InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim...

153
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola Nacional de Botânica Tropical A famí lia Orchidaceae no Parque Natural Municipal da Prainha, Rio de Janeiro, Brasil Melissa Faust Bocayuva 2005

Transcript of InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim...

Page 1: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de JaneiroEscola Nacional de Botânica Tropical

A família Orchidaceae no Parque Natural Municipal da Prainha,

Rio de Janeiro, Brasil

Melissa Faust Bocayuva

2005

Page 2: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

ii

Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de JaneiroEscola Nacional de Botânica Tropical

A família Orchidaceae no Parque Natural Municipal da

Prainha, Rio de Janeiro, Brasil

Melissa Faust Bocayuva

Dissertação apresentada ao Programa dePós-Graduação em Botânica, EscolaNacional de Botânica Tropical, do Institutode Pesquisas Jardim Botânico do Rio deJaneiro, como parte dos requisitosnecessários para a obtenção do título deMestre em Botânica.

Orientadora:Drª. Rafaela Campostrini Forzza

Rio de Janeiro2005

Page 3: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

iii

A família Orchidaceae no Parque Natural Municipal da Prainha, Riode Janeiro, Brasil

Melissa Faust Bocayuva

Dissertação submetida ao corpo docente da Escola Nacional de Botânica Tropical,Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro - JBRJ, como parte dosrequisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre.

Aprovada por:

Prof. Drª. Rafaela Campostrini Forzza (Orientadora) ____________________

Prof. Dr. Fábio de Barros ____________________

Prof. Drª. Andréa Ferreira da Costa ____________________

em __/__/ 20__

Rio de Janeiro2005

Page 4: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

iv

Bocayuva, Melissa FaustB664f A família Orchidaceae no Parque Natural Municipal da Prainha,

Rio de Janeiro, Brasil / Melissa Faust Bocayuva. – Rio de Janeiro,2005.

xi, 115 f. : il. ; 28 cm.

Dissertação (mestrado) – Instituto de Pesquisas Jardim Botânicodo Rio de Janeiro/Escola Nacional de Botânica Tropical, 2005.

Orientadora: Rafaela Campostrini Forzza.Banca examinadora: Fábio de Barros; Andrea Ferreira da Costa.Bibliografia.

1. Orchidaceae. 2. Parque Natural Municipal da Prainha. 3. Riode Janeiro (RJ). I. Título. II. Escola Nacional de Botânica Tropical.

CDD 584.4

Page 5: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

v

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar à minha querida orientadora Rafaela Forzza Campostrini,

por todas as chances que me deu, pelos ensinamentos e pela amizade;

À Marta Moraes, curadora do Orquidário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, por

ter me aberto portas desde 1997, quando comecei meu primeiro estágio no Orquidário do

Jardim Botânico, e por ser hoje uma companheira de trabalho e amiga presente;

Ao Claudio Nicoletti de Fraga por ser um amigo e um co-orientador, soube despertar

meu interesse pela conservação do meio ambiente e das orquídeas, e por toda sua ajuda e

paciência ao auxiliar nas identificações e na análise de similaridade;

Ao amigo Leandro Cardoso pelas primeiras e constantes idas ao Parque Natural

Municipal da Prainha (PNMP), onde construímos a amizade que nós une agora, e por

compartilhar as mesmas aspirações em relação à proteção do Parque;

Ao amigo Carlo Alberto Zaldini, companheiro constante nas excursões ao Parque,

agradeço as lindas fotos, cedidas ao meu trabalho;

Ao amigo Eduardo Saddi, mais um companheiro no dia a dia da descoberta dos

encantos da família Orchidaceae;

Ao Luiz Menini-Neto, meu mais novo amigo nesta jornada, sempre disponível para

compartilhar seus conhecimentos e habilidades, sou grata pela montagem das pranchas e pelos

artigos;

À Alice Calvente pelas companhia nas coletas e pelo incentivo ao ingresso no

Mestrado;

À Paula Leitman, Paulinha, pela companhia sempre sorridente e prazerosa;

Ao João Marcelo Alvarenga Braga por ter tomado a iniciativa de inventariar a área do

PNMP, pelos ensinamentos e pelas valiosas sugestões;

Ao Antonio Bernardo e Bruno Pereira pelos anos que trabalhei no Orquidário do JB;

A todos do PNMP, em especial a Valéria, Leandro, Ana e Gilson;

Ao “amigo” do estacionamento do PNMP que sempre zelou por mim e pelo meu

carro: uma tarde, quando passava das 19 horas, chegou ao ponto de chamar os bombeiros;

A todos da ASAP que lutaram para que a Prainha não fosse destruída;

A todos da Prefeitura (GUC) pelas informações concedidas e a autorização de coleta;

Page 6: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

vi

Ao Rogério Ribeiro Leite pelo Estágio de Docência na PUC, tão agradável e repleto de

ensinamentos;

Ao Fábio Pinheiro, pela acolhida no Instituto de Botânica de São Paulo e por toda a

literatura compartilhada;

Ao Bruno Kurtz por ter cedido várias vezes seu computador para a utilização do

Fitopac;

À Ravena Dias pela atenção em me ajudar e na montagem final das exsicatas;

À Doutora Adriana Hemerly que me abriu as portas do laboratório de Biologia

Molecular do JB, para iniciar o cultivo in vitro das orquídeas do PNMP;

Aos Doutores Andréa Costa e Fábio de Barros por estarem presentes na etapa final

deste Mestrado, agradeço os valiosos ensinamentos;

Aos meus companheiros de Mestrado pelo carinho e incentivo: Dani, Flavio,

Juan,Gabriel, Heloisa, Marcelinho, Vivi, Rubem, Ronaldo e Wagner;

A Paulo Ormindo pela confecção das ilustrações;

A todos da ENBT, em especial a Abílio, Jussara e Márcia;

A CAPES pela bolsa concedida;

A todos funcionários dos curadores e herbários consultados (GUA, HB, RB e SP);

À amiga Juliana Moura pelas traduções e por estar sempre disponível para ajudar;

Ao Antonio Toscano, que acompanhou os meus primeiros passos da taxonomia da

família Orchidaceae;

Ao João e Paulinho, companheiros de trabalho no Orquidário do JB;

A Carl e Jane Luer por toda a literatura doada ao Orquidário do JB e principalmente

pelos valiosos ensinamentos sobre Pleurothallis e; pela generosidade ao me oferecer novas

oportunidades e experiências;

À Rosário Almeida Braga e à Delfina de Araújo por sempre me incentivarem e

compartilharem comigo literatura e conhecimentos;

A David e Bel Miller, por terem me inspirado mais ainda a trabalhar com as orquídeas;

Às minhas queridas amigas: Anne Sophie Tridoux, Elaine Gaspar Fontes, Jacqueline

Ringler e Louise Botkay Courcier;

Ao meu companheiro Rui Pollastri pelo carinho e incentivo em todos os momentos;

Page 7: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

vii

Ao meu querido avó Luiz Fernando Bocayuva Cunha (in memorian), que me faz

lembrar sempre quem eu sou;

À minha avó Vera Simões Bainville pelo carinho e por incentivar meu crescimento;

À minha irmãzinha Felícia pela ajuda inestimável ao longo do trabalho, agradeço

sobretudo a confecção dos gráficos;

À irmã querida Vanina, mesmo ausente, sempre presente na minha vida;

Ao meu primo Jerônimo Bocayuva, que sempre acreditou no meu potencial;

À minha tia Helena Bocayuva, amiga querida, agradeço as sugestões e a revisão da

Dissertação;

Aos meus avós Jean-Jacques e Jacqueline Faust por me acolherem em sua casa, pelo

interesse no meu trabalho e pelo incentivo para que eu sempre lutasse;

Aos meus queridos pais Patricia e Luiz Quintino por serem simplesmente meus paisamados;

Page 8: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

viii

RESUMO. (A família Orchidaceae no Parque Natural Municipal da Prainha, Rio de Janeiro,Brasil). A floresta atlântica, um dos centros de diversidade para Orchidaceae, reveste uma faixalarga ao longo da costa litorânea do Brasil, dos estados do Rio Grande do Norte ao Rio Grande doSul, além de estender-se para o interior nas regiões Sudeste e Sul. O estado do Rio de Janeiro estácompletamente inserido dentro dos domínios da floresta atlântica, porém sua cobertura florestalestá reduzida atualmente a cerca de 17% da área original. O Parque Natural Municipal da Prainha(PNMP) está localizado no município do Rio de Janeiro e abrange uma área total de 126,03hectares na área do Maciço da Pedra Branca (23º 01' 52" - 23º02'30" S e 43º30'00"-43º30'38" W).A cobertura vegetal do PNMP é predominantemente constituída por floresta, com uma pequenafaixa de restinga e diversos afloramentos rochosos. Embora Orchidaceae seja muito diversa nafloresta atlântica, poucos levantamentos foram elaborados para a família nas Unidades deConservação do estado do Rio de Janeiro. Como é freqüente para várias áreas naturais, o PNMPsofre constantes ameaças tais como o desmatamento, queimadas e extrativismo. Dentro dessecontexto, de perda acelerada de habitat e de espécies e o pouco conhecimento sobre a floraorquidológica das Unidades de Conservação do Rio de Janeiro o presente trabalho teve comoobjetivo apresentar o tratamento taxonômico das Orchidaceae do Parque Natural Municipal daPrainha, assim como disponibilizar informações sobre a forma de vida, época de floração efrutificação, distribuição geográfica e habitats das espécies; realizar uma análise de similaridadeentre diferentes áreas do estado do Rio de Janeiro; e promover a formação de um banco degermoplasma no Orchidarium do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Foram registradas para oPNMP 26 espécies de Orchidaceae em 18 gêneros: Bifrenaria sp., Brassavola tuberculata,Catasetum luridum, Cattleya forbesii, Cattleya guttata, Cyclopogon longibracteatus,Cyrtopodium gigas, Cyrtopodium glutiniferum, Eltroplectris triloba, Epidendrum ammophilum,Epidendrum difforme, Epidendrum filicaule, Epidendrum rigidum, Gomesa crispa, Isochiluslinearis, Maxillaria marginata, Maxillaria pachyphylla, Oeceoclades maculata, Oncidiumlongipes, Pleurothallis grobyi, Pleurothallis muscosa, Pleurothallis pardipes, Polystachyaestrellensis, Prescottia plantaginea, Sarcoglottis grandiflora e Sophronitis cernua. A maioria dasespécies apresenta ampla distribuição geográfica ocorrendo em vários estados do Brasil e emoutros países do continente americano. A análise fenológica demonstrou que a floraçãoconcentra-se nos meses de maio e setembro. Os resultados de similaridade foram inferiores a50% entre todas áreas. Este baixo valor é resultado da ocorrência de 127 espécies, num total de181, exclusivas de uma única área. O maior escore de similaridade obtido foi entre o PNMP e oParque Estadual da Serra da Tiririca. O baixo índice de similaridade entre as áreas reforça aimportância da conservação de diferentes Unidades de Conservação.

Palavras-chave: floresta atlântica, taxonomia, conservação, fenologia, similaridade

Page 9: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

ix

ABSTRACT. (The family Orchidaceae in the Municipal Natural Park of Prainha, Rio de Janeiro,Brazil). The Atlantic Forest, which is one of the diversity centers for Orchidaceae, covers a widestripe along the coast of Brazil, from the Rio Grande do Norte State until the Rio Grande do SulState. It also extends for the countryside of the Southeastern and Southern regions. Although theRio de Janeiro State is completely inserted in the Atlantic Forest domains, its forest cover ispresently reduced to about 17% of its original area. The Municipal Natural Park of Prainha(MNPP) is located in Rio de Janeiro municipality and covers a total area of 126.03 hectares in thePedra Branca Massif (23º 01' 52" - 23º02'30" S e 43º30'00"-43º30'38" W). The vegetation coverof MNPP is mainly forest, with a small portion of sandbank vegetation and several outcrops.Although Orchidaceae is very diverse in the Atlantic Forest, few surveys have been carried outfor the family in the Conservation Units of Rio de Janeiro State. Similarly to several naturalareas, the MNPP suffers constant threats, such as deforestation, fires and extractive actions. Inthis context of rapid loss of habitat and of species, and of small knowledge about the orchidologicflora of the Conservation Units of Rio de Janeiro, the present work has the purpose of presentingthe taxonomic treatment of Orchidaceae of the Municipal Natural Park of Prainha, as well asmaking available informations about the life form, blooming and fructification, geographicdistributions and habitats of occurrence of the species; carrying out a similarity analysis betweenthe different areas of Rio de Janeiro state and promoting the development of a germoplamdatabase in the Orchidarium of Rio de Janeiro Botanic Gardens. For the MNPP, 26 species wereregistered in 18 genres: Bifrenaria sp., Brassavola tuberculata, Catasetum luridum, Cattleyaforbesii, Cattleya guttata, Cyclopogon longibracteatus, Cyrtopodium gigas, Cyrtopodiumglutiniferum, Eltroplectris triloba, Epidendrum ammophilum, Epidendrum difforme, Epidendrumfilicaule, Epidendrum rigidum, Gomesa crispa, Isochilus linearis, Maxillaria marginata,Maxillaria pachyphylla, Oeceoclades maculata, Oncidium longipes, Pleurothallis grobyi,Pleurothallis muscosa, Pleurothallis pardipes, Polystachya estrellensis, Prescottia plantaginea,Sarcoglottis grandiflora e Sophronitis cernua. Most of the species present a wide geographicdistribution and occur in several states of Brazil and in other countries of the american continent.The phenological analysis showed that the blooming in concentrated in the months of May andSeptember. The similarity results were smaller than 50% in all areas. This low value is a result ofthe occurrence of 127 species, out of a total of 181, that are exclusives of one single area. Thegreatest similarity score was obtained between MNPP and the State Park of Serra da Tiririca. Thesmall similarity index between the areas reinforces the importance of conservation of differentConservation Units in the urban regions of Rio de Janeiro State.

Key words: atlantic forest, taxonomy, conservation, phenology, similarity

Page 10: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

x

SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO GERAL ....................................................................................... 1

Parque Natural Municipal da Prainha ........................................................................ 5

II. ARTIGOS CIENTÍFICOS ........................................................................................ 9

1. ORCHIDACEAE DO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DAPRAINHA

9

Orchidaceae do Parque Natural Municipal da Prainha: 1-57

Resumo................................................................................................................. 2

Abstract................................................................................................................. 3

Introdução............................................................................................................. 4

Material e métodos............................................................................................... 5

Tratamento taxonômico........................................................................................ 7

Chave para identificação das espécies......................................................... 7

1. Brassavola tuberculata Hook ................................................................. 10

2. Catasetum luridum (Link) Lindl. ........................................................... 11

3. Cattleya forbesii Lindl. .......................................................................... 13

4. Cattleya guttata Lindl. ........................................................................... 15

5. Cyclopogon longibracteatus (Barb.Rodr.) Schltr. ................................. 16

6. Cyrtopodium gigas (Vell.) Hoehne ........................................................ 19

7. Cyrtopodium glutiniferum Raddi ........................................................... 20

8. Eltroplectris triloba (Lindl.) Pabst ........................................................ 23

9. Epidendrum ammophilum Barb. Rodr. .................................................. 25

10. Epidendrum difforme Jacq. .................................................................. 26

11. Epidendrum filicaule (Sw.) Lindl. ....................................................... 28

12. Epidendrum rigidum Jacq. ................................................................... 29

13. Gomesa crispa (Lindl.) Klotzsch ex Rchb.f. ………………………... 31

14. Isochilus linearis (Jacq.) R.Br. ……………………………………… 32

15. Maxillaria marginata Fenzl ................................................................. 32

16. Maxillaria pachyphylla Schltr. ex Hoehne .......................................... 35

Page 11: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

xi

17. Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl. ................................................. 37

18. Oncidium longipes Lindl. .................................................................... 38

19. Pleurothallis grobyi Batem. ex Lindl. ................................................. 39

20. Pleurothallis muscosa Barb. Rodr. ...................................................... 40

21. Pleurothallis pardipes Rchb.f. ............................................................. 42

22. Polystachya estrellensis Rchb.f. .......................................................... 44

23. Prescottia plantaginea Lindl. .............................................................. 45

24. Sarcoglottis grandiflora (Lindl.) Klotzsch .......................................... 47

25. Sophronitis cernua Lindl. .................................................................... 49

Considerações finais ........................................................................................... 51

Referências bibliográficas ................................................................................... 52

2. ORCHIDACEAE DO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DA PRAINHA:

SUBSÍDIOS PARA CONSERVAÇÃO

67

Orchidaceae do Parque Natural Municipal da Prainha: subsídios para

conservação: 1-39

Resumo .................................................................................................................. 2

Abstract ................................................................................................................ 3

Introdução .............................................................................................................. 4

Material e métodos ................................................................................................ 6

Resultados e discussões ......................................................................................... 9

Similaridade ........................................................................................................... 16

Impactos sobre a flora e conservação das Orchidaceae do PNMP......................... 24

Referências bibliográficas ..................................................................................... 35

III. CONCLUSÕES GERAIS ......................................................................................... 106

IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 108

V. ANEXOS ...................................................................................................................... 115

Page 12: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

1

I. INTRODUÇÃO GERAL

Orchidaceae é uma das maiores famílias dentre as Angiospermas. O número total de

espécies para o mundo é bastante discrepante, variando, segundo diferentes autores entre

15.000 e 35.000, agrupadas em aproximadamente 700 gêneros (Dahlgren et al., 1985;

Cronquist, 1988; Dressler, 1993). A família foi posicionada por Cronquist (1988) na ordem

Orchidales, subclasse Liliiade. Dahlgren et al. (1985), posicionaram-na em Liliales,

superordem Liliianae. Mais recentemente, as diversas análises filogenéticas sugerem que a

família é monofilética e basal na ordem Asparagales, emergindo no mesmo clado que

Asteliaceae, Blandfordiaceae e Hypoxidiaceae (Chase et al., 2000).

Dressler (1993), dividiu Orchidaceae em cinco subfamílias, Apostasioideae,

Cypripedioideae, Spiranthoideae, Orchidoideae e Epidendroideae, esta última incluindo

aproximadamente metade das espécies conhecidas de Orchidaceae (cerca de 10.000).

Apostasioideae já foi considerada como uma família distinta, Apostasiaceae,

constituída apenas por dois gêneros, Apostasia e Newiedia. As espécies destes gêneros

apresentam flores actinomorfas, dois a três estames férteis que não estão fusionadas ao

estigma, como na maioria das orquídeas das outras subfamílias. Cypripediodeae também já

foi tratada como uma família distinta, Cypripediaceae, apresentando de quatro a cinco

gêneros. Suas flores apresentam dois estames férteis com pólen viscoso, ligeiramente

agregado, mas não formando polínias. Orchidoideae e Spiranthoideae representam grande

parte das orquídeas terrestres e apresentam distribuição cosmopolita. Orchidoideae é

caracterizada por apresentar uma antera com o viscidium basal na coluna, enquanto

Spiranthoideae apresenta uma antera com viscidio terminal na coluna. A subfamília

Epidendroideae é representada pelas orquídeas epífitas que apresenta o maior número de

caracteres derivados, tais como a grande variedade da morfologia floral e a presença de

polínias ou polinário (Dressler, 1993; Christenson, 2004).

Segundo Chase et al. (2003), as orquídeas são um dos grandes focos nas publicações

de filogenia. A mais recente, a obra Genera Orchidacearum (Pridgeon et al., 1999; 2001;

2003), agrega várias das novas propostas feitas na última década. Segundo estes autores,

Orchidaceae está dividida nas seguintes subfamílias: Apostasioideae, Cypripedioideae,

Orchidoideae, Epidendroideae e Vanilloideae. As maiores diferenças nessa subdivisão em

relação a proposta de Dressler (1993) é o reconhecimento de Vanilloideae como uma

subfamília distinta e a inclusão de Spiranthoideae em Orchidoideae (Kores et al. 1997,

Pridgeon et al. 1999, 2000, Chase et al., 2003 apud Cribb et al. 2003).

Page 13: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

2

A família apresenta ampla distribuição geográfica ocorrendo em praticamente todas as

regiões do mundo, com a grande maioria das espécies concentrada nas regiões tropicais

(Dahlgren et al., 1985; Cribb et al. 2003). Apenas nos pólos e na Groelândia não são

encontradas espécies nativas (Pabst & Dungs, 1975). Na América tropical, o Norte dos Andes,

e as montanhas da Mesoamérica são particularmente ricas em orquídeas (Cribb et al., 2003).

Segundo esses mesmos autores, os Andes da Colômbia e do Equador são as regiões mais ricas

do mundo em espécies de Orchidaceae. No Brasil, estima-se que ocorram aproximadamente

195 gêneros e 2400 espécies, sendo considerado o terceiro país mais diverso (Pabst 1975,

Dressler 1981, Barros 1996).

As primeiras grandes obras sobre as Orchidaceae do Brasil, foram elaboradas por

Rodrigues (1877, 1881, 1882, 1891). Suas ilustrações, que se encontram depositadas na

Biblioteca Barbosa Rodrigues do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, foram incluídas na sua

obra original e publicadas em Rodrigues (1999).

Cogniaux (1893-1896, 1898-1902, 1904-1906) no tratamento elaborado na Flora

Brasiliensis apresentou 142 gêneros e 1455 espécies, reunindo nesta obra os dados e materiais

de muitos botânicos.

Hoehne (1940, 1942, 1945, 1953) escreveu quatro volumes sobre as Orchidaceae na

obra Flora Brasílica. Estes trabalhos possuem descrições, ilustrações e chaves de

identificação para muitos dos gêneros e espécies encontrados no Brasil.

Pabst & Dungs (1975, 1977) publicaram a última grande obra para as espécies do

Brasil. Nesse trabalho os autores apresentaram, para o país, 2356 espécies em 191 gêneros.

Atualmente, os levantamentos florísticos de Orchidaceae são mais numerosos em

países temperados, porém em diversas áreas tropicais seus inventários ainda são insuficientes.

Recentemente, progressos significativos foram feitos na catalogação da flora orquidológica na

Ásia tropical, Madagascar, África tropical, Colômbia, Bolívia e partes da Indonésia (Wood et

al., 1993; Du Puy & Bell et al., 1999; Du Puy et al., 1999; Wood et al., 2001; Pearce & Cribb,

2002 apud Cribb. et al. 2003).

No Brasil, o número de levantamentos florísticos de Orchidaceae vêm crescendo ao

longo dos anos, porém, ainda poucos estados possuem uma lista de espécies. Para a região

amazônica, recentemente, foi lançada a obra "Orquídeas Nativas da Amazônia Brasileira II",

que engloba um total de 709 espécies, com destaque para 34 espécies novas e 150 novas

ocorrências para flora brasileira (Fernandes da Silva & Fernandes da Silva, 2004). Da mesma

forma, o Distrito Federal já possui um checklist das Orchidaceae, no qual foram reconhecidos

72 gêneros e 246 espécies, dentre as quais 6,7% são endêmicas (Batista & Bianchetti, 2003).

Page 14: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

3

Os levantamentos de orquídeas em diferentes áreas, principalmente em Unidades de

Conservação na Região Sudeste, são cada vez mais numerosos. Porém, nenhum dos estados

da Região possui uma lista de espécies. Para o Espírito Santo podemos citar somente o

levantamento de 71 espécies para restingas (Fraga & Peixoto, 2004), sendo este o estado com

menor número de levantamentos. Em Minas Gerais, os trabalhos mais recentes são para a

Serra do Cipó (Barros, 1987); Serra de São José (Alves, 1991); Serra de Araponga, Carangola

e o Vale do Rio Carangola (Leoni, 1991; 1993; 1994); Parque Estadual de Ibitipoca (Menini

Neto et al., 2002); Reserva Biológica da Represa do Grama (Menini Neto et al., 2004); um

fragmento de floresta no município de Barroso (Menini Neto et al., 2004) e Grão Mogol

(Barros & Pinheiro, 2004). São Paulo é o único estado dentre estes com parte do levantamento

de sua Flora Fanerogâmica já publicado, porém ainda não engloba a família Orchidaceae. Os

mais recentes inventários locais de orquídeas para o Estado de São Paulo são os seguintes:

Flora Fanerogâmica da Reserva do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (Barros, 1983);

Flora Fanerogâmica da Ilha do Cardoso (Barros, 1991) e Flora Vascular da Juréia (Barros &

Catharino, 2001). Para o Estado do Rio de Janeiro os últimos levantamentos são Macaé de

Cima (Miller & Warren, 1996); APA de Cairuçu (Leoni, 1997); Parque Estadual da Serra da

Tiririca (Pinheiro, 1999); Ilha de Cabo Frio (Mello, 2002), restinga de Marambaia (Fraga et

al., no prelo); Reserva Biológica do Tinguá (Moraes & Bocayuva, no prelo) e Reserva

Particular Natural de Rio das Pedras com 89 espécies (Saddi et al., no prelo). Estes estudos

ainda são insuficientes e não contemplam todas as Unidades de Conservação do Estado.

O Estado do Rio de Janeiro está completamente inserido dentro dos domínios da

floresta atlântica, que é considerada um dos centros de diversidade para a família Orchidaceae

e abriga o maior número de espécies no território nacional (Pabst & Dungs, 1975). A área de

sua cobertura vegetal atingiu seus menores valores no século XX, com a remoção de

aproximadamente 84% da cobertura vegetal original. As restingas, um ecossistema associado

à floresta atlântica, também vêm sofrendo processo acelerado de destruição (Fundação SOS

Mata Atlântica/INPE, 2001) (Figura 1). Segundo Costa (2001) o Maciço da Pedra Branca,

onde está inserida a área do Parque Natural Municipal da Prainha, apresentou uma perda de

25% das áreas florestadas no período de 1992 a 1996.

A floresta atlântica constitui um dos 25 hotspots reconhecidos no planeta (Myers et

al., 2000), desta forma mesmo sendo uma das vegetações mais ricas em orquídeas, já

apresenta as maiores taxas de extinção documentadas (Cribb et al., 2003). A destruição do

habitat constitui um fator muito importante na extinção de espécies de Orchidaceae, mas por

Page 15: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

4

serem, em sua maioria, plantas ornamentais, a pressão de coleta também é um fator constante

de ameaça.

