Jornal Brasil Atual - Limeira 04

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Jornal Regional de Limeira www.redebrasilatual.com.br LIMEIRA nº 4 Dezembro de 2010 Como a refeição das crianças virou problema para o prefeito Sílvio Félix CPI DA MERENDA ESCOLAR REFORMA AGRáRIA Em Cordeirópolis há um lugar muito feliz construído pela comunidade Pág. 6 TERRA PARA QUEM GOSTA DA TERRA Governador Goldman não repassa verba de 2011 para a cidade Pág. 2 ORçAMENTO PRA NÓS NADA Nossa atuação esportiva em Santos: 48 medalhas Pág. 7 JOGOS ABERTOS OURO NA ÁGUA A bandinha de Limeira faz sucesso há 150 anos Pág. 3 MúSICA CONCERTO NA RUA UMA VERGONHA MUNICIPAL DISTRIBUIçãO GRATUITA FOTO: MARIO ROBERTO FOTO: CINARA PICCOLO FOTO: ROBSON FRANCO FOTO: CIETE SILVÈRIO FOTO: ROBSON FRANCO

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concerto na rua ouro na água pra nós nada música nº 4 Dezembro de 2010 Nossa atuação esportiva em Santos: 48 medalhas A bandinha de Limeira faz sucesso há 150 anos pág. 6 pág. 7 pág. 2 pág. 3 www.redebrasilatual.com.br Jornal Regional de Limeira distribu ição Governador Goldman não repassa verba de 2011 para a cidade foto: robson franco foto: robson franco foto: Mario roberto foto: cinara piccolo foto: ciete silvÈrio

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Jornal Regional de Limeira

www.redebrasilatual.com.br limeira

nº 4 Dezembro de 2010

Como a refeição das crianças virou problema para o prefeito Sílvio Félix

cpi da merenda escolar

reforma agrária

Em Cordeirópolis há um lugar muito feliz construído pela comunidade

pág. 6

terra para quem gosta da terra

Governador Goldman não repassa verba de 2011 para a cidade

pág. 2

orçamento

pra nós nada

Nossa atuação esportiva em Santos: 48 medalhas

pág. 7

jogos abertos

ouro na água

A bandinha de Limeira faz sucesso há 150 anos

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música

concerto na rua

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expediente rede brasil atual – limeiraeditora gráfica atitude ltda. – diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros redação Ana Lucia Ramos,Dalva Radeschi, Ivanice Santos, Marina Amaral, Leonardo Brito (estagiário) e William da Silva revisão Malu Simõesdiagramação Leandro Siman telefone (19) 9708-0104 / (11) 3241-0008 tiragem: 10 mil exemplares distribuição gratuita

editorial

o logotipo do pig – o partido da iMprensa golpista orçamento estadual 2011

rodovia sp-151

pra limeira nada?

os acidentes continuam

Verba de 140,76 bilhões não contempla a cidade

Toda segunda-feira tem protesto contra o desmazelo

Várias cidades do in-terior foram beneficiadas com verbas do governo es-tadual, mas Limeira não foi contemplada com nenhum investimento extra – afora os constitucionais previs-tos nas áreas de Educação, Saúde, Transportes etc. – no

próximo ano pelo governador Alberto Goldman (PSDB). O projeto enviado à Assembleia Legislativa atinge a cifra de R$ 140,76 bilhões. Assim, a solução de várias questões fi-cou comprometida como a da SP-151 (leia abaixo).

O Sindicato dos Bancá-

Palco de muitos acidentes – entre os quais o da repórter Dal-va Radeschi, em agosto passado –, a SP-151, que liga Limeira e Iracemápolis, abrigou o protes-to de alunos do Isca Faculdades: em 25 de outubro, lá pelas 20 horas, mais de 100 estudantes mostraram indignação diante dos acidentes da rodovia e in-terromperam o tráfego de veícu-los, por mais de meia hora, em frente à escola. Com cornetas e cartazes com os dizeres “Não Quero Ser a Próxima Vítima”, eles exigiram melhorias na ro-

dovia, dentre as quais: dupli-cação da via, mais sinalização, mais iluminação e a construção de uma passarela interligando o bairro à Faculdade.

