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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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SECRETARIA DE ESTADO

DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ

CADERNO PEDAGÓGICO

Programa de Desenvolvimento

Educacional - PDE

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Governo do Estada do Paraná

Carlos Alberto Richa

Secretario de Estado da Educação

Flávio Arns

Diretoria Geral

Jorge Eduardo Wekerlin

Superintendência da Educação

Eliane Terezinha Vieira Rocha

Programa de Desenvolvimento Educacional

Cassiano Roberto Nascimento Ogliari

PDE/ Escola de Música e Belas Artes do Paraná

Jackelyne Veneza

PDE/Núcleo Regional da Educação de Curitiba

Maria Terezinha Borguezan de Souza

Professora PDE/2009 (Autora)

Adeli dos Santos Lourenço

Professor Orientador

Prof. Msc Welington Tavares dos Santos

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O ENSINO DE MÚSICA NA

EDUCAÇÃO BÁSICA:

FUNDAMENTOS E

ESTRATÉGIAS PARA

PROFESSORES NÃO

ESPECIALISTAS

2013

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Ficha para identificação da Produção Didático-Pedagógica

Turma 2013

Título: ENSINO DA MÚSICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: FUNDAMENTOS E

ESTRATÉGIAS PARA PROFESSORES NÃO ESPECIALISTAS.

Autora: ADELI DOS SANTOS LOURENÇO

Disciplina/Área: ARTE

Escola de Implementação do

Projeto e sua localização:

COLÉGIO ESTADUAL ZUMBI DOS

PALMARES ENSINO FUNDAMENTAL E

MÉDIO

Município da escola: COLOMBO

Núcleo Regional de Educação: ÁREA METROPOLITANA NORTE

Professor Orientador: Prof. Ms WELINGTON T. DOS SANTOS

Instituição de Ensino Superior: ESCOLA DE MÚSICA E BELAS ARTES -

EMBAP

Resumo:

Caderno Pedagógico está organizado em três

capítulos sendo Som e Movimento, Paisagem

Sonora e Cultura Musical em cada um deles

são apresentados proposta de atividades,

indicações de leituras e pesquisas, bem como

sugestões de links e vídeos.

Palavras-chave: Arte-educação, Educação Musical; Prática de

Ensino.

Formato do Material Didático: CADERNO PEDAGÓGICO

Público: ALUNOS DO 8º ANO DO ENSINO

FUNDAMENTAL

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“Para se entender melhor a música,

é necessário desenvolver o hábito de ouvir os sons

com mais atenção, de modo que se possa

identificar os seus elementos formadores,

as variações e as maneiras como esses sons são

distribuídos e organizados em

uma composição musical’.

(PARANÁ 2010, p.75)

O Caderno pedagógico Ensino de Música na Educação

Básica: fundamentos e estratégias para professores

não especialistas é uma tentativa de fornecer

elementos norteadores para professores de arte, que,

assim como eu, não têm formação específica em música

porém, encontram nessa forma de expressão artística

importantes conteúdos para as atividades docentes em

sala de aula, sobretudo, no processo de formação

estética da criança e do adolescente a quem esse

material é destinado.

Conforme Legislação vigente, Lei nº 11.769/2008, o

ensino de música, tornou-se componente curricular

obrigatório, apesar de não exclusivo, e seus conteúdos

devem, portanto, ser obrigatoriamente inseridos no

planejamento da disciplina de arte.

Com essa intenção surgiu este caderno pedagógico de

arte, que inspirado nas Diretrizes Curriculares do

Estado do Paraná apresenta textos de fundamentação e

NOTAS DA AUTORA

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atividades possíveis de serem implementadas no

ambiente escolar.

O caderno foi estruturado em três unidades temáticas,

som e movimento, paisagem sonora e cultura musical.

Cada unidade não quer representar um aula específica

mas um conjunto de aulas que podem e devem,

necessariamente, serem complementadas e/ou

adaptadas pelo professor ao contexto escolar no qual

está inserido.

Alerto aos colegas professores que esse material não

pretende ser um livro de receitas, mas um elemento a

mais no processo de ensino e aprendizagem em música.

Ele está direcionado para alunos do oitavo ano da

educação básica mas, com alguns poucos ajustes os

temas podem ser perfeitamente desenvolvidos com

alunos das séries mais adiantadas.

Na expectativa de poder contribuir com a formação

musical de alunos e professores desejo a todos um bom

trabalho e felicidades.

Adeli dos Santos Lourenço

Professora - PDE 2013

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O Caderno pedagógico da professora Adeli dos Santos

Lourenço tem como principal destino a sala de aula, o

pátio, a quadra poliesportiva, os corredores da escola e

todo e qualquer espaço “além muros”. Não é, portanto,

um material para as gavetas ou estantes escolares,

sobretudo por tratar de sons, paisagens sonoras e

cultura musical. Esses elementos só poderão render

bons resultados e contribuir no processo de ensino e

aprendizagem se, forem conhecidos em sala de aula;

reconhecidos no cotidiano e transformados a partir das

diferentes histórias de vida.