Dentro desse contexto, de perda acelerada de hábitats e espécies de pouco

conhecimento sobre a flora orquidológica das Unidades de Conservação do Rio de Janeiro o

presente trabalho teve como objetivo apresentar o tratamento taxonômico das Orchidaceae do

Parque Natural Municipal da Prainha, assim como disponibilizar informações sobre a forma

de vida, épocas de floração e frutificação, distribuição geográfica e hábitats das espécies, além

de realizar uma análise de similaridade entre diferentes áreas do Estado do Rio de Janeiro; e

promover a formação de um banco de germoplasma no Orchidarium do Jardim Botânico do

Rio de Janeiro.

Page 16: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

5

O Parque Natural Municipal da Prainha (PNMP)

O Parque Natural Municipal da Prainha localiza-se no município do Rio de Janeiro, no

Maciço da Pedra Branca, entre as coordenadas 23º01'52" - 23º02'30" S e 43º30'00"-43º30'38"

W. As áreas do PNMP acima da cota de 100 m de altitude encontram-se dentro dos limites do

Parque Estadual da Pedra Branca – PEPB (Costa, 2001).

O Maciço da Pedra Branca é o maior dos três maciços que compõem o substrato

geomorfológico do município do Rio de Janeiro e situa-se entre as coordenadas de 23º 52’ e

23º S e 43º 23’ e 42º 32’ O (Freitas, 2003). O clima do Maciço da Pedra Branca é marcado

por uma estação chuvosa no verão e uma estiagem no período de inverno. Segundo os dados

pluviométricos recolhidos pela Fundação Instituto Geotécnica do Município do Rio de

Janeiro, que monitora a estação de Grota Funda (sistema Alerta Rio), o total pluviométrico

variou em torno de 1200 e 2000 mm entre os anos de 2002 e 2004. A temperatura média no

verão está em torno de 30º, com valores absolutos maiores na vertente norte, próximas aos

bairros de Bangu e Realengo; no inverno as médias baixam para valores em torno de 18 ºC,

podendo atingir valores menores durante a entrada de frentes frias, sobretudo nas vertentes

voltadas para o mar (R.R. Oliveira, dados não publicados).

Segundo Freitas (2003), o Maciço da Pedra Branca apresenta solos pouco rasos,

espessando-se para os fundos dos vales e baixadas. É uma região que apresenta

predominância de florestas, assim como são freqüentes os afloramentos rochosos. O PNMP é

constituído por diversos afloramentos rochosos denominados de Caeté, Boa Vista e a Pedra

dos Cabritos. Os afloramentos rochosos (inselbergs) constituem o hábitat de valiosas espécies

ornamentais (Gardner, 1846 apud Meirelles et al. 1999). Segundo Meirelles et al. (1999) os

inselbergs do Rio de Janeiro apresentam composição florística típica e distinta, com altos

índices de endemismo.

Conforme o sistema de classificação da vegetação brasileira de Veloso et al. (1991), a

área do PNMP está incluída na região de floresta ombrófila densa, formação submontana, que

vai de 30 até 400 m de altitude. O PNMP apresenta notável escassez de cursos d’água, sendo

estes temporários e só observados no período das chuvas, porém Freitas (2003) assinala que o

Maciço da Pedra Branca comporta as cabeceiras de drenagems de vários rios componentes

das principais bacias do município do Rio de Janeiro. Até os 300 m de altitude a mata do

PNMP é mais seca, com a presença de poucas epífitas vasculares, o que não é comum nas

matas classificadas como Floresta Ombrófila Densa. A vegetação pode ser, então, considerada

como uma floresta de encosta de transição entre uma floresta atlântica e a restinga, pois no

Page 17: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

6

sopé das vertentes voltadas para o mar o PNMP faz limite com a mata de restinga (Restinga

de Grumari) e com a vegetação herbáceo-arbustiva típica de praia (Praia da Prainha). Acima

dos 400 m de altitude, a vegetação apresenta um estrato arbóreo com porte maior,

predominando na paisagem as palmeiras, e pode ser observada maior quantidade de epífitas

(Figura 2).

Um dos problemas mais graves que vem afetando as Unidades de Conservação do

município do Rio de Janeiro é o constante e crescente desmatamento (Costa 2002). Em uma

análise desenvolvida pela autora sobre o risco de queimadas no Maciço da Pedra Branca, os

Morros do Caeté e da Boa Vista, localizados no interior do PNMP, foram considerados áreas

de alto risco. E dados da Brigada de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais da SOS

Floresta da Pedra Branca mostraram que, a maioria das queimadas é intencional motivada

pelo interesse em ampliar as áreas de pastagens e de cultivo de banana ou provocada por

cultos religiosos (Costa, 2002).

Page 18: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

7

Page 19: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

8

Page 20: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

9

II . ARTIGOS CIENTIFICOS

1. ORCHIDACEAE DO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DA PRAINHA

Page 21: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

10

2. ORCHIDACEAE DO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DA PRAINHA:

SUBSÍDIOS PARA CONSERVAÇÃO

Page 22: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

11

Page 23: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Orchidaceae no Parque Natural Municipal da Prainha, Rio de Janeiro, Brasil

Título resumido: Orchidaceae da Prainha

Melissa Faust Bocayuva Cunha1

Rafaela Campostrini Forzza2

1 Mestranda da Escola Nacional de Botânica Tropical – JBRJ, Rua Pacheco Leão 2040, Horto

Florestal, 2400-030. Bolsista CAPES. [email protected]

2 Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rua Pacheco Leão 915, 22460-030. [email protected]

Artigo elaborado segundo as normas da Rodriguésia.

Page 24: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Resumo: (Orchidaceae no Parque Natural Municipal da Prainha, Rio de Janeiro, Brasil). São

apresentadas as espécies de Orchidaceae ocorrentes no Parque Natural Municipal da Prainha.

O Parque está localizado no município do Rio de Janeiro e abrange uma área total de 126,03

hectares. A cobertura vegetal do Parque é predominantemente constituída por floresta

atlântica, com uma pequena faixa de restinga e diversos afloramentos rochosos. São

encontrados na área 18 gêneros e 26 espécies de Orchidaceae: Bifrenaria sp., Brassavola

tuberculata, Catasetum luridum, Cattleya forbesii, Cattleya guttata, Cyclopogon

longibracteatus, Cyrtopodium gigas, Cyrtopodium glutiniferum, Eltroplectris triloba,

Epidendrum ammophilum, Epidendrum difforme, Epidendrum filicaule, Epidendrum

rigidum, Gomesa crispa, Isochilus linearis, Maxillaria marginata, Maxillaria pachyphylla,

Oeceoclades maculata, Oncidium longipes, Pleurothallis grobyi, Pleurothallis muscosa,

Pleurothallis pardipes, Polystachya estrellensis, Prescottia plantaginea, Sarcoglottis

grandiflora e Sophronitis cernua. A maioria das espécies do Parque apresenta ampla

distribuição geográfica ocorrendo em vários estados do Brasil e em outros países do

continente americano. São apresentados chave de identificação, descrições, informações

sobre forma de vida, floração e frutificação, distribuição geográfica e hábitat de ocorrência

além de ilustrações.

Palavras chave: orquídeas, floresta atlântica, taxonomia

2

Page 25: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Abstract: (Orchidaceae in Municipal Natural Park of Prainha, Rio de Janeiro, Brazil). The

Orchidaceae species that occur in Municipal Natural Park of Prainha are presented. The Park

is located in Rio de Janeiro municipality and includes a total area of 126.03 hectares. The

vegetation cover of the Park is mainly Atlantic Forest, with a small portion of sandbank

vegetation and several outcrops. Eighteen ggenera and 26 species of Orchidaceae are found

in the area: Bifrenaria sp., Brassavola tuberculata, Catasetum luridum, Cattleya forbesii,

Cattleya guttata, Cyclopogon longibracteatus, Cyrtopodium gigas, Cyrtopodium

glutiniferum, Eltroplectris triloba, Epidendrum ammophilum, Epidendrum difforme,

Epidendrum filicaule, Epidendrum rigidum, Gomesa crispa, Isochilus linearis, Maxillaria

marginata, Maxillaria pachyphylla, Oeceoclades maculata, Oncidium longipes,

Pleurothallis grobyi, Pleurothallis muscosa, Pleurothallis pardipes, Polystachya estrellensis,

Prescottia plantaginea, Sarcoglottis grandiflora and Sophronitis cernua. Most of the species

of the Park present wide geographic distribution, occurring in several states of Brazil and in

other countries of the American Continent. The following information is presented: key to the

species, descriptions, information of the life form, blooming and fructification, geographic

distributions and hábitatss of occurrence and illustrations.

Key words: orchids, atlantic Forest, taxonomy

3

Page 26: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Introdução

A família Orchidaceae conta com cerca de 20.000 espécies distribuídas em 700

gêneros (Christenson, 2004). Apresenta distribuição cosmopolita, porém é nas regiões

tropicais do globo onde é encontrada a maior diversidade. Na região neotropical são

registrados cerca de 300 gêneros e 8260 espécies (Dressler, 1981). No Brasil estima-se que

ocorram aproximadamente 195 gêneros e 2400 espécies, sendo considerado o terceiro país

mais rico em número de espécies, depois da Colômbia e do Equador (Pabst & Dungs, 1975,

Dressler 1981, Barros 1996). A floresta atlântica é considerada um dos centros de diversidade

para Orchidaceae e abriga o maior número de espécies no território nacional (Pabst & Dungs,

1975), porém o número preciso de táxons para o bioma ainda hoje é desconhecido.

Atualmente, toda a diversidade da floresta atlântica está restrita a remanescentes, que

representam apenas 6% da cobertura total original (Mittermeier, 1999). Apesar disso, poucos

levantamentos florísticos desenvolvidos neste bioma incluem ervas e epífitas. Esse fato está

refletido nas coleções depositadas nos herbários e na literatura, que representam muito pouco

da diversidade das Orchidaceae na floresta atlântica. No Estado do Rio de Janeiro, merecem

destaque os trabalhos de Campos Porto (1915), Brade (1956), Pabst (1967 a,b,c,d,e), Miranda &

Oliveira (1983), Miller & Warren (1996), Leoni (1997), Pinheiro (1999), Pereira & Araújo

(2000), Mello (2002), Fraga et al. (no prelo), Moraes & Bocayuva (no prelo) e Saddi et al.

(no prelo). Para o Parque Natural Municipal da Prainha não havia até então nenhum trabalho

documentando as espécies da área, além de poucos materiais depositados nos herbários.

Com o objetivo de ampliar o conhecimento da diversidade deste remanescente de

floresta atlântica e das espécies de Orchidaceae no bioma, é apresentado o tratamento

taxonômico das Orchidaceae ocorrentes no Parque Natural Municipal da Prainha do Rio de

Janeiro, além de informações sobre forma de vida, floração e frutificação, distribuição

geográfica, hábitatss de ocorrência, e ilustrações.

4

Page 27: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Material e métodos

O Parque Natural Municipal da Prainha (PNMP) está localizado no do Rio de

Janeiro, entre as coordenadas 23º 01' 52" - 23º02'30" S e 43º30'00"-43º30'38" W (Figura 1),

tendo sido criado em 25 de março de 1999 (decreto 17.445) sob a tutela da Secretaria

Municipal de Meio Ambiente. Por estar inserido dentro de uma área urbana, sua criação foi

motivada pela descaracterização da vegetação em seu interior e nas áreas adjacentes, com a

proliferação de condomínios e edificações.

Figura 1. Mapa de localização do Parque Natural Municipal da Prainha, Rio de Janeiro.

O PNMP abrange uma área total de 126,03 hectares, predominando a floresta atlântica, com

uma pequena faixa de restinga e diversos afloramentos rochosos (Instituto Brasileiro de

5

Page 28: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Administração Municipal (IBAM) and Superintendência de Desenvolvimento Urbano e Meio

Ambiente (DUMA), 1998.). Acima de cota 100 m de altitude o PNMP representa uma

pequena porção do Parque Estadual do Maciço da Pedra Branca. A altitude varia de 0 a 456

m de altitude (Morro da Boa Vista) e a precipitação média anual está entre 1200 e 2000 mm,

com três a quatro meses de baixa pluviosidade (dados pluviométricos obtidos a partir da

estação remota da Grota Funda, monitorada pela Fundação Instituto Geotécnica do estado do

Rio de Janeiro).

Foram realizadas coletas quinzenais de setembro de 2002 a março de 2004 e mensais

de março a dezembro de 2004. Além de exemplares para exsicatas, incorporadas ao acervo

do herbário RB, foram coletados também espécimes vivos que se encontram em cultivo no

Orquidário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. No campo foram tomados os dados sobre a

forma de vida, tamanho das populações, locais de ocorrência e coloração das estruturas.

Flores e frutos foram armazenados em álcool a 70% para facilitar as identificações,

descrições e confecção das ilustrações.

As descrições e as ilustrações das espécies foram elaboradas com base nos materiais

coletados no Parque, e para Isochilus linearis utilizou-se também material de outras

localidades. A terminologia morfológica seguiu Radford et al. (1974), Dressler (1981) e Font

Quer (1989). Uma das espécies localizada na área (Bifrenaria sp.) não floresceu durante o

período de coleta o que impossibilitou a identificação em nível específico, a descrição e

ilustração da mesma. Os dados sobre fenologia foram obtidos a partir das exsicatas

procedentes da área e observações ao longo de todo período de coleta e de cultivo. Os dados

sobre distribuição geográfica para cada espécie foram obtidos da literatura (Cogniaux

1893,1898-1902, Dressler 1993, Luer 1972, Pabst & Dungs 1975-1977, Menezes 2002) e da

análise das coleções dos herbários GUA, HB, RB e SP (siglas conforme Holmgren et al.,

1990).

6

Page 29: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Tratamento taxonômico

No Parque Natural Municipal da Prainha, a família Orchidaceae está representada por

26 espécies distribuídas em 18 gêneros. Os gêneros mais representativos são Epidendrum (4

spp.) e Pleurothallis (3 spp.).

Chave para identificação das espécies

1. Pseudobulbos presentes.

2. Plantas terrestres; lâmina foliar maculada; flores calcaradas.

................................................................................................... 17. Oeceoclades maculata

2’. Plantas epífitas ou rupícolas; lâmina foliar sem máculas; flores sem calcar.

3. Inflorescência paniculada.

4. Plantas menores que 50 cm alt.; flores sésseis .......... 22. Polystachya

estrellensis

4’. Plantas maiores que 1 m alt.; flores pediceladas.

5. Bainha não espinescente; pedúnculo recoberto por brácteas; flores amarelas

com máculas castanhas; labelo com lóbulo mediano com margem crenada

........................................................................................ 6. Cyrtopodium gigas

5’. Bainha espinescente; pedúnculo não recoberto por brácteas; flores amarelas;

labelo com lóbulo mediano com margem inteira

............................................................................. 7. Cyrtopodium

glutiniferum

3’. Inflorescência simples.

6. Inflorescência uniflora.

7

Page 30: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

7. Pseudobulbos bifoliados; folhas planas ............ 15. Maxillaria marginata

7’. Pseudobulbos unifoliados; folhas cilíndricas ............................................

............................................................................. 16. Maxillaria

pachyphylla

6’. Inflorescência com mais de uma flor.

8. Pseudobulbos multifoliados; lâmina foliar com nervuras proeminentes;

coluna com antenas ................................................ 2. Catasetum luridum

8’. Pseudobulbos unifoliados ou bifoliados; lâmina foliar com nervuras não

evidentes; coluna sem antenas.

9. Pseudobulbos unifoliados; plantas reptantes; inflorescência

terminal; flores laranja-avermelhadas ......... 25. Sophronitis

cernua

9’. Pseudobulbos bifoliados; plantas eretas; inflorescência axilar;

flores verdes ou amarelas com máculas castanhas.

10. Flores verdes a verde-amareladas; pedicelo 5-8 mm

............................................................................ 25. Gomesa crispa

10’. Flores amarelas com máculas castanhas; pedicelo 4-5,5 cm

.......................................................... 18. Oncidium longipes

1’. Pseudobulbos ausentes.

11. Plantas acaules, terrestres ou rupicolas.

12. Caule unifoliado; flores calcaradas .................................... 8. Eltroplectris

triloba

12’. Caules multifoliados; folhas rosuladas.

13. Folhas pecioladas .......................................... 5. Cyclopogon longibracteatus

13’. Folhas sem pecíolo.

8

Page 31: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

14. Inflorescência congesta, multiflora ............. 23. Prescottia

plantaginea

14’. Inflorescência laxa, pauciflora ................ 24. Sarcoglottis grandiflora

11’. Plantas caulescentes, rupícolas ou epífitas.

15. Caule unifoliado.

16. Folhas cilíndricas; pedicelo 7-8 cm compr. ........... 1. Brassavola

tuberculata

16’. Folhas planas; pedicelos menores ou igual a 0,5 cm compr.

17. Inflorescência geniculada; 10-33 cm, excedendo as folhas

................................................................................ 19. Pleurothallis

grobyi

17’. Inflorescência ereta, 2-9 cm compr., menores ou igualando as folhas.

18. Planta com até 5,5 cm; labelo trilobado, não papiloso; ápice da

coluna denteado ................................. 20. Pleurothallis

muscosa

18’. Planta maior que 20 cm; labelo inteiro, papiloso; ápice da

coluna eroso ...................................... 21. Pleurothallis pardipes

15’. Caule bifoliado ou multifoliado.

19. Caule bifoliado; folhas no ápice do caule; espata presente.

20. Inflorescência com até 4 flores; lâmina foliar 7-10 x 2,5-3 cm; sépalas

verdes ............................................................................. 3.Cattleya

forbesii

20’. Inflorescência com mais de 5 flores; lâmina foliar ca. 19 x 6,5 cm;

sépalas verdes com máculas róseas ..............................................................

........................................................................................ 4. Cattleya guttata

9

Page 32: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

19’. Caule multifoliado; folhas ao longo do caule; espata ausente.

21. Flores róseas; coluna livre do labelo ................... 14. Isochilus linearis

21’. Flores verdes; coluna soldada ao labelo.

22. Inflorescência corimbosa ..................... 10. Epidendrum

difforme

22’. Inflorescência racemosa.

23. Labelo trilobado ...................... 9. Epidendrum ammophilum

23’. Labelo inteiro.

24. Lâmina foliar lanceolada, 0,2-0,3 cm larg.; flores

pediceladas ................................... 11. Epidendrum

filicaule

24’. Lâmina foliar oblonga, ca. 1,4 cm larg.; flores sésseis

....................................................... 12. Epidendrum rigidum

1. Brassavola tuberculata Hook., Bot. Mag. 56: t. 2878. 1829.

Figura 2 A-C

Erva rupícola, heliófila, 22-24 cm alt. Rizoma desenvolvido. Raízes numerosas. Caule

unifoliado com nós e entrenós bem evidentes, não espessado em pseudobulbos, 7-8 cm

compr., catafilos recobrindo todo o caule nos ramos jovens e decíduos nos ramos mais

velhos. Folhas cilíndricas; lâmina foliar verde-arroxeada, 14,5-20 cm, 4-6 cm de espessura,

crassas, sulcadas. Inflorescência 14-16 cm compr., axilar, simples, ereta, pauciflora, 3-4-

flora; pedúnculo verde com máculas roxas, 3-5 cm compr.; brácteas ausentes ou

inconspícuas; brácteas florais 3-4 mm, oval-lanceoladas, ápice agudo. Flores pediceladas;

pedicelo roxo, 7-8 cm compr.; sépala dorsal verde com máculas roxas, 3-4,4 x 0,3-0,5 cm,

lanceolada, ápice agudo; sépalas laterais verdes com máculas roxas, 3,5-4 x 0,3-0,6 cm,

lanceoladas, ápice agudo; pétalas verdes, 2,7-4 x 0,2-0,4 cm, lanceoladas, ápice agudo; labelo

10

Page 33: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

alvo com uma mácula amarela no disco, 2,5-3,7 x 1,5-2,9 cm, oboval, ápice acuminado, base

truncada, com três carenas no disco; coluna alva, 0,9-1,2 cm, falciforme, 2-denteada, alada,

anteras alvas. Fruto não visto.

Material examinado: Morro da Boa Vista, 04.X.2002, fl., M. Bocayuva 3 (RB); Pico do

Cruzeiro do Sul, 22.VII.2003, M. Bocayuva et al. 36 (RB); idem, 03.X.2003, fl., M.

Bocayuva et al. 73 (RB, SP).

Distribuição geográfica: Bolívia e Brasil (Cogniaux, 1898-1902), nas Regiões Sudeste e Sul,

e nos estados de Goiás, Tocantins e Sergipe (Pabst & Dungs, 1975).

Fenologia e hábitat: Floresce entre os meses de julho e outubro e indivíduos com frutos não

foram observados. Ocorre em diversos afloramentos rochosos do PNMP.

Brassavola tuberculata é uma espécie muito freqüente nos afloramentos rochosos,

como rupícola, Entretanto, ocorre também como epífita nas restingas do litoral fluminense.

Pode ser confundida com B. fragans Lem. ou com B. perrini Lindl., que já foram tratadas

como sinônimos por Pabst & Dungs (1975). Por outro lado, Rodrigues (1877) tratou B.

fragans como sinômino de B. gardneri Cogn. Aparentemente, o conceito de Pabst & Dungs

(1975) para a sinomização de B. perrini com B. tuberculata deve ser aceito, uma vez que as

únicas diferenças observadas entre estas duas espécies são o comprimento e espessura da

lâmina foliar. Estudos mais aprofundados merecem ser desenvolvidos para elucidar melhor a

circunscrição destes táxons.

2. Catasetum luridum (Link.) Lindl., Gen et Sp. Orchid. Pl. 156. 1832.

Figura 2 D-F

11

Page 34: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Erva epífita, ciófila, 45-50 cm alt. Pseudobulbo verde, 9-11 cm compr., fusiforme,

multifoliado. Folhas dísticas, dispostas ao longo do pseudobulbo; catafilos secos envolvendo

os pseudobulbos 6,8-9 x 3-3,9 cm; lâmina foliar verde, levemente discolor, 30-39 x 5-7 cm,

oblanceolada a lanceolada, nervuras longitudinais proeminentes, ápice cuspidado.

Inflorescência masculina 41-55 cm compr., axilar, simples, pendente, pauciflora, 5-7-flora;

pedúnculo verde-claro, 30-50 cm; brácteas creme-esverdeadas, 1-1,4 cm compr., lanceoladas

a obovadas, amplectivas sobre o pedúnculo; brácteas florais verde-claras, 0,7-1 x 0,3-0,4 cm,

lanceoladas. Flores masculinas pediceladas; pedicelo verde, 2-3,5 cm; sépala dorsal verde na

face abaxial, arroxeada na adaxial, 2,5-2,6 x 1,4-1,5 cm, oval, ápice agudo; sépalas laterais

verdes na face abaxial, arroxeadas na adaxial, 2-3 x 1,2-1,9 cm, oblongo-lanceoladas, ápice

agudo; pétalas verdes, 2,5-2,6 x 1,5-1,7 cm, largo-ovais, ápice agudo; labelo verde com

máculas roxas, trilobado, 3-2,5 x 2-2,5 cm, globuliforme, lobos laterais 1,6-1,8 x 1,8-2 cm,

voltados para cima; coluna verde, 1,5 cm compr., antenas verdes com máculas roxas, 1,4-1,5

cm, se projetando em direção ao disco do labelo, paralelas. Flores femininas não vistas. Fruto

ca. 10 cm compr.

Material examinado: trilha para o Morro da Boa Vista, 14.I.2004, fl. masc., M. Bocayuva et

al. 100 (RB); 22.I.2004, fl. masc., M. Bocayuva et al. 103 (RB).

Distribuição geográfica: Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro (Pabst & Dungs, 1975).

Fenologia e hábitat: Floresce entre janeiro e maio e indivíduos com frutos foram observados

somente nas plantas em cultivo. Foi coletada como epífita de palmeira no interior da mata

entre 50 e 300 m de altitude.

Catasetum luridum pode ser facilmente confundida com C. globuliforme Hook., no

entanto, a última apresenta lóbulo mediano do labelo mais saliente e redondo, flores menores

12

Page 35: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

e menos pintalgadas de vermelho (Hoehne, 1942). Os indivíduos de C. luridum do PNMP

apresentam somente flores masculinas, o que também foi observado em materiais de outras

localidades.

13

Page 36: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

3. Cattleya forbesii Lindl., Coll. Bot. sub. t.37. 1821.

Figura 2 G-I

Erva epífita, semi-ciófila, 25-30 cm alt.. Rizoma reduzido. Caule bifoliado, cilíndrico,

envolto por catafilos de 3-4 cm, não espessado em pseudobulbos, 9,5-22 cm compr. Folhas

no ápice do caule; lâmina foliar verde, discolor, 7-10 x 2,5-3 cm, oblonga, coriácea.

Inflorescência 11-13 cm compr., terminal, simples, ereta, pauciflora, 2-4-flora, subtendida

por uma espata de 5-6 cm; pedúnculo verde, 5-7 cm compr.; brácteas inconspícuas. Flores

pediceladas; pedicelo de 3-3,5 cm compr.; sépala dorsal verde, 4,5-5 x 0,9-1,5 cm,

oblonceolada, ápice agudo; sépalas laterais verdes, 3,5-4 x 1-1,5 cm, oblongo-lanceoladas,

ápice agudo; pétalas verdes, 4-4,5 x 0,7-1,2 cm, oblongo-lanceoladas, ápice arredondado;

labelo 3,5-,4 x 2,5-3,6 cm, envolvendo completamente a coluna, alvo na face abaxial,

amarelo com estrias vermelhas na face adaxial, trilobado, lóbulo central com ápice alvo e

ondulado, 3,5-4,4 x 0,8-1,2 cm, lóbulos laterais de 3-3,4 x 1-1,7 cm; coluna alva, 2,3-3 cm

compr. Fruto não visto.

