JARDIM BOTÂNICO S e rv i ç o - IJSN · Jardim Botânico para viver com o marido, desde o dia em...

1
VITÓRIA, ES, QUARTA-FEIRA, 22 DE OUTUBRO DE 2014 ATRIBUNA 9 A TRIBUNA COM VOCÊ EM JARDIM BOTÂNICO Associação defende direitos das mulheres Associação de Mulheres Unidas de Cariacica Buscando Libertação foi inspirada nos ideais do padre Gabriel, que morreu em 1989 ANTONIO MOREIRA/AT MARIA DA PENHA mostra foto de padre Gabriel: “Ele lutava pelos pobres” COMO FAZER CONTATO Sugira uma reportagem Os moradores de Jardim Bo- tânico, em Cariacica, podem rei- vindicar melhorias e sugerir re- portagens. As indicações devem ser enviadas para o e-mail at- [email protected]. Quem mora em outro bairro pode sugerir uma visita do pro- jeto A Tribuna Com você. HISTÓRIA DO BAIRRO Grande areal > JARDIM BOTÂNICO foi criado em 1979, por meio do loteamento de áreas que antes comportavam gran- des montes de areia. > A AREIA DO LOCAL foi utilizada na construção da Segunda Ponte e em outras grandes obras em Vitória e Cariacica. Habitação > QUANDO A AREIA começou a ficar escassa na região, o local foi loteado e vendido, aos poucos > A PARTIR DE ENTÃO, passou a ser ha- bitado por pessoas do interior do Es- tado, além de outras regiões como o interior de Minas Gerais e Rondônia. > ESSES MORADORES vieram para a Grande Vitória em busca de novas oportunidades de trabalho. > A REGIÃO se tornou uma boa opção para pessoas de origem simples, que estavam começando a vida e tinham algum dinheiro para investir em lo- tes. > O VALOR DOS LOTES foi parcelado em até cinco anos na época, pois não houve especulação imobiliária para a compra. > NO INÍCIO, o bairro não tinham servi- ços básicos, como água, energia elé- trica, postos de saúde ou transporte público. > HOJE, Jardim Botânico já está na terceira geração de moradores. Fonte: Associação de Moradores do bairro. AS RECORDAÇÕES Desde o casamento A dona de casa Ilda Ana Bins Car- doso, de 67 anos, escolheu o bairro Jardim Botânico para viver com o marido, desde o dia em que eles se casaram, há 35 anos. “Nós nos casamos e compramos essa casa. É fácil saber desde quando moro aqui, porque é exata- mente a mesma data do meu casa- mento”, conta. Para Ilda, a melhor qualidade do bairro são as pessoas. “Sabemos que não estamos sozinhos, pois um ajuda o outro na hora do aperto”. ANTONIO MOREIRA/AT ILDA: “Moradores se ajudam” “Só tinha capim” O aposentado José Ferreira Ribeiro, de 58 anos, mora em Jardim Botânico desde 1986 e conta que, quando se mudou, o bairro tinha apenas mato e alguns animais. “Não tinha nada. Só capim mulam- bo, que é aquele mato baixo, difícil de capinar. Não tinha água, energia, ou serviços básicos, como posto de saú- de e ônibus. Muita coisa já mudou”. Hoje, o morador se diz satisfeito com o bairro. “Claro que muita coisa ainda precisa melhorar, mas a dificul- dade fez com que nos uníssemos e, hoje, os vizinhos são todos amigos de verdade”, contou. KAROLINA LOPES JOSÉ chegou ao bairro em 1986 Karolina Lopes M oradora de Jardim Botâ- nico, em Cariacica, há 39 anos, a aposentada Maria da Penha Calaça, de 60 anos, parti- cipou da fundação da Associação de Mulheres Unidas de Cariacica Buscando Libertação (Amucabu- li), que reúne as moradoras da re- gião para debater e lutar pelos di- reitos das mulheres. De acordo com Maria da Penha, a ideia de criar a Amucabuli veio da influência de padre Gabriel, pá- roco da primeira igreja católica do bairro, fundada em 1988. “Padre Gabriel não era só padre, era um amigo. Um dos seus ensi- namentos mais valiosos foi a defe- sa de nossos direitos. Principal- mente das mulheres. Reconhecer nossos valores com base na orien- tação de que uma família deve ser sempre unida em igualdade, sem que a mulher seja submissa ao ho- mem”, afirmou a proprietária da terceira casa do bairro. A aposentada contou que, a princípio, a ideia era fundar uma associação de senhoras, mas o padre insistiu para que se tornas- se uma entidade de representa- ção de mulheres de todas as ida- des. “Os primeiros passos da Amuca- buli foram em 1988, quando o pa- Padre Gabriel Maire foi uma fi- gura muito importante, não só no cenário religioso, mas para o de- senvolvimento de Jardim Botâni- co e do município de Cariacica. Ele foi assassinado em 1989, quando passava de carro pela ave- nida Carlos Lindenberg, em Vila Velha, e deixou um legado de lutas e de amor ao próximo. “Ele incomodava. Lutava pelos pobres, contra políticos e pessoas poderosas da época. Ele sabia con- duzir o povo com amor, justiça e igualdade”, concluiu Maria da Pe- nha. Lutamos juntas para conseguir direitos básicos para o bairro, como água e luz Maria da Penha Calaça, aposentada dre ainda era vivo. Ele nos disse que ajudaria a associação se ela também atingisse mulheres jo- vens”, contou. Desde a fundação da associação, as mulheres de Jardim Botânico se organizam para melhorar a vida dos moradores da região. “Lutamos juntas para conseguir direitos básicos para o bairro, co- mo água e luz. Hoje, nossas de- mandas são outras, como ajudar uma irmã que precisa, que está com problemas, ou um vizinho que passa por necessidade”, disse a aposentada.

