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Jornal do CCE Eleições do DCE acontecem nos dias 18 e 19 Reunião discute problemas estruturais do Curso de Cinema Projeto prevê criação da Marcenaria do Design até 2012 Ano 1 Nº7 Florianópolis, Novembro de 2009 www.jornaldocce.blogspot.com Página 4 Página 5 Página 4 Conselho libera bebidas em festas Decisão do Cun passará por período de teste de um ano antes de aprovação definitiva A cooperativa Katarina Kartonera, formada pelo professor de Literatura Sérgio Medeiros, mestrandos em Letras, além de outros colaboradores e escrito- res, publica livros de forma artesanal, com capas feitas a partir do papelão. Dez títulos já foram editados, sendo que o último trabalho produzido foi “Arte e Animalidade”. Cooperativa edita livros com papelão O tema foi discutido em três reuni- ões e o Conselho Universitário (Cun) aprovou no dia 27 de outubro a reso- lução que libera a venda de alimentos e bebidas, inclusive alcoólicas, nas festas realizadas no campus. Durante o primeiro ano a permissão é apenas um teste e depois o Cun fará uma ava- liação das consequências da liberação. A regulamentação ocorreu a pedido da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE). Página 7 Luiza Sinzato Resolução permite a venda de bebidas e exige a apresentação prévia de plano de execução da comissão organizadora da festa para UFSC Guarda multa motoristas no campus A Guarda Municipal está multando, em média, 40 motoristas que utilizam as rótulas do CCE como locais de estaciona- mento por semana. Quase todos os dias a Guarda Municipal multa quem insiste em deixar os carros nestes pontos. Estacionar em rótulas é, segundo o Código de Trânsito Brasileiro, proibido. A multa é de R$ 83,13 e o infrator ainda leva quatro pontos na carteira. Página 3 Página 3 Carro estacionado em local proibido na rótula Marina Lisboa

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Este jornal é produzido pelos alunos de Redação II do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina

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Jornal do CCEEleições do DCE acontecem nos dias 18 e 19

Reunião discute problemas estruturais do Curso de Cinema

Projeto prevê criação da Marcenaria do Design até 2012

Ano 1 Nº7 Florianópolis, Novembro de 2009 www.jornaldocce.blogspot.com

Página 4 Página 5 Página 4

Conselho libera bebidas em festasDecisão do Cun passará por período de teste de um ano antes de aprovação definitiva

A cooperativa Katarina Kartonera, formada pelo professor de Literatura Sérgio Medeiros, mestrandos em Letras, além de outros colaboradores e escrito-res, publica livros de forma artesanal, com capas feitas a partir do papelão.

Dez títulos já foram editados, sendo que o último trabalho produzido foi “Arte e Animalidade”.

Cooperativa edita livros com papelão

O tema foi discutido em três reuni-ões e o Conselho Universitário (Cun) aprovou no dia 27 de outubro a reso-lução que libera a venda de alimentos

e bebidas, inclusive alcoólicas, nas festas realizadas no campus. Durante o primeiro ano a permissão é apenas um teste e depois o Cun fará uma ava-

liação das consequências da liberação. A regulamentação ocorreu a pedido da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE).

Página 7

Luiza Sinzato

Resolução permite a venda de bebidas e exige a apresentação prévia de plano de execução da comissão organizadora da festa para UFSC

Guarda multa motoristas no campusA Guarda Municipal está multando,

em média, 40 motoristas que utilizam as rótulas do CCE como locais de estaciona-mento por semana. Quase todos os dias a Guarda Municipal multa quem insiste em deixar os carros nestes pontos.

Estacionar em rótulas é, segundo o Código de Trânsito Brasileiro, proibido. A multa é de R$ 83,13 e o infrator ainda leva quatro pontos na carteira.

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Carro estacionado em local proibido na rótula

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Algumas pessoas chegam à nossa vida, montam sua barraca e permanecem dentro do nosso coração. Pode parecer piegas caro leitor, mas, é realmente o que acontece, não? Mas não quero falar dessas pessoas hoje, e sim, das atitudes que tomam que nos influenciam em todos os aspectos. Atitudes intrépidas, recheadas de significados, muitas das vezes nos incutem um gás novo na alma, uma vontade absoluta de seguir em frente e trilhar ainda mais nossos oblíquos caminhos.

Pessoas, ah, pessoas. Bichos homens que inventaram uma sociedade cheia de re-gras e frescuras. Criaram inventos absurdos, puderam voar, ir ao espaço, comunicar-se remotamente. São esses bichos homens que também são responsáveis por essas bar-báries que assistimos de vez em sempre pela televisão. Bichos homens complicados, absolutos, bichos...

Intrépido Leitor, você tem um ídolo? Não vale dizer mãe e pai que são ídolos da paciência por nos aguentarem durante a vida inteira, mesmo quando saímos de casa eles ainda se preocupam. Tem? E o que esse ídolo fez de bom? Salvou alguém? Ajudou o mundo? Ou é seu ídolo somente por uma bela voz? Atitude diferente? Beleza desco-munal? Há pessoas e pessoas, bichos homens e homens bichos. E muitas vezes esco-lhemos homens bichos como nossos ídolos. Estes são expressivamente baldados e não tem representação nenhuma de honra ou bravura. Devemos fazer uma grande escolha durante a escritura da nossa história. Ser bicho homem ou homem bicho.

