPS. Os anteriores foram os Profs. José Pinus (vice--presidente) e Lúcio Tedesco Mar-chese (também representante re-gional), ex-presidentes da CIPE.

Ao lado dos representantes da América do Norte (um), Euro-

pa (um), Ásia (dois), África (um) e Oceania (um), ele irá integrar o conselho que assessora a direto-ria da federação em suas decisões e iniciativas.

Como representante da re-gião, juntamente com as socieda-des nacionais da especialidade, ele pretende “estabelecer parâ-metros de qualidade de serviços na América Latina e no Caribe, que levem a WOFAPS a creden-ciar instituições de excelência da região para ministrar treinamen-to avançado em áreas da espe-cialidade e, com isso, colocar o continente no mapa mundial da Cirurgia Pediátrica”. Ele ressalta que, além da repercussão mun-dial que tal iniciativa deverá ter, também serão relevantes os efei-tos nos serviços do Brasil e dos demais países da região.

Como presidente da entidade nacional da especialidade, o Prof. Baratella responde também pela presidência do Departamento de Cirurgia Pediátrica da Associação Médica Brasileira (AMB), sendo, ainda, membro da Câmara Técni-ca de Cirurgia Pediátrica do Con-selho Regional de Medicina do Es-tado de São Paulo (CREMESP).

“Benê”, como também era co-nhecido, formou-se médi-

co pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM--USP), em 1959. Ele foi residen-te de Cirurgia Geral no Hospital das Clínicas daquela instituição, numa época em que não havia ainda programa específico de Ci-rurgia Pediátrica, tendo se dedica-do posteriormente a essa especia-lidade.

O Dr. Benevides colaborou na fundação da CIPE, entidade que, em 1967 lhe outorgou o tí-tulo de especialista. Atuou es-pecialmente na Cruzada Pró-In-fância, serviço que chefiou até

sua extinção, no começo da dé-cada.

Até sua morte continuou con-tribuindo para o desenvolvimen-to da especialidade, sendo um dos ativos integrantes da Câmara Téc-nica de Cirurgia Pediátrica do Con-selho Regional de Medicina do Es-tado de São Paulo (CREMESP).

De temperamento afável, seu constante bom humor foi retra-tado em diversos eventos promo-vidos pela CIPE, como o jantar de confraternização da CIPE, de 2009 (veja foto).

Exemplo de ética profissional e competência, ele deixa saudades em todos com os quais conviveu.

Morre, em São Paulo, Dr. BenevidesNo dia 29 de julho, aos 77 anos, faleceu em São Paulo (SP), o Dr. Clovis Marcello de Sá e Benevides

Dr. Clovis Marcello de Sá e Benevides (“Benê”)

nal, realizado em Nova Delhi (Ín-dia), em outubro passado. Ele ob-teve, por correspondência, votos de representantes da região.

De acordo com informações, o Prof. Baratella é o terceiro brasi-leiro a participar dos órgãos dire-

A eleição do Prof. José Roberto Baratella, presidente da CIPE,

como representante da América La-tina e do Caribe junto à World Fede-ration of Associations of Pediatric Sur-geons (WOFAPS), ocorreu durante o congresso da entidade internacio-

Brasil na WOFAPS O Prof. José Roberto Baratella, presidente da CIPE, foi eleito representante da América Latina e do Caribe junto à World Federation of Associations of Pediatric Surgeons (WOFAPS)

O congresso da WOFAPS realizou-se em Nova Delhi (Índia), em outubro de 2010.

Divulgação/WOFAPS

Arquivo/CIPE

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CIPE INFORMA18CIPE Informa

Legenda-foto

Crédito-foto

(Box)

Associação renova sua diretoriaA chapa única, com o Dr. Max Schlobach como presidente, obteve 215 votos

No dia 10 de novembro, na sede da CIPE, foram apura-

dos os votos para a eleição dos membros da diretoria e do conse-lho fiscal da CIPE. A chapa única, encabeçada pelo Dr. Max Carsalad Schlobach, de Minas Gerais, que ocupou o cargo de vice-presidente nas duas diretorias anteriores, foi eleita com 215 votos. Foram re-gistrados apenas quatro votos nu-los e sete em branco. Os resulta-dos foram idênticos para a eleição da diretoria e do conselho fiscal.

Os trabalhos de apuração foram conduzidos pela Comissão Eleito-ral, composta pelos Profs. Drs. José Pinus, Giovanni Cappellano e Mu-rillo Ronald Capella.