Além dos estudantes, os moradores dos bairros adja-centes – Parque Nossa Senho-ra das Dores e Santa Adélia – decidiram que haverá protesto na rodovia às segundas-feiras. Eles pretendem ampliar o gru-po e obter o apoio dos verea-dores da cidade para sensibili-zar o governo do Estado para solucionar o problema.

rios encaminhou um pedi-do de emenda parlamen-tar para o deputado eleito Luiz Cláudio Marcolino (PT), na tentativa de in-cluir na peça orçamentá-ria verba no valor de R$ 150.000,00, para a cons-trução da passarela.

O prefeito Sílvio Félix e sua turma política se enreda-ram num escândalo malsão que, pelo andar da carruagem, não vai dar em nada – malgrado o empenho do Ministério Público Estadual em aclarar a maracutaia –, mas resultará num inevitável desgaste político: que pai ou mãe de aluno se esquecerá desse esquema mal engendrado que resultou na suspeita de roubalheira na comida das crianças das esco-las públicas? Um horror, principalmente levando em conta que há famílias em Limeira cujos filhos vão à escola com o objetivo fundamental de comer. Enfim, há fortes descon-fianças de roubo deletério.

Pra piorar, o governador Alberto Goldman se esqueceu de que Limeira existe e não mandou – afora o previsto em lei – nem um tostão da verba de R$ 140,76 bilhões do orçamento de 2011. O jeito então é a gente se espelhar naqueles que an-dam com as próprias pernas. Como a nossa banda Henrique Marques, que completou 150 anos; a turma dos sem-terra de Cordeirópolis, hoje de vida boa, possuidora de parcerias que dão vida nova ao campo; e, por fim, o pessoal do esporte: os amadores conquistaram 48 medalhas, das quais 18 de ouro, nos recentes Jogos do Interior, disputados em Santos, e os profissionais querem reviver os bons tempos em que a Inter-nacional era a nossa laranja mecânica. Axé!

a repórter dalva radeschi: ainda na cadeira de rodas

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governo federal libera r$ 27 mi

O Ministério das Cidades selecionou dois projetos de Limeira para o PAC 2. Um, no valor de R$ 25,6 milhões,

é para obras de contenção de enchentes. O outro, de R$ 1,8 milhão, destina-se à cons-trução de casas populares e

urbanização do bairro Jar-dim Dom Oscar Romero. As obras deverão ter início no ano que vem.

Dinheiro é para conter enchentes e construir casas

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música

150 anos de história

os maestros da banda

O sesquicentenário de uma senhora banda de música

A banda tocou em público pela primeira vez no dia 6 de novembro de 1860 em algu-mas ruas da região central de Limeira. Seu primeiro nome era banda Lyra D'Oeste, co-mandada pelo maestro e pro-fessor de música José Luiz Marques, um afro-descenden-te batalhador das causas abo-licionistas. Com a morte do maestro, em 1892, seu filho, o músico Henrique Marques, substitui-o como regente do grupo. O sucesso foi tão gran-de que o povo passou a cha-má-la de Corporação Musical Henrique Marques, como é conhecida até hoje.

Entre os inúmeros prêmios, troféus e medalhas, destacam-se

na galeria da banda a premiação no concurso da extinta rádio e televisão Tupi, em 1964. Anos depois, ela ganhou o primeiro lugar no 1º Centenário de San-tos Dumont, realizado na Praça da República, em São Paulo. A banda gravou cinco discos long-plays (1963, 1965, 1976) e um disco compacto (1976).

