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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – AJES ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM INCLUSÃO SOCIAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Sandra de Fátima Garcia Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo

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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – AJES

ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM INCLUSÃO

SOCIAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Sandra de Fátima Garcia

Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo

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ARAPUTANGA/2013

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA – AJES

ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM INCLUSÃO

SOCIAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Sandra de Fátima Garcia

Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo

“Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Especialização em Psicopedagogia com Ênfase em Inclusão Social na Educação Infantil."

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ARAPUTANGA/2013 AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela força e sabedoria para vencer mais esta etapa.

A minha família, irmãs e amigas pelo apoio.

A todos os professores do curso de Pós Graduação pela competência e

dedicação que tiveram no decorrer do curso.

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Divino e Izabel

(in memoriam), que tiveram

diante de si o tempo todo, o

desafio de trabalharem, de

transformarem- se e de

cuidarem de outras vidas,

incluindo a minha.

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Poeira

Os homens parecem soberbos gigantes

Que se agitam febris num insano trabalho,

Se esfalfam,

Se enervam,

Se matam

Se atraem

E repelem,

Num moto contínuo

Altivos senhores

Supõe-se os melhores.

Os menos capazes

sucumbem na luta,

Ou choram de mágoa,

Ou mordem de inveja.

Mas lá do infinito,

Os grandes e os párias

Parecem iguais:

Poeira que dança na réstia de vida,

Poeira que brilha num raio de sol.

Helena Kolody

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RESUMO

Este trabalho é resultado de uma pesquisa de caráter bibliográfico,

mostrando a Importância do Lúdico na Educação Infantil como processo de

socialização das crianças, como também sua importância no processo de ensino e

aprendizagem através dos jogos, dos brinquedos, das brincadeiras. Com subsídios

teóricos encontrados no documento RCNEI (BRASIL,1998), bem como em vários

autores como: KISHIMOTO (2003) e BETTELHEIM (1998), dentre outros, que

enfatizam a importância dos jogos e brincadeiras.

O trabalho aponta diversas formas de utilizarem-se os jogos e brincadeiras

como suporte para o desenvolvimento emocional, social e cognitivo da criança.

Informa aos professores da Educação Infantil que o brincar da criança não pode ser

considerado só como uma atividade complementar a outras de natureza dita

pedagógica, mas, sim como atividade fundamental para a constituição de sua

identidade cultural e de sua personalidade.

Palavras-chave: Ludicidade, Brincadeiras, Atividades Lúdicas; Educação Infantil.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................07

1. CAPÍTULO I.

A Infância e o Brincar.......................................................................................... .....09

1.1 O brincar na Pré-Escola...................................................................................... 11

1.2 A criança, a educação e o brinquedo.................................................................. 12

2. CAPÍTULO II

Os jogos lúdicos.........................................................................................................16

2.1 Subsídios dos jogos e brincadeiras na educação infantil.................................... 19

2.2 O papel do educador em relação ao lúdico..........................................................21

3. CAPÍTULO III........................................................................................................ 26

A importância do brincar no desenvolvimento emocional cognitivo e social da

Criança...................................................................................................................... 23

3.1 A brinquedoteca como facilitadora do processo de socialização, ensino e

aprendizagem das crianças da educação infantil...................................................... 24

CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................27

REFERÊNCIAS........................................................................................................ .28

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INTRODUÇÃO

Na Educação Infantil as brincadeiras são indispensáveis ao processo de

desenvolvimento e aprendizagem dos alunos. Neste sentido, o objetivo deste

trabalho é relatar a importância do lúdico na Educação Infantil, analisar suas

contribuições no desenvolvimento das crianças e compreender o jogo e a

brincadeira como recursos pedagógicos. O brincar faz parte do mundo da criança,

assim, ela aprende melhor e socializa-se com facilidade, apreende o espírito de

grupo, a tomar decisões e percebe melhor o mundo dos adultos.

Através das brincadeiras, as crianças constroem conhecimentos e

desenvolvem a atenção, agilidade, associação, coordenação motora, entre outros.

Quando as crianças brincam, elas ativam a imaginação, criam suas próprias

maneiras de brincar, desenvolvem-se sem perceber, o que contribui para a

construção da sua autonomia e personalidade. Entretanto, o trabalho com as

atividades lúdicas, principalmente na Educação Infantil, pressupõe uma

intencionalidade educativa e isto quer dizer: planejar, prever etapas para alcançar

objetivos definidos e extrair do jogo as atividades que lhe forem decorrentes.

Através dos jogos lúdicos, do brinquedo e da brincadeira, desenvolve-se a

criatividade, a capacidade de tomar decisões e ajuda no desenvolvimento motor da

criança, além destas razões, tornam as aulas mais atraentes para os alunos, e são a

partir de situações de descontração que o professor poderá desenvolver diversos

conteúdos, gerando uma integração entre as matérias curriculares.

Desta forma, a brincadeira está mais ligada ao sentido de gratuidade, de

uma ação livre de compromissos, com possibilidades da existência de regras

flexíveis e determinadas, enquanto a brincadeira durar, por aqueles que dela

participam. O jogo também possui regras que são modificadas, geralmente, quando

o interesse daqueles que jogam diminui, sendo, portanto, também flexíveis. O

brinquedo é o objeto manuseado, manipulado no desenvolvimento da atividade

lúdica, portanto pode ser utilizado como tal, também, nos jogos.

As atividades lúdicas são fundamentais na formação das crianças, e

verdadeiras facilitadoras dos relacionamentos e das vivências no contexto escolar,

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pois a mesma promove a imaginação e, principalmente, as transformações de

sujeito em relação ao seu objeto de aprendizagem.

