Introdução à Prática Meditativa

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INTRODUÇÃO À PRÁTICA MEDITATIVA

 Palestra com Ana Paula I. Cury em 20.06.2013 na SBPNL

 O que caracteriza a meditação? Para que meditar? Processos preparatórios,desenvolvimento interior e forças latentes da alma. Como meditar?Indicação bibliogrfica!"# Con$ecimentos dos %undos &uperiores ' ( Iniciação de )udolf &teiner *+("-#ditora (ntroposóficano primeiro cap/tulo! Condiç0es1 Calma Interior 2# Ci3ncia Oculta ' )udolf &teiner *+( "4# ditora (ntroposófica ' no cap/tulo! OCon$ecimento dos %undos &uperiores ' 5a 5isciplina Inicitica4# %editação como indagação contemplativa ' (rt$ur 6a7onc d (ntroposófica8# %editação ' 9einsz 6immermann e )obin &c$midt d (ntroposófica

:# ducação Prtica do Pensamento ' )udolf &teiner d. (ntroposófica ( palavra meditação vem dolatim,meditare, que significa estar no meio, voltarse para ocentro, no sentido de desligarse do mundo e;terior e voltar a atenção para dentro de si.( prtica meditativa pode assumir diferentes contornos e nuances conforme a tradiçãocultural e espiritual da qual proven$a ou na qual este7a inserida. Poder/amos agruparvrias dessas prticas de acordo com seu carter e finalidade. (ssim podemos falar, pore;emplo, de meditação para fins $igi3nicos< meditação religiosa< ou meditação para oautodesenvolvimento.%as o que significa meditar de um ponto de vista antroposófico? Ou o que queria dizer&teiner quando se referia = meditação?

 >o sentido da ci3ncia espiritual, a meditação constitui um meio para elevarnosgradativamente da $abitual consci3ncia diurna de vig/lia a um estado de consci3nciasuprasens/vel. m suas formas mais simples, ela consiste em entregarse arepresentaç0es mentais bem determinadas as quais, por sua ess3ncia, e;ercem umaforça despertadora sobre certas capacidades ocultas da alma. ais representaç0esmentais diferem daquelas que formamos $abitualmente na consci3ncia diurna desperta,cu7a função @ reproduzir ob7etos e fatos do mundo e;terior.(s representaç0es mentais a que nos dedicamos no ato meditativo são via de regrasimbólicas, formadas pela própria energia an/mica. >este caso, o essencial não @ o que @representado, mas sim que pelo modo de representação, pelo fato de ela não se basearna sensorialidade, mas ser for7ada pela força interior, o an/mico se liberta de qualquerdepend3ncia do f/sico.

 >o e;erc/cio meditativo, o que importa @ muito menos o conteAdo, mas simplesmente ofato de a alma se concentrar o m;imo poss/vel na representação em questão,abstraindose inteiramente de tudo mais. &e na consci3ncia comum nossos sentidosestão abertos captando inAmeras impress0es e as representaç0es mentais se alternamcom rapidez, na disciplina espiritual se trata de concentrarse numa representação Anica,colocada por livrearb/trio no centro da consci3ncia, formada pela própria energiaan/mica e durante o maior tempo poss/vel.)esumindo, na meditação lidamos com a imersão da alma numa representação mentalque não se7a a reprodução de algo percebido pelos sentidos, = qual nos dedicamos a

 partir da livre vontade, por um dado per/odo de tempo.

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 BO que importa @ reunirmos todo o nosso ser an/mico a fim de concentrar sobre oconteAdo tudo o que est em nós como força mental, como força sentimental. 5a mesmamaneira como os mAsculos do braço ficarão fortes se trabal$armos com eles, as forçasan/micas se fortificarão ao serem dirigidas repetidamente a um conteAdo. &e poss/vel,tal conteAdo deveria permanecer o mesmo por um bom tempo. *...# se a pessoa continuar 

a se e;ercitar dessa maneira, c$egar o dia ' o grande dia, diria eu ' em que encontrarse numa atividade an/mica totalmente independente do corpo f/sico.* )udolf &teinerO;ford , 2-1-D1"E22# ;emplo!"#%editação da )osaCruz *ver descrição no livro Ci3ncia Oculta ' cap/tulo sobre osCon$ecimentos &uperiores#2# ;erc/cios %editativos com o Calendrio da (lmaF5o prefcio = segunda edição de "E"DO decorrer do ano tem sua vida própria, e a alma $umana pode sentila em si mesma. &eela se dei;ar atingir por essa vida que se manifesta de maneira tão diferente semana

