Dermatologia Veterinaria - Micologia Cutanea

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DERMATOPATIAS FÚNGICAS: MICOSES SUPERFICIAIS

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DERMATOPATIAS FÚNGICAS:

MICOSES SUPERFICIAIS

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DERMATOFITOSE

Dermatófitos mais comuns (>95%): Microsporum canis * (zoofílico) Microsporum gypseum (geofílico) Trichophyton mentagrophytes (zoofílico)

OBS: *carreador assintomático gato (0 a 88% - variação geográfica e populacional)

*80 a 85% dos casos caninos

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DERMATOFITOSE

Fungos geofílicos:- Fontes de infecção: solo contaminado- Frequência: esporádica (<5%)- Caráter: contagio pode acontecerFungos zoofílicos:- Fontes de infecção: felinos portadores, pacientes

sintomáticos, fômites contaminados e ambienteObs: roedores (T. mentagrophytes) (10-15%)- Frequência: comum (animais jovens)- Caráter: contagioso

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DERMATOFITOSE

- EXPOSIÇÃO X INFECÇÃO

. Mecanismos de defesa:

a) Remoção mecânica dos esporos

b) Flora residente (competição)

c) Propriedades fungistáticas do sebo

d) Resistência imunológica do hospedeiro

(resposta imunecelular e imunehumoral)

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DERMATOFITOSE

.Fatores predisponentes:

a) Idade (jovens > adultos)

b) Doença debilitante/Stress

c) Imunodeficiência (Felinos: FIV;FeLV)

d) Nutrição inadequada

e) Clima quente/úmido; contaminação amb.

f) Terapia imunossupressora concomitante

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DERMATOFITOSE

.Infecção:

1) Dose infectante + Indivíduo susceptível

(Nº mínimo de esporos) (Mec.defesa + Fat.predisponentes)

2) O dermatófito penetrou o estrato córneo

ou invadiu os folículos pilosos e está se mutliplicando e produzindo queratinases

(crescimento fúngico > descamação normal da epiderme)

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DERMATOFITOSE

Esporos de ectotrix:

- Observados aos milhares ao longo das hastes pilosas (superfície do pêlo)

- pruridoescamação/pêlos esporos

- Viabilidade no ambiente por meses a anos

(reservatório a longo prazo de material infectante para outros animais e humanos - ZOONOSE)

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DERMATOFITOSE

Hifas Fúngicas:- enfraquecem a haste do pêlo (quebradiço)- crescem dentro da haste do pêlo em direção

ao bulbo e extrato córneo e param quando encontram tecido vivo (epitélio vivo)

- seus produtos metabólicos são liberados dentro do tecido epitelial vivo estimulando uma resposta imune por parte do hospedeiro

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DERMATOFITOSE

APRESENTAÇÃO CLÍNICA:

1) Prurido (autosensibilização):

. Ausente . Moderado . Intenso

2) Lesões Clássicas:

- alopecia ou hipotricose macular

- lesões descamativas e crostosas leves a

moderadas (exfoliativa x papulocrostosa)

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DERMATOFITOSE

. Distribuição: focal, multifocal ou difusa

(cabeça, face, e membros)

Cães e Gatos

- alopecia, descamação, crostas, eritema, foliculite (pápula de orientação folicular)

Diagnóstico diferencial: - Piodermites

- Demodicose

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DERMATOFITOSE

Kérion lesão firme, elevada, alopécica e eritematosa (#: Neoplasia; Dermatite de lambedura acral)

- M. Gypseum ou T. mentagrophytesOnicomicose unhas ressecadas, quebradiças

e deformadas (leito ungueal inflamado e doloroso)- T. mentagrophytes

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DERMATOFITOSE

3) Variante atípica canina

. Dermatose pustular subcorneal acantolítica e neutrofílica (#: Pênfigo foliáceo)

4) Variantes atípicas felinas

- Alopecia simétrica*

- Auto-mutilação severa focal

- Dermatite miliar *

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DERMATOFITOSE

- Foliculite- Acne (Piodermite mentoniana)- Kérion- Pseudomicetoma: Nódulos firmes que se formam pela invasão

da derme e tecido subcutâneo pelo dermatófito (dorso do tronco, base da cauda)