Adeli, professora de arte na rede pública, acumulou, ao

longo de tantos anos de trabalho, experiência

suficiente para ressignificar algumas atividades para o

ensino da música e, elaborar sugestões didático

metodológicas para professores não especialistas em

educação musical.

As unidades desse caderno foram organizadas sem

ordem cronológica definida, portanto, vale observar que

cada unidade pode gerar tantas aulas quanto a

criatividade e interesse dos alunos ou do professor

permitirem.

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A autora escreve com objetividade e simplicidade,

porém, com uma precisão teórico-metodológica

irrepreensível. Haja vista, a presença sempre austera

de citações e referência a autores contemporâneos da

educação musical.

Em todas as unidades houve o cuidado de fornecer

dicas para os professores e fontes de pesquisa para os

alunos. Essa postura revela uma generosidade

acadêmica que, certamente, pode tornar ainda mais

significativo o trabalho de pesquisa e estudo

desenvolvidos durante a elaboração desse caderno.

Importa dizer que a autora, conseguiu superar as

tendências atuais que reduzem o material didático a

uma compilação de exercícios e atividades. Ela,

professora PDE, por meio de uma exaustiva pesquisa,

elaborou algo que subsidiasse não somente a própria

prática docente, mas também a de seus pares,

transformando, desse modo, as angústias, anseios e

frustrações em um rico material didático destinado

para professores não especialista em educação musical.

Welington Tavares dos Santos

Prof Orientador

EMBAP-Pr

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Geral

Apresentar fundamentos teórico-metodológicos

da educação musical e estratégias de trabalho

para professores não especialistas em música.

Específicos

Explorar o potencial reflexivo e criativo do aluno em

atividades de apreciação e composição.

Estabelecer diferentes maneiras de relacionar som e

movimento.

Apresentar produções sonoras e manifestações

musicais de diferentes contextos culturais.

Apresentar estratégias didático-metodológicas para

a educação musical.

Explorar, por meio de atividades de apreciação a

percepção auditiva e o senso estético musical.

Refletir sobre os diferentes padrões sonoros

existentes nas músicas tradicionais do Brasil, em

comparação a de outras regiões do mundo.

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Este material didático-pedagógico é o resultado de uma

das atividades realizadas pelo PDE – Programa de

Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado

de Educação do Paraná.

O objetivo do Programa é a formação continuada dos

professores da rede pública de ensino em busca de

melhoria na educação Básica.

O material didático-pedagógico foi organizado em

forma de Caderno Pedagógico e tem como objetivo

fornecer alternativas didático metodológicas de ensino

para professores não especialista em educação musical.

Dirige-se a alunos do 8º ano da educação básica e

pretende apresentar alternativas possíveis para que a

escola atenda às exigências da Lei 11.769/08, que trata

da obrigatoriedade da música nas escolas.

Levando em consideração o repertório que o aluno traz

consigo, para que a prática se torne significativa e

prazerosa tanto para quem aprende como para quem

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ensina. Esse Caderno Pedagógico está divido em três

capítulos: Som e Movimento; Paisagem Sonora; Cultura

Musical, todos tem uma metodologia que busca trazer

para sala de aula atividades diferenciadas como

experimentação sonora e expressão corporal, no intuito

de ampliar a escuta musical levando o conhecimento das

diversas culturas.

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Unidade 1

Som e Movimento

“Quão pouco é preciso para ser feliz! O som de uma

gaita. Sem música a vida seria um erro.”

Friedrich Nietzsche

1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE:

“Para que a aprendizagem da música possa ser fundamental na

formação de cidadãos é necessário que todos tenham a

oportunidade de participar ativamente como ouvintes, intérpretes,

compositores e improvisadores, dentro e fora da sala de aula”

(BRASIL. PCN, vol. VI, 1997, p. 54). Esta unidade apresenta

atividades que irá despertar uma maior sensibilidade auditiva com

o intuito de darmos uma atenção maior a sonoridade dos ambientes

que vivemos.

As aulas serão ilustradas com apresentação de vídeos sugeridos,

sites de pesquisa bem como a utilização dos recursos digitais

disponíveis na escola.

Recomenda-se ao professor que explique e exemplifique cada termo já

definidos na unidade, para que o aluno entenda melhor quando for solicitado ao

mesmo atividades de escuta e discussão em seus grupos.

2 INTRODUÇÃO DO TEMA

“Pois música é, antes de mais nada, movimento. E sentimento ou consciência

do espaço-tempo. Ritmo; sons, silêncios e ruídos; estruturas que engendram

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formas vivas. Música é igualmente tensão e relaxamento, expectativa

preenchida ou não organização e liberdade de abolir uma ordem escolhida;

controle e acaso. Música: alturas, intensidades, timbres e durações _

peculiar maneira de sentir e de pensar.” (MORAES p.7-8).

A linguagem musical desenvolve vários elementos como: pulsação, ritmo,

exploração de timbres, afinação, harmonia, expressão, composição,

improvisação etc., e para desenvolver se faz necessário passar por um

processo de experimentação e expressão musical e o corpo é o principal

instrumento para se utilizar nesta experimentação.

Quando trabalhamos o som aliado ao movimento conseguimos integrar o

desenvolvimento da expressão corporal de maneira criativa e comunicativa;

e assim conhecemos, exploramos e desenvolvemos movimentos corporais

aliados a um som.

