Insurtos: Estratégias para a composição coreográfica

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE ARTES E HUMANIDADES CURSO DE DANÇA Gulnare de Oliveira Ramos Martins e Mendonça “Insurtos: Estratégias para a composição coreográfica” Viçosa 2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE ARTES E HUMANIDADES CURSO DE DANÇA

Gulnare de Oliveira Ramos Martins e Mendonça

“Insurtos: Estratégias para a composição coreográfica”

Viçosa

2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE ARTES E HUMANIDADES CURSO DE DANÇA

Gulnare de Oliveira Ramos Martins e Mendonça

“Insurtos: Estratégias para a composição coreográfica”

Monografia apresentada para a

obtenção do Título de Bacharel e

Licenciatura em Dança.

Orientadora: Solange Pimentel Caldeira

Viçosa

2009

3

Gulnare de Oliveira Ramos Martins e Mendonça

“Insurtos: Estratégias para a composição coreográfica”

COMISSÃO EXAMINADORA

____________________________________________________

Profa. Solange Pimentel Caldeira

(Orientadora – Professora Doutora do Curso de Dança do Departamento de

Artes e Humanidades e Letras)

_____________________________________________________

Profa. Laura Pronsato

(Professora Mestre do Curso de Dança do Departamento de Artes e Humanidades

e Letras)

_____________________________________________________

Profa. Maristela Moura e Silva Lima

(Professora Doutora do Curso de Dança do Departamento de Artes e

Humanidades e Letras)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiro a Deus que iluminou e guiou meu caminho até aqui sempre

me dando discernimento, perseverança, paciência e força. Muita força.

Agradeço à minha mãe que iniciou meu caminho estudantil como minha

primeira professora que me ensinou a ler e escrever. E ao meu pai, que mesmo tantas

vezes ausente por causa do trabalho, esteve sempre presente. Agradeço principalmente

aos dois por acreditarem em mim, no meu sonho, na minha arte, na minha dança.

Também por todo o amor, carinho, apoio e confiança.

Agradeço às minhas irmãs, pelo companheirismo, cumplicidade, amizade e por

também acreditarem em mim. Agradeço a essas quatro pessoas em conjunto por serem a

minha família. E por sempre terem agido assim. Eu não seria ninguém sem vocês!

Agradeço a toda a minha família pelo amor, carinho e apoio. Em especial à

minha vovó Gulnare, que me cedeu o nome e, tenho certeza, a força, que sempre esteve

presente no início da minha vida como bailarina, mas que não pode presenciar este.

Agradeço ao meu amor por toda a paciência, compreensão, carinho e colo neste

ano tão enlouquecido que se passou.

Às minhas amigas de Vitória por entenderem a ausência e mesmo tão longe

estarem sempre por perto e prontas a ajudar.

À Ló com quem dividi grande parte da minha vida universitária. Pelas noites

fazendo trabalho, pelas guloseimas, por Friends e todas as nossas bobeiras.

À minha filhote Carol que dividiu comigo esses últimos meses de graduação.

Por toda a palhaçada, pela companhia, pelas conversas, pela cantoria, pelo João Vitor

gostoso e especialmente pelos ótimos almoços.

À Mari Leite por ter sido minha mãe, cuidado de mim direitinho e me mostrado

os caminhos da Dança de Salão. Também pelo forró e os vários outros lugares

interessantes a que me levou.

Aos companheiros de FORÇA, PERSISTÊNCIA E INSISTÊNCIA. Ale, Ari,

Dani, Ló e Mari. Por acreditarem em nós mesmos. Pelo companheirismo e pelo trabalho

lindo que construímos!

À Lidi e à Mi que participaram do início da caminhada do TCI e ajudaram.

Às meninas da Dança 2005 Ari, Carlinha, Dani, Gabi, Lidi, Liu, Ló, Mari, Mi e

Pat e à Geo que virou agregada da turma, por terem sido minha família de Viçosa.

Agradeço ainda à minha turma por todos as aulas assistidas e dadas; pelos

5

trabalhos; pelas horas de DCE; pelas festas; pelas confraternizações; pelos espetáculos;

pelos sorrisos; pelas gargalhadas; pelas gritarias; pelas brincadeiras; pelas palhaçadas;

pelas zoações; pelas lágrimas; pelos abraços; pela união; pelas massagens; pelas

lágrimas... Enfim, por todas essas vivências. Por terem feito esses últimos 4 anos e meio

tão especiais e lindos. E agora por toda essa SAUDADE que vou sentir.

Aos professores que passaram pela minha vida acadêmica, principalmente às

professoras da Dança tanto pela ajuda como pelos obstáculos, que só fizeram fortalecer.

E em especial à Solange Caldeira pela orientação tanto na parte prática como na teórica

do TCI e por todas as vezes que acreditou em nós. Agradeço ainda pela paciência com

todas as minhas “vírgulas” durante minha escrita.

Por fim, agradeço à cidade de Viçosa pelo acolhimento, por ter feito de mim o

que sou hoje e pela inspiração.

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MENDONÇA, Gulnare de O. R. Martins e. Insurtos: Estratégias para a composição

coreográfica. Viçosa, Minas Gerais, 2009.

RESUMO O objetivo desta pesquisa foi descrever as estratégias usadas para a composição coreográfica do espetáculo Insurtos, criado e produzido para a conclusão do Curso de Dança da Universidade Federal de Viçosa. Para tal fez-se um diário de bordo durante encontros para o desenvolvimento do tema do espetáculo e a criação da composição coreográfica. Foi feita também uma revisão de literatura sobre o assunto. Esta pesquisa mostrou-se relevante para saber-se melhor sobre o que levou o artista à criação e demonstrou o quanto o processo de criação de uma composição coreográfica foi importante no resultado do produto final. Palavras-chave: Composição coreográfica – Estratégias para composição coreográfica – Laboratório de movimentos – Processo criativo.

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MENDONÇA, Gulnare de O. R. Martins e. Insurtos: Choreographic composition

strategies. Viçosa, Minas Gerais, 2009.

ABSTRACT This research aimed is to describe the strategies used in the choreography composition of Insurtos, a concert created and produced in order to graduate in Dance at the Federal University of Viçosa. In order to developed this research, it was made a log book in every meeting in which was developed the spectacle theme and its choreographic process. It was also done a development about the subject. This research is relevant to know better about what leads the artist to creation and also to show how much the creative process of the composition choreographic it is important in the results of the final product. Key words: Choreographic composition – Choreographic composition strategies – Moving laboratory – Creative process.

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SUMÁRIO

Pg.

1. A PRODUÇÃO ARTÍSTICA...................................................................................10

1.1.Introdução....................................................................................................10

1.1.1. Da conclusão de curso – Monografia ou TCI?..........................10

1.1.2. A escolha do tema.........................................................................10

1.1.3 Elementos da criação do Espetáculo...........................................11

1.2. Objetivos......................................................................................................12

1.2.1. Geral..............................................................................................12

1.2.2. Específicos.....................................................................................12

1.3. Justificativa..................................................................................................13

1.3.1. Formato escolhido........................................................................13

1.3.2. Temática abordada......................................................................13

1.4. Metodologia.................................................................................................14

2. O INÍCIO: BUSCANDO UM TEMA......................................................................14

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................18

3.1. Composição coreográfica...........................................................................18

3.2. Lenda urbana..............................................................................................19

4. O CAMINHO.............................................................................................................19

5. CRIAÇÃO DAS CENAS...........................................................................................24

5.1. Cena 1 – No Universo Paralelo... ..............................................................24

5.2. Cena 2 – Nem tudo é o que parece............................................................26

5.3. Cena 3 – Ondas...........................................................................................27

5.4. Cena 4 – À flor da pele...............................................................................28

5.5. Cena 5 – Antes do tempo............................................................................29

5.6. Cena 6 – Não durma esta noite..................................................................30

5.7. Cena 7 – Sem limites – A cena final..........................................................32

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................33

7. REFERÊNCIAS.........................................................................................................75

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO I........................................................................................................................34

ANEXO II.......................................................................................................................59

ANEXO III.....................................................................................................................71

ANEXO IV.....................................................................................................................74

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1. A PRODUÇÃO ARTÍSTICA

1.1. Introdução

1.1.1. Da conclusão de curso – Monografia ou TCI?

Quando do encerramento da graduação em um curso universitário há a

necessidade de um trabalho de conclusão de curso. Na graduação em Dança pela

Universidade Federal de Viçosa há duas possibilidades: a produção monográfica e o

Trabalho de Conclusão Integrado – TCI, apresentados na Disciplina DAN 442 –

Monografia.

A fim de concluir o Curso de modo que contemple as diversas áreas de

conhecimento abordadas durante o período da graduação, um grupo de possíveis

formandos em Dança elegeu o formato TCI, prevendo a realização de um espetáculo

inicialmente para junho de 2009. De acordo com o Regimento da Universidade Federal

de Viçosa, o Trabalho de Conclusão Integrado é uma opção em que os possíveis

formandos se reúnem com a intenção de elaborar uma Produção Artística e

Administrativa em Dança que consiste em duas etapas: uma teórica e uma prática.

Na parte teórica, os integrantes do TCI discorram sobre uma temática discutida e

abordada durante toda a produção. Esta deveria ser embasada por uma pesquisa

realizada pelos mesmos. Inserido neste processo fez-se, está a abordagem individual,

com os diversos enfoques acerca da concepção geral do espetáculo, onde cada

integrante do TCI desenvolveu um elemento desta produção abordando-o na sua

pesquisa.

Na fase prática está a Produção Artística e Administrativa do espetáculo de

Dança e a Montagem Cênica, envolvendo a concepção concreta do espetáculo, bem

como a seleção e viabilização da data e do local, visando a expectativa de atingir tanto a

comunidade viçosense quanto a universitário como público alvo. Para tornar viável a

concretização do espetáculo, realizou-se uma busca orçamentária de todos os

componentes que foram utilizados, incluindo os meios de divulgação, elementos

cênicos (cenário, figurino, maquiagem, iluminação e sonoplastia), registro áudio-visual,

bem como da programação de todas estas atividades e da arrecadação de recursos.

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1.1.2. A escolha do tema:

Como o TCI prevê a elaboração de um espetáculo, foi necessário embasá-lo em

algum tema que, no presente estudo, foi inspirado na cidade de Viçosa1, com seus fatos

folclóricos2. A partir desta idéia temática, foi elaborado um questionário a respeito

destes fatos, que foi aplicado no início da pesquisa, dentro e fora da universidade, com o

intuito de apurar e comparar os ideais entre os integrantes do TCI e os habitantes

temporários e permanentes da Cidade de Viçosa.

Após a determinação do tema “Fatos Folclóricos da Cidade de Viçosa”

escolheram-se alguns elementos dentre os diversos citados na compilação dos

questionários, dentre os quais estão: festas, alucinações, ressaca, sexo, aborto, morte,

suicídio, passagem. Estes elementos serviram de fonte inspiradora para toda a Produção

Artística e Administrativa, que englobou desde os aspectos de criação coreográfica,

passando pela definição de figurino, cenário, maquiagem, iluminação, sonoplastia, bem

como a captação de recursos financeiros, escolha e alteração de local e data, e a

aquisição de toda a estrutura que envolveu o espetáculo, sendo ela física ou

administrativa.

1.1.3. Elementos da criação do Espetáculo:

Os elementos escolhidos foram transpostos para a criação do espetáculo de

acordo com a vivência artística dos integrantes do processo. Todos os estímulos

apresentados faram embasados pelos fatos folclóricos da cidade de Viçosa descritos

pelo questionário aplicado e pelo grupo. Dentre os elementos abordados estão os

acontecimentos das festas, as alucinações, a ressaca física e moral, a liberação e o uso

do sexo e suas diversas conotações, o sentimento de abortar e ser abortado, histórias e

sentimentos/sensações de mortes e suicídios e a purificação por meio da descoberta da

cidade como um ciclo de transições.

Na opinião do grupo, todo o processo coreográfico conteve características de

dança contemporânea por ela possibilitar a abordagem de diversas linguagens da dança

e permitir exploração de diferentes de idéias e temas. Um dos aspectos do espetáculo

que justificou a diversidade de elementos contidos neste, foi o uso de diferentes

1 Cidade Universitária localizada na Zona da Mata, no interior do Estado de Minas Gerais, com cerca de 50% de sua população composta por estudantes nos diferentes ciclos. Dado da Prefeitura Municipal de Viçosa. Disponível em: http://www.vicosa.mg.gov.br/?area=conteudo&secao=5. Acessado em: abril de 2009. 2 Fatos folclóricos têm relação com os costumes de um povo e possui características como: anonimato, tradição, espontaneidade, funcionalidade e aceitação coletiva.

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estímulos referentes ao tema, as movimentações contrastantes, as músicas e até mesmo

a ausência destas.

Para contemplar todo o trabalho desta produção artística cada integrante do

grupo enfocou em sua monografia um tema referente ao processo de concepção ou até

mesmo do produto final do espetáculo:

• Danielle Rodrigues, em seu trabalho abordou os fatos populares e folclóricos

como fonte de inspiração e como estes se concretizam em cena.

• Gulnare Mendonça descreveu as estratégias usadas para a composição

coreográfica, utilizando-se do Diário de Bordo, no qual há o registro do processo.

• Lorena Camargos analisou o processo criativo por meio de observações,

destacando a influência da “subpartitura3” na composição coreográfica.

• Ariana Pavan analisou como o estado de ânimo influenciou e interferiu durante

os ensaios e no processo de criação.

• Alexandre Ferreira descreveu a criação e a aplicação da maquiagem em todo o

espetáculo.

• Mariana Duarte descreveu e analisou o Processo de Produção Administrativa.

Com isso buscou-se realizar um trabalho que se inicia a partir de pesquisas,

opiniões e sentimentos advindos do grupo, construídos com a ajuda das percepções

criadas em laboratórios de movimentos dentro do processo de criação coreográfica.

1.2. Objetivos

1.2.1. Geral

� Produzir um trabalho teórico-prático com a finalidade de concluir o curso de

graduação em Dança.

1.2.2. Específicos

� Levar a arte para a população universitária e viçosense;

3 Subpartitura: termo usado por Patrice Pavis (2005) em seu livro “Análise dos Espetáculos”, sendo o somatório das experiências pessoais vivenciadas pelo ator utilizadas para compor seu papel. “[...] a subpartitura é, em todo caso, o que sustenta o ator, aquilo sobre o que ele se apóia: em suma, é apenas ele mesmo, já que tudo o que faz só pode vir de seus próprios recursos, físicos ou mentais.” (PAVIS, 2005, p. 90).

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� Possibilitar uma discussão crítico-reflexiva a respeito da condição humana frente

às lendas urbanas – que estão contidos nos fatos folclóricos – permeiam o contexto

histórico da cidade de Viçosa;

� Diminuir a distância entre o mundo universitário e a população nativa de Viçosa.

1.3. JUSTIFICATIVA

1.3.1. TCI - formato escolhido:

Escolheu-se o formato TCI por englobar uma parte prática constituída pela

produção artística em Dança e uma parte teórica composta por monografias de cada

integrante do grupo. Isto porque tem-se o Trabalho de Conclusão Integrado como o

mais completo para a graduação em Dança, por contemplar e promover interação dos

conceitos abordados durante todo o curso.

1.3.2. Temática abordada:

O grupo observou que há uma grande distância sócio-cultural e comportamental

entre a comunidade universitária e a viçosense, assim como a escassez de trabalhos

artísticos acerca dos temas relacionados à cidade de Viçosa. Assim sendo, decidiu-se em

reunião dos integrantes do TCI enfatizar a questão dos fatos folclóricos presentes nesta,

por observar que é uma característica que está presente neste “universo paralelo”: a

cidade de Viçosa.

Após alguns anos usufruindo o que a cidade de Viçosa proporcionou aos

integrantes do TCI, desenvolveu-se a vontade de contribuir com a cultura local por meio

da dança. O grupo sentiu que ao realizar este espetáculo haveria a possibilidade de

compensar, de certa forma, à sociedade viçosense pelas vivências na cidade..

De acordo com o observado na graduação, vê-se a necessidade de transpor os

conhecimentos adquiridos na Universidade Federal de Viçosa para a cidade, de modo a

levar a Dança para a população universitária e nativa de Viçosa. A fim de atingir tal

objetivo, buscou-se uma data e um local que se enquadrasse neste perfil. Neste caso,

procurou-se o melhor local de grande circulação de pessoas com espaço suficiente para

o porte do espetáculo proposto, escolhendo-se assim a Praça Silviano Brandão, em

frente à Igreja Santa Rita de Cássia, localizada no centro da cidade.