Material examinado: mata atrás do Morro da Boa Vista, 23.IX.2003, floresceu em cultivo

(X.2003), M. Bocayuva et al. 67 (RB); 03.X.2004, fl., M. Bocayuva et al. 76 (RB);

29.VI.2003, floresceu em cultivo (X.2004), R.C. Forzza et al. 2413 (RB).

Distribuição geográfica: Ocorre entre Minas Gerais e Santa Catarina (Pabst & Dungs, 1975).

Fenologia e hábitat: Floresceu entre outubro e novembro e foi coletada na copa de árvores,

próximas ao afloramento rochoso do Morro da Boa Vista.

Os indivíduos de Cattleya forbesii observados no PNMP apresentam porte menor que

os indivíduos observados em outras áreas florestais do Rio de Janeiro, porém plantas de porte

reduzido também são observadas em áreas de restinga. Este fato pode ser explicado pela

14

Page 37: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

baixa umidade na área estudada. O número de populações de C. forbesii observadas foi

pequeno. Vale ressaltar, que esta espécie esta citada na Lista de Espécies Ameaçadas para o

município do Rio de Janeiro (Fraga & Menezes, 2000) e na lista do Cites (2004).

15

Page 38: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

4. Cattleya guttata Lindl., Ed. Bot. Reg. 17: t.1406.1832.

Figura 2 J-M

Erva epífita, ciófila ou heliófila, ca. 60 cm alt. Rizoma reduzido. Caule bifoliado,

cilíndrico, envolto por catafilos, não espessado em pseudobulbos, ca. 22 cm. Folhas no ápice

do caule; lâmina foliar verde, discolor, ca. 19 x 6,5 cm, oblonga, coriácea. Inflorescência ca.

20 cm compr., terminal, simples, ereta, pauciflora, ca. 5-11-flora, subtendida por uma espata

de ca. 10 cm; pedúnculo verde, ca. 8 cm compr.. Flores pediceladas, com odor adocicado;

pedicelo ca. 4 cm compr.; sépala dorsal verde com máculas roxas, ca. 4 x 1,4 cm, oblongo-

lanceolada, ápice agudo; sépalas laterais verdes com máculas roxas, ca. 3 x 1,4 cm,

oblanceoladas, ápice agudo; pétalas da mesma cor, ca. 3,5 x 1,4 cm, oblanceoladas, ápice

arredondado, onduladas nas margens; labelo ca. 3 x 2,5 cm, trilobado, lóbulos laterais alvos

ca. 2 x 1 cm, envolvendo a coluna, lóbulo central rosa ca. 3 x 1,2 cm; coluna alvo-amarelada,

ca. 2 cm compr. Fruto verde, ca. 5 x 3 cm.

Material examinado: trilha que segue depois do Cruzeiro do Sul, 28.IV.2004, fl., fr., C.A.

Zaldini 28 (RB, SP).

Distribuição geográfica: Ocorre na costa leste do Brasil, da Bahia ao Rio Grande do Sul

(Pabst & Dungs, 1975).

Fenologia e hábitat: Floresce entre abril e maio e frutifica de janeiro a agosto. Foi observada

nas matas próximas aos afloramentos rochosos nas partes altas e baixas das árvores.

Cattleya guttata é uma espécie pouco freqüente no PNMP, mas torna-se mais

abundante acima dos 300 m de altitude, embora não com a mesma intensidade que é

observada nas restingas fluminenses. Os indivíduos de C. guttata observados no PNMP são

sempre epífitas e apresentam porte menor que os indivíduos observados nas restingas do Rio

16

Page 39: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

de Janeiro, que em geral são terrestres. Esta espécie também esta citada na Lista de Espécies

Ameaçadas para o do Rio de Janeiro (Fraga & Menezes, 2000) e na lista do Cites (2004).

5. Cyclopogon longibracteatus (Barb. Rodr.) Schltr., Beih. Bot. Centralbl. 37: 390. 1920.

Figura 3 A-D

Erva terrestre, ciófila, 48-69 cm alt., acaule, multifoliado. Raízes numerosas ou

poucas, suculentas. Folhas rosuladas, pecioladas; lâmina foliar membranácea, espatulada,

caniculada; pecíolo 7-8 cm compr.; bainha verde claro até alvas; lâmina foliar verde ou

glauca, discolor, nervuras evidentes, 17,5-29,5 x 2-2,5 cm. Inflorescência 58-69 cm comrp.,

terminal, simples, ereta, multiflora, 35-50-flora; pedúnculo verde, esparsamente hirsuto, 28-

38 cm compr.; brácteas verdes, 7-9 cm compr., esparsamente hirsutas; brácteas florais 0,8-

2,5x 1,5-2,5 cm, lanceoladas. Flores com odor levemente cítrico, pediceladas, sem cálcar;

pedicelo inconspícuo; sépala dorsal verde, hirsuta na face abaxial, 6-7 x 1-2 mm, rômbicas,

ápice agudo; sépalas laterais verdes, hirsutas face abaxial, 8-9 x 1-2 mm, oblongas, ápice

agudo; pétalas alvas, translúcidas, com uma linha central verde evidente, glabras, 6-7 x 0,5-1

mm, espatuladas, ápice arredondado, adnatas à sépala dorsal; labelo alvo com base verde, 8-9

x 2-3 mm, oblongo, ápice recortado; coluna verde, 3,5-4 mm; ovário verde, 7- 8 mm compr.

Fruto verde passando a castanho na maturidade, 5-7 x 2-3 mm.

Material examinado: trilha para o Morro da Boa Vista, 09.V.2003, floresceu e frutificou em

cultivo (Jul.2003), M. Bocayuva et al. 22 (RB); 09.V.2003, floresceu em cultivo (VII.2003),

M. Bocayuva et al. 21 (RB); trilha para a vertente leste, 30.VII.2003, fl., M. Bocayuva et al.

37 (RB); 30.VII.2003, fl., M. Bocayuva et al. 41 (RB); Trilha no meio do Parque,

17

Page 40: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Fig 2

18

Page 41: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

22.VIII.2003, fl., fr., M. Bocayuva et al. 47 (RB); Trilha para o Morro Boa Vista, 29.VI.2003,

fl., C. A. Zaldini 5 (RB, SP).

Distribuição geográfica: Uruguai e Brasil, de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul (Pabst e

Dungs, 1975).

Fenologia e hábitat: A grande maioria dos indivíduos floresce de junho a agosto e os frutos,

foram observados nos mesmos meses da floração e apresentaram maturação muito rápida.

Foi encontrada em vários locais da área, vegetando sobre rochas cobertas por serapilheira, no

interior da mata e na base de afloramentos rochosos.

Garay (1982) transferiu algumas espécies pertencentes ao gênero Cyclopogon para

Beadlea. Segundo este autor, Cyclopogon difere de Beadlea por apresentar as pétalas adnatas

na base da sépala dorsal, formando um tubo semelhante a um nectário. Segundo este

conceito, a espécie ocorrente no PNMP deveria ser tratada como Beadlea longibracteata

(Barb.Rodr.) Garay. Porém, estas novas combinações não são bem aceitas, pois aquela

característica também é observada em espécies que autor manteve em Cyclopogon. Pridgeon

et al., (2003), com base em estudos filogenéticos, desconsiderou a proposta de Garay (1982)

e considerou Beadlea como sinônimo de Cyclopogon.

Rodrigues (1882) descreveu Spiranthes longibracteata [= Cyclopogon

longibracteatus (Barb.Rodr.) Schltr.] e Cyclopogon trilineatus. Hoehne (1942) considerou

que não havia razões plausíveis para aceitar estes dois táxons como distintos e propôs sua

sinonimização. Nos indivíduos do PNMP observou-se uma variação na coloração das folhas,

que podem ser inteiramente verdes ou verdes com listras prateadas e no tamanho das brácteas

florais, o que corrobora a decisão de Hoehne (1942).

Page 42: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

6. Cyrtopodium gigas (Vell.) Hoehne, Fl. Brasilica fasc. 12(6): 13. 1942.

Figura 4 A-C

Erva epífita, semi-ciófila, ca. 2 m alt. Pseudobulbo amarelo-esverdeado, fusiforme,

multifoliado, com bainhas persistentes, amplectivas sobre o pseudobulbo. Folhas dísticas,

dispostas ao longo do pseudobulbo; bainha foliar não espinescente, ca. 10 x 1,5 cm; lâmina

foliar verde, ca. 25 x 2,3 cm, lanceolada, nervuras proeminentes, ápice longo-acuminado.

Inflorescência ca. 1,6 m compr., axilar, paniculada, ereta, multiflora, ca. 40-flora; pedúnculo

verde-acastanhado, ca. 96 cm compr, ereto, recoberto por brácteas; brácteas amarelo-

esverdeadas com máculas castanhas, 9-12 x 2,5-3 cm; brácteas florais amarelo-esverdeadas

com máculas castanhas, ca. 4 x 1,5 cm, elípticas, ápice agudo. Flores amarelas com máculas

castanhas, pediceladas; pedicelo ca. 2 cm compr.; sépala dorsal amarela com máculas

castanhas, ca. 2 x 1,3 cm, elíptica, ápice arredondado; sépalas laterais amarelas com máculas

castanhas, ca. 1,9 x 1,3 cm, elípticas, ápice arredondado; pétalas amarelas com poucas

máculas castanhas, 2 x 1,2, elípticas, ápice arredondado; labelo amarelo com as extremidades

alaranjadas a castanhas, ca.1,4 x 2,2 cm, trilobado, lóbulo mediano ca.1,2 x 1,3 cm com

margem crenada, lóbulos laterais ca. 0,9 x 1 cm; coluna amarela ca. 0,5 cm compr. Fruto

verde, ca.7 x 4 cm.

Material examinado: mata atrás do Morro da Boa Vista, 23.IX.2003, fl., fr., M. Bocayuva et

al. 68 (RB).

Distribuição geográfica: Ocorre nos estados Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina,

Mato Grosso (Menezes, 2000), Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco e Roraima (Pabst &

Dungs, 1975).

Fenologia e hábitat: Floresce e frutifica em setembro. No PNMP foi observada nas matas

próximas aos afloramentos rochosos, no dossel ou na parte inferior das árvores.

20

Page 43: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Cyrtopodium gigas pode ser confundida com C. punctatum. Porém, esta última

espécie ocorre nas Antilhas e na América Central e apresenta flores de cor e forma diferentes

(Menezes, 2000). Além disto, Hoehne (1942) cita também que suas flores são mais crespas e

apresentam dimensões diferentes, como as sépalas laterais mais estreitas e uma coluna

fortemente espessada.

Cyrtpodium gigas é uma espécie rara no PNMP e vale ressaltar que está citada na

Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção (2004) .

7. Cyrtopodium glutiniferum Raddi, Mem. Mat. Fis. Soc. Ital. Sci. Modena, Pt. Mem. Fis. 19:

220. 1823.

Figura 4 D-G

Erva rupícola, heliófila, 82-150 cm alt. Pseudobulbo amarelo-esverdeado, fusiforme,

multifoliado, com bainhas persistentes, amplectivas sobre o pseudobulbo. Folhas dísticas,

dispostas ao longo do pseudobulbo; bainha foliar espinescente, 10-12 x 2-3 cm; lâmina foliar

verde, 50-60 x 1,5-3 cm, lanceolada, nervuras proeminentes, ápice longo-acuminado.

Inflorescência 81-140 cm compr., paniculada, axilar, ereta, multiflora, ca. 30-flora;

pedúnculo verde, 68-100 cm, ereto, não recoberto por brácteas; brácteas verdes, 5-6,5 x 2,5-

3,5 cm; brácteas florais amarelo-esverdeadas, 1,5-2,5 x 1-1,5 cm, elípticas. Flores

pediceladas, amarelas; pedicelo 1,5-2 cm compr.; sépala dorsal 1,9-2 x 1,7-1,9 cm, orbicular,

ápice arredondado; sépalas laterais 1,8-2 x 1,4-1,5 cm, orbiculares, ápice arredondado;

pétalas 1,5-2 x 1,2-1,5 cm, elípticas, ápice arredondado; labelo amarelo com base

avermelhada, 1,8-2 x 1,8-2 cm, lóbulo mediano 1,8-2 x 1,8-1,9 cm, margem inteira, lobos

laterais 1-1,5 x 1-1,5; coluna verde, 0,7-0,8 cm compr. Fruto verde, 7-9 cm compr.

21

Page 44: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Material examinado: 09.X.1996, fl., J.M.A Braga & J.A Lira Neto 3568 (RB); Morro da Boa

Vista, 09.IX.2002, fl., M. Bocayuva et al. 2 (RB); Pico do Cruzeiro do Sul, 22.VII.2003, fl.,

M. Bocayuva et al. 35 (RB); Trilha no meio do Parque, ponte, 22.VIII.2003, fl., fr., M.

Bocayuva et al. 43 (RB).

Distribuição geográfica: Minas Gerais e Rio de Janeiro (Menezes, 2000).

Fenologia e hábitat: Floresce entre julho e novembro e geralmente frutifica no mesmo

período. Foi observada sempre como rupícola em diversos afloramentos rochosos do Parque.

Cyrtopodium andersonii (Lam. ex Andrews) R.Br. foi o nome utilizado por Cogniaux

(1898-1902), Hoehne (1942) e Pabst & Dungs (1975) para os espécimes que, segundo Barros

et al. (2003), devem ser tratados como C. glutiniferum ou C. cardiochilum Lind., que

apresentam distribuição restrita ao sudeste brasileiro. Segundo estes mesmos autores C.

andersonii é uma espécie restrita ao nordeste da América do Sul, bacia Amazônica e norte e

nordeste da costa brasileira. C. glutiniferum pode ser diferenciada de C. cardiochilum por

apresentar flores com segmentos mais largos e o ápice do labelo obtuso (Romero-Gonzalez,

1999).

22

Page 45: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Fig 4

23

Page 46: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

8. Eltroplectris triloba (Lindl.) Pabst, Bradea 1(47): 470.1974.

Figura 3 E-G

Erva terrestre, ciófila, 63-67 cm alt., acaule, unifoliado. Raízes tuberosas. Folhas

rosuladas, pecioladas; pecíolo 21-23 cm compr.; lâmina foliar verde, discolor, membranácea

a cartácea 19-24 x 5-6,5 cm, oblongo-lanceolada. Inflorescência 62-66 cm compr., terminal,

simples, ereta, pauciflora, 26-flora; pedúnculo verde, 44 cm compr.; brácteas verdes ou

verde-avermelhadas, oblongo-lanceoladas, ápice agudo, amplexias ao pedunculo, 2,5-7 cm

compr.; brácteas florais verdes, 1,5-1,7 cm.compr., lanceoladas, acuminadas, 1,3 x 0,3 cm.

Flores verdes, sésseis; sépala dorsal 8-9 x 3 mm, oval-lanceolada, ápice acuminado; sépalas

laterais, 1,3-1,5 x 0,2, lanceoladas, falciformes, ápice agudo, convergentes, prolongando-se

pelas paredes do cálcar; pétalas, 1,0 x 0,2-03 cm, lanceoladas, falciformes; labelo trilobado,

oblongo; cálcar cilíndrico, agudo, levemente recurvado, 1-1,5 x 0,5 cm compr.; coluna verde,

ca. 6 mm compr. Fruto verde passando a castanho na maturidade, 1,5 - 2 cm compr..

Material examinado: trilha para vertente leste, 30.VII.2003, fl. fr., M. Bocayuva et al. 38

(RB); 30.VII.2003, fl. fr., M. Bocayuva et al 39. (RB).

Distribuição geográfica: Argentina, Paraguai (Cogniaux 1893-1896, Hoehne 1945) e Brasil,

nos estados da Região Sudeste (Pabst & Dungs, 1975).

Fenologia e hábitat: Floresce entre julho e agosto. Os frutos, na grande maioria dos

indivíduos, foram observados nos mesmos meses da floração e apresentaram maturação

muito rápida. Observada principalmente nas partes mais baixas do PNMP, podendo alcançar

até 300 m de altitude.

24

Page 47: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Fig 3

25

Page 48: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Segundo Pridgeon et al. (2003) as espécies do gênero Eltroplectris são todas terrestres

e ocorrem numa grande variedade de hábitatss xerófilos, como cerrado e florestas

semideciduais até florestas tropicais e sub-tropicais (primárias ou secundárias), do nível do

mar até cerca de 500 m de altitude. No Brasil, E. triloba pode ser observada na floresta

ombrófila densa ou em restinga.

9. Epidendrum ammophilum Barb. Rodr., Gen. Sp. Orchid. 2: 149. 1881.

Figura 5 A-C

Erva rupícola, heliófila, 45-48 cm alt. Raízes numerosas. Rizoma curto. Caule verde

multifoliado, 12-30 cm compr., ereto, não espessado em pseudobulbo. Folhas dísticas,

distribuídas ao longo do terço superior do caule; lâmina foliar verde, concolor, 9-12 x 1,8-2

cm, linear-elípticas, coriáceas. Inflorescência 10-12 cm compr., racemosa, terminal, simples,

ereta, pauciflora, 10-flora, espata ausente; pedúnculo verde, 2-5 cm compr.; brácteas verde-

claras, inconspícuas; brácteas florais verdes, inconspícuas. Flores pediceladas; pedicelo

verde, 3,5-4,5 cm compr.; sépala dorsal verde, 1,5-1,6 x 0,6-0,7 cm, oblongo-lanceolada,

ápice levemente agudo; sépalas laterais verdes, 1,4-1,5 x 0,7-0,8 cm, oblongo-lanceoladas,

ápice arredondado; pétalas verdes, 1,4-1,5 x 0,3-0,5, espatuladas, ápice arredondado; labelo

alvo-esverdeado, trilobado, lóbulo central bipartido, 1,3-1,8 x 1,2-1,5 cm; coluna alva, 8-9

mm compr., soldada ao labelo. Fruto verde, 3-5 cm compr.

Material examinado: Morro da Boa Vista:; 29.VI.2003, fl., C. A Zaldini 4 et al. (RB, SP);

03.X.2003, fl., M. Bocayuva 77 et al. (RB).

Distribuição geográfica: Rio de Janeiro (Pabst & Dungs, 1975).

26

Page 49: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Fenologia e hábitat: Floresce de janeiro a março e de setembro a novembro. Frutifica de abril

a outubro, eventualmente durante os períodos de floração. Ocorre exclusivamente nos

afloramentos rochosos do Morro Boa Vista e Morro do Caeté.

Epidendrum ammophilum é uma espécie endêmica dos afloramentos rochosos do Rio

de Janeiro (Pão de Açúcar, Parque Estadual da Chacrinha e Corcovado). Rodrigues (1882)

referiu a ocorrência desta espécie também para a restinga da praia de Copacabana, mas

provavelmente tenha sido extinta desta localidade devido a urbanização. Pabst (1967)

descreveu E. ammophilum var. cariocanum Brade & Pabst, por apresentar flores bem

distintas principalmente o labelo. Vale ressaltar, que dentre as coleções examinadas não

foram encontrados exemplares desta variedade.

10. Epidendrum difforme Jacq., Enum. Pl. Carib. Select. Am. 29: 223. t. 136. 1760.

Figura 5 D-E

Erva epífita, ciófila, 16-21 cm alt. Raízes numerosas. Rizoma curto. Caule

multifoliado, 11-12 cm compr., verde, ereto, subcilíndrico, lateralmente comprimido, não

espessado em pseudobulbo. Folhas dísticas, distribuídas ao longo de todo caule; lâmina foliar

verde, concolor, 4,5-5,5 x 1,4-2 cm, linear-elípticas ou oblongas, ápice agudo ou emarginado,

coriácea. Inflorescência 4-5 cm, corimbosa, terminal, simples, pauciflora, 2-5-flora, espata

ausente; pedúnculo verde, inconspícuo; brácteas florais inconspícuas. Flores verdes, com

odor adocicado, pediceladas; pedicelo verde, 3-3,5 cm; sépala dorsal 1,3-1,4 x 0,3-0,4 cm,

linear, ápice agudo; sépalas laterais 1,3-1,4 x 0,2-0,4 cm, oblanceoladas, subfalcadas, ápice

agudo; pétalas 1,2-1,3 x 0,1-0,2 cm, oblanceoladas, ápice agudo; labelo 1,3-1,4 x 1,7-1,8 cm,

trilobado, com um par de calosidades basais, ovóides, lóbulo mediano oblongo, ápice

fendido, bipartido, margem sinuosa, lobos laterais orbiculares, ápice arredondado, margem

sinuosa; coluna 7-8 mm, soldada ao labelo. Fruto não visto.

27

Page 50: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Material examinado: trilha que segue depois do Cruzeiro do Sul, 17.X.2003, floresceu em

cultivo (I.2005), M. Bocayuva et al. 85 (RB); 22.I.2004, fl., M. Bocayuva et al. 104 (RB).

Distribuição geográfica: Espécie com ampla distribuição geográfica, ocorrendo da Flórida

(Luer, 1972) até o sul do Brasil (Pabst & Dungs, 1975).

Fenologia e hábita: Floresce em janeiro. Foi observada somente no interior da mata acima de

400 m de altitude ocorrendo como epífita nas porções baixas das árvores.

Saldaña e Hágaster (1998) reconheceram 55 espécies que formam o grupo

“Epidendrum difforme”. Segundo esses autores, o litoral brasileiro apresentaria pelo menos

cinco espécies do grupo, porém nos levantamentos de orquídeas para esta região e nas

coleções de herbário têm sido adotado os nomes E. difforme ou E. pseudodifforme Hoehne &

Schtlr. O correto entendimento da circunscrição destes táxons é dificultado pelo fato de suas

flores serem pouco vistosas, fazendo com que sejam pouco representados nos herbários

(Hágaster, 1988). Diante da dificuldade de se diferenciar as espécies do grupo optou-se pela

utilização do nome mais antigo.

28

Page 51: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

11. Epidendrum filicaule (Sw.) Lindl., Gen. et Sp. Orch. 101. 1853.

Figura 5 F-G

Erva epífita, ciófila ou heliófila, 40-80 cm alt. Raízes numerosas e espessas. Caule

multifoliado, 24-30 cm compr., ereto ou pendente, cilíndrico, ramificado nas gemas dos

entrenós superiores, não espessado em pseudobulbo. Folhas dísticas, articuladas com a

bainha basal, distribuídas ao longo do caule; lâmina foliar verde, concolor, 3,5-7 x 0,2-0,3

cm, lanceolada, linear, ápice acuminado, plana, ligeiramente sulcada ao longo da nervura

mediana, cartácea. Inflorescência 1,5-2 cm compr., racemosa, terminal, simples, pauciflora,

3-5 flora, espata ausente; pedúnculo ca. 1 cm compr.; brácteas florais lanceoladas, ápice

acuminado, apressas ao pedicelo, 0,4-0,5 cm. Flores verdes, pediceladas; pedicelo 0,4-0,8 cm

compr.; sépala dorsal 0,5-0,6 x 0,1-0,2 cm oblonlanceolada, ápice agudo,; sépalas laterais

0,5-0,7 x 0,2-0,3 cm obovado-lanceoladas, subfalcadas, ápice agudo,; pétalas lineares, ápice

agudo, 0,4-0,5 x 0,2-0,1; labelo inteiro, 0,4-05 x 0,4-0,5 cm, oval, ápice agudo, plano,

provido com um par de calosidades basais proeminentes, ovóides; coluna 0,2-0,3 cm compr.,

soldada ao labelo. Fruto não visto.

Material examinado: trilha que segue depois do Pico Cruzeiro do Sul, 09.V.2003, floresceu

em cultivo (XI.2004), M. Bocayuva et al. 18 (RB, K); 17.X.2003, floresceu em cultivo

(XI.2004), M. Bocayuva et al. 86 (RB, SP).

Distribuição geográfica: Epidendrum filicaule ocorre na Bahia e nos estados da Região

Sudeste do Brasil (Pabst & Dungs, 1975).

Fenologia e hábitat: Floresce de novembro a dezembro. Foi observada com mais freqüência

no interior da mata a partir de 400 m de altitude, no dossel e nas porções baixas das árvores.

29

Page 52: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Epidendrum filicaule pode ser facilmente diferenciada das demais espécies pelo

aspecto graminiforme da planta. Quando estéril, pode ser facilmente confundida com Ponera

striata Lindl., porém suas flores são bem distintas. Vale ressaltar que E. filicaule foi incluída

na Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção (2004) .

12. Epidendrum rigidum Jacq., Enum. Syst. Plant. tb. 29. 1760.

Figura 5 H-I

Erva epífita, semi-ciófila, ca. 17 cm alt. Raízes carnosas, sinuosas. Rizoma longo,

reptante, cilíndrico, ca. 2 cm compr. de rizoma entre cada caule. Caule multifoliado, ereto ou

pendente, cilíndrico, coberto na base por bainhas tubulares, imbricadas, não espessado em

pseudobulbos. Folhas imbricadas, dísticas, distribuídas ao longo de todo caule, com bainha

na base, sulcadas ao longo da nervura central; lâmina foliar verde, discolor, coriácea, ca. 4 x

1,4 cm, oblongas. Inflorescência ca. 6,5 cm compr., racemosa, terminal, ereta, simples,

pauciflora, 4 -5 cm, espata ausente. Flores verdes, sésseis, recobertas por brácteas florais

foliosas, coriáceas, tubulosas, ápice obtuso; sépala dorsal, ca. 0,5 x 0,3 cm, oblonlanceolada,

ápice augudo; sépalas laterais, 0,6 x 0,4 cm, obovado-lanceoladas, ápice agudo; pétalas, ca.

0,5 x 0,2 cm, lineares, ápice arredondado; labelo inteiro, ca. 0,9 x 0,15 cm; coluna verde, ca.

0,3 cm compr., soldada ao labelo . Fruto verde, ca. 2 cm compr.

Material examinado: trilha para os visitantes: 13.IV.2002, fl., fr., L. S. T. Cardoso 4 (RB).

Distribuição geográfica: Epidendrum rigidum apresenta ampla distribuição geográfica,

ocorrendo da Flórida ao sul do Brasil (Dressler 1927, Luer 1972, Pabst & Dungs 1975).

