Interpreterpretação exames laboratoriais pratica nutrição clinica

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7/21/2019 Interpreterpretação exames laboratoriais pratica nutrição clinica http://slidepdf.com/reader/full/interpreterpretacao-exames-laboratoriais-pratica-nutricao-clinica 1/6  Interpretação de Exames Laboratoriais na Pratica da Nutrição Clinica O nutricionista pode pedir exames laboratoriais a seus pacientes? Sim. De acordo com a Resolução do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) número 306/2003 e com a Lei número 8.234, de 17 de setembro de 1991, o nutricionista pode solicitar exames laboratoriais necessários à avaliação, à prescrição e ao acompanhamento da evolução nutricional do cliente-paciente. Porém, segundo o CFN, o nutricionista deverá considerar o cliente-paciente globalmente, respeitando suas condições clínicas, individuais, socioeconômicas e religiosas, desenvolvendo a assistência integrada junto à equipe multiprofissional; considerar diagnósticos, laudos e pareceres dos demais membros da equipe multiprofissional, definindo com estes, sempre que pertinente, outros exames laboratoriais; respeitar os princípios da bioética; solicitar exames laboratoriais cujos métodos e técnicas tenham sido aprovados cientificamente. Exames para gravidez http://www.gravidaemcampinas.com.br/gravidez/durante-a-gravidez/exames-da- gravida/exames-laboratoriais/ Por que pedir exames laboratoriais? - Descoberta de uma doença oculta - Prevenção de doenças, às vezes irreparáveis (fenilcetonúria) - Diagnóstico precoce após aparição dos sintomas - Diagnóstico diferencial entre várias doenças (sintomas parecidos) - Determinação da evolução de uma patologia - Avaliação do efeito terapêutico Fatores que podem interferir na interpretação correta dos exames   Nenhum exame único é diagnóstico. Combinar os exames bioquímicos com os  parâmetros antropométricos e ingestão nutricional são fundamentais para avaliar o estado do individuo.  Idade, sexo, estado fisiológico e condições ambientais.  Fatores não nutricionais, como estresse, injuria e drogas.  A não observância do paciente quanto aos requisitos necessários a coleta dos exames (ex: não seguir horário definido para se manter em jejum). Exames laboratoriais 1. Hemograma 1.1. Hemoglobina – Hb (responsável pelo transporte de oxigênio por todo o organismo) Valores de referência (variações entre laboratórios) Homem: 13 a 18 g/dl

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Interpretação de Exames Laboratoriais na Pratica da Nutrição Clinica

O nutricionista pode pedir exames laboratoriais a seus pacientes?

Sim. De acordo com a Resolução do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) número

306/2003 e com a Lei número 8.234, de 17 de setembro de 1991, o nutricionista podesolicitar exames laboratoriais necessários à avaliação, à prescrição e aoacompanhamento da evolução nutricional do cliente-paciente.

Porém, segundo o CFN, o nutricionista deverá considerar o cliente-pacienteglobalmente, respeitando suas condições clínicas, individuais, socioeconômicas ereligiosas, desenvolvendo a assistência integrada junto à equipe multiprofissional;considerar diagnósticos, laudos e pareceres dos demais membros da equipemultiprofissional, definindo com estes, sempre que pertinente, outros exameslaboratoriais; respeitar os princípios da bioética; solicitar exames laboratoriais cujosmétodos e técnicas tenham sido aprovados cientificamente.

Exames para gravidezhttp://www.gravidaemcampinas.com.br/gravidez/durante-a-gravidez/exames-da-gravida/exames-laboratoriais/

Por que pedir exames laboratoriais?

- Descoberta de uma doença oculta- Prevenção de doenças, às vezes irreparáveis (fenilcetonúria)- Diagnóstico precoce após aparição dos sintomas- Diagnóstico diferencial entre várias doenças (sintomas parecidos)- Determinação da evolução de uma patologia- Avaliação do efeito terapêutico

Fatores que podem interferir na interpretação correta dos exames

   Nenhum exame único é diagnóstico. Combinar os exames bioquímicos com os parâmetros antropométricos e ingestão nutricional são fundamentais para avaliaro estado do individuo.

  Idade, sexo, estado fisiológico e condições ambientais.  Fatores não nutricionais, como estresse, injuria e drogas.  A não observância do paciente quanto aos requisitos necessários a coleta dos

exames (ex: não seguir horário definido para se manter em jejum).

Exames laboratoriais

1. Hemograma

1.1. Hemoglobina – Hb (responsável pelo transporte de oxigênio por todo o organismo)

Valores de referência (variações entre laboratórios)Homem:

 

13 a 18 g/dl

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 Mulher: 12 a 16 g/dlCriança: 10,9 a 14 g/dl

Baixa: Anemia, condição que pode ter diversas causas. A causa mais conhecida é adeficiência de ferro, mas outras causas incluem a perda de sangue, a incapacidade de

 produzir de glóbulos vermelhos, ou a destruição dessas células. Também no

hipertireioidismo, cirrose, leucemia, lúpus.Alta: Pode predispor à obstrução dos vasos sanguíneos, distúrbios como o AVC(derrame), ataques cardíacos, queimaduras severas, DPOC, desidratação.

