JDL57-Out2012

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JORNAL MENSAL DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA [email protected] ANTÓNIO CARLOS MONTEIRO ANTÓNIO PRÔA RUI PAULO FIGUEIREDO PÁGS.04/O5 A NOSSA BANCADA DE OPINIÃO PÁGS. 10/11 Nº57 - OUTUBRO12 - ANO V A Gebalis contratou o ex-comandante da Autoridade Nacional de Protecção Civil que está acusado pelo Ministério Público dos crimes de peculato e falsificação de documentos. Para a empresa municipal, “interessa-nos o serviço, o trabalho”. Helena Roseta ignorava contratação. DESTAQUE | PÁG. 04 > ENTREVISTA A FERNANDO BRAAMCAMP | PÁG.06 > EX-COMANDANTE DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL Eleições autárquicas serão “um terramoto para o PSD” “Com a reforma administrativa, não direi que é uma catástrofe, mas ficará perto de um terramoto para o PSD”. É assim que o presidente do Alto do Pina sintetiza o resultado das autárquicas do próximo ano. > SÃO JOÃO DE DEUS | PÁG.07 Freguesia promove inserção profissional Promover a empregabilidade e apoiar os desempregados a regressarem ao mercado de trabalho é o objectivo do Gabinete de Inserção Profissional criado pela Junta de São João de Deus. > ELEIÇÕES ATÉ AO FIM DO ANO | PÁG.05 PSD cria três núcleos residenciais Os social-democratas aprovaram a constituição de três núcleos residenciais. As eleições realizam-se até ao fim do ano. Já há quem queira assegurar “um lugar ao sol” nas eleições do próximo ano. As Novas Freguesias de Lisboa Até Setembro do próximo ano o Jornal de Lisboa vai dar a conhecer a “alma” das novas autarquias, com informação histórica, evolução de resultados eleitorais e tendência política. Nesta edição, Ajuda e Alcântara. ESPECIAL NOVAS FREGUESIAS | PÁGS.02/03

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JORNAL MENSAL DE DISTRIBUIÇÃO [email protected]

ANTÓNIO CARLOS MONTEIROANTÓNIO PRÔARUI PAULO FIGUEIREDO PÁGS.04/O5

A NOSSABANCADA DE OPINIÃO

PÁGS. 10/11

Nº57 - OUTUBRO12 - ANO V

A Gebalis contratou o ex-comandante da Autoridade

Nacional de Protecção Civil que está acusado pelo

Ministério Público dos crimes de peculato e falsificação de

documentos. Para a empresa municipal, “interessa-nos o

serviço, o trabalho”. Helena Roseta ignorava contratação.

DESTAQUE | PÁG. 04

> ENTREVISTA A FERNANDO BRAAMCAMP | PÁG.06

> Ex-COMANDANTE DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTECçÃO CIVIL

Eleições autárquicas serão“um terramoto para o PSD”“Com a reforma administrativa, não direi que é uma catástrofe, mas ficará perto de um terramoto para o PSD”. É assim que o presidente do Alto do Pina sintetiza o resultado das autárquicas do próximo ano.

> SÃO JOÃO DE DEUS | PÁG.07

Freguesia promoveinserção profissionalPromover a empregabilidade e apoiar os desempregados a regressarem ao mercado de trabalho é o objectivo do Gabinete de Inserção Profissional criado pela Junta de São João de Deus.

> ELEIçõES ATé AO FIM DO ANO | PÁG.05

PSD cria três núcleos residenciais Os social-democratas aprovaram a constituição de três núcleos residenciais. As eleições realizam-se até ao fim do ano. Já há quem queira assegurar “um lugar ao sol” nas eleições do próximo ano.

As Novas Freguesias de LisboaAté Setembro do próximo ano o Jornal de Lisboa vai dar a conhecer a “alma” das novas autarquias, com informação histórica, evolução de resultados eleitorais e tendência política. Nesta edição, Ajuda e Alcântara. ESPECIAL NOVAS FREGUESIAS | PÁGS.02/03

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Projecção de voto para a Assembleia da RepúblicaAnálise Evolutiva

Fonte: Barómetro Político Marktest

Ajuda

PS (+PCP e outros)PSD (AD)CDS (+PSD)PCP(FEPU; APU)BE

0

10

20

30

40

50

60

70

80

2009200520011997199319891985198219791976Valo

res

perc

entu

ais

(%)

1976 1979 1982 1985 1989 1993 1997 2001 2005 2009

PS (+PCP e outros) 39,73 25,69 29,46 27,05 61,23 68,77 67,82 56,78 30,52 35,62PSD (AD) 9,33 31,36 25,83 30,16 22,86 26,91 29,86 21,99 23,77CDS (+PSD) 9,11 21,41 4,9 6,05 7,09PCP(FEPU; APU) 30,79 37,87 40,57 46,49 33,53 31,61BE 3,73 7,09 6,37

FREGUESIA DA AJUDA

NOVA FREGUESIA Freguesia antigaEleições Autárquicas 2009 Resultados para Assembleias de Freguesia Somatório dos resultados de

2009 de PS e de PCP%

Diferença de votos em 2009 entre PSD+CDS e PS+PCP

População (Censos 2011)

Eleitores 2011PS PSD + CDS % PCP Partido Vencedor

Ajuda Ajuda 2952 1970 23,77 2620 PS 5572 67,23 Saldo Esquerda: 3602 15.584 15.183

População residente

0 - 14 anos 15 - 24 anos 25 - 64 anos 65 ou mais anos

Total H M HM H M HM H M HM H M HM H M

15584 7125 8459 1841 983 858 1392 670 722 7728 3674 4054 4623 1798 2825

Nível de Instrução

Nenhum Básico

Secundário Pós-secundário Superior 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo

HM H HM H HM H HM H HM H HM H HM H

2742 1141 4413 1905 1698 892 2374 1201 1927 929 270 158 2160 899

Total 6982C/ 1 pessoa C/ 2 pessoas C/ 3pessoas C/ 4 pessoas C/ 5 ou + pessoas

2403 2370 1165 663 381Total 2837

Antes de 1919 de 1919 a 1945 de 1946 a 1970 de 1971 a 1990 de 1991 a 2011

719 439 1352 205 122

Famílias clássicas residentes segundo a dimensão

Alojamentos

Análise de resultado eleitoral 2009

Edifícios

Com água canalizada

Sem água canalizada

Com sistema de drenagem de

águas residuais

Sem sistema de drenagem de

águas residuais

Com instalaçãode duce

Sem instalaçãode duche

Com estacionamento

Semestacionamento

Proprietário ou co-proprietário

Arrendamento ou subarrendamento

6890 14 6897 7 6800 104 695 6203 3195 3330 Font

e: C

enso

s 201

1

> HISTÓRIA

Ajuda aristocrática e proletária A nova Freguesia da Ajuda mantém o seu carácter popular,

depois de ter nascido nos braços da realeza.

Os séculos XVIII e XX são datas que marcam a vida da Freguesia da Aju-da. Primeiro, com a instalação da realeza, depois com a construção de bairros sociais que moldaram a autarquia.A Ajuda é uma das Freguesias mais antigas do “termo de Lisboa”, que conseguiu manter uma identidade própria ao longo de mais de 200 anos, coexistindo o núcleo mais antigo ao longo da Calçada da Ajuda e na zona envolvente do Palácio da Ajuda, rica em património histórico,

e os bairros sociais de arquitectura padronizada e de forte vivência popular.Uma influência, aliás, que determinou a sua evolução sociopolítica depois do 25

de Abril de 1974, com os socialistas e, mais tarde, o PCP a dominarem as eleições autárquicas, conquistando a liderança da Freguesia. As referências mais antigas ao “Sítio da Ajuda” datam de 1550, a propósito de uma pequena ermida em honra de Nossa Senhora da Ajuda, tornando-se igreja paroquial no ano seguinte. Esta paró-quia estendia-se desde Alcântara até Algés. Com a reforma administrativa de 1852, a Ajuda saiu do concelho de Belém, foi integrada no concelho de Lisboa como Fre-guesia autónoma. Depois do primeiro arranque urbanístico, no século XVIII, com a instalação da Família Real na zona e a construção do Palácio da Ajuda, o século XX aportou um novo período de desenvolvimento urbano, com a construção do Bairro Social da Ajuda-Boa-Hora, projecto da 1ª República concluído em 1930. Pos-teriormente, foram construídos os bairros sociais do Alto da Ajuda, do Caramão da Ajuda, do Casalinho da Ajuda e 2 de Maio, que acolheu a população que trabalhava na zona fabril de Alcântara.

