Interview With a Teacher

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1. Na verdade, a minha formação é em matemática. Mas chegou uma fase da minha vida que eu não quis mais trabalha com ensino fundamental. Por volta de 2009, eu cansei do fundamental e procurei alguma coisa na área de exatas. Porém matemática para ensino médio tinha uma certa saturação. Então optei por cursar biologia, mas não gostei. Dentro da biologia tinha química e adaptei-me melhor em química, eu fui fazer o curso de química na época na FURB, eu eliminei as matérias que já tinha feito em matemática, e fiz só as matérias especificas do curso, agora, eu tive que me obrigar a fazer algumas que mudaram na grade, que depois de 20 anos mudou muita coisa na licenciatura, então teve algumas que eu tive que fazer e ai eu optei por química. E a química sempre foi uma paixão que nasceu do dia pra noite mesmo, porque no momento que eu tive a primeira aula de bioquímica lá na faculdade de biologia, foi aonde eu desisti da biologia e passei pra química. No caso é minha segunda licenciatura a química.

2. A minha formação então, eu sou como sempre a mais velha da turma, começa por ai, não tive ainda uma turma, não mentira (erro), teve uma matéria que eu fiz que foi pesquisa em educação que eu fiz com uma senhora, minha chara Márcia também, é um pouquinho mais velha ela é uma médica que estava fazendo com agente licenciatura também, em outra área, no caso dela biologia. Mas assim eu gosto muito da vida acadêmica, pra mim é um prazer, principalmente ta no laboratório, é uma prática assim que eu como estudante de escola pública eu não tive, então pra mim é muito legal ta em laboratório, eu gosto das matérias especificas, é muito bom poder fazer matéria especifica. Sou muito contente, bem atendida dentro da universidade, gosto dessa ambiente. E optei agora pelo mestrado eu vou fazer mestrado em ciências, a minha orientadora professora Vera, vou fazer na FURB também, não por nenhuma particularidade, mas pelas facilidades que eu tenho lá em termos de bolsa como ex-aluno e tudo. Eu não fiz pós-graduação, não tenho nem em matemática. Optei em ir direto pro mestrado, eu faço ali mestrado em ciências que ai abrange tanto química quanto matemática.

3. Olha, não, diretamente literário associados à química não. Agente vê muito seriado, tudo que tem de filme, de seriado agente assisti bastante. Na matemática sim, lembro de um dos primeiro livros que eu li foi a história de (John nesche), que um matemático esquizofrênico, ganhou o premio Nobel em economia e tal, mas a gente procura muita coisa assim na área. Hoje tem muita essa opção, a vinte anos atrás quando eu fiz matemática, a gente buscava mais a questão de literatura, li muita coisa na área da física, na área da física eu li bastante coisa, me interessa também, ainda quero ter tempo um dia de fazer faculdade de física. mas na área da química não, sou bem honesta em dizer que não, mais mesmo na TV, internet e tal.

4. Eu to concluindo o meu ????, em termos de licenciatura é muito bom, porque todo ano só tem eu, na nossa décima sexta gerencia aqui, nós somos em 4, eu, oritz barron, a michelli e a isolete? (duvida), agora não me lembro o nome, mas somente mais uma professora que da aula no Araujo. Então nós temos muitas vagas a disposição, a abertura de novos cursos universitários é por isso que fui atrás do mestrado, ta muito grande aqui na nossa região. Tão abrindo muitos cursos em engenharias, vários cursos da área, de biológica, tem a química também. Então eu acredito na área de licenciatura o campo ta em aberto, é só a pessoa corre atrás.

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5. Como professora há 14 anos, como professora de química há quatro anos. Meu segundo ano aqui no Feliciano Pires. Não, aqui eu ainda não sou efetiva, porque a vaga aqui pertence ao seu Valmir, ele deve se aposentar nos próximos anos aqui, um ou dois anos ainda, e através de concurso público é a efetivação. Eu vou fazer também o concurso a hora que sair a abertura do concurso do IFSC, porque deve sair uma turma de química, e eu vou me candidatar. Prefiro pegar a vaga de professor de química, senão eu pego a vaga de professor de matemática.