1.2. Hemoglobina glicosilada – HbA1C (índice de controle da glicose a longo prazo,em casos de diabetes)

Valores de referência: 5 a 7,5% (% de Hb ligada a glicose)

Baixa: Gestação, anemia falciformeAlta: Diabetes Mellitus mal controlado/ recém diagnosticado.Diabetes bem controlado: < 9%

Diabetes mal controlado: >12%Controle regular: 9 a 12 %

1.3. Hematócrito – Hct (importante no estudo das anemias)

Valores de referênciaHomem:

 

40 a 53 %Mulher: 35 a 47 %Criança: 33.4 a 44.5 %

Baixo: Anemia (<30%), perda sanguínea, hemólise, leucemia, hipertireoidismo, cirroseAlto: Desidratação, choque

1.4. Leucócitos (células de defesa do organismo)

Valores de referência: 3.500 a 10.500/mm3

Baixo: Leucopenia, algumas infecções virais, quimioterapia, radiação, depressão damedula óssea.Alto: Leucocitose, na leucemia, infecção bacteriana, hemorragia, trauma, câncer.

  Monócitos (0 a 12% ou 90 a 900/mm3)Baixa: Tuberculose, colite ulcerativa, leucemia monocítica aguda, febre, artritereumatoide.Alta: Anemias plásticas

  Linfócitos (20 a 50% ou 1500 a 5000/mm3)Baixa: Infecções e enfermidades agudas, lúpus, anemias aplásticasAlta: Hepatite viral, toxoplasmose, rubéola, infecção aguda por HIV, leucemialinfocítica crônica e aguda

  Basófilos (0 a 2% ou 0 a 200/mm3)

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 Baixa: Hipertireoidismo, gestação, estresse, infecção aguda, síndrome de CushingAlta: Colite ulcerativa, sinusite crônica, nefrose, anemias hemolíticas crônicas  Eosinófilos (0 a 5% ou 50 a 500/mm3)

Baixa: Eclâmpsia, grandes cirurgias, choqueAlta: Asma brônquica, urticária, infecções parasitarias, leucemia mieloide crônica,anemia perniciosa, doença de Rodkin, neoplasias malignas, irradiação, artrite

reumatoide, tuberculose.

  Neutrófilos (40 a 80% ou 1800 a 8000/mm3)Baixa: Infecções, anemia aplástica, leucemias agudas, anemia megaloplástica,anemia ferropriva, hipotireoidismo, cirrose.Alta: infecções, desordens inflamatórias (artrite reumatoide, infarto do miocárdio,gota, pancreatite, colite, peritonite, nefrite), diabetes mellitus, uremia, eclampsia,necrose hepática, leucemia mieloide crônica, anemias hemolíticas, hemorragias.Queimaduras, gestação, choque elétrico, neoplasias malignas.

2. Bioquímicos

2.1. Ferro (Fe)

Valores de referência:Homem: 65 a 175 mg/dlMulher: 50 a 170 mg/dlCriança: 40 a 12 mg/dl

Baixa: Na anemia ferropriva, doenças crônicas (artrite reumatoide), hemorragia,desnutrição, acloridia, infecções, doença hepática, cirurgia, infarto do miocárdio.Alta: Na ingestão excessiva de ferro, anemias hemolíticas, doença hepática, uso deestrogênio.

2.2 Ferritina

Valores de referência:Homem: 15 a 200 ng/mlMulher: 12 a 150 ng/ml

Baixa: Na anemia por deficiência de FerroAlta: Nas doenças inflamatórias, IRC, hepatite, sobrecarga de Ferro.

2.3 Proteínas totais (PT)

Valores de referência: 6,0 a 8,0 g/dl

Baixa: Na deficiência proteica, doença hepática severa, desnutrição, diarreia,queimaduras severas ou infecção, edema, síndrome nefrótica.Alta: Na desidratação, doenças que aumentam a globulina.

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 2.4. Albumina (Alb)

Valores de referência: 3,5 a 5,0 g/dl

Baixa: Em edema, doença hepática, má absorção, diarreia, queimadura, eclâmpsia, IRC,desnutrição, estresse, hiper-hidratação, câncer, gestação, envelhecimento, síndrome

nefrótica.Desnutrição proteica: Leve = 3,0 a 3,4 g/dl

Moderada = 2,1 a 3,0 g/dl

Severa = < 2,0 g/dlAlta: Na desidratação, choque

2.5. Pré-albumina (Melhor indicador de mudanças nutricionais que a albumina)

Valores de referência: 15 a 40 mg/dl (valor não afetado pela deficiência de ferro)

Baixa: Em estados catabólicos agudos, doença hepática, estresse, infecção, cirurgia,desnutrição, ingestão proteica baixa.