Tal pesquisa buscou o desenvolvimento completo do potencial bailarino-

pesquisador, desde sua preparação corporal, como também a documentação da pesquisa,

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tratando de maneira completa o processo de criação até o produto final da Produção em

Dança, o Espetáculo INSURTOS.

1.4. Metodologia

A pesquisa de caráter qualitativo teve por objetivo traduzir e expressar os

sentidos dos fenômenos do mundo social (MAANEN, 1979a, p.520). Para tanto

utilizou-se dos seguintes procedimentos: reuniões quinzenais no 1º semestre de 2008,

em que foram estabelecidos os integrantes, o tema, os orientadores, as possíveis

parcerias com estudantes/profissionais de outras áreas como Educação Física para

preparação física dos bailarinos, e Comunicação Social para a documentação em fotoe

acessória de comunicação. A partir do 2º semestre de 2008, estabeleceram-se reuniões

semanais com o intuito de pesquisa, produção coreográfica e discussão acerca do tema

proposto, podendo eventualmente ocorrer reuniões extras para resolução de questões

pendentes.

No 1º semestre de 2009, de janeiro a fevereiro, houve reuniões diárias (de

segunda a sexta-feira). A partir de março foram realizadas cinco reuniões semanais

destinadas a assuntos burocráticos, idealização de elementos cênicos, criação

coreográfica e ensaios tendo eventuais sábados e domingos para atividades extras.

Além das atividades envolvendo os seis componentes do Trabalho de Conclusão

Integrado, com as cinco reuniões ordinárias semanais, cada indivíduo teve reuniões com

seu orientador, além de momentos extra oficiais para resolver assuntos burocráticos.

2. O INÍCIO: BUSCANDO UM TEMA

O Trabalho de Conclusão Integrado (TCI) do Curso de Dança da Universidade

Federal de Viçosa (UFV) pressupõe uma produção artística em Dança, feita em

conjunto, e um artigo escrito por cada um dos participantes do TCI.

A produção artística abrange a parte administrativa (divulgação, busca de

patrocínio, tesouraria, entre outros) e a parte artística que engloba a concepção do

cenário, figurino e coreografia.

Neste artigo aborda-se como o grupo desempenha a função dos coreógrafos que

para LOBO & NAVAS (2008) têm características como percepção, intuição,

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imaginação criativa, sensibilidade, capacidade de risco, gosto pelo inusitado, coragem,

entre outras.

A dança como composição de movimentos pode ser

comparada à linguagem oral. Assim como as palavras são formadas

por letras, os movimentos são formados por elementos; assim como

as orações são compostas de palavras, as frases da dança são

compostas de movimento. (LABAN apud SIQUEIRA, 2006, p. 73)

Serão descritas aqui as estratégias usadas para a composição coreográfica, ou

seja, o conjunto de frases de dança, criados com fim da expressão. Para tal, foi

observado como surgem as movimentações, o que inspira sua criação, como são unidas

para virarem uma seqüência, até tornarem-se uma coreografia, uma cena e, enfim, um

espetáculo.

Observou-se também de que forma se deu esse processo criativo, o que nos

levou a optar pelo tema escolhido e como ele foi desenvolvido dentro da coreografia,

destacando quais os elementos utilizados, por que e de que forma eles foram usados

como estímulo no processo e mesmo diretamente na coreografia.

Este tema foi escolhido a partir da vontade de se conhecer as formas que se dão

um processo criativo. Esta pesquisa é importante para saber-se melhor sobre o que leva

o artista à criação. Perceber os vários elementos que podem inspirá-lo e o que pode

provocar essa inspiração. Como ela o desperta para a concepção de uma arte, neste caso

a dança, e como se dá o procedimento até chegar à obra final. Espera-se com isso

demonstrar o quanto o processo de criação de uma composição coreográfica é

importante no resultado do produto final.

Segundo LIMA & KUNZ é importante

(...)lançar um olhar aos elementos que estruturam a composição

coreográfica, visto que essa apresenta aspectos importantes a serem

refletidos na tentativa de transcender alguns pontos conflitantes que

surgem no ato de coreografar, como a ênfase dada no produto final, a

coreografia, e a soberania dos movimentos codificados e técnicos, em

detrimento da gênese do movimento significativo para o sujeito que

dança. (LIMA & KUNZ, p.02)

Para isso foi feito um diário de bordo sobre os encontros entre os integrantes do

TCI durante o processo para registrar as conversas e os laboratórios práticos de

experimentação de movimentos. A partir desse diário de bordo foi feita a descrição do

processo junto a uma análise crítica baseada em uma revisão bibliográfica sobre esse

tema.

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No primeiro semestre de 2008 juntou-se um grupo de oito pessoas dispostas a

concluir o curso de graduação em Dança da UFV no final do primeiro semestre de 2009

e desejosos de fazerem uma produção artística em Dança como trabalho de conclusão

de curso.

Várias reuniões foram feitas com o intuito de, a princípio, delimitar-se um tema,

depois idealizá-lo, para colocá-lo em prática.

Para LOBO & NAVAS (2008), o artista corporal tem um imaginário criativo

que é a sua imaginação criativa.

No imaginário criativo, iniciam-se os motivos, os impulsos,

os conteúdos, as idéias, os muitos “o quês” do que vamos manifestar

em cada criação. É onde cada artista toma consciência do que quer

expressar e dos motivos dessa expressão. (LOBO & NAVAS, 2008,

p. 31)

A primeira idéia era fazer um espetáculo infantil, mas então veio uma grande

questão: onde apresentá-lo? Os pouquíssimos espetáculos infantis já vistos pelos

participantes, por estarem em palco, pareceram muito distante das crianças, e levá-las

até o teatro seria uma dificuldade. Pensou-se então na apresentação em escolas, mas

poderia haver problemas com o espaço, cenários, preparar os alunos para a

apresentação, entre outros. Com essa problematização sobre locais de apresentação

começaram a surgir questionamentos se seria realmente viável fazer um espetáculo

infantil.

Um dos integrantes contou então sobre o solo que apresentou para a disciplina

Composição Solística4, inspirado no filme “Terror em Silent Hill”5, que foi apresentado

dentro de uma casa. Essa idéia foi bem aceita pelo grupo, mas aí apareceu outro

problema, o tema infantil não combinava com esse tipo de local.

Com toda essa dificuldade de conseguir definir um tema, foi lembrado como se

resolveu tal problema quando os integrantes fizeram as disciplinas, Composição

Coreográfica, Desenho Teatral e Produção Artística e Administrativa 6 durante o Curso

de Dança, em que se produziu um espetáculo que deveria abarcar todos esses conteúdos.

4 Disciplina obrigatória do 8º período do Curso de Dança da UFV ministrado na época pela professora Solange Caldeira. 5 Título original: Silent Hill. Estúdio e distribuidora Columbia. Direção: Christophe Gans. País de origem: Japão; EUA; França. 2006. Disponível em: www.interfilmes.com. Acessado em 04 de maio de 2009. 6 Disciplinas obrigatórias do 6º período do curso de graduação em Dança da Universidade Federal de Viçosa, quando feitas pela maioria do grupo foram ministradas respectivamente pelas professoras Solange Caldeira, Carla Ávila e Laura Pronsato.

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Na época, era preciso pensar em um tema que atingisse a comunidade de Viçosa, foi o

que se fez então.

À procura de uma temática que pudesse ser interessante para a comunidade

viçosense, percebeu-se que nenhum dos participantes sabia da existência de uma

apresentação de dança que falasse sobre Viçosa.

Seria esse o tema, então: Viçosa. Mas era ainda muito amplo e, para resolver

mais este “problema”, conversou-se sobre o que mais chamava atenção na cidade para o

grupo, o que ela tem de diferente, de especial, que pudesse fazer com que a produção

artística ficasse mais interessante. Disse Ianetelli (apud AZEVEDO & CARVALHO,

2007, p. 09):

Explorações criativas visam a expansão e ampliação das

possibilidades expressivas pertinentes aos elementos de um projeto

artístico, visto que o objetivo dessas transita entre diversas

possibilidades, variações, seja de movimento, forma, materiais ou de

idéias inovadoras, processos diferenciados sem concepções prévias.

(IANETELLI apud AZEVEDO & CARVALHO, 2007, p. 09)

Notou-se então que todos os integrantes achavam que Viçosa tem algo de

misterioso. Existia entre esses a impressão de que o tempo passa mais devagar; a

energia é diferente da dos outros lugares; reparou-se também que existe uma

disparidade entre a Viçosa dos que realmente moram aqui e a dos estudantes

universitários que chegam na cidade dos mais diversos locais do Brasil e até de outros

paises, e que permanecem, em sua maioria, por um tempo determinado entre 4 e 10

anos.Mas ao mesmo tempo que Viçosa se divide, existem algumas lendas e

características comuns que permeiam essas “duas cidades”.

Os “loucos”7 de Viçosa são um exemplo disso. Eles não são estudantes, mas

dizem que alguns já foram, que tiveram surtos psicóticos por causa de drogas, depressão

e até mesmo inteligência demais, ou a junção de todos estes fatores. Outro exemplo são

as constantes notícias sobre suicídios, sejam de pessoas nativas da cidade ou de

estudantes de fora. Além das histórias sobre o trem que passava pela cidade e os abortos

que acontecem na UFV.

Para o grupo, todas essas histórias unem os nativos e os estudantes de Viçosa,

mas também os separam. Unem porque são fatores em comum, mas separam porque

nem sempre os estudantes percebem que tais fatos também ocorrem com os que são da

7 Como são chamadas algumas pessoas que andam pelas ruas da cidade, com atitudes estranhas tais como: falar sozinha, pronunciar frases sem nexo e gritar com pessoas desconhecidas na rua.

18

cidade e os viçosenses muitas vezes culpam os estudantes, por toda essa “bagunça” da

cidade (as festas, as drogas e as bebidas, que facilitam e às vezes até incitam aos

acontecimentos descritos no parágrafo anterior).

Decidiu-se então o tema: fatos folclóricos de Viçosa, principalmente às lendas

urbanas.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Composição Coreográfica

Segundo LOBO e NAVAS (2008) a composição coreográfica é a dança

elaborada e estruturada no tempo e no espaço, que se pode chamar de coreografia.

Para ALVES (2007) a linguagem da dança, por mais que se organize em direção

a um entendimento, nunca deixa de ser uma experiência enigmática, pois é cheia de vida

e variedade. E a coreografia é uma forma de expressar o caráter enigmático da dança, é

ainda “(...)um conjunto de movimentos, que suscitam possibilidades de sentido que

justificam sua efetuação” (ALVES, 2007, p. 03).

Seguindo tal linha de pensamento, ALVES (2007) diz também que a

composição em dança é uma forma de codificar algo que foge aos limites da

representação, lembrando que para Descartes, “a representação nunca apresenta o

referente, senão sob um ponto de vista” (ALVES, 2007, p. 03), por isso não se pode

comparar uma representação com aquilo que ela representaria. ALVES (2007) conclui

que a composição em dança não se resume a uma junção de figuras, afinal estas são

objetos inteligíveis, mas sim a um conjunto de cifras pois a composição coreográfica se

dá quando a percepção não encontra figura.

Embora haja uma tendência de se considerar a dança como

manifestação direta e espontânea das emoções do dançarino, há todo

um processo de elaboração/ criação para se chegar à expressão de

sentimentos e afetos pela dança. Tal processo de criação, em dança,

subentende uma transformação dos movimentos e gestos cotidianos

em movimentos de dança, através da utilização de procedimentos

técnicos e formativos(...). (DANTAS, 1997, p. 51)

O laboratório de criação é uma grande estratégia para a composição

coreográfica. É nele que o corpo experimenta possibilidades gestuais, permitindo ao

movimento produzir algo mais que um sentido funcional. No laboratório garante-se ao

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movimento sua qualidade gestual, nele a dança reina na sua dimensão potencial.

(ALVES, 2007).

3.2. Lenda urbana

Por dificuldade em encontrar literatura sobre este tema, foi usado para

fundamentação teórica um artigo escrito por Erick Simões da Cama e Silva8 publicado

no site Projeto Ockham9.

O autor explica que existem duas teorias sobre as lendas urbanas. Uma diz que

elas são necessariamente falsas, são relatos fantasiosos, que até poderiam ser verdade,

mas que na realidade nunca ocorreram.

A segunda teoria define lenda urbana como uma história que é tida como

autêntica, apesar da ausência de evidência comprobatória ou prova cabal. Nesta teoria

importante é que a história continue a ser transmitida por pessoas que não conhecem

realmente os fatos. Tal teoria entende que os requisitos fundamentais para caracterizar

determinada história como lenda urbana são a forma como a história surgiu e a forma

como ocorreu a transmissão.

As lendas urbanas fazem com que as velhas histórias de caráter mais provincial

dêem lugar a uma temática mais ligada à cidade, onde a maioria da população mundial

vive atualmente, fazendo com que os grandes centros criem suas próprias lendas.

O autor observa que estas lendas talvez fossem melhor caracterizadas como

lendas contemporâneas, já que nem todas as histórias se passam em centros urbanos.

Contudo, a utilização da nomenclatura “lenda urbana” veio para contrapor às histórias

surgidas nos meios tradicionais como o meio rural.

4. O CAMINHO

Antes de tudo é importante esclarecer que várias das idéias sobre a cidade de

Viçosa foram embasadas nas próprias experiências dos participantes na cidade, nas

vivências e as conversas tanto dentro do grupo como com outras pessoas da convivência

dos integrantes.

8 Formado em engenharia química, com mestrado em química, ambos pelo Instituto Militar de Engenharia (IME). Perito Criminal da Polícial Federal. 9 www.projetoockham.org. Acessado em 05 de junho de 2009.

20

A fim de se conhecer mais histórias contadas pela cidade e universidade, visitou-

se uma comunidade em um site de relacionamentos na internet, chamada “Histórias da

UFV” 10. Lá houve a confirmação do que já havia sido conversado, várias histórias sobre

suicídios, abortos e o antigo trem, entre outras (anexo III).

Foi feita também uma enquete dentro e fora da UFV perguntando se, na opinião

de quem estivesse respondendo, havia alguma coisa que diferisse a cidade de Viçosa das

outras, se a pessoa conhecia alguma lenda ou história daqui (anexo II). Essas pesquisas

foram usadas de alguma forma, durante o processo coreográfico, como estratégias para

fazer laboratórios de experimentação de movimento e/ou inspiração.

Normalmente os laboratórios eram direcionados pela integrante Danielle que os

criava a partir das conversas em grupo sobre o assunto a ser abordado na cena a se fazer

e das pesquisas já comentadas11.

Na criação coreográfica, pode-se partir de uma idéia, de um

pressuposto e até de movimentos pré-elaborados mentalmente. Porém

o que ocorre é que quando se vai colocar em prática esses

pensamentos (movimentos), na busca do corpo de responder ao

estímulo mental, o corpo delineia outro caminho, por vezes mais

criativo, por vezes menos, e o pensamento acompanha esses

movimentos como num diálogo. (STRAZZACAPPA, 1994, p. 33)

Nesses laboratórios cada participante criava seus próprios movimentos a partir

dos estímulos dados, em seguida mostrava-se a célula coreográfica montada para o

grupo e todos juntos iam dando opiniões de quais movimentos usar e como “colá-los”,

formando assim uma coreografia. Depois algumas frases coreográficas eram unidas a

outras compondo uma cena, mas havia também vezes em que a criação correspondia a

uma cena inteira.

A princípio o espetáculo seria apresentado dentro de uma casa em que moram

estudantes (“República Furmiguêro”), cada cena seria em um cômodo, mas não

caberiam muitas pessoas lá dentro para poder assistir. Era preciso decidir se

aconteceriam várias cenas ao mesmo tempo e o público iria até elas, se aconteceria uma

cena de cada vez e o público iria passando por elas, se o público teria que assistir as

cenas em uma ordem ou poderia passear pelos cômodos da forma que quisesse. Havia

10 Disponível em: www.orkut.com. Acessado em: maio de 2008. 11 Ver dias 31/10/2008; 04/02/2009; 11/02/2009; 18/03/2009; 30/04/2009; 27/05/2009 do Diário de Bordo – anexo I.

21

ainda outras questões, o modo como os bailarinos mudariam de cômodo, como fazer o

público acompanhar essas mudanças, entre outras.

Por precaução foram então marcadas datas de apresentação no Espaço Cultural

Fernando Sabino na UFV, num palco tradicional italiano, mas surgiu a idéia de

apresentar na Praça Silviano Brandão (a “Praça da Igreja”), Entrou-se em contato com a

prefeitura, uma reunião foi marcada e essa praça foi liberada para que o grupo pudesse

se apresentar. Foi nesse último local que a apresentação aconteceu. Essas idéias e

mudanças de locais de apresentação são colocadas porque o local também teve

influência fundamental na montagem, já que um palco italiano ou uma arena são

radicalmente diferentes quanto às observações de disposição espacial e locomoção dos

bailarinos.