Em 1970, a corporação criou uma escola de música que mantém até hoje. Co-mandada por mais de 50 anos pelo maestro Mauro Gonçal-ves Cerdeira, a escola formou muitos músicos que integram orquestras renomadas, como a Orquestra Sinfônica de Li-meira (Osli), a Orquestra Sin-fônica de Campinas (OSMC),

a Orquestra Sinfônica do Es-tado de São Paulo (Osesp) e grupos internacionais, como o da Universidade de Fênix, do Arizona, nos Estados Unidos.

Ao completar 150 anos, a corporação mantém suas tra-dições, entre as quais as apre-sentações no coreto da praça e a execução de músicas antigas, como os dobrados. Em 6 de no-vembro de 2010, sábado, em meio a manifestações de cari-nho e homenagens – como a da poetisa Zenaide, que declamou uma poesia pelos 150 anos de existência da banda –, a Corpo-ração Henrique Marques, sob a batuta do maestro Fernando Barreto, apresentou-se no core-to da Praça Toledo Barros.

• 1860 a 1892 – José Luiz Marques

• 1892 a 1936 – Henrique Marques

• 1936 a 1946 – Benício Zaccarias

• 1946 a 1960 – Mário Tintori

• 1960 a 1971 – Mauro Gonçalves Cerdeira

• 1971 a 1973 – José Peruzza Sanches

• 1973 a 2008 – Mauro Gonçalves Cerdeira

• desde 2009 – Fernando Barreto

o ensaio da corporação musical henrique marques, sob regência de fernando barreto

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cultura

raça de valorUm mês discutindo a negritude

O dia 20 de novembro é o Dia Nacional da Consciência Negra, mas a Secretaria da Cultura de Limeira resolveu discutir o tema durante o mês inteiro. De 3 a 8 de novem-bro, o debate foi sobre O que é Consciência Negra para Você?, organizado pelo Deca-die (Departamento da Cultura Afro-descendente e da Inte-gração Étnica), na EMEIEF Deputado Laércio Corte, no Jardim Vista Alegre. Depois, houve uma exposição itine-rante até o dia 30 de novem-bro – que passou pelos bairros Parque Abílio Pedro, Jardim Aeroporto e Novo Horizonte.

José Galdino Clemente, diretor do Decadie, coorde-nou as atividades, que con-taram com apresentação de teatro da Cia de Teatro Crer... Ser... Thulany, roda de capo-eira com o grupo Elite Cultu-ra e apresentação de dança do grupo Cor e Raça, da Pastoral Afro da Igreja Nossa Senho-ra de Lurdes. No Teatro Vi-tória, houve a apresentação Dançando e Memorando a

Cultura Afro Brasileira. Na Paróquia Santa Isabel de Por-tugal, o evento trouxe mani-festações artísticas africanas, como esculturas de marfim, máscaras entalhadas em ma-deira e ornamentos em ouro e bronze, com muita religio-sidade, música e dança.

Por fim, houve ainda, com entrada franca, o 5º FESTIAFRO – Festival Na-cional de MPB –, no palco do Teatro Vitória, e a Esta-ção Cultura – Roda de Sam-ba, que apresentou grupos de samba da cidade, na Estação Ferroviária, com shows do Grupo De Bobeira, Jeito de Ser, Pagodeando e Vive Me-lhor Quem Samba.

Grupo De Bobeira: o samba pede passagem

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cpi: quem levantou a lebre do esquema de propinasO ex-vereador (PT) e diri-

gente sindical metalúrgico de Limeira, Rio Claro e região, José Carlos Pinto, foi a primeira pessoa, em novembro de 2007, a denunciar possíveis irregula-ridades com a merenda escolar, tentar instalar uma Comissão de Inquérito e contar o que achava estranho ao Ministério Público. “A terceirização seria para con-ter despesas, mas não foi o que se verificou em Limeira” – lem-bra. Entre as questões penden-tes do passado, agora aparecem respostas para o envolvimento do vereador César Cortez no es-

cpi da merenda

como a refeição escolar engordava o bolso dos gatunosO triste enredo de um esquema horroroso desferido contra as crianças pobres de Limeira