O que se busca com esse tipo de aula é a ampliação das possibilidades

individuais respeitando as capacidades cognitivas e emocionais que cada

aluno possui, e que podem ser manifestados das mais variadas formas. Por

este motivo estudar as relações multifuncionais da música com o corpo

discente é acima de tudo ampliar os conhecimentos sobre a integração,

capacidade e possibilidades que temos em nossas salas de aula

3 CONTEXTUALIZAÇÃO

A música como forma de comunicação no primeiro momento não depende de

um conteúdo específico, ela é parte de um processo que não exige nenhuma

formação acadêmica ou preparação de qualquer espécie. Ela na maioria das

vezes se baseia na cultura de um povo e utiliza variados instrumentos que

podem ser improvisados, produzidos artesanalmente ou elaborados com o

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que permite a mais alta tecnologia. Partindo deste ponto podemos avaliar a

importância dos sons em uma sala de aula, sejam eles produzidos, analisados,

interpretados ou simplesmente estudados de acordo com cada segmento

desde a parte técnica enquanto produção, habilidades enquanto capacidade

de reprodução e liderança se focado na transmissão dos conteúdos

necessários.

É importante estimular os alunos da Educação Básica para utilizar seus

conhecimentos múltiplos para escutar e apreciar a harmonia, ritmo, timbre e

tirar destes os elementos necessários que através das aulas irão despertar

vocações para produção de materiais ou até mesmo executar algum

instrumento.

4 GLOSSÁRIO

Afinal o que é o som?

O som é o resultado de variações de pressão no ar. Essas variações de

pressão fazem com que o tímpano se movimente e gere aquilo que nós

humanos percebemos como som. O som é transmitido do tímpano através

dos ossículos até à cóclea, onde é convertido em sinais elétricos que

prosseguem rumo ao cérebro. O ouvido humano pode distinguir a pressão do

som dentro de uma área muito ampla. É utilizada uma escala especial de

medição para descrever a intensidade do som na área de trabalho do ouvido.

O nível de pressão sonora é expresso em decibéis(dB).

O que é ruído?

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A diferença entre som e ruído é que ruído normalmente é definido como um

som indesejável. Tais sons podem ser percebidos apenas como

perturbadores e irritantes, ou podem ser prejudiciais para a audição. O que

é som e o que é ruído, na verdade, é puramente subjetivo e determinado

pela atitude em relação à fonte de ruído.

Quando o ouvido é agredido por ruídos altos, as células ciliadas sensíveis ao

som no ouvido interno podem se danificadas. Quanto mais alto o som, menor

o tempo necessário para que ocorra uma lesão.

Curiosidades:

Normas internacionais e nacionais. Praticamente todas as legislações

relativas a ruídos no trabalho definem o limite do nível máximo de volume

entre 85 e 90 dB, para exposição de oito horas. Esse limite fundamenta-se

nas diretrizes do Padrão Internacional ISSO 1999:1990

O que é melodia?

Uma sucessão coerente de sons musicais combinados. A melodia é o mais

importante componente da música. Muitas vezes lembramos a melodia da

música, mas não conseguimos lembrar a letra. O responsável pela melodia é o

cantor, ou um instrumentos como por exemplo o solo de uma guitarra, o

piano, um sax, etc. Sempre que ouvir um solo você estará ouvindo uma

melodia. Resumindo melodia é uma sequência de notas, de diferentes sons,

organizada de um modo a fazer sentido musical para quem escuta.

Curiosidades:

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Diz-se que uma vez um famoso compositor alemão Georg Friedrich Haendel

(1685-1759) se abrigou em uma capela, na Inglaterra, devido a um forte

temporal enquanto ali estava se interessou por uma melodia que um ferreiro

assobiava enquanto trabalhava, marcando o compasso pelas marteladas

sobre o ferro em brasa, o que fazia um acompanhamento. De volta para

casa, diz-se que Haendel transformou esta melodia em uma obra chamada

“Ária com Variações” Bach já dizia “Servem para dar vida às notas, e quando

necessário, algum vigor. Ajudam a elucidar o caráter da música, se é triste

ou alegre, e sempre contribuem para o efeito desejado. Uma composição

pode ser melhorada graças ao seu auxílio e, sem elas, a mais perfeita

melodia pode parecer ôca e sem inspiração.” (MARTINS, 1944)

O que são elementos sonoros?