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DERMATOFITOSE

Obs:a) M. Gypseum: lesões hiperqueratóticas proliferativas (face e patas)b) T. Mentagrophytes: inflamação mais severa(lesões regionais, bem demarcadas, prurido)

Dermatofitose é diagnóstico diferencial de quase toda dermatopatia felina

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DERMATOFITOSE

No caso de dermatofitose difusa, procurar doença de base ou imunossupressão (cães adultos sadios são relativamente resistentes a dermatofitose 1ª)

Animais com lesões localizadas possuem pêlos de aparência normal em outras partes do corpo mas também infectados

Apresenta-se em quase todos os padrões dermatológicos conhecidos

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DERMATOFITOSE

Carreadores felinos assintomáticos:

1º Grupo: gatos realmente infectados com lesões sutis ou subclínicas

- grande suprimento contínuo de esporos

(contaminam o ambiente)

- cultura fúngica positiva

- terapia agressiva ( risco)

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DERMATOFITOSE

2º Grupo: gatos não infectados que somente carreiam material infectante na pelagem

- fômites (pequeno número de esporos)

- cultura fúngica positiva- terapia tópica ( risco)OBS: triagem com lâmpada ultravioleta

detecta cepas fluorescentes de M.canis

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DERMATOFITOSE

DIAGNÓSTICO:

1) EXAME DE LUZ DE WOOD

Método de triagem inicial (M.canis)

Limitações:

- nem todas cepas fluorescem (50% M.canis)

- Falso positivo (produtos tópicos)

- Falso negativo (produtos tópicos – ex: iodo)

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DERMATOFITOSE

Fluorescênciametabólitos somente produzidos quando o

fungo está em crescimento na haste pilosa(qualquer fluorescência em debris crostosos,

escamas epidérmicas ou unhas é falsa)Principal finalidade: Auxílio na escolha dos pêlos para um

exame microscópio ou cultura

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DERMATOFITOSE

2) TRICOGRAMA (TRICOGRAFIA)

Corresponde ao exame microscópico direto dos pêlos após digestão com solução clareadora:

- Hidróxido de potássio(10-20%);Clorfenolac

- Clorazol (100 mg clorazol negro E em 10 ml de DMSO; + 90 ml salina c/ 5 g KOH)

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DERMATOFITOSE

a) Colocar algumas gotas do material clareador (corante), promover leve aquecimento e aguardar 5 a 10 minutos antes da realização do exame (KOH)

b) Cobrir o material com lamínula ao levar ao microscópio. Avaliar a morfologia dos pêlos (10X) e em seguida procurar por esporos (40X)

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DERMATOFITOSE

Inspecionar:

- Regularidade de cortical (haste)

- Continuidade de medular (haste)

- Qualidade das extremidades pilosas

- Base (estágio de desenvolvimento folicular)

Limitações (sensibilidade de 65 a 75%):

- Falso negativo p/esporos (seleção x debris)

- Falso positivo p/esporos (artefatos)

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DERMATOFITOSE

Causas de extremidades anfractuosas ou abruptamente fraturadas:

1) Traumática (“Grooming” excessivo/Prurido)- Ectoparasitismo/DAPP- Atopia- Alergia Alimentar- Hipersensibilidade a endoparasitas- Psicogênico (felinos)2) Infecciosa (Dermatofitose)

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DERMATOFITOSE

Outros achados na dermatofitose:

- irregularidade de cortical

- descontinuidade de medular

- presença de esporos (padrão morfológico e distributivo sugere dermatófito em questão)

Obs: pêlos com sincronização de fase de ciclo

(procurar causas metabólicas)

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DERMATOFITOSE

3) HISTOPATOLÓGICO (HSTP)Achados:

Perifoliculite, Foliculite, Furunculose, Dermatite perivascular, Hiperqueratose, Derm. Pustular ou vesicular intraepidérmica, Dermatite nodular ou difusa

Hifas fúngicas ou conídios no estrato córneo, folículos pilosos e pêlos ou na derme e hipoderme no caso de pseudomicetomas

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DERMATOFITOSE

Colorações específicas:

- PAS

- Metenamina argêntea de Gomori

- Giemsa-Ácido orceínico

OBS: no caso de intensa reação inflamatória, fungos podem não ser encontrados

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DERMATOFITOSE

4) CULTURA FÚNGICA

Método de diagnóstico preferencial

- Técnica de coleta de amostra apropriada

- Uso correto do meio de cultura

- Identificação microscópica da colônia

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DERMATOFITOSE

Coleta:1) Pêlos e escamas são removidos de uma lesão com

o auxílio de um fórceps (luz de Wood)2) Técnica da escova de dente*:

Escovação rigorosa da pelagem (lesional ou a pelagem inteira no caso de suspeita de carreadores)

OBS: nos pseudomicetomas, o material para cultura pode ser obtido através de aspirado ou swab do exsudato

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DERMATOFITOSE

Meio de cultura DTM (dermatophyte test medium)

Constituintes: Ágar dextrose Sabourad + inibidores de crescimento bacteriano e saprofítico + vermelho fenol (indicador de pH)

Metodologia inoculação + incubação** Temperatura ambiente por 14-28 dias/abrigo da luz

(crecimento usual nos primeiros 10 dias)

Obs: dermatófitos são aeróbios

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DERMATOFITOSE

Resultado mudança de coloração do meio + crescimento simultâneo da colônia*

* Colônias são brancas, algodoadas, “cremosas”; nunca esverdeadas, amarronzadas ou mistas em coloração

OBS: colônias pigmentadas são sempre saprófitas

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DERMATOFITOSE

- Crescimento de saprófitas:1º) Colônias surgem sem que haja mudanças na

coloração do meio2º) Mudanças de coloração p/vermelho somente

depois das colônias estarem bem estabelecidas (>14 dias)Portanto, examinar diariamente os meios de cultura observando se a mudança de cor ocorre simultaneamente com o crescimento da colônia ou após o mesmo.

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DERMATOFITOSE

Identificação da colônia:

- tocar a superfície da colônia com uma fita transparente e em seguida colocá-la em uma lâmina previamente preparada com uma gota de novo azul de metileno(microscopia – 10x )

cada dermatófito apresenta macroconídias, microconídias e hifas com características próprias

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DERMATOFITOSE

Terapia:

Objetivos:

1) Encurtar o curso da infecção (ter.sistêmica)

2) Minimizar a disseminação de material infectante para o ambiente (ter.tópica + descontaminação ambiental)

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DERMATOFITOSE

Dermatofitose localizada:

Lesão localizada X Pêlos infectados

Antifúngico tópico

1) Creme ou loção BID (miconazol, clotrimazol, cetoconazol, clorexidine)

2) Shampoo – 2X/semana*(micoconazol, clorexidine, cetoconazol)

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DERMATOFITOSE

Primordial:

resposta desfavorável (2-4 semanas)

Associar terapia sistêmica

Protocolo alternativo:

- Lufenuron: 50-60 mg/Kg q 21 dias

. no início da terapia tópica

. 95% casos 1 única dose (2ª dose, 5%)

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DERMATOFITOSE

Tosa

Desvantagens: - fratura dos pêlos contaminação ambiental

(remoção + desinfecção)

Indicação: ambiente com múltiplos gatos

I) Todos aqueles identificados por cultura

II) Obrigatoriamente associado a desinfecção

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DERMATOFITOSE

Dermatofitose generalizada:

Terapia tópica e sistêmica + Descontaminação

Terapia sistêmica

1º) Griseofulvina PO

Microsized – 50 mg/Kg/dia (max. 120mg/Kg)

( 2 tomadas; absorção lipídica dependente)

Ultramicrosized – 5-10 mg/Kg/dia

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DERMATOFITOSE

Particularidades:

- teratogênico - evitar em FIV/FeLV +

- mielossupressão (hemograma q 2 semanas)

- uso somente em idade > 6 semanas

Efeitos adversos:

- náusea, vômito e diarréia*

- reações idiossincráticas(icterícia, ataxia)

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DERMATOFITOSE

Antes do início da terapia:

- hemograma e bioquímica sérica

2º) Azoles

Imidazoles: Cetoconazol PO

Dose – 10 mg/Kg/dia (c/refeição)