Para esse trabalho, utilizou-se como metodologia, a pesquisa bibliográfica

pautada no documento RCNEI (BRASIL,1998) e nos autores KISHIMOTO (2003);

BETTELHEIM (1998), dentre outros. Assim, esse trabalho encontra-se estruturado

da seguinte forma: A infância e o Brincar; O brincar na Pré-Escola; A criança, a

educação e o brinquedo; O papel do educador em relação ao lúdico; Os jogos

lúdicos; Subsídios dos jogos e brincadeiras na educação infantil; A importância do

brincar no desenvolvimento emocional, cognitivo e social da Criança; A

brinquedoteca como facilitadora do processo de socialização, ensino e

aprendizagem das crianças da educação infantil e por último, as Considerações

finais.

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1. CAPÍTULO I

A INFÂNCIA E O BRINCAR

O significado e a noção de criança e infância é algo historicamente

construído, ele possui perspectivas diferentes de acordo com a sociedade. A criança

não pode ser vista como algo que independe das relações de mundo, como algo já

previsto ou descontextualizado.

Segundo BRASIL (1998, p. 21), A criança como todo ser humano, é um

sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida

em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento

histórico.

As crianças, segundo BRASIL (1998), possuem uma natureza singular, que

as caracteriza como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio.

Como ressalta WAYSKOP (1995), é na situação de brincar que as crianças se

podem colocar desafios e questões além de seu comportamento diário, levantando

hipóteses na tentativa de compreender os problemas que lhes são propostos pelas

pessoas e pela realidade com a qual interagem. Quando brincam, ao mesmo tempo

em que desenvolvem sua imaginação, as crianças podem construir relações reais

entre elas e elaborar regras de organização e convivência.

Simultaneamente a esse processo, ao reiterarem situações de sua

realidade, modificam-nas de acordo com suas necessidades. Ao brincarem, as

crianças vão construindo a consciência da realidade, ao mesmo tempo em que já

vivem uma possibilidade de modificá-la.

Portanto, a brincadeira é uma situação privilegiada de aprendizagem onde o

desenvolvimento pode alcançar níveis mais complexos, exatamente pela

possibilidade de interação entre os pares em uma situação imaginária e pelal

negociação de regras de convivência e de conteúdos.

Todo jogo e toda a brincadeira pressupõe uma cultura específica que pode

ser denominada cultura lúdica, um conjunto de procedimentos que tornam a ação do

jogo e a atuação dos que brincam possíveis. Para KISHIMOTO (2008, p.24),

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Dispor de uma cultura lúdica é dispor de um número de referências que permitem interpretar como jogo atividades que poderiam não ser vistas como tal para outras pessoas..

A ação de brincar não pressupõe a utilização apenas de elementos do

imaginário, pode-se também combinar situações reais vivenciadas com outras do

universo da imaginação. Essa adesão do real com o imaginário promove a

recombinação criativa das experiências vividas com suas ideias virtuais e também

dos materiais como que se brinca; estes podem receber a denominação de

brinquedo. De acordo com BROUGÉRE (1998, p.20), "brincar não é uma dinâmica

interna do indivíduo, mas uma atividade dotada de significação social que, como

outras, necessitam de aprendizagem."

Outra modalidade de brincadeira presente na vida da criança é o jogo de

regras que se torna participante do cotidiano em que se estabelecem parâmetros

para que a brincadeira possa ocorrer, na maioria das vezes essas regras possuem

como parâmetro inicial as regras gerais da sociedade.

Como enfatiza FRIEDMAN (1996), as regras podem ser de dois tipos, as

transmitidas, aquelas que se tornam “institucionais”, em que a ação dos mais velhos

acabam determinando a ação dos outros mais jovens e dessa forma vão sendo

passadas e legitimadas, são os mais velhos que trazem as regas para a brincadeira;

e as regas espontâneas que possuem natureza momentânea, que são criadas de

acordo com a necessidades dos seres brincantes.

No momento em que a criança brinca, pode-se considerar que ali existe o

lúdico em ação. Quando brinca a criança pode fazê-lo de diversas formas, como nos

jogos de exercício, faz-de-conta, simbólico e até mesmo jogos de regras.

Estudando o lúdico e suas implicações, se torna possível perceber algumas

definições distintas para as diversas formas de brincar e consequentemente os

elementos que o compõem. Como confirma VYGOTSKY e LURIA (2001, p.122):

O grande desafio proposto pelo brinquedo e pelas atividades principais é compreender, a partir da origem e do desenvolvimento do próprio brinquedo, as conexões psíquicas que aparecem e são formadas na criança durante o período em que essa é a atividade principal.

Certamente, porque a brincadeira, na sua visão, cria uma zona de

desenvolvimento proximal, permitindo que as ações da criança ultrapassem o

desenvolvimento já alcançado (desenvolvimento real), impulsionando-a a conquistar

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novas possibilidades de compreensão e de ação sobre o mundo. VYGOTSKY

(2007, p.118) esclarece que:

Em resumo, o brinquedo cria na criança uma nova forma de desejos. Ensina-a a desejar, relacionando seus desejos a um “eu” fictício, ao seu papel no jogo e suas regras. Dessa maneira, as maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade.

Portanto, pode-se concluir que a brincadeira auxilia o desenvolvimento da

criança de forma tão intensa e marcante que a criança leva todo o conhecimento

adquirido nesta fase para o resto de sua vida.

1.1 O BRINCAR NA PRÉ-ESCOLA

Ao longo do ensino pré-escolar o mais importante é a brincadeira, pois será

através dela que as crianças terão a oportunidade de aprender muitas coisas novas.

Para MOYLES (2002), o brincar é sinônimo de exploração de experiências em

situações diferenciadas com vários objetivos. Experiências práticas em situações

reais, que apresentam determinadas regras ou tão somente, situações que

estabelecem a ligação da criança com o brincar. Pois, parte de um princípio, qual

seja, conhecer a individualidade da criança, para agir no seu conhecimento sem

atrapalhar a sua infância, sem assustá-la e, de maneira agradável, sem que suspeite

que esteja sendo observada, analisada e, provavelmente, experimentada.