30

Page 53: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Fig5

31

Page 54: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Fenologia e hábitat: Floresce entre março e abril e os frutos podem ser encontrados ao longo

de vários meses do ano. Ocorre de 0 a 450 m de altitude, como epífita ou como rupícola no

interior da mata.

Epidendrum rigidum é uma espécie muito freqüente na floresta atlântica e nas

restingas. Pode ser facilmente diferenciada das demais espécies por apresentar crescimento

reptante e flores sésseis. Vale ressaltar que esta espécie foi citada na lista do Cites (2004).

13. Gomesa crispa (Lindl.) Klotzsch ex Rchb. f., Bot. Zeit. 10: 772. 1852.

Figura 6 A-C

Erva epífita, ciófila, 28-33 cm alt. Pseudobulbo verde, 6-8 cm compr, bifoliado.

Folhas apicais; bainhas foliadas dobradas longitudinalmente, 11-7 x 1,5-1cm, lanceoladas,

ápice agudo; lâmina foliar verde, 19,5-25 x 2,5-3 cm, lanceoladas a oblonlanceoladas,

nervuras não evidentes, ápice agudo a acuminado. Inflorescência 19-23 cm compr., axilar,

simples, pendente, multiflora, ca. 40-flora; pedúnculo verde, 7-8 cm compr.; brácteas 1,3-1,4

x 0,3-0,5 cm, lanceoladas, ápice agudo; brácteas florais verdes, 0,5-1 x 0,1-0,2 cm,

lanceoladas, ápice agudo. Flores pediceladas, verdes a verde-amareladas; pedicelo verde, 5-8

mm compr.; sépala dorsal, 0,7-1 x 0,3-0,4 cm, oblonceolada, ápice agudo, margem ondulada;

sépalas laterais 0,7-0,8 x 0,2-0,3 cm, ápice arredondado, margem ondulada; pétalas, 0,8-1 x

0,3-0,4 cm, oblonceoladas, ápice agudo; labelo genuflexo, 0,6-0,7 x 0,2-0,3 cm, oblongo,

com dois calos claviformes; coluna 0,4-0,5 cm compr. Fruto não visto.

Material examinado: mata atrás do Pico do Cruzeiro do Sul, 29.VI. 2003, fl., C. A. Zaldini 6

(RB); 29.IV. 2004, fl., C. A. Zaldini 31 (RB, SP).

32

Page 55: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Distribuição geográfica: Ocorre nos estados das Regiões Sul e Sudeste do Brasil (Pabst &

Dungs, 1977).

Fenologia e hábitat: Floresce entre abril e maio. No Parque foi observada na mata do entorno

do afloramento Cruzeiro do Sul.

Gomesa crispa pode ser facilmente confundida com G. recurva Lodd., devido à

coloração das flores e aspecto geral da planta. No entanto, G. crispa não apresenta sépalas

laterais conatas até a região mediana e a margem das pétalas e sépalas é ondulada. É mais

freqüente em florestas úmidas; no PNMP foi observada somente uma população.

14. Isochilus linearis (Jacq.) R.Br., Hort. Kew. 2: 209. 1813.

Figura 6 D-FErva epífita, ciófila, 12-24 cm alt. Rizoma curto. Caule multifoliado, ca. 10-24 cm.

compr., cilíndrico, ereto ou pendente, não espessado em pseudobulbos. Folhas verdes,

distribuídas ao longo do caule, articuladas bainhas, eretas; lâmina foliar verde, 1,5- 4,5 x 0,2-

0,3 cm, linear, ápice emarginado, plana, cartácea. Inflorescência ca. 2,2 cm compr., terminal,

simples, ereta ou pendente, pauciflora, 3-5-flora, espata ausente; brácteas florais lanceoladas,

ápice agudo, diminuindo de tamanho em direção ao ápice do racemo, apressas ao curto

pedicelo, ovário e parte da sépala dorsal; pedúnculo 0,7 cm compr. Flores róseas,

pediceladas; pedicelo ca. 0,8 cm; sépala dorsal, ca. 0,8 x 0,3 cm, lanceolada, ápice agudo;

sépalas laterais ca. 0,9 x 0,3 cm, unidas na base, lanceoladas, ápice agudo; pétalas elípticas,

ca. 0,7 x 0,2 cm, ápice agudo; labelo, ca. 1 x 0,5 cm, linear-lanceolado, ápice agudo,

ligeiramente côncavo; coluna, ca. 0,5 cm, livre do labelo. Fruto ca. 1 cm compr.

Material examinado: Vertente leste, 11.XI. 2004, fr., bot., L. J. J. Cardoso 251 (RB).

Material adicional examinado: Brasil. RIO DE JANEIRO. Mangaratiba, RPPN de Rio das

Pedras, margem do Rio Grande, acima do Cambucá: 22.X.2003, fl., E.M. Saddi 161 (RUSU).

33

Page 56: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Distribuição geográfica: Isochilus linearis apresenta ampla distribuição geográfica,

ocorrendo por toda América Central até o sul do Brasil e Paraguai (Pabst & Dungs, 1975).

Fenologia e hábitat: No PNMP foi observada com botões e frutos no mês de setembro. Foi

coletada na mata próxima ao afloramento rochoso da vertente leste a cerca de 400 m de

altitude.

Isochilus linearis possui hábito semelhante a Epidendrum filicaule, porém o porte é

menor e as flores são róseas, o que facilita sua determinação quando fértil. Comparado com

exemplares de outras localidades de florestas mais úmidas, onde é mais freqüente, observa-se

que as ocorrem no PNMP possuem porte muito menor.

34

Page 57: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

15. Maxillaria marginata Fenzl, Flore des Serres 1(10): 112. 1854[1855].

Figura 6 G-I

Erva rupícola, heliófila, ca. 25 cm alt. Raízes numerosas. Rizoma longo, 3 cm compr.

entre os pseudoblulbos, coberto por catafilos. Pseudobulbo sulcado coberto por catafilos, ca.

4 cm compr., bifoliado. Folhas planas; lâmina verde, concolor, ca.10 x 1,6 cm, lanceolada,

coriácea. Inflorescência ca. 8 cm compr., axilar, simples, ereta, uniflora; pedúnculo coberto

por brácteas, ca. 4,5 cm; bráctea floral castanha, ca.1,9 cm compr., lanceolada. Flores

pediceladas; pedicelo verde com pintas vinosas, ca. 2,5 cm compr.; sépala dorsal creme-

amarelada com margem vinosa, ca. 2 x 0,5 cm, oblanceolada, ápice agudo; sépalas laterais

creme-amarelada com margem vinosa, ca. 1,5 x 0,4 cm, oblanceoladas, ápice agudo; pétalas

creme amarelada, ca. 1,5 x 0,3 cm, lanceoladas, ápice agudo; labelo creme-amarelado com

margem vinosa, trilobado, ca. 1,5 x 0,4 cm, lóbulo central ca. 0,3 x 0,3 cm, obtuso, lobos

laterais, ca. 1,5 x 0,8 cm, disco com calosidade; coluna ca. 0,6 cm compr. Fruto não visto.

Material examinado: Morro da Boa Vista, 15.XI.2003, fl., M. Bocayuva et al. 94 (RB).

Distribuição geográfica: Maxillaria marginata ocorre da Bahia até o Rio Grande do Sul

(Hoehne, 1953) além da Colômbia e Equador (Pabst & Dungs, 1977).

Fenologia e hábitat: Floresce em novembro e dezembro. A única população no PNMP foi

observada na base do afloramento rochoso Morro da Boa Vista.

Maxillaria marginata pode ser confundida com M. chrysantha Bar. Rodr., mas

observa-se que o labelo, a coluna e o formato das pétalas e sépalas são bem diferentes

(Hoehne, 1953). O mesmo autor sustenta que M. marginata é uma espécie freqüente em áreas

úmidas da Serra do Mar e da Mantiqueira. Ressalte-se que no PNMP, ela foi observada

35

Page 58: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

somente em uma localidade muito seca, a 100 m de altitude. Talvez a baixa umidade

explique a ocorrência de uma única população observada na área.

16. Maxillaria pachyphylla Schltr. ex Hoehne, Bol. Mus. Nac. Rio de Janeiro. 12(2):36.1936.

Figura 6 J-M

Erva rupícola, semi-ciófila, 6-11cm alt. Raízes finas. Rizoma curto, coberto por

catafilos. Pseudobulbo verde, 1,5-2 cm compr., unifoliado. Folhas cilíndricas; lâmina verde,

5-8 x 0,2-0,4 cm, crassas. Inflorescência 2,5-3 cm compr., axilar, simples, ereta, uniflora;

pedúnculo inconspícuo; Flores amarelas, pediceladas; pedicelo 1-1,5 cm compr.; sépala

dorsal, 1-1,5 x 0,3-0,5 cm, lanceolada, ápice agudo; sépalas laterais, 1,7-1,8 x 0,5-0,7 cm,

lanceoladas, ápice agudo; pétalas, 1,5 x 0,3-0,4 cm, oblonlanceoladas, ápice agudo; labelo,

1,5-1,8 x 0,7-1,0 cm, oblongo; disco com calosidade; coluna 0,6-07 cm compr. Fruto não

visto.

Material examinado: Morro da Boa Vista, 09.X.1996., fl., J. M. A. Braga & J.A. Lira Neto

3540 (RB); 09.IX.2002, fl., M. Bocayuva 3 (RB); 22.VIII.2003, fl., M. Bocayuva et al. 51

(RB); 19.IX.2003, fl., M. Bocayuva 64 (RB, SP).

Distribuição geográfica: Ocorre do Rio de Janeiro a Santa Catarina (Pabst & Dungs, 1977).

Fenologia e hábitat: Floresce entre agosto e novembro. Foram observadas várias populações

na base dos afloramentos rochosos.

Hoehne (1953) postula que Maxillaria pachyphylla é freqüente na parte alta da Serra

do Mar e da Mantiqueira, mas no PNMP ela é abundante na base dos diversos afloramentos

rochosos a aproximadamente 100 m de altitude. Nos locais de ocorrência M. pachyphylla, no

Parque, foi observada também a presença de Pleurothallis grobyi.

36

Page 59: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Fig 6

37

Page 60: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

17. Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl., Gen. Sp. Orchid. Pl. 237. 1833.

Figura 7 A-B

Erva, ciófila, terrestre, ca. 40 cm alt. Pseudobulbo verde escuro a verde-claro, ca. 2

cm compr., piriforme, unifoliado. Lâmina foliar verde com máculas mais escuras, ca. 23 x 5

cm, elíptica, ápice agudo. Inflorescência ca. 45 cm compr., axilar, simples, ereta, pauciflora,

ca. 8-flora; pedúnculo verde, ca. 29 cm compr., ereto; brácteas do pedúnculo ca. 3 x 0,5 cm,

amplectivas sobre o pedúnculo, ovais, ápice agudo; brácteas florais ca.1,5 cm de compr.,

lanceoladas, ápice agudo. Flores pediceladas, calcaradas; pedicelo verde, ca.1 cm compr.;

sépala dorsal creme-esverdeada, ca. 0,8 x 0,2 cm, oblanceolada, ápice arredondado; sépalas

laterais creme-esverdeadas, ca. 0,8 x 0,2 cm, falciformes, ápice agudo; pétalas creme-

esverdeadas, ca. 0,9 x 0,4 cm, elípticas, ápice arredondado; labelo tetralobado, alvo com duas

máculas róseas, ca. 0,9 x 1 cm; cálcar claviforme, ca. 0,3 cm compr.; coluna alva, ca. 0,4 cm

compr. Fruto verde, ca. 3 cm compr.

Material examinado: Morro da Boa Vista, 19.III.2004., fl., fr. M. Bocayuva et al. 114 (RB).

Distribuição geográfica: Espécie com ampla distribuição geográfica ocorrendo por toda a

África Tropical e nas Américas da Flórida ao Paraguai, incluindo o Brasil, da Amazônia ao

Rio Grande do Sul (Pabst & Dungs, 1977).

Fenologia e hábitat: Floresce entre janeiro e junho e os frutos são observados

simultaneamente à floração ou nos meses seguintes. Ocorre no interior da mata em diversas

áreas do PNMP.

Oeceoclades maculata é a única espécie do gênero Oeceoclades com ampla

distribuição geográfica tanto no Novo Mundo quanto no Velho Mundo. Todas as outras

espécies do gênero ocorrem no continente africano, na ilha de Madagascar e em algumas

38

Page 61: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

ilhas do Oceano Índico (Stern, 1988). A primeira ocorrência registrada desta espécie foi para

o Brasil, mais tarde outras localidades do neotrópico, assim como da África tropical, foram

descobertas (González-Díaz & Ackerman, 1988).

18. Oncidium longipes Lindl. & Paxt., Flow. Gard. 1: 46. 1850 (1851).

Figura 7 C-F

Erva epífita, ciófila, ereta, ca. 25 cm alt. Rizoma curto. Raízes finas. Pseudobulbo ca.

4 cm compr., bifoliado, catafilos recobrindo todo o pseudobulbo nos ramos jovens e decíduos

nos ramos mais velhos; lâmina foliar verde, ca. 17 x 1,5 cm, lanceolada, nervuras

longitudinais não evidentes, membranácea. Inflorescência ca. 15 cm compr., axilar, simples,

ereta, pauciflora, 4-5-flora; pedúnculo verde, ca. 8 cm compr., brácteas ca. 1 cm, lanceoladas

com ápice agudo; brácteas florais 0,7-1 cm, lanceoladas, ápice agudo. Flores pediceladas;

pedicelo verde, 4-5,5 cm; sépala dorsal amarela com máculas castanhas, ca. 1,5 x 0,9 cm,

oblonlanceoladas, ápice levemente agudo; sépalas laterais amarelas com máculas castanhas,

ca. 2,5 x 0,6 cm, oblonlanceolados, ápice levemente agudo, fusionadas na base; pétalas

amarelas com máculas castanhas, ca. 2 x 0,6 cm, oblanceoladas, arredondado; labelo

trilobado, amarelo com calos castanhos no disco, ca. 1,9 x 1,5, lóbulo central ca. 1,7 x 1 cm,

lobos laterais serrilhados, ca.1,9 x 0,5 cm; coluna amarela ca. 0,5 cm compr. Fruto não visto.

Material examinado: mata da vertente leste, 09.V.2003, floresceu em cultivo (XII.2004), M.

Bocayuva et al. 24 (RB).

Distribuição geográfica: Ocorre nos estados das Regiões Sudeste (exceto Espírito Santo) e

Sul do Brasil (Pabst & Dungs, 1977).

39

Page 62: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Fenologia e hábitat: Floresce no mês de dezembro. Foi observado a partir dos 400 m de

altitude no interior da mata.

Oncidium longipes é uma espécie mais freqüente em florestas úmidas, e no PNMP foi

observada somente a partir de 400 m de altitude. É uma das epífitas com as flores mais

vistosas no Parque.

19. Pleurothallis grobyi Batem. ex Lindl., Edw. Bot. Reg. 21: t.1797.1835.

Figura 8 A-C

Erva rupícola, semi-ciófila, 26-33 cm. Raízes numerosas, muito finas. Rizoma

inconspícuo. Caule unifoliado, 0,5-1,5 cm, não espessado em pseudobulbos. Folhas planas;

lâmina verde concolor, 6,5-3,5 x 1,4-0,8 cm, espatuladas, carnosas. Inflorescência excedendo

as folhas, 10-33 cm, geniculada, axilar, simples, pendente, pauciflora, 18-35-flora, subtendida

por uma espata; pedúnculo verde, 8-9,5 cm. Flores pediceladas; pedicelo verde, 0,4-0,5 cm ;

sépala dorsal amarela com nervuras vinosas na face abaxial, ca. 0,6 x 0,2-0,3 cm,

oblanceolada, ápice agudo; sépalas laterais amarelas, coalescentes, 0,6-0,8 x 0,2-0,3 cm,

oblanceoladas, ápice agudo; pétalas amarelas translúcidas com uma listra central vinosa , ca.

0,2 x 0,1 cm, elípticas, ápice agudo; labelo vinoso, 0,2-0,3 x 0,1 cm, oblongo, obtuso,

articulado com o pé da coluna; coluna alva, 0,1-0,2 cm. Fruto não visto.

Material examinado: Morro da Boa Vista, 04.X.2002, fl., M. Bocayuva 4 (RB); 29.VI.2003,

fl., R. C. Forzza et al. 2402 (RB).

Distribuição geográfica: Pleurothallis grobyi ocorre da Bahia até Santa Catarina.

40

Page 63: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Fenologia e hábitat: Floresce entre janeiro e junho. São encontradas várias populações na

base dos afloramentos rochosos, no Morro da Boa Vista e na vertente leste, cerca de 100 m

de altitude.

Pridgeon & Chase (2001) propuseram uma nova classificação para a subtribo

Pleurothallidinae com base no uso de quatro seqüências de DNA. As conclusões geraram

grandes mudanças no nome das espécies brasileiras principalmente em Pleurothallis sensu

lato (Barros, 2002). Uma destas mudanças é a transferência de P. grobyi para Specklinia

grobyi (Batem. ex Lindl.) Pridgeon & M.W. Chase. Este é um nome ilegítimo pois já tinha

sido proposto por Barros (1983) (S. grobyi (Batem. ex Lindl.) F. Barros). Segundo Luer

(2002), Specklinia é polifilético e muito variável, sendo necessários, ainda, novos estudos.

Neste trabalho foi adotado o nome mais antigo, que também é utilizado por Luer (2002).

20. Pleurothallis muscosa Barb. Rodr., Gen. et Sp. Orchid. 1: 7. 1877.

Figura 8 D-G

Erva epífita, ciófila, 3,5-5,5 cm alt. Rizoma curto, 0,5-0,7 cm compr. entre cada caule.

Raízes finas, numerosas. Caule unifoliado, 1-3 cm compr, não espessado em pseudobulbos.

Folhas coriáceas; lâmina foliar verde, 2-2,5 x 0,4-0,5 cm, oblonceolda. Inflorescência 1,5-2,9

cm compr, menor ou igualando as folhas, axilar, ereta, simples, pauciflora, 4-5-flora,

subtendida por uma espata; pedúnculo verde 0,9-1,5 cm compr.; brácteas florais

inconspícuas. Flores cremes, translucidas, pediceladas; pedicelo 0,1-0,3 cm compr.; sépala

dorsal 0,4-0,5 x 0,1-0,2 cm, lanceoladas; sépalas laterais coalescentes, ca. 0,5 – 0,2 cm, livres

no ápice; pétalas 0,4-0,5 x 0,1-0,2 cm, lanceoladas; labelo trilobado, não papiloso, 0,4-0,5 x

0,1-0,2 cm; coluna alva 0,2-0,3 cm compr., ápice denteado. Fruto não visto.

41

Page 64: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Material examinado: trilha que segue depois do Cruzeiro do Sul, 17.X.2003, fl., M. Bocayuva

et al. 88 (RB); 19.III.2004, fl., M. Bocayuva et al. 116 (RB).

Distribuição geográfica: Pleurothallis muscosa ocorre nos estados das Regiões Sudeste

(exceto Espírito Santo) e Sul (exceto Rio Grande do Sul) (Pabst & Dungs, 1975).

Fenologia e hábitat: Floresce entre março e abril. Foi observada somente uma população

desta espécie no interior da mata a cerca de 400 m de altitude.

Esta espécie apresenta dois sinônimos Acianthera muscosa (Barb. Rodr.) Pridgeon &

M.W. Chase e Specklinia muscosa (Barb. Rodr.) Luer. Segundo Luer (2002) o trabalho de

Pridgeon & Chase (2002), que transferiu 131 epítetos de Pleurothallis para Acianthera, deve

ser reavaliado, pois somente 17 espécies foram seqüenciadas dentre as quais não está incluída

a espécie-tipo do gênero. As outras transferências foram feitas desconsiderando as

possibilidades de evolução convergente. Há algum tempo Pleurothallis é considerado

polifilético (Luer, 2002), porém como as propostas de novas classificações ainda geram

grandes controvérsias optou-se por adotar o nome mais antigo.

42

Page 65: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

21. Pleurothallis pardipes Rchb.f., Refug. Bot. 2: t. 119. 1872

Figura 8 H-L

Erva epífita, ciófila, ca. 25 cm alt. Rizoma ca. 0,8 cm de compr. entre cada caule.

Muitas raízes. Caule unifoliado, ca. 15 cm. de compr., não espessado em pseudobulbo;

bainha marrom com pintas vináceas , ca. 5 cm de compr.; lâmina foliar verde, ca. 9,5 x 2,5

cm, oblongo-lanceolada, coriácea. Espatas verdes; pedúnculo verde, ca. 2 cm compr..

Inflorescência ca. 6,5 cm compr., emergindo da base da folha do interior de uma bráctea,

terminal, simples, pedente ou adpressa a folhas, pauciflora, ca. 17-flora, subtendida por uma

espata verde; brácteas florais inconspícuas. Flores pediceladas; pedicelo verde, com ca. 0,3

cm compr.; sépala dorsal verde-amarelada ca. 0,7 x 0,2 cm, oblonga, ápice obtuso; sépalas

laterais vinosa-esverdeadas com margens vinosas, coalescentes, ca. 0,6 x 0,4 cm,

lanceoladas, ápice agudo; pétalas alvas, translúcidas, ca. 0,4 x 0,1 cm, lineares, obtusas, ápice

agudo; labelo vinoso, inteiro, ca. 0,3 x 0,1 cm, elíptico, obtuso; coluna alva, ca. 0,4 cm de

compr., com ápice eroso. Fruto não visto.

Material examinado: trilha que segue depois do Cruzeiro do Sul, 12.XI.2003, floresceu em

cultivo (III.2004), M. Bocayuva et al. 93 (RB, SP).

Distribuição geográfica: Rio de Janeiro e Santa Catarina (Pabst & Dungs, 1975).

Fenologia e hábitat: Floresce entre março e outubro. A única população no PNMP foi

observada no interior da mata a 450 m de altitude.

Da mesma forma que para Pleurothallis muscosa, Pridgeon & Chase (2001)

propuseram uma nova combinação para esta espécie, Acianthera pardipes (Rchb. f.)

Pridgeon & M.W. Chase. Mas, como estas mudanças ainda não estão devidamente

sustentadas, adotou-se o nome mais antigo.

43

Page 66: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Fig8

44

Page 67: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

22. Polystachya estrellensis Rchb.f. Linnaea 25: 231. 1852.

Figura 7 G-I

Erva epífita, ca. 28 cm alt. Rizoma curto. Pseudobulbo verde-claro, ca. 0,5 cm

compr., fusiforme, multifoliado. Folhas imbricadas; bainha foliar, ca. 4 cm compr.; lâmina

foliar levemente discolor, sem máculas, 13 x 19,5 - 1,7 x 3 cm, elíptica a lanceolada, ápice

arredondado. Inflorescência 8-12 cm compr., terminal, pendente, paniculada, multiflora, ca.

69-flora; pedúnculo verde, ca. 6,5 cm compr., ereto a levemente recurvado; brácteas ca. 5 cm

compr., amplectivas ao pedúnculo, ápice agudo; brácteas florais inconspícuas. Flores sésseis,

sem cálcar; sépala dorsal verde, ca. 0,2 x 0,1 cm, elíptica, ápice levemente agudo; sépalas

laterais verdes, ca. 0,2 x 0,2 cm, elípticas, ápice levemente agudo; pétalas verdes, ca. 0,2 x

0,1cm, oblanceoladas, ápice levemente agudo; labelo alvo, ca. 0,4 x 0,1; coluna alva com ca.

0,1 cm compr. Fruto verde ca. 2 cm compr.

Material examinado: trilha para o Cruzeiro do Sul, 03.04.2003, fl., fr., M. Bocayuva 31 (RB).

Distribuição geográfica: Polystachya estrellensis apresenta ampla distribuição, ocorrendo por

todo território brasileiro, na Ilha de Trinidad e no Paraguai (Pabst & Dungs, 1975).

Fenologia e hábitat: Floresce entre abril e maio e a frutificação ocorre simultaneamente. Foi

observada principalmente nas matas a partir de 300 m de altitude.

Polystachya estrellensis é muito confundida com P. concreta (Jacq.) Garay & H.R.

Sweet , porém estas espécies apresentam diferenças na morfologia das flores, principalmente

na forma do labelo, evidenciadas na obra de Pabst & Dungs (1975). No PNMP é pouco

freqüente, mas em outras áreas do estado do Rio de Janeiro, tanto de floresta como de

restinga, pode ser muito abundante.

45

Page 68: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

23. Prescottia plantaginea Lindl., Exot. fl. t. 115.1824.

Figura 7 J-M

Erva rupícola, heliófila, 50-80 cm alt., acaule, multifoliado. Raízes suculentas. Folhas

numerosas, basais, rosuladas, sem pecíolo; bainhas alvas; lâmina foliar, 2,4-37 x 3,5-4 cm,

verdes levemente discolor,lanceolada, cartácea. Inflorescência 25-54 cm compr., congesta,

simples, terminal, ereta, multiflora, 70-flora; brácteas verdes, 22 cm compr., oblonceoladas;

brácteas florais verdes, 0,5 cm compr., elípticas. Flores sésseis; sépala dorsal creme, 3-3,5 x

1-1,5 cm, oblongo-lanceolada, ápice agudo; sépalas laterais cremes, 3-3,5 x 1-1,5 cm, oval-

oblongas, ápice levemente arredondado; pétalas esbranquiçadas, 3-3,5 x 0,5-0,6 cm, oval-

oblongas, levemente arredondado; labelo verde, 2,5-3,5 x 2-2,5 cm, globuliforme. Fruto

verde 1 cm compr.

Material examinado: Afloramento Cruzeiro do Sul, 29.VI.2003, C.A. Zaldini et al. 10 (RB);

Morro da Boa Vista, 22.VII.2003, fl., fr., M. Bocayuva et al. 34 (RB, SP); Afloramento

rochoso vertente leste, 30.VII.2003, fl., fr., M. Bocayuva et al. 40 (RB, SP); Trilha pelo meio

do Parque chegando em um paredão, 22.VIII.2003, fl., fr., M. Bocayuva et al. 44 (RB, SP).