Os elementos sonoros são aqueles que constituem o som estes elementos é

que vão definir suas características. Os elementos sonoros são: a) Altura: é

um dos elementos mais importante que compõem o som. A altura é a

frequência de vibração de uma onda sonora. Podem ser graves (grosso ou

baixo) ou agudos (fino ou alto). As diferenças entre as alturas dos sons (não

confunda com intensidade), geram as notas musicais. b) Intensidade:

controlando a intensidade o som pode ganhar uma dinâmica indo do mais

fraco para o mais forte ou vice-versa. A intensidade do som depende da

força com que ele é executado. As sequencias de diferentes intensidades é

chamada de dinâmica. Quando aumentamos o volume do aparelho de som

estamos criando uma intensidade artificial, isto é, não é a variação de

intensidade que o compositor nem o interprete desejou, e sim o que nós

desejamos naquele momento. c) Duração: é o período de tempo que um som

ou uma pausa acontece, a pausa também tem duração. O som pode ser longo

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como a sirene de uma ambulância ou curto como o bip do celular. Quando

combinamos ou criamos uma sequência de sons, cada qual com sua duração,

estamos criando um ritmo. De acordo com a sequência teremos uma música

calma, repetitiva ou agitada. d) Timbre: Contém características físicas da

fonte sonora, que ajudam a diferenciar a origem dos sons. Ele ajuda a

diferenciar uma mesma nota quando é tocada em instrumentos diferentes

ou em um mesmo

Instrumentos mas de maneira diferente. A nossa voz é um bom exemplo de

timbre cada pessoa tem um timbre de voz próprio.

O que é Conto Sonoro?

“Consiste no relato de uma história, improvisada ou não, cuja finalidade é

ressaltar os elementos sonoros que a constituem.” (MOURA, 1989, p.15).

5 ATIVIDADES

A peça Carnaval dos Animais composta em fevereiro de 1886 pelo

compositor francês Camille Saint-Saens, quando o mesmo estava de férias

na Áustria. A obra é composta por 14 movimentos sendo 13 descritivos e

ofinalle. Embora pareça inocente e infantil é uma obra de crítica ao cenário

musical de Paris no final do século XIX. Apenas o movimento O Cisne foi

apresentado com o compositor ainda vivo, pela bailarina Anna Pavlola.

Cada movimento da obra utiliza animais com símbolos de determinadas

qualidades como a soberba do leão, o andar vagaroso da tartaruga, e o peso

e a densidade do elefante.

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Ele utilizou de uma forma tímbrica para escolher os instrumentos que

representa-se cada animal. Procurou os sons que melhor se adequassem à

imagem dos animais, com a intenção de que o ouvinte enxergasse por meios

de sons, a imagem do animal em questão.

CARNAVAL DOS ANIMAIS

A- Formar grupos e pesquisar mais sobre a obra de Camille Saint-Saens. O

“Carnaval dos Animais” e nesta pesquisa mais que a biografia do compositor

vocês deverão focar apenas na obra.

B--Após a pesquisa cada grupo deverá criar uma cena escolhendo um dos 14

movimentos da obra e apresentá-la para a turma

C- Dividam-se em grupos de 4 a 5 alunos e criem uma pequena história,

utilizando somente sons excluindo a narração. Estes sons podem ser

produzidos utilizando recursos dos toques de celular, produção de sons

corporais ou instrumentos improvisados.

Cada grupo deverá apresentar para os demais da turma e estas

apresentações podem ser de duas formas:

1-O grupo grava a História e apresenta a gravação;

2-O grupo encena e apresenta para os demais os sons pesquisados.

D- em círculo cada um deve produzir um som corporal explorando as

possibilidades sonoras de seu corpo, o próximo deve criar outra sem

repetir a do colega e assim por diante, na próxima rodada repita o som

do colega e crie mais um assim por diante.

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6 PESQUISE VOCÊ TAMBÉM

http://youtu.be/hjaBGAfWGSU( completaversionofCamille Saint-Saens “ Le Carnaval

desAnimaux”).

http://youtu.be/PTEAUPESh38 (Carnaval dos Animais)

http://youtu.be/MceKWv9V-Yw (Se ela dança eu danço John Lennon da Silva)

7 REFERÊNCIAS

MARTINS, A. de Rezende (1944). Curiosidades Musicais. Rio de Janeiro:

Irmãos Vitale Editores.

MOURA, Leda Camargo de; BOSCARDINI, Maria Teresa Trevisan;

ZAGONEL, Bernadete(1989). Musicalizando: Crianças. Teoria e prática

da educação musical. São Paulo: Editora Ática.

Carnaval dos animais. Disponível em:

repertoriosinfonico.blogspot.com/.../saint-sans-camile-carnaval-dos-

animais.html. Acesso em 16/09/2013.

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Unidade 2

Paisagem Sonora

“Os ouvidos de uma pessoa

verdadeiramente sensível

estão sempre abertos.

Não existem pálpebras nos ouvidos.”

M. Schaffer.

1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE:

Esta unidade foi basicamente pautada no teórico Raymond Murray

Schaffer que desenvolveu sua própria teoria musical, a partir de

experiências que resultou numa proposta da paisagem sonora.

Para o educador musical Schaffer existe uma importância da

educação auditiva onde ela vai abordar temas como paisagens

sonoras, percepção auditiva, conscientização sonora, apreciação e

criação e também a classificação destas paisagens.

2 INTRODUÇÃO DO TEMA

Paisagem sonora é um termo utilizado pelo compositor canadense

R.MurraySchaffer (1933-) para designar o ambiente acústico a

nossa volta. Este compositor liderou um estudo sobre os sons

ambientais mostrando suas modificações e características e com a

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preocupação da poluição sonora, procurando conscientizar as pessoas em

questão dos sons existentes e como planejar uma sonorização ideal para

cada ambiente.

É uma proposta pedagógica muito interessante e adaptável a sociedade

brasileira, tanto nas escolas de ensino fundamental como fora delas.