PresidenteAntónio Videira (PS)

MandatosPS 5; PCP-PEV 4; PSD 3; BE 1

Eleitores5.183

(DGAI – Legislativas 2011)Área

315 hectares

0 2

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OUTUBRO12

Índice de ExpectativaAnálise Evolutiva

Fonte: Barómetro Político Marktest

1976 1979 1982 1985 1989 1993 1997 2001 2005 2009

PS (+PCP e outros) 37,69 23,58 28,3 17,82 58,8 64,46 63,54 53,21 24,61 29,18PSD (AD) 11,45 38,83 33,99 36,45 34,81 25,49 32,12 32,45 27,7 30,82CDS (+PSD) 13,35 6,47 6,32 3,96PCP(FEPU; APU) 29,89 33,57 34,24 41,92 31,39 29,84BE 4,59 7,69 7,35

FREGUESIA DE ALCÂNTARA

NOVA FREGUESIA Freguesia antigaEleições Autárquicas 2009 Resultados para Assembleias de Freguesia Somatório dos resultados de

2009 de PS e de PCP%

Diferença de votos em 2009 entre PSD+CDS e PS+PCP

População (Censos 2011)

Eleitores 2011PS PSD + CDS % PCP Partido Vencedor

Alcântara Alcântara 2140 2260 30,82 2188 PSD+CDS 4328 59,02 Saldo Esquerda: 2068 13.385 13.926

Alcântara

PS (+PCP e outros)PSD (AD)CDS (+PSD)PCP(FEPU; APU)BE

0

10

20

30

40

50

60

70

80

2009200520011997199319891985198219791976Valo

res

perc

entu

ais

(%)

População residente

0 - 14 anos 15 - 24 anos 25 - 64 anos 65 ou mais anos

Total H M HM H M HM H M HM H M HM H M

13943 6255 7688 1630 835 795 1134 582 552 7165 3331 3834 4014 1507 2507

Nível de Instrução

Nenhum Básico

Secundário Pós-secundário Superior 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo

HM H HM H HM H HM H HM H HM H HM H

2073 837 3108 1281 1275 679 2075 990 1927 920 302 165 3183 1383

Total 6592C/ 1 pessoa C/ 2 pessoas C/ 3pessoas C/ 4 pessoas C/ 5 ou + pessoas

2475 2280 1028 563 246Total 1659

Antes de 1919 de 1919 a 1945 de 1946 a 1970 de 1971 a 1990 de 1991 a 2011

532 340 543 138 106

Famílias clássicas residentes segundo a dimensão

Análise de resultado eleitoral 2009

Alojamentos

Edifícios

Com água canalizada

Sem água canalizada

Com sistema de drenagem de

águas residuais

Sem sistema de drenagem de

águas residuais

Com instalaçãode duce

Sem instalaçãode duche

Com estacionamento

Semestacionamento

Proprietário ou co-proprietário

Arrendamento ou subarrendamento

6521 5 6523 3 6420 106 883 5629 2773 3375 Font

e: C

enso

s 201

1

> VIDA MILENAR

Alcântara romana e industrialUma ponte romana deu-lhe o nome árabe. A ribeira deu-lhe a

faceta industrial. A ponte 25 de Abril mudou-lhe a paisagem.

Esta zona da hoje cidade de Lisboa tem uma história milenar. A ponte que lhe deu o nome foi construída durante a ocupação romana, mas o nome –Alcântara – só mais tarde lhe foi dado pelos árabes, aquando da ocu-pação da Península Ibéria. Uma aponte que permitia transpor a ribeira também chamada de Alcântara – agora enterrada e encanada –, que fa-zia fronteira com Lisboa.A importância da ribeira, do seu vale e da ponte constituíram a receita

ideal para a instalação de pedreiras e fornos de cal, quintas solarengas e terrenos de cultivo, a par de núcleos conventuais com cercas e ermidas, que funcionaram

como pólos de agregação da população. Na segunda metade do século XVIII, Al-cântara sofre uma forte industrialização, com a instalação de diversas manufactu-ras, e com as praias a servirem para a reparação de embarcações.A vertente industrial desta Freguesia foi, até ao terceiro quartel do século XX, uma realidade, nomeadamente no que se refere á produção de cal e tijolos. A grande alteração urbana desta Freguesia concretizou-se nos anos 60 do século passado, com a construção da actual ponte 25 de Abril, que implicou sensíveis alte-rações, designadamente demolições de prédios e oficinas e a construção de novas vias de acesso. Em 1959, com a última grande reforma político-administrativa de Lisboa, foram definidas as delimitações da Freguesia de Alcântara, que, com a nova divisão polí-tico-administrativa, sofrem ligeiras alterações.

PresidenteIsabel Leal de Faria (PSD)

MandatosPSD 4; PCP 4; PS 4; BE 1

Eleitores13.385

(DGAI – Legislativas 2011)Área

439 hectares

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O recente anúncio de mais medidas de austeridade e a reprovação colossal

que estas mereceram por parte de todos os quadrantes da vida portuguesa

culminaram com o anúncio da retirada do aumento da taxa social única no

último Conselho de Estado. Do ponto de vista da gestão política de um

Governo, a impreparação foi tão óbvia, que assistimos à debandada geral, até

daqueles que sempre estiveram mais próximos do Primeiro Ministro. Pedro

Passos Coelho e Paulo Portas revelaram-se especialmente perigosos para quem

tem responsabilidade política e institucional na condução deste Governo. Por um

lado, o Primeiro Ministro demonstrou que não tem a preparação técnica, a maturidade

política e o sentido de Estado necessários para ocupar o cargo que ocupa. Desbaratou com uma

declaração a roçar o amadorismo, todo o esforço de unidade nacional, que conseguiu em torno

da necessidade de cumprir o acordado com a troika. Pior que a forma dessa declaração, foi o

seu conteúdo. Pelo seu significado ideológico, pelo desprezo inadmissível e indisfarçável que

demonstrou por todos aqueles que trabalham. Mais uma vez, e ao contrário de tudo aquilo que

disse antes de ser eleito, ao invés de cortar na despesa, mais uma vez procurou na receita, e no

garrote fiscal, a solução para sustentar uma politica que surpreende a própria troika, por ser mais

troikista do que esta, exigindo aos portugueses sacrifícios muito para além do admissível.

Por outro lado, Paulo Portas que muitos dizem ter sete vidas enquanto político, mostrou também

possuir duas caras. Ao mesmo tempo que os Ministros do CDS davam o aval para o aumento

da TSU, Paulo Portas deu a entender uma aparente discordância com Passos Coelho, tendo

como única preocupação a repercussão que poderia vir a ter na sua base eleitoral. Numa altura

em que a coesão e determinação deveriam caracterizar o Governo que dirige Portugal numa

crise profunda, estamos perante um Governo preso por arames, sem rumo, sem líder e sem

estratégia. Perante um falhanço tão grande da política económica atualmente em vigor, e perante

a inutilidade dos modelos financeiros de Vítor Gaspar, é exigida humildade suficiente para gerar

novas plataformas de diálogo que permitissem voltar a sentar à mesa o Governo e todos aqueles

que neste momento lhe voltaram as costas: os portugueses. Infelizmente, este é o PSD e o

CDS a que os portugueses estão habituados. Quando era necessário incentivar o crescimento

económico e aumentar a coesão e confiança dos portugueses, deparamo-nos com um cenário

palco de ajustes de contas, jogos partidários e privatizações lesivas do nosso património. Até

quando? Como os portugueses demonstraram no dia 15 de Setembro, quando saíram à rua de

uma forma histórica, a tolerância para com este Governo diminuiu drasticamente. Esperemos

não ter que saber, através do sentimento que brota das ruas, até que ponto. O Governo tem que

mudar de atitude e de política. Se assim não for, os portugueses exigirão uma alternativa. Têm

razão: não foram eles que falharam. Foi o Governo que falhou e os desiludiu.

Rui Paulo Figueiredo Presidente da Concelhia do PS de Lisboa

Este Governo: até quando?

> Ex-COMANDANTE DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTECçÃO CIVIL

Gebalis contrata acusado de peculatoA Gebalis contratou um consultor acusado dos crimes de

peculato e falsificação de documentos. A vereadora Helena

Roseta desconhecia a decisão da administração.