Transcript of JARDIM BOTÂNICO S e rv i ç o - IJSN · Jardim Botânico para viver com o marido, desde o dia em...

Page 1: JARDIM BOTÂNICO S e rv i ç o - IJSN · Jardim Botânico para viver com o marido, desde o dia em que eles se casaram, há 35 anos. “Nós nos casamos e compramos essa casa. É fácil

Ci d a d e s

VITÓRIA, ES, QUARTA-FEIRA, 22 DE OUTUBRO DE 2014 ATRIBUNA 9

A TRIBUNA COM VOCÊ EM JARDIM BOTÂNICO

Associação defendedireitos das mulheresAssociação de MulheresUnidas de CariacicaBuscando Libertaçãofoi inspirada nos ideaisdo padre Gabriel, quemorreu em 1989

ANTONIO MOREIRA/AT

MARIA DA PENHA mostra foto de padre Gabriel: “Ele lutava pelos pobres”

COMO FAZER CONTATO

Sugira uma reportagemOs moradores de Jardim Bo-

tânico, em Cariacica, podem rei-vindicar melhorias e sugerir re-portagens. As indicações devemser enviadas para o e-mail at-c o m vo c e @ r e d e t r i b u n a . c o m . b r.

Quem mora em outro bairropode sugerir uma visita do pro-jeto A Tribuna Com você.

HISTÓRIA DO BAIRRO

Grande areal> JARDIM BOTÂNICO foi criado em

1979, por meio do loteamento deáreas que antes comportavam gran-des montes de areia.

> A AREIA DO LOCAL foi utilizada naconstrução da Segunda Ponte e emoutras grandes obras em Vitória eCariacica.

H a b i ta ç ã o> QUANDO A AREIA começou a ficar

escassa na região, o local foi loteadoe vendido, aos poucos

> A PARTIR DE ENTÃO, passou a ser ha-bitado por pessoas do interior do Es-tado, além de outras regiões como ointerior de Minas Gerais e Rondônia.

> ESSES MORADORES vieram para aGrande Vitória em busca de novasoportunidades de trabalho.

> A REGIÃO se tornou uma boa opçãopara pessoas de origem simples, queestavam começando a vida e tinhamalgum dinheiro para investir em lo-tes.

> O VALOR DOS LOTES foi parceladoem até cinco anos na época, pois nãohouve especulação imobiliária paraa compra.

> NO INÍCIO, o bairro não tinham servi-ços básicos, como água, energia elé-trica, postos de saúde ou transportepúblico.

> HOJE, Jardim Botânico já está naterceira geração de moradores.

Fonte: Associação de Moradores do bairro.

