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APRESENTAÇÃO Este módulo faz parte da coleção intitulada MATERIAL MODULAR, destinada às três séries do Ensino Médio e produzida para atender às necessidades das diferentes rea- lidades brasileiras. Por meio dessa coleção, o professor pode escolher a sequência que melhor se encaixa à organização curricular de sua escola. A metodologia de trabalho dos Modulares auxilia os alunos na construção de argumen- tações; possibilita o diálogo com outras áreas de conhecimento; desenvolve as capaci- dades de raciocínio, de resolução de problemas e de comunicação, bem como o espírito crítico e a criatividade. Trabalha, também, com diferentes gêneros textuais (poemas, histórias em quadrinhos, obras de arte, gráficos, tabelas, reportagens, etc.), a fim de dinamizar o processo educativo, assim como aborda temas contemporâneos com o ob- jetivo de subsidiar e ampliar a compreensão dos assuntos mais debatidos na atualidade. As atividades propostas priorizam a análise, a avaliação e o posicionamento perante situações sistematizadas, assim como aplicam conhecimentos relativos aos conteúdos privilegiados nas unidades de trabalho. Além disso, é apresentada uma diversidade de questões relacionadas ao ENEM e aos vestibulares das principais universidades de cada região brasileira. Desejamos a você, aluno, com a utilização deste material, a aquisição de autonomia intelectual e a você, professor, sucesso nas escolhas pedagógicas para possibilitar o aprofundamento do conhecimento de forma prazerosa e eficaz. Gerente Editorial Introdução ao estudo da leitura

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APRESENTAÇÃO

Este módulo faz parte da coleção intitulada MATERIAL MODULAR, destinada às três

séries do Ensino Médio e produzida para atender às necessidades das diferentes rea-

lidades brasileiras. Por meio dessa coleção, o professor pode escolher a sequência que

melhor se encaixa à organização curricular de sua escola.

A metodologia de trabalho dos Modulares auxilia os alunos na construção de argumen-

tações; possibilita o diálogo com outras áreas de conhecimento; desenvolve as capaci-

dades de raciocínio, de resolução de problemas e de comunicação, bem como o espírito

crítico e a criatividade. Trabalha, também, com diferentes gêneros textuais (poemas,

histórias em quadrinhos, obras de arte, gráficos, tabelas, reportagens, etc.), a fim de

dinamizar o processo educativo, assim como aborda temas contemporâneos com o ob-

jetivo de subsidiar e ampliar a compreensão dos assuntos mais debatidos na atualidade.

As atividades propostas priorizam a análise, a avaliação e o posicionamento perante

situações sistematizadas, assim como aplicam conhecimentos relativos aos conteúdos

privilegiados nas unidades de trabalho. Além disso, é apresentada uma diversidade de

questões relacionadas ao ENEM e aos vestibulares das principais universidades de cada

região brasileira.

Desejamos a você, aluno, com a utilização deste material, a aquisição de autonomia

intelectual e a você, professor, sucesso nas escolhas pedagógicas para possibilitar o

aprofundamento do conhecimento de forma prazerosa e eficaz.

Gerente Editorial

Introdução ao estudo da leitura

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@POR963Conceito e exemplos

sobre as funções da

linguagem

@POR963

Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)(Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil)

L732 Lima, Robson Luiz Rodrigues de.Ensino médio : modular : língua portuguesa : introdução ao estudo da leitura /

Robson Luiz Rodrigues de Lima ; ilustrações Quadrinhofilia Produções Artísticas, DKO. – Curitiba : Positivo, 2013.

: il.

ISBN 978-85-385-7475-0 (livro do aluno)ISBN 978-85-385-7476-7 (livro do professor)

1. Língua Portuguesa. 2. Ensino médio – Currículos. I. Quadrilhofilia Produções Artísticas. II. DKO. III. Título.

CDU 373.33

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SUMÁRIO

Unidade 1: Diálogo entre diferentes linguagens

Unidade 3: Seu estilo fala sobre você

Unidade 4: Figuras de linguagem aplicadas a

diferentes textos (revisão)

Unidade 2: Linguagem verbal e linguagem não

verbal

O diálogo entre as diversas linguagens 8

Linguagem verbal e linguagem não verbal 13

Figuras de linguagem 28

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"As fronteiras da minha linguagem são as fronteiras do meu

universo."

WITTGENSTEIN, Ludwig. In: GIANETTI, Eduardo. O livro das citações. São Paulo:

Cia. das Letras, 2008.

Diálogo entre diferentes linguagens

1

Introdução ao estudo da leitura4

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KEEFE, Mike. The Evolution of Communication. Disponível em: <http://www.intoon.com/cartoons.cfm/id/68559>. Acesso em: 24 abr. 2010.© Mike Keefe, The Denver Post and Intoon com

a) Qual a ideia principal do cartum?

b) Quais as linguagens usadas para compor o cartum?

c) Para você, qual a importância da comunicação?

d) Em sua opinião, qual a importância da leitura no processo comunicativo?

Ensino Médio | Modular 5

LÍNGUA PORTUGUESA

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A ampliação das competências comunicativas está diretamente ligada à amplia-ção do universo de leitura. Observe, mais uma vez, o cartum. Agora, prepare-se para perceber os efeitos de sentido propostos, desfragmentando a leitura:

LEITURA 1

O texto apresenta uma sequência cronológica. Isso pode ser notado pela evolução histórica dos meios de comunicação, o que também é revelado pelo título do cartum The evolution of communication (inscrição em pedra, desenvolvimento da imprensa, publicações impressas, computador e celular). Essa evolução mostra que, ao longo da história, os meios de comunicação sofreram transformações provocadas pelas descobertas tecnológicas.

LEITURA 6

No final dessa linha temporal, há o surgimento de redes de microblog que possibilitam a comunicação com apenas 140 caracteres. No balão final, o garoto diz: “140 caracteres. Precisa dizer mais?”. Note que a concisão e a redução das palavras necessárias para se comunicar retomam o primeiro personagem da linha do tempo: o homem das cavernas. Isso representa a gradação temporal (cíclica) evidenciada pelo cartum.

LEITURA 2

Observando da esquerda para a direita, há a figura de um homem das cavernas, talhando, na pedra, a primeira palavra. É fundamental notar que word (palavra em inglês), no primeiro balão, está no singular, logo, não são as primeiras palavras que estão sendo talhadas na pedra, mas a primeira. Ou seja, segundo o cartum, no início da evolução, a comunicação se dá por um número reduzido de expressões.

LEITURA 4

Continuando a viagem pelo tempo, pode-se no-tar que há a passagem da Idade Moderna para a primeira metade do século XX. Para perceber isso, o leitor deve observar a roupa do homem que está no centro do cartum, o chapéu típico dessa época, os óculos de aro fino e o grosso volume que ele carrega nas mãos. Trata-se de um período em que a leitura de livros se tornou uma das principais e mais valorizadas fontes de informação, e a escrita, o principal meio de veiculação dessas informações, o que pode ser confirmado pela presença dos óculos no homem que lê, o qual pode ser descrito como elemento caracterizador do ato da leitura.

LEITURA 5

Chega-se, então, ao final da segunda metade do século XX e ao surgimento da internet e do e-mail. A internet possibilitou a reinvenção da maneira de se comunicar. Por propiciar a comunicação em tempo real, o mundo virtual criou uma linguagem característica, mais sintética e um código particular, o “internetês”. Em e-mails, chats, programas de con-versa em tempo real e em outros gêneros virtuais, as palavras são abreviadas a fim de acompanharem a velocidade desses meios de comunicação.

Dessa forma, no cartum, o homem com o notebook nas mãos representa mais uma etapa na evolução dos meios de comunicação e informação.

LEITURA 3

É possível observar que, logo após o homem da caverna, aparece outro homem representando o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna. O leitor precisa, nesse momento, além de notar a passagem do tempo, estabelecer uma relação imediata com o surgimento da imprensa, primeiro grande avanço tecnológico para a expansão da comunicação. O homem que aparece no tipógrafo pode personificar Johannes Gensfleisch zur Laden zum Gutenberg, o inventor da imprensa. Esse dado enriquece a leitura e é muito significativo para a construção dos sentidos do texto.

6 Introdução ao estudo da leitura

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LEITURA 9

Outro aspecto interessante é notar que o título do cartum (The evolution of communication) é irônico, pois a palavra “evolução” está culturalmente ligada ao progresso, mas, no final do ciclo construído pelo cartum, há uma regressão, ou seja, tudo parece voltar ao que era. Esse movimento cíclico também pode ser notado pelo movimento da esfera sob os pés dos personagens.

LEITURA 8

É possível notar que há um claro saudosismo e uma declarada preferência pelo homem que representa o início do século XX, aquele com o livro nas mãos. Como você pode perceber, de todos os personagens do cartum, ele é o único colorido, o único formalmente trajado e o único ereto. Acompanhando o discurso corporal veiculado, nota-se que o senhor de óculos seria, de acordo com o cartum, o auge da evolução intelectual e comunicativa, já que, antes dele, os personagens eram corcundas e estavam se levantando, evoluindo e, depois dele, os personagens passam a regredir, ou seja, passam a voltar ao primitivismo.

