Jogos Paralímpicos

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INDICE Introdução............................................... 2 Jogos Olímpicos..........................................3 Jogos Paraolímpicos.....................................11 Bibliografia............................................28

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INDICE

Introdução...........................................................................................................2

Jogos Olímpicos..................................................................................................3

Jogos Paraolímpicos.........................................................................................11

Bibliografia.........................................................................................................28

INTRODUÇÃO

Em nosso trabalho apresentaremos duas pesquisas feitas sobre os

jogos olímpicos e paraolímpicos, sobre os jogos olímpicos falaremos, como

surgiu, aonde, quando , sobre os jogos já realizados, a diferença entre os jogos

antigos e de hoje,um pouco sobre a bandeira dos jogos e também sobre os

mascotes.

Sobre os jogos paraolímpicos falaremos, o que é, a história , sobre os

jogos já realizados,sobre os esportes que na mesma são realizados,e como

ocorria e como ocorre agora a classificação dos atletas.

JOGOS OLÍMPICOS

I - ConceituaçãoJogos Olímpicos - ou Olimpíadas - é um conjunto de provas esportivas de caráter mundial, disputadas de

4 em 4 anos em cidades escolhidas.

Pode participar dessas provas qualquer atleta ou equipe representando país filiado ao C.O.I., desde que

obedeça às normas estabelecidas pelos regulamentos olímpicos e pelas leis que regem os respectivos

esportes. Atualmente, são 19 esses esportes: atletismo, basquete, boxe, canoagem, esgrima, ciclismo,

futebol, ginástica, halterofilismo, hipismo, hóquei na grama, iatismo, judô, luta, natação, pentatlon

moderno, remo, tiro e vôlei. A cada país organizador é dado o direito de incluir 2 esportes não olímpicos

no programa oficial.

Os jogos olímpicos Modernos - que começaram a ser celebrados em 1896 são na verdade, uma nova

versão dos festivais esportivos que os gregos realizavam, também de 4 em 4 anos, na antiga Élida na

honra de Zeus e de outros deuses que habitavam o Olímpo. Dessa versão modernizada resultaram

outras, inclusive a dos Jogos Olímpicos de Inverno.

II- Os jogos na AntiguidadeAs origens dos antigos jogos pan-helênicos se perderam no tempo e freqüentemente se confundem com

a lenda. Uma das versões sobre a 1ª competição olímpica apoia-se na fantástica história segundo a qual

Áugias, rei de Élida, inconformado com o cheiro que saía dos seus currais, encarregou Hércules de limpá-

los. O herói, a quem a lenda atribuiu espantosa força, simplesmente desviou, com as próprias mãos, o

curso do rio Alfeu, fazendo a água passar por onde pastavam 3 mil bois. Como Áugias não ficasse

satisfeito com a solução, os dois tiveram uma desavença, Hércules matou-o e em seguida instituiu os

jogos para penitenciar-se perante aos deuses.

III - Decadência e extinçãoCom a denominação romana da Grécia e da Macedônia, no século II a.C., a cultura e os costumes

helênicos, entre os quais a tradição dos jogos, foram sendo assimilados pelos romanos. No entanto, as

competições entraram em permanente e contínua decadência, por diversos motivos.

O principal foi o próprio temperamento do povo romano, que não cultuava o esporte com um espírito,

quase religioso, como o dos gregos.

Os romanos, na verdade, preferiam o circo aos torneios atléticos. Ao tempo de Augusto, já havia 21 circos

em Roma. Esse total triplicaria nas duas décadas seguintes, enquanto não havia mais do que dois

ginásios como os que os gregos mantinham em Esparta e Atenas.

Para os romanos, os jogos olímpicos não passavam de inofensivos e insípidos meios esportivos, que

pouco a pouco foram perdendo o interesse. Até que em 393 d.C. Teosódio I ( imp. 379-395 ), responsável

pela matança de 10 mil escravos gregos, sublevados em Tessalonica, pediu perdão a Ambrósio, bispo de

Milão, prometendo em troca converter-se ao catolicismo. Ambrósio concedeu o perdão ao imperador,

exigindo que ele concordasse em extinguir todas as festas e cerimônias pagãs, entre as quais os jogos

olímpicos.

IV- O renascimentoPierre de Fredy, barão de Coubertin ( 1863-1937 ), tornou-se o renovador dos jogos olímpicos,

reinstituindo-os 16 séculos depois de sua extinção. Amante dos esportes e admirador dos métodos de

pedagogia adotados por Thomas Arnold, na Inglaterra, Coubertin lançou, em 1894, numa reunião na

Sorbonne, a idéia de reviver a antiga tradição grega, através da qual esperava unir os povos.

Em 1894, apoiado pelo americano William Sloane e pelo inglês Charles Herbert, e contando com a

presença de representantes de 15 países, fundou o C.O.I., organismo que até hoje controla todo o mundo

olímpico. Dois anos depois, realizava-se em Atenas e 1ª disputa dos jogos olímpicos da era moderna.

AntiguidadeOs Jogos Olímpicos começaram em 776 a.C. em Olímpia, na Grécia antiga, e duraram por mais de mil

anos. Entretanto, o evento religioso que deu origem aos Jogos é bem mais antigo, podendo datar do

século 13 a.C.

Tal qual a Olimpíada moderna, os jogos eram realizados de 4 em 4 anos. Porém eles sempre aconteciam

em Olímpia, os esporte eram menos numerosos e só podiam participar homens que falassem o idioma

grego.

Olímpia atraía homens (as mulheres não eram permitidas) de todo o mundo grego. Não se sabe quantas

pessoas compareciam aos Jogos, mas o estádio olímpico tinha a capacidade estimada entre 45 mil e 50

mil espectadores. Os competidores chegavam a Olímpia um mês antes do início oficial do Jogos e

passavam por um treinamento moral, físico e espiritual sob a supervisão do juízes.

As mulheres não eram permitidas nos Jogos Olímpicos, não porque os atletas competiam nus, mas por

ser Olímpia dedicada ao deus Zeus, sendo uma área sagrada para homens. Nas competições de bigas,

realizadas fora da área sagrada, as mulheres era permitidas. Havia festivais femininos nos quais os

homens eram banidos, sendo o mais famoso o Heraean, em Argos, o qual incluía competição de

lançamento de dardo.

A corrida foi o único esporte praticado nas primeiras 13 Olimpíadas. A distância era de um "stadia" que

correspondia aproximadamente a 85 metros. Depois foram acrescentadas corridas mais longas como o

"diaulos" (365 metros) e o "dolichos" (24 "stadias" ou 2 km). Em 708 a.C. foram acrescentados o pentatlo

e eventos de luta, em 688 a.C. o boxe e em 680 a.C. a corrida de bigas.

O prêmio pela vitória era uma simples coroa feita de ramos de Oliveira. Entretanto os atletas viravam

celebridades e era comum os vitoriosos receberem benefícios tais como ter toda a sua alimentação paga

pelo resto da vida, ou ter um lugar reservado na primeira fileira dos teatros.

Com o domínio romano sobre os gregos, os Jogos Olímpicos foram perdendo sua identidade. Na época

do Imperador Nero, no lugar de cidadãos livres, escravos passaram a competir por suas vidas contra

animais selvagens. Em 393 d.C. os gloriosos Jogos Olímpicos forma abolidos por decreto do Imperador

Romano Teodósio.

O Barão de Coubertin

Os gloriosos Jogos Olímpicos, interrompidos no anos 393 d.C. por decreto do Imperador Romano

Teodósio, tiveram o seu renascimento no final do século XIX. O principal fator deste renascimento foram

as escavações, em 1852, das ruínas do templo de Olímpia onde aconteciam os Jogos nos tempos

ancestrais. A redescoberta da história das olimpíadas provocou um renascimento dos valores esportivos

do gregos antigos que acabaram influenciando o francês Charles Louis de Feddy, mais conhecido como

barão de Coubertin.

Segundo o próprio barão, o final do século XIX apresentava todo um conjunto de circunstâncias que

culminariam no renascimento dos Jogos Olímpicos:

Assim, no dia 23 de junho de 1894, o barão convocou um congresso esportivo-cultural e apresentou a

proposta para o retorno dos Jogos Olímpicos. Os delegados de 12 países reunidos na Sourbone ficaram

tão entusiasmados com o projeto que marcaram a primeira Olimpíada da era moderna para dali a dois

anos em Atenas.

Apesar do barão de Coubertin ser mundialmente reconhecido como responsável pelo renascimento da

Olimpíada, aconteceram antes outras tentativas de reviver os jogos.

As primeiras tentativas de reviverNa Grécia do século XIX o ideal dos antigos Jogos Olímpicos não havia sido completamente esquecido.

Apesar do barão de Coubertin ser mundialmente reconhecido como responsável pelo renascimento da

Olimpíada, aconteceram, muito antes de seu nascimento, outras tentativas de reviver os jogos por parte

dos gregos.