Aempresa municipal Gebalis, que tem a responsabilidade de gestão dos bairros sociais de Lisboa, contratou um consultor de segurança que está acusado pelo Ministério Público dos crimes de pe-culato e de falsificação de documentos, confirmou ao Jornal de Lisboa o presidente daquela empresa Luís Natal Marques.De acordo com o presidente da Gebalis, a empresa

tem necessidade em especialistas em matérias de segurança e de higiene. Por isso, refere Natal Marques é um “contrato para que ele nos ajude a resolver uma série de problemas, como in-cêndios em habitações, dar formação a moradores em segurança e para a elaboração de planos contingência”. Segundo Luís Natal Marques, Paulo Gil Martins, ex-presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil, está ao serviço desde o início do mês de Setembro, tendo o responsável pela administração da empresa frisado o curriculum e as reconhecidas competências do consultor agora contratado. Porque, salienta “a nós, interessa-nos o serviço, o trabalho”. Em nota enviada posteriormente, por e-mail ao Jornal de Lisboa, Natal Marques fez questão de sublinhar que “todos os procedimentos legais de contratação foram escrupulosamente verificados e ga-rantidos.”Confrontado com a acusação do Ministério Público de peculato e falsificação de documentos, como aliás foi notícia divulgada generalizadamente pela Comuni-cação Social, Natal Marques pergunta, em jeito de resposta: “Houve algum julga-mento do homem? Há alguma coisa que lhe pese no curriculum?”Natal Marques afirmou que a contratação do ex-comandante da Autoridade Na-cional de Protecção Civil foi por ajuste directo e nega peremptoriamente qualquer relação de amizade com Paulo Gil Martins. Aliás, o presidente do conselho de ad-ministração a Gebalis asseverou ao Jornal de Lisboa que “se [Paulo Gil Martins]

fosse meu amigo, era um impedimento para ser colaborador da Gebalis”.Por último, Natal Marques afirmou que “penso que a vereadora [Helena Roseta] foi informada da contratação”.A acusação do Ministério Público a Paulo Gil Martins, divulgada em Fevereiro des-te ano, é a conclusão do inquérito que se iniciou ainda em 2010. Na segunda quin-zena de Novembro de 2010, a Polícia Judiciária efectuou buscas à casa de Paulo Gil Martins no âmbito de um inquérito ao desvio de 100 mil euros, entre 2007 e 2008. De acordo com o Jornal i [http://www1.ionline.pt/conteudo/92126-protec-

cao-civil-buscas-em-casa-gil-martins-apreendem-dois-ratos-compu-tador-e-um-ipod], o alegado desvio terá sido efectuado “através de

um esquema que consistia no aumento do número de pessoas que prestavam serviço na sala do comando nacional durante a época

de incêndios, nos mapas mensais de remunerações. A direcção financeira da associação transferia o pagamento para uma cor-poração de bombeiros e esta, após pagar o pessoal que efectiva-mente tinha prestado serviço na sala de comando, entregava o

resto ao comandante operacional.” Em Fevereiro do ano corren-te, Ministério Público proferiu despacho de acusação contra Paulo

Gil Martins, imputando-lhe crime de peculato e de falsificação de documentos, e deduziu um pedido de indemnização civil no valor de

cerca de 116 mil euros, como então divulgou a Comunicação Social.Entretanto, Gil Martins foi suspenso das funções de comandante operacional na-cional da ANPC por decisão do antigo ministro da Administração Interna, Rui Pereira, em Março do ano passado, tendo abandonado o cargo, a seu pedido, em Junho de 2011. O ex-comandante operacional da ANPC ficou ainda “suspenso de exercício de funções públicas ou de outras entidades que impliquem a gestão discricionária de dinheiros públicos”, de acordo com informação que, na altura, foi divulgada, nomeadamente, no Diário de Notícias [http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2331437].A Vereadora da Habitação, Helena Roseta, soube da contratação pelo Jornal de Lis-boa. E sublinha que “não é uma contratação da Câmara”. O Jornal de Lisboa tentou contactar com Paulo Gil Martins até ao fecho da presente edição, sem sucesso.

> SÃO DOMINGOS E CAMPOLIDERecolha selectiva de lixoAs Freguesias de Campolide e de São Domingos de Benfica já têm recolha selectiva de papel e embalagens às quartas-feiras. A recolha dos resíduos indiferenciados é às terças, quintas e sábados e as embalagens às segundas, sextas e sábados. O vidro continua a ser depositado nos vidrões que permanecem na via pública.

0 4

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O MarquêsFicámos a saber antes das férias de Verão que o Dr. António

Costa acha que pode ser tudo menos guarda-redes do Benfica. No entanto, esqueceu-se foi de dizer que não tinha jeito para rotundas, principalmente a do Marquês.A trapalhada começou quando não deu conhecimento à Câmara dos estudos que serviram de base à intervenção,

o resultado da consulta pública ficou no segredo dos deuses e avançou para a obra, sem que a oposição tivesse

conhecimento de qual era a versão final que ia para o terreno.Depois de gastar 750 mil euros, percebeu-se que se tinha esquecido dos sumidouros para as águas pluviais, porque um senhor de idade, com a quarta classe, chamou à atenção o Presidente da Câmara e os serviços.O primeiro dia de funcionamento da rotunda do Marquês foi um caos, se foi intencional, ou não, não sei. A verdade é que todos passámos a evitar, a partir desse dia, uma rotunda que até funcionava bem.Depois do primeiro dia, a confusão passou para a Av. da Liberdade, que está intransitável, e para outras vias, como a rua da Escola Politécnica. Ficámos com uma rotunda que só consegue funcionar com o trânsito de Domingo, pelo que a opção foi estrangularem as vias de acesso sem medir o impacto no resto da cidade.A ironia de tudo isto é que o homem que tem vocação para tudo, menos guarda-redes do Benfica, que quer ser secretário-geral do PS, mimetizou os piores defeitos do autarcas portugueses, que acham que embelezar as suas cidades e resolver os problemas de trânsito é fazer rotundas…Fiquei esclarecido quanto ao Dr. António Costa. Era bom que os portugueses e os lisboetas se esclarecessem também. António Carlos Monteiro Vereador do CDS-PP na CML

Baixa estrangulada?Foi durante o mandato de Pedro Santana Lopes à frente da Câmara

Municipal de Lisboa que a Baixa foi abordada de forma sistemática e com um desígnio. Neste período foi preparado o essencial da candidatura da Baixa a património da humanidade.Na sequencia do projecto de candidatura da Baixa ao reconhecimento da UNESCO, já no mandato de Carmona Rodrigues e pela mão

da vereadora Maria José Nogueira Pinto, é elaborado o Plano de Revitalização da Baixa-Chiado que dá corpo a esse projecto com um

ambicioso programa de recuperação do coração de Lisboa. Mais recentemente, em 2010, o vereador Manuel Salgado (que tinha colaborado com o plano de Maria José Nogueira Pinto) apresenta e faz aprovar o Plano de Salvaguarda da Baixa Pombalina. No entanto, continua a assistir-se à decadência do centro da capital. O comércio – ex-libris da Baixa –, salvo honrosas excepções, está decrépito. Há muito que os escritórios, bancos e repartições públicas abandonaram escolheram outras localizações. Os habitantes são escassos e em alojamentos degradados. E o qual a acção da Câmara Municipal de Lisboa? Primeiro dificultou a circulação automóvel na zona ribeirinha inibindo o seu acesso à Baixa. Agora, do lado oposto – na Avenida da Liberdade – repete a receita, dificultando também o acesso automóvel à Baixa. Assiste-se ao insólito de haver milhares de lugares de estacionamento para automóveis (alguns de construção recente e outros planeados para construção) e de ser quase impossível lá chegar. O automóvel com meio de apoio ao comércio e restauração da Baixa é importante para contrariar a sua decadência e como instrumento de promoção da competitividade com outras zonas comerciais da cidade. Diferente é o abusivo e prejudicial trânsito de atravessamento da Baixa. É esse equilíbrio que falta encontrar. É esse meio termo que a Câmara parece ignorar. Mas a Baixa precisa de mais. Primeiro, de uma estratégia de revitalização, depois de empenho e, sobretudo, de equilíbrio e bom senso na intervenção. Uma coisa é certa: A Baixa não pode ser estrangulada.António Prôa Presidente do Grupo Municipal do PSD

> CRIAçÃO DE NúCLEOS RESIDENCIAIS

Concelhia “dá” PSD a autarca> PSD: CORRIDA àS JUNTASFreguesias “seguras”tentam dirigentes

Acomissão política concelhia do PSD de Lisboa aprovou a criação de três núcleos residenciais para a sua estrutura da capital, acei-tando criar um mega núcleo que, na prática, entrega de bandeja a estrutura social-democrata da

capital nas mãos do ainda presidente da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica.A estrutura agora aprovada divide a cidade em três núcleos: Oriental, Central e Ocidental. O primeiro integra as futuras novas Freguesias de Parque das Nações, Olivais, Santa Clara, Marvila, Beato, Penha de França, São Vicente de Fora e Areeiro. Por seu lado, o Núcleo Cen-tral abrange as novas autarquias de Campo de Ourique, Estrela, Santo António, Misericórdia, Santa Maria Maior, Alcântara, Ajuda e Belém.