No dia 21 de novembro de 2008 o grupo estruturou em cenas como seria o

espetáculo, conforme anotações do Diário de Bordo aqui transcritas:

Estrutura:

- LABIRINTO:

• Fazê-lo na entrada (pode ser na garagem da “República Furmiguêro”);

• Caminho escuro;

• tampar tudo, inclusive na parte de cima, fazendo um teto;

• os movimentos podem ser os do solo feito pela participante Danielle na disciplina

Composição Solística – DAN 183.

• esse labirinto significa o quanto, em Viçosa, a maioria das pessoas está perdida.

- CAMINHO (até o Universo Paralelo que é Viçosa):

• Focar o tempo dos movimentos – mais rápidos, mais lentos.

- PASSAGEM para o Universo Paralelo:

• É preciso que haja uma mudança significativa do LABIRINTO e CAMINHO para o

UNIVERSO PARALELO;

• usar luzes, cores, sons, mudança de temperatura.

- FESTA

• Nos perguntamos qual foi o primeiro elemento em Viçosa que mais nos chamou a

atenção quando chegamos aqui, e a maioria respondeu que eram as festas. Resolvemos,

então que a primeira cena dentro do UNIVERSO PARALELO seria a FESTA.

• Poderíamos fazer barulho de “chuvisco” de TV;

• poluição sonora – duas músicas ao mesmo tempo;

• usar luz negra e estroboscópica;

22

• maquiagem branca e roupa escura;

• movimentos rápidos; saltos; desequilíbrio; duo; uma pessoa puxando outra.

- ALUCINAÇÕES (e loucura)

• Barulhos;

• panos branco ou pintados pendurados;

• imagens psicodélicas;

• usar movimentações do solo da Lorena e da Mariana apresentados na disciplina

Composição Solística;

- RESSACA

• Movimentos e luzes leves;

• idéia de vazio, solidão;

• tudo muito “light”, “zen”.

- SEXO

• Cores escuras e fortes (muito vermelho);

• movimentos de quadril;

• movimentos da “Pomba Gira”;

• movimentos intensos e deslizantes;

• movimento do esterno;

• foco no nível baixo;

• pés se entrelaçando.

- ABORTO

• Contração;

• dor;

• desespero;

• alívio e peso;

• liberdade;

• arrependimento;

• usar uma boneca como se fosse um bebê;

• música, iluminação e cenário “angelicais”.

- MORTE / SUICÍDIO

• Usar a história do Marden;

• iluminação forte;

• barulho que pareça um trem;

• movimentação “desgovernada”: um vem atrás do outro e esbarra “do nada”;

• pegadas em que se joga a pessoa depois;

23

• quedas;

• meu solo feito para a disciplina Composição Solística;

• movimentos melancólicos e de alívio.

- PASSAGEM para a purificação

• Usar arame;

• com a iluminação fazer passar do escuro para o claro, como se fossem “fases”.

- PURIFICAÇÃO

• Encontro com as cinzas;

• luz clara;

• trabalhar com a cinza;

• finalização clara, bem definida;

• tirar os adereços e passar as cinzas pelo corpo;

• luz ou som que “feche” de uma vez, como se “engolisse” a cena final;

• movimentos fortes;

• a luz ameaçar apagar até que realmente aconteça.

A princípio essas cenas continham as partes Labirinto, Caminho e Passagem que

durante a criação da coreografia desapareceram. O Labirinto significava o quanto em

Viçosa muitas pessoas estão perdidas. O Caminho representava o caminho até Viçosa,

que no espetáculo é chamada de Universo Paralelo. E a Passagem era a passagem do

real para o “paralelo”. Mas todas essas cenas seriam apenas passagens nas quais talvez

os integrantes nem participassem. Quando foram pensadas o propósito era que o público

passasse por esse lugar e se sentisse entrando em um universo paralelo. Portanto, eram

cenas que na verdade seriam fundidas.

Quando decidiu-se mudar o local do espetáculo para a Praça da Igreja todo esse

início foi mudado, pois não caberia naquele local, já que na Praça o espetáculo não seria

tão interativo quanto o grupo idealizava que seria na casa, e não havia como montar um

labirinto como desejava-se. Em vez do idealizado a princípio fez-se então um vídeo em

que foi filmada a entrada em Viçosa de dentro de um carro.

24

5. CRIAÇÃO DAS CENAS.

5.1. Cena 1 – No Universo Paralelo...

Em uma reunião do grupo no dia 12 de setembro de 2008 foram surgindo várias

idéias de cenas e de elementos que poderiam estar presentes na apresentação. Dentre

essas havia uma que propunha que em um dos cômodos da casa fossem representadas as

“festas” de Viçosa, elemento importante na opinião do grupo. Depois, no dia 10 de

outubro de 2008, foi lançada a idéia do espetáculo começar com uma cena de festa, por

ser muitas vezes o primeiro fato que vem à cabeça dos estudantes - em especial dos

participantes do TCI - quando se fala da cidade de Viçosa. Em outra reunião (dia 21 de

novembro de 2008) o espetáculo foi estruturado e decidiu-se que a primeira cena no

“Universo Paralelo” seria a da festa.

Para iniciar a criação da cena Danielle fez com o grupo uma oficina baseada nas

idéias sugeridas quando o espetáculo foi estruturado, idéias que guiaram o laboratório

de experimentação de movimentos, conforme anotações de Diário de Bordo de 4 de

fevereiro de 2009.

- Ela separou seis papéis e escreveu dois elementos em cada.

- Em seguida entregou um desses papéis para cada participante. Sobrou um, pois a integrante

Mariana faltou.

A divisão dos papéis ficou da seguinte forma:

Participantes Elementos

Alexandre Desequilíbrio / bêbado

Ariana Movimentos rápidos / fugindo de alguém

Danielle puxar alguém / dar ou levar um “fora”

Gulnare barulho / inquietação

Lorena agitação / dançar muito

Papel que seria da Mariana saltos / desejo

- Os integrantes deveriam fazer uma mímica a partir dos elementos que cada um recebeu e

depois mostrar para o resto do grupo, sendo que a Danielle ficou com o seu papel e com o que

seria da Mariana.

25

- Danielle pediu que fizéssemos dupla com a pessoa que estivesse mais próxima e um

desconstruísse a criação do outro.

- As duplas: Gulnare e Alexandre, Ariana e Lorena; como a Danielle ficou sem dupla ela

mostrou a mímica dela e a que ela fez com o papel teoricamente da Mariana. Eu e Alexandre

desconstruímos a última e Ariana e Lorena a primeira. A partir daí Danielle apenas dirigiu a

oficina.

- Cada dupla juntou as três desconstruções feitas por elas. Cada um da dupla deveria fazer as

movimentações usando as intenções que o outro havia sorteado na primeira parte do

laboratório.

- Por último, Danielle pediu que aumentássemos três idéias de movimentações:

Duplas Idéias de movimentações

Alexandre e Gulnare Foco no pé e desequilíbrio / salto e

sensualidade / uma parte do corpo puxa o

movimento.

Ariana e Lorena Movimento rápido e fuga / barulho e nível

baixo / salto e sensualidade.

Tivemos a idéia de começar a cena da FESTA com um “bolinho” de pessoas

locomovendo-se e uma tentando passar pela outra. Um dos participantes fica de fora e pula

nesse “bolinho” derrubando-o. Em seguida levantam umas duas pessoas e fazem uma das

seqüências trabalhadas.

A idéia do “bolinho” foi retirada da confusão que acontece na entrada de uma

festa, ou mesmo dentro dela: muitas pessoas se esbarrando, se empurrando, tentando

passar. Começamos com esse elemento como se fosse a entrada da festa, cinco dos

integrantes compunham o “bolo” e aquele que ficasse de fora deveria correr até os

outros e os derrubar. A partir daí foram usadas as seqüências do laboratório citado e

partes das seqüências criadas em laboratório anterior que ocorreu no dia 31 de outubro

de 2008. (p. 03 do Diário de Bordo).

Durante a criação dessa cena foi de comum acordo que deveria haver um ápice,

mais agitado e com vários saltos, representando o auge da festa em que a maioria está se

divertindo, pulando e dançando. Foi difícil criar este ápice. Sabia-se que os movimentos

deveriam ser rápidos, diretos, cheios de saltos e que os integrantes deveriam estar

juntos, tendo um momento de destaque para cada um. Mas não se chegava a um

consenso de como construir a coreografia a partir desses elementos.

Com a intenção de criar o ápice da Festa Danielle fez mais um laboratório, assim

anotado no Diário de Bordo de 11 de fevereiro de 2009:

26

- Ela colocou uma música calma e pediu que cada um ficasse em um canto da sala, com os

olhos fechados. Em seguida, com sua fala, foi nos remetendo a outro lugar, pedindo que

pensássemos em uma festa, como ela é, como as pessoas se vestem, como é a iluminação e qual

sentimento isso tudo nos traz. Depois pediu que colocássemos o que pensamos no corpo.

- Depois estipulou uma situação para criarmos em cima dela: uma pessoa quer muito ir embora

da festa, tenta fazer com que a pessoa que está com ela vá embora junto e esta tentar fazer com

que a outra fique.

- Por último, Danielle pediu que discutíssemos um com o outro sem usar palavras, apenas com

movimentos e sons. Esta última parte não foi finalizada.

A partir do proposto por Danielle criamos duas células coreográficas e depois

esquematizamos a ordem em que as células que já tínhamos prontas poderiam ficar.

Essas células criadas foram utilizadas na cena, mas ainda não faziam parte do

ápice, embora tenham nos levado até ele.

Como a música que estava sendo usada não condizia com o tipo de

movimentação desejada pelo grupo, pensou-se em usar somente barulhos feitos pelos

integrantes enquanto se movimentavam. Então, em roda, cada um deu uma idéia de um

salto e um som. Em seguida, fez-se uma movimentação usando uma das frases

coreográficas criadas na oficina do dia 04 de fevereiro de 2009 a partir do estímulo

“barulho”. Essa movimentação acontecia com todos juntos em um “bolinho” que se

deslocava para a frente em diagonal e durante esse deslocamento, um de cada vez saía

do “bolo” e fazia uma micro-célula coreográfica criada a partir da idéia de salto. A idéia

de som perdeu-se porque colocou-se uma música e não caberia usar os dois elementos.

A cena da Festa finalizou-se com o início da cena da Alucinação; em que todos

param depois de vários movimentos frenéticos e se olham como se estivessem se

estranhando, sem entender o que acontece.

5.2. Cena 2 – Nem tudo é o que parece

Pensando na quantidade de pessoas que usufruem de drogas, tanto lícitas quanto

ilícitas, e nas que surtam, pensou-se em uma cena que tivesse como tema a Alucinação.

27

Para iniciar esta cena a participante Mariana mostrou seu solo criado durante a

disciplina Composição Solística. Nele Mariana era uma pessoa que via fantasmas e não

sabia se era verdade ou não, para isso ela fazia movimentos como se estivesse

descobrindo algo desconhecido, como se não reconhecesse seu próprio corpo.

Colocou-se uma música, escolhida previamente pelo grupo. Enquanto Mariana

fazia seu solo um dos integrantes começou a imitar algumas partes. Os outros

participantes gostaram dessa idéia e decidiu-se que durante o solo todos ficariam

caminhando vagarosamente pelo espaço, como se estivessem vagando, flutuando,

sempre em linha reta (tanto faria se para frente ou para trás) ao chegar perto dela

copiariam seu movimento e depois voltariam a andar. Ao final do solo e da música,

todos sairiam de cena para começar a próxima. E assim ficou estabelecido.

5.3. Cena 3 – Ondas

Criou-se esta cena pensando no depois da festa, depois de usarem-se as drogas,

fazendo do tema desta, a ressaca.

No encontro do dia 1º de abril de 2009 decidiu-se que o elemento “loucura” seria

usado entre a cena da alucinação e a cena da ressaca como uma transição entre uma e

outra. Porém, como a continuidade da criação foi alterada, a “loucura” foi usada um

pouco na cena “Nem tudo é o que parece” e mais objetivamente na cena “ondas”..

Nessa mesma reunião resolveu-se que para colocar esse elemento no espetáculo

seriam usados movimentos baseados em observações feitas de alguns conhecidos

“loucos de Viçosa”, como o “Rogerinho” e o “Pango”. A gama de movimentos criados

incluía peso, violência, ação e reação direta e até súplica. A esses movimentos

somaram-se outros como giros e saltos que remetiam a uma certa confusão,

desequilíbrio, dor de cabeça e mal estar, fatores encontrados em uma ressaca. Junto a

tudo isso foram colocadas ainda movimentações exploratórias de elasticidade por ser

consenso do grupo que faltava um pouco disso nas coreografias.

Conforme anotação do Diário de Bordo:

Questionamo-nos onde entraria a parte dos “loucos” de Viçosa, e achamos que só cabe

na cena de ALUCINAÇÃO e loucura.

Poderíamos fazer com que esta cena fosse mais leve e uma transferência entre a

ALUCINAÇÃO e a RESSACA.

28

Utilizar movimentos do “Rogerinho” (movimentos pesados e violentos); “Pango”

(idéia de ação e reação); “Mudinho” 12 (pisada forte e movimento de súplica pois ele costuma

entrar um papel às pessoas na rua pedindo dinheiro).

Usar também outras movimentações incomuns vistas na rua; e ainda: giros, bagunça,

dor de cabeça, confusão e mal estar, lembrando as sensações de uma ressaca. E acrescentar

movimentos que impressionem e chamem a atenção.

Como esta foi uma cena em que todos participavam e o encontro integral do

grupo estava difícil, foi complicado terminar a Ressaca. Começou-se a criar algumas

coreografias que vinham depois e esta cena foi sendo deixada para trás.

Para facilitar a criação foram feitas duplas usadas apenas no início da cena. Para

finalizar, a idéia da dor de cabeça com mal estar. Na seqüência, criou-se partituras

baseadas nos movimentos dos “loucos” e, para finalizar uma composição grupal em que

cada um estabeleceu contato imperativo com o outro, como se esse energia se

transferisse e comandasse os deslocamentos.

5.4. Cena 4 – À flor da pele

Esta cena teve como temática o sexo. Começou a ser feita na 1ª reunião em que

faltaram dois integrantes. Para começar escolheu-se uma música e, após uma conversa

entre os presentes, Danielle conduziu mais uma de suas oficinas, de acordo com Diário

de Bordo:

Ela pegou alguns objetos que existem no Prédio da Dança e espalhou pela sala, depois

pediu que cada uma escolhesse um e se familiarizasse com ele, criando uma relação que tivesse

a ver com um dos fatores da conversa inicial, que tratou do tema “sexo”: prazer, dor, amor,

paixão, desejo, raiva, entre outros. A partir daí cada um criou uma seqüência coreográfica.

Danielle escolheu um bambolê. Para ela sua seqüência era a perda da “pureza”. Eu

escolhi um pandeiro, minha intenção era de seduzi-lo. Ariana escolheu um tronco de árvore,

sua sensação era de relaxamento com ele, mas não conseguiu estruturar uma seqüência, pois se

perdeu durante o laboratório. Lorena escolheu um banquinho: para ela ele era um apoio, dava

a sensação de cumplicidade, segurança.

12 Pessoas que andam pelas ruas de Viçosa, alguns dos chamados “loucos de Viçosa”. Esses são os nomes dados a eles pelo povo, principalmente os estudantes.

29

No decorrer da concepção dessa cena os objetos foram retirados. Como Ariana

não conseguiu estruturar sua seqüência a integrante Mariana, que havia faltado no

primeiro dia de criação, elaborou outra utilizando o mesmo objeto. Depois, este foi

retirado também e substituído por uma das participantes.

Como nenhum dos participantes havia montado uma seqüência que propusesse

sobre sexo como raiva, dor, mágoa, insegurança, resolveu-se que a cena do Sexo seria

dividida em duas fases: uma mais leve e outra mais forte.

Na primeira parte, a mais leve, usou-se as quatro frases coreográficas já

estruturadas, sendo apresentadas de duas em duas. A segunda parte foi muito difícil de

montar. Começou com uma proposta em que os seis participantes faziam uma seqüência

juntos, em sincronia, mas não deu certo. Resolveu-se então que os seis integrantes se

dividiram em dois grupos de três pessoas. O primeiro grupo, responsável pela parte

mais lenta da música, criou seus movimentos com intenção de expressar sensualidade.

O segundo usou como matriz de movimentação movimentos fortes, indicativo de

brutalidade sexual, finalizando assim a cena.