As brincadeiras e jogos completam o mundo mágico infantil, porque é uma

das principais formas de interagir e descobrir do ser humano, através da auto

descoberta e vivências da própria criança, partindo da percepção de seus limites e

de suas possibilidades, explorando seu ambiente por intermédio do lúdico, de uma

maneira saudável e produtiva, contribuindo assim, para a integração de suas

primeiras experiências culturais.

Com base no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil

(BRASIL, 1998), o trabalho direto com crianças pequenas exige que o professor

tenha uma competência polivalente. Nesse sentido, cabe ao professor trabalhar

conteúdos de natureza diversos, abrangendo desde cuidados básicos essenciais ao

conhecimento específico proveniente das diversas áreas do conhecimento. Assim, o

profissional da Educação Infantil deve tornar-se, ele também, um aprendiz, refletindo

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sempre sobre sua prática direta com as crianças e observando, registrando,

planejando e avaliando seu trabalho.

Ainda conforme BRASIL (1998), para que o professor da Educação Infantil

obtenha resultados positivos com relação a sua prática pedagógica, é essencial que

suas ações sejam planejadas e compartilhadas com outros profissionais da

instituição, os familiares e as crianças, promovendo a interação em situações

diversas. É preciso que o professor considere conhecimentos prévios de qualquer

natureza que a criança já possui, respeite a individualidade e a diversidade, e que

promova atividades desafiadoras, porém significativas, considerando a resolução de

problemas como forma de aprendizagem.

Nesse sentido, cabe ao professor mediar práticas como eventos,

estimulação do interesse e da motivação, saber ouvir e responder, adequadamente,

às crianças, estimulá-las ao sucesso, garantir a afinidade de todas as crianças,

respeitando sua capacidade, conservar seu bom humor, manter-se agradável para

si, para as crianças e, finalmente, aceitar e trabalhar os erros, e com isso, espera-se

obter resultado positivo com relação ao desenvolvimento da criança.

De acordo com KISHIMOTO (1994), o lúdico é um instrumento de

desenvolvimento da linguagem e do imaginário, como um meio de expressão de

qualidades espontâneas ou naturais da criança, um momento para observar a

criança que expressa através dele sua natureza psicológica e suas inclinações.

Momento, esse, de aprender valores importantes, socialização e a internalização de

conceitos de maneira significativa.

Percebe-se que o lúdico no processo ensino/aprendizagem é muito

importante para as crianças, pois elas se identificam com jogos e brincadeiras.

Brincar faz com que elas aprendam, mesmo sem perceber, de forma eficaz, pois, um

ensino que cause desprazer pode gerar traumas e aversão aos estudos e isso seria

uma consequência grave, entretanto, se o ensino acontece de maneira prazerosa,

pode despertar uma vontade maior pelos estudos.

1.2 A CRIANÇA, A EDUCAÇÃO E O BRINQUEDO

Na sociedade existe uma confusão muito grande em relação à natureza do

jogo, seja ele de uma prática social, fenômeno psicológico ou cultural. No cotidiano

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fica-se sobrecarregado de trabalhos, problemas e preocupações e as crianças

acabam sofrendo, pois os pais andam tão ocupados que não sobra tempo para a

brincadeira e divertimento junto aos filhos. As pessoas são frutos dessa corrida

desenfreada, que é a vida, tornando-se alienadas, descomprometidas e sem

iniciativas e aceitando tudo que lhe é imposto. Como propõe ALMEIDA (1992, p. 34):

Dessa forma, a criança, o jovem e até mesmo o adulto neutralizados em consciência de “ser” no mundo são bom bombardeados por um “falso” jogo que lhes promete alegrias, poder, riqueza, prazer e descanso, associados à idéia de consumo, cujo conceito-chave se define no esbanjamento, redundância e alienação.

Esse falso jogo a que o autor se refere reveste-se de brinquedos, programas

de TV e rádios, computadores e outros que são usados para desviar o ser humano

dos problemas que ocupam. O falso jogo não visa à formação, à educação, mas a

doutrina consumista, cuja meta é a imposição do produto e neutralização das

pessoas nos aspectos mais essenciais. Com tudo isso, a criança, sem saber o

porquê das coisas, é capaz de sorrir, brincar e acreditar num mundo melhor. Sem

saber do destino que lhe foi designado e daquilo que lhe será cobrado mais tarde.

Como se não fosse suficiente o desencontro da família, a cobrança por parte

da escola, a criança ainda é vítima da televisão. Esta procura seduzir com

desenhos, comerciais, filmes e, desde cedo, as levando a uma imposição dos

valores de consumo, submissão, sonhos, ilusões e assim preparando-as para serem

cidadãos do amanhã. Analisando os meios de comunicação, percebe-se como pode

ser perigoso se a criança for envolvida pelos conteúdos da programação e pela

forma dominadora que a falsa alegria proporciona nas pessoas em geral, não se

pode saber o efeito nas crianças. ALMEIDA (1992), enfatiza que:

Dessa forma a criança, o jovem e mesmo o adulto neutralizados em sua consciência de “ser” no mundo, são bombardeados por um “falso” jogo que lhes promete alegrias, poder, riqueza, prazer, descanso, associados à ideia de consumo, cujo conceito-chave se define no esbanjamento, redundância e alienação. (p.34).

Nesse contexto, absorvida pelo brinquedo a criança não joga mais, não

explora mais, não cria e nem representa concretamente seu pensamento, valores,

mas torna-se objeto do verdadeiro objeto. É fundamental compreender que o

conteúdo do brinquedo não determina a brincadeira da criança. Ao contrário, o ato

de brincar (jogar, participar) é que revela o conteúdo do brinquedo. A criança, ao

puxar alguma coisa, torna-se cavalo; ao brincar com areia, torna-se pedreiro; ao se

esconder, torna-se guarda. Nada é mais adequado à criança do que o manuseio de

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materiais como: pedras, bolinhas, papéis, madeira, pois assim ela estará construindo

seu pensamento e raciocínio lógico através de materiais que fazem parte da sua

vida.

