JOGOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE MICOLOGIA NAS …TICOS... · ministrar alguns conteúdos de...

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JOGOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE MICOLOGIA NAS ESCOLAS Sousa, N. D. C. (1) ; Macêdo, M. A. M. (1) ; Santos, K. N. C. (1) ; Oliveira, A. M. (1) ; Teixeira, R. C. S. (1) ; Rocha, J. R. S. (1) [email protected] (1) Universidade Federal do Piauí – UFPI, Teresina - PI. RESUMO Os materiais didáticos são instrumentos essenciais para a facilitação do processo de ensino-aprendizagem, e o jogo didático é uma ferramenta indispensável podendo oferecer inúmeras vantagens sobre o modo tradicional de ensino, visto que propõe a participação ativa do aluno e a concretização de conceitos mais abstratos, além de favorecer a motivação, o raciocínio, a argumentação e a interação entre os alunos e deles com o professor. Dessa forma, o presente trabalho foi desenvolvido para comprovar e analisar o caráter lúdico que favoreçam não só as práticas pedagógicas, mas também a aprendizagem. Foram elaborados quatro jogos didáticos voltados para o conteúdo Fungos, com o intuito de facilitar o ensino de micologia em escolas de ensino fundamental e médio. Os resultados mostraram que os jogos didáticos, podem ser desafiadores e desenvolvem a proatividade do aluno, atuando positivamente em diversos fenômenos, e assim, indicaram que os jogos testados despertaram o interesse dos alunos e favoreceram a aprendizagem dos mesmos para o assunto abordado. Palavras-chave: Fungos, Material Didático, Ensino-aprendizagem.

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JOGOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE MICOLOGIA NAS

ESCOLAS

Sousa, N. D. C.(1); Macêdo, M. A. M.(1); Santos, K. N. C.(1); Oliveira, A. M.(1);

Teixeira, R. C. S.(1); Rocha, J. R. S.(1) [email protected]

(1) Universidade Federal do Piauí – UFPI, Teresina - PI.

RESUMO

Os materiais didáticos são instrumentos essenciais para a facilitação do processo de ensino-aprendizagem, e o jogo didático é uma ferramenta indispensável podendo oferecer inúmeras vantagens sobre o modo tradicional de ensino, visto que propõe a participação ativa do aluno e a concretização de conceitos mais abstratos, além de favorecer a motivação, o raciocínio, a argumentação e a interação entre os alunos e deles com o professor. Dessa forma, o presente trabalho foi desenvolvido para comprovar e analisar o caráter lúdico que favoreçam não só as práticas pedagógicas, mas também a aprendizagem. Foram elaborados quatro jogos didáticos voltados para o conteúdo Fungos, com o intuito de facilitar o ensino de micologia em escolas de ensino fundamental e médio. Os resultados mostraram que os jogos didáticos, podem ser desafiadores e desenvolvem a proatividade do aluno, atuando positivamente em diversos fenômenos, e assim, indicaram que os jogos testados despertaram o interesse dos alunos e favoreceram a aprendizagem dos mesmos para o assunto abordado.

Palavras-chave: Fungos, Material Didático, Ensino-aprendizagem.

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INTRODUÇÃO

A educação evidencia a necessidade de uma democratização de ensino.

O Ensino de Ciências como colaboração para a compreensão do mundo

e de suas transformações, e ainda traz ainda em sua grade curricular

conceitos, fenômenos, teorias, que são muitas vezes, de difícil

compreensão pelos alunos.

Mesmo diante de tantas ferramentas inovadoras no campo da educação,

tais como: a introdução da informática, o uso de multimídias, a

interação via internet, etc., por sua vez tão importantes e em

ascendência hoje, o professor ainda encontra muitas dificuldades em

sala de aula, principalmente no que diz respeito à motivação dos alunos

para a aprendizagem. Fialho (2013) destaca a utilização dos jogos no

processo de ensino e aprendizagem, como instrumentos motivadores de

imenso potencial de sociabilidade e integração.

