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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO CAMPUS CUIABÁ - BELA VISTA
ALISSON MARTINS DA SILVA
ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA E CARACTERIZAÇÃO DE
SEDIMENTOS DO RIO BENTO GOMES- POCONÉ-MT
Cuiabá
2013
TECNOLOGIA SUPERIOR EM GESTÃO AMBIENTAL
ALISSON MARTINS DA SILVA
ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA E CARACTERIZAÇÃO DE
SEDIMENTOS DO RIO BENTO GOMES- POCONÉ-MT
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Gestão Ambiental do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso Campus Cuiabá Bela Vista para obtenção de título de graduado.
Orientador: Prof°. MSc. Josias do Espirito Santo Coringa
Cuiabá
2013
FICHA CATALOGRÁFICA
S586i
SILVA, Alisson Martins da
Índice de qualidade da água e caracterização de sedimentos do rio Bento Gomes – Poconé / MT. / Alisson Martins da Silva - Cuiabá, M: O Autor, 2013.
45 f.il.
Orientador - Prof. Msc. Josias do Espírito Santo Coringa
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação). Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Mato Grosso. Campus Cuiabá – Bela Vista. Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental.
1. Água 2. Sedimento 3. Pantanal I. Coringa, Josias do Espírito Santo II. Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Mato Grosso.
CDD: 628.1.98172
ALISSON MARTINS DA SILVA
ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA E CARACTERIZAÇÃO DE
SEDIMENTOS DO RIO BENTO GOMES – POCONÉ-MT.
Trabalho de Conclusão de Curso em TECNOLOGIA SUPERIOR EM
GESTÃO AMBIENTAL, submetido à Banca Examinadora composta pelos
Professores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato
Grosso Campus Cuiabá Bela Vista como parte dos requisitos necessários à
obtenção do título de Graduado.
Aprovado em: 19/08/2013.
_____________________________________________________________
Prof. MSc JOSIAS DO ESPIRITO SANTO CORINGA (Orientador)
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Mato Grosso
(IFMT - Campus Cuiabá Bela Vista)
______________________________________________________________
Prof.Dra. ELAINE DE ARRUDA OLIVEIRA CORINGA (Membro da Banca)
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Mato Grosso
(IFMT - Campus Cuiabá Bela Vista)
______________________________________________________________
Prof. Dr. MARCOS FEITOSA PANTOJA (Membro da Banca) Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Mato Grosso
(IFMT - Campus Cuiabá Bela Vista)
Cuiabá 2013
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Adegildo Martins da
Silva e Aparecida Maria Vieira, que
me apoiaram e tiveram paciência no
decorrer dos estudos e aos irmãos e
colegas que me depositaram
confiança.
AGRADECIMENTOS
À Deus nosso Pai, que me acompanhou em todas as minhas escolhas e
agora me guia pelo caminho o qual eu sigo;
À meu Pai e minha Mãe e irmãos pela confiança e apoio durante a
graduação e a todos os familiares;
Ao professor Msc. Josias do Espirito Santo Coringa, pela orientação,
dedicação e valiosa ajuda no desenvolvimento deste trabalho;
À PROPES (Pró- Reitoria de Pesquisa e Inovação) pela concessão da
bolsa de iniciação cientifica para realização da pesquisa;
Agradeço também à todo corpo docente (em especial a professora Dra.
Elaine Coringa com quem tive mais afinidade tanto em classe e extra classe)
do IFMT, Campus Cuiabá-Bela Vista que tiveram grande contribuição no
enriquecimento do meu conhecimento sendo grandes profissionais e dedicados
na arte de ensinar;
À professora Dra. Oscarlina Lúcia, da UFMT pela colaboração e auxilio
no Laboratório de solos da FAMEV;
Aos meus colegas Adriana Xavier, Ben Hur, Joyce Gandra, Simonton, à
José Antônio um especial parceiro (pelas caronas em todo o tempo em que
frequentei as aulas, me ajudando a driblar todas as dificuldades), a Patrícia
Rodrigues, menina de coração bom em que esteve pronta pra me auxiliar em
todo este trajeto, fico muito grato!! E ao meu grande parceiro Elias Da Macena
em que esteve presente a todos momentos de estudos, congressos,
dificuldades, apoio e tudo que foi construído durante esses três anos de curso
e também ao Douglas e Marinho parceiros que tiveram uma colaboração
fundamental;
Certamente tenho me esquecido de citar mais alguém, porém agradeço
todas aquelas pessoas que contribuíram direta e indiretamente ao longo
desses anos.
‘’ Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse
por elas, eu não teria saído do lugar, as facilidades nos
impedem de caminhar. Mesmo as criticas, nos auxiliam
muito.’’
Chico Xavier
(1910- 2002)
RESUMO
O Pantanal Mato-Grossense posiciona-se na porção central da América do Sul, extremo norte da Bacia Platina, entre os paralelos 16° a 22°S e os meridianos 55º a 58º W, ocupando uma área de aproximadamente 140.000 km² na Bacia do Rio Paraguai, nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Este estudo teve por objetivo obter os índices de qualidade da água e caracterização dos sedimentos do Rio Bento Gomes (Poconé-MT), ao norte do Pantanal do Mato Grosso, a fim de avaliar o risco ambiental. A análise da água do Rio Bento Gomes mostrou concordância com os padrões de qualidade para águas doces de Classe 2, segundo a Resolução 357 do CONAMA. O índice de qualidade da água segundo a CETESB foi classificado como BOA obtendo um resultado de 75,34. A análise da composição dos sedimentos apresentou comportamento ácido, com textura predominantemente argilosa e valores médios de teor de bases trocáveis e alto teor de matéria orgânica, demonstrando que atividades desenvolvidas nessa região do Pantanal mato-grossense tem um pouco de participação antrópica possivelmente pela mineração e alguns locais de deposição de esgoto gerados pela população circunvizinha próxima ao rio e pela influência do período chuvoso em função do ambiente hidromórfico e das características do sedimento. Palavras- chaves: Índices, Água, Sedimento, Pantanal.