O grupo dirigente eleito, que deverá conduzir a CIPE no biênio 2010-2012, foi empossado du-rante os congressos da especiali-dade, realizados em novembro de 2010, em Belo Horizonte (MG).

A composição da nova direto-ria é a seguinte:

DiretoriaPresidente Max Carsalad Schlobach (MG)1º Vice-presidente José Carnevale (SP)2º Vice-presidente João Carlos Ketzer de Souza (RS)Secretário Geral Alcides Augusto Salzedas Netto (SP)1º Secretário Maurício José Lopes Pereima (SC)2º Secretário Hélio Buson Filho (DF)1º Tesoureiro Nelson Elias Mendes Gibelli (SP)2º Tesoureiro Marianne Weber Arnold (PE)Diretor de Patrimônio

Marcia Emília Francisco Shida (SP)

Diretor de Publicações

Antonio Carlos Moreira Amarante (PR)

Diretor de Relações Internacionais

Kleber Moreira Anderson (RJ)

Conselho Fiscal

Membros Titulares

Paulo Roberto Pepe Serra (BA)Roberto Antonio Mastroti (SP)Wilberto Trigueiro (PB)

Membros Suplentes

Marco Aurélio Barbieri Ferreira (ES)Geraldo Marcos Faria (MS)Antonio Aldo Melo Filho (CE)

Novos associadosNo segundo semestre de 2010, até dezembro, a CIPE recebeu a adesão de 13 no-vos cirurgiões pediátricos.Os novos associados da entidade são os seguintes: Drs. Anna Karina Pinhei-ro Cassimiro Chao (SP), Cláudia Virgínia de Araújo Dantas (PE), Flávia Girol-do (SP), Giselle Machado Campos de Oliveira (SP), Juliana Barbosa Mapurun-ga Matos (CE) , Luiz Ro-berto Schlaich Ricardi (SP) , Paulo Luiz Batista Nogueira (MT), Priscila Cardoso Braz (SP), Rafaella Barci Dini (SP), Rafael Cavalcante Cor-reia (SP), Rafael Forti Mas-chietto (SP), Rodrigo Otá-vio Ferreira da Carvalheira (PE) e Stella Sabbatini (RJ) .

(Da esq. para a dir.) Profs. Murillo Ronald Capella, Giovanni Cappellano e José Pinus apuram os votos.

Arquivo/CIPE

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CIPE INFORMA 19

Levantamento do Conse-lho Nacional de Justiça

mostrou que em 20 dos 91 tribunais brasileiros existem mais de 112 mil processos sobre demandas de saúde. Esses dados evidenciam a falta de credibilidade dos sistemas de saúde brasilei-ros. No âmbito do sistema público, a insistência de que tudo se oferece contrasta com o pouco que se tem e a reiterada resistência em encarar a falta de recursos. As indisfarçáveis tentativas de distorcer a realidade por meio da manipulação da in-formação e interferência na prática clínica criam incon-sistências óbvias.Por outro lado, os planos de saúde, enredados em pro-cesso concorrencial predató-rio, vendem igualmente o que não têm. Impossibilitados de

entregar o prometido, voltam--se contra os prestadores de serviços, pressionando-os a aderir a padrões de atenção incompatíveis com a ciência e a ética. Vinte e dois anos de prática de SUS e onze anos de regulamentação (tímida e parcial) da saúde suplemen-tar não foram suficientes para corrigir vícios e construir um plano de ações que façam, de fato, boas ideias saírem do papel.Há cerca de uma década a Associação Médica Brasi-leira trabalha pela adoção integral da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). Revisada regu-larmente pelas Sociedades de Especialidade, a CBHPM lista os procedimentos mé-dicos adequados no uso clínico. Para beneficiar os

pacientes atendidos, con-sidera-se a eficácia e a se-gurança, eliminando alter-nativas obsoletas e aquelas ainda em experimentação. Paralela a essa iniciativa, o Projeto Diretrizes, também desenvolvido pela AMB, busca definir, com base nas melhores evidências científi-cas, quando e como realizar os procedimentos médicos listados na CBHPM. Até o momento foram publicadas 320 diretrizes que apoiam a decisão clínica, sem ofender a individualização dos cui-dados e a independência, valores inalienáveis à prática médica, que podem ser livre-mente consultadas no site www.projetodiretrizes.org.brEnquanto guiados pela ló-gica da contenção de re-cursos, gestores políticos e empresários da saúde

suplementar têm rejeitado sistematicamente a transpa-rência e a evidência científi-ca. Vê-se, portanto, a Justiça obrigada a intervir em prol dos interesses da socieda-de. Opõe-se paradoxalmen-te os que deveriam a ela antecipar-se.