LEITURA 7

Analisando, agora, a linguagem verbal e não verbal do cartum como um todo, pode-se dizer que há uma discreta crítica aos jovens, primeiros usuários dos microblogs. Repare que, em toda a linha do tempo, apenas o último personagem é um jovem e, quando fala: “140 caracteres. Preci-sa dizer mais?”, ele revela também ter pouco a dizer, já que, usando o microblog, lê apenas 140 caracteres. Note, ainda, que o jovem é tão arca-do, tão corcunda, quanto o primeiro personagem e ambos usam roupas parecidas. Essa comparação pode ser confirmada pela quantidade de caracteres que cada um escreve.

LEITURA 10

É interessante ler não somente os elementos que estão presentes, mas aqueles que estão ausentes, e questionar essas ausências, pois estas são totalmente passíveis de leitura. No cartum em análise, pode-se notar a ausência da mulher, a ausência do afrodescendente, do indígena e dos orientais nesse processo de ”evolução da comunicação”, já que, ao longo do ciclo apresentado pelo cartunista, há apenas a presença do homem, homem branco e ocidental.

Evidentemente, as dez leituras apresentadas são apenas algumas das muitas possibilidades de se ler o cartum. Em todos os textos, é necessário perceber o diálogo entre as linguagens e os discursos produzidos. Tudo o que nos cerca comunica algo e é preciso estar atento a essa comunicação. Um leitor somente se torna crítico quando é capaz de compreender as múltiplas leituras do texto e dar sua opinião a respeito de cada uma delas.

Estratégias de leitura

Considerando as dez leituras apresentadas, explique o que deve ser observado quando se lê um cartum a fim de ampliar as possibilidades de leitura.

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LÍNGUA PORTUGUESA

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O diálogo entre as diversas linguagens

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CHAUNU, Emmanuel. Ouest France. Disponível em: <http://mais.uol.com.br/view/r71k1ntkdfex/involucao-escolar-ou-seria-humana-04023460C8914346?types=A&fullimage=1>. Acesso em: 26 abr. 2010.

A palavra “comunicação” vem do latim comunnicare e significa tornar comum, repartir, associar. Assim, comunicar é partilhar, uma forma de dividir conhecimentos, sensações, impressões e pensamentos. Não é à toa que, do mesmo radical latino, surge o termo communis, o qual originou a palavra “comunidade”: local de partilha.

Comunidade internacional, comunidade virtual, comunidade de sites de relacionamento, etc. são expressões muito ouvidas atualmente. As comuni-dades são locais de compartir e, como são várias as partilhas, diversos são também os bens compartilhados. Dessa forma, para se beneficiar da partilha global de conhecimentos, deve-se conhecer ou, pelo menos, ter uma boa noção de diversas línguas e diversas linguagens.

Falar de comunicação, portanto, é falar de línguas e linguagens que se misturam cada vez mais em um esforço de expressar pensamentos e conceitos cada vez mais complexos. Nessa perspectiva, estudar Língua Portuguesa é explorar o uso de formas de representação para poder interagir com o mundo. Essas representações são chamadas de linguagens.

Assim como há inúmeras formas de interação, há várias formas de linguagem. Você já deve ter ouvido falar em linguagem verbal (oral ou escrita), linguagem não verbal, linguagem de sinais (libras), linguagem do cinema, linguagem corporal, linguagem da sedução, linguagem da obra de arte, etc.

No dia a dia, essas linguagens não aparecem sozinhas, pois estão sempre associadas de modo a construir diversos significados. Sendo assim, um bom leitor não é o especialista em uma única forma de interação, mas aquele que consegue dialogar com múltiplas linguagens e perceber múltiplos sentidos.

8 Introdução ao estudo da leitura

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a) Qual o tema do cartum da página anterior? Justifique sua resposta.

b) Há uma clara diferença na coloração das cenas apresentadas pelo cartum. Explique de que forma essa diferença de coloração contribui para a construção de sentidos.

c) No cartum, há a presença de dois tipos de texto: o verbal e o não verbal. Explique como o texto não verbal colabora para a construção dos sentidos do texto.

d) Analisando a comunicação corporal das duas crianças do cartum, o que se pode inferir? Justifique sua resposta, descrevendo as expressões corporais.

e) A pergunta “Que notas são estas?” é a mesma nas duas cenas. O tom de voz dos personagens é o mesmo? Justifique sua resposta, comprovando com elementos do texto.

f) Em sua opinião, que elementos contribuem e são responsáveis pelo sucesso escolar? Justifique sua resposta.

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Linguagem verbal e linguagem não verbal2

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Para o filósofo alemão Gottfried Leibniz, a força criadora do mundo aliou o máximo de bem ao mínimo de mal, formando, assim, o melhor dos mundos possíveis. É um pensamento otimista, que revela a crença no fato de que todas as coisas ocorrem da melhor maneira possível.

Em contrapartida, após ter presenciado uma série de situações problemáticas, tanto em sua vida quanto na sociedade em geral, o filósofo francês Voltaire escreve uma obra intitulada Cândido ou o otimismo, na qual apresenta, em tom satírico, uma crítica à doutrina de otimismo de Leibniz. Faz parte do pensa-mento de Cândido a ideia de que as coisas são como são e não poderiam ser de outra forma, porque, como tudo foi criado para um fim, tudo está destinado ao melhor fim.

O fim da obra apresenta certo tom enigmático: “Tudo isso está bem dito, mas devemos cultivar nosso jardim”. Talvez, com ela, o filósofo tenha pretendido salientar a necessidade de o ser humano compreender que o mundo, por si só, não seja nem bom nem mau, mas que estão no próprio ser humano as ferramentas que possibilitarão uma vida harmônica e satisfatória. Dos seus próprios empenhos dependerão os frutos que pretende colher.

Introdução ao estudo da leitura10

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E você? Considera-se um otimista ou um pessimista? O que você faz em seu dia a dia para semear seu próprio jardim? Qual dos pensamentos lhe parece mais aceitável: o de Leibniz ou o de Voltaire? Faça o teste a seguir e veja como está seu otimismo.

Teste Você é otimista ou pessimista?

1. Como você enxerga o trabalho no Japão?a) Uma oportunidade única para conhecer

uma nova cultura e um novo país.b) Um mal necessário.c) Uma forma de ganhar dinheiro.

2. Quando alguém o critica, você:a) Faz uma autoanálise e tenta melhorar

o que precisa.b) Fica aborrecido e amargurado.c) Não dá atenção, afinal você é o melhor.

3. Quando surge um boato de que haverá corte de pessoal na fábrica, você:a) Pensa na hipótese de que poderá ser

você.b) Pensa, imediatamente, que será você.c) Pensa que não será você, afinal você é

um ótimo funcionário.4. Quanto a planos futuros, você:

a) Geralmente consegue o que almeja.b) Nunca consegue o que deseja.c) Sempre consegue realizar os seus pla-

nos.5. Se algum imprevisto acontece, você:

a) Se acalma e tenta pensar em alguma solução.

b) Fica nervoso e acha que não terá forças para vencer um desafio.

c) Faz com que as coisas aconteçam como você quer.

6. Quando alguma coisa de muito ruim acontece na sua vida, você:a) Pensa que isso servirá como uma expe-

riência.b) Fica deprimido e nada o anima.c) Pensa que tudo vai dar certo a partir

desse fato.7. Como você se prepara para uma

entrevista de emprego?a) Tenta mostrar seu melhor.b) Não cria muitas expectativas, pois tem

medo de se frustrar.c) Não se abala, afinal você confia em si.

TAIRA, Camila. Otimismo para vencer obstáculos. Disponível: <http://gambare.uol.com.br/2008/09/30/otimismo- para-vencer-obstaculos/>. Acesso em: 10 mar. 2012.

ResultadosA) Vale 2; B) Vale 1; C) Vale 3

De 7 a 11 pontos: Ânimo! Você é pessimista demais. Tente enxergar novas possibi-lidades para sua vida. Não se preocupe demais com o futu-ro e não se abale por qualquer coisa.

De 12 a 16 pontos: Parabéns!Você não é nem pessimista nem otimista. Você é realista. Sabe pensar em alternativas para os problemas e faz uma autoanálise muito consciente.

De 17 a 21 pontos: Cuidado!Você é otimista demais. Con-fiar em si é bom, mas achar que tudo vai dar certo sempre pode gerar algumas frustrações ou deixá-lo esnobe.

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LÍNGUA PORTUGUESA

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Leitura 1É importante observar que, no primeiro quadrinho, tanto Hagar quanto Eddie estão caminhando

de cabeça baixa; logo, ambos poderiam ter avistado a gaivota, porém apenas Hagar, mais atento, a viu.

Leitura 2No segundo quadrinho, Hagar nota a presença do animal morto. É importante notar que o texto

não verbal, sozinho, não dá conta de expressar o espanto do personagem diante do achado. Esse espanto é mais bem traduzido pelo texto verbal com a presença das exclamações.

Leitura 3No último quadrinho, há a união entre texto verbal e não verbal para a produção dos sentidos.

Note que apenas os balões não dariam conta de abarcar todo o sentido. É preciso notar que Eddie está falando “Onde? Onde?”, mas está olhando para cima. Ora, faz parte do conhecimento de mundo das pessoas que, se a gaivota está morta, não pode estar voando. Portanto, a leitura do texto não verbal é indispensável para que se compreenda a tirinha.