Historia das olimpiadasSabe-se que em 1838 a municipalidade de Letrini, perto da antiga Olímpia, decidiu reviver os Jogos

Olímpicos. Eles planejavam realizar os Jogos a cada 4 anos na cidade de Pyrgos, mas não há mais

informações e historiadores acreditam que o evento nunca aconteceu.

Outra tentativa de maior sucesso foi empreendida pelo rico grego Evangelos Zappas através dos Jogos

Olímpicos Zappianos. Aconteceram quatro edições destes jogos nos anos de 1859, 1870, 1875 e 1889

com premiações simbólicas e em dinheiro para os vencedores.

V - Os jogos de hojeDesde o seu renascimento, com interrupções apenas durante as duas guerras mundiais, os jogos

olímpicos tem se realizado de 4 em 4 anos, cada vez com maior êxito.

Se por um lado, esse crescimento representa a vitória do ideal olímpico moderno, por outro gera, no

mundo dos esportes, uma série de problemas que os estudiosos atribuem ao próprio gigantismo dos

jogos. Em primeiro lugar, torna-se cada vez mais difícil organizá-los, pelo altíssimo investimento financeiro

que representam (os alemães ocidentais gastaram cerca de 630 milhões de dólares com os de Munique ).

Depois, pela importância que a vitória nos campos do esporte passou a ter em termos de prestígio

político. Finalmente, por outros problemas mais gerais, como o doping e o falso amadorismo.

Mas alguns dos princípios olímpicos, lançados por Coubertin, ou por aqueles que o sucederam, têm sido

mantidos. Oficialmente, os jogos continuam restritos a atletas amadores. O direito de organizá-los é

concedido a uma cidade, nunca a um país. Não se contam pontos por países. Ao atleta campeão é

concedido uma medalha de ouro; ao segundo lugar, uma medalha de prata; ao terceiro, uma medalha de

bronze. Os que tiraram de quarto a sexto lugar ganham diplomas especiais. Em apenas 4 modalidades de

esportes se reconhece recordes olímpicos: atletismo, natação, tiro e halterofilismo. Os jogos nunca

podem durar mais de 16 dias, do desfile de abertura à festa de encerramento. Não se permite

publicidade, de espécie alguma, nos cartazes, boletins informativos e programas oficiais, ou em material

usados pelos atletas.

A bandeira

Cinco anéis entrelaçados, nas cores azul, vermelho, verde, amarelo e preto, sobre o fundo branco - foi

concebida por Coubertin e representa os cinco continentes nas cores com as quais se podiam cobrir, em

1920 - quando foi hasteada pela primeira vez -, as bandeiras de todas as nações olímpicas. Sob o

patrocínio do comitê internacional, celebram-se jogos regionais: pan-americanos, asiáticos, do

mediterrâneo, bolivarianos, centro-americanos, ibero-americanos. Contra o C.O.I., que punira a Indonésia

por haver impedido a participação de Israel nos IV Jogos Asiáticos, celebraram-se em Djacarta, por

iniciativa pessoal do presidente Sukarno, os I Jogos das Novas Forças Emergentes, destinados a

substituir, eventualmente, os jogos olímpicos. Mas os segundos jogos, marcados para Pequim, jamais se

realizaram.

VI - Todos os jogos realizados:

Atenas, 1896 - A primeira olimpíada

Os primeiros jogos Olímpicos contaram com a participação de 13 países e 285 atletas. Realizados no

Estádio Olímpico de Atenas- réplica dos antigos estádios gregos, foram uma festa esportiva improvisada

dentro dos poucos recursos da época.

Paris, 1900

Em 1900, Paris, a Cidade Luz, tornou-se ainda mais alegre e movimentada, porém não por causa dos

Jogos Olímpicos que ali se realizaram naquele ano. Isso porque a Olimpíada foi realizada paralelamente

à Exposição Universal, que ofuscou os eventos esportivos com a exibição dos avanços tecnológicos mais

modernos da época.

St. Louis, 1904

Os III jogos olímpicos tiveram 11 países e 496 atletas participantes. Esses números foram sensivelmente

inferiores aos da olimpíada anterior em razão das dificuldades de mandar equipes para o outro lado do

Atlântico. Além disso, os norte-americanos repetiram o erro dos franceses e fizeram as competições

coincidirem com a Feira Mundial de St. Louis. Os jogos ficaram assim em segundo plano, o que não

impediu tivessem momentos heróicos e até insólitos.

Londres, 1908

Os IV jogos olímpicos tiveram 22 países e 2.059 atletas participantes. Muita chuva durante a maior parte

das competições e intermináveis discussões sobre os resultados caracterizaram uma festa que, no fim,

acabou superando todas as anteriores. Os ingleses exigiram a presença de juízes seus, na maioria das

provas de atletismo, e daí as discussões.

Estocolmo, 1912

Os V jogos olímpicos tiveram 18 países e 2.541 atletas participantes. Foram os mais bem organizados até

então. Os suecos souberam como divulgá-los e cuidaram de todos os detalhes técnicos necessários ao

êxito de cada prova. A grande figura do atletismo foi o índio norte-americano Jim Thorpe, campeão do

pentatlo e do decatlo, considerado na época o atleta mais completo do mundo.

Antuérpia, 1920

Os VII jogos olímpicos (os sextos teriam sido os de 1916, não realizado por causa da 1ª Guerra Mundial,

mas contados assim mesmo), tiveram 29 países e 2.606 atletas participantes. Pela primeira vez a

bandeira olímpica foi hasteada. O juramento olímpico passou a fazer parte da cerimônia de abertura. E

tanto quanto possível, levando-se em conta que a Europa acabava de sair de uma guerra, os jogos

tiveram êxito.

Paris, 1924

Os VIII jogos olímpicos tiveram 44 países e 3.029 atletas participantes. Dessa vez os franceses deram ao

acontecimento o destaque que ele merecia, redimindo-se da má organização de 1900.

Amsterdã, 1928

Os IX jogos olímpicos tiveram 46 países e 3.015 atletas participantes. Nunca até então, as mulheres

tinham representado papel tão importante nas competições. Nas provas de atletismo atraíram tanto a

atenção do público como os famosos campeões masculinos.

Los Angeles, 1932

Os X jogos olímpicos tiveram 37 países e 1.408 atletas participantes. O mesmo problema de 1904 - a

dificuldade que os europeus tinham para mandar equipes números à América - voltaram a contribuir para

que o número de inscrições baixassem.

Berlim, 1936Os XI jogos olímpicos tiveram 49 países e 4.069 atletas participantes. Em pleno apogeu do nazismo na

Alemanha, eles foram transformados num gigantesco instrumento de propaganda do regime, com o

próprio Hitler acompanhando de perto todos os detalhes da organização. Os alemães superaram em tudo

os patrocinadores anteriores. Mas não colheram os melhores resultados, como esperavam.

Londres, 1948Os XIIV jogos olímpicos tiveram 59 países e 4.468 atletas participantes. Na opinião da maioria dos

observadores, os efeitos da guerra ainda eram muito acentuados para que uma competição esportiva de

caráter mundial se realizasse com êxito.

Helsinki, 1952Os XV jogos olímpicos tiveram 69 países e 5.867 atletas participantes.

Organização perfeita, assistência técnica moderníssima, hospitalidade e muita ordem caracterizaram o

trabalho dos finlandeses. Os jogos marcaram o ingresso da URSS no mundo olímpico. E estenderam, até

o campo do esporte, a "guerra fria" da política internacional.

Melbourne, 1956Os XVI jogos olímpicos tiveram 67 países e 3.184 atletas participantes. As provas de hipismo, devido à

quarentena que as autoridades australianas determinavam para os cavalos vindos do exterior, cumpriram-

se em Estocolmo. A organização foi, da mesma forma, elogiável, apesar dos sacrifícios que o país teve

de suportar para concluí-la segundo os planos.

Roma, 1960Os XVII jogos olímpicos tiveram 84 países e 5.396 atletas participantes. Foram um espetacular

acontecimento turístico e, como os dois jogos anteriores, um êxito de organização. Pela primeira vez os

norte-americanos perderam para os soviéticos no total de medalhas.

Tóquio, 1964Os XVIII jogos olímpicos tiveram 94 países e 5,565 atletas participantes. Superaram os de Roma em

organização e introduziram definitivamente a tecnologia no esporte.

Cidade do México, 1968Os XIX jogos olímpicos tiveram 109 países e 6.082 atletas participantes. Organizados pelos mexicanos

com tremendas dificuldades financeiras, levaram a um protesto de estudantes. Em vários sentidos os

jogos foram tumultuados. Além de manifestações e choques com estudantes nas ruas, com violenta

intervenção policial, houve o protesto dos negros norte-americanos, alguns deles do grupo denominado

Black Power, que erguiam punhos com luvas negras a cada vitória alcançada.