Entretanto, uma educação baseada simplesmente no jogo (diversão) seria

insuficiente, pois isolaria o homem, transformando o viver num mundo ilusório. Por

outro lado uma educação baseada simplesmente no trabalho, no sentido de produzir

resultados, criaria um ser formal, técnico, destruindo dentro de si o sentido da vida,

da participação, da construção e da satisfação do próprio viver.

Assim, o trabalho desenvolvido na escola deve ser equilibrado entre as duas

concepções, isto é, a criança habituada ao esforço (produto do saber), ao instruir, ao

divertir-se, penetra em todas as relações da vida enquanto se desenvolve e se

define, no momento em que se prepara para o trabalho real (que lhe dará

sobrevivência e sua condição de ser e de cidadania na sociedade). Sobre isso,

ALMEIDA (1992, p. 61), afirma:

(...) é preciso compreender claramente que o trabalho escolar de ser mais que um jogo e menos que um trabalho (restrito). É o equilíbrio entre esforço e o prazer, instrução e diversão, educação e vida nas escolas materiais e jardins, será ainda quase um jogo, um divertimento, um desafio, nas séries mais avançadas, estará próximo do trabalho (produção, elaboração, esforço, busca, descoberta do conhecimento).

Pode-se entender como recursos lúdicos todos os materiais pertencentes ao

cotidiano da criança, que esteja inserido no seu meio social e, onde os utilizar, ela

seja capaz de construir ideias, pensamentos, obter raciocínios lógicos, chegar a

resolução de problemas, enfim, descobrir e querer transformar sua realidade. Muitas

vezes fica a dúvida de quais materiais que se possui em sala de aula são recursos

lúdicos realmente, é preciso observar e identificar quais os “brinquedos” mais

significativos para as crianças e assim utilizá-los como recursos didáticos.

Utilizar os recursos lúdicos não significa apenas brincar, e sim desenvolver

nas crianças a criticidade, a criatividade, a consciência, e torná-las transformadoras

e aptas a escolherem por si mesmas os conteúdos interessantes que desejam

estudar e construam, prazerosamente, o conhecimento e ainda serem capazes de

vivenciar atitudes de vida coletiva, solidária e de participação democrática. Sobre

isso, ALMEIDA (1992, p.13), esclarece que:

A educação lúdica está distante da concepção ingênua de passatempo, brincadeira vulgar, diversão superficial. Ela é uma ação incrente na criança, no adolescente, no jovem e no adulto e aparece sempre com forma transacional em direção a algum conhecimento, que se define na

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elaboração constante do pensamento individual em permutações com o pensamento coletivo.

Assim, as escolas que adotam o lúdico têm por finalidade promover a

interação social, desenvolver as habilidades físicas e intelectivas dos alunos, formar

a postura de estudante, levando-o a organizar e preparar seu material, viver em

grupo, trocar idéias, saber ouvir e participar, descobrir coisas novas, participar de

jogos variados de forma ordenada, interiorizar regras do convívio em grupo e muitas

outras habilidades. Sabendo-se das características de uma educação que utilize o

brinquedo como recurso didático, com o qual faz com que as crianças se

desenvolvam sem perceber, cabe aos educadores de educação infantil.

De acordo com ALMEIDA (1992, p. 62), “É preciso dúvida reencontrar

caminhos novos para a prática pedagógica escolar, uma espécie de libertação, de

desafio, uma luz na escuridão.... A educação lúdica pode ser uma boa alternativa.”

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2. CAPÍTULO II

OS JOGOS LÚDICOS

Vive-se em uma época que a tecnologia avança aceleradamente, inclusive

na educação, mas as atividades lúdicas não podem ser esquecidas no cotidiano

escolar; porque a alternativa de trabalhar de maneira lúdica em sala de aula é muito

atraente e educativa. Segundo RONCA (1989, p. 27):

O movimento lúdico, simultaneamente, torna-se fonte prazerosa de conhecimento, pois nele a criança constrói classificações, elabora seqüências lógicas, desenvolve o psicomotor e a afetividade e amplia conceitos das várias áreas da ciência.

Percebe-se desse modo, que brincando a criança aprende com muito mais

prazer, destacando que o brinquedo, é o caminho pelo quais as crianças

compreendem o mundo em que vivem e são chamadas a mudar. É uma

oportunidade de desenvolvimento, pois brincando a criança experimenta, descobre,

inventa, exercita, vivendo assim uma experiência que enriquece sua sociabilidade e

a capacidade de se tornar um ser humano criativo. Para VYGOTSKY (1989, p.84):

As crianças formam estruturas mentais pelo uso de instrumentos e sinais. A brincadeira, a criação de situações imaginárias surge da tensão do individuo e a sociedade. O lúdico liberta a criança das amarras da realidade.

Verifica-se, portanto, que as atividades lúdicas propiciam à criança a

possibilidade de conviver com diferentes sentimentos, os quais fazem parte de seu

interior, elas demonstram através das brincadeiras como vê e constrói o mundo,

como gostaria que ele fosse, quais as suas preocupações e que problemas a estão

atormentando, ou seja, expressa na brincadeira o que tem dificuldade de expressar

com palavras.

Aliar atividades lúdicas ao processo de ensino e aprendizagem pode ser de

grande valia, para o desenvolvimento do aluno, e um exemplo de atividade que

desperta muito o interesse do aluno é o jogo. De acordo com KISHIMOTO (1994, p.

13):

O jogo como promotor da aprendizagem e do desenvolvimento, passa a ser considerado nas práticas escolares como importante aliado para o ensino, já que colocar o aluno diante de situações lúdicas como jogo pode ser uma boa estratégia para aproximá-lo dos conteúdos culturais a serem veiculados na escola.

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Dessa maneira percebe-se a necessidade do professor de pensar nas

atividades lúdicas nos diferentes momentos de seu planejamento. Lembrando que o

jogo e a brincadeira exigem partilhas, confrontos, negociações e trocas, promovendo

conquistas cognitivas, emocionais e sociais.