Uma prova de otimismo, por exemplo, é Hagar, o Horrível acreditar que Eddie Sortudo possa deixar de surpreendê-lo com sua inocência. Repare nesta tirinha:

Para que o leitor possa ler com eficiência, ele deve exercitar diversas habilidades importantes para a construção dos sentidos em um texto. Uma delas é a capacidade de ler textos não verbais, articulando-os aos textos verbais, quando for necessário. Vamos desfragmentar mais essa leitura:

Leitura 4Se o leitor tiver um conhecimento prévio a respeito das características do personagem Eddie

Sortudo, sua leitura global da tira será auxiliada por esse fator, que somará informação ao que está sendo dito pelos textos verbal e não verbal. Assim, o leitor já poderá esperar que o desfecho da tirinha seja, de algum modo, fruto da inocência de Eddie.

BROWNE, Dik. Hagar, o Horrível. Porto Alegre: L&PM, 2008, n. 3. p. 102.

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12 Introdução ao estudo da leitura

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Linguagem verbal e linguagem não verbal

Há múltiplas formas de comunicação e expressão. A linguagem verbal é aquela que utiliza sinais gráficos, por exemplo, as palavras e os sinais de pontuação para proporcionar as trocas conversacionais. Já a linguagem não verbal utiliza signos não verbais (cores, formas, ângulos, etc.) para promover a interação. Veja os exemplos a seguir:

Não se deve subestimar a linguagem não verbal, pois a maior parte das comunicações e interações ocorre também com o auxílio de textos não verbais. Um piscar de olhos, um aceno, um céu acinzentado são elementos passíveis de construção de sentido e, portanto, fundamentais para a interação social. Em muitos casos, a linguagem não verbal é a única forma possível de leitura, deixando de atuar apenas como um reforço ao texto verbal, ou como uma simples escolha estilística. Um exemplo disso são as placas de trânsito que, diante das especificidades do contexto em que ocorre a comunicação, obrigam, muitas vezes, o uso apenas da imagem e não das palavras.

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Quando conversamos com pessoas, achamos que estamos lendo apenas o que essa pessoa nos fala, mas estamos enganados. Em uma conversa, além das palavras proferidas pelo nosso interlocutor, lemos seu tom de voz e todo o seu corpo (sua linguagem não verbal), mas nem sempre nos damos conta disso. Muitas vezes, durante a leitura de uma tirinha, charge ou cartum, os personagens estão usando gestos para se comunicar e a leitura desses gestos é fundamental para a construção de sentidos em um texto.

A seguir vão algumas dicas para você começar a ler o seu próprio corpo e o corpo do seu interlocutor.

Dedos

a) Contar nos dedos – pessoa metó-dica que organiza o pensamento antes de falar.

c) Contar a partir do dedo mínimo – indica leveza e segurança, um modo suave de transmitir suas ideias.

b) Contar a partir do polegar – a pes-soa está se sentindo pressionada a falar.

d) Manter os dedos esticados en-quanto conta – pessoa determina-da e que sabe aonde quer chegar.

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Mãos

a) Mãos sobre a mesa – pessoa decidi-da e que quer negociar logo.

c) Mãos nos quadris – esse sinal pode indicar provocação, ansiedade ou desafio.

b) Mãos juntas sobre o colo ou estôma-go – a pessoa não está à vontade e está tentando se proteger.

d) Mãos nos bolsos – necessidade de ter contato com o próprio corpo no intuito de se sentir confortável diante de uma possível situação embaraço-sa.

Aperto de mão

a) Assumindo o controle – a palma da mão voltada diretamente para o chão. É como se a pessoa dissesse: “Estou no comando, toca aqui!”.

c) Desarmando um aperto de mão do domi-nador e assumindo o controle – com uma das mãos, aperte a mão do seu interlo-cutor e com a outra segure as costas da mão dele, próximo ao pulso. Isso indica que quem tem o controle é você.

b) Concedendo o controle – palma da mão voltada para cima. Quando você quiser que seu interlocutor se sinta no controle da situação, apenas volte a palma de sua mão para cima e deixe-o apertá-la.

d) Aperto de mão firme – transmite confiança, segurança e expressa respeito e harmonia a outra pessoa.

e) Aperto de mão frouxo – transmite

insegurança e personalidade fraca.

Mãos no rosto

a) Quando uma pessoa usa um dos ges-tos de mão no rosto, significa que um pensamento negativo passou por sua mente. Mãos no rosto podem repre-sentar dúvida, apreensão ou mentira.

c) Toque do nariz – significa que a pessoa possa estar controlando um pensamento ou uma mentira.

b) Mão na boca – geralmente significam que a pessoa esteja reprimindo pala-vras mentirosas que está proferindo.

d) Esfregar o olho – é uma tentativa de disfarçar a mentira que está contan-do.

Braços

a) Braços cruzados na frente do corpo – podem indicar timidez ou uma forma de se proteger de uma situação embaraçosa. É um gesto de defensiva.

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14 Introdução ao estudo da leitura

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Você viu que o corpo pode funcionar como um texto não verbal a ser lido e que gestos podem ser utilizados para produzir sentidos. Produza uma pequena encenação, misturando textos verbais e não verbais (gestos corporais). Crie uma situação que envolva no máximo três pessoas em que os gestos corporais sejam explorados, juntamente com a fala dos personagens.

ROSA, Guilherme. Seu cérebro tem fome de quê? Galileu, São Paulo, n. 232, p. 64-65, nov. 2010.

a) O texto verbal “Seu cérebro tem fome de quê?” remete a uma música da década de 1980, cuja temática é a necessidade de se consumir mais que alimentos e bebidas para uma vida plena. Qual é essa música? Em que essa intertextualidade pode ampliar a compreensão do texto em questão?

b) Ainda analisando o texto verbal, logo abaixo da chamada há um pequeno texto explicativo. Qual a importância desse texto para a compreensão da peça jornalística?

c) Qual a importância da forma dos alimentos representados pelas fotos para a compreensão do texto?

Corpo

a) Corpo inclinado para frente – inte-resse, vontade de participar.

b) Corpo inclinado para trás – de-sinteresse, vontade de se afastar. Ilu

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Analise o texto e, utilizando seus conhecimentos sobre texto verbal e não verbal, responda às questões que seguem.

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LÍNGUA PORTUGUESA

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1. (UFMT)

Sobre os recursos expressivos do texto, assinale a afirmativa incorreta:

a) Em O festival de inverno não precisa ser tão frio, há o pressuposto: em Chapada dos Guimarães, à época do Festival, faz frio.

b) A palavra frio, nesse texto, é polissêmica, ou seja, apresenta mais de um sentido.

c) A imagem que compõe o outdoor constitui uma metonímia: um pé com etiqueta representando um cadáver.

d) O texto evoca a ideia de morte para recomendar ao motorista cuidado na direção.

e) A intencionalidade do texto revela-se pela apresentação de uma realidade atenuada.

2. (UFPR)

Em um texto [...], apresente sua interpretação da charge, explicitando os elementos verbais e não ver-bais que fundamentam as relações que você esta-beleceu.

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16 Introdução ao estudo da leitura

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3. (UFPR)

As duas charges foram publicadas no dia do primeiro turno das eleições de 2008. Compare os pontos de vista veiculados pelos personagens. Seu texto deverá atender aos seguintes requisitos:

– ter no mínimo 10 e no máximo 12 linhas;

– mencionar os autores das charges;

– discriminar os elementos simbólicos em que você se baseou para fazer sua interpretação.

4. (UNICAMP – SP)

Na tira de Garfield, a comicidade se dá por uma dupla possibilidade de leitura.

a) Explicite as duas leituras possíveis e explique como se constrói cada uma delas.

b) Use vírgula(s) para discernir uma leitura da outra.

Ensino Médio | Modular 17

LÍNGUA PORTUGUESA

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1. Você já ouviu falar em tribos urbanas? O que são?

2. Quais tribos urbanas você conhece?

3. Todas se comportam da mesma forma? Qual a diferença entre elas?

4. Você acha que essas tribos urbanas surgiram agora ou já havia isso em outras décadas? Se havia, você conhece alguma?

5. Você pertence a alguma tribo urbana? Qual?

6. O modo como você se veste diz algo sobre você? Comente.

Seu estilo fala sobre você

3

Introdução ao estudo da leitura18

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Leia o texto a seguir e conheça um pouco mais sobre comportamento na sociedade contempo-rânea.

O que o seu estilo diz sobre você?

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Estilo, que estilo?Muitos homens assumem seu estilo e se garantem nele. Outros pensam que, ao pegar um par de

sapatos surrados e combiná-los com baggy jeans + t-shirt, a mensagem que será passada é “faço a linha relax”. Mas muita gente pode entender de maneira errada, achando que você é relaxado e não se importa com nada, qualquer que seja a marca da sua roupa ou pra onde você esteja indo. Se você é visto daquele jeito, a opinião sobre quem você é começa a partir dali.

Ensino Médio | Modular 19

LÍNGUA PORTUGUESA

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Você é o que parece ser?É verdade, sim. As pessoas vão julgar quem você é pelo que você veste. E como a primeira

impressão é a que fica, dependendo da gravidade, fica difícil reverter. As roupas que você usa, o seu corte de cabelo, a barba, etc. formam uma imagem que pode demonstrar quem você é ou quem você “criou” com algum objetivo, por isso é preciso estar seguro de si. Às vezes, pedir a opinião de alguém é ótimo pra ficar atento ao que não vemos no espelho.