5.5. Cena 5 – Antes do tempo

Para começar esta cena do aborto, mais tarde nomeada “Antes do tempo”, usou-

se uma filmagem de uma boneca de plástico sendo queimada, ao som de uma caixinha

de música.

A movimentação inicial foi criada a partir do movimento que Ariana usou para

começar seu solo criado em Composição Solística, cujo tema era aborto. Ariana entrava

sentada se arrastando, em uma diagonal indo em direção ao centro.

Depois se criou outra movimentação realizada por Danielle, em que ela

deslocava-se lateralmente pelo lado oposto. Ela começava fazendo um movimento de

“enrolar” e “desenrolar” a coluna, dando um saltito lateral a cada desenrolar, a medida

em que repetia tal movimentação, ia desconstruindo-a e se retorcendo até jogar-se no

chão.

Após a criação dessa última seqüência descrita, mudou-se a ordem: primeiro

entrava Danielle e logo após Ariana. Seguindo essa última, entravam Gulnare, Lorena e

Mariana fazendo o mesmo movimento que ela, quando esta mudava sua movimentação

as outras três passavam a se arrastar buscando alcançá-la. Era como se Ariana fosse a

mulher que aborta, e as outras três os fetos abortados.

30

Algumas idéias do grupo para a montagem da cena do aborto descritas no Diário

de Bordo:

- Um dos bailarinos faz um movimento e, em outro lugar, os outros fazem movimentos como se

estivessem reagindo.

- Alguém faz movimentações como se estivesse tirando algo do corpo e os outros fazem

movimentos como se fossem aquilo que está sendo tirado.

A partir dessas idéias, criaram-se células coreográficas em que Ariana fazia

alguns movimentos e as bailarinas que faziam o papel de fetos reagiam. Isso foi usado

logo após o descrito acima. Na seqüência, os que eram fetos faziam movimentos

retorcidos e com alguma parte do corpo paralisada, como seres mutilados, fetos já

abortados, ou bebês que nascem deformados por causa de uma tentativa de aborto.

Logo após, retomou-se a sugestão citada do Diário de Bordo e a cena foi

finalizada com Gulnare saindo de cena, Ariana e Mariana fazendo movimentações de

contato como se estivessem se enfrentando e Lorena se amedrontando com essa visão e

fugindo.

5.6. Cena 6 – Não durma esta noite

Antes de se começar a criação desta cena, a princípio chamada de

Morte/Suicídio, houve uma discussão sobre o tema suicídio. A partir da descrição de

Gulnare sobre como começou a criar seu solo para a disciplina Composição Solística,

cujo tema era suicídio, Danielle estruturou um laboratório sobre o tema, conforme

anotação no Diário de Bordo do dia 30 de abril de 2009:

.

Conversamos também sobre suicídio com a intenção de começarmos a criar a cena da

Morte/Suicídio. Eu falei que para o meu solo da disciplina Composição Solística, inspirado na

idéia de um suicídio, li várias cartas suicidas na internet. Geralmente o que o suicida quer é

fugir de seus problemas.

Em seguida contei como criei meu solo, que comecei pensando como se fosse alguém

que não se ama e não se reconhece (ou não quer se reconhecer) no espelho, e acaba se

atacando por isso.

Danielle guiou um laboratório. Começou fazendo perguntas sobre o que na cidade nos

sufoca, o que não agüentamos mais, entre outras. E respondemos em uma folha.

31

Em seguida, pediu que nos olhássemos no espelho e pensássemos o que não gostamos

em nós mesmos por dentro e por fora. Pediu que fizéssemos movimentos focando o que

escolhemos e depois aumentássemos a velocidade e a intensidade. Em seguida, deveríamos

pensar o que não gostamos nos outros seguindo a mesma dinâmica anterior.

Após o laboratório, os integrantes presentes começaram a estruturar como seria

esta cena e decidiu-se usar alguns movimentos do solo de Gulnare e de Lorena, sendo

esses movimentos realizados pelas mesmas.

Alexandre propôs um personagem aspirante a suicida e que todas as

movimentações que o resto do grupo fizesse servisse de influência para que ele se

suicidasse.

Sugeriu-se ainda que enquanto Gulnare e Lorena fizessem seus solos com

movimentos mais contidos, Alexandre seria influenciado por tudo o que acontecia na

cena, e Ariana, Danielle e Mariana fariam movimentações rápidas. Porém, a cena final

elaborada teve modificações inspiradas em uma das lendas urbanas de Viçosa, a que

conta a história de Marden.

Diz-se que ele era um estudante da UFV, que após jantar no Restaurante

Universitário foi atropelado pelo trem. A partir do ano seguinte no aniversário de morte

do Marden, sempre aparece no local do acidente os dizeres “Olha o trem Marden! Cadê

o trem?”.

A partir dessa história foi criada uma seqüência coreográfica por Ariana, Lorena,

e Mariana inspirada na possível agonia de se estar preso nos trilhos de um trem e vê-lo

vindo em sua direção.

A estrutura final ficou assim estabelecida: Gulnare grita de cima do coreto da

praça, um foco ilumina Alexandre, no meio do palco, que faz movimentações tentando

se enforcar. O foco vai para Gulnare, no coreto, que faz movimentos com o pulso,

originais de seu solo, ela desce, andando até Lorena que está no palco. Durante esse

caminho ela tem alguns "espasmos".

Quando chega perto de Lorena as duas fazem a parte inicial de seus solos de

Composição Solística até se unirem e caírem no chão. O foco volta para Alexandre que

estabelece movimentações com influência desses solos.

Danielle, Mariana e Ariana fazem solos nessa ordem, respectivamente. Cada um

criado a partir do tema morte. Todas caem no chão ao fim de seus solos. Ariana,

Danielle, Gulnare, Lorena e Mariana realizam uma seqüência no chão juntas e se

32

levantam, cada uma para uma direção. Segue-se com a célula coreográfica criada a

partir da história de Marden. Essa seqüência inicia-se em cânon e depois segue em

conjunto.

Para finalizar, todos (menos Alexandre) correm até a beira do palco, como se

estivessem à beira de um precipício. Cada um fica na frente de um holofote. A luz se

apaga repentinamente.

5.7. Cena 7 – Sem limites – A cena final

Desde o início, quando o grupo idealizou o trabalho, existia a idéia de que a cena

final seria um momento de “despedir-se”, desfazer-se, dos personagens, do espetáculo,

de Viçosa. Porém, ao mesmo tempo, não poderia ser um fim, pois as histórias e lendas

continuariam em Viçosa ou em qualquer outro lugar. Por isso, esta cena recebeu o nome

de “Sem limites”.

A proposta aparece anotada no Diário de Bordo dia 24 de maio de 2009:

Terminamos a Morte/Suicídio em circulo, por isso poderíamos usar essa idéia na cena

da Purificação. A vida em Viçosa é um ciclo sem fim, como o círculo. Esta cidade é um local

cheio de idas e vindas, em que acontecem transições.

Como a idéia principal era de purificação pensou-se, como estratégia, usar

cinzas ou algum material que remetesse a isso. Os bailarinos passariam as cinzas pelo

corpo durante a cena, como se ela os limpasse, purificasse. Pensou-se também em usar

água com essa mesma intenção. E foi a idéia da água como uma cortina em volta do

palco, a escolhida para estar presente no espetáculo.

Decidiu-se iniciar a cena com a cortina d’água , e os bailarinos “brincando” com

essa água que cai. Em seguida surgiram movimentações criadas a partir de um

laboratório de contato e improvisação e, para finalizar, uma seqüência coreográfica feita

com fragmentos das cenas anteriores, como mostra o registro no Diário de Bordo, dia

27 de maio de 2009:

- Após corrermos para o holofote, fazemos um movimento fluido, com a intenção de “brincar”

com a água.

- Em seguida três bailarinos correm até os outros três, formando as duplas.

33

- Fazemos as duas seqüências criadas a partir do laboratório de contato improvisação e em

seguida a que criei usando movimentos das outras cenas do espetáculo.

- Por fim, corremos para o centro do palco como havíamos corrido para a beirada. Viramos

para fora do círculo. Neste momento todas as luzes deverão se acender, a última luz e blecaute

em seguida, finalizando o espetáculo.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir desta pesquisa foi possível perceber que quando existe um

aprofundamento no tema do espetáculo, cada detalhe e pequeno movimento presente na

produção artística tem um significado intrínseco.

Notou-se a importância dos laboratórios de experimentação de movimentos,

elemento fundamental para a montagem. Através da vivência desses laboratórios

observou-se uma “sinceridade” nos movimentos, isto é, eles surgiram de dentro para

fora, nasceram do corpo do artista, em vez de serem criados apenas pela forma. Cada

um tinha seu conteúdo. Experimentam-se várias possibilidades, as melhores foram

sendo “lapidadas” até estarem prontas para serem levadas ao público.

Para se compor em dança é preciso muito mais que o ato de

dançar. É necessária a vivência do processo criativo para, a partir

dele, dar forma à composição coreográfica. Na dança quem escreve é

o corpo com suas percepções, sensações e sentimentos transformados

em qualidades expressivas no espaço e no tempo, seus parceiros

inseparáveis. (LOBO & NAVAS, 2008, p. 25)

Observa-se então que é possível que a composição em dança seja mais do que

seqüências de movimentos sem significados. Uma forma de fazer com que isso aconteça

é passar pelo processo criativo composto pela busca do tema, pesquisa sobre ele e,

principalmente, as estratégias de cada laboratório.

Em nosso trabalho muitas sugestões laboratoriais foram deflagradas pela

Danielle, através de palavras ou associações temáticas, mas não apenas por ela, por

todos os integrantes. As propostas surgiram espontaneamente e foram se concatenando.

Claro que alguns momentos ou sugestões tiveram de ser abandonados, o que é normal.

34

Como na escrita poética, onde se escolhe a palavra certa, na composição coreográfica há

que se escolher o movimento adequado.

Mas de todo trabalho a maior estratégia foi o respeito mútuo e a aceitação e

discussão de cada item. Compor é difícil, compor em grupo é muito mais.

Nessa produção artística, para nós, os integrantes, é claro que o resultado é

significativo, mas a aprendizagem da criação coletiva será inesquecível. Se o espetáculo

ficou registrado na filmagem, a criação também está para sempre no Diário de Bordo,

que define inequivocamente as estratégias que nortearam Insurtos e a memória de

Viçosa inscrita em nossos corpos.

ANEXO I

Transcrição do Diário de Bordo escrito pela participante Gulnare Mendonça

22 de a22 de a22 de a22 de agosto de 2008gosto de 2008gosto de 2008gosto de 2008

Escolhemos um tema: a “loucura” causada pela vida de Viçosa (tanto nos universitários, quanto nos habitantes da cidade propriamente ditos).

Como desde o início das conversas sobre o PAD, decidiu-se fazer a apresentação em um lugar fechado, com várias salas (de preferência uma casa), sugeriu-se olhar a “República Furmiguêro” (RF), que é uma casa em que moram estudantes. É uma casa de quatro andares e o 3º e o 4º estão inacabados, o que achamos que pode dar um efeito, e um clima legal.

Outra sugestão foi seguir o caminho do trilho que passa por boa parte do centro da cidade para levar o público até a casa. Dessa idéia surgiram algumas questões:

- Fazer cortejo partindo de algum lugar mais próximo da UFV, ou de lá mesmo até a “Estaçãozinha”? - Fazer cortejo da “Estaçãozinha” até a RF? - Fazer algum cortejo? Combinamos de pesquisar mais as lendas de Viçosa.

Quem conhece essas lendas? Quais conhecem? Que lendas são essas?

Uma das lendas que pensamos é a dos vários abortos acontecidos por aqui. E para trabalhar isso no espetáculo foi sugerido usar: bonecas deformadas; alguém brincando com as bonecas como se fossem filhos; aborto pelas costas, pelos braços, pela cabeça...

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Questões sobre a apresentação feita dentro de uma casa: - cenas fechadas nelas mesmas? - público muda de cômodo? - a cena muda de público?

29 de agosto de 200829 de agosto de 200829 de agosto de 200829 de agosto de 2008

Olhamos uma casinha que fica no caminho entre o Prédio da Dança e o Recanto das Cigarras na 4ª feira (27/08), ela é toda mal acabada, pintada com tinta de terra, cheia de plantações ao redor, principalmente na parte de trás. Uma parte de dentro da casa era codornário e eram seis gaiolas, a quantidade de pessoas que somos, pensamos em cada um ficar em uma gaiola e o público ir passando na frente e assistindo. A Solange, nossa coordenadora geral da parte prática do espetáculo foi conosco e gostou, só falou que teríamos muito trabalho para limpar.

Precisamos: - Pensar em fazer células coreográficas e depois repeti-las de formas diferentes, em ordens diferentes... - Colocar um objetivo para este semestre. Fazer cronograma.

05 de setembro de 200805 de setembro de 200805 de setembro de 200805 de setembro de 2008 Resolvemos o local: a escolha pela RF foi unânime.

Surgiu uma questão: o que a casa significa? Vamos fazer uma enquete para sabermos mais das

lendas de Viçosa através dos próprios moradores daqui (estudantes e nativos).

Prováveis perguntas: - Sexo (feminino ou masculino)? - É de Viçosa (nativo)? Se não, há quanto tempo está aqui? - Estuda na UFV? - Qual a sua profissão?

Observação: o participante Alexandre não estava presente. 12 de setembr12 de setembr12 de setembr12 de setembro de 2008o de 2008o de 2008o de 2008

Caso dê errado a RF, poderíamos usar como “plano B” o Espaço Multiuso da UFV e fazer lá um labirinto.

Possíveis significados para o local da apresentação: - mente; - Viçosa.

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Idéias: - Fazer como se o local em que estivermos dançando fosse outra dimensão. - Fazer um labirinto com tela e TNT. - Efeito de cinza caindo sobre nós ou no chão. - Água caindo e nos deixando ensopados para dar efeito de estarmos derretendo. - Cada cômodo/parte como se fossem mundos diferentes. - Usar fumaça, estrobo, luz negra, luz pendurada. - Barulho de choro. - Um cômodo representando as festas: poluição sonora; poluição visual (no silêncio); movimentos rápidos; saltos. - Movimentos angustiantes e agoniantes. - Interação com o público; caminhar entre eles abrindo caminho só com os ombros; falar. - Alguém gritar no meio do público; chorar sangue. 03 de outubro de 200803 de outubro de 200803 de outubro de 200803 de outubro de 2008

Alexandre deu idéia de usarmos elementos do Butô. Trabalhar também a idéia de sexualidade, muito

presente em Viçosa. Talvez na parte da “poluição visual” com silêncio.

10 de outubro de 200810 de outubro de 200810 de outubro de 200810 de outubro de 2008

Tomamos várias decisões burocráticas. Idéia para a coreografia: começar / surgir de uma festa.

31 de outubro de 200831 de outubro de 200831 de outubro de 200831 de outubro de 2008

Fizemos aula prática guiada pela Danielle. Primeiro fizemos aquecimento e alongamento e então

nos foi dado estímulos para criação: • Danielle escreveu algumas palavras em papéis

recortados e cada um de nós sorteou quatro papeizinhos.

• A primeira palavra sorteada deveria corresponder ao nível alto, e cada um deveria escrever nesse mesmo papel a primeira palavra que viesse a cabeça a partir da palavra que foi sorteada.

• A segunda palavra deveria corresponder ao nível médio e ser associada com a palavra recebida anteriormente e a escrita por nós.

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• A terceira palavra sorteada deveria corresponder ao nível baixo e ser associada a todas as outras palavras.

• E a quarta palavra era uma ação. • Depois dos sorteios cada um deveria fazer um

movimento para cada palavra com suas devidas associações e correspondências formando uma célula coreográfica, e a última palavra, que era uma ação, deveria ser incluída nessa célula onde quisesse, quantas vezes quisesse. Abaixo apresenta-se uma tabela com as palavras

sorteadas. Observação: Algumas pessoas escreveram uma palavra que viesse a cabeça ao lado das três primeira palavras sorteadas e outras apenas na primeira (que era a real proposta dada pela Danielle). 1º sorteio:1º sorteio:1º sorteio:1º sorteio: Participantes Palavra recebida Palavra escrita Alexandre prisão liberdade Ariana perda dor Danielle alívio depois Gulnare odiar violência Lorena enlouquecido correndo Mariana ódio impaciência 2º sorteio:2º sorteio:2º sorteio:2º sorteio: Participantes Palavra recebida Palavra escrita Alexandre você - Ariana vocês um só Danielle ele - Gulnare nós união Lorena todos - Mariana eu música 3º sorteio:3º sorteio:3º sorteio:3º sorteio: Participantes Palavra recebida Palavra escrita Alexandre aqui - Ariana você única Danielle mente - Gulnare Viçosa absurdo Lorena mim - Mariana Vida oposto 4º sorteio:4º sorteio:4º sorteio:4º sorteio: Participantes Ação Alexandre rolamento

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Ariana giro Danielle contração Gulnare contorção Lorena movimento muito mais forte Mariana salto

• A participante que estava guiando a aula pediu que cada um fizesse uma frase com todas as palavras que recebeu, podendo incluir outras.