Distribuição geográfica: Prescottia plantaginea ocorre por toda costa leste do Brasil de

Pernambuco até Santa Catarina, em Goiás (Pabst & Dungs, 1977), e na Argentina

(Cogniaux, 1893-1896).

Fenologia e hábitat: Floresce de julho a setembro e a frutificação ocorre simultaneamente.

Foi observada no cume dos diversos afloramentos rochosos ou nos paredões inclinados.

46

Page 69: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Fig 7

47

Page 70: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

O gênero Prescottia é neotropical e apresenta 24 espécies, sendo o Brasil

particularmente rico em número de espécies (Pridgeon et al., 2003). P. plantaginea (variação

ortográfica P. plantaginifolia Lindl.) é muito freqüente nos afloramentos rochosos da cidade

do Rio de Janeiro.

24. Sarcoglottis grandiflora (Lindl.) Klotzsch., Allg. Gartenz. 10: 107. 1842.

Figura 9 A-D

Erva terrestre, 54-78 cm, acaule, multifoliado. Raízes numerosas e muito suculentas.

Caule multifoliado. Folhas rosuladas; bainha verde-clara até alva; lâmina foliar verde

concolor ou verde com máculas alvas, membranáceas, espatuladas, mais estreitas na base,

canaliculadas; nervuras primárias e secundárias evidentes. Inflorescência 52-75 cm compr.,

laxa, terminal, simples, pauciflora, 14-flora; pedúnculo verde, esparsamente hirsuto, 32-43

cm compr.; brácteas foliares amplexas ao escapo, verdes, glabras, lanceoladas, ápice agudo e

menores que os entrenós; brácteas florais verdes, 2,5-4 cm compr., lanceoladas, ápice agudo,

levemente hirsutas. Flores breve-pediceladas, verdes, hirsutas; sépala dorsal 2-2,3 x 0,3-0,5

cm, verde, livre e sobreposta as sépalas, lanceolada, com ápice agudo; sépalas laterais verdes

(face adaxial escura e abaxial mais clara), carnosas, livres, lanceoladas com ápice agudo,

hirsuta na face abaxial; pétalas hialinas, levemente esverdeadas, com linhas verdes escuro,

1,5-2,2 x 0,2-0,3 cm, ungüiculadas, membranáceas; labelo creme esverdeado, com listras

castanhas, 2,5-3,3 x 0,5-1 cm, lóbulo central; coluna creme-esverdeada 1,3-1,5 cm compr.

Fruto verde, 2-3 cm compr.

Material examinado: trilha para o cruzeiro do Sul, 04.XI.2002, fl., fr., Bocayuva et al. 7 (RB);

trilha pelo meio do Parque chegando em um paredão, 14.V.2003, M. Bocayuva et al. 26

48

Page 71: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

(RB); trilha para o Pico Cruzeiro do Sul, 29.VI.2003, fl., R. C. Forzza et al. 2400, (RB);

Morro da Boa Vista, 04.XI.2002, fl., M. Bocayuva et al. 12 (RB).

Distribuição geográfica: Distribui-se pelos estados do Amazonas e Roraima, no norte do

Brasil, de Pernambuco ao Rio de Janeiro na costa leste, na Argentina, Paraguai e Suriname

(Pabst & Dungs, 1975).

Fenologia e hábitat: Floresce em junho e, geralmente, há uma grande porcentagem de

frutificação no mesmo mês. Esta espécie foi observada em diferentes localidades a partir de

300 m de altitude, geralmente indivíduos isolados, em locais sombreados.

As flores desta espécie são muito semelhantes às de Sarcoglottis fasciculata Schltr.,

porém em S. grandiflora elas estão dispostas de forma mais espaçada no pedúnculo e são

mais compridas (Hoehne, 1945).

49

Page 72: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

25. Sophronitis cernua Lindl., Bot. Reg. 14: sub t. 1147. 1828.

Figura 9 E-G

Erva epífita, semi-ciófila, ca. 6 cm, reptante. Raízes numerosas, longas. Rizoma curto,

coberto por catáfilos. Pseudobulbo achatado, ca. 1,5 cm compr., unifoliado. Lâmina foliar

verde discolor, ca. 2 x 2 cm, elíptica, oblongo-lanceolada, aguda e obtusa, apiculada,

nervuras longitudinais não evidentes, coriácea. Inflorescência ca. 6 cm compr. terminal,

simples, ereta, pauciflora, ca. 2-4-flora; pedúnculo verde curto; brácteas florais lanceoladas.

Flores laranja-avermelhadas, pediceladas; pedicelo ca. 1,5 cm compr.; sépala dorsal ca. 1 x

0,4 cm, lanceolada, ápice agudo; sépalas laterais ca. 1 x 0,5 cm, lanceoladas, ápice agudo;

pétalas ca. 1,1 x 0,6 cm, lanceoladas, ápice agudo; labelo ca. 0,8 x 0,7 cm, lanceolado; coluna

alva com a extremidade lilás, ca. 0,4 cm compr. Fruto não visto.

Material examinado: Morro da Boa Vista (vertente oeste), mata mais alta depois do Bosque

das Myrtaceae: 4.XI.2002, fl., M. Bocayuva 8 (RB).

Distribuição geográfica: Ocorre da Bahia até o Rio Grande do Sul (Pabst & Dungs, 1975).

Fenologia e hábitat: A floração ocorre de abril a junho. No PNMP Sophronitis cernua foi

observada como epífita no interior da mata a partir de 300 m de altitude.

Sophronitis cernua pode ocorrer também em florestas mais úmidas e restingas.

Atualmente é considerada uma orquídea ornamental e foi citada como espécie ameaçada (em

perigo) para o Espírito Santo (Fraga, 2000) e na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de

Extinção do estado do Paraná (SEMA e Deutsche Gesellschaft für Technische

Zusammenarbeit, 1995)

50

Page 73: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Fig9

51

Page 74: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Algumas espécies encontradas no PNMP são citadas em outros levantamentos de

Orchidaceae realizados na floresta atlântica ombrófila densa (Miller & Warren 1996; Saddi

et al., no prelo), como por exemplo, Epidendrum filicaule, Gomesa crispa, Isochilus linearis,

Oncidium longipes, Pleurothallis grobyi e Polystachya concreta. Da mesma forma, algumas

espécies também são citadas em levantamentos para áreas de restinga. Ao comparar as

espécies da PNMP com as do trabalho de Fraga (no prelo) para a Marambáia (restinga),

pode-se observar que 18% das espécies ocorrem nas duas áreas. No levantamento das

espécies de restinga do Rio de Janeiro e Espírito Santo, Pereira & Araújo (2000) citaram doze

espécies que também ocorrem na PNMP, Brassavola tuberculata, Catasetum luridum,

Cattleya guttata, C. forbesii, Eltroplectris triloba, Epidendrum difforme, E. rigidum,

Oeceoclades maculata, Pleurotahllis grobyi, Polystachya concreta, Prescottia plantaginea e

Sophronitis cernua. Por outro lado, algumas espécies podem ser encontradas tanto na

ombrófila densa como nas restingas, como Cattleya forbesii e Epidendrum difforme. Estes

dados indicam que a floresta de encosta do PNMP é uma transição entre uma floresta de

restinga e uma floresta mais úmida que pode ser observada a partir de 300 m de altitude. A

ligação das floras da floresta atlântica e das restingas já foi comentada para a família

Orchidaceae no Espirito Santo por Fraga (2000) e para flora das restingas do estado do Rio

de Janeiro por Araújo (2000).

Quanto à forma de vida, treze espécies são epífitas, oito rupícolas, quatro terrestres e

uma única espécie, Epidendrum rigidum, é rupícola e epífita. Algumas espécies apresentam

uma forma de vida menos freqüente no PNMP quando comparados com outros

levantamentos, material consultado nos herbários ou com a literatura. Bons exemplos são

52

Page 75: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Pleurothallis grobyi e Maxillaria marginata que ocorrem geralmente como epífitas, mas no

PNMP e no Parque Estadual da Serra da Tiririca são rupícolas (Pinheiro, 1999).

A maioria das espécies do PNMP apresenta ampla distribuição geográfica ocorrendo

em vários estados do Brasil e até mesmo em outros países. Porém também foi verificado que

14 espécies parecem ter sua distribuição associada aos domínios da floresta atlântica. Alguns

táxons apresentam distribuição mais restrita. Por exemplo, Epidendrum ammophilum,

endêmica do estado do Rio de Janeiro; Cyrtopodium glutiniferum que tem ocorrência restrita

aos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais; e Pleurothallis pardipes e Maxillaria

pachyphylla que são registradas, até o momento, para os estados do Rio de Janeiro e Santa

Catarina.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Araujo, D. S. D. 2000. Análise florística e fitogeográfica das restingas do estado do Rio de

Janeiro. Tese de doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, PPG Ecologia,

Rio de Janeiro.

Barros, F. 1983. Flora Fanerogâmica da Reserva do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga

(São Paulo, Brasil): 198-Orchidaceae. Hoehnea 10:74-124.

_____ . 1996. Notas taxonômicas para espécies brasileiras dos gêneros Epidendrum,

Platystele, Pleurothallis, e Scaphyglottis (Orchidaceae). Acta Botânica Brasílica 10 (1):

139-151.

_____ . 2002. Notas nomenclaturais em Pleurothallidinae (Orchidaceae), principalmente

brasileiras. Bradea 8(43): 293-297.

_____ , Batista, J.A.B. & Bianchetti. 2003. Epitypification and taxonomic elucidation of

some Brazilian taxa of Cyrtopodim R. Br. (Orchidaceae). Taxon 52: 841-849.

53

Page 76: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Brade, A.C. 1956. A flora do Parque Nacional do Itatiaia. Boletim do Parque Nacional do

Itatiaia 5: 1-112.

Campos Porto, P. 1915. Contribuição para o conhecimento da Flora Orchidaceae da Serra do

Itatiaia. Archivos Jardim Botânico do Rio de Janeiro VI: 106-126.

Christenson, E. 2004. Orchidaceae. In: Mori, S.A., Henderson, A., Stevenson, D.W. & Scott,

N.H. (eds.), Flowering plants of the Neotropics. Princenton University press,

Princenton and Oxford: 465-468.

Cites. 2005. Internet URL: http://www.cites.org.

Cogniaux, A. 1893-1896. Orchidaceae. In: Martius C.F.P. von., Eichler, A.W. & Urban, I.,

Flora Brasiliensis. Munchen, Wien, Leipzig, Flora Brasiliensis 3 (4): 1-652.

_______ . 1898-1902. Orchidaceae. In: Martius C.F.P. von., Eichler, A.W. & Urban, I., Flora

Brasiliensis. Munchen, Wien, Leipzig, Flora Brasiliensis 3 (5): 1-642.

_______ . 1904-1906. Orchidaceae. In: Martius C.F.P. von., Eichler, A.W. & Urban, I., Flora

Brasiliensis. Munchen, Wien, Leipzig, Flora Brasiliensis 3 (6): 1-588.

Dressler, R.L. 1981. The Orchids, Natural History and Classification. Harvard University

Press, Harvard, 314p.

_______ . 1993. Field guide to the orchids of Costa Rica and Panama. Cornell University

Press, New York, 374 p.

Font Quer, P. 1985. Diccionaria de Botânica. Labor, Barcelona, 1244p.

Fraga, C. N. 2000. Ecologia, fitogeografia e conservação das Orchidaceae da restinga do

estado do Espírito Santo. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio de

Janeiro, Museu Nacional, Rio de Janeiro. 170p.

_____ , Menezes, L. F. T. & Kollmann L. J. C. no prelo. Orchidaceae da restinga de

Marambaia, Rio de Janeiro, RJ. In: Menezes, L. F. T.; Araujo, D. S. D. & Peixoto, A.

L. (org.), História Natural da Marambaia, UFFRJ.

54

Page 77: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

_____ & Menezes, L.F.T. 2000. Orchidaceae. Pp.33-34 In: Secretaria Municipal do Meio

Ambiente do Rio de Janeiro, eds. Espécies ameaçadas de extinção no município do Rio

de Janeiro: flora e fauna. Fundo de Conservação Ambiental.

Fundação Instituto Geotécnica do município do Rio de Janeiro. 2005. Sistema AlertaRio.

Internet URL: http:// www2.rio.rj.gov.br/georio/site/alerta/alerta.htm.

Garay, L.A. 1980. A Generic Revision of the Spiranthinae. Botanical Museum Leaflets

Harvard University 28: 278-425.

González-Díaz, N. & Ackerman, J.D. 1988. Pollination, fruit set, and seed production in the

orchid, Oeceoclades maculata. Lindleyana 3(3): 150-155.

Hágsater, E. 1988. Epidendra Nova et Criticae 4: nuevas especies del complejo Epidenrum

difforme de Mexico y CentroAmerica. Orquídea (Méx.) 11: 23-50.

Hoehne, F.C. 1940. Orchidaceae. In: Hoehne F.C., ed., Flora brasilica 12(1): 1-254.

______ . 1953. Orchidaceae. In: Hoehne F.C., ed., Flora brasilica 12(7): 1-254.

Holmgren, P., Holmgren, N.H. & Barnett, L. 1990. Index herbariorum. 8th ed. New York

(New York Botanical Garden).

Instituto Brasileiro de Administração Municipal – IBAM, Superintendência de

Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – DUMA. 1998.Guia das Unidades de

Conservação Ambiental do Rio De Janeiro. Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro,

Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SMAC.

Leoni, L.S.1994. Orchidaceae. In: M. do. C.M Marques (ed.), Mapeamento da cobertura

vegetal e listagem das espécies ocorrentes na Área de Proteção Ambiental de Cairuçu,

de Parati, Rio de Janeiro. Série Estudos e Contribuições Nº 13, Instituto de Pesquisas

Jardim Botânico do Rio de Janeiro: 90-92.

55

Page 78: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Luer, C.A. 1972. The native orchids of Florida. The New York Botanical Garden, W.S.

Cowell Ltd., Butter Market, Ispwish, England, 293p.

_____ . 2002. A systematic method of classification of the Pleurothallidinae versus a strictly

phylogenetic method. Selbyana 23(1): 57-110.

Mello, A.C.G. 2002. Orchidaceae da lha Cabo Frio, de Arraial do Cabo, RJ. Dissertação de

mestrado, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. 57 p.

Menezes, L.C. 2000. Orquídeas / Orchids genus Cyrtopodium: espécies brasileiras, brazilian

species. Ed. IBAMA, Brasília, Brasil, 208p.

Miller, D. & Warren, R. 1996. Orquídeas do Alto da Serra da Mata Atlântica Pluvial do

Sudeste do Brasil. Salamandra Consultoria Editorial SA. Rio de Janeiro, Brasil, 256p.

Miranda, F.E.L.F. & Oliveira, R.R. 1983. Orquídeas rupícolas do Morro do Pão de Açúcar,

Rio de Janeiro. Atas da Sociedade Botânica do Brasil 1(18): 99-105.

Mittermeier, R.A. 1999. Hotspots: Earth’s biologically richest and most endangered

terrestrial ecoregions- CEMEX. Conservation International. Agrupacíon Sierra

Madre.S.C. Mexico City.

Moraes, M.M. & Bocayuva, M.F. (no prelo). Orchidaceae da Reserva Biológica do Tinguá

In: 18th World Orchid Conference, Dijon, França .

Pabst, G. F. J. & Dungs, F. 1975. Orchidaceae Brasilienses I. Hildesheim: Kurt Schmersow,

408p.

_____ & Dungs, F. 1977. Orchidaceae Brasilienses II. Hildesheim: Kurt Schmersow, 418p.

_____ . 1967a. As orquídeas do estado da Guanabara. Orquídea 28(2): 100-113.

_____ . 1967b. As orquídeas do estado da Guanabara. Orquídea 28(3): 169-182.

_____ . 1967c. As orquídeas do estado da Guanabara. Orquídea 28(4): 222-242.

_____ . 1967d. As orquídeas do estado da Guanabara. Orquídea 28(5): 274-288.

56

Page 79: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

_____ . 1967e. As orquídeas do estado da Guanabara. Orquídea 28(6): 316-350.

Pereira, O.J. & Araújo, D.S.D. 2000 Análise florística das restingas dos estados do Espírito

Santo e Rio de Janeiro. In: F.A. Esteves & L.D. Lacerda (eds.) Ecologia de Restingas e

Lagoas Costeiras. NUPEM/UFRJ, Macaé, Rio de Janeiro. p. 25-63.

Pinheiro, F.1999. Orchidaceae do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói, Rio de

Janeiro. Dissertação de mestrado, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de

Janeiro. 123 p.

Pridgeon, A.M. and M.W. Chase. 2001. A phylogenetic reclassification of Pleurothallidinae

(Orchidaceae). Lindleyana 16(4): 235-271.

______ , Cribb, P.J., Chase, M.W. & Rasmussem, F.N. 2003. Genera Orchidacearum,

volume 3. Oxford University Press, New York, 358p.

Rodrigues, J.B. 1877. Genera et species orchidacearum novarum. Paris, France. 209 p.

________ . 1882. Genera et species orchidacearum novarum. Paris, France. 295 p.

Romero-Gonzalez, G.A. 1999. Notes on the species of Cyrtopodium (Cyrtopodiinae,

Orchidaceae) from the Venezuelan Guayna. Harvard Papers in Botany 4(2): 505-518.

Saddi, E.M., Lopes, R.L. & Andreata, R.H.P. 2004. Floristics and conservation of

Orchidaceae Rio das Pedras Reserve Selbyana 25: (no prelo).

Saldaña, L.M.S. e Hágsater, E. 1998. Estudo taxonômico do grupo Epidendrum difforme

(Orchidaceae). In: Atas da 15º Conferência Mundial de Orquídeas: 235-244.

Secretaria do Estado do Meio Ambiente (SEMA) e Deutsche Gesellschaft für Technische

Zusammenarbeit - GTZ (GmbH), 1995. Lista Vermelha das Plantas Ameaçadas de

Extinção no Estado do Paraná. Internet URL: http://www.bdt.fat.org.br/redflora.

Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo 2004. Lista oficial das espécies da flora

do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção. Diário Oficial do Estado de São Paulo,

Resolução SMA 48. Internet URL: http://www.ibot.sp.gov.br/resolucao_

57

Page 80: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

sma48/resolucao48.htm.

Stern, W.L. 1988. The long-distance dispersal Of Oeceoclades maculata. American Orchid

Society Bulletin 57(9): 960-971.

58

Page 81: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

67

2. ORCHIDACEAE DO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DA PRAINHA: SUBSÍDIOS

PARA CONSERVAÇÃO

Page 82: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

BOCAYUVA, FRAGA & FORZZA.

CONSERVAÇÃO DAS ORCHIDACEAE DA PRAINHA

ORCHIDACEAE DO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DA PRAINHA, RIO DE JANEIRO, BRASIL:

SUBSÍDIOS PARA A CONSERVAÇÃO

MELISSA FAUST BOCAYUVA CUNHA*

Mestranda da Escola Nacional de Botânica Tropical, Rua Pacheco Leão 2040, Horto

Florestal, CEP 22460-030, Rio de Janeiro, Brasil, [email protected] . Bolsista CAPES.

* AUTOR PARA CORRESPONDENCIA

CLAUDIO NICOLETTI DE FRAGA

Coordenador das Coleções Vivas, Rua Jardim Botânico 1008, CEP 22470-180,

Jardim Botânico, Rio de Janeiro, Brasil, [email protected]

RAFAELA CAMPOSTRINI FORZZA

Pesquisadora do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rua Pacheco Leão 915, CEP 2400-030,

Jardim Botânico, Rio de Janeiro, Brasil, [email protected]

Artigo elaborado segundo as normas da Selbyana

Page 83: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

RESUMO. O Parque Natural Municipal da Prainha (PNMP) está localizado no estado do Rio de

Janeiro dentro dos domínios da floresta atlântica (23º01'52" - 23º02'30" S e 43º30'00"-

43º30'38" W). Sua área é de 126 hectares e representa uma pequena porção do Maciço da

Pedra Branca. Este trabalho teve como objetivos inventariar e fornecer dados sobre fenologia

e distribuição geográfica das Orchidaceae ocorrentes no PNMP, realizar uma análise de

similaridade entre seis diferentes áreas litorâneas do do Rio de Janeiro, bem como promover

a formação de um banco de germoplasma no Orchidarium do Jardim Botânico do Rio de

Janeiro. Orchidaceae está representada no PNMP por 26 espécies. Muitas espécies

apresentam ampla distribuição geográfica, porém outras são restritas ao sudeste brasileiro. A

análise fenológica ressalta que a floração concentra-se nos meses de maio e setembro. Os

resultados de similaridade foram inferiores a 50% entre todas as áreas. Este baixo valor é

resultado da ocorrência de 127 espécies, num total de 181, exclusivas de uma única área. O

maior escore de similaridade obtido foi entre o PNMP e o Parque Estadual da Serra da

Tiririca. O baixo índice de similaridade entre as áreas reforça a importância da conservação de

diferentes Unidades de Conservação nas regiões urbanas do município do Rio de Janeiro.

Palavras chave: floresta atlântica, fenologia, distribuição geográfica, similaridade

2

Page 84: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

ABSTRACT. The Municipal Natural Park of Prainha (MNPP) is sited in Rio de Janeiro

municipality within the limits of the Atlantic Forest (23º01'52" - 23º02'30" S e 43º30'00"-

43º30'38" W). Its total area is 126 hectares and represents a small portion of Pedra Branca

Massif. The purposes of this work were to catalogue and supply data on phenology and

geographic distribution of Orchidaceae that occur in MNPP, to carry out a similarity analysis

between six different coastal areas of Rio de Janeiro State, as well as to promote the

development of a germoplasm database in the Orchidarium of the Rio de Janeiro Botanic

Gardens. Orchidaceae is represented by 26 species in MNPP. Although several species

present wide geographic distribution, some of them are restrict to the southeast of Brazil. The

phenological analysis points out that the blooming is concentrated in the months of May and

September. The similarity results were smaller than 50% in all areas. This low value is a

result of the occurrence of 127 species, out of a total of 181, that are exclusives of one single

area. The greatest similarity score was obtained between MNPP and the State Park of Serra da

Tiririca. The small similarity index between the areas reinforces the importance of

conservation of different Conservation Units in the urban regions of Rio de Janeiro State.

Key words: atlantic forest, phenology, geographic distribution, similarity

3

Page 85: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

INTRODUÇÃO

A primeira divisão fitogeográfica do Brasil foi feita por Martius em 1824 (Rizzini

1997). Segundo esse autor, o país foi dividido em cinco províncias ou domínios florísticos:

floresta atlântica (Dryas ou dríades), floresta amazônica (Nayas ou náiades), floresta de

Araucaria ou extra tropical (Napaea ou napéias), cerrado (Oreas ou oréades) e caatinga

(Hamadryas ou hamadríades). Posteriormente, vários autores propuseram diferentes formas

de classificar a vegetação brasileira, porém a grande maioria reconhece os domínios da

floresta que recobre a costa leste do Brasil.

Segundo Veloso et al. (1991) a floresta atlântica se restringe aos poucos agrupamentos

isolados nas encostas voltadas para o mar, nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São

Paulo e Santa Catarina. Segundo Rizzini (1997) a floresta atlântica localiza-se sobre a cadeia

montanhosa litorânea que ocorre ao longo do Oceano Atlântico desde o Rio Grande do Sul até

Nordeste. Sua área principal reside nas grandes Serras do Mar e da Mantiqueira. Câmara

(1991) sugere que a floresta atlântica reveste uma faixa larga ao longo da costa litorânea do

Brasil, dos estados do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, além de estender-se para o

interior nas Regiões Sudeste e Sul. No conceito mais abrangente, privilegiando o enfoque

conservacionista, é não somente caracterizada como floresta pluvial tropical, mas também

como floresta pluvial mista com araucárias composta de formações associadas como as

restingas, manguezais e campos de altitude (Câmara 1991).

Toda área desse bioma encontra-se inserido entre os 25 hotspots mundiais,

representando uma das áreas com maior diversidade biológica e maior pressão antrópica do

planeta. A riqueza vegetal da floresta atlântica é estimada em 20.000 espécies, das quais mais

de 6.000 são endêmicas. Atualmente toda essa diversidade está restrita a pequenos

remanescentes, com uma cobertura total de apenas 6% de sua área original (Mittermeier

1999).

4

Page 86: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

O estado do Rio de Janeiro ocupa uma área territorial de 43.909,7 km e encontra-se

completamente inserido dentro dos domínios da floresta atlântica. Porém, a cobertura florestal

do estado está reduzida a cerca de 17% da área original (Fundação SOS Mata Atlântica/INPE,

1992-1993). O Parque Natural Municipal da Prainha (PNMP) representa uma pequena

porção do Maciço da Pedra Branca, que apresenta vegetação predominantemente florestal,

com diversos afloramentos rochosos (inselbergs), além de uma pequena faixa de restinga bem

descaracterizada em virtude do uso por banhistas. Por estar inserido dentro de uma área

urbana a criação do PNMP foi motivada pela descaracterização de parte de sua vegetação e

das adjacências, decorrente de impactos antrópicos, oriundos da multiplicação de

condomínios e edificações (Guia das Unidades de Conservação Ambiental do Rio de Janeiro,

1998).

Segundo Peixoto et al. (2002) a floresta atlântica caracteriza-se principalmente pela

riqueza em epífitos, pertencentes a táxons vasculares e avasculares. Dentre os epífitos

vasculares, 80% estão concentrados em apenas quatro famílias: Orchidaceae, Bromeliaceae,

Polypodiaceae e Araceae (Gentry & Dodson 1987). Na região neotropical, Orchidaceae e

Bromeliaceae constituem grupos dominantes na fisionomia do componente epifítico

(Gonçalves & Waechter, 2003), sendo Orchidaceae constantemente citada como a família

mais diversa da flora epifítica vascular (Waechter 1986, 1998; Kelly et al. 1994; Fontoura et

al. 1997; Rudolph et al. 1998 apud Gonçalves & Waechter, 2003). Na vegetação dos

afloramentos rochosos (inselbergs) as Monocotiledôneas também são predominantes, por

possuírem maior tolerância a condições ambientais estressantes do que as Dicotiledôneas

(Meirelles et al. 1999).