após semana, poder encontrar a si mesma de modo correto. &entir o despertar deforças /ntimas que a enc$em de energia. Perceber que forças interiores que queremdespertar possibilitam a participação da alma no desenrolar da vida do universo. laconstatar, assim, os laços delicados, mas significativos que e;istem entre ela e omundo ao qual pertence.O Calendrio da (lma cont@m uma estrofe por semana. ( alma pode viver assim o quecada semana l$e d e que constitui uma parte do decorrer do ano. C$egar a umsentimento saudvel de Bse sentir unocom a vida da >atureza e, dessa maneira alcançar uma forte e;peri3ncia de Bencontrar a si mesmo, este @ o ob7etivo do Calendrio.(creditamos que uma participação no decorrer da vida do Gniverso, tal como este;presso nas estrofes que se seguem, @ algo que a alma aspira, por menos quecompreenda a si mesma.H )udolf &teiner  m ambos os casos o efeito depende de que antes de empregarmos tal conteAdo nainteriorização, possamos preparlo mediante uma elaboração na própria alma, sem aqual ele permanecer frio e muito menos eficaz do que se $ouvesse recebido a forçailuminadora do próprio /ntimo. (o movimentarmos na alma o conteAdo atrav@s da

 percepção de certas relaç0es ou dinmicas e;istentes no caso dos versos * polarização,intensificação, etc#, ou percorrendo certos pensamentos que imprimem um significado eintencionalidade, como no caso da representação smbólica, eles se aquecem, sãovivificados. Contudo, durante a interiorização 7 não evocamos todos os pensamentos e

relaç0es preparatórios. (penas dei;amos vibrar aquela sensação ou sentimentosuscitado por esta preparação. Jrequentemente, se realizamos adequadamente esta preparação, somos permeados de um senso de rever3ncia e devoção que nos enleva.(ssim o s/mbolo tornase um signo, um sinal ao lado da viv3ncia da sensação, e @ nademora da alma nessa viv3ncia que reside o aspecto atuante. Kuanto mais ela se demorenisso sem que outra representação mental perturbadora ven$a se imiscuir, mais eficazser todo o processo.

 >a disciplina espiritual podemse empregar as mais variadas imagens, bem como certasfrases, palavras isoladas, e mesmo a interiorização e aprofundamento em certossentimentos, como no caso do camin$o m/sticocristão * vide evangel$o segundo Loão ,de &teiner, no cap/tulo "8 ' +( ""2#.

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m todos estes casos a meta @ liberar a alma da percepção sensorial e estimulla a umaatividade em que a impressão sobre os sentidos se7a insignificante e o desabroc$ar desuas faculdades latentes se7a o essencial.Kuanto = duração do aprofundamento, devese ter em conta que o efeito @ tanto maisintenso quanto mais tranquilo e deliberado ele possa ser. +eralmente muito tempo @

necessrio antes que se possa perceber o resultado de tais e;erc/cios. 5uas condiç0essão fundamentais nesse camin$o, al@m da calma interior! a paci3ncia e a perseverança. o resultado @ que a prtica deste aprofundamento interior nos conduz ao primeiro graudo con$ecimento superior, c$amado por &teiner de con$ecimento imaginativo ouImaginação. O con$ecimento baseado no que os sentidos percebem e o intelecto elabora

 pode ser c$amado de con$ecimento ob7etivo, pois ele se apóia na percepção ob7etiva domundo e;terior e na leitura interna que fazemos do mesmo. O con$ecimentoimaginativo deve ser concebido como fruto de um estado de consci3ncia suprasens/velda alma, em que se percebem fatos e seres espirituais aos quais os sentidos comuns nãot3m acesso. Como esse estado @ despertado na alma atrav@s do aprofundamento ems/mbolos, imagens ou imaginaç0es, a esfera deste estado superior de consci3ncia pode

ser c$amado de imaginativo. >este sentido, portanto, imaginativo significa, não um produto do imaginrio ou da fantasia, mas algo que @ real de uma forma diferente doque são os fatos e entidades percebidos f/sicosensorialmente.Contudo, antes de podermos nos ocupar com e;erc/cios espec/ficos devemos consideraras disposiç0es de alma fundamentais que devem constituir como que um envoltório, oclice no qual depositamos o conteAdo meditativo.( prtica da meditação requer sil3ncio e calma interior. )eservar momentos de calma