As reuniões da Comis-são Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a terceiri-zação da merenda escolar em Limeira ocorrem em meio à confusão: vereadores discu-tem entre si, as pessoas que acompanham as discussões são expulsas do plenário. A Comissão tem maioria go-vernista: a presidência é do vereador Sílvio Brito (PDT), e a relatoria está com as ve-readoras Nilce Segalla e Elza Tank (ambas do PTB), da base do prefeito Sílvio Félix. Com-pletam a comissão os vereado-res de oposição Mario Botion (PR) e Ronei Martins (PT).

A terceirização da merenda em Limeira foi assumida em 3 de março de 2006 pela empresa SP Alimentação, num contrato anual de R$ 15,4 milhões. Em 2007, o contrato foi aditado por mais um ano, ao valor de

R$ 16,2 milhões. Na época, a Comissão de Fiscalização dos Atos do Executivo da Câmara Municipal, da qual faziam parte os vereadores José Carlos Pinto, Carlos Ferraresi e César Cortez, recebeu denúncias sobre a qua-lidade, a quantidade e a forma

uma história feia

Há cerca de dois meses, uma investigação do Minis-tério Público Estadual desco-briu o envolvimento de Geni-valdo Marques dos Santos, o Tiquinho, 41 anos, adminis-trador de empresas, no es-quema da SP Alimentação e ofereceu a ele o benefício da delação premiada. Genivaldo então revelou o golpe, que envolve um apresentador de televisão, um jornal impres-so, vereadores, ex-vereadores e o prefeito da cidade, que teria recebido 12% de R$ 56 milhões – R$ 6,1 milhões!

A denúncia é grave. A corrupção é nefasta, tem de ser extirpada, e ganha re-quintes de crueldade quando se fala de merenda esco-lar, numa cidade em que as mães da periferia mandam as crianças comer na escola porque muitas vezes não têm comida em casa. As crianças têm déficit de aprendizagem por falta de alimentação.

A CPI na Câmara só foi possível com a adesão da base aliada do prefeito, por-que são necessárias cinco assinaturas – a base oposi-cionista tem três vereadores, contra 11 da base aliada. Com isso, obteve-se a quebra

de sigilo da empresa Irmãos Franco, que teria recebido R$ 1,5 milhão para não atra-palhar na licitação. Serão ou-vidas também oito pessoas chaves para elucidar o caso.

As reuniões ocorrem às quintas-feiras, às 14 h, e são abertas ao público. Na úl-tima havia mais de 70 pes-soas. O assunto mobiliza a população. Conta-se que há perseguição aos vereadores da oposição, com ameaça à integridade física deles, por meio de e-mails.

A CPI tem prazo de 90 dias para finalizar os tra-balhos. O tempo é peque-no para avaliar, captar as oitivas e analisar os docu-mentos – a comissão terá de contratar um perito con-tábil para emitir um parecer sobre essa documentação. Portanto, há a possibilida-de de haver prorrogação. No final, será emitido um relatório e encaminhado ao Ministério Público, que poderá pedir uma comissão processante ou a cassação de mandato. É bom que se saiba que a SP Alimentação atua em 60 municípios e o modo de operar da empresa é o mesmo em todos.

de distribuição das merendas. De posse das denúncias, a Co-missão, via vereador José Car-los Pinto, pediu a instauração de uma CPI. Porém, para que ela prosperasse, seria preciso a assinatura da maioria da Comis-são de Fiscalização. De pronto,

o vereador ronei quer saber quem levou a grana

a merenda escolar das crianças às vezes é refeição única

josé carlos estava de olho há mais de três anos

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o chefão do negócio suspeito

como foi arquitetado o plano

a desculpa esfarrapada

O empresário Eloízo Go-mes Afonso Durães, um dos donos da SP Alimentação, é acusado de ser o chefe da máfia das merendas. A em-presa dele tem contratos em 40 cidades, de nove esta-dos do país – entre as quais quatro capitais: São Paulo, Recife, São Luís e Maceió. O esquema teria movimen-tado R$ 280 milhões para fraudar licitações, corrom-per políticos e funcionários públicos, emitir notas frias e praticar cartel.