Criando seu próprio estiloO primeiro passo para criar seu estilo é pensar em qual imagem você quer passar. Se você quer

que pensem que você é bem-sucedido, seu look precisa ser bem-sucedido. Se você quer ser visto como um rockstar, suas roupas precisam ser dignas de um rockstar. Se você quer apenas sentir-se bem, provavelmente você não vai se importar com uma mensagem a ser passada. Apenas fique ligado nas tendências que te agradam e tudo ficará bem.

Quem é você?Uma vez decidida a imagem que você quer projetar, pense sobre outras pessoas que também

têm essa imagem (pode ser um amigo, parente ou celebridade), mas não para copiar o estilo, e sim pra servir de inspiração. A combinação de cores daquela pessoa te agrada? O corte das roupas que ela usa te interessa? Então ótimo, esses são os pontos a serem analisados. Tenha sempre em mente que ninguém quer ser o clone de ninguém, estamos apenas procurando fontes pra montar nossa própria identidade, tarefa que não vai acontecer do dia para noite, porque é algo que requer tempo e prática. Com um pequeno esforço, você pode transformar sua imagem e talvez até sua vida, pois com essa mudança você pode se tornar o que as outras pessoas acreditam que você é.

Um último exemplo rápido que todos vão entender: em Gossip Girl, Chuck (Ed Westwick) tem um estilo próprio, tanto que você bate o olho e pensa: “essa echarpe de seda é a cara do Chuck”, porque há todo um estudo de acordo com a personalidade do personagem, a “men-sagem” a ser passada. No caso de Nate (Chace Crawford), seu personagem anda sempre com roupas da tendência, mas não tem seu estilo próprio, é algo mais simples, que não cria uma identidade específica. Concluindo o raciocínio, é importante sabermos que criar um estilo próprio é totalmente diferente de estar na moda.

O QUE seu estilo diz sobre você. Disponível em: <http://modaparahomens.virgula.uol.com.br/2010/03/25/ o-que-o-seu-estilo-diz-sobre-voce/>. Acesso em: 22 nov. 2010.

1. Com base na leitura do texto O que o seu estilo diz sobre você?, pode-se inferir que seu principal objetivo é:

a) ensinar o leitor a andar na moda;

b) provar que moda e estilo são, na verdade, a mesma coisa;

c) demonstrar que o modo de se vestir é um tipo de texto que é lido pelas pessoas que nos cercam e passa uma imagem a nosso respeito;

d) provar que personalidade nada tem a ver com o estilo de roupa que você usa, pois o importante é o que você é por dentro e não o que veste, nem como se veste;

e) dar dicas que só valem para garotos.

20 Introdução ao estudo da leitura

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2. De acordo com o texto, você é quem parece ser? Justifique sua resposta.

3. Considerando o texto lido, o que é preciso fazer antes de se decidir por um estilo próprio?

4. De acordo com o texto, todo mundo deve ter um estilo próprio? Justifique sua resposta.

5. Na sua opinião, a roupa que uma pessoa usa realmente influencia na primeira impressão que se tem dela? Justifique sua resposta.

6. Seguindo algumas pistas dadas pelo texto no último parágrafo, nos filmes e nas novelas, são os atores que escolhem as roupas que desejam usar nas cenas? Justifique sua resposta.

7. Você acha que o estilo pessoal pode interferir na hora de conseguir uma vaga de emprego? Justifique sua resposta.

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Para analisar um estilo, não se devem olhar somente as roupas, mas todo o conjunto que as acom-panha: o corpo, os gestos, a atitude, etc. Com base nos conhecimentos aportados pelo texto Cor da roupa reflete sua personalidade, observe o quadro a seguir e, depois, por meio das questões propostas, faça uma análise do estilo da moça representada na imagem e responda às questões no caderno.

COR DA ROUPA REFLETE SUA PERSONALIDADE

A cor da roupa que usamos diz muito sobre nossa personalidade, e pode refletir de maneira negativa ou positiva no dia a dia. Nós não percebemos, mas algumas cores se harmonizam melhor do que outras e demonstram nosso jeito de ser. Leia abaixo o significado de cada tonalidade e busque se entender melhor.

A cor branca reflete paz de espírito, harmonia e comunhão com o próximo. Revela também que a pessoa depende das suas próprias avaliações, além de demonstrar ser alguém bastante equilibrada, com boa capacidade de julgamento e sensatez (cor de roupa usada por médicos).

Se você gosta de vestir uma roupa da cor azul, saiba que esse tom indica a mente superior, a consciência, o caráter, a coragem moral, a capacidade de perceber e o discernimento. Expressa a ideia da “limpeza” — não é por acaso que os produtos de higiene utilizam esta cor em suas embalagens.

A cor rosa está associada ao amor, à docilidade, à fraternidade, à solicitude, à afeição, aos sentimentos dominados pela sabedoria. Simboliza ainda a necessidade de estreitar laços e o romantismo, além de ajudar a fortificar relacionamentos filiais.

As cores verde e laranja refletem a ideia de criação, renovação, regeneração, integração, análise, observação, gosto pelas pesquisas e tino para negócios. Expressam também tudo o que está associado à cura e à boa saúde.

Já a cor amarela indica agilidade. Portanto, gostar desta tonalidade é sinônimo de não ter tempo a perder. É a expressão da inspiração, da mente evoluída, da capacidade intelectual, do espírito crítico, da observação e da maneira como devota seus pensamentos.

Algumas mulheres são fãs da cor vermelha, a tradução da emergência (lembre-se de que a corporação dos bombeiros se utiliza desta cor nos carros), das paixões, do erotismo, da sensualidade. Curiosamente não é uma cor que agrada aos homens, pois também pode indicar irritação, impulsividade e nervosismo.

A cor preta (apesar de não ser uma cor, mas a ausência dela) estimula a sexualidade para homens e mulheres, pois “nega a espiritualidade” (você não vê um bebê vestido com roupas desta cor). É ainda a expressão do conhecimento — cor das roupas usadas por juízes, formandos, entre outros.

Nas grandes capitais, dificilmente você verá um empresário trajando um terno marrom, já que esta cor revela o desapego ao dinheiro e até mesmo a ideia inconsciente do fracasso finan-ceiro. Portanto, esse é um tom totalmente desaconselhado para uma entrevista de emprego.

A cor cinza é a expressão inconsciente de uma pessoa que administra bem suas finanças. Mostra coragem em frente à crise, além de expressar o desapego a dias de trabalho monótonos.

Para terminar, a cor lilás está relacionada à espiritualidade. Ela consegue transformar qualquer tipo de sentimento negativo em amor.

BUONFIGLIO, Monica. Cor da roupa reflete sua personalidade. Disponível em: <http://www.bondinho24horas.com/2009/04/cor-da-roupa-reflete-sua-personalidade/2252>. Acesso em: 23 nov. 2010.

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22 Introdução ao estudo da leitura

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ALMEIDA JÚNIOR. Moça com livro. Século XIX. 1 óleo sobre tela, 50 cm x 61 cm. Museu de Arte, São Paulo.

1. O que o estilo da roupa da garota diz sobre ela? Justifique sua resposta.

2. Analisando a cor da roupa que ela usa, o que se pode inferir a seu respeito? Justifique sua resposta.

3. O livro tem a mesma cor da roupa da garota. Coincidência? Não! O que se pode inferir a partir dessa similaridade de cores?

4. O que a atitude de colocar a mão sob o queixo pode revelar sobre o momento retratado?

5. Analisando o olhar da garota, o que se pode inferir? O que ela pode estar sentindo? Em que ou em quem ela pode estar pensando?

6. A mão esquerda da garota marca uma página do livro. Em que esse gesto pode contribuir para a leitura da tela?

Como você pode notar, a maneira de se vestir, as cores das roupas que uma pessoa usa e as escolhas que ela faz revelam sua personalidade. Roupas e acessórios são textos não verbais que, juntamente com os gestos, são lidos diariamente. Não significa julgar as pessoas pelo que elas vestem, mas perceber o efeito de sentido produzido pelo uso de determinada cor ou modelo de roupa, aliados a gestos e atitudes. Trata-se de um excelente exercício de leitura não verbal.

Seguindo as instruções do seu professor:

a) grave uma cena de uma novela ou seriado, escolha um personagem e analise como ele se veste. Utilizan-do as dicas de leitura de cores apresentadas, compare a cor e o estilo da roupa com a personalidade do personagem ou com o tipo de cena que ele faz. Analise seus gestos, suas expressões, sua atitude;

b) escolha um filme e analise se o modo de vestir do protagonista tem a ver com sua personalidade ou com o tipo de cena da qual ele participa;

c) escolha uma revista que traga uma pessoa como destaque de capa e analise o estilo da roupa, as cores, os acessórios e identifique como essa produção contribui para os efeitos de sentido em relação à matéria veiculada na capa da revista;

d) escolha um comercial de TV e mostre de que forma as roupas dos personagens, as cores, os gestos e as atitudes colaboram para promover o produto ou o serviço divulgado.

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A elegância não se resume a roupas de marca ou a caríssimos acessórios. A elegância ocorre, sobretudo, de dentro para fora, com atitudes simples e uma boa dose de bom senso. Nesta unidade, você vai ler diversos textos que sinalizam a importância desses elementos em variadas situações, como este a seguir, escrito pela autora Danuza Leão.