Na tabela abaixo encontram-se as palavras e as frases feitas a partir delas: Participantes Palavras Frases Alexandre prisão – liberdade / você /

aqui Você está na prisão e com liberdade aqui.

Ariana perda – dor / vocês – um só / você – única

A perda nos traz a dor. Vocês são um só, mas VOCÊ, você é único.

Danielle alívio – depois / ele / mente Ele mente contração e vem o alívio depois.

Gulnare odiar – violência / nós – união / Viçosa - absurdo

Quem somos nós aqui em Viçosa? Estamos aqui, somos daqui. E esse ódio que permanece e enlouquece?

Lorena enlouquecido – correndo / todos / mim

Enlouquecidos, correndo todos de mim.

Mariana ódio – impaciência / eu – música / vida - oposto

No ódio vejo imagens do que vivo – impaciência, a música me conforta, me faz ver a vida oposta ao que me persegue.

• Após fazermos as frases, cada um leu a sua para o resto

do grupo. As frases foram trocadas e, a partir do que recebemos, inventamos mais um movimento para colocar na célula coreográfica. Ficou assim: - Alexandre ficou com a frase de Mariana; - Ariana ficou com a frase de Alexandre; - Danielle ficou com a frase de Gulnare;

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- Gulnare ficou com a frase de Lorena; - Lorena ficou com a frase de Ariana; - Mariana ficou com a frase de Danielle.

• Em seguida foram sorteadas duplas. Foram sorteadas para cada dupla uma forma de se ficar no espaço e que deveria prevalecer na célula. Então, cada dupla juntou suas células coreográficas. No fim cada dupla apresentou para os outros.

Tabela com as duplas e suas formas no espaçoTabela com as duplas e suas formas no espaçoTabela com as duplas e suas formas no espaçoTabela com as duplas e suas formas no espaço

Duplas Forma no espaço Alexandre e Mariana diagonal Ariana e Danielle sempre de frente para o publico Gulnare e Lorena uma de frente para a outra 07 de novembro de 200807 de novembro de 200807 de novembro de 200807 de novembro de 2008

Tomamos decisões burocráticas. Percebemos que o solo criado por Alexandre na

disciplina Composição Solística tem a ver com “universo paralelo”, pois tem a ver com ir de um mundo para outro. Pensamos que esse solo dele, ou fragmentos podem ser usados e nesse momento haver interação com o público.

Viçosa significa “cheio de vida”, podemos usar isso tanto na coreografia como na escolha de um nome para o espetáculo.

Todos os solos criados na disciplina Composição Solística poderão ser usados no espetáculo. 14 de novembro de 200814 de novembro de 200814 de novembro de 200814 de novembro de 2008

Os participantes Alexandre e Ariana trouxeram músicas para escolhermos algumas para o TCI.

Poderíamos usar uma música bem calma com uma movimentação tensa. Uma das músicas tem o nome de “Não durma esta noite” e pode ser o nome de uma coreografia.

A faixa 12 do CD da trilha sonora do filme 300 poderia ser usada, e nesse momento colocarmos luz negra, todos nós bailarinos em um montinho, virados para o lado contrário do público, e quando olharmos para ele estarmos com uma maquiagem branca no olho.

21 de novembro21 de novembro21 de novembro21 de novembro

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Estruturamos as cenas do espetáculo. Para isso pensamos no que Viçosa significa para nós, o que a cidade nos traz, quais são os elementos aqui que mais nos chamam a atenção e estão sempre presentes.

Nome para o espetáculo: Não durma esta noite Estrutura:

- LABIRINTO: • Fazê-lo na entrada (pode ser na garagem da RF); • caminho escuro; • tampar tudo, inclusive na parte de cima, fazendo um

teto; • os movimentos podem ser os do solo feito pela

participante Danielle na disciplina Composição Solística – DAN 183.

• esse labirinto significa o quanto, em Viçosa, a maioria das pessoas está perdida.

- CAMINHO (até o Universo Paralelo que é Viçosa): • Focar o tempo dos movimentos – mais rápidos, mais

lentos. - PASSAGEM para o Universo Paralelo:

• É preciso que haja uma mudança significativa do LABIRINTO e CAMINHO para o UNIVERSO PARALELO;

• usar luzes, cores, sons, mudança de temperatura. - FESTA

• Nos perguntamos qual foi o primeiro elemento em Viçosa que mais nos chamou a atenção quando chegamos aqui, e a maioria respondeu que eram as festas. Resolvemos, então que a primeira cena dentro do UNIVERSO PARALELO seria a FESTA.

• Poderíamos fazer barulho de “chuvisco” de TV; • poluição sonora – duas músicas ao mesmo tempo; • usar estrobo e luz negra; • maquiagem branca e roupa escura; • movimentos rápidos; saltos; desequilíbrio; duo; uma

pessoa puxando outra. - ALUCINAÇÕES (e loucura)

• Barulhos; • panos branco ou pintados pendurados; • imagens psicodélicas; • usar movimentações do solo da Lorena e da Mariana

apresentados na disciplina Composição Solística; - RESSACA

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• Movimentos e luzes leves; • idéia de vazio, solidão; • tudo muito “light”, “zen”.

- SEXO • Cores escuras e fortes (muito vermelho); • movimentos de quadril; • movimentos da “Pomba Gira”; • movimentos intensos e deslizantes; • movimento do esterno; • foco no nível baixo; • pés se entrelaçando.

- ABORTO • Contração; • dor; • desespero; • alívio e peso; • liberdade; • arrependimento; • usar uma boneca como se fosse um bebê; • música, iluminação e cenário “angelicais”.

- MORTE / SUICÍDIO • Usar a história do Marden; • iluminação forte; • barulho que pareça um trem; • movimentação “desgovernada”: um vem atrás do outro

e esbarra “do nada”; • pegadas em que se joga a pessoa depois; • quedas; • meu solo feito para a disciplina Composição Solística; • movimentos melancólicos e de alívio.

- PASSAGEM para a purificação • Usar arame; • com a iluminação fazer passar do escuro para o claro,

como se fossem “fases”. - PURIFICAÇÃO

• Encontro com as cinzas; • luz clara; • trabalhar com a cinza; • finalização clara, bem definida; • tirar os adereços e passar as cinzas pelo corpo; • luz ou som que “feche” de uma vez, como se “engolisse” a

cena final;

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• movimentos fortes; • a luz ameaçar apagar até que realmente aconteça.

28 de novembro28 de novembro28 de novembro28 de novembro de 2008 de 2008 de 2008 de 2008 Relembramos e filmamos o resultado do laboratório que

fizemos dia 31 de outubro de 2008.

22 de janeiro de 200922 de janeiro de 200922 de janeiro de 200922 de janeiro de 2009 Tomamos apenas decisões burocráticas.

03 de fevereiro de 200903 de fevereiro de 200903 de fevereiro de 200903 de fevereiro de 2009 Hoje fizemos uma reunião extra na qual não houve

participação do Alexandre e da Mariana. Nela fixamos o horário de nossos encontros para 13h30 e resolvemos o que faremos na reunião amanhã: - ouvir as músicas que separamos no dia 14 de novembro para usar no espetáculo; - pensar nos personagens que existem na cena FESTA; - a participante Danielle vai aplicar uma oficina para que possamos começar a criar.

04 de fevereiro de 200904 de fevereiro de 200904 de fevereiro de 200904 de fevereiro de 2009

Ouvimos as músicas que havíamos separado. Danielle fez uma oficina conosco para que iniciemos a

cena da FESTA: - Ela separou seis papéis e escreveu dois elementos em cada. - Em seguida entregou um desses papéis para cada participante. Sobrou um, pois a integrante Mariana faltou. A divisão dos papéis ficou da seguinte forma: Participantes Elementos Alexandre Desequilíbrio / bêbado Ariana Movimentos rápidos / fugindo de alguém Danielle puxar alguém / dar ou levar um “fora” Gulnare barulho / inquietação Lorena agitação / dançar muito Papel que seria da Mariana saltos / desejo - Os integrantes deveriam fazer uma mímica a partir dos elementos que cada um recebeu e depois mostrar para o resto do grupo, sendo que a Danielle ficou com o seu papel e com o que seria da Mariana.

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- Danielle pediu que fizéssemos dupla com a pessoa que estivesse mais próxima e um desconstruísse a criação do outro. - As duplas foram eu e Alexandre, Ariana e Lorena; como a Danielle ficou sem dupla ela mostrou a mímica dela e a que ela fez com o papel teoricamente da Mariana e eu e Alexandre desconstruímos a última e a Ariana e a Lorena a primeira. A partir daí, Danielle apenas dirigiu a oficina. - Cada dupla juntou as três desconstruções feitas por elas. E cada um da dupla deveria fazer as movimentações usando as intenções que o outro havia sorteado na primeira parte do laboratório. - Por último, Danielle pediu que aumentássemos três idéias de movimentações: Duplas Idéias de movimentações Alexandre e Gulnare Foco no pé e desequilíbrio / salto e

sensualidade / uma parte do corpo puxa o movimento.

Ariana e Lorena Movimento rápido e fuga / barulho e nível baixo / salto e sensualidade.

Tivemos a idéia de começar a cena da FESTA com um

“bolinho” de pessoas locomovendo-se e uma tentando passar pela outra. Um dos participantes fica de fora e pula nesse “bolinho” derrubando-o. Em seguida levantam umas duas pessoas e fazem uma das seqüências que fizemos hoje.

05 de fevereiro de 200905 de fevereiro de 200905 de fevereiro de 200905 de fevereiro de 2009

Relembramos o que fizemos ontem, ensaiamos e prosseguimos de onde paramos.

Alexandre, Danielle, e Mariana usaram a célula coreográfica que o Alexandre fez no primeiro laboratório guiado pela Danielle acontecido no dia 31 de outubro de 2008 e criaram mais uma parte, encaixando essa junção na cena da FESTA.

Algumas idéias que tivemos: - A festa precisa ter um ápice, nele poderíamos estar todos juntos, fazendo barulho e em cada momento um se destaca. - No final da cena algumas pessoas saem carregadas da festa e as que ficarem começam a cena da ALUCINAÇÃO.

Cada vez que montamos uma parte, filmamos, assistimos e melhoramos o que não gostamos em seguida.

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06 de fevereiro de 200906 de fevereiro de 200906 de fevereiro de 200906 de fevereiro de 2009 Tivemos uma reunião com o Lucas, nosso preparador

físico, em seguida ensaiamos o que já estava pronto.

09 de fevereiro de 200909 de fevereiro de 200909 de fevereiro de 200909 de fevereiro de 2009 O integrante Alexandre deu aula de técnica de dança

contemporânea para o restante do grupo.

10 de fevereiro de 200910 de fevereiro de 200910 de fevereiro de 200910 de fevereiro de 2009 Nossa diretora coreográfica Solange Caldeira foi

conversar conosco e deu mais algumas idéias para o espetáculo: - Na cena do LABIRINTO colocar elementos surpresa e passar uma pessoa de cada vez por ele. - Deixar claro que esse Universo Paralelo do qual falamos é Viçosa. Algumas formas de fazer isso poderiam ser usar barro pelo corpo (que lembram as cervejadas de Viçosa nas quais os estudantes se jogam na lama), e no final fazer algo que lembrasse o movimento de jogar o chapéu feito no final da colação de grau quando os estudantes se formam e vão embora. - Representar lugares significativos de Viçosa como a feira de sábado, o Balaústre e o Leão.

Após essa conversa com Solange tentamos continuar a cena da FESTA, tínhamos a intenção de fazer o seu ápice, mas criamos pouquíssimo e não conseguimos alcançar nosso objetivo para hoje.

Observação: A integrante Mariana não estava presente. 11 de fevereiro de 200911 de fevereiro de 200911 de fevereiro de 200911 de fevereiro de 2009

A integrante Danielle usou uma estratégia para nos ajudar a mais uma vez tentarmos fazer o “ápice da festa”. - Ela colocou uma música calma e pediu que cada um ficasse em um canto da sala, com os olhos fechados. Em seguida, com sua fala foi nos remetendo a outro lugar pedindo que pensássemos em uma festa, como ela é, como as pessoas se vestem, como é a iluminação e qual sentimento isso tudo nos trás. E depois pediu que colocássemos o que pensamos no corpo. - Depois ela falou uma situação para criarmos em cima dela: uma pessoa quer muito ir embora da festa tenta fazer com

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que a pessoa que está com ela vá embora junto e esta tentar fazer com que a outra fique. - Por último, Danielle pediu que discutíssemos um com o outro sem usar palavras, apenas com movimentos e sons. Esta última parte não foi finalizada.

A partir do proposto por Danielle criamos duas células coreográficas e depois esquematizamos a ordem em que as células que já tínhamos prontas poderiam ficar. Observação: O integrante Alexandre não estava presente. 12 de fevereiro de 200912 de fevereiro de 200912 de fevereiro de 200912 de fevereiro de 2009

Primeiramente relembramos as células coreográficas criadas ontem. Em seguida, com a intenção novamente de fazermos o “ápice da festa”, cada um do grupo deu uma idéia de salto e de som que pudesse ser feito com a boca e depois fizemos uma pequena célula de movimentos cada um com seu salto e seu som.

Finalizamos a discussão proposta pela Danielle ontem e estruturamos exatamente como vão ficar todas essas células que criamos.

13 de fevereiro de 200913 de fevereiro de 200913 de fevereiro de 200913 de fevereiro de 2009

Alexandre ministrou uma aula de técnica. Observação: A integrante Lorena não estava presente. 16 de fevereiro de 200916 de fevereiro de 200916 de fevereiro de 200916 de fevereiro de 2009

Escolhemos mais algumas músicas que podem ser usadas no espetáculo e depois relembramos tudo o que foi feito no último encontro.

Enfim começamos a criar o “ápice da festa”. Usamos a célula coreográfica criada por Alexandre no 2º laboratório guiado por Danielle no dia 04 de fevereiro de 2009 para fazer a parte em que estamos todos juntos (ver dia 05 de fevereiro) e enquanto todos repetem os mesmos movimentos, sai um de cada vez e faz sua célula criada a partir do salto (ver dia 12 de fevereiro de 2009). Observação: A integrante Lorena não estava presente. 17 de fe17 de fe17 de fe17 de fevereiro de 2009vereiro de 2009vereiro de 2009vereiro de 2009

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Finalizamos o “ápice da festa” e escolhemos algumas músicas dentre as que já havíamos separado para o espetáculo, para usar na cena da ALUCINAÇÃO e depois iniciamos essa cena.

Observação: A integrante Lorena não estava presente. 18 de fev18 de fev18 de fev18 de fevereiro de 2009ereiro de 2009ereiro de 2009ereiro de 2009

Achamos que nossas músicas estão muito densas então escolhemos algumas mais leves.

Observação: A integrante Lorena não estava presente. 03 de março de 200903 de março de 200903 de março de 200903 de março de 2009

Apenas decisões burocráticas.

Observação: Os integrantes Alexandre, Lorena e Mariana não estavam presentes. 13 de março de 200913 de março de 200913 de março de 200913 de março de 2009

Mais uma vez, apenas decisões burocráticas.

Observação: A integrante Mariana não estava presente. 18 de março de 200918 de março de 200918 de março de 200918 de março de 2009

Por faltarem dois integrantes (Alexandre e Mariana), nós quatro que estávamos presentes resolvemos iniciar uma nova parte do espetáculo, pois não havia condições de terminarmos o processo da cena da ALUCINAÇÃO sem os outros dois participantes, e para a cena seguinte da RESSACA é preciso terminar a anterior, pois elas estão muito ligadas. Então decidimos começar a cena do SEXO.

Primeiramente escolhemos dentre as músicas que já havíamos separado, algumas para usarmos nessa nova cena. Depois Danielle deu algumas idéias para laboratório sobre o tema e entre essas escolhemos uma que era trabalhar com objetos.

Ela pegou alguns objetos que existem no Prédio da Dança e espalhou pela sala, depois pediu que cada uma escolhesse um e se familiarizasse com ele, criando uma relação que tivesse a ver com um dos fatores que na conversa

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inicial conversamos que o tema “sexo” traz: prazer, dor, amor, paixão, desejo, raiva, entre outros. A partir daí cada uma criou uma seqüência coreográfica.