Os princípios básicos de Schaffer é que para se aprender música não é

necessário aprender os sistema de notação, biografias ou peças clássicas, e

sim estudando os sons, produzindo os sons e só será possível estudar a

música fazendo a música e mesmo que não tenhamos recursos necessários

conseguiremos produzir sons.

O termo soundscap (paisagem sonora) criado por Schaffer a partir do

termo landscap (paisagem), refere-se a “qualquer ambiente sonoro ou

qualquer porção do ambiente sônico visto como um campo de estudos,

podendo ser esse um ambiente real ou uma construção abstrata qualquer,

como composições musicais, programas de rádio, etc.” (Schaffer, 1977:

274-275).

Todos os elementos que constituem a sonoplastia como o ruído, o som, o

silencio, os timbres, a textura, a melodia e o ritmo fazem parte da paisagem

sonora, que para Schaffer ela está se tornando cada vez mais barulhenta,

ele defende a ideia da necessidade de uma consciência ecológica do

ambiente que nos cerca, pois o problema das paisagens sonoras atuais nos

leva a uma surdez mundial, no que já foi apontado pela OMS – Organização

Mundial de Saúde que a exposição ao ruído é a segunda causa da perda

auditiva (i.saúde.net).

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3 CONTEXTUALIZAÇÃO

“Ephtah!...

Abre-te! Abre-te, ouvido, para os sons do mundo, abre-te ouvido, para os

sons existentes, desaparecidos, imaginados, pensados, sonhados, fruídos!

Abre-te para os sons originais da criação do mundo, do início de

todas as

É uma proposta adaptável porque não é apenas direcionada para

nossos alunos é também para toda a população, independente de

faixa etária ou classe social. Ele parte de simples elementos

como: soar uma folha de papel, sonorizar um história e

reconhece-la apenas pelos sons, até a construir uma escultura

sonora.

As atividades não são direcionadas para quem vai se formar

musico ou tocar algum instrumento musical é sim para nossa

realidade, onde a lei de obrigatoriedade da música no ensino

fundamental não determina que não necessariamente o

especialista formado em música ministre estas aulas, e é clara quando não

pretende formar músicos e sim cidadãos mais críticos e sensíveis para sua

formação.

Schaffer com sua proposta nos dá a possibilidade de compreender a vida

através de critérios sonoros e assim conceituar os aspectos constituintes

das tecnologias e mídias atuais.

*Mike Tonkin e Anna Liu produziram uma

escultura sonora com 10 tubos de aço que quando o vento atravessa a mesma

produz notas e melodias, que se

pode ouvir a vários quilômetros

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4 GLOSSÁRIO

O que é paisagem sonora?

É um termo criado por Murray Schaffer para designar o ambiente acústico

a nossa volta. São os sons que ouvimos a nossa volta.

Curiosidade:

Lembra o caminhão de gás e dos gritos “Olha o gás, olha o gás?”

A música era constantemente referida como “música do gás” e/ou ‘música do

caminhão do gás”. A música é Bagatelle nº25 in A minor ‘Für Elise’, uma das

composições mais populares de Ludwig Van Beethoven, por volta de 1808 a

1810. Für Elise, que traduzido significa Para Elisa.

http://youtu.be/8V5cR7vVexs (cena do filme O Som do Coração

exemplificando o que é paisagem sonora)

O que é poluição sonora?

.

Todo e qualquer ruído que causa desconforto e prejudique a saúde do ser

humano e que ultrapassem os limites estabelecidos pela legislação. Muitas

vezes as pessoas acabam se acostumando com a poluição sonora o que acaba

sendo mais grave pois a mesma começa a perder a audição e nem percebe.

A poluição sonora vai desde a buzina de uma carro, a freada do mesmo, o

avião, a britadeira, etc. o ser humano fica tão prejudicado que ele pode

apresentar insônia e estres por conta de tanto barulho.

Curiosidade:

http://youtu.be/w2-EjKzCudc(poluição sonora já é a segunda causadora de

doenças)

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Como ouvimos?

A orelha é como uma concha acústica, que capta os sons e direciona para o

ouvido, este conduz as ondas sonoras fazem vibrar o ar dentro do canal do

ouvido. Estas vibrações passa pela cóclea, que há uma estrutura complexa,

denominada órgão de corti, responsável pela captação dos estímulos

produzidos pelas ondas sonoras. Finalmente o cérebro identifica esses

impulsos como sons.

Curiosidade:

John Cage(1912-1992) compositor norte americano fez uma experiência

onde ele queria vivenciar a plenitude do silencio, buscando o “silencio total”.

Ele entrou em uma câmera anecóica (cabine totalmente à prova de sons), e

após alguns segundos descobriu que silencio absoluto não existe, pois ele

conseguia ouvir dois sons um agudo, produzido pelo seu sistema nervoso, e

outro grave, produzido pela circulação sanguínea.

O que é sonoplastia?

Conjunto de elementos sonoros disponíveis para a composição da paisagem

sonora, muito utilizada nas rádios.