Para impedir a instalação da CEI era preciso do voto contra do presidente da Co-missão, Carlos Gomes Fer-raresi. Eloízo, então, teria repassado, por meio de um funcionário municipal, R$ 35 mil para que Ferraresi apre-sentasse um relatório soli-citando o arquivamento do

Sobre a concorrência públi-ca para a contratação de em-presa para o fornecimento de merenda escolar, a Prefeitura de Limeira emitiu uma nota à imprensa informando que “se-guiu a lei de licitações”. De-fende-se, apresentando como álibi o Tribunal de Contas do Estado que “aprovou o edital de concorrência. E informa, também, que a SP Alimenta-ção não presta mais serviços à cidade. A merenda escolar está a cargo de uma nova empresa, a Le Baron.

cpi: quem levantou a lebre do esquema de propinas

como a refeição escolar engordava o bolso dos gatunosO triste enredo de um esquema horroroso desferido contra as crianças pobres de Limeira

Cleber Masson, ocasião em que foi instaurado Inquérito Civil para averiguar as irregu-laridades do contrato firmado. Outra questão, constante das denúncias, é o envolvimento do advogado Thúlio Cami-nhoto Nassa, que figura como advogado contratado pela pre-feitura para defendê-la num mandato de segurança movido pela Sistal Alimentação de Co-letividade Ltda., com intuito de anular a licitação vencida pela SP Alimentação. Ao mes-mo tempo, o advogado figura como prestador de serviço da SP Alimentação na defesa da empresa numa ação monitória (que discute valores), em outro município. Esse mesmo advo-gado, aliás, é nomeado pelo prefeito como diretor adminis-trativo II, lotado na Secretaria de Assuntos Jurídicos, em 9 de fevereiro de 2006.

Carlos Ferraresi manifestou-se contrariamente. Depois, seguiu-o César Cortez.

Independente da negativa, elaborou-se um relatório das investigações e foi apresentada denúncia formal ao Ministério Publico, por meio do promotor

quema de propinas para favore-cer a SP Alimentação.

Questionado sobre outros serviços terceirizados na época, como o fornecimento de remé-dios pela Unifarma, José Carlos, que quer colaborar com a CPI, diz que “é preciso averiguar tudo”. Mas acha a possibilida-de improvável, se depender da Câmara Municipal. “Temos de contar com o Ministério Público (MP), com a contribuição dos promotores, como o doutor Cle-ber Masson.” O resultado das investigações do MP foi o afasta-mento do vereador César Cortez,

substituído pela suplente Ira-ciara Basseto (PV). Na esfera cível, Masson pediu a conde-nação de Cortez, Ferraresi e de Eloízio Gomes Afonso Durães, dono da SP Alimentação, por improbidade administrativa e a devolução do dinheiro aos cofres públicos – R$ 140 mil, Cortez e R$ 35 mil, Ferraresi. Masson também tornou indis-poníveis os bens de Cortez e dos demais réus. Em entrevista ao Jornal de Limeira, Cortez ameaçou: “Há coisa maior a se apurar; caso seja questionado, vou dizer tudo que sei”.

a dois vereadores de Limeira – Antônio César Cortez (PV), o Quebra Ossos, candidato derrotado a deputado fede-ral nas últimas eleições, e o ex-vereador Carlos Gomes Ferraresi, então presidente da Comissão de Orçamento e Finanças da Câmara. Eloízo queria barrar uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara que investigaria o contrato de R$ 56,3 milhões, firmado entre a Prefeitura e a SP Alimentação. Para isso, ele precisava de dois votos.