AS RECORDAÇÕES

Desde o casamentoA dona de casa Ilda Ana Bins Car-

doso, de 67 anos, escolheu o bairroJardim Botânico para viver com omarido, desde o dia em que eles secasaram, há 35 anos.

“Nós nos casamos e compramosessa casa. É fácil saber desdequando moro aqui, porque é exata-mente a mesma data do meu casa-m e n t o”, conta.

Para Ilda, a melhor qualidade dobairro são as pessoas. “Sa b e m o sque não estamos sozinhos, pois umajuda o outro na hora do aperto”.

ANTONIO MOREIRA/AT

ILDA: “Moradores se ajudam”

“Só tinha capim”O aposentado José Ferreira Ribeiro,

de 58 anos, mora em Jardim Botânicodesde 1986 e conta que, quando semudou, o bairro tinha apenas mato ealguns animais.

“Não tinha nada. Só capim mulam-bo, que é aquele mato baixo, difícil decapinar. Não tinha água, energia, ouserviços básicos, como posto de saú-de e ônibus. Muita coisa já mudou”.

Hoje, o morador se diz satisfeitocom o bairro. “Claro que muita coisaainda precisa melhorar, mas a dificul-dade fez com que nos uníssemos e,hoje, os vizinhos são todos amigos deve r d a d e ”, contou.

KAROLINA LOPES

JOSÉ chegou ao bairro em 1986

S e rv i ç o

AT E N D I M E N TOAO CONSUMIDOR

PROCON ESTADUAL 151DELEGACIA DO CONSUMIDOR(DECON) 3 1 3 2- 1 9 2 1PROCON VITÓRIA 156

FA R M ÁC I ASDE PLANTÃO

FARMÁCIA SANTA LÚCIA: rua Aleixo Neto,417, Praia do Canto, Vitória 3 3 8 2-3 3 0 0 /3 3 8 2-3 3 3 0DROGARIA AVENIDA: avenida Dante Mi-chelini, esquina com Eugenílio Ramos -Jardim da Penha 3382- 5008DROGASIL: praça Regina Frigeri Furno,340, Jardim da Penha 3 3 8 2-3 9 3 2REDE FARMES: rua Alcino Pereira Netto, 412,Jardim Camburi 3237-24 75/3237-2485FARMÁCIA MÔNICA: avenida Central, 775,Laranjeiras, Serra 3138-8333; avenidaRegião Sudeste, 595, Barcelona, Ser-ra 3138-8338; avenida Getúlio Vargas,219, Serra-Sede 3 2 5 1 -7 6 1 1

PONTOS DE TÁXILIGUE-TÁXI 3349- 8171RADIOTÁXI 3246-3900/0800-707 7111VILA RUBIM 3223 -6163PRAÇA COSTA PEREIRA 3223 -0049PRAÇA DE EUCALIPTO 3225- 4153JUCUTUQUARA 3 2 2 2- 0 4 6 0ENSEADA DO SUÁ 3345- 5189JARDIM DA PENHA 3325 -7925PRAIA DO CANTO 3225 -0374QUALITY/P. DA COSTA 3 3 4 9 - 9 74 4BAIRRO DE FÁTIMA 334 7-3737ARIBIRI/POSTO 7 3119- 5124CENTRO DE VILA VELHA 3034 -8123JARDIM AMÉRICA 3226- 4721CAMPO GRANDE 3336 -0761COMPANY TÁXI ITAPOÃ 3329- 8558COOPERTÁXI 3200-2021 / 3038-6401EXPRESSO RADIOTÁXI 3 2 0 0 -2 3 0 0PERSONAL TÁXI 3082- 5888JARDIM CAMBURI 3337-837 7SANTA MÔNICA 3339-1304EPA/MARECHAL CAMPOS 3071- 5053