Desnutrição proteica: Leve = 10 a 15 mg/dlModerada = 5 a 10 mg/dl

Severa = < 5 mg/dl

Alta: Na insuficiência renal, doença de Rodkin

2.6. Creatinina (Creat)

Valores de referência:Homem: 0,6 a 1,2 mg/dlMulher: 0,6 a 1,1 mg/dlCriança: 0,3 a 1,0 mg/dl

Baixa: Na gestação, com a diminuição da massa muscularAlta: Na IRA e IRC, dano muscular, hipertireoidismo, com o aumento da massamuscular, privação alimentar prolongada, acidose diabética, ingestão excessiva decarne, gigantismo, acromegalia.

2.7. Glicose (jejum)

Valores de referência: 60 a 99 mg/dl

Baixa: Na overdose de insulina, carcinoma de pâncreas, sepse bacteriana,hipotireoidismo, doença hepática, abuso de álcool, privação alimentar prolongada,exercício extenuante, pancreatite, drogas hipoglicemiantes orais, desnutrição.

Alta: Diabetes, deficiência de tiamina, infecções severas, pancreatite, doença hepáticacrônica, inatividade física prolongada, desnutrição crônica, deficiência de potássio,algumas drogas (corticoides, doses elevadas de anti-hipertensivo, ciclosporina).

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 2.8. Ureia

Valores de referência:Adulto: 13 a 45 mg/dlCriança: 10 a 40 mg/dl

Baixa: Na insuficiência hepática, desnutrição, má absorção, gestação.Alta: Na insuficiência renal, choque, desidratação, infecção, diabetes, gota crônica,ingestão/catabolismo proteico excessivo, infarto do miocárdio.

2.9. Acido úrico

Valores de referência:Homem: 4,0 a 8,5 mg/dlMulher: 2,7 a 7,3 mg/dl

Baixa: Com drogas antigota, câncer.Alta: Na insuficiência renal, gota, anorexia, leucemias, doença infecciosa aguda, câncer

metastático, eclampsia severa, choque, cetose diabética, acidose metabólica, intoxicação por chumbo, estresse, alcoolismo, exercício vigoroso, psoríase, hiperuricemiaassintomática.

2.10. TSH / T4 / T3

Valores de referência:TSH: 0,5 a 5,0 micro UI/MLT4: 5,5 a 12,5 mg/dlT3: 80 a 200 ng/dl

Baixos: Hipertireoidismo, terapia com hormônio da tireoide, gestação, hepatite

(primeiras quatro semanas – T4) uso de estrogênio (T4).Altos: Hipotireoidismo, (nefrose, cirrose, desnutrição, hipoproteinemia –T4)

3. Perfil Lipídico

3.1. Colesterol total

Valores de referência:De 2 a 19 anos = Desejável < 170 mg/dl

Aceitável 170 a 199 mg/dlAumentado ≥ 200 mg/dl

Adultos = Ótimo < 200 mg/dlLimítrofe 200 a 239 mg/dlAlto ≥ 240 mg/dl

Baixo: Na má absorção, desnutrição, necrose hepatocelular, estresse, anemia, sepse,neoplasia maligna do fígado, hipertireoidismo, queimaduras, extensas, DPOC, artritereumatoide, anemia megaloblástica, talassemia.

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 Alto: Na hiperlipidemia, diabetes, hipotireoidismo, obesidade, dieta com excesso degordura. Fator de risco severo para doença cardiovascular.

3.2. Colesterol HDL (lipoproteína de alta densidade)

Valores de referência:

2 a 10 anos = Desejável ≥ 40mg/dl10 a 19 anos = Desejável ≥ 35 mg/dlAdultos = Baixo < 40mg/dl

Desejável > 40 mg/dl

Baixo: Na privação alimentar prolongada, obesidade, doença hepática, diabetes,hipertireoidismo, tabagismo.Desejável: Em exercício regular e extenuante, terapia com estrogênio ou insulina,ingestão moderada de álcool.

3.3. Colesterol LDL / VLDL

Valores de referência:VLDL: ate 40 mg/dlLDL: 2 a 19 anos = Desejável < 110 mg/dl

Aceitável 110 a 129 mg/dlAumentado ≥ 130 mg/dl

Adultos = Ótimo < 100 mg/dlDesejável 100 a 129 mg/dlLimítrofe 130 a 159 mg/dlAlto 160 a 189 mg/dlMuito alto ≥ 190 mg/dl

3.4. Triglicérides (Tg) – Jejum

Valores de referência: ( Baixo < 10 mg/dl)Menor de 10 anos = Desejável ≤ 100mg/dl

Aumentado > 100 mg/dl10 a 19 anos = Desejável ≤ 130mg/dl

Aumentado >130mg/dlAdultos = Ótimo < 150 mg/dl

Limítrofe 150 a 200 mg/dlAlto 201 a 499 mg/dlMuito alto ≥ 500 mg/dl

Baixo: Em desnutrição, síndrome de má absorção, hipertireoidismo, DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica).Alto: hiperlipidemias, doença hepática, pancreatite, diabetes mal controlado,hipotireoidismo, infarto do miocárdio, alcoolismo, ingestão alta de açúcar e/ou gordura.