Destacando ainda mais a importância do lúdico, conforme as palavras de

RONCA (1989, p.27):

O lúdico permite que a criança explore a relação do corpo com o espaço, provoca possibilidades de deslocamento e velocidades, ou cria condições mentais para sair de enrascadas, e ela vai então, assimilando e gastando tanto, que tal movimento a faz buscar e viver diferentes atividades fundamentais, não só no processo de desenvolvimento de sua personalidade e de seu caráter como também ao longo da construção de seu organismo cognitivo.

A tal ponto isso se faz verdade, que a criança sente e relaciona a

curiosidade com a importante noção de que viver é brincar. E ao brincar, conhece a

si própria e aos outros e realiza a dura tarefa de compreender seus limites e

possibilidades e de inserir-se em seu grupo. Então, aprende e internaliza normas

sociais de comportamentos e os hábitos fixados pela cultura, pela ética e pela moral.

Segundo BRASIL (1998, p.31):

Nessa faixa etária, o faz-de-conta utiliza-se principalmente da imitação para acontecer. O professor pode propiciar situações para que as crianças imitem ações que representam diferentes pessoas, personagens ou animais, reproduzindo ambientes como casinha, trem, posto de gasolina, fazenda etc.

E sobre esse ponto de vista o lúdico se torna de vital importância para a

educação. Pois RONCA (1989, p. 99) esclarece que:

O lúdico torna-se válido para todas as séries, porque é comum pensar na brincadeira, no jogo e na fantasia, como atividades relacionadas apenas infância. Na realidade, embora predominante neste período, não se restringe somente ao mundo infantil.

É nessa perspectiva o lúdico torna-se muito importante na escola, porque

pelo lúdico a criança faz ciência, pois trabalha com a imaginação e produz uma

forma complexa de compreensão e reformulação de sua experiência cotidiana. Ao

combinar informações e percepções da realidade problematizada, torna-se criadora

e construtora de novos conhecimentos. Como enfatiza BRASIL (1998, v1. p.27), “As

atividades lúdicas, através das brincadeiras favorecem a auto-estima das crianças

ajudando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa.”

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Sendo assim, entende-se que o lúdico contribui para o desenvolvimento da

auto-estima o que favorece a auto-afirmação e valorização pessoal da criança.

No entanto, as brincadeiras, os jogos, os brinquedos podem e devem ser

objetos de crescimento, possibilitando à criança a exploração do mundo, descobrir-

se, entender-se e posicionar-se em relação a si e a sociedade, de forma lúdica e

natural, exercitando habilidades importantes na socialização e na conduta

psicomotora.

Segundo BRASIL (1997 p.36):

As situações lúdicas competitivas ou não, são contextos favoráveis de aprendizagem, pois permitem o exercício de uma ampla gama de movimentos, que solicitam a atenção do aluno na tentativa de executá-la de forma satisfatória.

A partir dessas definições constata-se que o lúdico está relacionado a tudo o

que possa dar alegria e prazer, desenvolvendo a criatividade, a imaginação e a

curiosidade, desafiando a criança a buscar solução para problemas com renovada

motivação. As atividades lúdicas são de grande valia para o educador que souber

utilizar apropriadamente essas atividades, sendo que o aluno será o maior

beneficiado.

É importante salientar, que os jogos não são apenas uma forma de desafogo

ou entretenimento para gastar a energia das crianças, mas meios que enriquecem o

desenvolvimento intelectual e que podem contribuir significativamente para o

processo de ensino e aprendizagem e no processo de socialização das crianças. É

um ato diferente do brincar, não se pode considerar o jogo apenas como uma

competição. A atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades sociais e

intelectuais. Como destaca FRIEDMANN (1996, p. 75):

O jogo não é somente um divertimento ou uma recreação. Atualmente o jogo não pode ser visto e nem confundido apenas como competição e nem considerado apenas imaginação, principalmente por pessoas que lidam com crianças das séries iniciais.

O jogo é uma atividade física ou mental organizada por um sistema de

regras, não é apenas uma forma de divertimento, mas são meios que contribuem e

enriquecem o desenvolvimento intelectual, proporcionam a relação entre parceiros e

grupos. Através da interação a criança terá acesso à cultura, dos valores e aos

conhecimentos criados pelo homem.

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Um dos principais objetivos da escola é proporcionar a socialização, por

esse motivo não se deve isolar as crianças em suas carteiras, deve-se incentivar os

trabalhos em grupos, as trocas de idéias, a cooperação que acontece por ocasião

dos jogos.

Dentro da realidade brasileira qualquer instituição que tenha como objetivo

potencializar atividades lúdicas ou de aprendizagens terá por si mesma um grande

significado social.

O jogo, o brincar e o brinquedo desempenham um papel fundamentalmente

na aprendizagem e no processo de socialização das crianças. MONTESSORI (1987,

p. 64), esclarece que:

Nossas crianças aprenderam a movimentarem-se entre as coisas sem esbarrar nelas, a correr sem produzir ruído, tornando-se espertas e ágeis. E sentiam prazer pela própria perfeição. O que lhes interessava era descobrirem a si mesmas, as suas possibilidades, e se exercitarem numa espécie de mundo oculto como é o da vida que se desenvolve.

2.1 SUBSÍDIOS DOS JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

De acordo com KISHIMOTO (2003, p.40) “Os jogos de construção são

considerados de grande importância por enriquecer a experiência sensorial,

estimular a criatividade e desenvolver habilidades da criança.”

Sendo assim, as atividades lúdicas podem desenvolver diversas habilidades

e atitudes interessantes no processo educacional; nesse contexto, os jogos, por

exemplo, são fundamentais para o desenvolvimento social, já que o convívio com

regras e as histórias são fundamentais para dar contexto a situações abstratas que

trabalham com valores éticos.