O conhecimento global das espécies de um ecossistema pode gerar subsídios para se

estabelecer melhores mecanismos para a conservação de grupos de organismos. Assim, os

trabalhos dos taxonomistas oferecem importantes benefícios para a humanidade, ao descrever

5

Page 87: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

diversos aspectos de cada organismo (Mori 1992). Segundo Golding & Timberlake (2003) há

muitas espécies no mundo pouco conhecidas ou mal identificadas que necessitam de medidas

conservacionistas, além de um grande número que ainda necessita ser descrito. Assim, os

taxonomistas têm cada vez mais um papel importante na escolha e no auxílio da implantação

de Unidades de Conservação (Ter Steege et al. 2000) e na elaboração de listas de espécies

ameaçadas (Golding 2002).

Coleções vivas bem documentadas em Jardins Botânicos podem auxiliar no progresso

da taxonomia e nos levantamentos de espécies em Unidades de Conservação (Bocayuva et al.

2004). Ao mesmo tempo tais coleções auxiliam na elaboração de bancos de sementes, cuja

criação foi sugerida pelo Orchid Specialist Group da IUCN, como uma ferramenta importante

da conservação (Anon 1985 apud Cribb et al.2003).

Diante da perda acelerada de habitas e o pouco conhecimento sobre a flora das

Unidades de Conservação do Rio de Janeiro, o presente estudo objetivou inventariar e

fornecer dados sobre a ecologia das Orchidaceae ocorrentes no PNMP, proceder a uma análise

de similaridade entre diferentes áreas litorâneas do estado do Rio de Janeiro, bem como

promover a formação de um banco de germoplasma no Orchidarium do Jardim Botânico do

Rio de Janeiro.

MATERIAL E MÉTODOS

O Parque Natural Municipal da Prainha (PNMP) está localizado no estado do Rio de

Janeiro dentro dos domínios da floresta atlântica. O PNMP abrange uma área total de 126,03

hectares, predominando floresta, com uma pequena faixa de restinga e diversos afloramentos

rochosos (Guia das Unidades de Conservação Ambiental do Rio de Janeiro, 1998). A área de

estudo representa uma pequena porção do Maciço da Pedra Branca, entre as coordenadas

23º01'52" - 23º02'30" S E 43º30'00"- 43º30'38" W (FIGURA 1). A altitude varia de 0 a 456 m e a

6

Page 88: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

precipitação média anual encontra-se entre 1200 e 2000 mm, com três a quatro meses de

baixa pluviosidade (dados pluviométricos obtidos a partir da estação remota da Grota Funda

monitorada pela Fundação Instituto Geotécnica do município do Rio de Janeiro).

FIGURA 1. Mapa de localização do Parque Natural Municipal da Prainha.

As excursões à área de trabalho foram realizadas em intervalos quinzenais de setembro

de 2002 a março de 2004 e em intervalos mensais de março a dezembro de 2004, onde as

amostras de materiais férteis foram coletadas e incorporadas ao acervo do Herbário RB. Além

de exemplares para exsicatas foram adquiridas amostras vivas que se encontram em cultivo

no Orchidarium do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Os exemplares cultivados receberam

7

Page 89: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

um registro de acesso e foram incluídas no banco de dados BG Recorder. No campo os dados

foram tomados por visualização direta de tamanho das populações e ambiente. Flores e frutos

foram fixados em álcool a 70% para facilitar as identificações.

Os dados de fenologia foram obtidos a partir das exsicatas procedentes da área e

observações ao longo de todo período de coleta. O material em cultivo também foi utilizado

nestas observações.

Os dados de distribuição geográfica para os táxons foram obtidos a partir de literatura

especializada (Cogniaux 1893-1896, 1893-1902, 1904-1906; Luer 1972; Pabst & Dungs

1975, 1977; Dressler 1993; Menezes 2000) e da análise das coleções dos herbários GUA, HB,

RB e SP (siglas conforme Holmgren et al. 1990).

Para a confecção da matriz de similaridade, além da listagem inventariada para a área

do PNMP, foram utilizadas as listagens de espécies oriundas dos levantamentos do Pão de

Açúcar (Miranda & Oliveira 1983); Parque Estadual da Serra da Tiririca (Pinheiro 1999);

Reserva Particular do Patrimônio Nacional de Rio das Pedras (Saddi et al. in press); Reserva

Biológica do Tinguá (Moraes & Bocayuva in press) e restinga de Marambaia (Fraga et al. in

press). Estes levantamentos foram utilizados por apresentarem o mesmo tratamento

taxonômico das espécies, um esforço de coleta similar e fisionomia semelhante à da área

trabalhada. A listagem do Pão de Açúcar constitui uma exceção: esforço de coleta foi

concentrado apenas nas espécies rupícolas. Para a análise de similaridade foi utilizado o

coeficiente de Sorensen (Muller-Dumbois & Ellemberg 1974) sendo as diferentes áreas

trabalhadas aos pares com base na presença/ausência das espécies, através do programa

FITOPAC (Sherpherd 1984).

8

Page 90: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foram encontradas 26 espécies distribuídas em 18 gêneros para o Parque Natural

Municipal da Prainha (PNMP). Os gêneros mais representativos são Epidendrum (4 spp.) e

Pleurothallis (3 spp.). Quanto à forma de vida, treze espécies são epífitas, oito são rupícolas,

quatro são terrestres e uma única espécie, Epidendrum rigidum, é rupícola e epífita. (TABELA

1).

Do total de espécies coletadas in situ, 21 encontram-se representadas no Orchidarium

do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, perfazendo uma coleção de 50 acessos com potencial

para realizar conservação ex situ. Esta coleção pode viabilizar a reprodução, o cultivo in vitro

e o estudo do comportamento de sementes para tornar o armazenamento possível em bancos

de sementes. Paralelamente à sua função de conservação ex situ, a coleção possibilitou um

estudo mais acurado dos caracteres morfológicos e da fenologia das espécies. Este acervo

também vem sendo utilizado como ferramenta para trabalhos de educação ambiental junto aos

visitantes do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Para melhor avaliar os dados de fenologia optou-se por conjugá-los com dados de

precipitação ao longo dos dois anos de estudo, tendo sido observadas variações bruscas na

comparação de um ano com o outro. Na maioria dos meses a precipitação manteve-se entre 40

e 175 mm, mas em janeiro atingiu uma média de 388,7 mm (TABELA 2, FIGURA 2).

A análise fenológica amostrou que a floração das espécies do PNMP concentra-se nos

meses de maio e setembro, quando analisada a média dos anos 2003 e 2004 (TABELA 1). É

possível observar que nos meses anteriores àqueles de maior floração ocorreu queda na

precipitação (FIGURA 2). Entretanto, ao se analisar os anos 2003 e 2004 separadamente

observa-se que o padrão reprodutivo citado anteriormente não ocorreu. No ano de 2003 o

maior pico de floração ocorreu em setembro e em outubro, enquanto que em 2004 nos meses

de março e abril (FIGURA 3).

9

Page 91: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

TABELA 1. Fenologia ( flor e fruto) e forma de vida (FV) das espécies de Orchidaceae do

Parque Natural Municipal da Prainha (2003/2004).

ESPÉCIES / MESES FV J F M A M J J A S O N DBrassavola tuberculata Hook. RuCatasetum luridum (Link) Lindl. EpCattleya forbesii Lindl. EpCattleya guttata Lindl. Ep Cyclopogon longibracteatus(Barb.Rodr.) Schltr.

Tr/Ru

Cyrtopodium gigas (Vell.) Hoehne Ep Cyrtopodium glutiniferum Raddi Ru Eltroplectris triloba (Lindl.) Pabst Tr Epidendrum ammophilum Barb.Rodr.

Ru

Epidendrum difforme Jacq. EpEpidendrum filicaule (Sw.) Lindl. Ep

Epidendrum rigidum Jacq. Ep/Ru

Gomesa crispa (Lindl.) Klotzschex Rchb.f.

Ep

Isochilus linearis (Jacq.) R.Br. Ep Maxillaria marginata Fenzl RuMaxillaria pachyphylla Schltr. exHoehne

Ru

Oeceoclades maculata (Lindl.)Lindl.

Tr

Oncidium longipes Lindl. EpPleurothallis grobyi Batem. exLindl.

Ru

Pleurothallis muscosa Barb. Rodr. EpPleurothallis pardipes Rchb.f. Ep Polystachya estrellensis Rchb.f. Ep Prescottia plantaginea Lindl. Ru Sarcoglottis grandiflora (Lindl.)Klotzsch

Tr

Sophronitis cernua Lindl. Ep

10

Page 92: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

TABELA 2. Dados pluviométricos da estação remota Grota Funda. Fonte: Fundação Instituto

Geotécnica do estado do Rio de Janeiro.

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total2002 52.4 126.6 19.8 34.0 201.0 77.6 34.4 34.2 175.8 79.0 188.8 158.4 1182.02003 546.6 16.8 319.8 109.4 101 20.6 60.4 234.4 97.2 236.0 207.8 122.6 2072.22004 230.8 214.0 29.2 123.4 127.0 65.6 228.0 24.0 41.6 69.8 99,8 115 1368

FIGURA 2. Médias da precipitação mensal e do número de espécies de Orchidaceae em floração

no Parque Natural Municipal da Prainha entre os anos 2003 e 2004.

A maioria das espécies do PNMP apresenta distribuição geográfica ampla pelo Sudeste

brasileiro (ocorrendo em mais de três estados) e eventualmente fora do Brasil. Constituem

exceções nesse padrão a espécie Epidendrum ammophilum, restrita ao estado do Rio de

Janeiro, Cyrtopodium glutiniferum, que ocorre no Rio de Janeiro e Minas Gerais e

Pleurothallis pardipes, que ocorre no Rio de Janeiro e em Santa Catarina (TABELA 3).

11

-

1

2

3

4

5

6

-50100150200250300350400450

nº de espécies Precipitação

Page 93: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

-2468

1012

-100200300400500600

nº de espécies Precipitação

FIGURA 3. Precipitação e floração das espécies de Orchidaceae do Parque Natural Municipal da

Prainha: A. 2003. B. 2004.

12

-2468

1012

-100200300400500600

A

B

Page 94: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

Das espécies que apresentam distribuição geográfica mais restrita, duas encontram-se

mal representadas nas coleções de herbário, Epidendrum ammophilum e Pleurothallis

pardipes. A primeira foi coletada também no Parque Estadual da Chacrinha e não ocorre mais

nas areias de Copacabana, como citado por Rodrigues (1882). A segunda está representada

nos herbários somente pelos indivíduos coletados no Parque Estadual da Tiririca (PESET).

TABELA 3. Distribuição geográfica das espécies de Orchidaceae ocorrentes no PNMP, Rio de

Janeiro.

ESPÉCIES DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

Brassavola tuberculata Hook. Bolívia e Brasil, nas Regiões Sudeste e Sul, enos estados de Goiás, Tocantins e Sergipe

Catasetum luridum (Link) Lindl. Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro

Cattleya forbesii Lindl. Minas Gerais a Santa Catarina

Cattleya guttata Lindl. Bahia ao Rio Grande do Sul

Cyclopogon longibracteatus (Barb.Rodr.)Schltr.

Uruguai e Brasil, de Minas Gerais ao RioGrande do Sul

Cyrtopodium gigas (Vell.) Hoehne Costa leste brasileira

Cyrtopodium glutiniferum Raddi Minas Gerais e Rio de Janeiro

Eltroplectris triloba (Lindl.) Pabst Argentina, Paraguai e Brasil, nos estados daRegião Sudeste

Epidendrum ammophilum Barb. Rodr. Rio de Janeiro

Epidendrum difforme Jacq. Flórida até o sul do Brasil

13

Page 95: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

ESPÉCIES DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

Epidendrum filicaule (Sw.) Lindl. Bahia e na Região Sudeste do Brasil

Epidendrum rigidum Jacq. Flórida, e da Costa Rica até o sul do Brasil

Gomesa crispa (Lindl.) Klotzsch exRchb.f.

Regiões Sul e Sudeste do Brasil

Isochilus linearis (Jacq.) R.Br. América Central até o sul do Brasil eParaguai

Maxillaria marginata Fenzl Colômbia, Equador e Brasil, da Bahia até oRio Grande do Sul

Maxillaria pachyphylla Schltr. ex Hoehne Rio de Janeiro a Santa Catarina

Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl. Toda África Tropical e no continenteamericano da Flórida ao Paraguai

Oncidium longipes Lindl. s das Regiões Sudeste (exceto Espírito Santo)e Sul do Brasil

Pleurothallis grobyi Batem. ex Lindl. Da Bahia a Santa Catarina

Pleurothallis muscosa Barb.Rodr. Região Sudeste

Pleurothallis pardipes Rchb.f. Rio de Janeiro e Santa Catarina

Polystachya estrellensis Rchb.f. Todo território brasileiro, e na Ilha deTrinidad e no Paraguai

Prescottia plantaginea Lindl. Costa leste do Brasil de Pernambuco atéSanta Catarina e em Goiás

Sarcoglottis grandiflora (Lindl.) KlotzschArgentina, Paraguaia, Suriname, norte doBrasil, Amazonas e Roraima e costa leste dePernambuco ao Rio de Janeiro

Sophronitis cernua Lindl. Bahia ao Rio Grande do Sul

14

Page 96: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

O PNMP apresenta 22 espécies comuns em outras áreas protegidas da cidade do Rio

de Janeiro como, Brassavola tuberculata, Cyrtopodium glutiniferum, Epidendrum

ammophilum, Polystachya estrellensis e Prescottia plantaginea que ocorrem nos

afloramentos rochosos do Pão de Açúcar (Miranda & Oliveira 1983) (FIGURA 4). O PNMP

apresenta quatro espécies exclusivas Cyrtopodium gigas, Maxillaria pachyphylla,

Pleurothallis muscosa e Sarcoglottis grandiflora.

15

42%11%

45%17% 18%

89%

55%83% 83%

58%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

1 2 3 4 5

Espécies em comum com PNMP Es pécies aus entes no PNMP

11 8 515 7

63

6

74

3315

0102030405060708090

100

1 2 3 4 5

Page 97: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

FIGURA 4. Número / porcentagem de espécies em comum/ausentes no PNMP em comparação a

outras áreas naturais do do Rio de Janeiro: 1 – Parque Estadual da Serra da Tiririca; 2 –

Reserva Biológica do Tinguá; 3 – Pão de Açúcar; 4 – Reserva Particular do Patrimônio

Natural de Rio das Pedras; 5 – Restinga da Marambaia

SIMILARIDADE

A partir da presença/ausência das Orchidaceae coletadas em diferentes áreas do Rio de

Janeiro (TABELA 4) foi calculada uma relação de similaridade (FIGURA 5), com uma correlação

cofenética de 0,7514.

Das 181 espécies envolvidas na análise, 127 encontram-se restritas a uma única área,

enquanto 54 são encontradas em duas ou mais áreas. Dentre as espécies exclusivas a uma área

tem-se: cinco espécies no PNMP; cinco no PESET; 43 na REBIO do Tinguá; quatro no Pão

de Açúcar; 49 na RPPN de Rio das Pedras e 21 na restinga de Marambaia.

TABELA 4. Matriz de Similaridade das espécies de Orchidaceae ocorrentes nas diferentes áreas

naturais do do Rio de Janeiro: 1 – Parque Natural Municipal da Prainha; 2 – Parque Estadual

da Serra da Tiririca; 3 – Reserva Biológica do Tinguá; 4 – Pão de Açúcar; 5 – Reserva

Particular do Patrimônio Natural de Rio das Pedras; 6 – Restinga da Marambaia.

Espécies Áreas1 2 3 4 5 6

Aspidogyne kuczynskii (Porsch) Garay 0 0 0 0 0 1Beadlea elata (Sw.) Small 0 0 0 0 1 0Beadlea elegans (Hoehne) Garay 0 0 0 0 1 0Beadlea itatiaiensis (Kraenzl.) Garay 0 0 0 0 1 0Bifrenaria harrisoniae (Hook.) Rchb. f. 0 0 0 1 1 0Bifrenaria inodora Lindl. 0 0 1 0 1 0Bifrenaria sp. 1 0 0 0 0 0

16

Page 98: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

Espécies Áreas1 2 3 4 5 6

Aspidogyne kuczynskii (Porsch) Garay 0 0 0 0 0 1Bifrenaria stefanae V.P. Castro 0 0 1 0 0 0Bifrenaria tetragona (Lindl.) Schltr. 0 0 1 0 0 0Brassavola tuberculata Hook. 1 1 0 1 0 0Bulbophyllum micranthum Hook.f. 0 0 0 0 1 0Campylocentrum aciculatum (Rchb. f. & Warm.) Cogn. 0 0 0 0 0 1Campylocentrum micranthum (Lindl.) Rolfe 0 0 0 0 0 1Campylocentrum robustum Gogn. 0 1 0 0 0 0Campylocentrum sellowii (Rchb. f.) Rolfe 0 0 1 0 1 0Catasetum discolor (Lindl.) Lindl. 0 0 0 0 0 1Catasetum hookeri Lindl. 0 0 0 0 0 1Catasetum luridum (Link.) Lindl. 1 0 1 0 0 0Catasetum macrocarpum Rich. ex Kunth 0 0 0 0 0 1Cattleya forbesii Lindl. 1 1 0 0 1 1Cattleya guttata Lindl. 1 0 0 0 0 1Cirrhaea saccata Lindl. 0 0 0 0 1 0Cochleanthes flabelliformis (Sw.) R.E. Schult. & Garay 0 0 1 0 0 0Cochleanthes sp. 0 0 0 0 1 0Cogniauxiocharis glazioviana (Cogn.) Hoehne 0 0 1 0 0 1Constantia rupestris Barb. Rodr. 0 1 0 0 0 0Constantia sp. 0 0 0 0 1 0Corymborkis flava (Sw.) Kuntze 0 1 0 0 1 0Cyclopogon bicolor (Ker Gawl. ) Schltr. 0 1 0 0 1 0Cyclopogon longibracteatus (Barb. Rodr.) Schltr. 1 0 1 0 1 0Cyrtopodium gigas (Vell.) Hoehne 1 0 0 0 0 0Cyrtopodium glutiniferum Raddi 1 0 0 1 0 0Cyrtopodium polyphyllum (Vell.) Pabst ex F. Barros 0 1 0 0 1 1Dichaea cogniauxiana Schltr. 0 0 1 0 1 0Dichaea pendula (Aubl.) Cogn. 0 0 1 0 1 0Dipteranthus pelucidus (Rchb. f.) Cogn. 0 0 0 0 1 0Elleanthus braziliensis Rchb. f. 0 0 1 0 0 0Elleanthus sp. 0 0 0 0 1 0Eltroplectris calcarata (Sw.) Garay & H.R. Sweet 0 0 0 0 0 1Eltroplectris janeirensis (Porto & Brade) Pabst 0 0 0 0 1 0Eltroplectris triloba (Lindl.) Pabst 1 1 0 0 1 0Encyclia linearifolioides (Kraenzl.) Hoehne 0 0 0 0 0 1Encyclia oncidioides (Lindl.) Schltr. 0 0 0 0 0 1Encyclia patens Hook. 0 0 0 0 1 1Epidendrum addae Pabst 0 0 1 0 0 0Epidendrum ammophilum Barb. Rodr. 1 0 0 1 0 0Epidendrum anceps Jacq. 0 0 1 0 0 0Epidendrum armeniacum Lindl. 0 0 1 0 1 0

17

Page 99: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

Espécies Áreas1 2 3 4 5 6

Aspidogyne kuczynskii (Porsch) Garay 0 0 0 0 0 1Epidendrum denticulatum Barb. Rodr. 0 1 0 1 0 1Epidendrum difforme Jacq. 1 0 1 0 1 1Epidendrum filicaule (Sw.) Lindl. 1 1 0 0 1 0Epidendrum geniculatum Ham. ex Hook. f. 0 0 0 0 1 0Epidendrum orchidiflorum (Salzm.) Salzm. ex Lindl. 0 0 0 0 0 1Epidendrum paranaense Barb. Rodr. 0 0 1 0 0 0Epidendrum ramosum Jacq. 0 0 0 0 1 0Epidendrum rigidum Jacq. 1 1 0 0 1 1Epidendrum secundum Jacq. 0 0 1 0 1 0Epidendrum sp. 0 0 0 0 1 0Epidendrum strobiliferum Rchb. f. 0 0 0 0 0 1Epidendrum vesicatum Lindl. 0 0 0 0 1 0Erythrodes arietina (Rchb. f. & Warm.) Ames 0 0 0 0 1 0Eurystyles actinosophila (Barb. Rodr.) Schltr. 0 0 1 0 0 0Eurystyles cogniauxii (Kraenzl.) Pabst 0 0 0 0 1 0Eurystyles cotyledon Wawra 0 0 0 0 1 0Galeandra beyrichii Rchb. f. 0 0 0 0 1 0Gomesa crispa (Lindl.) Klotzsch ex Rchb. f. 1 0 0 0 1 0Gomesa glaziovii Cogn. 0 0 1 0 0 0Gomesa laxiflora (Lindl.) Klotzsch & Rchb. f. 0 0 1 0 0 0Gomesa planifolia Klotzsch ex Rchb. f. 0 0 0 0 1 0Gomesa recurva Lodd. 0 0 1 0 1 0Gongora bufonia Lindl. 0 0 1 0 1 0Habenaria leptoceras Hook. 0 1 0 0 0 0Habenaria parviflora Lindl. 0 1 0 0 0 0Habenaria repens Nutt. 0 0 0 0 0 1Hapalorchis lineatus (Lindl.) Schltr. 0 0 0 0 1 0Isochilus linearis (Jacq.) R. Br. 1 0 1 0 1 0Laelia lobata (Lindl.) H.J. Veitch 0 0 0 1 0 0Laelia sp. 1 0 0 0 0 1 0Laelia sp. 2 0 0 1 0 0 0Lankesterella caespitosa (Lindl.) Hoehne 0 0 1 0 0 0Lankesterella ceracifolia Ames 0 0 0 0 1 0Leptotes bicolor Lindl. 0 0 1 0 1 0Liparis nervosa (Thunb. ex Murray) Lindl. 0 0 0 0 0 1Malaxis excavata (Lindl.) Kuntze 0 0 0 0 1 0Maxillaria acicularis Herb. ex Lindl. 0 0 0 1 0 0Maxillaria brasiliensis Brieger & Illg 0 0 0 0 1 1Maxillaria cerifera Barb. Rodr. 0 0 1 0 0 0Maxillaria imbricata Barb. Rodr. 0 0 1 0 0 0Maxillaria madida Lindl. 0 0 1 0 0 1

18

Page 100: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

Espécies Áreas1 2 3 4 5 6

Aspidogyne kuczynskii (Porsch) Garay 0 0 0 0 0 1Maxillaria marginata Fenzl 1 1 0 0 1 0Maxillaria pachyphylla Schltr. ex Hoehne 1 0 0 0 0 0Maxillaria parviflora (Poepp. & Endl.) Garay 0 0 0 0 1 0Maxillaria phoenicanthera Barb. Rodr. 0 0 1 0 0 0Maxillaria picta Hook. 0 0 0 0 1 0Maxillaria rufescens Lindl. 0 0 0 0 1 0Maxillaria sp. 0 0 0 0 1 0Maxillaria ubatubana Hoehne 0 0 1 0 0 0Mesadenella cuspidata (Lindl.) Garay 0 0 0 0 1 0Miltonia clowesii Lindl. 0 0 1 0 0 0Miltonia flavescens Lindl. 0 0 1 0 0 0Miltonia spectabilis Lindl. 0 0 1 0 0 0Notylia pubescens Lindl. 0 0 0 0 0 1Octomeria albopurpurea Barb. Rodr. 0 0 0 0 1 0Octomeria alpina Barb. Rodr. 0 1 0 0 0 0Octomeria cf. diaphana Lindl. 0 0 1 0 0 0Octomeria densiflora Barb. Rodr. 0 0 0 0 0 1Octomeria grandiflora Lindl. 0 0 1 0 0 0Octomeria juncifolia Barb. Rodr. 0 0 1 0 1 0Octomeria linearifolia Barb. Rodr. 0 0 1 0 0 0Octomeria oxichela Barb. Rodr. 0 0 0 0 1 0Octomeria robusta Barb. Rodr. 0 0 1 0 0 0Octomeria sp. 0 0 0 0 1 0Octomeria tricolor Rchb. f. 0 0 0 0 1 0Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl. 1 1 1 0 1 1Oncidium ciliatum Lindl. 0 1 0 0 0 1Oncidium cornigerum Lindl. 0 0 1 0 0 0Oncidium fimbriatum Hoffmanns. 0 1 0 0 1 0Oncidium flexuosum (Kunth) Lindl. 0 0 1 0 1 0Oncidium longipes Lindl. 1 0 1 0 1 0Oncidium pumilum Lindl. 0 1 0 0 0 1Oncidium sphegiferum Lindl. 0 0 1 0 0 0Paradisanthus micranthus (Barb. Rodr.) Schltr. 0 0 0 0 0 1Pelexia novofriburgensis (Rchb. f.) Garay 0 0 0 0 1 0Pleurothallis aff.trifida Lindl. 0 0 0 0 1 0Pleurothallis aphthosa Lindl. 0 0 1 0 1 0Pleurothallis aristulata Lindl. 0 0 0 0 0 1Pleurothallis bidentula Barb. 0 0 0 0 1 0Pleurothallis binotii Regel 0 0 1 0 0 0Pleurothallis compressiflora Barb. Rodr. 0 0 0 0 1 0Pleurothallis glanduligera Lindl. 0 0 1 0 0 0