 para uma interiorização ou para uma prtica contemplativa pode parecer simples, masrevelase algo bem dif/cil nos dias de $o7e. Mivemos num mundo que constantementenos leva = dispersão, onde tudo sucede numa velocidade alucinante, em que demandasmil nos absorvem a atenção e a vitalidade. 5eterminarse um tempo para isso 7 @ em sium ato de vigorosa vontade, dif/cil de ser mantido num ritmo regular. %as quanto maisconvictos da importncia disto, mais motivados. aos poucos vamos nos sentindorevigorados e serenos diante dos desafios, de fato, mel$or instrumentados paraencontrlos e fazer deles oportunidades de crescimento.empo e lugar são importantes, mas não suficientes. Para que a meditação possa darfrutos sadios ela necessita de um fundamento moral apropriado. ( primeira disposiçãoan/mica fundamental neste sentido @ a da devoção ' a tril$a da veneração e da$umildade. ( devoção diante da verdade e do con$ecimento. B&e não desenvolvermosem nós o profundo sentimento de que e;iste algo superior ao que somos, não ac$aremosforças para atingir um grau mais elevado. ( elevação do esp/rito só pode ser alcançada

quando se atravessa o portal da $umildade. Moc3 só poder alcançar um correto saberquando $ouver aprendido a respeitlo *...# e cada sentimento de verdadeira devoçãodesenvolvido na alma promove uma força que conduzir ' cedo ou tarde ' aocon$ecimento.m nossa @poca e civilização Btendese mais = cr/tica, a 7ulgamentos e condenaç0es,e

 pouco = devoção e = veneração abnegada. %as cada cr/tica, cada 7ulgamento reprovvele;pulsa da alma as forças para o con$ecimento superior tanto quanto as devolve cadaato de veneração abnegada.*...# Os ideais são degradados numa @poca cr/tica. Outros sentimentos tomam lugar dadevoção , do respeito, da adoração e da admiração. >ossa @poca faz recuar cada vezmais esses sentimentos, mas se quisermos avançar no camin$o espiritual teremos de

educarnos para o desenvolvimento da disposição devocional. eremos de procurar emnossas viv3ncias o que possa causar admiração e respeito. &e ao encontrar algu@m, meu

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foco for a censura =s suas fraquezas e limitaç0es, privarmeei de forças para a cogniçãosuperior. %as se tentar, amorosamente, aprofundarme em suas boas qualidades estareiacumulando tal força. BComo o sol vivifica com seus raios tudo o que tem vida, assim aveneração vivifica todas as sensaç0es da alma no caso do disc/pulo.( pergunta @ então, como podemos cultivar essas atitudes? como podemos criar em

nós um estado tal que nos faça transpor este portal da $umildade e nos leve ao encontrodesta tril$a da veneração? %uitas vezes a contemplação da natureza nos incita em seuesplendor a este nimo de rever3ncia. vocar a imagem de um nascer do sol, ou do c@uestrelado, ou de uma roc$a ma7estosa pode a7udarnos a susictar este estado de alma.amb@m desvendar o sentido simbólico de uma imaginação ou de palavras mntricasenlevanos pela beleza e o sentido oculto que nele encontramos. odo momento de

 prtica meditativa deveria se iniciar pela passagem pelo portal da $umildade e peloencontro do camin$o da rever3ncia.%uito frequentemente, por@m, ao nos retirarmos da atividade e;terior para nosdedicarmos a um e;erc/cio meditativo, imiscuemse pensamentos, ou comentrios e

 7u/zos em nosso dilogo interno, lembranças do que ainda temos de fazer ou cumprir,

 preocupaç0es com algo que não se passou de forma $armoniosa, etc. Parece queestamos diante de uma poluição mental tanto sonora quanto visual interna. O sil3ncioe a calma interior precisam primeiro ser conquistados. talvez ten$amos de começar

 pela prtica de e;erc/cios de $igiene interior que confiram ao ambiente /ntimo da almauma certa quietude e serenidade.( esse respeito &teiner nos d um primeiro e;erc/cio de observação de algo que nosten$a sucedido como se fNssemos um e;pectador, uma terceira pessoa, de sorte que tal

 perspectiva nos a7ude a ol$ar para o fato ocorrido com isenção de nimo e sem um 7ulgamento.( t/tulo de ilustração sugerimos uma adaptação deste e;erc/cio, tal como apresentado

 por (rt$ur 6a7onc em seu livro sobre B%editação como indagação contemplativa, doqual e;tra/mos o seguinte fragmento.