Figuras de linguagem aplicadas a diferentes textos (revisão)

4

Introdução ao estudo da leitura24

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Sobre as modas

Não há mais lugar para a imaginação, a criatividade, para uma sacada de última hora; um mundo de clichêsHÁ MUITO, muito tempo, bacana era ser nobre; começava pela rainha, depois vinham as duquesas, condessas, marquesas etc. O tempo passou, cabeças foram cortadas, e os novos ricos foram os herdeiros, digamos assim, do que era a elite da época.O tempo continuou passando; vieram os grandes industriais, os empresá-rios, os donos de supermercado, os bicheiros, os marqueteiros, a indústria da moda, até mesmo os políticos, houve os yuppies e surgiu uma curiosa casta nova: a das celebridades. Desse grupo fazem parte atores de televisão, personagens da vida artística, jogadores de futebol, pagodeiros, sertanejos etc., e começaram a pipocar dezenas de revistas cujo objetivo é mostrar a intimidade dessas celebridades, contando os detalhes da vida (ou morte) de princesa Diana, Madonna ou Michael Jackson.

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LÍNGUA PORTUGUESA

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Quanto mais íntimos e escabrosos, melhor. Nesse admirável mundo novo, a moda tem uma enorme importância, e nesse quesito o que conta – mais que a elegância e o bom gosto – é saber de que grife é cada peça que está sendo usada; quanto custou cada uma todos sabem, já que são tão cultos. Um pequeno detalhe: quando duas celebridades se encontram, mesmo que nunca tenham se visto, se cumprimentam efusivamente.

Antes, muito antes, era diferente: um nobre, mesmo pobre, era respeitado por suas origens, pelo que teria sido feito por algum de seus antepassados. Mais tarde, os homens de negócios eram admirados por sua inteligência, sua capaci-dade em construir alguma coisa importante na vida. Agora as pessoas são definidas por símbolos, a saber: onde moram, a marca do sapato, da saia, da jaqueta, da bolsa, do relógio, do carro, se têm ou não Blackberry, para onde costumam viajar, em que hotéis se hospedam, a marca de suas malas, que restaurantes frequentam, aqui e quando viajam. Ninguém tem coragem de arriscar férias em um lugar novo, um restaurante que não é famoso, usar uma bolsa sem uma grife facilmente identificável.

Mas quem responder de maneira certa às tais indagações poderá, talvez, ser aceito na turma das celebridades. Acordei hoje falando muito do passado; acontece, vou continuar. Houve um tempo em que mulheres do maior bom gosto apareciam com uma bonita saia e uma amiga dizia “que linda, onde você comprou?”.

Hoje, isso não existe mais, porque as pessoas – aquelas – não usarão jamais uma única peça de roupa que não seja grifada. Outro dia fui a um jantar em que havia umas 40 pessoas, sendo 20 mulheres. Dessas 20, dez usavam sapatos Louboutin, aquele que tem a sola vermelha. Preço do par, em São Paulo: R$ 10 mil. Estavam todas iguais, claro, mas o pior é ser avaliada e aceita pela cor da sola do sapato; demais, para minha cabeça.

O prazer – e o chique, a prova da capacidade de improvisar – era botar uma roupa bonita comprada em um mercado qualquer de Be-lém, Marrakech ou Istambul, e ser diferente. Hoje é preciso mostrar

que folheou a revista que tem a informação do que está na moda e que tem dinheiro para comprar. E os jogadores de futebol e os pagodeiros, que não aprenderam o que é bonito na infância, porque eram pobres, nem na vida adul-ta, porque não deu tempo, olham as revistas, entram no Armani e fazem a festa, já que são também celebridades. Não há mais lugar para a imaginação, a criatividade, para uma sacada de última hora, que faz com que uma determinada mulher seja a mais especial da noite. Eu não frequento este mundo, mas de vez em quando esbarro nele sem querer, e é difícil.

Um mundo de clichês; mas como tudo passa, estou esperando a hora de acordar e pensar que essa época não passou de um pesadelo”.

LEÃO, Danuza. Sobre as modas. Folha de S.Paulo, 9 ago. 2009. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0908200909.htm>. Acesso em: 13 abr. 2012.

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a) Para você, o que é uma pessoa elegante?

b) O que é uma atitude deselegante, em sua opinião?

c) Já ouviu falar em etiqueta social? Qual sua opinião a respeito?

d) Conhece algum preceito de etiqueta social?

e) Você acha que fazer aulas de etiqueta é importante ou é algo inútil?

f) Você já cometeu alguma gafe por não saber o que fazer em uma cerimônia, restaurante ou na casa de um amigo? Comente.

g) Segundo Paul Valéry, ”Elegância é a arte de não se fazer notar, aliada ao cuidado sutil de se deixar distinguir”. Você concorda com esse posicionamento? Justifique seu ponto de vista.

26 Introdução ao estudo da leitura

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Um pouco de educação e uma pitada de bom senso po-

dem diferenciar vocês daquele “casal mala”.

1) Nada de “amassos” e beijos calorosos em público.

Quando o casal quiser ter mais intimidade procure um

lugar reservado. As outras pessoas ficam constrangidas,

principalmente os mais velhos.

2) Não gritar com o outro em locais públicos; discussão

é para dentro de casa. Fazer barraco, então, jamais.

Quando você briga com o amado na frente de outras

pessoas, você perde a razão.

3) Nada de envolver terceiros no relacionamento, princi-

palmente em caso de discussão.

4) É desnecessário chamar o outro pelo apelido carinhoso na frente de outras

pessoas.

5) Nunca ligue para a casa do seu namora-

do tarde da noite ou de madrugada. Além

de ser uma enorme falta de educação,

a família do seu amado vai te achar uma

chata.

6) Namoro no trabalho é natural, pois as pes-

soas passam muito tempo juntas, mas é re-

comendado que sejam discretos.

7) Forçar uma amizade com os amigos do ama-

do. As amizades surgem naturalmente e as

pessoas percebem quando você quer forçar

uma amizade só para agradar o outro.

8) Nada de fazer piadas sobre o outro — ou

humilhar em qualquer nível — durante reu-

niões familiares ou entre amigos.

9) Não deixe as suas roupas na casa do

seu namorado, principalmente para la-

var. Para a família, isso é visto como um

abuso.

10) Discutir sobre dividir conta depois de um lanche ou refeição é péssimo. Combinem esses detalhes

antes de chegarem ao local, para não deixar as pessoas em volta sem graça.

RUIZ, Carolina. Etiqueta no namoro. Bolsa de mulher. Disponível em: <http://www.bolsademulher.com/amor/etiqueta-no-namoro_galeria-108036.html?>. Acesso em: 20 jan. 2012.

Cadê o guti- -guti, pudinzinho

do mozinho?!

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Etiqueta no namoro

Ensino Médio | Modular 27

LÍNGUA PORTUGUESA

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1. De acordo com a leitura do texto, o que seria etiqueta no namoro?

2. Explique por que, na dica número 1, a palavra “amassos” está entre aspas.

3. Na dica número 2, há a expressão “Fazer barraco”. Considerando o contexto em que essa expressão é utilizada, explique o que ela significa.

4. Cite um exemplo que ilustre a dica número 3.

5. A autora emprega no início do texto a expressão “casal mala”. Considerando-se seu contexto de uso, explique o que ela significa.

6. Qual é o público-alvo do texto? Comprove sua resposta com marcas linguísticas que evidenciem esse público.

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Figuras de linguagem

Como você pôde notar, no texto Etiqueta no namoro, algumas palavras e expressões foram aplicadas com significados diferentes de seus signi-ficados mais usuais. Quando a palavra ou expressão é empregada em

seu sentido literal, a linguagem é chamada de denotativa. Observe: “Não gritar com o outro em locais públicos”. Nessa frase, as palavras empregadas mantêm seu sentido básico, literal.

Entretanto, em uma frase como “Um pouco de educação e uma pitada de bom senso podem diferenciar vocês

daquele casal mala”, a palavra “mala” ganha um sentido específico, diferente

de seu significado básico. Quando isso ocorre, diz-se que o termo está empregado

conotativamente em sentido figurado.Exemplos de

algumas figuras

de linguagem

@POR1051

28 Introdução ao estudo da leitura

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O sentido figurado está estritamente relacionado ao contexto de utilização do termo, que, considerando-se uma situação bastante específica de uso linguístico, passa a exigir uma com-preensão diferente para a palavra empregada.

Como recurso capaz de ampliar os sentidos das palavras, imprimindo maior força expressiva à linguagem, os falantes têm à sua disposição uma série de elementos linguísticos, conhecidos como figuras de linguagem.

Figuras de palavrasAs figuras de palavras são recursos empregados quando se modifica o uso corrente das palavras,

fazendo com que elas adquiram outro sentido em um contexto particular de uso.

Metáfora: consiste no

emprego de uma palavra com

sentido que não lhe é comum, por causa de

uma comparação entre elementos que apresentam

algum tipo de semelhança, dei-

xando elípticos os termos com-

parativos (como, tal qual, assim

como, do mesmo modo, etc.).

CulturaO girino é o peixinho do sapo.O silêncio é o começo do papo.O bigode é a antena do gato.O cavalo é o pasto do carrapato.O cabrito é o cordeiro da cabra.O pescoço é a barriga da cobra.O leitão é um porquinho mais novo.[...]

ANTUNES, Arnaldo. Cultura. Disponível em: <http://www.arnaldoantunes.com.br/new/sec_textos_list.php?page=1&id=212>. Acesso em: 15 maio 2012.