Finalmente, o Núcleo Ocidental integra as no-vas Freguesia de Lumiar, Benfica, São Domin-gos de Benfica, Carnide, Campolide, Avenidas Novas, Campo Grande e Arroios. Daqui resulta que Rodrigo Silva, ex-presidente da antiga secção A do PSD de Lisboa que, ale-gadamente, controla cerca de 500 votos tem a vitória praticamente garantida nas eleições para a comissão política do núcleo oriental, passando assim ele – ou alguém por ele – a controlar a maior parte das mais populosas Freguesias de Lisboa. Fontes do PSD frisam a polémica interna com o facto de Rodrigo Gonçalves ser arguido e acusado em vários processos-crime e alvo de inquéritos-crime, como tem sido divulgado pela Comunicação Social. As eleições para os núcleos residências realizam-se até ao fim do ano.

A comissão política laranja da capital “deu” literalmente a estrutura do PSD

de Lisboa ao ainda presidente da Junta de Freguesia de São Domingos de

Benfica. Porque aceitou criar o mega-núcleo ocidental. A pesar de as eleições autárquicas se realizarem apenas dentro de um ano, o PSD/Lisboa já deu o tiro de partida para escolher candidatos. Aliás, quem tomou a iniciativa foi o próprio líder concelhio, que exigiu que os membros da comissão política sejam candidatos a Juntas. Em

qualquer caso, a animação social-democrata é uma realidade, com alguns autarcas e dirigentes a forçarem o processo porque, segundo as nossas fontes, pretendem garantir uma candidatura a uma Junta considerada “segura”, leia-se uma autarquia em que o PSD tenha possibilidade de ganhar as eleições. Neste contexto, tem sido muito comentada nos bastidores laranjas a ambição de Rodrigo Gonçalves Silva em ser candidato à Junta de Freguesia da nova autarquia das Avenidas Novas ou ao Campo Grande, que passa a integrar o núcleo oriental do PSD, que aquele ainda autarca tem ambições de liderar ou controlar. No núcleo central, a futura Freguesia da Estrela tem como candidato assegurado, de acordo com as nossas fontes, Luís Newton Parreira, que já foi autarca na precedente Lapa. De acordo com as nossas fontes, ao avançar para a Junta da Estrela Luís Parreira resolve vários problemas: “obedece à exigência de Mauro Xavier”, que obriga os membros da comissão política a candidatar-se, garante “a candidatura a uma Junta em que o PSD tem boas possibilidades de ganhar” e consegue “impedir a candidatura do actual presidente” que Parreira já não queria que avançasse em 2009.

0 5

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969018803 - 938107855 - 9166223344

Calçada do Moinho de Vento, nº 1-D(Junto à Junta de Freguesia de São José)

COZINHACASEIRA

AO BOM SABOR

PORTUGUÊS

Almoce connosco

Confiança ● SimpatiaEstamos no Centro Social Laura Alves

= SOPAPRATO DO DIABEBIDASOBREMESA

> FERNANDO BRAAMCAMP, PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DO ALTO DO PINA

Autárquicas são “terramoto”“Com a reforma administrativa, não direi que é uma catástrofe, mas ficará perto de

um terramoto para o PSD”. A frase é do presidente do Alto do Pina.

“Estamos num ciclo eleitoral desvantajoso. A história eleitoral demonstra que, quando se pretende enviar um aviso sério ao Governo, utiliza-se as eleições autárquicas”

Oque lhe resta para fazer neste ano?Dos meus objectivos eleitorais, estou a acabar a renovação do edifício da sede da Junta de Freguesia e gostaria de dei-xar uma creche para a Freguesia.A creche é um assunto mais complicado porque, além do imóvel, que a Câmara

não faculta, põe-se também uma questão logística, que passa por encontrar um parceiro institucional, que poderia ser a Santa Casa da Misericórdia de Lis-boa. Temos, na Freguesia, défice de dois equipamen-tos de apoio a crianças e às famílias: precisamos de uma creche e de um jardim-de-infância, quer de acor-do com estudos da Santa Casa, como da Câmara de Lisboa. O António Costa já me garantiu que iria fazê--los. Mas não faz.

Há ainda tempo útil para fazer um destes equipa-mentos neste mandato?Tenho muitas dúvidas. Dos objectivos que me propus na campanha, só me falta este: o parque de estaciona-mento foi feito, o centro de dia foi feito, a dignificação dos serviços administrativos da Junta está em conclu-são, o posto clínico vai ser melhorado. Foram compro-missos que estão cumpridos.

Para além da creche, quais são ainda as necessida-des desta Freguesia?As necessidades passam pela higiene urbana, pelo melhoramento das vias e pela qualidade de vida dos fregueses.Os nossos jardins, estão a ser bem tratados, mas falta-

-lhes o apontamento que proporcione saber bem viver no Alto do Pina. Para nós, a qualidade de vida depen-de do espaço que nos rodeia. E o Alto do Pina, como é regra na cidade, em matéria de higiene urbana é es-quecido, em matéria de arranjos é ignorado…

Esquecido por quem?Fundamentalmente pela Câmara de Lisboa.Dou-lhe um exemplo. Tivemos um problema com as ervas… Não lembra a ninguém que as ervas cresçam até um metro de altura, e a Junta é que tem de andar a pôr herbicida por conta da Câmara…

Essa questão leva-nos para outra: a reforma admi-nistrativa. Concorda com o novo modelo de divisão político-administrativa de Lisboa?Não estou contra a reforma administrativa. Tenho al-gum receio dos resultados da reforma administrativa.Deveríamos fazer uma experiência piloto, juntando, em associação, algumas freguesias, por exemplo as da Baixa, para criarem sinergias e poderem desenvolver um trabalho melhor na respectiva área geográfica.Por outro lado, esta reforma define como modelo ide-al uma freguesia com cerca de 20 mil eleitores. Então, porque não divide as Freguesias com cerca de 40 mil eleitores, como Olivais, São Domingos de Benfica ou Benfica?

Concorda com a fusão das Freguesias do Alto do Pina e de São João de Deus?Juntar por juntar, porque matematicamente se enten-de que as autarquias devem ter 20 mil eleitores, não

deveria ser o fundamento.O que entendo é que as Freguesias deveriam ter mais meios para intervirem no seu espaço geográfico, o que certamente melhorava a cidade.

Gostava de ser candidato à nova Junta de Freguesia do Areeiro?Claro que gostava de continuar este trabalho. Tenho algumas ideias para uma futura Freguesia do Areeiro.Estarei disposto se o partido entender que sou o can-didato com melhores qualidades.

Do ponto de vista prático, far-lhe-ia falta uma coli-gação com o CDS?Não me faz falta coligações. Faz-me falta bons ele-mentos.

Que expectativa tem para os resultados das eleições autárquicas do próximo ano em Lisboa?Com a reforma administrativa, não direi que é uma catástrofe, mas ficará perto de um terramoto para o PSD.Estamos num ciclo eleitoral desvantajoso. A história eleitoral demonstra que, quando se pretende enviar um aviso sério ao Governo, utiliza-se as eleições au-tárquicas ou para o Parlamento Europeu para – como se costuma dizer – mostrar um cartão amarelo ao Governo. É o que vai acontecer nas autárquicas, não para punir os autarcas, mas para punir o Governo. As autárquicas serão a primeira eleição que o povo pode utilizar para castigar e mandar um aviso ao Governo.

Isso significa o PSD ficar com quantas Juntas de Freguesia? Das 24, com muita sorte, muita sorte… vamos perder a maioria que detínhamos.

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> CARPINTARIA DE SÃO LÁzAROEspaço cultural a concurso A Câmara de Lisboa abriu um concurso internacional para a concessão do edifício da antiga Carpintaria de São Lázaro, para instalação de um espaço dedicado à cultura no centro da cidade. As candidaturas estão abertas até 10 de Outubro (http://www.bizgov.pt).

> PENHA DE FRANçAJazz na praça A Junta de Freguesia da Penha de França está a organizar a II edição do “Jazz na Praça”, cujo calendário vai até ao próximo dia 12 de Outubro, com concertos na Praça Paiva Couceiro. Guitolão e Budda Power Blues animam Outubro na aquela autarquia.

> SÃO JOÃO DE DEUS

Freguesia promoveinserção profissional

> FREGUESIA DOS ANJOS

Outono animado

Promover a empregabilidade e apoiar a reinserção no mercado de trabalho é o

objectivo do Gabinete de Inserção Profissional criado por São João de Deus.