6. Eu trabalho unicamente com ensino médio, e na nossa escola nós temos o privilégio de ter um laboratório, que inclusive esse ano foi liberado uma verba para gente para compra de material, o Enzo deve ta lembrado que ano passado agente só tinha coisa vencida lá, se bem que dá pra usa, então assim eu procuro dividi minhas aulas entre teóricas e práticas. A prática ela é pouca, claro, porque nós temos apenas duas aulas semanais, no diurno, no matutino e vespertino são aulas de 45 minutos então a gente tem que maximizar um pouco as coisas ali. A noite é um pouco mais complicado, as aulas são mais curtas, nós chegamos a ter aula de 38 minutos, isso atrapalha bastante. Mas eu trabalho todas as manhãs, duas tardes e duas noites, e todo ensino médio do Feliciano hoje passa por mim. Eu procuro fazer formas diferenciadas de avaliação, esse ano inclusive eu desenvolvi um projeto através de criações de blogs com os alunos para fazer os registros da aula de química, foi uma coisa que teve uma reação legal, espero do ano que vem até tenha um crescimento nisso, eu desenvolvi isso com os segundos e terceiros anos, nós temos hoje 56 blogs de alunos do Feliciano Pires funcionando e divulgando o material de química, da aula.

7. Negativamente sempre a parte burocrática, a gente fica amarrado muitas vezes na burocracia, tu não tens tempo para planejamento de aulas, isso no estado e isso é uma luta da classe, de sempre procurar ter um pouco mais de tempo para organizar melhor as aulas, para ser um profissional mais disposto, então negativamente sempre isso, essa questão da falta de tempo e do excesso de burocracia, então a gente tem muita papelada, muita coisa desnecessária, cobrasse muito fácil o fato de se usar as tecnologias, mas não se disponibilizam essas tecnologias para gente, dentro da escola pública. De positivo, o principal, positivo é sempre isso, ver um aluno que ta continuando, ainda que alguns não sigam diretamente minha área de exatas, mas ver um aluno que continua a se educar isso é muito legal de se ver, participa às vezes até das realizações, a gente é convidado pra formatura a nível universitário, então tu vê uma pessoa que passo ali por você e que ta continuando, que ta buscando e que vai achar o seu lugar no mundo e sua forma de colaborar com a sociedade, então isso é muito legal. No dia a dia, uma gratificação legal é quando você está em uma sala de aula e um de se cria uma discussão em cima de um assunto que você levou ali pra sala ou que ate um aluno trouxe e que aquilo é transformado em aprendizado, tanto pra mim como professor quanto para o aluno, para o estudante, então isso também é uma situação muito positiva. Nós tivemos alguns momentos que pra mim são marcantes, que são quando nós fazemos viagens, momentos de estudos, agora em setembro mesmo nós tivemos um momento muito interessante, porque eu tinha recém trabalho oxirredução com o segundo ano, e fizemos aulas práticas inclusive, e nós fomos pra São Paulo, estávamos visitando o centro de São Paulo e tem uma igreja que toda a cúpula dela, que é de metal, ela ta totalmente oxidada, então ela é toda verde, e

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aquilo quando eles viram começaram a gritar do ônibus “olha lá professora, ta tudo oxidado, ta tudo oxidado”, são momentos assim que eu nunca ia achar que iam lembrar a aula de química naquele momento, e ali eles estavam lembrando, então esses momentos assim são muito gratificantes.

8. Eu entendo sempre que a educação básica, eu falo isso até pro meus alunos, que o normal é a gente ensinar, o objetivo meu pelo menos é ensinar o quanto eu puder dentro daquela disciplina, não no sentido de torna ninguém um químico, mas num sentido dele ter uma cultura mínima sobre o que é química, que vai proporcionar ele depois pode se decidir qual rumo ele quer dar pra vida dele, então como um todo o ensino médio eu vejo dessa forma, uma maneira de você adquirir vários saberes de forma mínima pra poder lá na frente se decidir qual campo você quer seguir.

9. No ensino médio, meu objetivo, meu planejamento é no caso colocar química como parte do dia a dia do aluno, fazer ele percebe que a matéria de exatas é o boi da cara preta que vai assusta ele de noite, muito pelo contrário, ta ali no dia a dia, tu só respira porque tem uma função química dentro do teu corpo fazendo isso por você, vamos dizer assim, eu tento fazer isso, trazer a química pro dia a dia do aluno, é meu principal objetivo.