Munique, 1972

Os XX jogos olímpicos tiveram 121 países e 8.500 atletas participantes. Os alemães voltaram a dar

exemplo de organização gigantesca. Instalações perfeitas, gastos fantásticos, alojamentos de primeira

ordem.

Montreal, 1976Os XXI jogos olímpicos tiveram 89 países e 9.564 atletas participantes, com destaque para as exibições

da ginasta romena Nadia Comaneci e da equipe de ginastas russas lideradas por Ludmila Turischeva. Na

natação masculina dominaram os norte-americanos, em todos os títulos; na feminina, as representantes

da Alemanha oriental. Como os jogos de Munique, também os de Montreal foram afetados por problemas

políticos, relacionados com República da China e com a Nova Zelândia, contra cuja participação se

opuseram as grandes nações negras e norte-africanas, além do Iraque e da Guiana.

Moscou, 1980Os XXII jogos olímpicos tiveram 81 países e 5.748 atletas participantes. Foram marcados por um fato

extra-esportivo, o boicote proposto pelos EUA em protesto contra a invasão do Afeganistão pelos

soviéticos. Além dos EUA, não compareceram a Moscou delegações da Alemanha ocidental, Japão e

vários outros países.

Los Angeles, 1984Os XXIII jogos olímpicos tiveram cerca de 7.800 atletas participantes e um número recorde de 140 países.

No entanto, foram prejudicados pelo boicote soviético, que afastou 15 países socialistas das competições.

A URSS alegou que as autoridades norte-americanas estavam fazendo dos jogos uma arena política e

não garantiam a segurança dos atletas.

Seul, 1988Os XXIV jogos olímpicos realizaram-se de 17 de setembro a 2 de outubro, e tiveram mais de 9.600 atletas

participantes, provenientes da nada menos de 160 países. Em solidariedade à Coréia do Norte, que se

afastou dos jogos por não lhe ser permitindo sediar parte deles, Cuba boicotou o evento, enquanto a

Nicarágua declinou do convite devido à sua situação política interna.

Barcelona, 1992A história do esporte mudou definitivamente nos Jogos Olímpicos de Barcelona. A máscara do

amadorismo, que exigia dos atletas a hipocrisia de fingir não ter patrocínios e profissão, enfim caiu. O

Comitê Olímpico Internacional admitiu a presença de atletas profissionais de todas as modalidades e

permitiu o surgimento do Dream Team, o time de basquete masculino americano que ganhou o ouro com

Michael Jordan e Magic Johnson.

Atlanta, 1996Os 100 anos do Movimento Olímpico não poderiam ter sido comemorados de forma mais contraditória.

Embora Atlanta tenha tido o privilégio de sediar as maiores e mais sofisticadas Olimpíadas da história, a

submissão dos membros do Comitê Olímpico Internacional à máquina norte-americana da Coca-Cola foi

um capítulo nebuloso. Não bastasse isso, os Jogos viveram seu segundo ato de "terrorismo", com a

explosão de uma bomba no superlotado Parque Olímpico, que matou duas pessoas e trouxe o medo de

volta ao cenário olímpico.

Sydney, 2000

Com obras grandiosas em estilo futurista, a Austrália mostrou que é muito mais do que um lugar exótico e

remoto, habitado por surfistas, aborígines e cangurus. Some-se a isso o esforço do Comitê Olímpico

Internacional para apagar da memória o fiasco dos últimos Jogos, em Atlanta, onde os computadores

pifaram e a organização virou um caos. Os australianos conseguiram nada menos que a perfeição.

Atenas, 2004Depois de ter sido surpreendentemente preterida por Atlanta para realizar a edição centenária dos Jogos

Olímpicos, Atenas ganhou a disputa pela Olimpíada de 2004 derrotando as cidades de Roma, Buenos

Aires, Estocolmo, Cidade do Cabo e San Juan. A abertura oficial da Olimpíada de Atenas 2004 foi dia 13

de agosto no Estádio Olímpico, porém as partidas de futebol começaram dois dias antes. Um dos eventos

mais esperados foi a maratona, que aconteceu no percurso original, com chegada no Estádio de

Mármore, que abrigou a Olimpíada de Atenas, em 1896.

Outra volta ao passado se deu no arremesso de peso que ocorreu em Olímpia, sede dos Jogos Olímpicos

da Antiguidade, e que também abrigou esse evento em 1896. O local ficou restrito a pouco mais de três

mil pessoas.

Os esportes que foram disputados na Olimpíada de Atenas 2004 são: atletismo, badminton, basquete,

beisebol, boxe, canoagem, ciclismo, esgrima, futebol, ginástica artística, ginástica rítmica, handebol,

hipismo, hóquei na grama, iatismo, judô, levantamento de peso, lutas, nado sincronizado, natação,

pentatlo moderno, pólo aquático, remo, salto ornamental, softbol, taekwondo, tênis, tênis de mesa, tiro,

tiro com arco, trampolim, triatlo, vôlei, vôlei de praia.

Os mascotes

A palavra mascote surgiu na década de 1860 e vem do provençal "masco", que significa mágico.

Atualmente os mascotes fazem parte do conglomerado de merchandising das olimpíadas. Tornam adultos

crianças e fazem as crianças perturbarem os adultos. O objetivo principal que era criar um laço afetivo

com o evento foi dando uma antropofágica corrida ao lucro fácil. Inúmeros mascotes descartáveis foram

criados e as pessoas continuam a lembrar apenas dos antigos. Simples e eficientes.

O primeiro mascote das Olimpíadas não foi oficial. Schuss, um esquiador de cabeça vermelha e roupa

azul, apareceu em pins e bonecos durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Genebra, em 1968.

Sapporo não adotou mascote quatro anos depois, mas os jogos de verão não perderam tempo em recriar

o sucesso de Schuss.

Os alemães tornaram o cãozinho basset Waldi o mascote oficial dos jogos de Munique de 1972.

Adesivos, bottons, posters de todos os tamanhos foram produzidos com a presença lucrativa de Waldi. A

partir de então, todos os jogos passaram a ter seu mascote oficial para alegria das crianças e

realizadores. Nos jogos de verão de Montreal em 1976, a dose se repetiu com Amik (castor na língua

indígena) que traduz as tradições do país e à associação dos jogos ao esforço natural do animal.

Os jogos de Moscou foram marcados pelo boicote estadunidense e pelo urso Misha, o mais famoso de

todos os mascotes. Misha em russo é o apelido de Mikhail, o mascote tinha até nome completo: Mikhail

Potapych Toptygin. O choro de Misha no encerramento simbolizou o fim dos jogos e a política acima do

esporte. Símbolo do país, o urso foi criado pelo ilustrador de livros infantis Victor Chizikov, que demorou

seis meses para criar uma centena de variações até chegar ao resultado final. O urso comunista foi

comercializado na tradição capitalista: pins, bonecos de pelúcia, selos, porcelana, madeira, vidros e metal

encheram os cofres do governo e do mercado-negro. O sucesso de Misha foi tão grande que desbancou

um segundo mascote. O leão-marinho Vigri, criado para ser mascote do iatismo dos jogos, é geralmente

esquecido nas matérias sobre a história dos Jogos Olímpicos.

Os EUA não ficaram para trás e na Olimpíada seguinte lançaram a simpática águia Sam, desenhada por

C. Robert Moore, veterano desenhista da Disney. A Guerra fria chegava de vez aos mascotes olímpicos!

Os russos retribuiram ao boicote e não disputaram as olimpíadas de Los Angeles. Enquanto isso, os

mascotes eram peças tão fundamentais quanto o recorde de medalhas olímpicas. As duas olimpíadas

(1980 e 1984) dos grandes boicotes tiveram mascotes voltados para o público infantil buscando a

conquista de corações e mentes. Assim como o urso russo, a águia é um símbolo nacional dos EUA.

Em Seul, a linha infantil continuava com o tigre Hodori, desenhado por Kim Hyun. Presente em várias

lendas coreanas, o nome do mascote foi selecionado pelos coreanos em mais de 2 mil sugestões. "Ho"

significa tigre em coreano e "Dori" é um diminutivo masculino comum na Coréia. Os temidos tigres

asiáticos agora estavam em formato de desenho animado e à venda em bottons e em versões de pelúcia.

Assim como Vigri em 1980, Hodori teve uma versão ofuscada, Hossuni, a tigresa, a qual foi praticamente

esquecida durante os jogos.

Em 1992 surge um novo tipo de mascote. Após a guerra fria a necessidade de se criar mascotes voltados

para as crianças acabou. Cobi, o cão criado por Javier Mariscal para os jogos de Barcelona, começou mal

entre seus compatriotas, que esperavam um mascote à altura das edições anteriores. Apesar de

lentamente cair na graça dos espanhóis, muitos ainda se perguntam que animal é aquele.

Poderia piorar? Em 1996, nas olimpíadas de Atlanta, apareceu Izzy. Seu nome original seria "Whatizit?"