A teoria das múltiplas inteligências indica que cada estudante aprende

de uma forma distinta e cabe a cada professor descobrir alternativas de

ensino e aprendizagem que contribuam para o desenvolvimento das

competências dos alunos. Esse fator, associado à dificuldade de se

ministrar alguns conteúdos de Biologia, indica a necessidade de se

propor atividades alternativas que possam contribuir para o processo de

ensino e aprendizagem (MORATORI, 2003). A esse respeito, a

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disciplina de ciências para o currículo escolar contribui para a formação

do indivíduo, levando-o à compreensão e ao posicionamento diante da

capacidade de desenvolvimento do pensamento crítico, tanto para o

exercício da cidadania como o desempenho de atividades profissionais.

(BIZZO, 2007).

Sendo necessário que os educadores venham a procurar formas de

tornar as aulas mais dinâmicas e atrativas para que o aluno possa ser

instigado a viver e aprender algo novo sem se distanciar da sua

realidade fugindo do tradicional método de ensino. O ensino deve ser

conduzido pelo despertar do interesse dos alunos o que leva a

transformação do sentindo do que é material pedagógico.

(MORATORI, 2003; RIBEIRO, 2001).

Assim, os jogos didáticos tornam intensa a capacidade de absorção do

participante, provocando certo clima de entusiasmo e de arrebatamento

ao mesmo tempo em que predomina uma atmosfera de espontaneidade.

Além disso, a limitação do tempo a qual o jogo é submetido, também

proporciona o dinamismo entre os participantes envolvendo mudanças e

alternâncias entre outros aspectos (RIZZI, 2001).

Orlando et al. (2009) já haviam planejado, montado e avaliado modelos

didáticos para o Ensino de Ciências comprovando, assim, que a

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aplicação dos modelos foi eficiente para a fixação dos conteúdos e para

aumentar o interesse dos alunos pela área.

Tendo em vista a dificuldade de se ensinar algumas matérias de

Biologia e da preocupação em desenvolver estratégias didáticas que

envolvam o tema da inclusão, jogos e modelos didáticos surgem como

alternativa viável para o aprimoramento do processo de ensino e

aprendizagem, de acordo com o baixo custo para sua produção e pelo

fato de serem adaptados pelos próprios alunos, proporcionando, assim,

uma maior assimilação do assunto estudado (COELHO et al, 2010).

Dessa forma, este trabalho vem com a proposta de facilitar o ensino de

Micologia, no Ensino Fundamental e Médio, com a inclusão de jogos

didáticos associados ao ensino e conteúdo nos trazendo sua relação com

a vida cotidiana. Ressaltando a importância dos fungos, para o ensino

de ciências e para o meio ambiente como compositor dos ciclos

biológicos.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram elaborados quatro jogos didáticos no intuito de auxiliar e facilitar

o ensino de micologia no ensino de ciências nas escolas de ensino

fundamental e médio. Estes jogos foram elaborados de acordo com os

principais assuntos sobre fungos dentro de ensino de ciências, com

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materiais simples e de fácil acesso, sendo representados na Tabela 1. Os

jogos que foram desenvolvidos e tiveram a denominação de: Mural de

Fungos: Heróis e Vilões da Biosfera, Trilha Fungi, Jogo da Memória

Micológico e Baralho Fungi. Tabela 1: Material utilizado para o desenvolvimento dos jogos de micologia

MATERIAL Mural de Fungos: Heróis e Vilões da

biosfera

Trilha Fungi

Jogo da Memória

Micológico

Baralho Fungi

Material de E.V.A Plástico adesivo

transparente

Folha de papel a4 Cola para isopor

Cola branca Tesoura

Cartucho para impressão nas cores

preto e colorido

Fita adesiva Caixa de papelão

Tecido do tipo TNT Papel cartão

Os jogos foram previamente testados e analisados tendo em vista saber

o funcionamento da sua aplicação em sala de aula.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A utilização de material didático concreto tem históricos de bons

resultados, pois é uma ferramenta onde o professor expõe o conteudo,

favorecendo o entendimento de fenômenos complexos e abstratos,

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tornando, assim, o aprendizado no Ensino Fundamental e Ensino Médio

nas escolas.