Faça sua escolha humano leitor, e traga um novo tom a sua vida, novas cores e no-vas amizades, novos bichos homens e novas felicidades.

Pela sua coragem, sua determinação, sua felicidade, força, honra, luta, parabéns!

Charge

O Jornal do CCE chega a sua penúl-tima edição em 2009 com informações sobre as eleições do DCE, a liberação da venda de bebidas alcoólicas em festas no campus, a reestruturação do Curso de Cinema e as multas aplicadas aos motoristas que estacionam na ró-tula do Centro.

Agradecemos aos colaboradores do jornal e esperamos que a leitura seja muito agradável e informativa. Para sugerir matérias ou enviar char-ges e crônicas, nosso endereço eletrô-nico é [email protected].

Abraços e até a próxima edição!

Carta ao Leitor

Jornal do CCE

Crônica

RUBENS ROZSA NETO é estudante da 4ª fase do curso de Letras-Português da UFSC.

INTREPIDEZ

2 Jornal do CCE Novembro 2009OPINIÃO

Os contratos das empresas “Assim & Assado” e “Café Brasil” terminaram no dia 23 de julho deste ano e o do bar “Laranjá”, no dia 7 de setembro, e não no dia 18 de outubro. Na matéria “Grupo de Artes

Cênicas monta peças de autores latinos”, no segundo parágrado, a primeira citação é de Carlos Silva, e não de Daniela Antunes. Na foto da matéria sobre a Semana de Arte do DCE a legenda correta seria: O estudante de publicidade, Rodrigo Rizo, contribuiu com parte do Graffiti no prédio do CSE.

Errata

GIOVANNI LUIGI PIAZZA é estudante da 2ª fase do Curso de Design Gráfico da UFSC.

O Jornal do CCE é um órgão de exten-são do Departamento de Jornalismo, com textos dos Alunos de Redação II.

Professor responsável Elias Machado DRT/RJ 16.936

Monitor de Redação IIRogério Moreira Jr.

Bolsista de Redação IIJoice Balboa

Edição: Gian Kojikovski, Ingrid Fagun-dez, Jéssica Butzge, Maíla Diamante, Mariana Santos, Nathan Schafer, Paulo Júnior, Pedro Henrique, Thiago More-no, Willian Reis.

Diagramação: Daniel Giovanaz, Da-niela Nakamura, Jéssica Butzge, Julia-na Ferreira, Leonardo Lima, Luisa Pi-nheiro, Luiza Sinzato, Maíla Diamante, Mariana Santos, Marilia Labes, Milena Lumini, Monique Nunes, Rodrigo Cha-gas, Stephanie Pereira.

Reportagem: Daniel Giovanaz, Da-niela Nakamura, Guilherme Teixeira, Ingrid Fagundez, Juliana Ferreira, Luisa Pinheiro, Maíla Diamante, Ma-riana Santos, Marília Labes, Marina Lisboa, Monique Nunes, Paulo Júnior, Pedro Henrique Lima, Rodrigo Chagas, Stephanie Pereira, Thiago Moreno, Willian Reis.

Foto: Guilherme Teixeira, Ingrid Fa-gundez, Leonardo Lima, Luiza Sinzato, Marília Labes, Marina Lisboa.

Colaboração: Rubens Rozsa Neto e Giovanni Luigi Piazza

Contato: [email protected]

Tiragem: 500 exemplares

Impressão: Gráfica POSTMIX

Após a discussão do tema em três reuni-ões, o Conselho Universitário (Cun) aprovou no dia 27 de outubro a resolução que per-mite a venda e distribuição de alimentos e bebidas, inclusive alcoólicas - com exceção de destiladas ou engarrafadas em vidro - nas festas realizadas no campus. A decisão passará por um período de teste de um ano, quando será feita pelo Cun uma avaliação das consequências da liberação.

De acordo com a norma, a comissão or-ganizadora das festas na Praça da Cidadania deverá entregar um plano de execução à Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) dez dias antes do evento. Já as festas nos centros devem enviar o plano até cinco dias antes da festa para a direção das unidades. O De-partamento de Segurança (DESEG) ficará responsável pela elaboração de um plano de segurança e pelo seu cumprimento durante a festa. Caso sejam observadas irregulari-dades, o DESEG pode cortar o fornecimento de energia. No dia seguinte, o departamento deve enviar um relatório à PRAE. As medidas tomadas cabem tanto às festas estudantis quanto às de docentes e servidores realiza-das nos espaços da universidade.