Apoiar os residentes com mais carências, designadamente os desempregados, a enfrentarem e a ultrapassarem as di-ficuldades económicas e de emprega-bilidade são alguns dos fundamentos para a Junta de Freguesia de São João de Deus ter criado o Gabinete de Inserção

Profissional (GIP).A aposta do executivo desta autarquia tem ainda em consideração as dificuldades existentes actualmente no acesso ao mercado de trabalho, como consequên-cia da crise económica e financeira que varre o país.O GIP é um serviço concebido e implementado para apoiar jovens e adultos desempregados na definição ou desenvolvimento do seu percurso de inserção ou reinserção no mercado de trabalho, em estreita coo-

peração com o Centro de Em-prego das Picoas.Este gabinete desenvolve di-versas actividades, de entre as quais se destacam o apoio à procura activa de emprego, através de divulgação e pes-quisa de ofertas, da elaboração de curricula vitae e prepara-ção de entrevistas. Por outro lado, o GIP procede ain-da ao encaminhamento para formação profissional, apoiando as empresas com informação sobre as me-didas de apoio à contratação, captação de ofertas de emprego, divulgação das ofertas de emprego junto da população desempregada e triagem e encaminha-mento de candidatos.

Oexecutivo da Junta dos Anjos tem um calendá-rio de eventos que pretende animar o Outono naquela autarquia. Assim, em parceria com o Clube Recreativo dos Anjos, vão realizar-se di-versas actividades para a população mais velha

da Freguesia. Deste programa constam matiné dançan-te, o “BailAnjos”, que irá proporcionar várias tardes de alegria na companhia de boa música acompanhado de lanche. Por outro lado, as noites de fados, com caldo ver-

de e chouriço também estão agendadas, além de uma noite dedicada aos jovens, com actividades direcciona-das àquela faixa etária. Entretanto, Setembro foi o mês da praia-campo sénior que decorreu de 3 a 7, cm manhãs na praia do Tamariz e tardes dedicadas a diversas acções de lazer e cultura. Para os mais novos, a Junta dos Anjos pro-porcionou a experiência única de dois dias radicais, no Campo Jovem, em Tomar, onde praticaram actividades radicais, como escalada, slide, canoagem, entre outras.

No âmbito do GIP, a autarquia celebrou um protocolo com uma empresa de formação profissional certifi-cada pela Direcção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho, que consiste na realização de acções de formação Profissional Financiada, sem custos para os desempregados, que contribuem para melhorar a em-pregabilidade dos utentes do GIP.Por outro lado, está em elaboração um sítio do Gabi-nete de Inserção Profissional para complementar as actividades daquele gabinete, e que tem como prin-cipais objectivos disponibilizar a todos informações sobre políticas activas de emprego e empreendedoris-mo, formação profissional, procura activa de empre-go, ofertas de emprego. A par daquelas iniciativas, a

Junta de São João de Deus está a criar o banco de candidatos a emprego do GIP, recolhendo as informações dos utentes, quando se inscrevem no GIP, com base nas entrevistas de inscrição, aglutinando o maior número de elementos possíveis sobre os candidatos, por forma a poder caracterizar-se correc-

tamente o perfil profissional. O GIP proporciona ain-da, através da iniciativa “iflexi webcv”, a possibilidade de os seus utentes do GIP criarem um site pessoal de forma gratuita, podendo enriquecer o currículo com vídeo CV, imagens, documentos, etc., chamando a atenção das empresas e dos recrutadores, o que au-menta as probabilidades de empregabilidade.

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> FREGUESIA DE CAMPOLIDE

António Costa inaugurou espaço multiusosO presidente da Câmara de Lisboa

presidiu à inauguração simbólica do espaço

multiusos da Freguesia de Campolide.

Agora, a autarquia conta com um

instalações e serviços renovados

para os residentes.

António Costa, presidente da Câmara de Lis-boa, inaugurou uma das obras emblemáti-cas da Junta de Freguesia de Campolide: o espaço multiusos.Este novo equipamento, totalmente reno-vado, conta com um auditório renovado, bi-blioteca, sala de informática, posto médico,

centro de estudos e Banco Alimentar.Este equipamento foi uma aposta deste executivo para dotar a autarquia de instalações mais funcionais e com melhor qualidade, que permitissem a prestação de servi-ços de melhor qualidade aos residentes. Depois da inau-guração, com o presidente local, André Couto, António Costa percorreu os equipamentos, os serviços que ali fun-cionam e as novas valências das instalações. Este espaço multiuso integra o Auditório Adácio Pestana, que aco-lhe múltiplas iniciativas culturais promovidas pela JFC, como peças de teatro, concertos, exposições, actividades de animação com crianças ou desportivas, como as do programa de envelhecimento activo e saudável.

Funciona igualmente nestas instalações e por reivin-dicação antiga dos mais velhos, a Sala de Informática. Por outro lado, um dos serviços mais procurados deste equipamento é o Posto Médico da Freguesia, que oferece à população serviços médicos a um custo acessível. De-vidamente registado na Entidade Reguladora da Saúde, tem especialistas em Clínica Geral e Medicina Dentária, Fisioterapia, Psicologia ou Massagem Terapêutica, entre outras, além do posto de Enfermagem.O Celeiro Solidário da Junta de Freguesia de Campolide é outro serviço instalado no espaço multiusos, com gran-de relevância sobretudo para os fregueses com maiores carências. O Celeiro Solidário é uma campanha perma-nente de captação e doação de alimentos não perecíveis, complemento do “Zero Desperdício”, bem como o Banco Alimentar da Paróquia de Santo António de Campolide, que trocou anteriores instalações degradadas e com fre-quentes problemas de segurança por uma sala disponi-bilizada pelo executivo da Freguesia, garantindo assim melhores condições para a prossecução da sua obra.

> ORçAMENTO PARTICIPATIVOVotações até ao fim de OutubroAté 31 de Outubro, os cidadãos de Lisboa podem votar nos projetos que querem concretizar na cidade, com a verba de 2,5 milhões de euros da 5.ª edição do Orçamento Participativo de Lisboa. A listagem dos 231 projetos a votação está disponível no Portal da Participação da Câmara - www.lisboaparticipa.ptOUTUBRO12

A PAlAvrA de deus

Assim diz o Deus dos Exércitos: Por este

meio se expiará a culpa de Portugal: quando tirardes o pecado diante de

mim, quando fizeres todas as pedras do

altar como pedras de cal que foram pulverizadas, de modo que se derrubarão os cultos idólatras e os pedestais incensários, e se deixardes de amar Mamom, e não esconderdes o olhar da vossa própria carne, então, se o fizerdes, farei paz convosco, e terá de acontecer, naquele dia, que repreenderei o Devorador entre vós, e ainda o Destruidor de entre vós.E naquele dia, terá de acontecer que o SENHOR DEUS voltará a sua atenção, novamente, para o Leviatã, a Besta que sobe do mar, o grande monstro marinho que há no mar, e o trespassará para vós.E naquele dia terá de acontecer que se tocará uma grande buzina e os que estiverem perecendo no pasto abominável e os que estiverem dispersos nas terras da idolatria, a Síria e o Egipto, certamente chegarão e se curvarão diante de DEUS no seu santo monte.E vossos filhos dispersos, que se afastaram de vós, fugindo do pecado, certamente retornarão com alegria, trazendo para vós óleo de unção novo.E nos dias vindouros, esta terra lançará raízes, produzirá flores e realmente florescerá, e eles simplesmente encherão de frutos a superfície do solo produtivo. E a pastagem deixará de estar só e abandonada qual ermo, e as ovelhas sem seu pastor. E as apascentarei, pois ainda que seus pastores tenham sido como lobos disfarçados e lhes tenham tirado a carne e a pele, as encherei de novo, com o fôlego do meu Espírito Santo, e terão boas novas de alegria, pois a minha Palavra habitará nelas.E vós me sereis por Filhos, e Eu vos serei por Pai.Assim falou o SENHOR. Ismael Ferreira Membro da Assembleia Metropolitana de Lisboa do PSD

Caminho da Paz

CAMPO GRANDE VErãO SéniOr Os residentes mais idosos do Campo Grande tiveram umas férias com grande animação. O executivo da Junta do Campo Grande organizou o a acção praia-campo sénior, proporcionando aos seus moradores mais idosos idas à Praia do Tamariz, no Estoril. Este ano, A Junta do Campo Grande integrou ainda nesta acçãoos utentes que que participam no Projecto Envelhecimento Activo e Saudável. Assim, cerca de setenta pessoas, usufruíram deste programa que, para além da praia, incluiu várias visitas a museus, ao Panteão Nacional, Torre de Belém, Museu da RTP, Igreja de Santa Engrácia, entre outros, além do Jardim Zoológico. Neste caso, a Junta de Freguesia e a Administração do recinto, assinaram um Protocolo, ficando as entradas mais baratas e com direito a transporte no teleférico.