Danielle escolheu um bambolê e para ela sua seqüência era como a perda da “pureza”. Eu escolhi um pandeiro e eu tinha a intenção de seduzi-lo. Ariana escolheu um tronco de árvore e tinha a sensação de relaxamento com ele, mas não conseguiu estruturar uma seqüência pois se perdeu durante o laboratório. Lorena escolheu um banquinho e para ela, ele era um apoio, dava a ela a sensação de cumplicidade, segurança, mas ela também não chegou a estruturar uma seqüência porque precisou sair mais cedo. 19 de março de 200919 de março de 200919 de março de 200919 de março de 2009

Eu mostrei a seqüência que montei ontem para a Ariana e a Lorena que me ajudaram a reestruturar a célula coreográfica, nisso a Ariana sugeriu que eu dispensasse meu objeto e eu o fiz.

Depois Lorena foi estruturar os movimentos que ela criou no laboratório ontem e eu e Ariana ficamos tentando elaborar a cena. Poderíamos usar as quatro seqüências várias vezes em ordens diferentes. Ou então dançar uma por vez a sua seqüência e depois fazermos mais uma todos juntos com a idéia de dor, raiva, culpa, representando a parte forte, dolorosa do sexo.

Por fim, ajudamos Lorena a reestruturar sua seqüência. Observação: Alexandre, Danielle e Mariana não estavam presentes. 20 de março de 200920 de março de 200920 de março de 200920 de março de 2009

Reunião burocrática. Pensamos em apresentar na Praça da Igreja em vez da

RF, e para isso precisaríamos ter um cenário móvel.

25 de março de 200925 de março de 200925 de março de 200925 de março de 2009 Relembramos tudo o que temos pronto.

26 de março de 200926 de março de 200926 de março de 200926 de março de 2009

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Danielle mostrou a seqüência que ela montou para a cena do sexo com o bambolê e nós a ajudamos a reestruturá-la; reestruturamos também a minha seqüência. Observação: Alexandre, Lorena e Mariana não estavam presentes. 30 de março de30 de março de30 de março de30 de março de 2009 2009 2009 2009

Resolvemos que deveríamos pensar em movimentações também fora dos ensaios e reparar os movimentos que acharmos interessantes na rua.

Idéias para o sexo: - As quatro que participam da cena, cada uma fazendo a seqüência que montou e em um foco de luz diferente.

• poderia ser cada uma de uma vez, ou as quatro ao mesmo tempo;

• ou cada uma de uma vez e depois repetem as quatro ao mesmo tempo (cada uma fazendo sua seqüência);

• ou dois focos ao mesmo tempo em diagonal, cada uma em um foco e as seqüências dialogarem uma com a outra (o movimento de uma seria a resposta do movimento da que está em sua diagonal).

1º1º1º1º de abril de 2009 de abril de 2009 de abril de 2009 de abril de 2009

Relembramos ALUCINAÇÃO e tentamos finalizar esta cena.

Questionamo-nos onde entraria a parte dos “loucos” de Viçosa, e achamos que só cabe na cena de ALUCINAÇÃO e loucura.

Poderíamos fazer com que esta cena fosse mais leve e uma transferência entre a ALUCINAÇÃO e a RESSACA.

Utilizar movimentos do “Rogerinho” (movimentos pesados e violentos); “Pango” (idéia de ação e reação); “Mudinho” 13 (pisada forte e movimento de súplica pois ele costuma entrar um papel às pessoas na rua pedindo dinheiro).

Usar também outras movimentações incomuns vistas na rua; e ainda: giros, bagunça, dor de cabeça, confusão e mal estar, lembrando as sensações de uma ressaca. E acrescentar movimentos que impressionem e chamem a atenção. 13 Pessoas que andam pelas ruas de Viçosa, alguns dos chamados “loucos de Viçosa”. Esses são os nomes dados a eles pelo povo, principalmente os estudantes.

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02 de abril de 200902 de abril de 200902 de abril de 200902 de abril de 2009

Mariana fez o último laboratório de Danielle, do qual ela não havia participado, com o objeto que Ariana havia escolhido, pois a substituiria. Após mostrar a seqüência que havia criado, Danielle sugeriu que eu ficasse no lugar do tronco durante a célula coreográfica.

Filmamos tudo o que foi criado. Observação: Alexandre, Ariana e Lorena não estavam presentes. 03 de abril de 200903 de abril de 200903 de abril de 200903 de abril de 2009 Mostramos as filmagens do dia anterior para Ariana e Lorena. Em seguida conseguimos dar uma pequena continuidade à Ressaca. Observação: Alexandre não estava presente. 04 de abril de 200904 de abril de 200904 de abril de 200904 de abril de 2009 Relembramos tudo o que já criamos e na seqüência aumentamos mais uma parte à cena da Ressaca usando duplas. Sugeriram que na cena do Sexo poderia haver intenção de controle de um sobre o outro, de marionete. 06 de abril de 200906 de abril de 200906 de abril de 200906 de abril de 2009 Um dos integrantes pediu que respondêssemos a uma entrevista para seu artigo, o que tomou muito tempo, então apenas repassamos o que já foi feito. Observação: Alexandre não estava presente. 08 de abril de 200908 de abril de 200908 de abril de 200908 de abril de 2009 Demos continuidade à cena do Sexo. Estruturação: - Lorena entra com seu objeto e eu em seguida andando reto com olhar fixo. - Cada uma faz sua seqüência, depois Lorena sai da cena. Danielle e Mariana entram, e fazem sua seqüência, sendo que Mariana a realiza me usando como “objeto”. Idéia para a continuidade:

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- Continuar cena usando a parte forte do sexo (sentimentos como dor, raiva, mágoa, violência). - Nós três que estamos em cena fazemos uma fila e os outros três que estão de fora entram também em uma fila perpendicular à nossa e depois formamos uma fila única. - Em fila, fazemos os movimentos com os braços criados por mim e Mariana em um momento fora das reuniões do TCI, que achamos que caberia aqui. Esses movimentos seriam feitos primeiramente lentos e depois aumentaria sua velocidade gradativamente. Até que a movimentação, a princípio carinhosa, se tornasse agressiva. Observação: Alexandre e Danielle não estavam presentes. 15 de abril de 200915 de abril de 200915 de abril de 200915 de abril de 2009 Idéias para a cena forte do Sexo: - Duos com movimentos fortes, demonstrando agressividade. - Uma pessoa tenta se agarrar a outra, que tenta se livrar da primeira. - Um duo com cena amorosa, carinhosa, em seguida aparece uma terceira pessoa. Na cena do Aborto uma pessoa poderia entrar sentada, se arrastando (como Ariana fez em seu solo da disciplina Composição Solística), depois entram outras atrás da mesma forma.

Poderíamos usar no cenário e no figurino cores da bandeira de Viçosa e/ou um símbolo. Poderíamos também trabalhar com tons de vermelho, preto e branco pois, o vermelho dá idéia de sensualidade e morte, o preto traz uma sensação pesada como é boa parte do espetáculo e de luto, e o branco é o símbolo da purificação.

Conversamos sobre os elementos de Viçosa que usamos no espetáculo e concluímos que deveríamos usar características do povo viçosense e elementos que sejam específicos da cidade, independente dos fator “cidade universitária” e seus estudantes.

Um item muito marcante para a cidade foi o presidente Artur Bernardes, poderíamos pesquisar sobre ele.

Na cena Morte/Suicídio poderíamos usar a história das 9 cruzes trazidas pela integrante Danielle que pesquisa sobre as lendas para seu artigo. Para isso cada entraria em cena com uma cruz e a fincaria em um lugar diferente, depois as trocaríamos de lugar até que todas ficassem no mesmo local.

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Observação: Ariana e Lorena não estavam presentes. 17 de abril de 200917 de abril de 200917 de abril de 200917 de abril de 2009 Idéias para a cena do Aborto: - Enquanto alguns entram sentados se arrastando pela diagonal, outros entram à frente desses pelo lado oposto, deslocando-se lateralmente, fazendo movimentos de “enrolar” e “desenrolar” a coluna. - No início usar uma música que começa como o som de uma “caixinha de música”, com uma filmagem de bonecas de plástico sendo queimadas. - Uma pessoa entra com Ariana (sentados) e as outras atrás se arrastando, tentando alcançá-la, um passando por cima do outro. - Um dos bailarinos faz um movimento e, em outro lugar, os outros fazem movimentos como se estivessem reagindo. - Alguém faz movimentações como se estivesse tirando algo do corpo e os outros fazem movimentos como se fossem o que está sendo tirado. Observação: Alexandre não estava presente. 18 de abril de 200918 de abril de 200918 de abril de 200918 de abril de 2009 Conversamos sobre o cenário, como o faremos. Durante essa conversa percebemos que com a apresentação sendo na praça, não será possível construir o labirinto que pretendíamos. Em vez disso poderíamos usar projeções com imagens de Viçosa, fotos, frases, elementos que remetam à cidade. Demos continuidade à cena do Aborto. Criamos movimentos parecendo que éramos deformados, pensando em como ficam os fetos depois de uma tentativa de aborto. Observação: Alexandre não estava presente. 20 de abril de 200920 de abril de 200920 de abril de 200920 de abril de 2009 Concluímos a coreografia do aborto. Após o momento dos fetos, eu saio de cena e Mariana (um dos “fetos”) vai até Ariana (a “mãe”) e luta com ela, enquanto Lorena (também um dos “fetos”) se amedronta e foge. Observação: Alexandre não estava presente.

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27 de abril de 200927 de abril de 200927 de abril de 200927 de abril de 2009 Refizemos a cena da Ressaca, pois há muito ela ficou inacabada. Ao assistirmos a última filmagem dela encontramos alguns defeitos, então tentamos consertá-los recriando algumas partes da cena. Criamos mais uma parte em que fazemos um bolinho com contato improvisação, que representaria o quanto uma pessoa fica confusa por causa da ressaca. 29 de abril de 200929 de abril de 200929 de abril de 200929 de abril de 2009 Finalizamos a Ressaca retomando algumas partes que havíamos criado antes, mas decidimos cortar da cena e aumentando movimentos que remetessem a sintomas de uma ressaca: dor de cabeça, enjôo, tontura, moleza e vômito. 30 de abril de 200930 de abril de 200930 de abril de 200930 de abril de 2009 Danielle fez uma colocação dizendo que “passamos todo esse tempo em Viçosa vivenciando o que colocamos no espetáculo, e só agora que o estamos fazendo descobrimos o que realmente é Viçosa”. A partir dessa idéia ela sugeriu que usássemos isso para a cena da Purificação. Conversamos também sobre suicídio com a intenção de começarmos a criar a cena da Morte/Suicídio. Eu falei que para o meu solo da disciplina Composição Solística, inspirado na idéia de um suicídio, li várias cartas suicidas na internet e geralmente o que o suicida quer é fugir de seus problemas. Em seguida como criei meu solo, que comecei pensando como se fosse alguém que não se ama e não se reconhece (ou não quer reconhecer) no espelho, e acaba se atacando por isso. Danielle guiou um laboratório. Começou fazendo perguntas que respondemos em uma folha. Em seguida, pediu que nos olhássemos no espelho e pensássemos o que não gostamos em nós mesmos por dentro e por fora. Pediu que fizéssemos movimentos focando o que escolhemos e depois aumentássemos a velocidade e a intensidade. Após isso, deveríamos pensar o que não gostamos nos outros seguindo a mesma dinâmica anterior.

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Observação: Alexandre não estava presente. Mariana participou da reunião todo o tempo. A partir daqui Ariana e Lorena chegaram e Danielle e eu fomos embora. Mariana repetiu com Ariana e Lorena o laboratório guiado por Danielle. As duas fizeram movimentos muito semelhantes. Elas tiveram muita dificuldade em se soltarem para seguir o proposto. Tentamos reestruturar cada célula e juntar, mas não conseguimos. Então tentamos pensar na saída do Aborto iniciando a Morte/Suicídio. Poderíamos iniciar com o solo da Lorena criado para a disciplina Composição Solística, depois foi sugerido que eu descesse do coreto que existe na praça fazendo movimentos com os pulsos contidos no meu solo. Em seguida faríamos juntas nossos solos. 1º de maio de 20091º de maio de 20091º de maio de 20091º de maio de 2009 Mostramos a todos o que havia sido criado ontem, e assistimos à filmagem dos solos de Composição Solística. Filmamos a cena da Ressaca pronta e repassamos tudo o que foi criado. Nossa orientadora coreográfica Solange assistiu e deu dicas: - Precisamos lembrar de fazer movimentos para todas as direções, já que dançaremos em um local com o formato de um teatro de arena. - Estaremos sempre em cena, então não podemos nunca nos desfazer dos nossos personagens. 02 de maio de 200902 de maio de 200902 de maio de 200902 de maio de 2009 Repassamos tudo o que foi criado e Alexandre e Danielle criaram alguns movimentos para fazerem na cena do Aborto, pois Alexandre não participava dela e Danielle participava pouco. Não teremos como sair de cena, por isso eles precisaram passar a participar. Ariana sugeriu que alguém ficasse envolto por um tecido que fosse mole e transparente como se fosse uma placenta e Alexandre fará isso. Estrutura da Morte/Suicídio:

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- Eu saio do coreto mostrando os pulsos e tendo espasmos de vez em quando. - Encontro com Lorena e fazemos o início de nossos solos (cada uma o seu) até chegar ao movimento de se enforcar que existe nos dois solos. Então as duas caem no chão. - Acende-se um foco no Alexandre e faz movimentações se enforcando. - Ariana, Danielle e Mariana entram em cena fazendo movimentos frenéticos enquanto eu e Lorena fazemos movimentos lentos. Enquanto isso Alexandre reage a tudo o que vê, como se o influenciássemos incitando-o ao suicídio. - Ariana, Danielle e Mariana entram em cena fazendo movimentos frenéticos enquanto eu e Lorena fazemos movimentos lentos. Enquanto isso Alexandre reage a tudo o que vê, como se o influenciássemos, incitando-o ao suicídio.

Danielle sugeriu que usássemos no cenário uma moldura de espelho, sem o vidro, e quem ficasse fora de cena iria até lá e faria movimentações entrando e saindo do “espelho”. 04 de maio de 200904 de maio de 200904 de maio de 200904 de maio de 2009 Relembramos tudo o que criamos e terminamos a parte forte da cena do Sexo fazendo dois trios. O primeiro seria foi composto por mim, Danielle e Mariana, pois somos as últimas a apresentarmos na parte leve da cena. Nós dançamos a parte lenta da música e usamos a sensualidade para criar nossa seqüência coreográfica. O segundo trio, formado por Alexandre, Ariana e Lorena, dançou a parte mais agitada da música e usaram pegadas e movimentos fortes como matriz. 06 de maio de 200906 de maio de 200906 de maio de 200906 de maio de 2009 Relembramos toda a parte pronta do espetáculo. Nova idéia de estrutura para Morte/Suicídio: - A cena poderia começar focando Alexandre (que seria o suicida), em seguida viria o que já havíamos pensado: meu solo com o da Lorena. - Logo após viria uma luz como se fosse o farol do trem em cima de Ariana, Danielle e Mariana. Danielle sugeriu que pensássemos em histórias e lendas específicas de mortes e suicídios acontecidos em Viçosa na criação das movimentações e da cena. Mortes que conhecemos:

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- Enforcamentos no Recanto das Cigarras. - História das 9 cruzes. - Afogamentos na enchente e quando se suicidam no lago da UFV. - Acidentes de trem: Marden e Conceição “do Pulinho”. 07 de maio de 200907 de maio de 200907 de maio de 200907 de maio de 2009 Terminamos a movimentação do primeiro trio da parte forte da cena do Sexo. Queríamos usar um pouco mais de contato em nossa seqüência, então sugeri a utilização de uma figura da Salsa. Em seguida retomamos uma movimentação criada por mim e pela Danielle para essa cena mas que havia se perdido. Criamos em cima dela e a reestruturamos. Observação: Alexandre não estava presente. Mariana esteve presente durante toda a reunião. A partir daqui Ariana e Lorena começaram a participar e Danielle e eu fomos embora. Pensamos em criar movimentações para a Morte/Suicídio e estruturar mais essa cena. Surgiu a idéia de eu dar um grito antes do Alexandre aparecer. Em seguida continuaria a seqüência já estabelecida. No momento em que desço do coreto estaria com ataduras no pulso com uma tinta que desaparece com o tempo (“sangue do diabo”). As 9 cruzes ficariam posicionadas durante todo o espetáculo em um local estratégico como se fosse o cemitério da cidade. Tivemos uma discussão a respeito do tipo de público que teremos, do nosso tema e da preocupação com o espetáculo, principalmente com a visão de leigos em relação à apresentação. Poderíamos suavizar algumas expressões e trabalhar bem a intenção de cada cena. Fizemos uma movimentação inspirada no desespero de estar em uma linha de trem, como se ele estivesse chegando perto, usando ainda barulho de trem. 11 de maio de 200911 de maio de 200911 de maio de 200911 de maio de 2009 Ariana, Lorena e Mariana falaram sobre a reunião delas de ontem, depois relembramos tudo o que já montamos.