Obs: . 2ª opção no caso de resistência a griseofulvina em cães (evitar em gatos)

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DERMATOFITOSE

Efeitos adversos:

- anorexia, náusea, vômito e diarréia

- depressão e perda de peso

(dose dependentes; 25% dos gatos)

- hepatotoxicidade (rara)

(Mensal: enzimas hepáticas)

Cuidado: teratogênico

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DERMATOFITOSE

Particularidades:

- colesterol, cortisol, hormônios esteroidais (doses > 10 mg/Kg/dia no cão)

Interações medicamentosas:

. Anticonvulsionantes . Glicocorticóides

. Ciclosporina . Cisaprida . Insulina

Eficácia nos cães resistentes à griseofulvina ?

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DERMATOFITOSE

Triazoles: . Itraconazol . Fluconazol

Itraconazol PO

Dose – 5-10 mg/Kg/dia (c/ refeição gordurosa)

Particularidades:

- conc. cutâneas (3 a 10X/ plasma)

- duração de efeitos (forte ligação a queratina)

- toxicidade, interações medicamentosas

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DERMATOFITOSE

Eleição: pseudomicetoma dermatofítico

Protocolo alternativo:

- terapia pulsátil administração diária por 15 dias c/descanso de 15 dias (1 a 3 cursos)

Efeitos adversos (incomuns, princ. em ):- anorexia() - Vômito e diarréia() ALT/FA() - Vasculite cutânea idiop.()

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DERMATOFITOSE

Limitações:

- segurança na prenhez não estabelecida

- custo

Fluconazol PO (IV)

Dose – 2,5 5,0 mg/Kg/dia (,)Particularidades

- hidrossolúvel ( absorção/biodisponibilidade)

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DERMATOFITOSE

- metabolização; eliminação renal

- conc. pele e unhas

Efeitos adversos: TGI (incomuns)

Limitação: custo

Alilaminas: . Terbinafina PO

Dose experimental: 20 mg/Kg/dia

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DERMATOFITOSE

Em humanos:- efeitos adversos (TGI)- sem interações medicamentosas - sem contra-indicação p/ gestantes

Avaliação da terapia sistêmica: - Início de melhora 2 semanas - Tempo médio de terapia 6-8 semanas

(ideal até 2-4 semanas após aparente cura clínica + cultura fúngica negativa)

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DERMATOFITOSE

I) Lesões persistentes > 8 semannas de terapia

- cepa resistente

- desordem sistêmica de base

- predisposição genética (base individual)

II) Resolução completa das lesões e cultura +

- recontaminação de esporos ambientais

(medidas de controle amb. mais rigorosas)

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DERMATOFITOSE

Vacinas p/ Dermatófitos (M.canis) Uso: tratamento e prevenção dos sinais

clínicos associados com a infecção

Obs: não previne a infecção, nem elimina o fungo

Indicação: terapia adjuvante em um programa de controle de área endêmica

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DERMATOFITOSE

Vacina inativada (SC)

- 1ª dose: > 4 meses

- 2ª dose: q 2semanas

- 3ª dose: q 4 semanas

Booster vacinal: não estipulado

Não recomendada p/uso rotineiro (profilaxia de gatos saudáveis) (A.F.M./A.A.F.P.)

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DERMATOFITOSE

Controle ambiental (Descontaminação)

1º) Remoção mecânica

- vassoura, aspirador de pó, tosa

2º) Produtos

- Água sanitária (no máximo, 1:10)

- Formalina 1% (tóxica – gatos/humanos)(lavar previamente c/água quente e detergente)

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DERMATOFITOSE

REVISÃO:

I) Paciente único

- tosa - terapia tópica (2x/semana shampoo)

- terapia sistêmica/ monitoramento q 15dias (forma generalizada/ forma localizada)

- descontaminação ambiental

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DERMATOFITOSE

II) Gatis

1ª Etapa:

1 – Separar suspeitos e óbvios dos gatos ap.idôneos até resultado da cultura

2 – Quarentena do gatil (,, e visitantes)