A discussão da regulamentação das festas pelo Cun partiu de requisição da PRAE envia-

da ao reitor em 2008, após as demandas fei-tas pelo Ministério Público, por moradores e diretores de entidades de ensino em relação aos incômodos provocados pelas confrater-nizações. O Conselho formou um Grupo de Trabalho para a elaboração de propostas de regulamentação. O texto do documento foi redigido após mais de 15 reuniões, com a participação dos CAs e do DCE. O grupo pro-curou fazer uma proposta que mantivesse as festas e respeitasse as recomendações do Ministério Público.

No CCE, vigorava a decisão tomada em reunião do dia 23 de junho deste ano. Na ocasião, o diretor Felício Margotti havia au-torizado a realização de festas, desde que os estudantes se responsabilizassem pelo con-trole do som e pela limpeza. Os estudantes discordavam sobre a proibição da venda de bebidas e realizavam as festas frequente-mente. O diretor do Centro foi um dos cinco conselheiros - além de Ricardo Triska, do CCE, John Nasser, do CDS, Johnny Carlos da Silva, do CTC e Lorivaldo Pierri, representan-te dos servidores técnicos administrativos - contra a aprovação da resolução, que obteve 25 votos favoráveis.

A Guarda Municipal está multando os mo-toristas que utilizam as rótulas do CCE como locais de estacionamento. Em média, 35 mul-tas são aplicadas toda semana nas imediações do Centro. O Código de Trânsito Brasileiro proíbe que se estacione em rótulas, e mul-ta com R$ 83,13 o infrator. Ele também leva quatro pontos na carteira e ainda poderá ter o carro removido do local.

Professores, alunos, servidores, visitantes e até veículos em serviço público estão entre os multados. Segundo a Central de Seguran-ça do Campus, responsável geral pelos esta-cionamentos, todos os carros que prestam serviço à Universidade têm lugares próprios para serem guardados. “Em caso de descum-primento da lei a penalidade é repassada ao motorista de cada automóvel”, afirmou Lean-dro Oliveira, diretor do departamento de se-gurança . A falta de locais vagos nem chega a ser a principal causa do descumprimento do código, é o que disse o estudante de Design Marlon Hemkemaier. “Quando estou atrasado para a aula procuro vagas nas proximidades e não encontro. Acabo deixando na rótula para não chegar ainda mais tarde à aula”, confessa.

A Central de Segurança no Campus avalia que a redução das multas depende da mu-dança de comportamento dos condutores. “As pessoas precisam ser conscientizadas a usar

estratégias para diminuir o número de carros que vêm ao campus”, analisa Aurélio Bernar-des, um dos responsáveis pelos estacionamen-tos. “Em países como a Suécia, a consciência dos motoristas faz com que os trabalhadores que chegam mais cedo ao trabalho parem os carros longe da entrada, para que quem che-gue atrasado não precise gastar mais tempo ainda caminhando até chegar aonde deve”, completa Bernardes. O estacionamento do CCE é dividido com outros centros e tem em torno de 800 vagas disponíveis.

Novembro 2009 CAMPUS Jornal do CCE 3

Cun libera bebidas alcoólicas em festasA maioria dos conselheiros votou na última reunião pela aprovação da resolução normativa

Guarda Municipal multa motoristas que param nas rótulas do campus

O Ministério das Relações Exterio-res (Itamaraty) convidou o professor Gilvan Müller para viagens de estudos pelos países de língua portuguesa e Estados Unidos. As viagens têm como objetivo produzir bases técnicas para a organização da “Conferência In-ternacional sobre o futuro da língua portuguesa no sistema mundial”, que acontecerá em 2010.

Ao todo serão oito localidades visitadas, sendo que as viagens à Luanda e Maputo já aconteceram no mês de outubro. O cronograma segue com visitas à Guiné-Bissau, Praia, São Tomé, Lisboa, Dili e Estados Unidos, todas custeadas pelo Itamaraty, para encontros com as autoridades locais da área de educação e cultura. Estes estudos, além de auxiliarem na orga-nização da Conferência Internacional irão aprimorar a política de promo-ção da língua portuguesa no exterior.

Professor de Língua e Literatura Portuguesas, Gilvan Müller, é doutor em Linguistica e coordena a única li-nha de pesquisa em política linguísti-ca de uma pós-graduação brasileira.

Maíla Diamante

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Carros desrespeitam a lei e estacionam nas rótulas

MRE convida professor para viagem de estudos

Juliana FerreiraPedro Henrique Lima

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Vendedores ambulantes devem ser regularizados

4 Jornal do CCE CAMPUS Novembro 2009

DCE elege nova diretoria para 2010Eleições serão realizadas nesta semana e contam com a participação de três chapas

Depois de quase duas semanas de campanha eleitoral, nos dias 18 e 19 de novembro serão realizadas as eleições para a escolha da nova direção do Dire-tório Central dos Estudantes (DCE). Três chapas estão na disputa: Canto Geral (Chapa 1), que representa a continuida-de da atual gestão do DCE (Boas Novas) com a renovação de alguns dos seus in-tegrantes; Transformar a UFSC com Luta e Poesia (Chapa 2), que defende “uma expansão de qualidade contra o projeto governamental de Reestruturação e Ex-pansão das Universidades Federais - o Reuni”; e Ousar Lutar (Chapa 3) propõe “uma universidade popular e um DCE autônomo democrático de luta”. O últi-mo debate entre as chapas aconteceu na terça-feira, dia 17, no Auditório Henrique Fontes, no CCE, às 18h30.