ABSTRACT
The Pantanal of Mato Grosso is positioned in the central portion of South America, the north end of the Platina Basin, between parallels 16 ° and 22 ° S and the meridians 55 º to 58 º W, occupying an area of approximately 140,000 km² in the River Basin Paraguay, in the states of Mato Grosso and Mato Grosso do Sul This study aimed to obtain the indices of water quality and sediment characterization of the Bento Gomes River (Poconé-MT), north of the Pantanal of Mato Grosso, in order to evaluating the environmental risk. The analysis of the water of Bento Gomes River showed agreement with the quality standards for freshwaters Class 2 according to CONAMA Resolution 357. The index according to the water quality was rated GOOD Cetesb getting a result of 75.34.
The analysis of the composition showed a pattern of sediments acid behavior with predominantly loamy texture and values of content of exchangeable bases and high organic matter content, demonstrating that activities in this region of Pantanal has some participation by mining and possibly anthropogenic some sewage disposal sites generated by the surrounding population near the river and the influence of the rainy season hydromorphic depending on the environment and the characteristics of the sediment. Keywords: Indices, Water, Sediment, Pantanal.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1. Mapa de localização georreferenciado da área circunscrita pelo Campus do IFMT de Poconé.............................................................................23 Figura 2. Localização dos pontos de coletas e o NAPAN................................24 Figura 3. Pontos de coleta 2 e 3 a montante do rio..........................................24 Figura 4. Pontos de coleta 4 e 5 a jusante do rio..............................................25 Figura 5. Coleta do Sedimento com Amostrador tipo Van-Veen......................25 Figura 6. Amostra de Sedimentos prontas para análise...................................26 Figura 7. Espectrômetro ICP-OES ICAP 6000 Series Thermo Scientific..........28
LISTA DE ABREVIATURA E SÍMBOLOS
Al – Alumínio As – Arsênio Ca – Cálcio CaCl2 – Cloreto de Cálcio Cd – Cádmio cmol.dm-3 – Centimol de cargas por Decímetro Cúbico COT – Carbono Orgânico Total Cr – Cromo CTC – Capacidade de Troca Catiônica Cu – Cobre Fe – Ferro g.cm-3 – Grama por Centímetro Cúbico g.kg-1 – Grama por Quilograma H2SO4 – Ácido Sulfúrico H2O2 – Peróxido de Hidrogênio HCl – Ácido Clorídrico HF – Ácido Fluorídrico Hg – Mercúrio HNO3 – Ácido Nítrico K – Potássio M – Molaridade Mg – Magnésio mg.kg-1 – Miligrama por Quilograma mg.dm-3 – Miligrama por decímetro cúbico
Mn – Manganês MO – Matéria Orgânica Mo – Molibdênio N – Normalidade NAPAN – Núcleo Avançado do Pantanal Ni – Níquel NTU – Unidade Nefelométrica de Turbidez P - Fósforo Pb – Chumbo pH – Potencial Hidrogeniônico rpm – rotação Por Minuto SB – Soma de Bases Sn – Estanho uT – Unidade de Turbidez v – variação Zn – Zinco
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Resultados analíticos de caracterização do sedimento do Rio Bento Gomes.............................................................................................................32 Tabela 2. Resultados das análises do teor de metais potencialmente tóxicos do sedimento do Rio Bento Gomes......................................................................33 Tabela 3. Resultados do fracionamento de areia do sedimento do Rio Bento Gomes..............................................................................................................34 Tabela 4. Resultados dos parâmetros físico-químicos da água do Rio Bento Gomes, MT e os respectivos padrões de qualidade........................................36 Quadro 1. Peso dos parâmetros de qualidade de Água..................................39
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..........................................................................................15
2. REVISÃO DE LITERATURA.....................................................................17
2.1 Qualidade do Sedimento.....................................................................17
2.1.1 Sedimentos Fluviais: Definição e Formação....................................17
2.1.2 Metais Potencialmente Tóxicos em Sedimentos..............................18
2.2 Qualidade da Água..............................................................................20
2.2.1 Resolução N° 357 Conama..............................................................21
3. MATERIAL E MÉTODOS..........................................................................22
3.1 Identificação da Área de Estudos........................................................22
3.1.2 Identificação dos Pontos e coleta das Amostras do Sedimento e
Água (Amostragem)......................................................................................23
3.2 Coleta das amostras..........................................................................25
3.3 Análises Laboratoriais........................................................................26
3.3.1 Parâmetros físico-químicos de Qualidade do Sedimento...............26
3.3.2 Parâmetros físico-químicos de Qualidade da Água........................29
3.3.2.1 Índice de Qualidade da Água (IQA).............................................29
4. RESULTADOS e DISCUSSÃO.................................................................32
4.1 Qualidade do Sedimento....................................................................32
4.1.1 Teores Biodisponíveis de Metais no Sedimento..............................33
4.2 Qualidade da Água.............................................................................35
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................40
6. REFERÊNCIAS..........................................................................................41
7. APÊNDICE.................................................................................................45
15
1. INTRODUÇÃO
O grau de poluição nos sedimentos de rios podem apresentar grandes
variações de acordo com a natureza e descontinuidade de introdução de
poluentes, modificações na velocidade, precipitação ou pela água de
drenagem, variações na granulometria, conteúdo de carbono orgânico e taxa
de sedimentação (BARRETTO, 1999).
Os sedimentos são reservatórios de elementos-traço biodisponíveis que
ficam retidos nos minerais por processos de adsorção, precipitação, oclusão e
incorporação (AHLF e FÖRSTNER, 2001).
Por isso, os estudos de sedimentos podem fornecer informações sobre as
condições ecológico-ambientais de uma bacia hidrográfica como afirma
(SALOMONS & BRILS, 2004). A presença de contaminantes que entram no
sistema fluvial por diferentes caminhos, através dos meios rural e urbano
(erosão do solo, desmatamentos, lixiviação dos materiais de construção e dos
sistemas de esgoto etc.), por meio de fontes diretas ou difusas.
Os sedimentos possuem a capacidade de estocar e imobilizar elementos
tóxicos, e por isso são considerados como “armadilhas geoquímicas”, pois os
efeitos diretos da poluição podem não se manifestar imediatamente.
Vários fatores ambientais, tais como: mineralógicos, geológicos,
hidrológicos e bióticos irão influenciar na capacidade de estocagem dos
sedimentos ou na biodisponibilidade dos elementos estocados, gerando uma
mobilização dos elementos químicos no ambiente, principalmente durante os
períodos de inundação (FÖRSTNER, 2003).