3 – Tosar os positivos+descontaminação amb

4 – Terapia tópica c/shampoos (2x/semana)

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DERAMTOFITOSE

* Se lesões melhoram, novas lesões não aparecem e nenhum outro gato se torna

infectado manter todo protocolo até 1 mês após culturas negativas

* Protocolo ineficaz Etapa 2

2ª Etapa:

5 – Terapia sistêmica (griseofulvina/itraconazol)

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DERMATOFITOSE

6 – Considerar o uso da vacina p/dermatófito

Ideal:

- culturas fúngicas mensais

- gato livre de infecção após 2-3 culturas negativas + ausência de lesões

(12-16 semanas de terapia - custo)

3 áreas:- /- pós terapia /+ em terapia

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DERMATOFITOSE

Prevenção:

- Descontaminação ambiental (remoção dos pêlos SID; aspirador de pó – 2x/semana; desinfecção 2x/semana)

Obs: gaiolas e caixas de transporte (limpeza diária c/ clorexidine 1:4)/ utensílios de grooming e brinquedos (desinfectados)

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DERMATOFITOSE

- Quarentena de novos gatos introduzidos ou aqueles que sairam e estão retornando até resultado da cultura ser conhecido (terapia tópica profilática c/xampu q 5 dias)

- Detecção precoce de quebra no controle antes da disseminação (culturas fúngicas 2 vezes por ano)

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DERMATITE POR MALASSEZIA

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Dermatite por Malassezia

1) Classificação

Levedura saprofítica não micelial, lipofílica e de formato globoso a elipsoidal

Espécies conhecidas:- M. pachydermatis - M. sympodialis (H,C,G,B)

- M. obtusa (H) - M. restricta (H) - M. furfur

- M. slooffiae (S*, H,B) - M. globosa (H,G,B)

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Dermatite por Malassezia

Espécie de importância em pets (): Malassezia pachydermatis

Isolada ():- pele normal e doente

(dermatomicose superficial canina)

- ouvido normal e doente

- lábios e mucosa oral

- sacos anais, vagina e mucosa anal

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Dermatite por Malassezia

Ate´o momento: M. Pachydermatis é membro da microbiota

da pele e da mucosa normal de cães nº na pele X nº na

mucosa Malassezia tem sido isolada com F. em Gatos saudáveis: Malassezia globosa

Malassezia sympodialis

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Dermatite por Malassezia

Patogenia:- Infecções cutâneas e auriculares secundárias (natureza oportunista)

Fatores predisponentes:1) Acúmulo de umidade + quebra de barreira epidérmica (ex:dobras cutâneas)2) Excesso de cerumen acúmulo de umidade (ex: otites fúngicas)

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Dermatite por Malassezia

3) Mudanças nos lipídios de superficíe:

- Lipases bacterianas (Piodermites)

- Efeitos hormonais (Endocrinopatias)

- Desordens de queratinização (Seborréias)

- Doenças alérgicas

- Distúrbios nutricionais/metabólicos

(ENM, Neoplasia, Def. de Zn)

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Dermatite por Malassezia

4) Redução da função de barreira cutânea e alteração do sistema imune

- Doenças alérgicas

- Endocrinopatias

- Distúrbios metabólicos

- FIV, FeLV ()uso a longo prazo de corticosteroides

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Dermatite por Malassezia

Prevalência Racial:

- Basset hound, Dachshund, Pastor Alemão, Boxer, Cocker Spaniel, Maltês, Lhasa Apso, Bloodhound, Shitzu, Poodle toy, Schnauzer miniatura, Weimaraner, Shetland Sheepdog, Beagle, Collie, Chihuahua, Setter Inglês e Terriers

Predisposição hereditária

Dermatite por Malassezia X Desordens primárias

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Dermatite por Malassezia

Sinais clínicos: 1) Lesões (morfologia)

- Prurido variável* - Alopecia traumática- Eritrodermia esfoliativa (eritema e seborréia oleosa – odor forte) - Crostas

- Hiperpigmentação - Liquenificação Padrões: maculopapular, papulonodular,

esfoliativo

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Dermatite por Malassezia

2) Lesões (distribuição)

- Face (lábios, focinho, orelhas)