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OUTUBRO12

> SANTA CASANovos engraxadoresO projecto “Tradição Engraxadores”, iniciativa da Misericórdia de Lisboa, destina-se a reabilitar a profissão de engraxador. Depois de um período experimental, a equipa do “Tradição Engraxadores” quer levar este serviço a sedes e condomínios de empresas, para que os seu colaboradores usufruam de um serviço exclusivo e cómodo.

> SOLIDARIEDADE

Junta da Lapa criabanco de livros escolares

> FREGUESIA DA SéTorneio de sueca Inter-feguesias

Aaposta num percurso escolar de sucesso das crianças residentes na Freguesia tem sido o objectivo das políticas desenvolvidas pela Junta da Lapa especialmente dirigidas aos jovens e às famílias residentes.Agora, o executivo da Lapa criou

o banco do livro escolar, que simulta-

neamente promove o sucesso escolar e apoia as famílias, contribuindo, designadamente, para a poupança dos agregados familiares nos gastos com os materiais escolares, além de permitir a reutilização de livros escolares usados e apelar ao sentimento de conservação das crianças.Assim, a Junta de Freguesia da Lapa implementou

o Banco de Livros Escolares da Lapa, tendo re-cebido doações de livros escolares usados, do 1º ao 12º ano de escolaridades, e emprestando--os gratuitamente a alunos que precisem deles. Os interessados na atribuição de livros escola-res devem fazer o pedido na Junta de Fregue-sia da Lapa, mediante o preenchimento de um formulário próprio e a apresentação do cartão de aluno e da declaração do escalão de abono de família. Entretanto, no âmbito do Projeto Zero Des-perdício, e tendo em consideração as neces-sidades das famílias com mais necessidades, a Junta de Freguesia da Lapa realizou a a campanha “Da Lapa para a Lapa” durante os dias 24, 25, 26, 27 e 28 de Setembro, reco-lhendo os alimentos em que se tem sentido maior falta no apoio àquelas famílias, como azeite e leite. Os bens alimentares recebidos foram doa-dos a instituições que distribuem o apoio do Banco Alimentar Contra a Fome, na Freguesia da Lapa, e às famílias apoiadas pelo Projecto Zero Desperdício.

DESAFIOSPARA LiSBOA

Economia criativa

A recente iniciativa, em Lisboa, de abrir o comércio de rua à noite foi um sucesso.Os comerciantes gostaram porque venderam, os clientes ficaram satisfeitos porque compraram com melhor preço e sobretudo porque se

divertiram. Tudo correu bem. Organização, bom ambiente, excelente marketing das empresas e da

cidade e bons resultados. Lisboa dispõe de activos diferenciadores que podem constituir interessantes oportunidades de futuro e que hoje, todavia não estão suficientemente aproveitados. Em primeiro lugar a qualidade do seu território. É verdade que muitas vezes maltratada. Nos últimos tempos muito suja.As possibilidades de acrescentar valor à Av. da Liberdade, à Baixa-Chiado, ao Cais do Sodré, a Belém entre outros locais da cidade são enormes.Temos que fortalecer a economia tradicional local, com iniciativas e visões novas. Temos de encontrar novos métodos de trabalho e novos instrumentos de urbanismo e ordenamento do território. No momento em que os Governos nacionais estão a perder a capacidade para inovar e dirigir a sociedade, cabe às Autarquias e às organizações locais encontrar a melhor forma de potenciar parcerias para aumentar a competitividade económica.João Pessoa e Costa

Bons sinaisLisboa, a Baixa, a Avenida, o Bairro Alto, tudo de

portas abertas à noite. Os bares e as lojas.Este sinal que Lisboa dá de modernidade e de ajustamento às novas realidades sociais que emergem deste mundo agitado em que

vivemos, e no qual se moldam as soluções para os problemas que teremos que obrigatoriamente

resolver, é um sinal positivo. É uma resposta que vai ao encontro do que é hoje a vida urbana, do que são hoje alguns modos novos de viver e usufruir a cidade como espaço de habitar, de trabalhar e de cultura. A modernização que Lisboa vem tendo nos últimos tempos tem criado condições para surgirem no seu interior e nalgumas das suas áreas mais emblemáticas focos de animação urbana que devem ser apoiados e replicados. A saída da crise pela dinamização da economia e Lisboa mostra como, alguns nichos de comércio e o turismo, podem ser agentes muito ativos dessa dinamização.Um bom sinal nos tempos que correm. Leonel Fadigas

As Juntas de Freguesia da Sé, do Socorro e de São José vão realizar, em Outubro, um Torneio de Sueca Inter-Freguesias. Esta actividade surge no âmbito do Programa Envelhecimento Activo e Saudável pro-

movido pelo Departamento de Desenvolvimento Social - Divisão de Acção Social e Saúde da Câmara de Lisboa, que é concretizado por cada uma destas Juntas de Freguesia e insere-se nas comemorações do mês do idoso. Por outro lado, o executivo da Sé continua a apoiar

a sua população carenciada com alimentos pro-venientes do Programa Comunitário de Apoio Alimentar a Carenciados 2012, que nesta segunda fase irá auxiliar os trinta e cinco benificiários com quinze produtos: massa esparguete, massa cotove-lo, pevide, açúcar, manteiga, queijo fundido, arroz, cereal de pequeno-almoço, tostas, bolacha de água e sal, atum, feijão encarnado, tomate pelado, salsi-chas e azeite. Produtos que serão entregues pelos serviços so-ciais da Junta de Freguesia.

Promover o sucesso escolar e apoiar as famílias da Freguesia são

fundamentos do banco do livro escolar da Lapa.

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Que limites para a Freguesia Parque das Nações?POR JOãO GOnçALVES PErEirA

>> Deputado do CDS/PP

OCDS/PP, desde cedo acompanhou a luta dos habitantes e comerciantes do Parque das Nações pela criação da sua própria Freguesia, defendendo a ló-gica da integração em Lisboa de toda comunidade, uma vez que a mesma se encontra dividida formalmente por 2 municípios. Por pressentir que tal aspiração era desejada pela esmagadora maioria da população residente, manifestámos a nossa concordância firme, que não se ficou por meras frases de circunstância. Com a abertura da reforma administrativa da

capital, defendemos um projeto de reforma mais ambiciosa e maximizada da cidade, em 9 “robustas” Freguesias, sem deixar de apoiar a causa da Freguesia do Parque das Nações, num único concelho. Face à proposta da Câmara Municipal apoiada pelo PS e PSD que foi aprovada, ser omissa em relação à parcela de território pertencente a Lou-res, a Concelhia de Lisboa do CDS/PP tomou as rédeas do processo, alargando a nossa proposta no Parlamento para 11 Freguesias (novas freguesias do Parque das Nações e de Telheiras). Fomos a primeira força política a defender a existência da Freguesia do Parque das Nações, que compreendia a área da Matinha até ao rio Trancão, respeitan-do a Zona de Intervenção da Expo 98, sem agregar territórios adjacentes como acabou por ser aprovado na Assembleia da República. A futura freguesia, agregará ao atual Parque, uma faixa de território pertencente a Stª Mª dos Olivais, alargando a fronteira poente até à Avenida Infante D. Henrique, decisão administrativa tomada sem aus-cultar as populações em questão. É absolutamente lamentável! Por falta de afinidade infra estrutural e nos equipamentos urbanos, e porque não dizê-lo ao nível socioeco-nómico, resultará uma autarquia em que conviverão realidades opostas. A nascente da linha ferroviária, teremos, um bairro recente, de reconhecida identidade comuni-tária própria que impediu a sua divisão, possuindo um património arquitetónico de

referência e um nível de serviços públicos de excelência. É de destacar um inovador sistema de recolha automática e seletiva de resíduos urbanos; o florescente comércio local; assim como a média etária versus estado civil dos residentes que vem assegu-rando o aumento demográfico. Tal como na quantidade e tipo de estabelecimentos, apresenta crescimento sem paralelo no resto da cidade Do outro lado, temos uma zona agradável, mas um pouco descaraterizada, que compreende a oriente alguns bairros de habitação social, com uma população envelhecida, e que não têm qualquer ligação com a zona de intervenção da Expo98. Para além disso, existem dificuldades operacio-nais, designadamente na recolha de resíduos que implicam dois sistemas: um feito à superfície, recorrendo a veículos motorizados, e outro subterrâneo que recorre às mais modernas técnicas de recolha de resíduos. Se o bloco central insistir nesta junção, isso não deve significar que as duas parcelas de território venham a viver de costas voltadas, mas obrigará seguramente a futura Junta a desafios mais exigentes, como a duplica-ção de serviços para prestar uma única competência de saneamento e a encontrar em conjunto com o Ministério da Educação, solução para a crónica falta de vagas no ensino público local que se irá complicar. Paradoxalmente, Santa Maria dos Olivais, perante o erro no futuro Mapa da Cidade que lhe subtraía território a norte (a que agora a Portela entende como seu) reclamou e bem, pelo sucedido. Mas nunca se ouviu publicamente qualquer protesto de um membro dessa Junta, face à amputação da faixa territorial a nascente. Perante o impasse neste processo legislativo e existindo vontade política, seria possível reanalisar esta matéria com bom senso e de modo racional que alterasse os limites propostos. Estou convicto de que não se procederá dessa maneira, perdendo--se a derradeira oportunidade, de também no Parque das Nações se ir mais longe na reforma em curso.