TELEFONES ÚTEISDEFESA CIVIL/VITÓRIA 8818 -4 4 3 2 / 3 3 8 2- 6 1 6 7 / 6 1 6 8RODOVIÁRIA DE VITÓRIA 3 2 2 2-3 3 6 6PREVIDÊNCIA SOCIAL 135RADIOPATRULHA 190PLANTÃO JUDICIÁRIO 3334 -2096DEFENSORIA PÚBLICA ESTADUAL 129JUSTIÇA VOLANTE 3223 -1706/3198 -3000/3098OUVIDORIA JUDICIÁRIA 0800-9 7 0 24 4 2OUVIDORIA DO INMETRO 0800-2851818OUVIDORIA DE VILA VELHA 0800-2839059CORPO DE BOMBEIROS 193DISQUE-DENGUE 156 (Vitória), 3388-4300 (Vila Velha)DISQUE-SILÊNCIO 156 (Vitória) e0800-2839157 (Vila Velha)DISQUE-DENÚNCIA 181CAPITANIA DOS PORTOS 2124 -6526LIG-LIXO VITÓRIA 0 8 0 0 -2 8 3 9 7 0 0CESAN 115ESCELSA 0 8 0 0 -7 2 1 0 7 0 7ALCOÓLICOS ANÔNIMOS (AA) 3223 -7268NARCÓTICOS ANÔNIMOS (27) 3084-8508CENTRO DE VALORIZAÇÃO DA VIDA(CVV) 141/3223- 4111S.O.S VIDA 3323 -0909

FEIRAS DE HOJESANTO ANTÔNIO (VITÓRIA): rua ArchiminoMattosITARARÉ (VITÓRIA): rua das PalmeirasJARDIM DA PENHA: Praça Conjunto dosEs ta d o sSÃO TORQUATO (VILA VELHA): rua 29 deJulhoVILA NOVA (VILA VELHA): rua 1CRISTÓVÃO COLOMBO (VILA VELHA): ruaAlcindo GuanabaraNOVA ALMEIDA (SERRA): av. ColatinaSERRA DOURADA II (SERRA): av. Belo Ho-rizonteJACARAÍPE (SERRA): rua GoytacazesPORTO DE SANTANA (CARIACICA): rua doB r i ta d o rVERA CRUZ (CARIACICA): rua ArnaldoLoureiroRIO MARINHO (CARIACICA): rua MoacirR ibeiro

Karolina Lopes

Moradora de Jardim Botâ-nico, em Cariacica, há 39anos, a aposentada Maria

da Penha Calaça, de 60 anos, parti-cipou da fundação da Associaçãode Mulheres Unidas de CariacicaBuscando Libertação (Amucabu-li), que reúne as moradoras da re-gião para debater e lutar pelos di-reitos das mulheres.

De acordo com Maria da Penha,a ideia de criar a Amucabuli veioda influência de padre Gabriel, pá-roco da primeira igreja católica dobairro, fundada em 1988.

“Padre Gabriel não era só padre,era um amigo. Um dos seus ensi-namentos mais valiosos foi a defe-sa de nossos direitos. Principal-mente das mulheres. Reconhecernossos valores com base na orien-tação de que uma família deve sersempre unida em igualdade, semque a mulher seja submissa ao ho-mem ”, afirmou a proprietária daterceira casa do bairro.

A aposentada contou que, aprincípio, a ideia era fundar umaassociação de senhoras, mas opadre insistiu para que se tornas-se uma entidade de representa-ção de mulheres de todas as ida-d e s.

“Os primeiros passos da Amuca-buli foram em 1988, quando o pa-

Padre Gabriel Maire foi uma fi-gura muito importante, não só nocenário religioso, mas para o de-senvolvimento de Jardim Botâni-co e do município de Cariacica.

Ele foi assassinado em 1989,quando passava de carro pela ave-nida Carlos Lindenberg, em VilaVelha, e deixou um legado de lutase de amor ao próximo.

“Ele incomodava. Lutava pelospobres, contra políticos e pessoaspoderosas da época. Ele sabia con-duzir o povo com amor, justiça eigualdade”, concluiu Maria da Pe-nha.

“Lutamos juntaspara conseguir

direitos básicospara o bairro, comoágua e luz”Maria da Penha Calaça, aposentada

dre ainda era vivo. Ele nos disseque ajudaria a associação se elatambém atingisse mulheres jo-ve n s ”, contou.

Desde a fundação da associação,as mulheres de Jardim Botânico seorganizam para melhorar a vidados moradores da região.

“Lutamos juntas para conseguirdireitos básicos para o bairro, co-mo água e luz. Hoje, nossas de-mandas são outras, como ajudaruma irmã que precisa, que estácom problemas, ou um vizinhoque passa por necessidade”, dissea aposentada.