- Cervical ventral e abdomen

- Patas (interdigital, leito ungueal)

- Dobras cutâneas

- Regiões: axilar, perianal, coxas (medial) Fator perpetuante de otite externa (prurido, inflamação,

exsudato ceruminoso marron-amarelado)

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Dermatite por Malassezia

Felinos:

-Otite externa (descarga ceruminosa escura)

-Acne mentoniana

-Eritrodermia esfoliativa generalizada

-Prurido

OBS: recorrência pesquisar retroviroses

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Dermatite por Malassezia

Diagnóstico:1) Exame citológico

- raspados cutâneos superficiais ¹- swab de algodão ¹- impressão com fita de acetato ²- impressão direta com lâmina ¹

¹ fixados por calor e corados (Gram, Giemsa, Azul de metileno)

² corado com azul de metileno

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Dermatite por Malassezia

Resultado:

- nº a nº de organismos leveduriformes

(quantidade patogênica?)

: Suspeita clínica + evidência resposta a

(achados e história) citológica terapia

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Dermatite por Malassezia

2) Cultura Meio: ágar dextrose Sabouraud (30ºC; 30% U)(única espécie não dependente de lipídios p/ crescimento in

vitro)

Resultado: interpretado de acordo com o caso

2 tipos de colônias Pequena ( crescimento)

Grande ( crescimento)Colônias pequenas (< 2 mm) IdColônias grandes (> 2 mm) Ia e Ie

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Dermatite por Malassezia

Crescimento: até 7 dias (colônias amarelo-laranja) OBS: atenção para avaliação de espécies dependente

de lipídios 3) HSTP (PAS) - identificar leveduras ( sensibilidade) e doença

basalLevedura: - extrato córneo

- infundíbulo folicular - ductos e glândulas sebáceas

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Dermatite por Malassezia

Achados:- Hiperqueratose ortoqueratótica- Paraqueratose focal- Hiperplasia epidérmica irregular- Espongiose epidérmica e crostas- Exocitose linfocitária e inf. neut. epidérmico- Alinhamento subepidérmico de mastócitos*- Inflamação intersticial/perivascular superficial (derme)

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Dermatite por Malassezia

Diagnósticos diferenciais:

- Dermatite alérgica (contato, atopia, alimentar)

- Erupção medicamentosa

- Foliculite bacteriana*

- Demodicose*

- Escabiose

- Acne felina

Sinergismo: S. Intermedius + M. pachydermatis

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Dermatite por Malassezia

Terapia:

1) Diagnosticar e tratar as causas de base ou fatores predisponentes (evita recidivas)

2) Medicamentos antifúngicos

Terapia sistêmica + Terapia tópicaAzoles (fornecidos com alimentação)

Efeitos colaterais: anorexia, vômito e diarréia

(dose dependente)

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Dermatite por Malassezia

Efeitos adversos:- conc. enzimas hepáticas, icterícia, hepatotoxicidade

Cetoconazol 10 mg/Kg/SID ou BID PO Itraconazol 5 mg/kg/dia PODuração: 21 a 30 dias ou 7 a 10 dias pós-curaOBS: causa de base não controlada terapia

antifúngica mais longa (terapia em pulso)

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Dermatite por Malassezia

Monitoramento:

- bioquímica sérica hepática antes do início da terapia e a cada 4-6 semanas

- melhora inicial usualmente após 7-14 dias

- reavaliações a cada 21 dias (citologia)

Casos recidivantes:

- terapia tópica semanal + azole (2 x /sem.)

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Dermatite por Malassezia

Terapia tópica

Shampoos (1 – 2 vezes/ semana):

- cetoconazol 2%; miconazol 2-3%; clorexidine 1-4%

Cremes (lesões localizadas):

- nistatina, miconazol, clotrimazol, enilconazol, cetoconazol, clorexidine

Page 97: Dermatologia Veterinaria - Micologia Cutanea

Dermatite por Malassezia

Obs: - terapia adjuvante com shampoos queratolíticos

Terapias tópicas alternativas:I) Shampoo desengordurante + solução 1:1 de

vinagre e água (secar ao ar)II) Solução de ácido acético 2% e ácido

bórico 2%