(Oqueéisso?). Criado a partir de sugestões de crianças de todo o mundo, o frankstein de Atlanta foi

mudando de aparência até o resultado final, no encerramento dos jogos de 1992. O que não melhorou

muito o resultado.

JOGOS PARALÍMPICOS

Os Jogos Paralímpicos são o maior evento esportivo mundial envolvendo pessoas

com deficiência. Incluem atletas com deficiências físicas

(de mobilidade, amputações, cegueira ou paralisia cerebral) e, até 2000, atletas que sofriam

dedeficiência mental. Realizados pela primeira vez em 1960 em Roma, Itália, têm sua origem

em Stoke Mandeville, na Inglaterra, onde ocorreram as primeiras competições esportivas para

deficientes físicos, como forma de reabilitar militares atingidos na Segunda Guerra Mundial.

O sucesso das primeiras competições proporcionou um rápido crescimento ao movimento

paralímpico, que em 1976 já contava com quarenta países. Neste mesmo ano foi realizada a

primeira edição dos Jogos de Inverno, levando a mais pessoas deficientes a possibilidade de

praticar esportes em alto nível. Os Jogos de Barcelona, em 1992,

representam um marco para o evento, já que pela primeira vez os

comitês organizadores dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos trabalharam

juntos. O apoio do Comitê Olímpico Internacional após os Jogos de Seul,

em 1988 proporcionou a fundação, em 1989, do Comitê Paralímpico

Internacional. Desde então os dois órgãos desenvolvem ações conjuntas visando ao

desenvolvimento do esporte para deficientes.

Vinte e oito modalidades compõem o programa dos Jogos Paralímpicos, sendo que vinte e cinco já

foram disputadas, duas irão estrear na edição de 2016 e uma não tem previsão para a inclusão.

Além de modalidades adaptadas, como atletismo,natação, basquetebol, tênis de mesa, esqui

alpino e curling, há esportes disputados exclusivamente por deficientes,

como bocha, goalball e futebol de cinco. Ao longo da história, diversos atletas com deficiência física

participaram de edições dos Jogos Olímpicos, tendo conseguido resultados expressivos. O único

caso registrado de atleta profissional que fez o caminho inverso, ou seja, competiu primeiro em

Jogos Olímpicos e depois em Jogos Paralímpicos, é o do esgrimista húngaro Pál Szekeres, que

conquistou uma medalha de bronze em 1988 e, após os Jogos, sofreu um acidente de carro que o

deixou paraplégico. Szekeres já participou de cinco Jogos Paralímpicos.

O Brasil tem conseguido destaque nas últimas edições dos Jogos Paralímpicos. O país estreou em

1976 e conquistou sua primeira medalha na edição seguinte. Em 2008, pela primeira vez encerrou

uma edição entre os dez primeiros no quadro de medalhas, ficando em nono lugar com 47

medalhas. Os nadadores Clodoaldo Silva e Daniel Dias e os corredores Lucas Prado, Ádria

Santos e Terezinha Guilhermina são alguns dos destaques paraesportivos do

país. Portugal também tem obtido bons resultados, com destaque para a natação e a bocha, que

deram seis das sete medalhas do país em 2008. Angola compete apenas desde 1996, mas já

conquistou seis medalhas, todas no atletismo. Cabo Verde e Timor-Lestetambém já participaram de

Jogos Paralímpicos, mas nunca ganharam medalhas.

História

Precedentes

Em 1939, o neurologista alemão de origem judia Ludwig Guttmann foi forçado pelo governo

nazista da Alemanha a deixar o país com sua família e se estabelecer na Inglaterra, trabalhando

na Universidade de Oxford. Em 1943, Guttmann foi indicado pelo governo britânico para chefiar o

Centro Nacional de Traumatismos na cidade de Stoke Mandeville, sendo sua principal missão a

reabilitação de soldados que serviram na Segunda Guerra Mundial.

Antes da Guerra não havia registros de grandes esforços para reabilitar deficientes físicos, cuja vida

era considerada de curta duração e de má qualidade. Guttmann desenvolveu uma nova filosofia de

tratamento para os seus pacientes que unia trabalho e esporte. Entre as modalidades usadas no

tratamento estavam basquetebol, tiro com arco, dardos e bilhar.

Com o sucesso do novo sistema, Guttmann promoveu, em 28 de julho de 1948, o primeiro evento

esportivo exclusivo para portadores de deficiência. A data não foi escolhida por acaso, uma vez que

no mesmo dia tinham início os Jogos Olímpicos de Londres, a apenas 56 km de Stoke Mandeville.

Dois grupos de arqueiros paraplégicos participaram da competição. O evento continuou a ocorrer

todos os anos, tornando-se internacional em 1952, quando quatro atletas dos Países

Baixos competiram. O crescimento continuou de maneira acelerada até que, em 1960, a competição

ocorreu pela primeira vez fora do Reino Unido.

Os primeiros Jogos Paralímpicos

Roma, na Itália, foi escolhida em 1959 sede da nona edição dos Jogos Internacionais de Stoke

Mandeville, como era conhecido o evento, graças aos esforços de Guttmann em unir Jogos

Olímpicos e competições para deficientes (Roma também sediaria os Jogos Olímpicos de Verão de

1960), sendo a primeira vez que o evento saía de Stoke Mandeville. Quatrocentos atletas de vinte e

três países competiram em provas exclusivas para usuários de cadeira de rodas.[8]

A competição continuou a ser realizada na cidade inglesa nos anos seguintes, mas em 1964

novamente ocorreu na mesma cidade dos Jogos Olímpicos (Tóquio, no Japão). Nesta época já era

comum, principalmente para a imprensa, o uso do nome "Paralimpíadas" (contração de "Paraplegia"

e "Olimpíadas") para designar o evento, principalmente aquele que ocorria fora da Grã-Bretanha.[8]

A realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos na mesma cidade não pôde ter continuidade em

1968, já que a Cidade do México desistiu por problemas financeiros e por falta

de acessibilidade para pessoas em cadeira de rodas nos locais de competição. Tel Aviv, em Israel,

recebeu a terceira edição dos Jogos. Em 1972, mais uma vez a sede dos Jogos Olímpicos não

recebeu as Paralimpíadas. Munique, na Alemanha Ocidental, desistiu da ideia de organizar os

Jogos por causa da falta de acessibilidade na Vila Olímpica. Heidelberg, no mesmo país, se

ofereceu como alternativa.

Novos tipos de deficiência

Ainda na década de 1960 surgiu o interesse de outras organizações de apoio aos deficientes em

participar dos Jogos Paralímpicos. Em 1976, ano em que mais uma vez o evento ocorreu no mesmo

país sede dos Jogos Olímpicos (Canadá), mas em outra cidade (Toronto,

enquanto Montreal recebeu as Olimpíadas), outras categorias passaram a integrar os Jogos. Pela

primeira vez foram realizados eventos para deficientes visuais, amputados, pessoas com lesão

na medula espinhal, entre outros, totalizando 1600 atletas de quarenta países.

Em 2000, os deficientes mentais foram excluídos dos jogos por causas de denúncias de fraudes na

escalação dos atletas. Na época, um jornalista se infiltrou na equipe de basquetebol da Espanha, e

descobriu que vários atletas sem deficiência foram escalados, inclusive o próprio jornalista foi

escalado entre os jogadores.

Havia muita dificuldade em determinar o que seria "deficiência mental", então os critérios não eram

bem definidos. Na última assembleia geral do Comitê Paralímpico Internacional

em Cairo no Egito em2004, foi aprovada a resolução que permitia novamente a participação de

portadores de deficiência mental nos jogos.

Jogos Paralímpicos de Inverno

As adaptações dos esportes de inverno para deficientes também começaram a ocorrer após a

Segunda Guerra Mundial. Em 1948 uma corrida na Áustria reuniu 17 esquiadores amputados,

na primeira edição do que viria a ser o campeonato nacional de esqui para amputados. Em

1974 ocorreu o primeiro Campeonato Mundial de Esqui para Deficientes, na cidade de Le

Grand-Bornand, na França. Os primeiros Jogos Paraolímpicos de Inverno ocorreram dois anos

depois em Örnsköldsvik, Noruega.

Jogos Modernos

Em 1988, os Jogos Paralímpicos voltaram a acontecer na mesma cidade dos Jogos Olímpicos

(Seul, na Coreia do Sul), e pela primeira vez os comitês organizadores dos dois eventos

trabalharam juntos. Por isso, os Jogos de Seul são considerados um marco no movimento

paralímpico mundial. Novas deficiências foram adicionadas e o programa foi expandido para

dezessete esportes, que passaram a ter um sistema de classificação por tipo e grau de

deficiência.