O uso de indicadores de qualidade de água consiste no emprego de
variáveis que se correlacionam com as alterações ocorridas na microbacia,
sejam estas de origens antrópicas ou naturais (TOLEDO, 2002).
A água é um bem naturalmente renovável. Porém, na prática, o aumento
populacional tem ocorrido em níveis superiores aos tolerados pela natureza, o
16
que resultará, em pouco tempo, em estresse do sistema hídrico (MORAES,
2002).
Diante disso a atividade de extração de ouro em Poconé-MT, município da
planície pantaneira, pode influenciar a qualidade da água e do sedimento do rio
Bento Gomes. Este estudo teve por objetivo obter os índices de qualidade da
água e caracterização de sedimentos do Rio Bento Gomes (Poconé-MT), ao
norte do Pantanal do Mato Grosso, a fim de avaliar o risco ambiental.
17
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Qualidade do Sedimento:
2.1.1 Sedimentos Fluviais: Definição e Formação
A avaliação da qualidade da água de mananciais vem sofrendo mudanças
do ponto de vista da sua concepção, com uma nova abordagem que inclui a
avaliação da qualidade do sedimento, que era, até bem pouco tempo,
considerado apenas como um compartimento de acumulação de nutrientes e
de contaminantes.
O sedimento de fundo, é por definição, todo material não consolidado,
constituído por partículas de diferentes tamanhos, formas e composição
química, transportadas por água, ar ou gelo, distribuído ao longo dos vales do
sistema de drenagem e orientado a partir da interação constante e contínua
dos processos de intemperismo e erosão (MUDROCH e MACKNIGHT, 1991).
Esses processos, por sua vez, atuam sobre diversos tipos de rochas e/ou seus
produtos de intemperização (MOREIRA e BOA VENTURA, 2003).
Os processos de acumulação, reprocessamento e transferência dos
constituintes do sedimento se dão por precipitação através dos processos
químicos e biológicos nos rios, lagos e águas oceânicas (MUDROCH e
MACKNIGHT, 1991).
O sedimento é constituído basicamente por:
Águas intersticiais, que preenchem os espaços entre as partículas
e equivale à cerca de 50% do sedimentos;
Material inorgânico, rochas, fragmentos de conchas e grãos
resultantes da erosão natural do material da crosta terrestre;
Material orgânico que ocupa pequeno volume, mas é um
componente importante, por conta da característica de sorção e
biodisponibilidade de muitos contaminantes;
Material de origem antrópica.
18
2.1.2 Metais Potencialmente Tóxicos em Sedimentos
Os metais têm diversos graus de toxicidade e de bioacumulação, o que
justifica a necessidade de estudá-los em sedimentos. São denominados
“metais pesados” os elementos cuja densidade é maior que 5 g.cm-³, tais como
Cd, Cu, Ni, Pb, Fe, Mn, Mo, Hg, Sn, Zn e As (CSUROS, 1997). Segundo
GUILHERME et al. (2005), o termo “elemento-traço” tem sido usado para
definir metais catiônicos e oxiânions presentes em baixas concentrações
(usualmente < 0,1 dag kg-1) em solos e plantas, é o termo adequado ao invés
de “metal pesado” (DUFFUS, 2001). Os metais têm despertado grande
interesse ambiental, principalmente por não possuírem caráter de
biodegradabilidade, provocando a permanência em ciclos biogeoquímicos nos
quais as águas naturais são os principais meios de condução.
A presença de elementos-traço em ambientes aquáticos é proveniente
dos sedimentos de rochas carreados pelas correntes fluviais, das correntes
pluviais que carreiam agrotóxicos, conduzidos às águas do rio e de seus
afluentes. Muitos elementos-traço são persistentes e tendem a se
concentrarem em cadeias alimentares através da bioacumulação. Tal fato pode
resultar em alterações na estrutura e nas funções das comunidades.
Dependendo da concentração são tóxicos ao ser humano, causando efeitos
carcinogênicos e mutagênicos (ESTEVES, 1998).
Os elementos traço ocorrem naturalmente nos solos e sedimentos, e
seus teores dependem do material de origem do solo. Em estudos ambientais,
o estabelecimento de valores orientadores para elementos traço em solos
estão bem difundidos na literatura (CETESB, 2001; FADIGAS et al., 2002;
CETESB, 2005; CONAMA, 2009), e possibilitam a verificação de possível
contaminação, com o estabelecimento de diretrizes para o gerenciamento
ambiental de áreas contaminadas em decorrência de atividades antrópicas.
No Brasil, os métodos analíticos previstos na legislação para obtenção
dos teores totais das substâncias inorgânicas (exceto mercúrio) em amostras
de solos e sedimentos são da Agência de Proteção Ambiental dos Estados
Unidos da América (USEPA), chamados 3050B (HNO3 + H2O2), 3051 (HNO3), e
3052 (HNO3 + HCl + HF) (USEPA, 2007a, b e c), utilizados para a digestão de
19
amostras de solos, sedimentos e resíduos. A escolha do método de preparo e
abertura de amostras para análises ambientais é uma etapa decisiva no
processo que visa ao diagnóstico ambiental.
Entretanto, a concentração total de elementos traço em solos e
sedimentos não fornece informação suficiente acerca do seu impacto no
ecossistema, pois a forma que um elemento metálico é encontrado no
ambiente é determinante quanto ao efeito que irá exercer sobre a comunidade
(ALLOWAY, 1995). Daí a importância de determinar não somente seu teor total,
mas sim sua concentração nas frações geoquímicas do solo ou sedimento. Os
metais pesados podem ser encontrados no solo nas seguintes formas:
(a) solução do solo; (b) adsorvidos eletrostaticamente aos sítios de troca (adsorção não específica); (c) incorporados na superfície da fase inorgânica, como óxidos de Al, Fe e Mn (adsorção específica); (d) participando de reações de precipitação e dissolução; (e) ligados a compostos orgânicos (ALLOWAY, 1995).