1. Os versos do poema apresentam várias definições poéticas. Para isso, geralmente usam-se com-parações entre elementos, baseadas em relações de semelhança. Esse tipo de comparação se chama metáfora. Leia alguns dos versos selecionados a seguir e explique quais os efeitos semânticos provocados pelo emprego de metáforas.

a) “O girino é o peixinho do sapo.”

b) “O bigode é a antena do gato.”

c) “O cavalo é o pasto do carrapato.”

LÍNGUA PORTUGUESA

29Ensino Médio | Modular

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Além da metáfora, outras figuras de palavras compõem o quadro das figuras de linguagem. São elas:

Figura Definição Exemplo

CatacreseOcorre quando, na falta de um termo específico, se empresta um termo utilizado para designar outro elemento.

“O braço do sofá não é lugar para se sentar”.

SinestesiaMistura de sensações que são percebidas por di-ferentes órgãos dos sentidos.

“Carolina tem um olhar docemente musical”.

Antonomásia ou perífrase

Recurso que consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique.

“O rei do pop deixou saudades”.

Metonímia

Recurso que consiste no emprego de um termo por outro, por causa de uma relação de proximidade entre eles.Tipos de metonímia:

a) O indivíduo pela classe “Antônio foi o Judas da nossa turma”.

b) A matéria pelo objeto “Cuidado com a minha porcelana”.

c) A forma pela matéria “Ele sabe o que faz com a redonda nos pés”.

d) O singular pelo plural (vice-versa) “O sertanejo é, antes de tudo, um forte” (Euclides da Cunha em Os sertões)

e) O concreto pelo abstrato (vice-versa) “Respeite os meus cabelos brancos!”

f) A marca pelo produto “Preciso comprar uma gilete”.

g) O autor pela obra “Adoro ler Machado de Assis!”

h) O continente (aquilo que contém) pelo conteúdo “Bebeu dois copos e saiu apressadamente”.

Figuras de construçãoAssim como as figuras de palavra, as figuras de construção, também chamadas de figuras de

sintaxe, atribuem maior expressividade à linguagem. Elas ocorrem quando a estrutura sintática dos enunciados é alterada propositalmente, ou seja, quando são cometidos desvios, inversões, omissões, quebras em virtude da intenção do produtor do enunciado.

Uma figura de construção é o pleonasmo, que consiste na repetição de uma mesma ideia ou na repetição de termos, com a finalidade de realçar a expressividade do enunciado. A figura de linguagem pleonasmo tem, pois, um valor estilístico.

Quando se estudam os termos integrantes da oração, os complementos verbais podem receber a classificação de objetos diretos e indiretos:

O presidente pronunciou aquelas palavras com grande entusiasmo.

sujeito VTD objeto direto adjunto adverbial

Dou- te meu amor mais sincero hoje e sempre

sujeito oculto (eu)

VTDI objeto indireto

objeto direto adjunto adverbial

2. Dos versos presentes no texto, em qual deles não se evidencia uma relação metafórica? Justifique sua resposta.

3. Identifique no texto o verso em que a metáfora é construída por uma relação de oposição.

30 Introdução ao estudo da leitura

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É possível que sejam dados realces a esses enunciados, quando se tem a finalidade de destacar estilisticamente o valor expressivo das palavras. Nesse caso, repetem-se os objetos diretos e indiretos, chamados, por isso, de objetos pleonásticos. As frases são construídas assim:

Aquelas palavras, o presidente as pronunciou com grande entusiasmo.

objeto direto sujeito objeto direto

pleonástico

VTD adjunto adverbial

A ti, dou- te meu amor mais sincero hoje e sempre.

objeto indireto

pleonástico

VTDI objeto indireto

objeto direto adjunto adverbial

Além dessa possibilidade de reforço estilístico pelo emprego de pronomes na função de objetos pleonásticos, a figura do pleonasmo também pode ocorrer quando se evidencia o valor semântico de uma expressão, como na construção “Vi com meus próprios olhos”.

O poeta parnasiano Alberto de Oliveira empregou o pleonasmo em seus versos, no poema Iam vinte anos...:

Iam vinte anos desde aquele diaQuando com os olhos eu quis ver de pertoQuanto em visão com os da saudade via.[...]

OLIVEIRA, Alberto de. Iam vinte anos... Nossos clássicos. Rio de Janeiro: Agir, 1959.

Além do pleonasmo, outras figuras de sintaxe compõem o quadro das figuras de linguagem. São elas:

Figura Definição Exemplo

ElipseOmissão de um termo que é facilmen-te compreendido pelo contexto.

“No canto, Ø um casal que namorava elegantemente”.

Silepse

Recurso que promove a concordância não com o que está explícito, mas com o que está implícito. Pode ser:

– Silepse de gênero“São Paulo não é mais a mesma”.“A gente é nervoso”.

– Silepse de número“Os Maias é um livro apaixonante”.

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O pleonasmo é uma figura de linguagem, usado para dar maior expressividade ao enunciado. No entanto, se empregado em determinados gêneros textuais, o pleonasmo pode comprometer a boa qualidade do texto, tornando-se, assim, um vício de linguagem. Nesses casos, a repetição deixa de ser estilística e de apresentar um valor expressivo para ser apenas uma redundância.

Leia o texto a seguir acerca desse assunto e, depois, responda às questões propostas.

Pleonasmos comprometem objetividade do texto dissertativo

Repetição de ideias pode descontar meio ponto na nota total da redação.Projeto Educação dá exemplos de redundâncias que são vícios de linguagem.

Repetir ideias é um recurso útil em músicas e em comerciais, mas em uma prova de redação pode tirar pontos preciosos dos candidatos. O Projeto Educação desta terça-feira (1º.) mostrou que algumas expressões muito usadas na linguagem do dia a dia são pleonasmos, ou seja, são informações redundantes que empobrecem o vocabulário e com-prometem a objetividade do texto.

De acordo com a professora Fernanda Bérgamo, os pleonasmos são excessos. “Redundar é sobrar. Isso é o oposto do texto conciso, objetivo, consciente. Então a gente precisa eliminar as redundâncias”, explica. “Um erro como esse pode descontar meio ponto do total da nota da redação. E meio ponto é muita coisa”.

Fernanda Bérgamo citou alguns exemplos de pleonasmos muito usados na linguagem coloquial. Veja algumas ex-pressões:

Há muito tempo atrásNeste caso, o verbo haver já trata de tempo passado. “Para não oferecer esse pleonasmo, você deveria escrever ‘há

muito tempo’ ou ‘muito tempo atrás’, evitando a junção do ‘há’ com o ‘atrás’ na mesma oração”, explica a professora.Outra alternativaA palavra ‘alternativa’ já indica que é outra. O certo seria dizer ‘uma alternativa’.Terminantemente proibido“Não dá para ser meio proibido”, diz Fernanda. Então podemos eliminar o ‘terminantemente’.Vi com meus próprios olhos“Só podemos ver se for com nossos olhos. O necessário seria ‘seus olhos’ ou ‘próprios olhos’, no caso da redação”,

alerta a professora.

Silepse – Silepse de pessoa“Os brasileiros somos competentes”.

AnáforaÉ a repetição de uma mesma palavra no início de um verso ou de uma frase.

“É pau, é pedra, é o fim do caminho É um resto de toco, é um pouco sozinho É um caco de vidro, é a vida, é o sol É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol”(Águas de março – Tom Jobim)

AnacolutoQuando ocorre uma mudança na se-quência da estrutura de uma frase.

“Esses amigos de hoje, não se pode confiar mais em ninguém”.

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Figuras de pensamentoAs figuras de palavras se relacionam ao léxico da língua; as figuras de construção dizem respeito

à sua sintaxe. Já as figuras de pensamento são recursos estilísticos que causam mudanças no campo semântico, quando são trabalhados os significados de palavras e expressões, causando também maior expressividade à linguagem.

As figuras de pensamento são:

Figura Definição Exemplo

AntíteseConsiste no uso de palavras com sentidos opostos para construir novos sentidos.

“Etiqueta e gafe são dois lados de uma mesma moeda”.

Ironia

Recurso usado para obter um efeito crítico ou humorístico por meio do emprego de um termo em sentido oposto ao usual. Diz-se algo, quando, na verdade, se pretende dizer o seu inverso.

“Eles formam um casal tão discreto...”

EufemismoTrata-se do uso de um termo que busca suavi-zar uma expressão desagradável.

“Eles partiram, cada um para o seu lado”.

HipérboleRecurso que usa o exagero para dar ênfase a algum fato.

“Fiquei um século te esperando”.

Prosopopeia ou personificação

Recurso que consiste em atribuir sentimentos e/ou ações humanas a seres inanimados.

“O telefone não para de me chamar.”

GradaçãoRecurso utilizado para expor ideias de forma crescente.

“A etiqueta social aproxima, encanta, seduz.”

ParadoxoConsiste na afirmação de algo aparentemente verdadeiro, mas que apresenta uma contradi-ção lógica.

“Há momentos em que tudo é nada.”

.

Idiossincrasia pessoal de cada um“É muito pleonasmo. Idiossincrasia já significa característica pessoal. Então a palavra ‘pessoal’ está se repetindo”,

explica.Vício de linguagem x figura de linguagem A professora ressalta que na música “Eu nasci há 10 mil anos atrás”, Raul Seixas usou o pleo nasmo de forma literá-

ria, um artifício para enriquecer a rima e a melodia. Então a redundância deixa de ser um erro e passa a ser uma figura de linguagem.