Um ano após os Jogos de Seul o Comitê Paralímpico Internacional foi fundado, reunindo 167

países. Em 2000, o IPC e o Comitê Olímpico Internacional assinaram um acordo de

cooperação, complementado no ano seguinte com a política "Uma Eleição, Uma Cidade",

segundo a qual aeleição da cidade-sede dos Jogos Olímpicos passaria a incorporar exigências

relativas aos Jogos Paralímpicos.

Comitê Paralímpico Internacional

Precursores (1964 – 1989)

A primeira organização dedicada à promoção de oportunidades esportivas para pessoas com

deficiência foi a Organização Desportiva Internacional para Deficientes (ISOD), fundada em

1964. Os fundadores desta organização pretendiam que fosse um órgão de desportos

adaptados, tal qual o COI era para os Jogos Olímpicos. Esta comissão evoluiu para o Comitê

de Coordenação Internacional de Organizações Mundial de Esportes para Deficientes (ICC),

que foi criado em 1982. O ICC foi encarregado de defender os direitos dos atletas com

deficiência frente ao COI. Após o sucesso do esforço de cooperação entre o ICC e o COI, o que

resultou nos Jogos Paralímpicos de Verão de 1988 em Seul, o ICC determinou a necessidade

de se expandir e incluir representantes de todas as nações que tinham programas desportivos

para deficientes. Também considerou necessário incluir atletas nas decisões do órgão

regulador paralímpico. Por conseguinte, este organismo foi reorganizado como o Comitê

Paralímpico Internacional (IPC) em 1989.

IPC (1989 – presente)

O IPC é o órgão mundial que rege o Movimento Parlímpico. É composto atualmente por

165 Comitês Paralímpicos Nacionais (CPN) e quatro federações desportivas internacionais que

representam deficiências específicas. O presidente do IPC é o britânico Philip Craven, ex-atleta

da Grã-Bretanha.Na sua qualidade de chefe do IPC, Craven também é membro do Comitê

Olímpico Internacional. A sede do IPC está em Bonn, na Alemanha. O IPC é responsável pela

organização dos Jogos Paralímpicos de Verão e Inverno. Serve também como a Federação

Internacional para nove esportes. Isto exige que o IPC supervisione e coordene os

Campeonatos Mundiais e outras competições para cada um dos nove esportes que

regulamenta. Submetidos a autoridade do IPC estão um grande número de organizações

desportivas nacionais e internacionais, e federações, com estrutura semelhante ao do COI. O

IPC também reconhece parceiros de mídia, certifica funcionários, juízes e é responsável pela

aplicação do estatuto da Carta Paralímpica.

O IPC tem um estrito relacionamento de cooperação com o Comitê Olímpico

Internacional (COI). Delegados do IPC também são membros do COI e participam das

comissões da entidade. Os dois órgãos permanecem distintos, com eventos separados, apesar

da estreita relação organizacional.

Nome e símbolos

A origem do termo "Paralimpíada" é obscura. O nome foi originalmente criado

numa contração combinando "Paraplegia" e "Olimpíada".[20] A inclusão de outros grupos de

deficiência tornaram esta explicação inadequada. A explicação formal atual para o nome é

que ele deriva da preposição grega παρά, pará ("junto a" ou "ao lado de") e, portanto,

refere-se a uma competição realizada em paralelo com os Jogos Olímpicos.[20] A primeira

vez que o termo "Paraolímpicos" entrou em uso oficial ocorreu nos Jogos de Verão de

1988, realizados em Seul.

"Espírito em Movimento" é o lema do movimento paralímpico. O lema foi introduzido em

2004 nos Jogos Paralímpicos de Atenas. O lema anterior era "Mente, Corpo e Espírito",

lançado em 1994.

O símbolo dos Jogos Paralímpicos contém três cores, vermelho, azul e verde, que são as

cores mais amplamente representadas nas bandeiras das nações. Cada cor está na forma

de um Agito (que em latim significa "eu me movo"). Os três Agitos circundam um ponto

central, que é um símbolo para os atletas se reunirem de todos os pontos do globo. O lema

e o símbolo do IPC foram alterados em 2003 para suas versões atuais. A mudança teve a

intenção de transmitir a ideia de que atletas demonstram um espírito de competição e que

o IPC como uma organização percebe o seu potencial e está avançando para alcançá-lo. A

visão do IPC é, "permitir que atletas paralímpicos alcancem a excelência desportiva e

inspirem e excitem o mundo."

Relações com os Jogos Olímpicos

Em 2001, o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Comitê Paralímpico

Internacional (IPC) assinaram um acordo que garante que as cidades-sede gerenciem

tanto os Jogos Olímpicos quanto os Paralímpicos. Este acordo permanece em vigor até

os Jogos Paralímpicos de Inverno de 2018. Porém, será estendido para as edições

subsequentes.

O COI tem escrito o seu compromisso com a igualdade de acesso ao esporte para todas

as pessoas em sua Carta, que afirma:

“A prática do desporto é um direito humano. Cada indivíduo deve ter a possibilidade de praticar desporto, sem discriminação de qualquer tipo e no espírito olímpico, que exige a compreensão mútua com um espírito de amizade, solidariedade e fair play... Qualquer forma de discriminação com relação a um país ou uma pessoa em razão de raça, religião, política, sexo ou de outro modo, é incompatível com os pertencentes ao Movimento Olímpico. ”

Embora a Carta não se manifeste sobre a discriminação especificamente relacionada com

as necessidades especiais, tendo em conta a linguagem na Carta a respeito da

discriminação, é razoável inferir que a discriminação em razão da deficiência seria contra

os ideais da Carta Olímpica e ao COI. Isso também é consistente com a Carta Paralímpica,

que proíbe a discriminação com base na política, religião, deficiência, economia, sexo,

orientação sexual ou por motivos raciais.

O presidente do comitê organizador de Londres, Lord Coe, disse sobre os Jogos Olímpicos

e Paralímpicos de Verão de 2012

“Nós queremos mudar as atitudes do público em relação as necessidades, celebrar a excelência do esporte paraolímpico e consagrar desde o início que os dois eventos estão integrados como um todo. ”

Paralímpicos nas Olimpíadas

Os atletas paralímpicos têm buscado a igualdade de oportunidades para competir nos

Jogos Olímpicos. O precedente foi criado por Neroli Fairhall, uma arqueira paralímpica da

Nova Zelândia, que competiu nos Jogos Olímpicos de Verão de 1984 em Los Angeles. Em

2008, Oscar Pistorius, um velocista sul-africano, tentou se classificar para as Olimpíadas

de 2008. Pistorius teve as duas pernas amputadas abaixo do joelho e corre com duas

lâminas de fibra de carbono. Ele detém os recordes paralímpicos nas provas dos 100, 200

e 400 metros. Em 2007, ele competiu em seu primeiro meeting internacional em pista para

não-deficientes, após o qual a Associação Internacional de Federações de

Atletismo (IAAF), órgão regulador do atletismo, proibiu o uso de qualquer dispositivo

técnico que empregue "... molas, rodas ou qualquer outro elemento que forneça ao usuário

uma vantagem sobre outro atleta que não utilize esse dispositivo." A preocupação entre os

atletas e a IAAF foi que as lâminas de Pistorius lhe dessem uma vantagem injusta. A IAAF,

em seguida, determinou que Pistorius estava inelegível para o Jogos Olímpicos de

2008. Esta decisão foi anulada pelo Tribunal Arbitral do Desporto, que alegou que a IAAF

não tinha apresentado provas científicas suficientes que as próteses de Pistorius lhe dava

vantagens indevidas. Consequentemente, se ele conseguisse o indíce olímpico, ele seria

autorizado a competir. Sua melhor oportunidade para se classificar foi na corrida de 400

metros. Pistorius perdeu o índice, a uma distância de 0,70 segundo. Ele competiu nos

Jogos Paralímpicos de Verão de 2008, onde ganhou medalhas de ouro nos 100, 200 e 400

metros sprints.

Os atletas sem deficiência também competem nos Jogos Paralímpicos: os guias visuais

para atletas com deficiência visual, são uma parte estreita e essencial da competição, que

o atleta com deficiência visual e o guia são considerados uma equipe.

.

Esportes

Atualmente há vinte e oito esportes reconhecidos pelo Comitê Paralímpico

Internacional (IPC), sendo que um deles (dança esportiva em cadeira de rodas) não é

disputado em Jogos Paralímpicos. O IPC, além de organizar os Jogos, é a entidade

administradora de nove esportes. A Organização Internacional de Esportes para

Deficientes administra seis esportes, e treze são administrados por federações

internacionais próprias.  A atualização mais recente do programa dos Jogos foi feita em

dezembro de 2010, quando a canoagem e o triatlo foram adicionados. Ambos serão

disputados pela primeira vez nos Jogos Paralímpicos de Verão de 2016, no Rio de Janeiro.

Esportes do IPC

Atletismo: possui provas para todos os tipos de deficiência, com provas disputadas em

cadeira de rodas, com o uso de próteses e com o auxílio de um guia. Os dezessete

tipos de evento (disputados na pista, no campo e na rua) são divididos em diversas

classes, de acordo com o grau de comprometimento dos atletas.