10. Niels Bohr, quando você olha a história dele, e a forma com que ele fez as descobertas e também a forma com que ele teve a delicadeza de acrescentar algumas dessas descobertas dele aos pensamentos de Rutherford, eu acho interessante, porque a maioria vinha e simplesmente descartava tudo, então ele não fez isso, ele não tento aparecer só ele, ele tentou sempre colocar a idéia dele como um complemento. Ele fez assim descobertas fantásticas, que ele podia ter tomado tudo pra si, e ele naquilo que eu conheço dele, ele não fez isso. Ele simplesmente colocava pro mundo e aplicava de uma forma respeitando o que já tinha vindo anterior a ele. Pra mim Niels Bohr é “top of the top” dos químicos e físicos.

11. Não particularmente, eu penso muito no sentido de avaliação, ai entra um pouquinho de “Perno”, mas de forma pedagógica, o conhecimento da gente é um pouco curto, mas um pouquinho deste sentido: eu tenho que avaliar todos os saberes, eu não posso avaliar de forma igual cada aluno. Então eu avalio cada aluno da maneira com que ele se apresenta.

12. Isso é uma coisa que nós estamos tentando trabalhar interdisciplinar, tem sido uma luta constante. Principalmente, como vou dar um exemplo, neste momento que nós estamos trabalhando química dos alimentos com o primeiro ano, então isso já se relaciona diretamente com a biologia, procuro relacionar também a filosofia, a sociologia e linguagens, LPL, por quê a forma como nós nos comunicamos vem de todo um contexto social como a gente vive. Então eu procuro dar pra eles a parte prática da química, o do porque aquele elemento faz isso faz aquilo e tal, e ao mesmo tempo busca o que na mídia, ai a gente entra na questão da linguagem na mídia porque você é incentivada a esse ou aquele outro alimento e ao mesmo tempo a gente já une com o professor de educação física a importância da boa alimentação e aquela coisa toda. Dá pra busca, não precisa compartimenta, da pra busca, o que às vezes a gente tem dificuldade e porque ainda existe dentro da escola uma resistência ao trabalho interdisciplinar, mas que dá pra contextualiza química em diversas disciplinas dá.

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13. 14.O maior desafio, eu acho, que não é nem na química, é geral, são as tecnologias. Nosso aluno é apaixonado pelo celular e os diversos meios sociais, então o maior desafio foi acolhe essa tecnologia dentro da sala, por isso até desenvolvi o projeto dos blogs. Com o blog o aluno está autorizado a usar o celular, pra gravar a aula, fotografa a aula, pra registra a aula e depois ele vai ter que me apresenta isso de alguma forma. Mas ainda sim, eu acho um desafio, porque você está brigando com o imediatismo. E a química eu digo sempre para eles, principalmente o primeiro ano eu uso muito isso, praticamente um ato de fé, no primeiro ano, eu falo e eles acreditam não tem como provar (risos), cadê o átomo pra eu mostra para eles, sendo que a gente não tem como visualizar isso, tu mostra uma distribuição eletrônica e ele fica ali “mas do que ela ta falando” , então principalmente essa coisa da visualização, o nosso adolescente é visual, ele é tátil e não dá pra fazer nada disso. Eu coloco sempre essa questão, que a química é um ato de fé, eu falo e eles acreditam e não muito como prova aquilo. Quando a gente entra na área experimental de ligações químicas, de reações, é mais fácil, porque tu consegue fazer as experiências e ele ta vendo, liberação de gás, liberação de calor, torna mais fácil, mas enquanto ta no mundo das ideais é bem complicado.

14. 15. Eu acho que principalmente o professor, ele não pode perder a sua postura de acadêmico, ele tem que saber se coloca como acadêmico, como estudante que ele foi, mas principalmente ele tem que saber se colocar no lugar do aluno, olha o ponto de vista do aluno. Se eu não consigo olha o ponto de vista do meu aluno eu não consigo fala com ele, e ele não consegue ouvir o que eu quero disser também, então se torna bastante difícil.