G1. GLOBO.COM. Pleonasmos comprometem objetividade do texto dissertativo. Disponível em: <http://g1.globo.com/pernambuco/projeto-educacao/noticia/2011/11/pleonasmos-comprometem-objetividade-do-texto-dissertativo.html>. Acesso em: 9 abr. 2012.

1. De acordo com o texto, explique de que forma uma figura de linguagem passa a ser um vício.

2. Dê um exemplo do uso de pleonasmo como figura de linguagem.

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As figuras de palavra, pensamento e construção possibilitam ampliar a capacidade expressiva da linguagem. Em alguns gêneros textuais, é mais comum o emprego de certas figuras, enquanto, em outros, estas podem ser menos frequentes. Procure em gibis ou quadrinhos de sua escolha exemplos das figuras estudadas nesta unidade e verifique quais são mais ou menos recorrentes nesse gênero textual.

(ENEM)TEXTO I

Onde está a honestidade?Você tem palacete reluzenteTem joias e criados à vontadeSem ter nenhuma herança ou parenteSó anda de automóvel na cidade...

E o povo pergunta com maldade:Onde está a honestidade?Onde está a honestidade?

O seu dinheiro nasce de repenteE embora não se saiba se é verdadeVocê acha nas ruas diariamenteAnéis, dinheiro e felicidade...Vassoura dos salões da sociedadeQue varre o que encontrar em sua frentePromove festivais de caridadeEm nome de qualquer defunto ausente...

ROSA, N. Disponível em: <http://www.mpbnet.com.br>. Acesso em: abr. 2010.

TEXTO II

Um vulto da história da música popular brasileira, reconhecido nacionalmente, é Noel Rosa. Ele nasceu em 1910, no Rio de Janeiro; portanto, se estivesse vivo, estaria completando 100 anos. Mas faleceu aos 26 anos de idade, vítima de tuberculose, deixando um acervo de grande valor para o patrimônio cultural brasileiro. Muitas de suas letras representam a sociedade contemporânea, como se tivessem sido escritas no século XXI.Disponível em: <http://www.mpbnet.com.br>. Acesso em: abr. 2010.

Um texto pertencente ao patrimônio literário-cultural brasileiro é atualizável, na medida em que ele se refere a valores e situações de um povo. A atualidade da canção Onde está a honestidade?, de Noel Rosa, evidencia- -se por meio:

a) da ironia, ao se referir ao enriquecimento de origem duvidosa de alguns.

b) da crítica aos ricos que possuem joias, mas não têm herança.

c) da maldade do povo a perguntar sobre a honestidade.

d) do privilégio de alguns em clamar pela honestidade.

e) da insistência em promover eventos beneficentes.

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1. (UFPE) Assinale a alternativa em que o autor NÃO utiliza prosopopeia.

a) “A luminosidade sorria no ar: exatamente isto. Era um suspiro do mundo.” (Clarice Lispector)

b) “As palavras não nascem amarradas, elas sal-tam, se beijam, se dissolvem…” (Drummond)

c) “Quando essa não palavra morde a isca, algu-ma coisa se escreveu.” (Clarice Lispector)

d) “A poesia vai à esquina comprar jornal”. (Ferreira Gullar)

e) “Meu nome é Severino, Não tenho outro de pia”. (João Cabral de Melo Neto)

2. (FUVEST – SP) A catacrese, figura que se obser-va na frase “Montou o cavalo no burro bravo”, ocorre em:

a) Os tempos mudaram, no devagar depressa do tempo.

b) Última flor do Lácio, inculta e bela, és a um tempo esplendor e sepultura.

c) Apressadamente, todos embarcaram no trem.

d) Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal.

e) Amanheceu, a luz tem cheiro.

3. (UFF – RJ) TEXTO

Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra.

Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para ali-mentar uma das tribos, que assim adquire for-ças para transpor a montanha e ir à outra ver-tente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso,

tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemo-ra e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

(ASSIS, Machado de. Quincas Borba. Rio de Janeiro: Civiliza-ção Brasileira/INL,1976.)

Assinale, dentre as alternativas abaixo, aquela em que o uso da vírgula marca a supressão (elip-se) do verbo:

a) Ao vencido, ódio ou compaixão, ao vencedor, as batatas.

b) A paz, nesse caso, é a destruição [...].

c) Daí a alegria da vitória, os hinos, as aclama-ções, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas.

d) […] mas, rigorosamente, não há morte [...].

e) Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se […].

4. (UFPE)

Descoberta da literatura

No dia a dia do engenho/ toda a semana, durante/cochichavam-me em segredo:/ saiu um novo romance./E da feira do domingo/ me traziam conspirantes/para que os lesse e explicasse/ um romance de barbante./Sentados na roda morta/ de um carro de boi, sem jante,/ouviam o folheto guenzo,/ o seu leitor semelhante,/com as peripécias de espanto/ preditas pelos feirantes./Embora as coisas contadas/ e todo o mirabolante,/em nada ou pouco variassem/ nos crimes, no amor, nos lances,/e soassem como sabidas/ de outros folhetos migrantes,/a tensão era tão densa,/ subia tão alarmante,/que o leitor que lia aquilo/ como puro alto-falante,/e, sem querer, imantara/ todos ali, circunstantes,/

1 (U(U((((((UUUUFPPEE) Assinale

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receava que confundissem/ o de perto com o distante,/o ali com o espaço mágico,/ seu franzino com gigante,/e que o acabasse tomando/ pelo autor imaginante/ou tivesse que afrontar/ as brabezas do brigante./[…]João Cabral de Melo Neto

Sobre as figuras de linguagem usadas no texto, relacione as duas colunas abaixo:

1ª. coluna 2ª. coluna

(1) Romance de barbante ( ) Pleonasmo

(2) Roda morta; folheto guenzo

( ) Metáfora

(3) Como puro alto-falante ( ) Comparação

(4) Perto/distante Ali/espaço mágico Franzino/gigante

( ) Metonímia

(5) Cochichavam-me em segredo

( ) Antítese

A ordem correta é:

a) 1, 2, 3, 4, 5

b) 5, 2, 3, 1, 4

c) 3, 1, 4, 5, 2

d) 2, 1, 3, 4, 5

e) 2, 4, 5, 3, 1

5. (U. Taubaté – SP) No sintagma: “Uma palavra branca e fria”, encontramos a figura denominada:

a) sinestesia

b) eufemismo

c) onomatopeia

d) antonomásia

e) catacrese

6. (FAU – Santos – SP) Nos versos:

“Bomba atômica que aterraPomba atônita da pazPomba tonta, bomba atômica…”

A repetição de determinados elementos fônicos é um recurso estilístico denominado:

a) hiperbibasmo

b) sinédoque

c) metonímia

d) aliteração

e) metáfora

7. (CESESP – PE) Leia atentamente os períodos:

1. Vários de nós ficamos surpresos.2. Essa gente está furiosa e com medo; por con-sequência, capazes de tudo.3. Tua mãe, não há idade nem desgraça que lhe transforme o sorriso.4. Entre elas, alguém estava envergonhada.

Os períodos acima contêm, respectiva e sucessi-vamente, as seguintes figuras de sintaxe:

a) Silepse de pessoa, silepse de gênero, anacolu-to, silepse de número.

b) Anacoluto, anacoluto, anacoluto, silepse de número.

c) Silepse de número, silepse de pessoa, anacolu-to, anacoluto.

d) Silepse de pessoa, silepse de número, anacolu-to, silepse de gênero.

e) Silepse de pessoa, anacoluto, silepse de gêne-ro, anacoluto.

8. (MACKENZIE – SP) Nos versos, uma figura se ergue graças ao conflito de duas visões antagônicas:

“Saio do hotel com quatro olhos,– Dois do presente,– Dois do passado.”

Esta figura de linguagem recebe o nome de:

a) metonímia.

b) catacrese.

c) hipérbole.

d) antítese.

e) hipérbato.

9. (UFPE) Nos enunciados abaixo, a palavra destaca-da NÃO tem sentido conotativo em:

a) A comissão técnica está dissolvida. Do goleiro ao ponta-esquerda.

b) Indispensável à boa forma, o exercício físico detona músculos e ossos, se mal praticado.

c) O melhor tenista brasileiro perde o jogo, a cabeça e o prestígio em Roland Garros.

d) Sob a mira da Justiça, os sorteios via 0900 en-gordam o caixa das principais emissoras.

e) Alta nos juros atropela sonhos da classe média.

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Muitos mitos já podem ser explicados cientificamente. Os textos a seguir mostram algumas explicações e esclarecem algumas questões.

Cientistas: caçadores de mitos?1. Uma moeda lançada do alto de um edifício poderia matar uma pessoa?

Uma moeda, mesmo que pequena como a de 1 centavo, não é precisamente a arma mais eficiente que existe, mesmo se for lançada do alto do Empire State Building – edifício com 381 m de altura, em Nova York, EUA. A professora Thaisa Storchi Bergmann, do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), confirma a informação de que a moeda não seria fatal, destacando que a resistência do ar é suficiente para desacelerar a velocidade de queda da moeda.