Opção ideológica ou técnica?POR LUíS MiGUEL LArChEr

>> Professor Universitário

De há muito tenho vindo a criticar a falta de ideologia na política portu-guesa. Há opções de natureza económica e financeira que dependem das leituras ideológicas feitas da sociedade – do que deve ser, nas suas carac-terísticas e modo de viver -, mas se procurarmos a linha ideológica dos partidos nos seus programas, encontramos um misto de panfleto publi-citário com o politicamente correcto, ou seja, um produto vendável. Daí que seja perceptível não se perceber o rumo que este governo está a dar à

sociedade portuguesa, sobretudo à economia e às finanças e a sua visão do conceito de função pública. Dentro do PSD convivem social-democratas e liberais – ou neo-liberais – com visões divergentes da sociedade mas convergentes no exercício do poder. Como as eleições se fulanizaram, quando os militantes votaram em Passos Coelho ou em Rangel, ou em Ferreira Leite, Marques Mendes ou Luís Filipe Menezes, esqueceram--se de perguntar e equacionar no seu voto a visão ideológica de cada um deles. Daí que quem votou em Passos Coelho, dentro do partido ou no PSD nas legislativas, sufragou uma visão ideológica liberal. Esta foi uma opção livre, e vinculativa, dos militantes do PSD e dos portugueses. Os eixos do programa do governo e as decisões sobre a respos-ta a dar à crise, com os pacotes de austeridade, são lógicos. A redução da intervenção do Estado na sociedade, com a consequente redução dos seus serviços, e a opção pela iniciativa privada e a privatização do aparelho produtivo e das funções do bem co-mum, fazem parte da ideologia liberal ou neo-liberal. Agora, há duas questões que me bailam na mente e que perturbam esta linearidade do pensamento. Será que a socie-

dade portuguesa está preparada para viver num estado liberal, a prescindir da visão do estado como elemento comum a todos os portugueses, fonte de igualdade e referência para os serviços necessários para todos terem acesso ao bem comum? Não acredito. Nos momentos de crise, em que os interesses particulares devem ficar em segundo plano, as pessoas continuam a procurar a solução para os seus problemas, e a própria sobrevi-vência, no estado. Foi assim com a crise financeira, em que em todo o mundo as pessoas procuraram a solução na intervenção dos estados, é assim na actual crise europeia, em que as pessoas e as instituições querem estados que tenham força e poder para apre-sentarem e sustentarem soluções. E as propostas do governo para novas medidas de austeridade, foram consequência da tal visão liberal da sociedade ou tão simplesmente soluções tecnicamente exequíveis, mesmo que à custa do sacrifício exagerado e destrui-ção da esperança e da dignidade das pessoas? Não gosto, confesso, de governantes que agem de acordo com as suas agendas de popularidade e têm medo de agir, tal como me é insuportável um governo insensível e que não tenha referências humanistas nas suas decisões. Não quero viver numa sociedade em que a minha dignidade e sobrevivência dependam da minha conta bancária, nem numa em que as agendas políticas sirvam os interesses dos partidos e não os das pessoas. Não quero uma sociedade dominada pelos arautos da desgraça, mas também não quero uma sociedade que crie leis que esque-çam o direito natural ao trabalho e a uma vida digna. Apesar de tudo, como todos os portugueses, continuo a preferir a esperança à ruptura e a acreditar que há políticos e técnicos competentes com soluções justas e alicerces do futuro.

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O território é a nossa casaPOR MArCOS Sá

>> Membro da Comissão Política nacional do PS e Diretor do Jornal “Acção Socialista”

Defender o futuro de Lisboa e do PaísPOR MODESTO nAVArrO

>> Deputado Municipal do PCP na Assembleia Municipal de Lisboa

Apresentámos recentemente na Assembleia Municipal de Lisboa uma moção contra as novas medidas de austeridade anunciadas pelo primeiro-ministro e pelo ministro das finanças do actual governo do PSD e do CDS-PP.Governo que tem à frente um primeiro-ministro cada vez mais isolado e um rapaz da escola de Chicago que fala mal a nossa língua, não entende a realidade portuguesa nem a quer entender, porque

tem na cabeça o modelo que os ultraliberais americanos lá encaixaram para executar em qualquer parte do mundo.Triste sina a nossa. Cada vez mais incompetência, insensibilidade, cumprimento obtuso e determinista das orientações de quem dirige Portugal como se fosse um protectorado. Falhanço óbvio e anunciadíssimo do chamado ataque ao deficit, subida real deste para 6,6% maior contracção do aparelho produtivo e das actividades económicas, depois de tantos sacrifícios impostos.Roubo de salários, de reformas e pensões, destruição mais acentuada de pequenas e médias empresas, cortes de apoios sociais, ataque aos direitos à saúde, à educação e à habitação, entre outras medidas contra os trabalhadores, os jovens, os desempregados e os que vivem na tristeza e na miséria.Ataque às famílias e ao equilíbrio que é já de tentativa de sobrevivência, criação de condições para o aumento brutal da emigração que é, em grande maioria, de quadros qualificados e jovens que são formados com o dinheiro das famílias e do povo português e que vão trabalhar para outros países e economias.A tal dívida tornou-se grande negócio e dispara cada vez mais. O país afunda-se, os protestos vão desde as forças políticas consequentes aos sindicatos e às confederações empresariais. Parte destas contestam mesmo o que é proposto na taxa social, por inutilidade na criação de emprego e maior redução do consumo. Alarga-se imenso o clamor e a exigência de uma política de afirmação nacional, de necessidade de independência, de patriotismo e de dignidade.Trata-se de resistir e de lutar, porque assim não podemos continuar. Trata-se

de defender e fazer valer a Constituição da República. Face a uma realidade tão evidente, só se afunda quem quer no barranco dos incompetentes e dos servidores a todo o custo de interesses que nos são estranhos e que são inimigos da nossa independência e capacidade de avançar.A cidade de Lisboa é profundamente afectada por esta situação que se agrava e agravará ainda mais, se não for travada. Por isso se manifestou de forma impressionante nas recentes iniciativas que marcaram de forma decisiva o caminho a seguir.Os trabalhadores da função pública, de vários sectores do comércio, da restauração e das outras empresas sofrem já as consequências brutais de medidas anteriores e agora fica em risco o mínimo da sua sobrevivência. Pode prever-se o encerramento de mais pequenas e médias empresas, mais desemprego e o agravamento da vida dos que já estão desempregados, dos que enfrentam enormes dificuldades no quotidiano de Lisboa.Assim, apresentámos uma moção que foi aprovada e que deve ser portadora da vontade dos eleitos que defendem a cidade, os seus trabalhadores, habitantes, empresários e os que já não conseguem ter um mínimo de condições para viver.É necessária uma enorme mudança na economia, na política social, na qualidade de vida, no emprego, no desenvolvimento livre e democrático de Portugal perante a Europa e o mundo.É necessário renegociar a dívida, promover os incentivos e o aumento da produção nacional, criar condições de trabalho e de vida para os lisboetas e para os portugueses.Não estamos vencidos nem estamos sós. Por isso, aí estivemos e estaremos nas ruas e nas praças de Lisboa e do país, nas iniciativas de protesto e de luta, para que esta situação de pesadelo acabe e para que seja possível olhar o futuro com dignidade, com esperança e com orgulho de sermos portugueses de corpo inteiro, em liberdade e em democracia.Liberdade e democracia que conquistámos em 25 de Abril de 1974 e que não queremos perder.