Uma das ferramentas para se avaliar o comportamento dos elementos-
traço no solo/sedimento é a utilização da técnica de extração sequencial, onde
os elementos podem ser seletivamente extraídos pelo uso de reagentes
apropriados (TESSIER et al., 1979). A extração sequencial, conhecida como
fracionamento químico segundo a definição recente da International Union of
Pure and Applied Chemistry (IUPAC), se baseia no uso racional de uma série
de reagentes mais ou menos seletivos escolhidos para solubilizar
sucessivamente as diferentes frações químicas e mineralógicas do
solo/sedimento, responsáveis por reterem a maior parte dos elementos
metálicos no ambiente (GLEYZES et al., 2002).
20
2.2 Qualidade da Água:
Com o intuito de facilitar a interpretação das informações de qualidade da
água de forma abrangente e útil, para especialista ou não, é fundamental
utilizar índices de qualidade (PHILIPPI JR., 2004).
O Índice de Qualidade da Água (IQA) foi desenvolvido pela National
Sanitation Foundation (NSF), com base no método DELPHI (da Rand
Corporation), uma técnica de pesquisa de opinião que pode ser utilizada para
extrair informações de um grupo de profissionais, buscando uma maior
convergência nos dados dos parâmetros. Entretanto para avaliar a qualidade
de sedimentos, ainda não existem parâmetros pré-fixados.
A maior parte da água que é retirada não é atualmente consumida e retorna
a sua fonte sem nenhuma alteração significativa na qualidade. A água é um
solvente versátil frequentemente usado para transportar produtos residuais
para longe do local de produção e descarga. Infelizmente, os produtos
residuais transportados são frequentemente tóxicos, e sua presença pode
degradar seriamente o ambiente do rio, lago ou riacho receptor (WHITE PA,
1998).
Segundo a NBR 9896 (ABNT, 1987), os padrões de qualidade são
constituído por um conjunto de parâmetros e respectivos limites em que as
concentrações de poluentes, em relação aos quais os resultados dos exames
de uma amostra de água são comparados, com o propósito de determinar a
qualidade da água para uma determinada finalidade. Os padrões são
estabelecidos com base em critérios científicos que avaliam os riscos e os
danos causados pela exposição em critérios científicos que avaliam os riscos e
os danos causados pela exposição.
Nesse contexto, o monitoramento da qualidade da água e do sedimento
constitui-se portanto, num importante instrumento de gestão ambiental, uma
vez que subsidia a tomada de decisões em planejamento e controle dos usos
da água e do solo, visando à manutenção ou melhoria da qualidade de vida da
população. (FEMA, 2002).
21
2.2.1 Resolução n° 357/05 do CONAMA
A Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do
Meio Ambiente (CONAMA), classifica as águas doces, salobras e salinas do
Território Nacional, em treze classes, segundo seus usos preponderantes.
As águas doces são classificadas em: Classe Especial, Classe 1, Classe 2,
Classe 3 e Classe 4.
Segundo o artigo 42 da referida resolução, enquanto não forem feitos os
enquadramentos, as águas doces serão consideradas de Classe 2. Portanto, o
Rio Bento Gomes deve ser considerado como de Classe 2, até que seja
realizado o seu enquadramento.
As águas da Classe 2 são destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e
mergulho, conforme Resolução (CONAMA nº 274, 2000).
d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas, parques, jardins, campos de
esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e
e) à aquicultura e à atividade de pesca.
22
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 - Identificação da área de Estudos
O Pantanal Mato-Grossense posiciona-se na porção central da América
do Sul, extremo norte da Bacia Platina, entre os paralelos 16° a 22°S e os
meridianos 55º a 58º W, ocupando uma área de aproximadamente 140.000 km²
na Bacia do Rio Paraguai, nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
É a maior área sazonalmente alagável do mundo, detendo elevada
significância ambiental e socioeconômica pela abundância e diversidade da
fauna e flora.
Várias sub-bacias drenam para o Rio Paraguai, entre elas a do Rio Bento
Gomes, que engloba os Municípios de Poconé e Nossa Senhora do
Livramento. A extração de ouro em Poconé, adjacências da Planície
Pantaneira, em Mato Grosso, na década de 80, com emprego intensivo de
mercúrio, constitui uma grave ameaça à biodiversidade e sustentabilidade dos
ecossistemas aquáticos do Pantanal.
A pesquisa foi desenvolvida no município de Poconé, mais precisamente
no Núcleo de Estudos Avançados do Pantanal (NAPAN), do IFMT campus
Cáceres, localizado a aproximadamente 10 km do centro de Poconé. As
coordenadas geográficas do campus nas margens do rio Bento Gomes
apresenta latitude de 16º 19’ 22,5” Sul e longitude 56º 32’ 41,5” Oeste de
Greenwich, com altitude de 140 metros. A direção local do rio Bento Gomes é
E–W (Figura 1 – Mapa de Localização).
23
Figura 1 – Mapa de localização georreferenciado da área circunscrita pelo Campus do IFMT de
Poconé (Organizado por Carlos Eduardo - TECGEO, MT, 2012).
3.1.2 - Identificação dos pontos e coleta das amostras do sedimento e
água (Amostragem)
Para as análises de sedimento foram coletadas 04 amostras sendo: (R) na
área de banhista, o ponto de referência para sedimentos. (1) e (2) os pontos à
montante e (3) e (4) à jusante em dois pontos distintos. Para água, foi coletado
em um ponto ao meio do rio. As determinações físicas e químicas foram
realizadas segundo metodologia da EMBRAPA (1997). Os pontos de coletas
estão contidos na Figura 2 e os destaques nas figuras 3 e 4.
24
Figura 2 - Localização dos pontos de coletas e o NAPAN. Fonte: Alisson Martins, Google
Earth. Maio/2013.
Figura 3 - Pontos de coleta 1 e 2 à montante do rio. Março/2013.
25
Figura 04 - Pontos de coleta 3 e 4 à jusante do rio. Março/2013.
3.2 – Coleta das Amostras
A coleta das amostras de sedimento e da água foram realizadas de
novembro de 2012 a janeiro de 2013, no período de chuva, sendo estabelecido
4 pontos de amostragem para o sedimento e um para água, pegou-se a área
de banhista como referência para os sedimentos, onde foram coletadas dois
pontos à montante do rio e dois pontos à jusante. Para a água, um ponto no
centro do rio.
Os sedimentos foram coletados com Amostrador tipo Van-Veen, cerca de 2
kg de amostras de sedimento de fundo à 2m de profundidade, Figura 5.