Ao considerar a criança como um ser histórico e social, deve-se olhar para o

lúdico como um precioso recurso a fim de propor uma aprendizagem mais

interessante e significativa, pois o brincar faz parte do mundo. Assim, as Instituições

de Educação Infantil do Brasil precisam tornar acessíveis a todas as crianças que as

frequentam, elementos da cultura que enriquecem o seu crescimento e inserção

social, propiciando o desenvolvimento da identidade das crianças, por meio de

aprendizagens diversificadas, realizadas em situações de interação. Ao fazer isso,

cumprir-se-á o que preconiza BRASIL (1998, p. 28):

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Para brincar é preciso que a crianças tenham certa independência para escolher seus companheiros e os papéis que irão assumir no interior de um determinado tema e enredo, cujos desenvolvimentos dependem unicamente da vontade de quem brinca.

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas

mesmas, as crianças podem acionar seus pensamentos para a resolução de

problemas que lhe são importantes e significativos. Propiciando a brincadeira,

portanto, cria-se um espaço no qual as crianças podem experimentar o mundo e

internalizar uma compreensão particular sobre as pessoas, os sentimentos e os

diversos conhecimentos.

De acordo com BRASIL (1998), os professores da educação infantil devem

oferecer condições para a aprendizagem através das brincadeiras, vindas de

situações pedagógicas intencionais ou aprendizagens orientadas pelos adultos, e

essas aprendizagens, de natureza diversa, ocorrem de maneira integrada no

processo de desenvolvimento infantil.

Assim, alguns tipos de brincadeiras, segundo BRASIL (1998), propiciam a

ampliação dos conhecimentos infantis. Isso só será possível se o adulto, na figura

do profissional da Instituição Infantil, ajudar a estruturar esse campo das

brincadeiras na vida das crianças. É este quem organiza sua base estrutural, por

meio da oferta de determinados objetos, fantasias, brinquedos ou jogos, da

delimitação e arranjo dos espaços e do tempo para brincar.

Na Educação Infantil, as situações lúdicas devem ser transformadas em

momentos prazerosos e, consequentemente, ricas em conhecimentos e é por meio

dos profissionais que a criança deverá ser conduzida a esses momentos especiais.

Sobre isso, OLIVEIRA (2002, p.231), afirma que:

A brincadeira é o recurso privilegiado de desenvolvimento da criança pequena por ocasionar ou desenvolver processos psicológicos - particularmente a memória e a capacidade de expressar elementos com diferentes linguagens, de tomar o ponto de vista de um interlocutor e ajustar seus próprios argumentos por meio do confronto de papéis que nele se estabelece, de ter prazer e de partilhar situações plenas de emoção e afetividade.

Dessa forma, a brincadeira é um recurso muito bem visto na vida da

criança, pois estimula várias habilidades, tais como o físico, a cultura, as emoções,

além de possibilitar o domínio e experiências que elas mesmas constroem através

de uma brincadeira.

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2.2 O PAPEL DO EDUCADOR EM RELAÇÃO AO LÚDICO

Muitos profissionais da área educacional utilizam a ludicidade como um

recurso pedagógico, pois a utilização de recursos lúdicos, como jogos e

brincadeiras, auxilia a transposição dos conteúdos para o mundo do educando.

O lúdico, aplicado à prática pedagógica, não apenas contribui para a

aprendizagem da criança, como possibilita ao educador aulas mais dinâmicas e

prazerosas. No entanto, como recurso pedagógico deve ser encarado de forma séria

e usado de maneira correta, como afirma ALMEIDA (1994, p. 53):

O sentido real, verdadeiro, funcional da educação lúdica estará garantido, se o educador estiver preparado para realizá-lo”. Sendo assim, o papel do educador é intervir de forma adequada, deixando que o educando adquira conhecimento e habilidades.

Assim, a importância da inserção e utilização dos brinquedos, jogos e

brincadeiras na prática pedagógica é uma realidade que se impõe ao educador.

Brinquedos não devem ser explorados somente como lazer, mas também como

elementos bastante enriquecedores para promoverem a aprendizagem.

Os educadores precisam estar cientes de que a brincadeira, para o

educando, é necessária e que ela traz enormes contribuições no desenvolvimento

da habilidade de aprender a pensar. Nesse sentido, SANTOS (1997, p.14), enfatiza

que:

Quanto mais o adulto vivenciar sua ludicidade, maior será a chance de este profissional trabalhar com a criança de forma prazerosa”. Desta maneira, o jogo e a brincadeira são experiências vivenciais prazerosas. Assim também a experiência da aprendizagem tende a se constituir em um processo vivenciado prazerosamente.

A escola, ao valorizar as atividades lúdicas, ajuda a criança a formar um

bom conceito de mundo, em que a afetividade é acolhida, a sociabilidade

vivenciada, a criatividade estimulada e os direitos da criança respeitados.

Nesse sentido, os educadores podem oferecer informações sobre diferentes

formas de utilização dos brinquedos, ampliando o referencial infantil. Porém, é

importante que os brinquedos oferecidos às crianças reconheçam e valorizem os

aspectos culturais da própria região, explorando suas origens, seus materiais, sua

estética e sua história. Conforme SANTOS (1997, p.38):

A formação lúdica valoriza a criatividade, o cultivo da sensibilidade e a busca da afetividade”, o adulto que vivencia atividades lúdicas revive e resgata com prazer à alegria do brincar, potencializando a transposição dessa experiência para o campo da educação, por meio do jogo.

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Quando refletem sobre as possibilidades de intervenção e de ensino com a

utilização do lúdico, os educadores sempre relatam experiências em que estão

presentes sentimentos e posicionamentos que evidenciam a relação entre educador

e educando. Nessa perspectiva, se o educador souber observar as perguntas que

seus alunos fazem, a maneira como exploram objetos e brinquedos, ele irá perceber

que existem inúmeras possibilidades de intervenção durante as atividades

pedagógicas desenvolvidas na sala de aula. O lúdico, como prática pedagógica,

requer estudo, conhecimento e pesquisa por parte do educador.

É de suma importância que o educador descubra, e trabalhe, a dimensão

lúdica que existe em sua essência, no seu trajeto cultural, de forma que venha

aperfeiçoar a sua prática pedagógica.