A comissão eleitoral é formada por cinco acadêmicos que não estão envol-vidos com nenhuma chapa, e é o órgão responsável por regulamentar e fiscali-zar o período de campanha, realizar pelo menos três debates obrigatórios previs-tos pelo regimento eleitoral, promover a votação e a contagem de votos. As regras incluem o teto de gastos de campanha das chapas - fixado em R$3 mil - e outras res-trições como a proibição do uso de carros de som e a obrigatoriedade da confecção manual dos cartazes maiores de 25 cm².

O trabalho da comissão na fiscali-zação da campanha é dificultado pelas

dimensões do Campus. “Infelizmente, a comissão eleitoral não pode agir se não for em flagrante. Por isso precisamos das denúncias para apurar os casos”, explica o estudante Allan Mafra, integrante da Co-missão Eleitoral.

Para quem quiser participar das elei-ções, todos os Centros receberão uma urna, que estará aberta para votação de acordo com o horário de funcionamento de cada unidade. Haverá urnas também no Colégio de Aplicação e nos Departamentos

de Arquitetura e de Engenharia Química e de Alimentos. A contagem dos votos co-meça assim que a última urna for fechada e o resultado da eleição será divulgado imediatamente após o fim da apuração. A eleição acontecerá em turno único. Para que o resultado seja válido, pelo menos 10% do corpo discente – composto por 20.240 alunos – deve participar. Todos os estudantes estão aptos a votar.

Comissão Eleitoral explica regras da votação em reunião com os membros das chapas participantes

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A criação da “Marcenaria do Design” está prevista no projeto do novo prédio do CCE enviado ao ETUSC. A previsão é de que as obras comecem no segundo semestre de 2010 e fiquem prontas até o início de 2012. O prédio terá quatro mil metros quadrados e será utilizado pelos cursos de Artes Cê-nicas, Cinema e Design.

Para montar a marce-naria, o Curso de Design já tem 11 máquinas de car-pintaria. Os equipamentos foram doados na segunda quinzena de outubro pela 12ª Região do Tribunal Regional do Trabalho. Se-gundo o Chefe do Depar-tamento de Design, Milton Vieira Horn, para a criação da oficina, pre-cisará ser disponibilizado um espaço de no mínimo 150 metros quadrados. O novo pré-dio do CCE terá dois blocos e a marcenaria ficará no espaço destinado ao Design. No

estudo do projeto de construção, não foi de-terminado o bloco e o andar que serão ocu-pados pelo Curso. O projeto definitivo ficará pronto após a contratação da empresa que

realizará as obras.Na marcenaria, acon-

tecerão as aulas de mode-lagem, modelo e protótipo e de projetos do Curso de Design de Produto. Cada uma dessas disciplinas tem em média 20 alunos. Por enquanto as aulas da disciplina de modelo e protótipo são realizadas na marcenaria da UFSC, oficina I.

O Curso de Design de Produto foi criado em 2008, e funciona desde o

primeiro semestre de 2009, contando atu-almente com 40 alunos.

Projeto de novo prédio do CCE prevê marcenaria para Design

Centro homenageia professor Luiz Meurer

Rodrigo Chagas

Luisa PinheiroMariana Santos

Máquinas guardadas em containers

A direção do CCE e o Departamen-to de Língua e Literatura Estrangeiras (DLLE) prestaram homenagens póstu-mas ao professor José Luiz Meurer com um banner exposto no Prédio B do CCE e com uma nota publicada na página do Centro.

A missa de sétimo dia em memória de José Luiz Meurer aconteceu no dia 31 de outubro no Templo Ecumênico no Campus. Aos 61 anos, Meurer fale-ceu no dia 24 de outubro, em decorrên-cia de um câncer no cérebro diagnosti-cado há dois meses.

O professor, que estava internado no Hospital de Caridade de Florianópo-lis, foi velado no Jardim da Paz no dia 25. Professor titular do DLLE, Meurer era ex-coordenador do Programa de Pós-Graduação, referência em pesqui-sa na área de Linguística Aplicada e casado com Viviane Heberle, também professora da UFSC e ex-diretora do CCE.

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Reunião discute estrutura do CinemaO encontro pretende estabelecer o número de salas e professores necessários ao curso

A Pró-Reitoria de Ensino de Gradua-ção (PREG) agendou para o dia 20 uma reunião com a coordenadora especial de artes (CEA), Lúcia Olímpio, o diretor do CCE, Felício Margotti e o diretor de ensi-no, Carlos Pinto, para discutir a reestru-turação do Curso de Cinema. A iniciativa partiu de um pedido da Coordenadoria de Artes para que fossem abertas seis vagas de Concurso para professores efetivos na área. Atualmente o Cinema conta com nove professores efetivos - mas dois de-les estão afastados, um para cursar dou-torado e outro a serviço do Ministério da Cultura - e nenhum dos docentes do qua-dro pode lecionar disciplinas específicas como fotografia cinematográfica, direção cinematográfica e design sonoro.