Figura 5 – Coleta do Sedimento com Amostrador tipo Van-Veen. Novembro/2012. Fonte:
Josias Coringa.
O sedimento foi transferido para sacolas plásticas devidamente
identificadas, lacradas e conservadas sob refrigeração até a análise. No
26
laboratório, as amostras foram transferidas para recipientes plásticos e
colocadas em uma capela com exaustão forçada a 45°C, peneiradas em malha
de nylon para obter a fração <0,053 mm (argila+silte), segundo MUDROCK &
MCKNIGHT (1994). Em cada ponto foram coletadas três amostras para o
cálculo da média e desvio padrão das replicatas, Figura 6.
Figura 6 – Amostra de Sedimentos prontas para análise. Janeiro/2013
A amostragem da água foi realizada nos mesmo ponto de coleta do
sedimento, de acordo com PRADO et al. (2004), coletadas com auxílio de
garrafas de polietileno de 2 litros, devidamente higienizadas.
3.3 - Análises Laboratoriais:
3.3.1 Parâmetros físico-químicos de qualidade do sedimento:
Todas as determinações seguiram a metodologia proposta pela EMBRAPA
(1997) e foram realizadas em quadriplicata, com os resultados expressos pela
média. No sedimento foram analisados.
27
a) pH em CaCl2 1 mol. L-1
Os valores de pH em CaCl2 1 mol. L-¹, foram determinados em uma
suspensão solo: líquido na proporção de 1:2,5, pelo método
potenciométrico.
b) Carbono Orgânico Total
A determinação de carbono orgânico foi realizada por meio da
oxidação da matéria orgânica com a solução de dicromato de potássio
(K2Cr2O7) 0,167 M em meio sulfúrico e titulação com solução de sulfato
ferroso amoniacal 0,25M.
c) Análise Granulométrica
A análise de textura do solo foi realizada pelo método da pipeta.
Foi utilizado um agente dispersante (solução de Hexametafosfato de
Sódio 1N) na proporção solo: solução de 25:120, agitando por 16 horas,
num agitador stirrer com auxílio de jatos de água, deixando o volume de
500 ml. A fração areia foi separada por peneiramento a úmido em
peneira de 53µ e a fração argila por sedimentação em proveta de 1L,
com posterior retirada de 50ml da suspensão com o auxílio de uma
pipeta volumétrica. As frações assim separadas secas em estufa de
105°C até peso constante, e suas quantidades percentuais
determinadas gravimetricamente. O teor de silte foi calculado por
diferença. Também foram utilizadas peneira de 1mm, 5µ, 25µ, 125µ e
fundo para a determinação do fracionamento da areia.
d) Análises dos teores pseudo-totais dos metais
Nas análises dos teores pseudo-totais (ou biodisponiveis) dos
metais ferro (Fe), manganês (Mn), cromo (Cr), cobre (Cu), cádimio (Cd)
e zinco (Zn) foram determinados por digestão das amostra com HNO3 e
H2O2 a 95°C, de acordo com o método 3050B da United States
Environmental Protection Agengy (USEPA, 1986). Foram utilizados
béqueres de 200 mL com 5 gramas de solo e adicionados 10 mL de
HNO3 concentrado e aquecido a 95°C por 25 minutos, em chapa elétrica
na capela, sem ferver. Após esfriar, foram adicionados mais 5 mL de
28
HNO3 concentrado, e aquecidos novamente por 25 minutos. Essa
mesma operação foi repetida mais de uma vez. Durante o aquecimento,
deixou-se evaporar a um volume final de 5 mL, sem ferver, e foi
adicionado cuidadosamente 2 mL de água deionizada e 3 mL de
peróxido de hidrogênio 30%, aquecendo novamente. Foi adicionado
cuidadosamente o peróxido de hidrogênio em frações de 1 mL até a
efervescência terminar. As amostra foram para uma centrifuga Excelsa®
II à 1000rpm por 5 minutos, logo separada a parte sólida do extrato para
análise. As leituras dos metais nos extratos obtidos foram realizadas por
ICP em Espectrômetro ICP-OES ICAP 6000 Series Thermo Scientific,
Figura 7.
Figura 7 – Espectrômetro ICP-OES ICAP 6000 Series Thermo Scientific. Junho/2013
Os teores biodisponíveis dos metais no sedimento foram
comparados com os valores de referência para solos e sedimentos,
previstos na legislação brasileira CONAMA, (2009).
29
3.3.2 parâmetros físico-químicos de qualidade da água:
3.3.2.1 Índice de Qualidade da Água (IQA)
Para o cálculo do IQA, são consideradas variáveis de qualidade que indicam
o lançamento de efluentes sanitários para o corpo d’água, fornecendo uma
visão geral sobre as condições de qualidade das águas superficiais. O IQA
pode ser calculado considerando E. coli ou o grupo de Coliformes
Termotolerantes. Este índice é calculado para todos os pontos da rede básica
(CETESB, 2012).
NÍVEL DE
QUALIDADE INTERVALO DO IQA COR DE
REFERÊNCIA
Ótima 79<IQA≤100 Azul
Boa 51 < IQA ≤79 Verde
Aceitável 36 < IQA ≤ 51 Amarelo
Ruim 19 < IQA ≤ 36 Vermelho
Péssima IQA ≤ 19 Marron
Com a seguinte formulação (equação1):
Onde:
IQA – índice de qualidade da água, um número entre 0 e 100.
qi – qualidade do i-ésimo parâmetro, um entre 0 e 100, obtido da
respectiva ''curva média de variação de qualidade’’, em função de sua
concentração ou medida.
30
wi – peso correspondente do i-ésimo parâmetro, um n° entre 0 e 1,
atribuído em função de sua importância para a conformação global da
qualidade, portanto:
Onde:
n = número de parâmetros que entram no cálculo.
A caracterização da qualidade físico-química da água foi realizada
por meio das análises de acordo com a metodologia proposta no
Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater
(ALPHA, 1999).