“Isso se explica graças à velocidade terminal encontrada na atmosfera, que ocorre por causa da resistência do ar”, afirma. Ou seja, é a velocidade na qual a força gravitacional que empurra para baixo é igual e oposta à resistência do ar, que empurra para cima, sendo duas forças constantes que acabam se anulando.

Segundo a professora, a máxima velocidade que o objeto poderia alcançar seria de 240 km/h, que vale para qualquer projétil lançado de um lugar alto. “A moeda não mataria uma pessoa, mas poderia machucar dependendo da forma como ela bater na cabeça. Por exemplo, se cair de pé, com a lateral voltada para baixo, pode sim causar algum desconforto em algum desafortunado pedestre”, completa.

CIENTISTAS: caçadores de mitos? Disponível em: <http://www.terra.com.br/noticias/ciencia/mitos/mito04.htm>. Acesso em: 23 jun. 2011.

1. A negação feita no início do primeiro parágrafo, na verdade, parte da ideia de que o leitor possui um conhecimento prévio. Que conhecimento é esse? E de que forma essa estratégia argumentativa prende a atenção do leitor?

2. O texto faz uso de argumento de autoridade. Qual é esse argumento?

3. De acordo com o texto, é possível que uma moeda abandonada do alto de um edifício possa matar alguém? Justifique sua resposta.

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2. Um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar?

Pode parecer improvável que um raio caia duas vezes no mesmo lugar, mas é possível, sim. Basta ver locais que costu-mam ser atingidos por raios com frequên-cia, como, por exemplo, a plataforma de lançamento no Centro Espacial Kennedy, na Flórida (Estados Unidos).

A grande frequência de tempestades elétricas durante o verão torna a região do Cabo Canaveral especialmente suscetível às descargas elétricas, particularmente na plataforma, por ser um ponto muito elevado e isolado.

De acordo com o meteorologista Eugênio Hackbart, no site Metsul, a frase “um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar” é apenas um ditado popular. Um raio pode, sim, cair até mais de duas vezes no mesmo lugar.

CIENTISTAS: caçadores de mitos? Disponível em: <http://www.terra.com.br/noticias/ciencia/mitos/mito05.htm>. Acesso em: 23 jun. 2011.

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De acordo com o texto, o ditado popular “um raio não cai duas vezes no mesmo lugar” encontra respaldo científico? Justifique sua resposta.

3. Ler com pouca luz prejudica a visão?

O oftalmologista Ricardo Lamy, do Hospital Universitário Clementino Fraga, ligado à Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ), afirma que não existe nenhum estudo científico que comprove que ler em um ambiente com pouca luz possa danificar a visão.

Segundo ele, “o que prejudica é que o esforço para a leitura será maior, ocasionando uma contração dos músculos dos olhos que pode terminar em uma dor de cabeça”.

No entanto, Lamy afirma que ler em um local mais iluminado possibilita ao indivíduo enxergar as coisas com um melhor contraste, facilitando a leitura. “A iluminação ideal é aquela que vem por trás da cabeça, não deixar a luz exatamente em cima ou chegando pela frente”, avisa.

De acordo com o oftalmologista, quem usa óculos – portanto já tem algum tipo de def iciência visual –, também não precisa se preocupar. Os óculos são apenas um mecanismo que gera conforto às pessoas, mas não têm caráter curativo.

Mesmo que não prejudique a visão, o ideal, diz o especialista, é sempre pro-curar as melhores condições possíveis de iluminação.

CIENTISTAS: caçadores de mitos? Disponível em: <http://www.terra.com.br/noticias/ciencia/mitos/mito08.htm>. Acesso em: 23 jun. 2011.

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1. Analisando a relação que o terceiro parágrafo mantém com o segundo, é correto afirmar que:

a) o terceiro parágrafo conclui a ideia iniciada no segundo;

b) o terceiro parágrafo contraria o que foi afirmado no segundo;

c) não há relação direta entre o terceiro parágrafo e o segundo; ambos só se relacionam com o parágrafo final, na conclusão da ideia;

d) o terceiro parágrafo faz uma ressalva e acrescenta uma informação ao que está sendo dito pelo segundo;

e) o terceiro parágrafo explica o que foi afirmado no segundo, sem acrescentar nova informação.

2. De acordo com o texto, é verdade científica que ler com pouca luz prejudica a visão? Justifique sua resposta.

4. Beber muita água faz bem à saúde?

Você já deve ter ouvido falar que o ideal é beber em torno de dois litros de água por dia. Mas, afinal, será mesmo que beber muita água faz bem à saúde? Segundo o clínico geral Paulo Olzon, a preocupação de estabelecer uma quantidade mínima de água a ser ingerida diariamente é desnecessária, já que o próprio organismo se encarrega de fazer este controle.

“Deve-se beber água sempre que sentirmos sede”, afirma o médico. A quantidade adequada para cada pessoa é variável. Segundo Olzon, dificilmente a pessoa bebe menos líquido do que precisa, a não ser em casos de febre muito alta ou coma.

A personal trainer Lúcia Pires diz que o melhor ter-mômetro é, realmente, a sede da pessoa. “Mesmo quando nos exercitamos, não há necessidade de se tomar muito mais água do que o normal. O corpo vai pedir a ingestão de líquidos por meio da sede”, diz.

Os especialistas dizem, ainda, que a pessoa que se obriga a beber muita água pode enfrentar inconvenientes como acordar no meio da noite apenas para ir ao banheiro – o que acaba atrapalhando o sono, igualmente importante para a manutenção da saúde geral.

CIENTISTAS: caçadores de mitos? Disponível em: <http://www.terra.com.br/noticias/ciencia/mitos/mito09.htm>. Acesso em: 23 jun. 2011.

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1. De acordo com o texto, beber muita água faz bem para a saúde? Justifique sua resposta.

2. A coesão é um elemento indispensável para a construção de sentidos em um texto. Evitar repetições é uma das formas de coesão. Releia o texto e liste quais os recursos que o articulista utilizou para evitar repetições.

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5. Susto cura soluço?

O soluço, segundo o médico Tarcísio Mota, é uma respiração com espasmos provocada pelo súbito fechamento da glote (abertura localizada na laringe, que serve de passagem de ar para os pulmões) junto com uma contração repentina e involuntária do diafragma, músculo que separa o tórax do abdômem e está relacionado à respiração. Normalmente, o soluço não causa problemas para a saúde e desaparece espontaneamente em alguns minutos.

Ao levar um susto, a pessoa tende a fazer uma forte inspiração, o que aumenta o volume de ar nos pulmões. Os pulmões, por sua vez, pressionam o diafragma e fazem com que ele se estique e volte a funcionar normalmente. Ou seja, o susto até pode funcionar. Mas há outros métodos, como inspirar e segurar o ar por alguns instantes, ou tomar um copo de água com o nariz tampado.

CIENTISTAS: caçadores de mitos? Disponível em: <http://www.terra.com.br/noticias/ciencia/mitos/mito10.htm>. Acesso em: 23 jun. 2011.

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De acordo com o texto, a velha simpatia de assustar para curar soluço funciona? Justifique sua resposta.

Como é a profissão de um cientista?

[...]Ser pesquisador não é

uma profissão, é uma esco-lha de vida. Um pesquisa-dor dificilmente irá conse-guir fazer um planejamento de sua carreira: a partir de tal ponto vou “atuar” profissionalmente, usar o que aprendi durante minha graduação. Na pesquisa a graduação é só o começo de um eterno aprendizado. O que pode ser encantador

para quem gosta e um tanto perturbador para muitas pes-soas. Porém o mais importante em fazer pesquisa é gostar!

Com a crescente popularidade da profissão e a grande exposição na imprensa, muitos jovens querem ser pesqui-sadores. O que responder quando alguém pergunta: que faculdade devo fazer para ser pesquisador? Se quer ser engenheiro é fácil: Engenharia. Médico? Medicina. Mas e pesquisador? Teoricamente qualquer faculdade, mas o pré-requisito básico é: curiosidade. Pesquisador não tem horário de trabalho, não bate cartão, não tem final de

semana; vai sempre levar trabalho para casa, porque não é possível tirar o cérebro e deixar na mesa do escritório e voltar a trabalhar com ele só no dia seguinte.

[...]O bom é que, uma vez preenchido o pré-requisito curiosi-

dade, você tem um mundo de opções! Escolher o laboratório onde fazer estágio é uma etapa importante. Selecione alguns na área que tem interesse, leia sobre a pesquisa de cada um dos pesquisadores e use sua “cara de pau”. Mande e-mails, telefone, bata na porta do laboratório. Normalmente os gran-des pesquisadores não têm tempo de atender aos inúmeros pedidos de estágio, por isso é importante se destacar… Esta etapa não é facil, mas o que conta mesmo é sua perseve-rança. Se for mandar um e-mail, não use a grafia que você usa no Facebook ou no Orkut. Isso pode desqualificá-lo logo de cara. Escreva corretamente, cause uma boa impressão.

[...]Durante toda sua vida acadêmica é muito importante

a publicação de artigos em revistas reconhecidas de sua área. Esses artigos servem como uma comprovação de que sua pesquisa é de qualidade, avaliada e reconhecida, muitas vezes, internacionalmente. Essas publicações são a parte mais importante do currículo de um pesquisador.

[...]

ZATZ, Mayana. Como é a profissão de um cientista? Disponível em: <http://veja.abril.com.br/blog/genetica/sem-categoria/como-e-a-profissao-de-um-cientista/>. Acesso em: 19 out. 2011.

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