A AMB coloca-se à disposição do Poder Judiciário em defesa da qualidade da atenção à saúde.

ESPAÇO DA AMB

2010DEZEMBROI Summer Meeting de Cirurgia Pediátrica da BahiaDia 15 de dezembroSalvador – BAwww.cipebahia.webnode.com.br

2011ABRILPAPS 201144th Annual Meeting

De 10 a 14 de abrilCancún – Méxicowww.paps2011mexico.org

III Curso de Educação Continuada CIPERJ/CREMERJDia 16 de abrilRio de Janeiro – RJwww.ciperj.org

Curso Avançado de Videocirurgia Pediátrica 2011De 6 a 9 de abrilJuiz de Fora – MGwww.eventusjf.comwww.cirurgia-pediatrica.com

MAIOAPSA 201142nd Annual MeetingDe 22 a 25 de maioCalifórnia – EUAwww.eapsa.org

JUNHOIV Bienal Internacional de Urologia Pediátrica do Hospital JesusDia 1 a 2 de junhoRio de Janeiro – RJwww.cipe.org.br

XIV Congresso Brasileiro de Urologia PediátricaDias 3 e 4 de junhoRio de Janeiro – RJwww.cipe.org.br

18th International Pediatric Colorectal Club MeetingDe 10 a 12 de junhoAnkara – Turquiawww.colorectalclub2011.org

6th Congress of the International Pediatric Transplant Association (IPTA 2011)De 25 a 28 de junhoMontreal – Canadáwww.iptaonline.org/6thcongress

AGENDA 2010-2011

Veja aqui os eventos nacionais e internacionais relacionados à Cirurgia Pediátrica e programados para ocorrer entre dezembro de 2010 e o final do primeiro semestre de 2011.

José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB

Judicialização da Medicina

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NOTÍCIAS DAS ESTADUAIS20RIO DE JANEIRO

Reuniões científicas da CIPERJEntidade fluminense continua apostando na educação continuada

A CIPERJ manteve, também em 2010, cronograma regu-

lar de reuniões científicas, visan-do disseminar informações atua-lizadas sobre diversos aspectos da especialidade. No segundo semes-tre, até o final de novembro, foram realizadas três, em diferentes pon-tos da capital fluminense.

No encontro do dia 4 de agos-to, na sede do CREMERJ, o Dr. Max Carsalad Schlobach, primeiro vice-presidente da CIPE, proferiu palestra sobre o tema Novos dispo-

sitivos para ostomias percutâneas.O Dr. Sylvio Ávilla, do Hospital

Infantil Pequeno Príncipe (HPP), de Curitiba (PR), foi o palestrante convidado do dia 28 de setembro. Nessa reunião, ocorrida no Pron-tobaby - Hospital da Criança, ele apresentou o tema Tratamento ci-rúrgico da hipertensão portal extra hepática - cirurgia de Rex Shunt. Naquela ocasião, a Dra. Mariana Epaminondas Emerson, residen-te do Instituto Fernandes Figueira (IFF), também expôs caso clínico sobre o tema Abordagem toracos-cópica do empiema pleural.

No dia 6 de novembro, a CI-PERJ organizou reunião científi-ca extraordinária, em paralelo ao I Encontro de Cirurgia Pediátrica do Hospital Rios D´Or. A reunião se desenvolveu no auditório do pró-prio hospital e contou com a parti-

cipação do Dr. Edward Esteves, que apresentou palestra sobre Cirurgias transumbilicais em crianças.

O evento também teve apre-sentações do Dr. Paulo Tavares (UERJ), sobre Trauma em Crian-ças; do Dr. Rodrigo Diaz (UFRJ), sobre Avaliação pré-operatória em Cirurgia Pediátrica; e, ainda, do Dr. André Pereira (Rede D´Or), so-bre Antibioticoterapia em Urgên-cias Cirúrgicas Pediátricas.

A última reunião científica de 2010 da entidade está previs-ta para ocorrer no dia 13 de de-zembro, no auditório do Hospital Copa D´Or. Para a ocasião foi con-vidado o Dr. Ricardo Caio Grac-co de Bernardis, anestesiologis-ta da Santa Casa de Misericórdia, de São Paulo (SP), que discorrerá sobre Hipotermia: causas, riscos e custos.

BAHIA

CIPE-BA na Semana Nacional de TrânsitoA Dra. Maria do Socorro M. de Campos também representou a entidade nacional

Entre os dias 18 e 25 de setem-bro, em Salvador (BA), foi re-

alizada uma série de eventos para marcar a Semana Nacional de Trânsito. As atividades, de cunho notadamente educativo, foram organizadas com a participação de diversas instituições públicas e entidades.