Todas as determinações foram feitas em triplicata, e seus resultados
expressos como a média. Os resultados obtidos das análises de água
foram comparados com padrões estabelecidos pela Resolução 357 do
CONAMA (BRASIL, 2005).
a) Condutividade
A condutividade das águas foi medida em campo através do
Medidor ORP com Sonda.
b) Oxigênio Dissolvido (OD)
Para o oxigênio dissolvido foi também medido através do medidor
ORP com Sonda.
c) Oxigênio consumido (OC)
Na análise do oxigênio consumido foram transferidas 100 mL da
amostra para balão de fundo chato de 250 mL, e adicionado 10 mL
da solução H2SO4 1:3 e 10 mL da solução Permanganato de
Potássio 0,0125 N, foram levados para a chapa elétrica e mantidos
31
em ebulição por 10 minutos e com mais 10 mL da solução de Oxalato
de Amônio 0,0125 N e por fim, titulados com Permanganato de
Potássio 0,0125 N.
Cálculo para determinação de Oxigênio Consumido:
Volume gasto (mL) x Fator de correção Permanganato = mg.L-1 O2
d) Potencial Hidrogeniônico (pH)
A metodologia utilizada foi o método potenciométrico, em
potenciômetro calibrado com a solução tampão de pH 4,0 e 7,0.
e) Temperatura
A temperatura foi determinada por um Termômetro, a unidade
usual de temperatura de monitoramento hidrológico é o grau Celsius
°C. Com variação naturalmente das águas de acordo com a
temperatura do ar. (Medidor ORP com Sonda).
f) Cor
A amostra foi colocada em um tubo com água destilada e
colocada em um mergulhador, não permitindo a formação de
espaços vazio e adaptado no aparelho (lado esquerdo). Colocou-se
as amostras de água no outro tubo; colocou o mergulhador e
adaptou no aparelho (lado direito). Após este procedimento ligou-se a
lâmpada e a realização da medida foi feita por olhar no visor
(distância de 25 cm aproximadamente).
g) Turbidez
A amostra foi colocada na cubeta (pequeno recipiente que auxilia
na leitura da amostra no aparelho) apropriada e inserida no
Turbidímetro previamente calibrado na faixa de turbidez esperada
para a amostra.
32
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Qualidade do Sedimento:
O sedimento apresentou textura arenosa para os pontos 1 e 2, argilosa
para o ponto 3 e argilo-arenosa para o ponto 4, conforme a Tabela 1.
Os depósitos de um ambiente são reflexos de condições climáticas,
ambientais e, em ambientes aquáticos, a intensidade e velocidade das
correntes e a profundidade da coluna d’água também contribuem para a
composição granulométrica do sedimento (PORTO FILHO, 1996). A Tabela 1
traz as características físico-químicas das amostras.
Tabela 1 – Resultados analíticos de caracterização do sedimento do Rio
Bento Gomes
Conforme TOMÉ JR. (1997), o teor de cálcio e magnésio para os quatro
pontos de coleta do rio Bento Gomes é considerado médio, em que apresentou
valores entre 0,8 e 7,1 cmol.kg-1.
Os valores para cátions metálicos trocáveis (Ca + Mg), são maiores nos
pontos 3 e 4 o que indica que há predomínio de cargas negativas nos colóides
minerais do sedimento, e que estas estão sendo ocupadas majoritariamente
por bases, já que o Al+3 trocável foi zero.
A matéria orgânica de solos e sedimentos constitui um sistema complexo,
onde são encontrados resíduos de plantas e animais em vários graus de
decomposição. De acordo com ESTEVES (1998), sedimentos com teores de
matéria orgânica superiores a 10% do peso seco são considerados orgânicos.
AMOSTRAS
Areia Silte argila pH COT MO P K+ Ca2+ Mg2+ Al3+ SB CTC
g.kg-1 CaCl2 g.kg-1 mg.kg-1 mg.dm-3 cmolc.dm-3
P1 784,6 33 182,4 5,23 13,84 91,6 88,58 2,55 5 2,7 0 7,7 9,06
P2 734,4 50,2 215,4 4,98 14,94 50,1 64,77 4,22 3,4 2,8 0 6,3 6,4
P3 184,6 183 632,4 4,86 23,94 180 63,21 7,37 7,1 2,9 0 10,1 12,43
P4 484,6 133 382,4 4,93 25,32 112,2 119,28 4,52 5,3 0,8 0 6,2 8,6
33
O teor de carbono e de matéria orgânica das amostras foi considerado alto,
(superior a 50 g.kg-1 ou 50%), o ponto 3 foi o que obteve maior valor de matéria
orgânica, possivelmente em função da textura argilosa do sedimento. Além
disso, altas concentrações de carbono orgânico estão normalmente associados
à maior quantidade de partículas finas no sedimento, e, consequentemente,
maior será a tendência de adsorção de compostos orgânicos hidrofóbicos e de
metais (DERPSCH et al., 1991; LONGO; ESPÍNDOLA, 2000).
O pH em CaCl2, apresentou características ácidas (pH abaixo de 6,0),
possivelmente devido ao alto teor de matéria orgânica.
O pH influência a solubilidade dos nutrientes do solo, exercendo
considerável influência sobre absorção dos mesmos pela planta. A acidez
também diminui a população de microrganismos que decompõem a matéria
orgânica e auxiliam na liberação do nitrogênio, fósforo e enxofre (BRITO,
2010).
4.1.1 Teores Biodisponíveis de Metais no Sedimento
As concentrações biodisponíveis dos metais são onde o metal encontra-se
ligado à solução do solo/sedimento (trocável) e aos carbonatos, e são
facilmente assimiláveis pelos organismos vivos, por isso, potencialmente
disponível, ou seja, o percentual de metal presente no sedimento pode ser
disponibilizado ao ambiente por alterações mais bruscas nas condições
ambientais. Os resultados das concentrações de metais nas amostras de
sedimento estão na Tabela 2.
Tabela 2 – Resultados das análises do teor de metais potencialmente tóxicos
do sedimento do Rio Bento Gomes.
Teores de Metais - Extração Pseudo Total
Pontos de coleta Cr Cu Fe Zn Mn Cd
mg kg-1
P1- - - - 2,19 28,25 -
P2- - - 64,07 1,90 16,34 -
P3- - - 114,20 1,20 13,65 -
P4- - - 168,90 3,35 33,80 -
CONAMA 420 75 35 NC 60 NC 1,3
*NC: não contém
34
Numericamente, os teores dos metais foram maiores nas amostras de
sedimento do ponto 4, conforme Tabela 2, possivelmente pelo fato do local ser
um solo argiloso, onde podem ser facilmente absorvidos e fixados no local. Os
metais cujas concentrações foram maiores foi ferro e manganês. Os metais de
cromo, cádmio e cobre não foram encontrados em nenhum ponto,
possivelmente pela lixiviação das águas, velocidade da água passando pelo
local ou profundidade. Também um fator que deve ser considerado é que por
ser tão pouco encontrado que o aparelho não detectou a presença desses
metais.