Importante ressaltar que os jogos, ao serem utilizados pelo educador no

espaço escolar, devem ser devidamente planejados. Neste enfoque, ANTUNES

(1998, p.37) destaca que:

Jamais pense em usar os jogos pedagógicos sem um rigoroso e cuidadoso planejamento, marcado por etapas muito nítidas e que efetivamente acompanhem o progresso dos alunos, e jamais avalie qualidade de professor pela quantidade de jogos que emprega, e sim pela qualidade dos jogos que se preocupou em pesquisar e selecionar.

Nesse contexto, no planejamento de uma atividade, o professor deve, antes,

adequar o tipo de jogo ao seu público e o conteúdo a ser trabalhado, para que os

resultados sejam satisfatórios e os objetivos alcançados.

O lúdico como recurso pedagógico revela que os educandos, na maioria das

vezes, percebem suas capacidades e suas dificuldades. Cabe ao educador

identificar tais capacidades de formar e propiciar a integração de todas as áreas de

desenvolvimento e aprendizagem dos alunos.

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3. CAPÍTULO III

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL,

COGNITIVO E SOCIAL DA CRIANÇA.

No aspecto cognitivo encontram-se as idéias de Jean Piaget no que diz

respeito à evolução da cognição humana. Na escola, é difícil a criança soltar-se

devido ao constrangimento temporal e interpessoal, e o professor, ao procurar

avaliar a criança na sua aprendizagem, deve ter cautela e realmente conhecer cada

aluno, pois, dificilmente, o aluno vai expor-se e, muito raramente, encontrará alguma

criança, nesta idade, que faça parte de um diálogo mais intelectual.

BETTLHEIM (1998), relata que através da brincadeira, a criança expressa a

si própria, exprimindo seus sentimentos e pensamentos. A brincadeira é a entrada

para o mundo interno, consciente e inconsciente, da criança. Para entender seu

mundo interno e poder ajudá-la, é preciso compreender e dar mais atenção às suas

brincadeiras espontâneas.

Confirmando esse pensamento OLIVEIRA (2000), afirma que quando a

criança vai brincar, está unindo a espontaneidade e a criatividade com a progressiva

aceitação que a sociedade e a moralidade exigem; pois, é a partir da brincadeira que

a criança passa a socializar, a humanizar-se e começa a criar vínculos com alguém,

que para ela passa a ser especial e duradouro. Podendo ser com seu educador ou

com um coleguinha, portanto, preparando-se para sua vida adulta, e com o passar

do tempo, vai aperfeiçoando-se e encontrando forças ao descobrir-se e criar

estratégias que desafiem o que ainda é estranho.

Entretanto, faz-se necessário que a criança sinta a importância do brincar, e

estabeleça seus critérios para a escolha de determinadas brincadeiras. Sempre

respeitando regras impostas, sejam em atividades lúdicas, artísticas e

outras, pois assim, estará desenvolvendo a sua capacidade de criar e de realizar.

Brincar, além de ajudar a descarregar o excesso de energias, é agradável,

dá prazer à criança e estimula o desenvolvimento intelectual da mesma. É o que

enfatiza BETTELHEIM (1998), que as crianças brincam porque esta é uma atividade

agradável, e ao brincar a criança exercita também a mente, além do corpo, pois

ambos estão envolvidos. O brincar é muito importante porque, além de estimular o

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desenvolvimento intelectual da criança, ensina sem forçá-la, os hábitos necessários

para seu crescimento.

Confirmando essa ideia, BOMTEMPO (1997), ressalta que é necessário que

os professores estejam capacitados, e acima de tudo, conscientes de que atividades

e experiências alternativas, como o brincar, promovem a aprendizagem na criança.

Afirma ainda, que observar as crianças enquanto brincam é um procedimento que

auxiliaria os professores a conhecerem melhor os alunos com os quais trabalham.

CUNHA (1998), por sua vez, explica que brincando a criança experimenta,

descobre, inventa, exercita e confere suas habilidades. Acrescenta, ainda, que

brincar é um dom natural que contribuirá, no futuro, para o equilíbrio do adulto, pois

o ato de brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança.

Já WAYSKOP (1995), afirma que a brincadeira precisa perder o caráter de

jogo e, assim, ganhar confiança para poder mostrar que é útil ao futuro da criança,

para poder ser aceita como atividade infantil. Também acrescenta que a atividade do

brincar tem sido reconhecida como uma forma mais livre e informal de educação de

crianças em idade pré-escolar.

Entretanto, conhecer a criança, bem como a importância do brincar, do por

que e para que a criança brinca é fundamental para ajudá-la em seu

desenvolvimento, pois, é no brincar que a criança aprende modos de se comportar,

de reagir, de expressar emoções, de relacionar-se. Logo, brincando a criança está

aprendendo a criticidade e preparando-se para o futuro.

3.1 A BRINQUEDOTECA COMO FACILITADORA DO PROCESSO DE

SOCIALIZAÇÃO, ENSINO E APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO

INFANTIL.

Na escola é possível planejar os espaços de jogo. Na sala de aula, o espaço

de trabalho pode ser transformado em espaço de jogo, no qual podem ser

desenvolvidas várias atividades, a saber, aproveitando mesas, cadeiras, divisórias

etc. como recursos. Fora da sala, sobretudo no pátio, a brincadeira “corre solta” e a

atividade física predomina. MALUF (2003, p.29) enfatiza que:

A capacidade de brincar abre para todos uma possibilidade de decifrar os enigmas que os rodeiam. O brincar pode ser um elemento importante

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através do qual se aprende, sendo sujeito ativo desta aprendizagem que tem na ludicidade o prazer de aprender.

Uma brinquedoteca não significa apenas uma sala com brinquedos, mais em

primeiro lugar, uma mudança de postura frente à educação. É mudar nossos

padrões de conduta em relação à criança; é abandonar métodos e técnicas

tradicionais; é buscar o novo, não pelo modernismo, mas pela convicção do que este

novo representa; é acreditar no lúdico como estratégia do desenvolvimento infantil.