OUTUBRO12

ALei n.º 22/2012, de 30 de Maio, veio consumar definitivamente a autêntica trapalhada que é a reorganização administrativa do poder local. Passado um ano, nem se vê fusão de municípios, nem nova lei de competências, nem nova lei eleitoral. Resta uma lei que, desfazendo todas as orientações do livro verde que teoricamente a inspirava, veio abrir unicamente a caça à freguesia. Esqueceram-se das diferenças demográficas, das raízes históricas, do serviço

público prestado às pessoas ou se há, de facto, vantagens financeiras efectivas. A lógica agora é: olhem para a lei e retalhem o vosso território, a nossa casa.A verdade é que não tiveram a coragem de efectuar a fusão de nenhum município! E nem os mais indefectíveis amigos do Governo são entusiastas desta cruzada anti-freguesias! A razão é simples: não se estudou o território das autarquias, tendo em conta a sua visão histórica, social e de coesão económica.Seria interessante ouvir o Ministro da Tutela explicar como pode ser planeada

uma reorganização das freguesias, em qualquer parte do mundo, sem se conhecer previamente quais serão as suas novas competências e novos meios? Não deveria esta lei de «extermínio» ter sido precedida da lei de alteração de competências, ou pelo menos debatida em simultâneo, para que as decisões pudessem ser tomadas nas autarquias com rigor e seriedade. Recordo que foi o que aconteceu em Lisboa… Curioso é também verificar o argumento invocado pelos partidos da coligação do Governo para desistir da alteração da lei eleitoral autárquica, por se basear na proximidade do ato eleitoral em 2013. Mas será que para alterar os territórios das freguesias, que interfere profundamente nas geometrias eleitorais e nos mecanismos de representação local, estamos a tempo? Seguramente que não.O nosso futuro será o que decidirmos hoje. Más decisões terão consequências gravíssimas no nosso futuro colectivo. O território é a nossa casa.

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Page 12: JDL57-Out2012

ficha técnica Director francisco Morais BarrosEditor colunas de Opinião - comunicação Unipessoal, Lda.

R. D. Estefânia, nº 177, 2º C, 1000-154 Lisboa PortugalJornalista Estagiário antónio Serrano costa

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> FORMAçÃO

EPAD renova programa Leonardo Da Vinci

Novo Marquês

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CAMPOLIDE MAiS PArQUES infAnTiSA Freguesia de Campolide vai ter, até ao fim do primeiro trimestre de 2012, mais quatro parques infantis, garantiu o vereador do Ambiente e Espaços Verdes, José Sá Fernandes. Aquele responsável referiu que a autarquia terá em breve quatro novos parques infantis: um atrás do restaurante “A Valenciana” e outro na Quinta José Pinto, que serão construídos ainda este ano, tal como um terceiro junto aos Jardins de Campolide. De acordo com Sá Fernandes, está previsto construir outro equipamento na Quinta da Bela-Flor, n o primeiro trimestre de 2013.

SÃO NICOLAU CUrSO DE POrTUGUêS PArA ErASMUSA Junta de Freguesia de São Nicolau em parceria com a Erasmus Organization de Lisboa está a realizar um curso low-cost de língua portuguesa para estrangeiros. Este curso tem como objectivo facultar a aprendizagem da língua portuguesa promovendo a integração dos estudantes estrangeiros mais eficientemente na comunidade local e possam mais facilmente desempenhar as suas actividades académicas, para as quais, o domínio da língua é uma condição essencial.A pertinência deste projecto decorre do fato de Lisboa ser a maior cidade universitária do país e de se afirmar, cada vez mais, como uma cidade Erasmus; dos cerca de cinco mil estudantes Erasmus que escolheram a capital para estudar, uma significativa parte escolheu a Baixa para residir. Fenómeno ao qual não será estranho o facto de, à semelhança de Barcelona, a Baixa Pombalina estar a assentar o seu modelo de reabilitação nas suas características únicas de atracção da população jovem. Esta parceria integra-se numa estratégia global de afirmação do coração da cidade e da sua multiculturalidade.

Pé de PáginA

MAnifESTO!PiM!!!

POR frAnCiSCO MOrAiS BArrOS

B asta pum basta!!! Uma geração que consente deixar-se representar por um Agapito é uma geração que nunca o foi. É um coio d’indigentes, d’indignos e de cegos! É uma resma de charlatães e de

vendidos, e só pode parir abaixo de zero! Abaixo a geração!Morra o Agapito, morra! Pim!Uma geração com um Agapito a cavalo é um burro impotente!Uma geração com um Agapito ao leme é uma canoa em seco!O Agapito é um cigano!O Agapito é meio cigano!O Agapito é um habilidoso!O Agapito veste-se mal!O Agapito usa ceroulas de malha!O Agapito especula e inocula os concubinos!O Agapito é Agapito!O Agapito é Silva! Morra o Agapito, morra! Pim! O Agapito é um ciganão! Não é preciso ir pró Rossio pra se ser pantomineiro, basta ser-se pantomineiro! Não é preciso disfarçar-se pra se ser salteador, basta ser como o Agapito! Basta não ter escrúpulos nem morais, nem artísticos, nem humanos! Basta andar com as modas, com as políticas e com as opiniões! Basta usar o tal sorrisinho, basta ser muito delicado, e usar coco e olhos meigos! Basta ser Judas! Basta ser Agapito! Morra o Agapito, morra! Pim! O Agapito nu é horroroso! O Agapito cheira mal da boca! Morra o Agapito, morra! Pim! O Agapito é o escárnio da consciência! Se o Agapito é português eu quero ser espanhol! O Agapito é a vergonha da intelectualidade portuguesa! O Agapito é a meta da decadência mental! E ainda há quem não core quando diz admirar o Agapito! E ainda há quem lhe estenda a mão! E quem lhe lave a roupa! E quem tenha dó do Agapito! E ainda há quem duvide que o Agapito não vale nada, e que não sabe nada, e que nem é inteligente, nem decente, nem zero! Morra o Agapito, morra! Pim!

Obs. – Se Almada vivesse e perdesse um segundo com o PSD/Lisboa, este bem poderia ser o seu “Manifesto”. Com uma… duas excepções… Digo eu.

Programa Leonardo Da Vinci promove mobilidade dos estudantes.

> MADALENAFado republicano

> SÃO JOÃO DE BRITORainhas diferentes

A Junta de Freguesia da Madalena vai celebrar a im-plantação da República da forma mais alfacinha: o executivo da Freguesia da Madalena organizou

uma noite de Fados para comemorar o 5 de Outubro, quando se completam 102 anos sobre a implantação do regime republicano no nosso país. Esta iniciativa reali-za-se nas Escadinhas de Santa Justa, dia 5, pelas 21h00.

A Junta de São João de Brito vai apresentar as “Rainhas que fizeram a diferença” aos lisboetas, no próximo dia 29. Dias antes,

23, o executivo da Junta propõe uma exposição sobre o riso, enquanto dia 9 há uma visita ao Museu da Cerveja e dia 15 olha-se para “A Vida Humana”. Dia 4 é dedicado aos animais, e a segunda-feira seguinte fala-se de Bizet e qua-tro dias depois prova-se a cozinha do Perú. O Facebook é explicado dia 22, depois de, dia 14, se assistir à Festa das Vindimas em Bucelas.

AEscola Profissional de Artes, Tecnologias e Desporto (EPA) renovou, para o ano lectivo de 2012-2013, o programa Leonar-do Da Vinci que promove a mobilidade transfronteiriça de estudantes e estimula

a aquisição de novas e diversificadas competências.A renovação deste programa fundamenta-se no sucesso que constituíram as vivências além-fron-teiras para a comunidade EPAD provenientes dos estágios na Finlândia, Suécia e Badajoz, revelando--se a iniciativa um sucesso. O Programa Leonardo Da Vinci renova-se nos próximos 2 anos lectivos, dado que a Agência Nacional aprovou novamente a

candidatura da EPAD, acrescentando ao ‘Programa Mobilidades’ França como destino.Entretanto, a EPAD associou-se à NoSchool, um novo conceito educativo. O conjunto de tutores des-ta ‘escola’ estabelece a ponte entre um aluno com uma ‘excelente ideia’ ou um ‘óptimo produto’, uma empresa investidora parceira/produtora e o mer-cado a que o produto se destina, apoiando todo o percurso, desde a avaliação e consolidação da ideia, seu desenvolvimento, implementação, produção, comunicação e marketing. A NoSchool disponibi-lizou cinquenta bolsas de estudo para alunos que queiram dar continuidade a projectos futuristas.

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