As concentrações dos metais foram comparadas com os valores de
referência de metais em solos e sedimentos, estabelecidos pela resolução 420
CONAMA (2009). Os resultados mostram que as amostras de sedimento do
Rio Bento Gomes estão com concentrações abaixo da concentração de
referência, o que significa que as atividades predominantes na região não
geram impactos significativos ao meio, com relação a esses metais.
O manganês é considerado um metal tóxico e prejudicial à saúde humana
podendo interferir no ciclo biogeoquímico do Rio Bento Gomes, o resultado alto
encontrado se deve pela ocorrência da chuva, tendo em vista que se
assemelha ao ferro em seus aspectos.
O ferro pelo teor elevado que mostra a Tabela 2, pode interferir na cor da
água, esses resultados nos 4 pontos se justifica pelo fato de ter sido coletado
num período de chuva, consequentemente o carreamento de solos e à
ocorrência de erosão das margens fez com que aumentasse o teor de ferro no
sedimento.
Um ponto importante neste estudo foi o fracionamento da areia, Tabela 3.
Tabela 3 – Resultados do fracionamento de areia do sedimento do Rio Bento
Gomes
Fracionamento da Areia % Ponto de Coleta 1 µm 0,5µm 0,25µm 0,125µm Fundo
P1 0,08 0,88 12,59 45,49 40,96
P2 0,00 0,16 7,75 4,11 87,99
P3 0,00 0,00 2,63 8,58 88,80 P4 0,00 0,24 2,61 16,87 80,28
35
Pode-se observar que para os quatro pontos de coletas foram obtidas
médias de fração de areia próximas. Conforme a Tabela 3, a fração 1µm é
classificada em areia muito grossa, a 0,5 µm em grossa, a 0,25 µm em areia
fina, a 0,125 µm muito fina e o fundo que sobra é considerado argila/silte. A
areia muito grossa obteve pouca quantidade encontrada no ponto 1, já nos
outros pontos não foi encontrada. Para areia grossa, fina, e muito fina podemos
observar o predomínio de areia muito fina nos sedimentos e também argila e
silte. Essa dispersão de areia no sedimento se dá principalmente em período
de chuva, o que fez com que a água levasse a areia muito grossa e acumulou
a areia muito fina naquele ponto 1. O ponto 3 foi o que menos obteve os
compartimento de areia em cada fração, predominando argila e silte. O último
compartimento chamado de fundo comprova o fato de que os sedimentos do
Rio Bento Gomes, são argiloso, pois foi quem teve maior quantidade de fração
argila e silte, dando maior atenção ao ponto 3, pois obteve um valor estimado
de 88,80% dessa fração conforme a Tabela 3.
4.2 Qualidade da Água:
A resolução do CONAMA n° 357 dispõe sobre a classificação dos corpos
d’água e estabelece as condições padrões para a qualidade da água seguindo
diversos parâmetros. O rio Bento Gomes foi Classificado segundo essa
Resolução como Águas Doces Classe 2, na qual foi embasada a discussão dos
resultados.
36
Tabela 4. Resultados dos parâmetros físico-químicos da água do Rio Bento
Gomes, MT e os respectivos padrões de qualidade.
Parâmetro Amostra CONAMA 357 UNIDADE
pH 7,06 6,0- 9,0 -
Turbidez 43,10 Até 40 UNT
Cor 50 75 mg Pt/L
Acidez 0,5 Conforme pH mg/L de CO2
Alcalinidade 53,33 Conforme pH mg/L de CaCO3
Cloreto 5,55 250 mg/L Cl-
Dureza Total 20,66 500 mg/L CaCO3
Oxigênio Consumido 12,8 - mg/L O2
Oxigênio
Dissolvido(OD)
3,06 5 mg/L
DBO 5,20 2 5 mg/L O2
Sólidos Totais 112 500 mg/L
Salinidade 62,0 - -
Condutividade 125 - µS
Temperatura 28,6 25 0C
Eh 168,6 -
Fosforo 0,06 0,050 mg/L
Nitrogênio Nitrato 0,07 - mg/L
Escherichia coli
NMP/100 mL(coliforme
fecal)
20 - UFC / 100mL
Fonte: o autor
O pH das amostras de água tenderam à neutralidade, e de maneira geral,
pode-se dizer que águas com pH variando de 4,5 a 8,0 contém somente
bicarbonatos. Os valores apresentam conformidade com os padrões exigidos
pela Resolução CONAMA 357, fixado entre 6,5 e 8,5 para classe 2. A água no
ambiente natural tem sua concentração de íons H+ e OH- fortemente
influenciada por sais, ácidos e bases presentes no meio, fornecendo assim
37
informações sobre a sua qualidade, o tipo de solo por onde a água percorreu, o
tipo de poluição química da água (despejo ácidos ou alcalinos) e a qualidade
do ambiente, origem da água, impactos ambientais poluidores, desmatamento
e metabolismo das comunidades (MATHEUS et al.,1995).
A turbidez representa a dificuldade da água em transmitir a luz devido à
presença de materiais suspensos como silte, argila e matéria orgânica,
plâncton e outros organismos microscópicos, e as principais fontes de materiais
suspensos são oriundas do processo de intemperismo que ocorrem em rochas
e solos da bacia hidrográfica, estando diretamente relacionada com atividades
de mineração, desmatamento e lançamentos de efluentes domésticos
(SANTOS, 1997). A turbidez do rio Bento Gomes apresentou valores acima do
padrão estabelecido para esse tipo de água, não estando em conformidade
com a legislação.
A acidez é a capacidade da água em resistir às mudanças de pH causadas
pelas bases, devido principalmente à presença de gás carbônicos livre.
Geralmente águas com pH entre 4,5 e 8,2 caracteriza acidez carbônica. De
acordo com os resultados de pH, a acidez da amostra de água apresentou
valor abaixo do esperado, caracterizando a amostra da água do Rio como
acidez carbônica.