Biatlo: é disputado por deficientes físicos e visuais, agrupados em três categorias.

Como a versão olímpica,o esporte reúne a resistência física do esqui cross-country e a

precisão do tiro.

Esqui alpino: é disputado por amputados, paraplégicos, portadores de paralisia

cerebral e deficientes visuais, agrupados em três categorias. Um sistema de cálculos

corrige o tempo de cada participante para permitir que atletas com graus diferenciados

de comprometimento possam participar da mesma prova na mesma prova.

Esqui cross-country: é disputado por deficientes físicos e visuais. Alguns atletas

competem usando um "sit-ski", uma cadeira apoiada em um par de esquis. As provas

variam de 2,5 a 20 quilômetros de extensão.

Hóquei sobre trenó: versão paralímpica do hóquei no gelo, é disputado apenas por

portadores de deficiência nos membros inferiores.

Levantamento de peso: versão paralímpica do levantamento de peso básico, é

disputado por amputados dos membros inferiores, paraplégicos e portadores de

paralisia cerebral.

Natação: um dos esportes mais populares dos jogos, é disputado por deficientes

físicos e visuais classificados de acordo com sua habilidade para cada nado. Não é

permitido o uso de próteses ou de qualquer equipamento que auxilie o nadador,

exceto os tappers, usados para bater levemente às costas dos deficientes visuais para

avisá-los de que a borda da piscina está próxima.

Tiro: disputado por deficientes físicos. Há duas categorias, para atletas em cadeira de

rodas e em pé. Um sistema de classificação funcional permite que atletas de diferentes

graus de comprometimento participem da mesma prova.

Dança esportiva em cadeira de rodas: único esporte que não faz parte do programa

dos Jogos Paraolímpicos devido ao número ainda restrito de federações nacionais, é

disputada nas categorias combinado (em que apenas um dos integrantes do casal usa

cadeira de rodas) e dueto (em que os dois integrantes estão em cadeira de rodas).

Esportes da OIED

Bocha ou boccia: disputado por atletas em cadeira de rodas portadores de paralisia

cerebral. Todos os eventos são disputados por ambos os sexos.[45]

Esgrima em cadeira de rodas: disputado apenas por atletas em cadeira de rodas.

Apesar de os atletas, em virtude da cadeira de rodas, ficarem mais afastados entre si,

a baixa mobilidade do torso facilita os golpes, tornando as lutas mais rápidas que na

versão tradicional.

Futebol de cinco: é disputado por deficientes visuais (o goleiro, entretanto, pode

enxergar). O jogo acontece no mesmo campo do hóquei sobre grama, e não há a

regra do impedimento.

Futebol de sete: reúne jogadores com variados graus de paralisia cerebral. Tem regras

parecidas com as do futebol tradicional, mas ocorre num campo menor com equipes

de sete jogadores, e não há a regra do impedimento.

Goalball: é disputado apenas por deficientes visuais. Cada trio tenta jogar uma bola

com guizos dentro do gol adversário. Todos os jogadores ficam próximos ao seu gol,

que tem a mesma largura da área de jogo.

Judô: competem neste esporte deficientes visuais, divididos em categorias de peso.

Mulheres participaram pela primeira vez em Atenas 2004.

Esportes com federações próprias.

Basquetebol em cadeira de rodas: desenvolvido quase simultaneamente nos Estados

Unidos e no Reino Unido, é disputado por atletas em cadeira de rodas. A quadra e a

altura da cesta são idênticas às do basquetebol tradicional. AFederação Internacional

de Basquetebol em Cadeira de Rodas organiza os eventos.

Canoagem: incluída no programa em dezembro de 2010, é aberta a deficientes físicos

e intelectuais. A Federação Internacional de Canoagem administra os eventos da

modalidade.

Ciclismo: é disputado por deficientes visuais e físicos. De acordo com seu grau de

comprometimento, o atleta pode usar bicicleta, triciclo, tandem ou handcycles. A União

Ciclística Internacional gere o esporte.

Curling em cadeira de rodas: esporte paralímpico desde Turim 2006, é aberto a

deficientes físicos com comprometimento nos membros inferiores que necessitam de

cadeira de rodas para se locomover normalmente. É um esporte misto e possui

apenas uma variação em relação ao curling tradicional: não há varrição. É gerido

pela Federação Mundial de Curling.

Hipismo: usado primeiramente para reabilitação e recreação, é hoje disputado por

deficientes visuais e físicos. Homens e mulheres competem juntos, de acordo com o

seu perfil funcional. A Federação Equestre Internacional é a responsável pela

modalidade.

Remo: é o esporte mais novo no programa paralímpico de verão, sendo introduzido

apenas em Pequim 2008. Participam das provas deficientes físicos, utilizando

equipamentos adaptados. É gerido pela Federação Internacional de Remo.

Rugby em cadeira de rodas: está oficialmente nos Jogos desde 2000 e é disputado por

atletas com quadriplegia. É administrado pela Federação Internacional de Rugby em

Cadeira de Rodas.

Tênis em cadeira de rodas: competem neste esporte portadores de deficiência física

em pelo menos um membro inferior. Na categoria "quad" só podem participar atletas

com deficiência em três ou quatro membros. Todas as regras são as mesmas

do tênis tradicional, exceto uma: a bola pode tocar no chão duas vezes antes de um

jogador rebatê-la. A Federação Internacional de Tênis gere a modalidade.[

Tênis de mesa: amputados, paraplégicos e portadores de paralisia cerebral competem

em categorias para atletas em pé e em cadeira de rodas. A Federação Internacional

de Tênis de Mesaé a responsável pelo esporte.

Tiro com arco: disputado por paraplégicos, portadores de paralisia cerebral e

amputados, divididos em três classes funcionais. Há disputas individuais e por

equipes, para atletas em pé e em cadeira de rodas. É gerido pela Federação

Internacional de Tiro com Arco.

Triatlo: incluído em dezembro de 2010, é disputado por deficientes físicos, e

compreende seis categorias. É de responsabilidade da União Internacional de Triatlo.

Vela: introduzido como esporte oficial em Sydney 2000, é aberto a atletas amputados,

paraplégicos, portadores de paralisia cerebral e deficientes visuais. O sistema de

classificação do esporte é baseado em quatro fatores: estabilidade, habilidade manual,

mobilidade e visão. A Associação Internacional de Vela para Deficientes organiza as

competições.

Voleibol sentado: atletas com deficiência física competem em equipes de seis,

podendo compor a mesma equipe portadores de diferentes graus de deficiência. Por

ocorrer numa quadra menor que a do voleibol tradicional, é um esporte mais rápido.

Como alguns atletas possuem ao menos parte dos membros inferiores, há uma regra

que os obriga a manter a pélvis em contato com a quadra durante o jogo inteiro. É

gerido pela Organização Mundial de Voleibol para Deficientes.

Classificação

No início, a classificação dos atletas era feita apenas por critérios médicos. Um atleta com

lesão na medula espinhal, por exemplo, não poderia participar das mesmas provas de um

amputado das duas pernas, já que seus diagnósticos eram diferentes. O crescimento do

movimento paraolímpico fez com que a prática esportiva passasse a ser mais importante

que a reabilitação física. A classificação acompanhou essas mudanças e passou a levar

em conta o aspecto funcional, ou seja, o quanto a deficiência impacta na performance do

atleta. Devido a essa mudança, paraplégicos e amputados podem hoje competir na mesma

categoria. Os esportes para deficientes visuais, entretanto, são uma exceção a essa regra,

já que seu sistema de classificação permanece basicamente médico.

A classificação funcional, ao contrário da médica, precisa ser específica para cada esporte,

já que uma deficiência pode ter grande impacto na performance do atleta em um esporte,

mas não fazer muita diferença para outro (por exemplo, atletas amputados de ambos os

braços sofrem um impacto na performance maior na natação que no atletismo).[

No atletismo, os competidores são encaixados em categorias de acordo com o tipo de sua

deficiência. As categorias de números 11 a 13 são reservadas para deficientes visuais, a

número 20 para atletas com deficiência intelectual, 32 a 38 para portadores de paralisia

cerebral (sendo 32 a 34 para atletas em cadeira de rodas, e 35 a 38 para ambulantes), 40

a 46 para amputados e les autres e 51 a 58 para amputados e paraplégicos que correm em

cadeira de rodas. Cada categoria possui um prefixo, F para eventos de campo ("field", em

inglês) e T para eventos de pista ("track", em inglês). A natação, outro esporte bastante

popular, também tem sua classificação baseada no tipo de deficiência e no tipo de prova.