O TRABALHO INTERIOR NA CONQUISTA DA EQUANIMIDADE5urante seus anos de trabal$o em favor dos negros americanos, %artin ut$er ingdefendia incessantemente a ação nãoviolenta como um meio de c$amar a atenção paraa opressão de negros, especialmente no &ul. le recebeu muitas ameaças e sofreumuitos atentados em sua vida. >uma ocasião, sua casa em %ontgomerQ, (labama, foialvo de uma bomba enquanto ele participava de um encontro na Igre7a. O alpendre e afac$ada da casa foram gravemente danificados. &ua esposa Coretta e a fil$a RoSiestavam nos fundos da casa naquele momento, e nen$uma delas foi ferida. >o instanteem que ing c$egou, uma agitada multidão de centenas de vizin$os negros estavareunida, prnta para retaliar contra a pol/cia ali presente. &eu bemamado l/der e suafam/lia $aviam sido atacados. (nte a forte possibilidade de um tumulto racial, a pol/cia

 perguntou a ing se ele falaria = multidão. ing saiu do que restara de seu alpendre,elevou suas mãos e todo mundo ficou quieto. le disse!B>ós acreditamos na lei e na ordem. >ão façam absolutamente nada movidos pelo

 pnico ou pelo ódio. >ão peguem suas armas. (quele que vive pela espada perecer pela espada. embremse! foi o que 5eus disse. >ós não estamos defendendo aviol3ncia. >ós queremos amar nossos inimigos. u quero que voc3s amem seusinimigos. &e7am bons para eles. (memnos e façamnos saber que voc3s os amam. unão iniciei esse boicote. u fui solicitado por voc3s a ser o seu portavoz. Kuero que se

saiba de norte a sul e de leste a oeste deste pa/s que, se eu for detido, este movimento

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não se deter. &e eu for detido, nossa obra não se deter. Poruqe o que estamos fazendo@ correto. O que estamos fazendo @ 7usto. 5eus est conosco.Kuando %artin terminou, todo mundo foi para casa sem viol3ncia, dizendo B(ssimse7ae B5eus te abençoe. 9avia lgrimas em muitas faces. &eguramente ing $aviae;perimentado o mesmo sentimento de raiva pelo atentado = sua fam/lia< mas tamb@m

era capaz de encontrar em si mesmo um lugar a partir do qual pudesse falar e agir,respondendo ao ódio com amor.m nossas próprias vidas, nós e;perimentamos afrontas similares, proporcionalmentemenores, mas que tamb@m podem conduzir a longos per/odos de cisma rancorosa eagitação interna al@m de tensão nas relaç0es.O e;erc/cio contemplativo que queremos propor começa por selecionarmos de nossae;peri3ncia passada, recente ou remota, uma ocasião em que uma emoção perturbadoraten$a se apresentado! raiva, inve7a, mgoa, etc. ntão, depois de nos aquietarmos,

 buscamos a recordação da cena ou e;peri3ncia selecionada. Permita que as emoç0esnegativas associadas emer7am outra vez. &inta sua força, pon$a nelas sua atenção.&omente recon$ecendo estes sentimentos @ que podemos praticar superlos e assim,