Os professores podem utilizar jogos didáticos como auxiliares na

construção dos conhecimentos em qualquer área de ensino. A biologia e

as ciências no ensino fundamental também fazem uso desse recurso

com certa frequência. É importante que os jogos pedagógicos sejam

utilizados como instrumentos de apoio, constituindo elementos úteis no

reforço de conteúdos já apreendidos anteriormente. Em contrapartida,

essa ferramenta de ensino deve ser instrutiva, transformada numa

disputa divertida, e, que consiga, de forma sutil, desenvolver um

caminho correto ao aluno. (CUNHA, 2012; FIALHO, 2013)

Assim os jogos são funcionam como atrativos para melhorar a fixação e

o interesse do conteúdo para os alunos, funcionando assim como um

facilitador do ensino-aprendizagem. Além de ressaltar a importância

dos fungos dentro do cotidiano, assimilando as funcionalidades desses

microrganismos. Foram desenvolvidos quatros jogos para o ensino de

micologia dentro do conteúdo de ciências e biologia do ensino

fundamental e médio.

Regras e utilizações dos jogos didáticos para o ensino de micologia

• Jogo I - Mural de Fungos: Heróis e Vilões da biosfera

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O jogo consiste em um mural com três colunas, com três usos: Uso na

Farmácia, Patógenos e Biorreguladores. Terá uma caixa com várias

funções e ilustrações dos fungos que possam se encaixar dentro destas

três categorias e o estudante afixa no mural as funções e se for

conveniente colocar ilustrações dos fungos em cada área. Este jogo

pode ser desenvolvido em três grupos dentro da sala de aula, sendo que

cada grupo fica responsável por uma coluna para o preenchimento.

(Figura 1)

Figura 1. Mural com itens avaliativos em relação às funções correspondentes: Uso na farmácia; Patógenos e Biorreguladores. Fonte: Autores, 2012.

• Jogo II - Trilha Fungi

O jogo trilha fungi é composto por uma trilha, um dado e 28 cartas com

perguntas objetivas relacionadas à Micologia. A turma pode ser

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dividida em dois grupos, lado A e lado B e serem escolhidos dois

alunos da sala para representar os lados (A e B), com ajuda dos demais.

Para iniciar o jogo, um dos representantes do grupo (A ou B) joga o

dado e o número que sair corresponde à pergunta que será feita para um

dos grupos.

• Jogo III - Jogo da Memória Micológico

O jogo da memória levou a produção de 16 peças, sendo que oito dessas

peças continham imagens e oito com características referentes a uma

das imagens sobre o Reino Fungi, na sua margem inferior.

As regras deste jogo são muito fáceis e objetivas. Todas as peças foram

muito bem misturadas com a parte igualmente comum para cima e em

seguida não se deslocou mais a peça do local para facilitar a

memorização da mesma. O jogador da vez escolhia duas peças por

rodada e, caso não encontrasse as peças respectivas elas eram

novamente reviradas e passava-se a vez para o próximo jogador e caso

contrário, ou seja, quando acertava um conjunto de peças, tinha a

chance de mais uma tentativa. O jogo termina quando as peças

acabaram e ganhou o jogo o aluno que acertou o maior número de

peças. (Figura 2)

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Figura 2. Jogo da memória. Foto: Autores, 2012.

• Jogo IV- “Baralho Fungi”

Para a utilização do “Baralho Fungi” a sala de 30 alunos pode ser

dividida em seis grupos de cinco alunos, e apenas um aluno de cada

grupo participa do jogo, os demais ficaram na torcida e ajudam seu

representante.