Na ocasião, a Dra. Maria do Socorro Mendonça de Campos, presidente da CIPE-BA e primeira secretária da CIPE, representou as duas entidades. Durante a pro-gramação ela apresentou palestra, que teve como tema “Transportar crianças com segurança é lei”, que, entre outros aspectos, abordou a importância do uso da cadeirinha adequada e do cinto de segurança em crianças.

MATO GROSSO

Nasce nova estadualDr. Augusto Aurélio de Carvalho é seu primeiro presidente

Em 2010 foi criada no Mato Gros-so a mais nova associação esta-

dual de Cirurgia Pediátrica do país. A CIPE-MT já está em plena atividade. Sua primeira diretoria é constituída pelos seguintes membros:

Presidente: Augusto Aurelio de CarvalhoVice-Presidente: Antonio D’ Oliveira Gonçalves PrezaSecretário Geral: Roni Leonardo Teixeira1ª Secretária: Mary Naomi Yamaguti2ª Secretária: Stefania Pinto Mota

A CIPE deseja sucesso à nova enti-dade.

BAHIAPresidente: Maria do Socorro Mendonça de CamposVice-presidente: Miria Guimarães NunesSecretário Geral: Paulo Roberto Pepe Serra1ª Secretária: Lenise Maria Martins de OliveiraTesoureiro: Nailton Rodrigues de Oliveira

CEARÁ Presidente: Antonio Aldo Melo FilhoVice-presidente: Maria do Socorro Almeida AguiarSecretário: Francisco das Chagas Barros Brilhante Tesoureiro: Clovis Ney Pinheiro Macedo

DISTRITO FEDERALPresidente: Mauricia Caetano CammarotaVice-presidente: Mércia Maria Braga RochaSecretária: Ivânia Italia Teixeira SalvadorTesoureiro: Wallace Acioli Freire de Gois

ESPÍRITO SANTOPresidente: Marco Aurélio Barbieri FerreiraVice-presidente: Margareth Carneiro Neves RuschiSecretário: Sperandio Reinaldo Del CaroTesoureira: Claudia Saleme do Vale

MATO GROSSO DO SULPresidente: Geraldo Marcos FariaVice-presidente: Sandra Yuki KanomataSecretária Geral: Silvia Maria Giroldo

MINAS GERAIS Presidente: Rodrigo de Macedo Gomes DiasVice-presidente: Rodrigo Romualdo PereiraSecretário: Roberto Gomes Dias Tesoureiro: Átila Reis Victoria

PERNAMBUCOPresidente: Claudia Correa AraújoVice-presidente: Luciana Santana LimaSecretária: Roberta Leal Queiroz SilveiraTesoureiro: Paulo Sérgio Gomes Nogueira Borges

RIO DE JANEIRO Presidente: Lisieux Eyer de JesusVice-presidente: Kleber Moreira AndersonSecretário: Sandoval Lage da Silva Sobrinho Tesoureiro: Marco Antonio Daiha RIO GRANDE DO SULPresidente: Gastão Mello Coelho SilvaVice-presidente: Ivan Reni DenardiSecretário: Carlos Alberto Hoff PetersonTesoureiro: Rafael Trindade Deyl

SÃO PAULO Presidente: Vicente Antonio Gerardi FilhoVice-presidente: Marcio Lopes Miranda1ª Secretária: Elaine Cristina Soares Martins2º Secretário: Geraldo Magela Nogueira MarquesTesoureiro: Ricardo Antonio Bertacchi Uvo

Dr. Sylvio Ávilla (no centro, de camisa branca), ao lado de diretores da CIPERJ.

Estaduais renovam suas diretorias

Em 2010 a maioria das associações estaduais de Cirurgia Pediátrica realizou eleições e empossou suas novas di-retorias durante os congressos realizados em novembro, em Belo Horizonte (MG).Na Bahia, no Espírito Santo, na Paraíba, no Paraná, no Mato Grosso do Sul, na Região Norte, no Rio Grande do

Sul e em Santa Catarina a composição das diretorias permaneceu inalterada. As associações de Goiás e do Rio Gran-de do Norte ainda não realizaram eleições.

Já as estaduais do Ceará, do Distrito Federal, de Minas Gerais, de Pernambuco, do Rio de Janeiro e de São Pau-lo renovaram os membros de sua direção. Conheça a seguir as novas diretorias dessas seções que, assim como as de-mais, podem ser conferidas no site da CIPE.