COUTINHO e COSTA JR. (2002), apud FIDELIS e TEMPEL (2005, p. 34),

afirmam que: “Brincar está para a criança assim como o trabalho está para o adulto.

É através da brincadeira que a meninada expressa seus sentimentos e desenvolve

sua personalidade no complicado jogo da vida.”

Portanto, a brinquedoteca tem como proposta o brinquedo, o objeto, sua

necessidade é de ampliar e preservar as possibilidades de vivência do lúdico

gerando com isso a aprendizagem de forma prazerosa, pois ela é um espaço alegre,

colorido, diferente, onde crianças e jovens soltam a sua imaginação, sem medo de

serem punidas e cobradas. Para MALUF (2004, p. 13), “As brincadeiras despertam

atenção e curiosidade não só na criança como em qualquer ser humano, deixando-o

livre para aprender.” No entanto, o lúdico é muito importante para que as crianças

possam exercer sua capacidade de criar.

A brinquedoteca tem a capacidade de envolver e abre para todos: crianças,

jovens e adultos, uma possibilidade de decifrar enigmas que os rodeiam. A

brincadeira é o momento sobre si mesmo e sobre o mundo, dentro de um contexto

de faz-de-conta.

Nas escolas isto é comumente esquecido o investimento para essa

metodologia de aprendizagem ainda é muito pouca. Na maioria das escolas não há

lugar para o desenvolvimento global e harmonioso em brincadeiras, jogos e outras

atividades lúdicas. Ao chegar à escola a criança é impedida de assumir sua

corporeidade, passando a ser submissa através de horas que fica imobilizada na

sala de aula. De acordo com SANTOS (1997, p.89), “Se a escola não atua

positivamente, garantindo possibilidades para o desenvolvimento da brincadeira, ela

ao contrário, age negativamente impedindo que esta aconteça.”

Diante desta realidade, faz-se necessário apontar para o papel do professor

na garantia e enriquecimento da brincadeira como atividade social da infância.

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Considerando que a brincadeira deva ocupar um espaço central na

educação , entendo que o professor é figura fundamental para que isso aconteça,

criando os espaços, oferecendo material e partilhando das brincadeiras.

Fica claro que devemos ter espírito aberto ao lúdico, reconhecer a sua

importância enquanto fator de desenvolvimento da criança e perceber que o brincar

deve ocupar um espaço central na educação.

A Brinquedoteca oferece condições para favorecer o processo de

aprendizagem, através da utilização dos recursos lúdicos disponíveis em seu acervo

tornando o processo mais atraente, dinâmico e prazeroso, desenvolvendo as

múltiplas inteligências dos alunos, assegurando experiências de sucesso no

ambiente escolar. Segundo ANTUNES (2003, p. 19):

A criança que brinca está desenvolvendo sua linguagem oral, seu pensamento associativo, suas habilidades auditivas e sociais, construindo conceitos de relações de conservação, classificação, seriação, aptidões visuo-espaciais e muitas outras.

A brinquedoteca é um espaço de aprendizagens significativas, prazerosas e

cooperativas. A criança aprende pelo manuseio de materiais, de cores, de

tamanhos, de formas, de sons, de texturas e resistências diferentes. Com a riqueza

do material lúdico e de sucata, reconhece, identifica as semelhanças e diferenças,

abstrai, classifica, simboliza. Um ambiente lúdico tão rico, com certeza contribuirá

para o desenvolvimento de experiências de sucesso no espaço escolar

possibilitando à criança a oportunidade de desenvolver a iniciativa, a autonomia e

enriquecer as interações sociais.

No entanto, as brinquedotecas têm funções basicamente sociais. Entre seus

objetivos, está oferecer, além da rua e do reduzido espaço das casas, uma

oportunidade diferente para a criança brincar; ao mesmo tempo, a criança tem

oportunidade de se desenvolver, interagir com outras crianças e adultos e ter acesso

a brinquedos raros para elas.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após várias pesquisas bibliográficas foi possível perceber que as crianças

aprendem enquanto brincam. De alguma forma, a brincadeira faz-se presente e

acrescenta ingredientes indispensáveis ao relacionamento com outras pessoas. Isso

porque ao brincar, a criança, estabelece com os jogos e as brincadeiras uma relação

natural e consegue extravasar suas tristezas e alegrias, angústias, passividade e

agressividade. Por meio da brincadeira a criança envolve-se no jogo e partilha com o

outro, ou seja, se conhece e conhece o outro.

Além da interação que a brincadeira e o jogo proporcionam, são de

fundamental importância como mecanismos para desenvolver a memória, a

linguagem, a atenção, a percepção, a criatividade e habilidades para desenvolver a

aprendizagem. Brincando e jogando a criança terá oportunidade de desenvolver

capacidades indispensáveis a sua futura atuação profissional, tais como atenção,

afetividade, o hábito de concentrar-se, dentre outras habilidades.

Nessa perspectiva, as brincadeiras e os jogos vêm contribuir para o

importante desenvolvimento das estruturas psicológicas e cognitivas do aluno.

Quanto mais o professor trabalhar atividades lúdicas na educação infantil, com

práticas inovadoras, maior será a chance deste profissional proporcionar à criança

aulas mais prazerosas e interessantes. Dando ênfase, portanto, às brincadeiras e

aos jogos, o educador desenvolve junto ao aluno um trabalho envolvente.

O papel do professor durante o processo didático-pedagógico é provocar a

participação coletiva e desafiar o aluno a buscar soluções. Através do jogo é

possível, ainda, despertar na criança um espírito de companheirismo, cooperação e

autonomia. A criança precisa interagir de forma coletiva, ou seja, precisa apresentar

seu ponto de vista, discordar, apresentar suas soluções, e para isso é necessário,

também, criar um ambiente propício e incentivar as crianças a terem pensamento

crítico e participativo, fazendo parte das decisões do grupo.

Conclui-se, então, que o desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a

aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, facilitando os processos

de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento.

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