Os deficientes visuais são divididos em três categorias de acordo com o grau de deficiência

(S11 para os de maior grau e S13 para os de menor grau). O programa dos Jogos oferece

nove provas a estes atletas. Os deficientes físicos são classificados de acordo com

diversos fatores, como força muscular, coordenação motora, amplitude de movimento e

comprimento dos membros. A avaliação também inclui uma prova prática. Devido às suas

características próprias, o nado borboleta possui uma classificação diferente, composta por

nove classes e identificada pelo prefixo SB. Também por conta disso, a classificação para

provas medley é única, com dez classes identificadas pelo prefixo SM. Uma terceira

classificação, com dez classes identificadas por S, é aberta para todos os outros tipos de

nado. Em todos os casos, quanto maior o número da classe, menor é o grau de deficiência.

Nem todas as provas são abertas a qualquer classe. De modo geral, distâncias mais curtas

são reservadas para as categorias S1 a S5 e distâncias mais longas são disputadas por

atletas S6 a S10.

No basquetebol, no rugby em cadeira de rodas e na vela, cada atleta recebe uma

pontuação (1,0 a 4,5 no primeiro caso, 0,5 a 3,5 no segundo, 1 a 7 no terceiro) de acordo

com sua habilidade nos fundamentos dos esportes e seu grau de comprometimento físico

(quanto menor a pontuação, maior o grau de comprometimento). Uma equipe de

basquetebol (composta por cinco membros) não pode exceder 14 pontos, enquanto uma

de rugby (com quatro integrantes) deve ter no máximo oito pontos. Na vela, as três

categorias de barco possuem três atletas, cujas pontuações não podem somar mais de 14.

As duas modalidades de futebol possuem sistema de classificação diferentes. No de sete, os atletas

são divididos em quatro categorias de acordo com o grau de dificuldade de locomoção. A classe C5

reúne atletas que conseguem se equilibrar parados, mas têm dificuldades ao caminhar ou correr. Na

C6 estão portadores de atetose, ataxia ou uma combinação de espasticidade e atetose envolvendo

os quatro membros. Na C7 estão portadores de hemiplegia, e na C8 portadores de

hemiplegia, diplegia ou atetose que cumpram os critérios de classificação. Cada equipe deve ter

pelo menos um jogador da classe C5 ou da C6, e no máximo três da classe C8. Já no de cinco,

podem praticar atletas com menos de 10% de acuidade visual e/ou campo de visão menor que 20

graus. Para igualar os diferentes tipos de deficiência, todos os jogadores usam vendas. Os goleiros

podem ter visão completa, mas não podem ser registrados na FIFA nos cinco anos anteriores ao

evento em questão.[  O goalball e o judô têm critérios de classificação exatamente iguais aos do

futebol de cinco.

Os praticantes de bocha são divididos em dois grupos. No grupo 1 estão os atletas que

dependem de assistência ou de uma cadeira de rodas elétrica para se movimentar, e no 2

estão os atletas que possuem pouca força, mas são capazes de movimentar sua própria

cadeira de rodas.

A competição de tiro divide os atletas em duas categorias, SH1 (atiradores que conseguem

segurar a arma) e SH2 (atiradores que não possuem força suficiente para segurar a arma e

precisam de um suporte para ela). Há ainda a categoria SH3 (deficientes visuais), que foi

disputada até os Jogos Paralímpicos de 1992. No tiro com arco, os arqueiros são divididos

em três classes, uma para atletas em cadeira de rodas com deficiências nos quatro

membros (W1), uma paratleta em cadeira de rodas com total movimentos dos braços (W2)

e uma para atletas em pé, amputados, portadores de paralisia cerebral e les autres. O

hipismo tem cinco classes de acordo com o grau de deficiência de locomoção, sendo

levados à Classe I os portadores de deficiências mais graves e à Classe V os de

deficiências menos graves. Deficientes visuais também competem na Classe V.

No ciclismo, os deficientes visuais competem na traseira de bicicletas tandem (de dois

lugares), e os atletas com dificuldade de locomoção são divididos em quatro classes, de

acordo com a gravidade da deficiência (amputação ou paralisia). Atletas que usam cadeira

de rodas para se locomover normalmente usam handcycles, veículos operados com as

mãos, e são divididos em três classes. Portadores de paralisia cerebral competem em

quatro classes, podendo usar bicicletas ou triciclos, dependendo da gravidade da lesão.

A única exigência para competir no tênis em cadeira de rodas é a perda permanente da

função de uma ou ambas as pernas devido a condições como lesão

medular, anquilose, amputação etc. Já no tênis de mesa, os atletas são divididos em onze

classes de acordo com sua habilidade e com fatores como amplitude de movimento, força

muscular, restrições de locomoção, equilíbrio na cadeira de rodas e capacidade de

manusear a raquete. Todas as categorias são identificadas pelo prefixo TT. As classes TT1

a TT5 são reservadas para atletas que competem em cadeira de rodas, as TT6 a TT10

para atletas que competem em pé e a TT11 para portadores de deficiência intelectual.

A classificação da esgrima em cadeira de rodas é feita de acordo com avaliações funcional,

de força muscular e de disfunções como espasticidade, atetose e ataxia. Os esgrimistas

são divididos em duas classes, A e B.

O remo possui quatro classes de barcos adaptados. Na classe LT4+ competem quatro

atletas que possuem pernas e braços. É a única classe com assento móvel (como o remo

tradicional). A classe TA2x é reservada a duplas que não possuem membros inferiores.

Homens e mulheres também competem juntos. As classes AW1x (feminina) e AM1x

(masculina) é disputada por atletas sem os membros inferiores, que remam sozinhos.Ao

contrário do Remo olímpico as provas do remo nas Paralímpiadas são mistas .

Os jogadores de voleibol sentado são classificados de acordo com o tipo de amputação

que possuem, mas, salvo algumas exceções, todos os tipos de atletas competem juntos. O

único esporte em que o grau de deficiência não é levado em conta é o levantamento de

peso, cuja divisão de classes ocorre de acordo com o peso do atleta. Em princípio,

qualquer portador de deficiência pode competir, mas o Comitê Paralímpico Internacional

costuma vetar a participação de atletas que possuem impedimentos nos membros

superiores que possam causar lesões.

Dos esportes de inverno, o biatlo, o esqui alpino e o esqui cross-country têm classificação

de acordo com o tipo de deficiência. São três categorias para deficientes visuais, sete para

deficientes físicos que competem em pé e três para deficientes físicos que competem

sentados. Não existem, entretanto, provas separadas de acordo com a categoria, ou seja,

todos os atletas com determinada deficiência competem juntos. A classificação é usada

apenas para, em algumas provas, determinar um fator de ajuste para o tempo de prova do

atleta. Quanto mais severa a deficiência, maior o ajuste, como se o cronômetro corresse

mais devagar. No hóquei sobre trenó e no curling em cadeira de rodas, não há uma

separação entre os atletas, bastando ter um impedimento definitivo nos membros inferiores

para competir.

Deficientes nos Jogos Olímpicos

A arqueira neozelandesa Neroli Fairhall é considerada a pioneira da participação de

deficientes físicos em Jogos Olímpicos, tendo competido em Los Angeles 1984 na prova

individual feminina. A italiana Paola Fantato, também atleta do tiro com arco, foi a primeira

a competir, em 1996, nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos no mesmo ano, tendo sido

eliminada na primeira fase nos Jogos Olímpicos e conquistado duas medalhas nos Jogos

Paralímpicos.

A primeira deficiente visual a competir em Jogos Olímpicos foi a americana Marla Runyan,

que disputou as maratonas dos Jogos de Sydney 2000 e Atenas 2004. Os Jogos de 2008,

em Pequim, foram os primeiros com participação de atletas amputados. As duas pioneiras

foram a mesa-tenista polonesa Natalia Partyka, que é dona de quatro medalhas

paraolímpicas (dois ouros e duas pratas), e a nadadora sul-africana Natalie du Toit, que

possui onze medalhas paraolímpicas (dez ouros e uma prata). A participação bem-

sucedida da nadadora deram a ela o prêmio Whang Youn Dai (concedido ao final de cada

edição de Jogos Paraolímpicos aos atletas que mais representam o espírito

paraolímpico) e o Laureus, maior honraria esportiva mundial, em 2010.

Antes dessas participações, entretanto, já havia relato da presença de deficientes em

Jogos Olímpicos. Em St. Louis 1904, George Eyser, que não possuía a perna direita e

usava uma prótese de madeira, fez parte da equipe americana de ginástica, conquistando

seis medalhas. O húngaro Olivér Halassy, amputado de parte da perna esquerda,

conquistou três medalhas no polo aquático entre 1928 e 1936. Seu compatriota Károly

Takács, que teve sua mão direita dilacerada por uma granada, conquistou em Londres

1948 o ouro no tiro, repetindo o feito em Helsinque 1952. A esgrimista Ildikó Ságiné-

Ujlakyné-Rejtő, também húngara, competiu em cinco edições dos Jogos Olímpicos,

entre 1960 e 1972, conquistando sete medalhas, sendo duas de ouro.