Em setembro, Eloízo foi pre-so – e solto dias depois – em São Paulo por mandar pagar propina de R$ 175 mil, em 2007 e 2008,

procedimento administrativo – que abortaria a CEI.

Em 22 de novembro de 2007, o funcionário recebera outra missão de Eloízo: subor-nar o vereador Cortez. Porém, Cortez, sabendo da importância de seu voto, exigiu R$ 300 mil, mas, conversa vai, conversa vem, acabou aceitando R$ 140

mil, em quatro prestações – três de R$ 40 mil e outra de R$ 20 mil, pagas entre dezembro de 2007 e março de 2008. Com a grana, ele comprou um apê em Campinas. Cortez só não foi para o xilindró com Eloízo por-que a lei eleitoral não permitia que um candidato fosse preso 15 dias antes da eleição.

eloízo: preso e solto

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Em 1997, 200 famílias de trabalhadores rurais em busca de terra para plantar e lugar para viver e criar seus filhos se reuniram e foram à luta. Ho-mens, mulheres e crianças sa-íram de Araras e passaram por Estiva Gerbi e Espírito Santo do Pinhal. Fizeram doze ocupa-ções e sofreram doze despejos, até que as 40 famílias restantes chegaram a Cordeirópolis, no dia 20 de novembro de 1998, daí o nome do assentamento.

Nas andanças, as dificul-dades foram muitas: falta de água e comida, dormir sob a lona, com frio, chuva, vento. Muitas vezes, eles perdiam o pouco que tinham. Dona Ex-pedita Saldanha dos Santos, 48 anos, mulher que está desde o início na luta, conta que em Es-tiva Gerbi eles não tinham mais o que comer. Então, um diretor do Sindicato da Alimentação de Mogi Mirim, senhor Morelli, parceiro na jornada, propôs às famílias: “Vamos com um car-ro de som pelas ruas da cidade anunciando a coleta de alimen-

tos, e vocês vão batendo de porta em porta, pegando as doa-ções”. Alguns contribuíam, mas outros ofendiam os sem-terra. A vergonha era grande. Mas o ob-jetivo de conquistar uma terra fez que eles continuassem.

Em 1998, em Cordeirópo-lis, eles ocuparam uma área do Horto Florestal, do Go-verno do Estado, destinada à reforma agrária. Mas para ficar na terra havia uma bata-

lha a ser vencida, a posse da terra. Foi aí que o Sindicato dos Bancários de Limeira se juntou às famílias e procurou outros parceiros: o ITESP – Instituto da Terra do Estado de São Paulo –, a Igreja local, o Sindicato Rural de Limeira, a CUT – Central Única dos Tra-balhadores – foram algumas entidades que colaboraram na organização e na comissão de seleção. A posse definitiva da

reforma agrária

a luta pela terra que resultou em terra para todos

os projetos e parcerias que dão vida ao campo

Acompanhe a luta desses trabalhadores rurais que vivem em Cordeirópolis: uma beleza

O projeto Ponto de Cultu-ra, primeiro na área rural, vai contribuir para a inclusão di-gital e proporcionar cursos de dança, teatro e sala de cinema para as crianças e jovens.

O grupo de mulheres – em parceria com a Instituto Con-sulado da Mulher, da empresa Cônsul, que equipou a cozinha industrial com geladeira, free-

terra veio em julho de 1999, com o sorteio dos lotes. Assim foi fundado o Assentamento 20 de Novembro.

Nesses 12 anos, foram mui-tas as dificuldades. Além da ter-ra fraca, era preciso implantar os projetos e captar recursos para produzir alimentos e criar animais. Mas, como dizia o po-eta português Fernando Pessoa: tudo vale a pena quando a alma não é pequena. E valeu.

zer, fogão etc. – produz delí-cias para vender, como banana chips, doce ou salgada.

