JohnLocke LiberalismoPolitico

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Este ensaio tem como objetivo apresentar as idéias referentes ao liberalismo político formuladas por John Locke (1632-1704), filósofo inglês e um dos percursores do Iluminismo.

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FACULDADE IMPACTA TECNOLOGIA

JOHN LOCKE

LIBERALISMO POLÍTICO

BARBARA MORGEROTE SILVA WILLIANS OLIVEIRA CERQUEIRA

SÃO PAULO 2007

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FACULDADE IMPACTA TECNOLOGIA

JOHN LOCKE LIBERALISMO POLÍTICO

BARBARA MORGEROTE SILVA WILLIANS OLIVEIRA CERQUEIRA

Trabalho apresentado como requisito à Aprovação da disciplina de Sociologia do

Curso de Gradução em Adminitração Com ênfase em TI da FIT –

Faculdade Impacta Tecnologia.

Profª. Michelle Comar. Área de concentração: Administração

de Empresas.

SÃO PAULO 2007

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SILVA, Barbara Morgerote ; CERQUEIRA, Willians Oliveira John Locke, Liberalismo Político / Barbara Morgerote Silva; Willians Oliveira Cerqueira; orientação Profª. Michelle Comar. São Paulo, 2007. Dissertação, apresentada como requisito à aprovação da disciplina de Sociologia do Curso de Graduação em Administração com ênfase em TI da FIT – Faculdade Impacta Tecnologia. 3. História - Iluminismo 1. Filosofia – Jonh Locke. 2. Sociologia – Liberalismo Político.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4

2. CONTEXTO HISTÓRICO 4

2.1 O Antigo Regime e a Burguesia 4

2.2 Iluminismo 5

3. JOHN LOCKE 5

4. DOIS TRATADOS SOBRE O GOVERNO CIVIL 6

5. VISÃO CRÍTICA 7

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 8

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1. INTRODUÇÃO

Este ensaio tem como objetivo apresentar as idéias referentes ao liberalismo político

formuladas por John Locke (1632-1704), filósofo inglês e um dos percursores do Iluminismo.

Além disso, uma exposição crítica a partir da análise entre as idéias apresentas e o que

vivemos neste início de século XXI.

Para o melhor entendimento das idéias constituídas por Locke, serão apresentados: o

contexto histórico e a biografia do filósofo. Após a contextualização entraremos na obra

literária, Os Dois Tratado Sobre o Governo Civil, onde John Locke expõe suas teorias

políticas.

2. CONTEXTO HISTÓRICO

John Locke viveu durante o século XVII e início do século XVIII, um período de

transformações sócioeconômicas em vários países da Europa e que ainda estão presentes nas

sociedades do século XXI.

2.1. O Antigo Regime e a Burguesia

Na passagem do feudalismo para o capitalismo tivemos o que é conhecido hoje

como Antigo Regime, um conjunto de características que marcaram as sociedades da Idade

Moderna. O poder absoluto dos reis; a divisão da sociedade em estamentos; o controle da

economia pelo Estado; a convivência e o conflito entre as relações feudais e as relações

capitalistas; a intolerância religiosa e filosófica são as características marcantes do Antigo

Regime. Durante esse período as duas camadas mais ricas, a nobreza e a burguesia, viviam

um equilíbrio instável.

Fortalecida e consciente da sua importância a burguesia, que havia sido favorecida

pelo Antigo Regime, agora fazia duras críticas ao sistema. Então, visando ganhar autonomia

essa camada social, ávida pelo crescimento, começa a defender a idéia que o Estado deve ser

internacionalmente poderoso, e para isso deveria expandir as atividades capitalistas

oferecendo liberdade e poder social para a burguesia. Essa ideologia burguesa desestabilizou

o frágil equilíbrio social entre as camadas dominantes e proporcionou o nascimento do

Iluminismo.