O corredor sul-africano Oscar Pistorius, que usa próteses ligadas aos dois joelhos,

requereu em 2007 o direito de competir em eventos regulares do atletismo, já que,

segundo ele, estava um nível acima dos demais atletas paraolímpicos (àquela altura ele

possuía um ouro e um bronze conquistados em Atenas 2004). Nos testes a que se

submeteu, a junta médica considerou que as próteses davam a Pistorius uma vantagem

em relação aos atletas que possuem as duas pernas. Como consequência, seu pedido foi

negado. No ano seguinte Pistorius entrou com um recurso junto à Corte Arbitral do Esporte,

que, em maio de 2008, o deferiu, alegando que não havia comprovação científica das

vantagens do uso de próteses no atletismo. Pistorius, entretanto, não conseguiu o índice

para participar dos Jogos Olímpicos de Pequim. Nas Paraolimpíadas, por sua vez,

conquistou três medalhas de ouro.

Outro caso de portador de deficiência que esteve próximo de competir nos Jogos

Olímpicos ocorreu em 2010, quando o canadense Brian McKeever se classificou para

competir noesqui cross-country dos Jogos de Vancouver. McKeever seria o primeiro

deficiente a partir das Olimpíadas de Inverno, mas, a poucos dias de sua prova, o Comitê

Olímpico Canadense desistiu de relacioná-lo, substituindo-o por um atleta com maiores

chances de medalha.

Além dos exemplos de deficientes que participaram de Jogos Olímpicos, há um caso de

atleta que competia regularmente e, após um acidente, passou a competir em esportes

paraolímpicos. Pál Szekeres, esgrimista húngaro, conquistou uma medalha de bronze

nos Jogos Olímpicos de Seul 1988 e, após os Jogos, sofreu um acidente de trânsito que o

obrigou a usar cadeira de rodas. Szekeres superou os desafios da nova condição e, quatro

anos após a conquista de Seul, estava pela primeira vez nos Jogos Paralímpicos. Entre

1992 e 2008, o atleta conquistou três ouros e três bronzes na esgrima em cadeira de

rodas, se tornando o único atleta a conquistar medalhas tanto em Olimpíadas quanto em

Paralimpíadas.

Polêmicas

Doping

Os primeiros casos de doping em Jogos Paralímpicos ocorreram em Barcelona 1992,

quando cinco atletas foram pegos nos exames. Em Atlanta 1996, nenhum caso foi

registrado, mas em Sydney 2000 onze atletas foram punidos (dez deles do levantamento

de peso). Em Atenas 2004 dez atletas falharam nos testes e em Pequim 2008 três atletas

foram suspensos. Em Jogos Paraolímpicos de Inverno, destaca-se o caso de Thomas

Oelsner, esquiador alemão, que foi reprovado nos testes após conquistar duas medalhas

de ouro em Salt Lake City 2002, e o de Glenn Ikonen, curler sueco de 54 anos de idade,

suspenso por causa de um remédio para hipertensão arterial prescrito por seu próprio

médico e que continha substâncias proibidas.

Fraude

Os Jogos Paralímpicos de Verão de 2000 foram marcados pela polêmica envolvendo os

atletas que competiram em eventos para pessoas com deficiência intelectual. Meses após

os Jogos, um membro da equipe espanhola de basquetebol alegou que diversos atletas,

incluindo ele próprio, competiram mesmo sem serem deficientes. O Comitê Paraolímpico

Internacional iniciou uma profunda investigação e concluiu que a alegação estava correta:

mais de dois terços das inscrições de deficientes intelectuais foram consideradas inválidas

pela comissão investigadora. Como consequência, a Federação Internacional de Esportes

para Atletas com Deficiência Intelectual foi suspensa por tempo indeterminado.

Em 2007 foi criado um grupo de trabalho entre o IPC e a Federação com o objetivo de

reintroduzir eventos para deficientes intelectuais nos Jogos Paralímpicos. Dois anos

depois, a Assembleia Geral do IPC decidiu pelo retorno desse tipo de evento na edição

de 2012, em Londres. Quatro esportes terão em seus programas provas para deficientes

intelectuais: atletismo, natação, tênis de mesa e remo.

Mídia

Enquanto os Jogos Olímpicos tiveram um crescimento enorme na cobertura

da mídia mundial desde os Jogos Olímpicos de Verão de 1984, os Jogos Paralímpicos

foram incapazes de manter uma consistente presença na mídia internacional.

As transmissões televisivas dos Jogos Paralímpicos começaram em 1976, mas esta

cobertura inicial foi limitada a versões gravadas com atraso a uma nação ou região.

Nos Jogos Paralímpicos de Verão de 1992 houve apenas 45 horas de cobertura ao vivo,

mas disponíveis apenas para aEuropa. Outros países transmitiram pacotes de flashes

durante os Jogos. Nenhuma melhoria significativa na cobertura ocorreu até os Jogos

Paralímpicos de Verão de 2000 em Sydney.

Os Jogos Paralímpicos de 2000 representaram um aumento significativo da exposição de

mídia global para os Jogos Paralímpicos. Um acordo foi alcançado entre o Comitê

Organizador dos Jogos Paralímpicos de Sydney (SPOC) e a All Sports Media (AMS) para

transmitir os Jogos internacionalmente. Acordos foram alcançados com asiáticos, sul-

americanos, europeus e empresas de radiodifusão para distribuir a cobertura para os

possíveis mercados. Os Jogos também foram transmitidos via web pela primeira vez.

Graças a esses esforços os Jogos Paralímpicos de Sydney atingiram um público global

estimado em 300 milhões de pessoas. Também foi importante o fato de que os

organizadores não tiveram comprar horários nas emissoras como tinha sido feito

anteriormente nos Jogos de 1992 e 1996. Apesar destes avanços, uma atenção

consistente da mídia tem sido um desafio, o que foi evidenciado na cobertura na Grã-

Bretanha dos Jogos Paralímpicos de Inverno de 2010.

A British Broadcasting Corporation (BBC), foi criticada por sua cobertura mínima dos Jogos

Paralímpicos de Inverno de 2010 em comparação com a cobertura dos Jogos Olímpicos de

Inverno de 2010. A BBC anunciou que iria transmitir alguns conteúdos em seu site e

mostrar um programa com flashes de uma hora após o término das Olimpíadas. Para os

Jogos Olímpicos de Inverno da BBC foram ao ar 160 horas de cobertura. A resposta da

BBC foi de que as restrições orçamentárias e do "fator fuso horário" necessitaram de um

horário de transmissão limitado. A redução da cobertura foi feita apesar da avaliação ter

aumentado para os Jogos Paralímpicos de Verão de 2008, que foram assistidos por 23%

da população da Grã-Bretanha. Na Noruega, a Norwegian Broadcasting Corporation (NRK)

transmitiu 30 horas dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2010 ao vivo. A NRK-sport criticou

severamente a qualidade das imagens vindas de Vancouver,sendo que as críticas foram

notificadas à União Europeia de Radiodifusão (EBU). Questões como a exibição do biatlo,

sem mostrar o tiro, e no esqui cross-country com as imagens dos esquiadores muito fundas

e desfocadas, o que tornava difícil acompanhar o andamento da competição. A NRK

esteve muito mais satisfeita com a transmissão dos jogos de hóquei sobre trenó e curling

em cadeira de rodas, em que o nível foi considerado o mesmo dos Jogos Olímpicos.

Maiores medalhistas

Trischa Zorn dos Estados Unidos é a atleta paraolímpica mais condecorada da

história. Ela competiu nas provas de natação para cegos e ganhou um total de 55

medalhas, 41 das quais de ouro. Sua carreira paralímpica durou 24 anos de 1980-

2004.Trischa também foi reserva da equipe de natação americana das Olimpíadas de

1980, mas não foi aos Jogos Olímpicos devido ao boicote americano do evento.[114]

[115] Ragnhild Myklebust da Noruega detém o recorde de maior medalhista dos Jogos

Paraolímpicos de Inverno. Competindo em uma variedade de eventos entre 1988 e

2002, ela ganhou um total de 22 medalhas, das quais 17 foram de ouro. Depois de

ganhar cinco medalhas de ouro nos Jogos de 2002 ela se aposentou aos 58 anos de

idade. Neroli Fairhall, uma arqueira paraplégica da Nova Zelândia, foi a primeira

competidora paraplégica, e a primeira paraolímpica, a participar nos Jogos Olímpicos,

quando ela competiu nos Jogos Olímpicos de Verão de 1984 em Los Angeles. Ela foi

a trigésima quarta colocada na competição de tiro com arco.

Mais de mil atletas já ganharam mais de uma medalha nos Jogos Paraolímpicos. A

lista abaixo reúne os dez primeiros mais os cinco melhores de países lusófonos.

BIBLIOGRAFIA

www. wikipedia .com.br

www.brasilescola.com.br