19

Page 101: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

Espécies Áreas1 2 3 4 5 6

Aspidogyne kuczynskii (Porsch) Garay 0 0 0 0 0 1Pleurothallis granulosa (Barb. Rodr.) Cogn. 0 0 0 0 1 0Pleurothallis grobyi Bateman ex Lindl. 1 1 0 0 1 0Pleurothallis heterophylla (Barb. Rodr.) Cogn. 0 0 1 0 0 0Pleurothallis hypnicola Lindl. 0 0 1 0 1 0Pleurothallis lineolata (Barb. Rodr.) Cogn. 0 0 0 0 1 0Pleurothallis muscosa Barb. Rodr. 1 0 0 0 0 0Pleurothallis obovata (Lindl.) Lindl. 0 0 1 0 0 0Pleurothallis pardipes Rchb.f. 1 1 0 0 0 0Pleurothallis petropolitana Hoehne 0 0 1 0 0 0Pleurothallis recurva Lindl. 0 0 1 0 0 0Pleurothallis rubens Lindl. 0 0 0 0 1 0Pleurothallis saundersiana Rchb. f. 0 1 0 0 1 1Pleurothallis saurocephala Lodd. 0 0 1 0 0 0Pleurothallis sclerophylla Lindl. 0 0 1 0 0 0Pleurothallis sp. 1 0 0 0 0 1 0Pleurothallis sp. 2 0 0 0 0 1 0Pleurothallis sp. 3 0 0 0 0 1 0Pleurothallis sp. 4 0 0 0 0 0 1Polystachya estrellensis Rchb. f. 1 0 1 1 1 1Prescottia oligantha (Sw.) Lindl. 0 0 0 0 0 1Prescottia plantaginea Lindl. 1 1 1 1 1 0Prescottia stachyodes (Sw.) Lindl. 0 0 1 0 0 0Promenaea xanthina Lindl. 0 0 1 0 0 0Promenaea ovatiloba (Klinge) Cogn. 0 0 0 0 1 0Promenaea paulensis Schltr. 0 0 0 0 1 0Prosthechea fragrans (Sw.) W.E. Higgins 0 0 1 0 0 1Prosthechea inversa (Lindl.) W.E.Higgins 0 0 1 0 0 0Prosthechea pygmaea (Hook.) W.E. Higgins 0 0 1 0 1 0Prosthechea vespa (Vell.) W.E. Higgins 0 0 0 0 1 0Psilochilus modestus Barb. Rodr. 0 0 0 0 0 1Sacoila lanceolata (Aubl.) Garay 0 0 0 0 1 0Sarcoglottis biflora (Vell.) Schltr. 0 0 0 1 0 0Sarcoglottis fasciculata (Vell.) Schltr. 0 1 0 0 1 1Sarcoglottis grandiflora (Lindl.) Klotzsch 1 0 0 0 0 0Sauroglossum nitidum (Vell.) Schltr. 0 0 1 0 0 0Scaphyglottis sessilis (Rchb. f.) Foldats 0 0 1 0 0 0Scuticaria hadwenii (Lindl.) Hoehne 0 0 1 0 0 0Sophronitis cernua Lindl. 1 1 0 0 0 1Sophronitis coccinea (Lindl.) Rchb. f. 0 0 1 0 0 0Stanhopea guttulata Lindl. 0 0 0 0 1 0Stelis aff. modesta Barb. Rodr. 0 0 0 0 1 0

20

Page 102: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

Espécies Áreas1 2 3 4 5 6

Aspidogyne kuczynskii (Porsch) Garay 0 0 0 0 0 1Stelis megantha Barb. Rodr. 0 0 1 0 1 0Tetragamestus modestus Rchb. f. 0 0 0 0 1 0Trigonidium obtusum Lindl. 0 0 1 0 0 0Vanilla bahiana Hoehne 0 1 0 0 0 1Vanilla chamissonis Klotzsch 0 0 0 0 0 1Wullschlaegelia aphylla (Sw.) Rchb. f. 0 0 1 0 1 0Xylobium variegatum (Ruiz & Pav.) Garay & Dunst. 0 0 1 0 1 0Zygopetalum maxillare Lodd. 0 0 1 0 0 0Zygopetalum pedicellatum (Sw.) Garay 0 0 1 0 0 0Zygoptalum mackayi Hook. 0 0 0 1 0 0

FIGURA 5. Similaridade entre espécies de Orchidaceae ocorrentes em diferentes áreas naturais

do do Rio de Janeiro: 1 – Parque Natural Municipal da Prainha; 2 – Parque Estadual da Serra

da Tiririca; 3 – Reserva Biológica do Tinguá; 4 – Pão de Açúcar; 5 – Reserva Particular do

Patrimônio Natural de Rio das Pedras; 6 – Restinga da Marambaia.

21

Page 103: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

A similaridade apresentada na FIGURA 5 pode ser considerada baixa (<50%). O fato se

expressa pela existência de 127 espécies exclusivas de uma única área, e apenas 54 (ca. 30 %)

comuns a duas ou mais áreas.

Observa-se o maior coeficiente de similaridade entre o PNMP e o PESET (Grupo 1).

Esta relação pode ser explicada em função das duas áreas apresentarem fisionomias

semelhantes, ou seja, uma floresta atlântica de encosta e diversos afloramentos rochosos em

um mesmo gradiente altitudinal. Vale ressaltar, que o PNMP apresenta o mesmo número de

espécies que o PESET, porém sua área é muito menor, 126 e 2400 hectares, respectivamente.

Dentre as 26 espécies encontradas nas duas áreas 11 são compartilhadas: Brassavola

tuberculata, Cattleya forbesii, Eltroplectris triloba, Epidendrum filicaule, E. rigidum,

Maxillaria marginata, Oeceoclades maculata, Pleurothallis grobyi, P. pardipes, Prescottia

plantaginea e Sophronitis cernua (FIGURA 6, FIGURA 8, FIGURA 9, FIGURA 10, FIGURA 11).

O Grupo 1 liga-se com a restinga de Marambaia com um escore de 27 % de

similaridade (Grupo 2). Cattleya forbesii, Epidendrum rigidum, Oeceoclades maculata e

Sophronitis cernua são comuns a todas as áreas do Grupo 2. As sete espécies compartilhadas

entre a Marambaia e o PNMP são: Cattleya forbesii, C. guttata, Epidendrum difforme, E.

rigidum, Polystachya estrellensis, Oeceoclades maculata e Sophronitis cernua). Dentre elas

vale ressaltar que Cattleya guttata ocorre somente nessas duas áreas, considerando às áreas

aqui analisadas.

A similaridade entre Marambaia e o PNMP pode estar sendo subestimada em função da

degradação, quase total, da restinga que outrora margeava toda a base do Maciço da Pedra

Branca. Segundo Meirelles et al. (1999) a flora dos afloramentos rochosos é influenciada pela

presença de espécies das áreas de entorno, desta forma a degradação do ambiente de restinga

na base do PNMP também pode ter influenciado na ausência de algumas espécies.

22

Page 104: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

Paralelamente ao Grupo 2, formado por PNMP, PESET e restinga da Marambaia,

formou-se um outro grupo que apresenta floresta atlântica e afloramentos rochosos com

altitudes ultrapassando os 1000 m. Este grupo (Grupo 3) é representado pelas áreas da

Reserva Biológica do Tinguá (REBIO do Tinguá) e da Reserva Particular do Patrimônio

Natural de Rio das Pedras (RPPN de Rio das Pedras), que apresentaram entre si um escore de

similaridade baixo (ca. 30%).

O número de espécies encontrado na REBIO do Tinguá (71) e na RPPN de Rio das

Pedras (89) é certamente um parâmetro que destaca estas áreas entre as demais (Grupo 3). A

união destas áreas, também pode ser justificada por elas apresentarem um maior gradiente

altitudinal, com a presença de picos acima de 500 m de altitude e uma fisionomia de floresta

ombrófila densa, que proporciona uma maior diversidade de espécies de Orchidaceae.

O baixo escore de similaridade entre as áreas do Grupo 3 e a sua formação é reforçado

com a análise mais detalhada das 181 espécies trabalhadas (TABELA 4), destas, 109 espécies

estão restritas ao grupo, sendo 43 espécies exclusivas à REBIO do Tinguá e 49 espécies

exclusivas à RPPN de Rio das Pedras.

Das 72 espécies restantes, 45 estão ausentes no Grupo 3 e presentes em duas ou mais

áreas, enquanto 27 ocorrem também no Grupo 3. Destas últimas, quatro estão presentes na

REBIO do Tinguá e ausentes do RPPN de Rio das Pedras e 16 estão presentes na RPPN de

Rio das Pedras e ausentes da REBIO do Tinguá, enquanto apenas sete estão presentes em

ambas as áreas do grupo e presentes em uma ou várias áreas.

De acordo com Meireles et al. (1999), ao avaliar a vegetação de alguns afloramentos

rochosos no Rio de Janeiro, a maioria das espécies rupícolas apresentou-se confinada a um

único afloramento rochoso. Ao confrontar este resultado para espécies vegetais de diversas

famílias botânicas com as Orchidaceae rupícolas analisadas, observa-se que apenas Laelia

lobata, Sarcoglottis biflora e Zygopetalum mackayi, encontram-se restritas ao Pão de Açúcar,

23

Page 105: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

Constantia rupestris ao PESETe Maxillaria pachyphylla (FIGURA 9) ao PNMP. Para as demais

espécies típicas de afloramentos rochosos (Bifrenaria harrisoniae, Cyrtopodium polyphyllum,

C. glutiniferum, Epidendrum ammophilum, E. denticulatum, Maxillaria marginata e

Prescottia plantaginea) (FIGURA 7) verifica-se que são plantas freqüentemente distribuídas em

duas ou mais áreas.

O Pão de Açúcar representa a área mais distinta em relação as demais, com escore

inferior a 10% de similaridade, embora apresente fisionomia semelhante e quatro das 11

espécies listadas para o PNMP. Esse resultado se deve, provavelmente, ao fato do

levantamento de Miranda & Oliveira (1983) não englobar todos ambientes presentes na área,

estando seu trabalho restrito ao levantamento das espécies dos afloramentos rochosos.

A formação da flora da restinga se deu posteriormente à formação da floresta atlântica

de encosta, através da disponibilização de sedimento quaternário nas últimas transgressões

marítimas, e obteve parte dos táxons através da colonização de espécies que habitavam os

terrenos próximos e mais antigos (Fraga 2000, Araújo 2000). A ligação das floras da floresta

atlântica de encosta e das restingas já foi ressaltada para a família Orchidaceae no Espírito

Santo por Fraga (2000) e para a flora das restingas do Rio de Janeiro por Araújo (2000). Os

resultados do presente estudo corroboram tais afirmações uma vez que 14 das espécies

encontradas no PNMP são também citadas para as restingas do Sudeste (Pereira & Araújo,

2000; Fraga & Peixoto 2004). Por outro lado, o conjunto de espécies inventariadas no PNMP

também é influenciado pela floresta ombrófila densa, que recobre grande parte do Maciço da

Pedra Branca.

IMPACTOS SOBRE A FLORA E CONSERVAÇÃO DAS ORCHIDACEAE DO PNMP

24

Page 106: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

A degradação decorrente da ação humana constitui uma das principais causas da perda

de espécies no último milênio (Pimm et al.1995). O crescimento populacional nos trópicos foi

o mais elevado e desordenado do globo. Isso tem levado as áreas de floresta tropical a serem

consideradas as mais ameaçadas do planeta em termos de perda de espécies. É nessa porção

do mundo que ocorre a maior sobreposição entre a diversidade biológica e as pressões

antrópicas (Lugo 1988).

A área do PNMP vem sofrendo diversas intervenções humanas. Onde ocorre uma maior

intervenção humana muitas espécies exóticas se desenvolveram abundantemente, como por

exemplo: Artocarpus heterophyllus Lam. (jaqueira), Casuarina equisetifolia L. (casuarina),

Mangifera indica L. (mangueira), Melinis minutiflora P. Beauv. (capim gordura), Musa

paradisiaca L. (bananeiras) e Panicum maximum Jacq. (capim colonião). Segundo Meirelles

et al. (1999) as espécies exóticas dificilmente são encontradas em afloramentos rochosos,

porém podem ser abundantes na vegetação de entorno ou em locais que sofreram queimadas,

especialmente Melinis minutiflora e Panicum maximum, ambas gramíneas de origem africana.

Todo o Maciço da Pedra Branca está sujeito a queimadas (Costa 2000). Duas queimadas

foram presenciadas ao longo do período de desenvolvimento do presente estudo, uma em

outubro/2002 no Morro da Boa Vista, e outra em setembro/2004 no afloramento no Morro do

Caeté (FIGURA 12 A-B). A área do Morro da Boa Vista no ano de 2004 já se encontrava

parcialmente regenerada, mas ainda com vestígios da queimada no solo (FIGURA 12 C-D),

entretanto esta recuperação fisionômica não impossibilita o desaparecimento de algumas

espécies mais susceptíveis ao fogo. Efeitos impactantes são causados por incêndios que

atingem a vegetação sobre afloramentos rochosos e campos de altitude, quando muitas vezes

milhares de plantas são eliminadas de uma só vez. Diversos relatos apontam para os

resultados devastadores de queimadas com tais ambientes (e.g. Graeff & Pagani 1996).

25

Page 107: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

A descaracterização da área onde outrora ocorria restinga no PNMP pode ser constatada

pela ausência de espécies de Orchidaceae que, em geral, ocorrem na faixa de restinga do

município do Rio de Janeiro, como por exemplo, Cyrtopodium polyphyllum, Epidendrum

denticulatum e Vanilla bahiana. Esta descaracterização deve-se à construção de uma estrada,

estacionamento e quiosques na orla.

O acelerado processo de devastação dos ecossistemas, somado à coleta predatória por

extrativistas e colecionadores, têm levado à redução populacional e à extinção local de muitas

espécies de Orchidaceae (Cribb et al. 2003).

26

Page 108: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

O número de espécies consideradas ameaçadas varia de acordo com a amplitude e o

método utilizado para a confecção das listas, além de sempre representar um resultado

temporal. Diante disso, o número de espécies de Orchidaceae ameaçadas para o Brasil varia

muito de acordo com a literatura consultada. A IUCN Red List inclui 15 espécies brasileiras

em sua lista oficial (IUCN 1998). A Lista Oficial do Instituto Brasileiro dos Recursos

Naturais Renováveis (Miranda 1992) cita 10 espécies. Fraga & Menezes (2000) apontam 24

somente para o do Rio de Janeiro.

O pouco conhecimento biológico atual dos ecossistemas e das espécies juntamente com

o processo acelerado de devastação do litoral brasileiro, em especial nas áreas próximas

agrandes concentrações urbanas, torna imprescindível e urgente a implementação de projetos

que visem subsidiar medidas conservacionistas.

Para as áreas utilizadas na análise de similaridade verificou-se que das 181 espécies 127

são restritas a uma das seis áreas. Esses números indicam que as floras das diferentes regiões

diferem consideravelmente para a família Orchidaceae. Dessa forma, para se conservar as

orquídeas na área urbana do Rio de Janeiro, deverão ser mantidas todas as áreas naturais,

compondo um mosaico de Unidades de Conservação.

As espécies restritas no PNMP (Cyrtopodium gigas, Maxillaria pachyphylla,

Pleurothallis muscosa e Sarcoglottis grandiflora) merecem maior atenção quanto à sua

conservação, pois, para estes táxons, o Maciço da Pedra Branca pode representar a principal

área para a manutenção de suas populações (FIGURA 7, FIGURA 10). Entretanto destes táxons

apenas Cyrtopodium gigas está incluída em uma lista oficial de espécies ameaçadas (Lista

oficial das espécies da flora do estado de São Paulo ameaçadas de extinção, 2004).

Além das espécies exclusivas do PNMP, outras apresentam suas populações locais

presumivelmente ameaçadas, como por exemplo, Sophronitis cernua, espécie freqüentemente

vendida em exposições de orquídeas no Rio de Janeiro e citada na Lista Vermelha de

27

Page 109: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

Espécies Ameaçadas de Extinção no estado do Paraná (Secretaria de estado do Meio

Ambiente, 1995). Já as espécies Cattleya guttata e C. forbesii estão citadas na categoria

vulnerável na lista de espécies ameaçadas de extinção do municipio do Rio de Janeiro (Fraga

& Menezes 2000) e apresentam uma pressão de coleta elevada no município e ao longo de

suas áreas de distribuições.

As orquídeas possuem um papel importante na conservação da flora e fauna das

Unidades de Conservação, pois são consideradas “flag-family” e somente quando há um

conhecimento sobre o hábitat, a ecologia e o tamanho das populações se pode implementar as

estratégias de conservação apropriadas (Cribb et al. 2003).

28

Page 110: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza 29

Page 111: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza 30

Page 112: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza 31

Page 113: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza 32

Page 114: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza 33

Page 115: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza 34

Page 116: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza 35

Page 117: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Araujo, D. S. D. 2000. Análise florística e fitogeográfica das restingas do do Rio de Janeiro.

Tese de doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

Bocayuva, M.F., Moraes, M., Zaldini, C.A. & Forzza, R.C. in press. The Orchidarium of Rio

de Janeiro Botanic Garden, Brazil. Selbyana .

Câmara, I.G.1991. Plano de Ação para a Mata Atlântica. São Paulo, Fundação SOS Mata

Atlântica, Ed. Interação Ltda.

Cogniaux, A. 1893-1896. Orchidaceae. Pp. 1-652 in Martius C.F.P. von., Eichler, A.W. &

Urban, I., Flora Brasiliensis. Munchen, Wien, Leipzig, Flora Brasiliensis 3 (4).

Cogniaux, A. 1898-1902. Orchidaceae. Pp. 1-642 in Martius C.F.P. von., Eichler, A.W. &

Urban, I., Flora Brasiliensis. Munchen, Wien, Leipzig, Flora Brasiliensis 3 (5).

Costa, N.M.C. “Análise do Parque Estadual da Pedra Branca (RJ) por geoprocessamento: uma

contribuição ao seu plano de manejo”. Dissertação de Doutorado, Universidade Federal

do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, 2000.

Cribb, P.J, Kell, S.P., Dixon, K.W. & Barret, R.L. 2003. Orchid conservation: a global

perpective. Pp. 1-24 in Dixon, K.W., Kell, S.P., Barret, R.L. & Cribb, P.J, eds. Orchid

Conservation. Natural History Publications (Borneo), Kota Kinabalu, Sabah.

Dressler, R.L. 1993. Field guide to the orchids of Costa Rica and Panama. Cornell University,

New York.

Fraga, C. N. & Peixoto, A. L. 2004. Florística e ecologia das Orchidaceae das restingas do

estado do Espírito Santo. Rodriguésia (54) 84: 5-20.

Fraga, C. N. “Ecologia, fitogeografia e conservação das Orchidaceae da restinga do estado do

Espírito Santo”. Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio

de Janeiro, Brasil, 2000.

36

Page 118: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

Fraga, C. N.; Menezes, L. F. T. & Kollmann L. J. C. in press. Orchidaceae da restinga de

Marambaia, Rio de Janeiro, RJ in Menezes, L. F. T.; Araujo, D. S. D. & Peixoto, A. L.

(org.) História Natural da Marambaia.

Fraga, C.N. & Menezes, L.F.T. 2000. Orchidaceae. Pp.33-34 in Secretaria Municipal do Meio

Ambiente do Rio de Janeiro, eds. Espécies ameaçadas de extinção no do Rio de

Janeiro: flora e fauna. Fundo de Conservação Ambiental.

Fundação Instituto Geotécnica do município do Rio de Janeiro. 2005. Sistema AlertaRio.

Internet URL: http:// www2.rio.rj.gov.br/georio/site/alerta/alerta.htm.

Fundação SOS Mata Atlântica/INPE. 1992-1993. Evolução dos remanescentes florestais da

Mata Atlântica e ecossistemas associados no período de 1985-1990. São Paulo.

Gentry, A. & Dodson, C. H. 1987. Diversity and biogeography of neotropical vascular

epiphytes. Ann. Missouri. Bot. Gard. 74: 205-233.

Golding, J.S. & Timberlake, J. 2003. How Taxonomists Can Bridge The Gap Between

Taxonomy and Conservation Science. Conservation Biology 17(1):1177-1178.

Golding, J.S. 2002. Southern African plant red data lists. Report series 14. Southern African

Botanical Diversity Network, Pretoria.

Gonçalves, C.N. & Waechter, J.L. 2003. Aspectos florísticos e ecológicos de epífitos

vasculares sobre figueiras isoladas no Norte da planície costeira do Rio Grande do Sul.

Acta. Bot. Bras. 17(1): 89-100. 2003.

Graeff, A.R. & Pagani, Y.V. 1996. A associação fogo-capim-gordura e o desaparecimento de

Alcantarea imperialis. Bromélia 3(1): 13-15.

Guia das Unidades de Conservação Ambiental do Rio De Janeiro. 1998. Instituto Brasileiro

de Administração Municipal – IBAM, Superintendência de Desenvolvimento Urbano e

Meio Ambiente – DUMA, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal

de Meio Ambiente – SMAC.

37

Page 119: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

Holmgren, P., Holmgren, N.H. & Barnett, L. 1990. Index herbariorum. 8th ed. New York

(New York Botanical Garden).

IUCN. 1998. Orchidaceae. Pp.: 689-726 in Walter K.S. & H.J. Gillet, eds. 1997 IUCN Red

List of Threatened Plants. IUCN- The Wordl Conservatio Union, Gland, Switzerland

and Cambridge.

Luer, C.A. 1972. The native orchids of Florida. The New York Botanical Garden, W.S.

Cowell Ltd., Butter Market, Ispwish, England.

Lugo, A. E. 1988. Estimative reductions in the diversity of tropical forest species. Pp. 58-70

in E. Wilson. Biodiversity. National Academy Press, Washington.

Meirelles, S.T. & Pivello, V.R. & Joly, C.A. 1999. The vegetation of granite rock outcrops in

Rio de Janeiro, Brazil, and the needs fo its protection. Environmental Conservation

26(1): 10-20.

Menezes, L.C. 2000. Orquídeas / Orchids genus Cyrtopodium: espécies brasileiras, brazilian

species. Ed. IBAMA, Brasília, Brasil.

Miranda, F.E.1992. Orchidaceae. Pp. 93-106 in L.E. Mello Filho, G.V, Sommer and A.L.

Peixoto, eds. Centuria plantarum brasiliensis exstintionis minitata. Sociedade

Botânica do Brasil-SBB / IBAMA.

Miranda, F.E.L.F. & Oliveira, R.R. 1983. Orquídeas rupícolas do Morro do Pão de Açúcar,

Rio de Janeiro. Atas da Sociedade Botânica do Brasil 1(18): 99-105.

Mittermeier, R.A. 1999.Hotspots: Earth’s biologically richest and most endangered

terrestrial ecoregions- CEMEX. Conservation International. Agrupacíon Sierra

Madre.S.C. Mexico City.

Moraes, M.M. & Bocayuva, M.F. in press. Orchidaceae da Reserva Biológica do Tinguá in

18th World Orchid Conference, Dijon, França.

38

Page 120: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

Mori, S. A. 1992. Neotropical floristics and inventory: Who will do the work?. Brittonia

44(3): 372-375.

Muller-Dumbois, D. & Ellemberg, H. 1994. Aims and methods of vegetation ecology. New

York, J.Wiley e Sons Press.

Pabst, G. F. J. & Dungs, F. 1975. Orchidaceae Brasilienses I. Hildesheim: Kurt Schmersow.

Pabst, G. F. J. & Dungs, F. 1977. Orchidaceae Brasilienses II. Hildesheim: Kurt Schmersow.

Peixoto, A.L., Teixeira da Rosa, M.M. & Silva, I.M. 2002. Caracterização da Mata Atlântica.

Pp.: 9-23 in Sylvestre, L. da S. & Teixera da Rosa, M.N. Manual metodológico para

estudos botânicos na Mata Atlântica.

Pereira, O.J. & Araujo, D.S.D. 2000. Análise florística das restingas dos s do Espírito Santo e

Rio de Janeiro.Pp.25-63 in F.A. Esteves and L.D. Lacerda, eds. Ecologia de Restingas e

Lagoas Costeiras. NUPEM/UFRJ, Macaé, Rio de Janeiro.

Pimm, S. L.; Russel, G. T.; Gittelman, J. A. & Books, T. M. 1995. The future of biodiversity.

Science 269: 347-350.

Pinheiro, F. “Orchidaceae do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói, Rio de Janeiro”.

Dissertação de mestrado, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro,

Brasil, 1999.

Rizzini, C. T. 1997. Tratado de fitogeografia do Brasil. Âmbito Cultural Edições Ltda.

Rodrigues, J.B. 1882. Genera et species orchidacearum novarum. Paris, France.

Saddi, E.M., Lopes, R.L. & Andreata, R.H.P. in press. Floristics and conservation of

Orchidaceae Rio das Pedras Reserve. Selbyana.

Secretaria do do Meio Ambiente (SEMA) e Deutsche Gesellschaft für Technische

Zusammenarbeit - GTZ (GmbH), 1995. Lista Vermelha das Plantas Ameaçadas de

Extinção no do Paraná. Internet URL: http://www.bdt.fat.org.br/redflora.

39

Page 121: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Bocayuva, Fraga & Forzza

Secretaria do Meio Ambiente do de São Paulo 2004. Lista oficial das espécies da flora do de

São Paulo ameaçadas de extinção. Diário Oficial do de São Paulo, Resolução SMA 48.

Internet URL: http://www.ibot.sp.gov.br/resolucao_sma48/resolucao48.htm.

Sherpherd, G.J. 1984. Fitopac 1: Manual do Usuário, Campinas, Unicamp, São Paulo, Brasil.

Ter Steege, H.M., Jansen-Jacobs, M.J. and Datadin, V.K. 2000, Can Botanical collections

assist in a national protected area strategy in Guyana?. Biodiversity and Conservation

9: 215-240.

Veloso, H.P., Filho, A.L.R.R. & Lima, J.C.A. 1991. Classificação da vegetação brasileira,

adaptada a um sistema universal. IBGE, Departamento de Recursos Naturais e Estudos

Ambientais.