O problema foi relatado em um en-contro no dia 22 de outubro, entre a Co-ordenadora de Artes, Lúcia Olímpio e o Diretor de Gestão e Desenvolvimento Acadêmico, Carlos Pinto. A PREG decidiu avaliar o plano acadêmico e estrutural do curso e em vez de atender apenas as me-didas emergenciais - como a contratação de docentes - repensar a organização de todo o Curso de Cinema. “Concordo com o pe-dido de abertura de vagas para professores,

mas acho que é preciso fazer mudanças mais profundas. Dar uma cara nova ao Cinema,” explica Carlos Pinto, que solicitou à CEA que

encaminhasse para PREG um documento com as principais necessidades do Cine-ma para análise e debate na reunião.

Criado no ano de 2005, antes da implantação do programa de Reestru-turação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), o Curso de Cinema está fora dos incentivos do programa, como a liberação de recursos para obras de in-fraestrutura e a abertura de vagas para docentes. “Os problemas não são de hoje. Desde o começo o Cinema já apresentava deficiências de estrutura e corpo docen-te incompleto”, relembra Lúcia Olímpio. Os 143 alunos do curso são os que mais sofrem com a falta de equipamentos, es-paços adequados e os poucos professo-res. “O nível de insatisfação varia de aluno para aluno, mas há sim uma defasagem nas matérias práticas. Os estudantes que gostam mais de roteiro e crítica não se sentem tão prejudicados. Mas há pou-cos profissionais para as matérias como Iluminação e Direção de Arte”, completa Luara Gonzáles, presidente do Centro Acadêmico de Cinema.

A equipe, coorde-nada pelo professor de Jornalismo Eduar-do Meditsch, iniciou nesse mês a elabora-ção do projeto para a criação de um canal de rádio na UFSC, atendendo à solicita-ção feita pelo reitor Alvaro Prata durante reunião no dia 25 de outubro.

O projeto será feito com o apoio do técni-co-administrativo Ro-berto Vargas e da pro-fessora Valci Zuculoto. A entrega para a Reitoria está prevista para o final de novembro, quando será rediscuti-da a proposta. O primeiro passo será estabe-lecer uma divisão de responsabilidades en-tre os órgãos envolvidos na implantação do canal. Pela proposta da Comissão, o Curso de Jornalismo produziria os programas que irão ao ar. A Reitoria cuidaria das questões legais, como obter uma concessão com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) para adquirir uma estação.

A próxima medida será uma avaliação dos custos, da estrutura e do espaço neces-sários para a montagem e funcionamento da Rádio UFSC. O professor Meditsch disse que

a produção seria feita, no começo, pelos pró-prios alunos. “A proposta é montarmos uma estrutura produtora no curso até março. Ini-cialmente usaremos os recursos que temos”, adiantou o professor. O único meio radiofô-nico da UFSC é a Rádio Ponto, que serve de laboratório para o Curso. O acesso à Radio Ponto só é possível no campus Trindade, no sinal 106.1 FM ou pelo site www.radio.ufsc.br. No país, existem 19 rádios universitárias. Santa Catarina conta com a Rádio Educativa da UDESC, em Florianópolis e em Joinville, e a Rádio Educativa da UNIVALI, em Itajaí.

Meditsch, Vargas e o reitor Prata em reunião no dia 25 de outubro

Equipe elabora projeto para rádioIngrid Fagundez

Libras conta com novos intérpretes

A partir de 2010, o Curso de Letras-Libras presencial contará com dois novos intérpretes em Língua de Sinais com nível su-perior completo, aprovados em concurso realizado no segundo semestre deste ano. A exigência é pioneira no Brasil, já que pela Legislação Federal o cargo de tra-dutor-intérprete de linguagem de sinais só tem como pré-requisito o ensino médio completo. O resulta-do oficial da prova saiu no dia 28 de outubro, e apesar de terem sido reservadas cinco vagas, apenas dois candidatos foram aprovados.

“Essa exigência serviu para elevar o nível da área e exigir uma formação condizente com a ativi-dade que alunos e professores de-sempenham na universidade”, de-clarou o coordenador do curso de Letras-Libras presencial, Tarcísio Leite. O Departamento de Pesso-al da UFSC trabalha para que um novo concurso seja realizado ain-da no primeiro semestre de 2010 para preencher as outras três va-gas.

Daniela Nakamura Guilherme Teixeira

Carlos Pinto analisa pedidos do Curso de Cinema

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Sarau Boca de Cena lança antologia poética

6 Jornal do CCE CULTURA Novembro 2009

O cinema digital foi o tema discutido durante a Semana

Circuito de Palestras doCADe discute animação

JOR recebe inscrições para definir logomarca

JCCE cria blogue com informações do projeto

A palestra do teórico, crítico cinematográ-fico, cineasta e escritor Jean-Claude Bernardet na quinta-feira, dia 12 de novembro, durante a III Semana do Cinema levou cerca de 80 pes-soas ao auditório do CCE. Na mesa-redonda, que aconteceu às 14h, Bernardet falou sobre sua experiência como ator no curta-metragem “FilmeFobia”. Antes do começo da palestra, os participantes puderam assistir à produção dirigida por Kiko Goifman e que conta com a atuação de Bernardet. A mesa foi mediada pela professora da UFSC Cláudia Mesquita, que conseguiu o contato com o cineasta.