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2.2. Iluminismo

O Iluminismo, movimento cultural também conhecido com Ilustração ou Filosofia

das Luzes, defendia idéias que proporcionariam argumentos necessários para os propósitos da

burguesia. Para legitimar os esquemas de dominação social o Iluminismo apresentava valores

como: a igualdade jurídica de todos perante a lei; a tolerância religiosa e filosófica; uma

sociedade livre juridicamente (contra a escravidão); o direito de usar e dispor livremente das

propriedades materiais conquistadas. Então, esses valores entraram em conflito com o

absolutismo, o mercantilismo e a influência do pensamento religioso sobre o Estado e a

sociedade defendidas pelo Antigo Regime.

Essas idéias serviram de argumento para mudanças em diversos países do continente

europeu como: Inglaterra e França, que passaram por revoluções, alterando toda a estrutura

política, social, econômica e cultural da época. Portanto, o favorecimento dos interesses de

expansão do poder da burguesia levou a extinção da ideologia e dominação do pensamento da

nobreza.

Entre os percursores desses pensamentos, John Locke fez a ponte entre Descartes e o

que viria a ser o Iluminismo. Portanto, foi considerado por muitos o pai do Iluminismo,

influenciando posteriormente nas idéias liberais como as formuladas por Adam Smith.

3. JOHN LOCKE

John Locke (1632-1704) nasceu em Wrington, na Inglaterra, de uma família

comerciante tipicamente burguesa. Pensador pragmático estudou filosofia na Universidade de

Oxford, além de medicina e ciências naturais, atuando também na política, teologia e

anatomia. A sua formação acadêmica possibilitou que ele tivesse contato, formando uma

opinião crítica, com os pensamentos de grandes filósofos antigos como: Aristóteles, e sofresse

influência de contemporâneos como: John Owen (1616-1683), Descartes (1596-1650),

Frederic Banco (1561-1626), além do físico Robert Boyle (1627-1621).

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A base do pensamento de Locke era a negação de um conhecimento que nasce com

o indivíduo, um conhecimento inato. Então, o conhecimento seria constituído na reflexão da

percepção do mundo. Por isso ele é considerado “empirista” e o teórico da “razoabilidade”.

Ele defendia que a princípio não existe conhecimento nenhum, mas que ao longo da vida o

homem vai armazenando informações, e a partir da capacidade de raciocínio as idéias mais

complexas se constituem.

Começou atuar na vida política após torna-se médico do conde Ashley Cooper.

Também foi assessor do conde Shaffesbury e ajudou na elaboração da constituição de uma

colônia inglesa, na América do Norte. Foi obrigado a abandonar o círculo político inglês,

devido ao seu posicionamento a favor da monarquia moderada e contra o fortalecimento do

absolutismo. Então, viajou para França, mas logo voltou para a Inglaterra. Sofrendo

perseguições, decidiu ir para a Holanda de onde voltou acompanhado do príncipe Guilherme

de Orange. O príncipe ajudou no êxito da Revolução Gloriosa pondo fim ao absolutismo na

Inglaterra e selando um compromisso entre a burguesia urbana e a nobreza latifundiária.

Hospedado num castelo em Essex Locke falece em 1704, mas deixa sua

contribuição com diversas obras: Ensaios sobre as Leis da Natureza (1660), Carta sobre a

Tolerância (1689), Ensaio sobre o Entendimento Humano (1690), Dois Tratados sobre

Governo Civil (1690), entre outras.

4. DOIS TRATADOS SOBRE O GOVERNO CIVIL

Para apresentar a sua teoria política, expressão secular do liberalismo político, John

Locke escreveu dois tratados, que fundamentalmente defendem o individualismo e o direito

natural dos indivíduos à propriedade.

No Primeiro Tratado Locke contesta a monarquia absolutista, apoiada nas idéias de

caráter dogmático do direito divino dos reis e do paternalismo defendidos por Robert Filmer

na obra Patriach. O pensamento defendido no primeiro tratado é que o governo deve ter o seu

poder limitado. Já o Segundo Tratado aborda a natureza, os limites e a finalidade do governo,

sendo que Locke não se preocupa em apresentar a melhor forma de governo.