A alcalinidade depende do valor do pH e está relacionada com o seu poder
de dissolver o gás carbônico (CO2), e este na forma de ácido carbônico pode
estar combinado, sob várias formas, com metais alcalinos (Na, K) e alcalinos
terrosos (Ca, Mg) na forma de carbonatos (GONÇALVES et al., 2009). Nas
águas com pH entre 4,4 e 8,3 a alcalinidade será devido apenas a
bicarbonatos, pH entre 8,3 e 9,4 a carbonatos e bicarbonatos, pH maior que 9,4
a hidróxidos e carbonatos (SANTOS, 1997). As águas no Brasil apresentam
alcalinidade inferior a 100 mg/L de CaCO3 (LIBÂNIO, 2005). No presente
estudo, a alcalinidade da água está influenciada apenas pela presença de
bicarbonatos, uma vez em que seu pH esteve abaixo de 8,3.
Os cloretos existem normalmente nos dejetos animais, a sua presença na
água é indicativa de poluição. Segundo a resolução do CONAMA n° 357, o
nível de cloretos aceitável é de até 250 mg/L. O teor de cloretos na água do Rio
Bento Gomes é baixo, indicando que não há contaminação significativa por
dejetos fecais no manancial, nas condições de estudos.
38
A água possui normalmente oxigênio dissolvido em quantidade variável
conforme a temperatura e a pressão. A matéria orgânica em decomposição
exige oxigênio para sua estabilização e, consequentemente, uma vez lançado
na água, consome oxigênio nela dissolvido. Assim, quanto maior for o consumo
de oxigênio (determinado pelo parâmetro oxigênio consumido), mais próxima e
maior terá sido a poluição. A resolução do CNNPA n° 12/1978 da ANVISA
(BRASIL, 1978) estabelece valores para águas de fontes naturais de até 2
mg/L de oxigênio consumido. O teor de oxigênio consumido na água do rio
Bento Gomes encontra-se fora deste limite, indicando que o teor de compostos
orgânicos na água pode esta relacionada com a quantidade da matéria
orgânica e a temperatura de 28,6 °C pouco acima do ideal.
O oxigênio dissolvido é de essencial importância para os organismos
aeróbios (que vivem na presença de oxigênio). As águas poluídas por esgotos
apresentam baixas concentrações de oxigênio dissolvido pois o mesmo é
consumido no processo de decomposição da matéria orgânica. Por outro lado
as águas limpas apresentam concentrações de oxigênio dissolvido elevado,
geralmente superiores a 5 mg/L, exceto se houverem condições naturais que
causem baixos valores deste parâmetro. No caso do Rio Bento Gomes o valor
encontrado está relacionado com a grande concentração de matéria orgânica
encontrado em locais adjacentes próximo a cidade.
Para estabelecer o IQA da água, o quadro mostra os parâmetros e o peso
em % de IQA para cada um parâmetro correspondido:
39
Quadro 1. Peso dos parâmetros de qualidade de Água. Fonte: (CETESB,
2005).
Conforme o resultado dos parâmetros físico-químicos da água mostrado na
Tabela 4 e com o estabelecimento de peso do IQA no Quadro 1, segue o
cálculo do IQA: IQA= 750,17 X 830,15 X 900,12 X 930,10 X 980,10 X 600,10 X 450,08 X
680,10 X 860,08
IQA= 2,08X1,94X1,71X1,57X1,58X1,50X1,35X1,52X1,43
IQA= 75,34
O resultado de IQA= 75,34 mostra que a água é considerada BOA conforme
a CETESB (2005), confirmando que essa água está em condições ideais pela
legislação Brasileira e que pode ser utilizada para quaisquer fins de consumo
humano.
PARÂMETRO IQA (%)
OXIGÊNIO DISSOLVIDO (OD) % saturação 17
COLIFORMES FECAIS (Ec) NMP/100ml 15
pH 12
DBO mg /L O2 10
NITROGÊNIO TOTAL mg N/L 10
FÓSFORO TOTAL mg P/L 10
TEMPERATURA °C 10
TURBIDEZ UNT 8
SÓLIDOS TOTAIS - 8
40
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise da composição dos sedimentos apresentou reação ácida, com
textura predominantemente arenosa nos pontos 1 e 2 e argilosa nos pontos 3 e
4 e valores médios de teor de bases trocáveis e alto teor de matéria orgânica.
Essas características físicas e químicas dos sedimentos influenciaram o
teor dos metais Fe e Mn, que esteve acima dos valores orientadores para
elementos traços em sedimentos e solos, demonstrou que as atividades
desenvolvidas nessa região do Pantanal mato-grossense obtida pela ação
antrópica através da mineração e alguns locais de deposição de esgoto
gerados pela população circunvizinha próxima ao rio colaborou para este
resultado. E também a influência do período chuvoso em função do ambiente
hidromórfico e das características do sedimento.
A análise da água do Rio Bento Gomes mostrou concordância com os
padrões de qualidade para águas doces de Classe 2, segundo a Resolução
357 do CONAMA. O IQA da água foi estabelecida como Boa conforme a
CETESB (2005), confirmando boa qualidade de água para qualquer finalidade
de uso que a população dos arredores da região de Poconé-MT utilizar dessa
água.
Com continuidade deste trabalho recomenda-se a realização da análise de
outras variáveis físico-químicas da qualidade da água verificando conformidade
com o padrão de normas da legislação. E também a realização da análise de
outras variáveis físico-químicas da qualidade do sedimento, para que se possa
chegar a um IQS e que novas pesquisas científicas possam contribuir para os
estudos e a sociedade.
41
6. REFERÊNCIAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – Poluição das águas: Terminologia – NBR 9896. Rio de Janeiro, 1987.
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7. APÊNDICE
Resultados em g de cada compartimento da massa de areia para a
obtenção em %, mostrado na Tabela 3.
AREIA
TOTAL
1 µm 0,5µm 0,25µm 0,125µm fundo/resto
P1 64,58g 0,05g 0,57g 8,13g 29,38g 26,45g
P2 31,88g 0 0,05g 2,47g 1,31g 28,05g
P3 14,46g 0 0 0,38g 1,24g 12,84g
P4 12,27g 0 0,03g 0,32g 2,07g 9,85g