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13 de maio de 200913 de maio de 200913 de maio de 200913 de maio de 2009 Tentamos finalizar a estruturação da Morte/Suicídio mas ainda ficou faltando um final: - Após o momento em que eu e Lorena fazemos nossos solos Ariana, Danielle e Mariana fazem solos, cada uma pensando em uma história ou lenda sobre morte de Viçosa. - Em seguida todos fazem movimentos intensos e Alexandre reage, pois nossos movimentos influenciam seu personagem para o suicídio. - Está difícil colocar idéia das 9 cruzes na estrutura do espetáculo pois questionamo-nos: como usar essas cruzes? Onde elas ficarão? Para onde iremos com elas? Como vamos carregá-las? Iremos mudá-las vão sair do lugar? Danielle fez seu solo pensando em afogamento. Resolvemos que a cena da Morte/Suicídio será sem música.

Alexandre, Ariana e Lorena terminaram a seqüência deles da parte forte da cena do Sexo. 15 de maio de 200915 de maio de 200915 de maio de 200915 de maio de 2009 Discutimos sobre o figurino. Estruturamos mais uma parte da cena da Morte/Suicídio: - As cruzes não serão usadas na coreografia, colocaremos um foco de luz na frente delas para que façam sombra em cima do Alexandre. - Eu e Lorena não sairemos do palco depois de nossa parte, os solos de Ariana, Danielle e Mariana terminarão com elas caindo no chão para levantarmos juntas em um mesmo lugar e fazermos a parte forte que será a partir do que Ariana, Lorena e Mariana montaram no dia 07 de maio. Observação: Alexandre não estava presente. 18 d18 d18 d18 de maio de 2005e maio de 2005e maio de 2005e maio de 2005

Ouvimos algumas músicas para a cena da Purificação e gostamos de uma que era mais leve e descontraída.

Idéia para a Purificação: usar movimentos de todas as outras cenas do espetáculo.

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Repassamos o espetáculo pensando em quais movimentos poderíamos usar e relembrando o que já criamos, mas não ficou decidido nada. Observação: Mariana não estava presente. 20 de maio de 200920 de maio de 200920 de maio de 200920 de maio de 2009 Concluímos a cena da Morte/Suicídio: Após os solos de Ariana, Danielle e Mariana, faremos um movimento todas juntas no chão, enquanto Alexandre continua em sua movimentação “suicida”. Nossa disposição no espaço é espalhada com cada um dos bailarinos virados para uma direção diferente. Levantaremos e faremos a parte que Ariana, Lorena e Mariana criaram dia 07/05, que é baseada em mortes com acidente de trem. Iniciaremos essa frase em cânon, por sugestão de Alexandre que teve essa idéia a partir de um espetáculo que ele vira na noite anterior na televisão. Para finalizar, todos (menos Alexandre) correrão para a beira do palco, como se fosse à beira de um precipício. Cada um ficará na frente de um holofote e em seguida, blecaute na iluminação. Idéias para a cena da Purificação: - Transmitir a sensação de alívio. - Tirar adereços e ficarmos só com macacão base do figurino. - Um participante tira uma peça do figurino do outro. 24 de maio de 200924 de maio de 200924 de maio de 200924 de maio de 2009 Terminamos a Morte/Suicídio em circulo, por isso poderíamos usar essa idéia na cena da Purificação. A vida em Viçosa é um ciclo sem fim, como o círculo. Esta cidade é um local cheio de idas e vindas, em que acontecem transições.

Usar cinzas ou algum elemento que a representasse (uma purpurina prateada fina, por exemplo). Para isso nossos apoios colocariam um pote ao lado do foco em que cada fica no final de Morte/Suicídio, e de alguma forma levaríamos essas “cinzas para o meio”. Talvez a jogando para trás, onde estará Alexandre.

Poderíamos também usar areia ou fazer uma cortina d’água. 25 de maio de 200925 de maio de 200925 de maio de 200925 de maio de 2009

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Poderíamos usar a mesma filmagem de entrada em Viçosa do início do espetáculo, como se estivesse sendo rebobinada para o final da apresentação, como se estivessem saindo de Viçosa. Usar movimentações fluidas, pensando no círculo/ciclo. Surgiu uma idéia de usarmos duplas. Mariana sugeriu uma movimentação pensando em “brincar” com a cortina d’água. 27 de maio de 200927 de maio de 200927 de maio de 200927 de maio de 2009 Continuando as idéias de dupla e movimentos circulares, nos separamos em duplas para fazermos um laboratório de contato improvisação. A partir daí veríamos quais movimentos seriam interessantes de usarmos. Como Alexandre, que faz dupla comigo, faltou, retomei a idéia de usarmos movimentos das outras cenas e criei uma seqüência deslocando-me em círculo. As outras duas duplas mostraram o que criaram e juntamos as três seqüências. A estrutura da Purificação ficou assim: - Após corrermos para o holofote, fazemos um movimento fluido, com a intenção de “brincar” com a água. - Em seguida três bailarinos correm até os outros três, formando as duplas. - Fazemos as duas seqüências criadas a partir do laboratório de contato improvisação e em seguida a que criei usando movimentos das outras cenas do espetáculo. - Por fim, corremos para o centro do palco como havíamos corrido para a beirada. Viramos para fora do círculo, acendem-se todas as luzes, e em seguida blecaute. E assim foi finalizado o espetáculo.

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ANEXO II

Compilação de dados referentes à pesquisa realizada sobre a cidade de viçosa

DADOS COLETADOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA SEXO:

Masculino (M) 29 Feminino (F) 25 Sem resposta 01

PROFISSÃO:

M F M F Estudante 14 16 Atleta 01 - Estudante e estagiário - 01 Professor 01 - Instrutora de língua inglesa - 01 Advogado 01 - Desempregado 01 - Sem resposta 11 07 VOCÊ É DE VIÇOSA?

SIM NÃO Masculino 01 28 Feminino 08 17 Sem resposta 01 SE NÃO, DE ONDE É?

M F M F

60

MINAS GERAIS ESPÍRITO SANTO Abre Campo 1 - Cachoeiro 1 - Belo Horizonte 1 3 Colatina 1 1 Coimbra 1 - Espírito Santo 1 - Ervália 1 - Guaçuí 1 - Governador Valadares 1 1 Guarapari 1 - Ipatinga - 2 Vila velha 1 1 Itabira - 1 SÃO PAULO Minas Novas - 1 São José dos Campos 1 - Ouro Preto 1 - São Paulo 5 1 Paula Cândido 1 - Piracicaba 1 - Pedra Azul – Belo Horizonte atualmente - 1 RIO DE JANEIRO Rio Casca - 1 Macaé 1 - Rio Pomba - 1 Nova Friburgo 1 - Ubá 1 1 Rio de Janeiro 1 - Tombos 1 - DISTRITO FEDERAL Pará 1 - Brasília 1 1

MATO GROSSO DO SUL RONDÔNIA Maracaju - 1 Rondônia 1 - SE NÃO, HÁ QUANTO TEMPO ESTÁ NA CIDADE?

TEMPO M F TEMPO M F 20 anos 01 - 2 anos e ½ 04 01 10 anos 01 - 2 anos 03 01 7 anos - 01 1 ano e 9 meses - 01 5 anos e ½ 01 - 1 ano e ½ 01 - 5 anos 02 - 1 ano 04 - 4 anos e ½ - 01 8 meses 01 - 4 anos - 01 7 meses 02 01 3 anos e ½ - 01 6 meses 04 04 3 anos 04 04 Sem resposta 01 É ESTUDANTE DA UFV?

Masculino Feminino SIM 29 23 NÃO 01 Sem resposta - 02 VOCÊ CONHECE ALGUMA HISTÓRIA, LENDA URBANA QUE ACONTECEU EM VIÇOSA?

M F SIM 11 09 NÃO 17 15 Sem resposta 01 01 QUAL? DESCREVA.

HISTÓRIA M F MARDEN 06 07

“A Lenda do Marden. O rapaz morreu na linha do trem da UFV e agora volta

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sempre na data de sua morte e escreve próximo a linha ‘Oia o trem’” 01 - “Do cara que foi atropelado pelo trem” 01 01 “Todos os anos na frente do R.U. aparece escrito que um tal de Mardem falecido na década de 90”

01 -

“O cara que escreve: ‘Olha o trem’ na linha do trem perto do R.U.” 01 - “Trem Marden: em junho aparece o nome do Marden em frente ao R.U.” 01 - “A história do trem que passou por cima do homem dentro da UFV” - 01 “Sobre um homem que morreu atropelado por um trem, dentro da UFV” - 01 “A lenda do estudante que foi atropelado pelo trem” - 01 “A lenda de Marden” - 01 “Marden! Olha o trem!” - 01 “Marden foi atropelado pelo trem” 01 - “O estudante que supostamente morreu atropelado pelo trem na frente do R.U.”

- 01

ATROPELOS NA LINHA DO TREM 01 - “A lenda da menina que foi morta na linha do trem” 01 -

FETOS 01 01 “Dos fetos no encanamento do alojamento” 01 - “A história dos canos entupidos da UFV. Quando foram solucionar o problema, viram que o entupimento era devido à grande quantidade de fetos encontrados nos encanamentos. Os fetos eram oriundos de abortos realizados por estudantes da faculdade”

-

01

ROGERINHO 02 01 “Rogerinho formou na UFV e ficou desempregado” 01 - “O Rogerinho era um dos estudantes mais inteligentes da UFV e de tanta inteligência ficou doido”

01 -

“Rogerinho era estudante da UFV (RS!)” - 01 4 PILASTRAS 04 01

“Se a mulher formar virgem, as 4 Pilastras saem andando” 01 - “A das moças virgens sendo perseguidas” 01 - “Se você se formar na UFV, virgem as 4 Pilastras correm atrás de vc. Ha! Ha! Ha!”

01 -

“A das 4 Pilastras – Que se a mulher sair virgem as 4 pilastras saem andando” 01 - “A lenda das 4 pilastras” - 01

LAGO 01 01 “Dois meninos pularam no lago da UFV em 2003 e ficaram fluorescente” 01 - “Afogamento na lagoa” - 01

ESTUPRO - 01 “Estupros na Reta” - 01

SUICÍDIOS - 01 “Enforcamento no Recanto” - 01 VOCÊ CONHECE ALGUM CASO DESTES? ASSINALE O(S) QUE VOCÊ CONHECER.

CASOS M F Abortos 05 15 Acidentes de trem 04 12

62

Suicídios 10 13 Loucuras 17 12 Sem resposta 08 03 VOCÊ ACHA QUE VIÇOSA TEM ALGUMA COISA DE DIFERENTE DAS OUTRAS CIDADES?

M F SIM 26 15 NÃO 03 10 Sem resposta - - SE SIM, O QUE?

M F SEM RESPOSTA 01 -

CIDADE DE INTERIOR 02 02 “Simplicidade do interior mineiro e alta concentração de jovens por m²” - 01 “Viçosa é uma cidade pequena e devido à presença da universidade ela recebe pessoas de todos os lugares, fazendo com que as características da cidade sejam voltadas aos estudantes e não aos seus moradores nativos”

-

01 “Lugar tranqüilo, e muito louco, o prazer de se viver aqui não se encontra em outro lugar”

01 -

“As ruas e educação de muitas pessoas que muitas vezes falta” 01 - QUANTIDADE DE JOVENS 04 02

“Muitos jovens. Nível cultural alto em relação ao tamanho da cidade” - 01 “A maioria da população não é nativa e sim estudantes de outras cidades e regiões. Desse modo, a maioria das atividades da cidade é voltada para certa faixa etária”

-

01

“Espírito jovem devido à quantidade de estudantes” 01 - “Muitas pessoas com faixa etária entre 18 e 25 anos” 01 - “A população de jovens” 01 - “Muitos jovens, o que torna mais agitada a vida na cidade” 01 -

FESTAS 10 02 “Cidade com muito estudante, rock n’ roll” - 01 “Muitas festas, violência exagerada” - 01 “Nada pra fazer a não ser beber” 01 - “Muita gente e muitas festas” 02 - “Festas em quase todos os dias da semana” 01 - “Os rock’s bons demais” 01 - “Baladas” 01 - “Festas e mulheres” 01 - “festa, loucos” 01 - “Muitas festas e uma boa infra estrutura de estudo” 01 - “Ambiente universitário, festas demais para uma cidade pequena; cidade cheia de jovens; jovens e adolescentes fazendo compras no supermercado”

01 -

UNIVERSIDADE 02 03 “A universidade maravilhosa” - 01 “Cidade universitária. O ritmo muda.” - 01

63

“Cidade universitária, grande número de estudantes por m²” 01 - “O espírito universitário. Rá!” - 01 “Muitos universitários”

01 -

OUTROS 07 06 “Muita mulher!!!” 01 - “Falta tudo...” 01 - “Tudo é muito diferente, os relacionamentos entre as pessoas (tudo muito superficial), a cultura das pessoas”

01

-

“Tudo” - 02 “Todo mundo é feliz” - 01 “Oferece uma qualidade de vida muito saudável pelo menos aos estudantes da UFV”

- 01

“Ritmo de vida” - 01 “Viçosa way of life” 01 - “Falta de opção p/ lazer e cultura” 01 - “Ela tem um clima diferente e as pessoas que eu tenho conhecido aqui são diferentes”

- 01

“Psicodelia” 01 - “O trânsito” 01 - O QUE A CIDADE DE VIÇOSA REPRESENTA PARA VOCÊ?

OPINIÃO M F SEM RESPOSTA - 01

QUANTO À CIDADE 06 10 “Representa uma ilha em relação ao Brasil, mas por causa da Universidade, e na qualidade do ensino”

01 -

“Viçosa é o lugar onde eu vou passar a parte da minha vida em que o aprendizado será mais intenso”

- 01

“A cidade em que meus pais estudaram, eu, meu irmão estudamos e que meus filhos irão estudar”

-

01

“Um lugar de fazer e de perder amigos” - 01 “minha segunda casa, minha cidade ‘natal’ escolhida de coração” - 01 “Tudo, foi aqui que eu nasci e me criei e me formarei” - 01 “Representa uma cidade atrasada que só sobrevive graças a Universidade” - 01 “É uma cidade de interior com uma potência de Universidade. E é essa Universidade que acaba dando valor a cidade”

- 01

“O melhor lugar do mundo” - 01 “A minha cidade” - 01 “Caos” - 01 “Minha nova casa!!!” 01 - “Uma cidade qualquer” 01 - “Passagem” 01 - “Aonde eu moro” 01 - “Um local familiar” 01 -

FESTAS 03 07

64

“Estudo, Diversão” 01 01 “Festa, beber, cair e levantar” - 01 “Festas” - 01 “festas e estudos” - 01 “festas, bebida, diploma” - 01 “Lazer” - 01 “Diversão, diploma, amores” - 01 “Um complexo de lazer e estudo” 01 - “Uma cidade com muitas festas, uma boa infra estrutura para o estudo, com a UFV”

01 -

“Balada” 01 - QUANTO À UNIVERSIDADE 10 02

“Futuro e sucesso para a minha escolha profissional, pois a UFV me proporciona muitas oportunidades boas”

- 01

“Onde eu estudo” - 01 “Um futuro profissional” 01 - “Um lugar onde vou poder ter uma ótima formação profissional” 01 - “Meu diploma e festas” 01 - “Um ótimo lugar para se estudar” 01 - “Um lugar de estudo, amigos, festas e o caos no trânsito” 02 - “Boa formação profissional e muita farra” 01 - “Espero que o curso que eu faço aqui na UFV me de um bom futuro” 01 - “Meu futuro estudantil” 01 - “Instituição de Ensino Superior que oferece meu curso por opção e agora pós graduação”

01 -

MODO DE VIDA 09 05 “Muitas experiências novas” - 01 “Experiência de vida” 01 - “Melhores anos da minha vida” - 01 “Oportunidade de viver em um mundo diferente” - 01 “uma grande mudança na minha vida” - 01 “lugar em que vivo com minha família, e construo a minha vida” - 01 “Tristeza” 01 - “Muito aprendizado, uma saúde precária e meu vocabulário piorou” 01 - “Tudo. Estudos, Rocks, Amores, Conhecimento” 01 - “A melhor época que já tive” 01 - “Um local para grandes aprendizados” 01 - “Sei lá” 01 - “Uma ótima fase da minha vida” 01 - “Oportunidade” 01 -

DADOS COLETADOS NA CIDADE DE VIÇOSA SEXO:

Masculino (M) 16 Feminino (F) 28 Sem resposta 01

65

PROFISSÃO: M F M F

Pintor 01 - Estudante 03 07 Funcionário público da UFV 01 - Estudante e dona de

casa - 01

Funcionária público - 01 Técnico em computação

01 -

Artesão 01 - Jardineiro 01 - Gerente 01 - Moto boy 01 - Comerciante 01 01 Balconista 01 01 Vendedora - 06 Socióloga - 01 Desempregada - 01 Servente de limpeza - 01 Do lar - 01 Lojista - 01 Atendente - 01 Doméstica - 01 Sem resposta 01 Sem resposta 04 04 VOCÊ É DE VIÇOSA?