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Para respaldar a sua teoria política John Locke apresenta temas como: Natureza

Humana; Estado Natural; Propriedade; Origem da Sociedade e do Governo; Revolta, que são

os pontos referentes à liberdade, igualdade e propriedade. “Os princípios fundamentais desta

teorização incluem a liberdade natural e a igualdade dos seres humanos; o direito dos

indivíduos à vida, liberdade e propriedade; o governo pelo consentimento; o governo

limitado; a supremacia da lei; a separação dos poderes; a supremacia da sociedade sobre o

governo; o direito à revolução.”1

5. VISÃO CRÍTICA

Não podemos esquecer que Locke nasceu de uma família burguesa e

incontestavelmente a sua visão era elitista. Portanto, ao defender suas teorias ele favorece a

camada social em ascensão.

Por isso a liberdade e igualdade natural defendida, e que o governo deveria

preservar, são prejudicas pela falta de igualdade de propriedade. Ele justifica que cada um tem

direito por aquilo que consegue a partir do trabalho próprio. Mas todos têm acesso aos meios

de produção? Essa justificativa serve como meio de diminuir o conflito entre as camadas

sociais e passa a idéia de grande possibilidade na mobilização.

Somos mesmo livres e iguais juridicamente? A desigualdade econômica não influi

nos direitos e deveres estabelecidos pela lei, que é considerada suprema entre os poderes? A

estrutura de governo atual com base nesses pensamentos mantém a igualdade?

Pensadores posteriores a Locke, concluíram que na sociedade existia igualdade formal

e desigualdade material. A defesa da acumulação compatível através direito natural, no

capitulo 5 do Segundo Tratado Sobre o Governo Civil, é uma forma de legitimar esta

desigualdade, além disso as suas propostas de empregos para os pobres mostravam limites

econômicos e políticos de seu igualitarismo, que embora restrito é peça fundamental da

concepção Lockiana do poder político.

Consideramos que a defesa de Locke pelo direito de apropriação teve o intuito de

mostrar que todos poderiam então chegar no estado de proprietários, conquistado através do

trabalho, porém sabe-se que isto não seria tangível à classe trabalhadora com esta percepção

tomamos a consciência da desigualdade social que vivemos até os dias de hoje e já podemos

atribuir esta fase como sua concepção.

1 ARAÚJO C., Manuel; CASTRO H., Mendo. O Segundo Tratado Sobre o Governo Civil. Disponível em: http://www.argnet.pt/portal/teoria/mch_locke.html. Acesso em: 08 mar. 2007.

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Locke se mostra diferenciado em encontrar definições de estado natural, defesa da

razão, negação ao autoritarismo, o que sem dúvida trouxe muita contribuição para o nosso

modo de encarar a sociedade em toda a sua complexidade. No entando, não se mostrou

apurado em verificar que a igualdade de direitos, bens e etc., que segundo ele seria designada

a todos em seu estado natural. E quem de fato se beneficiou destas mudanças de ideologia foi

a parte da sociedade de maior poder econômico.

BIBLIOGRAFIA

COTRIM, Gilberto. História e Consciência do Mundo. 6.ed. São Paulo: Saraiva, 1999. ARAÚJO C., Manuel; CASTRO H., Mendo. O Segundo Tratado Sobre o Governo Civil. Disponível em: http://www.argnet.pt/portal/teoria/mch_locke.html. Acesso em: 08 mar. 2007. MÜLLER, June. John Locke. Disponível em: http://www.consciencia.org/lockejune.shtml. Acesso em: 08 mar. 2007.

CONSCIÊNCIA.ORG. John Locke. Site criado e mantido por Miguel Lobato Duclós, 1997. Disponível em: http://www.consciencia.org/locke.shtml . Acesso em: 08 mar. 2007.

KUNTZ, Rolf. Locke, Liberdade, Igualdade e Propriedade. Texto da conferência realizada por Rolf Kuntz: IEA em 11 de abril de 1997. Disponível em: http://www.iea.usp.br/iea/artigos/kuntzlocke.pdf. Acesso em: 16 mar. 2007.