Estes elementos são ruídos (sons que interferem); silencio (onde o evento

musical é colocado); timbre (cor do som); amplitude (vai do mais frágil ao

mais robusto); melodia (combinação de sons); textura (voz do locutor); ritmo

(articulação de um percurso). Como exemplo as propagandas que utiliza da

paisagem sonoro que o indivíduo tem armazenado no subconsciente e é

recriada nas mídia

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5 ATIVIDADES

PAISAGENS SONORAS EM AMBIENTES FECHADOS.

A- Fechem os olhos por alguns minutos e tente prestar a atenção a tudo

o que ouvem.

Abrir os olhos e fazer uma relação de todos os sons que escutou, na frente

de cada som aplicar uma característica com grave ou agudo; alto ou baixo;

longo ou curto.

Crie um desenho partindo desta relação de sons que foi produzida.

Compartilhe estes desenhos com a classe e assim discutindo como cada um

cria sua própria Paisagem Sonora da sala de aula.

*O professor pode pedir para que os alunos criem em casa outras Paisagens Sonoras como

em seu quarto, na igreja, na academia, em algum ambiente comercial.

Trazendo na próxima aula abrir para uma discussão para que os alunos percebam que

existem sons que muitas vezes nos passa despercebidos.

PAISAGENS SONORAS AMBIENTES ABERTOS

B-Em grupos determinem um percurso dentro ou fora da escola. Fazer uma

gravação deste percurso. Na sala de aula cada grupo deverá apresentar sua

gravação e os demais alunos da turma deverão anotar os sons que conseguem

identificar.

Para fechamento promovesse uma discussão de estes sons interferem na

paisagem sonora.

PAISAGEM SONORA DA INFÂNCIA

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C- Tentar lembrar de sons da sua infância que não fazem parte da paisagem

sonora atual, e descobrir se existe sons que ainda fazem parte da paisagem

atual, ou caso tenha se modificado, ou porque você tenha muda de ambiente

sonoro ou porque o tempo mudou seu ambiente sonoro.

GRAVAÇOES CATALOGADAS

D- Anotar os sons e classificar da seguintes formas:

Produção: N – natureza/ H – humano/ T – tecnológico

Duração: C – continuo/ R – repetitivo/ U – único

Intensidade: F - fortes / S - suaves

Posição: dentro de um círculo os sons que você fez / fora do círculo os

outros de acordo com a distância em relação ao ouvinte.

SONS PRODUÇÃO DURAÇÃO INTENSIDADE

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SONS INVISIVEIS

E- Fazer uma lista de sons de lugares que não conseguimos ver, sons que nos

fazem conhecer o que ocorre neste lugar por exemplo o aparelho do

dentista enquanto estamos na sala de espera. Crie uma tabela de sons

agradáveis e desagradáveis.

SONS AGRADÁVEIS DESAGRÁDAVEIS

PRODUÇÃO DE SOM

F- Faça uma lista de situações e o grupo deverá produzir estes sons por

exemplo caminhar em chão cheio de pedrinhas, fazendo um furo na parede e

utilizando a furadeira, etc....

O importante é que o grupo só poderá utilizar os sons produzidos com o

corpo de preferência com a boca.

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6 PESQUISE VOCÊ TAMBÉM

http://youtu.be/-YEAEBSiBYA (entrevista com Murray Scheffer) acesso 08/10/2013

http://youtu.be/Tpik2G4HUnY (partes marcantes do filme O Som do coração) acesso

08/10/2013

7 REFERÊNCIAS

SCHAFER, M. O ouvido pensante.Trad. Marisa Trench de O.Fonterrada,

Magda R. Gomes da Silva, Maria Lucia Pascoal. São Paulo: Editora Unesp,

1991

___________Afinação do mundo. São Paulo: Editora Unesp, 2001

Teca Alencar de Brito Música na educação infantil. São Paulo:

Peirópolis,2003

As paisagens sonoras (vídeo). Disponível em http://youtu.be/-YEAEBSiBYA

Acesso 08/10/2013

.RUSH, Augusto. O Som do coração. Disponível em

http://youtu.be/Tpik2G4HUnY. Acesso 08/10/2013

Ogalodebarcelosaopoder.blogspot.com.br acesso em 08/12/2013

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Unidade 3

Cultura Musical

“Todos os brasileiros nascem

músicos, só falta de um pouco de estudo,

e é isso que venho lhe propor, Música, Música, Música.”

Villa Lobos.

1 APRESENTAÇÃO DA UNIDADE:

“Não estou dizendo que vocês devam gostar de tudo o que ouvem ou

vêem. Somente um tolo faria isso. Estou simplesmente dizendo que

quem quiser descobrir música interessante terá que procurar e

achar.

É a mesma coisa que ir à biblioteca. Você pode examinar vinte livros

antes de achar aquele que quer ler, mas, se não tivesse passado por

todos aqueles, não chegaria ao que procurava. E o mais estranho, é

que o livro escolhido este ano não vai ser o mesmo que você vai

escolher no ano que vem.” (Schaffer p.24).

Conforme relata o autor o importante é buscar experiências para

que desperte a curiosidade para outros gostos musicais, e esta

curiosidade vai abrir caminhos para o conhecimento de novas

culturas e gêneros musicais, proporcionando assim um

desenvolvimento crítico e criando seus próprios conceitos em relação as

preferencias musicais, sem precisar levar em consideração o que os outros

pensam.