40

Page 122: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

III. CONCLUSÕES GERAIS

Foram encontradas 26 espécies distribuídas em 18 gêneros no Parque Natural Municipal da

Prainha (PNMP). Os gêneros mais representativos são Epidendrum (4 spp.) e Pleurothallis

(3 spp.);

Quanto à forma de vida, treze espécies são epífitas, oito são rupícolas, quatro são terrestres e

uma única espécie, Epidendrum rigidum, é rupícola e epífita; sendo que algumas espécies

apresentaram uma forma de vida diferente no PNMP se comparadas com os outros

levantamentos, material consultado ou com a literatura;

A maioria das espécies do PNMP apresenta ampla distribuição geográfica ocorrendo em

vários estados do Brasil e até mesmo em outros países do continente americano; 14 espécies

parecem ter sua distribuição associada aos domínios da floresta atlântica;

A análise fenológica mostra que a floração das espécies do PNMP concentra-se nos meses

de maio e setembro;

A floresta de encosta do Parque Natural Municipal da Prainha é uma transição entre a

floresta de restinga e a floresta mais úmida, que pode ser observada a partir de 300 m de

altitude;

A similaridade entre as diferentes áreas pode ser considerada baixa (<50%). Este fato se

deve à existência de 127 espécies exclusivas de uma única área e apenas 54 (ca. 30 %)

comuns a duas ou mais áreas;

O PNMP apresenta 22 espécies comuns em outras áreas protegidas da cidade do Rio de

Janeiro e quatro espécies exclusivas: Cyrtopodium gigas, Maxillaria pachyphylla,

Pleurothallis muscosa e Sarcoglottis grandiflora;

O PNMP apresenta o maior coeficiente de similaridade com o Parque Estadual da Serra da

Tiririca, pois ambas são áreas constituídas de floresta atlântica de encosta e afloramentos

rochosos, em um mesmo gradiente altitudinal;

Do total de espécies do PNMP, 21 encontram-se representadas no Orchidarium do Jardim

Botânico do Rio de Janeiro, perfazendo uma coleção de 50 acessos com potencial para

realizar conservação ex situ e possibilitar um estudo mais acurado dos caracteres

morfológicos e da fenologia das espécies;

O desmatamento, as queimadas, o extrativismo e a urbanização do entorno do PNMP

constituem ameaças à sua flora;

As queimadas favoreceram a ocupação maciça de Melinis minutiflora e de Panicum

maximum, que influenciaram a descaracterização da vegetação dos afloramentos rochosos,

contribuindo para ausência de algumas espécies de Orchidaceae;

106

Page 123: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

A construção de uma estrada, estacionamento e quiosques na orla do PNMP contribuíram

para a descaracterização da restinga, justificando a ausência de algumas espécies que

geralmente ocorrem nas restingas do município do Rio de Janeiro;

As espécies restritas ao PNMP merecem maior atenção quanto à sua conservação, pois para

estes táxons o Maciço da Pedra Branca pode representar a principal área de manutenção das

populações no município do Rio de Janeiro;

Várias orquídeas são citadas em listas oficiais de espécies ameaçadas; no PNMP pode-se

apontar duas Cattleya, incluídas na lista do município do Rio de Janeiro, Sophronitis

cernua, citada na lista do estado do Paraná e Cyrtopodium gigas, citada na lista do estado de

São Paulo;

O fato de 127 espécies ocorrerem em uma única área na análise de similaridade reforça a

importância das diferentes Unidades de Conservação na região metropolitana do Rio de

Janeiro e seu importante papel na conservação das Orchidaceae e da floresta atlântica.

107

Page 124: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Alves, R.J.V. 1991. Guia de campo das Orquídeas da Serra de São José. Tropicaleaf, Praga. 148 p.

Araujo, D. S. D. 2000. Análise florística e fitogeográfica das restingas do estado do Rio de Janeiro.

Tese de doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, PPG Ecologia, Rio de Janeiro.

Barros, F. 1987. Orchidaceae. In: Giulietti, A.M., Menzes, N.L. de, Pirani, J.R., Maguro, M. &

Wanderley M. das G.L., Flora da Serra do Cipó, Minas gerais: caracterização e lista das

espécies. Bolm Botânica, Univ. S. Paulo 9: 125-130.

_____. 1983. Flora Fanerogâmica da Reserva do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (São

Paulo, Brasil): 198-Orchidaceae. Hoehnea 10:74-124.

_____ . 1991. Orchidaceae. In: Fiuza de Melo, M.M.R., Barros, F., Wanderley, M. das G.L.,

Kirizawa, M., Jung-Mandaçolli, S.L. & Chiea, S.A.C., Flora fanerogâmica da Ilha do Cardoso

vol. 1. Instituto de Botânica, São Paulo: 142-152.

_____. 1996. Notas taxonômicas para espécies brasileiras dos gêneros Epidendrum, Platystele,

Pleurothallis, e Scaphyglottis (Orchidaceae). Acta Botânica Brasílica 10 (1): 139-151.

_____ , Catharino, E.L.M. 2001. Orchidaceae. In: Mamede, M.C.H., Cordeiro, I. & Rossi, L. 2001.

Flora Vascular da Serra da Juréia, município de Iguape, São Paulo, Brasil. Boletim do

instituto de Botânica 15: 113-115.

______. 2002. Notas nomenclaturais em Pleurothallidinae (Orchidaceae), principalmente

brasileiras. Bradea VIII(43): 293-297.

_____ , Batista, J.A.B. & Bianchetti. 2003. Epitypification and taxonomic elucidation of some

Brazilian taxa of Cyrtopodim R. Br. (Orchidaceae). Taxon 52: 841-849.

_____ , Pinheiro, F. 2004. Orchidaceae In: Pirani, J.R., Giulietti, A.M., Mello-Silva, R., Rapini, A.,

Cordeiro, I., Paganucci de Queiroz, L. & Zappi, D.C., Flora de Grão-Mogol, Minas Gerais,

Parte II Angiospermas E-O. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 22 (2).

Batista, J.A.N. & Bianchetti L. de B. 2003. Lista atualizada das Orchidaceae do Distrito Federal .

Acta Botânica Brasílica 17(2): 183-201.

Bocayuva, M.F., Moraes, M., Zaldini, C.A. & Forzza, R.C. The Orchidarium of Rio de Janeiro

Botanic Garden, Brazil. Selbyana : (no prelo)

Brade, A.C. 1956. A flora do Parque Nacional do Itatiaia. Boletim do Parque Nacional do Itatiaia 5:

1-112.

Câmara, I.G.1991. Plano de Ação para a Mata Atlântica. São Paulo, Fundação SOS Mata Atlântica,

Ed. Interação Ltda.

Campos Porto, P. 1915. Contribuição para o conhecimento da Flora Orchidaceae da Serra do

Itatiaia. Archivos Jardim Botânico do Rio de Janeiro VI: 106-126.

108

Page 125: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Chase, M.W., Cameron, K.M., Barrett, R.L. & Freudenstein, J.V. 2003. DNA dta and Orchidaceae

systematics: a new phylogenetoic classification. In: Dixon, K.W., Kell, S.P., Barret, R.L. &

Cribb, P.J, eds. Orchid Conservation. Natural History Publications (Borneo), Kota Kinabalu,

Sabah: 1-24.

Chase, M.W., Soltis, D.E., Soltis, P.S., Rudall, P.J., Fay, M.F, Hahn, W.H., Sullivan, S., Joseph, J.,

Givnish, T., Sytsma, K.J. & Pires, J.C. 2002. Higher-level systematics of the monocotyledons:

Na assessment of current knowledge and new classification. In: Eilson, K.L. & Morrison,

D.A. (eds.), Monocots: systematics and evolution. CSIRO Publishing, Collingwood: 3-16.

Christenson, E. 2004. Orchidaceae. In: Mori, S.A., Henderson, A., Stevenson, D.W. & Scott, N.H.

(eds.), Flowering plants of the Neotropics. Princenton University press, Princenton and

Oxford: 465-468.

Cites. 2005. Internet URL: http://www.cites.org.

Cogniaux, A. 1893-1896. Orchidaceae. In Martius C.F.P. von., Eichler, A.W. & Urban, I., Flora

Brasiliensis. Munchen, Wien, Leipzig, Flora Brasiliensis 3 (4): 1-652.

________. 1898-1902. Orchidaceae. In: Martius C.F.P. von., Eichler, A.W. & Urban, I., Flora

Brasiliensis. Munchen, Wien, Leipzig, Flora Brasiliensis 3 (5): 1-642.

________. 1904-1906. Orchidaceae. In: Martius C.F.P. von., Eichler, A.W. & Urban, I., Flora

Brasiliensis. Munchen, Wien, Leipzig, Flora Brasiliensis 3 (6): 1-588.

Costa, N.M.C. 2000. Análise do Parque Estadual da Pedra Branca (RJ) por geoprocessamento: uma

contribuição ao seu plano de manejo. Dissertação de Doutorado, Universidade Federal do Rio

de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.

Cribb, P.J, Kell, S.P., Dixon, K.W. & Barret, R.L. 2003. Orchid conservation: a global perspective.

In: Dixon, K.W., Kell, S.P., Barret, R.L. & Cribb, P.J, eds. Orchid Conservation. Natural

History Publications (Borneo), Kota Kinabalu, Sabah: 1-24.

Cronquist, A. 1981. An integrated system of classification of flowering plants. Columbia

Universsity Press, New York. 1262 p.

Dahlgren, R.M.T., Clifford, H.T. & Yeo, P.F. 1985. The families of the Monocotyledons. Springer

Vrelag, Berlin.

Dressler, R.L. 1981. The Orchids, Natural History and Classification. Harvard University Press,

Harvard, 314p.

_______. 1993. Field guide to the orchids of Costa Rica and Panama. Cornell University Press,

New York, 374 p.

_______. 1993. Phylogeny and Classification. Harvard University Press. Harvard.

109

Page 126: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Fernandes da Silva M. & Fernandes da Silva J. B. 2004. Orquídeas Nativas da Amazônia Brasileira

II. Editora Universidade Federal Rural da Amazônia e Museu Paranaense Emílio Goeldi, 540

p.

Font Quer, P. 1985. Diccionaria de Botânica. Labor, Barcelona, 1244p.

Fraga, C. N. & Peixoto, A. L. 2004. Florística e ecologia das Orchidaceae das restingas do estado

do Espírito Santo. Rodriguésia (54) 84: 5-20.

______. 2000. Ecologia, fitogeografia e conservação das Orchidaceae da restinga do estado do

Espírito Santo. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu

Nacional, Rio de Janeiro, 170p.

______.; Menezes, L. F. T. & Kollmann L. J. C. no prelo. Orchidaceae da restinga de Marambaia,

Rio de Janeiro, RJ. In: Menezes, L. F. T.; Araujo, D. S. D. & Peixoto, A. L. (org.), História

Natural da Marambaia, UFFRJ.

_______ & Menezes, L.F.T. 2000. Orchidaceae. In: Secretaria Municipal do Meio Ambiente do Rio

de Janeiro, eds. Espécies ameaçadas de extinção no do Rio de Janeiro: flora e fauna. Fundo

de Conservação Ambiental: 33-34

Freitas, M.M. 2003. Funcionalidade hidrológica dos cultivos de banana e territorialidades na

paisagem do Parque Municipal de Grumari, Maciço da Pedra Branca, Rio de Janeiro.

Dissertação de Doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 247 p.

Fundação Instituto Geotécnica do município do Rio de Janeiro. 2005. Sistema AlertaRio. Internet

URL: http:// www2.rio.rj.gov.br/georio/site/alerta/alerta.htm.

Fundação SOS Mata Atlântica/INPE. 2001. Atlas dos remanescentes dos remanescentes florestais

do Rio de Janeiro.

Fundação SOS Mata Atlântica/INPE. 1992-1993. Evolução dos remanescentes florestais da Mata

Atlântica e ecossistemas associados no período de 1985-1990. São Paulo.

Garay, L.A. 1980. A Generic Revision of the Spiranthinae. Botanical Museum Leaflets Harvard

University 28: 278-425.

Gentry, A. & Dodson, C. H. 1987. Diversity and biogeography of neotropical vascular epiphytes.

Ann. Missouri. Bot. Gard. 74: 205-23

Golding, J.S. & Timberlake, J. 2003. How Taxonomists Can Bridge The Gap Between Taxonomy

and Conservation Science. Conservation Biology 17(1):1177-1178.

_______. 2002. Southern African plant red data lists. Report series 14. Southern African Botanical

Diversity Network, Pretoria.

Gonçalves, C.N. & Waechter, J.L. 2003. Aspectos florísticos e ecológicos de epífitos vasculares

sobre figueiras isoladas no Norte da planície costeira do Rio Grande do Sul. Acta Botânica

Brasílica 17(1): 89-100. 2003.

110

Page 127: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

González-Díaz, N. & Ackerman, J.D. 1988. Pollination, fruit set, and seed production in the orchid,

Oeceoclades maculata. Lindleyana 3(3): 150-155.

Graeff, A.R. & Pagani, Y.V. 1996. A associação fogo-capim-gordura e o desaparecimento de

Alcantarea imperialis. Bromélia 3(1): 13-15.

Hágsater, E. 1988. Epidendra Nova et Criticae 4: nuevas especies del complejo Epidenrum difforme

de Mexico y CentroAmerica. Orquídea (Méx.) 11: 23-50.

Hoehne, F.C. 1940. Orchidaceae. In: Hoehne F.C., ed., Flora brasilica 12(1): 1-254.

______. 1953. Orchidaceae. In: Hoehne F.C., ed., Flora brasilica 12(7): 1-254.

Holmgren, P., Holmgren, N.H. & Barnett, L. 1990. Index herbariorum. 8th ed. New York (New

York Botanical Garden).

Instituto Brasileiro de Administração Municipal – IBAM, Superintendência de Desenvolvimento

Urbano e Meio Ambiente – DUMA. 1998.Guia das Unidades de Conservação Ambiental do

Rio De Janeiro. Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Meio

Ambiente – SMAC.

IUCN. 1998. Orchidaceae. In: Walter K.S. & H.J. Gillet, eds. 1997 IUCN Red List of Threatened

Plants. IUCN- The Wordl Conservatio Union, Gland, Switzerland and Cambridge: 689-726

Leoni, L.S. 1991. Contribuição para o conhecimento da família Orchidaceae na Serra da Araponga

(Levantamento preliminar). Pabstia 4: 1-19.

_____ . 1993. Orchidaceae em Carangola, Minas Gerais: Ecologia e Fitogeografia. Pabstia 5: 1-8.

_____ . 1994. Orchidaceae do Vale do Rio Carangola, MG. Pabstia 5 : 5-18.

_____ . 1994. Orchidaceae. In: M. do. C.M Marques (ed.), Mapeamento da cobertura vegetal e

listagem das espécies ocorrentes na Área de Proteção Ambiental de Cairuçu, de Parati, Rio de

Janeiro. Série Estudos e Contribuições Nº 13, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio

de Janeiro: 90-92.

Luer, C.A. 1972. The native orchids of Florida. The New York Botanical Garden, W.S. Cowell

Ltd., Butter Market, Ispwish, England, 293p.

_____. 2002. A systematic method of classification of the Pleurothallidinae versus a strictly

phylogenetic method. Selbyana 23(1): 57-110.

Lugo, A. E. 1988. Estimative reductions in the diversity of tropical forest species. In E. Wilson.

Biodiversity. National Academy Press, Washington: 58-70 .

Meirelles, S.T. & Pivello, V.R. & Joly, C.A. 1999. The vegetation of granite rock outcrops in Rio

de Janeiro, Brazil, and the needs fo its protection. Environmental Conservation 26(1): 10-20.

Mello, A.C.G. 2002. Orchidaceae da lha Cabo Frio, de Arraial do Cabo, RJ. Dissertação de

mestrado, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 57p.

111

Page 128: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Menezes, L.C. 2000. Orquídeas / Orchids genus Cyrtopodium: espécies brasileiras, brazilian

species. Ed. IBAMA, Brasilia, Brasil, 208p.

Menini Neto, L. & Forzza, R.C. Orquídeas do Parque estadual de Ibitipoca, Minas Gerais. CAOB

48: 35-40.

__________ , Assis L.C. de S. 2004. A família Orchidaceae em um fragemnto de floresta estacional

semidecidual, no município de Barroso, Minas gerais, Brasil. Lundiana 4 (1) 9-27.

__________ , Almeida, V.R. & Forzza, R.C. 2004. Orchidaceae da Reserva Biológica da Represa

do Grama, Descoberto, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 55: 137-156.

Miller, D. & Warren, R. 1996. Orquídeas do Alto da Serra da Mata Atlântica Pluvial do Sudeste do

Brasil. Salamandra Consultoria Editorial SA. Rio de Janeiro, Brasil, 256p.

Miranda, F.E.1992. Orchidaceae. In L.E. Mello Filho, G.V, Sommer and A.L. Peixoto, eds.

Centuria plantarum brasiliensis exstintionis minitata. Sociedade Botânica do Brasil-SBB /

IBAMA: 93-106

_______. & Oliveira, R.R. 1983. Orquídeas rupícolas do Morro do Pão de Açúcar, Rio de Janeiro.

Atas da Sociedade Botânica do Brasil 1(18): 99-105.

Mittermeier, R.A. 1999. Hotspots: Earth’s biologically richest and most endangered terrestrial

ecoregions- CEMEX. Conservation International. Agrupacíon Sierra Madre.S.C. Mexico

City.

Moraes, M.M. & Bocayuva, M.F. in press. Orchidaceae da Reserva Biológica do Tinguá In: 18th

World Orchid Conference, Dijon, França.

Mori, S. A. 1992. Neotropical floristics and inventory: Who will do the work?. Brittonia 44(3): 372-

375.

Muller-Dumbois, D. & Ellemberg, H. 1994. Aims and methods of vegetation ecology. New York,

J.Wiley e Sons Press.

Oliveira, R.R. dados não publicados. Funcionalidade Ecológica da Mata Atlântica no Maciço da

Pedra Branca.

Pabst, G. F. J. & Dungs, F. 1975. Orchidaceae Brasilienses I. Hildesheim: Kurt Schmersow, 408p.

_____. & Dungs, F. 1977. Orchidaceae Brasilienses II. Hildesheim: Kurt Schmersow, 418p.

_____.1967a. As orquídeas do estado da Guanabara. Orquídea 28(2): 100-113.

_____.1967b. As orquídeas do estado da Guanabara. Orquídea 28(3): 169-182.

_____.1967c. As orquídeas do estado da Guanabara. Orquídea 28(4): 222-242.

_____.1967d. As orquídeas do estado da Guanabara. Orquídea 28(5): 274-288.

_____.1967e. As orquídeas do estado da Guanabara. Orquídea 28(6): 316-350.

112

Page 129: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Peixoto, A.L., Teixeira da Rosa, M.M. & Silva, I.M. 2002. Caracterização da Mata Atlântica. In:

Sylvestre, L. da S. & Teixera da Rosa, M.N. Manual metodológico para estudos botânicos na

Mata Atlântica: 9-23

Pereira, O.J. & Araújo, D.S.D. 2000 Análise florística das restingas dos estados do Espírito Santo e

Rio de Janeiro. In: F.A. Esteves & L.D. Lacerda (eds.) Ecologia de Restingas e Lagoas

Costeiras. NUPEM/UFRJ, Macaé, Rio de Janeiro. p. 25-63.

Pimm, S. L.; Russel, G. T.; Gittelman, J. A. & Books, T. M. 1995. The future of biodiversity.

Science 269: 347-350.

Pinheiro, F.1999. Orchidaceae do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói, Rio de Janeiro.

Dissertação de mestrado, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 123 p.

Pridgeon, A.M. and M.W. Chase. 2001. A phylogenetic reclassification of Pleurothallidinae

(Orchidaceae). Lindleyana 16(4): 235-271.

______ , Cribb, P.J., Chase, M.W. & Rasmussem, F.N. 1999. Genera Orchidacearum, volume 1.

Oxford University Press, New York, 193p.

______ , Cribb, P.J., Chase, M.W. & Rasmussem, F.N. 2001. Genera Orchidacearum, volume 2.

Oxford University Press, New York, 258p.

______ , Cribb, P.J., Chase, M.W. & Rasmussem, F.N. 2003. Genera Orchidacearum, volume 3.

Oxford University Press, New York, 358p.

Rizzini, C. T. 1997. Tratado de fitogeografia do Brasil. Âmbito Cultural Edições Ltda,

Rodrigues, J.B. 1877. Genera et species orchidacearum novarum. Paris, France, 209 p.

________ , 1881. Revista de Engenharia 3.

________ , 1891. Genera et Species Orchidearum novarum 3, Vellosia 2nd ed.

________. 1882. Genera et species orchidacearum novarum. Paris, France, 295 p.

________. 1991. Icnographie des orchidées du Brésil. In: Sprunger, S. (ed.). Basle, Reinhard,

Vol.2. 540 p.

Romero-Gonzalez, G.A. 1999. Notes on the species of Cyrtopodium (Cyrtopodiinae, Orchidaceae)

from the Venezuelan Guayna. Harvard Papers in Botany 4(2): 505-518.

Saddi, E.M., Lopes, R.L. & Andreata, R.H.P. 2004. Floristics and conservation of Orchidaceae Rio

das Pedras Reserve Selbyana 25: (no prelo).

Saldaña, L.M.S. e Hágsater, E. 1998. Estudo Taxonômico do grupo Epidendrum difforme

(Orchidaceae). In: Atas da 15º Conferência Mundial de Orquídeas: 235-244.

Secretaria do Estado do Meio Ambiente (SEMA) e Deutsche Gesellschaft für Technische

Zusammenarbeit - GTZ (GmbH), 1995. Lista Vermelha das Plantas Ameaçadas de Extinção

no Estado do Paraná. Internet URL: http://www.bdt.fat.org.br/redflora.

113

Page 130: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo 2004. Lista oficial das espécies da flora do

Estado de São Paulo ameaçadas de extinção. Diário Oficial do Estado de São Paulo,

Resolução SMA 48. Internet URL: http://www.ibot.sp.gov.br/resolucao_

sma48/resolucao48.htm.

Sherpherd, G.J. 1984. Fitopac 1: Manual do Usuário, Campinas, Unicamp, São Paulo, Brasil.

Stern, W.L. 1988. The Long-Distance Dispersal Of Oeceoclades maculata. American Orchid

Society Bulletin

Ter Steege, H.M., Jansen-Jacobs, M.J. and Datadin, V.K. 2000, Can Botanical collections assist in a

national protected area strategy in Guyana?. Biodiversity and Conservation 9: 215-240.

Veloso, H.P., Filho, A.L.R.R. & Lima, J.C.A. 1991. Classificação da vegetação brasileira, adaptada

a um sistema universal. IBGE, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais,

123 p.

114

Page 131: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

V. ANEXOS

115

Page 132: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda
Page 133: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda
Page 134: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda
Page 135: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda
Page 136: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda
Page 137: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Cobertura Original da Mata Atlântica: 97% Remanescentes: 16%Florestas: 17358 ha Mangue: 452 ha Restinga: 1017 ha

Atualmente

Figura 1. Cobertura da floresta atlântica no município do Rio de Janeiro

(Fonte: www.sos.mataatlantica.com.br).

Page 138: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Figura 2. A. Parque Municipal Natural da Prainha. B. Detalhe do afloramento rochoso do Morro Caeté. C. Vegetação afloramento rochoso Morro da Boa Vista. D. Mata a partir de 350 m dealtitude. E. Mata de entorno do Morro da Boa Vista (“Bosque das Myrtaceae”). (A-B. JoãoRamalho de Castro. C-E. Bocayuva).

A

B

C

D E

Page 139: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda
Page 140: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda
Page 141: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda
Page 142: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda
Page 143: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

A B

C D

Figura 6. A-B Brassavola tuberculata; C-D. Catasetum luridum; E. Cattleya forbesii;F. Cattleya guttata (A-B. Zaldini; C. Bocayuva. D-F. Zaldini).

E F

Page 144: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda
Page 145: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Figura 7. A-B. Cyclopogon longibracteatus; C-D. Cyrtopodium gigas; E-F. Cyrtopodiumglutiniferum (A . Zaldini; B. Bocayuva; C-F. Zaldini)

FE

DC

BA

Page 146: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda
Page 147: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Figura 8. A-B. Epidendrum ammophilum; C. Epidendrum filicaule; D. Epidendrumdifforme; E. Epidendrum rigidum (A-C. Zaldini; D. Bocayuva; E. Zaldini).

A

D

C

E

B

Page 148: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Figura 7. A-B. Prescottia plantaginea; D-E. Sarcoglottis grandiflora (A-C.Zaldini).

A

C

B

ED

A

Page 149: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda
Page 150: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

A B

C D

Figura 9. A-B. Gomesa cripa; C. Maxillaria marginata; D. Maxillaria pachyphylla;E. Isochilus linearis; F. Oeceoclades maculata (A-D. Zaldini; E. Menini-Neto; F. Zaldini)

FE F

Page 151: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Figura 10. A. Pleurothallis grobyi; B. Pleurothallis muscosa; C. Pleurothallis pardipes;D. Polystachya estrellensis; E. Oncidium longipes; F. Sophronitis cernua (A-D. Zaldini;E. Bocayuva; F. Zaldini).

D

BA

C D

FE

Page 152: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Figura 11. A-B. Prescottia plantaginea; C-D. Sarcoglottis grandiflora (A-C.Zaldini).

A

C

B

DC

A

Page 153: InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro ... · ii InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro EscolaNacionaldeBotânicaTropical AfamíliaOrchidaceaenoParqueNaturalMunicipalda

Figura 12. A-B . Queimada no Morro da Boa Vista em Outubro de 2002; C. Vegetaçãorestaurada (bloom de Alcantarea glaziouna (Lem.) Leme na mesma localidade em Outubro

de 2004; D. Vestígios da ação do fogo; E. Ocupação maciça de Melinis minutiflora P.Beauv.(capim-gordura) no Morro da Boa Vista (A-E. Bocayuva).

A

B

C

D

E