aprender a manter a situação sob nova luz. ntão procure dentro de si próprio uma basemais elevada, um lugar do qual possa observar interiormente a si mesmo e a toda asituação. (barque em seu campo de atenção as partes conflitantes do drama e assumaseu lugar como uma testemun$a. ncontre seu camin$o que vai da mentalidade damultidão para o %art$in ut$er ing que $ em voc3. 5e seu novo ponto de vistacontinue a observar a dinmica interior que est em 7ogo na situação.Jicar su7eito = oscilação das emoç0es negativas @ ser cegado. >este estado, nãoconseguimos 7ulgar as forças em 7ogo ou intuir o correto camin$o adiante. %as se deuma outra perspectiva observamos com isenção de nimo, podemos recon$ecer a$istória por trs da ocorr3ncia e a possibilidade que reside al@m da mesma. Podemosdiscernir os fatores que conduziram ao *des#encontro e =s emoç0es negativas. >ão setrata de psicanalisar a si mesmo ou ao outro, mas de apreciar empatica e ob7etivamente acomple;idade e as mAltiplas dimens0es do drama que se est desenrolando. >ão @ umaquestão de certo ou errado, mas de entendimento compassivo. quando c$egamos aeste entendimento, quando falamos e agimos deste lugar dentro de nós, somos maiscapazes de dispersar a turba enraivecida e responder ao ódio com amor.(o praticarmos encontrar um relacionamento correto com os pensamentos esentimentos perturbadores que ocupam nossa vida interior, nós aprendemos a formar

 7ulgamentos e $bitos mentais que nos beneficiam na vida diria. ( reação indignadaque normalmente saltaria de nossos lbios, ou a viol3ncia que poder/amos desfec$arcontra nosso interlocutor @ contida abruptamente. >ós viemos a con$ecer bem a

dinmica perturbadora por t3la e;ercitado interiormente, e agora a versão do mundoreal não nos encontra mais sem guarda e nem desatentos. começa a acontecer quemuito depois de o e;erc/cio ter terminado, seus frutos continuam a aparecer. O simplesato de parar para refletir * contemplar, ponderar#, e depois manter uma atenção ' gentil efirmemente ' nessas dimens0es esquecidas do mundo e de nossas vidas @ um serviçoque prestamos a nós mesmos e aos outros. Moc3 não para a fim de ouvir a criança quevoc3 ama, mesmo estando ocupado? (caso não pode parar a fim de cultivar estesil3ncio interior que @ o verdadeiro lugar de começar?(o vele7armos em alto mar e sermos atingidos por uma tempestade, como reagimos?&implesmente amaldiçoar o vento e as ondas estrondosas seria tanto imaturo quantoineficaz. T muito mel$or aceitar o fato da tempestade, sobre o qual não temos controle,

e voltar nossa atenção para o que podemos controlar, ou se7a, a nós mesmos e aoveleiro. Kuanto de vela dever/amos içar? Kual deveria ser o curso, a carga ' est

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amarrada? as escotil$as, estão fec$adas? ( vida se nos apresenta com tempestades e provaç0es. Jrequentemente não são deliberadamente criadas por nós, mas o modo comolidamos com elas, sim, pode ser. ste e;erc/cio, portanto, não @ destinado a esvaziarnosde emoção, e sim a a7udar a guiarnos atrav@s do alto mar.Cultivamos a equanimidade a fim de encontrar uma abertura para o entendimento e a

reconciliação. 5o ponto de vista do leme ou de um ponto mais elevado podemos muito bem descobrir a insignificante base para nossos ciAmes ou o fundamento ilusório para onosso dese7o. O insigt$ assim obtido não elimina automaticamente este ciAme ou dese7o.

 >ão obstante, foi dado um in/cio ao fato de não nos entregarmos =s nossas emoç0es, esim, deternos para colocar de lado o ego/smo e descobrir o B%artin ut$er ing emnós, tomando o conflito em mãos muito mais generosas. Continuamos convivendo comnossas fragilidades $umanas, mas passamos a falar, a agir e a viver desde um lugarelevado, situado al@m do ego e que podemos denominar de u &ilencioso.Com o tempo, esta prtica pode culminar no nascimento deste self silencioso, quenormalmente @ obscurecido e olvidado. >este espaço contemplativo que então se abreem nós, o ego comum desaparece e nós começamos a atuar a partir do Bnão 'eu. >o