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As atividades sugerem aos alunos um entendimento que não existe música

ruim ou boa, mas que as músicas são diferentes e estas diferenças irão

influenciar nas outras músicas.

2 INTRODUÇÃO DO TEMA

““O povo brasileiro é muito musical”. Por outro lado, não temos conseguido

ver esta musicalidade emergir no espaço que por excelência poderia ampliá-

lo ainda mais: a escola. A impressão que se tem é que música é algo para se

usufruir, curtir, cantar, dançar, tocar, mas não algo para se saber. Parecem

formar-se, assim, dois mundos de existência da música.” (BEYER, p.10)

Pois é na escola que devemos explorar esta juventude tão musical, e não

precisamos ser necessariamente especialista na área para trabalhar os

conhecimentos em música, devemos usar de nossas práticas pedagógicas

para pesquisar e explorar este universo musical.

Piaget (1978) apontava que a representação mental da música deve

acontecer com o fazer musical e para isso devemos conhecer como esta

música aconteceu e acontece até hoje em algumas civilizações.

3 CONTEXTUALIZAÇÃO

Temos pouco documentos referente a música na antiguidade apenas alguns

papiros, placas de relevos, tábuas enceradas com algumas anotações de

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notações musicais que nos leva a crer que a música fazia parte desta

civilizações tanto em crenças religiosas como em festas populares.

Em palácios e monumentos conseguimos perceber alguns instrumentos

pintados como flauta, flautim, trombeta, tímpanos, tambor, chocalhos,

harpa, lira, citara etc.

A dança também fazia parte destas civilizações, não foi encontrado

nenhuma música gravada portanto não temos como saber com exatidão como

era estas músicas, porem na Grécia existem pinturas em relevo com pessoas

cantam em coro.

4 GLOSSÁRIO

A Música Grega:

A palavra música vem do grego “MOUSIKÊ” que significava “a arte das

musas”.

A arte grega era manifestada de modo bem integrado onde a poesia e a

dança se contemplavam. A poesia era declamada com o acompanhamento do

som da Lira. A música grega era muito ligada a magia e a mitologia, existem

registro que fundamenta que o povo grego era regido pelos deuses.

Era muito usada em festas cívicas, ritos religiosos, atividades de lazer e

jogos olímpicos.

Pitagóras foi considerado fundador da harmonia musical, a ele se deve a

análise da música sob a ótica da matemática.

Alguns instrumentos gregos lira (corda), kithara (corda mais complexo que a

lira), aulos (espécie de flauta), flauta de pã (sopro), hidraulos (teclados).

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Abaixo alguns links para conhecer os sons dos instrumentos gregos:

http://youtu.be/atT7Tjpn5jshidraulos grego

http://youtu.be/zEkqgj5uNW8aulos grego

http://youtu.be/t8g8g8rJDgY lira grega

A Música Africana:

Uma determinada sociedade é conhecida através de influencias religiosas,

diversidade étnica cultural e social, suas danças, suas músicas e esta

sociedade tão distante pode nos influenciar como por exemplo os africanos.

A África por ser um continente extenso cada região sofreu diferentes

influências musicais e com isto sua música se tornou bem diferenciada.

Ao norte da África temos a influência das músicas do Oriente Médio, já na

África central o que predomina são as músicas árabes e indianas, já no sul

da África a influência vem da Europa Ocidental e América do Norte com os

gêneros caribenhos como a soca, calipso, zouk, latinos-americanos, salsa e a

rumba.

Jimmy Cliff, é um músico jamaicano de reggae, ele foi um dos primeiros

africanos a fazer sucesso na Europa e no resto do mundo. Este estilo de

música africana teve forte influência nas músicas como o samba, blues, jazz

e rap.

Chiquinha Gonzaga pianista e compositora se apaixonou por Lundu ritmo

trazido pelos negros para o Brasil.

Segue abaixo alguns vídeos da cultura africana:

http://youtu.be/maM3L1gtULw (Kudurozouk em Angola)

http://youtu.be/7wYO25S4oIA (Video com cantor Latino)

http://youtu.be/PGxI6SzMGHE (música africana)

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Música Indiana:

A música indiana tem origem ancestrais é uma mistura de várias influências

culturais e de civilizações. Os arianos provenientes de famílias indo-

europeias levaram conhecimentos e ritos que produziu as escrituras

sagradas do hinduísmo.

A disseminação musical indiana se deu através do budismo e com o final de

seu domínio aparece a musicalidade hindu, em sua natureza sagrada e com

recursos instrumentais e trabalhos mais teóricos.

Na Índia no século XIV desembarca a musicalidade árabe, durante a

vigência do islamismo, aparecendo uma nova vibração e um novo colorido, a

música produzida no Ocidente é quase nula nesta região da Ásia.

A música clássica indiana mais conhecida vem da região norte e ela se baseia

numa complicada série de escalas chamadas de ragas cada uma destinada a

uma situação, a uma hora do dia ou estação do ano em particular.

Para tocar este tipo de música o músico deve se dedicar a anos e anos de

estudo pois o padrão de notas é bastante complexo.