O Projeto Merenda Esco-lar, do Governo Federal, de-termina que o município ad-quira da agricultura familiar 30% da merenda escolar

O PAA – Projeto Aquisição de Alimentos – trata da aqui-

sição de alimentos para en-tidades assistenciais e ajuda as famílias do Assentamento 20 de Novembro. A esperan-ça é de futuro muito melhor.

Para Dona Marta, viver no assentamento é ser mais feliz. “Muitas batalhas vêm pela frente, porque muito foi feito, mas há muito por fazer” – diz.

• Construção dos poços artesianos

• Encanamento da água

• instalação da energia elétrica

• Abertura e manutenção da estrada

• Retirada do lixão de dentro da área do assentamento

• Habitabilidade (projeto de melhoria e reforma das casas)

• Criação do Centro de Convivência das Crianças e Adolescentes

• Alfabetização de jovens e adultos

• Inclusão Digital, um desafio para os assentados, que nunca tinham acessado um computador

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cenário novo: os filhos dos sem-terra têm campo de futebol e acesso à internet

as sem-terra na cozinha industrial

as conquistasDona Marta Aleixo dos San-

tos Lino, presidente da Asso-ciação do Pequenos Produtores Rurais do Assentamento 20 de Novembro, fala sobre as lutas e as conquistas.

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uma a uma

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futebol

inter renasce e sonha outra vez em reviver 1986

até 2012

Time viveu os piores momentos de seus 97 anos. Mas, daqui para a frente, promete mudarDepois de ter sua sede de

campo penhorada por dívidas trabalhistas com ex-funcioná-rios, água e telefone cortados e ir parar na última divisão do futebol paulista, a Internacio-nal de Limeira, campeã pau-lista de 1986 em final históri-ca contra o Palmeiras, renasce das cinzas. O time viveu nas últimas temporadas os piores momentos de seus 97 anos de história. O clube disputou a elite do Campeonato Paulista pela última vez em 2005.

Hoje o Limeirão está de cara nova. Pintado, ganhou ele-vadores. Os vestiários foram reformados. As contas estão em dia. Dívidas, só as que corriam na Justiça e que o clube espera definição para quitar. Muitos torcedores chegaram a duvi-dar da recuperação do clube, que começou a mudar com a troca do comando. Aílton Vi-cente de Oliveira assumiu a presidência no ano passado e

promoveu uma reformulação no futebol. Do elenco que caiu para a Segunda Divisão, quatro jogadores permaneceram. A es-tratégia para conseguir o acesso foi adotar uma política “pé no chão”, oferecendo aos jogado-res e à comissão técnica o que o clube podia pagar. Assim, os salários de atletas vão de R$ 700 a R$ 1,5 mil, apostando em promessas das categorias de base. “Trouxemos o Clau-

demir Peixoto, técnico muito respeitado nesta divisão. Com ele, atraímos vários jogadores que o conhecem bem. Depois, mostramos a seriedade do pro-jeto, com os salários em dia e a premiação por metas atingi-das” – afirma o presidente Aíl-ton. “Oferecemos também toda a estrutura para que os atletas possam se preocupar apenas em jogar futebol” – explica Marcel Barbosa, gerente de futebol.

A Inter de Limeira montou um grupo jovem e entrosado para a Segunda Divisão. Mes-clou a base do time na Copa São Paulo de Juniores com atletas indicados pelo técnico Claudemir Peixoto – desta-que para o meia Lucas Lima e o atacante Fernando Russi, artilheiro do time na Segun-dona. Sem centro de treina-mento, a Inter preparou-se nos campos do Sesi e da empresa Fumagalli. “A cidade resolveu novamente abraçar a Inter. O torcedor daqui sempre foi apaixonado pelo time, mas es-tava distante” – conta Aílton.