cristianismo isto corresponde = descoberta do Bnão eu, mas Cristo em mim. Isto querdizer que todos os aspectos e;teriores da min$a persona * se;o, profissão, con$ecimentofactual...# passarão, e somente o nãoeu permanecer. T como se mudssemos nossomodo de consci3ncia do centro para a periferia, e ao fazer isso, e;perimentssemos tudode nova maneira. Gm ato ou uma palavra de um terceiro que antes suscitava raiva oumgoa, modificase com o nascimento do não eu. ( raiva pode at@ ser 7ustificada, e nósat@ podemos valorizar o sentimento de ultra7e moral antes de voltarnos em direção aonão eu. Contudo, uma vez nascido em nós, passamos a nos defrontar com nossa raiva ounossas tristezas de modo diferente, tal como ing se defrontou com a multidãoenraivecida. Kuando um golpe potencialmente devastador nos atinge tril$amos umcamin$o em que limpamos as emoç0es destrutivas rumo = generosidade. Comoconsequ3ncia, nossas palavras se originam de uma fonte diversa, que busca oentendimento mAtuo e a reconciliação em vez de vitória. podemos constatar que estemodo de ser acaba por provocar uma resposta similar no opositor. (s pessoas queencontramos começam a descobrirse falando com generosidade incomum. m lugar derispidez, pode surgir respeito mAtuo, e com ele um novo in/cio para um relacionamento.ais mudanças, contudo, não ocorrem da noite para o dia. &omos um meiomarcadamente resistente a modificação. %as se praticarmos este trabal$o interiorconsistentemente ser como diz o poeta $iago de %ello! B>a fogueira do que faço, por amor me queimo inteiro. %as simultneo renasço, para ser barro do son$o e artesão doque serei. Pois somos ao mesmo tempo a pedra dura, o cinzel transformador e as mãos

condutoras do arista. BUenditos são os $omens e as mul$eresKue ultrapassaram sua cobiça puseram fim ao seu ódio não nutrem mais ilus0es.Por@m se alegram com o modo de ser das coisas mant3m seus coraç0es abertos, dia e noite.&ão como rvores plantadas 7unto a rios fluentes que dão frutos quando prontas.&uas fol$as não cairão ou murc$arão.

udo o que fizerem ter 3;ito.&tep$en %itc$el * t$e enlig$tened $eart#

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 Uem, na medida em que conquistamos progressivamente a calma e o bemestar interior,

 podemos dizer que agora temos um ambiente an/mico silencioso no qual podemosintrodu;ir um conteAdo próprio = meditação e para o qual convergir por certo tempotoda a nossa atenção. &e esta base de sil3ncio estivesse ausente, nosso trabal$o posterior 

seria em vão. Por esta razão esta preparação @ essencial. agora depositamos no centroda alma algo que se relaciona com o que tem valor para todos os seres $umanos. GmconteAdo de valor universal, suprapessoal e verdadeiro. Uuscamos o que transcendenossos problemas pessoais, as realidades morais e espirituais que sub7azem a todas ascoisas e seres.endo atravessado o portal da $umildade, encontrado a senda da rever3ncia, cultivado a$igiene interior e dado nascimento ao self silencioso, nós empreendemos a meditação

 propriamente dita. >este estgio a forma pode assumir diversas apresentaç0es! podemosmeditar em imagens simbólicas, em palavras mntricas, em um aprofundamento desentimentos, etc. %as o importante @ que nos manten$amos presentes e totalmenteconcentrados nesta e;peri3ncia interiormente gerada.

B>a meditação nos movemos entre atenção focalizada e atenção aberta. 5edicamos todaa nossa atenção =s palavras individuais do nosso te;to escol$ido, bem como =s imagense significados associados. 5epois nos movemos para o seu mAtuo relacionamento, demodo a vivenciar um organismo pensamental vivo. Permitimos que essa e;peri3ncia seintensifique, mantendo interiormente o comple;o de significados diante de nós. alvez

 precisemos fazer ressoar de novo as palavras, elaborar as imagens, reconstruir ossignificados, e sentir outra vez suas interrelaç0es a fim de persistir e intensificar ae;peri3ncia. (pós um momento de v/vida concentração no conteAdo da meditação, oconteAdo @ liberado. (quilo que foi retido se foi. >ossa atenção se abre. nós

 permanecemos inteiramente presentes. Gm espaço ps/quico interior foi preparadointencionalmente, e nós permanecemos naquele espaço. (guardamos, não come;pectativa, mas em abertura receptiva para acol$er o que possa surgir de dentro dacalma infinita como insig$t ou inspiração. &e uma t/mida, crepuscular e;peri3nciaemerge no espaço que preparamos, nós a saudamos agradecidos.Isto @ como uma esp@cie de respiração cognitiva Primeiro, intencionalmente nosconcentramos em um conteAdo< depois o liberamos *e;piramos# e mantemos nossaatenção aberta. então pode ser que inspiremos algo para dentro da alma, não como ar,mas como luz, como revelação an/mica sob forma de imagem ou de fala interior. Vmedida que respiramos a luz da atenção, pode ser que sintamos uma alteração em nossoestado de consci3ncia. &entimentos de e;pansão e união, movimento e vitalidade podemseguirse. nos sentimos enriquecidos. )egressamos a nós mesmos aprofundados, mais