Fundador do Curso de Cinema da Unb e professor na ECA/USP até 2004, Jean-Claude é famoso por seus livros de teoria do cinema e por ter sido o principal divulgador do Cinema Novo, mas falou pouco de suas publicações. “Se fosse para ele falar sobre um de seus li-vros, bastava lê-lo. Queríamos trazer uma

visão diferente, que nos contasse algo novo”, explica Saulo França, organizador da Semana.

Além da participação de Jean Claude Ber-nardet, a programação da III Semana do Cine-ma incluiu o lançamento do livro “Fantasmas: Imaginación y Sociedad”, de Daniel Link, a conversa sobre cinema processo com Andréa Tonacci, Carlos Nader e Vincent Carelli e a dis-cussão sobre cinema e televisão com Leandro Saraiva e Max Eluard Fernandes; mini-cursos sobre assistência de direção, iluminação, montagem, som, direção de arte, videoclipes e cineclubismo e a exibição de cinco filmes japoneses no Auditório da Assembleia Legis-lativa. A Semana do Cinema acontece desde 2007 e já contou com a presença de Arlindo Machado, Salim Miguel e Eduardo Escorel.

Thiago Moreno

Marília Labes

O ilustrador Marcus Silva, um dos criado-res da Nuse – agência que utiliza técnicas de animação - participa no dia 27 de novembro do Circuito de Palestras promovido pelo Cen-tro Acadêmico de Design (CADe). A palestra é a penúltima neste semestre e ocorre no Audi-tório da Reitoria, às 19h. O objetivo do CADe é possibilitar aos alunos o contato com pessoas vinculadas ao mercado de trabalho fora da sala de aula.

O custo por palestra é de R$ 5,00 e os pro-fessores estão dispensados da taxa. Os recur-sos arrecadados com a cobrança aos demais participantes são utilizados para bancar os custos com o próximo palestrante: hospe-dagem, alimentação, passagens e translado. Quem frequenta as palestras recebe um cer-tificado e um questionário para avaliar a or-ganização, a divulgação do evento e desempe-nho do conferencista convidado.

A equipe do Jornal do CCE, coordenada pelo monitor Rogério Moreira Júnior, lançou, na segunda semana de novembro, um blogue para divulgar o projeto e aumentar o aces-so às informações publicadas. Quem visitar o endereço www.jornaldocce.blogspot.com pode consultar todas as edições impressas, o projeto editorial do Jornal e a galeria de fotos produzidas pelos alunos de Redação II. Com a criação do blogue, entre uma edição e outra do jornal impresso, serão publicadas notícias de relevância sobre o Centro.

Jean-Claude Bernardet participa de debate na Semana de Cinema

O Departamento de Jornalismo recebe até o dia 28 de novembro inscrições para o concur-so “Logomarca do Jornalismo”, que vai escolher a identidade visual do DEJOR. Todos os alunos da UFSC com idade igual ou superior a 18 anos podem participar. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas na Secretaria do Departamen-to das 9h às 17h ou via Correios. O primeiro colocado receberá um certificado.

Além de enviar as sugestões de logomarca em papel A4 e em formato digital, os partici-pantes devem apresentar uma justificativa con-ceitual do trabalho. As propostas serão avalia-das por uma Comissão Organizadora, presidida pela chefe de Departamento, Tattiana Teixeira e, dentre os trabalhos selecionados, uma Comis-são Julgadora, presidida pelo professor Clovis Geyer, escolherá o vencedor. O resultado será divulgado no dia oito de dezembro. O edital e a ficha de inscrição do concurso estão disponíveis no endereço www.jornalismo.ufsc.br.

Jean-Claude Bernadet responde às perguntas dos participantes da Semana de Cinema após sua palestra

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Daniel Giovanaz

No dia 20 de novembro, o projeto de extensão do Departamento de Letras Ver-náculas (LLV) Sarau Boca de Cena fará o lançamento da Antologia Poética. O evento, aberto ao público, acontecerá no Auditório Henrique Fontes às 19h. Quem compare-cer receberá um exemplar da obra gratui-tamente.

A Antologia reunirá trabalhos de 18 es-critores e poetas, entre estudantes e pro-fessores da UFSC e da comunidade. No lan-çamento haverá apresentações de música, teatro, poesia, mágica, dança e exibição de curtas-metragens.

Entre os artistas confirmados estão a banda Desclassificados, os músicos Juliana Impálea e Erick Kleim e Vivix e o mágico Oswaldo Junior. O Sarau Boca de Cena é um projeto de extensão do LLV idealizado por Juliana Impaléa e Flávia Tomaz em 2004.