Antes da execução desse jogo, é necessário separar o número de

conjuntos de cartas correspondente ao numero de alunos jogadores e em

seguida embaralhá-las. Para cada jogador será distribuídas cinco cartas

e cada aluno que jogar deverá manter as cartas na mão de forma a

ocultá–las dos outros alunos jogadores, os seus adversários. Cabe ao

aluno optar por tentar reunir a carta de sua escolha. Em cada rodada,

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cada jogador passava uma de suas cartas para o jogador à sua esquerda.

Todos os jogadores passavam suas cartas simultaneamente para que,

dessa forma, a carta recebida só pudesse ser passada adiante na rodada

seguinte.

Figura 3. Jogo didático “Baralho Fungi”. Foto: Autores, 2012.

CONCLUSÃO

Este trabalho teve por finalidade apresentar jogos didáticos para

instrumentalizar o professor para tornar o ensino de Ciências e Biologia

mais atraente e prazeroso para os alunos, com ênfase no ensino de

micologia.

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Os jogos em sala de aula podem contribuir para criar um clima de

entusiasmo sobre o conteúdo abordado de forma motivadora e

integradora.

Associando os aspectos lúdicos com os cognitivos, os jogos didáticos

são importantes ferramentas metodológicas para a aprendizagem de

conceitos abstratos e complexos que favorecem a motivação interna, o

raciocínio, a argumentação, a interação entre os alunos e entre alunos e

professores.

Foram apresentados quatro jogos que favoreçam o ensino de micologia

nas escolas de ensino fundamental e médio.

REFERENCIAS

BIZZO, N.C.V. Metodologia e Prática de Ensino de Ciências: a aproximação do Estudante de Magistério das Aulas de Ciências no 1º Grau. Faculdade de Educação das USP. Disponivel em: http://www.ufpa.br/eduquim/praticadeensino.htm. Acesso em 07/10/2013.

COELHO, F. S.; Zanella, P. G.; Ferreira, F. C.; Barros, M. D. M.; Feres, T. S. Jogos e modelos didáticos como instrumentos facilitadores para o ensino de biologia. V Seminário de Extensão da PUC Minas: Campus Coração Eucarístico. 2010.

CUNHA, Marcia Borin. Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização em Sala de Aula. Revista Química Nova na Escola. Vol. 34, N° 2, p. 92-98, MAIO, 2012.

FIALHO, Neusa Nogueira. Os jogos pedagógicos como ferramentas de ensino. FACINTER, Educação: Teorias, Metodologias e Práticas. 2013.

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MORATORI, Patrick Barbosa. Por Que Utilizar Jogos Educativos no Processo de Ensino Aprendizagem?. UFRJ. Rio de Janeiro, 2003. Disponível em http://www.nce.ufrj.br/ginape/publicacoes/trabalhos/PatrickMaterial/TrabfinalPatrick2003.pdf. Acesso em 07/10/2013.

ORLANDO, T. C.; LIMA, A. R.; SILVA, A. M.; FUZISSAKI, C. N.; RAMOS, C. N.; MACHADO, D.; FERNANDES, F. F.; LORENZI, J. C. C.; LIMA, M. A.; GARDIM, S. Planejamento, montagem e aplicação de modelos didáticos para abordagem de biologia celular e molecular no ensino médio por graduandos de ciências biológicas. Revista brasileira de ensino de bioquímica e biologia molecular. nº1, 2009.

RIBEIRO, M. G. L.; SANTOS L. M. F. Atividades lúdicas no ensino de ecologia e educação ambiental: uma nova proposta de ensino. In: Encontro Regional de Ensino de Biologia. Niterói, 2001 Anais..., Niterói, 2001, p. 120-21.

RIZZI, L.; HAYDT, R. C. Atividades lúdicas na educação da criança. São Paulo: Ed. Ática, 2001.