despertos e reafirmados por nosso contato ou busca de cone;ão com os mist@rios denossa própria ess3ncia divina.&e entramos pelo portal da $umildade para iniciar esta 7ornada, agora @ $ora devoltarmos atrav@s do portal da gratidão. +ostaria de compartil$ar alguns versos que aomenos para mim, traduzem algo da ess3ncia da gratidão!

(+)(5C) )(%>*Uert 9ellinger#(gradecer me torna grande, pois quando agradeço tomo algo de outros ou da vida comoum presente. Isso me enriquece, porque o recebo. (o mesmo tempo, o que receboagradecido não pode ser perdido por mim. O agradecimento me permite conservlo e

aumentlo. le atua como o sol e a c$uva morna atuam sobre uma planta 7ovem. lafloresce.

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(gradecer significa!omar o que me @ dado,&egurlo nas mãos,(col$3lo dentro de mim,m meu coração,

(t@ que percebo internamente!(gora @ parte de mim.(gradecer tamb@m @!(plicar o que me foi dado e se tornou uma parte de mim

 >uma ação que permita a outros(lcançar tamb@mO que me enriqueceu.&ó então o que me foi dado(lcança sua plenitude. CONSIDERAÇÕES FINAISmbora a vida meditativa se7a muito individual e por isso diferente para cada pessoa,elementos c$aves podem ser observados e recon$ecidos como comuns = grande maioria.alvez estes que abordamos se7am alguns deles. Importante seria acrescentar que nocamin$o de autodesenvolvimento consciente como proposto pela Ci3ncia spiritual(ntroposófica, certas categorias de e;erc/cios meditativos são especialmenteimportantes para estimular determinadas aquisiç0es de con$ecimentos superioresconforme os vrios graus de cognição. (ssim, a meditação com imagens erepresentaç0es simbólicas @ especialmente indicada para o desenvolvimento daimaginação, que nos pode despertar os ol$os espirituais. O trabal$o com os te;tosmntricos, como por e;emplo os do calendrio da alma, são particularmente indicadoscomo est/mulo = inspiração que se obtem mediante a transformação do nosso sentir efacultanos uma audição interior, a percepção da palavra * verbo interior# oculta nascoisas e seres. finalmente, e;erc/cios como os da retrospectiva em suas mais variadasformas, na medida em que fortificam e transformam a vontade, estimulamespecialmente o desenvolvimento da intuição.Por@m, se a prtica meditativa pode levar ao desenvolvimento de certas faculdades de

 percepção superior, isto não garante que o meditante possuir automaticamente umenobrecimento moral ou que praticar uma vida @tica. Para isso $ que cuidar da

 purificação do próprio carter atrav@s dos assim c$amados e;erc/cios complementaresou colaterais. Colaterais porque deveriam ser praticados ao lado, paralelamente aosoutros 7 mencionados, e complementares porque balanceiam e equilibram a atuação e

efeitos dos primeiros e;erc/cios, que de outra forma, seriam sentidos como unilaterais.les são de e;trema importncia para a saAde espiritual do aspirante ao con$ecimentosuperior e deveriam ser tanto ou mais praticados como parte deste camin$o de autodesenvolvimento consciente. les são descritos inicialmente na obra de )udolf &teiner BComo (dquirirCon$ecimentos dos %undos &uperiorese não deveriam 7amais ser esquecidos.speramos que esta introdução possa encora7ar a todos = prtica meditativa e = buscaespiritual adequada aos nossos tempos.  APÊNDICEMersos dadaos por &teiner para esta @poca de %ic$ael

 Para noite!

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Carrego meu pesar ao sol poente,Coloco min$as preocupaç0es em teu colo resplandecentePurificadas em ua luz eransformadas por eu (mor Kue elas me retornem

Como pensamentos que au;iliemComo forças para um agir alegre5isposto ao sacrif/cio Para man$ã!O$ %ic$aelV tua proteção eu me encomendoV tua direção eu me uno( partir da força do meu coraçãoKue este dia se torne imagem5a tua vontade

Kue ordena o destino.