Desde 2007 o projeto, que antes era uma iniciativa indivídual, conta com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão da UFSC.

Stephanie Pereira

Lançamento conta com apresentação de dança

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Novembro 2009 CULTURA Jornal do CCE 7

Cooperativa publica livros em papelãoOs responsáveis compram papelão dos catadores e produzem capas únicas para cada livro

A Katarina Kartonera é uma cooperativa formada pelo professor de Literatura da UFSC Sérgio Medeiros, os mestrandos em Letras Evandro Rodrigues e Sandro Brincher, além de outros colaboradores e escritores, que publica livros de forma artesanal, com capas feitas a partir do papelão. Criada há um ano em Florianópolis, editou, até o momento, dez títulos ligados a narrativas e literaturas con-temporâneas.

Os responsáveis pelo projeto compram com os próprios recursos o papelão dos cata-dores da cidade por um preço que varia entre 15 e 20 centavos o quilograma. No atelier da cooperativa, localizado no Morro das Pedras, ocorre o processo de produção, que começa com a seleção das obras. Depois, são feitos a diagramação, impressão dos bonecos (miolo do livro feito de papel A4, preferencialmente reciclado), corte e pintura do papelão, costura das capas às folhas e, por fim, o polimento.

Para um livro ser publicado pela Katarina Kartonera, é preciso que seja avaliado pelo conselho editorial. “O texto candidato deve estar adequado para o público da editora, porque seguimos por uma perspectiva com textos atuais e de alto nível”, afirma Rodrigues. Divulgados principalmente pela internet, os trabalhos do grupo fazem parte do acervo do Museu da Infância (Criciúma), Casa da Gávea

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Evandro Rodrigues, editor responsável pelo projeto, confecciona as capas dos livros

II Semana de Teatro adiada para 2010

O Departamento Artístico Cultural (DAC) e a Secretaria de Cultura e Arte (Secarte) adiaram para 2010 a II Sema-na de Teatro, prevista para acontecer de 24 a 29 de novembro, no Centro de Cultura e Eventos. O evento apresenta-ria peças montadas por grupos ligados ao DAC e às Artes Cênicas, além de espe-táculos com companhias de teatro con-vidadas e palestras com profissionais e especialistas em dramaturgia.

Os motivos do cancelamento são a falta de recursos financeiros e a prio-ridade dada às comemorações dos 30 anos do Teatro da UFSC. “Como houve um acúmulo de atividades nesse fim de ano e os recursos esgotaram, preferi-mos transferir o evento para o próximo ano. “A ideia é organizá-lo, talvez, em conjunto com a I Semana Acadêmica de Artes Cênicas”, disse a secretária de Cultura e Arte, Maria de Lourdes Borges. “Vou propor para continuar no final de novembro, quando os alunos estão com as peças prontas”, adiantou a professora Janaína Martins, responsável pela Sema-na Acadêmica de Artes Cênicas.

EdUFSC recebe inscrições para Concurso de Contos até dia 30

As inscrições para o Concurso Literá-rio EdUFSC 2009-2010, na categoria conto, estão abertas até o dia 30 de novembro na secretaria da direção executiva da editora, ao lado da Imprensa Universitária, no cam-pus da Trindade. Para se inscrever, o autor deve ser natural de Santa Catarina ou resi-dir no estado há pelo menos três anos. Os trabalhos enviados devem ser inéditos, sem publicação anterior em quaisquer meios, inclusive eletrônicos.

O resultado do concurso será proclama-do pela presidente do Conselho Editorial da EdUFSC, na primeira reunião do conselho que ocorrer no mês de abril de 2010. No mesmo dia, o resultado será divulgado na internet, nas páginas da UFSC e da editora. A obra vencedora será publicada durante o segundo semestre como parte da coleção Ipsis Litteris. O autor receberá 10% da tira-gem do livro, entregues logo após a publi-cação, ou, se preferir, 10% sobre as vendas dos exemplares. O participante que desejar concorrer com mais de um trabalho deve fa-zer inscrições separadas e identificadas por pseudônimos diferentes.

Este é o terceiro concurso literário pro-movido pela editora. No ano 2000, o vence-dor foi o livro “O professor é um poeta II”, Marina Lisboa Paulo Junior

Heloisa Hübbe, responsável pelas inscrições

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(Rio de Janeiro), University of Texas at Austin (Austin - EUA), University of Wisconsin (Madi-son - EUA) e Universidad de Vigo (Espanha).

A Katarina Kartonera nasceu depois que Rodrigues leu, em 2007, “El Astronauta Pa-raguayo”, do carioca Douglas Diegues. Feito à mão, o trabalho inspirou o mestrando a fun-

dar a própria editora para que pudesse publi-car os livros que escreve. As obras custam R$ 15,00 e podem ser adquiridas pelo endereço www.katarinakartonera.wikdot.com.

Willian Reis

organizado por Regina Carvalho e em 2002, quem ganhou o concurso foi “A UFSC na mi-nha história: 40 anos da UFSC”, 33 crônicas, de vários autores. A EdUFSC foi criada em 1980 e edita anualmente cerca de 50 obras.