SIM NÃO Masculino 08 08 Feminino 09 19 Sem resposta 01 SE NÃO, DE ONDE É?

M F M F MINAS GERAIS 04 15 ESPÍRITO SANTO 02 01

São Mateus - 01 Venda Nova do Imigrante

- 01

Guaraciaba - 03 Rio Casta 01 - Ponte Nova - 01 São Gabriel da Palha 01 - Ubá - 01 SÃO PAULO 01 02 Belo Horizonte 01 01 São Paulo - 01 Canaã - 01 Cotia - 01 Teixeiras - 02 São Bernardo do

Campo 01 -

Itabirito - 01 RIO DE JANEIRO 01 01 Ipatinga 01 01 Paraty - 01 Porto Firme - 03 Campos dos

Goytacazes 01 -

Timóteo 01 - SEM RESPOSTA - 01 Conselheiro Lafaiete 01 - SE NÃO, HÁ QUANTO TEMPO ESTÁ NA CIDADE?

TEMPO M F TEMPO M F 35 anos - 02 08 anos 01 - 34 anos 01 - 5 anos - 02 29 anos - 01 4 anos 01 04 18 anos - 01 3 anos 01 03

66

14 anos - 01 2 anos e ½ - 02 12 anos 01 01 2 anos - 01 10 anos - 01 2 meses - 02 9 anos 02 - 1 dia 01 - É ESTUDANTE DA UFV?

M F SIM 08 04 NÃO 19 12 Sem resposta 02 - VOCÊ CONHECE ALGUMA HISTÓRIA, LENDA URBANA QUE ACONTECEU EM VIÇOSA?

M F SIM 09 11 NÃO 07 18 QUAL? DESCREVA.

HISTÓRIA M F MARDEN

“O cara que morreu na linha do trem. Marden” 01 “Marden – segundo a lenda ele foi atropelado pelo trem...” 01 “A história de uma menina que morreu atropelada pelo trem na UFV e todos os anos após a sua morte, aparece no chão do local da morte um aviso que o trem vai passar, isso acontece na data da morte dela”

01

“Olha o trem do R.U. a morte do menino” 01 FETOS

“Fetos jogados na lagoa” 01 - “Certa vez o encanamento do alojamento feminino entupiu, quando foram desintupir viram que eram fetos que entupiam o encanamento”

01 -

“Abortos em demasia de estudantes que jogavam o feto na represa” 01 - ROGERINHO

“Rogerinho” 01 SUICÍDIOS

“Um rapaz morreu enforcado no Belvedere, na UFV, digo, Recanto” - 01 “Um suicídio ocorrido no Recanto das Cigarras e depois de um tempo encontraram-no sendo comido por urubus”

- 01

“Uma menina morreu atropelada pelo trem na PH Rolfs” 01 - “um cara pulou n alinha para morrer. Local: 9 cruzes, saída para Porto Firme” 01 -

OUTROS - “Peladona da internet, elevador. Uma estudante sem apoio do namorado fez o aborto”

- 01

“Que o ‘suquinho dos bactérias’ servido em várias festas é batizado com drogas ilícitas e até mesmo c/ hormônio de animais p/ deixar a galera ‘doidona’. Kkkkkk...”

-

01

“Na rua das estrelas via muitos pés de manga. Então algumas pessoas dizia de que sí alguém fosse pegar manga quasí 6 horas irriam ver uma porca surpe istranha e grande”

-

01

67

“Estudei em uma escola em Silvestre um bairro distante e nessa escola ouvimos dizer que no banheiro feminino aparecia sempre uma mulher de vestido branco e algodão no nariz e ficava atrás da porta do banheiro esperando os alunos e isso só acontecia a noite. Dizem que era uma aluna que morreu”

-

01

“Pomarola. Não vou contar o nome do ‘...’ agro 2001, certo dia no R.U., calouro vindo do sul, recebe o bandejão com macarrão alho e óleo, doce de goiaba, e todo feliz grita ‘-oba, pomarola’ O infeliz mistura o doce com o macarrão. Ficou conhecido como pomarola.”

01

-

“’O homem pássaro’, sujeito em um dia de loucura após ter consumido todos os tipos de alucinógenos saiu correndo gritando eu sou o 'homem pássaro’ no 3º andar”

01

-

“Falecido Candinho, memorando abraçou a causatrabalhista. No alojamento do DCE havia um internato que servia comida para os estudantes e ele ajudava”

01

-

“História Boi Zé Bóia – homem que se veste de boi para sair no bloco de carnaval. Tutula – anda com 2 muletas – ajudou entidades de caridade, trazia artistas p/ angariar fundos.”

01

-

“desmanchar a praça Silviano Brandão, reforma nos anos 70. Prefeito reformou e plantou muitas árvores, uma em cima da outra. Construção do Calçadão”

01

-

“Várias estórias aonde o Prefeito Antônio Chequer era o protagonista. Uma vez ele tirou a camisa em público p/ dar p/ um pedinte, no meio da praça.”

01

-

VOCÊ CONHECE ALGUM CASO DESTES? ASSINALE O(S) QUE VOCÊ CONHECER.

CASOS M F Abortos 10 14 Minhas tias abortaram Acidentes de trem 07 08 Um sr. e uma sra. se atiraram na frente do trem Suicídios 12 20 1 primo se matou Funcionária da UFV se matou Conceição do pulinho – Maria fumaça, pulou na frente do trem na rua Pe. Serafim Loucuras 10 12 Vários tios meus ficaram loucos (Rogerinho RsRs) Buizé – andava com machado nas costas quando invocava e alguém mexia demais com ele, ele atirava o machado na pessoa Sem resposta 01 01 VOCÊ ACHA QUE VIÇOSA TEM ALGUMA COISA DE DIFERENTE DAS OUTRAS CIDADES?

M F SIM 14 18 NÃO 01 10 Sem resposta 01 01 SE SIM, O QUE?

68

M F

SEM RESPOSTA A CIDADE 05 10

“Viçosa é uma cidade metamórfica está sempre mudando as pessoas pelo entra e sai de estudantes”

01 -

“Rodízio de pessoas e amizades” 01 - “Viçosa é uma cidade de extremos. Enquanto o povo é muito acolhedor, o atendimento no comércio é péssimo”

01 -

“Cidade sem pais, universitária e com maior consumo de álcool, sexo e drogas além de ser uma cidade muito acolhedora como nenhuma outra”

01

-

“Educação no trânsito” 01 - “A cidade parece ter paralisado o progresso e alto índice de violência fora do normal”

- 01

“Cidade subdesenvolvida, s/ investimento. Cresce mas não se desenvolve” - 01 “Viçosa é uma cidade universitária onde acolhe estudantes do mundo todo” - 01 “Por ser uma cidade universitária ela tem poucas opções de laser” - 01 “Hospitalidade do nativo” - 01 “Tranquilidade” - 01 “Muita falta de respeito de todos, prostituissão na praça. Adolescente não respeita o idozo. Idozo não respeita ninguém”

- 01

“É uma cidade pequena com clima de cidade grande” - 01 “Sim, ela apresenta muitas característica pesuliares, muitos são representados pelos estudantes universitários”

- 01

“Aqui tem muito doido. Ex: Rogerinho – o cara que anda com vários cachorros atrás deles”

- 01

FESTAS 01 03 “A grande quantidade de festas e o grande consumo de cervejas” 01 - “O consumo de bebidas alcoólicas é maior” - 01 “Alegria dos estudantes” - 01 “Festa universitária” - 01

UNIVERSIDADE 04 08 “eu particularmente eu acho de diferente aqui um ponto positivo pra Viçosa é a sua universidade que é um grande referencial para a cidade e para o país, de grande importância para a economia da cidade”

01

-

“A UFV” 01 - “A nossa universidade que se adapta pela beleza e também pelo ensino” 01 - “UFV, conventos, mosteiro subindo a R. do castelo” 01 - “Uma universidade super conceituada, Federal e com reconhecimento no exterior. Bom tem universidade em outras cidades mas com este destaque não”

-

01

“Universidade” - 03 “A UFV que é a terceira melhor universidade do país” - 01 “Eu acho o que tem de diferente é por ter a Universidade vem muita gente de fora”

- 01

“Contraste entre a UFV e a cidade” - 01 “O avanço da UFV atrapalha o da cidade” - 01

OUTROS 04 - “Mercados com muita opção” 01 -

69

“A hospitalidade” 01 - “A humanidade, mesmo carentes as pessoas são humanas, receptivas a quem chega e a quem vai fica a saudade”

01 -

“Capivara, vulgo ‘mulão’” 01 - O QUE A CIDADE DE VIÇOSA REPRESENTA PARA VOCÊ?

OPINIÃO M F SEM RESPOSTA

QUANTO À CIDADE “Tudo o que uma cidade de interior pode nos proporcionar” - 01 “É um lugar de pessoas muito receptivas, que acolhe a todos ‘turistas’, estudantes muito bem.”

- 01

“Viçosa o melhor lugar do MUNDO!!!” - 01 “Sussego” - 01 “Uma passagem, temporário, diversidade cultural em relação a comportamento”

- 02

“Apesar de não ter nascido aqui, amo essa cidade, onde passei os melhores momentos”

- 01

“Nasci aqui, fui criada aqui, representa tudo.” - 01 “Muito assalto, muita vergonha, medo e tristeza” - 01 “Um lugar de oportunidades” - 01 “Representa um lugar de amadurecimento” - 01 “Precisa de mais oportunidades e de uma administração melhor” - 01 “É uma cidade tranqüila, bem gostosa de se morar” - 01 “Eu acho Viçosa uma cidade muito boa de morar , mas está se tornando muito violenta”

- 01

“Bom! Viçosa pra é uma cidade boa pra morar, ter uma vida tranqüila e sem violência, mas eu particularmente não gosto daqui porque pra oportunidade de emprego é difícil. Eu moraria em outra cidade se pintasse oportunidade”

-

01

“A minha casa” - 01 “Uma cidade com poucas oportunidades” - 01 “Bom vai ficar pra sempre arquivada em minha memória por causa da UFV. Mas a cidade em si ñ tem nada de especial. Ah por viçosa se localizar em MG, e por conseqüência haver mineiros, se torna sim especial”

-

01

“Hoje, minha casa” 01 - “Tudo, acho ser a melhor” 01 - “Representa como se fosse a minha casa e onde eu nasci e cresci” 01 - “Viçosa é minha cidade nativa, tenho toda uma história aqui, por isso é uma cidade muito especial para mim”

01 -

“Símbolo que não cabe dentro de mim. Nasci aqui, criei dois filhos e amei muito alguém daqui”

01 -

“O lugar onde nasci, onde moro. Meu berço, meu tudo” 01 - “Viçosa é a cidade que me acolheu onde cresci e eduquei os meus dois filhos, e construí a minha vida profissional, portanto não consigo separar a minha vida da cidade de viçosa”

01

-

FESTAS “Muita festa” - 01 “Vicosaça” 01 -

70

QUANTO À UNIVERSIDADE “Conhecimento, crescimento e novas possibilidades da minha vida” - 01 “Uma cidade que representa a educação e que carrega o nome da UFV” - 01 “Um lugar onde procuro oportunidades para crescer como estudante, me tornando uma universitária”

- 01

“Uma oportunidade de conseguir obter um diploma de curso superior e com isso ser bem sucedida profissionalmente”

- 01

“Uma vida” - 01 “Representa a cidade dos estudantes, e é importante para mim por causa disso”

01 -

“Estrutura boa, educação” 01 - “A cidade por ser um lugar de universitários representa muito na minha formação profissional”

01 -

“Uma boa experiência de vida” 01 - MODO DE VIDA

“Representa muito para mim porque é aqui que eu tenho o meu cantinho e o meu trabalho que eu preciso muito”

- 01

“Amigos, conhecimento, formação intelectual” - 01 “É importante porque é onde trabalho” - 01 “Parte da minha infância foi em viçosa, por isso é importante pra eu lembrar de tudo que já aprontei aqui. Agora, representa a possibilidade de adquirir conhecimento”

-

01

“Chance de trabalho” - 01 “Muito” 01 - “Muito por ser conhecida em outras cidades, já foi mais tranqüila e mais violenta”

01 -

“Tudo” 01 - “Muita juventude, muitas histórias experiência de vida, quase minha terra natal”

01 -

71

ANEXO III 14

14 Imagens retiradas das comunidades “Histórias da UFV” e “UFV – Universidade Federal de Viçosa”. Disponíveis em: site www.orkut.com. Acessados em: maio de 2008.

72

73

74

ANEXO IV

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, _______________________________________ por meio deste instrumento de autorização por mim assinado, dou pleno consentimento ao pesquisador abaixo

75

relacionado para realizar as análises necessárias à execução da monografia Insurtos: Estratégias para a composição coreográfica. Dou pleno direito da utilização desses dados e informações para uso no ensino, pesquisa e divulgação em periódicos científicos e site acadêmico.

Declaro ter sido esclarecido sobre os seguintes pontos:

• O voluntário tem garantia que receberá respostas a qualquer pergunta ou

esclarecimento quanto aos procedimentos, riscos ou benefícios da pesquisa;

• Em qualquer fase do projeto o voluntário poderá retirar o termo de consentimento e

com isso deixar de fazer parte do estudo;

• Os procedimentos desta pesquisa estão de acordo com as diretrizes e normas

regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos, atendendo à Resolução nº

196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde

– Brasília/DF;

• Os pesquisadores asseguram a privacidade do voluntário quanto aos dados envolvidos

com o estudo;

• Os resultados obtidos neste estudo serão utilizados exclusivamente para uso

acadêmico em site específico;

• O local para a execução da parte prática será a Universidade Federal de Viçosa;

• Uma cópia do projeto de Pesquisa está à disposição dos voluntários para consulta

e/ou esclarecimento de dúvidas.

Viçosa , ..........de.............................................de 2008

Assinatura do responsável

RG__________________________

Pesquisadores /Matrícula/ contato Gulnare de Oliveira Ramos Martins e Mendonça Matr. 52959: [email protected] Solange Pimentel Caldeira (Prof.Coordenador/ Orientador) Contato com o professor Coordenador: [email protected] / (31)38994079

7. REFERÊNCIAS

ALVES, Flávio Soares. Composição Coreográfica: traços furtivos de dança. TFC, edição 01, ano 04. São Paulo, 2007. Disponível em: www.eca.usp.br. Acessado em 28 de maio de 2009.

76

AZEVEDO, Jonatas; CARVALHO, Meireane. Antigüidade Clássica como referencial Para composição coreográfica. Revista Eletrônica Aboré, 2007. Disponível em: www.revistas.uea.edu.br/abore. Acessado em: 18 de janeiro de 2009.

DANTAS, Mônica Fagundes. Movimento: matéria-prima e visibilidade da dança. Movimento. Ano IV – Nº 6 – 1997/1. Disponível em: www.seer.ufrgs.br. Acessado em 28 de maio de 2009.

IANETELLI, Leda. Composição Coreográfica. Salvador: [S.ed.], 1995.

LIMA, Marlini D.; KUNZ, Elenor. Composição coreográfica na dança: movimento humano, expressividade e técnica, sob um olhar fenomenológico. Disponível em www.cbce.org.br . Acessado em 28 de maio de 2009.

LOBO, Lenora & NAVAS, Cássia. Arte da Composição: Teatro do Movimento. Brasília: LGE Editora, 2008.

SIQUEIRA, Denise da Costa Oliveira. Corpo, Comunicação e Cultura: a dança contemporânea em cena. São Paulo: Autores Associados, 2006.

STRAZZACAPPA HERNANDEZ, Marcia Maria. O corpo em-cena. Campinas, 1994.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

DANTAS, Mônica. Dança: o enigma do movimento. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 1999. 1ª edição.

SITES CONSULTADOS

Silent Hill. Disponível em: www.interfilmes.com. Acessado em 04 de maio de 2009

Histórias da UFV. Disponível em: www.orkut.com. Acessado em maio de 2008.

UFV – Universidade Federal de Viçosa. Disponível em: www.orkut.com. Acessado em

maio de 2008.