No Limeirão, mais de 7 mil pessoas pagaram ingresso e festejaram o acesso à Série A-3. O próximo passo, para ousar voos mais altos, é ne-gociar Lucas Lima, Fernando Russi e o zagueiro Cazoni. O grupo gestor tem participação na venda dos atletas, mas o principal objetivo no momento

é ajudar a Inter a voltar a ser um dos times mais temidos do interior paulista. Quem sabe até revivendo o momento mais marcante de Laranja Mecânica, em 1986, uma referência à fru-ta símbolo de Limeira. “Chega-mos ao fundo do poço para mu-dar. Esperamos estar na elite do Campeonato Paulista no ano do centenário da Inter, em 2013” – diz o presidente.

A reunião do Conselho Deliberativo da Internacio-nal de Limeira, realizada no dia 10/11 à noite no Limei-rão, definiu: o presidente Aílton de Oliveira coman-dará o futebol do clube até o final de 2012, com possi-bilidade de renovação por mais dois. Assim, ele esta-rá no comando do Leão no ano do seu centenário.

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o presidente aílton de oliveira promete reformulação

jogos abertos do interior

limeira conquista 48 medalhas Cidade ficou em 13º lugar da Segunda Divisão

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Durante onze dias, 10.579 atletas de 208 municípios estive-ram reunidos para a 74ª edição dos Jogos Abertos do Interior, rea-lizados em Santos. Separados por divisões e categorias, os atletas participaram de 36 modalidades, além de competições de natação e atletismo entre Pessoas Com Defi-ciência. No final, Limeira ficou em 13º lugar da 2ª Divisão. A cidade

levou 152 atletas à competição e conquistou 48 medalhas – 18 de ouro, 20 de prata e 10 de bronze.

O título geral dos Jogos ficou com São Caetano do Sul, que obteve a sétima vitória conse-cutiva e o 14º título geral desde 1997, interrompido apenas em 2003 com a vitória de Santos, a cidade mais vitoriosa do torneio, com 25 conquistas.vôlei masculino sub 21: prata

classificação dos jogos abertos do interior – 2ª divisãocidade pontuação

1 Mogi das Cruzes 141

2 Santo André 114

3 Suzano 110

4 Campinas 110

5 Franca 99

6 Santana de Parnaíba 80

7 Osasco 78

8 Araçatuba 75

9 Rio Claro 74

10 Sorocaba 72

11 Jacareí 71

12 Indaiatuba 66

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Page 8: Jornal Brasil Atual - Limeira 04

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horizontal – 1. Roedor herbívoro, encontrado perto de rios e lagos; Oceano 2. Profecia, revelação; moradia 3. Lugar onde se cultiva a uva; Dança da periferia 4. Lavre; Ali; Ataque repentino de doença 5. Nome de antigo time de futebol de Niterói 6. Região do Piemonte, Itália; Tipo de verso; Nenhuma das anteriores 7. Letra que vem depois do eme; Para trás 8. H., nome de famosa joalheria, O que foi discutido numa reunião 9. Pedaço; Enche muito, abarrota; 10. Argola; Fim (pl.)

vertical – 1. Famosa praia carioca 2. Aves trepadores de grande porte, de bico grande e curvo (pl.); Atmosfera 3. Laço de consanguinidade ou de aliança 4. Instituto dos Consumidores de Remédios; Tipo de vinho 5. Voo, em espanhol; Escola de enfermagem 6. Unido por um pacto; Anfíbio da ordem dos anuros 7. Grande quantidade; Como os alunos tratam a faculdade de Odontologia 8. Estado amazôni-co; Observatório do Clima 9. Sorri; Rasteira 10. Títeres 11. Órgãos do voo das aves, dos morcegos e dos insetos; Um trecho de uma peça de teatro 12. Ganhar tudo; Pessoa exímia em qualquer atividade

palavras cruzadasfoto síntese – 10ª festa alemã

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vale o que vier