A professora Anelise Reich Corseuil foi uma das organizadoras do Café Filo-sófico realizado entre 3 e 5 de novembro no Teatro da UFSC, que está em sua se-gunda edição. O objetivo do evento era discutir como transformar o cinema em um espaço para a reflexão filosófica da vida.

Graduada em Letras/In-glês e Literatura pela UFSC (1985), com mestrado em Literaturas de Língua In-glesa, na Eastern Michigan University (1987), douto-rado em Literaturas em Língua Inglesa, pela Wayne State University (1992) e pós-doutorado no Departa-mento de Televisão, Teatro e Cinema da Universidade de Glasgow, 2000, Anelise é professora associada no DLLE e membro do Cole-giado do Curso de Cinema e do Curso de Pós-Graudação em Letras/Inglês. Coorde-na o Projeto de Cooperação Internacional em Literatu-ra e Cinema CAPES/FIPSE desde 2002. Atua no en-sino e pesquisa de teoria literária, estudos culturais e estudos de cinema. O pro-jeto tenta mostrar como as duas artes podem ser me-lhoradas caso sejam abor-dadas juntas.

Jornal do CCE - O Café Filosófico abordou temas como cinema e filosofia. Qual era o principal objetivo do evento?

Anelise Corseuil- A ideia foi criar um espaço onde o cinema pudesse ser pen-sado juntamente com a filosofia. Uma das questões que tem se tornado bastante evi-dente, é a que de alguma maneira, para o público jovem, o cinema vem ocupando um espaço cada vez maior, substituindo até a literatura. As pessoas têm lido menos e visto mais filmes. O objetivo era contem-plar o interesse do público e aprofundar questões que possibilitam o diálogo entre a filosofia e o cinema.

Jornal do CCE - Cada cineasta tem uma visão de mundo única. Como a pro-posta de fazer filmes filosóficos influen-cia na estética?

A.C. - Acho que nenhum cineasta quan-do faz um filme fica pensando em separar as coisas. É como um livro, por exemplo, que pode ter uma parte filosófica forte,

mas nem por isso deixa de ter uma estéti-ca que vai ser preponderante. A visão do cineasta, às vezes ideológica, filosófica, ou enfim, qualquer que seja, tem uma relação com a forma como ele vê o mundo e vai passar para uma questão estética. Existe uma visão filosófica por trás que vai defi-nir uma certa maneira de ver o mundo. Um filme com forma e sem conteúdo ou vice-versa não interessa. Então as duas coisas tem que andar juntas.

Jornal do CCE - A maioria dos filmes que chega ao conhecimento do grande público ainda são os voltados ao entre-tenimento. Por que não se fala tanto dos filmes com um tom mais filosófico?

A.C. - A questão passa muito pela exibi-ção, pois existe toda uma produção alter-nativa e salas de cinema que se dedicam a este tipo de filmes. O problema é que são em número pequeno. Um filme com uma vi-são diferente, com outra linha de produção se torna difícil, pois o setor de exibição é

muito monopolizado. Em Florianópolis, por exem-plo, temos poucos filmes que ficam se reciclando entre as salas. Não impor-ta em qual cinema você vá aqui, são os mesmos filmes. Uma demanda do público é necessária, um público que pedisse salas com uma seleção diferen-ciada. A produção existe, a veiculação destes filmes é que é pouca.

Jornal do CCE - A sra. coordena um projeto interdisciplinar entre Literatura e Cinema. Esta relação existe nos livros que viram filmes, mas não se vê o contrá-rio. Por que não ocorre esta inversão?

A.C. - Existe uma tradi-ção que a literatura é mais antiga que o cinema, mas isso não significa que o cinema não torne a litera-tura mais popular. Alfred Hitchcock, era mestre em adaptar contos literários pouco conhecidos, dando-lhes visibilidade. Algumas experiências no cinema tornaram os roteiros ven-dáveis, como “O piano”, um filme que teve o ro-teiro publicado e vendi-do quase como um livro. Claro que a experiência de se ler um roteiro não é

a mesma de se ler um livro, são experiên-cias diferentes. A relação mais importante nessa via de mão dupla é que o cinema se enriquece com a literatura e vice-versa, pois novas estéticas são formuladas, novas experiências em termo de escrita e filma-gem. Hoje em dia, falar em artes separadas é meio complicado, pois as pessoas tem um conhecimento que vai além das fronteiras das disciplinas.

Jornal do CCE - Cinema e literatura cada vez mais são interdisciplinares. Que contribuição produz esta experi-ência para a discussão teórica e para a compreensão da sociedade?

A.C. - Há uma gama teórica bem enri-quecedora, que vem da teoria literária e é apropriada pelo cinema. Questões de pós-colonialismo, identidade cultural, identida-de nacional. Há toda uma pesquisa teórica que vai contemplar as duas áreas.

8 Jornal do CCE ENTREVISTA Novembro 2009

“Forma e conteúdo devem andar juntos”Professora Anelise Reich Corseuil fala sobre a relação que existe entre cinema e filosofia

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Monique Nunes