The Beatles e os Rolling Stones tiveram influência da música indiana e assim

contribuíram para a grande divulgação desta música no Ocidente.

A música indiana não segue a convencional percepção ocidental, de começo e

fim, ela flui, como se nascesse repentinamente e se esvaísse da mesma

forma.

Os principais instrumentos são: o sitar, a vina, a flauta de bisel a as tablas.

Segue alguns links com o som da música indiana:

http://youtu.be/NR2fSz_YpM4 (George Harrison)

http://youtu.be/_rFY2ekh2xY (The Beatles)

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Música Japonesa:

A música do Japão tem herança da cultura chinesa na época de 710-794,

com o passar dos anos estas músicas passaram por um processo de

sofisticação passando a ter características claramente japonesas, são

divididas em duas vertentes: a clássica e a folclórica.

Dentro da clássica existem diversos estilos que foram surgindo na era da

história japonesa. A música clássica é uma música solene, muitas vezes

acompanhada por danças utilizando instrumentos de sopro, corda e

percussão.

Com o crescimento do teatro apareceram apresentações cômicas populares

e as danças dos camponeses plantadores de arroz.

A música folclórica era agrupada em 4 classificações e a as principais são:

canções de trabalho, cações religiosas, cações usadas para casamentos,

funerais e festivais (Matsuri, especialmente Obon) e cações infantis

(Warabe uta).

Hoje temos vários estilos de músicas japonesas e o principal é o J-pop que

significa Música Popular Japonesa.

J-po é um estilo que se popularizou nos fins dos anos 90 com o advento da

internet, o J-pop procurou acompanhar as transformações do mundo e

utilizam de instrumentos modernos como guitarra e a bateria.

Exemplos temos a banda Garnet Crow com os instrumentos: duas guitarras,

um violão, um baixo, uma bateria, dois teclados, uma sanfona, um pandeiro e

dois sintetizadores, mais uma vocalista e três cantoras.

O som do Taiko (tambor japonês), é também conhecido no Brasil pelo grupo

Olodum e são produzidos muitas músicas pelas bandas J-pop, aparecendo um

contraste entre o novo e o velho, não é feito um remis para utilização

destes instrumentos antigos mas sim uma nova utilização dos mesmos.

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É feito uma releitura na utilização destes instrumentos antigos e um bom

exemplo disto temos a banda ShangShangTuphoon. Encontramos músicas

japonesas em seriados de TV como Kamen Rider, Sentais, Ultramans, etc. e

desenhos animados aos moldes de mangá muito conhecidos aqui no Brasil.

http://www.musicajaponesa.net/

http://youtu.be/4bly42NF1Ho (Garnet Crow)

http://youtu.be/JI5zLbe-b3o( ShangShangTuphoon )

5 ATIVIDADES

A- Pesquisar a cultura de um povo escolhido respondendo as seguintes

questões

1- Quais as principais características da musicalidade deste povo, onde

e quando utilizam suas músicas.

2- Quais as influencias desta músicas na música brasileira?

3- Apresentar uma música deste povo escolhido e uma música brasileira

que tem a influência deste povo.

6 Pesquise você também

http://youtu.be/maM3L1gtULw (Kudurozouk em Angola

http://youtu.be/7wYO25S4oIA( Video com cantor Latino)

http://youtu.be/PGxI6SzMGHE( musica africana

http://youtu.be/atT7Tjpn5js instrumentos hidraulos)grego

http://youtu.be/zEkqgj5uNW8aulos grego

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http://youtu.be/t8g8g8rJDgY liragrega

http://www.musicajaponesa.net/

http://youtu.be/4bly42NF1Ho (Garnet Crow)

http://youtu.be/JI5zLbe-b3o( ShangShangTuphoon )

7 REFERÊNCIAS

BEYER, Esther (1999). Idéias para a educação musical.Porto Alegre:

Mediação.

MARTINS, A. de Rezende (1944). Curiosidades Musicais. Rio de Janeiro:

Irmãos Vitale Editores.

PIAGET, J. (1978) Fazer e Compreender. Tradução de Chistyna Larroudé

de Paula Leite. São Paulo: Melhoramentos.

SCHAFFER,R.Murray.(1991) O Ouvido Pensante. São Paulo: Fundação

Editora da UNESP.

SOLTI, Georg(1997). O mundo maravilhoso da música: arte, história,

instrumentos etecnologia. São Paulo: Companhia Melhoramentos.

ZAGONEL, Bernadete(1989). Musicalizando: Crianças. Teoria e prática

da educação musical. São Paulo: Editora Ática.

www.infoescola.com (acesso em 29/10/2013)

www.musicaindianabrasil.com (acesso em 31/10/2013)

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“O Caderno pedagógico Ensino de Música na Educação Básica:

fundamentos e estratégias para professores não especialistas é

uma tentativa de fornecer elementos norteadores para

professores de arte, que, assim como eu, não têm formação específica em música, porém, encontram nessa forma de

expressão artística importantes conteúdos para as atividades

docentes em sala de aula, sobretudo, no processo de

formação estética da criança e do adolescente a quem esse

material é destinado”.

Adeli S. Lourenço